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MAQUETES, O CAMINHO PARA A COMPREENSÃO … · metodologia possibilitou que os alunos conseguissem visualizar, medir, calcular e conferir os resultados obtidos , compreendendo desta

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¹ Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná e-mail: [email protected] ² Professora Associada do Departamento de Matemática da Universidade do Norte Pioneiro (UENP) CJ e-mail: [email protected]

MAQUETES, O CAMINHO PARA A COMPREENSÃO DO TEOREMA

FUNDAMENTAL DA SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOSEM SITUAÇÕES

PROBLEMAS

Rosangela Vitorino de Souza¹

Analia Maria Dias de Gois²

RESUMO

O presente artigo propõe compartilhar e discutir os resultados obtidos com a implementação

de uma unidade didática para alunos do 9º ano dos anos finais do Ensino Fundamental e

para um grupo de professores da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná. O

projeto consistiu em trabalhar as aplicações do Teorema Fundamental da Semelhança de

Triângulos através de maquetes. A implementação ocorreu durante as aulas. Após uma

revisão dos conteúdos de razão e proporção, regra de três e de ser trabalhada toda a parte

teórica que antecede os trabalhos das aplicações do referido teorema, bem como uma

pesquisa proposta e realizada pelos alunos sobre a vida do filósofo Tales de Mileto, slides

da história de como Tales mediu a Pirâmide, os alunos em grupo foram orientados para a

construção das maquetes. Tais trabalhos mostraram através da miniatura como conseguir

medir a alturas inacessíveis através das sombras de : uma árvore, um poste, um prédio e

também como obter a largura de um rio utilizando a semelhança de triângulos. Essa

metodologia possibilitou que os alunos conseguissem visualizar, medir, calcular e conferir

os resultados obtidos , compreendendo desta forma as relações de proporções na

semelhança de triângulos. Em relação ao grupo de docentes o objetivo foi sugerir uma

metodologia diferenciada para trabalhar o conteúdo em questão de maneira mais atrativa e

significativa. Durante a realização do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), observou-se uma

boa participação e que a maioria dos docentes estão sempre à procura de inovar sua

prática pedagógica, buscando se capacitar através de cursos.

Palavra-chave: Tales de Mileto. Semelhança de Triângulos. Construção de Maquetes.

Resolução de Problemas.

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ABSTRACT

The idea of this article is to share and discuss about the establishment of a didactic

department for students of 9 year of Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná and

for the teachers as well.. The Project consists in working and apply the Fundamental

Theorem of Similarity of Triangles utilizing maquettes... The theorem was introduced during

in the classes and its contents were reviewed before to apply the teorem by itself and

teachers purposed to make a research about the life of the philosopher Thales de Miletus..

They organized an a presentation with slides to show how the pyramids were measured by

Thales and a also showed video to clarify to the students how the maquettes should be

made.. The goal of this project is to show utilizing miniatures to the students can be able to

measure inaccessible heights utilizing shadows of trees, buildings and to get width of a river

utilizing the similarity of a triangles.. This methodology made the students visualize,

measure, calculate and check the results, understanding the relation of proportions in the

similarity of triangles. The teachers goals were to suggest a different methodology so the

students could work with the content in a more attractive and significative way. While

working in groups of net we found out that majority of teachers are looking for new

pedagogical procedures so they can develop more habilities and knowledge.

KEY WORDS: Thales of Miletus. Likeness of Triangles. Building Models. Troubleshooting.

INTRODUÇÃO

A sociedade moderna vem sofrendo rápidas mudanças nos setores de

industriais e culturais devido à informatização, exigindo para isso pessoas cada vez

mais capacitadas com raciocínio rápido, tomada de decisões precisas, enfim,

cidadãos aptos ao competitivo mercado de trabalho bem como profissionais

conscientes e compromissados com a realidade do meio em que estão inseridos.

Atentos a tais necessidades, observa-se que é na Escola Pública que

encontram-se os futuros profissionais e cidadãos responsáveis para exercer a

economia do país e, para isso, cabe à escola oferecer uma aprendizagem

significativa a qual desperte nos seus educandos o senso investigativo, a

criatividade, capacidade de criar ideias, rever conceitos, trabalhar em equipe enfim,

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leva-los a aprender a aprender e não simplesmente repassar conteúdos onde os

alunos apenas reproduzem a fala do professor, ou seja, apenas aprendem seguir

modelos, tornando-se assim aluno-objeto , como define Pedro Demo (1996, p.36):

O aluno-objeto é aquele que só escuta aula e a reproduz na prova. O aluno-sujeito é aquele que trabalha com o professor, contribui para reconstruir conhecimento, busca inovar a prática, participar ativamente em tudo.

