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MARCELO SEMER
Sentenciando tráfico: pânico moral e estado de negação
formatando o papel dos juízes no grande
encarceramento
Tese de Doutorado
Orientador: Professor Dr. Maurício Stegemann Dieter
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE DIREITO
São Paulo – SP
2019
MARCELO SEMER
Sentenciando tráfico: pânico moral e estado de negação
formatando o papel dos juízes no grande
encarceramento
Tese apresentada à Banca Examinadora do Programa
de Pós-Graduação em Direito, da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo, como
exigência parcial para obtenção do título de Doutor
em Direito, na área de concentração Direito Penal e
Criminologia, sob a orientação do Prof. Dr. Maurício
Stegemann Dieter.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE DIREITO
São Paulo – SP
2019
Semer, Marcelo
Sentenciando tráfico: pânico moral e estado de negação formatando o papel dos
juízes no grande encarceramento
Semer. – São Paulo : M. Semer, 2019.
150 f. ; 30 cm.
Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, 2019.
Orientador: Prof. Maurício Stegemann Dieter
Notas de rodapé.
Inclui bibliografia
1. Criminologia. 2. Encarceramento. 3. Judiciário. 4. Tráfico de Drogas. 5. Pânico
Moral. I. Dieter, Maurício Stegemann. II. Título.
“Oskar Schindler: Poder é quando nós temos toda
a justificativa para matar e não matamos.
Amon Göth: Você acha que isso é poder?
Oskar Schindler: Isso é o que os Imperadores tinham. Um homem rouba uma coisa, ele se ajoelha no chão. Ele
implora por sua vida, ele sabe que ele vai morrer. E o
Imperador... perdoa ele. Este homem sem valor, ele deixa ele ir.
Amon Göth: Eu acho que você está bêbado.
Oskar Schindler: Isso é poder, Amon. Isso é poder.”
[Diálogo de A Lista de Schindler, Universal Studios, 1993]
AGRADECIMENTOS
Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio, já dizia John Donne
(Meditations XVII). Todos são parte do continente. Uma parte de um todo.
Aqui me toca agradecer a todos aqueles que fizeram parte do meu continente; que
evitaram que me desgrudasse para vagar, perdido, como um promontório.
Agradeço, em primeiro lugar, ao Mauricio Stegemann Dieter que, imprudente e
generosamente, acabou por me admitir no Doutorado, mesmo já sem o costume dos textos
acadêmicos, com a arrogância natural dos velhos práticos e sem o viço e o vigor da
juventude. Agradeço mais ainda por não ter permitido manter-me em uma zona de conforto.
Agradeço as recomendações que atendi com temor reverencial e que, mais tarde, se
mostraram não apenas úteis, mas absolutamente necessárias. Devo a ele duas primaveras nas
escrivaninhas da Biblioteca da Universidade de Westminster e, mais do que isso, o
conhecimento e a companhia de Sacha Darke, que me recebeu de braços e escritórios abertos
e foi essencial para essa pesquisa.
Eu não teria tido as ideias que tive e lido as bibliografias que li se Maurício não
tivesse deixado as pistas pelo caminho, nem teria rejuvenescido ao lado de tantos colegas
promissores que me estimularam (e, admito hoje, dos quais invejei fortemente o
conhecimento precoce), no CPECC. Jéssica da Mata, Tatiana Gasparini, Ana Carolina
Cartillone, Luísa Mesquita, Pedro Camargos, Pollyana de Santana Soares, Débora
Nachmanovitz, Marina Lima, Mariane Roccelo e o Patrick Cacicedo que já não era tão jovem
assim e, talvez por isso, acabou como meu mais dileto confidente acadêmico. Há uma plêiade
de pessoas que já me desculpo antecipadamente por deixar de registrar nestas curtas linhas.
Juntos lemos Pachukanis, Rusche e Kircheheimer, Di Giorgi, Florestan, Caio Prado e alguns
outros que deixei para trás, porque o trabalho me impediu.
Certamente o trabalho teria impedido ainda mais não fosse o empenho fora do normal
da Lilian de Oliveira Pena dos Santos, Camilla Cajango Rollemberg, Cláudia Carvalho,
Dayana Valensuela Barduzzi, Cauan Arantes Barcellos Silva, Renato Caetano de Almeida
Silva, Sarah Raquel Vieira, Bruno Lescher Facciola e Maria Clara de Sena que se
desdobraram para que os jurisidicionados de São Paulo não sentissem qualquer solução de
continuidade (nem perda de qualidade) enquanto cumulava as centenárias e tradicionais
instituições do Largo de São Francisco e do Tribunal de Justiça.
Flávio Roberto Batista, Allysson Leandro Mascaro, Rafael Godoi representaram
mais do que créditos e conceitos na ficha de alunos; eles me instigaram a fazer artigos com
os quais fui, gradativamente, apurando o texto que se tornaria este trabalho. Não sem antes
passar pelas agudas e pertinentes observações dos professores e amigos Rubens Casara e
Sérgio Salomão Shecaira, que me proporcionaram um produtivo exame de qualificação.
Adoraria ter feito tudo exatamente como eles me sugeriram, mas confesso que fiz o meu
melhor. As falhas, desnecessário dizer, são exclusivamente minhas.
Annus horribilis me foram suportáveis porque passei junto a pessoas queridas. Com
Marcio Sotelo Felippe, Giane Ambrosio Alvares, Patrick Mariano Gomes e, uma vez mais,
Rubens Casara, compartilhei a coluna ContraCorrentes no Justificando e depois dela, Além
da Lei na Revista Cult. Noticiamos um Brasil em Fúria e preparamos o relato de um país em
pedaços. Sofremos, tentando evitar; sentimos, tentando compreender.
Mas a verdade é que sem meus colegas da Associação Juízes para a Democracia,
tudo teria sido muito mais difícil. Agradeço o fato de poder não me sentir estrangeiro dentro
da própria casa. Tenho orgulho da história que escrevemos juntos e o mesmo sentimento de
Darcy Ribeiro sobre as causas que não conseguimos vencer. Sobretudo, uma solidariedade
sem tamanho com aqueles que pelos atos que defendemos acabaram escolhidos para sofrer,
como a desembargadora Kenarik Boujikian, minha referência hoje e sempre, e o juiz e amigo
Roberto Corcioli.
Espero sinceramente que meus colegas juízes criminais, que já se acostumaram com
as minhas críticas e minhas indignações, compreendam a necessidade de direcionar
holofotes para as sentenças, porque isso mostra o quanto somos, ao mesmo tempo, frágeis e
imprescindíveis. Se parte dos problemas nos ronda, é sinal de algumas soluções também
estão por perto. De mais a mais, só a companhia deles me permite entender o que sou e o
que venho fazendo há três décadas.
A todos os demais amigos que sempre estiveram por perto, no apoio e na adesão
incondicionais, sei que como eu, dispensam homenagens. A amizade que levamos no peito
tem a gratidão como acessório original de fábrica.
Ao Leon, por me fazer prudente e à Ida, por me ensinar a ser guerreiro.
Ao Mauro, Norma, Beatriz e Vivian; a Nelson, Maria Aparecida e Júnior, enfim,
porque as famílias não exigem explicações maiores que o carinho.
A Júlia e ao Rafael que suportaram minha ausência nestes três anos; mas ao mesmo
tempo foram crescendo junto com a tese, a tempo de me corrigir em algumas distrações,
problematizar metodologias e desprezar as soluções aparentemente mais simples que vinha
propondo. Agradeço pelo inesperado auxílio.
Mas se eu tivesse que escrever aqui os motivos pelos quais devo agradecer a Márcia,
teria sido necessário todo um novo volume. Vou me limitar a agradecer ao amor, porque
todo o mais é desnecessário.
A tese não teria sentido se não fosse ela mesma um libelo contra o grande e
desmedido encarceramento, contra os poderes sem limites, contra as versões falsamente
humanitárias com que se construíram as prisões. Contra um direito que exala, sobretudo, dor
e sofrimento. Nas hordas da obediência, nas malhas da repressão, uma multidão de vidas
destroçadas. E como, enfim, completa Donne: a morte de qualquer homem me diminui,
porque sou parte do gênero humano.
A todos aqueles, enfim, que perderam a vida ou parte dela nas prisões. Os sinos
dobram por ti.
RESUMO
SEMER, Marcelo. Sentenciando Tráfico: pânico moral e estado de negação na formatação do papel do
juiz no grande encarceramento. 2019. 526 p.Doutorado. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
O presente trabalho se propõe a discutir o papel do juiz na formação do grande
encarceramento no Brasil, a partir de uma análise de decisões de tráfico de drogas, em
pesquisa de campo realizada com 800 sentenças de 8 Estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, Paraná, Goiás, Pará, Bahia e Maranhão). Nos capítulos introdutórios, discute-
se, em primeiro lugar, os modelos que estudaram a virada punitiva nas décadas finais do
século XX, especialmente no hemisfério norte, como ponto de partida para o grande
encarceramento. Nesse diapasão, são estudados os modelos de Loic Wacquant (perspectiva
sócio-econômica), David Garland (perspectiva culturalista); Jonathan Simon (a perspectiva
institucional), Michelle Alexandre (a perspectiva racial); Jock Young (perspectiva crítica,
do realismo de esquerda), além de uma abordagem de Stuart Hall e parceiros do Centro de
Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade de Birmingham, que, sob uma
perspectiva marxista e na análise da crise do capitalismo dos anos 1970, explicam o
nascedouro do Estado policial moderno, ao qual o encarceramento em massa é tributário.
Cotejando as distinções da realidade brasileira, enfocamos a compatibilidade dos modelos
para compreender o nosso grande encarceramento que, a bem da verdade, mescla o
populismo penal próprio dos novos tempos e o legado autoritário fruto das permanências
históricas, sobretudo a longevidade da escravidão. Conclui-se pela necessidade de combinar
o estudo das estruturas com o estudo das agências, estas com ênfase no fator juiz. As
sentenças são analisadas sob duas chaves de leitura, que funcionam como aporte teórico, em
conceitos trabalhados pelo sociólogo Stanley Cohen: o pânico moral e os estados de negação.
Só os reflexos do pânico moral permitem a consideração dos juízes sobre uma tamanha
gravidade do delito, que na realidade envolve réus primários, pobres, com pouca co-autoria,
quase nenhuma associação, presos em flagrante na posse de quantias módicas de droga e
dinheiro e quase nunca armados. Só o estado de negação permite superar o legado autoritário,
fechar os olhos à plêiade de violências e corrupção policiais e confiar plenamente em uma
prova frágil que se lastreia nas palavras de não mais que dois agentes. A pesquisa apura, sob
o viés quantitativo, o exagero na aplicação das penas e prisões provisórias, e, ademais, uma
regionalização indireta, com juízes de alguns Estados aplicando preferencialmente a
jurisprudência de seus tribunais, mesmo que contrárias e mais rigorosas do que as os
tribunais superiores. Há mais convergência do que divergência nas sentenças: um abuso do
senso comum, um desprestígio da presunção de inocência e um tratamento tão diverso entre
a verdade que se atribui a depoimentos e papéis policiais e a total ausência de credibilidade
de réus e suas testemunhas. Aqui também agem as ramificações do pânico moral, em especial
a construção social do traficante como inimigo público, a partir da adesão às crenças
generalizadas e, sobretudo, a do estado de negação, a partir da desindividualização do
policial e da desumanização da vítima.
PALAVRAS CHAVES – Criminologia - Grande encarceramento – Juiz – sentenças -
Tráfico de Drogas – Pânico Moral
ABSTRACT
SEMER, Marcelo. Sentencing Drug Traffic: moral panic and state of denial in the role of the judge in the
great incarceration. 2019. Doctorate. 526 p. Faculty of Law. University of São Paulo
This paper proposes to discuss the role of the judges in the development of the great
imprisonment on Brazil, based on an analysis of drug trafficking decisions, in empirical
research carried out with 800 sentences from 8 states (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande
do Sul , Paraná, Goiás, Pará, Bahia and Maranhão). In the introductory chapters, it discusses,
first, the models that studied the punitive turn in the late twentieth century, especially in the
northern hemisphere, with the starting point for the great incarceration. Within this range,
the models of Loic Wacquant (socio-economic perspective), David Garland (culturalist
perspective); Jonathan Simon (institutional perspective), Michelle Alexandre (racial
perspective); Jock Young (critical perspective, by the Left Realism), and an approach by
Stuart Hall and partners at the Center for Contemporary Culture Studies at the University of
Birmingham, who, from a Marxist perspective and in the analysis of the capitalist crisis of
the 1970s, explain the birth of the modern police state, to which mass incarceration is a
consequence. Contrasting the distinctions of the Brazilian reality, the thesis focus on the
compatibility of models to understand our great incarceration, which mixes the criminal
populism of the new times and the authoritarian legacy resulting from historical
permanences, especially the longevity of slavery. It is concluded that there is a need to
combine the study of structures with the study of agencies, with emphasis on the Judiciary.
The sentences are analyzed under two keys of reading, which serve as a theoretical
contribution, in concepts worked by the sociologist Stanley Cohen: moral panic and the state
of denial. Only the reflexes of moral panic allow judges to consider the seriousness of the
crime, which in reality involves poor defendants, almost without partners, arrested in
flagrante delicto with small amounts of drugs and money and rarely armed. Only the state of
denial allows to overcome the authoritarian legacy, to close the eyes to the plethora of police
violence and corruption, and to rely fully on a fragile evidence that stands in the testimony
of no more than two agents. The investigation examines, in quantitative terms, the
exaggeration in the application of provisional sentences and prisons, and indirect
regionalization, with judges of some States preferentially applying the jurisprudence of their
courts, even though they are contrary and stricter than the superior courts. There is more
convergence than divergence in the sentences: an abuse of common sense, a discredit of
presumption of innocence, and a different treatment of the truth that is attributed to testimony
and police roles, and the total lack of credibility of defendants and their witnesses. Here too
are the ramifications of moral panic, especially the social construction of the trafficker as a
folk devil, based on adherence to generalized beliefs and, above all, the state of denial, from
the deindividualization of the police and the dehumanization of the victim.
KEYWORDS – Criminology- Mass Incarceration - Judge - Sentences - Drug Trafficking -
Moral Panic
RÉSUMÉ
SEMER, Marcelo. Le Jugement de Trafic: panique morale et état de négation dans la mise en forme du
rôle du juge dans la grande incarcération. 2019. 526 p. Doctorat. Faculté de droit. Université de São Paulo
Cet article propose de discuter du rôle du juge dans la formation de la grande incarceration
au Brésil, sur la base d'une analyse des décisions en matière de trafic de drogue, dans le cadre
d'une recherche empirique réalisée avec 800 condamnations prononcées dans 8 États (São
Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Pará, Bahia et Maranhão). Dans les
chapitres introductifs, l’ouvrage traite en premier lieu des modèles qui ont étudié le virage
punitif au cours des dernières décennies du XXe siècle, en particulier dans l’hémisphère
nord, avec le point de départ de la grande incarcération. Dans ce contexte, le travaille présent
les modèles de Loic Wacquant (perspective socio-économique), David Garland (perspective
culturaliste); Jonathan Simon (perspective institutionnelle), Michelle Alexandre (perspective
raciale); Jock Young (perspective critique, du Left Realism), et une approche de Stuart Hall
et de ses partenaires du Centre d’Études sur la Culture Contemporaine de l’Université de
Birmingham qui, d’un point de vue marxiste et dans l’analyse de la crise capitaliste des
années 1970, expliquer la naissance de l’État policier moderne, pour lequel l’incarcération
de masse est un conséquence. Contrastant les distinctions de la réalité brésilienne, le travaille
será concentré sur la compatibilité des modèles pour comprendre notre grande incarcération,
qui melange le populisme criminel des temps modernes et l’héritage autoritaire résultant des
permanences historiques, notamment la longévité de l’esclavage. Il est conclu qu'il est
nécessaire de combiner l'étude des structures avec l'étude des agences, en mettant l'accent
sur le facteur juge. Les sentences sont analysées sous deux clés de lecture, qui servent de
contribution théorique, dans les concepts travaillés par le sociologue Stanley Cohen: la
panique morale et l’état de déni. Seuls les réflexes de panique morale permettent aux juges
d’envisager la gravité du crime, qui, em verité, implique en réalité des pauvres, auteurs avec
presque aucune association, arrêtés en flagrant délit avec de petites quantités de drogue et
d’argent et presque jamais armé. Seul le déni permet aux juges de vaincre l'héritage
autoritaire, de fermer les yeux sur la pléthore de violences policières et de corruption et de
appuyer pleinement sur une preuve fragile qui ne peut être exprimée que par deux agents.
L’enquête examine, en termes quantitatifs, les exagérations dans l’application des peines et
des arrestation temporaires, ainsi que la régionalisation indirecte, les juges de certains États
appliquant de manière préférentielle la jurisprudence de leurs tribunaux, même contraires et
plus sévère que celles des tribunaux supériuers. Il y a plus de convergence que de divergence
dans les peines: un abus de sens commun, un discrédit de présomption d'innocence et un
traitement différent de la vérité attribué aux témoignages et aux rôles de la police, et le
manque total de crédibilité des accusés et de leurs témoins. Ici aussi, les ramifications de la
panique morale, en particulier la construction sociale du trafiquant en tant qu’ennemi public,
reposant sur l’adhésion à des croyances généralisées et, surtout, sur le déni résultant de la
désindividualisation de la police et de la déshumanisation de la victime.
