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Mapeamento da ilegalidade na exploração madeireira em Mato Grosso entre agosto de 2013 e julho de 2016 VINÍCIUS SILGUEIRO, ANA PAULA VALDIONES, BRUNO DIEGO CARDOSO E ALICE THUAULT U m dos problemas centrais da gestão florestal na Amazônia brasileira é a persis- tência do alto nível de ilegalidade na exploração madeireira. A exploração ile- gal gera impactos ambientais diretos com a redução dos estoques de madeira e práticas predatórias de exploração, mas também impactos sociais como a violação de direitos indígenas e trabalho em condições precárias. Também acarreta prejuízos eco- nômicos, ao criar uma concorrência desleal para os atores que trabalham na legalidade e nivelar para baixo os preços da madeira. Informações qualificadas sobre a exploração madeireira são elementos fundamentais para quebrar o ciclo vicioso da ilegalidade. Elas fortalecem o desenvolvimento das ações de fiscalização e controle, servindo como base essencial para o acompanha- mento dos problemas e suas possíveis soluções. Nessa edição da série Transparência Florestal, apresentamos os resultados do mapea- mento e avaliação da legalidade da exploração madeireira ocorrida de agosto de 2013 a julho de 2016 no estado de Mato Grosso, realizado com base na metodologia do Sistema de Monitoramento de Exploração Florestal (SIMEX) desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Para o período analisado, foram mapeados 476,7 mil hectares de florestas nativas ex- ploradas para fins madeireiros em Mato Grosso. Os resultados apontam uma redução de 25% da área explorada em relação ao triênio anterior (agosto de 2010 a julho de 2013). A análise da legalidade apontou que 281,1 mil hectares foram explorados de forma autorizada, enquanto 195,6 mil hectares de florestas foram impactados pela exploração ilegal, o que representa 41% do total explorado no período. Da área total explorada ilegalmente, 66% ocorreu em imóveis rurais privados, seguido pelas áreas sem categoria fundiária definida (24%), outros 9% em Áreas Protegidas (Terras Indíge- nas e Unidades de Conservação) e 1% em assentamentos rurais. Os resultados indicam a urgência de se trabalhar com instrumentos de transparência e de rastreamento inovadores para garantir a origem legal da madeira comercializada em Mato Grosso e comprovam a necessidade de um fortalecimento do monitoramento e da fiscalização, especialmente nos municípios mais críticos. O uso da ferramenta do Cadastro Ambiental Rural (CAR) será chave para a responsabilização dos infratores onde a maior parte da ilegalidade ocorre. N O 9 ANO 6 FEVEREIRO DE 2018

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Mapeamento da ilegalidade na exploração madeireira em Mato Grosso entre agosto de 2013 e julho de 2016

vinícius silgueiro, ana paula valdiones, bruno diego cardoso e alice thuault

Um dos problemas centrais da gestão florestal na Amazônia brasileira é a persis-tência do alto nível de ilegalidade na exploração madeireira. A exploração ile-gal gera impactos ambientais diretos com a redução dos estoques de madeira e

práticas predatórias de exploração, mas também impactos sociais como a violação de direitos indígenas e trabalho em condições precárias. Também acarreta prejuízos eco-nômicos, ao criar uma concorrência desleal para os atores que trabalham na legalidade e nivelar para baixo os preços da madeira.

Informações qualificadas sobre a exploração madeireira são elementos fundamentais para quebrar o ciclo vicioso da ilegalidade. Elas fortalecem o desenvolvimento das ações de fiscalização e controle, servindo como base essencial para o acompanha-mento dos problemas e suas possíveis soluções.

Nessa edição da série Transparência Florestal, apresentamos os resultados do mapea-mento e avaliação da legalidade da exploração madeireira ocorrida de agosto de 2013 a julho de 2016 no estado de Mato Grosso, realizado com base na metodologia do Sistema de Monitoramento de Exploração Florestal (SIMEX) desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Para o período analisado, foram mapeados 476,7 mil hectares de florestas nativas ex-ploradas para fins madeireiros em Mato Grosso. Os resultados apontam uma redução de 25% da área explorada em relação ao triênio anterior (agosto de 2010 a julho de 2013). A análise da legalidade apontou que 281,1 mil hectares foram explorados de forma autorizada, enquanto 195,6 mil hectares de florestas foram impactados pela exploração ilegal, o que representa 41% do total explorado no período. Da área total explorada ilegalmente, 66% ocorreu em imóveis rurais privados, seguido pelas áreas sem categoria fundiária definida (24%), outros 9% em Áreas Protegidas (Terras Indíge-nas e Unidades de Conservação) e 1% em assentamentos rurais.