Buscando desenvolver tais habilidades, encontramos no ensino da

matemática a possibilidade para o desenvolvimento do raciocínio do ser humano

através de diversas metodologias, cabendo ao educador o comprometimento na

busca do seu aperfeiçoamento: “A ação do professor é articular o processo

pedagógico, a visão de mundo do aluno, suas opções diante da vida, da história e

do cotidiano.” (DCEPR, p.45)

Na metodologia usada para o ensino da matemática, especificamente na

área da Geometria, encontramos diversas aplicações de seus conteúdos, pois esta

área possui um campo riquíssimo de situações problemas que podem ser facilmente

contextualizadas com o cotidiano do aluno, tornando seu aprendizado mais

significativo e atraente facilitando a compreensão da resolução de problemas,

possibilitando a ampliação da visão de mundo e proporcionando os processos

cognitivos dos alunos.

Existem diversas estratégias para se ensinar a resolução de problemas,

neste artigo optou-se por trabalhar com a resolução de problemas através de

modelos matemáticos utilizando “maquetes” com o conteúdo das “aplicações do

Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos em situações problemas” para

o 9º ano, procurando desta forma, aproximar o aluno de situações reais tais quais

possam ver, tocar, medir com suas próprias mãos, ou seja, o conteúdo proposto

será trabalhado com modelos matemáticos em forma de maquetes possibilitando

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que a situação problema saia do abstrato e passe para a realidade do aluno, além

de tudo através desse método o conteúdo estará sendo apresentado de uma forma

mais dinâmica e atrativa mudando a relação entre a matemática e os aprendizes.

Portanto, o presente artigo propõe compartilhar e descrever o resultado da

implementação de uma unidade didática, “O uso de maquetes na aprendizagem das

aplicações do Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos em Situações

Problemas”, elaborada com o objetivo de apresentar uma sugestão de metodologia

ao professor para se ensinar o referido conteúdo de maneira mais atrativa e

significativa aos alunos do 9º ano.

A implementação da unidade didática aconteceu no Colégio Estadual “David

Carneiro”- EFMN no município de Guapirama, NRE Ibaiti, estado do Paraná, durante

as aulas de matemática com os alunos do 9º ano do período noturno, de março até

maio de 2013.

O trabalho também foi apresentado a um grupo de professores da Rede

Estadual de Ensino do Paraná através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), afim

de discutir e compartilhar a referida proposta.

POR QUE ENSINAR O TEOREMA FUNDAMENTAL DA SEMELHANÇA DE

TRIÂNGULOS EM SITUAÇÕES PROBLEMAS ATRAVÉS DE MAQUEQUETES?

A construção de maquetes dispõe de ricos recursos metodológicos para

exemplificar, investigar, analisar e aproximar as aplicações do Teorema da

Semelhança de Triângulos em situações problemas. Uma vez que, ao realizar as

atividades, os alunos terão a possibilidade de utilizar suas múltiplas capacidades de

simular, medir e realizar previsões. A equipe terá autonomia para interagir entre si,

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pois todos deverão atingir o objetivo proposto que é encontrar os dados para

solucionar o problema.

Kruli & Reis (1997 p.198), destacam:

Frequentemente, a solução de um problema compreende preparar e realizar um experimento, coletar dados e tomar decisão baseada numa análise de dados. Como realizar experimento talvez não seja prático, uma simulação pode-se constituir uma estratégia de

resolução de problemas adequada e poderosa.

Nesse tempo de construção, os alunos terão a oportunidade também de

realizar uma atividade lúdica, pois as maquetes para eles representam uma

distração, um meio para estimular e liberar a criatividade pois, aos poucos, vai

despertando a vontade de inovar o trabalho, tornando-o cada vez mais atraente para

as outras equipes.

O lúdico, ao contrário do que se imagina, envolve de maneira geral tudo o

que é manipulável no ensino-aprendizagem, bem como a construção de uma

maquete.

Para Biembengut & hein (2007 p.12):

(...) pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo, além de conhecimento de matemática, o modelador, precisa ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor de adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas.

A utilização de maquetes construídas pelas equipes de alunos, promoverá a

investigação para poder concluir a veracidade da aplicabilidade da teoria estudada

durante as aulas, utilizando a ideia que o filósofo Tales de Mileto usou para

descobrir a altura da pirâmide.