MOTS CLEFS – Criminologie - Grande incarcération - Juge - Sentences - Trafic de drogue
- Panique morale
1
SUMÁRIO
Índice de Tabelas................................................................................................................3
INTRODUÇÃO....................................................................................................................5
Cap. 1 – O GRANDE ENCARCERAMENTO.................................................................15
1.1.– Loic Wacquant e a onda punitiva (a perspectiva sócio-econômica)............................27
1.2. – David Garland e a cultura do controle (a perspectiva culturalista).............................35
1.3. – Jonathan Simon e o governo através do crime (a persectiva institucional)................38
1.4. – Michelle Alexander e o novo Jim Crow (a perspectiva racial)....................................43
1.5. – Jock Young e a sociedade excludente (a crítica realista)............................................47
1.6. – Stuart Hall e o policiamento da crise (a explicação marxista)....................................51
Cap. 2 – DISTÂNCIAS E APROXIMAÇÕES (OS MODELOS E O
ENCARCERAMENTO BRASILEIRO)..........................................................................57
2.1. – A translação dos modelos...........................................................................................58
2.2. – Os modelos e a realidade brasileira..............................................................................61
2.3. – Convivência e informalidade.......................................................................................74
2.4. – O fator juiz...................................................................................................................82
Cap. 3- PÂNICO MORAL E POPULISMO PENAL......................................................84
3.1. – Stanley Cohen: o processo...........................................................................................86
3.2.- Goode-Ben Yehuda: os requisitos.................................................................................95
3.3. – Hall: a questão da ideologia.......................................................................................103
3.4. – Pânico moral: críticas e ajustes..................................................................................108
3.5. – Pânico moral: casuística............................................................................................118
3.5.1. – Pânico moral e as drogas........................................................................................123
3.6. – Pânico moral no Brasil: casuística............................................................................134
3.6.1. – Pânico moral e as drogas no Brasil.........................................................................148
3.7. – Populismo Penal........................................................................................................167
Cap. 4 – ESTADOS DE NEGAÇÃO E LEGADO AUTORITÁRIO...........................177
4.1. – As formas de negação................................................................................................178
4.2. – As atrocidades...........................................................................................................180
4.3. – Os atores da negação.................................................................................................191
4.4. – Sentidos e mecanismos da negação...........................................................................198
4.5. – O legado autoritário...................................................................................................206
4.5.1. – As facetas do autoritarismo....................................................................................211
4.6. – Reflexos no sistema penal.........................................................................................214
Cap. 5 – SENTENCIANDO TRÁFICO (PESQUISA DE CAMPO).............................230
5.1. – As sentenças..............................................................................................................232
5.2. – A metodologia...........................................................................................................236
5.3. – Heurística e psicologia social....................................................................................245
5.4. – O questionário...........................................................................................................249
5.5. – Os juízes....................................................................................................................252
5.6. – Os atores....................................................................................................................256
5.6.1. – Os réus...................................................................................................................256
5.6.2. – Os policiais.............................................................................................................263
2
5.7. – O local do crime........................................................................................................269
5.8. – A acusação................................................................................................................277
5.9. As provas.....................................................................................................................298
5.9.1. – O testemunho policial............................................................................................301
5.9.2. – As provas ancoradas..............................................................................................320
5.10. – A Defesa.................................................................................................................324
5.10.1. – Interrogatório.......................................................................................................327
5.10.2. – Testemunhas de Defesa........................................................................................332
5.11. – O ônus da prova......................................................................................................338
5.12. – O aproveitamento dos elementos de inquérito........................................................341
5.13. – A violência policial.................................................................................................349
5.14: A dependência químico-toxicológica........................................................................359
5.15. A sentença: caracterização do tráfico........................................................................366
5.16. As penas.....................................................................................................................376
5.16.1. Pena-base e circunstâncias......................................................................................376
5.16.2. Causa de aumento e diminuição (redutor)..............................................................386
5.16.3. Pena definitiva........................................................................................................394
5.16.4. – O regime..............................................................................................................396
5.16.4.1- A detração...........................................................................................................401
5.16.5. – A substituição......................................................................................................406
5.17. – Fundamentações: jurisprudência e doutrina...........................................................416
5.17.1. – Jurisprudência......................................................................................................418
5.17.2. – Doutrina..............................................................................................................422
5.18. – A prisão provisória.................................................................................................425
5.19. – O papel do juiz.......................................................................................................433
5.20.- As absolvições.........................................................................................................438
CONCLUSÃO..................................................................................................................448
Relação das reportagens..................................................................................................486
BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................490
Apêndice...................................................................................................................... ......507
Questionário aplicados às sentenças...............................................................................508
Relação das sentenças pesquisadas.................................................................................519
3
Índice de Tabelas
Tab. 1 – Sentenças Pesquisadas..........................................................................................240
Tab. 2 – Condenação em Tráfico........................................................................................251
Tab. 3 – Regime da Pena, por Estados................................................................................251
Tab. 4 – Sentenças – gênero...............................................................................................254
Tab. 5 – Sentenças gênero, por Estado...............................................................................255
Tab. 6 – Pesquisa x Dados CNJ sobre gênero....................................................................256
Tab. 7 – Montante de apreensão.........................................................................................258
Tab. 8 – Valor de dinheiro apreendido até 1 S.M...............................................................259
Tab. 9 – Réus por gênero....................................................................................................260
Tab. 10 – Gênero pesquisa X Sistema prisional.................................................................260
Tab. 11 – Primários x reincidentes......................................................................................261
Tab. 12 – Réus por processo, por Estados...........................................................................262
Tab. 13 – Réus por processo...............................................................................................262
Tab. 14 – Início do inquérito..............................................................................................264
Tab. 15 – Agente policial....................................................................................................265
Tab. 16 – APF x Investigação.............................................................................................266
Tab. 17 – Acesso policial aos fatos.....................................................................................267
Tab.18 – Mandados de busca e apreensão..........................................................................272
Tab. 19 – Apreensão de droga............................................................................................276
Tab. 20 – Denúncia.............................................................................................................277
Tab. 21 – Crimes conexos do Estatuto do Desarmamento.................................................280
Tab. 22 – Apreensões de arma............................................................................................281
Tab. 23 – Balança de precisão............................................................................................283
Tab. 24 – Apreensões de maconha.....................................................................................285
Tab. 25 – Apreensão de maconha (< que 100g).................................................................286
Tab. 26 – Apreensão de cocaína.........................................................................................287
Tab. 27 - Apreensão de cocaína (< que 50g).....................................................................287
Tab. 28 – Apreensão de crack............................................................................................289
Tab. 29 – Apreensão de crack (< que 50g).........................................................................290
Tab. 30 – Mediana da apreensão da droga (em gramas)....................................................292
Tab. 31 – Interrogatórios....................................................................................................301
Tab. 32 – Testemunhas por processo (acusação x defesa).................................................301
Tab. 33 – Testemunhas de acusação..................................................................................302
Tab. 34 – Defesa................................................................................................................325
Tab. 35 – Réus x Defensoria Pública.................................................................................326
Tab. 36 – Comarcas atendidas pela DP (IV Diagnóstico).................................................326
Tab. 37 – Testemunhas x contradições..............................................................................337
Tab. 38 – Contradições apontadas.....................................................................................338
Tab. 39 – Aproveitamento dos elementos de inquérito.....................................................342
Tab. 40 – Violência policial..............................................................................................350
Tab. 41 - Dependência.....................................................................................................360
Tab. 42 – Exames..............................................................................................................365
Tab. 43 – Condenação em Tráfico de drogas....................................................................368
Tab. 44 – Resultado das sentenças....................................................................................370
Tab. 45 – Apreensão de drogas em via pública.................................................................372
Tab. 46 – Aplicação do redutor.........................................................................................389
Tab. 47 – Penas médias.....................................................................................................395
Tab. 48 – Regime de pena...................................................................................................397
4
Tab. 49 – Reincidência por Estados....................................................................................398
Tab. 50 – Penas restritivas..................................................................................................407
Tab. 51 – Rejeição em tese de restritivas...........................................................................407
Tab. 52 – Acórdãos TJSP...................................................................................................414
Tab. 53 – Acórdãos TJBA..................................................................................................414
Tab. 54 – Penas médias das sentenças – Redução dos acórdãos........................................415
Tab. 55 – Referências Jurisprudência x Doutrina..............................................................417
Tab. 56 – Temas de Jurisprudência....................................................................................418
Tab. 57 – Origem dos julgados..........................................................................................420
Tab. 58 – Índice de Referência de Jurisprudência.............................................................420
Tab. 59 – Temas de Referência doutrinária.......................................................................423
Tab. 60 – Obras mais mencionadas...................................................................................424
Tab. 61 – Autores mais citados.........................................................................................425
Tab. 62 – Prisão provisória...............................................................................................426
Tab. 63 – Liberdade provisória.........................................................................................427
Tab. 64 – Tempo médio de prisão.....................................................................................431
Tab. 65 – Réus por processo (absolvições).......................................................................439
Tab. 66 – Absolvição x Número de réus...........................................................................439
Tab. 67 – Pedidos de absolvição do MP...........................................................................440
Tab. 68 – PM x PC............................................................................................................441
5
INTRODUÇÃO
1.
Conhecer os mecanismos que põem em funcionamento uma bomba é tarefa essencial
para poder desarmá-la.
Chega a ser um truísmo dizer que vivemos em um tempo, e mais concretamente em
um país, afetado pelo hiper-encarcerceramento. Poucas características se tornaram tão
habituais quanto os ecos da superlotação carcerária no cotidiano brasileiro, sejam os reflexos
diretos, como a precariedade das instalações e as violências que cercam as prisões, das
insalubridades aos massacres; sejam os indiretos, como a criminalidade que é exportada para
fora das grades, por intermédio da organização das facções criminosas.
Não obstante esse quadro por si só horripilante, que deveria ser suficiente para
aquilatar a perversão do exagerado punitivismo, agimos como se ainda estivéssemos em
débito com o encarceramento: propostas legislativas cada vez mais vigorosas, militarização
crescente da atividade policial, sensacionalismo midiático marcado pela propagação do
medo, agenda política que insere a segurança como prioridade numero zero, numa
retroalimentação permanente que vitamina o círculo vicioso. Enfim, o direito penal talvez
seja o único produto que quanto mais falha mais se mantém prestigiado. Na ponta de lança
desse grande encarceramento, fundamentalmente, o crescimento constante das prisões
efetuadas na guerra às drogas –cuja execução, como lembra Juarez Tavares, “além de não
apresentar qualquer solução quanto a seu comércio e consumo só acarreta mais sofrimento
às populações carentes, que são os objetos prioritários dessa política criminal”1.
Para Nils Christie, o sistema penal de um país carrega mensagens profundas: ele
transmite informações sobre as características centrais dos estados que representam.2 Entre
os critérios de avaliação que sugere, a partir do sistema prisional, estão não apenas o volume
de presos e os motivos de suas prisões, mas quão representativos da população em geral
1 Fundamentos da Teoria do Delito, p. 79. 2 A suitable amount of crime, p. 101.
6
são em relação a idade, sexo, raça, classe etc3. A noção de encarceramento em massa não
se restringe apenas ao volume, mas ao fato de se dirigir prioritariamente a grupos específicos.
David Brown exemplifica com o moderado índice carcerário da Austrália, embora, no
conjunto, abrigue uma população aborígene fortemente sobrerrepresentada nos cárceres4. Ou
seja, o grande encarceramento é ainda mais grave porque se constrói sobre certos grupos,
em regra os mais vulneráveis: a sociedade não é destinatária de seus males de modo
uniforme.
Não é preciso muito para reconhecer o Brasil entre os países cujo sistema penal
transmite as mais deletérias informações. Mais de setecentos mil presos, segundo a contagem
que remonta ao ano de 2016, a terceira maior população prisional do mundo em números
absolutos, além de um conjunto nada equilibrado, predominantemente jovem, da cor preta
ou parda e de baixíssima instrução. Coincidentemente, o público destinatário das prisões é
exatamente o mesmo submetido às maiores violências no país –relatórios de encarceramento
e mapa da violência se sobrepõem quase integralmente5.
O novo ciclo autoritário que gradualmente já vinha se fortificando no horizonte com
o recrudescimento paulatino do direito penal, o esvaziamento formal das garantias
processuais, no binômio da legislação de emergência e da jurisprudência do pânico, tende a
ser agora brutalmente acelerado. No horizonte das propostas ultra-conservadoras que
dominam o ambiente político, de um lado o esfacelamento do sistema progressivo de
cumprimento da pena, de outro, a formalização da impunidade da violência policial. No meio
deste tiroteio, um Judiciário que constantemente se demite de seu papel de dique da repressão
para assumir orgulhosamente uma função de trampolim.
2.
São estes os dois polos da tese que ora se apresenta.
3 Idem, p. 102 4 “O aprisionamento torna-se um encarceramento em massa quando deixa de ser o encarceramento de
ofensores individuais e se torna o aprisionamento sistemático de grupos inteiros da população”. “Mass
Incarceration”, in Alternative Criminologies, p. 364. 5 A propósito, o Mapa da Violência, que registra aumento de 46,9% entre os negros vítimas de homicídio ao
mesmo tempo em que em relação às vítimas brancas em 26,1% (entre 2003 e 2014). Em 2014, vítimas negras
de homicídio atingem 70,5%, disponível em
<https://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2016/Mapa2016_armas_web.pdf>.
7
Primeiro, compreender os modelos que buscaram estudar os mecanismos do grande
encarceramento, a partir da guinada punitiva das últimas décadas do século XX,
especialmente no hemisfério norte. É o que fazemos no Capítulo 1, trazendo à lume os
diagnósticos de Loic Wacquant (perspectiva sócio-econômica, com a guinada neoliberal),
David Garland (a perspectiva culturalista e os frutos da modernidade tardia); Jonathan Simon
(a perspectiva institucional, da estipulação de uma nova governamentalidade); Michelle
Alexandre (a perspectiva racial, de um encarceramento como segregação); Jock Young
(perspectiva crítica a partir do realismo de esquerda), além de uma abordagem de Stuart Hall
e seus parceiros do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade de
Birmingham, que, sob uma perspectiva marxista, explicam o nascedouro do estado policial
moderno, ao qual o encarceramento em massa é tributário, nas entranhas da crise capitalista
dos anos 1970, que elegeu o aumento da coerção como matéria-prima para o reforço da
hegemonia esgarçada.
Em seguida, no Capítulo 2, partimos para uma análise da viabilidade da transposição
destes modelos para a realidade brasileira, a fim de encontrar as particularidades da nossa
história com que os estudos se atritam ou se acomodam. De alguma forma, todos ajudam a
explicar nosso grande encarceramento, mas nenhum deles nos compreende por inteiro.
Vamos atrás do que nos particulariza, inclusive o que auxilia a refletir acerca de um dos
vértices dessa equação, que normalmente está menos exposto: o papel dos juízes na
formatação do grande encarceramento.
O tema se desenvolverá em duas dimensões que, se bem-sucedida a apresentação, ao
término surgirão agregadas.
No âmbito macro, trabalhamos a hipótese de que nossas particularidades exigem uma
leitura mais abrangente do que aquela que apenas traduz a consequência de uma virada
punitiva, na qual se fortalece o populismo e se abandona o previdenciarismo penal, como
decorrência de uma transição do estado de bem-estar ao estado policial. Seja porque aqui,
atributos desta virada já eram de há muito tradicionais (como, por exemplo, a ausência da
ressocialização), seja porque a despeito de legislações iluministas que incorporamos no
curso da história, jamais nos desvencilhamos de nosso legado autoritário, fruto da instituição
que mais marcou a construção do país, a escravidão, e a preferência histórica pelas
permanências sobre as rupturas.
A convivência dissimulada entre iluminismo e escravidão não é apenas uma marca
datada de um passado distante. Ela vai se repetir em outros momentos históricos,
8
representando a mescla entre uma legislação liberal e uma prática autoritária, que distingue,
sobretudo, o cotidiano da segurança pública após a redemocratização em 1985. Níveis
estratosféricos de violência policial, de superlotação carcerária e o genocídio da juventude
negra convivem, sem muito esforço doutrinário, com uma Constituição pensada para o
minimalismo penal e o processo como garantia. Verdade seja dita, mal esquentaram as
gráficas ao publicar exemplares do novo texto constitucional e o legislador, aparentemente
arrependido, já estava desenhando um direito penal simbólico e um processo pautado na
eficiência que em nada lembrava a Carta Magna então promulgada. Ainda assim, na maior
parte do tempo, esse direito penal e processual tem sido vigente e válido, inclusive diante da
passividade dos juízes, a despeito de sua enorme competência, como, a se registrar, a
possibilidade de um amplo controle difuso da constitucionalidade, fortemente subutilizado
entre nós.
Sem prejuízo de perceber a recepção das inspirações modernas do populismo penal,
que se transmitiram como um vírus no meio de uma pandemia, no direito penal permeado
pela figura do hediondo, no processo pela combinação da eficiência, consenso e
protagonismo midiático, é preciso conceber os mecanismos próprios deixados pelo legado
autoritário que acabam por tornar inócuas certas novidades e ao mesmo tempo expandem
geometricamente outros aspectos desse espírito punitivista. A guerra às drogas não precisou
de medidas para facilitar, por exemplo, o acesso das polícias às residências, como as no-
knock laws nos Estados Unidos –a exigência de mandado judicial para a busca e apreensão
por aqui é quase tão exótica e inócua quanto a existência de uma taxa limite de juros fixada
pela Constituição.
Nesse particular, uma distinção importante em relação ao fator juiz: diferentemente
dos exemplo do common law em que a virada punitiva reduziu enormemente a
discricionariedade do juiz, criando limites então inexistentes e, assim, expandindo
radicalmente as penas (especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido), por aqui, os
juízes ajudam a impulsionar o Estado policial por conta própria, sobretudo, com a omissão
de um controle constitucional sobre legislações draconianas, da mesma forma como
historicamente se omitiram acerca da violência policial. A aplicação da nova lei de drogas é
paradigmática: pensada como uma forma de distinguir a criminalidade e reduzir a
prisionalização do micro-traficante, a práxis forense a levou para a direção exatamente
oposta, colocando o tráfico na ponta de lança do grande encarceramento.
9
Tomando emprestada uma chave de leitura trazida por Herbert Packer ao final dos
1970, para compreender os tipos ideais de processo, seria algo como concluir que enquanto
nos Estados Unidos e Europa a guinada punitiva acelera a transição do due process para o
crime control, no Brasil, permanecemos firmemente com o due process inscrito em nossas
leis e ao mesmo tempo o crime control marcando nossa atuação concreta.
E os reflexos dessa atuação são exatamente o que pretendemos mostrar ao nível
micro, através da pesquisa de campo realizada com sentenças de tráfico de drogas na Justiça
Estadual de oito unidades diferentes da Federação. É possível constatar o quanto os juízes
relutam em aplicar a parte benéfica da nova lei de drogas e, ainda, o tanto que resistem à
aplicação dos paradigmas mais liberais dos tribunais superiores, ao mesmo tempo em que
cedem praticamente sem resistência a tarefa primordial de recolha da prova aos policiais
civis e militares, cujas versões acolhem de forma quase absoluta.
3.
Para mediar esses distintos âmbitos da produção do encarceramento, o suporte
teórico é dado por dois conceitos, cujo desenvolvimento e vinculação aos estudos de
criminologia se devem a um mesmo autor, o sul-africano Stanley Cohen. No Capítulo 3,
abordamos o pânico moral. Na célebre definição de Cohen, “Uma condição, episódio,
pessoa ou grupo de pessoas surge para se definir como uma ameaça aos valores e interesses
sociais; sua natureza é apresentada de maneira estilizada e estereotipada pelos meios de
comunicação de massa; as barricadas morais são ocupadas por editores, bispos, políticos
e outras pessoas de pensamento conservador; especialistas socialmente credenciados
pronunciam seus diagnósticos e soluções6”. Ao trabalho, nos interessa conhecer não apenas
a dinâmica (quem age, como age e porque age), como os seus reflexos, a amplificação do
desvio como combustível para o agigantamento do controle social.
No capítulo 4, estudamos os estados de negação, para compreender como se dá a
situação dúbia de perpetradores e, especialmente, observadores, no sentido de conhecer e ao
mesmo tempo desconhecer as atrocidades praticadas pelo Estado sobre seus próprios
habitantes. Apuramos, sobretudo, os mecanismos empregados para assentar o
6 Folk Devils and Moral Panics, p.1.
10
desconhecimento ou, quando não, restringir ou minimizar os efeitos das verdades mais
incômodas.
Como veremos, há entre eles uma articulação possível: se de um lado o pânico moral
expressa o overreaction, com que a mídia e os agentes do controle hiperdimensionam as
narrativas de um crime ou de um conjunto de crimes, agigantando artificialmente os grandes
riscos à sociedade aí envolvidos, o estado de negação expressa o underreacting acerca de
atrocidades que são ao mesmo tempo tão públicas quanto desprezadas. Um olhar severo
sobre riscos à sociedade por desvios; um olhar incauto acerca dos perigos da repressão.
No âmbito macro, procuramos traçar a incorporação do pânico moral como um dos
instrumentos do populismo penal, alardeando a sociedade e produzindo o medo que justifica
a ampliação das medidas coercitivas; de outra parte, correlacionamos a negação com o nosso
próprio legado autoritário, que invisibiliza e, assim naturaliza, a violência policial,
incorporando os juízes acriticamente no rol dos cumpridores da ordem.
Cremos que o populismo penal, presente e atuante na virada punitiva, por aqui se
soma ao legado autoritário, que inviabiliza ao longo da história, todas as possibilidades de
limitação aos instrumentos e instituições de controle, e que distingue, sobretudo, os traços
do nosso grande encarceramento.
No âmbito micro, essa soma se desvela no cotidiano das sentenças de tráfico, que
será o objeto do Capítulo 5, dedicado à reprodução dos dados da pesquisa de campo. Pânico
moral como indutor de uma gravidade intensa, típico de uma generalização das decisões, a
gravidade abstrata que se fundamenta no próprio tipo. É o que se motiva na maior parte das
penas acima do mínimo, e a negação contínua de minorantes legalmente estatuídas, bem
ainda reforçam a prisionalização provisória. O estado de negação, por outro lado, é o que
permite que os juízes aproveitem, de bom grado a prova produzida pelos policiais, sejam os
depoimentos que acolhem sem ressalvas, sejam os elementos do inquérito que aproveitam
sempre que os dados colhidos em juízo se mostrem pouco consistentes. Enquanto o réu-
traficante é visto como um inimigo público, feroz e incorrigível, mergulhado indistintamente
no estereótipo do folk devil, como a exata dinâmica que se reproduz no pânico moral, do
outro lado, o policial é recebido no processo como um servidor de fé pública, íntegro e
honesto, presumindo-se verdade absoluta em seus atos e declarações, ignorando-se
completamente o quadro de altíssima concentração de violência e outras tantas perversões,
em uma situação de coletivo desconhecimento que se identifica com o estado de negação.
11
Só assim é possível de forma confortável terceirizar a prova de uma infração supostamente
tão relevante.
4.
Por óbvio, o trabalho se desenvolve sem escamotear as contradições que as questões
teóricas e empíricas nos apresentam.
Pânico moral é trazido como um elemento consolidado, sobretudo, pelo exaustivo
trabalho de Stanley Cohen em Folk Devils and Moral Panics, sem prejuízo de agregar
outras visões que dela se apartam ou complementam. Assim, ao lado desta inestimável
microfísica do pânico moral, no qual a descrição do processo é o elemento central, agregam-
se a análise dos requisitos do conceito, pela respeitada elaboração da dupla Goode-Ben
Yehuda e, por fim, o timbre ideológico costurado por Stuart Hall e seus colegas de
Birmingham –bem ainda as críticas que se formulam em prol da atualização ou do abandono
do conceito. O estudo se presta, também, a discorrer sobre as características e a
instrumentalização do pânico moral na elaboração do populismo penal.
