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EM 1ª série | Volume 2 | Língua Portuguesa Manual do Professor

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EM 1ª série | Volume 2 | Língua Portuguesa

Manual do Professor

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2 Coleção EM1Coleção EM1

C689 Coleção Ensino Médio 1ª série: - Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. 168 p.: il.

Ensino para ingresso ao Nível Superior. Bernoulli Grupo Educacional.

1. Língua Portuguesa I - Título II - Bernoulli Sistema de Ensino III - V. 2

CDU - 37CDD - 370

Centro de Distribuição:

Rua José Maria de Lacerda, 1 900 Cidade Industrial Galpão 01 - Armazém 05 Contagem - MGCEP: 32.210-120

Endereço para correspondência:

Rua Diorita, 43, PradoBelo Horizonte - MGCEP: 30.411-084www.bernoulli.com.br/sistema 31.3029.4949

Fotografias, gráficos, mapas e outros tipos de ilustrações presentes em exercícios de vestibulares e Enem podem ter sido adaptados por questões estéticas ou para melhor visualização.

Coleção Ensino Médio 1ª série – Volume 2 é uma publicação da Editora DRP Ltda. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SAC: [email protected] 31.99301.1441 - Dúvidas e sugestões a respeito das soluções didáticas.

ConSElho DirEtorDiretor Administrativo-Financeiro: Rodrigo Fernandes DomingosDiretor de Ensino: Rommel Fernandes DomingosDiretor Pedagógico: Paulo RibeiroDiretor Pedagógico Executivo: Marcos Raggazzi

DirEçãoDiretor Executivo: Tiago Bossi

AutoriAlíngua Portuguesa: Antônio Sérgio Bueno, Flávia Roque, Flávia Völker, Veridiane Guimarães Carvalho

ProDuçãoGerente de Produção: Luciene FernandesAnalista de Processos Editoriais: Letícia OliveiraAssistente de Produção Editorial: Thais Melgaço

núcleo PedagógicoGestores Pedagógicos: Amanda Zanetti, Vicente Omar TorresCoordenadora Geral de Produção: Juliana RibasCoordenadoras de Produção Pedagógica: Drielen dos Santos, Isabela Lélis, Lílian Sabino, Marilene Fernanda Guerra, Thaísa Lagoeiro, Vanessa Santos, Wanelza TeixeiraAnalistas Pedagógicos: Amanda Birindiba, Átila Camargos, Bruno Amorim, Bruno Constâncio, Daniel Menezes, Daniel Pragana, Daniel Pretti, Dário Mendes, Deborah Carvalho, Joyce Martins, Juliana Fonseca, Júnia Teles, Luana Vieira, Lucas Maranhão, Mariana Campos, Mariana Cruz, Marina Rodrigues, Paulo Caminha, Paulo Vaz, Raquel Raad, Sabrina Carmo, Stênio Vinícios de Medeiros, Taciana Macêdo, Tatiana Bacelar, Thalassa Kalil, Thamires Rodrigues, Vladimir AvelarAssistente técnica em Estatística: Numiá GomesAssistentes de Produção Editorial: Carolina Silva, Suzelainne de Souza

Produção EditorialGestora de Produção Editorial: Thalita NigriCoordenadores de núcleo: Étore Moreira, Gabriela Garzon, Isabela DutraCoordenadora de iconografia: Viviane FonsecaPesquisadores iconográficos: Camila Gonçalves, Débora Nigri, Eloine Reis, Fabíola Paiva, Guilherme Rodrigues, Núbia Santiagorevisores: Ana Maria Oliveira, Gabrielle Ruas, Lucas Santiago, Luciana Lopes, Natália Lima, Tathiana OliveiraArte-Finalistas: Cleber Monteiro, Gabriel Alves, Kátia SilvaDiagramadores: Camila Meireles, Isabela Diniz, Kênia Sandy Ferreira, Lorrane Amorim, Naianne Rabelo, Webster Pereirailustradores: Reinaldo Rocha, Rodrigo Almeida, Rubens Lima

Produção GráficaGestor de Produção Gráfica: Wellington SeabraCoordenador de Produção Gráfica: Marcelo CorreaAnalista de Produção Gráfica: Patrícia ÁureaAnalistas de Editoração: Gleiton Bastos, Karla Cunha, Pablo Assunção, Taiana Amorimrevisora de Produção Gráfica: Lorena Coelho

Coordenador do PSM: Wilson BittencourtAnalistas de Processos Editoriais: Augusto Figueiredo, Izabela Lopes, Lucas Roquerevisoras: Bruna Emanuele Fernandes, Danielle Cardoso, Luísa GuerraArte-Finalista: Larissa AssisDiagramadores: Anna Carolina Moreira, Maycon Portugal, Rafael Guisoli, Raquel Lopes, Wallace Weberilustrador: Hector Ivo Oliveira

rElACionAMEnto E MErCADoGerente Geral de relacionamento e Mercado: Renata Gazzinelli

SuPortE PEDAGóGiCoGerente de Suporte Pedagógico: Heloísa BaldoAssessoras Pedagógicas Estratégicas: Madresilva Magalhães, Priscila BoyGestores de Conteúdo: Luciano Carielo, Marinette FreitasConsultores Pedagógicos: Adriene Domingues, Camila Ramos, Claudete Marcellino, Daniella Lopes, Denise Almeida, Eugênia Alves, Francisco Foureaux, Leonardo Ferreira, Lucilene Antunes, Paulo Rogedo, Soraya Oliveira

Analista de Conteúdo Pedagógico: Paula VilelaAnalista de Suporte Pedagógico: Caio PontesAnalista técnico-Pedagógica: Graziene de AraújoAssistente técnico-Pedagógica: Werlayne BastosAssistentes técnico-Administrativas: Aline Freitas, Lívia Espírito Santo

CoMErCiAlCoordenador Comercial: Rafael CurySupervisora Administrativo-Comercial: Mariana GonçalvesConsultores Comerciais: Adalberto de Oliveira, Carlos Eduardo Oliveira, Cláudia Amoedo, Eduardo Medeiros, Guilherme Ferreira, Ricardo Ricato, Robson Correia, Rossano Rodrigues, Simone CostaAnalistas Comerciais: Alan Charles Gonçalves, Cecília Paranhos, Rafaela RibeiroAssistentes Comerciais: Laura Caroline Tomé, Melissa Turci

ADMiniStrAtivoGerente Administrativo: Vítor LealCoordenadora técnico-Administrativa: Thamirys Alcântara Coordenadora de Projetos: Juliene SouzaAnalistas técnico-Administrativas: Ana Clara Pereira, Bárbara Câmara, Lorena KnuppAssistentes técnico-Administrativos: Danielle Nunes, David Duarte, Fernanda de Souza, Mariana Girardi, Priscila Cabral, Raphaella HamziAuxiliares de Escritório: Jéssica Figueiredo, Sandra Maria MoreiraEncarregado de Serviços Gerais e Manutenção: Rogério Brito

oPErAçõESGerente de operações: Bárbara AndradeCoordenadora de operações: Karine ArcanjoSupervisora de Atendimento: Adriana MartinsAnalista de Controle e Planejamento: Vinícius AmaralAnalistas de operações: Ludymilla Barroso, Luiza RibeiroAssistentes de relacionamento: Amanda Aurélio, Amanda Ragonezi, Ana da Silva, Ana Maciel, Ariane Simim, Débora Teresani, Elizabeth Lima, Eysla Marques, Flora Freitas, Iara Ferreira, Renata Gualberto, Renata Magalhães, Viviane RosaCoordenadora de Expedição: Janaína CostaSupervisor de Expedição: Bruno Oliveiralíder de Expedição: Ângelo Everton PereiraAnalista de Expedição: Luís XavierAnalista de Estoque: Felipe LagesAssistentes de Expedição: Eliseu Silveira, Helen Leon, João Ricardo dos Santos, Pedro Henrique Braga, Sandro Luiz QueirogaAuxiliares de Expedição: Admilson Ferreira, Marcos Dionísio, Ricardo Pereira, Samuel Pena

tECnoloGiA EDuCACionAlGerente de tecnologia Educacional: Alex RosaCoordenadora Pedagógica de tecnologia Educacional: Luiza WinterCoordenador de tecnologia Educacional: Eric LongoCoordenadora de Atendimento de tecnologia Educacional: Rebeca MayrinkAnalista de Suporte de tecnologia Educacional: Alexandre PaivaAnalista de tecnologia Educacional: Vanessa VianaAssistentes de tecnologia Educacional: Augusto Alvarenga, Naiara Monteiro, Sarah CostaDesigner de interação: Marcelo CostaDesigners instrucionais: Alisson Guedes, David Luiz Prado, Diego Dias, Fernando Paim, Mariana Oliveira, Marianna DrumondDesigner de vídeo: Thais MeloEditora Audiovisual: Marina Ansalonirevisor: Josélio VerteloDiagramadores: Izabela Brant, Raony Abade

MArkEtinGGerente de Marketing: Maria Cristina BelloCoordenadora de Marketing: Jaqueline Camargos

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3Bernoulli Sistema de Ensino

Planejamento do volume*Disciplina: Língua Portuguesa

SÉRIE: 1ª

SEGMENTO: eM

vOluME: 2

FREnTE capÍTulo TÍTulosugEsTõEs DE EsTRaTégias

A3 •Estrutura dos textos dissertativos e argumentativos •Aula expositiva

•Aplicação de exercícios

•Resolução de exercícios

•Aula prática

•Debate

•Aula multimídia

•Discussão em grupos

•Filmes

4 •Elementos persuasivos

B3 •Classicismo

4 •Quinhentismo

C3 •Acentuação gráfica e ortografia

4 •Estrutura e formação de palavras

* Conteúdo programático sujeito a alteração.

Orientações e sugestõesCapítulo A3: Estrutura dos textos dissertativos e argumentativos

Professor, o objetivo desse capítulo é apresentar aos alunos as características da tipologia dissertativa, bem como situar, a partir delas, os textos de natureza mista, em que se evidenciam a dissertação e a argumentação. Essa opção visa a definir essas duas tipologias por comparação, pois evidenciar o que há de comum entre elas e os fatores que as distinguem costuma facilitar a assimilação de conhecimentos pelos alunos.

Para cumprir esse objetivo, são apresentados, inicialmente, dois textos, um de caráter dissertativo e outro em que a argumentação fica explícita, ambos sobre as redes sociais. Você deverá ler e analisar esses dois exemplos com os alunos, chamando-lhes a atenção, primeiramente, para as características de cada um deles e, em seguida, para as semelhanças e diferenças entre eles. As análises que acompanham esses textos contêm essas informações, mas, conforme já foi dito no volume anterior, não é necessário que você as leia com os alunos, apenas que destaque essas informações durante o estudo dos textos. O quadro que aparece depois das análises dos dois textos generaliza a estrutura de cada um deles. Procure focar esse quadro, que será retomado mais tarde a fim de diferenciar os modos de raciocínio que se podem adotar para comprovar a tese de um texto.

Após a apresentação desse quadro, tem início o estudo da linguagem dos textos dissertativos, o qual tem como ponto de partida um quadro em que se relaciona o foco enunciativo do texto – primeira, segunda ou terceira pessoa – com os efeitos de subjetividade, interlocução e objetividade. Em seguida, são relacionadas e justificadas as características gerais dos textos dessa natureza, as quais estão reapresentadas de modo esquemático e sintético no quadro que finaliza essa seção do capítulo. Esses conhecimentos serão de extrema valia em diversas outras etapas dos estudos de textos. Por isso, eles são retomados nos exercícios de aprendizagem que seguem a próxima seção do capítulo, a qual se destina a apresentar diversos recursos linguísticos para impessoalizar a linguagem de um texto.

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4 Coleção EM1

É importante que você, professor, explore os recursos apresentados nessa seção do capítulo. Muitas vezes, os alunos são instruídos a utilizar uma linguagem impessoal, sem que lhes sejam apresentados recursos por meio dos quais seja possível escrever de modo impessoal. Assim, é também comum que se confundam, misturem focos enunciativos, usem construções inadequadas ou fiquem presos a apenas uma forma de impessoalização. A ênfase que você der a esses recursos pode auxiliá-los a seguir essa orientação mais fácil e conscientemente.

O exercício de aprendizagem que aparece em seguida vai retomar todas as informações apresentadas até esse ponto do capítulo. Se você preferir, pode solicitar que os alunos respondam a ele antes de apresentar os conceitos, de forma a prepará-los para a abordagem teórica. Todas as alternativas dessa questão estão devidamente comentadas na seção “Comentário e resolução de questões” deste manual.

Após esse exercício, são apresentadas algumas estratégias comumente utilizadas para desenvolver os assuntos em um texto dissertativo. Essa apresentação utiliza, para exemplificar os recursos, trechos do texto de Marilena Chaui, “A invenção da política”, que compõe o exercício de aprendizagem, bem como exemplos distintos. Procure trabalhar essas estratégias, focando também as diversas formas de apresentar as referências bibliográficas nos textos. Essa estratégia, além de auxiliar os alunos na escrita, na elaboração de outros trabalhos e pesquisas escolares, também contribui para reforçar a ideia de que os textos puramente dissertativos não devem conter opiniões de quem o redige.

Em seguida, inicia-se o estudo de um texto de natureza mista, em que predominam a dissertação e a argumentação. Uma distinção essencial à qual os alunos devem familiarizar-se é entre “impessoalidade” e “imparcialidade”, conceitos que são comumente confundidos. A análise do editorial “Democracia na linha” visa a permitir que os alunos visualizem, em um texto concreto, a distinção entre esses conceitos. Procure, nesse caso, destacar os recursos linguísticos que permitem expressar opinião por meio de uma linguagem impessoal, como a escolha do vocabulário, o uso de adjetivos e de modalizadores, a opção por determinado tempo e modo verbal.

A última parte do capítulo destina-se ao estudo e à compreensão de alguns conceitos essenciais para a produção de textos dissertativo-argumentativos: objetivo do texto, tese e modo de raciocínio usado para o desenvolvimento das ideias. Para que os alunos possam compreender melhor de que modo eles se articulam na elaboração de um texto, é apresentado um esquema genérico que, em seguida, é ilustrado a partir do texto “Democracia na linha”. É importante que você, professor, relacione o esquema ao texto para que os alunos possam compreendê-lo de modo mais concreto.

O conceito de objetivo do texto é discutido a partir de comentários sobre diferentes propostas de redação, que delimitam em maior ou menor grau a forma como o assunto deverá ser abordado. Ressalte a importância de que os alunos estejam atentos às propostas a fim de que possam responder objetivamente ao que é solicitado. Ao apresentar o conceito de objetivo, chame a atenção dos alunos, ainda, para a tabela presente no volume, a qual contém os verbos de comando mais comuns. Procure ressaltar a importância de estarem sempre atentos a esses verbos, bem como de serem objetivos a fim de atender ao que é solicitado no comando das redações com precisão. Você pode indicar esse anexo como referência e incentivar seus alunos a consultarem-no sempre que necessário.

O conceito de tese, além de ser definido, é também exemplificado a partir de comentários sobre uma forma adequada de atender à proposta de redação da FUVEST de 2011. Chame a atenção dos alunos para as propostas de redação que definem apenas um tema, sem delimitar o objetivo, e oriente-os a, nesse caso, delimitar por si mesmos o objetivo do texto a ser produzido.

Procure, a partir dos exercícios de aprendizagem que aparecem em seguida, auxiliar os alunos na compreensão e na elaboração das teses. Interessante seria, por exemplo, que você orientasse a redação das teses de cada uma das propostas e, em seguida, solicitasse aos alunos que apresentassem os textos produzidos oralmente, de forma que estes pudessem ser avaliados pelos demais alunos com seu auxílio.

Para continuar essa parte dos estudos, apresente a eles as formas de raciocínio que seguem o método indutivo e o dedutivo, associando-os à tabela anteriormente apresentada sobre as estruturas dos textos dissertativos e argumentativos. O texto “Indução e dedução” visa a auxiliar a compreensão dos modos pelos quais operam essas duas formas de desenvolvimento. Para finalizar e sistematizar os conteúdos apresentados, um recurso interessante é a videoaula do módulo, que trata do texto dissertativo-argumentativo. Indique-a para os alunos.

Por fim, vale observar que a última seção desse capítulo tem como objetivo fixar a necessidade de se planejar o texto antes de se iniciar a redação propriamente dita. Essa necessidade, explicitada desde a epígrafe do capítulo, deve ser colocada em foco ao longo do estudo de todos os conceitos, pois, se os alunos entenderem e colocarem em prática essa maneira de compor um texto, muito provavelmente estarão mais aptos a redigir bem.

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5Bernoulli Sistema de Ensino

Capítulo A4: Elementos persuasivosEsse capítulo destina-se ao estudo de aspectos relacionados à argumentação. Para dar início a esses

estudos, foca-se a argumentação em função do público leitor, o que é feito a partir da comparação entre três textos que tratam de um mesmo assunto, mas que se destinam a públicos bastante distintos. Embora a análise comparativa dos três textos esteja explicitada na tabela que aparece nessa seção do capítulo, é interessante que você, professor, procure conduzir o raciocínio dos alunos, de modo que eles, por si sós, consigam perceber as diferenças entre os textos, bem como justificá-las tendo em vista o suporte dos textos e, por conseguinte, o público leitor a que cada um deles é destinado.

Para dar continuidade a essa parte da abordagem do conteúdo, procure situá-la em função de propostas de redação reais. Isso pode ser feito apenas a partir do exemplo de proposta apresentado no livro, mas seria enriquecedor se você mencionasse ou apresentasse aos alunos outras propostas em que se determina o público para o qual o aluno deve escrever.

Por fim, mencione as propostas em que não há definição de um público leitor específico e ressalte que, nesse caso, os alunos devem ter em mente um leitor modelo, tal como descrito no livro. É muito importante que os alunos assimilem bem o perfil do leitor modelo, pois esse conhecimento será de extrema valia ao longo de toda a vida acadêmica deles.

O exercício de aprendizagem que finaliza essa seção do capítulo é bem simples, e os alunos poderão responder ao que é solicitado selecionando argumentos já apresentados nos textos que serviram anteriormente de exemplos. Se você julgar adequado, pode, oralmente, auxiliá-los nessa seleção. Outra estratégia interessante, nesse caso, seria orientá-los quanto a alguns aspectos da linguagem do texto a ser produzido, salientando que, embora devam redigi-lo de acordo com as normas gramaticais, o texto comporta uma linguagem mais informal e mesmo com traços característicos da linguagem dos jovens, como gírias, por exemplo.

A seção seguinte do capítulo apresenta a natureza dos principais tipos de argumentos utilizados em textos dissertativo-argumentativos. A abordagem é bastante similar à que foi feita anteriormente para apresentar as estratégias expositivas, com uma descrição do recurso seguida de um texto que exemplifica o seu uso. Procure incentivar os alunos a utilizar vários desses recursos ao produzirem seus textos, mostrando a eles que, em um texto bem fundamentado, comumente se encontram diferentes estratégias argumentativas, como é demonstrado na análise do artigo “Filantropia”, de Stephen Kanitz.

O estudo da argumentação tem continuidade a partir da abordagem do nível de informatividade em textos dissertativo-argumentativos e dos conceitos de senso comum e lugar-comum. Desse modo, retome o conceito de informatividade e ressalte que um bom texto deve ter um nível de informatividade mediano, tendo como referencial o público leitor a que se destina.

A análise e a compreensão da redação apresentada, juntamente com a avaliação feita pela Unicamp para finalizar essa seção do capítulo, podem ser enriquecidas se você apresentar aos alunos a proposta completa, com os textos motivadores. Você pode, inclusive, solicitar que os alunos produzam um texto a partir dessa proposta, orientando-os a levar em consideração a avaliação da universidade ao produzirem seus textos. Se você, professor, optar por adotar essa estratégia, antes, discuta com os alunos sobre os conceitos de senso comum e lugar-comum a partir da abordagem desses conceitos no livro.

A seção seguinte do capítulo apresenta algumas sugestões de como organizar os argumentos em um texto, ou seja, relaciona-se à progressão temática. Ao apresentar essas formas de organização e ler os textos que lhes servem de exemplos, procure salientar com os alunos os efeitos obtidos pela escolha de cada uma delas. Desse modo, você estará incentivando-os a planejar suas abordagens de acordo com seus objetivos. Novamente, vale observar que incentivá-los a pensar sobre o que pretendem escrever deve ser um dos principais objetivos a guiar seu trabalho, professor.

Para finalizar a abordagem do conteúdo desse capítulo, apresente aos alunos o conceito de parágrafo-padrão, procurando, inicialmente, esclarecer o conceito de “parágrafo”, uma vez que muitos alunos confundem-no com o conceito de “período”. Para auxiliar os alunos a assimilar bem esse conceito, você pode fazer uma analogia entre um parágrafo-padrão e um texto dissertativo-argumentativo. Idealmente, um bom parágrafo--padrão deve conter uma tese – ou ideia-núcleo –, a qual deve ser fundamentada de maneira organizada. Nesse sentido, os conhecimentos sobre a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, os quais foram apresentados anteriormente aos alunos, são de grande valia. O parágrafo-padrão deve, assim, ser entendido como um texto dissertativo-argumentativo mais conciso e estruturalmente simplificado. Ademais, para sistematizar os conteúdos aprendidos no capítulo, professor(a), não deixe de indicar também para os alunos a videoaula que trata das estratégias de argumentação.

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Capítulo B3: ClassicismoProfessor, inicie o estudo do capítulo distinguindo estilo artístico de época e estilo de cultura. O Classicismo

é a expressão estética (artística) do estilo de cultura renascentista. Se possível, promova uma palestra de um professor de História para introduzir o estudo dessa expressão estética.

Esclareça as razões pelas quais o Classicismo começou na Itália. As palavras do crítico de arte E. H. Gombrich são bem úteis nesse sentido: “A ideia de um renascimento associava-se, na mente dos romanos, à ideia de uma ressurreição da grandeza de Roma’’ (Gombrich, p. 167). Entretanto, as primeiras manifestações artísticas relevantes do novo estilo deram-se em Florença. Essa cidade mercantil abrigava uma intensa vida intelectual. Lá, nasceram Dante, o genial autor de A divina comédia, e o grande pintor de afrescos Giotto. Nessa cidade também vivia Brunelleschi (1377-1446), criador da arquitetura de uma nova era com suas colunas, frontões, moldeiras de portas, caixilhos de janelas e, principalmente, a descoberta da perspectiva. Reproduza, professor, algumas dessas imagens, como o zimbório da Catedral Florença, projetado por Brunelleschi, o mural da Santíssima Trindade de Masaccio ou, ainda, o “Festim de Herodes”, relevo em bronze do maior escultor florentino, Donatello (1386-1466).