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DESENVOLVIMENTO

Atendendo as orientações recebidas, o professor PDE, sob a orientação de

um professor IES organizou uma Unidade Didática a qual foi articulada com o

Projeto de Intervenção e a Implementação na Escola. Pretendeu-se com esta

experiência sugerir uma nova metodologia para se ensinar as aplicações do

Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos através de maquetes e

mostrar que, com recursos simples e de fácil acesso é possível articular a teoria com

a prática de forma criativa, descontraída e atrativa, utilizando materiais recicláveis e

baratos para montar modelos matemáticos como as maquetes.

A Implementação do Projeto ocorreu no primeiro semestre de 2013, no

Colégio Estadual “David Carneiro”-EFMN, no município de Guapirama, Pr, aplicado

em uma turma de 9º ano do período noturno.

Sua aplicação iniciou-se logo nos primeiros dias de aula, através da

introdução dos conteúdos prévios que antecedem o objetivo do conteúdo da

implementação ou seja, “Aplicações do Teorema Fundamental da Semelhança de

Triângulos em situações problemas”.

Iniciaram-se as aulas estudando os conteúdos de :Razões, Proporções, Feixe

de Retas Paralelas e o Teorema de Tales.

Ao chegar no Teorema de Tales, os alunos foram levados ao Laboratório de

Informática para fazer uma pesquisa bibliográfica sobre sua vida registrando em

seus cadernos aquilo que mais acharam interessante sobre a história desse

pensador. O objetivo dessa atividade é fazer com que os alunos se interessem pela

vida dos antigos matemáticos e compreendam um pouco a origem dessa ciência tão

importante e ao mesmo tempo, temida por muitos.

Realizadas as pesquisas e entregues à professora, os alunos expuseram

oralmente na sala de aula o que descobriram sobre a vida de Tales de Mileto, onde

pode ser percebido um grande entusiasmo em suas conclusões, pois todos queriam

falar algo que lhes tinha chamado mais a atenção.

Voltando então aos conteúdos precedentes, iniciaram-se os trabalhos de

Semelhança. Primeiramente abordou-se a semelhança de polígonos, seguindo-se

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da Semelhança de Triângulos, associando-se “Tales e os Triângulos”, demonstrando

as relações do Feixe de Retas Paralelas e os Triângulos, levando os alunos a

enxergarem as relações existentes claramente. Para todos os conteúdos

trabalhados foram realizadas atividades convencionais dos livros didáticos.

Após estudadas as teorias prévias, passou-se então para as “Aplicações do

Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos para se calcular distâncias

inacessíveis”.

Com o intuito de chamar a atenção dos alunos mais uma vez sobre a história

do filósofo e matemático “Tales de Mileto”, na TV pen drive , foram passados slides

preparados pela professora com relatos retirados do livro “O Teorema do Papagaio”,

de Denis Guedj, onde relata a história de como Tales conseguiu medir a altura da

Pirâmide de Quéops no Antigo Egito. O slides estão contidos na Unidade Didática.

Terminadas as apresentações dos slides passou-se então para a divisão das

equipes, antes porém, foi passado dois vídeos que exemplificam as ideias de Tales

para que os alunos compreendessem melhor o assunto abordado . São eles:

1 - Novo Tele curso – Ensino Médio e Matemática – Aula 17 (partes 1 e 2), que

mostra como encontrar a altura de um obelisco ;

2 - Novo tele curso – Ensino Médio e Matemática – Aula 20 (partes 1 e 2)

mostrando como encontrar a largura de um rio sem medi-lo , usando as

propriedades da semelhança de triângulos .

Divididas as equipes, começaram a construir suas maquetes, seguindo as

propostas da professora, para que sigam o mesmo raciocínio do Tales, só que agora

vão representar em miniaturas, ou seja nas maquetes. Para cada equipe foi

proposta uma situação problema diferente, à qual deverá estar representada na

maquete. As equipes reuniram-se e discutiram que tipo de material iriam utilizar,

distribuíram as tarefas, dividiram os gastos, enfim, começaram a por em prática o

objetivo do trabalho.

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Situações problemas a serem representadas nas Maquetes pelas equipes

utilizando O Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos

EQUIPE 1 - Encontrar a largura de um rio.

Obs.: Nesta atividade usou-se somente as propriedades de semelhança de

triângulos sem a necessidade de sombras para os seus cálculos.