Os resultados indicam a urgência de se trabalhar com instrumentos de transparência e de rastreamento inovadores para garantir a origem legal da madeira comercializada em Mato Grosso e comprovam a necessidade de um fortalecimento do monitoramento e da fiscalização, especialmente nos municípios mais críticos. O uso da ferramenta do Cadastro Ambiental Rural (CAR) será chave para a responsabilização dos infratores onde a maior parte da ilegalidade ocorre.

no 9 • ano 6 • fevereiro de 2018

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Introdução

A produção de base florestal em Mato Grosso é um setor importante tanto em es-cala estadual quanto nacional. Em nível estadual esse setor gera cerca de 90 mil postos de trabalho, sendo o primeiro lugar no segmento industrial de transforma-

ção1 e representando o quarto maior na economia do estado2. Em nível nacional, Mato Grosso é um dos maiores fornecedores de madeira nativa do Brasil, com uma produção anual média de 3,4 milhões de metros cúbicos de madeira em tora3. Essa produção atende o mercado consumidor de Mato Grosso (32%), mas também de outros estados (54%) e países (14%)4.

Em 2017, as áreas sob manejo florestal licenciadas em Mato Grosso somaram cerca de 3 milhões de hectares. O governo do estado, por meio da Estratégia “Produzir, Conservar e Incluir (PCI)” se comprometeu a dobrar a área sob manejo florestal até 20305.

Infelizmente, esse setor permanece bastante marcado pela ilegalidade. Estudos de-monstram que, entre os anos de 20126 e 20137, cerca de metade da área explorada no estado foi realizada de forma ilegal. Essa proporção de ilegalidade comprova que os atuais sistemas de monitoramento e controle florestal não permitem garantir a origem legal da madeira.

O Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), integra-do ao Sistema de Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais (CC-Sema) que são geridos pela Sema/MT, deverão receber sua versão 2.08, que ainda não foi im-plementada. O recém-lançado Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), gerido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atrelado ao Documento de Origem Florestal (DOF), teve determinada sua utilização ou integração por parte dos sistemas estaduais9, como o Sisflora. Sendo assim, por enquanto, os sistemas de controle florestal continuam a apresentar incompatibilidades, que abrem brechas para fraudes e irregularidades na cadeia produtiva florestal10.

Com isso, os produtos madeireiros oriundos de exploração ilegal seguem sendo enco-bertos por documentos legais, gerando uma situação de falsa legalidade. Essa situação, impede a valorização da produção florestal legal, resultando em prejuízos ao próprio setor florestal, seus empresários e responsáveis técnicos. As empresas que trabalham na legalidade sofrem com a concorrência desleal. Além disso, com as exigências cada vez maiores dos mercados interno e de exportação quanto a garantia da legalidade, a produção de madeira nativa está perdendo espaço para a madeira de reflorestamento e materiais alternativos11.

A madeira ilegal que acessa facilmente os mercados também tem impactos socioam-bientais severos. Como demonstram publicações recentes12, a exploração ilegal da flo-resta em Mato Grosso está associada à violência no campo, a violação de direitos indí-genas e a opressão de populações rurais. Também a redução dos estoques de madeira, a perda da biodiversidade e serviços ecossistêmicos, e a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), contribuindo com o aquecimento global13.

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Metodologia

A metodologia adotada está baseada no Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Ama-zônia (Imazon)14, com adaptações incorporadas pelo ICV. Iniciamos com o proces-

samento das imagens do satélite Landsat 8 e em seguida realizamos o mapeamento das explorações detectadas no período, a checagem das Autorizações de Exploração Florestal (Autex e AEF), com a revisão do mapeamento por parceiros e de casos específi-cos com a Sema/MT. Por fim temos a avaliação da legalidade com base nas autorizações de exploração florestal válidas, a verificação dos locais de ocorrência das explorações, bem como analisamos a manutenção das áreas exploradas e a relação com as áreas autuadas (Figura 1).