Uma espécie de volta à realidade é a conquista da arte renascentista, que pode ser percebida na tela O casal Arnolfini, de Jan Van Eyck, o inventor da pintura a óleo. Essa tela é a glorificação da vida burguesa por meio da exaltação do amor conjugal, do apreço por objetos domésticos, sinais de um tempo que valoriza a materialidade.

Evidencie a recuperação do prestígio da mitologia greco-romana, outra característica do Classicismo, que é realçada em telas como O nascimento de Vênus, do pintor Sandro Botticelli (1446-1510), na qual se contempla um mito clássico, e não mais uma representação cristã.

Feito isso, fica mais fácil explicar a seus alunos o percurso da poesia nesse estilo: o início, com Petrarca, na Itália, a mediação do português Sá de Miranda e a plena explosão na poesia portuguesa, tanto na lírica, quanto na épica de Camões. Francisco Petrarca (1304-1373) realizou, na arte poética, a transição entre a Idade Média e a Renascença, e foi o criador da poesia amorosa moderna. Camões bebeu diretamente da fonte petrarquista. Para corroborar sua explicação, um bom recurso é apresentar ao aluno uma estrofe de Petrarca comparada a uma de Camões. Por exemplo:

PETRARCAA alma minha gentil, que agora parteTão cedo deste mundo à outra vida,Terá certo no céu grata acolhida,Indo habitar sua mais beata parte.

CAMÕESAlma minha gentil, que te partisteTão cedo desta vida, descontenteRepousa lá no Céu eternamenteE viva eu cá na terra sempre triste.

Aproveite o momento, professor, para discutir o conceito de mimese e sua importância na arte anterior ao Romantismo. Para tanto, a referência a Sá de Miranda é necessária, pois foi ele quem trouxe a ”medida nova” (versos decassílabos) da Itália para Portugal, onde prevalecia a ”medida velha” (as redondilhas menor e maior, versos de 5 e 7 sílabas, respectivamente), também cultivada por Camões. Certamente, foi Sá de Miranda o primeiro autor português a tematizar a divisão interna do ”eu”, explorada em seguida por Camões e, no Modernismo, genialmente dramatizada por Fernando Pessoa. Apresente aos alunos pelo menos estes versos de Sá de Miranda, tão atuais ainda no século XXI:

Comigo me desavimVejo-me em grande perigo;Não posso viver comigo;Não posso viver sem mim.Para o estudo do poeta Camões, a melhor estratégia é estudar seus próprios textos, relacionando-os.

Peça aos alunos para redigirem suas impressões de leitura de dois ou três sonetos camonianos. Para garantir o sucesso desse estudo, analise juntamente com os alunos pelo menos um desses sonetos.

No que diz respeito a Os Lusíadas, escolha duas ou três estrofes dos episódios mais relevantes da obra, por exemplo, “O gigante Adamastor”, “A ilha dos amores” ou “O velho do Restelo”. Este último episódio, por exemplo, comporta, pelo menos, duas leituras: na primeira, o velho visto como símbolo do atraso, do conservadorismo; na segunda, o velho entendido como expressão de uma crítica contundente à ganância do imperialismo lusitano. Para auxiliar na sistematização dos conteúdos relativos a essa expressão estética, a videoaula do módulo mostra um pouco mais do contexto histórico e as obras do Classicismo no Brasil. Incentive os alunos a assisti-la.

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7Bernoulli Sistema de Ensino

Capítulo B4: QuinhentismoProfessor, esse capítulo, inevitavelmente, detém-se nos textos escritos por europeus, sendo o foco o

Brasil, no século XVI. Inicie a abordagem do capítulo enfatizando que há duas orientações nesses textos que documentam os primeiros tempos daquela que viria a ser a nação brasileira: a literatura de viagem (informações sobre a nova terra) e a catequética (interesse religioso).

Como o valor literário desses textos é bastante limitado, valha-se, professor, como motivação para os alunos, da forte curiosidade humana pelas próprias raízes, que se transformou no chamado mito de origem. Afinal, todos querem saber “de onde vieram”, qual seu “endereço cultural”. A fim de encaminhar uma reflexão de ordem antropológica sobre os choques culturais que ocorrem ainda hoje, aproveite o momento para trabalhar com os alunos trechos da Carta de Pedro Vaz de Caminha ao rei D. Manuel, dando-lhe conta do achamento da nova terra e do encontro entre portugueses e nativos nos idos de 1500. Comportamentos tolerantes ou não, preconceitos étnicos, sociais, econômicos, religiosos, etc., devem ser comentados e analisados.

Professor, é importante ouvir e apreciar as opiniões dos alunos sobre as posições ideológicas de Caminha e o comportamento dos nativos, inclusive comparando com o dos índios brasileiros hoje.

Quanto à literatura catequética, esclareça o total predomínio da função engajada sobre a função estética da linguagem desses textos, ou seja, o aspecto proselitista predomina sobre o artístico, já que o importante era converter o gentio ao catolicismo, buscando instaurar um modelo teocrático de civilização.

A linguagem do padre José de Anchieta é desprovida de qualquer complexidade. Para isso, o jesuíta vale-se, então, da “medida velha” (versos redondilhos), indiferente às conquistas estéticas do Renascimento. O teatro do padre Anchieta, representado pelos seus autos, merece uma atenção um pouco maior, apesar de, do ponto de vista técnico, ser muito rudimentar. Para que os princípios doutrinários católicos fossem assimilados pelos nativos, Anchieta utilizou recursos como as alegorias (personificação de ideias ou sentimentos), os mínimos enredos e a mistura linguística do português, do castelhano e da língua geral dos índios.

Para ilustrar o conteúdo, professor, realize, em sala de aula, uma leitura dramática de trechos de algumas peças do Padre Anchieta (os alunos podem interpretar falas de certas figuras alegóricas), do Auto de São Lourenço ou do Auto da Ingratidão. O importante é que eles tenham uma ideia mais rica dessa espécie de “marco zero” da cultura brasileira. Além dessas atividades, não deixe de indicar aos alunos a videoaula que trata dessa escola literária no Brasil.

Capítulo C3: Acentuação gráfica e ortografiaProfessor, esse capítulo trata das regras de ortografia e acentuação da Língua Portuguesa e está conforme

o Acordo Ortográfico de 2009. É importante tranquilizar os alunos que ainda questionam a pertinência das mudanças. Informe-os de que, por meio desse Acordo, buscou-se a unificação da ortografia oficial dos países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Com essa unificação, haverá maiores possibilidades da universalização da escrita do idioma e maior facilidade de aceitação em constituições internacionais.

Deixe claro que, embora a grafia passe a ser unificada, a pronúncia e o vocabulário não mudaram. Além disso, no Brasil, apenas 0,45% das palavras tiveram a escrita modificada, e o propósito do Acordo foi o de simplificar a ortografia, extinguindo algumas regras especiais de acentuação e padronizando, em partes, exceções quanto ao uso do hífen. Sabendo disso, talvez os alunos se sintam mais seguros para lidar com o conteúdo desse capítulo.

Para iniciar os estudos sobre acentuação, apresente a classificação das palavras quanto à sílaba tônica e os acentos existentes na Língua Portuguesa para, enfim, tratar das regras de acentuação. Ressalte a importância da tonicidade para o estudo da acentuação, pois não há como explicar ao aluno que toda proparoxítona é acentuada se ele sequer sabe o que é uma proparoxítona, por exemplo.

Depois das regras de acentuação, dispostas de forma bem objetiva no livro, apresente as regras de ortografia. Como sabemos, são poucos os falantes que sabem todas essas regras e isso não impede os demais de terem domínio da norma-padrão. Sendo assim, nota-se que o essencial mesmo é que nossos alunos tenham um bom hábito de leitura, e não que eles memorizem essas regras.

É mais proveitoso realizar um levantamento das dificuldades mais comuns dos seus alunos do que arrolar todas as regras de ortografia da língua, o que é extremamente exaustivo. Uma boa estratégia é perceber os erros mais encontrados nos textos deles.

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Da mesma forma, esse levantamento pode ser usado para apresentar aos alunos palavras homônimas e parônimas. Utilize o quadro que se encontra no livro e procure selecionar as palavras que geram mais dúvidas, enfatizando a explicação desses casos.

Esse capítulo trata ainda das regras de uso do hífen, que, como dito anteriormente, estão em conformidade com o novo Acordo Ortográfico. Para auxiliar na sistematização desse conteúdo, outro excelente recurso é a videoaula sobre o uso do hífen. Indique-a aos alunos ou assista com eles em sala de aula. Há uma parte desse conteúdo que apresenta exemplos de como ficaram as palavras após o Acordo. Para finalizar, o emprego de letras maiúsculas e minúsculas também é abordado.

Capítulo C4: Estrutura e formação de palavrasProfessor, nesse capítulo, apresentamos a estrutura e os processos de formação de palavras da Língua

Portuguesa. Conhecer esses processos é relevante para os alunos, uma vez que o conhecimento de uma língua envolve, além da familiaridade com o significado das palavras, o entendimento das estruturas e do processo de formação delas.

Você pode iniciar esse estudo mostrando a música “Sina”, de Djavan, em que o compositor cria um verbo obedecendo às regras de formação de palavras. Após esse primeiro contato, apresente os conceitos dos elementos mórficos que compõem uma palavra (radical, desinências, vogais temáticas, afixos, vogais e consoantes de ligação). Analise grupos de palavras juntamente aos alunos. Pergunte a eles se a palavra é primitiva ou derivada e fragmente-a em elementos mórficos. Dessa maneira, você poderá perceber as dificuldades dos alunos e retomar o que ainda gera dúvidas. Além disso, indique aos alunos, nesse momento, a videoaula sobre estrutura das palavras.

Em seguida, são apresentados os processos de formação de palavras. Ao falar sobre composição, destaque as palavras em que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição. Ao trabalhar os processos de derivação prefixal e sufixal, demonstre que os prefixos normalmente alteram o significado das palavras e expressam várias ideias (vide quadro de prefixos latinos e gregos apresentado no livro) e que os sufixos alteram a classe das palavras. Ao trabalhar com a derivação parassintética, é imprescindível diferenciar as palavras formadas por esse processo daquelas formadas pela superposição de processos de prefixação e sufixação.

Sobre a derivação imprópria, deixe claro que, para se classificar uma palavra, é preciso observar o contexto em que ela se encontra; sendo assim, decorar as classes de palavras é pouco produtivo. É importante ser capaz de analisar o termo contextualizado em uma sentença para, então, definir a classe de palavra a que ele pertence. Trabalhe, por fim, a onomatopeia, a redução, as siglas, os empréstimos e os hibridismos.

Comentário e resolução de questõesCAPÍTULO – A3Estrutura dos textos dissertativos e argumentativos

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário:A) No texto I, predomina a narração, o que se evidencia pela

subjetividade na abordagem do tema e pela linguagem metafórica presente no texto. No texto II, predomina a injunção. A presença de verbos no imperativo e a organização do texto em itens são alguns dos elementos linguísticos que comprovam o caráter injuntivo do texto. No texto III, predomina a exposição ou dissertação. A linguagem denotativa, objetiva e impessoal é um dos elementos linguísticos que comprovam isso.

B) No texto I, o foco enunciativo está na pessoa que fala, e a presença de formas verbais da primeira pessoa do discurso confirma isso. No texto II, o foco enunciativo está na pessoa com quem se fala. Nesse caso, a presença de verbos no modo imperativo, flexionados em terceira pessoa – que é a forma de tratamento do interlocutor na linguagem cotidiana dos brasileiros –, é um dos elementos que confirmam isso. No texto III, o foco enunciativo está no objeto de análise, ou seja, no assunto do texto. Por isso, utiliza-se uma linguagem impessoal, com foco enunciativo e formas verbais em terceira pessoa.

C) Ao longo dos 6º, 7º, 8º e 9º parágrafos, fica claro que o autor entende a política como, essencialmente, um meio para obter privilégios pessoais. Esse ponto de vista é evidenciado em diversas passagens, como: “No pronome Eu se resume atualmente toda política e toda moral”. Para o narrador, valores como “pátria, filantropia, honra, dedicação e lealdade” são meras idealizações e fariam parte de um discurso hipócrita, o qual ele, devido ao “estúpido vício da franqueza”, ainda não aprendera a proferir.

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D) A palavra “poesia”, no contexto do texto I, remete à ideia de “fantasia”, “ficção”. Isso pode ser confirmado pela relação que, no trecho, faz-se entre “poesia” e outros termos que remetem à ficção, como “peta”, “história”, “ficção”, “parvoíce”. Como fica claro, o narrador usa a palavra “poesia” para exprimir-se da mesma maneira que os “grandes homens”, ou seja, de forma mais nobre, distinta.

E) No discurso, os pronomes pessoais marcam a(s) pessoa(s) que fala(m) – pronomes de primeira pessoa “eu” e “nós” –, a(s) pessoa(s) com que se fala – pronomes de segunda pessoa “tu” e “vós” – e a(s) pessoa(s) de quem se fala – pronomes de terceira pessoa “ele(s) e “ela(s)”. Ao associar os pronomes “nós”, “vós” e “eles”, respectivamente, aos ministros e seus compadres, aos afilhados dos ministros e à multidão, o autor delimita a proximidade que cada um desses grupos tem em relação àqueles a quem a pátria está confiada. O grupo associado ao pronome “nós” seria, portanto, o dos próprios ministros e das pessoas que lhes são mais próximas; grupo esse que compartilharia os melhores privilégios. O grupo associado ao pronome “vós” seria composto pelas pessoas protegidas pelos ministros e que também gozariam de privilégios, ainda que em menor escala. O grupo associado ao pronome “eles” seria o mais distante dos ministros e a ele restariam apenas sobras, o que evidencia a ideia de que a multidão (o povo) não seria privilegiada pela política.

F) As duas primeiras expressões mencionadas – “tudo é poesia” e “a pátria é uma garopa” – são explicitamente metáforas utilizadas pelo narrador. A associação que ele faz entre as três pessoas do discurso também pode ser entendida como um processo metafórico, uma vez que, por comparação, ele situa como mais ou menos próximos – ou privilegiados – diferentes grupos / atores sociais. Desse modo, a linguagem utilizada nessas passagens é conotativa, figurada.

G) A postura dos ministros, ou seja, do grupo ao qual está confiada a pátria, não é compatível com as regras descritas no texto “Dez mandamentos do bom político”. Nesse texto, propõe-se que o bom político não deve aproveitar de sua posição a fim de obter benefícios pessoais, nem confundir o público e o privado, nem promover as pessoas mais próximas de si, entre outras ações associadas à prática da corrupção. Todos esses “mandamentos” seriam essenciais àqueles que se propõem a fazer política e garantiriam que essa prática estivesse sempre voltada à promoção do bem comum, ou seja, do bem-estar da coletividade. No 9º parágrafo do fragmento de A carteira do meu tio, entretanto, a postura dos ministros descrita é totalmente incompatível com esses mandamentos, uma vez que se propõe que o grupo dos que governam e dos que são próximos a eles privilegiem-se da prática política e dos bens da pátria em detrimento do restante da sociedade.

H) No texto I, fica claro que o narrador não faz a distinção entre o erário público e os bens de seus dirigentes ou, pelo menos, deixa claro que é comum que os dirigentes apropriem-se de bens públicos. Isso fica claro a partir do trecho a seguir, em que a pátria e, por extensão, suas riquezas, é comparada a uma garopa:

“A pátria é uma enorme e excelente garopa: os ministros de Estado, a quem ela está confiada e que sabem tudo muito, mas principalmente gramática e conta de repartir, dividem toda nação em um grupo, séquito e multidão: o grupo é formado por eles mesmos e por seus com padres, e se chama – nós –; o séquito, um pouco mais numeroso, se compõe dos seus afilhados, e se chama – vós –; e a multidão, que compreende uma coisa chamada oposição e o resto do povo, se denomina – eles –; ora, agora aqui vai a teoria do Eu: os ministros repartem a garopa em algumas postas grandes, e em muitas mais pequenas, e dizem eloquentemente: ‘as postas grandes são para nós, as mais pequenas são para vós’ e jogam ao meio da rua as espinhas, que são para eles. O resultado é que todo o povo anda sempre engasgado com a pátria, enquanto o grupo e o séquito passam às mil maravilhas à custa dela!”.

I) Na sociedade brasileira contemporânea, todos os cidadãos, sejam homens ou mulheres, são iguais perante a lei, ou seja, possuem os mesmos direitos políticos, independentemente de sua etnia, religião ou condição social. Como é possível notar a partir da leitura do trecho, essa igualdade não existia na Grécia Antiga, em que eram negados direitos políticos a escravos, mulheres e pessoas menos favorecidas.

J) Deve-se perceber que, no primeiro trecho, o uso dos adjetivos “forte” e “completo”, associados ao termo “espírito”, emite um julgamento, um juízo de valor que o narrador faz daqueles que são capazes de agir de modo hipócrita. Da mesma forma, o uso de “estúpidos”, associado à expressão “vício da franqueza”, revela que o narrador condena aqueles que são sinceros. No trecho de A carteira de meu tio, os adjetivos marcam, assim, a avaliação subjetiva do narrador em relação à hipocrisia e à franqueza. No trecho do texto de Marilena Chaui, os adjetivos não cumprem essa função; servem apenas para restringir o sentido dos termos aos quais estão associados. Em outras palavras, a utilização do adjetivo “públicos” associado ao substantivo “negócios” serve apenas para deixar claro o tipo de negócio a que a autora se refere, diferenciando-o, por exemplo, de “negócios privados”. Da mesma forma, “atividades econômicas” podem ser diferenciadas de “atividades políticas”, “atividades filosóficas”, “atividades ilícitas”. Nesse caso, o uso dos adjetivos é essencial para a compreensão exata das informações.

K) De acordo com o trecho de Marilena Chaui, a apatia social, ou seja, a negligência e a falta de interesse em relação às questões políticas é uma forma passiva de fazer política, porque acaba por contribuir para que não haja mudanças no cenário político. O aluno deve redigir um breve parágrafo posicionando-se em relação a essa ideia. Se concordar com ela, para fundamentar a resposta, o aluno pode mencionar, por exemplo, que a apatia contribui para que maus políticos assumam o poder ou continuem no poder, facilita atos de corrupção, permite que eleitos não cumpram promessas e obrigações, etc. Caso discorde dessa ideia, o aluno pode fundamentar sua opinião na ideia de que a apatia social não interfere no andamento da política. Independentemente do ponto de vista escolhido, o texto deve ser bem estruturado e redigido de acordo com o padrão formal da Língua Portuguesa.

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Questão 02Comentário:

A) Ao mencionar “o poder de tudo mostrar e tudo ver”, a autora se refere à ideia de que a TV teria a capacidade de apreender, reproduzir e reapresentar a realidade tal como ela é. Por outro lado, ao adjetivar esse poder como sendo “imaginário” e acrescentar que tal poder é apenas atribuído pelos espectadores à TV, a autora contesta a ideia de que a TV reproduz realidade. Ou seja, a autora expõe o duplo caráter que a TV possui de mostrar o que acontece no mundo e de selecionar, produzir, simular aquilo que é mostrado.

B) O prefixo “oni-”, que entra na formação da palavra “onipresença”,significa“todo”.Dessaforma,apalavradoprimeiroperíodocujosignificadoéidênticoaodoprefixo“oni-” é “tudo”, que ocorre em “tudo mostrar e tudo ver”.

C) “Ética”, no texto, pode ser entendida como “padrão”, “regra”,talcomoconfirmaotrechoemqueessapalavraaparece: “ética que regula a vida em qualquer sociedade”. Desse modo, a expressão “bom comportamento (dos dois séculos passados)” pode ser considerada sinônimo de ética no contexto. Outras expressões que têm sentido similar são “o bom gosto burguês”, “padrões”, “contrato (que ordenava a vida social entre os séculos XIX e XX)”.

Questão 03Comentário:

A) As expressões “inteira aquiescência” e “índios patriotas” não foram proferidas pelo mesmo autor. “Inteira aquiescência” teria sido usada pelo arcebispo, no documento assinado por ele, o qual concordava com a destruição da Igreja da Sé. No trecho “[...] o arcebispo, em documento assinado por ele mesmo, deu sua ‘inteira aquiescência’ à obra [...]”, os pronomes “ele” e “sua”, que retomam “arcebispo”, confirmam isso. A expressão “índios patriotas”, por suavez, foi usada por Jorge Amado, como fica explícito napassagem “a irritação anticlerical de Jorge Amado subiu então ao ponto de ele fazer o elogio dos ‘índios patriotas’”.

B) A expressão “experiência culinária” tem, sim, sentido irônico, pois faz alusão ao fato de índios antropófagos terem comido o bispo Sardinha. Para Jorge Amado, os índios seriam “patriotas” por terem comido o bispo.

Questão 04Comentário:

A) De acordo com o texto, a “percepção do contrário” está relacionada tanto à percepção da contradição presente em uma situação cômica quanto ao sentimento de superioridade do sujeito que percebe essa contradição e ri dela. Já“sentimentodocontrário”relaciona-seàidentificaçãodosujeito com a situação do alvo de uma piada, ou seja, com a possibilidade de esse sujeito se colocar no lugar daquele que, a princípio, seria motivo de riso.

B) “Ao percebermos que aquela senhora velha não corresponde ao que uma respeitável velha senhora deveria ser, rimos.” ou “Ao percebermos que aquela senhora velha não corresponde ao que uma respeitável velha senhora deveria ser, rendemo-nos ao riso”.

Questão 05Comentário: Não há uma resposta única e correta a essa questão. Desde que o objetivo estabelecido pelo aluno seja pertinente ao tema e as frases elaboradas como proposição geral para o desenvolvimento do texto sejam fiéis ao objetivo estabelecido, a resposta estará correta. Entretanto, listamos a seguir um exemplo para abordagem de cada um dos temas apenas para ilustrar o que se espera do aluno nessa questão.

A) “Cidadania e participação social”

OBJETIVO: Defender a importância da participação social e do exercício da cidadania, principalmente entre os mais jovens, no Brasil, e demonstrar com exemplos de que modo isso pode melhorar a realidade brasileira.

