MarceloFalcao-MESTRADO-UFPE (1)

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE CINCIAS DA SADEPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CIRURGIA

Marcelo Falco de Santana

COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRGRADA ENDOSCPICA TRANSGSTRICA APS DERIVAO GSTRICA EM Y DE ROUX

RECIFE 2010

Marcelo Falco de Santana

COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRGRADA ENDOSCPICA TRANSGSTRICA APS DERIVAO GSTRICA EM Y DE ROUXDissertao apresentada ao Colegiado do Programa de Ps-Graduao em Cirurgia do Centro de Cincias da Sade da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de mestre em Cirurgia.

Orientador Interno Dr. lvaro Antnio Bandeira Ferraz Prof. Adjunto do Departamento de Cirurgia, CCSUFPE Orientador Externo Dr. Josemberg Marins Campos Prof. do Departamento de Cirurgia, CCS-UFPE

RECIFE 2010

Santana, Marcelo Falco de Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em y de roux / Marcelo Falco de Santana. Recife: O Autor, 2010. 98 folhas: il., fig. e quadros; 30 cm.

Orientador: lvaro Antnio Bandeira Ferraz. Dissertao (mestrado) Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Cirurgia, 2011. Inclui bibliografia e anexos. 1.Cirurgia baritrica. 2. Derivao gstrica em y de roux. 3. Coledocolitase. 4. laparoscopia. 5. Cirurgia transgstrica. I. Ferraz, lvaro Antnio Bandeira. II.Ttulo.

617.9

CDD (22.ed.)

UFPE CCS2011-172

Universidade Federal de PernambucoREITOR Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins VICE-REITOR Prof. Gilson Edmar Gonalves e Silva PR-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PS-GRADUAO Prof. Ansio Brasileiro de Freitas Dourado

CENTRO DE CINCIAS DA SADE DIRETOR Prof. Jos Thadeu Pinheiro

HOSPITAL DAS CLNICAS DIRETOR SUPERINTENDENTE Prof. George da Silva Telles DEPARTAMENTO DE CIRURGIA CHEFE Prof. Salvador Vilar Corra Lima PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CIRURGIA NVEL MESTRADO E DOUTORADO COORDENADOR Prof. Carlos Teixeira Brandt

VICE-COORDENADOR Prof. lvaro Antnio Bandeira Ferraz

CORPO DOCENTE Prof. lvaro Antnio Bandeira Ferraz Prof. Carlos Teixeira Brandt Prof. Cludio Moura Lacerda de Melo Prof. Edmundo Machado Ferraz Prof. Fernando Ribeiro de Moraes Neto Prof. Jos Lamartine de Andrade Aguiar Prof. Salvador Vilar Corra Lima Prof. Slvio Caldas Neto

Folha de aprovao

Normatizao

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE CINCIAS DA SADEPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CIRURGIA

Esta dissertao est de acordo com:

Referncias: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver) disponvel no endereo eletrnico http:// www.icmje.org

Universidade Federal de Pernambuco. Servio de Biblioteca e Documentao. Estrutura de apresentao de dissertao e teses, sob forma de artigos cientficos, conforme Proposta dos Programas de Ps-Graduao do Centro de Cincias da Sade, CCS da Universidade Federal de Pernambuco. Recife: Servio de Biblioteca e Documentao; 2004.

Abreviaturas dos ttulos dos peridicos de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus.

viColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Dedicatria

A Deus, fonte da vida, sem o qual nada existiria.

Aos meus pais Gildsio e Iraci, que dedicaram parte de suas vidas minha formao com muito amor, carinho e educao. Sendo sempre uma base slida para meu crescimento.

A minha esposa Adriana e ao meu filho Joo, amores que alimentam a minha existncia.

viiColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

AgradecimentosAo meu orientador, Prof. lvaro Antnio Bandeira Ferraz, pelo estmulo em seguir a carreira acadmica.

Ao Dr. Josemberg Marins Campos, co-orientador deste trabalho, por sua amizade fraterna e dedicao.

Ao Dr. Edmundo Machado Ferraz, pelo exemplo oferecido aos jovens cirurgies de todo Brasil.

Aos Colegas do Ncleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade por todo apoio dispensado.

Ao Dr. Erivaldo Alves pela confiana no meu trabalho e importante colaborao nesta jornada

Aos amigos da Gastro Obeso Center, Dr. Almino Ramos, Dr. Manoel Galvo e Dr. Thiago Secci, pioneiros e incentivadores deste trabalho.

As Srtas Isabela, Mrcia e Mrcia Virgnia, pela singular colaborao nesta jornada.

Ao Prof. Carlos Brandt, pelo exemplo de dedicao universidade e ao conhecimento cientfico.

Ao Prof. Lamartine, que muito colaborou na correo deste trabalho.

Aos Pacientes, origem e finalidade do aprendizado adquirido ao longo desta jornada.

viiiColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... ix LISTA DE QUADROS E TABELAS ........................................................................... x LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. xi RESUMO................................................................................................................... xii ABSTRACT.............................................................................................................. xiii 1 INTRODUO ....................................................................................................... 14 1.1 APRESENTAO DO PROBLEMA ................................................................ 15 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 18 1.3 LITERATURA .................................................................................................. 20 1.3.1 O emprego do colonoscpio: ................................................................ 21 1.3.2 CPRE com o emprego de enteroscpio: ............................................... 22 1.3.3 Emprego da gastrostomia para acesso papila duodenal ................. 24 1.3.4 Gastrotomia laparoscpica para acesso papila duodenal ............... 25 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 28 2.1 GERAL............................................................................................................. 29 2.2 ESPECFICOS ................................................................................................. 29 3 MATERIAL E METODOS ...................................................................................... 30 3.1 CASUSTICA ................................................................................................... 31 3.1.1 Amostra .................................................................................................... 31 3.1.2 Critrios de incluso e excluso............................................................ 32 3.2.3 Desenho do estudo ................................................................................. 32 3.2.4 Caracterstica dos pacientes .................................................................. 33 3.2.5 Materiais utilizados ................................................................................. 35 3.4 PROCEDIMENTOS ......................................................................................... 35 3.4.1 Anestesia e Procedimento ..................................................................... 35 3.4.2 Cuidados ps-operatrios ...................................................................... 38 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 39 5 DISCUSSO .......................................................................................................... 44 5.1 DISCUSSO DA METODOLOGIA .................................................................. 45 5.2 DISCUSSO DOS RESULTADOS .................................................................. 45 6 CONCLUSES ...................................................................................................... 48 REFERNCIAS ......................................................................................................... 50 ANEXOS ................................................................................................................... 56 ANEXO 1 - ARTIGO DE REVISO ....................................................................... 57 ANEXO 2 - ARTIGO ORIGINAL ............................................................................ 78

ixColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Lista de Abreviaturas e Siglascm Centmetros m - meses DGYR Derivao gstrica em Y de Roux EDA Endoscopia digestiva alta IMC ndice de massa corprea Kg Quilograma mm Milmetro CPRE Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica USG Ultrassonografia CPRM Colangiopancreato Ressonncia Magntica TC Tomografia Computadorizada CVL Colecistectomia laparoscpica CDL Coledocolitase

xColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Lista de Quadros e TabelasQuadro 1 Possveis etiologias da litase ps-gastroplastia. ................................... 19 Quadro 2 Vantagens e desvantagens do estudo retrospectivo ............................. 45

Tabela 1 Perfil dos pacientes: Identificao, gnero, idade, IMC e intervalo de tempo: CPRE x DGYR. ..................................................................... 34 Tabela 2 Resultado da srie .................................................................................. 41 Tabela 3 Descrio por gnero .............................................................................. 42 Tabela 4 Distribuio das variveis de acordo com o tempo de durao do procedimento.......................................................................................... 43

xiColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Lista de FigurasFigura 1 Derivao gstrica em Y de Roux. .......................................................... 16 Figura 2 Duodenoscopia via oral na DGYR sob fio guia. Wright e cols. ................ 21 Figura 3 (A) Acesso transgstrico laparoscpico; B) cateterizao da papila maior via gastrotomia laparoscpica. ....................................................... 27 Figura 4 Fluxograma apresentando a seqncia metodolgica do estudo. .......... 33 Figura 5 Acessrios endoscpicos: 1-papiltomos; 2-balo extrator; 3-basket (cesta para retirada de clculos) .............................................................. 35 Figura 6 Gastrotomia laparoscpica e passagem endoscpica com auxilio da laparoscopia ............................................................................................. 36 Figura 7 CPRE. A- Introduo do duodenoscpio na gastrotomia; B- Desenho esquemtico do acesso via gastrotomia; C- Canulao da papila ........... 37 Figura 8 Intra-operatrio: disposio da equipe. ................................................... 37 Figura 9 Intra Colangiografia comparativa pr X ps-CPRE transgstrica na DGYR. ...................................................................................................... 42

xiiColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

ResumoIntroduo: A derivao gstrica em Y Roux (DGYR) a tcnica mais empregada no tratamento de obesidade litisicas. mrbida, Objetivo: podendo Avaliar apresentar a complicaes com

biliopancreticas

teraputica

colangiopancreatografia retrgrada endoscpica (CPRE) trangstrica nos pacientes com litase biliopancreattica aps DGYR. Pacientes e Mtodo: Estudo

retrospectivo, em trs servios privados, onde foram estudados 20 pacientes, sendo 16 mulheres, com intervalo de tempo entre a DGYR e a CPRE de 9 a 27m, com mdia de 17m e IMC mdio igual a 28,23kg/m 2. Foi realizada gastrotomia laparoscpica em todos os casos. Descrio da tcnica: Acesso laparoscpico por 4 punes, gastrotomia na parede anterior do estmago excluso, introduo de duodenoscpio pelo portal de 15/18 mm e direcionado ostomia, CPRE com papilotomia habitual e sutura da gastrotomia. Resultados: Todos os pacientes foram submetidos CPRE com papilotomia sem intercorrncias, sendo realizada colecistectomia simultaneamente em nove casos. Houve um caso de pancreatite leve, 13 extraes de clculo biliar com tempo mdio de 90 min. e hospitalizao mdia de dois dias. Concluses: A CPRE atravs do acesso laparoscpico

transgstrico assistido em pacientes submetidos ao DGYR mostrou-se um mtodo seguro e vivel, sendo uma opo promissora para ser realizado em centros de cirurgia baritrica. Palavras chaves: cirurgia baritrica, Derivao Gstrica em Y de Roux, Coledocolitase, CPRE, laparoscopia, cirurgia transgstrica.

xiiiColangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

AbstractIntroduction: Roux-en-Y gastric bypass (RYGB) is currently the most frequently used surgical procedure for the treatment of morbid obesity and may lead to lithiasic biliopancreatic complications Aim: To evaluate therapeutic transgastric endoscopic retrograde cholangiopancreatography (ERCP) in patients with biliopancreatic lithiasis following RYGB. Patients and Methods: A retrospective study at three private

hospitals, where they were studied of 20 patients, 16 women with an interval of time between ERCP and RYGB 9 to 27m, averaging 17m and average body mass index (BMI) of 28,23kg/m2. Laparoscopic gastrotomy was carried out in all cases. Technique: Four incisions were made to gain laparoscopic access. Gastrotomy was carried out through the anterior wall of the greater curve of the excluded stomach, introducing the duodenoscope in through the 15/18mm port in the direction of the ostomy. ERCP was carried out, with standart papillotomy and suture of the gastrotomy. Results: All of the patients were submitted without incident to ERCP with papillotomy and nine of them to simultaneous colecistectomy. The only complication was a mild case of pancreatitis. There were 13 extractions of gallstones with a mean time of 90min and average hospital stay two days. Conclusions: ERCP via

laparoscopically assisted transgastric access in patients submitted to RYGB is a safe procedure and a promising option to be carried out in the majority of bariatric surgery centers.

Keyword: Bariatric Surgery, Roux-en-Y Gastric Bypass, Choledocholithiasis, ERCP, Laparoscopy, Transgastric Surgery.

1 INTRODUO

15Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

1.1 APRESENTAO DO PROBLEMANa sociedade moderna, a obesidade, tem sido considerada uma das causas mais frequentes de doena e morte precoce da populao. 1 Conforme a Organizao Mundial da Sade (OMS) h mais de um bilho de adultos com sobrepeso e 300 milhes com obesidade no mundo. Nos Estados Unidos so atribudas 400.000 mortes anuais obesidade e comorbidades, entre as quais esto doenas cardacas, diabetes, cncer, hipertenso arterial, depresso, apneia do sono, disfunes hepatobiliares e doenas cerebrovasculares.1, 2

A

obesidade responsvel por 2 a 6% do custo total de ateno sade em vrios pases em desenvolvimento, podendo chegar a 7%. Aproximadamente 100 bilhes de dlares anuais so gastos com cuidados sade de obesos nos Estados Unidos. 3, 4 No Brasil, em um perodo de 34 anos (1975 a 2009), o excesso de peso alcanou 49% da populao acima de 20 anos. Os homens adultos com sobrepeso passaram de 18,5% em 1975 para 50,1% em 2009. Avaliando a obesidade neste mesmo grupo, a prevalncia inicial de 2,8% foi para 12,4%. Entre as mulheres, o aumento do sobrepeso de 28,7% para 48% e a obesidade de 8% para 16,9% neste perodo, acompanhou a tendncia geral do aumento de peso conforme pesquisa do IBGE em 20105 O tratamento da obesidade mrbida em bases clnicas no mostra ndices satisfatrios de resoluo em longo prazo - sendo a teraputica cirrgica superior neste grupo de pacientes. Isto ocorre tanto para a perda do excesso de peso, como para o controle de comorbidades e diminuio de mortalidade. 6, 7

16Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Atualmente, h vrias tcnicas cirrgicas empregadas, sendo que a derivao gstrica em Y de Roux (DGYR) o procedimento mais realizado no Brasil e na maioria dos pases.8

Em 2009, Buchwald e Williams estimaram que mais de

344 000 cirurgias para o tratamento da obesidade foram executadas no mundo, destas, 49% correspondiam a DGYR.7

Esta cirurgia consiste na septao do

estmago para formao de uma pequena bolsa gstrica que limita a ingesto de alimentos. Em associao, o trnsito alimentar reconstitudo em Y de Roux, com ala alimentar medindo em torno de 100 a 150 cm, reduzindo a absoro.9-11

Estes

dois mecanismos de restrio e disabsoro atuam em conjunto e promovem a perda de peso (Figura 1).

Figura 1 Derivao gstrica em Y de Roux.

A DGYR j havia sido descrita em 1966 por Mason e aperfeioada posteriormente por outros autores.9,11

Considerando a elevada taxa de falha do

tratamento clnico da obesidade, a cirurgia baritrica tornou-se a melhor opo em

17Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

longo prazo.12,

13

Todavia, este tipo de procedimento pode causar complicaes

como a litase biliar em at 52 % dos pacientes, nos primeiros 12 meses.11, 14, 15 A prevalncia de colelitase na populao mundial varia de 10 a 18% e no Brasil os valores so de 9,1% a 19,4% em achados de necropsia da populao acima de 20 anos e 9,3% em avaliao ultrassonogrfica.14,16

A doena biliar

comum nos obesos mrbidos, sendo a obesidade o maior fator de risco para o desenvolvimento de clculos de colesterol.17, 18 Nos obesos mrbidos a incidncia de colelitase trs a quatro vezes maiores do que na populao geral.16 A prevalncia encontrada varia de 21,6% a 45% nos obesos mrbidos . 14, 18-21 Com o advento da cirurgia baritrica, e com isso a rpida perda de peso,houve um aumento na incidncia de colelitase no ps-operatrio.14,16, 20, 22, 23

Em 1983, Wattchow foi o

primeiro a relacionar um aumento da probabilidade de colelitase aps gastroplastias em Y de Roux.14,16

Posteriormente, vrios estudos comprovaram esta relao,

sendo os principais: Amaral e Thompson com 28% de clculos biliares em trs anos de ps-operatrio, Schmidt et al. com 40%, Shiffman et al. com 47% em dois anos, Surgeman com 32% em seis meses e Wudel et al. com 71% em um ano.14, 15, 24, 25 Etiopatogenia da litase biliar de colesterol ps-gastroplastia

compreendida, durante a perda de peso, as taxas de todos os lipdeos biliares diminuem. Em alguns pacientes, esse decrscimo proporcional e a saturao de colesterol mantm-se inalterada. Contudo, em outros, a diminuio da secreo de sais biliares maior do que a do colesterol, resultando numa bile hipersaturada. Este excesso de colesterol em relao aos sais biliares e fosfolpides atribudo mobilizao perifrica do colesterol. 14, 24, 26, 27

18Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Os

indivduos

que

sofreram

reduo

rpida

de

peso

tambm

apresentaram maiores riscos para desenvolver colelitase. Os primeiros estudos que comprovaram esta teoria utilizaram dietas com poucas calorias (500 a 800 kgcal/d), mostrando ndices de 12% de colecistopatia calculosa em 16 semanas de acompanhamento.14, 17, 24, 28

Observam-se ainda uma alterao da motilidade da

vescula biliar, como o aumento do tempo de esvaziamento em decorrncia de provvel manipulao do ramo heptico do nervo vago, alm de elevao do volume residual que promove maior estase da bile, com tempo de contato prolongado com a mucina e consequente formao de clculos. 14, 18, 29 A predisposio litisica tambm est relacionada ao tipo de cirurgia.14, 30

Nos procedimentos restritivos, como a banda gstrica e a gastroplastia vertical, a associao com colelitase ps-operatria relatada 12,1%, segundo Deitel e Petrov, e 30% segundo Miller, aps dois anos.14, 30, 31

Demonstrando que a

incidncia de clculos biliares maior nas cirurgias com componente disabsortivo que envolvem a manipulao do leo distal, o que altera a quantidade de sais biliares. 14

1.2 JUSTIFICATIVAA perda de peso aps DGYR predispe a ocorrncia de litase biliar, principalmente no primeiro ano, em valores de at 52%, sendo a coledocolitase a principal indicao de colangiopancreatografia retrgrada endoscpica (CPRE) aps esta cirurgia.14, 22, 23

Todavia, a realizao de CPRE com duodenoscpio

convencional neste grupo, mais difcil, devido ao maior comprimento e tortuosidade das alas jejunais.32-34

Considerando o aumento exponencial da DGYR

19Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

e sua grande associao na gnese da litase biliar tem-se procurado opes para a abordagem da papila maior, excluda do trnsito digestrio com uso de colonoscpios, enteroscpios, acessos enterais endoscpicos e cirrgicos ou mesmo em associao cirrgico-endoscpica. 22 A CPER na DGYR pode ser facilitada atravs do acesso direto ao estmago excluso auxiliado pela laparoscopia em pacientes portadores de doena benigna da rvore biliar. Esta estratgia segura e exequvel na maioria dos casos.22, 23, 35

O uso de material endoscpico habitual tambm torna o procedimento mais

factvel, alm de se avaliar a cavidade abdominal diretamente com a possibilidade de tratar-se a colecistite aguda e crnica associada coledocolitase, alm das hrnias internas ou bridas. 22Desequilbrio de colesterol saturado - Diminuio das solues de sais biliares e fosfolipdios Aumento do colesterol - Rpida perda de peso - Restrio alimentar - Diminuio dos sais biliares Dismotilidade da vescula biliar - Aumento do tempo de esvaziamento - Estase da bile - Formao de clculos Quadro 1 - Possveis etiologias da litase ps-gastroplastia.

20Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

1.3 LITERATURAA DGYR combina restrio da quantidade de alimentos ingeridos e de disabsoro, resultando em taxas adequadas de perda de peso com baixo ndice de complicaes e com baixa ocorrncia de efeitos adversos tardios. 36 A DGYR implica na excluso da papila maior do trnsito digestrio funcional, dificultando o acesso endoscpico teraputico oral da litase da via biliar principal. empregando equipamentos convencionais, devido modificao

anatmica de reconstituio do trnsito - resultando em maior trajeto pelo comprimento e tortuosidade das alas jejunais.37,38

. O acesso papila duodenal

maior, nestas circunstncias, vem sendo executado atravs do enteroscpio, do colonoscpio e do duodenoscpio convencional introduzido atravs de ostomias. 33 A CPRE foi descrita em 1968 e a introduo da papilotomia, em 1974. 12 Em paciente com anatomia preservada, a CPRE apresenta 95% de sensibilidade e especificidade para o diagnstico da coledocolitase. O sucesso tcnico maior que 90% apresentando morbidade de aproximadamente 5% e mortalidade inferior a 1% em centros de referncia.12, 32-34 Em 1997, Hintze et al. descreveram uma de taxa 33% na identificao da papila com duodenoscpio convencional nos casos de ala eferente curta.33

Em

2002, Wright et al. descreveram a realizao de CPRE em derivao gstrica usando inicialmente endoscpio de viso frontal. O fio-guia era posicionado preferencialmente no estmago excluso, com passagem do duodenoscpio sobre o fio-guia, sob controle fluoroscpico.39

A CPRE foi tentada em 15 pacientes; a papila

foi alcanada em 67% dos casos e o ducto biliar cateterizado em 100%, tendo 12%

21Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

de complicaes, incluindo dois casos de pancreatite e um sangramento leve resolvido clinicamente, nos 25 procedimentos realizados.39

Esta impossibilidade de

execuo em todos os casos destaca os desafios deste mtodo atravs da via oral, mesmo em centros com ampla experincia. 39

Figura 2 - Duodenoscopia via oral na DGYR sob fio guia. Wright e cols.

O acesso papila duodenal maior aps DGYR tem sido tentado atravs do enteroscpio ou do colonoscpio introduzido via oral ou por meio de ostomia.23

1.3.1 O emprego do colonoscpio: Este mtodo foi inicialmente relatado em 1988 por Gostout40 et al., Elton et al. apresentaram 18 pacientes com reconstruo em Y-de-Roux submetidos a 25 tentativas de CPRE, realizando uma srie com colonoscpio e enteroscpio. Usando enteroscpio, foi possvel a identificao da papila ou entero-entero anastomose em 86% dos pacientes, enquanto que, usando o colonoscpio peditrico, obteve-se 82% de sucesso. A cateterizao da via biliar foi bem sucedida na maioria dos casos com papila nativa (quatro dos cinco pacientes). A cateterizao pancretica foi

22Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

conseguida em 50% dos casos.

40

A literatura dispe de poucos casos de CPRE

usando colonoscpio peditrico, o que dificulta uma avaliao mais criteriosa.

1.3.2 CPRE com o emprego de enteroscpio: BALO NICO O uso do enteroscpio de balo nico tem sido ampliado devido vantagem de se diminuir a formao de loop no intestino delgado, principalmente no acesso ala biliopancretica do Y-de-Roux. Neumann et al. em srie de 13 casos, apresentaram taxa de sucesso de 61% no acesso ala biliopancretica e 46% na realizao da CPRE com enteroscpio de balo nico.41

Wang et al. realizaram

srie de casos utilizando a enteroscopia de balo nico, permitindo efetivamente o diagnstico e colangiografia retrgrada teraputica em pacientes com anatomia alterada por operaes de Whipple, hepatico-jejuno anastomose, Billroth II e Y-deRoux.42 Os autores obtiveram resultados de sucesso no diagnstico em 12/13 (92,3%) pacientes e em 13/16 (81,3%) procedimentos. A teraputica foi necessria em 10 pacientes sendo bem sucedida em nove (90%), havendo dois casos de pancreatite aguda de resoluo clinica satisfatria aps a colangiografia. No houve mortalidade, sangramento ou perfurao.42

Salleem et al. descreveram os resultados em 50 pacientes submetidos a 56 sesses de CPRE por enteroscopia com balo nico na doena bilio-pancretica benigna, obtendo sucesso diagnstico em 70% (39/56) e teraputico em 91% (21/39).43

Ainda nesta publicao, entre as enteroscopias de balo nico com

sucesso, inicialmente se utilizou o colonoscpio peditrio em 22 pacientes, sem

23Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

sucesso. Neles, com o emprego do enteroscpio de balo nico, foi possvel a CPRE em 68% (15/22) dos casos. 43 Este tipo de enteroscopia uma tcnica recente que permite diagnstico e a teraputica avanada em todo o intestino delgado.44

Todavia, apresenta risco

aumentado de pancreatite e necessita de melhoria dos acessrios para a teraputica biliar.42

DUPLO BALO Nos centros com experincia em enteroscopia de duplo balo, descrita taxa superior a 90% na identificao da ala blio-pancretica e superior a 80% na identificao da papila duodenal maior nos pacientes com ala em Y-de-Roux.45

Parlak et al. avaliaram 14 pacientes, apresentando uma taxa de sucesso de 92,9% no acesso ala biliar e obteve 100% de sucesso na cateterizao da via biliar, apresentando como principal complicao pneumoperitnio em apenas um caso, resolvido clinicamente. 45 Emmett et al. analisando srie de 14 pacientes obtiveram xito em 20 sesses de CPRE, usando enteroscpio de duplo balo, totalizando identificao da papila em 85% e cateterizao da via biliar em 80%%.37

Aabakken et al. em 2007,

publicaram uma srie com 18 CPRE em 13 pacientes, obtendo sucesso na identificao da via biliar e teraputica em 100%.46

Kuga et al. numa srie com seis47

pacientes, apresentaram taxa de sucesso de 83, 3%%.

Chu et al. obtiveram et al.

sucesso na cateterizao biliar em trs de cinco pacientes.13 Mnkemller

avaliaram o emprego do enteroscpio de duplo balo em pacientes com anastomoses em Y de Roux. Os resultados obtidos neste estudo reportam uma taxa de sucesso

24Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

diagnstico de 82% e teraputico igual a 58%. 48 Os autores relataram dificuldades na cateterizao da via biliar devido ao posicionamento da papila duodenal e aos acessrios disponveis para esta situao. A principal complicao foi perfurao da anastomose heptico-jejunal em um paciente com coledocolitase recorrente, que teve evoluo satisfatria aps tratamento cirrgico. 48 Existem desvantagens importantes na realizao da CPRE com o enteroscpio de duplo balo tais como a falta do elevador e o canal operatrio fino, dificultando a abordagem diagnstica e teraputica da via blio-pancretica Outra limitao desta tcnica a falta do acessrio especialmente destinado ao enteroscpio.13, 37

H ainda possibilidade de complicaes devido s alteraes

complexas da anatomia, presena de aderncias e formao de ala no trajeto, sendo todas estas situaes menos frequentes quando se percorre a curva de aprendizado. 37, 45, 48

1.3.3 Emprego da gastrostomia para acesso papila duodenal

Data de 1998 a descrio do uso da gastrostomia no estmago excluso aps DGYR.49, 50

Desde ento, h relatos do uso de ostomias para a realizao de l. relataram 14 pacientes submetidos CPRE via

CPRE. 10, 50 Matlock et a

gastrostomia. Em 13 pacientes, a CPRE foi realizada no intraoperatrio com um duodenoscpio estril, imediatamente aps exteriorizao cirrgica do estmago; 10 gastrostomias foram realizadas por via laparoscpica, Os autores obtiveram xito na realizao da colangiografia em todos os casos.51

Martinez et al. descreveram

gastrostomia percutnea por radiologia intervencionista ps-DGYR em seis

25Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

pacientes, sendo realizada em trs pacientes a CPRE com duodenoscpio teraputico, com sucesso na cateterizao em dois deles.10

Em 2006, Baron et al. propuseram o emprego do enteroscpio de duplo balo para posicionamento retrgrado da gastrostomia (EPRG) e, a partir da, utilizla para permitir CPRE subsequentes em pacientes com DGYR. Atingindo-se a cmara gstrica exclusa com o enteroscpio, obtm-se a transiluminao da parede abdominal e a EPRG realizada de maneira semelhante tcnica da gastrostomia radiolgica. 52 A avaliao das sries de casos publicados permite inferir que o uso da gastrostomia exequvel e seguro, permitindo a realizao de duodenoscopia diagnstica e teraputica.10

A desvantagem do mtodo o longo tempo transcorrido48

para a maturao da ostomia, limitando sua aplicao em situaes de urgncia.

