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Fabiana Cabral Ferreira Nancy Miura de Moraes Sandra Shinoda Mario Eidi Sato Maria Santina de Castro Morini MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES

MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES · Fabiana Cabral Ferreira Nancy Miura de Moraes Sandra Shinoda Mario Eidi Sato Maria Santina de Castro Morini MANUAL PARA CRIAÇÃO DE

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Fabiana Cabral FerreiraNancy Miura de Moraes

Sandra ShinodaMario Eidi Sato

Maria Santina de Castro Morini

MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES

MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES

1ª Edição, 2018Bauru, SP

Fabiana Cabral FerreiraNancy Miura de Moraes

Sandra ShinodaMario Eidi Sato

Maria Santina de Castro Morini

MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES

Copyright© Canal 6, 2018

Ferreira, Fabiana Cabral.Manual para criação de Ácaros predadores / Fabiana Cabral

Ferreira, et al. - - Bauru, SP: Canal 6, 2018.64 p. ; 21 cm.

ISBN 978-85-7917-484-1

1. Ácaro. 2. Ácaro predador. 3. Criação. I. Ferreira, Fabiana Cabral. II. Moraes, Nancy Miura de. III. Shinoda, Sandra. IV. Sato, Mario Eidi. V. Morini, Maria Santina de Castro. VI. Título.

CDD: 595.7

F3832m

Rua Machado de Assis, 10-35

Vl. América | CEP 17014-038 | Bauru, SP

Fone/fax (14) 3313-7968 | www.canal6.com.br

AutoresFabiana Cabral Ferreira

Nancy Miura de Moraes

Sandra Shinoda

Mario Eidi Sato

Maria Santina de Castro Morini

Foto da capaEric Erbe, USDA.

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Sumário

1º EtapaCanavalia ensiformis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2° EtapaTetranychus urticae . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

3° EtapaPhytoseiulus macropilis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4° EtapaNeoseiulus californicus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

5° EtapaPhytoseiulus macropilisNeoseiulus californicus no cultivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Referências Consultadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

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Autores

FABIANA CABRAL FERREIRA Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, Universidade de Mogi das Cruzes, Núcleo de Ciências Ambientais, Laboratório de Mirmecologia, Mogi das Cruzes, São Paulo.Email: [email protected]

MARIA SANTINA DE CASTRO MORINIGraduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP – Rio Claro, São Paulo. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas (área: Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP – Rio Claro, São Paulo. Professora e pesquisadora na Universidade de Mogi das Cruzes, São Paulo.Email: [email protected]

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MÁRIO EIDI SATOGraduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (ESALQ). Mestre e Doutor em Entomologia pela Universidade de São Paulo, São Paulo. Pesquisador Científico (PqC VI) do Instituto Biológico.Email: [email protected]

NANCY MIURA DE MORAESGraduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP – Botucatu, São Paulo. Mestre na área de Sanidade Vegetal, Segurança Alimentar e o Ambiente no Agronegócio – Instituto Biológico. Funcionária da Associação de Floricultores da Região da Via Dutra (AFLORD).Email: [email protected]

SANDRA KIYOKO NAGATSUKA SHINODAGraduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de Taubaté, Taubaté, São Paulo. Funcionária da Associação de Floricultores da Região da Via Dutra (AFLORD).Email: [email protected]

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Especiais agradecimentos

À Associação de Floricultores da Região da Via Dutra (AFLORD),

Pelo apoio financeiro para a publicação deste manual .

À Prof .ª M .Sc . Regina Coeli Bezerra de Melo,

Reitora da Universidade de Mogi das Cruzes,

Pelo apoio ao Programa de Iniciação Científica .

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Agradecimentos

Aos funcionários e associados da AFLORD (Associação de Floricultores da Região da Via Dutra), pela confiança depositada.

Ao produtor Carlos Kibe por ceder uma área em sua propriedade para a criação experimental dos ácaros predadores.

Ao Pró-Reitor Acadêmico – Campus Sede – Mogi das Cruzes, Prof. Dr. Cláudio José Freixeiro Alves de Brito.

À Coordenadora do Programa de Iniciação Científica da Universidade de Mogi das Cruzes, Profa. Dra. Regina Lúcia B. de Oliveira.

Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Processo: 2016/06919-4), pelo apoio financeiro.

Ao Instituto Biológico, APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), pelo fornecimento das linhagens dos ácaros predadores utilizadas nas criações.

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Apresentação

O uso abusivo de defensivos químicos e o manejo inadequado de ácaros praga, especialmente Tetranychus urticae, conhecido como ácaro rajado, têm favorecido o desenvolvimento de resistência a acaricidas e, com isso, está cada vez mais difícil manter suas populações em um nível não prejudicial à produtividade e qualidade de frutas, hortaliças e plantas ornamentais.

O uso de ácaros predadores para o controle de ácaros praga é uma alternativa viável e tem se expandindo no Brasil e em outros países. Isso se deve especialmente às vantagens econômicas, associadas à redução nos gastos com defensivos químicos, equipamentos de EPI (equipamentos de proteção individual) e mão de obra para as aplicações; além da praticidade no processo de controle, proteção do meio ambiente, da saúde de todos os envolvidos na cadeia produtiva, inclusive dos consumidores.

Este manual foi elaborado com o intuito de mostrar ao produtor rural como criar ácaros predadores, para que ele possa tornar a produção agrícola de sua propriedade cada vez mais saudável e sustentável, sem perder ganhos econômicos.

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1ª Etapa

Cultivo de feijão de porco (Canavalia ensiformis)

Feijão de porco (Família Fabaceae) é uma planta muito cultivada nos países tropicais para adubação verde na agricultura, mas pode ser utilizada para a criação e manutenção de ácaros predadores. Para isso, alguns procedimentos devem ser seguidos:

O plantio deve ser feito com sementes (2 a 3) de feijão de porco adquiridas no comércio ou até mesmo de produção própria, em vasos de plástico nº 14, contendo duas partes de substrato orgânico para uma de terra. O plantio precisa ser superficial, regado uma vez por dia; em dias quentes, duas vezes ao dia.

O local de cultivo pode ser a céu aberto ou em estufa. Se o produtor optar pelo primeiro tipo de cultivo, o local deve ser bem iluminado, ventilado e com baixa umidade, para reduzir a incidência de fungos e lesmas.

O plantio das sementes de feijão de porco precisa ser realizado longe das áreas de cultivo de plantas hospedeiras de ácaros praga, como ornamentais (ex.: rosas, crisântemos, orquídeas) e frutíferas; e longe do fluxo de pessoas que tenham acesso à criação do ácaro praga e ácaros predadores.

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Uma boa produção de ácaros predadores exige que o agricultor tenha pelo menos 10 a 20 vasos com plantas saudáveis de Canavalia ensiformes. Devem ser feitos plantios periódicos (ex.: uma vez por semana) de feijão de porco para garantir a continuidade da criação dos ácaros predadores.

Plantas de feijão de porco com estresse hídrico não devem ser usadas para a criação do ácaro rajado.

Aspecto de uma planta saudável de fei-jão de porco que deve ser usada para a criação do ácaro rajado.

Disposição dos vasos contendo Canavalia ensiformes . Manter a distância de 20 cm entre os vasos para que as plantas não fiquem estioladas. Caso isso ocorra, elas devem ser podadas na parte apical para que o porte diminua propiciando maior luminosidade e ventilação ao local de cultivo.

As plantas de feijão de porco que serão utilizadas para a criação do ácaro rajado devem estar saudáveis, sem pragas ou doenças.

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Informações importantes

As sementes não podem estar estocadas por mais de seis meses e devem ser mantidas em local seco e arejado.

A adubação deve ser equilibrada, utilizando fertilizante mineral (NPK: 10-10-10 ou 18-18-18) ou orgânico.

O substrato pode ser reutilizado desde que passe por processo de esterilização, que pode ser feito por solarização. Essa é uma técnica onde o substrato é aquecido pela radiação solar. Neste processo, o substrato umedecido é disposto no chão em camadas de 20 cm, coberto por um filme plástico transparente e exposto diretamente ao sol. As bordas do plástico devem ser enterradas, evitando-se assim a perda de calor. Este processo dura de quatro a oito semanas, dependendo das temperaturas alcançadas internamente. Temperaturas de 60°C eliminam a maioria dos microrganismos fitopatogênicos do solo.