A negação é importada pelas classificações de Cohen, menos por uma visão
psicanalítica capaz de a explicar, e mais pela descrição sociológica dos mecanismos
empregados para ocultar ou justificar a omissão no repúdio ou censura das atrocidades. Mas
aí também agregamos as experiências de psicologia social de desumanização e
desindividualização que são reportadas por Zimbardo, essenciais para compreender o
distanciamento que é um importante combustível para as atrocidades do dia-a-dia. O capítulo
se presta, por fim, para iluminar os reflexos do legado autoritário no sistema processual, do
qual a precocidade da prisão e o inabalável prestígio dos elementos do inquérito sobrestam
o nascimento e vida da presunção de inocência, com o quê os juízes se atém muito mais ao
controle da ordem do que propriamente ao resguardo da lei.
Da mesma forma, a pesquisa de campo vai encontrar as diversidades regionais que
acabam por propugnar em um país marcadamente unitário em sua legislação, a federalização
da jurisprudência, no caminho reverso da nacionalização que se pretendeu com a reforma do
Judiciário.
12
5.
O estudo não se pretende dogmático do ponto de vista jurídico, muito embora algum
percurso por entre conceitos penais e processuais acabe por ser imprescindível. Tampouco
se pretende formalmente um estudo jurisprudencial –as decisões aqui expostas não têm como
objetivo denotar um marco de correção ou alguma espécie de paradigma. Antes, o que nos
ocorre é proporcionar a compreensão de seus pressupostos e, sobretudo, de seus limites.
Muitas das fontes pesquisadas estão, inclusive, na esfera do jornalismo –afinal, pânico moral
é, sobretudo, um estudo preferencialmente dedicado à mídia. Tais como as sentenças, a
reprodução dos relatos jornalísticos não visa, propriamente, a reconstrução de verdades, se
não de símbolos, posturas, processos.
O enfoque do trabalho é, fundamentalmente, criminológico, para produzir, como
sugere Lola Aniyar, “um olhar com distanciamento e em perspectiva do próprio direito
penal”7. Com a premissa de questionar a legitimidade dos processos de criminalização e não
as causas pessoais, clínicas ou sociais da formação do criminoso, assume-se que o objeto de
pesquisa tem seu lastro fincado nos fundamentos da criminologia crítica, que, nas palavras
de Alessandro Baratta, não vê a criminalidade como “mais uma qualidade ontológica de
determinados comportamentos e de determinados indivíduos, mas se revela, principalmente,
como um status atribuído”8. Não se pretende buscar as causas que levam ao uso, guarda e
comercialização das drogas ilícitas, mas escrutinar as premissas de que se partem para a
extensa criminalização dessas condutas9 que, mais do que nenhuma outra figura típica, vem
turbinando, nas últimas décadas, os índices de aprisionamento e a construção de sua
seletividade. Faz parte do estudo, por exemplo, a questionável aposta criminológica dos
juízes nos objetivos de dissuasão, constantemente presentes nas fundamentações da
aplicação da pena, de seu regime de cumprimento e ainda do contumaz emprego da prisão
provisória.
7 Criminologia da Libertação, p. 118. 8 Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal, p. 161 9 No dizer de Vera Andrade: “(...) quando o enfoque macrossociológico se desloca do comportamento
desviante para os mecanismos de controle social, em especial para o processo de criminalização, que o
movimento crítico assume sua maturação na Criminologia, que se movimenta de uma teoria da criminalidade
para uma teoria crítica e sociológica do sistema penal.” Pelas mãos da criminologia, p. 92.
13
O trabalho não se pretende puramente descritivo; ao revés, o conhecimento tem, aqui,
um sentido de transformação. Afastar a ideia de que os juízes sejam, de alguma forma,
lenientes para com a punição do tráfico de drogas; apontar a insuficiência dos fundamentos
que assinalam a gravidade com que os juízes encaram o crime; questionar a fragilidade do
arsenal probatório com a adesão irrestrita aos elementos da ordem e, em especial, conhecer
os efeitos que essa adesão causa à própria independência judicial. Não é o caso de demonizar
a atividade jurisdicional; antes, prestigiá-la, afastando-a dos malefícios que a intransigente
defesa da ordem lhe provoca: a perda da função de controle e, por consequência, o
esvaziamento do imponente papel que o Estado Democrático lhe reserva, como garantidor
dos direitos: enfim, compreender que o juiz que só encarcera, encarcera-se a si mesmo.
6.
Por fim, uma explicação de um pesquisador nativo, em busca de dirimir eventuais
conflitos de interesse.
Por mais que tenha conhecido, por dentro, o trabalho da justiça em quase três décadas
de militância profissional, é o olhar externo que permite melhor compreender as posturas
típicas dos juízes, hábitos linguísticos, modelos pré-concebidos ou perversões de análise.
Ver as sentenças em seu conjunto ajuda a entender os mecanismos da produção. Não nos
colocamos neste trabalho como críticos de outros, até porque só a visão de um repertório
significativo de decisões nos permite ter percepção crítica acerca de determinados
comportamentos, posturas ou teses que, pelo consenso ou pela habitualidade, os operadores
normalizam sem perceber as dissociações com a realidade ou o direito. Jamais pretendemos,
portanto, nos excluir dessas observações críticas, como se fossem dirigidas apenas a eles.
As sentenças foram extraídas de forma pública do mesmo acervo a que cidadãos têm
acesso pelos sítios dos tribunais, mais ou menos amigáveis para a consulta. De outro lado,
para valorizar apenas o conteúdo, as decisões não são identificadas e dos trechos transcritos
foram eliminados nomes e referências geográficas desnecessárias. No apêndice deste
14
trabalho, todavia, acompanham o questionário a que as sentenças foram submetidas e a
identificação numérica de cada um dos processos nos quais foram lançadas.
Considerando que os textos guias não tem edições traduzidas e os artigos que com
eles dialogam tampouco, optou-se, considerando o elevado volume de referências em língua
estrangeira, por providenciar traduções livres às citações, sem a reprodução integral destas
em língua original.
448
CONCLUSÃO
1.
Os modelos que estudaram o grande encarceramento moderno são insuficientes para
compreendê-lo, tanto mais traduzi-lo para as causas e circunstâncias do nosso próprio
encarceramento.
Duas circunstâncias explicam a insuficiência.
A primeira, o fato de que, efetivamente, não se qualificavam para explicar todos os
encarceramentos, de distintas feições e diferentes dimensões, dado que as realidades
históricas e sociais dos países em muito pouco se assemelhavam. Algumas críticas pelo
caminho apontaram, por exemplo, motivos particulares para a diferença entre os patamares
prisionais de Estados Unidos e Itália, englobando desde a natureza mais indulgente da
religiosidade italiana, até as marcas recentes do fascismo; ou a distinção entre o patamar
norte-americano e o japonês, pela resistência conservadora dos operadores às mudanças
jurídicas.
A sugestão de Wacquant, portanto, que o modelo norte-americano houvera se
difundido mundo afora foi razoavelmente contrastada. Não apenas porque o modelo
esbarrou em particularidades estrangeiras, mas porque também ele estava supervalorizado
em relação a suas próprias particularidades. Chamamos atenção aqui para dois pontos de
discussão do modelo norte-americano: a existência de uma maior submissão à lógica
populista pela federalização (que foi levantada por John Pratt, com base na obra Harsh
Justice, de James Whtiman) e a aderência ao dilema do prisioneiro, prestigiada pelas
disputas majoritárias em seu bi-partidarismo, pelo qual um partido se sente obrigado a
endurecer a política criminal, sob pena de sair derrotado na eleição pelo outro (articulada
por Nicola Lacey).
449
De todo o modo, basta, para nós, compreender que o modelo do esvaziamento do
welfare state ou da mudança cultural com a falência do fordismo, não pode ser incorporado
da mesma forma sob situações materialmente distintas. E que, portanto, os modelos que
estudaram o grande encarceramento não são necessariamente gabaritos, em especial para as
realidades mais díspares –como atentou Jonny Steimbrg, discorrendo acerca das limitações
da reprodução da genealogia da virada punitiva proposta por Garland em relação às
estruturas sul-africanas, marcadas pelo legado da divisão racial, da construção tardia do
welfare state e de mecanismos punitivos informais. Colin Sunmer resume a situação
enfocando a inviabilidade da teoria do replay: o desenvolvimento dos países centrais não é
o futuro do desenvolvimento dos periféricos, inclusive porque o desenvolvimento dos países
centrais foi obtido com o subdesenvolvimento dos outros.
Mas a segunda circunstância talvez seja um pouco mais importante para a
relativização dos grandes modelos: no âmbito penal, as mudanças políticas podem não
significar tudo, ou seja, os paradigmas e valores não são refletidos necessária e integralmente
pelos operadores na ponta do sistema. Aí reside um ponto de partida para um trabalho que
exige uma sintonia fina maior do que apenas a análise do ambiente macro.
Importa dizer, por exemplo, e isso é um dos pontos que baliza este trabalho, que não
existe uma correlata e instantânea percepção pelos juízes das mudanças sociais ou políticas,
nem mesmo a segurança de que o sentido e o ritmo destas mudanças serão fielmente
observados. Falar em uma penologia neoliberal, portanto, depende de que os novos
paradigmas sejam compreendidos, aplicados ou mesmo, se o caso, excepcionados pelos
juízes, o que só acontece, todavia, dentro de lógicas particulares, que não são exatamente as
mesmas que a macro-análise sugere.
A postura dos juízes brasileiros, por exemplo, com a recepção da nova Constituição
Federal em 1988 foi muito resistente ao cipoal de garantias que emolduraram o texto –a
aplicação dos princípios penais com um sentido limitador ao próprio legislador, que se
acostumou a chamar de hermenêutica constitucional, foi gradativa e apenas parcial nas três
décadas que nos separam da promulgação. E hoje, pode-se dizer que é uma espécie de
garantismo que, mal nasceu, já se encontra praticamente em extinção.
Um exemplo mais longevo foi o que trouxe Ingo Muller a respeito da forma como os
juízes alemães recepcionaram a República de Weimar, com restrições que levaram a o país
a facilitar a aposentadoria das autoridades que não se compatibilizassem com a nova ordem
450
republicana –muito embora teriam se amoldado sem aparas ao nazismo. E ainda criação do
Tribunal Constitucional Espanhol, como órgão exterior e superior ao Poder Judiciário, em
1978, para superar, na transição à democracia, um poder quase que integralmente formatado
nas entranhas do franquismo.
Há um sentido de adesão, mas outro de resistência, na atuação dos juízes, de modo
que as alterações políticas podem explicar menos do que se supõe –inclusive como
consequência de mudanças legislativas. Foi assim que, de certa forma, o aprisionamento
referente ao tráfico de drogas cresceu com a Lei 11.343, de 2006, quando os objetivos e as
expectativas eram de redução, ao menos em relação ao microtráfico. A mudança legislativa
não só não foi suficiente para estancar o crescimento das prisões dos pequenos traficantes –
ou das situações limítrofes entre o comércio e o uso- como ainda o impulsionou fortemente.
A pesquisa de sentenças que aqui se apresenta deixou clara a aguda proporção do
microtráfico entre os processos julgados na Justiça Estadual, bem ainda a hesitação dos
juízes na aplicação da forma privilegiada do tráfico e dos padrões de aplicação de pena
menos gravosos que se consolidaram no STF. Em resumo, os juízes aplicaram,
objetivamente, o acréscimo de pena-mínima de 3 para 5 anos, mas, no momento de avaliar
subjetivamente o merecimento do privilégio, que reduziria a pena dos primários que não
fazem parte de organizações criminosas em até 2/3, impuseram toda a forma de obstáculos.
A situação não chega a ser propriamente uma novidade. Em 1996, alterou-se o artigo
366, do Código de Processo Penal (Lei 9.271/96), para exigir prova do contraditório efetivo
(citação pessoal do réu ou nomeação particular de defensor), para a viabilidade do processo,
sem o que, ele seria suspenso. Muitas prisões em flagrante passaram a ser mantidas pelos
juízes até a citação pessoal, sob o pretexto de diminuir o risco de revelia e assim evitar a
suspensão processual. Ou seja, a exigência de uma maior amplitude de defesa pode ter
provocado o efeito colateral da redução da presunção da inocência, por mais contraditório
que pareça. E mesmo na recente alteração das medidas cautelares (Lei 12.403/11), que se
supunha capaz de reduzir drasticamente o volume de prisões provisórias, ao fim e ao cabo,
ressuscitou entre os juízes a exigência da fiança e difundiu a tornozeleira eletrônica, que
acabaram tornando-se condições que impuseram mais restrições à liberdade provisória do
que propriamente à prisão preventiva.
Se é certo que a alteração legislativa não tem o condão de se reproduzir
necessariamente na ponta da operação, ou seja, na aplicação pelos juízes, o trabalho assinala
451
ainda que nem mesmo a construção de paradigmas do próprio Supremo Tribunal Federal
consegue esse resultado. As sentenças mostram de forma contundente a resistência de
difusão das jurisprudências que, de certa forma, amenizavam o rigor punitivo da legislação
anti-drogas. Em níveis diferenciados regionalmente, é certo, mas importa ressaltar que o
maior Estado da Federação, por onde transitam um volume equivalente a mais de um terço
dos processos (e dos presos), a fixação de regime diverso do fechado, como assinalou o STF,
é praticamente inexistente.
Por este motivo, não são vãs as advertências de Roger Matthews, cético quanto aos
verdadeiros efeitos da penologia neoliberal, pela necessidade do estudo dividido entre
estruturas e agências, bem ainda a constatação de Maximo Sozzo, de que mesmo os regimes,
como denomina, pós-neoliberais da América do Sul (Brasil, Venezuela, Equador, Uruguai
e Bolívia) também encarnaram suas viradas punitivas, indicando que as referências políticas
e econômicas não são suficientes para compreender os movimentos penais –por isso,
portanto, é preciso mergulhar no estudo dos agentes do sistema.
Nosso trabalho se empenhou na tentativa de compreensão do fator juiz; mas não há
dúvida de que outros estudos seriam relevantes para a compreensão mais ampla dos
processos de encarceramento, como, por exemplo, o fator polícia. Entre nós, dado o altíssimo
volume da violência policial, teríamos de compreender que o encarceramento é a segunda
etapa da repressão, destinada aqueles que sobreviveram ao primeiro e contundente embate.
Enfim, a diversidade dos desenvolvimentos históricos e as condições materiais
distintas, portanto, impedem o acolhimento generalizado dos modelos que pensaram o
grande encarceramento, sobretudo nos Estados Unidos e Inglaterra; de outra parte, a
exclusividade das alterações políticas não explica, necessariamente, as operações que
produzirão, no cotidiano forense, as mudanças na gerência do sistema penal. Apesar disso,
os modelos que estudaram a formação de um encarceramento em massa trouxeram
importantes subsídios que nos ajudam a compreender tais movimentos e é por esse motivo
que iniciamos nosso trabalho com a apresentação destas teses. Cabe, neste momento,
todavia, analisar em conjunto sua contribuição.
452
2.
O modelo de Wacquant, por exemplo, desvela um importante veio de comunicação
entre o neoliberalismo e o Estado policial que, à primeira vista, poderiam parecer
contraditórios entre si. Como justificar o agigantamento dos órgãos repressivos dentro de
uma filosofia de redução do Estado? De um lado, Wacquant revisita o campo burocrático de
Bourdieu, para justificar as disputas intestinas que se movem no corpo do próprio Estado,
até concluir que a repressão é um elemento indissociável do neoliberalismo, sobretudo como
mecanismo de substituição dos incentivos sociais do welfare state. De outro, uma análise
orçamentária aponta que os gastos previdenciários foram efetivamente substituídos pelas
despesas penitenciárias. O direito penal assume, portanto, a nova gestão da pobreza.
As peças se encaixavam tão bem, que pareceu irreal que a solução pudesse ser tão
simples –e ao mesmo tempo, tão universal. E, de fato, não foi. O estratosférico crescimento
prisional norte-americano, que chegou a ultrapassar dois milhões de presos, não se fez
repetir, imediatamente e nem nas mesmas dimensões, em outros cantos.
Mas o fato é que não se pôde compreender as estruturas do sistema penal e do Estado
democrático como um todo, sem mensurar o impacto que neles refletiu este moderno e
poderoso rearranjo do capitalismo. As garras do neoliberalismo estão muito além da redução
dos compromissos estatais ou a incorporação do modelo empresarial pautado na eficiência,
dirigido à máquina pública. O neoliberalismo não pode ser visto, exclusivamente, como um
atributo de redução ou desaparecimento do Estado –e nesse ponto, o estudo de Wacquant
trouxe importantes subsídios que vêm sendo desenvolvidos.
É o caso, por exemplo, dos estudos mais recentes de Dardot e Laval, enfocando a
estrutura neoliberal não reduzida a seu caráter econômico (mas tampouco, traduzida no
sociológico de Wacquant). O resgate que propõem é de Foucault e o conceito de
governamentalidade: mais ainda do que uma ideologia ou política econômica, o
neoliberalismo é uma racionalidade que estrutura e organiza a ação de governantes e
governados. Em resumo, uma lógica de empresa na qual mergulham não apenas o Estado e
seus braços, como as próprias subjetividades dos indivíduos, reduzindo drasticamente o
espaço da cidadania.
453
Garapon, a seu turno, buscou explicitar o impacto desta nova governamentalidade no
Judiciário, também inserido nas dinâmicas da eficiência, com aumento das transações, como
o plea bargain e a remuneração de testemunhas, e o que chamou de tratamento de casos
penais em tempo real.
Entre nós, Rubens Casara vem desenvolvendo as consequências da nova
racionalidade de um Estado Pós-Democrático, o que se põe abertamente a serviço do
mercado, da geração de lucro e dos interesses dos detentores do poder econômico, fincando,
sobretudo, no esgarçamento dos limites que o liberalismo do século XVIII havia construído.
A democracia não desaparece, mas perde seu conteúdo.
A ideia de encarceramento como forma de lidar com o disfuncional -ou o contingente
que deixa de ser aproveitado pelo novo desenho dos mercados de trabalho, um dos
fundamentos do estudo de Wacquant, permanece, portanto, íntegro, e não pode ser
descartado entre as causas que vitaminam o encarceramento. Mas, de fato, não se afasta
também a desfuncionalidade de um sistema prisional gigante, que tem provocado
especialmente nos Estados Unidos movimentos mais recentes de contenção, seja pelo
Executivo (em proposições de atenuação da fiscalização ou julgamento dos casos de tráfico
de drogas), seja pelo Judiciário (com a famosa decisão que envolveu o caso Brown x Plata,
em 2011, com a consequente determinação da redução do encarceramento no Estado da
Califórnia).
Esses eflúvios mais modernos de limitação, é bom que se diga, não chegaram ainda
às nossas praias, fazendo com que o Brasil se mantenha não apenas como um dos líderes da
população prisional em números absolutos, como ainda entre aqueles países em que o
crescimento prisional, inclusive a taxa relativa de encarceramento, permanece fortemente
em alta. Nada indica que isso possa se alterar em futuro próximo.
A descrição histórica mais precisa da transição para o neoliberalismo, todavia,
encontramos no trabalho do grupo de Birmingham, Stuart Hall à frente. O desgaste que as
crises do capitalismo promoveram no final dos trinta anos gloriosos, em que se acumularam
recessão, crise energética, queda dos salários, greves de serviços essenciais, enfim,
paulatinamente convergiram para uma mescla de livre mercado e estado policial que, à
primeira vista atribuíram ao thatcherismo (como a combinação entre uma nova disciplina de
mercado e a recuperação dos valores tradicionais do toryismo), mas que, como se pôde ver,
apresentou-se com certa universalidade após. A explicação é pertinente, no que respeita ao
454
retorno de valores morais e anticomunistas no bojo de uma situação de menor segurança: a
recessão econômica abria espaço para o retorno do conservadorismo mais agressivo: um
libelo pelo patriotismo, pela família, e contra a permissividade da sociedade.
De certa forma pode nos servir de guia para um momento em que a transição aqui se
avoluma. Não à toa, propostas que congelam os gastos sociais, desmontam a legislação
trabalhista e aumentam o foco da repressão, correm em paralelo entre nós, como braços de
um mesmo projeto. Para Hall, ademais, o fortalecimento dos espaços de coerção tem como
finalidade reconstruir a hegemonia esgarçada, razão pela qual confere enorme relevância aos
expedientes do pânico moral, cuja importância para a compreensão do fator juiz também
entendemos imprescindível.
Entre as combinações diversas do neoliberalismo e o neoconservadorismo (hoje já
pode falar no neoliberalismo e o fundamentalismo, forjando regimes liberais-autoritários),
existe um importante ponto de contato epistêmico, que é a recuperação da responsabilidade
individual. Uma contraposição à ideia de responsabilidade da sociedade, como bem frisado
no trecho do discurso de Reagan que reproduzimos no corpo do trabalho: É mais do que
evidente que a essência do nosso problema de criminalidade foi provocada por uma filosofia
social que concebia o homem, primordialmente, como uma criatura de seu ambiente
material.
