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Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional Management of Hypotension in Preterm Infants (The HIP Trial): A Randomised Controlled Trial of Hypotension Management in Extremely Low Gestational Age Newborns Dempsey E.M, Barrington K.J, Marlow N, O'Donnell C.P, Miletin J, Naulaers G,Cheung P.-Y, Corcoran D, Pons G, Stranak Z, Van Laere D, on behalf of the HIP Consortium Neonatology 2014; 105: 275-281 Apresentação: Ana Carolina Pessoa Simões Giulliane Carvalho Costa Glenda Maria Gallerani Pacheco Coordenação: Paulo R. Margotto www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de maio de 2014

Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional Management

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Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos recém-nascidos de extrema baixa idade

gestacional Management of Hypotension in Preterm Infants (The HIP Trial): A Randomised Controlled Trial of Hypotension

Management in Extremely Low Gestational Age NewbornsDempsey E.M,  Barrington K.J, Marlow N, O'Donnell C.P, Miletin J, Naulaers G,Cheung P.-Y, Corcoran D, Pons G, Stranak Z, Van Laere D, on behalf of the HIP

Consortium Neonatology 2014; 105: 275-281Apresentação: Ana Carolina Pessoa Simões

Giulliane Carvalho CostaGlenda Maria Gallerani PachecoCoordenação: Paulo R. Margottowww.paulomargotto.com.brBrasília, 22 de maio de 2014

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IntroduçãoHipotensão

Baixa pressão arterial média. É um problema comumente diagnosticado em prematuros

extremos (<28 semanas completas), porém o manejo clínico desses pacientes tem muita divergência [1,2].

Apesar da hipotensão estar estatisticamente associada a maiores danos, a curto e a longo prazo, não foi possível achar, através de uma revisão sistemática da literatura, critérios claros que a definam [3].

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Introdução

Como exemplo, na revisão de expansão volêmica precoce realizada por Cochrane e colaboradores, não foi possível achar um estudo controlado que avalie a expansão volêmica comparado com a não expansão volêmica, em pré-termos [4].

Dois pequenos estudos controlados compararam o uso de cristalóide ou colóide em prematuros hipotensos (n=163),Mostrando poucos efeitos clínicos adversos a curto prazo: como morte. E apenas um evidenciou eventos clínicos de repetição: como displasia

broncopulmonar e enterocolite necrosante. Semelhantemente, a revisão de Cochrane incluiu cinco pequenos

estudos (n total= 243) utilizando dopamina ou dobutamina para tratar hipotensão [5]. Três deles relataram mortalidade e dois, hemorragia intraventricular,

sendo que nenhum deles relatou problemas a longo prazo.

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IntroduçãoOutra terapia comum na hipotensão arterial seria o uso de

corticóides, Contudo a revisão de Cochrane [6] não conseguiu achar

nenhum estudo que compare, a longo prazo, o uso de corticóides e o uso de cristalóides; não utilizar corticóide na primeira abordagem ou só usar em casos refratários. Apesar de existirem evidências da eficácia em melhorar a pressão

arterial (PA), nenhuma prova de melhora nos desfechos clínicos foi encontrada.

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IntroduçãoMuitos prematuros extremos, tratados de hipotensão não

tem nenhum sinal clínico ou bioquímico de má perfusão. Essas crianças podem ter um bom fluxo sanguíneo, baixa

resistência no sistema vascular e uma adequada distribuição de oxigênio para os tecidos [7-10].

Uma observação criteriosa dos prematuros extremos, sem intervenção, pode ser mais apropriada do que o tratamento farmacológico (Hipotensão permissiva) [11].

Em alguns casos, tratar a hipotensão pode ser mais prejudicial do que a própria hipotensão.

A partir de análises de pesquisas do Canadá, foi possível observar que o tratamento da hipotensão estava associado a sérios danos cerebrais. [12]

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IntroduçãoA abordagem de tratamento mais utilizada são os bolus de

volume seguidos por administração de dopamina. Entretanto, um estudo observacional mostrou uma interação

entre administração de volume e hemorragia intracraniana. [13]Além disso, a dopamina, que é um dos inotrópicos mais

utilizados, tem efeitos na maioria das funções fisiológicas, como por exemplo na glândula hipófise:Levando ao desenvolvimento de hipotireoidismo secundário. [14]

Fator de risco conhecido para um pior desenvolvimento neurológico a longo prazo.

