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MANUAL TÉCNICO Técnico ambiental 1 o período Legislação Ambiental Prof. Renato Horta 2008

MANUAL TÉCNICO - Prof. Renato Horta | Auxílio acadêmico ... · 2- Legislação federal, estadual e municipal, Licenças e outorgas, Leis, decretos, ... econômica, pertence ao

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MANUAL TÉCNICO

Técnico ambiental 1o período

Legislação Ambiental

Prof. Renato Horta 2008

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CRONOGRAMA

1- Introdução ao Direito ambiental, evolução histórica do Direito ambiental e a

importância da legislação aplicada para o meio ambiente; 2- Legislação federal, estadual e municipal, Licenças e outorgas, Leis, decretos,

resoluções, medidas provisórias e outros instrumentos;

3- Políticas públicas para o saneamento ambiental;

4- Unidades de conservação, características, classificação e legislação;

5- ICMS ecológico, Lei de crimes ambientais e Termos de Ajuste de Conduta – TAC.

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1. INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL

1.1. DIREITO AMBIENTAL Conceito: É a ciência jurídica que estuda os problemas ambientais e sua relação com seres humanos, tendo por finalidade a preservação ambiental associada a melhoria da qualidade de vida. É ciência que regula os direitos difusos. Princípios: Princípios são diretrizes que orientam uma ciência. O Direito Ambiental, apesar de ser uma ciência nova, possui princípios bem definidos que o distingue de outros ramos do Direito, sendo eles: I- Principio da legalidade: É a obrigatoriedade de obediência a lei quando existirem; II- Principio da supremacia do interesse público: A proteção ambiental, antes de ser direito de todos é uma obrigação de todos; III- Principio da precaução ou previsão: No Brasil a EIA/RIMA (art. 225, §1o da CF), internacionalmente: Rio 92 “de modo a proteger o meio ambiente, o principio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas necessidades. Quando houver ameaça de danos sérios e irreversíveis, a ausência de absoluta certeza cientifica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis”. IV- Principio da publicidade: Os estudos de impacto ambiental e seus relatórios têm caráter publico por tratar de elementos que compõe o bem de todos. Resolução no 9 de 1987 do CONAMA; V- Principio da participação: Exigência da participação popular na elaboração as lei, políticas publicas e controle jurisdicional. Principio 10 da Rio 92. VI- Principio da função sócio-ambiental da propriedade: Uso da propriedade só pode ser concebido se respeitada sua função sócio-ambiental; VII- Principio do poluidor-pagador: Rio 92, princípio 16, art. 4o PNMA, Lei de recursos hídricos e CF/88, art. 225; 1.2. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL Meio Ambiente: A expressão meio ambiente é um pouco dúbia, pois tanto a expressão ‘meio’ como a expressão ‘ambiente’ significam lugar. Portanto, seria mais correto dialeticamente utilizar uma ou outra expressão já que apresentam a mesma idéia. Acontece que, este ‘pleonasmo’, que faz a expressão, pela junção dos temas é feito de forma proposital para garantir o entendimento do que é meio ambiental. Neste sentido, ambiente é uma expressão de reforço a meio, para avivar a idéia de que não basta a versão estática de viver em algum lugar (meio) como também de interagir com as coisas e seres desse lugar (meio ambiente). É o que nos ensina o professor Cleucio Santos Nunes. “O meio ambiente é entendido de variados modos pela doutrina, ou seja, é visto por óticas diversas. Sobre a ótica do Direito, considera-se que o meio ambiente é o meio em que o homem vive, desta forma, ele pode ser artificial, cultural e natural. O meio ambiente é considerado artificial por que é constituído por ações humanas, como as cidades e suas constituições como casas, prédios, pontes,

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estradas, entre outras. Também é considerado cultural porque é resultado do gênio humano; entretanto, possui significado especial, na medida em que representa a testemunha da história, imprescindível à compreensão atual é futura do que o homem é, ou pode ser. Neste âmbito o meio, ambiente pode ser o patrimônio histórico da humanidade, bem como a patrimônio artístico, paisagístico e turístico.” O meio ambiente natural representa os recursos naturais, a natureza propriamente dita, a qual, como é inegável, é essencial a sobrevivência do homem. Mesmo que este se negue a aceitar esta realidade e continue na atitude irresponsável e até mesmo suicida de permanecer de forma criminosa a degradar o meio ambiente natural, a dizer o planeta Terra, sem o homem. O Direito Ambiental tutela todas as considerações possíveis do meio ambiental, mesmo que, a maior atenção seja dada ao meio ambiente natural. Já que se fala na ação humana sobre o meio ambiente, tentar-se-á explicar melhor a idéia que se pretende apresentar: o homem faz parte do meio ambiente natural, é componente do mesmo, havendo uma inter-relação com a natureza e a ecologia (que é uma perspectiva de compreender o ambiente em que se vive para explicá-lo, ou seja, para torná-lo mais adaptado a sua vida. O homem se relaciona como a natureza para dela buscar melhoria das condições de vida). Neste sentido nos ensina José Rubens Leite e Patrick de Araújo Ayala: “Os séculos que selaram o iluminismo, etapa da história que de certa forma ainda não acabou, significaram um marco relevante no processo de apropriação e transformação da natureza pelo homem, processo este que, assenta suas bases históricas no desprendimento do homem em relação a Deus, de modo que possa este, identificar-se como medida do universo, devendo tudo lhe ser subjugado, já que é um ser constituído pela distinção da razão”. Com a revolução industrial, o homem desenvolveu sobremaneira a técnica de transformação da natureza para adaptá-la ao seu bem estar. Aquela era considerada apenas como matéria prima para a produção dos mais diversos bens de consumo. Neste contexto, os séc. XVIII e XIX foram de estrema exploração dos recursos naturais, principalmente nos países ocidentais, inclusive em suas colônias de exploração. No século XX com suas grandes guerras, os países ficaram completamente destruídos, o que estimulou muito as indústrias para a reconstrução destes países e do mercado, sempre, é claro, em detrimento de todos os recursos da natureza. Bem como do aumento do acumulo de lixo industrial e dos bens de consumo que em geral não são biodegradáveis. Sendo que, nem a população, nem as indústrias se preocupavam com a destinação destes resíduos. Os países capitalistas sempre procuravam produzir e vender seus produtos, para tanto precisam de mercado consumidor e não é sempre que há este mercado consumidor; é preciso que haja um estimulo dos países mais ricos aos países mais pobres (normalmente importadores de bens de consumo). Essa cooperação se dá através de acordo e tratado para encontrarem soluções multilaterais, ou seja, que favoreçam ambas as partes e neste contexto de soluções de problemas multilaterais é que a questão ambiental surgiu. Então em 1972 foi realizada uma importante conferência da ONU sobre a questão ambiental no mundo, que foi em Estocolmo, a qual é considerada como o mais importante instrumento, até então, de preservação da natureza, pois foi gerada nesta

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conferência uma declaração, que apesar de não ter poderes coercitivos, se tornou um instrumento valioso de conscientização aos diversos países do mundo. Neste contexto o Brasil se posicionou oficialmente como um país em desenvolvimento e que por isto não poderia adotar atividade preservacionistas, em detrimento do desenvolvimento econômico. Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a ECO / 92, que significou que os países desenvolvidos e em desenvolvimento deveriam fazer um planejamento ambiental: A questão do desenvolvimento sustentável e os três importantes documentos gerados na ECO / 92: I- a declaração do Rio de Janeiro sobre meio ambiente e desenvolvimento; II- a agenda 21 e a declaração de princípios sobre florestas. Destes documentos o mais importante é a agenda 21, que é um plano de ação global a ser implementado até o século XXI, envolvendo os diversos governos, os órgãos da ONU e organização não governamentais, em qualquer lugar onde a ação humana afete o meio ambiente. As normas jurídicas têm uma capacidade de impor sanções, ao seu descumprimento. Então passa a ser função do Direito, a partir das convenções que se seguiram a de Estocolmo, regular os limites da exploração de recursos naturais de um modo geral. Estas normas têm que ter uma amplitude internacional, já que os danos ao meio ambiente vão além das fronteiras dos países. Os problemas ambientais brasileiros, vivenciados de forma mais grave em meados do século XX até os dias atuais, são sobras da visão equivocada de desenvolvimento perpetuada pelas gerações passadas e que, talvez, não dispunham de mecanismo para dimensionar a situação hoje suportada pelas presentes gerações. O direito do meio ambiente na forma de instrumento regulamentador da atividade econômica, pertence ao sistema de Direito positivo brasileiro, cujo conteúdo se voltam à organização e ao condicionamento da conduta dos indivíduos, frente às vicissitudes dos diversos ecossistemas presentes no espaço geopolítico sobre o qual o Brasil detém soberania. A proteção ao meio ambiente foi assunto que só foi tratado pelas constituições dos países recentemente, para ser mais específica, após 1970, e logo após, somente veio a incluir o meio ambiente como bem a ser protegido constitucionalmente com a carta de 1988. Uma lei que é bastante importante é a 6.938 de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Sua grande importância esta na definição dos conceitos de poluição e poluidor e também ao estabelecimento de diretrizes a serem implementadas pelo Estado e pela sociedade, como escopo de minimizar os prejuízos da exploração predatória dos recursos naturais. 1.2.1. Evolução dos instrumentos legais A preocupação com o ambiente é antiga no mundo e remonta a legislações como as

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Ordenações Filipinas do Século XVI – XVII que vigoraram até o século XIX. Este ordenamento jurídico lusitano dispunha de Livro que traziam regramentos acerca da exploração da fauna e flora local, dentre os quais se destacam os livros: LXXV, LXXVIII, LXXXVI, LXXXVIII. Já no Brasil, a legislação que trata acerca do meio ambiente é extremamente extensa e complexa. As regras jurídicas são elaboradas sem cuidado e ao sabor da pressão ou mídia do momento. Apesar das críticas, se verifica uma crescente evolução legislativa ao longo dos anos, merecendo destaques algumas legislações mais importantes: Código de águas -1934; Código de florestal - 1964; Código de caça - 1967; Código de mineração - 1967; Lei 6938/81 – institui a política nacional do meio ambiente (visão holística); Lei 7347/85 – disciplina ACP (ação civil pública); CF/88 – art. 225; Lei dos recursos hídricos - 9433/97; Lei de crimes ambientais - 9605/98; Lei de educação ambiental - 9433/97; Lei do SNUC - 9985/00; Estatuto das cidades - 10257/01;

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2. LEGISLAÇÕES

2.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL O Direito Ambiental encontra seu conteúdo normativo destacado no Capítulo VI, da Constituição Federal de 1988, em seu único artigo – art. 225 com seus Parágrafos e incisos. Art. 225 . Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 2.1.1. Principais definições Poder Público - é a expressão genérica que se refere a todas as entidades territoriais públicas. Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – pertence a todos, incluindo aí as gerações presentes e as futuras, sejam brasileiros ou estrangeiros. Dever de defender o meio ambiente e preservá-lo – é imputado ao Poder Público e à coletividade. Meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida – é um bem que não está na disponibilidade particular de ninguém, nem de pessoa privada, nem de pessoa pública. Processos ecológicos – são aqueles que asseguram as condições necessárias para uma adequada interação biológica. Prover o manejo ecológico das espécies – significa lidar com as espécies de modo a conserva-las, recuperá-las, quando for o caso.

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Prover o manejo dos ecossistemas – significa cuidar do equilíbrio das relações entre a comunidade biótica e o seu habitat. Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético – quer dizer preservar todas as espécies, através do fator caracterizantes e diferenciador da imensa quantidade de espécies vivas do País. Definir espaços territoriais e seus componentes – significa estabelecer a delimitação da área ecologicamente relevante, onde o uso do patrimônio, ali inserido, ficará condicionado às disposições constantes de Lei. Estudo Prévio de Impacto Ambiental – constitui um instrumento de prevenção de degradações irremediáveis. Promover a Educação Ambiental – significa, no futuro, o exercício de práticas consciente. 2.1.2. Repartição da competência legislativa A Constituição federal de 1988 cuidou de definir a competência legislativa de cada ente da federação. Na repartição de competências legislativas aplica-se o Princípio da Predominância do Interesse, cabendo à União, na maior parte das questões ambientais, legislar sobre as matérias de interesse nacional, aos Estados as de interesse regional, enquanto aos Municípios as de interesse meramente local. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 2.1.3. Repartição da competência executiva A competência executiva ou administrativa se resume em atitudes efetivas de controle e administração sendo conferido ao Poder Público a realização do desempenho por meio do exercício do seu poder de polícia. O poder de policia traduz-se na faculdade de que dispõe a administração pública de limitar e restringir o uso de bens, o gozo de direitos e o exercício de atividades, tendo em vista o interesse publico. A execução dos deveres constitucionais terá como base a proteção do meio ambiente como um todo, bem como o combate a poluição em qualquer de suas formas, a preservação das florestas, da flora e da fauna, e a exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios, cabendo a todos os Entes políticos tal incumbência.

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De forma geral, para saber qual a competência executiva deve-se proceder ao mesmo raciocínio da repartição legislativa, onde matérias de interesse local pertencerão ao Município já quando a matéria extrapola os limites físicos do Município, ou seja, os seus efeitos não ficam confinados na área física do Município ou envolvam mais de um Município, desloca-se a competência do executivo Municipal para o executivo Estadual; tratando-se de bens públicos estaduais e de questões ambientais supramunicipais, a competência será do executivo Estadual; nas hipóteses em que as matérias envolvam problemas internacionais de poluição transfronteiriça ou duas ou mais unidades federadas brasileiras, a competência será do Executivo Federal. Art. 21 . Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. Art. 23 . É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Art. 25 . Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 2.2. POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – LEI 6938/81 2.2.1. Apresentação da Lei PNMA – Lei 6938/91

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais

e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

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DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; IV* - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA.

DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) Art. 8º Compete ao CONAMA: I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pela IBAMA; IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO); V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama. DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

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VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Art. 9 o-A. Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. § 1o A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação permanente e de reserva legal. § 2o A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal. § 3o A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis competente § 4o Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. § 5o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade. Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de

outras licenças exigíveis. § 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação. § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trata este artigo dependerá de homologação da IBAMA. § 3º O órgão estadual do meio ambiente e IBAMA, esta em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no licenciamento concedido. § 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA o licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidade ambiental serão exercidos pelo IBAMA, em caráter supletivo da atuação do órgão estadual e municipal competentes. § 2º Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores. Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA. Parágrafo único. As entidades e órgãos referidos no caput deste artigo deverão fazer constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de degradação ambiental e a melhoria da qualidade do meio ambiente. Art. 13. O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente, visando: I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental; II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais. Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do Poder Público, destinados ao

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incentivo das pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica. Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios; II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; IV - à suspensão de sua atividade. § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. § 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a aplicação Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias prevista neste artigo. § 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprimento resolução do CONAMA. § 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de 2000) § 5o A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação das obrigações de indenização e reparação de danos previstas no § 1o deste artigo. Art. 15 . O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. § 1º A pena e aumentada até o dobro se: I - resultar: a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; b) lesão corporal grave; II - a poluição é decorrente de atividade industrial

ou de transporte; III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. § 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. Art. 16 - (Revogado pela Lei nº 7.804, de 1989) Art. 17 . Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. Art. 17-A . São estabelecidos os preços dos serviços e produtos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, a serem aplicados em âmbito nacional, conforme Anexo a esta Lei. Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais." Art. 17-C . É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades constantes do Anexo VIII desta Lei. § 1o O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de março de cada ano relatório das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido pelo Ibama, para o fim de colaborar com os procedimentos de controle e fiscalização. § 2o O descumprimento da providência determinada no § 1o sujeita o infrator a multa equivalente a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da exigência desta. Art. 17-D . A TCFA é devida por estabelecimento e os seus valores são os fixados no Anexo IX desta Lei."

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§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se: I – microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas jurídicas que se enquadrem, respectivamente, nas descrições dos incisos I e II do caput do art. 2o da Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; II – empresa de médio porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta anual superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais); III – empresa de grande porte, a pessoa jurídica que tiver receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais). § 2o O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização (GU) de recursos naturais de cada uma das atividades sujeitas à fiscalização encontram-se definidos no Anexo VIII desta Lei. § 3o Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais elevado. Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos de valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta reais), existentes até 31 de dezembro de 1999. Art. 17-F . São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais. Art. 17-G . A TCFA será devida no último dia útil de cada trimestre do ano civil, nos valores fixados no Anexo IX desta Lei, e o recolhimento será efetuado em conta bancária vinculada ao Ibama, por intermédio de documento próprio de arrecadação, até o quinto dia útil do mês subseqüente Parágrafo único. Revogado. § 2o Os recursos arrecadados com a TCFA terão utilização restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental. Art. 17-H . A TCFA não recolhida nos prazos e nas condições estabelecidas no artigo anterior será cobrada com os seguintes acréscimos: I – juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por cento; II – multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez por cento se o pagamento for efetuado até o último dia útil do mês subseqüente ao do vencimento III – encargo de vinte por cento, substitutivo da condenação do devedor em honorários de advogado, calculado sobre o total do débito inscrito como Dívida Ativa, reduzido para dez por cento se o pagamento for efetuado antes do ajuizamento da execução § 1o-A. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora § 1o Os débitos relativos à TCFA poderão ser

parcelados de acordo com os critérios fixados na legislação tributária, conforme dispuser o regulamento desta Lei Art. 17-I . As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades mencionadas nos incisos I e II do art. 17 e que não estiverem inscritas nos respectivos cadastros até o último dia útil do terceiro mês que se seguir ao da publicação desta Lei incorrerão em infração punível com multa de: I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física; II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se microempresa; III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno porte; IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de médio porte; V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte. Parágrafo único. Revogado. Art. 17-J .(Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-L . As ações de licenciamento, registro, autorizações, concessões e permissões relacionadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de competência exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos prestados pelo Ibama, inclusive os referentes à venda de impressos e publicações, assim como os de entrada, permanência e utilização de áreas ou instalações nas unidades de conservação, serão definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto. Art. 17-N . Os preços dos serviços técnicos do Laboratório de Produtos Florestais do Ibama, assim como os para venda de produtos da flora, serão, também, definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Instituto. Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. § 1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. § 2o O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá ser efetivado em cota única ou em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contribuinte para o pagamento do ITR, em

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documento próprio de arrecadação do Ibama. § 3o Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais). § 4o O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a cobrança de juros e multa nos termos dos incisos I e II do caput e §§ 1o-A e 1o, todos do art. 17-H desta Lei. § 5o Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes do ADA não coincidam com os efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, para as providências cabíveis. Art. 17-P . Constitui crédito para compensação com o valor devido a título de TCFA, até o limite de sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o montante efetivamente pago pelo estabelecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito Federal em razão de taxa de fiscalização ambiental. § 1o Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital Federal a qualquer outro título, tais como taxas ou preços públicos de licenciamento e venda de produtos, não constituem crédito para compensação com a TCFA. § 2o A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa que a determine, da taxa de fiscalização ambiental estadual ou distrital compensada com a TCFA restaura o direito de crédito do Ibama contra o estabelecimento,

relativamente ao valor compensado. Art. 17-Q . É o Ibama autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA." Art. 18 . (Revogado pela Lei nº 9.985, de 2000) Art 19 -(VETADO). Art. 19 . Ressalvado o disposto nas Leis nºs 5.357, de 17 de novembro de 1967, e 7.661, de 16 de maio de 1988, a receita proveniente da aplicação desta Lei será recolhida de acordo com o disposto no art. 4º da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Art. 20 . Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 21 . Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º da República. JOÃO FIGUEIREDO Mário Andreazza Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 2.9.1981

* Lei 11516/07 Art. 1 o Fica criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de: I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União; II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União; III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e de educação ambiental; IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União; e V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas. Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

2.2.2. Comentários a PNMA A PNMA visa a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental com fim de preservar a vida sem perder o foco do desenvolvimento socioeconômico e os interesses da segurança nacional (art. 2o). A lei tenta apresentar caminhos para, ao mesmo tempo, preservar a natureza e garantir o desenvolvimento socioeconômico, merecendo destaque os seguintes (art. 2o):

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a) Uso racional do solo, subsolo, água e ar; b) Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais; c) Controle das atividades potencialmente poluidoras; d) Incentivo ao estudo e a pesquisa de tecnologia com o fim prevarcionista; e) Recuperação das áreas degradada; f) Educação ambiental. Sendo a Lei base do atual sistema normativo ambiental a legislação em comento traça alguns conceitos basilares tais como: Conceito amplo: a) Degradação da qualidade ambiental consiste nas alterações das características do meio ambiente; Conceito restrito: b) Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que prejudique a saúde, segurança e o bem estar populacional; ou prejudicar as atividades sociais e econômicas; ou afetem desfavoravelmente a biota; ou afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; ou lancem matéria ou enérgica em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; c) Poluidor: Pessoa física ou jurídica responsável, que direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Verifique que o poluidor não é apenas aquele que cause prejuízo na forma do conceito de poluição acima, sendo, portanto mais amplo sendo considerado poluidor aquele que cause degradação; d) Recursos ambientais: atmosfera, água, solo, biosfera, fauna e flora. Dos conceitos acima apresentados desdobram-se outros necessários a sua compreensão, como: a) Biota: conjunto de seres vivos – fauna e flora – que habitam determinado lugar; b) Biosfera: conjunto de ecossistemas; c) Ecossistema: conjunto de fatores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada região; d) Biótico: seres vivos (animais, plantas bactérias...); e) Abiótico: seres inanimados (água, solo, vento...). Superados os conceitos básicos vislumbra-se no art. 4o a determinação legal ordinária acerca da responsabilidade objetiva do poluidor, que deve restaurar o ambiente degradado independentemente de culpa ou dolo. Para que se implante a PNMA é necessário um conjunto de normas e execuções destas por meio de órgãos que compõem o sistema nacional de meio ambiente (SISNAMA), sendo estes (art. 6o): a) Órgão superior – Assessorar o presidente da República; b) CONAMA – Deliberar sobre as normas para licenciamento de atividades efetivamente ou potencialmente poluidoras. c) Órgão Central – Secretaria do Meio Ambiente, vinculada ao Meio Ambiente competente para supervisionar e controlar se as PNMA estão sendo observadas. a) IBAMA – Cumprir e fazer cumprir as políticas e diretrizes do governo federal. Instituto Chico Mendes (Lei 11516/07) órgão executor federal para Unidades de Conservação ambiental. b) Órgãos seccionais – Órgão ou entidade estadual responsável pela execução de programas, controle e fiscalização ambiental.

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c) Órgãos locais – Órgão ou entidade municipal responsável pela execução de controle e fiscalização ambiental.

SISNAMA

Para implantação das PNMA são necessários instrumentos que viabilizem sua efetivação, instrumentos estes que a legislação consagra no art. 9o, podendo ser divididos instrumentos de comando e controle. Há a conjugação de normas de fiscalização e aplicações de sanções com outras cuja finalidade reside na imposição de custos ou no oferecimento de vantagens econômicas para a preservação do patrimônio ambiental, como vejamos: a) estabelecimentos de padrão de qualidade: Compete ao CONOMA estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente. Em atenção à obrigação legal o CONAMA foram editadas a Res. 357/05 (classificação dos corpos d’água e padrões de lançamentos de efluentes), Res. 5/89 (controle da qualidade do ar), Res. 16/86 (redução das emissões de gases por veículos automotivos). b) Zoneamento ambiental: O zoneamento ambiental uma espécie de zoneamento que se pode subdividir em urbano, industrial, ambiental, costeiro e ecológico-econômico. O Zoneamento ambiental brasileiro concebe a possibilidade de se ter zonas ambientais onde não é permitido qualquer tipo de intervenção humana, zonas em que é aberta a visitação, zonas em que são permitidas pesquisas científicas e zonas onde são concebidas conciliações entre o uso e sua proteção. c) Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): É formado por um conjunto de forma Avaliativas dentre as quais se destaca o EIA (Estudo de Impacto Ambiental), AAE (Avaliação Ambiental Estratégica), EVA (Estudo de Viabilidade Ambiental), RAP (Relatório Ambiental Preliminar), RCA (Relatório de Controle Ambiental). ���� A Res. 01/86 do CONAMA vinculou a AIA ao licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos potencialmente poluidores, que requerem a

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elaboração de EIA e de seu respectivo relatório (Rima). Assim verifica-se que o EIA/Rima tem abrangência restrita, sendo exigido para licenciamento de qualquer obra ou atividade que possa causar significativa degradação ao meio ambiente. A mesma Resolução acima digitada estabeleceu quais as atividades que necessariamente precisam de EIA para sua instalação (art. 2o), sendo posteriormente ampliadas conforme anexo I da Res. 237/97*, do CONAMA, sem, entretanto se tratar de uma lista fechada, pois poderá o órgão ambiental exigir o mesmo Estudo a outras atividades potencialmente poluentes. * Anexo I da Res. 237/97 do CONAMA ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Extração e Tratamento de Minerais é Pesquisa mineral com guia de utilização; é Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; é Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; é Lavra garimpeira; é Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. Indústria de Produtos Minerais não Metálicos é Beneficiamento de minerais, não metálicos, não associados à extração; é Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. Indústria Metalúrgica é Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; é Produção de fundidos de ferro e aço/ forjados / arames / relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; é Metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro; é Produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; é Relaminação de metais não - ferrosos, inclusive ligas; é Produção de soldas e anodos; é Metalurgia de metais preciosos; é Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; é Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; é Fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; é Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície. Indústria Mecânica é Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com ou sem tratamento térmico e/ou de superfície. Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comuni cações é Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; é Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática; é Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. Indústria de Material de Transporte é Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios; é Fabricação e montagem de aeronaves; é Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutuantes. Indústria de Madeira é Serraria e desdobramento de madeira; é Preservação de madeira; é Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; é Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. Indústria de Papel e Celulose é Fabricação de celulose e pasta mecânica; é Fabricação de papel e papelão; é Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada. Indústria de Borracha é Beneficiamento de borracha natural;

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é Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos; é Fabricação de laminados e fios de borracha; é Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex. Indústria de Couros e Peles é Secagem a salga de couros e peles; é Curtimento e outras preparações de couros e peles; é Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; é Fabricação de cola animal. Indústria Química é Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos; é Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira; é Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; é Produção de óleos / gorduras / ceras vegetais-animais / óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da madeira; é Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos; é Fabricação de pólvora / explosivos / detonantes / munição para caça-desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos; é Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais; é Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos; é Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas; é Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes; é Fabricação de fertilizantes e agroquímicos; é Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários; é Fabricação de sabões, detergentes e velas; é Fabricação de perfumarias e cosméticos; é Produção de álcool etílico, metanol e similares. Indústria de Produtos de Matéria Plástica é Fabricação de laminados plásticos; é Fabricação de artefatos de material plástico. Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos é Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; é Fabricação e acabamento de fios e tecidos; é Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigo diversos de tecidos; é Fabricação de calçados e componentes para calçados. Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas é Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares; é Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal; é Fabricação de conservas; é Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescado; é Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados; é Fabricação e refinação do açúcar; é Refino / preparação de óleo e gorduras vegetais; é Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação; é Fabricação de fermentos e leveduras; é Fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais; é Fabricação de vinhos e vinagre; é Fabricação de cervejas, chopes e maltes; é Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais; é Fabricação de bebidas alcoólicas. Indústria de Fumo é Fabricação de cigarros / charutos / cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo. Indústrias Diversas é Usinas de produção de concreto; é Usinas de asfalto; é Serviços de galvanoplastia. Obras Civis é Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; é Barragens e diques; é Canais para drenagem; é Retificação de curso de água; é Abertura de barras, embocaduras e canais;