A valorização da responsabilidade individual tanto é uma decorrência da perda da
ideia do Estado paternalista e cuidador (que projeta o esvaziamento da função de
ressocialização da pena) como o impulsionador do direito penal do inimigo (projetando a
pena a seus limites máximos, para contornar uma suposta ineficácia do sistema).
Garland e Young, a seu turno, enfatizaram, em seus modelos, a importância da
mudança cultural, provocada pelo fim do fordismo e suas consequências (alteração de postos
de trabalho, de residência, de laços familiares), como elemento essencial para a configuração
do modernismo tardio (Garland), ou excludente (Young). Olhando de baixo para cima,
ambos enfocam o crescimento da criminalidade como um dos fatores determinantes para os
padrões de encarceramento. Para Garland, o medo e a insegurança vitaminaram a derrota do
debate político; as críticas à esquerda às insuficiências da ressocialização acabaram por
convergir com uma proposta ainda mais conservadora, que sepultou, de vez, o
previdenciarismo penal. Para Young, serviu de alerta para distinguir a posição realista, a de
levar o crime a sério, sobretudo, porque ele seria cometido preferencialmente intra-classes,
455
de modo que as vítimas não teriam perfil muito diverso de seus autores. O erro da direita,
para Young, é desprezar as mudanças econômicas como causa do crescimento da
criminalidade; o da esquerda é desprezar o crescimento da criminalidade para o
encarceramento.
Garland é essencial para compreender a dinâmica da cultura do controle que se
forma, pela adesão das pessoas ao anseio de segurança (que, portanto, não se exerce apenas
como uma imposição, de cima para baixo), como o desgaste do conhecimento técnico que é
superado pelo senso comum e o difundido midiaticamente. O esvaziamento do valor do
especialista é um ponto relevante, não apenas para compreender o populismo na formatação
de políticas públicas (menos ciência e mais propaganda) como ferramenta para explicar a
própria atuação dos juízes. A corrosão pelo senso comum é um importante condimento do
pânico moral, pela difusão de crenças generalizadas, muitas vezes, em completa
desconformidade com a realidade dos fatos, inclusive no meio dos agentes de controle –
principalmente entre eles, em certos casos, como diagnosticaram Ana Regina Noto et al, em
sua pesquisa sobre drogas na mídia: A ênfase emocional estampada nos artigos jornalísticos
é outro fato que merece atenção, principalmente por ter sido observada com maior
frequência nos textos de especialistas que lidam com a questão no seu cotidiano.
Na transformação cultural de que relatam Garland e Young, no acréscimo das
inseguranças, no entanto, não se está contabilizando o tanto que a profusão dos pânicos
morais pode ter contribuído. Ou, na gramsciana linguagem adotada por Hall e parceiros, para
compreender que a extensão da insegurança (a angústia da modernidade tardia, no dizer de
Garland) pode ser também uma consequência dos esforços de reparo da hegemonia rompida.
Por fim, a crítica do realismo de esquerda se impõe no sentido de que a negação do
crime e de suas consequências podem, de fato, enfraquecer o discurso crítico para a disputa
de políticas públicas na área da segurança e, com isso, abrir extenso caminho para o
predomínio das visões administrativas e gerenciais. Mas, é de observar que, a contrario
sensu, a história demonstra que as concessões ao pragmatismo têm levado à adesão a
políticas mais severas, seletivas e punitivistas. O exemplo do governo Clinton, nos Estados
Unidos, e mesmo, como observou Sozzo, os pós-neoliberais na América do Sul, indicam
que o populismo penal virou moeda de uso corrente, tanto à esquerda quanto à direita,
esvaziando o sentido de limitação do poder de punir como tarefa primordial do direito e
processo penal. Pelos resultados das últimas eleições por aqui, não se acredita, ademais, que
456
os setores mais críticos pudessem chegar a discursos pragmáticos que aplacassem, de alguma
forma, a sanha punitivista. Há um certo conluio entre a crítica à ciência e assim à
intelectualidade e o desenvolvimento eleitoral de um nacionalismo fundamentalista, apegado
à recuperação de valores morais ou religiosos e a uma suposta recuperação da autoridade. O
momento é talvez o mais difícil para a contenção do apego populista.
Já os estudos de Simon e Alexander tem, em comum, o detalhamento dos
mecanismos de reprodução do punitivismo e, de certa maneira, compreendem uma transição
com o estudo das agências. Nos dois casos, observa-se a preocupação com a expansão do
Ministério Público como o poder proeminente, o que controla sem ser controlado e se divide,
como uma instituição peculiar, entre a advocacia coletiva da sociedade (na judicialização
das expectativas que o Estado abandonou) e a absorção do papel criminal do vingador social.
Este talvez o ponto central que mais auxilia a compreensão do encarceramento
brasileiro que, recentemente, tem incrementado seus mecanismos de negociação (como a
transação, colaboração premiada e acordos de leniência) e está em claro movimento de
transição para este hiper-empoderamento do Ministério Público. Simon constata que este
crescimento sucedeu, e de certa forma sufocou, um momento anterior de amplo prestígio do
Judiciário norte-americano, haurido, em especial, no desmantelamento da legislação
segregacionista. Tal como a luta contra a pobreza foi substituída pela luta contra o crime, o
Judiciário dos direitos civis foi substituído pelo pujante e repressivo Ministério Público.
Os riscos dessa importação estão cada vez mais palpáveis quando se vê que da
popularidade amealhada na Operação Lava Jato se pretendeu, sem maiores discussões, a
construção de uma espécie de Código de Processo formatado exclusivamente aos olhos da
acusação (as chamadas 10 Medidas contra a Corrupção), no qual o pilar de sustentação
filosófico é a compreensão de que os fins justificam os meios e que a lei não deve se tornar
um obstáculo para a apuração criminal. Ao esvaziar o sentido da lei, como por exemplo,
tornando mais complexa a declaração de nulidades, esvazia-se ao mesmo tempo a função do
juiz, de quem também se pretendeu amputar competências cautelares e a quem se postulava
impor a regra da preclusão. A continuação da importação desse projeto se foca, agora, nas
propostas de incorporação do plea bargain ao processo brasileiro –a despeito das inúmeras
e contundentes críticas de sua aplicação no sistema norte-americano. Conhecer, portanto, os
efeitos da sobrevalorização do Ministério Público e da justiça negociada no exterior, tende
457
a ser uma tarefa primordial entre nós, se não a explicar os movimentos do passado, a
antecipar os desvarios do futuro.
Metodologicamente, observa-se, o modelo de Simon se centra na recuperação da
noção foucaultiana de governamentalidade e, tal qual tivemos a condição de explicar,
preocupa-se mais com a formatação institucional do governo, sustentado pela preocupação
com o crime, com a vítima como epicentro, do que propriamente com as causas que levaram
a esta situação; o neoliberalismo, portanto, não é um protagonista neste estudo.
Michelle Alexander, por fim, apresenta o estudo mais próximo de um
compartilhamento entre a visão de estrutura e a dos agentes, na construção conjunta do
encarceramento em massa, sob a ótica da segregação racial. Se é certo que de seu ponto de
partida, a lei e a ordem nascem exclusivamente como instrumentos para debelar a luta pelos
direitos civis, e retomar a segregação nos tempos de neutralidade racial, de outra parte
compreende que os agentes, no caso um Ministério Público que se empodera e um Judiciário
que se omite, são compreendidos como instrumentos essenciais. Imprescindíveis à aplicação
do sistema de gaiola a que se refere: as barras que limitam, apenas em conjunto, a mobilidade
do pássaro ali custodiado. Não basta que haja uma legislação indiretamente segregacionista
ou uma polícia fortemente racista; o sistema só funciona na medida em que promotores e
juízes também nele estejam inseridos.
Para os efeitos do encarceramento brasileiro, portanto, o modelo ilumina, sobretudo,
a centralidade e a seletividade da guerra às drogas como forma de definir o perfil
populacional. Tais fatos também decorrem de nossas estatísticas que relacionam crime de
drogas e crescimento do encarceramento. A formatação do perfil prisional é, de certa forma,
também captada por nossa pesquisa de campo: a seletividade demonstrada nos processos
pesquisados é consequência direta da opção preferencial pelo pobre, evidenciado, sobretudo,
pela desproporcional atuação policial na repressão a partir da vigilância da rua. O aumento
das penas e um maior engajamento policial na guerra às drogas também vem tornando o
encarceramento brasileiro paulatinamente mais feminino –mantendo e aprofundando,
todavia, a sobrerepresentatividade negra nos cárceres.
Portanto, ainda que os modelos apresentados sejam insuficientes por si só para
compreender causas e consequências do encarceramento brasileiro, apresentam importantes
subsídios para nortear a nossa pesquisa.
458
3.
O segundo aporte teórico do trabalho adveio da necessidade de compreender as
decisões que estavam sendo colhidas na pesquisa de sentenças. É, por assim dizer, um aporte
teórico apto a funcionar como chave de leitura, apreendido a partir do próprio objeto.
Como pudemos descrever no conjunto dos resultados da pesquisa quantitativa, duas
disparidades despertavam atenção: a-) o caráter relativamente frágil das imputações e as
consequências desproporcionalmente severas; b-) a gravidade com que os juízes lidavam
com as acusações de tráfico e a precariedade do instrumental probatório.
Há muita incerteza na caracterização do tráfico de drogas, seja pela imprecisa
distinção fornecida pela lei entre os delitos de posse para uso e porte para mercancia, e a
ausência de critérios razoáveis delineados pela jurisprudência, bem ainda um conjunto
notadamente frágil de elementos de prova, quase que exclusivamente em duas ou três
testemunhas, com rápidos e breves relatos, e praticamente só de agente policiais. Não se tem
um volume considerável de investigações mais profundas, tampouco subsídios consistentes
a partir de provas técnicas. Ainda assim, a conotação do tipo e a envergadura dele por ter
sido alocado como infração equiparada a crimes hediondos, incrementa fortemente a
resposta penal. Tal como uma areia movediça, é um terreno pouco claro e preciso, mas com
a projeção de uma força incontrolável apta a tragar quem por ele é colhido.
O que a pesquisa de campo nos mostra, em termos quantitativos, é, em primeiro
lugar, o perfil dos processos de tráfico de drogas que os juízes estaduais julgam.
Os réus, em sua expressiva maioria (não menos de 2/3), são hipossuficientes; ou
necessitam do Estado para suas defesas (seja com Defensor Público, seja com defensor
dativo), ou têm profissões de baixa remuneração reconhecida e trazem consigo, ou tem
apreendido em suas residências, valores diminutos em dinheiro. Em grande medida, os
processos derivam de prisões em flagrante, vigilância de rua ou a partir de breves
informações anônimas. A investigação policial é diminuta; um trabalho mais profundo com
459
prévio mandado de busca e apreensão, interceptações telefônicas ou quebras de sigilo, raras
exceções. Em sua grande maioria os réus são primários (quase 80%), a taxa de denúncia por
associação é baixa (e a condenação ainda menor) e mesmo a coautoria é minguada: média
de 1,52 réus por processo com mais de 70% dos processos com apenas um réu. Um em cada
oito prisões é feita com apreensões de balança de precisão; menos de 7% dos casos ocorre
apreensão de arma de fogo.
Não é pouco, pois de certa forma, contradiz a expressividade do crime com que os
juízes tratam o tráfico de drogas. Embora seja tida como a porta de entrada da macro-
criminalidade, o delito responsável pela articulação dos outros crimes, enfim repositório da
grande violência urbana, como se expõem nas fundamentações transcritas, os processos em
si repousam em apreensões de quantias relativamente modestas de droga (medianas
respectivamente de 66,1g de maconha, 30,66g de cocaína e 13,36g de crack), com 56% a
75% de apreensão das pequenas porções. Mesmo nas grandes apreensões -a pesquisa
seleciona as vinte incidências acima de 10kg de droga (2,5% do total)- o panorama de
investigação não é muito superior: pouca apreensão de dinheiro, pouca co-autoria e a maioria
de réus primários, responsáveis pelas tarefas mais comezinhas, como a guarda ou o
transporte da droga.
A despeito desse panorama aparentemente atenuado das infrações, o trato judicial
não espelha essa fragilidade. A prisão em flagrante é comumente convertida em preventiva
(por volta de 90%); a prisão provisória durante o processo é uma regra –a liberdade
provisória, exceção. E a prisão cautelar muitas vezes se converte em uma pena em si mesmo
–nos vários casos em que ao final do processo não existe determinação de cumprimento de
pena no interior do sistema prisional. Todas as medidas de sanção são expressivas: as penas-
base no mínimo são em apenas 52%; há toda uma forma de driblar a pena mínima (aplicando
processos em andamento não como maus antecedentes, vedados por súmula do STJ, mas
como indicativos de desvios de personalidade; aumentando-a pelo volume, ainda que sem
critérios, ou pela natureza da droga, com uma perspectiva de senso comum); a forma
privilegiada é subutilizada (44% de aplicação e só 20% de aplicação no fator máximo, ou
seja 2/3), o que prejudica enormemente a possibilidade de substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos, em face da dimensão da pena (ademais da negativa de
aplicação das restritivas com base em argumentos de juridicidade questionáveis, em muitos
casos). Os regimes iniciais de cumprimento de pena são desproporcionalmente fixados em
460
mais graves do que a dimensão da reprimenda e atributos subjetivos dos réus permitem. Ao
final, tem-se que as penas médias estão quase três vezes acima do mínimo que a lei autoriza.
E aí, o que se apura é que pouca diferença faz a situação concreta para a maioria das
sentenças. O que significa dizer que se tratar de réu de primário, cometer o crime só, sem
coautores ou não responder por nenhum outro crime, não é tão relevante. Ser flagrado na
posse de um volume relativamente pequeno da droga ou estar desarmado, tampouco. Tratar-
se de um microtráfico não é propriamente uma situação abonadora, às vezes se dá até o
reverso. Muitos acréscimos de pena são justificados, inclusive, pela condição pessoal do
autor, viciado e hipossuficiente, que circunstâncias que provavelmente o levarão a cometer
outros crimes para alimentar seu vício.
Enfim, o tráfico de drogas é algo tão perigoso socialmente, tão fundante da
criminalidade organizada, tão nocivo às famílias, ao trabalho, à sociedade, ao mundo, e o
traficante um ser tão pessoalmente desprezível, de personalidade desvirtuada e praticante e
estimulador dos atos que mais constrangem à sociedade –que o aprisionamento cautelar e
definitivo se apresentam absolutamente indispensáveis. Como se fora esta uma providência
urgente, necessária e de salvaguarda do tecido social.
Fomos buscar, então, no conceito de pânico moral elementos para compreender essa
leitura: o alarde, a desproporção, o perigo iminente que ameaça a sociedade, a estereotipação
do inimigo público (folk devil), a necessidade imperiosa de providências que possam minorar
os efeitos maléficos, o enrijecimento das agências de controle e, ainda assim, a amplificação
do desvio.
As considerações dos juízes, fundadas em crenças generalizadas sobre a ação e
dimensão do uso e comércio de drogas ilícitas se acomodam à forma como se justifica o
apenamento, a prisão, a recusa em aplicar minorantes, como o redutor ou a restritiva de
direitos, diante da gravidade do tráfico e da nocividade do traficante –que faz superar,
inclusive, as situações concretas de menor hostilidade que se apresentam frequentemente no
cotidiano.
Para a compreensão do pânico moral, resgatou-se, em primeiro lugar, a concepção
que se tornou referência com a consolidação no trabalho do Stanley Cohen, Folk Devils and
Moral Panics, que retrata sua pesquisa da forma como a mídia e agentes de controle lidaram
com as rixas juvenis dos anos 1960 no litoral britânico, envolvendo os grupos Mod e
461
Rockers. Cohen traduz a forma como a desproporção e o alarde acabam por amplificar o
desvio, por intermédio do etiquetamento de seus atores, ao invés de combatê-lo. E como, por
intermédio dos exageros e das generalizações, que impactam a cobertura da mídia, mas
também as condutas dos diversos agentes do controle, respostas desproporcionais foram
instituídas.
Cohen desvela uma espécie de microfísica do pânico moral, desenhada a partir de
uma hipótese de desastre e os mecanismos empregados para sensibilizar e responder às
supostas ameaças à sociedade; da atuação dos empresários morais, que captura de Becker, à
criação dos folk devils; da noção de escalada incessante dos perigos às inovações trazidas
pelo controle social, como forma de contê-lo. E, por fim, como aquilo que dominou
incessantemente o cenário de repente se dissolve sem vestígios.
Mais do que descrever a dinâmica do pânico moral, os norte-americanos Goode e
Ben-Yehuda, formularam requisitos para reconhecê-los: a preocupação, o consenso, a
hostilidade, a desproporção e a volatilidade (o atributo, enfim, mais relativizado,
considerando a sucessão de pânicos que envolvem a mesma natureza, como nos casos das
drogas ilícitas). Goode e Ben-Yehuda propuseram, ainda, uma classificação de origem,
sugerindo, enfim, que os pânicos morais são produzidos de baixo para cima (grassroots),
pelas camadas médias da sociedade (grupos de interesse) ou pela ação das elites (elite
engeneering).
É com Hall e o grupo de Birmignham, todavia, que a perspectiva ideológica do
pânico moral se desvela. Não como uma teoria da conspiração, que insira a mídia na
malévola posição de instrumento da elite, mas como mecanismo de reprodução que se
encontra na própria estrutura do jornalismo -que diante da necessidade de produção com
urgência e confiabilidade, lastreia-se, sobretudo, na visão do poder instituído. Por intermédio
do pânico moral do mugging, assaltos de rua com violência, no começo da década de 1970,
em Londres, os autores mostram os desvios das próprias estatísticas, o viés racial que pautou
as ações da polícia e a legitimação de um esforço coercitivo que viria, sobretudo, para soldar
as fissuras sociais que a crise do capitalismo expunha. Mas é sobretudo com a noção de
espiral de significação, por intermédio dos mecanismos de convergência e transposição dos
limites, que Hall ilustra o crescendo do pânico moral: das rixas juvenis, às questões sexuais,
aos crimes ligados às drogas e à segurança pública como um todo. A perpetuação do pânico,
tal como vista singularmente por Cohen, nas respostas institucionais que sobravam como
462
vestígios eventualmente; por Goode e Ben-Yehuda, como a sucessividade ou a longevidade
dos pânicos ganha um novo perfil com Hall como uma consequência dos interesses que se
moldam na construção de um modelo policial de Estado.
Na profusão de pânicos morais, a mídia tem um papel essencial, seja como
estimuladora do alarde, seja como difusora das mensagens –de um lado, pauta as perguntas,
de outro, simplifica as respostas. No âmbito das drogas, as imagens se centram entre os dois
polos, saúde e segurança, sempre rodeados de estereótipos e exageros. Pesquisas na área de
saúde apontam como as reportagens que envolvem drogas mensuram de forma
desproporcional o consumo (elevando o de crack e ignorando o das anfetaminas, por
exemplo); supervalorizam a violência envolvida e prestigiam as soluções de custódia
(desprezando a realidade dos centros de apoio).
Sensacionalista na criação dos perigos, fundante nas imagens dos inimigos públicos,
a mídia oferece contribuição decisiva para fixar no imaginário do cidadão-espectador o
desastre dos dois paradigmas, dependente e criminoso. A saúde, com a deterioração em praça
pública dos usuários das Cracolândias (o exemplo intimidatório do futuro breve de cada
consumidor, dentro da fantasia de que qualquer utilização da droga já o prende a esses
efeitos) e na segurança (com a imagética das ações policiais junto aos morros cariocas, em
uma suposta “disputa de território”, portanto, de segurança nacional, travestida da logomarca
da pacificação).
Pesquisas que analisaram o jornalismo serviram de ferramentas para que pudéssemos
consolidar a casuística do pânico moral que, afinal, é um conceito com forte trânsito nas
áreas ligadas à comunicação. Destaca-se aqui a extensa cobertura das extorsões mediante
sequestro que culminaram com a resposta legislativa da criação da Lei dos Crimes
Hediondos e suas posteriores atualizações (após a repercussão dos casos Daniela Perez e das
pílulas de farinha). Como diagnosticou Hall, tivemos a transposição de limites; o hediondo
se tornou a nova racionalidade do sistema penal.
Os mecanismos que Cohen ilustra são claramente reconhecíveis nos elementos da
pesquisa: o clima de desastre que é pronunciado a cada decisão; a ruína da sociedade, o
flagelo do mundo, o risco à humanidade e, sobretudo, o caráter de generalização que impede
que o juiz analise as circunstâncias subjetivas do caso em tela, seja para a aplicação do
redutor, do regime diverso do fechado ou da substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos.
463
O que está em julgamento em cada caso não é a propriamente a personalidade
distorcida do réu –mas do réu de tráfico de drogas; não é ganância deste agente, mas dos
réus desse tipo de uma forma geral; as perspectivas de ressocialização não são balizadas de
acordo com antecedentes do réu, mas de uma figura socialmente construída, o traficante –a
representação do folk devil cujo convívio social deve ser evitado a qualquer custo. Inovações
legais, supressões de direito, privilégio da exceção. Quando a situação se alarma, os
mecanismos coercitivos, como previa Hall, não apenas são impostos, como inclusive
reclamados. O alarde da mídia, a pressão da opinião pública incrementa a responsabilidade
a que o juiz assume.