PROPOSIÇÃO GERAL: É de senso comum a ideia de que brasileiros são conformados e acomodados. É preciso mudar essa postura e fazer as pessoas, principalmente as mais jovens, compreenderem que apenas por meio da participação social e do exercício pleno de cidadania é possível mudar a realidade brasileira, tornando-a melhor para todos.

B) “O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?”

OBJETIVO: Demonstrar que não adianta reclamar da realidade, protestar contra ela ou se conformar com ela, se os jovens não souberem usar o voto como arma para eleger bons representantes, capazes de melhorar o país.

PROPOSIÇÃO GERAL: Reclamações, protestos e críticas de um lado; conformismo e alienação de outro. Essas posturas, que são facilmente reconhecidas em muitos brasileiros, precisam ceder lugar a uma participação política mais ativa e ao bom uso do voto em eleições. Só assim será possível mudar a realidade do país para melhor.

C) “Odesafiodeseconvivercomadiferença”

OBJETIVO: Demonstrar que, apesar dos vários exemplos de intolerância com que se convive na atualidade, a diversidade é essencial para garantir o desenvolvimento das sociedades humanas.

PROPOSIÇÃO GERAL: Na atualidade existem inúmeros exemplos de intolerância em relação a diferenças, sejam étnicas, culturais, religiosas ou políticas. Entretanto, conviver com diferenças é essencial para o desenvolvimento das sociedades humanas. O encontro com o diferente faz os indivíduos conhecerem novas realidades, questionarem velhas certezas e, assim, mudarem a si mesmos, os outros e o mundo.

D) “O indivíduo frente à ética nacional”

OBJETIVO: Defender que, para minimizar os problemas de corrupção no Brasil, é necessário que os indivíduos ajam com retidão e, além disso, auxiliem na fiscalização depequenos e grandes atos ilícitos no país.

PROPOSIÇÃO GERAL: No Brasil, costuma-se culpar sempre os políticos e os outros por atos de corrupção. Entretanto, a ética na sociedade brasileira só vai melhorar quando cada um compreender que, além de condenar grandes atos corruptos dos políticos, é necessário, também, agir com retidão no cotidiano e não tolerar pequenos atos ilícitos com que se deparar em seu dia a dia.

E) “Ajuda humanitária”

OBJETIVO: Demonstrar que a ajuda humanitária, além de auxiliar pessoas necessitadas em diferentes contextos, também é essencial para tornar mais humanos aqueles que ajudam.

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PROPOSIÇÃO GERAL: Catástrofes naturais sempre despertaram solidariedade nas pessoas. A ajuda humanitária não deveria, entretanto, restringir-se somente a esses contextos, mas expandir-se também àqueles em que as pessoas são vítimas de problemas econômicos e sociais. Isso porque a compaixão e a solidariedade que dela normalmente se origina são importantes não apenas para auxiliar vítimas de diferentes tipos de catástrofes, mas também para engrandecer e humanizar aqueles que se solidarizam.

Questão 06Comentário: Essa proposta pode render um trabalho bastante produtivo em sala de aula, o qual permitirá que os alunos, além de treinarem a redação de textos dissertativos e argumentativos, internalizando as diferenças existentes entre as duas tipologias, reflitam, também, sobre o modo como utilizam as redes sociais. Sugerimos que os alunos respondam ao formulário de pesquisa e procedam à apuração dos dados em sala de aula. Para apurar os dados, professor, você pode dividir a turma em duplas e encarregar cada uma de apurar o resultado de uma pergunta específica. Assim, o formulário preenchido por cada aluno deverá circular por todas as duplas e cada uma delas vai aferir as porcentagens que cada item de cada pergunta obteve. Essa estratégia certamente ajudará a agilizar o processo de apuração, bem como poderá fazer com que os alunos se envolvam mais com a atividade.

Depois de apurados os dados, pode-se solicitar que cada dupla apresente, por escrito, na lousa, as porcentagens de cada item em cada resposta.

De posse desses dados, você, professor, pode ajudar os alunos a interpretá-los. Nesse caso, seria interessante que, a partir dos resultados, fossem formuladas algumas assertivas. Por exemplo: “a maioria dos entrevistados acessa a Internet de um computador de mesa, de sua casa”; “o acesso à Internet por meio de smartphones ainda é restrito entre os pesquisados”; “a rede social mais popular entre os entrevistados é o Facebook, seguida de perto pelo Twitter”; “o maior interesse dos entrevistados nas redes sociais é fazer novas amizades e manter contato com os amigos”; “o interesse dos pesquisados por informações políticas e econômicas divulgadas em redes sociais ainda é pequeno”; “apenas uma pequena parte dos entrevistados já participou de campanhas ou protestos organizados / divulgados nas redes sociais”, etc. Assertivas similares a essas auxiliarão os alunos na composição dos textos. Individualmente, o que cada aluno fará é pensar sobre a melhor forma de selecionar, organizar e apresentar as informações obtidas.

Cabe a você, professor, ainda, reiterar as orientações dadas nos enunciados das duas propostas, deixando claro que a opinião sobre os resultados só deve aparecer no texto argumentativo. Vale ressaltar que a opinião deverá ser justificada para que o texto fique bem fundamentado e que, nesse caso, é válido lançar mão de informações e argumentos de naturezas diversas. Por exemplo, se o aluno defender a opinião de que o grupo entrevistado não sabe tirar proveito de todas as possibilidades oferecidas pelas redes sociais, pode justificar essa afirmação dizendo que as redes ainda são um fenômeno recente e que serão utilizadas de modo mais proveitoso com o passar do tempo e com a disseminação de informações que coloquem em foco o seu potencial de transformação social. Claro que essa é apenas uma sugestão, uma hipótese, que irá variar de acordo com os resultados obtidos na pesquisa e com a avaliação que os alunos fizerem desses resultados.

Questão 07Comentário: Para atender ao objetivo da proposta, o aluno deveria observar os dois comandos presentes no enunciado. O primeiro comando, “contrastar”, exige que se destaquem as diferenças entre as atitudes das personagens das charges. Para isso, o aluno poderia fazer referência direta aos textos ou, a partir da análise destes, fazer menção apenas às posturas das personagens, como se representassem um universo maior. Para atender ao segundo comando, “relacionar”, seria preciso que o aluno lançasse mão de conhecimentos extratextuais acerca dos graves problemas ambientais hoje enfrentados e das diversas atitudes que são tomadas para solucioná-los.

Na primeira charge, sugere-se que a personagem tem uma postura mais pragmática (e mesmo mais radical) de combate aos problemas ambientais. Isso pode ser observado, no texto, a partir da tentativa do personagem em derrubar, a machadadas, uma chaminé (fonte de poluição), tal como, até então, tem-se feito com as reservas naturais. Na segunda charge, a postura da personagem é mais pacífica, embora também se sugira um conflito entre um ideal de harmonia com a natureza – que está explícito na tela pintada pelo personagem – e a realidade que caracteriza o espaço urbano. A partir disso, o aluno poderia afirmar que:

• aprimeirapersonagemtemumaatitudeengajada,atuanteno que diz respeito ao combate aos problemas ambientais, enquanto a do segundo texto, apesar de desejar uma vida mais ligada à natureza, parece conformar-se com a realidade em que vive;

• a primeira personagem tem uma postura radical –semelhante a diversos grupos que promovem protestos, manifestos, ações efetivas ou mesmo que se opõem ao desenvolvimento e ao progresso em alguns casos –, enquanto a atitude da personagem da outra charge sugere umcomportamentomaispacíficoquantoaosproblemasambientais, embora essa atitude também possa ser interpretada como uma tentativa de conscientização (caso se pense, por exemplo, que a arte pode ter esse papel).

Questão 08Comentário: Nos fragmentos destacados, João Ubaldo critica a intervenção excessiva do Estado na vida dos governados. De forma irônica, o autor ressalta o direito que o indivíduo deve ter de pensar por si só, construindo suas próprias opiniões. Ferreira Gullar condena a exigência de se falar politicamente correto, pois, para o poeta, falar também é um exercício de liberdade. Tendo em vista essa relação entre a liberdade e o uso da linguagem, o aluno deve refletir sobre a importância e os perigos da linguagem na vida cotidiana. Para isso, ele pode:• argumentaremfavordaideiadequealínguaexistepara

servir ao sujeito, que a utiliza conforme suas necessidades. Se, ao contrário, em sua fala cotidiana, o falante for escravo das normas prescritas em códigos e manuais, sua comunicação poderá ser prejudicada, pois poderá perder em clareza, em expressividade ou mesmo em criatividade.

• argumentaremfavordaideiadequeaspalavraspossuemcarga semântica negativa ou positiva e que, portanto, a sua escolha carrega intrinsecamente um juízo de valor. Nesse sentido, o uso de termos pejorativos poderia contribuir para a disseminação de posturas preconceituosas.

Qualquer que seja o posicionamento do aluno, ele não pode perder de vista que o que está em foco é a força da linguagem, o seu impacto nas relações sociais. Dessa forma, o aluno deve sempre ter em mente que, por trás de todo enunciado “bom ou mau”, existe a intencionalidade (positiva ou negativa) do falante, a qual se manifesta na sua escolha vocabular. Além disso, o aluno deve atribuir um título ao seu texto.

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Questão 09Comentário: Os textos-base apresentados na proposta da questão giram em torno da discussão sobre a existência ou não de uma verdade absoluta. Ao elaborar um texto dissertativo, com título, sobre o tema “A verdade dos fatos e a verdade de cada um”, o aluno pode desenvolver a ideia de que a verdade é sempre relativa. Para fundamentar essa tese, ele pode se apoiar na canção de Raul Seixas, que mostra a verdade como algo vulnerável à passagem do tempo, e no texto “Maneira de ver as coisas”, que sugere que a verdade muda conforme o ponto de vista de cada um. Por outro lado, o aluno pode, em seu texto, defender a existência de verdades absolutas, levando em conta o caos de que fala o autor do primeiro texto. Outra opção é construir um texto que não expresse uma opinião dialética. Nesse caso, o aluno apresentaria os dois posicionamentos descritos e consideraria a validade de cada um deles.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário: De acordo com a orientação do enunciado, o aluno deve focar em seu texto a importância da conscientização da sociedade, especialmente dos jovens, quanto à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nesse sentido, é possível dar destaque para as doenças mais graves, como a AIDS, que podem levar à morte, bem como para doenças que comumente aparecem associadas às sexualmente transmissíveis, como o câncer de colo de útero, que decorre da infecção pelo papilomavírus. O texto deve focar, ainda, as possiblidades de obtenção e divulgação de informações sobre as doenças sexualmente transmissíveis. Nesse caso, é possível recorrer a informações do texto II, que menciona um curso de capacitação para jovens, realizado em Fortaleza, o qual, além de visar a informá-los sobre o tema, visa também a que se tornem disseminadores de informações. É possível citar, ainda, outras formas de atuação, como campanhas na mídia e em redes sociais. Vale observar que o texto produzido pelo aluno deve ser bem estruturado, coeso e redigido de acordo com a norma-padrão.

Questão 02Comentário: A partir das definições do Houaiss, o aluno deve, primeiramente, escolher uma ou até duas das ideias sobre fronteira. Após a escolha, deve selecionar os argumentos que melhor se encaixem em seu viés argumentativo. Caso escolha, por exemplo, a definição geográfico-física, o aluno pode argumentar que, em tempos de globalização, as fronteiras são mais fluidas e podem ser redimensionadas por movimentos sociais, etc. Por outro lado, se optar por uma definição mais abstrata, é possível abordar a questão das fronteiras culturais entre dois países ou dois povos distintos ou também as fronteiras do conhecimento humano. Para tornar consistente a argumentação, é necessário recorrer a exemplos como a imagem da proposta e também a fatos contemporâneos que ratificam ou questionam a posição defendida. Ademais, o texto deve conter título e ser redigido na modalidade culta da Língua Portuguesa.

Questão 03 – Letra CComentário: O principal objetivo do texto é “reivindicar uma abordagem da literatura que considere sua dimensão cultural e seu papel na formação de leitores críticos”. Isso é confirmado no parágrafo de conclusão do texto em que o autor afirma que, devido ao modo como o Enem propõe-se a abordar a literatura, estaríamos “caminhando para programas de Literatura de Ensino Médio desencarnados, sem densidade cultural”.

A alternativa A não procede, pois o texto elogia as questões do Enem, justamente por não se limitarem a checar a memorização de informações. O que se afirma nas alternativas B e D, embora esteja de acordo com o texto, não pode ser considerado objetivo principal; são apenas argumentos e ressalvas que respaldam e justificam a opinião defendida. A alternativa E também está incorreta, pois afirma o contrário do que o texto defende, como fica evidenciado em toda argumentação desenvolvida, principalmente no antepenúltimo parágrafo do texto. Está correta, portanto, a alternativa C.

Questão 04 – Letra E Comentário: A função do trecho em destaque, em relação à frase que o antecede, é a de introduzir uma ressalva ao que se afirma nessa frase. Ou seja, embora o autor afirme que “há algo de muito errado no Enem”, ele também reconhece que o exame, bem como outras iniciativas do MEC que foram introduzidas juntamente com ele, tem muitos pontos positivos. Esses pontos positivos são enumerados no trecho em itálico, relativizando a crítica contida na frase que o antecede. Está correta, portanto, a alternativa E.

Questão 05 – Letra EComentário: A resposta a essa questão é a alternativa E, pois nela encontra-se a opinião do autor manifestada de modo explícito. No texto, ele afirma que o bom ensino de Literatura há muito já não se baseia em mera “decoreba” e clichês, e, se porventura, isso acontece, “é para atender exatamente à cretinice de certos vestibulares”. Ao argumentar que determinados vestibulares aplicam métodos cretinos, há uma expressão clara de que o autor discorda dos métodos de avaliação empregados pelas instituições em questão. As demais alternativas não deixam explícita a manifestação da opinião do autor referido.

Questão 06 – Letra DComentário: Na passagem apresentada, o autor critica principalmente o tradicionalismo que marca o ensino de Literatura no país. Ao afirmar que a área de literatura foi governada pela visão escolástica, desde os primórdios do ensino formal no Brasil, realiza-se uma crítica aos métodos tradicionais que permearam, e ainda permeiam, o ensino literário na nação. Ou seja, este ainda se encontra aquém de uma emancipação. As demais alternativas, A, B, C e E, ainda que apresentem ideias constantes no texto, não abordam a principal crítica tecida pelo autor.

Questão 07 – Letra CComentário: A resposta à questão é a alternativa C. Nela é possível substituir os dois pontos por um conectivo explicativo, como “pois” e “porque”, uma vez que, contextualmente, apresenta-se uma explicação acerca de que mecanismos de preparação, em sociedades livres, podem ser criados quando há uma demanda maior que a oferta de vagas em universidades. Assim, a sentença em questão pode ser reescrita, mantendo seu sentido original, da seguinte forma: “Uma tolice, obviamente, pois, em sociedade livre, quando há mais candidatos / vagas, tendem a se criar mecanismos de preparação, como os cursinhos”. Nas demais alternativas, os dois pontos funcionam com valor distinto de explicação, como conclusão na letra A e adição na letra B.

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Questão 08 – Letra AComentário: Apenas a passagem expressa na alternativa A não apresenta linguagem figurada, pois os termos utilizados em sua construção apresentam-se no sentido denotativo. Na alternativa B, há linguagem figurada no trecho “Mas o Enem [...] carrega muitos e graves problemas”, em que o exame Enem é personificado por meio do verbo “carregar”, além de esse verbo comumente ser usado de modo figurativo para se expressar que um objeto ou alguém “apresentam” determinada característica. Nas alternativas C e D, a linguagem figurada se faz presente nos trechos “[...] o futuro do ensino nessa área está em vésperas de sofrer um golpe” e “[...] quem comanda é o variacionismo [...]”, nos quais há atribuição de uma ação personificada ao “ensino” e ao “variacionismo”, por meio dos verbos “sofrer” e “comandar”, respectivamente. Na alternativa E, ao se afirmar que o ensino de Literatura está “[...] caminhando para programas de Literatura no Ensino Médio desencarnados, sem densidade cultural [...]”, é utilizada a linguagem figurada para indicar, contextualmente, consequências que implicarão o ensino literário no Ensino Médio.

Seção Enem

Questão 01Comentário: O aluno deve redigir um texto dissertativo- -argumentativo sobre Ajuda Humanitária. Pelo fato de o tema ser amplo, os textos motivadores delimitam o assunto e oferecem possíveis argumentos para a redação. O primeiro texto noticia a participação de alunos e professores de uma universidade estadual no treinamento de situações de emergência. O segundo texto evidencia a importância da Internet no auxílio às vítimas do terremoto no Haiti. O terceiro texto, um cartaz veiculado pela prefeitura de Ribeirão Preto, expõe a necessidade de auxílio às vítimas das chuvas no Rio de Janeiro. A coletânea de textos sugere que a resolução de problemas decorrentes de grandes tragédias não deve partir apenas do poder público, mas de ações descentralizadas. Uma estratégia argumentativa interessante é a exemplificação do caso ocorrido no Haiti como fenômeno capaz de mobilizar as pessoas em todo o mundo mediante o uso da Internet. A importância dos novos meios de comunicação aponta caminhos para que seja desenvolvida uma proposta de intervenção consistente. Trata-se, entretanto, de uma sugestão. O aluno pode optar por outra linha argumentativa, desde que produza um texto coeso, coerente e adequado à norma-padrão.

Questão 02 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 24

Comentário: No fragmento do texto de Raduan Nassar, a estratégia mais explícita de envolvimento do leitor é o uso do pronome pessoal “você”, como no trecho “espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez [...]”. Isso faz com que o leitor se veja projetado no texto e se sinta mais próximo do enunciador.

Questão 03 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: No texto-base, a idealização da carreira futebolística, especialmente ente os jovens socialmente desprivilegiados, é questionada a partir da apresentação de uma das distorções: depositando confiança excessiva nessa escola, muitos deixam de investir na escolarização. Assim, caso não alcancem o sucesso profissional no esporte, tornam-se vulneráveis à marginalização social, pois não têm alternativas de ocupação no mercado de trabalho.

Questão 04 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: No trecho em análise, apresenta-se um problema de grande alcance na sociedade atual (falta de controle de muitas pessoas sobre as próprias finanças) e argumenta-se que, por meio da organização e da disciplina, ele pode ser resolvido. Essa argumentação, no entanto, apenas cita os meios para a resolução do problema, funcionando como estratégia para o convencimento do leitor acerca da leitura da edição da revista que trata dessa questão e de sua solução, conforme indica a alternativa E.

Questão 05 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 9

Habilidade: 28

Comentário: O autor do trecho em análise expressa um posicionamento oposto ao que se diz no senso comum acerca da influência do uso da Internet no cotidiano dos indivíduos. Para ele, a Internet não teria uma influência totalmente negativa nas pessoas, mas apenas potencializaria determinadas características delas, conforme indica a alternativa E. Nesse sentido, uma pessoa individualista tenderia a tornar-se ainda mais individualista ao, por exemplo, se isolar na Internet, enquanto alguém aberto e sociável aumentaria possibilidades de interação com os outros por meio da rede.

Questão 06 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: Está correto o que se afirma na alternativa E, o que pode ser comprovado na frase usada como conclusão para o texto: “Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo”. No texto, não há argumentos que se destinem a avaliar a velhice como um processo desagradável ou a influenciar o leitor a lutar contra esse processo, o que torna incorretas as alternativas C e D. Tampouco há a intenção de relatar fatos sobre a arte de envelhecer, que é tratada de modo genérico no texto. Assim, também não está correta a alternativa B. A alternativa A, por sua vez, embora possa ser inferida a partir da leitura do texto, não evidencia o objetivo do autor, de modo que não serve como resposta ao que é solicitado no enunciado.

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14 Coleção EM1

CAPÍTULO – A4Elementos persuasivos

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: Nesse exercício, o aluno deve compor um texto com o objetivo de apresentar aos leitores a importância do voluntariado. Para atender ao que é solicitado, o aluno deve ter em mente o perfil do público leitor da “Folhateen”, ou seja, deve escrever para adolescentes com acesso a meios modernos de comunicação e pertencentes a uma classe social de certa relevância econômica, utilizando argumentos que sejam adequados à persuasão desse grupo específico de leitores. Como os adolescentes estão em processo de preparação para a vida adulta, é possível usar argumentos similares aos que são usados no texto do portal Universia (texto I), estudado ao longo do capítulo, afirmando-se, por exemplo, que o trabalho voluntário amplia a visão de mundo, faz refletir sobre hábitos de consumo, auxilia na construção de um perfil profissional para o futuro. Também é possível citar outros argumentos, levando em consideração, por exemplo, o idealismo tão característico de adolescentes. Nesse sentido, afirmar, tal como Kanitz em seu texto também estudado no capítulo (texto III), que o voluntariado pode mudar o mundo também seria válido. Além de atentar à adequação dos argumentos ao público, o aluno também deve redigir o texto em linguagem que seja acessível aos adolescentes. Desse modo, embora deva obedecer à correção gramatical, o aluno pode usar uma linguagem mais informal que contenha até mesmo algumas gírias. O texto deve ser coeso e coerente.

Questão 02 Comentário:

A) Os três primeiros períodos do texto são descritivos. Para construí-los, a autora utiliza recursos como verbos no presente do indicativo e enumeração de elementos de uma cena estática: uma rodada de um jogo de roleta em andamento.

B) O trecho “como num lance de roleta” relaciona-se ao ato do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra de proibir, “com uma simples penada”, os cassinos no Brasil, logo após assumir o cargo em 1946.

Questão 03Comentário:

A) Se o provérbio “cada macaco no seu galho” for entendido como umaafirmaçãoaceitável,assumiráosentidodequecadaumdeve restringir-se a suas atribuições, lugar social, campo de atuação, uma vez que vivência e experiência em seu contexto de origem poderiam lhe conferir certa autoridade.

B) Se o provérbio “cada macaco no seu galho” for entendido como uma afirmação autoritária, assumirá, além do sentido aceitável já explicado, também o sentido de que seria imprudente qualquer um buscar conhecer e atuar em contextos distintos daquele de que é originário.