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é Transposição de bacias hidrográficas; é Outras obras de arte. Serviços de Utilidades é Produção de energia term oelétrica; é Transmissão de energia elétrica; é Estações de tratamento de água; é Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário; é Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos); é Tratamento / disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros; é Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; é Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; é Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. Transporte, Terminais e Depósitos é Transporte de cargas perigosas; é Transporte por dutos; é Marinas, portos e aeroportos; é Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos químicos; é Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. Turismo é Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos. Atividades Diversas é Parcelamento do solo; é Distrito e pólo industrial. Atividades Agropecuárias é Projeto agrícola; é Criação de animais; é Projetos de assentamentos e de colonização. Uso de Recursos Naturais é Silvicultura; é Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; é Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; é Utilização do patrimônio genético natural; é Manejo de recursos aquáticos vivos; é Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas; é Uso da diversidade biológica pela biotecnologia. O EIA deve ser apresentado pelo empregador, que arcará com os custos de sua realização, no momento em que formalizar o requerimento da licença ambiental (art. 8o). A elaboração do estudo compete a uma equipe multidisciplinar (art. 7o), composta por profissionais legalmente habilitados, de diferentes áreas, que, juntamente com o empregador, são responsáveis pelas informações oferecidas. O Art. 5o da Res. 01/86 estabelece às diretrizes para a elaboração do EIA, sem desprezar, obviamente, os princípios e determinações legais existentes na Lei de PNMA. Já o Art. 6o da Resolução em comento estabelece o que deve ser desenvolvido na atividade técnica do desenvolvimento do EIA, dentre os quais, basicamente podemos dividir em 3 partes, sendo elas: 1a - diagnóstico ambiental da área de influencia, devendo ser considerados os meios físicos, biológicos, ecossistemas naturais e socioeconômicos; 2a - prognóstico acerca dos impactos do projeto e suas alternativas; 3a - a definição de medidas mitigadoras dos impactos negativos, avaliando a eficiência de cada uma delas, combinada com a elaboração de programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais, indicando os fatores e parâmetros a serem observados.

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O EIA deve observar os objetivos globais do empreendimento, não limitando a trechos, partes ou etapas. Sob pena de restar interrompida parte do empreendimento pendente de novos estudos. A Resolução, em reverencia ao princípio Constitucional da participação popular, informação e publicidade, determina a confecção de Relatório de Impacto Ambiental (Rima) com fim de dar oportunidade ao leigo de tomar conhecimento dos empreendimentos a serem desenvolvidos (art. 9o). O Rima deve ser confeccionado de forma simples e objetiva contendo a conclusão do EIA para a compreensão do leigo. No Relatório deve conter os objetivos e justificativas do projeto, além dos demais elementos exigidos por meio de diretrizes constantes no EIA. Para alcançar o objetivo da publicidade, o EIA/Rima devem estar sempre acessíveis ao público, (art. 11) permanecendo sua cópia à disposição dos interessados nos centros de documentação ou bibliotecas dos órgãos ambientais competentes ou mesmo através da internet, vg, http://www.ibama.gov.br/licenciamento/. ���� A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), também chamada de Avaliação de Impactos Ambientais de Políticas, Programas e Planos (AIA de PPP), tem por finalidade considerar os impactos decorrentes das decisões de política e planejamento, permitindo sejam considerados os impactos cumulativos e sinergéticos que correrão em função das ações selecionadas. A definição de políticas, programas e planos e a preparação e realização de projetos correspondem a fases distintas e relativamente seqüenciais do processo de tomada de decisões, o que conduz a diferentes abordagens de avaliação ambiental. A AAE permite, justamente, que seja realizada uma prévia, de caráter mais global, embora bastante complexa, eis que envolve diferentes atividades e relações de causa-efeito. A AAE surge, em muitas situações, da necessidade de assegurar ba decisão a consideração dos três objetivos da sustentabilidade, sendo eles, o crescimento econômico, a equidade social e a proteção ambiental. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986 Publicado no D. O . U de 17 /2/86. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo artigo 18 do mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE: Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de

matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II - Ferrovias;

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III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia. Artigo 3º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA, a serem submetidos à aprovação do IBAMA, o licenciamento de atividades que, por lei, seja de competência federal. Artigo 4º - Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento e implantação das atividades modificadoras do meio Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a natureza o porte e as peculiaridades de cada atividade. Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:

I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos. Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos

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de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área. Artigo 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados. Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes á realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias, Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, no mínimo: I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados; III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto; IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização; VI - A descrição do efeito esperado das medidas

mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado; VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral). Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua implementação. Artigo 10 - O órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município terá um prazo para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado. Parágrafo único - O prazo a que se refere o caput deste artigo terá o seu termo inicial na data do recebimento pelo órgão estadual competente ou pela SEMA do estudo do impacto ambiental e seu respectivo RIMA. Artigo 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o período de análise técnica, § 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o projeto, receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação, § 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA, Artigo 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Flávio Peixoto da Silveira (Alterada pela Resolução nº 011/86)

d) Licenciamento ambiental

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A Lei exige (art. 10) que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos naturais, capazes de causar poluição ou degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental. A Res. 237/97 do CONAMA traz alguns conceitos importantes: Licença – é o ato administrativo final de outorga, que permite ao empreendedor a localização, instalação e operação de empreendimentos ou atividades que gerem impactos ao ambiente natural. Licenciamento – é um procedimento administrativo, ou seja, uma série de atos administrativos legalmente ordenados. A Licença ambiental, uma vez concedida, não poderá ser revogada a qualquer tempo sem motivo, porém, o fato de seguir todos os procedimentos devidos não garante ao empreendedor a concessão ou a renovação de prazos de licença. Como já enumerado acima, o anexo I da Res. 327/97 apresenta quais empreendimentos necessitam inexoravelmente de licença ambiental, sem excluir outras atividades a critério da autoridade. O IBAMA é o Instituto executivo responsável pelo licenciamento ambiental em caráter federal, sendo executado pela Diretoria de Licenciamento Ambiental; o COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental, por intermédio das Câmaras Especializadas, da FEAM –Fundação Estadual do Meio Ambiente, no tocante às atividades industriais, minerárias e de infra-estrutura e do IEF – Instituto Estadual de Florestas, no tocante às atividades agrícolas, pecuárias e florestais, é o órgão mineiro responsável pelo licenciamento estadual.

COMPETENCIA PARA LICENCIAR União (IBAMA) Estado/DF (COPAM/MG) Município

Caráter supletivo (art. 4º) Caráter geral (art. 5º) Caráter local (art. 6º) Licenciamento de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou re-gional. a) regiões localizadas ou desenvol-vidas conjuntamente no Brasil e em pais limítrofe, no mar territorial, na pla-taforma continental, na zona econô-micamente exclusiva, em terras indí-genas ou em UC; b) atividades localizadas ou desenvol-vidas em dois ou mais Estados; c) cujos impactos diretos ultrapassem os limites territoriais do país ou de mais de um Estado; d) bases ou empreendimentos milita-res; e) atividades destinados a pesquisa, lavrar, produzir, beneficiar, transpor-tar, armazenar e dispor de material ra-dioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações.

Licenciamento de empre-endimentos e atividades: a) localizados ou de-senvolvidos em mais de um município ou em uni-dades de conservação de domínio estadual ou distrital; b) localizados ou de-senvolvidos nas florestas e demais formas de vê-getação natural de pré-servação permanente; c) cujos impactos am-bientais ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios; d) delegados pela União aos Estados e DF, por instrumento legal ou con-vênio.

Licenciamento de empreendimentos e atividades: a) locais; b) delegados pelos Estados, por instru-mento legal ou com-vênio.

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���� Fases do processo de licenciamento: O processo de licenciamento ambiental possui três etapas distintas: Licenciamento Prévio, Licenciamento de Instalação e Licenciamento de Operação. I – Definição pelo órgão ambiental, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao inicio do processo de licenciamento EIA/Rima; II – Formalização do requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhados dos documentos anteriormente definidos; III – Analise pelo órgão ambiental dos documentos e Estudos; IV – Solicitação de esclarecimentos e complementações; V – Audiência pública para discussão do EIA/Rima, quando couber; VI – Solicitação de esclarecimentos e complementações decorrentes da Audiência pública; VII – Emissão de parecer técnico conclusivo; IX – Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, que deve ser fundamentada e publicada. Licença Prévia (LP) A primeira licença a ser outorgada é a Licença Prévia (LP), que aprova a localização e atesta sua viabilidade ambiental. A referida licença terá prazo não superior há 5 (cinco) anos. Nesta etapa, quando necessário, serão confeccionados o EIA/Rima. Nessa etapa são realizadas Audiências Públicas para que a comunidade interessada e/ou afetada pelo empreendimento seja consultada. Licença de Instalação (LI) Cumprido os requisitos estabelecidos na LP, será concedida, mediante elaboração do Plano Básico Ambiental, e conforme o caso (desmatamento), também a elaboração de Inventário Florestal, para apoiar a decisão sobre o deferimento da Autorização de Supressão de Vegetação, a Licença de Instalação (LI) que autoriza o início da obra ou instalação do empreendimento. O prazo de validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma de instalação do projeto ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. Empreendimentos que impliquem desmatamento dependem, também, de "Autorização de Supressão de Vegetação". Licença de Operação (LO) A última Licença a ser obtida é a de Operação (LO) que deve ser solicitada antes de o empreendimento entrar em operação, pois é essa licença que autoriza o início do funcionamento da obra/empreendimento. Sua concessão está condicionada à vistoria a fim de verificar se todas as exigências e detalhes técnicos descritos no projeto aprovado foram desenvolvidos e atendidos ao longo de sua instalação e se estão de acordo com o previsto nas LP e LI. O empreendedor também deve elaborar um conjunto de relatórios descrevendo a implantação dos programas ambientais e medidas mitigadoras previstas nas etapas de LP e LI. O prazo de validade é estabelecido, não podendo ser inferior a 4 (quatro) anos e superior a 10 (dez) anos.

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A Licença poderá ser renovada, devendo ser requerida 120 dias antes do término do seu prazo de validade. Neste caso a Licença será prorrogada automaticamente até a manifestação definitiva do órgão ambiental. A nova Licença poderá ter seu prazo de validade aumentado ou reduzido; podendo ainda as ser alteradas as condicionantes e as medidas de controle, tudo mediante fundamentação. Os órgãos ambientais, antes da concessão das Licenças devem ouvir os Órgãos Ambientais (OEMAs) envolvidos no licenciamento e os Órgãos Federais de gestão do Patrimônio Histórico (IPHAN), das Comunidades Indígenas (FUNAI), de Comunidades Quilombolas (Fundação Palmares), de controle de endemias (FUNASA), entre outros. ���� Procedimento: O empreendedor deverá primeiramente se inscrever no órgão a quem compete expedir Licença ambiental. Deverá o empreendedor preencher o formulário solicitando ao órgão a abertura de processo administrativo com vistas ao licenciamento ambiental devendo este ser entregue ao órgão competente. O IBAMA fornece formulário, que será preenchido on-line (no caso de empreendimentos do tipo: aproveitamento hidrelétrico, linhas de transmissão, mineração, ferrovia, rodovia e dutos) pelo empreendedor, servirá também como uma ficha de caracterização prévia do empreendimento. Para as demais tipologias o formulário deverá ser preenchido, impresso e encaminhado à Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama. ���� Audiência Pública: A Audiência Pública não é obrigatória, mas é uma das etapas da avaliação do impacto ambiental e o principal canal de participação da comunidade nas decisões em nível local. Esse procedimento consiste em apresentar aos interessados o conteúdo do estudo e do relatório ambiental, esclarecendo dúvidas e recolhendo as críticas e sugestões sobre o empreendimento e as áreas a serem atingidas. As audiências públicas poderão ser realizadas por determinação do órgão ambiental competente, sempre que julgar necessário, ou por solicitação de entidade civil, do Ministério Público ou de 50 ou mais cidadãos. O edital de realização da audiência é publicado no Diário Oficial e em jornal regional ou local de grande circulação, rádios e faixas, com indicação de data, hora e local do evento. O local escolhido para realização da audiência deve ser de fácil acesso aos interessados. Por isso, devido à localização geográfica das comunidades e grupos interessados, poderá; haver mais de um evento sobre o mesmo projeto. Na Audiência Publica reúnem-se a comunidade, o empreendedor, a empresa de consultoria, órgão ambientais governamentais, sociedade civil organizada. São apresentadas pelos órgãos do governo, pela empresa de consultoria e pelo empreendedor detalhes do projeto, sendo posteriormente facultada a participação

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popular por meio de perguntas orais ou escritas. ���� Cassação, Revogação, anulação e caducidade da Licença: Cassação – violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; Revogação – quando a licença deixa de ser conveniente e oportuno, cabendo indenização. Anulação – defeito do ato constitutivo é anulado tudo feito posteriormente a fraude. Poderá haver indenização se o licenciado não concorreu pela fraude. Caducidade – quando nova Lei não admite licenciamento. ����Licenças ambientais e urbanísticas Em centros urbanos são necessárias diversas licenças urbanísticas, tais como: Alvará de construção, alvará de funcionamento, alvará localização, entre outros. Caso o empreendedor atenda todos os requisitos exigidos a licença urbanística não poderá ser-lhe negada, pois, diferente das licenças ambientais, as licenças urbanísticas constituem ato vinculado da administração. Procedimentos: Estudo de viabilidade urbanística �PL�LI�Licenciamento da construção�LO� Licenciamento da atividade. ����Licenças ambientais e outorga de direitos de uso de recursos hídricos: A outorga visa garantir o controle quantitativo e qualificativo dos usos da água e o efetivo exercício do direito de acesso a água. A outorga possui prazo máximo de 35 anos, possuindo o procedimento ampla publicidade. A competência para outorga reparte-se entre a União (ANA) e Estados/DF (MG-IGAM), estando o uso sujeito a cobrança. Deve haver compatibilização entre outorga e Licença Ambiental, PIS a captação, derivação ou acumulação de água e lançamentos de efluentes, em geral, causam impactos ambientais. Procedimento: 1ª teoria, fundamentada na Res. 237/97, art. 10, §1º do CONAMA. Outorga �Licença Ambiental. *2ª teoria, específica para lançamentos de efluentes, possui fundamento lógico, já que, os estudos necessários a obtenção da Licença Ambiental são mais amplos que o para obtenção da outorga. Licença Ambiental � Outorga

*3ª teoria, fundamentada na Res. 65/06 do CNRH.