4.
Foi também um conceito trabalhado por Stanley Cohen, porém em sentido
diametralmente oposto, que serviu de chave de leitura para os resultados que advinham da
segunda discrepância, os estados de negação.
States of Denial é o estudo da híbrida situação que envolve a circunstância de que,
em sofrimentos e atrocidades que nos circundam, as pessoas reagem como se não soubessem
aquilo que sabem. Ou então a informação é registrada -não há tentativa de negar os fatos-
mas sua implicação é simplesmente ignorada.
Cohen distinguiu as três formas principais de negação: a-) negação literal: o fato não
aconteceu; b-) negação interpretativa (não se nega o fato em si, mas dá a ele um sentido
diferente); c-) negação implicatória: não se nega o fato, nem dá a ele um sentido diferente,
mas nega a responsabilidade por ele, a implicação de que o fato possa lhe ser de alguma
forma atribuído.
Cohen formatou também os mais comuns instrumentos da negação, como a
naturalização, a culpabilização da vítima, a condenação dos condenadores e registrou um
mecanismo muito peculiar que se amolda à conivência das instituições: a folie a deux, uma
espécie de negação compartilhada entre parceiros, quando a proximidade institucional
464
vitamina a aparência de uma situação similar a de membros de uma família que sabem quais
problemas evitar. Cai como uma luva para o diagnóstico que Orlando Zaccone faz da
violência policial e a omissão do sistema de justiça: não é um erro de procedimento, é uma
política de Estado.
A segunda disparidade de que falávamos sobre a pesquisa se revela com a distância
entre a propalada magnitude do fato em análise (tráfico de drogas como flagelo da
humanidade) e, ao mesmo tempo, a exiguidade das investigações e a precariedade do
arcabouço probatório, praticamente restrito aos relatos dos policiais –quando não, em
complementação, o próprio aproveitamento dos elementos produzidos no inquérito policial,
antes do estabelecimento do contraditório. Algo de altíssima relevância relegado a um dos
julgamentos mais simples –e praticamente todo ele de responsabilidade dos mesmos
policiais que efetuaram as prisões, a despeito dos péssimos índices nacionais acerca da
violência estatal.
Dados trazidos por Susanne Karsted indicam que o Brasil é o país em que mais cresce
a prática de atrocidades (violência praticada pelos agentes públicos contra a população civil)
na América Latina e no período de 2000 a 2014 só fica atrás da Colômbia, imersa em um
conflito interno e armado de grandes proporções, recentemente objeto de um complexo pacto
de pacificação. Dados sobre violência policial, como homicídio de civis e tortura policial
permanecem inquietantes para a comunidade internacional de direitos humanos –mas a
possibilidade de abuso policial na prisão em flagrante remanesce como uma hipótese exótica,
quase que desconhecida de modo que não há qualquer incômodo judicial em praticamente
terceirizar a prova em mãos dos agentes policiais.
Há uma nítida desproporção da forma como são encarados os depoimentos de
policiais e testemunhas de defesa; os agentes estão cobertos por uma extensiva e equivocada
interpretação do atributo administrativo da fé pública, e a rejeição prematura das versões
defensivas praticamente torna a instrução um jogo de resultado certo. Não bastasse a prova
a considerar seja praticamente toda ela proveniente das forças policiais, tudo o que a
contraria é considerado isolado (independentemente do número de testemunhas que abonem
a versão).
Nas insuficiências da instrução judicial são resgatados para compor o quadro
probatório, os elementos produzidos no inquérito policial. Os testemunhos na delegacia de
polícia servem na ausência de repetição, na complementação dos depoimentos mal prestados
465
em juízo, e, até mesmo em substituição à prova judicial, sempre que existe a suspeita de
alguma espécie de favorecimento ao réu –ou seja, quando a oitiva judicial simplesmente não
confirma os relatos produzidos na delegacia de polícia. Sem contar que ainda há quem leve
em consideração o silêncio na lavratura do auto de prisão como indícios de culpa,
considerando uma atitude idealizada em que o inocente não se cala.
Essa adesão absoluta e exclusiva à prova policial não poderia se dar sem que o juiz ,
de alguma forma, incorporasse o estado de negação, abstraindo a ausência de defesa, a
fragilidade da memória, e todo o manancial de desconfianças que cercam o exercício da
repressão, e, enfim, abdicasse de alguma espécie de dúvida para abrigar-se quase sem
ressalvas, às palavras dos policiais ou as provas nelas ancoradas -a informação de uma
denúncia anônima, seu relato de uma campana, a apreensão da droga que ele mesmo dá conta
e até uma confissão informal da qual apenas o agente teve ciência.
Praticamente nenhum tipo de controle é exercido sobre essa atividade policial. Não
se exige mandado de busca e apreensão para invasões domiciliares, sob o argumento
tautológico de que se a droga foi achada posteriormente, é porque uma situação de flagrância
anterior permitia o ingresso, ainda que dela não existissem indícios contemporâneios. A cada
seis ingressos em residência, apenas um contou com prévia expedição de mandado de busca
e apreensão. De toda a forma, em relação a 84% dos outros casos, em nenhum deles houve
decretação de nulidade da prova.
Não se põe em questão os depoimentos policiais –as contradições a que se aferram
os juízes estão, sobretudo, nas testemunhas de defesa e no réu, contrastada sua versão em
juízo em relação às declarações de inquérito. As pequenas discrepâncias, quando das
testemunhas policiais, são desculpadas pelo excesso de trabalho e volume de diligências.
Os relatos de violência policial são, em sua maioria, ignorados, quando não
contestados e negados pelo próprio juízo, carimbados como mecanismos escusos para tentar
eximir-se de responsabilidade. Praticamente nenhuma diligência é empreendida para
confirmação. E, até nos casos em que existem laudos de exame corporal demonstrando
lesões nos réus, o máximo que se faz, e isso com muita parcimônia, é encaminhar cópias
para posterior avaliações correcionais, sem prejuízo da validade da prova desta forma
colhida –uma espécie de negação implicatória.
466
Os estados de negação são, assim, perceptíveis na pesquisa. De um lado, os réus se
presumem mentirosos, porque suas versões podem ajudá-los, porque não suportam sanções
pela falsidade, porque não têm interesse na verdade ou porque tudo não passa de estratégias
de isenção de responsabilidade. Mas de outro, o policial, cuja avaliação formal dispensa
conhecimento mais profundo, afinal os homens da lei foram recrutados para fazer o bem,
desconhecem os acusados (ou quando conhecem, tem motivos para vigiá-los), guardam uma
moral inabalável e a legitimidade do ato administrativo sob suas mãos, sem, portanto,
nenhum motivo palpável para mentir.
O cotejo dessa disparidade praticamente dispensa a realização da instrução. Os
policiais são críveis, quando coerentes, são tolerados quando contraditórios, são auxiliados
quando desmemoriados; enfim, em muitos casos, não resta mais do que o mero aval policial
para desencadear a persecução e fixar bases para a condenação. Enfim, a confiança plena
nos agentes, a despeito das inúmeras notícias acerca de índices elevados de corrupção e
violência policiais, inabaláveis às presunções de legitimidade e fé pública, indicam a
condição de conhecer e não-conhecer que se encontra no cerne da estrutura conceitual de
Cohen.
Em resumo, só a negação permite a condenação quase absoluta com base em
elementos probatórios tão frágeis; só a adesão irrestrita ao pânico moral permite concluir
pela necessidade de tantas penas e prisões a crimes e réus de gravidade muito questionáveis.
5.
Há duas importantes conexões que as chaves de leitura nos proporcionam.
Se de um lado infrações desproporcionais provocam alarde e emergência social, tal
qual a descrição que faz Stanley Cohen para conceituar os pânicos morais, de outro lado
existe a escassez, o silêncio, quando não o encobrimento, quando se trata de atrocidades e
sofrimentos que passam a nossa volta. Isto significa dizer que o alarme que põe em
movimento empreendedores morais, grande mídia e agentes de controle para produzir o
467
pânico moral (por exemplo, quanto ao uso abusivo ou a comercialização de drogas ilícitas)
não será repetido quando as violências forem praticadas pelos próprios agentes.
Os agentes do controle hiperdimensionam as narrativas de crimes ou de um conjunto
de crimes, agigantando artificialmente os grandes riscos à sociedade aí envolvidos, enquando
a mídia promove o overreacting; de outro lado, o estado de negação expressa o
underreacting acerca de atrocidades que são desprezadas mesmo sendo fortemente
conhecidas. Enfim: um olhar severo sobre riscos à sociedade por desvios; um olhar incauto
acerca dos perigos da repressão sobre estes mesmos atos.
Na dinâmica da pesquisa de sentenças, o que se pode apurar é que ao mesmo tempo
em que a realidade é trazida para dentro dos processos para indicar a gravidade do tráfico,
as famílias que se dissolvem, a capacidade laborativa que se perde, a formação de facções
criminosas e a extrema violência das disputas entre grupos, pintando o quadro de corrosão
social e perda da autoridade, tudo a sugerir uma intervenção ríspida, drástica e tenaz dos
órgãos da repressão, a realidade é afastada dos autos quando em questão a violência policial,
o retrato contínuo de abusos e corrupções, índices de homicídio policial e de permanência
da tortura. Trata-se o crime além dos autos, com tudo aquilo que se vê se ouve da mídia;
trata-se o agente policial, apenas com as formalidades de seu cargo e a importância
administrativa de suas funções. O testemunho do policial que efetua a prisão jamais é
suspeito; ao revés, é o único confiável.
Enquanto o traficante, o folk devil, é pintado com cores fortes, ameaçadoras,
implacáveis (o que justifica o volume alto de penas, prisões e afastamento de benefícios
legais), o policial é considerado de forma abstrata, como um servidor público, dotado de
especial eficácia probatória, acima de qualquer suspeita, salvo apenas se demonstrados
concretamente e com prova robustas, motivos para a sua desconfiança –mas as provas que
colidem com seus relatos, todavia, jamais serão robustas, porque sempre caracterizadas
como em contrariedade com as provas que se respeitam.
Quando se trata de ouvir a defesa, aponta-se que os réus frequentemente negam a
verdade, que os amigos próximos só os auxiliam, que as testemunhas civis, de uma forma
geral, têm medo de prejudica-lo e que, enfim, todo o esforço de produção de sua prova é
destinado a eximir sua responsabilidade, e, por isso mesmo, sempre suspeita. O que vem da
defesa, quase sempre, é tido como contrário ao conjunto probatório –como se dele nem
mesmo fizesse parte. Do outro lado, a presunção de veracidade, de idoneidade, de confiança
468
que decorre do cargo, jamais é rompida, pois alegações de parcialidade, relatos de violência,
são meros mecanismos retóricos, destituídos de eficácia probatória (ao mesmo tempo em
que praticamente nenhuma diligência é empreendida para certificar-se de tais fatos). A
situação é tal que o próprio Conselho Nacional de Justiça editou protocolo para indicar aos
juízes das audiências de custódia quais perguntas e como fazê-las para obter resultados mais
próximos da realidade acerca da violência policial, que a determinação das custódias
pretendeu debelar. As sentenças analisadas, todavia, são anteriores à resolução que
estabeleceu a realização das audiências, de modo que seu resultado não ingressa na pesquisa.
Não há paralelo possível entre o exagero do pânico moral e o silêncio da negação
salvo que representem faces antagônicas de uma mesma moeda. O alarde do pânico depende
em grande medida, do silêncio da negação das atrocidades –e é o que a pesquisa de sentenças
nos aponta. Por isso, devem se afastar as noções de neutralidade do pânico moral. Como
propuseram Goode e Ben-Yehuda, que, aliás, enfatizam a origem preferencialmene popular
ou dos estratos médios do pânico moral, desprezando o pânico que vem de cima; e o próprio
questionamento de Cohen na busca da concretização de supostos pânicos bons. Neste
particular, entendemos que é irrecusável a compreensão do timbre ideológico conferido ao
pânico moral pelo trabalho de Stuart Hall et al, no esforço de aumentar o espaço da coerção
consentida, contribuindo na formatação de um Estado da lei e da ordem, indispensável para
o rearranjo capitalista.
6.
A combinação do pânico moral e dos estados de negação deixa, ainda, pistas para
compreender os processos causais do modelo do nosso próprio encarceramento em massa.
Como expunha Denis Salas, a construção dos pânicos morais é a matriz própria do
populismo penal. E tal como evidenciado por Garland, e demais estudiosos da virada
punitiva, um dos eixos centrais desta mudança é exatamente a recuperação da vítima, como
causa e medida para as punições, inclusive como forma de resgate de um anseio coletivo de
469
segurança. Salas traduz esse movimento como a transição entre o direito de punir e a vontade
de punir.
A exacerbação do papel da vítima serve, em primeiro lugar, para estimular o medo;
a mídia converte a situação concreta de uma na situação provável de outras. Para estes
efeitos, um dos pontos centrais dos pânicos morais é a ideia de generalização, ou seja, de
que o crime sofrido pode ser replicado contra todos. Exemplo claro quando o estudo de
Corália Almeida Leite (Memória, mídia e pensamento criminológico) se refere à
reportagem de uma revista semana indicando possíveis alvos de sequestro, até chegar no
“azarado”: aquele sujeito que se equilibra para pagar as contas no fim do mês, só se lembra
que acontece sequestros quando assiste ao noticiário da TV, imagina que nunca irá passar
por essa experiência nem pode contratar um guarda-costas, porque mal consegue honrar
os salários da cozinheira. Todos estão autorizados a se sentirem vítimas em potencial.
Para o caso do tráfico de drogas, que é um crime sem vítima definida, a generalização
é procedida de forma a identificar o crime como um elemento da correia da criminalidade
organizada (e, portanto, inerente, a todos os outros delitos); identificar a ligação entre o
viciado de poucos recursos e a prática de crimes contra o patrimônio (em relação aos quais
todos podem ser vítimas) e, por fim, indicar a degradação da família e a desestruturação
social como um reflexo direto deste comércio. A ligação entre os perigos foi traduzida por
Stuart Hall como convergência, necessária para ampliar o espectro do pânico, na
denominada espiral de significação –como ligar protestos estudantis com o perigo dos
hooligans ou, conforme pudemos ver no estudo inglês de Julie Baldwin, uma exótica
conexão entre participantes de raves e atiradores de colégio.
De outra parte, o populismo também se alimenta da depreciação da deferência, na
resistência à autoridade, na frustração e no reconhecimento de que, nos órgãos oficiais, existe
um protecionismo em relação aos criminosos paralelamente a um desrespeito ao cidadão de
bem, o que provocaria, progressivamente, um desgaste da confiança e ao longo do tempo,
um esvaziamento da representação política. Não à toa, o prestígio conferido aos órgãos de
acusação pari passu em que se deprecia a atividade de representação: a luta contra a
corrupção aproveita a criminalização da política para a supervalorização do representante
das vítimas, no imaginário popular, ora o Ministério Público, ora o juiz condenador que
satisfaça o ressentimento popular.
470
O quadro expansionista está bem evidente entre nós, que também fomos alcançados
em cheio pela onda punitiva. Alguns reflexos evidentes, como o intenso volume de
legislação penal pós-redemocratização, ainda maior do que no período entre 1940 (último
Código Penal) e 1985, em que convivemos sob dois regimes ditatoriais. A segurança pública
se tornou ponto central do debate político-eleitoral e, inclusive por causa disso, destinatária
preferencial de gastos orçamentários. Isso tudo mais, em especial a partir do final da década
de 1980: entre 1990 e 2014, um crescimento superior a 500% do número de presos. Parte
considerável das expressões da virada punitiva aqui também se apresentaram, com a
contaminação de senso comum e espetacularização próprios de uma influência crescente da
mídia neste campo, crescente militarização da atividade policial e um endurecimento penal
legislativo, completamente disforme à Constituição recém promulgada.
A ampliação da esfera punitiva pela correia de transmissão do populismo penal, no
entanto, não pode ser responsabilizada entre nós pelo fim do previdenciarismo penal, ou
mais especificamente, pelo declínio dos ideais de reabilitação. A ressocialização, quando
muito, habita o cotidiano forense como um pretexto reverso para vedar promoções de
regime, quando ainda dependentes de laudo criminológico. O abandono social dos
condenados, dentro das instituições prisionais enquanto cumprem suas penas, e depois,
alijados pela sociedade com a forte estigmatização, é mais fácil de ser compreendida como
características históricas do que propriamente uma importação de modelos estrangeiros.
Tampouco se pode sentenciar que a onda punitiva entre nós seja uma consequência
das políticas neoliberais e do desmantelamento dos mecanismos de proteção social –eis que
o maior crescimento no encarceramento coincidiu, em certa medida, com os governos de
centro-esquerda, simultaneamente à implementação de instrumentos de transferência de
renda.
O turning point da discricionariedade judicial, valorizado nos estudos ligados a
realidade do common law, não tem por aqui a mesma relevância. As transformações
processuais do direito norte-americano e inglês restringiram enormemente a
discrionariedade judicial, com instrumentos como o minimun mandatory sentences e as
guidelines, o que provocou alargamento das penas, forte contribuinte do encarceramento em
massa. O mesmo fato não pode ser apontado por aqui, salvo a proibição da progressão em
crimes hediondos e equiparados (ao final, refutada por inconstitucional).
471
Ao revés, no âmbito dos crimes ligados às drogas, como se pôde constatar, os espaços
interpretativos sempre se fizeram, majoritariamente, em direção ao encarceramento, mesmo
à revelia da lei e da própria jurisprudência consolidada dos tribunais superiores. Aqui
desnecessária a edição de leis facilitando busca e apreensões (como as no knocks warrant
norte-americanas), porque a necessidade de autorização judicial vem afastada, desde logo,
pelos próprios juízes.
De outro lado, razão tinha Loic Wacquant ao prever que em uma sociedade
caracterizada por disparidades sociais vertiginosas, pelo uso rotineiro da violência policial e
pelo recorte de classe e discriminação racial impregnadas no sistema criminal, certas
medidas seriam seguramente maximizadas, como se tornou local comum a caracterização
de um genocídio da juventude negra, em especial nas periferias das grandes cidades.
O fator que interfere nessa acomodação particular da onda punitiva é o legado
autoritário, a contribuição nativa. A marca distintiva do país; o que mantém resistente,
inclusive, a magistratura, ao controle e fiscalização da polícia, inerente à função própria de
garantidor de direitos, atividade que pretere em relação à manutenção da ordem.
Da exploração colonial à legislação absolutista, na longeva escravidão que
ultrapassou a independência e manteve marcas perenes aos períodos ditatoriais mesmo após
a proclamação da República, da contenção armada de revoltas populares às conciliações
oligárquicas que evitaram rupturas. A marca do autoritarismo está presente na história
brasileira, ainda que a natureza de seu espólio seja objeto de discussão entre historiadores.
Uma vertente liberal-conservadora a concentrava no Estado, opressivo e ineficiente, e seu
peso sobre a sociedade civil; outra, sobretudo, na escravidão, cujas marcas de dominação
foram sendo permanentemente atualizadas. Como apontou Florestan Fernandes, de nenhuma
modernidade a burguesia nacional: Por suas raízes históricas, econômicas e políticas, ela
prendeu o presente ao passado como se fosse uma cadeia de ferro.
Em um breve compêndio das ideias autoritárias e sua repercussão no sistema penal,
Gloeckner ressalta elementos que, de uma forma ou de outra, sempre estiveram presentes
em nossa formação, como o catastrofismo (a ideia da crise permanente), o cientificismo (o
apelo à tecnocracia), o elitismo (governo por uma minoria esclarecida), o nacionalismo (na
forma de repúdio a ideias estrangeiras) e o antiliberalismo político (ainda que convivente
com as várias expressões do liberalismo econômico).
472
De outra parte, a acomodação entre uma forma democrático-republicana e uma
prática social autoritária é combustível para duas características marcantes da história
política, sem as quais é racionalmente impossível compreender os movimentos do sistema
penal, aí incluído o grande encarceramento: a convivência entre sistemas e a informalidade
que dela diretamente decorre. A convivência entre o liberalismo iluminista da Constituição
de 1824 e a escravidão não foi um fato isolado. A legislação penal severa que tem brotado
de forma compulsiva desde a promulgação da Constituição cidadã, em 1988, é uma marca
suficientemente contraditória, como é o crescimento da violência de Estado no período pós-
redemocratização. De outro lado, a informalidade é parte indissociável dos mecanismos de
repressão, seja pelo direito penal subterrâneo, praticado a olhos vistos, seja pela própria co-
gestão das instituições prisionais pelos reclusos.