FIGURA 1 . FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DO MAPEAMENTO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA EM MATO GROSSO

Checagem das autorizações de exploração florestal, revisão do mapeamento por parceiros e de casos específicos pela Sema/MT

Processamento do NDFI de imagens de satélite Landsat-8, na plataforma Google Earth Engine

Avaliação da legalidade, municípios e locais de ocorrência, manutenção das áreas exploradas e informações sobre as áreas atuadas e embarga

Mapeamento das explorações madeireiras ocorridas entre agosto de 2013 e julho de 2016

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O monitoramento da exploração madeireira é essencial para evidenciar onde ocorre a ilegalidade, entender sua dimensão e seus impactos, além de fornecer subsídios para ações de controle efetivas. Com esse intuito, mapeamos e avaliamos a legalidade da exploração madeireira em Mato Grosso, realizada no triênio que compreende agosto de 2013 a julho de 2016.

Apresentamos a seguir a metodologia detalhada e os resultados dessa avaliação, desta-cando o comparativo das áreas exploradas legal e ilegalmente em relação aos períodos anteriores, sua distribuição nos municípios e a categorização de acordo com os locais de ocorrência. Também analisamos a manutenção da cobertura florestal nas áreas anos após a exploração e levantamos informações sobre os autos de infração e embargos acerca das atividades madeireiras ilegais.

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1. AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO DAS IMAGENS DE SATÉLITE

Para o mapeamento da exploração florestal madeireira utilizamos imagens do satélite Land-sat 8 de 30 metros de resolução espacial. Essas imagens são processadas digitalmente na plataforma do Google Earth Engine, onde os algoritmos de processamento foram ajustados de forma a selecionar as melhores cenas que cobrem a área florestal de Mato Grosso, com a mínima porcentagem de nuvens; realizar a correção atmosférica e aplicação do modelo de mistura espectral. A partir desse processamento são geradas as imagens NDFI (Normali-zed Difference Fraction Index – Índice Normalizado de Diferença de Fração), que realçam as mudanças ocorridas no dossel florestal decorrentes da exploração madeireira.

2. MAPEAMENTO DAS EXPLORAÇÕES OCORRIDAS NO PERÍODO

O período do mapeamento realizado está compreendido entre o mês de agosto de 2013 a julho de 2016, sendo referente aos anos de 2014, 2015 e 2016. Essa periodicidade é a mesma adotada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). Para ma-pearmos a exploração madeireira, analisamos as imagens NDFI em software de Sistema de Informação Geográfica (SIG), onde interpretamos e delimitamos as áreas de floresta com evidentes sinais de exploração madeireira. Utilizamos como apoio as imagens NDFI e imagens Landsat 8 em composição colorida (RGB) de anos anteriores.

3. AVALIAÇÃO DA LEGALIDADE, MUNICÍPIOS E LOCAIS DE OCORRÊNCIA, MANUTENÇÃO DAS ÁREAS EXPLORADAS E INFORMAÇÕES SOBRE ÁREAS AUTUADAS E EMBARGADAS

Realizamos o download no Simlam Público de todas as Autorizações de Exploração Flo-restal (Autex e AEF) oriundas de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) e Planos de Exploração Florestal (PEF) válidas no período de análise.

Conferimos individualmente todas as autorizações de exploração, relacionando suas informações com as explorações mapeadas de forma a determinar sua legalidade. Rea-lizamos um cruzamento das explorações mapeadas com as Áreas de Manejo Florestal (AMF), Unidades de Produção Anual (UPA) com autorizações de exploração ativas para o período, Licença Ambiental Única (LAU) e/ou Licença Florestal (LF), bem como com as bases de Cadastro Ambiental Rural (CAR) do próprio Simlam e do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Também foram checadas a incidência de explorações ilegais com as bases oficiais de unidades de conservação, terras indígenas e assentamentos fe-derais. Dessa forma, chegou-se a classificação das explorações madeireiras da tabela 1.

Para avaliar a manutenção da cobertura florestal nas áreas exploradas com fins ma-deireiros, sejam legais ou ilegais, realizamos o seu cruzamento com os dados de des-matamento do Prodes e também de áreas atingidas por incêndios florestais em 2016.Para isso consideramos toda a série histórica do mapeamento da exploração madeireira realizado desde 2007.