Desenvolvimento: Os alunos confeccionaram a maquete representando um rio, com

árvores e pedras ao redor, ornamentaram à critério da equipe. Usaram palitos de

churrasco para representar as estacas, esquadro, barbante, régua e uma placa de

isopor como base.Com o barbante formaram os triângulos semelhantes, mediram

com a régua e efetuaram os cálculos de proporções. Após compararam a verdadeira

medida da largura do rio representado na maquete.

Figura 1 – Maquete do rio Figura 2 – cartaz do esq. do rio Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) EQUIPE 2 – Encontrar a altura de uma árvore.

Desenvolvimento: Os alunos confeccionaram uma maquete de uma árvore em uma

superfície plana, uma placa de isopor. Utilizaram a régua para medir a sombra da

árvore, a altura da estaca e sua sombra. Realizaram os cálculos de proporções e

depois compararam com a altura verdadeira da árvore representada.

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Figura 3 – maquete da árvore Figura 4 – cartaz do esq. da árvore Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) EQUIPE 3 - Encontrar a altura de um prédio.

Desenvolvimento: A equipe confeccionou a maquete representando um prédio em

uma superfície plana, placa de EPS.Para o prédio podem usaram caixas de

papelão, barbantes representando os triângulos e palitos de churrasco para as

estacas e realizaram os mesmos procedimentos da equipe 2.

Figura 5 - maquete do prédio Figura 6 – Cartaz do esq. do prédio Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Fonte: Foto do autor SOUZA (2013)

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EQUIPE 4 – Encontrar a altura de um poste.

Desenvolvimento: Também usando uma placa de EPS (isopor) para a superfície

plana, construíram um postes de energia elétrica usando palitos de churrasco e

barbante para a fiação, com uma rua ao centro, e demais ornamentações que

desejaram e seguiram com os demais procedimentos da equipe 2.

Figura 7 – maquete do poste Figura 8 – cartaz do esq. do poste Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) EQUIPE 5 – Encontrar a altura de uma pirâmide de base quadrada.

Desenvolvimento: Usando também uma placa de isopor, e palitos de churrasco, os

alunos confeccionaram O esqueleto de uma pirâmide de base quadrada, usando

epóxi para unir seus vértices, colocando também com os palitos a altura e a metade

do comprimento do lado da base da pirâmide.

Figura 9 – maquete do pirâmide Figura 10 – cartaz do esq. da piram.

Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Na maquete da pirâmide precisamos virá-la várias vezes para encontrarmos

a sombra correta, pois ela não acontece em qualquer posição e descobrimos que a

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altura da pirâmide tem que estar alinhada com o sol para que isto se proceda. Sendo

a nossa pirâmide uma maquete foi fácil, esperava que neste momento alguém

indagasse de como Tales conseguiu então fazer esse alinhamento do sol com a

altura da pirâmide de Quéops já que ela era fixa, mas ninguém pensou nisso.

Terminada as confecções das maquetes, marcamos uma terça-feira às 13:30

h um encontro com os alunos para marcar as sombras e fixar as estacas, marcando

também suas respectivas sombras. Nem todos os alunos puderam comparecem,

mas pelo menos 80% estavam presentes e muito entusiasmados com as

marcações.O dia estava bastante ensolarado e colaborando assim com o nosso

trabalho.

Figura 11 – Marcação das sombras nas maquetes

Fonte: Foto do autor SOUZA (2013) Na maquete da pirâmide não aconteceu a sombra esperada, alguns ainda

questionaram que era pelo motivo de ser somente um esqueleto, então

improvisamos umas laterais com papéis e não aconteceu nada. Foi aí que a

professora aproveitou para explicar que as medidas obtidas por Tales da Pirâmide

do Egito, só pode ter acontecido no dia 21 de novembro ou 20 de janeiro, dias em

que o sol se encontra em seu zênite. A sombra é perpendicular ao lado no momento

em que o sol está em seu zênite. Exatamente ao meio dia. GUEDJ (1999, p. 53).

Com as devidas marcações das sombras, passamos para a finalização da

maquete, agora colocando os barbantes para visualizar os triângulos semelhantes

obtidos com as alturas. Os alunos mediram suas miniaturas, e fizeram os devidos

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cálculos registrando-os em meia cartolina o esquema dos triângulos semelhantes

obtidos no modelo matemático, suas respectivas medidas e cálculos.