A dopamina ainda causa vasoconstrição, que pode ser associada com diminuição da perfusão sistêmica. [15 – 16]

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Introdução

Não há um consenso na definição de limites para hipotensão. Apesar disso, o critério mais utilizado para intervenção

terapêutica, obtida pela Associação Britânica de Medicina Perinatal, Recomenda que a pressão arterial seja associada a idade

gestacional.Por exemplo, um RN de 25 semanas de gestação deve ter uma PA acima

de 25 mmHg. [24 – 25]

Existem poucas evidências publicadas a respeito dessa regra, mas ela permanece como o critério mais utilizado.

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IntroduçãoUm estudo canadense mostrou que 52% dos RN que

nascem com menos de 1.500g, possuem uma PA média menor que a IG no primeiro dia de vida e são classificados e tratados para “hipotensão” [27].

Portanto, apesar de tudo que foi discutido, ainda permanece incerto o tratamento da hipotensão (seja ela como for definida) e a sua relação com os desfechos clínicos a curto prazo (aumento na incidência de hemorragia intracraniana) e longo prazo (desenvolvimento neurológico).

Até mesmo a dopamina, agente mais utilizado ainda não se mostrou eficaz em melhorar os desfechos clínicos.

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Avaliação da Perfusão SistêmicaNão existe um sistema de pontuação clínico válido para diagnóstico de

choque – ou falência da perfusão sistêmica – em pré-termos;Avaliação principalmente subjetiva do fluxo sanguíneo para órgãos-alvos.Avaliação clínica inclui:

Tempo de enchimento capilar; Dados limitados para a avaliação de crianças pré-termos; [33,34] Relação significativa entre o índice cardíaco e o tempo de enchimento capilar em pré-

termos; [33] Fraca relação entre os valores do tempo de enchimento capilar e o fluxo sanguíneo

sistêmico; [33] Fraca relação entre os valores do tempo de enchimento capilar e as medidas

ecocardiográficas do fluxo da veia cava superior (VCS) obtidos simultaneamente. [35] Cor da pele; Temperatura; Débito urinário.

Pouco utilizado:o A TFG sobe rapidamente após o nascimento porém o débito urinário é baixo e

variável nas primeiras 24h de vida, período em que as crianças pré-termos são mais comumente tratadas para hipotensão. [11]

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Avaliação da Perfusão SistêmicaNenhum destes parâmetros isoladamente são específicos

para indicar má perfusão.Valor preditivo positivo dessas medidas isoladas para

identificar má perfusão é baixo;A combinação de sinais pode aumentar a identificação de

pacientes com um risco aumentado de maus resultados. [11]

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Avaliação da Perfusão SistêmicaAvaliação Bioquímica inclui:

Níveis séricos de lactato: Valores elevados ou em crescimento obtidos no primeiro dia de vida pós-natal

estão associados com o aumento da mortalidade em recém-nascidos pré-termos e a termo. [38,39]

Valor isolado de lactato >5,6 mmol/l obtido no primeiro dia de vida está associado a um aumento no risco de resultados adversos (morte ou hemorragia interventricular severa. [40]

Observação:o Wardle: não encontrou diferença nos níveis de lactato entre crianças pré-termos

normotensas e hipotensas. [41]o Foi encontrada: fraca correlação negativa entre os valores de lactato e o fluxo

da veia cava superior em uma coorte de crianças com muito baixo peso ao nascimento.

Lactato >4mmol/l + tempo de enchimento capilar >4s = valor preditivo positivo de 80% para identificar baixo fluxo da veia cava superior.

Ou seja, a associação de Clínica + Parâmetros Bioquímicos possui grande valor na avaliação da adequação do fluxo sanguíneo para órgãos-alvo.[42]

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Avaliação da Perfusão SistêmicaAtualmente a avaliação e tratamento dos problemas circulatórios

transitórios em pré-termos não são baseados em evidências. Consórcio da Hipotensão em Crianças Pré-termos (HIP):

Participantes: Neonatologistas; Cientistas; Farmacologistas; Parceiros da indústria.