Já visando compreender a representatividade da fiscalização e autuação da Sema/MT e Iba-ma em relação a exploração madeireira ilegal mapeada, fizemos o levantamento dos autos de infração e embargos expedidos pelos referidos órgãos dentro do período analisado.

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CLASSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA

Legal Ilegal

Com autorização de exploração, dentro da validade

Com autorização de exploração, fora da validade ou suspensa

Sem autorização de exploração, mas com AMF e/ou UPA

Sem autorização de exploração, mas com CAR e/ou LAU

Sem autorização de exploração, em áreas sem categoria fundiária definida

Em Terras Indígenas, Unidades de Conservação e assentamentos federais

TABELA 1 . QUADRO DE CLASSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA MAPEADA

Resultados

Entre agosto de 2013 a julho de 2016, foram mapeados 476,7 mil hectares de ex-ploração madeireira no Estado de Mato Grosso (Figura 2). A área referente aos três anos analisados apresentou uma redução de 25% em relação ao triênio anterior,

onde foram mapeados 640,7 mil hectares.

FIGURA 2. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA LEGAL E ILEGAL EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

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Para a análise da legalidade das explorações mapeadas, foram checadas 697 autoriza-ções de exploração florestal vigentes entre 2014 e 2016. Assim, verificamos que 59% da área total de exploração madeireira mapeada nos três anos (281,1 mil hectares) foram exploradas legalmente, ou seja, com autorização válida. Isso representa uma redução de 14% da superfície da exploração madeireira legal em relação ao triênio anterior (Figura 3).

A exploração ilegal, por sua vez, afetou 195,6 mil hectares de florestas em Mato Grosso. Isso corresponde a 41% do total da exploração mapeada entre 2014 e 2016. Houve uma redução da proporção da ilegalidade ocorrida entre 2011 e 2013 em relação a 2014 e 2016, passando de 49% (312 mil hectares) para 41% do total explorado.

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Área

(ha)

Quan

tidad

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Área explorada legal (ha)Área explorada ilegal (ha)

Autorizações de exploração (no)

2011

73,9

5365

,454 186

2012

106,

663

275

91,0

85

2013

139,

867

392

163,

718

2014

61,18

4

23595

,602

2015

82,4

77 25510

7,211

2016

51,9

73

207

78,2

6053%

47%

54%

46%

39%

43%

40%

46%

54%

61%

57%

60%

FIGURA 3. HISTÓRICO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA LEGAL E ILEGAL EM MATO GROSSO ENTRE 2011 E 2016

EXPLORAÇÃO MADEIREIRA NOS MUNICÍPIOS

Os dez municípios com mais áreas florestais exploradas legalmente entre 2014 e 2016 em Mato Grosso representam 67% do total de exploração madeireira legal. Os 33% res-tantes do total explorado legalmente distribuíram-se em outros 31 municípios.

Das áreas exploradas legalmente, 93% (262,5 mil hectares) ocorreram a partir de Pla-nos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), que originam as Autex, e 7% (18,6 mil hec-tares) de Planos de Exploração Florestal (PEF), que geram as AEF (Tabela 2 e Figura 4).

Já os dez municípios com mais áreas florestais exploradas ilegalmente representam 72% do total de exploração ilegal entre 2014 e 2016 em Mato Grosso. Nesse período, os 28% restantes ocorreram de forma distribuída entre outros 47 municípios.

Ao compararmos os dez municípios que mais exploraram legalmente e ilegalmente no triênio, verificamos que seis deles são coincidentes, sendo eles Aripuanã, Colniza, Feliz Natal, Juara, Nova Maringá e União do Sul. Isso indica que legalidade e ilegalidade cami-nham lado a lado nesses municípios.

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Categoria 2014 2015 2016 Total

AUTEX 89,031 97,102 76,383 262,516

AEF 6,571 10,109 1,877 18,557

Total 95,602 107,211 78,260 281,073

TABELA 2. CATEGORIAS DE EXPLORAÇÃO MADEIREIRA LEGAL ENTRE 2014 E 2016

FIGURA 4. EXEMPLOS DAS CATEGORIAS DE EXPLORAÇÃO MADEIREIRA LEGAL EM MATO GROSSO

A análise sobre o histórico da exploração madeireira em Mato Grosso permitiu ainda verificar a reincidência dos municípios e suas posições no ranking da ilegalidade desde 2010. Os dez municípios com mais ilegalidade em 2016 apareceram com frequência ao longo dos últimos sete anos analisados.