Nesse caso, o provérbio restringiria a possibilidade de as pessoas adquirirem novos conhecimentos, interagirem com indivíduos que tenham origem em contextos (sociais, culturais, profissionais, etc.) distintos e, até mesmo, transitarem entre diferentes classes sociais, culturas e áreas de conhecimento.

Questão 04 Comentário: Nessa questão, o aluno deve demonstrar como a convivência em sociedade é melhorada quando todos compreendem perspectivas diferentes das suas próprias. Como afirma Leonardo Boff, nosso modo de ser, nossos pensamentos e valores não são únicos; há diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer. O aluno poderia argumentar que essa impossibilidade de unificação torna o respeito mútuo imprescindível para que não haja a instalação de um caos. Respeitar as diferenças é elementar para que confrontos sejam evitados. O aluno pode reforçar sua argumentação mencionando guerras ou conflitos que se instauram pela falta de compreensão da perspectiva do outro. Vale ressaltar, também, que hoje, com a globalização, as fronteiras estão cada vez menores, logo, a necessidade de se respeitar a cultura do outro é ainda maior. É possível, ainda, aproveitar as reflexões sobre esse tema e relacioná-las ao quadro de Escher, que revela as diferentes perspectivas sobre um mesmo objeto. O aluno deve atribuir ao texto um título e redigi-lo de acordo com a norma-padrão.

Questão 05 Comentário: Nessa questão, é proposta ao aluno a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo em que se narre um fato por meio do qual ele tenha promovido a inclusão social de alguém ou de um grupo devido a uma ação-cidadã que tenha realizado. Para atender a esse comando, o aluno deve, inicialmente, ter em mente que, apesar de seu texto conter uma narração em primeira pessoa, ele deverá ter um caráter dissertativo-argumentativo. Logo, deve fundamentar, com argumentos consistentes, a tese de que ações sociais, de fato, promovem a inclusão social. Alguns desses argumentos podem ser: capacitação profissional de pessoas carentes, que passam a ter maiores perspectivas no mercado; propagação de medidas de higiene pessoal, que funcionam como prevenção a doenças; programas de erradicação do analfabetismo, que incluem as pessoas no universo letrado; cursinhos comunitários, que garantem ao aluno carente um preparo maior para o vestibular, entre outros. A narração, nesse caso, será apenas uma estratégia argumentativa, não o foco do texto. Caso o aluno não possua um caso real para contar, os trechos apresentados pela proposta podem servir de estímulo para que ele possa criar a situação que será narrada. Ele pode, por exemplo, dizer que atuou como voluntário em oficinas que levam o esporte a crianças e jovens de comunidades carentes ou que dirigiu campanhas de arrecadação de doações para pessoas necessitadas. Nesses casos, o aluno, após narrar sua ação, deve mostrar, ao longo do texto, como ela tornou possível a inclusão dos beneficiados na sociedade. O texto deve ter título e ser produzido em registro culto formal.

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15Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 06Comentário:

A) O primeiro parágrafo do texto cumpre a função de contextualizar o leitor em relação ao assunto a ser discutido, informando sobre o resgate da voz da cidadania no Brasil, sobre como ela é importante e como a participação do povo está alterando a dinâmica da política.

B) A tese do texto é a de que como a voz da sociedade, principalmente dos jovens, pode influenciar na construção de uma política mais voltada para os interesses da população.

C)

Tópico frasal ou ideia-núcleo Ideias secundárias

2º parágrafo

“Lamenta-se pesarosamente que este processo de recuperação da cidadania tenha que incluir, embora

sem obscurecer o sentido pacífico das manifestações, os atos reprováveis e merecedores de adequada

correção disciplinar [...]”

• Os danos causados por manifestantes que têm atitudes reprováveis.

• As possíveis razões para esse tipo de conduta.• O caminho que deve ser seguido para a transfor-

mação.

3º parágrafo

“Neste resgate da voz da cidadania no Brasil, numa pauta que aponta a urgência de mudanças profundas, há de se considerar o lugar histórico e

determinante dos jovens.”

• O protagonismo do jovem na participação política.• A necessidade de diálogo entre governo e povo.

4º parágrafo“Essa transformação social e política inclui cada

cidadão e todas as instituições da sociedade, inclusive aquelas de caráter religioso, cultural e artístico.”

• As exigências das manifestações.• O dever da política.

D) A função do último parágrafo é reafirmar a ideia de que a voz da cidadania está surtindo efeitos na política e frisar a necessidade urgente de uma reforma política.

E) Uma possibilidade de esquema seria: INTRODUÇÃO: contextualização do cenário político e da postura da população diante disso. DESENVOLVIMENTO: 2º parágrafo: atitudes reprováveis nas manifestações. 3º parágrafo: interesse de participação dos jovens na política. 4º parágrafo: necessidade de diálogo entre governo e todas as esferas da sociedade. CONCLUSÃO: reafirmação da tese e observação sobre a solução do problema em relação à política.

Questão 07Comentário: A proposta parte da crise nas bolsas, ocorrida em setembro de 2008, decorrente do desaquecimento do mercado imobiliário americano, para propor uma reflexão mais abrangente sobre o capitalismo, a economia de mercado, a relação do ser humano com o dinheiro. Os textos da coletânea demonstram como as transações ocorridas no mundo virtual da especulação acabam por afetar o mundo real da produção. No caso da crise em questão, por exemplo, a desvalorização das ações de diversas empresas no mercado especulativo afetou diretamente a produção, uma vez que fez reduzir o consumo, levando à demissão em massa ou a férias coletivas de funcionários. A crise leva a refletir também sobre a capacidade de autorregulamentação do mercado, princípio do neoliberalismo que tem vigorado nos últimos anos. Nesse sentido, é interessante repensar a necessidade ou não de o Estado intervir na economia. O artigo de opinião favorece o posicionamento mais explícito do aluno, que pode:

• defenderapráticadaespeculaçãoeosprincípiosneoliberaiscomo válidos e tratar a crise das bolsas como um fenômeno previsível, porém pontual e reversível; ou

• criticaraspráticasespeculativaseaautorregulamentaçãodo mercado, defendendo a necessidade de o Estado intervir na economia, o valor do trabalho e da produção.

A linguagem pode ter mais marcas de subjetividade, como adjetivos e advérbios.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário: O aluno deveria redigir um texto posicionando-se em relação à capacidade do homem de ficar espantado diante das invenções. Se o aluno defender a ideia de que o homem ainda é capaz de se admirar com os inventos, pode argumentar que a capacidade de se espantar é inerente ao ser humano e que a admiração, portanto, depende mais do sujeito do que da originalidade das criações. É possível, ainda, utilizar o argumento de que as novidades nunca acabarão. Sempre existirá uma invenção, uma descoberta, de modo que o espanto também não ficará perdido. Caso o aluno defenda a ideia de que o homem perdeu ou pode perder a capacidade de se surpreender diante das invenções, pode argumentar que, em função de todas as descobertas e novidades ocorridas até agora, o ser humano já espera de tudo, portanto, não se espanta com mais nada.

Questão 02Comentário: O primeiro ponto a ser considerado nessa questão é que a proposta exige do aluno um texto de posicionamento. Logo, mesmo que ele opte por construir um texto que não seja fechado em uma única resposta, “sim” ou “não”, a pergunta proposta pela questão deve ser respondida.

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O gênero artigo de opinião seria adequado nesse caso. Com relação aos argumentos, sendo a resposta do aluno favorável à questão, ele pode argumentar que, assim como os crimes violentos, os crimes ambientais também ferem os direitos dos cidadãos, afetando sua qualidade de vida, na medida em que desestabilizam o meio ambiente e produzem poluição. Não se pode ignorar também o fato de que alguns desses crimes estão relacionados a outros não ambientais, pois, como afirma o autor do primeiro texto, muitas vezes eles existem para custear ações criminosas que despendem mais dinheiro. Além disso, podem ocorrer ameaças de morte e até homicídios nos casos em que os interesses dos criminosos são contrariados. Por outro lado, para responder “não” à pergunta feita pela proposta, o aluno pode defender a valorização do ser humano, dizendo que crimes que afetam diretamente sua integridade física devem ser penalizados de forma mais severa que os demais.

Questão 03 – Letra AComentário: A questão solicita que se identifique a temática central do texto. A alternativa A apresenta a melhor opção, uma vez que faz referência ao tipo de família que é considerada ideal pela autora, isto é, a família careta, orientadora e observadora, descrita ao longo de diferentes passagens do texto.

No quinto parágrafo do texto, por exemplo, a autora afirma: “[...] acredito profundamente que ter filho é ser responsável, que educar filho é observar, apoiar, dar colo de mãe e ombro de pai, quando preciso. E é também deixar aquele ser humano crescer e desabrochar. Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez. Respeitado e cuidado, num equilíbrio amoroso dessas duas coisas”.

Essa concepção da autora é confirmada, entre outros trechos, no último parágrafo, quando ela afirma que “é no velhíssimo instinto, na observação atenta e na escuta interessada que resta a esperança”.

Questão 04 – Letra DComentário: Podemos observar conotação pejorativa na alternativa D, quando o autor afirma que, se os filhos estiverem passando por um momento de angústia, eles vão precisar dos pais, e não de “amiguinhos” para socorrê-los. A palavra “amiguinhos” foi empregada pejorativamente, pois não se refere aos amigos dos filhos, mas sim àqueles pais que agem como se fossem amigos de seus filhos, esquecendo-se de seus deveres como responsáveis pela criação deles.

Questão 05 – Letra EComentário: No texto, o enfoque sobre os conceitos de “direita”, “esquerda” e “política” não estão associados à representatividade partidária e / ou à forma de poder, como sugerem as opções I e II. A postura política da autora está associada a comportamentos éticos da sociedade. Desse modo, as assertivas III e IV apresentam a visão mais adequada diante desse objetivo da autora.

Questão 06 – Letra EComentário: A resposta correta é a alternativa E. A afirmação II pode ser comprovada porque, no último parágrafo, a autora reforça que há pais que seguem livros de receitas que informam sobre como criar filhos, mas se esquecem do mais importante: dar-lhes atenção.

Do mesmo modo, a afirmação III é verdadeira, pois, no parágrafo final, reforça-se que a melhor maneira de formar adultos autoconfiantes é por meio da demonstração de interesse dos pais pelos filhos. Essas afirmativas podem ser comprovadas pelo seguinte fragmento: “É no velhíssimo instinto, na observação atenta e na escuta interessada que resta a esperança. [...] é possível preparar melhor esses que amamos para enfrentar seus naturais conflitos, fazendo melhores escolhas vida afora.” A afirmativa I não pode ser comprovada pelo fato de a autora expressar que, para a resolução de problemas familiares, o uso de manuais e livros de receitas não é mais importante do que o acompanhamento efetivo dos pais na formação de seus filhos, o que pode ser comprovado no trecho “o bom senso, meio fora de moda, é mais importante do que livros e revistas com receitas de como criar filho (como agarrar seu homem, como enlouquecer sua amante...).”.

Questão 07 – Letra EComentário: A resposta a essa questão é a alternativa E, pois nela não há tentativa da autora em direcionar o sentido do que escreve, mas sim uma conclusão acerca dos argumentos acerca da importância do papel efetivo dos pais na formação dos filhos. Nas demais alternativas, por meio, por exemplo, de reiterações e retomada de discursos, é exemplificado como a autora encaminha seus argumentos. Em A e B, isso pode ser confirmado pelas seguintes passagens: “Atenção: na minha coluna não usei ‘careta’ como quadrado [...]” e “Obviamente empreguei esse termo de propósito [...]”, nas quais a autora retoma o sentido do termo “careta”, empregado por ela em um texto anterior, para explicar o significado que será atribuído a esse mesmo termo em sua recente argumentação. Em C, confirma-se essa mesma ideia quando Lya Luft expressa e justifica o porquê de se expressar como sendo um “animal apolítico”, enfatizando, com isso, as ideias que ela utilizará para negar essa mesma afirmativa, ou seja, para enfatizar em sua argumentação que “tudo o que fazemos, [...] é altamente político”. Em D, a autora tenta encaminhar o significado do que escreve por meio da explicação em parênteses quanto às características atribuídas ao termo “família”. Ao enfatizar o sentido de “família frouxa”, “família descuidada” e “família desorganizada”, a autora reforça o direcionamento que quer atribuir ao seu argumento na relação desses termos com a expressão “politicamente correto”.

Questão 08 – Letra BComentário: No trecho em questão, a palavra “repito” exemplifica, reforçando, parte do que foi dito anteriormente. Ao expressar que há pais que se mostram omissos, por exemplo, quanto a companhias e à formação escolar de seus filhos, a autora reforça aspectos já mencionados por ela quanto a responsabilidades que os progenitores devem possuir para manter o sentido de família devidamente conduzido na sociedade.

Questão 09 – Letra DComentário: Apresenta-se como fundamento para a razão antiga dos conservadores o fato de, no Brasil, não haver professores qualificados para ensinar bem as disciplinas obrigatórias, assim como não há docentes qualificados para ensinar Filosofia e Sociologia. Isso pode ser comprovado nos seguintes fragmentos do segundo parágrafo: “No Brasil, não se ensinam direito Matemática, Geografia, Lógica ou Português [...]” e

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Manual do Professor

17Bernoulli Sistema de Ensino

“Quem vai transmitir coisas tão complicadas em torno da

história das interpretações de mundo se não há no mercado

do ensino pré-universitário aqueles mestres capazes de ensinar

as coisas simples já pensadas?”. Dessa forma, as afirmativas

I e II mostram-se verdadeiras. A afirmativa III não procede

porque a autora não argumenta que a interpretação do mundo

não deve ser tarefa para alunos do Ensino Médio; ao contrário,

em seu texto, ele reforça a importância da manutenção no

Ensino Médio de disciplinas como Filosofia e Sociologia, pois,

segundo ela, “aos 15 anos de idade, um mortal, mesmo que

um brasileirinho, pode começar a aprendê-las...” e que elas

se mostram “vitais ao conhecimento de qualquer habitante de

um mundo civilizado”.

Questão 10 – Letra CComentário: Para responder a essa questão, além de fazer

uma boa interpretação do texto, o aluno também precisa

dominar o sentido de “eximir-se”. Na alternativa C, afirma-se

que a autora “exime-se”, ou seja, abstém-se de defender um

ponto de vista sobre o ensino de Filosofia e Sociologia no Ensino

Médio, o que está incorreto, uma vez que fica claro, no texto,

que a autora considera a aprendizagem dessas disciplinas

essencial para “qualquer habitante de um mundo civilizado”.

Todas as demais estratégias argumentativas mencionadas

nas outras alternativas – relato de experiência pessoal, uso

de perguntas retóricas, menções a autores representativos de

diferentes áreas do conhecimento e definição genérica das áreas

de Filosofia e Sociologia – estão presentes no texto.

Questão 11 – Letra AComentário: A afirmativa I apresenta depreciação no

fragmento “[...] sempre tão pronta na imprensa e nas

academias de ginástica[...]”, em que se aponta em quais locais

há comumente uma “onda conservadora”, desvalorizando,

assim, essas instituições socialmente, ao caracterizá-las como

propícias a manter valores conservadores. Nas afirmativas II e

III, não ocorre depreciação de qualquer espécie nos argumentos

da autora, demarcando, assim, a alternativa A como a opção

a ser assinalada.

Questão 12 – Letra DComentário: A temática do texto em questão é a preocupação

atual dos pais com a segurança dos filhos. Nele são apontados

alguns exemplos a respeito de ações dos pais em prol de manter

seus filhos protegidos: apenas uma pequena porcentagem de

crianças americanas vai à escola sozinha e, mesmo quando elas

utilizam transporte público, seus pais as levam até a porta do

veículo. Ademais, analisam-se controvérsias quanto a atitudes

que os pais tomam, em prol da segurança, para garantir uma

vaga na qual eles possam estacionar em frente à porta da

escola na hora de levar e buscar seus filhos.

Seção Enem

Questão 01

Comentário: O aluno deve produzir uma redação que, principalmente, proponha formas de se contornar o problema da violência crescente em nosso país. Os textos do enunciado apontam algumas alternativas úteis para a escrita dos alunos. O fragmento de Maria Rita Kehl expõe duas possibilidades: combater a violência com repressão (e, portanto, com mais violência) ou tentar evitá-la solucionando problemas sociais que, direta ou indiretamente, geram violência. O fragmento de Jurandir Costa, por sua vez, sugere um ciclo de violência e insinua que tentar combatê-la com repressão é “continuar jogando o jogo”. Percebe-se, assim, que o enunciado dá certo direcionamento quanto ao ponto de vista a ser assumido. Não é impossível, entretanto, que o aluno proponha que se combata a violência com repressão, desde que fundamente sua opinião com bons argumentos, que não desrespeitem os direitos humanos. É interessante que o aluno não repita certos lugares-comuns e que evite fazer generalizações, como afirmar que não há alternativa para pessoas empobrecidas senão a de se tornarem criminosas. Vale também reforçar a orientação de que o foco do texto deve estar no modo, na maneira de se resolver o problema em pauta.

Questão 02 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: No texto de Noberto Bobbio, afirma-se que a propaganda “apresenta posições parciais, que refletem apenas o pensamento de uma minoria, como se exprimissem [...] a convicção de uma população; trata-se [...] de convencer o ouvinte ou o leitor de que [...] está fora do caminho certo, e induzi-lo a aderir às teses que lhe são apresentadas, por um mecanismo bem conhecido de psicologia social, o do conformismo induzido por pressões do grupo sobre o indivíduo isolado.” Observa-se, assim, que a publicidade se utiliza da estratégia de propagar as crenças e os interesses de uma minoria, tratada como uma maioria, com vistas a convencer os indivíduos a aderir a certos padrões de comportamento.

Questão 03 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: A autora evidencia que, ao contrário do que se afirma pelo senso comum e do que é reforçado pela mídia, a Internet não é algo por si só negativo para os processos de aprendizagem – pelo contrário, ela pode otimizar esse processo a partir da diversidade de temas e caminhos nela existentes, desde que haja uma devida orientação para as crianças e os jovens que permita alcançar um equilíbrio, como sugere o título, no uso dessa tecnologia.

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Questão 04 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A constatação de que o excesso de peso e de gordura provoca o surgimento de variadas patologias justifica o quadro apresentado, envolvendo a realidade presente entre a população, conforme indica a alternativa C.

Questão 05 – Letra DEixo cognitivo: IV

Competência de área: 7

Habilidade: 24

Comentário: O autor do texto em análise afirma que, ao aumentar o valor dos impostos sobre o cigarro, o governo tornará “o sabor de fumar muito mais ácido”, indicando como essa medida prejudicará os fumantes, levando-os a, de alguma maneira, reavaliar o hábito. O uso da expressão “sabor mais ácido” torna mais clara a avaliação do autor, pois indica um julgamento, um modo de classificar a ação do governo. Está correta, assim, a alternativa D. As demais alternativas apenas apresentam fatos e dados expostos pelo autor de maneira objetiva.

Questão 06 – Letra EEixo cognitivo: IV

Competência de área: 7

Habilidade: 24

Comentário: No anúncio em análise, o recurso utilizado pelo autor para garantir a adesão do público à campanha é o jogo entre as palavras “acordar” e “dormir”. Nesse caso, constrói-se uma oposição entre a situação vivenciada no inverno pelo público-alvo – que teria dificuldade de acordar provavelmente por causa do tempo frio e do aconchego de uma cama quente e confortável – e a situação vivenciada pelos necessitados – que teriam dificuldade de dormir por causa de fome e de frio. Desse modo, evidenciam-se as diferenças entre o problema do leitor e o problema dos necessitados em função de um mesmo contexto: o inverno. Está correta, portanto, a alternativa E.

CAPÍTULO – B3Classicismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 – V V F F FComentário: Para a resolução dessa questão, analisaremos cada uma das afirmativas.

I. Verdadeira. O Teocentrismo vigente na Idade Média adotava Deus como tema filosófico central e acreditava em um determinismo divino na vida do ser humano. Surgido em oposição a essa concepção de mundo, na transição entre a Idade Média e o Renascimento, o Humanismo passou a situar o ser humano no centro das reflexões filosóficas, enaltecendo-o e valorizando suas habilidades.

Os postulados humanistas também exaltavam o livre-arbítrio, que consiste na possibilidade de o ser humano decidir os valores e as atitudes em sua vida de maneira desvinculada da religião. A afirmativa é, portanto, verdadeira.

II. Verdadeira. A arte gótica é figurativa e suas formas procuram expressar mais a beleza ideal do divino do que formas da realidade, com base na iconografia cristã. Com o advento do Humanismo, a representação fiel de cenas com base na observação da natureza, sem cunho religioso, e de figuras humanizadas provoca o declínio da arte gótica, o que confirma como verdadeira a afirmativa.

III. Falsa. A racionalidade é uma característica marcante do Renascimento, pois a razão humana era valorizada em oposição à autoridade divina medieval. A razão como a propiciadora do conhecimento é percebida nas obras de arte renascentistas na aplicação de princípios matemáticos, anatômicos e físicos, que garantem, por exemplo, a perspectiva nas pinturas, o equilíbrio nas esculturas e o rigor métrico nos poemas.

IV. Falsa. O conceito estético de belo, na arte clássica, está associado à harmonia das formas, ao rigor matemático e ao equilíbrio. Nesse sentido, a mimese, ou imitação da natureza, é justamente o que possibilitaria à arte atingir esse ideal de beleza, o que torna falsa a afirmativa.

V. Falsa. O poema Os Lusíadas, de Camões, não possui caráter lírico, e sim épico. A poesia lírica é caracterizada pela subjetividade, em que o eu lírico expõe ao leitor suas emoções ou pensamentos. Já o poema épico é uma narrativa em que a história de um povo é representada na figura de um herói.

Questão 02Comentário: Ao relacionar Antiguidade Clássica e Classicismo sob o ponto de vista dos valores estéticos, o aluno deve considerar que o Classicismo, expressão artística do Renascimento, propõe um retorno aos ideais estéticos e valores culturais da Antiguidade Clássica. Nesse sentido, podem ser abordados o ideal estético de mimese ou imitação da natureza, o corpo humano como tema, a presença da mitologia pagã, a busca da harmonia e do equilíbrio matemáticos, etc., comuns a ambas as manifestações artísticas. É importante apontar para os alunos a impossibilidade de um retorno completo à arte antiga, visto que na Antiguidade o ser humano não era visto separado da natureza, mas formava com ela uma unidade, o que se manifestava em suas obras. Na época em que se manifestou o Classicismo, entretanto, o indivíduo já se encontrava fragmentado em sua formação e especializado, impossibilitando-o, por exemplo, de representar todo um povo na figura de um herói épico, a não ser como construção literária.