Financiamento: Sétimo Quadro do Programa da União Européia. Avalia: duas estratégias em um estudo controlado e randomizado e

define a eficácia da medicação inotrópica mais comumente utilizada = Dopamina.

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Avaliação da Perfusão SistêmicaFoi utilizado uma combinação de parâmetros clínicos e

bioquímicos para determinar a adequada perfusão nas crianças pré-termos hipotensas.

Também foram utilizados para uma avaliação mais objetiva da adequada perfusão de órgãos-alvo a Ecografia Funcional, a Espectroscopia de Infravermelho Próximo e o Eletrocardiograma (ECG). Aplicados em subgrupos de crianças com o objetivo de

elucidar meios causais de todos os efeitos que demonstramos.

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Seleção de PacientesCritérios de Inclusão:

Idade gestacional (IG) ao nascimento entre 23 semanas e <28 semanas completas, ou seja, até e incluindo 27 semanas e 6 dias.

Idade pós-natal dentro de 72h de nascimento e um cateter arterial devidamente calibrado e zerado para monitoração da pressão sanguínea, com a cúpula de medição no nível da linha axilar média.

Uma PA média menor 1mmHg ou mais que a PA média equivalente a IG em semanas completas, que persista ao longo de um período de 15 minutos.

Uma ultrassonografia de varredura de crânio prévia livre de hemorragia intraventricular grau III-IV ou leucomalácia cística periventricular.

Consenso informado por escrito.

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Seleção de PacientesCritérios de Exclusão:

Considerado não viável por observação clínica.Com risco de vida por anormalidades congênitas incluindo

cardiopatia congênita (excluindo patência do ducto arterioso) e anormalidades cromossômicas; crianças com conhecida necessidade de tratamento cirúrgico como em casos de hérnia diafragmática congênita, fístula traqueo-esofágica, onfalocele, gastrosquise, hidropsia fetal.

Anormalidade em ultrassonografia de crânio antecedente com hemorragia intraventricular grau III ou mais importante.

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ObjetivoObjetivo Primário:

Determinar se há, em crianças com idade gestacional <28 semanas completas e <72h após o nascimento, para uma abordagem observacional no manejo da baixa PA média comparado ao uso de Dopamina como um agente pressor, um determinado limite de melhora: Sobreviver sem lesão cerebral significante até uma idade pós-menstrual de 36 semanas:

Moderada ou grave dilatação ventricular (determinada por uma combinação do aumento do índice ventricular >12mm, índice da distância tálamo-occipital e corno anterior);

Lesões hemorrágicas intracerebrais; Cisto porencefálico; Leucomalácia cística periventricular em uma ultrassonografia com ou próxima a 36 semanas.

Sobreviver sem deficiência no desenvolvimento neurológico aos 2 anos de idade, corrigido para a prematuridade:

Paralisia cerebral com nota 3 ou mais no Sistema de Classificação de Função Motora Grosseira;

Pontuação na Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley (versão III) menor que 80 em ambas escalas de linguagem ou cognitivo, perda de audição necessitando de amplificação ou perda visual 20/200.

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ObjetivoObjetivos Secundários: definir se a abordagem observacional

para manejo da hipotensão comparada ao uso de Dopamina afeta, em um limite pré-determinado:A mortalidade por todas as causas até 36 semanas de idade

pós-menstrual;A incidência de lesões cerebrais graves (como já definido)

detectadas em uma série de exames de ultrassonografia de crânio;

O número de efeitos adversos atribuídos ao tratamento;A prevalência de deficiências individuais até os 2 anos;Pontuação de desenvolvimento e comportamental até os 2

anos.

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Desenho do estudoEstudo grande, pragmático, internacional, multicêntrico e

randomizado.Objetivo:

Analisar duas estratégias para a gestão de hipotensão em recém-nascidos <28 semanas de gestação concluídas.

Amostra:830 bebês nas primeiras 72h de vida.

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Desenho do EstudoTipos de abordagem:

Uso de dopamina:Bolus de solução salina seguido por dopamina 5ug / kg / min.

Abordagem restrita de tratamento:Intervenção instituída apenas quando houver sinais clínicos de má perfusão tecidual, definidos no estudo.