Após os cálculos feitos, fizeram a comparação com a altura das suas

miniaturas, poste, árvore, prédio, pirâmide e a largura do rio ficando assim bastante

satisfeitos em poder visualizar que a teoria trabalhada estava certa, claro que a

professora deixou bem claro que estávamos trabalhos com medidas aproximadas e

não exatas, pois em algumas deu diferença de centímetro devido à dificuldade na

hora de obter as medidas nas miniaturas.

Compreendido o raciocínio de Tales de Mileto na aplicação da Semelhança

de Triângulos em situações problemas cada equipe expos seus trabalhos para as

outras equipes e colocamos para a exposição no pátio do colégio.Terminado então a

parte prática foi proposto aos alunos alguns problemas convencionais para verificar

a compreensão do conteúdo trabalhado como segue:

1 Utilizando o raciocínio de Tales, encontre as a medidas desconhecidas de acordo

com os esquemas das ilustrações :

a) Qual a altura do prédio?

Figura 12 - Atividade a

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b) Qual a altura do mastro da bandeira?

Figura 13 –Atividade b

Fonte: SOUZA(2012) c) Qual a altura da torre?

Figura 14 - Atividade c

Fonte: SOUZA(2012) d) Seguindo o esquema abaixo, encontre a largura do rio.

Figura 15 - Atividade c

Fonte: SOUZA (2012) e) O esquema abaixo representa um precipício onde será construído uma ponte

para ligar as duas estradas. Encontre o comprimento que a ponte deverá ter.

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Figura 16 – Atividade e

Fonte: SOUZA (2012) f – Em algumas praias, à tarde, o sol praticamente some do balneário devido à

sombra dos altos prédios existentes nas avenidas paralelas que situam-se muito

próximas à praia . Usando o Raciocínio de Tales descubra qual a distância mínima

que o prédio do esquema abaixo deveria estar da orla para que sua sombra não

causasse problemas para os banhistas.

Figura 17 – Atividade f

Fonte: SOUZA (2012) g) Uma pessoa com 1,75 m de altura encontra-se a 0,70 m da borda de um poço

que possui 1,5 m de diâmetro. A projeção dos raios solares formam dois triângulos

semelhantes conforme indicado no esquema. Calcule a profundidade p do poço.

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c

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t

a

g

e

m Atividades

Acertos e erros de raciocínio das atividades propostas

Acertos

Erros

Figura 18 – Atividade g

Fonte: SOUZA(2012)

Análise dos acertos e erros referentes ao raciocínio e aos cálculos efetuados

na resolução dos problemas convencionais propostos

Figura 19 – gráfico 1

Fonte: SOUZA (2013) De acordo com as análises dos exercícios aplicados, pode-se observar que

nos problemas onde envolveram as situações problemas representadas nas

maquetes houve uma grande porcentagem de acertos mas, na montagem das

proporções dos problemas onde não foram representados no modelo como nas

atividades ”c”, “e” e “g” aconteceram mais erros, concluindo-se que o

desenvolvimento dos processos cognitivos dos aluno não se deu por completo, pois

só conseguiram enxergar o que foi trabalhado através do concreto.

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mAtividades

Acertos e erros de Cálculosdas atividades propostas

Acertos

Erros

Figura 20 – gráfico 2

Fonte: SOUZA (2013) Nas atividades de cálculo, somente 11% usou calculadora, obtendo assim

sucesso em seus acertos, os demais erraram devido as operações que envolveram

números decimais. Infelizmente os alunos não dominam esses cálculos, pois nas

contas onde não foi preciso exemplos “a” e “d” os acertos superaram os erros. Na

atividade “e”, embora não tenha aparecido números decimais nos dados do

problema teria como resultado uma dízima periódica, embora a professora tenha

orientado que somente uma número decimal após a vírgula fosse suficiente a

maioria errou talvez por esse motivo.

A participação de Professores no “GTR” – Grupo de Trabalho em Rede

O material didático produzido foi disponibilizado para um grupo de

professores da Rede Estadual do Estado do Paraná através do GTR – Grupo de

Trabalho em Rede. Este trabalho é contado como capacitação à distância, sendo

tutoriado pelo professor PDE autor do material didático.

Através de uma plataforma, criada pela Secretaria de Estado de Educação

(SEED), onde tiveram encontros virtuais, por um período de aproximadamente

cinquenta dias dividido em três temáticas, tendo acesso ao material no portal onde

tiveram atividades como: Fórum de Apresentação; Participação no Fórum;

Participação no Diário; Interação com o Grupo e Avaliação.