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Outorga preventiva/declaração de disponibilidade hídrica�LP�LI�Outorga de uso�LO. * correspondem os procedimentos mais aceitos pelos órgãos executores.

����Pós-licenciamento:

Depois de conferida a Licença Ambiental é necessário que as atividades licenciadas

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sejam monitoradas a fim de se acompanhar o perfeito atendimento as condicionantes e possíveis reações do ambiente á atividades praticadas que não tenham eventualmente sido previstas pelo EIA/Rima. Há o automonitoramento realizado pelo próprio empreendedor, que deve manter relatórios atualizados e, quando fiscalizado, deverá demonstrar a precisão de suas informações. Os dados levantados através do automonitoramento podem conduzir a uma modificação do projeto, contribuir para confecção de novas normas ambientais, melhor previsão dos impactos ambientais de projeto ou programas semelhantes. Recursos Hídricos ���� Diagnostico hídrico mundial e brasileiro • Distribuição de água mundial 66,7% do planeta Terra é coberto por água; 97,5% desta mesma água são salobras; 2,5% restantes são doces; 68,9% de água doce estão depositadas em calotas polares; 29,9% da água doce está depositada no subsolo; 0,3% da água doce está depositada em rios e lagos; 0,9% da água doce estão dispostas no solo e em forma de vapor; • Água potável do planeta 1,2 bilhões de pessoas não dispõem de água potável; 1,8 bilhões não têm acesso a saneamento básico; 5 milhões morrem em razão de doenças relacionadas a precariedade do saneamento básico. • Utilização da água potável mundial 70% da água potável do planeta é utilizada na irrigação necessária para produção de grãos. Para a produção de grãos existe um dispêndio enorme de água potável na proporção de 1000 para 1. • Poluição dos recursos hídricos no Brasil A ausência de saneamento básico e a agropecuária irregular são responsáveis por cerca de 80% da poluição hídrica nacional. Dos 15 milhões de m3 de esgoto produzidos diariamente no Brasil, apenas 5 milhões recebem algum tipo de saneamento. Como se não bastasse, a agropecuária descontrolada devasta em nosso país, por meio de queimadas, 1 campo de futebol a cada 4 minutos. • Escassez hídrica 78% da água potável de nosso país encontram-se na região amazônica onde a densidade demográfica é muito pequena, existindo regiões onde há a falta deste recurso.

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Em países onde já se sofre com a escassez hídrica a solução é importar água de forma indireta, em forma de grãos. ���� Domínio hídrico – Lei 9433/97 A CF/88 diz que a água é de domínio da União/Estados, porém o domínio não deve ser interpretado como algo relativo a propriedade, mas sim, a guarda, a proteção e a gestão, afim de, garantir a toda população este recurso. Toda água é bem público, ainda que esteja localizada dentro de terrenos privados. Para que o proprietário utilize a água localizada na sua área deverá obter outorga e ainda poderá ser obrigado a pagar pelo uso do bem, exceto quando o suo for insignificante. • A água de chuva é também bem público, mas não sujeito a outorga ou cobrança

pelo seu uso, não podendo contudo, o proprietário da área impedir sua passagem ou mesmo desviá-la.

• Água subterrânea está sob o domínio público exclusivo dos Estados membros da federação, sem exceção.

A divisão dominical está estipulada nos artigos 20 e 26 da CF/88, que divide respectivamente aqueles bens hídricos que pertence a cada ente federado. Art. 20 . São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Art. 26 . Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

���� Gestão dos recursos hídricos Objetivo: Assegurar o controle qualitativo e quantitativo da água os instrumentos para se alcançar o objetivo são: I – Outorga; II – Cobrança;

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III – Enquadramento dos recursos hídricos; IV – Plano de recursos hídricos; V – Sistema de Informação. I – Outorga: Outorga é o ato administrativo que autoriza o uso da água em determinado local, volume, período e vazão. O CNHR (Conselho Nacional de Recursos Hídricos) é quem irá expedir critérios gerais para concessão de outorgas. O órgão executivo federal (ANA – Agência Nacional das Águas) ou regional (IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas) irá avaliar a viabilidade do empreendimento. A viabilidade é auferida através de: EIA; Quantidade e qualidade de água alocável. O pedido de outorga e todos os atos para obtenção desta devem ser amplamente divulgados com publicações em jornais de grande circulação e no diário oficial (art. 8º da Lei 9984/00). O prazo máximo renovável da outorga é de 35 (trinta e cinco) anos. O prazo da outorga concedida às concessionárias e autorizatárias deve coincidir com o tempo de vigência da concessão ou autorização. A competência para expedir outorgas reparte-se entre União/Estados sendo o órgão federal competente a ANA (Agencia Nacional das Águas) e estadual mineiro o IGAM (Instituto de Gestão das Águas Mineiras). O Procedimento inicia-se com o preenchimento do formulário integrado de caracterização do empreendimento (FICEI), sendo conjugado tal formulário com outro especifico para utilização de águas superficiais e/ou subterrâneas, conforme especificações.

FFFOOORRRMMMUUULLL ÁÁÁRRRIIIOOO IIINNNTTTEEEGGGRRRAAADDDOOO DDDEEE CCCAAARRRAAACCCTTTEEERRRIIIZZZAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOO EEEMMMPPPRRREEEEEENNNDDDIIIMMMEEENNNTTTOOO ––– FFFCCCEEEIII*** 1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR Razão social ou nome: ________________________________________________________________________ Nome Fantasia: _____________________________________________________________________________ CNPJ/CPF: __________________________________ Inscrição estadual: ______________________________ Endereço (Rua, Av. Rod. Etc.): _____________________________________________________No/km: ______ Complemento: ________________________________ Bairro/localidade: _______________________________ Município: ____________________ UF: _____ CEP: ____________________ Telefone: ( ) ______ - ________ Fax: ( )______ - __________ Caixa Postal: ____________ E-mail:______________________________ ____

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2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Razão social ou nome: ________________________________________________________________________ CNPJ/CPF: _________________________________ Inscrição Estadual: _______________________________ Nome fantasia/apelido: _______________________________________________________________________ Endereço (Rua, Av. Rodovia, etc.): ________________________________________________ No/km: _______ Complemento: _____________________________ Bairro/localidade: __________________________________ Município: ______________________ UF: _____ CEP: __________________ Telefone: ( ) ______ - ________ Fax: ( )______ - _______ Caixa Postal: __________ E-mail: ______________________________________ Micro Empresa: [ ] SIM [ ] NÃO

3. ENDEREÇO PARA ENVIO DE CORRESPONDÊNCIA : [ ] REPETIR CAMPO 1 [ ] REPETIR CAMPO 2 (informar endereço em área urbana, pois os correios não entregam correspondência em área rural) Destinatário: ____________________________________________________ / __________________________

(nome da pessoa que vai receber a correspondência) (vínculo com a empresa)

Endereço (Rua, Av., etc.): ___________________________________________________ No/km: ______/_____ Complemento: _______________________ Bairro/localidade: ______________________________________ Município: ____________________ UF: _____ CEP: ____________________ Telefone: ( ) ______ - ________ Fax: ( ) ______ - _________Caixa Postal: ________E-mail: _________________________________________

4. USO DE RECURSO HÍDRICO 4.1 – O empreendimento faz uso ou intervenção em re curso hídrico? [ ]NÃO (passe ao campo 5) [ ]SIM 4.2 – Utilização do Recurso Hídrico é/será exclusiv a de Concessionária Local? [ ]NÃO [ ]SIM (passe ao campo 5) 4.3 – Existe Processo de Outorga já solicitado junto ao IGAM (Em análise) Nº Protocolo do IGAM: Nº Protocolo/ Ano _________ / ______; _________ / ______; _________ / ______ 4.4 – Uso não Outorgado (ainda não possui Outorga): Código do uso: ____ quantidade: ____; código do uso: _____ quantidade: ____; código do uso: ____

quantidade: ____. Código do uso: ____ quantidade: ____; código do uso: _____ quantidade: ____; código do uso: ____

quantidade: ____. 4.5 – Uso Insignificante? [ ]SIM [ ]NÃO (Uso Insignificante é definido pela UPGRH em que o

empreendimento está localizado). (Informe-se no site do SIAM através DN CERH 09/2004): Código do uso: ____ quantidade: ____; código do uso: _____ quantidade: ____; código do uso: ____

quantidade: ____. 4.6 – Utilização do Recurso Hídrico é ou será Colet iva? [ ]NÃO [ ]SIM (Informar : DAC/IGAM

_____/_____) (A Declaração de Área de Conflito DAC/IGAM, deverá ser solicitada ao IGAM ou através dos NARC’s) Código do uso: ____ quantidade: ____; código do uso : _____ quantidade: ____; código do uso: ____

quantidade: ____. 4.7 – Possui Outorga? ( Portaria de outorga publicada) No da Portaria/ano: ________ / _____; No da Portaria/ano: ________ / _____; No da Portaria/ano:

________ / _____. 4.8 – Trata-se de Revalidação/Renovação de Outorga? No da Portaria/ano: ________ / _____; No da Portaria/ano: ________ / _____; No da Portaria/ano:

________ / _____. 4.9 – Trata-se de Retificação de portaria de Outorg a? No da Portaria/ano: _______ / _____; No da Portaria/ano: ________ / _____; No da Portaria/ano: ________ / _____.

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5. Localização do empreendimento 5.1 – A área do empreendimento abrange outros municípios? [ ] NÃO [ ] SIM (Se sim, informar): __________ 5.2 – A área do empreendimento abrange outros estados? [ ] NÃO [ ] SIM (Se sim, informar): ____________ 5.3 – O empreendimento está localizado dentro de unidade de conservação (UC) de uso sustentável ou de proteção integral, criada ou implantada, ou em outra área de interesse ambiental legalmente protegida? [ ] NÃO [ ] SIM , nome: __________________________________________________ 5.4 – O empreendimento está localizado em sua zona de amortecimento (ou entorno, no raio de 10 km ao redor da UC), de alguma UC, exceto APA ou RPPN? [ ] NÃO [ ] SIM , nome: ___________________________________________

6. AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL (APEF) E/OU INTERVE NÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) E/OU DECLARAÇÃO DE COLHEITA E COMERCI ALIZAÇÀO (DCC) 6.1 – Caso já tenha processo de exploração florestal ou de intervenção em APP ou pedido de Declaração de Colheita e Comercialização - DCC (protocolados) referente a esse empreendimento informar o (s) número (s): ____________/______; ____________/______; ____________/______; ____________/______; ____________/______. 6.2 – Caso já tenha Autorização para Exploração Florestal – APEF ou Declaração de Colheita e Comercialização – DCC liberada para esse empreendimento informar o (s) número (s):

____________/______; ____________/______; ____________/______; ____________/______; ____________/______.

6.3 – O Empreendimento está localizado em área rural? [ ] SIM (preencha abaixo) [ ] NÃO (passe para o campo 7)

6.3.1 – A propriedade possui regularização de reserva legal (Termo de Compromisso/IEF ou Averbação)? [ ] SIM [ ] NÃO

6.4 – Haverá necessidade de nova supressão / intervenção neste empreendimento, além dos itens relacionados

nas perguntas 6.1 e 6.2? [ ] SIM (responda as perguntas abaixo) [ ] NÃO (passe ao campo 7) 6.5 – Ocorrerá supressão de vegetação? [ ] NÃO (passe ao item 6.7) [ ] SIM (preencha os campos abaixo): [ ] nativa (passe para o item 6.7) [ ] plantada, (responda as perguntas abaixo) 6.6 – É vinculada, legal ou contratualmente, a empresas consumidoras de produtos florestais? [ ] NÃO [ ] SIM 6.7 – Ocorrerá supressão/intervenção em Área de Preservação Permanente (APP)? [ ] NÃO [ ] SIM

7. DADOS DA (S) ATIVIDADES (S) DO EMPREENDIMENTO Descreva sucintamente a atividade fim do empreendimento – atual e futura: ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________

8. Declaro sob as penas da lei que as informações prestadas são verdadeiras e que estou ciente de que a falsidade na prestação destas informações constitui crime, na forma do artigo 299, do código penal (pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa), c/c artigo 3º da lei de crimes ambientais, c/c artigo 19, §3º, item 5, do decreto 39424/98, c/c artigo 19 da resolução CONAMA 237/97. ___/___/___ ____________________________________________ / ________________________ /

___________________ Data Nome legível do responsável pelo preenchimento do FCEI Assinatura Vinculo com a empresa

NÃO SERÃO ACEITOS FORMULÁRIOS COM INSUFICIÊNCIA OU INCORR EÇÃO DE DADOS.