Por outro lado, h ainda todas as desvantagens relacionadas presena de ostomia. 53

1.3.4 Gastrotomia laparoscpica para acesso papila duodenal A CPER em bypass gstrico pode ser facilitada atravs do acesso direto ao estmago excluso auxiliado pela laparoscopia. Esse acesso tem sido cada vez mais reportado devido realizao de grande nmero DGYR para tratamento da obesidade.22

Nesta tcnica, a interao entre o cirurgio e o endoscopista

fundamental para a realizao do procedimento. A tcnica consiste em identificar o estmago excluso, realizar gastrotomia, introduzir trocater de 15/18 mm no quadrante superior esquerdo. Atravs deste

ltimo, introduz-se, com o auxlio do cirurgio, o duodenoscpio estril, atravs da

26Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

gastrotomia, atingindo-se ento a papila duodenal maior.

22, 23, 54

Ceppa et al.

submeteram 10 pacientes com DGYR a CPRE transgstrica laparoscpica, identificando doena biliopancretica em cinco deles: em quatro casos (80%), houve sucesso teraputico na cateterizao e papilotomia. Em apenas um paciente no foi possvel a realizao da cateterizao devido impactao do clculo na papila.54

Em outra srie de casos utilizaram-se o acesso laparoscpico com gastrotomia nos pacientes com Y de Roux e doena biliopancretica em 10 pacientes; em todos se obteve a cateterizao da via biliar.39

Lopes et al. apresentaram uma srie de nove

pacientes aps DGYR e um aps antrectomia em Y de Roux, os quais foram submetidos ao acesso endoscpico via transgstrica laparoscpica (n=9) ou atravs da ala biliopancretica (n=1). Houve 90% de sucesso na cateterizao e 100% na esficterotomia, ocorrendo pancreatite moderada em dois pacientes e pneumotrax intraoperatrio em um caso, resolvido no mesmo momento.55

Patel et al. com oito

pacientes exclusivamente submetidos DGYR para tratamento da obesidade, sendo seis pacientes por laparoscopia e dois por cirurgia aberta, realizaram gastrotomia para acesso papila duodenal. Obtiveram sucesso teraputico em todos os casos, sem complicaes. 23 Conclui-se que esta estratgia segura e exeqvel na maioria dos casos.23, 55

O uso de material endoscpico habitual tambm torna o procedimento

mais factvel, alm de se avaliar-se a cavidade abdominal diretamente com a possibilidade de se tratar as hrnias internas ou bridas. As complicaes relatadas nas sries publicadas tm ndices aceitveis, havendo risco inerente anestesia e cirurgia laparoscpica, no se identificando mortalidade.23, 55

A desvantagem a

27Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

maior mobilizao da equipe cirrgica e endoscpica, assim como o maior tempo de execuo e custo elevado devido ao carter endoscpico-cirrgico. 23, 55

A

B

Figura 3 (A) Acesso transgstrico laparoscpico; B) cateterizao da papila maior via gastrotomia laparoscpica.

2 OBJETIVOS

29Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

2.1 GERAL Avaliar a tcnica de CPRE transgstrica para o tratamento da coledocolitase nos pacientes submetidos Derivao Gstrica em Y de Roux.

2.2 ESPECFICOS Avaliar o tempo do procedimento nesta srie de casos Avaliar a taxa de complicaes Avaliar o tempo de internao aps o procedimento Analisar a curva de aprendizado desta tcnica

3 MATERIAL E METODOS

31Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

3.1 CASUSTICA3.1.1 Amostra Foram estudados pacientes submetidos DGYR por laparoscopia para o tratamento da obesidade em trs servios privados de cirurgia baritrica em Salvador/BA, Recife/PE e So Paulo/SP, que realizam tratamento multiprofissional da obesidade, dispondo para isso de uma equipe composta de cirurgies, nutricionistas, psiclogos, endocrinologista e pneumologista. A incluso de pacientes foi realizada no perodo de janeiro de 2003 at janeiro de 2010. A suspeita clnica de doena da via biliar determinou o encaminhamento dos pacientes, objetivando confirmar a hiptese diagnstica e teraputica. As informaes tambm foram registradas em pronturio mdico durante esse perodo, sendo compilados na tabela 6 (anexo1). Para a construo do banco de dados e clculos estatsticos desta amostra, foi utilizado o programa estatstico Statistical Package for the Social Sciences SPSS (SPSS Inc., Chicago, Illinois, EUA, Release 16.0.2, 2008). Os resultados das variveis quantitativas foram apresentados sob a forma de mdia desvio padro. As variveis categricas foram expressas como propores (freqncia relativa). Para comparao a das variveis quantitativas, entre os grupos, foi utilizado o teste Mann-Whitney, Para estudo das variveis categricas foi utilizado teste exato de Fisher. Todos os testes foram bi-caudais e s aplicados aps verificao das premissas para sua utilizao. Consideraram-se como estatisticamente significantes valores de p 0,05.

32Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

3.1.2 Critrios de incluso e excluso Foram includos nesta srie, pacientes submetidos DGYR por via laparoscpica que evoluram com sinais de colestase por coledocolitase associados colecistite aguda em alguns casos. Nenhum paciente foi excludo. No houve excluso de pacientes, sendo documentados todos os casos realizados devido ao carter excepcional da teraputica abordada. 3.2.3 Desenho do estudo um estudo observacional tipo srie de casos, com anlise de um grupo de pacientes apresentando complicao (litase da via biliar) aps DGYR laparoscpica. Os dados foram avaliados e estudados, sendo realizada explicao aos pacientes quanto tcnica endoscpica e cirrgica, detalhando aspectos diagnsticos e teraputicos do procedimento. Os pronturios foram examinados para determinar as seguintes variveis: Idade Gnero IMC no perodo de execuo da CPRE Intervalo de tempo entre a DGYR a CPRE Colelitase associada coledocolitase Indicao clnica para CPRE Achados ultrassonogrficos comparados CPRE Tempo cirrgico Procedimento endoscpico realizado e sua eficcia Perodo de hospitalizao

33Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Populao estudada: Ps- op. DGYR com colestase Critrios de incluso e excluso Tamanho da amostra (n=20)

CVL Previa (n= 11)

CVL Intra-op (n= 9)

Gastrotomia

CPRE + Papilotomia em 100% Estudo contrastado VB Coledocolitase (n= 14) Papilite (n= 6)

Estudo contrastado VB - CONTROLE

Reviso endoscpica

Fechamento da gastrotomia via laparoscpica em 2 planos e fim da laparoscopia

Seguimento ps-operatrio em busca de complicaesVB via biliar; DGRY- Derivao gstrica Y de Roux; CVL colecistectomia vdeolaparoscpica. .

Figura 4 Fluxograma apresentando a seqncia metodolgica do estudo.

3.2.4 Caracterstica dos pacientes A amostra foi composta por pacientes encaminhados com diagnostico de litase na via biliar com quadro de colestase diagnosticados em sua totalidade pela ultrassonografia de abdome, apesar de complementar com outros mtodos como a

34Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

tomografia de abdome com contraste oral e venoso e colangioressonncia magntica. Pacientes de ambos os sexos, idades entre 27 e 44 anos, IMC entre 22,4 a 33,1 kg/m. A casustica tem mdia de idade de 34 anos, sendo a maioria do sexo feminino (16/20). A mdia do IMC dos pacientes antes de serem submetidos ao procedimento foi de 28,23 kg/m e intervalo de tempo entre a DGYR e a CPRE de 17meses (Tabela 1). Alguns pacientes (9/20) foram submetidos colecistectomia

laparoscpica no mesmo ato operatrio. Houve apenas um caso de pancreatite com moderada dor abdominal, que foi tratada clinicamente e sem repercusso sistmica. No houve outra complicao associada ao procedimento.Tabela 1 Perfil dos pacientes: Identificao, gnero, idade, IMC e intervalo de tempo: CPRE x DGYR. Paciente N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Mdia Idade anos 35 29 33 31 36 42 32 28 31 27 44 29 34 39 28 33 38 44 32 37 34,1 Sexo Fem Fem Fem Masc Fem Masc Fem Fem Fem Fem Fem Masc Fem Masc Fem Fem Fem Fem Fem Fem 16F/4M CVL trans operat. Sim Sim No Sim No No No No No Sim No Sim No Sim No No Sim Sim No Sim 11N/9S IMC kg/m 33,1 29,8 25,4 29,1 30,3 27,8 31,7 22,4 28,3 29,2 24,1 31,3 30,2 31,2 24,3 29,3 26,4 27,6 25,6 27,5 28,23 Interv. tempo DGYR CPRE meses 9 13 21 10 16 17 11 23 19 13 22 14 15 26 20 17 20 27 16 12 17,05

DGYR-Derivao gstrica Y de Roux; CVLcolecistectomia vdeolaparoscpica; IMCndice de massa corprea; CPREcolangiopancreatografia retrgrada endoscpica

35Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

3.2.5 Materiais utilizados Foram realizados procedimentos com videoduodenoscpio Olympus TJF-130. Os acessrios utilizados CPRE foram cesta para retirada de clculos, cateter balo dilatador, papiltomos laterais e de extremidade, da marca Boston Scientific / Microinvasive (Natick, MA) e Wilson-Cook (Winston Salem, NC).

1 2 3 Figura 5 Acessrios endoscpicos: 1-papiltomos; 2-balo extrator; 3-basket (cesta para retirada de clculos)

Na laparoscopia, a padronizao inclua a utilizao de um trocater descartvel de 15 ou 18 mm da marca Ethicon Endo-Surgery, Inc., e trs trocateres cirrgicos permanentes.