Após o início do processo de germinação das sementes é preciso eliminar àquelas que não germinaram, pois elas apodrecem no substrato e atraem pequenas moscas do gênero Bradysia (“fungus gnats”). As larvas deste inseto se alimentam das raízes das plântulas e os adultos podem ser vetores de fungos patogênicos. Retirar, também, os cotilédones, folhas e caules com sintomas de doenças.

Outras pragas podem atacar as plantas do feijão de porco, como pulgões, tripes lagartas, cigarrinhas, percevejos e moscas minadoras. Neste caso, utilizar produtos naturais como extrato de laranja, óleo e torta de neem (Azadirachta indica). Para o monitoramento de insetos pragas no cultivo, o produtor deve colocar armadilhas adesivas amarelas (ou azuis) no local de criação.

O monitoramento das plantas precisa ser diário ou em dias alternados, tirando-se folhas amarelecidas e doentes, e para verificar a necessidade de água no cultivo.

No verão, as sementes germinam em sete dias e a planta atinge o tamanho ideal para a infestação do ácaro rajado em aproximadamente três semanas. No inverno este tempo é maior, tanto para a germinação das sementes, como para o crescimento das plantas.

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É importante saber...

As infestações de tripes, como dos gêneros Frankliniella e Thrips, precisam ser controladas, pois podem afetar o crescimento populacional do ácaro rajado e dos ácaros predadores, pois se eles se alimentam de ovos de ácaros. Além disso, folhas (ou plantas) de feijão de porco com tripes não podem ser distribuídas nas áreas de plantio do produtor rural, mesmo que tenham ácaros predadores.

A vespa Aphidius sp. oviposita em pulgões; suas larvas se desenvolvem no interior desses insetos sugadores e, posteriormente, ocorre a emergência do adulto do parasitoide. Os pulgões infestados ficam com aspecto de múmia e não mais prejudicam o cultivo. Este é um exemplo de controle da praga que ocorre naturalmente. Assim, não vamos matar as vespas. Vamos contribuir para o aumento populacional do parasitoide, que atua no controle biológico dos pulgões.

Pulgão com aspecto de múmia.

O cultivo do feijão de porco pode ser acometido por fungos fitopatogênicos que atacam as folhas, como Colletotrichum sp. e Oidium sp. O controle destes fungos pode ser feito usando calda bordalesa. Além desses, ocorrem fungos de solo (Pythium sp., Phytophthora sp., Rhizoctonia sp.) que atacam as raízes.

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Recomenda-se não deixar folhas velhas, plantas daninhas ou qualquer outro material em cima do substrato, pois o seu acúmulo pode favorecer a incidência de fungos.

Folhas atacadas pelo fungo Colletotrichum sp. A doença é conhecida como antracnose.

Folhas atacadas com fungo Oidium sp.

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Plantas de feijão de porco infectadas por fungos devem ser eliminadas, pois elas favorecem o aumento populacional de ácaros como Tyrophagus putres-centiae (Acaridae), que afetam o vigor das plantas (por raspagem, produção de fezes), além de causar alergias em pessoas que trabalham na criação dos predadores.

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2ª Etapa

Criação do ácaro rajado (Tetranychus urticae)

O ácaro rajado (Tetranychus urticae) é o principal alimento dos ácaros predadores (Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus californicus). A criação pode ser feita em estufa (longe dos cultivos de interesse do produtor) ou em uma construção de alvenaria, de preferência distante de locais com grande fluxo de pessoas.

A temperatura do local de criação deve ser aproximadamente 25ºC ± 3°C, a umidade em torno de 55 ± 5%, e a iluminação no mínimo de oito horas por dia.

Quando a criação ocorre em estufa com excesso de temperatura e iluminação, o ácaro rajado apresenta coloração alaranjada. Neste caso, o produtor pode confundi-lo com o predador Phytoseiulus macropilis .

A criação deve ser monitorada com auxílio de uma lupa (10 a 40 vezes), em dias alternados.

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A. Ácaro rajado de cor alaranjada. B. Ácaros rajados alaranjados, em folha de feijão de porco que podem ser confundidos com ácaros predadores.