Nesse sentido, se destacam os municípios de Aripuanã, Nova Maringá, Porto dos Gaú-chos e União do Sul, que se mantiveram no ranking da ilegalidade em todos os anos consecutivos, comprovando assim que a exploração madeireira ilegal está cronicamente instaurada nesses municípios (Figura 5).

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ONDE A ILEGALIDADE ACONTECE?

A exploração ilegal em Mato Grosso entre 2014 e 2016 ocorreu majoritariamente em imó-veis rurais privados (66%). São imóveis que já possuem CAR, LAU ou ambos (51%), ou ainda imóveis que possuem AMF e/ou UPA (8%) ou mesmo AUTEX/AEF emitidas, mas ex-ploradas fora da validade (7%). Outros 24% da exploração ilegal (45,7 mil hectares) entre 2014 e 2016 ocorreram em áreas cujos órgãos oficiais não dispõem de qualquer registro público, sendo classificadas como áreas “sem categoria fundiária definida” (Figuras 6 e 7).

FIGURA 6. CATEGORIZAÇÃO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA ILEGAL EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

Sem categoria de�nida

AUTEX ou AEF - Fora da validade

AMF ou UPA

CAR e/ou LAU

Terras Indígenas

Unidades de Conservação

Assentamentos

24%

1% 7%2%

51%8%7%

FIGURA 5. MUNICÍPIOS COM AS MAIORES ÁREAS EXPLORADAS LEGALMENTE E ILEGALMENTE EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

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FIGURA 7. EXEMPLOS DE EXPLORAÇÃO ILEGAL DETECTADA EM IMÓVEL RURAL COM CAR, PROJETO DE ASSENTAMENTO E EM TERRA INDÍGENA EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

ILEGALIDADE EM ÁREAS PROTEGIDAS

Foram explorados ilegalmente 18,5 mil hectares (9% do total ilegal) em áreas prote-gidas entre 2014 e 2016, que impactaram dez terras indígenas e quatro unidades de conservação (Figura 8).

As Terras Indígenas (TIs) concentraram 76% de toda a exploração madeireira ilegal em áreas protegidas, com 14,1 mil hectares. Somente a TI Zoró respondeu por 50% do total mapeado em terras indígenas. Contudo, houve uma redução de 65% da área total ex-plorada em relação ao triênio anterior (2011 a 2013), quando a exploração madeireira em terras indígenas alcançou 39,9 mil hectares.

Nas Unidades de Conservação (UCs), a exploração madeireira ilegal atingiu 4,4 mil hecta-res. A Resex Guariba Roosevelt foi a mais impactada, com 2,3 mil hectares, o que repre-senta 50% do total. Quando comparamos com o triênio anterior (2,5 mil hectares) veri-ficamos que a área explorada ilegalmente em unidades de conservação aumentou 77%.

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FIGURA 9. TERRAS INDÍGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COM EXPLORAÇÃO MADEIREIRA ILEGAL EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

FIGURA 8. EXPLORAÇÃO ILEGAL EM ÁREAS PROTEGIDAS EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016, COM DESTAQUE PARA AS TERRAS INDÍGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COM MAIOR OCORRÊNCIA DE EXPLORAÇÃO ILEGAL

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ILEGALIDADE EM ASSENTAMENTOS

Nos projetos de assentamento federais, a exploração madeireira ilegal ocorrida entre 2014 e 2016 abrangeu 2,2 mil hectares (Figura 10). Dentre os assentamentos explo-rados nesse período, três destacam-se como os mais críticos, sendo eles o P.D.S. 12 de outubro, P.A. Tibagi e P.A. Chacororé, localizados respectivamente nos municípios de Cláudia, Brasnorte e Nova Maringá. Os três juntos representam 57% de toda área de flo-resta explorada ilegalmente em assentamentos federais no estado. Quando comparado com a exploração madeireira ocorrida em assentamentos entre 2011 e 2013 (2,7 mil hectares), observamos uma redução de 18% no total explorado nessa categoria.

FIGURA 10. EXPLORAÇÃO MADEIREIRA ILEGAL EM ASSENTAMENTOS FEDERAIS EM MATO GROSSO ENTRE 2014 E 2016

MANUTENÇÃO DA COBERTURA FLORESTAL NAS ÁREAS EXPLORADAS

Apesar do histórico da exploração madeireira como vetor do desmatamento, a análise mostra que apenas uma pequena porção das áreas que são exploradas para fins madei-reiras acabam sendo diretamente desmatadas.