Questão 03Comentário: O que renasce no Renascimento? Alguns valores humanistas da Grécia antiga, como o culto das formas do corpo humano e a retomada da mitologia greco-romana, sob o novo rótulo de “maravilhoso pagão”. Entretanto, é preciso reconhecer que houve também mudanças em relação aos valores greco-latinos, como o prestígio que passam a ter os artistas que trabalham com as mãos, como pintores e escultores (vítimas de preconceito no período helênico). No Renascimento, é o artista plástico que concede favor ao rico príncipe, aceitando encomendas.

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19Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 04Comentário: A questão pede que sejam identificadas as figuras de linguagem referentes a cada passagem das alternativas; e que seja explicado o efeito de sentido provocado por elas. Na primeira passagem, há metáfora, uma vez que há transferência de sentido entre dois seres ou elementos distintos sem, contudo, positivar uma comparação. Na segunda alternativa, há personificação das flores, no caso, por meio do verbo “sofrer”, cujo conteúdo exprime uma ação feita por um animal, e não por um vegetal. Na terceira alternativa, demonstra-se a metonímia, a transferência do todo pela parte, ou seja, no caso, “o nosso peito” quer dizer o indivíduo inteiro. Na última alternativa, há o abrandamento da carga negativa contida na palavra “morte”, no trecho do poema de Manuel Bandeira, ao valer-se da expressão “indesejada das gentes”, configurando, portanto, um eufemismo.

Questão 05 – Letra BComentário: A figura de estilo presente no verso “As casas

espiam [...]”, de Carlos Drummond de Andrade, é a

personificação, que consiste na atribuição de características ou

comportamentos humanos (no caso, o ato de espiar) a coisas

inanimadas (as casas).

Questão 06 – Letra AComentário: A figura de linguagem possível de ser identificada

no trecho do poema de Miguel Sanches Neto é a metáfora,

uma vez que há a transferência direta de sentido entre dois

elementos diferentes, no caso, “escrever” e “caçar caranguejos /

à maneira de guaxinins”, que são duas ações diferentes

superpostas sem conjunção.

Questão 07 – Letra AComentário: Nesse trecho do poema “Navio negreiro”, de

Castro Alves, podemos encontrar duas figuras de linguagem

que se destacam: personificação e metáfora. A personificação

é consequência natural de se tomar o mar como uma entidade

e é explicitada pelo eu lírico ao designar um verbo típico de

seres animados para um ser inanimado, o verbo “apagar”.

É possível, ainda, encontrar a metáfora na expressão “esponja

de tuas vagas”, que quer dizer o mesmo que “as vagas, que

são uma esponja”.

Questão 08 – Letra EComentário: A metáfora é uma figura de linguagem em que

se transfere um termo para uma significação diferente da

original, comparando implicitamente elementos sem utilizar

a conjunção comparativa. Assim, a frase “Todo cais é uma

saudade de pedra”, verso da “Ode Marítima” de Álvaro de

Campos, estabelece uma comparação implícita entre “todo

cais” e “saudade de pedra”, deslocando a palavra “saudade”

de seu sentido denotativo.

Questão 09 – Letra EComentário: A comparação pode ser definida como uma analogia entre dois seres, ações, entidades, etc., embora os dois elementos não se fundam, como na metáfora, mantendo-se explícita a analogia por meio de uma conjunção ou expressão conjuntiva. Assim, a única alternativa que não conserva tais características é a última, em que não se comparam dois ou mais elementos, apenas dispõe-se das condições do sentido do enunciador.

Questão 10 – Letra D Comentário: Apesar da frequente valorização otimista dos traços humanistas na produção artística dessa época, o tom que predomina nesse poema é pessimista, como se percebe, na segunda estrofe, na dúvida entre parênteses, da existência de algum bem. O último verso fala de um tipo de mudança inesperado, confirmando a instabilidade das coisas do mundo e a falta de qualquer espécie de segurança para o ser humano.

Questão 11 – Letra C Comentário: Os versos iniciais do poema camoniano Os Lusíadas expõem os fatos gloriosos que serão narrados no poema, no sentido de valorizá-los, e não de criticá-los. Assim, a expansão portuguesa sobre a África e a Ásia é referida do ponto de vista da coragem e da bravura dos portugueses ao dominar esses territórios, e não como uma atitude de violência imperialista. Portanto, a alternativa C é a incorreta.

Questão 12 Comentário: Para responder a essa questão, o aluno deve perceber que as duas primeiras estrofes constituem um único período composto, em que os 14 versos iniciais são o objeto direto do verbo “espalhar”, presente no 15º verso. Assim, ele poderá identificar a ação a que o sujeito poético se propõe – espalhar por meio do canto – e os elementos a serem cantados, que são os feitos lusitanos em suas navegações, além da exaltação da memória dos reis responsáveis pela expansão portuguesa na África e na Ásia.

Questão 13Comentário: Podemos identificar no texto dois propósitos a que serviu a expansão marítima: a conquista de novos territórios, evidente nos versos “E entre gente remota edificaram / Novo reino, que tanto sublimaram”, e a difusão da fé cristã para outros povos, citada nos versos “Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé [...]”.

Questão 14Comentário: A valorização dos grandes feitos humanos está clara em um verso como “Mais do que prometia a força humana”, o qual mostra a superação humana em relação a seus próprios limites. Os versos “Que eu canto o peito ilustre lusitano” e “Que outro valor mais alto se alevanta” colocam deuses e outros homens (Netuno, Marte, Alexandre e Trajano) em segundo plano diante das proezas dos lusos. São os deuses que passam a obedecer aos homens, em clara inversão de valores.

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20 Coleção EM1

Questão 15 – Letra DComentário: O texto traz a presença de mitologia pagã, nas figuras de Netuno – deus dos oceanos – e Marte – deus da guerra –, apresenta a valorização da perfeição formal em seus versos decassílabos rimados e também uma visão humanista e antropocêntrica, pois as habilidades humanas de navegação e a coragem são exaltadas como as propiciadoras da glória portuguesa, ao invés da ajuda divina. A característica que não está presente no texto é, portanto, a citada na alternativa D.

Questão 16Comentário:

A) A distribuição das estrofes em dois quartetos e dois tercetos é a formalização básica e tradicional do soneto. Quanto ao conteúdo, nota-se que as estrofes vão narrando uma pequenahistóriaalegórica(asfloresrepresentamtiposdemulheres),paraseencerrarnachave-de-ouro(versofinal),em que Cupido (deus do amor) faz sua escolha pela violeta (Violante) em detrimento do lírio e da rosa.

B) Um dos elementos óbvios da cultura greco-romana nesse soneto é a Mitologia (Diana, Vênus, Cupido), outro é a correspondência alegórica entre as flores e figuras demulheres, dentre as quais destaca-se Violante, nome perceptívelnotrocadilhofeitonoversofinal.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário:

A) A concepção de mulher que perpassa esse soneto camoniano vem do humanismo renascentista e aproveita o idealismo platônico (tendência filosófica que valorizao mundo das ideias, desprezando a condição material). O sujeito poético coloca-se na condição de um adorador dessa mulher, alçada sempre a uma posição inatingível (amor verticalizado).

B) Uma característica clássica, de ordem formal, presente no soneto citado é a chamada “medida nova”, representada pelos versos decassílabos. Cultivada inicialmente na Itália, por Petrarca, ganha expressão, em Língua Portuguesa, na lírica de Camões e vem substituir a chamada “medida velha”, representada pelas redondilhas maiores e menores.

Outra característica clássica apresentada por esse soneto são as relações lógicas de pensamento, como causa / efeito, nos dois últimos versos da primeira estrofe. Outro exemplo de raciocínio lógico está na explicação do não merecimento da mulher por parte do eu lírico: “o sentir claro as cousas da senhora”.

Essa questão mostra ao estudante a concepção de mulher que preside a poesia lírica renascentista. Seria interessante que o aluno cotejasse essa imagem feminina presente no soneto camoniano com a representação da mulher extraída de poetas do século XX e XXI.

Questão 02Comentário: No poema “Cantiga, partindo-se”, de João Roiz de Castelo-Branco, para retratar a dor da separação o eu lírico tem, no processo de interlocução, a amada como referente e, de modo metonímico, retrata o sofrimento através dos seus olhos.

Isso pode ser comprovado pelos seguintes versos do poema: “Senhora, partem tão tristes / meus olhos por vós, meu bem, [...]” e “Tão tristes, tão saudosos, / tão doentes da partida, [...]”. No poema “Soneto”, de Luís de Camões, a dor da separação se traduz por meio da natureza, em especial da madrugada, que, como testemunha da separação dos amantes, reflete em sua composição o sofrimento que ambos carregam. Isso pode ser comprovado pelas seguintes passagens do poema: “Aquela triste e leda madrugada / cheia toda de mágoa e piedade, [...]” e “Ela só [...] / viu apartar-se de uma outra vontade, / que nunca poderá ver-se apartada.”

Questão 03Comentário:

A) O desejo do gigante Adamastor por Tétis (uma das nereidas, filhadeNereueDóris)éproporcionalaotamanhodeleese acentua ao ver a ninfa nua, na praia, em companhia das outras nereidas. É um desejo erótico, ardente e prioritário. Diante da impossibilidade de abordá-lo diretamente, vale-se de Dóris como intermediária, mas a resposta irônicadeTétismostrasuadificuldadeemcorresponderao desmedido amor do gigante.

B) Adamastor é personagem mitológica, um dos gigantes que pretenderam destronar Júpiter. Acabou vencido por este e sepultado sob um monte. Por isso, Camões escolheu esse nome (Adamastor) para representar o Cabo das Tormentas (depois Cabo da Boa Esperança), obstáculo à passagem dos navegadores portugueses.

A relevância dessa questão está no fato de um estudante do século XXI perceber a influência mitológica clássica na arte renascentista, no caso, um episódio de caráter lírico na épica camoniana (Os Lusíadas). A presença mitológica é um dos elementos da retomada da cultura greco-latina, que caracteriza o Renascimento.

Questão 04Comentário:

A) Em “Cantiga”, o eu poemático se dirige a duas interlocutoras, como vemos em: “Bailemos nós já todas três, ai amigas [...]”. Em “Confessor medieval”, o eu poemático se dirige a uma interlocutora que ganhou uma saia de seda de seu amigo, como vemos em: “Irias à bailia com teu amigo / Se ele não te dera saia de sirgo?”.

B) No poema “Cantiga”, a pessoa gramatical utilizada é a primeira pessoa do plural e, assim, o próprio eu poemático se insere entre as interlocutoras, como vemos em “bailemos”, “fazemos” e “parecemos”. Já no poema de Cecília Meireles, a pessoa gramatical utilizada em referência ao interlocutor é a segunda pessoa do singular, como vemos em “irias” e “amavas”.

Questão 05Comentário:

A) AcantigadeAirasNunespodeserclassificadacomo“cantigade amigo”, pois o eu poemático representa uma mulher que dialoga com suas amigas, convidando-as a dançar.

B) Considerando o título do poema de Cecília Meireles, o eu poemático representa a figura do padre a quem ainterlocutora se confessa.

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21Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 06 – Letra AComentário: Os elementos apresentados se referem a características das cantigas de amigo. Embora elas sejam escritas por um trovador, nelas o eu lírico se apresenta na voz poética feminina e fala da saudade que sente do amigo (namorado) ausente. Sendo assim, quem passa pelo sofrimento amoroso é uma mulher, diferentemente das cantigas de amor, em que o eu lírico fala na voz de um homem, que dirige sua louvação e confissão de amor a uma dama.

Questão 07 – Letra AComentário: Gil Vicente foi um atento observador da criatura humana e criou tipos populares inesquecíveis em sua obra teatral, eminentemente satírica. Contudo, são também relevantes, no teatro vicentino, encenações da vida de Cristo (Mistérios) e dos santos (Milagres). Assim, é correto afirmar, como o faz a alternativa A, que a obra vicentina é composta tanto por peças de cunho satírico quanto peças de cunho religioso. Exemplos de peças satíricas são O velho da horta e Farsa de Inês Pereira, entre outros. Exemplos de peças religiosas são o Auto da alma, o Auto dos Reis Magos e o Auto de São Martinho. Esse autor nada tem a ver com a introdução da lírica trovadoresca em Portugal (alternativa B), nem com a autoria da novela de cavalaria Amadis de Gaula (alternativa C), publicada por Ordónez de Montalvo (1508), a partir de um original português de Vasco de Lobeira (século XIII). Gil Vicente escreveu também em espanhol, inspirando-se no teatro pastoril de Juan del Encina, ao contrário do que afirma a alternativa D. O teatro vicentino não é, ainda, propriamente clássico, como se lê na alternativa E.

Questão 08 – Letra EComentário: O Humanismo surgiu na transição entre Idade Média e Renascimento e propôs o antropocentrismo em oposição ao teocentrismo medieval. Portanto, a resposta incorreta é a alternativa E.

Questão 09 – Letra CComentário: A diversidade da linguagem é característica marcante no teatro de Gil Vicente, que mescla a linguagem palaciana e a popular para caracterizar a posição social e a personalidade de cada personagem. Assim, as personagens se autodefinem no próprio diálogo. Portanto, está correta a alternativa C. O fato de o texto apresentado ser o trecho de uma sátira na qual o casamento é tratado como um acordo financeiro torna incorretas as demais alternativas.

Questão 10 – Letra DComentário: Apresenta-se como característica do teatro de Gil Vicente a preocupação com o homem e com a religião. Em suas peças, havia um caráter moralizante, com preocupação em tematizar comportamentos que eram condenáveis, e enaltecer as virtudes, tomando a religião católica como referência.

As críticas, entretanto, eram voltadas para os sujeitos, e não para a doutrina ou para a instituição religiosa, o que torna a alternativa A falsa, pois o teatro vicentino não era caracterizado pela revolta contra o cristianismo. A alternativa B é falsa, pois a escrita em prosa é uma característica textual que dista do teatro. As alternativas C e E estão incorretas, porque não há nas peças de Gil Vicente uma elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados nem a busca de conceitos universais. As suas obras versavam por uma representação que fosse facilmente identificável pela plateia para que se pudesse censurar – e não definir – comportamentos socialmente inadequados.

Questão 11 – Letra EComentário: A alternativa E, resposta da questão, explicita o vínculo estrutural de “Atrás da porta”, canção de Chico Buarque, com a cantiga medieval de amigo, e de “Queixa”, de Caetano Veloso, com a cantiga de amor.

As opções A e B estão erradas, porque abrangem apenas partes das citadas aproximações. A letra C está errada, porque a característica apresentada não é da cantiga de amor, e sim da de amigo. E a letra D também está errada, porque “Queixa” não é uma cantiga medieval de amigo, e sim uma composição musical do século XX.

O grande mérito dessa questão é levar o aluno a compreender que as cantigas medievais ecoam, de certa forma, em canções de compositores cuja obra é familiar a muitos desses jovens estudantes.

Questão 12 – Letra BComentário: Apenas a afirmativa II é correta, visto que a mulher, na tópica renascentista, não era compreendida como um ser impuro nem se apresentava como uma companheira palpável, uma vez que a realização amorosa ocorria no plano espiritual. A figura feminina era, ao contrário, divinizada, retratada como inatingível por influência do platonismo e adorada pelo eu poético em continuidade à tradição lírica medieval de vassalagem.

Questão 13 – Letra DComentário: No soneto em questão, o poeta transmite um sentimento de hostilidade em relação às mudanças e uma sensação de que a passagem do tempo tem a capacidade de agravar ainda mais os sofrimentos. Isso pode ser comprovado nos seguintes versos: “Continuamente vemos novidades, / diferentes em tudo da esperança; / do mal ficam as mágoas na lembrança, / e do bem (se algum houve), as saudades.”, em que o advérbio “Continuamente” reforça a ideia de que não é possível controlar as mudanças ininterruptas do mundo e que elas, geralmente, acontecem para pior. Ademais, na terceira estrofe, por meio dos versos “O tempo cobre o chão de verde manto, / que já coberto foi de neve fria, / e, enfim, converte em choro o doce canto.”, expressa-se que as mudanças que acontecem são sempre diferentes do que se ansiava, pois as mudanças sofridas pelas pessoas não seguem um “caminho” natural, o que pode lhes causar sofrimento, dor e tristeza.

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22 Coleção EM1

Questão 14 – Letra EComentário: No soneto em questão, não se pode encontrar a “sensualidade” como característica, o que indica a alternativa E como sendo falsa. As alternativas A e C podem ser comprovadas por meio do primeiro quarteto, em que o poeta indica que a vontade de liberdade do novo homem se apresenta como um aprisionamento nos moldes da racionalidade. Isso pode ser exemplificado nos seguintes versos: “Quando a suprema dor muito me aperta, / se digo que desejo esquecimento, / é força que se faz ao pensamento, / de que a vontade livre desconcerta.”, o que permite encontrar “racionalização do sofrimento” e “introspecção” como características presentes no soneto. A alternativa B pode ser comprovada nos versos “Porque essa própria imagem, que na mente / me representa o bem de que careço, / faz-mo de um certo modo ser presente.”, em que se expressa o “platonismo”, a manifestação idealizada do sentimento amoroso. A alternativa D está correta porque, no último terceto, há expressão da “angústia reflexiva” por meio dos seguintes versos: “Ditosa é logo a pena que padeço, / pois que da causa dela em mim se sente / um bem que, inda sem ver-vos, reconheço.”, em que a felicidade se torna a pena da qual o poeta padece.

Questão 15 – Letra DComentário: A resposta à questão é a alternativa D, pois, na estrofe camoniana em questão, o conceito de amor ultrapassa o limite do plano físico e prende-se ao amor idealizado, livre de oscilações do sentimento amoroso. Nos versos “Porque, enfim, a alma vive eternamente, / E o amor é efeito da alma, e sempre dura.”, tem-se um amor que se mantém no plano espiritual, ou seja, o amor neoplatônico, que passa a assumir um caráter de eternidade e, por isso, transcende a própria morte, que é a mais irreversível forma de separação.

Questão 16 – Letra DComentário: A resposta a essa questão é a alternativa D, pois na lírica camoniana encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX. Um desses poetas é Vinicius de Moraes, que, em seu “Soneto do amor maior”, apresenta clara inspiração na poesia de Camões. Isso pode ser comprovado pelos versos: “Maior amor nem mais estranho existe / Que o meu, que não sossega a coisa amada / E quando a sente alegre, fica triste / E se a vê descontente, dá risada / [...] Louco amor meu que, quando toca, fere / E quando fere, vibra, mas prefere / Ferir a fenecer – e vive a esmo”, em que há uma aproximação na visão do amor idealizado e na forma poética – marcada, por exemplo, por antíteses – com um dos mais conhecidos versos camonianos: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer”.

Questão 17 – Letra EComentário: A afirmativa incorreta é a alternativa E, que afirma ser o poema Os Lusíadas composto em sonetos decassílabos, quando é composto em oitavas decassílabas.

Questão 18 – Letra BComentário: A resposta a essa questão é a alternativa B, pois ela se apresenta como falsa ao expressar que no lirismo camoniano é possível separar emoção e razão, uma vez que o desconcerto amoroso inexiste nesse gênero poético. Um dos temas mais recorrentes na poesia camoniana é o “desconcerto do mundo”, no qual se inclui o desconcerto na natureza amorosa. Nos sonetos que retratam essa temática, o que se observa do mundo nem sempre corresponde à realidade, ou seja, as coisas observadas racionalmente não são justas, ordenadas, mas sim incoerentes, ilógicas, o que implica, inegavelmente, equívocos, desordens, erros, os quais levam ao sofrimento do eu lírico. As demais alternativas apresentam afirmativas corretas quanto ao lirismo de Camões.

Questão 19 – Letra BComentário: No soneto em questão, a característica da poesia clássica renascentista se refere ao jogo de contradições e perplexidades que atormentam o poeta. Isso pode ser comprovado nos seguintes versos do primeiro e do terceiro tercetos: “Que em vivo ardor tremendo estou de frio; [...] / O mundo todo abarco e nada aperto. / [...] Estando em terra, chego ao céu voando, / Numa hora acho mil anos, e é de jeito / Que em mil anos não posso achar uma hora.” Há, nesse soneto camoniano, uma oposição entre a perfeição existente no plano das ideias e a imperfeição do plano terreno, que é responsável por condicionar o ser humano e, por consequência, levá-lo à angústia, ao tormento.

Questão 20 – Letra CComentário: Na estrofe camoniana em questão, de Os Lusíadas, o poeta lamenta a condição humana ante os perigos, sofrimentos e incertezas da vida. Esses aspectos são comumente encontrados na lírica de Camões, nas temáticas que expressam as mudanças constantes por que passa a humanidade. Isso pode ser comprovado nos seguintes versos: “Onde terá segura a curta vida, / Que não se arme e se indigne o céu sereno / Contra um bicho da terra tão pequeno?”.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A questão demanda uma análise intersemiótica entre a tela de Rafael Sanzio e o soneto camoniano, em que o elemento comum é a figura feminina idealizada. As características do soneto camoniano estão imbuídas pelo espírito humanista renascentista, no qual vigora uma revalorização estética clássica, com elementos formais, como proporção, simetria e equilíbrio, que engendram o tema do amor platônico. Na tela de Sanzio, as mesmas características imperam na figura de uma mulher segurando ao colo um unicórnio.

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23Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 02 – Letra B Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A resposta correta é a alternativa B, pela clara menção a um deus mitológico, que abre as portas do mar aos habitantes de um lugar no qual aportam as naus portuguesas. As reflexões contidas na opção A não fazem referência à mitologia; o mesmo ocorre nas alternativas C e D, que se referem ao episódio do Velho do Restelo. A alternativa E fala apenas do belo episódio de Inês de Castro, sem nenhuma alusão ao mundo mitológico.

Questão 03 – Letra B Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A opção B é a correta, porque o soneto, com sua forma fixa, exige que o conteúdo veiculado se contenha dentro dos limites dos 14 versos distribuídos em 2 quartetos e 2 tercetos. O soneto não é moldura que permite uma livre expansão de qualquer tema. A opção A está incorreta porque os versos de um soneto são metrificados, e não livres; também está errada a afirmação contida na opção C, de que no período clássico o sentimento se sobrepõe à razão. Não se pode falar, também, em “ausência de regras” na elaboração de um soneto, como consta na opção D. Enfim, é um equívoco dizer, como está feito na opção E, que os poetas clássicos encontraram no soneto a melhor estrutura para seus poemas épicos. Ao contrário, os sonetos camonianos são a melhor expressão de sua poesia lírica.