Os ovos do ácaro rajado (Tetranychus urticae) são esféricos e podem apre-sentar coloração hialina a branco-amarelada; geralmente ficam em teias, na parte inferior das folhas e no caule. As teias são produzidas pelos ácaros rajados.

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Forma jovem de ácaro rajado (Tetranychus urticae), com aproximadamente 0,1 mm de comprimento. Essa imagem foi realizada com auxílio de uma lupa com aumento de 40 vezes.

Forma adulta da fêmea (0,5 mm de comprimento) e do macho (0,3 mm de comprimento) do ácaro rajado (Tetranychus urticae). Ambos possuem man-chas negras na região dorsal, mas o macho possui as manchas menores e o corpo mais afilado.

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É importante saber...

A oviposição do ácaro rajado diminui quando a umidade relativa está acima de 70%; e os adultos ficam menos ativos em temperaturas abaixo de 18°C. Neste caso, para que a produção do ácaro rajado não fique prejudicada, é necessário introduzir mais folhas de feijão de porco infestadas de ácaro rajado, colocando-as principalmente nas plantas sem a presença do aracnídeo. Caso seja possível o ajuste da temperatura (~ 23 a 27°C) e umidade relativa do ar (~ 50 a 60%), não há necessidade de medidas adicionais, pois há tendência de restabelecimento populacional do ácaro fitófago, em alguns dias.

As plantas infestadas com ácaro rajado devem permanecer em torno de dez dias no local de criação, que é o tempo necessário para o aumento populacional da praga. Elas precisam ser removidas deste local antes que fiquem muito injuriadas pelo ataque do ácaro praga, com sintomas de amarelecimento, presença de teias e queda de folhas. Se a infestação for muito elevada, este período pode ser menor.

Os ácaros predadores Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus californicus apresentam boa dispersão nas plantas da criação com ácaros rajados, se estas não estiverem muito infestadas ou deterioradas; e isso ocorre geralmente em 2 a 5 dias. O ácaro Neoseiulus californicus é mais afetado pelas teias do ácaro rajado que Phytoseiulus macropilis.

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A seta indica espécimes de ácaro rajado (Tetranychus urticae) infestando uma folha de feijão de porco.

Em condições de temperatura elevada (acima de 25°C) e umidade relativa entre 35 a 40% a população do ácaro rajado aumenta, com intensa formação de teia. Essas teias são favoráveis à alimentação e dispersão do ácaro praga, além de protegê-lo contra os inimigos naturais, dificultando o caminhamento dos predadores pelas plantas. Assim sendo, deve-se evitar a formação de teias na criação.

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A. Formação de teia pelo ácaro rajado. B. Teia formada pelo ácaro praga.

A. Ácaros rajados se dispersando para a parte superior da planta. B. Formação de cordas com fios de seda que facilitam a dispersão dos ácaros rajados pela ação do vento. Estes ácaros irão infestar novas plantas. As setas indicam espécimes de ácaro rajado.

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Plantas de feijão de porco deterioradas pela infestação do ácaro rajado não podem ser usadas para a criação de ácaros predadores. Nesse caso, as plan-tas devem ser colocadas em freezer (-20°C) por algumas horas, visando ma-tar os ácaros praga, antes de serem descartadas.

Caso a criação do ácaro rajado (Tetranychus urticae) venha a ser invadida por ácaros predadores (Phytoseiulus macropilis ou Neoseiulus californicus), deve-se: 1) levar as plantas (com ácaro rajado e predadores) para o local de criação dos ácaros predadores, tomando cuidado para não haver mistura de espécies de predadores, ou 2) fazer uma limpeza geral no local da criação, com descarte de todas as plantas e folhas caídas, com possível presença de ácaros predadores. A segunda opção é a mais segura para manter a qualidade da produção.

Para a observação e reconhecimento das espécies de ácaros fitófagos e predadores, recomenda-se o uso de lupa com aumento entre 20 a 40 vezes.

As plantas com ácaro rajado que serão levadas para a área de produção de ácaros predadores devem estar livres de pragas ou doenças!!!

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3º Etapa

Criação do ácaro predador Phytoseiulus macropilisO principal alimento de Phytoseiulus macropilis é o ácaro rajado

(Tetranychus urticae). Assim, na criação de Phytoseiulus macropilis é fundamental que haja abundância de ácaro rajado para evitar a fuga dos predadores.