Nas áreas de exploração madeireira ocorrida de 2007 a 2016, em torno de 2% da área ex-plorada legalmente sofreu corte raso da floresta entre 2008 e 2017. Já para as áreas explo-radas ilegalmente, o desmatamento impactou 6% da área explorada, nos anos seguintes.

Quanto às áreas impactadas por incêndios florestais, no ano de 2016, verificamos que 0,3% do que foi explorado legalmente ente 2007 e 2015, sofreu ação do fogo. Já para as áreas exploradas ilegalmente, esse percentual chegou a 2% (Figura 11).

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FIGURA 11. MANUTENÇÃO DA COBERTURA FLORESTAL NAS ÁREAS EXPLORADAS COM FINS MADEIREIROS ENTRE 2010 E 2016

FISCALIZAÇÃO DA EXPLORAÇÃO ILEGAL DE MADEIRA

Entre 2014 e 2016, o Ibama lavrou 856 autos de infração relacionados a comerciali-zação, armazenamento e exploração ilegal de madeira, além de autuações por prestar informações falsas no sistema de controle de produtos florestais e porte de motosserra sem autorização (Figura 12).

FIGURA 12. AUTOS DE INFRAÇÃO RELACIONADOS A EXPLORAÇÃO MADEIREIRA ILEGAL EM MATO GROSSO, ENTRE 2014 E 2016*

2014 2015 2016

250

200

150

100

50

0

Comercialização (Ibama)

Armazenamento e transporte (Ibama)

Exploração seletiva (Ibama)

Porte de motoserra (Ibama)

Prestar informações falsas (Ibama)

Comercialização (Sema-MT)

Armazenamento e transporte (Sema-MT)

Exploração seletiva (Sema-MT)

Porte de motoserra (Sema-MT)

Fonte: ICV, com dados da Sema/MT e Ibama.

*2015 foi o único ano em que se teve acesso aos dados completos dos autos de infração da Sema/MT referentes a exploração madeireira ilegal.

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Os dados da Sema/MT sobre autos de infração correspondem apenas ao ano de 2015, onde foram lavrados 360 autos relacionadas a exploração madeireira. Grande parte das infrações foram decorrentes da comercialização ilegal de madeira (62%).

Em relação ao embargo de áreas e empreendimentos relacionados a exploração ilegal, nes-ses três anos o Ibama emitiu 212 termos de embargo, sendo o principal motivo o próprio corte seletivo (62%), seguido da falsificação de informações junto aos sistemas de controle de madeira (26%). A Sema/MT embagou 103 áreas por extração seletiva, o que represen-tou 86% de todos os embargos relacionados a exploração de madeira ilegal (Figura 13).

FIGURA 13. EMBARGOS RELACIONADOS A EXPLORAÇÃO MADEIREIRA ILEGAL EM MATO GROSSO, ENTRE 2014 E 2016

Comercialização (Sema-MT)

Armazenamento e transporte (Sema-MT)

Exploração seletiva (Sema-MT)

Comercialização (Ibama)

Armazenamento e transporte (Ibama)

Exploração Seletiva e dani�car flora (Ibama)

Prestar informações falsas (Ibama)

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As falhas dos sistemas de monitoramento e controle florestais

A recorrência da ilegalidade comprova a persistência de falhas no controle da explora-ção florestal em Mato Grosso.

INCONSISTÊNCIAS NO SIMLAM PÚBLICO

Nas consultas realizadas no Simlam Público, identificamos inconsistências nas infor-mações de 73 das 697 autorizações de exploração florestal checadas, o que repre-senta 10,5% desse total. Surgiram 17 casos em que não encontramos autorizações

Fonte: ICV, com dados da Sema/MT e Ibama.

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vigentes para as áreas exploradas, mesmo quando essas incidiram sobre Áreas de Manejo Florestal (AMF) e/ou Unidades de Produção Anual (UPA). A partir da revisão por parte da Sema/MT, autorizações para essas áreas foram encontradas nos acessos restritos ao Simlam feitos pelo órgão. Porém, outras 75 áreas exploradas em mesma situação (sobre AMF e/ou UPA) não tiveram encontradas autorizações no Simlam Pú-blico e nem internamente pela Sema/MT, sendo consideradas ilegais.