Bolus de solução salina seguido por placebo 5 ug/kg/min.

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Desenho do EstudoO tratamento com dopamina ou placebo será iniciado

quando a pressão arterial média , medida a partir de um cateter , cair ≥ 1 mmHg abaixo de um valor limiar equivalente às semanas completas de idade gestacional ao nascimento.

A medicação do estudo será aumentada de forma gradual até que a pressão arterial exceda o limiar de tratamento , um máximo de 20 ug / kg / min de dopamina ou volume equivalente de placebo

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Desenho do EstudoOBS: Ambas as abordagens serão acompanhadas por uma

observação criteriosa e em caso de surgimento de sinais clínicos de má perfusão, utilizando os critérios pré-estabelecidos, será instituído tratamento de salvamento tendo como alternativa agente inotrópico.Critérios para terapia de resgate: PA > 5 mm/Hg abaixo do

limiar , ou uma combinação de dois ou mais sinais que refletem má perfusão , ou seja, um valor médio de PA 3 mm/Hg abaixo do limiar , lactato > 4 mmol / L ou um tempo de enchimento capilar > 4.

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Desenho do EstudoOs primeiros resultados serão avaliados na idade

gestacional de 36 semanas de acordo com a data da ultima menstruação.

Os desfechos serão considerados ou através da constatação objetiva da morte ou através de achados padronizados à ultrassonografia de crânio.

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Desenho do Estudo Subgrupos de bebês inclusos no HIP serão avaliados usando os seguintes testes adicionais para a avaliação da perfusão orgânica:

Ecocardiografia funcional para avaliar o débito cardíaco (saída do ventrículo direito, de saída do ventrículo esquerdo e veia cava superior) e da função cardíaca. [43,44] Espectroscopia infravermelha proximal para avaliar a oxigenação cerebral.

EEG contínuo multicanal para determinar os efeitos da PA média na atividade elétrica cerebral. [41,45,46]

EEG contínuo de múltiplos canais para determinar os efeitos da PA média na atividade elétrica cerebral. [10,47]

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EstatísticaFoi decidido incluir apenas as crianças até 27 semanas e 6

dias de gestação, no estudo a fim de maximizar a amostra sem prejudicar estudo, já que depois de 28 semanas de gestação , a frequência de hipotensão com necessidade de tratamento e dos efeitos adversos descritos diminui drásticamente.

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EstatísticaA mortalidade atual registrada para crianças <28 semanas de

gestação foi de cerca de 20%.Entre os sobreviventes, cerca de 30% apresentaram uma

anormalidade ao ultrassom cerebral, dos quais 9% tiveram hemorragia intraventricular sem dilatação ventricular, deixando 21% com lesão cerebral significante.

Portanto, incidência de morte ou grave lesão cerebral foi de, aproximadamente 37% no grupo de controle.

Estudos recentes, incluindo grupos de crianças até 27 semanas e 6 dias de gestação têm demonstrado uma incidência significativa de atraso no desenvolvimento ou anomalia neurológica, em cerca 32% entre os sobreviventes, resultando em uma taxa de ocorrência do desfecho primário 46%.

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EstatísticaConsiderando que pacientes com instabilidade

cardiovascular podem estar sob maior risco de resultados adversos, a amostra inicial foi calculada baseada na proporção do grupo controle, na probabilidade inicial de 50%.

A determinação do tamanho da amostra em 385 crianças em cada grupo foi baseada num poder estatístico de 80% e o p significativamente relevante =0,05.

Assumindo uma taxa de perda de acompanhamento não superior a 10%.

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Estatística A inclusão de 830 indivíduos será

necessária.O estudo será o primeiro a determinar se existe uma

diferença significativa entre a abordagem padrão atual utilizando dopamina e uma abordagem mais expectante com posterior adição de um inotrópico apenas se satisfeitos os critérios clínicos de má perfusão tecidual.

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Exigências éticas e regulamentaresUm grupo consultivo de ética foi criado para garantir todos

os participantes respeitam os requisitos éticos apropriados:composto por um neonatologista, um obstetra independente ,

um advogado, um professor de ética clínica e advogado representando os pais.