Phytoseiulus macropilis é considerado um predador específico, atacando principalmente ácaros do gênero Tetranychus, que inclui o ácaro rajado e alguns ácaros vermelhos (ex.: Tetranychus desertorum, Tetranychus ludeni).

O adulto de Phytoseiulus macropilis apresenta coloração variada de laranja a vermelho escuro, longas pernas, formato ovoide e comprimento do corpo de aproximadamente 0,5 mm, sendo a fêmea maior que o macho. Esses ácaros ficam preferencialmente na face interior das folhas, mas andam pela planta inteira, permanecendo muitas vezes nos caules.

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O ciclo de vida apresenta quatro fases: ovo, larva, protoninfa e deutoninfa. As formas jovens de Phytoseiulus macropilis são brancas e translúcidas. Entretanto, conforme vão crescendo adquirem a tonalidade avermelhada translúcida. Esses ácaros jovens não se locomovem muito e raramente passam de uma planta para outra, mas, o adulto se locomove rapidamente. A fêmea adulta é a que mais se dispersa no cultivo.

Fêmea adulta do ácaro Phytoseiulus macropilis (seta preta) atacando um ácaro rajado (Tetranychus urticae) (seta vermelha).

O ovo de Phytoseiulus macropilis apresenta formato oblongo e pode apre-sentar coloração avermelhada translúcida.

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Ciclos de vida do predador Phytoseiulus macropilis. A. Larva. B. Protoninfa. C. Deutoninfa. D. Fêmea adulta do predador.

O local de criação pode ser uma estufa adaptada com tela de sombreamento para diminuir a luminosidade e o calor, ou uma construção de alvenaria com bastante claridade e ventilação. A temperatura em torno 25°C ± 3°C e umidade relativa de 70 ± 5% é ideal para a criação. Com o frio intenso (< 15°C) e umidade elevada (acima de 85%), a oviposição deste predador diminui. Quando a umidade relativa está muito baixa (ex.: 35%), o predador pode morrer ou apresentar

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manchas brancas na parte posterior do dorso. Em dias muito quentes e secos, deve-se aumentar a umidade no local da criação. Em temperaturas acima de 30°C, os predadores ficam muito ativos.

No local de criação de Phytoseiulus macropilis devem ser colocadas armadilhas amarelas e azuis para monitorar a incidência de pragas na planta hospedeira, pois os ácaros gostam de plantas saudáveis. Além disso, não devem ser coletadas folhas com predadores, para levar ao cultivo do produtor, quando as plantas apresentarem pragas ou doenças.

Como Phytoseiulus macropilis é suscetível à maioria dos defensivos químicos, recomenda-se que as pragas (quando presentes nas plantas da criação) sejam retiradas manualmente. Se isso não for possível, separar algumas plantas não infestadas por pragas, com exemplares de Phytoseiulus macropilis, para iniciar uma nova criação. Nesse caso, devem ser eliminadas todas as plantas com pragas ou doenças.

A seta preta indica uma fêmea adulta de Phytoseiulus macropilis com man-cha branca no dorso. A seta vermelha indica um ácaro rajado predado.

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É importante controlar a população de Phytoseiulus macropilis na criação, pois quando há muitos ácaros predadores há necessidade de uma alta população de ácaro rajado. Quando a população do predador estiver muito alta, sugere-se retirar o excesso de predadores da criação e distribuí-los em áreas de cultivo com presença de ácaro rajado.

Quando a população do ácaro rajado estiver baixa nas plantas de feijão de porco, recomenda-se transferir folhas com ovos e formas jovens (larvas e protoninfas) do ácaro predador para plantas mais novas com presença de ácaro rajado. Isso favorece o estabelecimento e o aumento populacional do predador, pois as formas jovens têm menor capacidade de predação e dispersão que os adultos, havendo assim, menor taxa de fuga dos predadores por falta de alimento.

Ácaros predadores Phytoseiulus macropilis adultos em folha de feijão de por-co. A maior concentração de fêmeas adultas de Phytoseiulus macropilis ocor-re em plantas com bom aspecto e boa infestação de ácaros rajados. Plantas com cerca de quinze ácaros predadores adultos por folha e baixa infestação de ácaro rajado podem ser levadas para as áreas de cultivo infestadas pelo ácaro praga.