3.4 PROCEDIMENTOS3.4.1 Anestesia e Procedimento Todos os procedimentos foram realizados em centro cirrgico com os pacientes submetidos anestesia geral venosa e inalatria, antibioticoprofilaxia com 2 gramas de cefazolina endovenosa, com assistncia do mdico anestesiologista por todo o procedimento. A tcnica foi executada sistematicamente como descrita abaixo:

36Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Realizado procedimento em centro cirrgico Paciente em decbito dorsal Laparoscopia com acesso aps pneumoperitnio fechado com agulha de Veress Quatro punes com trocater umbilical de 10 mm para tica, 12 mm na regio subcostal esquerda, na linha axilar anterior, 5 mm subcostal direito e um de 15/18mm subcostal esquerdo, por onde era introduzido o duodenoscpio. A gastrotomia era realizada aps identificao e disseco das aderncias na parede anterior da grande curvatura do estmago excluso com uma sutura em bolsa, distando de 4 a 6 cm do piloro.

Figura 6 Gastrotomia laparoscpica e passagem endoscpica com auxilio da laparoscopia.

O duodenoscpio introduzido na gastrotomia no portal de 15/18 mm, progredindo atravs do piloro at alcanar a papila duodenal. A canulao e teraputica da via biliopancretica seguiu o mtodo tradicional, utilizando radioscopia e acessrios convencionais (cnula, fio guia, papiltomo, balo extrator e basket).

37Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Figura 7 CPRE. A- Introduo do duodenoscpio na gastrotomia; B- Desenho esquemtico do acesso via gastrotomia; C- Canulao da papila

Ao final da CPRE, a gastrotomia era fechada em dois planos com fios de prolene 3-0. Os trocateres eram retirados sob viso laparoscpica. Sutura das incises da pele.

Figura 8 Intra-operatrio: disposio da equipe.

38Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

3.4.2 Cuidados ps-operatrios Os pacientes receberam analgesia e hidratao endovenosa, prescrio medica de medicaes sintomticas de demanda e permaneciam em observao clnica por 48 horas. Dieta lquida liberada aps 12hs, dependendo da evoluo individual. O paciente foi liberado com orientao de ingesta lquida restrita nas 48 horas seguintes. Nos casos em que no havia controle adequado da dor, nuseas, vmitos e elevao das enzimas hepticas, amilase, lipase e leuccitos o paciente permanecia internado para analgesia venosa e avaliao, devido possibilidade de pancreatite aguda.

4 RESULTADOS

40Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Os resultados foram tabulados, gerando uma srie com 20 casos, tratados por laparoscopia e CPRE transgstrica, com sucesso em 100% dos casos (anexo 2). Um total de 20 pacientes foi submetido CPRE atravs da gastrotomia laparoscpica, aps DGYR para o tratamento da obesidade, sendo que nove pacientes foram submetidos colecistectomia simultaneamente. Houve 16 pacientes do sexo feminino com mdia do IMC = 28,23 kg/m2; no momento da abordagem endoscpica, o intervalo de tempo entre o ps-operatrio da DGYR e a CPRE transgstrica teve mdia de 17 meses. A apresentao clnica patolgica mais comum foi a coledocolitase, com diagnstico confirmado por exames de imagem como CPRM, USG e TC. A ultrassonografia de abdome foi o exame 100% realizado nos pacientes e a tomografia foi realizada em apenas quatro pacientes. Todos os pacientes foram submetidos CPRE com papilotomia sem intercorrncias; houve 13 extraes de clculo biliar com uso de balo extrator e cesta para retirada de clculos; identificamos edema flogstico na papila em seis casos. Apenas um paciente apresentou pancreatite aguda ps-CPRE, resolvido clinicamente. A cateterizao da papila foi antergrada (cstico-duodenal) com fio guia 0,35 em dois casos submetidos colecistectomia simultaneamente, pois a papila estava plana e de difcil cateterizao via duodenal. Optamos nestes casos por realizar um pr-corte, com papiltomo de ponta tipo Needle-Knife, em cima do fio guia exteriorizado na papila e na sequncia proceder com a papilotomia convencional.

41Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Tabela 2 Resultado da srie Paciente N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 CDL CDL CDL CDL Dilatao VB Dilatao VB Dilatao VB Dilatao VB CDL CDL CDL Papilite CDL Papilite CDL Papilite CDL CDL Papilite Papilite Papilite CDL CDL CDL CDL CDL CDL CDL 14/CDL PP + CDL PP + CDL PP + CDL PP PP + CDL PP PP + CDL PP PP + CDL PP + CDL PP PP PP PP PP + CDL PP + CDL PP + CDL PP + CDL PP + CDL PP + CDL 13/PP+CDL Indicao Clnica Achados USG Achados CPRE Interveno Tempo Cirrgico (min) 134 142 128 125 110 92 85 94 78 88 55 75 60 72 67 87 80 90 45 105 90,6 Hospitalizao (dias) 3 3 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 4 2,1

Colecistite Dilatao VB Icteric.obst. Dilatao VB CDL Icteric.obst. CDL CDL CDL VB normal CDL CDL

Icteric.obst. Dilatao VB Colecistite Dilatao VB Colecistite Colecistite CDL CDL Colecistite Colecistite CDL CDL 11/CDL CCC CCC CDL Dilatao VB CCC CCC Dilatao VB CCC 10/Dil VB

CDL - coledocolitase; CCC colecistite; CVL colecistectomia vdeolaparoscpica; VB via biliar; PP papilotomia.

O tempo cirrgico mdio foi igual a 90,6 min. e a mdia de permanncia hospitalar de 2 dias. O controle laboratorial e de USG das vias biliares, realizados no terceiro e sexto ms aps o procedimento, apresentavam normalidade.

42Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Tabela 3 Descrio por gnero Masculino (N=4) Idade IMC Intervalo de Tempo (m) entre a CB e a CPRE 35,25 6,23 29,85 1,7 16,75 6,8 Feminino (N=16) 33,81 5,12 27,8 2,94 17,13 4,91

Figura 9 Intra Colangiografia comparativa pr X ps-CPRE transgstrica na DGYR.

Dividindo o grupo de acordo com a mediana do tempo cirrgico em menor ou maior que 88min e comparando com as variveis do estudo no foram encontrados valores com significncia estatstica conforme demonstrado na Tabela 4.

43Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Tabela 4 Distribuio das variveis de acordo com o tempo de durao do procedimento VARIVEIS Tempo de durao do procedimento < 88 min 88 min N = 10 (50%) N = 10 (50%) 28,2 2,9 28,2 2,9 34,0 4,9 34,2 5,8 18,4 4,3 16,1 5,9 45,5% 66,7% 33,3% 50,0% 50,0% 46,2% 57,1% 54,5% 33,3% 66,7% 1,000 50,0% 50,0% 1,000 53,8% 42,9% p

Idade IMC Tempo CB vs CPRE Indicao clnica* Coledocolitase Colecistite Ictercia obstrutiva Achados CPRE Coledocolitase Papilite Interveno Papilotomia e extrao de clculo Papilotomia

0,821 0,970 0,364

*No foi possvel aplicar teste estatstico devido ao n.

5 DISCUSSO

45Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

5.1 DISCUSSO DA METODOLOGIAEstudo retrospectivo recomendado quando se dispe de um conglomerado de pacientes para cuja doena se procura a causa 53. Neste estudo, a doena pouco frequente e se torna difcil o seguimento prospectivo dos pacientes submetidos DGYR at o surgimento de coledocolitase. O desenvolvimento desta pesquisa seguiu a demanda imposta, com dados compilados com fidelidade em pronturio mdico no ato da realizao do procedimento. A coleta dos dados executada por apenas um observador aumenta a confiabilidade da anlise das informaes. O estudo retrospectivo tem vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas para a validao da hiptese sugerida56.

Vantagens Fcil execuo Curta durao Aplicvel a doenas raras e de baixa incidncia; Permite a varredura de muitos fatores Reprodutibilidade

Desvantagens Dificuldade na seleo dos controles As informaes originadas so incompletas M memria dos informantes Os casos no so escolhidos aleatoriamente; eles se impem.

Quadro 2 Vantagens e desvantagens do estudo retrospectivo

5.2 DISCUSSO DOS RESULTADOSO acesso laparoscpico para a realizao de CPRE em paciente com Y de Roux tem sido reportado com maior freqncia devido ao crescimento da cirurgia baritrica no mundo. 22, 55

46Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Na realizao da CPRE via oral nos pacientes submetidos DGYR, devido ala aferente ser muito longa, tem-se utilizado endoscpios de viso frontal como enteroscpio de duplo-balo e colonoscpio infantil.39 Wright et al. descreveram a CPRE em derivaes gstricas usando primeiramente endoscpios de viso frontal39. Mosler P et al. relatam macio enfisema subcutneo aps

tentativa de CPRE com colonoscpio infantil em DGYR57. O acesso via oral nos pacientes com DGYR encontra outras dificuldades alm da progresso, como a disponibilidade de acessrios adequados realizao dos procedimentos sobre a papila e o posicionamento invertido na canulao da papila. Nesta srie, em todos os casos houve sucesso no acesso transgstrico laparoscpico e na abordagem da papila, usando duodenoscpio. Este resultado foi consoante ao obtido por Nguyen et al.58 A descrio pioneira da via transgstrica foi feita por Schapira et al. em 1975.59 Ceppa et al. submeteram 10 pacientes com DGYR a CPRE transgstrica laparoscpica, identificando doena biliopancretica em cinco pacientes: em quatro casos (80%), houve sucesso teraputico na cateterizao e papilotomia.54

Matlock et al. em 2005 usando o acesso

laparoscpico com gastrostomia no Y de Roux e doena biliopancretica em 10 pacientes, obtiveram sucesso em 100% na cateterizao da via biliar. 51 Os 20 pacientes estudados foram submetidos papilotomia

(esficterotomia), no havendo intercorrncias ou mesmo complicaes graves. Lopes et al. apresentaram uma srie de nove pacientes aps DGYR, os quais foram submetidos ao acesso endoscpico via transgstrica laparoscpica. Houve 90% de sucesso na cateterizao e 100% na esficterotomia, ocorrendo pancreatite moderada em dois pacientes e pneumotrax intraoperatrio em um caso, sendo

47Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

ambos resolvidos no mesmo momento.