Função será analisar todo o processo de consentimento para o experimento, rever os folhetos informativos e formulários de consentimento dos pais para garantir que sejam cumpridas as Boas Práticas Clínicas.

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Exigências éticas e regulamentaresUm conselho de monitoramento de segurança de dados

independente conduzirá as revisões de relatórios de segurança dos pacientes a cada 6 meses, assim como será realizada uma análise provisória formal quando cerca de 25%, 50% e 75% dos dados do resultado esperado estiver disponível.

Uma análise sequencial das 36 primeiras semanas usando o método Haybittle-Peto será feita e um p <0,001 será exigido em cada análise para a segurança dos dados .

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Exigências éticas e regulamentaresO financiamento para a execução deste ensaio foi obtido

através do Seventh Framework Programme of the European Commission, sobre auxílio do Offpatent medicines call.

O objetivo final desta iniciativa é a obtenção da liberação para o mercado pediátrico de drogas atualmente não licenciadas para uso em recém-nascidos, com destaque para a dopamina.

O consórcio se submeteu e obteve um plano de investigação pediátrica (PIP) da Agência Européia de Medicamentos para realizar este ensaio clínico. [48]

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ConclusãoHá uma incerteza substancial sobre quando devemos tratar hipotensão e qual estratégia

devemos usar

O presente estudo irá fornecer evidências para determinar uma conduta e, usando o mais

comumente utilizado agente inotrópico, ele irá fornecer uma linha de base para a avaliação de

outros agentes.

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ConclusãoAo contrário de outros estudos nesta área, que na maioria

das vezes simplesmente avaliam os efeitos na PA, o presente estudo têm poder suficiente para fornecer uma estimativa sólida do benefício do tratamento em desfechos clinicamente importantes: sobrevivência, lesão cerebral e deficiências de desenvolvimento em um grupo de risco muito elevado.

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37 Abubacker M, Yoxall CW, Lamont G: Peri- operative blood lactate concentrations in pre- term babies with necrotising enterocolitis. Eur J Pediatr Surg 2003;13:35–39.

38 Groenendaal F, et al: Early arterial lactate and prediction of outcome in preterm neonates admitted to a neonatal intensive care unit. Biol Neonate 2003;83:171–176.

39 Deshpande SA, Platt MP: Association be- tween blood lactate and acid-base status and mortality in ventilated babies. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 1997;76:F15–F20.

40 Nadeem M, Clarke A, Dempsey E: Day 1 se- rum lactate values in preterm infants less than 32 weeks gestation. Eur J Pediatr 2010;169: 667–670.

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Referências Bibliográficas

41 Wardle SP, Yoxall CW, Weindling AM: Pe- ripheral oxygenation in hypotensive preterm babies. Pediatr Res 1999;45:343–349.

42 Miletin J, Dempsey EM: Low superior vena cava flow on day 1 and adverse outcome in the very low birthweight infant. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2008;93:F368–F371.

43 Evans N, Iyer P: Incompetence of the foramen ovale in preterm infants supported by mechanical ventilation. J Pediatr 1994;125:786–

44 Evans N, Iyer P: Assessment of ductus arteriosus shunt in preterm infants supported by mechanical ventilation: effect of interatrial shunting. J Pediatr 1994;125:778–785.

45 Naulaers G, et al: Cerebral tissue oxygenation index in very premature infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2002;87:F189–F192.

46 Nicklin SE, et al: The light still shines, but not that brightly? The current status of perinatal near infrared spectroscopy. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2003;88:F263.

47 West CR, et al: Early low cardiac output is associated with compromised electroencephalographic activity in very preterm infants. Pe- diatr Res 2006;59:610–615.

48 Dempsey EM, Connolly K: Who are the PDCO? Eur J Pediatr 2013, Epub ahead of print.

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Consultem também: HIPOTENSÃO ARTERIAL NOS PRÉ-TERMOS

Dr. Paulo R. MargottoO que sabemos (ou não sabemos!)

Prática muito comum na UTI Neonatal. Tratar bebês muitos prematuros com uma pressão arterial média (PAM) abaixo da idade gestacional em semanas, independente dos sinais clínicos. Assim, muitos bebês com 26 semanas com PAM abaixo de 26mmHg acaba recebendo vários bolus de flúido e dopamina e como a PAM continua baixa, acaba recebendo dobutamina e corticosteróides.