A convivência nos fez sair da ditadura com uma multiplicidade de leis liberalizantes,
mas, ao final, sufocadas pela draconiana Lei dos Crimes Hediondos: a forma como o legado
autoritário se agiganta na dinâmica da convivência é certamente um elemento que deve ser
apreciado para compreender causas e efeitos do grande encarceramento. A informalidade, a
seu turno, depende fundamentalente das omissões relegadas a promotores e juízes –e por
isso trafega com tanta tranquilidade.
Gloeckner situa em duas principais categorias estruturantes as heranças legadas ao
sistema penal: os poderes instrutórios do juiz e o princípio da livre apreciação das provas
que, como vimos, serão decisivos para a montagem de um processo essencialmente
inquisitorial. Processo inquisitorial que, como ensina Jacinto Coutinho, interessa e sempre
interessou aos regimes de força, às ditaduras, aos senhores do poder.
É o legado autoritário que se vislumbra na incorporação dos estados de negação, tais
como descritos por Cohen. A adesão judicial aos relatos da polícia, a omissão em relação às
violências, o estilhaçamento da presunção de inocência, o desprestígio do contraditório,
enfim, nada disso é proveniente de um avanço do populismo penal. São características que,
a bem da verdade, marcaram a nossa história como a mescla da legislação liberal e da prática
autoritária, da ausência de pena de morte e da profusão de mortes sem pena; no âmbito
processual, o prestígio da prisão provisória sobre a presunção de inocência. Para usar uma
conhecida classificação ideal dos processos, efetuada por Herbert Packer: o devido processo
legal inscrito nas leis; um modelo de controle do crime praticado efetivamente.
473
As chaves de leitura, portanto, nos permitem depreender por intermédio dessa
correlação entre estrutura e agência, algumas considerações mais concretas acerca do
encarceramento brasileiro: a junção de um populismo penal que se espraiou mundo afora
(como revigoramento da estrutura capitalista) e nosso legado autoritário (marca da
escravidão, permanências sobre rupturas, e uma conservação da ordem em uma perspectiva
elitista).
Enfim, a hipótese de que tratamos é justamente uma combinação entre a influência
externa e as matrizes autoritárias que nos formam. No Brasil, a virada punitiva encontra o
legado autoritário: temos a mesma onda punitiva, mas ao mesmo tempo diferente. A mesma,
porque o crime também contamina a governamentalidade, também se impõe pelos critérios
de eficiência e se lustra no espetáculo, também é tributário do populismo; porém diferente,
pois não rompe com o processo como garantia (que nunca deixou de ser uma quimera), não
inviabiliza a ressocialização (que sempre foi o eufemismo para o castigo carcerário) e não
tolhe de todo a discricionariedade judicial destinada a elevar penas ou regimes –os juízes
fazem isso mesmo quando não são compelidos. De outro lado, a dinâmica prisional mais
estimula do que previne a própria criminalidade.
Com o que regressamos, após a pesquisa do microcosmo, às considerações então
lançadas em relação às macro-análises. Considerando que os espaços políticos parecem hoje
ocupados pela junção de um populismo nacionalista e uma recuperação popular do
autoritarismo, ou seja, populismo e legado autoritário praticamente fundidos, não seria
surpresa se o encarceramento atual se transforme, em um futuro próximo, em objeto
nostálgico de desejo.
7.
A pesquisa de sentenças trouxe resultados que demandam algumas considerações,
em especial a questão da regionalização das decisões, que nela ficou patente. Grosso modo,
nos Estado de maior porte (assim considerados pelo movimento no CNJ), SP, MG, RS e PR,
474
os juízes usam como referências mais as decisões de seus próprios tribunais do que as
decisões dos tribunais superiores, aí incluído o Supremo Tribunal Federal. Essa escolha de
decisão bairrista, que de certa forma molda bolhas de convergência, não é gratuita. Na
maioria destes Estados, as decisões são, de certa forma, mais rigorosas, justamente a partir
das distâncias dos paradigmas do STF. Isso significa dizer que haverá penas em regime
fechado em maior proporção e substituição por penas restritivas em menor proporção.
Assim, em que pese exista uma enorme convergência no resultado das decisões,
praticamente em 80% dos processos, o desate é a sentença condenatória em tráfico de drogas;
na aplicação das penas existe uma enorme discrepância judicial. Maior ou menor adesão (ou
dito de outra forma, em grau mais ou menos elevado de resistência) às decisões do STF que
a-) considerou inconstitucional a proibição de substituição de penas privativas de liberdade
pelas restritivas de direito (excluída a vedação do ordenamento jurídico por resolução do
Senado); b-) considerou inconstitucional a obrigatoriedade do início da pena de condenação
de tráfico de drogas em regime fechado.
O Estado de São Paulo, neste ponto, é um destaque entre os extremos. De um lado,
nenhum dos índices de gravidade são elevados. O Estado lidera o índice de apreensões de
dinheiro de baixo valor (96,62% abaixo de um salário mínimo); apresenta média de 1,31
réus por processo (o menor índice de coautoria entre os Estados pesquisados); 7,02% de
investigações (o segundo menos investigativo); 4,91% de armas apreendidas (o menor índice
entre os oito Estados), 8,07% de apreensão de balança de apreensões (também o nível mais
baixo). São Paulo lidera, ainda, o maior índice de pequenas apreensões de crack (81,52% de
apreensões inferiores a 50g) e é o segundo Estado em que nos processos mais se apreende
quantias pequenas de maconha (66,67% de apreensões inferiores a 100g).
Por outro lado, é o líder em condenações (85,52% para uma média de 78,40%) e
também o Estado que menos absolve (8,85% para uma média de 15,33%). É o Estado com
penas em regime fechado em maior proporção, de longe (89,66%, de uma média de 67,93%)
e o que menos aplica as penas restritivas (5,64%, de uma média de 15,98%), sendo que 34%
das rejeições de aplicação não se fazem por impeditivos legais –como por exemplo a
reincidência ou a dimensão das penas, e sim com base em apreciações subjetivas de
juridicidade questionável (em uma média geral que é inferior a 16%).
Não há propriamente uma proporção entre acusação, gravidade, condenação e pena.
Não se pode afirmar que os crimes paulistas sejam mais graves; mas pode-se confirmar que
475
suas penas são significativamente mais expressivas –com encarceramento mais duradouro
em face, principalmente, do regime inicial de cumprimento e da enorme hesitação com a
aplicação de sanções restritivas.
A regionalização que se constata com a pesquisa desmente, de certa forma, todos os
esforços legislativos de nacionalização da jurisdição, que compreenderam: a-) a competência
privativa da União para legislar sobre normas penais e processuais; b-) a criação do Superior
Tribunal de Justiça para a uniformização da interpretação da lei federal; c-) os mecanismos
de verticalização instalados com a reforma do Judiciário, cumprindo a vocação de um caráter
essencialmente nacional (entre eles, a própria criação do CNJ, a as súmulas vinculantes etc).
A punição é extremamente regionalizada, e especial pelo descompasso das
interpretações estaduais dos tribunais superiores (do qual o TJSP parece ser o ponto
culminante, embora não o único). Na regionalização à brasileira, São Paulo é, por assim
dizer, uma espécie de Texas –condenados por tráfico de drogas tem uma chance muito maior
de iniciarem o cumprimento de pena no interior do sistema carcerário do que a maior parte
dos outros Estados.
Entre os riscos da regionalização se encontram, por exemplo, uma enorme
diversidade de forma de cumprimento das penas, não sendo as jurisprudências consolidadas
nos tribunais acessíveis a todos os réus. O quadro, todavia, só tende a se aguçar com a decisão
do STF de permitir, em contradição com o expresso texto constitucional, o início da
execução da pena já com a decisão em segundo grau, com o quê se prestigia em demasia
decisões estaduais muitas vezes contrárias à jurisprudência superior. Indiretamente, com
esse perfil desconstitucional, o STF apenas alimenta as possibilidades de diversidade
regional e aprofunda o desvio entre os réus. Considerando que os tribunais de grande porte
são as mais refratárias às jurisprudências do STF, isto tende a significar mais uma
contribuição para o encarceramento.
Pela pesquisa de confirmação, em altíssimo grau de concordância, sabe-se que esta
distância dos paradigmas do STF não é exclusiva dos juízes paulistas do primeiro grau; ao
reverso, as sentenças proferidas pelos juízes são em grande parte mantidas pelo TJSP, em
índices que superam a 80% -da mesma forma, como as sentenças dos juízes baianos pelo
respectivo tribunal (que também utilizamos como amostra para essa pesquisa de
confirmação).
476
O que se verifica aqui não é propriamente uma divergência praticada no exercício da
independência judicial –mas apenas a submissão a um tribunal em que estão os juízes
vinculados. Uma hipótese dessa constatação pode estar no raciocínio de Richard Posner, ao
afirmar que o juiz segue precedente da Corte para a qual suas decisões serão apeladas mesmo
quando o precedente não é vinculante (por não provir de uma corte superior), pode estar
tão profundamente tecido na lei que descumpri-lo é impensável. Zimbardo, por sua vez,
estudando como atrocidades são praticadas por pessoas comuns, invocou situação que pode
ajudar a iluminar a questão: o acatamento de expectativas não-verbalizadas –a submissão
implícita como forma de manter-se no grupo, dentro do inner ring. Até porque, como
costuma mencionar Zaffaroni, o diferente é quase sempre objeto de estranhamento, inclusive
e, principalmente, dentro do Judiciário.
É difícil, no entanto, apenas com os dados apurados, encontrar com exatidão, as
circunstâncias que determinam esse desnível punitivo. A distância dos paradigmas do STF
foi o único dado efetivamente colhido na pesquisa, que corrobora o intervalo. De fato, quanto
menos relevância se dá aos paradigmas do STF, preterindo-os por seus próprios, maiores
tendem a ser as sanções aplicadas nos Estados.
São Paulo pode nos trazer algumas indicações. Distâncias históricas, frutos de
embates políticos, marcaram as administrações de Estado e União, pelo menos desde a
década de 1930, com a Revolução que levou Getúlio Vargas ao poder e, em seguida, o
engajamento dos paulistas no movimento constitucionalista. Para Jessé Souza, inclusive, a
necessidade de criar um pensamento que representasse a elite paulista, um think tank liberal
conservador é que moveu o Estado pela instalação ainda na própria década de trinta da
Universidade de São Paulo662. No campo educacional, por exemplo, até hoje permanece a
distância, observando-se a longeva resistência na aplicação de critérios nacionais para o
ingresso nas instituições, nos casos das cotas raciais e do Exame Nacional do Ensino Médio.
Ao descrever os arranjos político-administrativos que teriam marcado o
relacionamento entre as instituições do sistema de justiça de São Paulo e o Poder Executivo,
Luciana Zaffalon chama a atenção, de um lado, para a histórica proximidade do Tribunal de
Justiça com a Polícia Militar. E, de outro lado, os mecanismos pelos quais, na gestão político-
administrativo do Tribunal de Justiça, cargos chave que influenciam os padrões de
encarceramento foram constantemente mantidos fora do sistema legal de promoção, por
662 A elite do atraso, p. 131.
477
antiguidade e merecimento, como nos casos do Departamento de Inquéritos e das Execuções
Criminais, portas de entrada e saída do sistema663.
O trabalho de José de Jesus Filho e Francisco César Pinto da Fonseca aponta uma
curiosa contradição, na análise de taxas de encarceramento comparativa entre os Estados
brasileiros: os Estados que mantem níveis de encarceramento maiores tem menores taxas de
aprisionamento provisório –circunstância que pudemos atestar também na linha dos
processos pesquisados. Grosso modo, a ideia é que quanto mais estruturados os órgãos do
sistema de justiça, mais diminuem-se os atrasos -que impulsionam prisões provisórias mais
longevas. Contraditoriamente, todavia, aumentam as taxas de encarceramento. Não à toa, os
tribunais de justiça considerados de grande porte pelo CNJ (TJSP, TJMG, TJPR, TJRS) são
aqueles nos quais encontramos maiores proporções das penas fixadas em regime fechado.
Enfim, a pujança na estruturação da Justiça tem significado maior encarceramento e
não maior liberdade. O que, aliás, de certa forma fora anotada por Gorete Marques, em
pesquisa que buscou apurar a construção da verdade nos processos de tráfico: a prisão, além
de ser um dispositivo de controle de populações (Foucault) torna-se um índice de produção
no campo político da segurança pública.
8.
O veio qualitativo da pesquisa nos permite destacar outras questões relevantes que
auxiliam a compreensão dos bens que estão em jogo, nos processos de tráfico de drogas.
Chama a atenção, por exemplo, um absoluto desprestígio à questão sanitária.
Primeiro, do ponto de vista probatório, são raros os casos em que o juiz determina ou defere
a realização de exame de dependência químico-toxicológica. Em várias situações, o juiz
baseia seu indeferimento em uma superficial análise que ele próprio tenha feito do réu
durante o interrogatório, sobrepondo-se às alegações de dependência, aos relatos de
663 A política da Justiça, p. 344/362.
478
pretéritas internações ou mesmo de comportamentos compatíveis com a situação, relatados
por testemunhas. Até a afirmação do réu de que é dependente chega a justificar, a contrario
senso, sua plena capacidade de discernimento.
Não obstante, em algumas destas situações, a existência de um vício acaba sendo
imputada ao réu como circunstância a sopesar, por exemplo, na escolha do regime de pena,
na vedação da substituição por restritivas ou no status libertatis. A lógica empregada é a de
que, imerso no vício (a despeito de não ser formalmente considerado dependente),
permanecerá praticando crimes para sustentá-lo. Não perpassa a lógica, a circunstância de
que, se é o vício que o remete ao crime, dificilmente largará o crime sem tratamento –
considerando ademais a larga oferta de droga nas instituições prisionais.
Mas o desprezo pela prova da dependência é, em verdade, resultado de puro
pragmatismo, considerando que os juízes, de uma maneira geral, não entendem possível a
translação de efeitos da dependência para o crime de tráfico de drogas. O argumento é o de
que é plenamente possível cumular-se as duas situações, a de traficante e a de viciado, sem
nenhum tipo de atenuação. E, de certa forma, tal análise acaba por ter um lastro nos próprios
laudos, pois os experts em regra apontam que o réu não é dependente para os fins do tráfico
de drogas.
Diversamente, contudo, da via crucis que o réu precisa empreender para tentar provar
sua dependência de modo a evitar ou minorar os efeitos da condenação, no âmbito cível ela
é largamente aceita, sem muitas exigências. Uma mera declaração de médico acerca da
dependência é o que basta, em regra, para justificar a decretação da internação compulsória.
A dependência química, portanto, só é relevante e significativa se tiver como consequência
alguma forma de custódia. A questão, por óbvio, transborda a saúde e ingressa
explicitamente no terreno da ordem pública.
Entre as fissuras mais comprometedoras da presunção de inocência, que se revela
seja no exagero da prisão provisória ou no aproveitamento praticamente sem ressalvas dos
elementos de inquérito, está uma insistente transferência do ônus da prova para a defesa.
A partir da prova da apreensão da droga, que também é derivada da palavra dos
policiais, todo o resto é exigido do réu como contra-prova. É a ele, no fundo que cabe
demonstrar que a posse da droga se destina exclusivamente a seu uso pessoal. A ele cabe
provar a capacidade financeira de adquiri-lo, a origem lícita do dinheiro apreendido (por
479
menor que ele seja), e, em suma, a prova negativa de que não pretende comercializar a droga.
Considerando que a quantidade de droga permanece plurívoca, na ausência de um critério
legal ou mesmo jurisprudencial, a presunção da mercancia se sobrepõe quase que
absolutamente. Não à toa, tirante as referências à aceitação dos testemunhos policiais como
prova, o segundo tema mais pesquisado na jurisprudência pelos juízes, é justamente a
suficiência da apreensão, ou seja, sem a necessidade de maiores elementos probatórios.
Se o réu imputa a posse a terceiros, é seu mister demonstrar o álibi, sob pena de ter
contra si provada a circunstância –e pouco importa, nesse contexto, que sua prova seja a
admissão do adolescente em juízo. Prevalecerá sua versão policial e a versão dos policiais.
A ausência de comprovação documental de atividade lícita pode inclusive levar à conclusão
de uma dedicação às atividades criminosas e, portanto, vedar-lhe o acesso à figura
privilegiada.
Enfim, não faltam decisões em que a dúvida acerca da destinação da droga se resolva
contra o réu, na pressuposição de que para a configuração do tipo penal basta o porte ou
guarda da substância –desde que não exaustivamente provada a situação do uso pessoal. A
transferência de consequências da dúvida é, talvez, entre tantos, o abuso mais contundente
da presunção de inocência.
Por fim, parte do trânsito livre que o pânico moral tem entre as decisões judiciais
deve-se a um agudo predomínio do senso comum, principalmente no que respeita às drogas,
uso, natureza, riscos etc. A pesquisa buscou identificar as doutrinas vinculadas ao assunto,
considerando as consequências produzidas: a ideia de que uma droga é mais perigosa do que
a outra impactando na gradação das penas; o volume das drogas apreendidas e sua vinculação
com eventual propósito de consumo; a especial natureza do crack refletindo na negativa de
privilégio, na ausência de substituições por penas restritivas e, ainda, impacto considerável
na fundamentação das prisões cautelares, em especial aquela decretada na sentença.
Todavia, a despeito de tamanha relevância dos aspectos técnicos, e dos efeitos que
concretamente produzem, há uma precariedade de consulta a bibliografias científicas.
Apenas em 11 das 800 sentenças foram feitas referências a obras técnicas que, de alguma
forma, avaliem tais questões. E mesmo estas poucas referências variaram de pesquisas
acadêmicas a manuais de medicina legal, sítios de informação geral, como o Wikipédia e
Brasil-Escola, matérias jornalísticas e páginas de campanhas proibicionistas. Não há
propriamente razoável contribuição de pesquisa científicas para decisões que interferem
480
decisivamente na formação dos encarceramentos. O senso comum norteia decisões que
avaliam a destruição cerebral do usuário, a dependência imediata, do caráter epidêmico da
droga etc. A bem da verdade, no que respeita a colação da doutrina jurídica, também existe
uma forte preponderância nas referências dos manuais, repositórios de jurisprudência, e
obras de autores com grande trânsito nos cursos preparatórios.
A criminologia, enquanto disciplina, é outra que passa à distância das preocupações
da preparação de magistrados. Há uma nítida despreocupação com o sentido de seletividade
da ação penal, uma confusão de conceitos entre o usuário e o dependente, e, sobretudo, uma
confiança desmesurada na capacidade dissuasória do direito penal: muitas prisões são
decretadas para que o réu deixe de ter contato com a droga ou na esperança de que a
comunidade, sem o seu passador possa de alguma forma amealhar espaços de maior
tranquilidade.
Atônito, o juiz até reconhece que o volume de prisões não tem feito diminuir o
ingresso de processos: Observa-se, ainda, o grande número de casos de tráfico em
andamento na justiça paulista, que continua a receber considerável número de novos casos,
indicando que não há redução nesse tipo de infração. Mas, ainda assim, ao final, rende-se à
solução de decretar uma vez mais a prisão do acusado de tráfico.
9.
A pesquisa lança luz também sobre alguns mitos da atuação dos juízes, que impõem
a este momento ressaltar. O primeiro e mais elementar deles é a falsa ideia de leniência. Não
se pode mais conjugar o antigo chavão sem a referida atualização: a polícia prende e os juízes
também. E em larga medida.
Se de um lado a constatação pode aquilatar a importância do fator juiz para a
formatação do grande encarceramento e ser então visto como crítica, um comportamento a
ser conhecido para ser transformado; de outro, sem dúvida, permite aos juízes que assumam
os papéis de heróis vingadores. Há um significativo reclamo na magistratura no que concerne
481
a uma consideração de sua pouca importância no combate à criminalidade, ou de que, pelo
menos, de baixa sensibilidade da mídia em relação a isto. Os dados que aqui se apresentam
permitem que arroguem com mais ênfase tais façanhas.