De acordo com as postagens dos participantes, todos deram parecer

favorável ao projeto de interação apresentado, acreditando que novas metodologias

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são sempre bem vindas para o ensino da matemática e que trabalhar as situações

de semelhança de triângulos através de maquetes é muito válido e gratificante

embora a minoria tenha citado como ponto negativo a bagunça que os alunos fazem

com esse tipo de atividade. A história da matemática também foi bastante relevante

na opinião do grupo, alguns comentaram que muitas vezes ignoram esse fato de

mostrar aos alunos que a matemática não foi inventada pelo homem e sim foi

surgindo de acordo com suas necessidades ao longo da evolução da humanidade,

embora ninguém saiba dizer ao certo como a matemática foi iniciada, em se tratando

de cronologia, segundo “Platão” ela sempre existiu,só estava aguardando ser

descoberta (Eves, p.25). Enfim, todos notaram a importância de mostrarmos fatos da

história da matemática e de antigos matemáticos para levar os alunos a refletirem

que para chegar aos conhecimentos que temos hoje e que aprendem-se na escola,

houve um longo tempo, pessoas que pensaram e raciocinaram até chegarem ao que

temos hoje.

Considerações Finais

Ensinar matemática nos dias atuais se tornou um desafio para nós

professores, pois estamos lidando com uma geração imediatista, desconcentrada,

que tem “n” opções mais atraentes para lhes chamar a atenção, por isso cabe a nós

profissionais pesquisar , investir em novos métodos , procurar atividades

diferenciadas para que nossa prática pedagógica não perca ponto para os atrativos

do mundo fora da escola.

Dentro da sala de aula, qualquer atividade diferente que o professor

desenvolva além daquelas tradicionais e maçantes, já desperta mais interesse nos

educandos e, levá-los para o laboratório para fazer uma pesquisa sobre a vida do

matemático já aguça o interesse.No trabalho com maquetes a turma se mostra muito

motivada, principalmente quando começam a ver os trabalhos das outras equipes

pois querem sempre melhorar o seu.

No início das construções os alunos estavam meio perdidos, precisando

sempre do direcionamento da professora e, na medida em que as maquetes foram

tomando forma notava-se que os alunos ficavam cada vez mais motivados. Após os

cálculos encontrados nas proporções dos triângulos semelhantes e a verificação da

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altura real das suas maquetes terem conferidos ficaram muito entusiasmados e

confiantes que o que lhes era ensinado na teoria era realmente verdadeiro.

Embora os resultados das atividades convencionais não tenha tido o

resultado esperado, devemos sempre que possível trabalhar com atividades que

mostrem sua veracidade e aplicabilidade para os alunos e, este trabalho onde

envolveu a ideia da aplicabilidade do Teorema Fundamental da Semelhança de

Triângulos em situações problemas através de maquetes tem resultados positivos,

gera bastante trabalho para o docente, assim como em toda atividade diferenciada,

mas temos que ter em mente o aprendizado de nossos alunos, o qual não posso

concluir que foi 100% pois, sempre tem aqueles que não se interessam por nada,

pois o aprendizado depende da vontade do professor ensinar e da vontade do aluno

aprender.

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REFERÊNCIAS

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TOSATTO, PERACCHI e ESTEPHAN. Claudia M., Edilaine do P. F., Violeta M. Coleção

Idéias e Relações 8ª Série. Curitiba: Nova Didática, 2002.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto > acesso em 28/09/12 às 3:36

VIDEOS:

http://www.youtube.com/watch?v=BA1QwZxP2ao [ Novo Telecurso – Ensino Médio –

Matemática – Aula 17 (1 de 2)] altura do obelisco acesso 30/09/2012 ás 15:38

http://www.youtube.com/watch?v=aTS_J_7f3AI&feature=relmfu [ Novo Telecurso – Ensino

Médio – Matemática – Aula 17 (2 de 2)] altura do obelisco30/09/2012 15:38

Page 21: MAQUETES, O CAMINHO PARA A COMPREENSÃO … · metodologia possibilitou que os alunos conseguissem visualizar, medir, calcular e conferir os resultados obtidos , compreendendo desta

http://www.youtube.com/watch?v=qxGYMNwI4ac [ Novo telecurso – Ensino Médio –

Matemática – Aula 20 (1 de 2) largura de rio parte 1] acesso em 30/09/2012 às 15:38

http://www.youtube.com/watch?v=dywr5CK1aT8&feature=relmfu [ Novo telecurso – Ensino

Médio – Matemática – Aula 20 (2 de 2) largura de rio parte 2] acesso em 30/09/2012 às

15:38