Nas primeiras 6-12 horas os prematuros extremos NÃO URINAM! E isto não necessariamente significa que estejam com subperfusão renal.

Hipotensão permissivaAutor(es): Keith Barrington (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto

      

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O que fazemos na nossa Unidade de Neonatologia (Canadá):34 RN nos primeiros 3 dias de vida tiveram PA abaixo da idade gestacional e não tratamos e chamamos de hipotensão permissiva, como a hipoxemia permissiva e a hipercapnia permissiva. Destes 34 RN hipotensivos mas clinicamente perfundidos, em 76% tiveram resultados muito bons. Interessante que os 17 que tratamos da hipotensão tiveram péssimos resultados (RN em choque, somente 4 sobreviveram sem complicações sérias).

Há muita confusão e as razões destas grandes discrepâncias na prática não sabermos e mostra que não sabemos o que estamos fazendo. O principal em uma conduta é não causar dano. Podemos ter bons resultados com terapias restritas. Não há evidências que apoiem uma abordagem mais agressiva. Precisamos de estudos randomizados e prospectivos para termos melhores evidências no futuro. Alguns RN estão muito graves e não podemos aguardar. Temos que fazer alguma coisa. Nestes RN vocês podem usar a fisiologia, a hemodinâmica, as respostas conhecidas para sabermos o que fazer. Mesmos nestes casos precisamos de evidências melhores.

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Esta revisão crítica e sistemática revela que não há Esta revisão crítica e sistemática revela que não há evidências para suportar um consenso na intervenção da evidências para suportar um consenso na intervenção da hipotensão em RN.hipotensão em RN.

Tratar o bebê somente com base na baixa pressão arterial Tratar o bebê somente com base na baixa pressão arterial deveria ser revistodeveria ser revisto

A combinação de baixa pressão arterial com sinais clínicos A combinação de baixa pressão arterial com sinais clínicos de baixa perfusão parece esteve mais fortemente de baixa perfusão parece esteve mais fortemente relacionado com o prognósticorelacionado com o prognóstico

Tratamento da hipotensão em recém-nascidos pré-termos: quando e com o que: uma revisão crítica e sistemática

Autor(es): EM Dempsey and KJ Barrington. Apresentação:Carina Lassance, Hans Stauber Vanessa Cândidoe Paulo R. Margotto

      

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Apesar da pouca evidência de que o tratamento da hipotensão melhore o prognóstico dos recém-nascidos com extremo baixo peso (RNEBP) (<1000g) , aproximadamente 40% deles recebem esse tipo de terapia durante o início da vida ;

Os neonatologistas tratam a hipotensão com o objetivo de promover adequada perfusão aos órgãos vitais, principalmente o cérebro;

Infelizmente, os atuais tratamentos de hipotensão podem ter papel no desenvolvimento de efeitos adversos tais como: hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, atraso no desenvolvimento, perda de audição e morte, devido ao excessivo aumento dos parâmetros pressóricos em alguns casos.

Dopamina é frequentemente usada no tratamento da hipotensão arterial nos prematuros

Principal objetivo do estudo: examinar hemodinâmica cerebral durante a infusão de dopamina nos RNEBP hipotensos no 1º dia de vida;

Estudo observacional sobre hemodinâmica cerebral durante o tratamento de crianças de extremo baixo peso ao nascer com dopamina no primeiro dia de vidaAutor(es): MH Lightburn, CH Gauss, DK Williams and JR Kaiser (EUA).Apresentação: Kayo

Luiz Matsumoto de Oliveira, Márcia Pimentel de Castro, Paulo R. Margotto

      

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Recém-nascidos de extremo baixo peso hipotensos no 1º dia de vida, com velocidade do fluxo sanguíneo cerebral e índice de resistência apropriadas para a idade, tiveram aumento da velocidade do fluxo sanguíneo cerebral , assim que a pressão arterial média foi otimizada (fluxo sanguíneo cerebral pressão-passiva) durante o tratamento com dopamina;

2. Algumas crianças demonstraram abruptos aumentos na velocidade do fluxo sanguíneo cerebral – acima do percentil 90 - durante a infusão de dopamina . É plausível que este fato poderia colocá-los em risco de lesão cerebral. Assim, acompanhamento e titulação cuidadosa de infusões de dopamina são essenciais.