Podemos dizer, ainda, que outros mitos vêm se tornando cada vez menos aceitáveis:
a-) cada cabeça, a mesma sentença: os dados colhidos sugerem um certo rompimento com
a ideia de imponderabilidade da decisão judicial. O que o conjunto de sentenças mostra é
um padrão claro, seja no expressivo resultado das condenações, justamente onde poderia
existir maior divergência fática, seja nos argumentos com os quais o desequilíbrio das
versões acusação x defesa é construído, como um jogo de resultado esperado. Mesmo em
relação às penas, em que se vislumbra uma informal regionalização jurisprudencial, pode-se
falar em bolhas locais de convergência, mais do que propriamente uma diversidade de
avaliações;
b-) nem ativista nem legalista: a controvertida disputa epistêmica não encontra nas decisões
representações significativas de seus arquétipos. Raríssimos são os espaços de ativismo -é
mais fácil encontrar decisões que ignoram paradigmas de tribunais superiores que aplicaram
diretamente princípios constitucionais, pois estes, quando usados, pervertem o próprio
sentido de limitação ao poder. Ao mesmo tempo, lastro quase nenhum no formalismo, como
o estilhaçamento da presunção de inocência e o pouco cuidado com o trato da legalidade da
prova, além da predominância do senso comum sobre o arcabouço doutrinário. Enfim,
elementos que estão a indicar também que o espaço de “ordem” é muito mais presente do
que propriamente o da lei –com o quê o respeito ao que emana da atividade policial quase
se transforma em acatamento.
c-) a busca da verdade é uma contrafação da realidade: o predomínio do senso comum
não afasta apenas o direito (na medida em que presume relações causais inexistentes), mas
também se insere em avaliações que se apodera vulgarmente de questões científicas (como
a gravidade da droga ou a forma de seu consumo) e algumas proposições de política-criminal
muito pouco verificáveis, como o efeito dissuasório da pena, tratado como regra inabalável
e que justifica a escolha e aplicação das medidas cautelares e das sanções criminais. Mas o
instinto de realidade tem o limite da própria ideologia que preserva a ordem: o policial é
sempre a mesma figura formal e abstrata, impoluta e diligente, cumpridora de suas funções
protetivas, salvo prova robusta em contrário. Uma ficção jurídica para combater perigos
supostamente reais.
482
d-) a autoridade expressa a submissão: a independência judicial não atua em prol da
garantia de direitos fundamentais -em regra, a autonomia do juiz é utilizada para negar a
proteção de direitos concedida pelos tribunais superiores; o respeito à jurisprudência local –
dos tribunais que manejam promoções, remoções e designações- mais do que o que merecem
as decisões pacificadas do STF, indica que ao mesmo tempo em que se procura impor pela
ordem, o magistrado a ela se submete sem muitas aparas.
Uniformidade de decisão, que evoca consenso e disciplina; manutenção de ordem,
que remete à autoridade e a submissão. Segundo J. A. Griffith, valores que não são
propriamente distantes da realidade política do Judiciário. Como se vê de todos os fluxos da
visão do interesse público, demonstrada em atitudes judiciais, afirma Griffith, como ternura
para a propriedade privada e antipatia dos sindicatos, forte adesão à manutenção da ordem,
o desgosto para opiniões minoritárias664, “os juízes não são fortes defensores naturais da
liberdade. Os juízes estão preocupados em preservar e proteger a ordem existente”.665
e-) dissidência é uma exceção que consagra a regra: Pela pesquisa complementar que se
fez com as decisões absolutórias, apurou-se que elas representam: a-) o resultado de uma
falha na colheita da prova, como o laudo pericial negativo ou a ausência de qualquer
testemunha de acusação, ou sua absoluta falta de memória, a despeito de todas as
oportunidades que lhe foram dadas; b) o reconhecimento tardio do excesso de denúncia,
especialmente em relação aos casos de vários réus, amigos e familiares, em que a prova
desde o início firmou-se contra apenas um deles, mas houve o processamento, e quase
sempre com prisão, de todos. A maior amplitude de réus nas sentenças de absolvição é a
única variável justificada; c-) por fim, uma cota pouco significativa de decisões a que
denominamos de contracultura, em que o prestígio da presunção de inocência se faz com
maior intensidade. Longe de comprovar orgulhosamente o pluralismo, as instituições mais
segregam do que estimulam a diversidade de pensamentos, na linha do que comenta Posner:
o processo de preconfirmação e o desafio de confirmação que os candidatos devem tomar
parte se somam para expelir os juízes que nadam contra a maré666.
664 The politics of Judiciary, p. 336 665 Idem, p. 342. 666 Op.cit., p. 374.
483
10.
Compreender o tamanho da responsabilidade judicial pelo grande encarceramento
não é uma operação necessariamente negativa. É um convite para discutir os próprios
poderes do juiz, em um momento em que está tão em voga a crítica acerca da construção de
uma ditadura do Judiciário. A conclusão que é possível extrair das decisões pesquisadas é
justamente no sentido contrário.
Como apontou Cohen, o fortalecimento da repressão acaba sendo a marca mais aguda
das respostas produzidas pelos agentes do controle social. Na ação do juiz, essa repressão ou
combate significa mais condenações, mais pena, regimes mais graves, menos minorantes,
mais tempo de prisão cautelar. Em resumo, mais encarceramento.
Quando cede ao senso comum, quando se aparta da técnica, quando mergulha na
decisão política, de oportunidade ou conveniência, menos o juiz tem condição de exercer
seu poder. As presunções que o ajudam a formar sua livre convicção, em especial a aposta
desmedida na idoneidade dos policiais, cujo poder lhe incumbe controlar e refrear, e a busca
por uma verdade que pode ser obtida de qualquer forma, não lhe prestigia. A presunção da
culpa o torna dispensável. Omissão à tortura e aproveitamento sem reservas dos elementos
de inquérito, notadamente os fragmentos de declarações, esvaziam sua competência
constitucional de processar e julgar. A adesão ao pânico moral, às razões de Estado, ao
clamor público, enfim, lhes retiram não apenas um considerável naco de independência, mas
a própria serventia. Para ser o repositório dos anseios populares, sua existência é claramente
dispensável.
O decisionismo não é um exercício de poder, mas, sobretudo, um esvaziamento dele.
O prestígio dos vetores constitucionais é a única garantia de relevância aos juízes. É da
Constituição que se subtrai a função garantista do juiz, entre os diversos direitos que foram
tutelados para moldar o exercício da dignidade humana e da inafastabilidade do Judiciário
de apreciar qualquer lesão ou ameaça a eles.
A submissão à ordem, o alinhamento às políticas, a adesão incondicional às polícias
o impede de exercer e fazer cumprir as limitações ao poder punitivo que são a sua razão de
existir. Como relembra a personagem de Liam Nesson, no diálogo que epigrafou este
trabalho, retirado do filme A Lista de Schindler: não é a possibilidade de punir que
484
empodera a autoridade: poder é quando nós temos toda a justificativa para matar e não
matamos.
Por fim, uma nota sobre a independência judicial.
A independência judicial é um atributo do cidadão, mais do que uma prerrogativa do
juiz. Como afirma o Valor 1, dos Princípios de Bangalore de Conduta Judicial: “A
independência judicial é um pré-requisito do Estado de Direito e uma garantia fundamental
de um julgamento justo.667”
Ela existe para que o juiz possa, sem pressões, garantir os direitos que a Constituição
assegura a seus cidadãos: Não se trata de privilégio do cargo de juiz e sim da
responsabilidade a ele atribuída668. A independência é um encargo, portanto, não uma
vantagem.
Chega a ser uma perversão, nesta situação, que decisões plenárias do STF sejam
refutadas, mesmo que fora do controle direto de constitucionalidade, por interpretações
menos protetivas, que imponham o retrocesso. A regra deve espelhar, ao menos, as relações
que o direito interno mantém com o sistema internacional de direitos humanos: acolher as
normas que expandem a proteção aos direitos humanos, sem prejuízo de reconhecer a
validade das normas que no nosso direito conferem proteção mais substanciosa ao que se
consignam nos tratados.
Os juízes não devem ser vedados a conferir uma proteção de direitos humanos maior
que aquela conferida em súmulas dos tribunais superiores ou mesmo em decisões plenárias
do STF (nem jurídica, muito menos disciplinarmente); mas não devem poder, sob o pretexto
da independência, submeter-se a jurisprudência menos protetiva. Para lembrar Zimbardo,
acerca da desinvidualização pela conformidade: Eles permaneceram independentes - em
suas mentes, mas não em suas ações.
Não obstante tem-se verificado um crescimento contínuo de encarceramento em
relação aos crimes ligados a drogas, e a pesquisa de sentenças conclui pelo exagero das
penas, ao lado do excesso de prisão provisória, ainda assim, o conjunto dos juízes avalia uma
certa insuficiência na repressão. Pesquisa institucional realizada pela Associação dos
Magistrados Brasileiros, em 2015 (último ano de colheitas das sentenças deste trabalho),
667 “Comentários aos Princípios de Bangalore de Conduta Judicial”. 668 Op. cit.
485
apontou que 71,7% dos juízes eram a favor do aumento da pena mínima para delitos de
tráfico de drogas e 67,0% eram a favor da proibição de liberdade provisória, com ou sem
fiança, para os mesmos delitos.
Há nitidamente uma sensação de que o tráfico de drogas é, efetivamente, um delito
de imensa gravidade, mais por seu timbre “equiparado a hediondo”, do que propriamente
pelas particularidades do caso concreto. E, com ela, uma aposta desmesurada no
encarceramento como forma de solução, naquilo que se constitui, a essa altura, uma espécie
de triunfo da esperança sobre a experiência. Acossados pelos reflexos não tão passageiros
do pânico moral, suportando o silêncio sobre violências para confiar nos propósitos da
polícia, seja na repressão, seja na instrução, os juízes, em grande medida, abonam a tutela
da ordem pública que se dá ao crime de tráfico preterindo-se questões sanitárias.
A figura do juiz como um mantenedor da ordem, mais ainda do que garantidor da lei,
não lhe engrandece, porém. E, tal qual a violência que perpetra ao estilhaçar a presunção de
inocência para esse desiderato, ou a que observa, ao calar-se na denúncia de tortura na qual
não acredita, acaba por se enredar no estado de negação também quando é vítima do
esvaziamento de suas próprias competências.
O juiz que só encarcera, encarcera-se a si mesmo.
486
RELAÇÃO DE REPORTAGENS
“Dilma caiu por não apoiar Ponte para o Futuro, diz Temer”, Exame, 23/09/16, disponível em
<https://exame.abril.com.br/brasil/dilma-caiu-por-nao-apoiar-ponte-para-o-futuro-diz-temer/>,
acesso em 01/07/18, às 19h00.
“Um em cada 5 mortos em São Paulo é vítima da PM” – Folha de S. Paulo, edição de 27/01/12,
Caderno Cotidiano, disponível em
<http://acervo.folha.com.br/leitor.do?numero=19021&keyword=v%C3%ADtima&anchor=574474
1&origem=busca&pd=a7ae303043c8cf7e54b8ebf0e57d3731>, acesso em 18/11/16, 10h20.
“Taxa de negros mortos pela polícia de SP é três vezes a de brancos, diz estudo”, G1, edição de
26/03/14, disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/03/taxa-de-negros-mortos-
pela-policia-de-sp-e-3-vezes-de-brancos-diz-estudo.html>, acesso em 18/11/16, 10h25.
“Assassino que chocou a capital em 1992 está próximo da liberdade”, Estado de Minas, 02/09/11,
disponível em <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/09/02/interna_gerais,248406/assassino-que-
chocou-a-capital-em-1992-esta-proximo-da-liberdade.shtml>, acesso em 20/07/18, às 21h30.
“Falsificar remédio será crime hediondo”, Folha de S. Paulo, edição de 01/07/98, disponível em
<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff01079819.htm>, acesso em 23/07/18, às 17h00.
“Para recordar: “Operação Limpa” foi ação da prefeitura em 2005 para dar fim à cracolândia”, Blog Sem Mais nem Menos, postado em 18/01/12; disponível em
<https://semaisnemenos.wordpress.com/2012/01/18/para-recordar-operacao-limpa-foi-acao-da-
prefeitura-em-2005-para-dar-fim-a-cracolandia/>, acesso a 15/06/18, às 18h15.
“Cracolândia resiste agora em novo endereço”, Folha de S. Paulo, edição de 07/04/05, disponível em
<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0704200517.htm>, acesso em 15/06/18, às 18h00.”
“1º dia de ações na cracolândia prende traficantes, interna 5 e interdita imóveis em SP”, Folha de S. Paulo, edição de 22/07/09. Disponível em <https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2009/07/598875-1-
dia-de-acoes-na-cracolandia-prende-traficantes-interna-5-e-interdita-imoveis-em-
sp.shtml?mobile>, acesso em 15/06/18, às 18h10.
“Ação na Cracolândia resulta em 27 prisões por envolvimento com o tráfico de drogas”, UOL, edição
de 29/07/09, disponível em <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/07/29/ult5772u4804.jhtm>, acesso em 16/06/18, às 15h00
“SP usa ‘dor e sofrimento’ para acabar com Cracolândia”. Revista Exame, 05/01/12. Disponível em <https://exame.abril.com.br/brasil/sp-usa-dor-e-sofrimento-para-acabar-com-cracolandia/>, acesso em 16/06/18, às
15h10
“Dois meses após início da Operação Centro Legal, PM tira usuários de crack só de ‘área nobre’ da
Luz”, R7, edição de 03/03/12, reproduzido atualmente em <http://noticias.r7.com/sao-
paulo/noticias/dois-meses-apos-inicio-da-operacao-centro-legal-pm-tira-usuarios-de-crack-so-de-
area-nobre-da-luz-20120303.html>, acesso em 15/11/18, às 16h00.
“Megaoperação no Alemão deixa 19 mortos”, Extra, edição de 27/06/07, disponivel em
<https://extra.globo.com/noticias/rio/megaoperacao-no-alemao-deixa-19-mortos-681274.html>, acesso em 15/06/18, às 22h00.
“Secretário nega excessos da polícia em operações no Complexo do Alemão”, Carta Maior, 29/06/07. Disponível em <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Secretario-nega-
487
excessos-da-policia-em-operacoes-no-Complexo-do-Alemao/5/13631>, acesso em 15/06/18, às
22h10.
“Relatório da União acusa operação policial no Rio de Janeiro de execução sumária”. Folha Online,
edição de 01/11/2007. Disponível em
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u341949.sht>, acesso em 15/06/18 às 22h30
“Trovão e mais dois são expulsos da Polícia Civil por envolvimento com o tráfico”. O Dia, edição
de 24/08/2014. Disponível em <https://odia.ig.com.br/_conteudo/noticia/rio-de-janeiro/2014-08-23/trovao-e-mais-dois-sao-expulsos-da-policia-civil-por-envolvimento-com-o-trafico.html>, acesso
em 15/06/18 às 22h40
“Justiça suspende mandado de busca e apreensão no Alemão, VEJA, 27/10/11, disponível em
<https://veja.abril.com.br/politica/justica-suspende-mandado-de-busca-e-apreensao-no-alemao/>, acesso em 16/06/18, às 19h05.
“Ocupação do Alemão, em 2010, contou com 600 homens e blindados da Marinha”. O Globo, edição
de 11/07/2013. Disponível em <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/ocupacao-do-alemao-em-2010-contou-com-600-homens-blindados-da-marinha-9001633>, acesso em 16/06/18, às 19h20.
“Saldo da operação é de 253 presos. Exército deve ficar até julho no Complexo do Alemão”, Carta Capital, edição de 30/11/10, disponível em <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/saldo-da-
operacao-ate-agora-tem-253-presos-exercito-deve-ficar-ate-julho-no-complexo-do-alemao>, acesso
em 16/06/18, às 19h30.
“As violações de direito no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro”. Brasil de Fato, edição de
27/12/2010. Disponível em <https://www.brasildefato.com.br/node/5339/>, acesso em 16/06/18, às
20h00.
“Maioria no Rio aprova intervenção federal, mas não vê melhoria na cidade. Segundo Datafolha,
76% dos que vivem na capital do estado apoiam a medida”. Folha de S. Paulo, edição de 25/03/18, disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/maioria-no-rio-aprova-
intervencao-federal-mas-nao-ve-melhora-na-cidade.shtml>, acesso em 15/12/18, às 14h00.
“PM de SP bate recorde de mortes e não evita crimes”. Ponte Jornalismo, edição de 12/01/15,
disponível em <https://ponte.org/pm-de-sp-bate-recorde-de-mortes-e-nao-reduz-crimes/>, acesso
em 26/06/18, às 19h20.
“Letalidade da PM é escandalosa, diz diretor da Anistia Internacional no BR”. Disponível em
<https://anistia.org.br/imprensa/na-midia/letalidade-da-pm-e-escandalosa-diz-diretor-da-anistia-
internacional-br/>, acesso em 26/06/18, às 19h25.
“Força policial brasileira é a que mais mata no mundo, diz relatório”. G1, edição de 07/09/15, disponível em <http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2015/09/forca-policial-brasileira-e-que-
mais-mata-no-mundo-diz-relatorio.html>, acesso em 26/06/18, às 19h30.
“Anistia Internacional aponta aumento de mortes por policiais no Brasil”. Folha de S. Paulo, edição de 21/02/17, <disponível em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/02/1860898-anistia-
internacional-aponta-aumento-de-mortes-por-policiais-no-brasil.shtml>, acesso em 26/06/18, às
19h35.
“19,5% das mortes violentas em 2017 em SP foram causadas por policiais”, G1, edição de 10/05/18,
disponível em https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/195-das-mortes-violentas-em-2017-em-sp-foram-causadas-por-policiais.ghtml, acesso em 26/06/18, às 19h15.
488
“20% dos homicídios são cometidos pela polícia em serviço, aponta Anistia”, G1, edição de
21/02/17, disponível em https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/20-de-homicidios-no-rj-sao-
cometidos-pela-policia-em-servico-aponta-anistia.ghtml, acesso em 26/06/18, às 19h00.
“Brasil lidera ranking de medo de tortura policial”. BBC Brasil, edição de 15/05/04, disponível em
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/05/140512_brasil_tortura_vale_rb>, acesso em 26/06/18, às 20h30.
“Seis Pessoas são torturadas por dia no Brasil “. El País, edição de 29/01/15, disponível em
<https://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/29/politica/1422542790_405990.html>, acesso em 26/06/18, às 20h40.
“O Brasil que ainda tortura”. IstoÉ, edição de 15/07/11, disponível em
<https://istoe.com.br/146953_O+BRASIL+QUE+AINDA+TORTURA/>, acesso em 26/06/18, às 21h00.
“ONU denunciará Brasil por impunidade de violência policial; 8 em cada 10 Brasileiros temem
tortura”, Catraca Livre, edição de 07/03/16, disponível em
<https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/onu-denunciara-brasil-por-impunidade-
de-violencia-policial-8-em-cada-10-brasileiros-temem-tortura/>, acesso em 26/06/18, às 21h15.
“Relatório da Defensoria é considerado um marco contra a tortura no Estado”. Século Diário (ES), edição de 10/01/18, disponível em <https://seculodiario.com.br/public/jornal/materia/relatorio-da-
defensoria-e-considerado-um-marco-contra-a-tortura-policial-no-es.>, consulta em 22/11/18, às
14h00.
“Mulheres representam 37,3% dos magistrados em atividade em todo o país”. CONSELHO
NACIONAL DE JUSTIÇA, 08/03/17, disponível em <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84432-
percentual-de-mulheres-em-atividade-na-magistratura-brasileira-e-de-37-3>, acesso em 25/11/18, às
19h00.
“Especialistas apontam repressão ao tráfico como causa de onda de violência em SP”. UOL,
30/06/12, disponível em <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2012/06/30/especialistas-apontam-repressao-ao-trafico-de-drogas-como-causa-da-onda-de-
violencia-em-sp.htm>, acesso em 01/11/18, às 18h00.
“Em cada batalhão da PM, tem um grupo de extermínio”. Caros Amigos, edição de setembro de 2012 Disponível em <https://apublica.org/wp-
content/uploads/2012/09/10_13_TATIANA_MERLINO_VIOLENCIA_ED_186.pdf>, acesso em
06/09/18, às 18h00
“Profissão Repórter mostra aumento de número de pessoas mortas por policiais militares”. Profissão
Repórter, TV Globo, edição de 25/02/15. Disponível em
<http://forum.darkside.com.br/vb/showthread.php?t=61583&styleid=3>, acesso em 06/09/18h15
“Kits flagrante – Sargento arrependido confessa ter forjado resistência seguida de morte e leva
consigo para o inferno mais 17 PMs”. Blog FlitParalisante, edição de 21/01/15, disponivel em
https://flitparalisante.wordpress.com/2015/01/21/kits-flagrante-sargento-arrependido-confessa-ter-forjado-resistencia-seguida-de-morte-e-leva-consigo-para-o-inferno-mais-17-pms/, acesso em
06/09/18 às 18h30.