Questão 04 – Letra A Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A opção A é a resposta correta, porque traz ingredientes semelhantes aos contidos no poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa: as perdas portuguesas (“desastres”, “perigos”, “mortes”) correspondentes às glórias das conquistas ambicionadas (“famas”, “triunfos”, “palmas”). A opção B fala em “desamparos” e em “Fama e Glória”, mas a relação desses elementos é diferente daquela que se encontra no poema de Fernando Pessoa. As demais opções apenas exaltam os feitos lusos nas grandes navegações.

Questão 05 – Letra C Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A alternativa C é a correta, porque a concepção da mulher como um ser perfeito e inacessível faz parte da visão platônica do amor, na qual os seres idealizados, modelares, situam-se no mundo das ideias. As demais alternativas falam em erotismo (letras A e E), arrependimento e pecado (letra B), lascívia e sensualidade (letra D), todos elementos ausentes no soneto camoniano citado nessa questão.

Questão 06 – Letra C Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: O texto II, de Ilka B. Laurito, é uma paródia do consagrado soneto camoniano citado nessa questão e, como tal, traz uma visão oposta à deste (texto I). Se Camões apresenta um viés amoroso platônico, Ilka revela uma materialidade sensorial muito presente nas apresentações do amor na poesia contemporânea. A única alternativa que expõe a contradição entre os dois textos é a C e, portanto, a correta. As demais alternativas falam em semelhança e aproximação entre os textos I e II.

CAPÍTULO – B4Quinhentismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 – Letra DComentário: A principal característica do gênero textual crônica, claramente percebida no decorrer dos séculos em que se manifesta, é o registro fiel do cotidiano. Os protagonistas, o narratário e o tom variam de acordo com o contexto e, portanto, não são os mesmos nas crônicas produzidas entre os séculos XV e XVI e nas elaboradas entre os séculos XX e XXI.

Questão 02 – Letra DComentário: Em sua Carta, Caminha utiliza diversas figuras de linguagem que entremeiam um estilo literário em seu relato impessoal. A única passagem citada que não apresenta esse estilo é a presente na alternativa D, que traz apenas uma informação objetiva.

Questão 03 – Letra BComentário: O “compromisso com a verdade” formulado por Caminha está presente nas alternativas A, C e D, pois ele não afirma a existência de elementos que não tenha visto, ressaltando o que foi apenas dito por outros, e faz descrições cuja veracidade, segundo suas palavras, o próprio rei poderá confirmar. Já a alternativa B apresenta uma digressão, em que Caminha expressa seu encantamento pela terra, a qual parecia ser tão boa que se poderia produzir de tudo nela. Esse comentário do autor da Carta é, portanto, uma suposição baseada em sua percepção subjetiva.

Questão 04Comentário: Logo no segundo parágrafo da Carta, Caminha estabelece um pacto de sinceridade com seu interlocutor (o Rei) com estas palavras: “Mas tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, o qual, bem certo, creia que por afremosentar nem afear haja aqui de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu”. Caminha cumpre seu propósito sem digressões inúteis, nem moralidades aborrecidas. A observação direta importa mais que reflexões de qualquer outra ordem e Caminha se mantém fiel ao que vê, como atestam as opções colocadas na questão anterior.

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24 Coleção EM1

Questão 05Comentário: Caminha mostra-se sereno ao escrever ao Rei, com o desembaraço de um súdito que tem o privilégio de manter com o soberano recíproco apreço. A passagem citada nessa questão tem chamado a atenção dos leitores contemporâneos por revelar a prática de nepotismo (favorecimento de parentes), inaugurando esse desvio nefasto, que ainda hoje, infelizmente, é comum na vida política brasileira.

Questão 06 – V V V FComentário: Das opções propostas, a única falsa é a última, já que os nativos interessavam-se pelo colar de ouro do capitão, pelo castiçal de prata e, principalmente, por umas contas brancas do rosário. É importante notar que o interesse dos índios pelas coisas da embarcação não lhes tirou o sono e eles adormeceram lá mesmo, sem nenhum tipo de temor diante dos portugueses.

Questão 07Comentário: A passagem citada da Carta de Caminha atesta o comprometimento do cronista com a fidelidade à realidade em seu testemunho, pois ele garante que sua “boa vontade” não irá embelezar ou piorar os elementos descritos e os fatos narrados em virtude de uma percepção pessoal. Além disso, o cronista ressalta que não acrescentará informações além daquelas que ele próprio tenha comprovado, o que se confirma no decorrer da leitura da Carta, em que ele destaca os acontecimentos que teriam sido relatados por outras pessoas, e não presenciados por ele.

Questão 08Comentário: Todo encontro inaugural entre duas culturas tão diferentes apresenta fascinantes descobertas e aprendizados mútuos e, ao mesmo tempo, exige sensibilidade e flexibilidade de ambas as partes envolvidas. O primeiro encontro deu-se entre dois índios e o Capitão. Percebeu-se então que os nativos não tinham o mesmo senso de hierarquia dos portugueses. No encontro subsequente, os nativos recusaram os degredados que haviam sido enviados para ficar com os índios. Num terceiro encontro, houve confraternização por meio de dança, e o autor da Carta reconhece que os nativos andavam mais seguros entre os portugueses que o contrário.

Questão 09Comentário: A elaboração de esquemas permite que os estudantes reúnam as principais informações estudadas em sala de aula, em um processo de sistematização do conhecimento. A atividade proposta favorece o processo de organização de ideias e a construção de novas conexões mentais pelos estudantes, estimula a elaboração e esquematização da escrita completa e simplificada, propicia a revisão dos conceitos estudados e auxilia no preparo para as avaliações e na organização dos estudos.

Questão 10Comentário: O trecho da primeira alternativa mostra um caso de paradoxo, pois, ao dizer que se aproxima o tempo de “colher o que ninguém plantou”, o eu lírico deixa entrever uma situação ilógica, que contraria a experiência de mundo: se ninguém plantou nada, não haveria o que colher. A segunda alternativa mostra um trecho de poema de Augusto dos Anjos, em que as expressões “amor do sibarita e da hetaíra / de Messalina e Sardanapalo” são perífrases de amor vulgar, lascívia, luxúria.

A terceira alternativa possui um claro exemplo de apóstrofe, com o vocativo “Senhor”. Na quarta alternativa, a contraposição entre palavras contrárias, como “ajudar” e “desfavorecer”, indica antítese. Na última alternativa, finalmente, há um caso de hipérbato, uma vez que a ordem canônica da frase está invertida. Sua ordem comum seria: “a Divina Providência bem nos mostra a pouca segurança destes portos; temos visto bem claro que a nossa confiança era enganada na aparência”.

Questão 11 – Letra DComentário: A figura de linguagem presente no trecho de Almeida Garrett é a antítese, pois o sentido é construído por meio da relação entre ideias opostas, ou seja, “grandeza antiga” e “desgraça presente”.

Questão 12 – Letra BComentário: A frase do narrador desse conto de Guimarães Rosa mostra um exemplo de paradoxo, uma vez que a ideia veiculada por ela é a de que o tempo corre, simultaneamente, rápido e devagar, o que configura uma situação de união entre os dois opostos, no caso, na expressão de caráter substantivo “no devagar depressa do tempo”.

Questão 13 – Letra BComentário: Vieira, no Sermão da Sexagésima, critica os sermões elaborados em linguagem rebuscada e repletos de figuras antitéticas, como era comum no Barroco, o que ele exemplifica com a metáfora do “xadrez de palavras”. Ele defende uma argumentação clara nos sermões, visto que a incompreensão dos fiéis em relação à palavra de Deus, de acordo com o texto, seria devida aos pregadores que não desempenham satisfatoriamente sua função. A figura de linguagem que explica a metáfora do xadrez é, portanto, a antítese.

Questão 14 – Letra AComentário: O cauim não é bebida sagrada e nada consta que desenvolva a espiritualidade de quem a ingere (opção A). As demais opções estão corretas: o diabo seduz as almas para dominá-las; a função moralizante da peça é exercida também na fala do diabo e a redondilha maior é o verso mais popular da métrica portuguesa.

Questão 15 – Letra DComentário: Os poemas jesuíticos visavam à conversão dos índios e à manutenção da fé católica na colônia. Os versos de José de Anchieta pertencem a esse contexto, o que estabelece como sua principal preocupação a instrução espiritual, e não a alimentação dos fiéis, como citado na alternativa D.

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra EComentário: As crônicas escritas pelos viajantes, devido à sua finalidade informativa, não se caracterizavam por uma preocupação estética, embora diversos cronistas utilizassem uma linguagem literária em trechos narrativos, transcendendo o caráter utilitário desses relatos.

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25Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 02Comentário: A reprodução da tela de Albert Eckhout, pintada no século XVII, revela sinais do “olhar europeu” sobre o Brasil naquela época. Um deles é a concepção do autóctone como um ser integrado harmoniosamente à natureza, compreendida como “paraíso terreal”. Outra expressão desse olhar europeu está no detalhe de se cobrir o sexo da índia com uma folha, o que não coincide, por exemplo, com a descrição feita por Caminha na Carta ao rei de Portugal, na qual o escrivão fala que essas partes dos corpos dos nativos estavam inocentemente descobertas.

Questão 03Comentário: A questão apresenta dois trechos: um, extraído da Carta de Pero Vaz de Caminha, que registra as impressões do escrivão quanto à propensão dos nativos à catequese; outro, extraído da obra do crítico J.G. Merquior, que registra as dificuldades dos jesuítas em impor a fé católica aos “gentios”. O aluno deve perceber o evidente contraste entre a previsão de Caminha e o que ocorreu na prática. O texto I contraria os prognósticos do texto II. Na Carta de Caminha, o escrivão prevê que a catequização dos índios será fácil, que os nativos aceitarão de bom grado a religião cristã. No texto de Merquior, no entanto, encontram-se depoimentos de padres jesuítas, Nóbrega e Anchieta, nos quais os nativos são retratados como seres “bestiais” e “sem engenho”, incapazes de aceitar “as coisas de Deus”. As palavras dos padres jesuítas revelam o insucesso da pregação religiosa entre os índios resistentes ao catolicismo.

Questão 04Comentário: Perceber o texto de Caminha como uma carta, endereçada a um rei com propósitos de colonização, é fundamental para que o aluno saiba ler, nas entrelinhas do discurso do escrivão, a intenção persuasiva de convencer D. Manuel a respeito do potencial de exploração oferecido pela terra descoberta. O uso de vocativo, data, despedida, a interlocução constante e a própria reflexão metalinguística compõem o caráter epistolar do texto. A metalinguagem se faz presente no início da Carta, quando Caminha discorre sobre a própria composição do texto, antecipando para seu interlocutor o conteúdo da missiva e tentando convencê-lo da fidelidade da sua narrativa.

Questão 05 Comentário:

A) Por meio do fragmento da Carta, pode-se inferir que as índias nuas retratadas favorecem a imagem do Brasil como um lugar paradisíaco, em que os relatos sobre a nudez apresentam uma concepção de mundo em transformação que permeava, no fim do século XV e início do XVI, o imaginário português. Há uma concepção de paraíso projetada por meio da visão de terra paradisíaca que seduz, encanta por sua beleza, o que pode ser comprovado pelo seguinte trecho do texto em questão: “e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência [...], que não havia nisso vergonha nenhuma. [...] enquanto ali andaram, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamboril dos nossos, em maneira que são muito mais nossos amigos que nós seus.”.

B) Com base no segundo texto, pode-se inferir que o Brasil já está inserido na rota internacional do turismo sexual, devido aos termos “deturpação” e “aparentemente disponível”, que, contextualmente, indicam que o carnaval brasileiro se apresenta comumente no imaginário internacional como sinônimo de mulheres nuas, que estariam disponíveis para práticas como prostituição, e divulga, de modo deturpado, o Brasil como um dos paraísos sexuais do mundo.

Ressalta-se que o texto 2 faz parte do original “O ambiente da prostituição ligado ao turismo brasileiro: turismo sexual ou prostiturismo”, de Fernando Carrazedo Feijó – Professor de Marketing do Turismo, no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, em São Paulo.

Questão 06 – Letra CComentário: A resposta à questão é a alternativa C, pois é incorreto afirmar que na Carta de Pero Vaz de Caminha usa-se registro colonial em estilo cerimonioso, uma vez que Caminha não se expressa por meio de um discurso que alardeia, ostenta erudição. As demais alternativas apresentam características presentes nesse exemplar da literatura de viagens: abordagem de seu próprio contexto de produção e composição por meio de narração, descrição e dissertação.

Questão 07 – Letra AComentário: A Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada a “certidão de nascimento” do Brasil porque contém as primeiras informações oficiais sobre o Brasil. Em seu livro História concisa da literatura brasileira, Alfredo Bosi (1994: 14), crítico e historiador de literatura brasileira, insere a Carta no gênero literatura de viagens, e afirma que “espírito observador, ingenuidade e uma transparente ideologia mercantilista” são “caracteres que saltam à primeira leitura” desse documento e “dão sua medida como documento histórico”. No fragmento da Carta usado como exemplo para a questão, há trechos que atestam a veracidade da afirmativa A: “Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem [...] será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte cinco léguas por costa.” e “Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho [...]”.

Questão 08 – Letra DComentário: Nos trechos citados da Carta de Pero Vaz de Caminha, há breves descrições da aparência física e da alimentação dos indígenas, mas destaca-se a preocupação com a necessidade da conversão dos índios ao catolicismo, conforme pontua a alternativa D. Ao contrário do que se afirma nas demais alternativas, Caminha não menospreza o modo de vida nativo, pois procura se manter imparcial em seu relato, não descreve minuciosamente a botânica ou os hábitos indígenas, além de não ressaltar positivamente crenças animistas, visto que cita a urgência de se catequizar os índios.

Questão 09 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C, pois a Literatura Informativa no Brasil pode ser definida como o reflexo de traços do espírito expansionista na época colonial, uma vez que, nesse período, a experiência individual era estimulada e o conhecimento, valorizado. A produção escrita dessa época apresenta em detalhes o perfil das terras brasileiras sob o olhar do colonizador europeu, que se encontrava surpreso com suas descobertas, pois estas eram distintas de sua cultura. Existia grande interesse em descrever o novo mundo, porque, além da curiosidade geral sobre essas novas terras, havia interesse de Portugal em explorar o potencial econômico da colônia, encontrando ouro e metais preciosos, por exemplo, além de desenvolver a missão de “salvar” os índios. As demais alternativas configuram-se falsas por não caracterizarem o tipo de literatura em questão.

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26 Coleção EM1

Questão 10 – Letra CComentário: A Literatura Informativa – presente nos primeiros tempos de colonização brasileira – pode ser definida como descrição dos costumes dos povos da terra. Devido ao fato de os relatos de viagem serem essencialmente informativos e se caracterizarem como uma espécie de crônica histórica, havia em seu conteúdo uma descrição pormenorizada dos elementos que compunham o novo mundo, como a fauna, a flora, as riquezas minerais, os povos – e destes seus costumes, linguagem e rituais. Alguns exemplos da Literatura Informativa são a Carta de Pero Vaz de Caminha e o Tratado da Terra do Brasil, de Pero Magalhães Gândavo.

Questão 11 – Letra AComentário: A resposta à questão é a alternativa A, pois, na história da literatura brasileira, o século XVI deve ser reconhecido como um período de manifestações literárias voltadas basicamente para a informação sobre a colônia e para a catequese dos índios. A Literatura de Informação expressava as experiências quanto ao conhecimento de novas terras e de sua natureza, além das experiências em relação a entrar em contato com povos indígenas e, com isso, conhecer sobre elementos que compunham sua cultura, como costumes, alimentos, rituais e linguagem. História da Província Santa Cruz, de Pero Magalhães Gândavo, e Tratado Descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa, são exemplos desse tipo de manifestação literária. A Literatura de Catequese, realizada por religiosos – em geral jesuítas –, tinha como principal função catequizar índios e servir como mantenedora dos valores cristãos entre os colonos portugueses, servindo, dessa forma, como uma maneira de converter a população nativa, além de possibilitar o estudo e a descrição da língua desses povos. Diálogo sobre a Conversão dos Gentios, de Manuel da Nóbrega, e Tratado da Terra e da Gente do Brasil, de Fernando Cardim, exemplificam esse tipo de manifestação literária.

Questão 12 – Letra EComentário: As primeiras manifestações literárias ocorridas no Brasil, durante o século XVI, foram representadas sobretudo na forma de documentos informativos e relatos de viagem. Por meio desses textos, o novo mundo era descrito em detalhes que retratavam elementos culturais da colônia à metrópole. Exemplos desse tipo de escrito literário são a Carta de Pero Vaz de Caminha e o Diário de Navegação, de Pero Lopes e Sousa.

Questão 13 – Letra BComentário: Na Literatura de Informação, produzida no Brasil no século XVI, o valor histórico e social dos escritos supera o valor literário. Alfredo Bosi (1994:13), crítico e historiador de literatura brasileira, no livro História concisa da literatura brasileira, afirma que “os primeiros escritos da nossa vida [...] são informações” apresentadas por missionários e viajantes da Europa a respeito da natureza e do homem brasileiro. Assim, “enquanto informação, não pertencem à categoria do literário, mas à pura crônica histórica” e “a pré-história das nossas letras interessa como reflexo da visão do mundo e da linguagem” deixada como legado pelos primeiros observadores da nação. Ainda se afirma, no mesmo texto, que é devido a “essas tomadas diretas da paisagem, do índio e dos grupos sociais nascentes”, que foi possível captar as “condições primitivas de uma cultura que só mais tarde poderia contar com o fenômeno da palavra-arte”.

Questão 14 – Letra BComentário: Considerando que a Literatura de Informação da Era Colonial pretendia registrar informações sobre a colônia para apresentá-las à metrópole, o trecho que a exemplifica é o apresentado na alternativa B, no qual o cronista descreve um tipo até então desconhecido de alimento.

Questão 15 – Letra AComentário: A resposta a essa questão é a alternativa A. Entende-se por Literatura Informativa, no Brasil, o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus sobre a natureza e o homem brasileiros, marcada pela Literatura de Informação e pela Literatura de Catequese.

Questão 16 – Letra CComentário: Caracteriza-se como elemento fundamental da literatura dos viajantes o discurso muito eloquente e muito ufanista na descrição da terra brasileira. Nesse tipo de literatura, havia a necessidade de apresentar a colônia de modo promissor e positivo, para que houvesse estímulo da metrópole na manutenção da exploração do potencial econômico da nova terra e, assim, o Brasil era retratado como um paraíso tropical. Isso pode ser comprovado pela descrição realizada na Carta de Pero Vaz de Caminha, que apresenta em seu contexto “o mito da bondade natural”, em que os nativos são representados como naturalmente bons – mito do bom selvagem – e sua nudez representava a inocência consagrada por Deus, e o “mito do Eldorado”, que conferia um ufanismo, uma exaltação dessa nova terra a esse exemplar literário.

Questão 17 – Letra AComentário: O texto de Manuel da Nóbrega caracteriza-se como Literatura de Informação e, portanto, seu objetivo principal era descrever as peculiaridades da colônia para os compatriotas em Portugal.

Questão 18 – Letra DComentário: Ao apresentar positivamente um aspecto dos costumes indígenas, ou seja, a hospitalidade independente de diferenças culturais, o padre Manuel da Nóbrega revela sua simpatia pela comunidade, que acolhe os cristãos e cultiva virtudes semelhantes, em certos pontos, às deles.

Questão 19 – Letra EComentário: Entre as afirmativas apresentadas, a única incorreta é a que define a obra teatral de José de Anchieta como antirreligiosa e moldada nos padrões renascentistas, visto que a temática religiosa é constante em seus autos, com o objetivo de catequizar os povos indígenas, e o modelo vinha da tradição medieval.

Questão 20 – Letra BComentário: Essa questão, sobre o Padre José de Anchieta, procura abordar panoramicamente a atuação literária dele no Brasil. A alternativa que não diz respeito à sua produção é a B: “Foi o grande orador sacro da Língua Portuguesa, com seus sermões barrocos”. Tal definição refere-se ao Padre Antônio Vieira. Aliás, é recorrente nos vestibulares a aproximação dos dois padres nas questões, com o intuito de saber se os alunos conseguem distinguir os trabalhos e as atuações de cada um deles. É interessante que você, professor, alerte os estudantes a respeito disso.

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Manual do Professor

27Bernoulli Sistema de Ensino

Seção Enem

Questão 01 – Letra CEixo cognitivo: I

Competência de área: 7

Habilidade: 21

Comentário: A Carta de Caminha, como texto pertencente à Literatura de Informação, revela a perspectiva eurocêntrica dos colonizadores portugueses, ou seja, explicita o estranhamento dos europeus diante dos nativos, considerados exóticos para eles. Já a tela de Portinari assume o ponto de vista dos indígenas, ao mostrá-los exaltados com a aproximação da caravela portuguesa.

Questão 02 – Letra A Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A resposta é a alternativa A. A alternativa B apresenta um claro erro ao dizer que “as três raças formadoras pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira”. O poema de Oswald de Andrade não tem caráter “moralizante”, como mostra a alternativa C, nem apresenta visão “preconceituosa”, como mostra a alternativa D; muito menos “negativa”, como se lê na alternativa E.

Questão 03 – Letra D Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A resposta é a alternativa D, que traduz corretamente o pensamento central dos trechos de Terena e Jaguaribe. Terena pede atenção ao que os índios querem falar e respeita os seus valores culturais. Jaguaribe, por sua vez, prevê a aculturação completa dos remanescentes indígenas até o final do século XXI. As demais opções apresentam notórios desvios e equívocos em relação ao conteúdo dos trechos citados.

Questão 04 – Letra D Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A alternativa D é a resposta correta, porque fala de um tipo de riqueza não apenas natural. O que Caminha chama de “salvar esta gente” é o ponto de vista eurocêntrico de aculturar os nativos. As alternativas A e E falam em ouro, uma das grandes ambições materiais dos portugueses. A alternativa C mostra a admiração do narrador pelos camarões aqui encontrados e a alternativa B menciona os barris de água que os portugueses estocaram para seguir viagem. Portanto, com exceção da alternativa D, todas as demais opções contemplam bens encontrados na natureza.