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A pressão arterial (PA) é útil ou não? Esta discussão está ficando até mais interessante nos dias atuais (há 10-15 anos se discute este tema!).

O que se sabe é que quando se compara a pressão arterial (PA) e débito cardíaco (DC), demonstrou-se uma falta de associação entre DC e PA. Assim, levanta-se a dúvida quanto ao valor da PA como estimativa do DC.

Estudo da Coréia do Sul no qual os autores examinaram RN <1000g (grupo hipotensos tratados, grupo normotenso e grupo hipotensos não tratados); neste estudo, as crianças com pressão arterial baixa e não tratadas tiveram uma incidência menor de displasia broncopulmonar, hemorragia intraventricular e a mortalidade foram menores.

No entanto, talvez este conceito de hipotensão permissiva deva ser incorporado ao nosso linguajar. Uma observação atenta de recém-nascidos de extremo baixo peso hipotensos com bons sinais clínicos de perfusão resultou em um tratamento desnecessário e aqueles sem tratamento, com bons resultados neurológicos. Permissive Hypotension in Extremely Low Birth Weight Infants (≤1000 gm). So Yoon Ahn, Eun Sun Kim, Jin Kyu K et al.Yonsei Med J. 2012 July 1; 53(4): 765–771. Artigo Integral.

Abordagem terapêutica do choque no recém-nascido (XXI Congresso Brasileiro de Perinatologia, 14 a 17 de novembro de 2012, Curitiba, Paraná)

Autor(es): Jaques Belik (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto

      

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As divergências quanto ao manuseio do suporte circulatório dos recém-nascidos (RN) pré-termos se deve em grande parte a ausência de estudos controlados e randomizados com poder suficiente para conclusões; muito do que sabemos sobre choque séptico no RN ou vem da literatura de adulto ou da literatura experimental. Os trabalhos envolvem número pequeno de recém-nascidos (10, 15, 20 RN). No entanto, temos em nossas mãos RN graves que necessitam que tomemos decisões. Muitas vezes “a ausência de evidência não é a evidência da ausência”.

Agora mesmo, aqui na UTI Neonatal do Hospital Planalto (Unimed-Brasília), tenho a informação que um meu prematuro (29 semanas) estável está com pressão arterial média de 26mmHg. Vou introduzir inotrópico? Lógico que não. A pressão arterial não é um bom parâmetro para se avaliar a hemodinâmica do bebê e na verdade, é o único que a maioria das UTIs Neonatais do país dispõe. Em outro estudo conduzido por Barrington no Canadá em que ele aplicou um questionário, a grande maioria dos neonatologistas canadenses considera a hipotensão arterial quando a pressão arterial encontra-se abaixo da idade gestacional (que segundo ele é um critério sem muito sentido) e mais importante ainda, os neonatologistas canadenses agregam outras informações, como a perfusão e a diurese para valorizar o tratamento. Ou seja, não se deve tratar somente a hipotensão arterial e sim o bebê.

Em 2014, as controvérsias continuam, embora com um pouco maior lucidez na abordagem dos RN hipotensos, mas muitos ainda continuam agressivamente expandidos e recebendo drogas vasoativas para manter a pressão arterial acima da idade gestacional!O ensaio proposto, multicêntrico internacional randomizado e controlado com grupo placebo, envolvendo 830 recém-nascidos entre 23 semanas e <28 semanas completas nas primeiras 72 horas de vida, trará respostas mais robustas quando devemos tratar a hipotensão e qual a melhor estratégia a ser usada

O presente ensaio têm poder suficiente para fornecer uma estimativa sólida do benefício do tratamento em desfechos clinicamente importantes: sobrevivência, lesão cerebral e deficiências de

desenvolvimento em um grupo de risco muito elevado.

Hipotensão Permissiva: Ponto de vistaAutor(es): Paulo R. Margotto

      

Em 2008 escrevemos:

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Ddas Ana, Glenda,(Dr. Paulo R. Margotto), Giulliane, Amani e Bárbara Carneiro