PARA RETIFICAR OU COMPLEMENTAR INFORMAÇÕES JÁ PRESTADAS, PREENCHER NOVO FCEI. * Formulário para uso de águas sob o domínio do Estado de Minas Gerais. Após o preenchimento do formulário e também do formulário especifico, e atendida às condições impostas, deverá ser requerida a outorga, por meio do seguinte formulário:

Requerimento de outorga de direito de uso das águas * Para uso do IGAM No Processo

(Cidade, Data )

Ilma. Senhora

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Dra. Cleide Izabel Pedrosa de Melo DD. Diretora Geral Instituto Mineiro de Gestão das Águas / IGAM Rua Espírito Santo, 495 – Centro Belo Horizonte - Minas Gerais CEP: 30160-030 Fone:(31) 3219-5783 Fax:(31) 3219-5826 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] Site: www.igam.mg.gov.br Senhora Diretora, (Nome do requerente ), CPF (ou CNPJ) No (CPF - pessoa física ou CNPJ - pessoa jurídica ), vem pelo presente requerer desse Instituto (Tabela 1 - Modalidade de outorga ), para a execução de (Tabela 2 - Uso dos recursos hídricos ), no ponto de coordenadas geográficas (Latitude e Longitude ), no (Nome do curso d’água - somente para água superficia l), na(o) (Fazenda, sítio, distrito etc ), município de (Nome do município ). O requerimento em questão destina-se a (Tabela 3 - Finalidade do uso ), fundamentadas nas informações do relatório técnico anexo, executado pela (Nome da empresa – quando for o caso ), sob a responsabilidade de (Nome e N o CREA do responsável técnico ). Declara, ainda, conhecer a legislação federal e est adual vigente sobre recursos hídricos e meio ambiente, cujo descumprimento ensejará, além da per da do direito de uso eventualmente deferido, a aplicação das penalidades previstas na mesma legislação, em especial a Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, e sua regulamenta ção constante no Decreto nº 41.578, de 8 de março de 2001, bem como acarretará a aplicação das sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais(Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 ). Nestes termos, pede deferimento. Assinatura do requerente ou representante legal Endereço completo para correspondência Fone / Fax / E-mail Completar os termos em negrito. * Formulário para uso das águas sob o domínio do estado de Minas Gerais A Lei 9433/97 traça quais usos necessitam de outorga e também suas exceções, vejamos:

Outorga Dispensada a Outorga Derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo hídrico, pa-ra consumo final, inclusive abastecimen-to público ou insumo de processo produ-tivo; Extração de água subterrânea para consumo final de processo produtivo; Lançamento de efluentes líquidos ou gasosos, tratados ou não; Uso para fins de aproveitamento de potenciais de potenciais hidrelétricos; Qualquer uso que seja potencialmente degradante.

Uso de recursos hídricos para satisfação de necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio rural (ex. Assudes); Derivações, captações e lançamentos de efluentes considerados insignificantes, tanto do ponto de vista de volume quanto de carga poluente; Acumulações de volumes d´água consi-deradas insignificantes (Ex. piscina e pequenos lagos).

O Comitê de Bacias (CB) propõe ao CNRH/CERH o volume que considera

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insignificante de acordo com a capacidade de cada Bacia. É considerada insignificante, via de regra, a vazão de captação máxima instantânea inferior a 1L/s. Em Minas Gerais o CERH estabelece por meio da Deliberação Normativa 09/04 os critérios de uso insignificante. Deliberação Normativa CERH-MG n.º 09, de 16 de junh o de 2004 (publicada no “Minas Gerais” em 28 de junho de 2004) Define os usos insignificantes para as circunscrições hidrográficas no Estado de Minas Gerais. O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH-MG, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o disposto no inciso VI, art. 41 da Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, bem como no § 1º, do art. 19, da Lei nº 13.771, de 11 de dezembro de 2000, e Considerando a necessidade de se definir, para as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos – UPGRH ou circunscrições hidrográficas do Estado de Minas Gerais, as acumulações, derivações e as captações consideradas insignificantes como parte essencial para aplicação dos critérios gerais de outorga, até que os comitês de bacia hidrográfica assim o façam, DELIBERA: Art. 1º As captações e derivações de águas superficiais menores ou iguais a 1 litro/segundo serão consideradas como usos insignificantes para as Unidades de Planejamento e Gestão ou Circunscrições Hidrográficas do Estado de Minas Gerais. § 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1, Rio Jucuruçu e Rio Itanhém, serão consideradas como usos insignificantes a vazão máxima de 0,5 litro/segundo para as captações e derivações de águas superficiais. Art 2º As acumulações superficiais com volume máximo de 5.000 m3 serão consideradas como usos insignificantes para as Unidades de Planejamento e Gestão ou Circunscrições Hidrográficas do Estado de Minas Gerais. § 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1, Rio Jucuruçu e Rio Itanhém, o volume máximo a ser considerado como uso insignificante para as acumulações superficiais será de 3.000 m3. Art. 3º As captações subterrâneas, tais como, poços manuais, surgências e cisternas, com volume menor ou igual a 10 m3/dia, serão consideradas como usos insignificantes para todas as Unidades de Planejamento e Gestão ou Circunscrições Hidrográficas do Estado de Minas Gerais. § 1º Estão excluídos do critério do caput a captação através de poços tubulares, dos quais serão exigidos o instrumento da outorga. Art. 4º As vazões insignificantes definidas nesta Deliberação não são aplicáveis nos casos definidos na Deliberação Normativa CERH nº 07, de 04 de novembro de 2002. Art. 5º As definições de usos insignificantes quando determinadas pelos comitês de bacia hidrográfica, de acordo com os artigos 36 e 37 do Decreto n.º 41.578, de 08 de março de 2001, suspendem a definição dada nos artigos anteriores, valendo os valores definidos pelos comitês, em suas respectivas áreas de atuação. Art. 6º O Instituto Mineiro de Gestão das Águas –IGAM deverá efetuar novos estudos para eventuais revisões que se fizerem necessárias aos valores fixados nesta Deliberação, bem como para o cumprimento do disposto nos artigos 36 e 37 do Decreto n.º 41.758/2001. §1º A proposta do IGAM deverá ser apresentada ao comitê de bacia hidrográfica da respectiva Unidade de Planejamento e Gestão ou Circunscrição Hidrográfica para análise, aprovação e encaminhamento ao CERH. Art. 7º Esta Deliberação Normativa entra em vigor na data de sua publicação. Belo Horizonte, 16 de junho de 2004 José Carlos Carvalho Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH A inexigibilidade de outorga não impede de outorga não impede o poder público de exercer o poder de polícia para inspecionar e exigir o cadastro dos usuários. Quando o uso for insignificante, ou seja, dispensada a outorga, é conferido ao usuário um Certificado de Regularidade. O registro estadual pode ser feito por intermédio de formulários simplificados na internet (www.igam.mg.gov.br), ou nos Postos do IGAM, IEF e nos Balcões do

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SISEMA (Sistema Estadual do Meio Ambiente). São dois os passos para se obter o Certificado de Regularidade, sendo eles: 1º. É necessário que o empreendimento seja caracterizado, seja como de uso insignificante ou não, sendo feito através do preenchimento do formulário integrado de caracterização do empreendimento (FICEI) conforme colacionado acima;

2º Caracterizado o uso como insignificante, deve o empreendedor requer o Certificado de Regularidade de formulário semelhante ao seguinte:

Requerimento de certidão de registro de uso insigni ficante *

Para uso do IGAM No Processo

(Cidade, Data ) Ilma. Senhora Dra. Cleide Izabel Pedrosa de Melo EE. Diretora Geral Instituto Mineiro de Gestão das Águas / IGAM Rua Espírito Santo, 495 – Centro Belo Horizonte - Minas Gerais CEP: 30160-030 Fone:(31) 3219-5783 Fax:(31) 3219-5826 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] Site: www.igam.mg.gov.br Senhora Diretora, (Nome do requerente ), CPF (ou CNPJ) No (CPF - pessoa física ou CNPJ - pessoa jurídica ), vem pelo presente requerer desse Instituto a certidão de registro de uso insignificante, conforme estabelecido pela DN no CERH 09/2004. [ ] Declaro possuir o título de propriedade do imóvel em que será realizada a captação. [ ] Declaro possuir carta de anuência do proprietário do imóvel. Declara, ainda, conhecer a legislação federal e estadual vigente sobre recursos hídricos e meio ambiente, cujo descumprimento ensejará, além da perda do direito de uso eventualmente deferido, a aplicação das penalidades previstas na mesma legislação, em especial a Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, e sua regulamentação constante no Decreto nº 41.578, de 8 de março de 2001, bem como acarretará a aplicação das sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais(Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). Nestes termos, pede deferimento. Assinatura do requerente ou representante legal Logradouro:________________________________ Nº:___ Complemento:_______________Bairro:________________ Cep:_______-______ Caixa Postal:________________ Cidade:____________________________________ UF:___

Telefone:( )_______-________ TeleFax :( )_______-________ E-mail :__________________ __________________________

Completar os termos em negrito. * Formulário para uso de águas sob o domínio do Estado de Minas Gerais. • Custo O custo da outorga é suportado pelo outorgado conforme tabela a seguir (valor para

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avaliação e publicação do processo da outorga em Minas Gerais):

Código Uso Recurso Hídrico Valor

Análise/Publicação Outorga

Valor Insignificante Certidão de

Regularidade

01 Captação em corpos de água (rios, lagoas naturais,etc.)

R$ 645,00 R$ 22,00

02 Captação em barramento em curso de água, sem

regularização de vazão R$ 852,00 R$ 22,00

03 Captação em barramento em curso de água, com regularização de vazão (Área máxima inundada

menor ou igual 5,00 HA) R$ 1.474,00 R$ 22,00

04 Captação em barramento em curso de água, com regularização de vazão (Área máxima inundada

maior 5,00 HA) R$ 2.511,00 -

05 Barramento em curso de água, sem captação R$ 852,00 R$ 22,00

06 Barramento em curso de água, sem captação para regularização de vazão

R$ 852,00 R$ 22,00

07 Autorização para perfuração de poço tubular R$ 65,40 -

08 Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente

R$ 645,00 -

09 Captação de água subterrânea por meio de poço manual (cisterna)

R$ 645,00 R$ 22,00

10 Captação de água subterrânea para fins de rebaixamento de nível de água em mineração

R$ 7.518,31 -

11 Captação de água em surgência (nascente) R$ 645,00 R$ 22,00

12 Desvio parcial ou total de curso de água R$ 645,00 -

13 Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso de água

R$ 645,00 -

14 Dragagem de curso de água para fins de extração mineral

R$ 645,00 -

15 Canalização e/ou retificação de curso de água R$ 645,00 -

16 Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) R$ 645,00 -

17 Estrutura de transposição de nível (Eclusa) R$ 645,00 -

18 Lançamento de efluente em corpo de água - -

19 Lançamento de efluente na rede concessionária de esgoto local

- -

20 Aproveitamento de potencial hidrelétrico R$ 5.059,05 -

21 Água fornecida pela concessionária de água local - -

22 Uso de recurso hídrico em corpo de água de domínio da União

- -

23 Captação de água subterrânea para fins de pesquisa hidrogeológica

R$ 4.758,38 -

24 Rebaixamento de nível de água subterrânea de obras civis

R$ 779,07 -

25 Uso Coletivo – Processo único de outorga Ver próxima tabela 11

-

26 Dragagem em cava aluvionar para fins de extração mineral

R$ 779,07 -

30 Retificação R$ 555,64 93,00 Uso Coletivo – Processo único de outorga

Código Qtde. Inicial Qtde. Final Valor Análise

25 3 5 R$ 3.233,53

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25 6 10 R$ 3.709,94

25 11 15 R$ 6.467,08

25 16 20 R$ 6.943,47

25 21 25 R$ 9.700,61

25 26 30 R$ 10.177,00

25 31 35 R$ 12.934,14

25 36 40 R$ 13.410,55

25 41 45 R$ 16.167,67

25 46 50 R$ 16.644,08

25 51 55 R$ 19.401,22

25 56 60 R$ 19.877,61

25 61 65 R$ 22.634,75

25 66 70 R$ 23.111,15

25 71 75 R$ 25.868,28

25 76 80 R$ 26.344,69

25 81 85 R$ 29.101,82

25 86 90 R$ 29.578,22

25 91 95 R$ 32.334,97

25 96 100 R$ 32.851,06

• Modalidades de Outorga Existem duas modalidades de outorga: a autorização e a concessão. A autorização é destinada a obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de direito privado, quando não se caracterizam pela utilidade pública. O prazo máximo é de cinco anos. A concessão tem o prazo máximo de 20 anos e é voltada para pessoas jurídicas, cujas obras, serviços ou atividades sejam de utilidade pública. • Suspensão da Outorga A suspensão poderá ser total ou parcial ocorre quando há: a) Descumprimento, por parte do outorgado, das condicionantes; b) Não uso por 3 (três) anos consecutivos; c) Necessidade de água para atender a situação de calamidade; d) Necessidade de prevenir ou reverter grave degradação ambiental (vazão ecológica); e) Necessidade de se garantir a navegabilidade do corpo hídrico; f) Morte do usuário; g) Término do prazo da outorga sem pedido de renovação; h) Falência. Em nenhum destes casos o usuário será indenizado (Res. 16/01 CNRH). A outorga poderá ser anulada se houver vício no ato constitutivo. • Cobrança É instrumento econômico de gestão que tem como objetivo atribuir a água um valor econômico, incentivar a racionalização do uso e obter recursos para o financiamento do programas e intervenções.