Questão 05 – Letra A Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: Observando a tela de Oscar Pereira da Silva, vê-se que ela retrata o momento de chegada da primeira das naus lusitanas diante dos atônitos habitantes da terra encontrada. A alternativa A verbaliza exatamente o que mostra a imagem e, portanto, é a resposta correta. A alternativa B focaliza especificamente a nudez de algumas índias, a alternativa C preocupa-se com as feições dos rostos dos nativos, a alternativa D descreve a mudança de humor dos índios e a alternativa E aponta partes do rosto dos autóctones em que os cabelos eram raspados e a pele, pintada.

CAPÍTULO – C3Acentuação gráfica e ortografia

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário:

A) Acentuação: prémio (duas vezes); grafia: facto, actual.

B) As construções típicas do português europeu são “beneficiava”, “a assinar”, “a pedir”; os equivalentes brasileiros são “beneficiaria”, “assinando”, “pedindo”.

C) “[...] o critério actual é o dos mais traduzidos”.

Para responder às letras A e B, basta que o aluno faça uma revisão do texto, atentando para os aspectos da ortografia e da sintaxe que não são próprios do português brasileiro. Para responder à letra C, ele precisa perceber que Cardoso Pires não responde à pergunta do entrevistador, que é sobre “melhores autores”, mas a reformula em termos de “autores mais traduzidos”. Depreende-se dessa reformulação que o prêmio Nobel, geralmente, não é entregue ao melhor escritor, mas ao mais traduzido. Assim, o critério não é estético, e sim mercadológico.

Questão 02Comentário:

A) A palavra “gérmen” é acentuada, pois todas as paroxítonas terminadas em “-n” devem receber acento. “Germens”, no plural, não é acentuada, pois os paroxítonos terminados em “-em” ou “-ens” não recebem acento.

B) São exemplos: hífen / hifens; pólen / polens.

Questão 03Comentário:

incumbência – paroxítona terminada em ditongo, seguida ou não de S.

analisá-los – forma verbal oxítona terminada em A.

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28 Coleção EM1

Questão 04 – Letra BComentário: Em B, todas as palavras são proparoxítonas e, portanto, acentuadas pela mesma razão. Nas demais alternativas, as palavras são acentuadas por serem:

A) Bocó, sapê, jiló, maré, cajá: oxítonas terminadas em A, E e O; dó: monossílabo tônico terminado em O.

C) Ânsia: paroxítona terminada em ditongo; júri: paroxítona terminada em I; país: I tônico do hiato, seguido de s; pó: monossílabo tônico terminado em O; cômico: proparoxítona.

D) Balaústre: U tônico do hiato, seguido de S; órgão: paroxítona terminada em ÃO; tórax: paroxítona terminada em X; saquê: oxítona terminada em E.

Questão 05 – Letra CComentário: Na alternativa A, a palavra “urutu” não recebe acento gráfico (oxítonas terminadas em “i” e “u” não recebem acento gráfico); na alternativa B, “vezes” é sem acento; na alternativa D, a forma verbal deve ser “fá-lo-á” (mesóclise). A alternativa C apresenta todos os vocábulos corretamente acentuados: gás (monossílabo tônico terminado em a); pôde (forma verbal no pretérito perfeito); fusível (paroxítona terminada em “l”); e retrós (oxítona terminada em “o”, seguida de “s”).

Questão 06 – Letra B Comentário: Na alternativa A, as regras são as mesmas (paroxítonas terminadas em ditongo crescente); na alternativa C, em “empossá-los”, considera-se a parte principal da palavra e, portanto, trata-se de uma oxítona terminada em “a”, assim como “José” é oxítona terminada em “e”, estando ambas incluídas na regra de acentuação das palavras oxítonas (“a”, “e”, “o”, “em”, “ens”); em D, as duas são proparoxítonas. Na alternativa B, por fim, “construída” é acentuada por ser hiato, em que “i” ou “u” está sozinho na sílaba (ou seguido de “s”), e “índios” é acentuada por ser terminada em ditongo crescente. Dessa forma, verifica-se que são usadas regras distintas.

Questão 07 – Letra C Comentário: As palavras “indigência”, “média” e “milênio” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente.

Questão 08 – Soma = 06 Comentário: Nessa questão, deve-se reconhecer quais os itens que apresentam a relação correta entre o exemplo dado e a regra de acentuação expressa. Assim, reconhece-se que a afirmativa 01 está incorreta, uma vez que apenas o vocábulo “dá” é acentuado por ser monossílabo tônico. “Daí” não é monossílabo, pois possui duas sílabas: “dá” e “i”. Nesse caso, há a existência de um hiato em que a segunda vogal é “i”, o que obriga a acentuação. A afirmativa 02, por sua vez, está correta, pois as palavras “psicológico” e “único” são acentuadas por serem proparoxítonas. A afirmativa 04 também está correta, uma vez que o verbo “é” é monossílabo tônico, enquanto a conjunção “e” é monossílabo átono. Por fim, a afirmativa 08 está incorreta porque a palavra “fenômeno” é acentuada por ser proparoxítona, e não por ser polissilábica.

Questão 09 – Letra E Comentário: Para responder a essa questão, o aluno precisa diferenciar os significados de palavras com grafias semelhantes. As alternativas de A a D apresentam palavras cujos significados foram permutados. Portanto, a única alternativa em que as duas palavras se apresentam com os significados adequados é a E.

Questão 10Comentário:

A) “Cassaram-lhe o mandato [...]”: período de função política, de exercício em um determinado cargo.

B) “[...] a ciência em si é amoral [...]”: indiferente à moral / “[...] a calúnia sempre é imoral.”: contrária à moral.

C) “[...] iminente a queda”: prestes a acontecer / “eminente ministro”: notável ministro.

D) “[...] próximo censo [...]”: recenseamento.

Questão 11 – Letra CComentário: O correto seria: Se pago, quero saber por que pago, uma vez que “por que” é equivalente a “por qual motivo”.

Questão 12 – Letra EComentário: Em A, a palavra “ínterim” deve ser acentuada; em B, a palavra “batavo” não recebe acento; em C, “pudico” não recebe acento; e, em D, a palavra “rubrica” não é acentuada.

Questão 13 – Letra DComentário: A grafia correta das palavras é “jeito”, “por isso” e “ideias”.

Questão 14Comentário:

A) anti-imperialismo

B) antirracional

C) antissemitismo

D) arquirrival

E) à toa

F) autoafirmação

G) autorregeneração

H) benfeito

I) bico de pena

J) cirurgião-dentista

K) café da manhã

L) coerdeiro

M) contraespionagem

N) contrarrevolução

O) erva-cidreira

P) extraclasse

Q) extrauterino

R) fru-fru

S) intraocular

T) malcriado

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Manual do Professor

29Bernoulli Sistema de Ensino

U) não agressão

V) paraquedas

W) semiacabado

X) tim-tim

Y) ultrarradical

Z) ultrassonografia

Questão 15 – Letra EComentário: Por que – separado e não acentuado, uma vez

que foi utilizado como advérbio interrogativo de causa no início

de oração interrogativa. Mal-entendido – com hífen, uma vez

que o segundo elemento começa por vogal.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário: A primeira placa, de acordo com a norma-

-padrão, seria reescrita assim: “Bem-vindo a Parnaíba”.

Os vocábulos compostos pela palavra “bem” devem ter hífen

(Benvindo é nome próprio). Além disso, “Parnaíba” deve

ser acentuada.

A segunda placa seria reescrita da seguinte forma: “Temos

sucos de frutas, doces, salgados, gêneros alimentícios, etc.”

Não se usa cedilha antes de “e” e de “i”; “gênero” se escreve

com “g” e é proparoxítona, logo, deve ser acentuada; não

existe a palavra “alimentisimos”; e não se usa a conjunção

“e” antes de etc.

Por fim, para que a terceira placa ficasse de acordo com a

norma-padrão, bastaria retirar o acento da palavra “vazios”.

Questão 02Comentário:

A) O texto da placa sugere que o autor possui pouco domínio

do padrão gramatical da Língua Portuguesa, uma vez que

são evidentes transgressões à norma.

B) Pode-se pensar que o enunciador escreve como fala.

C) Uma construção possível seria: “Estofamos cadeiras e

bancos de qualquer tipo de veículo”.

Questão 03Comentário: Para fazer esse exercício, o aluno deverá

perceber qual foi a intenção do enunciador ao expor seu

ponto de vista a respeito da reforma ortográfica proposta

por ele para resolver o problema da falta de autoconfiança

do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica.

No texto, o enunciador sugere um programa de incentivo ao uso

da Língua Portuguesa, apresentando propostas de mudanças na

ortografia que simplificariam a escrita, e explica passo a passo

como seria essa transformação. Com a leitura do texto, o aluno

deve reconhecer que o autor trata o assunto de forma irônica.

Isso pode ser percebido já no início do texto, em que a afirmação “Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo” traz uma ideia de que um ensino de qualidade não é algo importante, podendo ser descartado para facilitar a vida dos usuários da Língua Portuguesa. Além disso, ao longo do texto, o autor mostra as transformações pelas quais a língua passaria ano a ano. A cada ano novas regras seriam incorporadas, e, à medida que elas são apresentadas, a escrita do texto também vai mudando, acompanhando a evolução da mudança. À medida que as transformações sugeridas são usadas, percebe-se o aumento da dificuldade da leitura do texto, que se torna confuso e desorganizado. Isso é feito para mostrar ao leitor que a ideia de facilitar a escrita não passa por modificar a grafia das palavras usando uma única letra para sons parecidos ou retirando os acentos e pontuações de um texto escrito, por exemplo, mostrando a importância de haver regras gramaticais e ortográficas para o bom funcionamento da língua.

Questão 04Comentário:

A) Algumas expressões possíveis: “inculcar-se forro”, “voluntário da pátria”, “levou vestido”, “côr fula”, etc.

B) Ambos mencionam um desaparecimento; procuram identificarodesaparecidoporsuascaracterísticasfísicase por seus trajes / arreios; oferecem uma recompensa em dinheiro.

C) A comparação dos anúncios reflete o pensamento escravocrata na medida em que os escravos e os animais eram igualados de alguma forma (eram objetos de posse, de valor, bens, peças sujeitas à avaliação em dinheiro, etc.).

Questão 05 – Letra DComentário: Para resolver essa questão, é necessário que o aluno saiba a diferença de significado das homófonas heterográficas que foram usadas no exercício. São elas:

Laço: vínculo;

Lasso: cansado, esgotado;

Tacha: pequeno prego de cabeça chata, usado por estofadores;

Taxa: exigência financeira cobrada para se usar certos serviços;

Tachado: acusado, considerado, qualificado, rotulado;

Taxado: vem de taxa, tributo.

Sabendo disso, a única alternativa a ser assinalada é a D.

Questão 06 – Letra BComentário: Na alternativa B, a palavra “premissa” significa, contextualmente, proposição, postulado, ideia que serve de base para estabelecer um raciocínio e, desse modo, não corresponde à “dedução”, palavra essa que tem por sinônimo a ideia de conclusão, consequência lógica de um fato ou de uma ideia, e tem por antônimo o termo “indução”. Nas demais alternativas, o sinônimo está corretamente especificado entre colchetes.

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30 Coleção EM1

Questão 07 – Letra DComentário: A resposta a essa questão é a alternativa D, pois a palavra “conspurcada”, não pode ser substituída por “poluída”, pois, contextualmente, seu sentido seria alterado. A sentença em questão originalmente faz parte do texto “O que é mesmo a Pátria?”, de Mauro Santayana, publicado em 2005, e cujo sentido completo é apresentado a seguir: “E, além de tudo, a nossa língua está conspurcada por neologismos e infectada com expressões estrangeiras.” Desse modo, a palavra destacada – que tem por significado desonrar, manchar a reputação, a integridade de alguém – pode, no contexto em que se encontra, ter como substitutas as seguintes palavras listadas em questão: “difamada”, “emporcalhada” e “maculada”.

Questão 08 – Letra D Comentário: A alternativa D apresenta duas expressões ou frases destacadas que não possuem semelhança de sentido, pois, contextualmente, “alegre e avulso” não se assemelham a “ele entendia o mexe-mexe e o simples dos assuntos”, uma vez que “avulso” tem por sentido ser desligado, não atento. As demais alternativas têm palavras ou expressões destacadas que se assemelham semanticamente. Nas sentenças em questão e na linguagem de Guimarães Rosa, na obra O recado do morro, “patrões” se equivale à “gente de pessôa”, bem-apessoada, com boa aparência; “estalava facas no ar” equivale a “plem”, expressão que reproduz o som produzido pelo sino; e “arioplãe”, neologismo de airplane (“avião”, em inglês), equivale a “passarão de pescoço duro”, em que se compara um avião a um “pássaro grande”.

Questão 09 – Letra AComentário: Na alternativa A, a palavra “exortação” significa, no contexto da frase, encorajamento, incentivo, incitação e, portanto, não corresponde a “impropérios”, palavra que é sinônima de insulto, desacato, desrespeito. Nas outras alternativas, o sinônimo está corretamente indicado entre colchetes.

Questão 10 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C, pois, contextualmente, “agenda” não se equivale à “responsabilidade”, mas sim a planejamento, a algo que deve ser planificado. Nas demais alternativas, a palavra destacada pode ser substituída pelo termo entre colchetes. Na alternativa A, “título” equivale a “uma honraria”, uma titulação. Na alternativa B, “inapelável” equivale a “implacável”, irreversível, algo que não pode ser modificado. E na alternativa D, o termo “relevante” equivale a “importante”, algo que possui relevância ou valor.

Questão 11 – Letra CComentário: A resposta à questão é a alternativa C, pois o termo “obrigando”, destacado na sentença em questão, não se equivale a “porque obrigou”, pois, contextualmente, esse verbo no gerúndio possui sentido conclusivo. A sentença poderia ser reescrita da seguinte maneira sem prejuízo de sentido: “Confinamento, abuso de hormônios e antibióticos [...] criaram a pior doença veterinária do final do século 20, o que obrigou, portanto, os pecuaristas a abater rebanhos inteiros.”

Dessa forma, o abate de rebanhos se apresenta como uma consequência de uma grave doença veterinária do final do século XX, o que demandaria uma expressão com sentido de conclusão entre colchetes, e não de explicação. Nas demais alternativas, os verbos no gerúndio destacados possuem sentidos devidamente interpretados pelas expressões entre colchetes.

Questão 12 – Letra CComentário: A palavra “oligopolizado” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por “controlado por pouco”, expressão demarcada entre colchetes. O termo destacado em questão significa uma situação mercadológica em que poucas empresas possuem o controle na oferta de algum produto, ou seja, essas instituições exercem um oligopólio, algo que fica sob controle de poucos. Nas demais alternativas, se substituídas pelos termos demarcados ente colchetes, as sentenças terão seu sentido comprometido contextualmente.

Questão 13 – Letra DComentário: Em todas as alternativas, a palavra “caro (a)” significa preço elevado, exceto na alternativa D, em que significa “algo estimado, prezado”. Trata-se do sentido solicitado no trecho do enunciado da questão.

Questão 14 – Letra CComentário: “Por isso”, conjunção conclusiva, não constitui uma só palavra. A grafia correta é “umbilical” e “traz”, grafada com Z, é a forma da terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo “trazer”, enquanto “trás” é um advérbio, que significa “em posição posterior, por detrás”, que é justamente o significado que deve ser utilizado no contexto.

Questão 15 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C,

pois nela ambas as palavras em destaque estão grafadas

adequadamente. Assim, o termo “reacionário” obedece à

regra IV, com as derivações: reagir → reação → reacionário;

e o termo “discussão” obedece à regra V, com a derivação:

discutir → discussão. Na alternativa A, tanto “repercução”

quanto “demição” estão com a grafia incorreta, pois o certo seria

“repercussão” e “demissão”, respectivamente, obedecendo,

assim, à regra V. Na alternativa B, o termo “pretencioso” está

inadequadamente grafado, porque o correto seria “pretensioso”,

obedecendo à regra II, com as derivações: pretender →

pretensão → pretensioso; ademais, o termo “aluzão” está

erroneamente grafado, pois o certo seria “alusão”, obedecendo

à regra III, com a derivação: aludir → alusão;

Na alternativa D, tanto “repreenção” quanto “aflissão” estão com

a grafia incorreta, pois o certo seria “repreensão”, que obedece

à regra II, e “aflição”, que obedece à regra IV. Na alternativa E,

tanto “diverção” quanto “transgreções” estão com a grafia

incorreta, pois o certo seria “diversão”, que obedece à regra V,

e “transgressão”, que obedece à regra II.

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31Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 16 – Letra DComentário: A afirmação I está correta, porque as palavras “magnífico” e “básica” são proparoxítonas e, portanto, recebem acento. A alternativa II também está correta, uma vez que, se retirados os acentos, são consideradas verbos, respectivamente “critica” – terceira do singular do presente do indicativo; e “experiencias”, segunda do singular do presente do indicativo. Já a alternativa III está incorreta, pois “português” é oxítona terminada em E, e “saí” recebe acento, pois há “i” tônico do hiato.

Questão 17 – Letra EComentário: A resposta à questão é a alternativa E, pois nela todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo: “sóbrio”, “história” e “vários” são paroxítonas terminadas em ditongo. Na alternativa A, a palavras “capô” é oxítona terminada em “o”, “está” é oxítona terminada em “a” e em “país” o “i” tônico forma hiato com a letra “a” seguido da consoante “s”. Na alternativa B, “república” é proparoxítona, “já” é monossílabo tônico terminado em “a” e “matá-los” é oxítona terminada em “a” seguida de “-los”. Na alternativa C, “vítimas” e “república” são proparoxítonas, mas “têm” é acentuado por demarcar a terceira pessoa do plural, que dista da terceira pessoa do singular do verbo “ter”: “tem”. Na alternativa D, “capô” é oxítona terminada em “o”, “já” é monossílabo tônico terminado em “a” e “história” é paroxítona terminada em ditongo.

Questão 18 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C. No texto de Nassif, as palavras grifadas podem ser substituídas, sem comprometimento contextual, pelas formas verbais “informara” e “prestará”. No fragmento “[...] Pedro Paulo informa que não conseguiu nenhuma ajuda [...]”, o verbo destacado tem sentido de passado, podendo ser substituído pelo verbo “informar” no pretérito mais-que-perfeito. No fragmento “[...] Gustavo Mauch vai prestar depoimento na Justiça [...]”, a locução verbal destacada tem sentido de futuro, podendo ser substituída por sua forma no futuro do presente: “prestará”.

Questão 19 – Letra AComentário: Resolver essa questão constitui um desafio, porque o texto-base não aparece para que se tenha o contexto. Entretanto, é possível resolvê-la por exclusão. Na alternativa B, o verbo “sobressaltar” significa “assustar (-se) ou perturbar(-se) subitamente”, portanto, não pode ser substituído por “levantar”. Na alternativa C, a palavra “taludos” parece significar “indivíduos fortes”, indicando uma característica física, não podendo, por isso, ser substituída por “espertos”. Na alternativa D, o verbo “consumir” significa “perder forças”, não sendo substituído por “corromper”. Na alternativa E, a palavra “debalde” é um advérbio equivalente a “em vão”, “inutilmente”, portanto, não corresponde a “energicamente”. A alternativa A é, enfim, a única correta, uma vez que o verbo “vacilar” é sinônimo de “hesitar”, podendo ser substituído por ele sem prejuízo de sentido na frase.

Seção Enem

Questão 01 – Letra EEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: Nos versos apresentados na questão, a escrita “Gerimum”, com a letra G, é associada ao local de pertencimento de eu lírico. Essa associação é feita já no título (“Sítio Gerimum”) e é ratificada nos versos de abertura e de fechamento do poema (“Este é o meu lugar” e “Meu lugar foi registrado”, respectivamente), demostrando que a escolha pela escrita com “G” é uma forma de particularizar a localidade em questão como sendo algo que lhe é muito próprio. Nesse sentido, fica evidente a forte relação existente entre o lugar de origem e o uso da língua pelas pessoas que ali habitam, como é apresentando na alternativa E.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: A linguagem é dinâmica e está em transformação constante, conforme a necessidade e uso de seus falantes ao longo do tempo. De acordo com Ataliba de Castilho, com a linguagem usada na Internet não será diferente, visto que ela segue as necessidades de comunicação no meio virtual se diferenciando pela mescla de oralidade e escrita. Para ele, a linguagem da Internet segue o caminho natural das transformações pelas quais a língua passa. Esse tipo de escrita, já praticado por muitos usuários da Internet, poderá mudar a forma de registro escrito da Língua Portuguesa.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 6

Habilidade: 19

Comentário: O efeito de humor dessa piada é causado pela quebra de expectativa proveniente do não entendimento de um dos personagens sobre a dúvida do outro, que tinha cunho linguístico, isto é, sobre a pronúncia correta da palavra “lagarto”. O humor reside justamente no fato de um dos personagens achar que existem dois animais diferentes, um lagarto e um “largato”.

Questão 04 – Letra BEixo cognitivo: V

Competência de área: 6

Habilidade: 20

Comentário: Assim como a evolução para a palavra “cavalo” representa a cabeça, os cascos e a cauda do animal, o ideograma da alternativa B representa dois lados que lutam, bem como as armas usadas. Observe que, nos demais ideogramas, não há a representação de dois lados, mas de apenas uma única figura.

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32 Coleção EM1

Questão 05 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: Nitidamente, um texto se diferencia do outro

pelo vocabulário. Perceba que as mudanças são referentes a

uma atualização vocabular. Dessa forma, houve substituição

de: “constipação” por “resfriado”; “perrengue” por “mal”;

“phtísica” por “tuberculose”; “gálico” por “sífilis”; e “lombrigas”

por “vermes”.

Questão 06 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A questão exige basicamente o conhecimento das regras de acentuação gráfica e, antes disso, da classificação das palavras conforme a posição de seu acento tônico.