22, 55

Nesta srie houve um caso de

pancreatite leve aps CPRE transgstrica, que foi resolvido clinicamente. Patel et al. com oito pacientes exclusivamente submetidos DGYR para tratamento da obesidade, sendo seis pacientes por laparoscopia e dois por laparotomia, realizaram gastrotomia em todo o grupo e CPRE transgstrica com 100% de sucesso diagnstico e teraputico, sem a existncia de complicaes.23

A coledocolitase foi a indicao clnica mais frequente nesta srie, assim como encontrada na literatura pertinente. A avaliao complementar atravs do USG para doena das vias biliares a principal estratgia segundo Nguyen et al.58 23,

Neste estudo, a USG foi realizada em 100% dos casos. Quando se avaliam as variveis do estudo com a mediana do tempo

cirrgico, como demonstrado na Tabela 4, no se encontram valores com significncia estatstica, nos fazendo sugerir que a diminuio do tempo cirrgico foi devido maior experincia da equipe ao longo do tempo realizando este procedimento. O acesso via biliopancretica nos pacientes com Y de Roux assistido por laparoscopia seguro e tem elevada taxa de sucesso. O uso de material endoscpico habitual tambm torna o procedimento mais factvel, alm de se avaliar a cavidade abdominal diretamente com a possibilidade de se tratar hrnias internas ou bridas. As complicaes relatadas nas sries publicadas tm ndices aceitveis, havendo risco inerente anestesia e cirurgia laparoscpica, no se identificando mortalidade. A desvantagem a maior mobilizao da equipe cirrgica e endoscpica, maior tempo de execuo e custo elevado devido ao carter endoscpico-cirrgico.

6 CONCLUSES

49Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Nas condies de trabalho em que a pesquisa foi realizada, conclui-se que: A CPRE transgstrica assistida por laparoscopia em pacientes submetidos a Derivao Gstrica em Y de Roux para tratamento da obesidade um procedimento seguro que pode ser realizado de forma vivel na maioria dos centros de cirurgia baritrica. O tempo do procedimento teve mdia de 90,6min. Com menor tempo nos ltimos dez casos quando comparado aos dez casos iniciais. Mdia dos dez casos iniciais com 107,6min. Casos finais com 73,6min. Houve apenas um caso de pancreatite leve, correspondendo a 5% dos casos. O procedimento no apresenta longo perodo de internao, com mdia de 2 dias nesta srie, correspondendo a 65% dos casos. A curva de aprendizado foi determinante para a realizao do procedimento num menor tempo cirrgico.

REFERNCIAS

51Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

1. 2. 3. 4. 5.

Mokdad AH, Ford ES, Bowman BA et al. Prevalence of obesity, diabetes, and obesity-related health risk factors, 2001. JAMA 2003;289(1):76-79. Schneider BE, Mun EC. Surgical management of morbid obesity. Diabetes Care 2005;28(2):475-480. Haslam DW, James WP. Obesity. Lancet 2005;366(9492):1197-1209. Mokdad AH, Marks JS, Stroup DF, Gerberding JL. Actual causes of death in the United States, 2000. JAMA 2004;291(10):1238-1245. IBGE Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Pesquisa de Oramentos Familiares(POF) 2008-2009 Antropometria e estado nutricional de crianas, adolescentes e adultos no Brasil. ISBN: 978-85-240-4131-0. Rio de Janeiro, 27/08/2010 Sjostrom L, Lindroos AK, Peltonen M et al. Lifestyle, diabetes, and cardiovascular risk factors 10 years after bariatric surgery. N Engl J Med 2004;351(26):2683-2693. Sjostrom L, Narbro K, Sjostrom CD et al. Effects of bariatric surgery on mortality in Swedish obese subjects. N Engl J Med 2007;357(8):741-752. Buchwald H, Oien DM. Metabolic/bariatric surgery Worldwide 2008. Obes Surg 2009;19(12):1605-1611. Griffen WO, Jr., Bivins BA, Bell RM, Jackson KA. Gastric bypass for morbid obesity. World J Surg 1981;5(6):817-822.

6.

7. 8. 9.

10. Martinez J, Guerrero L, Byers P et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography and gastroduodenoscopy after Roux-en-Y gastric bypass. Surg Endosc 2006;20(10):1548-1550. 11. Mason EE, Ito C. Gastric bypass in obesity. Surg Clin North Am 1967;47(6):1345-1351. 12. Adler DG, Baron TH, Davila RE et al. ASGE guideline: the role of ERCP in diseases of the biliary tract and the pancreas. Gastrointest Endosc 2005;62(1):1-8. 13. Chu YC, Yang CC, Yeh YH, Chen CH, Yueh SK. Double-balloon enteroscopy application in biliary tract disease-its therapeutic and diagnostic functions. Gastrointest Endosc 2008;68(3):585-591. 14. Taha MI, Freitas WR, Jr., Puglia CR, Lacombe A, Malheiros CA. [Predictive factors for cholelithiasis in the morbidly obese submitted to Roux-en-Y gastroplasty]. Rev Assoc Med Bras 2006;52(6):430-434. 15. Wudel LJ, Jr., Wright JK, Debelak JP, Allos TM, Shyr Y, Chapman WC. Prevention of gallstone formation in morbidly obese patients undergoing rapid

52Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

weight loss: results of a randomized controlled pilot study. J Surg Res 2002;102(1):50-56. 16. Wattchow DA, Hall JC, Whiting MJ, Bradley B, Iannos J, Watts JM. Prevalence and treatment of gall stones after gastric bypass surgery for morbid obesity. Br Med J (Clin Res Ed) 1983;286(6367):763. 17. Everhart JE. Contributions of obesity and weight loss to gallstone disease. Ann Intern Med 1993;119(10):1029-1035. 18. Iglezias Brandao de OC, Adami CE, da Silva BB. Impact of rapid weight reduction on risk of cholelithiasis after bariatric surgery. Obes Surg 2003;13(4):625-628. 19. Dittrick GW, Thompson JS, Campos D, Bremers D, Sudan D. Gallbladder pathology in morbid obesity. Obes Surg 2005;15(2):238-242. 20. Fobi M, Lee H, Igwe D et al. Prophylactic cholecystectomy with gastric bypass operation: incidence of gallbladder disease. Obes Surg 2002;12(3):350-353. 21. Nakeeb A, Comuzzie AG, Martin L et al. Gallstones: genetics versus environment. Ann Surg 2002;235(6):842-849. 22. Lopes TL, Baron TH. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography in patients with Roux-en-Y anatomy. J Hepatobiliary Pancreat Sci 2010. 23. Patel JA, Patel NA, Shinde T et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography after laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass: a case series and review of the literature. Am Surg 2008;74(8):689-693. 24. Amaral JF, Thompson WR. Gallbladder disease in the morbidly obese. Am J Surg 1985;149(4):551-557. 25. Shiffman ML, Sugerman HJ, Kellum JH, Brewer WH, Moore EW. Gallstones in patients with morbid obesity. Relationship to body weight, weight loss and gallbladder bile cholesterol solubility. Int J Obes Relat Metab Disord 1993;17(3):153-158. 26. Shiffman ML, Sugerman HJ, Kellum JM, Moore EW. Changes in gallbladder bile composition following gallstone formation and weight reduction. Gastroenterology 1992;103(1):214-221. 27. Zapata R, Severin C, Manriquez M, Valdivieso V. Gallbladder motility and lithogenesis in obese patients during diet-induced weight loss. Dig Dis Sci 2000;45(2):421-428. 28. Stampfer MJ, Maclure KM, Colditz GA, Manson JE, Willett WC. Risk of symptomatic gallstones in women with severe obesity. Am J Clin Nutr 1992;55(3):652-658.

53Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

29. Al-Jiffry BO, Shaffer EA, Saccone GT, Downey P, Kow L, Toouli J. Changes in gallbladder motility and gallstone formation following laparoscopic gastric banding for morbid obestity. Can J Gastroenterol 2003;17(3):169-174. 30. Miller K, Hell E, Lang B, Lengauer E. Gallstone formation prophylaxis after gastric restrictive procedures for weight loss: a randomized double-blind placebo-controlled trial. Ann Surg 2003;238(5):697-702. 31. Deitel M, Petrov I. Incidence of symptomatic gallstones after bariatric operations. Surg Gynecol Obstet 1987;164(6):549-552. 32. Christensen M, Matzen P, Schulze S, Rosenberg J. Complications of ERCP: a prospective study. Gastrointest Endosc 2004;60(5):721-731. 33. Hintze RE, Adler A, Veltzke W, Abou-Rebyeh H. Endoscopic access to the papilla of Vater for endoscopic retrograde cholangiopancreatography in patients with billroth II or Roux-en-Y gastrojejunostomy. Endoscopy 1997;29(2):69-73. 34. Shojaiefard A, Esmaeilzadeh M, Ghafouri A, Mehrabi A. Various techniques for the surgical treatment of common bile duct stones: a meta review. Gastroenterol Res Pract 2009;2009:840208. 35. Pandolfino JE, Krishnamoorthy B, Lee TJ. Gastrointestinal complications of obesity surgery. MedGenMed 2004;6(2):15. 36. Buchwald H, Williams SE. Bariatric surgery worldwide 2003. Obes Surg 2004;14(9):1157-1164. 37. Emmett DS, Mallat DB. Double-balloon ERCP in patients who have undergone Roux-en-Y surgery: a case series. Gastrointest Endosc 2007;66(5):1038-1041. 38. Feitoza AB, Baron TH. Endoscopy and ERCP in the setting of previous upper GI tract surgery. Part I: reconstruction without alteration of pancreaticobiliary anatomy. Gastrointest Endosc 2001;54(6):743-749. 39. Wright BE, Cass OW, Freeman ML. ERCP in patients with long-limb Roux-en-Y gastrojejunostomy and intact papilla. Gastrointest Endosc 2002;56(2):225-232. 40. Elton E, Hanson BL, Qaseem T, Howell DA. Diagnostic and therapeutic ERCP using an enteroscope and a pediatric colonoscope in long-limb surgical bypass patients. Gastrointest Endosc 1998;47(1):62-67. 41. Neumann H, Fry LC, Meyer F, Malfertheiner P, Monkemuller K. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography using the single balloon enteroscope technique in patients with Roux-en-Y anastomosis. Digestion 2009;80(1):52-57. 42. Wang AY, Sauer BG, Behm BW et al. Single-balloon enteroscopy effectively enables diagnostic and therapeutic retrograde cholangiography in patients with surgically altered anatomy. Gastrointest Endosc 2010;71(3):641-649.

54Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

43. Saleem A, Baron TH, Gostout CJ et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography using a single-balloon enteroscope in patients with altered Roux-en-Y anatomy. Endoscopy 2010. 44. Hartmann D, Eickhoff A, Tamm R, Riemann JF. Balloon-assisted enteroscopy using a single-balloon technique. Endoscopy 2007;39 Suppl 1:E276. 45. Parlak E, Cicek B, Disibeyaz S et al. Endoscopic retrograde cholangiography by double balloon enteroscopy in patients with Roux-en-Y hepaticojejunostomy. Surg Endosc 2010;24(2):466-470. 46. Aabakken L, Bretthauer M, Line PD. Double-balloon enteroscopy for endoscopic retrograde cholangiography in patients with a Roux-en-Y anastomosis. Endoscopy 2007;39(12):1068-1071. 47. Kuga R, Furuya CK, Jr., Hondo FY, Ide E, Ishioka S, Sakai P. ERCP using double-balloon enteroscopy in patients with Roux-en-Y anatomy. Dig Dis 2008;26(4):330-335. 48. Monkemuller K, Fry LC, Bellutti M, Neumann H, Malfertheiner P. ERCP with the double balloon enteroscope in patients with Roux-en-Y anastomosis. Surg Endosc 2009;23(9):1961-1967. 49. Brotherton AM, Judd PA. Quality of life in adult enteral tube feeding patients. J Hum Nutr Diet 2007;20(6):513-522. 50. Ross AS, Dye C. Double-balloon enteroscopy to facilitate retrograde PEG placement as access for therapeutic ERCP in patients with long-limb gastric bypass. Gastrointest Endosc 2007;66(2):419. 51. Matlock J, Freeman ML. Endoscopic therapy of benign biliary strictures. Rev Gastroenterol Disord 2005;5(4):206-214. 52. Baron TH. Double-balloon enteroscopy to facilitate retrograde PEG placement as access for therapeutic ERCP in patients with long-limb gastric bypass. Gastrointest Endosc 2006;64(6):973-974. 53. Bannerman E, Pendlebury J, Phillips F, Ghosh S. A cross-sectional and longitudinal study of health-related quality of life after percutaneous gastrostomy. Eur J Gastroenterol Hepatol 2000;12(10):1101-1109. 54. Ceppa FA, Gagne DJ, Papasavas PK, Caushaj PF. Laparoscopic transgastric endoscopy after Roux-en-Y gastric bypass. Surg Obes Relat Dis 2007;3(1):2124. 55. Lopes TL, Clements RH, Wilcox CM. Laparoscopy-assisted ERCP: experience of a high-volume bariatric surgery center (with video). Gastrointest Endosc 2009;70(6):1254-1259.

55Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

56. Rouquayrol MZ, Correia LL, Barbosa LM, Xavier LG, Oliveira JW, Fonseca W. [Risk factors of stillbirths in Fortaleza-Brazil: a case-control study]. J Pediatr (Rio J ) 1996;72(6):374-378. 57. Mosler P, Fogel EL. Massive subcutaneous emphysema after attempted endoscopic retrograde cholangiopancreatography in a patient with a history of bariatric gastric bypass surgery. Endoscopy 2007;39 Suppl 1:E155. 58. Nguyen NT, Hinojosa MW, Slone J, Lee J, Khiatani V, Wilson SE. Laparoscopic transgastric access to the biliary tree after Roux-en-Y gastric bypass. Obes Surg 2007;17(3):416-419. 59. Schapira L, Falkenstein DB, Zimmon DS. Endoscopy and retrograde cholangiography via gastrostomy. Gastrointest Endosc 1975;22(2):103.

ANEXOS

57Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

ANEXO 1 - ARTIGO DE REVISOTexto formatado conforme as orientaes aos autores da Revista Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia (http;//www.scielo.br/ag.htm), que se encontra abaixo do texto e das figuras deste artigo, o qual foi enviado para a Revista. Os autores aguardam a resposta dos editores

Artigo de Reviso

Colangiopancreatografia Retrgrada Endoscpica em Pacientes com Ala em Y de Roux

Josemberg CAMPOS, Marcelo FALCO, Manoel Galvo NETO, Almino RAMOS, Fauze MALUF, lvaro FERRAZ

Hospital das Clnicas, Departamento de Cirurgia - Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

Correspondncia: Josemberg M. Campos Rua Vigrio Barreto, 127 / 802 - Graas, 52020-140, Recife, Brasil e-mail: [email protected]

58Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Resumo

A reconstruo do trato digestivo com ala em Y de Roux tem sido mais empregada principalmente devido ao crescimento do tratamento cirrgico da obesidade nos ltimos anos. A pandemia da obesidade tem associado um crescimento da litase biliar nesta populao diagnosticada no pr e ps- operatrio. Considerando a maior complexidade da colangiopancreatografia endoscpica retrgrada nestas

circunstncias, os autores revisam as diversas abordagens endoscpicas. Foram avaliadas 249 publicaes de 1990 a 2010,obtidas nas bases de dados Medline, Cochrane e Scielo, sendo excludos relatos de casos e publicaes no elegveis. As opes endoscpicas incluem o uso de enteroscpio, colonoscpio, acesso enteral e transgstrico combinado com cirurgia, com alta taxa de sucesso. Mesmo com o avano tecnolgico obtido, necessrio um desenvolvimento maior do instrumental utilizado a fim de possibilitar maior conforto e segurana ao procedimento.

Descritores: Digestive system endoscopic surgery, obesity surgery, Roux-en-Y gastric bypass, choledocolithiasis, ERCP, enteroscopy, transgastric ERCP.

Introduo Originalmente, a anastomose gastrointestinal em Y de Roux foi criada para desviar a secreo biliar e impedir o refluxo para o coto gstrico remanescente.

59Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Posteriormente, esta tcnica foi adaptada para outras circunstncias.

(1, 2)

A

pandemia da obesidade tornou o bypass gstrico em Y de Roux (BGYR) um dos mais realizados no mundo, estando associada litase biliar aps gastroplastia,(2, 3)

cujo tratamento endoscpico usando equipamentos convencionais tem sido dificultado devido ao maior comprimento e tortuosidade das alas jejunais.(1, 4, 5)

A colangiopancreatografia retrograda endoscpica (CPRE) foi primeiramente relatada em 1968 e a introduo da papilotomia em 1974, havendo um subseqente desenvolvimento da teraputica endoscpica pancreatobiliar.(3)

Atualmente a CPRE

na coledocolitase apresenta 95% de sensibilidade, e especificidade entre 92 e 98%, um sucesso tcnico maior que 90% na papilotomia, morbidade de aproximadamente 5% e mortalidade menor que 1% em centros de referncia. (3, 6, 7) Diante da dificuldade de se realizar CPRE convencional no BGYR e o advento de tecnologia endoscpica, possvel o acesso a via blio-pancretica com enteroscpio, colonoscpio e duodenoscpio convecional conjugado com cirurgia e por meio de ostomia.(8) Objetiva-se apresentar uma reviso das opes de abordagem da via blio-pancretica atravs de CPRE em pacientes submetidos cirurgia em Y de Roux, enfatizando a exeqibilidade tcnica dos procedimentos e os resultados obtidos.

Metodologia Foram analisados 249 artigos contidos em revistas indexadas aps o cruzamento dos referidos descritores nas bases de dados Pubmed, Cochrane e Scielo. Assim, foram includas publicaes de 1990 a 2010, em ingls, espanhol e portugus. Aps

60Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

a leitura dos resumos, os autores excluram relatos de casos e publicaes no elegveis, considerando a abordagem do tema especfico deste artigo. Finalmente, 17 estudos foram selecionados e esto apresentados no texto abaixo, enfatizando os principais aspectos relacionados execuo tcnica dos procedimentos e seus resultados (Tabela 1).