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A concessionária (COPASA) cobrará da população tarifa pelo serviço (captação, tratamento, transporte e distribuição) estando embutido na tarifa o preço do serviço somado ao valor pago ao Estado pelo uso do recurso. • Enquadramento O corpo hídrico é constituído por água tipo: doce, salobra ou salina, sendo estas classificadas em classes de acordo com o grau de qualidade da água, tendo em vista o volume das diferentes substâncias nela diluída. O objetivo é traçar metas para garantir a melhoria na qualidade dos recursos hídricos. A ANA ou o IGAM (em Minas Gerais) deve propor ao CB o enquadramento, que por sua vez submete o enquadramento ao CNRH/CERH que irá analisar sua aprovação. A ANA/IGAM irá apresentar sua proposta com várias alternativas de enquadramento e melhoria da qualidade ao corpo hídrico. O CB realizará audiência publica e uma dentre as várias alternativas será levada ao CNRH/CERH. A cada biênio os órgãos gestores (ANA/IGAM) encaminhará AP CNRH/CERH os corpos hídricos que não atingiram as metas, e o CNRH/CERH determinará providencias. • Plano de recursos hídricos Trata-se de um plano emblemático a ser estabelecido em longo prazo. É confeccionada pelos gestores (ANA/IGAM) deverá ser revisto a cada 4 (quatro) anos, supervisionado pela CB. O plano diretor deve conter: Os corpos d´água avaliados (país, Estado ou Bacia), o diagnóstico, alternativa de crescimento demográfico, ocupação no solo, produtividade, disponibilidade e demanda futura, as metas de racionalização, melhoria da qualidade e quantidade, as medidas e projetos a serem desenvolvidos, prioridade de outorgas, critérios para cobrança, criação de áreas de uso restrito. O plano a ser elaborado deve respeitar as outorgas já existentes. O plano de recursos hídricos deve ser dinâmico podendo ser editado a qualquer tempo indicando metas e soluções a curto, médio ou longo prazo.

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3. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SANEAMENTO AMBIENTAL

3.1. PLANASA A União passou a atuar na área do saneamento a partir da década de 1960, quando foram criados o Banco Nacional da Habitação (BNH) e o FGTS. Uma política mais incisiva só foi implantada na década de 1970, quando foi instituído o Plano Nacional de Saneamento (Planasa). O Planasa definiu o modelo institucional que ainda hoje é dominante no setor. Os Estados constituíram empresas públicas ou sociedades de economia mista (Companhias Estaduais de Saneamento Básico – CESBs – COPASA), que passaram a prestar o serviço nos Municípios, mediante a celebração de contratos de concessão. Este modelo foi induzido pela União por meio dos critérios para destinação dos financiamentos do FGTS, que foram alocados exclusivamente às empresas estaduais. A prestação por empresas estaduais abrangeu aproximadamente 75% dos Municípios. Os contratos de concessão entre as empresas estaduais e os Municípios são muito vagos. Não há normas sobre a estrutura tarifária ou sobre as obrigações da empresa. Na prática, o serviço é prestado como se fosse de competência estadual, inexistindo qualquer regulação municipal. A estrutura tarifária é a mesma em todos os Municípios de cada Estado, não se levando em consideração os custos reais do serviço. Também não há qualquer definição sobre os bens reversíveis ou fórmula para o cálculo de sua amortização. A maior parte das atuais concessões foi celebrada pelo período de vigência de trinta anos e encerram-se nos primeiros anos da atual década, momento em que os Municípios deverão celebrar novos contratos. O PLANASA apesar de não ser perfeito, trouxe grande expansão ao saneamento básico e a distribuição de água:

Cobertura de redes de abastecimento de água e colet a de esgotos no Brasil Percentual de domicílios urbanos atendidos

1970 1980 1990 2000 Água 60,5% 79,2% 86,3% 89,8%

Esgoto 22,2% 37% 47,9% 56% Fonte: IBGE – Censos Demográficos

3.2. Evolução e diagnóstico Desde que as cidades foram aumentando de tamanho e se distanciando dos mananciais que as abastecem, o homem vem criado formas de canalizar e transportar a água até sua moradia. Também com o crescimento das cidades adveio a poluição dos cursos d’água por resíduos industriais e residenciais – e a necessidade, em nome da melhoria da saúde pública, de se desenvolverem mecanismos que impedissem a veiculação de doenças através da água dos pontos de captação, sob pena de se dizimar boa parte da população. O crescimento urbano e industrial nem sempre vem acompanhado de desenvolvimento humano: o crescimento das cidades, particularmente dos chamados países em industrialização, vem acompanhado de desigualdade de acesso a itens básicos necessários a uma sobrevivência digna, como o acesso a educação,

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alimentação e saúde. Isso ocorre, especialmente, quando não há o devido planejamento territorial das áreas a serem ocupadas. O acesso da população à saúde passa, inescapavelmente, pelo binômio abastecimento de água – saneamento básico. Isso porque é através de veiculação hídrica que se propagam doenças tais como a gastroenterite, cólera, a leishmaniose, a malária e a esquistossomose, as moléstias diarréicas, e ainda, sob certas circunstâncias, hepatite, salmonelose, e outras, responsáveis pela morbidade e mortalidade de um grande número de pessoas, principalmente crianças. Isso dá especial relevância e torna prioritárias as políticas não somente de tratamento, mas de prevenção de doenças, o que passa pelo planejamento territorial, que tem de incluir um sistema de tratamento e distribuição da água, tornando mais baratos e efetivos os programas de combate a certas doenças e à mortalidade infantil. O saneamento básico é a medida de saúde pública mais eficaz quando se fala em prevenir doenças e reduzir gastos hospitalares, ou redireciona-los. Também é com o saneamento básico que se reduz drasticamente a mortalidade infantil e se aumenta a expectativa de vida de uma comunidade, sendo este um dos fatores componentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país. Sabendo da importância vital do saneamento básico para o desenvolvimento humano, econômico e financeiro de uma região, e pensando no planejamento territorial como medida para distribuir racionalmente este serviço à comunidade. “Durante as últimas décadas, observou-se um incremento nos serviços de saneamento no Brasil, principalmente efetuado pelo abastecimento de água em regiões metropolitanas. (...) Vários problemas, contudo, ainda são encontrados no que tange aos aspectos qualitativos e quantitativos do abastecimento de água. Uma parcela considerável da população é abastecida com águas eventualmente contaminadas, utiliza-se de fontes alternativas para o abastecimento de água ou encontra-se em áreas com regime deficiente de abastecimento. Estes grupos, muitas vezes apontados genericamente como carentes ou pobres, são socialmente identificáveis e espacialmente delimitáveis”. (BARCELLOS et al., 1998). O acesso das pessoas a serviços de saneamento básico, especialmente nos chamados “países em industrialização”, como o Brasil, ainda é restrito a sua classe econômica e sua distribuição geográfica. Isso acaba criando “bolsões” de pobreza: em lugares onde não há saneamento básico, geralmente faltam hospitais, escolas, postos policiais, ou seja, a população é completamente desassistida. O saneamento básico é a medida mais elementar de controle de doenças, e deve ser pensado desde os primórdios da ocupação de um território, pois dessa medida dependerá grande parte do crescimento da cidade. De acordo com o Estatuto da Cidade: Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; IV - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos

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interesses e necessidades da população e às características locais (...).” Ao encontro da visão holística, muito propalada nas políticas e ciências ambientais atualmente, vem também a política de saneamento básico que deve, na medida do possível, estar coordenada com as políticas locais relativas a preservação do meio ambiente e conseqüentemente à saúde humana. Isso pode ser notado, inclusive, em leis aparentemente independentes da gestão de saneamento básico, como é o caso da lei n.° 9. 433, de 08 de janeiro de 1997, que tr ata da Política Nacional de Recursos Hídricos, que em seu art. n. ° 31 diz: Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos. Essa integração e coordenação da política de saneamento básico com as demais políticas locais, de meio ambiente e saúde pública, é necessária, e deve ser implantada anteriormente a execução das mesmas, já que assim sendo, com o planejamento prévio e detalhado das obras de saneamento básico a serem executadas, ampliadas, melhoradas ou simplesmente mantidas, pode-se fazer um adequado planejamento territorial, colocando-se as obras em locais apropriados, localização dada principalmente pelo binômio necessidade-possibilidade, direcionando-se todo um crescimento sustentável com base num planejamento territorial prévio. Vale dizer que alguns limites para os locais a serem instaladas obras de saneamento básico são dados por lei, principalmente as de proteção ambiental, como por exemplo, a resolução do CONAMA n.° 005 de 15 de junho de 1988, que em seu artigo 1° sujeita à licenciamento as obras de saneamento passiveis de provocar modificações ambientais significativas. O planejamento territorial, para ser efetivo, deve contemplar, entre outros itens: o crescimento da região; a prevenção contra a ocupação de áreas que possam trazer riscos à população que a ocupa (por exemplo: áreas de encostas de morros, áreas sujeitas a enchentes ou áreas próximas a lixões); a prevenção contra a ocupação de áreas que possam trazer problemas ao restante da população (por exemplo: áreas de mananciais e áreas de grande importância ecológica). Com o planejamento territorial, pode-se designar espaços que venham a receber áreas industriais, hospitalares, residenciais, de despejos de resíduos, etc., diminuindo danos das pessoas ao ambiente e evitando que o meio possa oferecer riscos à saúde das pessoas. Reduz-se a possibilidade da contaminação de corpos dágua pela proximidade de lixões e de por despejo de esgoto e lixo – caso especialmente comum quando há ocupações irregulares. Previnem-se situações de emergência, e mitigam-se ou excluem-se os danos causados por essas situações. Economiza-se dinheiro, além de se evitar transtornos, perdas materiais e até de vidas humanas. O planejamento territorial passa pela política nacional de habitação, vinculada às obras de saneamento básico, que por sua vez devem ser complementares aos programas habitacionais. O problema reside justamente nas ações que visem levar saneamento básico a conjuntos habitacionais já existentes, que equivale a adequar a infra-estrutura urbana a um crescimento desregrado, não planejado, locais onde a população sofre os males da falta de saúde de um modo geral, onde as políticas públicas muitas vezes não alcançam. O saneamento básico, se devidamente coordenado com o planejamento territorial, pode levar, conduzir, ao menos parte

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dessa população a lugares mais adequados às comunidades, que terão melhor acesso à saúde pública, podendo inclusive adequar os movimentos urbanos ao meio ambiente que deve ser preservado ou conservado da melhor forma possível. Se bem planejadas e executadas essas ações podem ser de grande valia, tornando-se verdadeiro instrumento de preservação da qualidade de vida e do meio ambiente. 3.3. Ocupação de áreas de mananciais A ocupação de áreas de mananciais compromete a água que abastece a população, não apenas através do descarte de resíduos na água ou em áreas próximas a ela, mas também pelo desmatamento da mata ciliar, que ocasiona, entre outros transtornos, o assoreamento do leito do rio e a probabilidade de maior incidência de enchentes nas suas áreas marginais. O planejamento territorial que coibisse a ocupação dessas áreas evitaria que milhares de famílias que hoje ocupam essas áreas lá se instalassem, e impediria que a qualidade da água que abastece a população fosse comprometida. A população residente nas áreas de mananciais vive à margem da sociedade, e coloca o poder público num dilema: prestar assistência a pessoas que se instalam ilegalmente em áreas protegidas, correndo o risco de atrair para a área um número ainda maior de pessoas, ou: deixar essa mesma população sem assistência, relegando-a à marginalidade mesmo em relação aos serviços básicos, e engrossando as estatísticas de doenças características de países subdesenvolvidos. 3.4. Novos Instrumentos De Gestão Inúmeros são os dispositivos legais pertinentes à proposta em questão, além de outras que se considera igualmente de extrema relevância. Pode-se destacar, no âmbito federal, a seguinte legislação: a Constituição da República Federativa do Brasil, art.22, inciso IV; o Decreto n.º 24.643, de 10 de julho de 1934 (Código de Águas, revogados muitos de seus dispositivos); o Código Civil brasileiro, art.99, I; a Lei federal n.º 9.433, de 08 de janeiro de 1997, (Lei das Águas), que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, além de legislações Estaduais e Municipais. A par disso, vários são os atos normativos regulamentadores, por exemplo, a Portaria do Ministério do Interior n.º 124, de 20/08/1980, dispõe sobre a localização de indústrias potencialmente poluidoras e construções ou estruturas que armazenam substâncias capazes de causar poluição hídrica; as Portarias de n.º 323, de 29.11.1978 e de n.º 158, de 03.11.1980, proíbem o lançamento direto ou indireto do vinhoto em qualquer coleção hídrica; e a de n.º 157, de 26.10.1982, proíbe o lançamento das substâncias que especifica e de efluentes finais de indústrias. As Resoluções do CONAMA que estabelecem critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais, dentre elas: a Resolução CONAMA n.º 001, de 23.01.1986 e n.º 237, de 19.12.1997, relativas à avaliação de impacto ambiental e licenciamento ambiental, respectivamente, além da Resolução n.º 20, de 18.06.1986, que dispõe sobre a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. ���� Legislação fundamental

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Especificamente vale destacar como de maior importância para a proposta em questão, os dispositivos legais comentados a seguir: A água é um dos elementos do meio ambiente. Isso faz com que se aplique à água o enunciado do caput do art.225 da Constituição Federal: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo...” Os problemas de poluição das águas ultrapassam as fronteiras municipais, estaduais e muitas vezes nacionais, atingindo locais distantes da fonte poluidora, o que torna inoperante a tentativa de diminuí-los sem a participação de todos os envolvidos, acrescentando aí a sociedade civil. Nos termos do art.99, I do Código Civil, as águas dos mares e dos rios são bens públicos de uso comum do povo e pelo disposto no art.103 do mesmo código a utilização pode ser gratuita ou restribuída, ou seja, poderá ser cobrada. Independentemente de responsabilidade por danos institui ainda a Lei 9.433/97 advertência, multa administrativa e embargo como penalidades por infrações das normas de utilização dos recursos hídricos elencados no art.49, entre outras inovações, destacando-se a figura do usuário-pagador, a qual está sendo objeto de estudo legislativo para colocá-la em prática efetivamente. 3.5. Abastecimento de águas Os sistemas de abastecimento de água para fins de consumo humano são constituídos de instalações e equipamentos destinados a fornecer água potável a uma comunidade. Os indicadores físicos, químicos e biológicos da água potável, isto é, aquela com qualidade adequada ao consumo humano, devem estar de acordo com o que estabelece o dispositivo legal em vigor no Brasil. Este dispositivo é a Portaria n.º 36, de 19.1.1990, do Ministério da Saúde, que aprova normas e o Padrão de Potabilidade da água destinada ao consumo humano. A portaria define o Padrão de Potabilidade como sendo o “conjunto de valores máximos permissíveis das características de qualidade da água destinada ao consumo humano”. Nela são listadas as características físicas, organolépticas e químicas e seus valores máximos permissíveis (VMP) e as características de qualidade bacteriológicas e radioativas. 3.5. Novos paradigmas de gestão A gestão dos recursos hídricos deve ser feita de forma sistemática, buscando quantidade e qualidade. Deve levar em conta as diferenças físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões, que também observará as diferenças entre as várias bacias hidrográficas que são as unidades territoriais básicas (Lei n.º 9.433/97, art.2.º, VI), e não somente as regiões e os Estados. Assim, ao se propor a elaboração de um Plano Diretor de Saneamento Básico, tem-se que, os recursos hídricos não podem ser geridos de forma isolada em relação ao meio ambiente. O planejamento ambiental concernente à fauna, as florestas, o uso do solo e o zoneamento ambiental das bacias hidrográficas são algumas das matérias legais específicas que, da mesma forma, devem ser observadas na gestão

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das águas. Neste sentido, as soluções recomendadas deverão ser compatíveis com os objetivos, ações e programas voltados para a proteção e recuperação dos recursos hídricos preconizados pela legislação vigente em conjunto com os planos (ou estudos, ou diretrizes) dos respectivos Comitês de Bacias Hidrográficas.