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Ocasionalmente Phytoseiulus macropilis ataca imaturos de tripes. Os tripes podem se alimentar de ovos de ácaro rajado, o que torna esses insetos competidores de Phytoseiulus macropilis.

Quando muitos ácaros Phytoseiulus macropilis estiverem andando pelo caule das plantas (indicando alta população do predador), podem ser colocadas plantas de feijão de porco com ácaro rajado perto do caule para que os predadores passem para as folhas infestadas das novas plantas.

AO SAIR DO LOCAL DE CRIAÇÃO DO ÁCARO PREDADOR Phytoseiulus macropilis, NÃO RETORNAR AO LOCAL DE CRIAÇÃO DO ÁCARO RAJADO!!! Se o retorno for necessário, para uma eventual manutenção na criação do ácaro praga, solicitar essa tarefa para outra pessoa, que não tenha entrado em contato com a criação dos predadores.

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4º Etapa

Criação do ácaro predador Neoseiulus californicus

Neoseiulus californicus tem coloração branco amarelada, formato de gota (ovoide), com aproximadamente 0,5 mm de comprimento; as fêmeas são maiores que os machos.

A criação pode ser feita em estufa com tela de sombreamento, desde que tenha luminosidade suficiente para a manutenção das plantas de feijão de porco, ou em construções de alvenaria com boa ventilação e luminosidade. A temperatura ideal para a criação deste predador é em torno de 25ºC ± 3ºC, com umidade relativa de 70% ± 5%.

As plantas de feijão de porco, para serem levadas para a sala de criação do ácaro Neoseiulus californicus, não podem estar muito infestadas pelo ácaro rajado. Elas devem estar com até cinco ácaros rajados por folha, pois o predador Neoseiulus californicus não apresenta a mesma capacidade de predação que Phytoseiulus macropilis. Em altas infestações de ácaro rajado ocorre o aparecimento de teias sobre as plantas, dificultando a atuação do predador. Nesse caso, as plantas podem se deteriorar rapidamente pela ação do ácaro praga, não permitindo o crescimento populacional

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de Neoseiulus californicus, ou o uso das suas folhas para a liberação dos predadores nos cultivos agrícolas.

Quando há grande oferta de alimento, os ácaros Neoseiulus californicus ficam com a parte posterior do corpo bastante dilatada; no entanto, quando a população do ácaro rajado diminui, o corpo dos predadores passa a apresentar um aspecto mais plano. Esse é um bom indicativo para que o produtor aumente a oferta de alimento para o predador.

Para atingir uma quantidade ideal de ácaros predadores para o início da coleta de folhas e liberação de Neoseiulus californicus nos cultivos agrícolas, são necessários em torno de 20 dias; isto após a colocação dos predadores sobre as plantas com ácaro rajado, na sala de criação.

Neoseiulus californicus pode permanecer em folhas velhas das plantas de feijão de porco; assim sendo, recomenda-se espalhar estas folhas sobre plantas sadias com infestação de ácaros rajado, para que o predador passe das folhas velhas para as novas plantas.

Os ovos de Neoseiulus californicus são alongados, com coloração esbranquiçada translúcida, ficam dispostos nas folhas e caules em grupos ou sozinhos.

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A. As formas jovens (larvas, protoninfas e deutoninfas) de Neoseiulus californicus apresentam preferência por folhas mais novas (não em senescência). A seta indica uma deutoninfa. B. Fêmea adulta de Neoseiulus californicus .

Neoseiulus californicus é considerado um predador generalista, podendo se alimentar de ácaros de diferentes famílias, como os ácaros rajado e vermelho, ambos da família Tetranychidae, o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus) da família Tarsonemidae, o ácaro da leprose (Brevipalpus sp .) da família Tenuinalpidae, além de ovos e formas jovens de pequenos insetos e pólen.

Pólen de mamona ou de taboa é outra fonte de alimento que contribui para o aumento na taxa de oviposição do ácaro predador. O produtor deve espalhar o pólen somente em plantas com presença de Neoseiulus californicus, pois ele favorece o crescimento de fungos patogênicos.