Também ocorreram 38 situações onde não constam no Simlam Público as autoriza-ções iniciais emitida para determinadas áreas exploradas, mas somente a renovação dessas autorizações. Com isso não é possível verificar o período completo autoriza-do para exploração. Na revisão por parte da Sema/MT, somente dois desses casos não foram encontrados internamente, que para efeito desse estudo foram conside-radas ilegais.

Em outros 14 casos em que as autorizações foram suspensas, elas não se encon-tram disponíveis no Simlam Público. A revisão feita pela Sema/MT apresentou três autorizações sobre esses casos onde a exploração ocorreu quando ainda as mesmas ainda estavam válidas. As demais explorações que ocorreram quando a autorização já estava suspensa foram consideradas ilegais.

Ocorreram outros quatro casos de autorizações onde a UPA apresentada no mapa que consta no título, não corresponde a UPA autorizada para exploração naquele ano. Esses casos, a partir da correta conferência das coordenadas geográficas e ta-manho da área explorada compatível com a área da UPA autorizada, foram conside-rados legais para efeito desse estudo.

Todas essas inconsistências demonstram a falta de centralização das informações relativas à exploração florestal em Mato Grosso em uma única base de dados, o que dificulta o acompanhamento pela sociedade e fragiliza o monitoramento por parte da própria Sema/MT.

BRECHAS NO SISTEMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE FLORESTAL

As falhas e falta de convergência dos sistemas de controle possibilitam a geração de créditos de madeira fictícios, seja nas etapas do inventário florestal, exploração, transporte, na indústria ou no consumo. As soluções15 e propostas técnicas16 já apon-tadas em eventos sobre essa temática tardam a ser implementadas e a mistura da produção legal e ilegal hoje continua.

A partir das discussões e recomendações apontadas nos eventos realizados sobre esse tema nos anos de 2011, 2012 e 2015, bem como em consultas com especia-listas, identificamos as principais brechas existentes e seus potenciais impactos na geração de créditos fictícios utilizados posteriormente para acobertar madeira ilegal (Figura 14).

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18Recomendações

Para avançar na resolução das falhas no monitoramento e controle florestal e contornar esse cenário de “legalização da ilegalidade” na produção de madeira nativa em Mato Grosso, faz-se necessário:

Implementar rotina de monitoramento da exploração madeireira em tempo real com uso de imagens de altíssima resolução espacial, com vistas a autuação remota;

Intensificar e otimizar as ações de fiscalização entre Sema/MT e Ibama, com troca de informações e esforços conjuntos;

Implementar uma estratégia de controle das fraudes no próprio sistema esta-dual, incluindo medidas específicas de centralização e transparência das infor-mações quanto as autorizações e créditos florestais emitidos pela Sema/MT;

FIGURA 14. BRECHAS PARA GERAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS FICTÍCIOS PARA ACOBERTAR MADEIRA ILEGAL

Planejamento e projeto florestal (PMFS e PEF)1 Distribuição e consumo final4

Exploração florestal2Indústria de processamento primário3

Volume superestimado de inventário permite até 20% de volume de crédito fictício

Falta de exigência de comprovação da legalidade permite a utilização decréditos fictícios

Superestimação da produção a partir de índices de conversão para geração de créditos fictícios. Madeira de exploração ilegal acobertada por créditos fictícios gerados na indústria ou em etapas anteriores

Preenchimento da Guia Florestal com a medida comercial das toras permite sobra de até 30% devolume de crédito fictício

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1. FIEMT, 2017. Boletim Setorial - Indicadores econômicos e fomento à indústria: Base Florestal. Disponível em: http://www.fiemt.com.br/arquivos/2594_indicador_economico_n_01_-_base_florestal_26-06-17.pdf2. FIEMT, 2017. Mato Grosso - Indústrias, negócios e oportunidades. Disponível em: http://www.fiemt.com.br/arquivos/1690_mt_industrias_negocios_oportunidades.pdf3. Sema/MT, 2017. CIPEM - Dados do Setor. Disponível em: http://www.cipem.org.br/dados-do-setor/4. Sema/MT, 2017. CIPEM - Dados do Setor. Disponível em: http://www.cipem.org.br/dados-do-setor/5. Governo de Mato Grosso, 2016. Descrição das metas da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI). Disponível em: http://pci.mt.gov.br/#metas