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4. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, CLASSI FICAÇÃO E

LEGISLAÇÃO ���� Espaço Territorial Especialmente Protegido (ETEP). A CF/88 prevê como uma das obrigações do poder público em criar em todas as unidades da federação ETEP. De acordo com o principio da legalidade para se criar um ETEP é necessária Lei e em atenção ao principio da paridade dos atos é necessária Lei para alterar ou extinguir o ETEP. O ETEP é o gênero que inclui a AP, sobre o qual incidirá proteção jurídica integral ou parcial. ���� Áreas Protegidas (AP) é uma espécie de ETEP, sendo a AP constituída por Unidades de Conservação, terras indígenas e territórios quilombolas. ���� Unidades de Conservação (UC) é uma é uma espécie da AP criada pela Lei 9985/00 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). As UCs são todos aqueles espaços assim destinados na referida legislação, existindo, entretanto exceções quanto algumas UCs estaduais e municipais. ���� Zona de Amortização Ambiental foi criado pelo SNUC compreende o espaço ao entorno de uma UC. Nesses locais a atividade humana está sujeita a normas e restrições especificas, com o fim de evitar impacto negativo a UC. Sua instituição é obrigatória. ���� Corredor ecológico também criado pelo SNUC são porções de ecossistema naturais ou semi-naturais, ligando UCs, que possibilitam entre eles o fluxo de genes e o movimento de biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonizão de área degredada, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquelas das Unidades Individuais. Sua instituição não é obrigatória.

Corredor ecológico criado pelo governo Australiano com 2.800 km, por sugestão de pesquisa-dores e ambientalistas de Queensland para recupe-ração de áreas degrada-das ou ocupadas indevida-mente com atividades predatórias ao Meio Am-biente.

���� Área de transição é o espaço de 10 (dez) km de raio além do espaço destinado a UC. Assim independentemente do espaço destinado a zona de amortização, qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada às normas editadas pelo CONAMA.

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A Res. 13/90 do CONAMA determina que nestes locais é obrigatório o licenciamento ambiental.

4.1. Unidades de Conservação - UC A Lei 9985/00 (SNUC) elencou 12 categorias de manejo distintas, divididas em dois grupos: Unidade de proteção integral, que não permite utilização direta dos recursos naturais, e unidades de uso sustentável, que permite a utilização, de forma racional e dentro dos limites previstos, dos recursos ambientais. 4.1.1. Estação ecológica: Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, sendo a área de posse e domínio público. A pesquisa científica necessita de prévia autorização, podendo ser utilizada no máximo 3% da área protegida (limitada em 1500 hectares) quando o impacto ambiental for maior que o causado pela simples observação ou coleta controlada de componentes do ecossistema. A finalidade da Estação ecológica é manter intacto o ecossistema, sendo vedada a visitação, exceto para fins educacionais, impossibilitando assim qualquer tipo de utilização, razão pela qual a área destinada deve ser de domínio público, devendo a população que porventura viva em tais locais serem retiradas via desapropriação. Ex. Água limpa, extensão de 7666 hectares, localizada no município de Cataguase/MG. 4.1.2. Reserva biológica: Possui os mesmos objetivos e finalidades da estação ecológica, contudo não admite qualquer tipo de impacto ambiental. Ex. Lapinha, extensão de 368,7 hectares, localizada no município de Leopoldina/MG. 4.1.3. Parque nacional/estadual: A política de criação de Parques nacionais é a mais antiga do Brasil, sendo o Parque Nacional de Itatiaia (RJ/SP) criado em 1937.

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A unidade tem como finalidade a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico. Os Parques Nacionais devem ser abertos a visitação ainda que em parte da unidade seja esta vedada, apesar de existirem parque fechados a visitação (sic). Os Parques nacionais são de domínio público, devendo ser instituídos previamente e sua área desapropriada. Ex: Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, com extensão de 3.941,09 hectares e aberto a visitação; Parque Estadual da Baleia, com extensão de 102 hectares e fechado a visitações. 4.1.4. Monumento natural: Tem como finalidade preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica, como por exemplo, uma montanha específica ou uma cachoeira específica. Assim apenas o monumento receberia proteção especial, não o restante da área. Poderá ser constituído em áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade de conservação com a utilização da terra e dos recursos naturais pelo proprietário. Ex.: Monumento natural Peter Lund (protege e conservar o sítio histórico-científico Gruta de Maquiné, sua flora e sua fauna), com extensão de 72 hectares, localizado em Cordisburgo/MG. 4.1.5. Refugio da vida silvestre: Correspondem as áreas em que a proteção e o manejo são necessários para assegurar a existência ou reprodução de determinadas espécies residentes ou migratórias, ou comunidades da flora e da fauna. Seria o caso de uma paia específica, onde ocorra a desova de tartarugas, ou local em que ocorra o pouso de aves migratórias. Assim como áreas de monumento natural o refugio da vida silvestre incide sobre áreas muito pequenas, sendo compatível com o domínio privado, assim o proprietário da área poderá escolher ter seu domínio restringido ou desapropriado. O objetivo da criação da área de refúgio é garantir a existência do ciclo da vida ou mesmo a existência de determinado biota. Ex.: Rio Pandeiros, com extensão de 6.103 hectares, localizado no município de Januária/MG. 4.1.6. Área de proteção ambiental - APA: Trata-se de uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos e/ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas e tem

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como objetivo básico proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Nessas áreas que podem ser de particulares, o Estado pode estabelecer limitações ou mesmo proibições. A fiscalização será realizada pelo IBAMA/IGAM/IEF. Apesar de se tratar de uma espécie de UC está não possui zona de amortecimento, pois não se trata de uma reserva intocada, sendo permitida a presença e atividades humanas limitadas. Ex.: Serra do Cipó, 100.000 hectares. 4.1.7. Área de relevante interesse ecológico - ARIE: Semelhante a APA, podendo ser estabelecidas em terras públicas ou privadas. A diferença reside no fato de que a ARIE é estabelecida em terras pequenas e com pouca ou nenhuma ocupação humana. 4.1.8. Reserva de fauna: É uma área natural com populações animais e espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. Trata-se da espécie de UC mais recente e ainda não posta em prática em virtude da deficiência legislativa. Tem como objetivo servir como laboratório para o desenvolvimento de técnicas sustentáveis de exploração de recursos da fauna. São de domínio e posse pública, sendo necessária a desapropriação, exceto quando houver população tradicional na área à época de sua instituição, que poderão permanecer. 4.1.9. Florestas nacionais - FloNa: É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas ou mesmo plantada e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas. A atividade a ser exercida por meio de concessão. Apesar de se tratar de uma UC as maiorias das concessões destinam-se a extração de madeira, em profunda contradição com o objetivo das UCs. São de domínio e posse pública, sendo necessária a desapropriação, exceto quando houver população tradicional na área à época de sua instituição, que poderão permanecer. Ex.: Floresta Nacional do Capão Bonito, com extensão de 4.344 hectares, localizado

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entre Capão bonito e Buri/SP. 4.1.10. Reservas extrativistas - ResEx: São áreas utilizadas por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, completamente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivo básico proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. Não há ainda definição daquilo que seria “populações extrativistas tradicionais”, sendo em todo caso aceito quando a população reúne características tais como: a prática sustentável de exploração de recursos naturais, que promovam a conservação da biodiversidade; a dependência, para sua sobrevivência física e cultural, da natureza, seus ciclos e seus elementos; a importância das atividades de subsistência e a territorialidade. A área é de exclusivo domínio público, porém a posse se estabelecerá na forma de concessão. A população extrativista tradicional não deverá ser retirada de tais áreas, porém, não sendo possível a manutenção desta no local, em razão da fragilidade do ecossistema, estas devem ser reassentadas em local próximo para que não percam laços culturais e familiares. Somente em último caso é que tais populações poderão ser retiradas dos locais e indenizadas. Ex. ResEx Chico Mendes, com extensão de 976.570 hectares, localizada no Estado do Acre. 4.1.11. Reserva de desenvolvimento sustentável - RDS: Muito semelhante a ResEx, visando a extração de recursos naturais de forma sustentável e a proteção a história e cultura das populações que habitam a gerações os locais. A área é de domínio público havendo possibilidade de ser privada quando os donos de tais áreas forem às próprias famílias que delas se utilizaram. Contudo, a qualquer tempo poderá o Estado desapropriá-la, caso a propriedade privada venha a causar impacto negativo ao meio ambiente. Ex.: Reserva de desenvolvimento sustentável de Amaná, extensão de 2.350.000 hectares, localizado no Estado do Amazonas. 4.1.12. Reserva particular do patrimônio natural - RPPN: É uma área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica, sendo permitida apenas a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Sua criação parte da iniciativa exclusiva do particular, por meio de requerimento endereçado ao órgão ambiental competente, não havendo qualquer indenização pelo Poder Público.

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Se existirem requisitos que justifiquem sua criação esta se dará por meio de Lei, passando o Estado a exercer fiscalização em toda a área. Ao proprietário se dará isenção de ITR, podendo este conseguir recursos, por meio de parcerias com organizações ambientalistas, para desenvolvimento de projetos científicos, a faculdade de comercializar cotas de reserva florestal (compensação legal). Ex.: RPPN Recanto da Prata, extensão de 307,53 hectares, localizada no município de Bonito/MS. 4.2. Órgão executor Estadual O Instituto Estadual de Florestas (IEF) propõe e executa as políticas florestais, de pesca e de aqüicultura sustentável. É autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, responsável pela preservação e a conservação da vegetação, pelo desenvolvimento sustentável dos recursos naturais renováveis; pela pesquisa em biomassas e biodiversidade; pelo inventário florestal e o mapeamento da cobertura vegetal do Estado. Administra as unidades de conservação estaduais, áreas de proteção ambiental destinadas à conservação e preservação. 4.3. Outras áreas de conservação: Como visto anteriormente, as UC são aquelas caracterizadas na Lei do SNUC e criadas por meio de Lei específica. Contudo, coexistem também áreas de preservação ambiental (APP e Reserva Legal) instituídas por Lei (Código Florestal) que independe de outro ato legislativo para individualizar, sendo também por sua vez ETEP. O Código Florestal, Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965 define dois tipos de áreas de conservação sendo a primeira as áreas de preservação permanente e a segunda as áreas de reserva legal. 4.3.1. Áreas de preservação permanente - APP: O objetivo das APP é a preservação dos recursos hídricos; a paisagem; a estabilidade geológica; a biodiversidade; o fluxo gênico de fauna, flora e do solo; assegurar o bem estar das populações humanas. Desta forma a vegetação não pode sofrer corte raso ou ser utilizado diretamente recursos naturais. O acesso de pessoas e animais é permitido apenas para obtenção de água, desde que isso não signifique a supressão ou comprometa a regeneração e manutenção a longo prazo da vegetação nativa. É permitido também o ecoturismo. O art. 2º do Cod. Florestal considera como área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d´água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 (trinta) metros para os cursos d´água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d´água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

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3) de 100 (cem) metros para os cursos d´água tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d´água que tenham de 200 (duzentos) a 500 (quinhentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d´água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; *b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d´água naturais ou artificiais (30m para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas em 100m para os que estejam em áreas rurais, com exceção dos corpos d´água com até 20ha de superfície, cuja faixa marginal será de 50m); c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d´água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; *f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues (a restinga, em faixa mínima de 300m, e em qualquer localização ou extensão dos manguezais e das dunas ou estabilizadora de mangues); g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Desta forma a área limitada nos critérios acima seria intocável. * Entretanto, as alíneas “b” e “f” não eram precisas, sendo editadas respectivamente as Resoluções 302 e 303 ambas do ano de 2002 do CONAMA para delimitá-las. O Código Florestal, em seu art. 2º, parágrafo único assim dispõe: Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. Diante deste artigo, tem-se que caso a APP esteja localizada dentro de regiões metropolitanas a lei municipal poderá alterar relativizar as áreas. Alguns doutrinadores acreditam que pode o município instituir faixas inferiores as contidas no Cod. Florestal, já que a norma falar de “limites”; outros entendem que se tratando de lei geral, os limites só podem ser ampliados; e uma terceira corrente que entende que por se tratar de área urbana, cabe exclusivamente ao município legislar. Filio-me a primeira corrente, isto pois a Lei traça limites que não podem ser extravasados, além do que não se poderia exigir em área menor (metrópole) maior rigor que em áreas maiores (rurais). Há ainda possibilidade de ser instituído pelo Poder Público APPs, em se tratando de florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar as faixas de proteção ao longo das rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares;