Alguns cuidados devem ser tomados quando a criação de Neoseiulus californicus é suprida com pólen, pois outros insetos podem infestar o cultivo. Alguns insetos, como coleópteros e tripes, que se alimentam de pólen, também atacam os ovos (e formas ativas) do ácaro predador que está sendo criado.

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Coleóptero se alimentando de pólen na superficie da folha de feijão de porco.

AO SAIR DO LOCAL DE CRIAÇÃO DO ÁCARO PREDADOR Neoseiulus Californicus, NÃO RETORNAR AO LOCAL DE CRIAÇÃO DO ÁCARO RAJADO (Tetranychus urticae)!!!

Nos casos de introdução de ácaros predadores, Phytoseiulus macropilis ou Neoseiulus californicus, nas salas e/ou estufas de criação do ácaro rajado, não é necessário eliminar todas as plantas infestadas. O produtor pode retirar somente aquelas com presença de predadores.

No caso da criação de Neoseiulus californicus, quando há entrada de ácaros Phytoseiulus macropilis, pode-se diminuir a oferta de alimento (ácaro rajado). Nessa condição, normalmente há tendência de desaparecimento dos ácaros da espécie Phytoseiulus macropilis devido à dispersão dos ácaros à procura de plantas com maior disponibilidade de alimento, ou em consequência da predação dos ovos de Phytoseiulus macropilis por Neoseiulus californicus. O predador Neoseiulus

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californicus geralmente permanece nas plantas mesmo em condições de baixa infestação de ácaro rajado, provavelmente, devido ao seu hábito alimentar generalista.

Obtenção de pólen de mamona (Ricinus communis) para a criação de Neoseiulus californicus

Os seguintes passos devem ser seguidos:1. Coletar a inflorescência de uma planta (ex.: mamona);2. Colocar a parte basal da inflorescência em um recipiente com

água;3. Colocar um papel branco (ex.: papel sulfite) embaixo do

recipiente com água para que o pólen caia sobre ele;4. Coletar o pólen, com auxílio de um pincel, e colocá-lo em um

recipiente de vidro com tampa;5. Armazenar o pólen em freezer no máximo por três meses.

Coleta de pólen de mamona (Ricinus communis). A. A seta vermelha indica a inflorescência da mamona em um recipiente com água para não desidra-tar. B. A seta preta indica a retirada do pólen com um pincel.

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5º Etapa

Liberação de Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus californicus no cultivo

As seguintes etapas devem ser seguidas:1. Coletar folhas de feijão de porco com ácaros predadores,

Neoseiulus californicus ou Phytoseiulus macropilis (cerca de 15 adultos por folha); a proporção de predadores deve ser sempre maior que a do ácaro rajado. A coleta precisa ser realizada no período da manhã.

2. As folhas de feijão de porco com ácaros predadores devem ser colocadas em sacos plásticos transparentes, e deixadas em local fresco (ex.: refrigerador a 10ºC) até o momento da liberação no cultivo.

3. Distribuir as folhas de feijão de porco com os ácaros predadores no cultivo agrícola, somente no final período da tarde (ou ao anoitecer), em plantas infestadas pelo ácaro praga, Tetranychus urticae.

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4. Evitar a liberação em locais com resíduos de defensivos químicos. Em cultivos com uso de acaricidas ou inseticidas químicos, recomenda-se esperar aproximadamente sete dias após aplicação, para fazer a liberação dos ácaros predadores, principalmente no caso de Phytoseiulus macropilis.

5. Liberar 10 a 40 ácaros predadores por m2 de plantio. O número de ácaros predadores liberados deve ser proporcional à densidade populacional do ácaro praga no campo.

Folhas de feijão de porco com ácaros predadores, Phytoseiulus macropilis, que serão liberados em cultivo comercial de orquídeas.

Uma dica importante....

Para os ácaros predadores passarem de uma planta para outra é necessário apenas encostar as folhas de uma planta com o predador em outra planta sem o predador, mas infestada com o ácaro rajado.

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Fabiana Cabral FerreiraNancy Miura de Moraes

Sandra ShinodaMario Eidi Sato

Maria Santina de Castro Morini

MANUAL PARA CRIAÇÃO DE ÁCAROS PREDADORES