6. Monteiro et al, 2013. Boletim Transparência Manejo Florestal do Estado do Mato Grosso (2011-2012), Imazon, Belém-PA. Disponível em: http://imazon.org.br/publicacoes/boletim-transparencia-manejo-florestal-do-mato-grosso-2011-2012/7. Silgueiro et al, 2015. Mapeamento da ilegalidade na exploração madeireira entre agosto de 2012 e julho de 2013, ICV, Cuiabá-MT. Disponível em: http://www.icv.org.br/site/wp-content/uploads/2015/05/transparencia_florestal_mapeamento_ilegalidade_madeireira.pdf8. Governo de Mato Grosso, 2017. Notícia: Novo sistema adotado pela Sema garantirá segurança e agilidade administrativa. Disponível em: http://www.mt.gov.br/-/5998666-novo-sistema-adotado-pela-sema-garantira-seguranca-e-agilidade-administrativa9. Ibama, 2017. Instrução Normativa n° 13/2017 - Diário Oficial da União de 20/12/2017. Disponível em: http://www.contabeis.com.br/legislacao/2521470/instrucao-normativa-ibama-13-2017/10. ICV, 2012. Sistema de Controle e Monitoramento Florestal de Mato Grosso: avaliação dos avanços e desafios, ICV, Cuiabá-MT. Disponível em: http://www.icv.org.br/site/wp-content/uploads/2013/08/0656046001361453269.pdf11. Sindimasp e WWF-Brasil, 2013. Comércio de Madeira: Caminhos para o uso responsável, São Paulo. Disponível em: http://www.sindusconsp.com.br/downloads/meioambiente/comercio_madeira.pdf12. Greenpeace, 2017. Relatório Madeira Manchada de Sangue. Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Madeira-manchada-de-sangue/#form; Folha de São Paulo, 2018. Notícia: Infrator ganha crédito para extrair madeira no Mato Grosso. Disponível em: http://m.folha.uol.com.br/ambiente/2018/01/1952845-infrator-ganha-credito-para-extrair-madeira-no-mato-grosso.shtml; Olhar Direto, 2017. Notícia: Cooperativa pede segurança em assentamento após decisão proibir vigias para impedir roubo de madeira. Disponível em: http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=439161&noticia=cooperativa-pede-seguranca-em-assentamento-apos-decisao-proibir-vigias-para-impedir-roubo-de-madeira13. Berenguer, E. 2013. Estimating carbon and vegetation change along a gradient of forest degradation across eastern Amazonia. Disponível em: http://www.redeamazoniasustentavel.org/app/download/5794619672/Berenguer+E.+2013.pdf14. Ver nota de rodapé 6.

15. ICV, 2012. Relatório do II Seminário Sistema de Controle e Monitoramento Florestal de mato Grosso: avaliação dos avanços e novos desafios. Disponível em: https://www.icv.org.br/wp-content/uploads/2013/08/0656046001361453269.pdf16. ICV, 2013. Propostas técnicas para melhorar o controle e monitoramento da exploração florestal em Mato Grosso. Disponível em: https://www.icv.org.br/wp-content/uploads/2013/08/0696083001366305727.pdf17. Ibama, 2017. Notícia: Prazo para adesão dos estados ao Sinaflor termina em maio de 2018. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/noticias/422-2017/1297-prazo-para-adesao-dos-estados-ao-sinaflor-termina-em-maio-de-2018

Referências

Ampliar a fiscalização nas indústrias processadoras localizadas nos municípios e áreas críticas de exploração ilegal já identificadas;

Implementar as atualizações do Sisflora e Simlam, contemplando a comprova-ção de origem e rastreabilidade na cadeia como um todo e a necessária integra-ção com o Sinaflor 17;

Viabilizar contínuos processos de capacitação de empreendedores e responsá-veis técnicos para correta operação dos sistemas a serem atualizados;

Realizar vistorias sistemáticas durante o período de exploração nas áreas autoriza-das e seu entorno, principalmente naquelas vinculadas a conhecidos infratores;

Realizar uma análise sobre o potencial atual de exploração madeireira no Estado, considerando a meta de ampliação das áreas sob manejo florestal sustentável.