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508
QUESTIONÁRIO- PESQUISA DE SENTENÇAS
Estado: ______
Comarca/Foro Distrital: ____________________________________
Número Processo:_________________________________________
Nome do(a) Juíz (a):____________________________________________ ( )H___( )M
Defesa ( )Defensoria Pública Número de réus ( )
( ) Dativo
( ) Constituído
( ) informação não conhecida
1-) Denúncia:
( ) art. 33, Lei 11.343/06
( ) art. 35, Lei 11.343/06
( ) art. 40, da Lei 11343/06________________________________________
( ) crimes conexos
---------( ) porte de arma___________________________________________
---------( ) art. 157________________________________________________
---------( ) art. 180________________________________________________
---------( ) outros_________________________________________________
2-) Início do inquérito:
( )flagrante
-------( ) PM
-------( ) PC
------------( ) PF
-------( ) Policiais (não especificado)
-------( ) GCM
-------( ) agente penitenciário
-------( ) outros______________________________________________________________
( )portaria____________________________________________________________________
3-) Droga/volume/acondicionamento:
( ) maconha:________/____________
( ) cocaína, pó: _________/_________
( ) crack:_____________/_____________
509
( ) outras_______________________________________________________________
4-) Apreensão de bens:
( ) dinheiro: ____________________________
( ) veículo:_____________________________
( ) apetrechos: __________________________
( ) armas: ______________________________
( ) celular:______________________________
( ) outros:_______________________________
5-) Réu:
( ) homem ( ) homem ( ) homem ( ) homem
( ) mulher ( ) mulher ( ) mulher ( ) mulher
( ) menor ( ) menor ( ) menor ( ) menor
Obs: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6-) Dados para informação socioeconômica: ( ) pobre ( ) não ( ) INC
( ) meio transporte: __________________________________________________________
( ) profissão:_________________________________________________________________
( ) educação:_______________________________________________________________
( ) região da cidade:__________________________________________________________
( ) vestimentas:______________________________________________________________
( ) outros: __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
7-) Acesso policial ao fato:
( ) patrulhamento
( ) investigação prévia
( ) denúncia anônima
( ) informante
( ) interceptação telefônica
( ) outras_________________________________________________________________
510
8-) Local:
( ) residência
----------( ) unifamiliar
----------( ) multifamiliar
----------( ) comunidade
( )via pública
----------( ) com réu
----------( ) próximo a ele
----------( ) com adolescente
----------( ) dispensada por ele
( )prisão
-----------( ) recluso
-----------( ) visita
( ) outros__________________________________________________________________
9-) mandado de busca
( )sim
-------( )individual
-------( ) coletivo
--------------- ( ) residência unifamiliar
--------------- ( ) residência multifamiliar
--------------- ( ) comunidade
( ) não
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
10-) Prisão processual:
( )sim
---------( )flagrante convertida em preventiva
---------( ) preventiva decretada sem flagrante
( ) não
Fundamento:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
11-) Audiência de custódia
( )sim
511
--------------( )liberdade
--------------( )prisão
Fundamento:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
( ) não
12-) Liberdade provisória (posterior ou sem audiência de custódia):
( ) sim, data__/__/____ ( ) desconhecida
( ) não
( ) informação não conhecida
Obs: ________________________________________________________________________
13-) Impetração de HC:
( ) sim
---------------( )concedido, data ___/___/____ ( ) desconhecida
---------------( ) negado
Fundamento/Órgão:______________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
( ) não
( ) informação não conhecida
14-) Testemunha de acusação/quantidade
( ) Polícia militar ( )
( ) Polícia Civil ( ) --------- ( ) Policial Federal
( ) Policial – não especificado ( )
( ) GCM ( )
( ) agente penitenciário ( )
( ) outros___________________________________________________________________
15-) Testemunha de defesa:
( ) sim ( )
-------------------- ( ) fatos
---------------------( ) antecedentes
---------------------( ) informação não conhecida
( )não
512
( ) sentença não esclarece seu conteúdo
____________________________________________________________________________
16-) Interrogatório judicial:
( ) antes da instrução
( ) depois da instrução
( ) informação não conhecida
17- Interrogatório (cont.):
( ) confissão ( ) confissão ( ) confissão ( ) confissão
( ) negativa autoria ( ) negativa autoria ( ) negativa autoria ( ) negativa autoria
( ) admissão porte ( ) admissão porte ( ) admissão porte ( ) admissão porte
( ) revelia ( ) revelia ( ) revelia ( ) revelia
__________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
18-) Pedido do MP:
( ) procedência
( ) procedência parcial
-----------( ) um dos crimes_____________________________________________________
-----------( ) um dos réus_______________________________________________________
-----------( ) desclassificação___________________________________________________
( ) improcedência
19-) Teses da defesa:
( ) insuficiência de provas
( ) prova ilícita
----------( )busca sem mandado
----------( ) interceptação não autorizada
----------( ) tortura
( ) prova exclusivamente policial
( ) atipicidade_______________________________________________
( ) desclassificação__________________________________________
( ) aplicação do redutor
513
( )aplicação da substituição por restritiva de direitos
( ) nulidades
( )outras: ____________________________________________________________________
20-) Registro de violência policial
( ) sim
---------( ) pelo réu
----------------( ) auto de prisão/inquérito
----------------( ) juízo
---------( ) por testemunhas___________________________________________________
---------( ) pela defesa
---------( ) pelo MP
-------------------( ) providência____________________________________________________
( ) não______________________________________________________________________
21-) Sentença:
( ) improcedência/anulação/prescrição
-------------( ) absolvição por atipicidade
---------------------( ) com prévia desclassificação para porte
---------------------( ) sem prévia desclassificação para porte
-------------( ) absolvição por insuficiência de provas
-------------( ) outro fundamento__________________________________________________
-------------( ) anulação do processo________________________________________________
------------( ) prescrição________________________________________________________
( ) procedência
-------------( ) total
-------------( ) parcial
-------------------( ) parcial para um/alguns réu
-------------------( ) parcial para um dos crimes
-------------------( )desclassificação para porte
22-) condenação (sem desclassificação)
( ) tráfico
( ) auxílio para tráfico
( ) associação para tráfico
514
( ) concurso de crimes da lei de entorpecentes____________________________________
( ) crimes conexos __________________________________________________________
( ) prejudicado_______________________________________________________________
23-) Ato de mercancia (considerado pelo juízo)
( ) conduta: ______________________________________________________________
( ) volume/acondicionamento__________________________________________
( ) local: ponto de tráfico_____________________________________________________
( ) antecedentes___________________________________________________________
( ) prejudicado/ Observação__________________________________________________
24-) Sentença utiliza depoimentos do inquérito:
( ) confissão policial ( ) confissão informal ( ) não
( ) testemunhas ( ) silêncio ( ) interrogatório
Observação:
______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
25-) Sentença analisa contradições:
( ) sim
---------( ) T. acusação
---------( ) T. Defesa
---------( ) Réu
( ) não
Observações:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
26-) Réu(s):
( ) primário ( ) primário ( ) primário ( ) primário
( ) reincidente ( ) reincidente ( ) reincidente ( ) reincidente
( ) maus antecedentes ( ) maus antecedentes ( ) maus antecedentes ( )maus anteced
__________________________________________________________________________
27-) Pena-base:
( ) mínimo legal ( ) mínimo legal
515
( ) acima do mínimo ____________ ( ) acima do mínimo________
--------( ) maus antecedentes --------( ) maus antecedentes
--------( ) volume___________ ---------( ) volume
--------( ) natureza da droga --------( ) natureza da droga___________
Fundamento:_______________________________________________________________
Agravante:_________________________________________________________________
Causa de aumento:
28-) Aplicação do redutor (art 33 §4º, L. 11343/06):
( ) sim
-----------( ) 2/3
-----------( ) 1/2
-----------( ) 2/5
-----------( ) 1/3
-----------( ) 1/5
-----------( ) 1/6
-----------( ) outra proporção________
Fundamento:______________________________________________________________
( )não, fundamento:
---------( )inaplicabilidade genérica
---------( ) inaplicabilidade ao caso concreto
-----------------------( ) espécie de droga__________________________________________
----------------------- ( )volume__________________________________________________
----------------------- ( ) membro de organização criminosa____________________________
------------------------( ) habitualidade no crime_____________________________________
------------------------( ) reincidência
------------------------( ) maus antecedentes
Obs:________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
29-) Pena Final:_____________________________________________________________
Padrão de Congruência acusação: _________________
Padrão de Congruência tráfico:_____________________
30-) Regime de pena:
( )fechado ( )fechado ( ) fechado ( ) fechado
( )semiaberto ( )semiaberto ( ) semiaberto ( ) semiaberto
516
( ) aberto ( ) aberto ( ) aberto ( ) aberto
( ) prejudicado ( ) prejudicado ( ) prej. ( ) prej.
Fundamento:____________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
31-) Prisão preventiva na sentença
( ) mantém
( ) decreta
( ) revoga
( ) mantém solto
Fundamento:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
32-) Expede alvará de soltura na sentença:
( ) sim
( ) não
33-) Tempo de prisão provisória:
Prisão:__/__/_____
Soltura (liberdade provisória/HC) ___/___/_____
Sentença:__/__/_______
Tempo de prisão provisória:_________________________________________________
Proporção: prisão provisória/ pena:_________
Prisão provisória/absolvição/restritiva:_________________
34-) Utilizou detração de prisão processual para regime (art. 387, §2º, CPP):
( ) sim
---------( ) reduzindo pena a cumprir
----------------( ) altera regime
----------------( ) não altera regime
---------( ) apenas alterando o regime
----------------( ) para semiaberto
----------------( ) para aberto
( ) não
---------( ) sem prazo hábil para alteração de regime
---------( ) com prazo hábil para alteração de regime
517
Fundamentos_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
35-) Substitutição por restritiva de direitos no tráfico
( )sim
( )não, fundamento:
---------( )inaplicabilidade genérica
---------( ) inaplicabilidade ao caso concreto
-----------------------( )dimensão da pena
-----------------------( ) reincidência
-----------------------( ) maus antecedentes
-----------------------( ) espécie de droga__________________________________________
----------------------- ( )volume__________________________________________________
----------------------- ( ) outros__________________________________________________
( ) prejudicado
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
36-) Providências para apurar falso testemunho
( )sim
-----------( ) testemunha acusação
-----------( )testemunha defesa
( ) não
Obs:
____________________________________________________________________________
37-) Emprega doutrina na fundamentação:
( ) não ( ) acusação ( )
( ) sim ( ) defesa ( )
-------- tema: _______________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
autor:__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
obra:________________________________________________________________________
38-) Emprega jurisprudência na fundamentação:
518
( ) não ( ) acusação ( )
( ) sim ( ) defesa ( )
------------tema: ____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
------------tribunal: ___________________________________________________________
39-) Exame de dependência toxicológica/insanidade: ( ) pedido ( ) não pedido
( ) indeferido ______________________________________________________________
( ) deferido ( ) de ofício
----------( ) imputável_________________________________________________________
----------( ) semi-imputável_____________________________________________________
----------( ) inimputável_________________________________________________________
39b-) Reflexo do exame de dependência/insanidade:
----------( ) nenhum/prejudicado________________________________________________
----------( ) absolvição imprópria________________________________________________
----------( ) redução de pena___________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
40-) Fundamentos/frases a serem analisados:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________
519
RELAÇÃO DAS SENTENÇAS PESQUISADAS
001-) 0053080-69.2013.8.26.0050 (TJSP)
002-) 0089486-89.2013.8.26.0050 (TJSP) 003-) 0017501-26.2014.8.26.0050 (TJSP)
004-) 0055763-79.2013.8.26.0050 (TJSP)
005-) 0015527-85.2013.8.26.0050 (TJSP) 006-) 0011521-35.2013.8.26.0050 (TJSP)
007-) 0830037-75.2010.8.26.0050 (TJSP)
008-) 0025720-28.2014.8.26.0050 (TJSP) 009-) 0019635-26.2014.8.26.0050 (TJSP)
010-) 0031505-05.2013.8.26.0050 (TJSP)
011-) 0024731-90.2012.8.26.0050 (TJSP)
012-) 0053867-98.2013.8.26.0050 (TJSP) 013-) 0070340-62.2013.8.26.0050 (TJSP)
014-) 0069586-23.2013.8.26.0050 (TJSP)
015-) 0032664-46.2014.8.26.0050 (TJSP) 016-) 0048566-50.2012.8.26.0554 (TJSP)
017-) 0064114-31.2013.8.26.0506 (TJSP)
018-) 0007278-41.2013.8.26.0602 (TJSP) 019-) 0022810-55.2013.8.26.0602 (TJSP)
020-) 0001575-44.2011.8.26.0168 (TJSP)
021-) 0010655-90.2013.8.26.0223 (TJSP) 022-) 0008061-42.2013.8.26.0114 (TJSP)
023-) 0014574-45.2013.8.26.0625 (TJSP)
024-) 0010528-13.2013.8.26.0625 (TJSP)
025-) 3010771-72.2013.8.26.0602 (TJSP) 026-) 0001402-83.2013.8.26.0577 (TJSP)
027-) 0004735-82.2013.8.26.0564 (TJSP)
028-) 0000481-69.2014.8.26.0681 (TJSP)
029-) 0011978-38.2013.8.26.0577 (TJSP)
030-) 0083899-83.2012.8.26.0224 (TJSP) 031-) 0009547-62.2013.8.26.0114 (TJSP)
032-) 0009733-62.2013.8.26.0348 (TJSP)
033-) 0004349-92.2012.8.26.0368 (TJSP)
034-) 0004190-37.2013.8.26.0297 (TJSP) 035-) 0000506-32.2013.8.26.0224 (TJSP)
036-) 0004797-08.2012.8.26.0484 (TJSP)
037-) 3004674-31.2013.8.26.0481 (TJSP) 038-) 0007727-08.2013.8.26.0114 (TJSP)
039-) 3002853-20.2013.8.26.0601 (TJSP)
040-) 0023830-46.2012.8.26.0625 (TJSP)
041-) 0029179-67.2010.8.26.0506 (TJSP) 042-) 3002722-56.2013.8.26.0080 (TJSP)
043-) 0000071-08.2013.8.26.0564 (TJSP)
044-) 2009.300-9 (TJPR) 045-) 0002368-60.2013.8.16.0048 (TJPR)
046-) 0000570-59.2014.8.16.0103 (TJPR)
047-) 0023027-86.2013.8.16.0017 (TJPR) 048-) 2011.2819-1 (TJPR)
049-) 2013.5819-6 (TJPR)
050-) 0009400-87.2014.8.16.0014 (TJPR)
051-) 0002512-71.2015.8.16.0013 (TJPR) 052-) 0000567-49.2015.8.16.0013 (TJPR)
053-) 0023954-30.2014.8.16.0013 (TJPR)
054-) 0006119-92.2015.8.16.0013 (TJPR) 055-) 0016856-06.2012.8.21.0019 (TJRS)
056-) 0016184-49.2013.8.21.0023 (TJRS)
057-) 0000034-85.2015.8.21.0002 (TJRS) 058-) 0010551-33.2014.8.21.0052 (TJRS)
059-) 0001109-82.2013.8.21.0018 (TJRS)
060-) 0015401-84.2013.8.21.0014 (TJRS)
061-) 0039332-58.2014.8.21.0022 (TJRS) 062-) 0079868-14.2013.8.21.0001 (TJRS)
063-) 0288967-87.2014.8.21.0001 (TJRS)
064-) 0006572-22.2014.8.21.0001 (TJRS)
065-) 0367139-43.2014.8.21.0001 (TJRS)
066-) 0010660-60.2012.8.10.0040 (TJMA)
067-) 0007176-57.2012.8.10.0001 (TJMA) 068-) 0000305-59.2015.8.10.0048 (TJMA)
069-) 0000663-05.2012.8.10.0056 (TJMA)
070-) 0000342-84.2013.8.10.0136 (TJMA)
071-) 0036533-48.2013.8.10.0001 (TJMA) 072-) 2014.0184.2792 (TJGO)
073-) 2013.0104.9837 (TJGO)
074-) 2009.0366.4911 (TJGO) 075-) 2009.0061.2490 (TJGO)
076-) 2014.0000.4866 (TJGO)
077-) 2014.0199.4410 (TJGO)
078-) 0023442-38.2013.8.14.0401 (TJPA) 079-) 0009897-95.2013.8.14.0401 (TJPA)
080-) 0011932-65.2011.8.14.0401 (TJPA)
081-) 0005300-70.2014.8.14.0006 (TJPA) 082-) 0001403-93.2014.8.14.0051 (TJPA)
083-) 0001451-34.2013.8.14.0133 (TJPA)
084-) 0005192-57.2014.8.14.0033 (TJPA) 085-) 0001415-87.2012.8.14.0048 (TJPA)
086-) 0300293-59.2013.8.05.0022 (TJBA)
087-) 0301955-53.2013.8.05.0250 (TJBA)
088-) 0000148-58.2013.8.05.0125 (TJBA) 089-) 0000482-67.2013.8.05.0198 (TJBA)
090-) 0301936-76.2014.8.05.0229 (TJBA)
091-) 0003763-31.2012.8.05.0080 (TJBA) 092-) 0003378-49.2013.8.05.0080 (TJBA)
093-) 0300615-65.2014.8.05.0274 (TJBA)
094-) 0001268-74.2011.8.05.0039 (TJBA) 095-) 0011021-59.2010.8.05.0146 (TJBA)
096-) 0301935-37.2014.8.05.0150 (TJBA)
097-) 0342107-51.2012.8.05.0001 (TJBA)
098-) 0372688-15.2013.8.05.0001 (TJBA) 099-) 0356156-63.2013.8.05.0001 (TJBA)
100-) 0371254-25.2012.8.05.0001 (TJBA)
101-) 0009233-44.2011.8.13.0261 (TJMG)
520
102-) 0075585-28.2013.8.13.0693 (TJMG)
103-) 0506129-72.2011.8.13.0702 (TJMG) 104-) 0135145-71.2013.8.13.0313 (TJMG)
105-) 0053683-51.2013.8.13.0456 (TJMG)
106-) 0131309-11.2013.8.13.0016 (TJMG)
107-) 0088689-87.2014.8.13.0035 (TJMG) 108-) 0180771-95.2013.8.13.0707 (TJMG)
109-) 0180475-58.2013.8.13.0518 (TJMG)
110-) 0143026-17.2013.8.13.0114 (TJMG) 111-) 0027690-65.2014.8.13.0231 (TJMG)
112-) 0049179-51.2014.8.13.0105 (TJMG)
113-) 0313110-64.2013.8.13.0433 (TJMG)
114-) 0259822-66.2010.8.13.0027 (TJMG) 115-) 0111068-17.2013.8.13.0145 (TJMG)
116-) 0144513-04.2013.8.13.0702 (TJMG)
117-) 3521799-28.2013.8.13.0024 (TJMG) 118-) 0722331-35.2014.8.13.0024 (TJMG)
119-) 0917998-56.2014.8.13.0024 (TJMG)
120-) 3410472-78.2013.8.13.0024 (TJMG) 121-) 0040668-72.2014.8.26.0050 (TJSP)
122-) 0036623-59.2013.8.26.0050 (TJSP)
123-) 0047738-43.2014.8.26.0050 (TJSP)
124-) 0091428-25.2014.8.26.0050 (TJSP) 125-) 0060506-35.2013.8.26.0050 (TJSP)
126-) 0095097-23.2013.8.26.0050 (TJSP)
127-) 0099451-91.2013.8.26.0050 (TJSP) 128-) 0053951-65.2014.8.26.0050 (TJSP)
129-) 0033647-79.2013.8.26.0050 (TJSP)
130-) 0015257-27.2014.8.26.0050 (TJSP) 131-) 0113696-44.2012.8.26.0050 (TJSP)
132-) 0001793-67.2013.8.26.0050 (TJSP)
133-) 0086069-31.2013.8.26.0050 (TJSP)
134-) 0089751-91.2013.8.26.0050 (TJSP) 135-) 0049421-18.2014.8.26.0050 (TJSP)
136-) 0056084-80.2014.8.26.0050 (TJSP)
137-) 0056684-09.2011.8.26.0050 (TJSP) 138-) 0099320-58.2009.8.26.0050 (TJSP)
139-) 0001143-49.2015.8.26.0050 (TJSP)
140-) 0078449-31.2014.8.26.0050 (TJSP)
141-) 0000224-51.2015.8.26.0635 (TJSP) 142-) 0056275-28.2014.8.26.0050 (TJSP)
143-) 0037883-40.2014.8.26.0050 (TJSP)
144-) 0051905-11.2011.8.26.0050 (TJSP) 145-) 0115670-19.2012.8.26.0050 (TJSP)
146-) 0003615-57.2014.8.26.0050 (TJSP)
147-) 0050038-12.2013.8.26.0050 (TJSP) 148-) 0071950-65.2013.8.26.0050 (TJSP)
149-) 0076155-06.2014.8.26.0050 (TJSP)
150-) 0025037-25.2013.8.26.0050 (TJSP)
151-) 0062312-08.2013.8.26.0050 (TJSP) 152-) 0053880-97.2013.8.26.0050 (TJSP)
153-) 0005770-33.2014.8.26.0050 (TJSP)
154-) 0014954-13.2014.8.26.0050 (TJSP) 155-) 0093791-87.2011.8.26.0050 (TJSP)
156-) 0091289-44.2012.8.26.0050 (TJSP)
157-) 0003917-57.2012.8.26.0050 (TJSP) 158-) 0089249-60.2010.8.26.0050 (TJSP)
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