Analisando cada assertiva, tem-se:

I. Verdadeira. Como podemos constatar nas regras de acentuação, paroxítonas terminadas em ditongos recebem acentuação gráfica na sílaba tônica (2º PA). Além disso, a afirmativa fala em ditongo crescente (vogal + semivogal) e, de fato, há esse tipo de ditongo;

II. Falsa. Observe que essa assertiva contradiz a seguinte. Portanto, só a alternativa D ou a E pode estar certa. A conclusão II diz que, sendo LI a sílaba tônica, haveria acento na letra I por se tratar de um hiato. Isso é falso, pois, para receber acento no hiato, tanto “i” como “u” devem ser a segunda vogal do hiato e ser a vogal tônica, estar sozinhos na sílaba ou junto de S e não devem ser seguidos de NH.

O “i” em questão não está sozinho na sílaba nem é a segunda vogal do hiato.

III. Verdadeira. Não há regra que prescreva a acentuação de LI. A divisão seria “PA / PA / LI / A” – paroxítona terminada em A, caso em que não é necessário acento gráfico.

CAPÍTULO – C4Estrutura e formação de palavras

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário: Para responder a essa questão, o aluno deve relembrar o que são palavras cognatas: aquelas que apresentam o mesmo radical, pertencendo, por conseguinte, a uma mesma família de significação. Algumas das palavras que podem ser listadas são:

A) pó, empoeirado, poeirento.

B) passagem, passante, passar, passado.

Questão 02 Comentário: Essa questão demanda do aluno o conhecimento do que seja um sufixo e, posteriormente, a identificação de duas palavras formadas pelo processo de derivação sufixal. Assim, pode-se listar “cabeçuda” e “paspalhona”, pois apresentam, respectivamente, os sufixos “–uda”, que denota abundância, e “–ona”, que apresenta um valor aumentativo.

Questão 03 Comentário: Questão relativamente simples que solicita a divisão da palavra “tinteiro” em seus elementos mórficos ou morfemas. São eles:

“Tint-”: radical “-eiro”: sufixo

Questão 04 Comentário: Semelhante à questão 02, o aluno deve identificar uma palavra em que aparecem, simultaneamente, prefixo e sufixo. Nesse sentido, na palavra “desgraçada”, aparecem o prefixo “des-”, que denota separação, negação, e o sufixo “-ada”, indicador de estado.

Questão 05 – Letra DComentário: Caso se indique a classe gramatical das palavras de cada alternativa, teremos, respectivamente, substantivo, substantivo, substantivo, advérbio e substantivo, o que já permite encontrar a resposta. Além disso, há um único sufixo formador de advérbio na Língua Portuguesa: “-mente”.

Questão 06 – Letra CComentário: Tema é o radical acrescido da vogal temática (vogal que vem logo após o radical e, no caso dos verbos, indica as conjugações). Na alternativa C, aparece destacado apenas o radical “perd-”.

Questão 07 – Letra D Comentário: Para responder a essa questão, o aluno deve dividir a palavra “chegassem” em seus elementos mórficos, isto é, em seus possíveis radical, vogal temática, prefixos ou sufixos. Feito isso, basta julgar cada alternativa, com base na divisão realizada. Nesse sentido, o aluno vai perceber que o “-sse” não é um sufixo formador de verbos, mas uma desinência modo--temporal, que indica a flexão do verbo “chegar” no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Questão 08Comentário:

A) A palavra “esculhambativo” forma-se pelo processo de derivação sufixal, em que o verbo “esculhambar” é acrescido do sufixo -ivo.

B) No texto, as expressões “evento esculhambado” e “evento esculhambativo” possuem significados distintos. “Evento esculhambado” se refere a uma evento desorganizado; já “evento esculhambativo” é empregado com o sentido de depreciar o evento “esculhambado”, desmoralizando e satirizando-o.

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33Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 09 Comentário: Como o enunciado já explica, às palavras “velho”, “negro” e “podre” acrescentaram-se prefixos e sufixos a fim de formar verbos. Solicita-se do aluno encontrar os verbos que se formam pelo acréscimo semelhante de prefixo e sufixo aos radicais das palavras “ferver”, “alto”, “candente” e “voar”. Assim, serão encontradas palavras como: “aferventar”, “enaltecer”, “incandescer”, “esvoaçar”.

Questão 10Comentário:

A) O título “Boitempo” evidencia a diferença da passagem do tempo – manhã, tarde e noite – nas cidades e na roça. AduraçãodotemponãoédefinidapelatrajetóriadoSol, e sim pela relação do homem com o gado bovino.

B) “Boitempo” é uma palavra formada por composição do tipo justaposição(boi+tempo),poisnãoháperdafonéticanacriação da nova palavra.

Questão 11 – Letra AComentário: Questão objetiva que solicita do aluno conhecimento dos principais processos de formação de palavras na Língua Portuguesa, a saber: derivação por prefixação, por sufixação ou por parassíntese. Para identificar quais são os processos formadores das palavras “entardecer”, “desprestígio” e “oneroso”, é necessário dividi-las e identificar como foram formadas. Feita a fragmentação dessas palavras, chega-se à conclusão de que a alternativa A apresenta corretamente os processos que deram origem a “entardecer”, “desprestígio” e “oneroso”.

Questão 12 Comentário:

A) “Ensanduichar” significa, no contexto, “enfiar, encaixar,fazer conter em espaço apertado, tal como se insere o recheio entre as fatias de pão para formar um sanduíche”. A expressividade deve-se à comparação entre a programação das atividades diárias e a confecção de um sanduíche.

B) Trata-se antes de uma frase feita, um lugar-comum (de origem bíblica: Mateus 13, 30): “separar o joio do trigo”. Significa“separaraparteboadaruim,oaproveitáveldoinútil ou o correto do errado”.

C) A palavra “deletar” é oriunda do grande repertório de anglicismos – palavras de origem inglesa – que constituem o vocabulário da informática e acabam sendo incorporadas à Língua Portuguesa.

Questão 13 – Letra DComentário: Se observado o sentido que “cardisplicente” assume no texto, aquele que desdenha do próprio coração, perceberemos que a palavra é um neologismo formado por dois radicais, correspondentes, respectivamente, às palavras coração – cardio – e displicente.

Questão 14 – Letra EComentário: O fato de o verbo estar na primeira pessoa do singular – “inventei” – evidencia que o enunciador acredita que pode contribuir para o enriquecimento do léxico, afinal, a partir do momento que ele cria uma palavra, ela passa a existir e deve ser aceita.

Questão 15 – Letra EComentário: A palavra “casebre” é formada pelo processo de derivaçãosufixal:“casa”+“-ebre”(sufixodiminutivoquetemvalor pejorativo). Observe que não houve mudança de classe gramatical em relação à palavra primitiva “casa”, pois ambas são substantivos. Não houve, portanto, derivação imprópria.

Questão 16 – Letra DComentário: “Filósofo” tem estrutura semelhante à “filosofia”, que deriva do radical grego filos, cujo significado é “amigo”, e de sophia, que significa “sabedoria”. Por outro lado, a palavra “teólogo” é formada a partir da união do radical “teo-”, do grego Teós, que significa “Deus”, e do radical “-logo”, do grego logos, que significa, inicialmente, “discurso”, mas que tem o significado expandido para “estudo”. Está correta, portanto, a alternativa D.

Questão 17 – Soma = 13Comentário: Estão corretas as afirmativas 01, 04 e 08. A afirmativa 02 está incorreta, uma vez que hibridismo consiste na formação de palavras com elementos mórficos oriundos de línguas diferentes. A afirmativa 16, por sua vez, traz incorreções, pois cognato é vocábulo que tem raiz comum com outro(s) e não há ocorrência dele no trecho, além disso, também não há palavras compostas.

Questão 18 – Letra DComentário:

Vaivém:formaçãoporjustaposição(vai+vem)

Pontiagudo:formaçãoporaglutinação(ponta+agudo)

Enfurecer:formaçãoporderivaçãoparassintética(em+fure+cer)

Questão 19 – Letra AComentário: A palavra “pneumotórax”, formada por dois radicais, é substantivo composto, e seu processo de formação é a composição; em “infiltrado” temos o prefixo “in-”, o radical “filtr-” e o sufixo “-ado”, portanto, essa palavra é formada por derivação prefixal e sufixal.

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra CComentário: No trecho inicial do texto em questão, não há elementos que permitem afirmar existir impotência das autoridades para evitar acidentes na estrada Rio-Petrópolis. As demais alternativas se mostram verdadeiras contextual- mente. Ao se adjetivar a estrada de “genocida” e se argumentar ser muito duvidoso encontrar outro trecho rodoviário ou urbano tão violento e que gere tantos acidentes (muitos sem punição), têm-se comprovadas as alternativas A, B e D.

Questão 02 – Letra DComentário: A resposta à questão é a alternativa D. No segundo parágrafo do texto, o autor informa que, se alguém morre atropelado no local referido, esse ato está sujeito a ficar no anonimato e sem a apuração de suas causas, como é expresso no seguinte trecho: “Se morre, ninguém liga. Aparece aquela velinha acesa, o corpo é coberto por uma folha de jornal e pronto. Não se fala mais nisso.” Ações essas que não aconteceriam com D. Creusa, pois ela estava grávida, o que fez com que sua morte por atropelamento ganhasse destaque.

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Questão 03 – Letra CComentário: No texto, a palavra “flor” representa uma metáfora para designar o bebê que D. Creusa levava no ventre. Tanto no título “A flor no asfalto” quanto na crônica, esse vocábulo serve para se comparar o recém-nascido a uma flor que surge no asfalto, ou seja, a um ser que resiste à cidade e brota, ganha vida em meio ao concreto, em meio à paisagem marcada pelo desenvolvimento. Assim, da mesma forma, o bebê sobreviveu ao atropelamento, resistiu a um acontecimento comum em meio ao caos urbano.

Questão 04 – Letra DComentário: O enunciado interrogativo que encerra o texto tem por função fazer com que os leitores sejam levados à reflexão e à avaliação a respeito do que o autor disse, que são ações comumente despertadas após a leitura de uma crônica, gênero a que pertence o texto referido. No último parágrafo, por meio de um questionamento, “Por que não?”, os leitores podem refletir e avaliar se é possível que a vida seja bela, apolínea em meio a adversidades como as apresentadas. Apesar de atropelamentos seguidos de anonimato e impunidade – principal problema social abordado no texto – e de outros que podem ser inferidos contextualmente, como pobreza e falta de planejamento familiar, os leitores podem responder positiva ou negativamente quanto à beleza que existe em uma nova vida.

Questão 05 – Letra AComentário: Na alternativa A, utiliza-se uma metáfora para expressar como era D. Creusa: “[...] pilha carregada de vida”, ou seja, alguém que tinha bastante energia para sustentar a si mesma e a outras pessoas, carregá-las, pois, de vitalidade. As passagens a seguir ilustram essas afirmativas: “D. Creusa [...] já era avó, mãe de vários filhos e viúva. Pobre, concentração humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver.” e “Quem devia estar ali era sua nora Marizete. Mas D. Creusa se ofereceu para ir no seu lugar porque, grávida, não pagava a passagem.”.

Questão 06 – Letra AComentário: A resposta à questão é a alternativa A, pois, para argumentar sobre a força da vida, o cronista associa o nome do carro que atropelou a senhora ao deus mitológico Apolo. No último parágrafo do texto, essa referência é feita para indicar que esse deus é “o símbolo da vitória sobre a violência”, em que a “vitória” seria o nascimento do bebê e a “violência”, o atropelamento. Dessa forma, a vida seria fortificada por meio de um novo ser que veio ao mundo.

Questão 07 – Letra BComentário: Na oração em questão, o verbo “ter”, empregado no futuro do pretérito “teria”, exprime um fato condicionado a outro, sendo essa definição uma das que caracterizam o tempo futuro do pretérito no modo indicativo. Ao expressar que “Teria sido o destino de D. Creusa, se não levasse nas entranhas a própria vida.”, o cronista condiciona o destino de D. Creusa a uma situação que não se realizaria caso ela não estivesse grávida: não ficar no anonimato ao ser atropelada.

Questão 08 – Letra BComentário: A resposta à questão é a alternativa B. Os vocábulos analisados são formados por meio do modelo da composição greco-latina, na qual se associam dois termos, com o primeiro servindo de determinante do segundo.

Assim, o termo “genocida” é formado por “gen(o)”, que significa “fazer nascer” + “cida”, radical latino que significa “aquele que mata”; e o termo “mitologia” é formado pelo radical grego “mito”, que significa “fábula” + “logia”, radical grego que significa “discurso”, “tratado”, “ciência”.

Questão 09 – Letra CComentário: O sufixo “-ura”, em “escravatura”, indica qualidade ou estado, no caso, de quem vive o estado de ser escravo.

Questão 10 – Letra EComentário: A resposta a essa questão é a alternativa E. A sequência numérica encontrada – 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 – justifica-se pelas seguintes informações: • “aguardente”éformadoporaglutinação.Comajunçãodos

radicais desse termo, há alteração fonética na nova palavra formada: “água” + “ardente”, com perda da vogal “a”.

• “casamento” é formado por derivação sufixal. Em seuprocesso de formação, o radical “casa” foi acrescido do sufixodeorigemlatina“-mento”,queéusadonaformaçãode substantivos que se derivam de verbos com o sentido de uma ação ou de seu resultado: “casa” + “-mento”.

• “portuário” é formado por derivação sufixal. Em seuprocesso de formação, o radical “port(o)” foi acrescido do sufixonominal“-ário”,quesignifica“lugaremqueseguardaalgo” e é usado para formar substantivos a partir de outros substantivos: “port(o)” + “-ário”.

• “pontapé”éumvocábuloformadoporjustaposição.Coma junção dos radicais desse termo, não houve alteração fonética nas palavras, preservando-se, assim, a sua integridade: “ponta” + “pé”.

• “os contras” é formado por derivação imprópria, emque houve mudança de classe gramatical da palavra primitiva.Gramaticalmente,“contra”éclassificadocomouma preposição que indica relação de oposição, objeção e é invariável. Com a anteposição de um artigo, “os”, o vocábulo “contra” ganha valor de substantivo e passa aserflexionado:“os”(artigo)+“contras”(substantivo).

• “submarino” é um vocábulo formado por parassíntese. Em seu processo de formação, houve junção simultânea deumprefixoedeumsufixoàpalavraprimitiva:“sub-”(prefixo)+“mar”(radical)+“-ino”(sufixo).

• “hipótese” é formado por derivação prefixal. Em seuprocesso de formação, o radical “tese” foi acrescido do prefixo grego “hipó-”, que significa “escassez”, “posiçãoinferior”: “hipó-“ + “tese”.

Questão 11 – Letra CComentário: A palavra “catedral” é derivada da palavra “cátedra” (cadeira, lugar em instituição de ensino ou assento de uma autoridade religiosa) acrescida do sufixo -al (coleção, conjunto).

Questão 12 – Letra BComentário: A palavra “imperfeitos” é formada por acréscimo do prefixo “im-”, que sugere negação.

Questão 13 – Letra EComentário: O termo “fracote”, segundo o Dicionário Aurélio, significa aquele que não tem ou que está sem força física, saúde, vigor, pessoa sem força de vontade, sujeita a errar, a pecar, medíocre. Além disso, o sufixo “-ote” assume valor pejorativo.

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Manual do Professor

35Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 14 – Letra BComentário: A resposta à questão é a alternativa B. A ênfase ao tamanho e ao poder das corporações econômicas atuais, no vocábulo em questão, é produzido pelo emprego de prefixos com sentido semelhante. O termo “megahipercorporações” foi formado pelo processo de derivação prefixal, em que foram acrescidos o prefixo grego “hiper-”, que significa “excesso”, “posição de superioridade”, e “mega” – também de valor prefixal e de origem grega –, que significa “grande”.

Questão 15 – Letra EComentário: Não é possível afirmar que “oni”, nas palavras em questão, deve ser entendido em seu sentido próprio no termo “onipotente”, e, em seu sentido figurado, no termo “onisciente”, uma vez que, como ressaltado na alternativa C, esse elemento estrutural possui o mesmo sentido em ambas as palavras: “todo”, “totalidade”. Assim “onipresente” e “onipotente” expressam, contextualmente, que Adão tem quase total ciência e quase total poder, o que pode ser confirmado pelo seguinte fragmento: “[...] se torna um magnífico Adão, quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e Poder... [...].”.

Questão 16 Comentário: navalhante: derivação sufixal – radical “navalh-” + vogal temática “a” + sufixo “-nte”.

homem-feito: composição por justaposição – substantivo “homem” + particípio / adjetivo “feito”.

Questão 17Comentário: O termo “frustralívio” foi formado pelo processo de composição por aglutinação, uma vez que houve a junção da palavra “frustração” com a palavra “alívio”.

Questão 18Comentário: Cristovam Buarque resume com a palavra “frustralívio” o sentimento que teve ao ser demitido do cargo de ministro pelo presidente Lula. Alívio pelo fato de que poderia continuar lutando pela educação como senador, e frustração por ter perdido a oportunidade de entrar para a história como o ministro que teria ajudado o presidente a erradicar o analfabetismo no Brasil.

Seção Enem

Questão 01 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 17

Comentário: O tabu linguístico mencionado no enunciado se refere a um vocábulo pouco aceito socialmente. No texto, os autores afirmam que os poetas não podiam utilizar o nome vaga-lume, pois “possuía um nome ‘indecoroso’ que não podia ser ‘usado em papéis sérios’”.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Nessa questão, o aluno deve perceber que o

processo formador do termo “sambódromo”, como neologismo,

demonstra a dinamicidade que envolve a criação de palavras

a partir da similaridade com outras já existentes, como

“hipódromo” e “autódromo”.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: Tendo em vista o assunto do texto e as críticas

pretendidas pelo autor, percebe-se que o termo criado por ele

é uma composição da gíria “embromação” com “bromatologia”,

isto é, o estudo dos alimentos.

Questão 04 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A alternativa A está incorreta, pois não há

menção, na letra da canção, à época em que as transformações

ocorreram. Da mesma forma, a canção não menciona o fim da

desigualdade social, tampouco os benefícios da inserção dos

brasileiros em uma cultura globalizada; logo, estão incorretas

as alternativas C e D. Por fim, de modo algum, mostra-se

desprezo pela cultura brasileira, o que invalida a alternativa E.

Questão 05 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Os neologismos “camaronando”, “caranguejando”

e a expressão “pequeninando e não mordendo”, criados a partir

de substantivos e adjetivos, imprimem movimento à descrição.

Isso se faz possível devido à enunciação das ações por meio

de gerúndios. Logo, está correta a alternativa E.

Questão 06 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Para responder a essa questão, o aluno deve

saber que rinite é a inflamação da mucosa do nariz; nefrite,

dos rins; tendinite, do tendão; e estomatite, da membrana

mucosa da boca. Logo, apenas a alternativa E está correta.

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36 Coleção EM1

Sugestões de leitura para o professor•A ABL (Academia Brasileira de Letras) dispõe de um link para sanar dúvidas sobre o acordo. Basta acessar

<www.academia.org.br> e procurar o serviço “ABL Responde” à direita na página. No entanto, não há prazo para que as repostas sejam enviadas, já que cada pergunta passa por análise da comissão de lexicografia e lexicologia.

•A coerência textual. Ingedore Villaça Koch; Luiz Carlos Travaglia. Contexto.•A coesão textual. Ingedore Villaça Koch. Contexto.•A cultura do Renascimento na Itália. Jacob Burckhardt. Editora Universidade de Brasília.•A história da arte. E. H. Gombrich. Guanabara Koogan.•A produção escrita e a gramática. Lúcia Kopschitz Xavier Bastos; Maria Augusta Bastos Mattos. Martins Fontes.•A questão do suporte dos gêneros textuais. Luiz Antônio Marcuschi. Depto. de Letras da UFPE. Disponível

em: <http://www.sme.pmmc.com.br/arquivos/matrizes/matrizes_portugues/anexos/texto-15.pdf>.•A técnica da comunicação humana. J. R. Whitaker Penteado. Pioneira.•Capítulos de literatura colonial. Sérgio Buarque de Holanda. Brasiliense.•Comunicação em Língua Portuguesa. João Bosco Medeiros; Maria Margarida Andrade. Atlas.•Comunicação em prosa moderna. Othon Moacir Garcia. Fundação Getúlio Vargas.•Da fala para a escrita: atividades de retextualização. Luiz Antônio Marcuschi. Cortez. •De Anchieta a Euclides. José Guilherme Merquior. Livraria José Olympio. •Evolução da poesia brasileira. Mário Faustino. Fundação Casa de Jorge Amado.•Formação de palavras em Português. Valter Kehdi. Ática. •Formação e classe de palavras no português do Brasil. Margarida Basílio. Contexto.•Gêneros textuais: definição e funcionalidade. Luiz Antônio Marcuschi. Lucerna.•Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no primeiro e segundo graus.

Luiz Carlos Travaglia. Cortez.•Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. José Carlos Azeredo. PubliFolha.•Há um aplicativo que mostra como a palavra deve ser escrita, de acordo com a nova regra, que pode ser

baixado por meio do seguinte link: <http://www.brasil.gov.br/navegue_por/aplicativos/reforma-ortografica>.•História concisa da literatura brasileira. Alfredo Bosi. Cultrix.•Introdução à linguística textual. Ingedore Villaça Koch. Martins Fontes. •Literatura de testemunho. Sílvio Castro. Publicações Alta.•Luís de Camões, o épico. Hernâni Cidade. Livraria Bertrand.•Luís de Camões, o lírico. Hernâni Cidade. Livraria Bertrand.•O auto da Ingratidão. Edith Pimentel Pinto. Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas.•O auto de São Lourenço. José Anchieta. Ediouro.•O Classicismo. J. Guinsburg (Org.). Perspectiva.•Poemas de amor de Petrarca. Petrarca. Ediouro.•Poesia de Sá de Miranda. Alexandre M. Garcia. Editorial Comunicação.•Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Luiz Antônio Marcuschi. Parábola.•Redação e textualidade. Maria da Graça Costa Val. Martins Fontes.•Reforma Ortográfica 2009. Neumar Carta Winter. Juruá.•Repensando a textualidade. Maria da Graça Costa Val. Vozes.•Teoria lexical. Margarida Basílio. Ática.•Tipos textuais e intertextualidade genérica. Edna Pagliari Brun. Disponível em: <http://www.filologia.

org.br/ileel/artigos/artigo_224.pdf>.•Viajantes do Maravilhoso. Guillermo Giucci. Companhia das Letras.•Visão do paraíso. Sérgio Buarque de Holanda. Brasiliense.•Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Antônio Geraldo da Cunha. Lexicon.

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