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e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçadas de extinção; *g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bem estar público. Porém, estas modalidades de APPs necessitam de legislação que trate a respeito. * Verificado que a população indígena é extremamente dependente dos recursos naturais, sejam eles pequena agricultura ou mesmo extração destes, a MP 2166-67/2001 determinou que: “a exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizado pelas comunidades indígenas em regime de manejo florestal sustentável, para atender a suas necessidades (...)” 4.3.2. Áreas de reserva legal: A área de reserva legal, de propriedade publica ou privada, não pode sofrer corte raso e tem como finalidade a manutenção de parte representativa de todos os ecossistemas existentes no país. Percebe-se assim que é permitida a utilização econômica da área desde que de forma sustentável de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos. Importante, desde já ressaltar que, as florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as APPs, são passiveis de supressão, desde que se mantenha, a titulo de reserva legal, os seguintes percentuais, insuscetíveis de sofrer corte raso: a) 80% na propriedade situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; b) 35% em área de cerrado situado na Amazônia Legal; c) 20% nas demais regiões do país, seja qual for o ecossistema; d) 20% em áreas de campos gerais localizados em qualquer região, inclusive na Amazônia. Desta forma temos que, reserva legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação e reabilitação de fauna e floras nativas. A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente. Será observada a maior conectividade entre áreas protegidas evitando-se ilhar cercadas por degradações. Aprovada, a área de reserva legal deverá ser averbada à margem da inscrição da matricula do imóvel no registro de imóveis competente, sendo vedada sua alteração a qualquer título. Não há compensação entre APP e a reserva legal, exceto quando as somas das duas áreas excedem: a) 80% na propriedade situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; b) 50% da propriedade rural localizada nas demais regiões do país; c) 25% da pequena propriedade rural. � Cotas de reserva florestal – CRF – trata-se de um título representativo de vegetação nativa sob o regime de servidão florestal, RPPN ou reserva legal, instituída voluntariamente por proprietário rural sobre vegetação que excede, em sua propriedade, aos percentuais exigidos pelo Cod. Florestal.

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Nesse caso, é obrigatório que o arrendamento ou o titulo digam respeito a áreas localizadas na mesma microbacia e pertencentes ao mesmo ecossistema daqueles onde está a propriedade desprovida de reserva legal. Constitui essa hipótese de compensação um valioso instrumento econômico colocado a disposição de proprietários rurais que queiram auferir ganhos com a conservação de áreas vegetadas em percentual superior ao que é legalmente obrigatório a titulo de reserva legal. Ou seja, a previsão de emissão de Cotas de reserva florestal, que podem ser4 negociadas com proprietários que necessitam compensar a falta de reserva legal, torna economicamente interessante ao proprietário rural a preservação da vegetação nativa localizada em sua propriedade, eis que os títulos dela decorrentes podem gerar ganhos financeiros interessantes, que não demandam, a principio, investimentos.

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5- ICMS ECOLÓGICO, LEI DE CRIMES AMBIENTAIS E TERMO DE AJUSTA-

MENTO DE CONDUTA – TAC. 5.1. ICMS ecológico Ocorrendo a instituição legal de qualquer ETEP sobre a região onde esta for criada, assim como em seus arredores, ocorrerá a limitação de atividade econômica. Diante disto, os Municípios que têm como principais arrecadações provenientes do IPTU, ITR e ISS viam-se prejudicados. Com fim compensatório, os Municípios exigiam parcela da arrecadação Estadual ou do DF para compensar as perdas financeiras decorrentes da Instituição dos ETEP em seus territórios. O clamor Municipal possui guarida Constitucional, a saber, inciso IV, do art. 158, parágrafo único, II, onde revela que, 25% do produto da arrecadação do ICMS serão destinados aos Municípios, sendo que dos 25%, 5% será distribuído conforme critérios a serem estabelecidos por Lei Estadual. Em dezembro de 2000, foi promulgada, em Minas Gerais, a Lei Estadual 13.803, que veio regulamentar o dispositivo Constitucional supracitado, determinando em seu art. 1º, VIII que, 2,5% do total do ICMS arrecadado pelo Estado serão distribuídos aos municípios cujos sistemas de tratamento ou disposição final de lixo ou de esgoto sanitário, com operação licenciada pelo órgão ambiental estadual, atendam, no mínimo, a, respectivamente, 70% (setenta por cento) e 50% (cinqüenta por cento) da população, sendo que o valor máximo a ser atribuído a cada município não excederá o seu investimento, estimado com base na população atendida e no custo médio "per capita" dos sistemas de aterro sanitário, usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de esgotos sanitários, fixado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM. O restante, 2,5% dos recursos será distribuído com base no Índice de Conservação do Município, calculado de acordo com o Anexo IV desta lei, considerando-se as Unidades de Conservação – UC – estaduais, federais e particulares, bem como as Unidades municipais que venham a ser cadastradas, observados os parâmetros e os procedimentos definidos pelo órgão ambiental estadual – COPAM. 5.2. Lei de crimes ambientais Antes de adentrar as leis de crimes ambientais é necessário que se apresente alguns conceitos: � Crime: é uma ação ou omissão típica, antijurídica e culpável. � Tipo penal: é a expressão de um modelo descritivo de conduta, elencado em termos genéricos e abstratos, de modo a incidir quando o caso concreto, representado pela conduta, guarde encaixe ao comando da lei. � Atualmente existe na Lei de crimes ambientais 3 tipos de penas: a) Privativa de liberdade (aplicado exclusivamente a pessoa natural): I – Reclusão: inicia-se em regime fechado, com progressão ao regime semi-aberto e sucessivamente aberto;

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II – Detenção: inicia-se em regime semi-aberto e sucessivamente aberto. b1) Restritivas de direito a pessoa natural: I – Prestação de serviços a comunidade (atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível); II – Interdição temporária de direito (proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos); III – Suspensão parcial ou temporária de atividades (será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais); IV – Prestação pecuniária (consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator); V – recolhimento domiciliar (baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória). b2) Restritivas de direito a pessoa jurídica: I - suspensão parcial ou total de atividades (será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente); II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade (será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar); III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações (não poderá exceder o prazo de dez anos). IV - prestação de serviços a comunidade (custeio de programas e de projetos ambientais; execução de obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas). c) Multa: Os valores serão revertidos para o fundo penitenciário 5.3. Lei nº 9605/98 O capitulo V e as seções I a III traçam os tipos penais relativos a condutas criminosas contrárias ao meio ambiente natural, vejamos: CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE Seção I Dos Crimes contra a Fauna Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e

multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

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fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II - em período proibido à caça; III - durante a noite; IV - com abuso de licença; V - em unidade de conservação; VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. Art. 35. Pescar mediante a utilização de: I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III – (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. Seção II Dos Crimes contra a Flora Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena

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será reduzida à metade. Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 40-A. (VETADO § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. § 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa. Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 43. (VETADO) Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais

ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. Art. 47. (VETADO) Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. § 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. § 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático;

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II - o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou feriado. Seção III Da Poluição e outros Crimes Ambientais Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2º Se o crime: I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre

quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança. § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço. § 3º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 57. (VETADO) Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas: I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave. Art. 59. (VETADO) Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Os atentados ecológicos são, em geral, irreversíveis. A atuação repressiva do Direito Penal, por meio da punição das condutas definidas como crimes, desestimula a prática de atos lesivos aos vens ambientais, por foca da maior eficácia dissuatória que a sanção penal possui. Antes do advento da Lei 9605/98, os crimes e contravenções ambientais estavam espalhados por um emaranhado de leis, algumas pouco conhecidas, e grande parte disposta no Código Florestal. O tipo penal ambiental possui características que o tornam uma característica à parte, uma delas é a expressiva ocorrência de normas penais em branco, isto é, daquelas que dependem de uma complementação normativa prévia para sua

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adequada tipificação. A Lei em comento dedica grande parte em apresentar tipos penais em prol do meio ambiente natural, como a fauna e flora, poluição entre outros relativos ao meio ambiente cultural. A fauna é o conjunto de animais próprios de uma região. As principais condutas tipificadas dizem respeito as que atentam contra a fauna silvestre, seja ela aquática ou terrestre, que vivem fora de cativeiro. Porém, a lei também protege contra práticas de abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilações os animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos (art. 32). A flora é o conjunto de espécies vegetais de uma determinada região, o que inclui desde organismos mais complexos até fungos e bactérias. A flora compreende a vegetação encontrada nas matas, nos pântanos, nos rios ou no meio marítimo e refere-se a microorganismos, plantas, florestas e outros espécimes localizados em diferentes ecossistemas. São crimes contra a flora aqueles praticados contra florestas de preservação permanente (art. 38 e 39); UC (art. 40 e 52); matas, florestas e demais formas de vegetação (arts. 41, 42, 44 a 46, 48, 50 e 51); e plantas ornamentais de logradouros públicos ou propriedades particulares (art. 49). Uma das maiores penas prevista neste diploma legal é a reclusão de cinco anos contida no art. 40, porém, para fins penais, a conduta tipificada é aquela que atenta contra às UC deixando de lado outras espécies de ETEP, como as áreas indígenas e os territórios quilombolas. Os art. 54 a 61 da Lei 9605/98 tratam da poluição e outros crimes ambientais. Nos crimes de poluição, o bem jurídico protegido é a qualidade de vida do ser humano, da flora e da fauna, do solo, do ar e das águas. � Responsabilidade penal da pessoa natural e jurídica. Um ato só passa a ser considerado crime quando uma norma jurídica o qualifica como tal. A responsabilidade penal, isto é, a obrigação que o autor de um ilícito terá que suportar em relação ás conseqüências penais de sua conduta, no sistema jurídico brasileiro, é, de regra, atribuída às pessoas naturais. Contudo a CF/88 em seu art. 225 determina que assim como a pessoa natural a pessoa jurídica poderá responder administrativamente, civilmente e criminalmente. Nesta esteira a Lei de crimes ambientais admite que a pessoa jurídica responderá criminalmente pelas infrações cometidas por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade.

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5.4. Termo de Ajustamento de Conduta - TAC O chamado "Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta", é um instrumento destinado a adaptar a conduta dos interessados às exigências legais, mediante cominações e, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. A figura jurídica do TAC foi introduzida no § 6º, do inciso II, do artigo 5º da chamada Lei da Ação Civil Pública (Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985). Esclarecendo-se que a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente encontra-se expressamente prevista no inciso I, do artigo 1º da Lei que estabeleceu as normas processuais cabíveis para a ação. A Ação Civil Pública pode ser proposta pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e também por autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou associações, que estejam constituídas há mais de um ano nos termos da lei e que incluam entre as suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. O termo de compromisso de ajustamento de conduta tem por objetivo a recuperação do meio ambiente degradado, por meio da fixação de obrigações e condicionantes técnicas que deverão ser rigorosamente cumpridas por quem se encontra em desconformidade com a legislação ambiental. Em razão disto e verificado que o bem ambiental é inalienável, não é dado ao Ministério Público ou a Defensoria Pública, órgãos estes legitimados para tomar compromisso de ajustamento de conduta, transigir acerca da reparação ambiental, sendo esta condicionante para própria existência do TAC. O TAC tem como destinatário os interessados em estabelecer obrigações para ajustar sua conduta às exigências legais, podendo ser tomado no curso da ação judicial ou independente da existência de qualquer ação judicial relativa ao fato, suspendendo ou não a aplicação das penalidades administrativas. O termo exige que sejam adotadas precauções e cautelas de cunho formal para a sua lavratura e conseqüente validade legal. Percebe-se, portanto, que ao celebrar o TAC, os proprietários cujos imóveis ou atividades não se encontrem em conformidade com a legislação ambiental, irão dispor de maior lapso de tempo para regularizar sua situação, implantando as medidas cabíveis para se ajustar ao comando normativo.

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6- FONTES

A inaplicabilidade do Código Florestal em área urba na Elaborado em: 03.2006. Roberta Casali Bahia Damis e Taís de Souza Andrade http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8762&p =1 / dia 22.11.2008 às 14:19 Arrocho no Agribusiness Elaborado em: 15.01.2003 Cláudia Magalhães Guerra e Eduardo Diamantino Bonfi m e Silva http://www.conjur.com.br/static/text/7674,1 / dia 2 9.11.2008 às 13:51 Lei 6938/81, 9605/98, 9985/00 Atualizado até novembro de 2008. Congresso Nacional Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/_lei-prin cipal.htm Constituição Federal da República Federativa do Bra sil Atualizado até novembro de 2008. Congresso Nacional Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/C onstituiçao.htm / dia 23.11.2008 às 16:47 Cota de reserva florestal Elaborado em: 10.2004 Julis Orácio Felipe http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6121 / dia 22.11.2008 às 15:02 IBAMA Ministério do Meio Ambiente http://www.ibama.gov.br/licenciamento/ dia 23.11.20 08 às 16:42 IGAM SEMA http://www.igam.mg.gov.br/ dia 23:11.2008 às 16:44 IEF SEMA http://www.ief.mg.gov.br/ dia 23:11.2008 às 16:44 Direito Ambiental Ano: 15 março de 2008 Márcia Dieguez Leuzinger e Sandra Cureau Editora: Elsevier/RJ Coleção Direito Ponto a Ponto Direito Ambiental Aplicado à Mineração Ano: 2005 William Freire Editora: Mineira/MG Coleção Direito Ponto a Ponto