CPRE convencional na Ala do Y de Roux A descrio original da reconstruo em Y de Roux apresenta, em mdia, ala eferente de 50 cm de comprimento e ala aferente entre 20-30 cm. Esta anatomia possibilita a realizao de CPRE convencional.(9)

(Fig. 1) Todavia, no BGYR

baritrico existe um alongamento do comprimento das alas aferente e eferente, dificultando a progresso e a avaliao endoscpica convencional por via oral.(1) Em 1997, HINTZE(10) et al. descreveram uma taxa 33% de identificao da papila com duodenoscpio convencional nos casos de ala eferente curta. (10) Em 2002, WRIGHT(11) et al. descreveram a realizao de CPRE em derivao gstrica

usando inicialmente endoscpio de viso frontal. O fio-guia era posicionado preferencialmente no estmago excluso, com passagem do duodenoscpio sob o fio-guia e radioscopia. A CPRE foi tentada em 15 pacientes; a papila foi alcanada em 67% dos casos e o ducto biliar cateterizado em 100%, tendo 12% de complicaes nos 25 procedimentos realizados.(11) Esta impossibilidade de execuo em todos os casos destaca os desafios deste mtodo atravs da via oral, mesmo em centros com ampla experincia (Fig. 2). (11)

61Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

CPRE com colonoscpio peditrico na ala do Y de Roux Este mtodo foi inicialmente relatado em 1988 por GOSTOUT(12)

et al. ELTON(12) et

al. apresentaram 18 pacientes com reconstruo em Y de Roux submetidos a 25 tentativas de CPRE. Usando enteroscpio, foi possvel a identificao da papila ou entero-entero anastomose em 86% dos pacientes, enquanto que o colonoscpio peditrico obteve 82% de sucesso. A cateterizao da via biliar foi bem sucedida na maioria dos casos com papila nativa (quatro dos cinco pacientes). A cateterizao pancretica foi conseguida em 50% dos casos.(12)

A literatura contm poucos casos

de CPRE usando colonoscpio peditrico, o que dificulta uma avaliao mais criteriosa.

CPRE na ala do Y de Roux com enteroscpio de balo nico O uso deste procedimento tem sido ampliado devido vantagem de se diminuir a formao de loop no intestino delgado, principalmente no acesso a via biliar do Y de Roux. NEUMANN(13) et al. em uma srie de 13 casos, apresentam uma taxa de sucesso de 61% no acesso ala blio-pancretica e 46% na realizao da CPRE com enteroscpio de balo nico.(13) WANG(14)

et al. realizaram uma srie de casos em que a enteroscopia de balo

nico permite efetivamente o diagnstico e colangiografia retrgrada teraputica em pacientes com anatomia alterada por cirurgia como: Whipple, hepatico-jejuno anastomose e Billroth II e Y de Roux. Os autores obtiveram resultados de sucesso no diagnostico em 12/13 (92,3%) pacientes e em 13/16 (81,3%) procedimentos. A teraputica foi necessria em 10 pacientes sendo bem sucedida em nove (90%),

62Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

havendo dois casos de pancreatite aguda de resoluo clinica satisfatria aps a colangiografia. No houve sangramento e/ou perfurao nesta serie.(14)

SALLEEM(15) et al. apresentaram uma serie com 50 pacientes submetidos a 56 CPRE por enteroscopia com balo nico na doena bilio-pancretica benigna, obtendo sucesso diagnostico de 70% (39/56) e teraputico de 91% (21/39). Ainda nesta publicao entre as enteroscopias de balo nico com sucesso, h uma serie onde foi realizada CPRE com colonoscpio convencional em 22 pacientes sem sucesso. Nestes mesmos pacientes foi realizada CPRE por enteroscpio de balo nico sendo concluda em 68% (15/22) dos casos.(15)

Este tipo de enteroscopia uma tcnica recente que permite diagnstico e teraputica avanada em todo intestino delgado.(16)

Todavia, apresenta risco

aumentado de pancreatite e necessita de melhoria dos equipamentos disponveis para a teraputica biliar. (14)

CPRE utilizando enteroscpio de duplo balo na ala do Y de Roux A alterao anatmica cirrgica tipo Y de Roux ou heptico-jejuno anastomose torna a CPRE tecnicamente mais difcil.(4, 17)

Nos centros com experincia em

enteroscopia de duplo balo, descrita uma taxa maior que 90% e 80% na identificao da ala blio-pancretica e da papila nos pacientes com Y de Roux. (18) PARLAK(18)

et al. avaliaram 14 pacientes, apresentando uma taxa de sucesso de

92,9% no acesso a ala biliar e obteve 100% de sucesso na cateterizao da via biliar, apresentando como principal complicao pneumoperitnio resolvido

clinicamente.(18)

63Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

EMMETT(5) et al. estudando uma srie com 14 pacientes, realizaram com sucesso 20 CPRE, usando enteroscpio de duplo balo na identificao da papila em 85% e na cateterizao da via biliar em 80%.(5)

AABAKKEN (19) et al., em 2007, publicaram

uma srie com 18 CPRE em 13 pacientes, obtendo sucesso na identificao da via biliar e teraputica em 100% .(19)

KUGA

(19)

et al. numa serie com seis pacientes,(19)

apresentaram taxa de sucesso de 83, 3%.

CHU

(4)

et al. obteve sucesso na

cateterizao biliar em 60%, em cinco pacientes.

(4)

MNKEMLLER(17) et al.

avaliaram o sucesso tcnico do enteroscpio de duplo balo em pacientes com anastomoses em Y de Roux. Os resultados obtidos neste estudo reportam uma taxa de sucesso diagnostico em 82% e sucesso teraputico de 58%. Houve dificuldade na cateterizao da via biliar devido a impossibilidade de progresso do fio-guia e progresso do stent. A principal complicao foi a perfurao da anastomose heptico-jejunal em um paciente com coledocolitase recorrente, que eve evoluo satisfatria aps tratamento cirrgico.(17) Existem desvantagens importantes na realizao da CPRE com o enteroscpio de duplo balo como a falta do elevador e ausncia da viso lateral, dificultando a abordagem diagnostica e teraputica da via blio-pancretica.(5)

Outra limitao

desta tcnica a falta do acessrio especialmente destinado ao enteroscpio facilitando o manuseio nesta circunstncia.(4, 5)

Alm das desvantagens h

possibilidade de complicaes devido s alteraes complexas da anatomia, presena de aderncias e formao de ala no trajeto. Isto deve ser minimizado ao se adquirir experincia.(5, 17, 18)

Todavia, as publicaes pertinentes evidenciam a

possibilidade de realizao desta tcnica com sucesso e com a possibilidade de

64Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

melhora medida que houver avano tecnolgico e crescimento no nmero de experts.

CPRE atravs da ostomia na ala do Y de Roux Descrita desde 1998 a gastrostomia no estomago excluso aps RYGBP para tratamento da obesidade tem sido uma alternativa factvel e de sucesso.(19, 20

Encontramos a partir desta data, alguns relatos do uso de ostomias para a realizao de CPRE no Y de Roux e se identificaram poucas publicaes descrevendo serie de casos e seus resultados, principalmente as complicaes.22) (21,

MATLOCK (23) et al relataram 14 pacientes submetidos CPRE via gastrostomia,

em 13 pacientes a CPRE foi realizada no intra-operatrio com um duodenoscpio estril, imediatamente aps exteriorizao cirrgica do estmago; em 14 gastrostomias, 10 foram realizadas por laparoscopia, obtendo 100% de sucesso nas CPRE realizadas.(23

et al descreveram gastrostomia percutnea por radiologia

intervencionista ps-BGYR em seis pacientes, sendo realizada em trs pacientes a CPRE com duodenoscpio teraputico com sucesso na cateterizao em dois pacientes. (22) BARON(19)

em 2006 prope uma estratgia com o enteroscpio de duplo

balo para posicionamento retrgrado da gastrostomia (EPRG) para permitir CPRE subseqentes em pacientes com BGYR, sendo aplicvel em situaes eletivas com o enteroscpio de duplo balo avanando alem da papila e atravs do piloro no estomago excluso. Com transiluminao a EPRG realizada com a tcnica padro e uso de cateteres e fio guia utilizados na radiologia intervencionista.(19)

65Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

O uso da gastrostomia e/ou jejunostomia exeqvel e seguro, permitindo a realizao de duodenoscopia diagnstica e teraputica. 22 A desvantagem do mtodo o longo tempo transcorrido para a maturao da ostomia, limitando sua aplicao em situaes agudas.(19)

Outra desvantagem a presena dos cateteres de

ostomias criando uma imagem corporal negativa para o paciente alem do desconforto nas atividades do cotidiano.(24 )

CPRE na ala do Y de Roux assistida por laparoscopia O acesso laparoscpico para a realizao de CPRE em paciente com Y de Roux tem sido cada vez mais reportado devido a realizao de grande numero BGYR para tratamento da obesidade.(23) Nesta tcnica a interao entre o cirurgio e o endoscopista fundamental para a realizao do procedimento. A tcnica realizada seguindo o protocolo cirrgico para laparoscopia habitual, que aps se identificar e isolar o estmago excluso, realiza-se uma gastrotomia. A laparoscopia orienta a introduo de um trocater de 15/18 mm no quadrante superior esquerdo onde ir ser introduzido o duodenoscpio e guiado at a gastrotomia confeccionada de acordo com o melhor posicionamento do antro/piloro para progredir no duodeno at a papila. (8, 23, 25) CEPPA(25)

et al submeteram 10 pacientes com BGYR a CPRE transgstrica

laparoscpica, identificando doena blio-pancretica em cinco pacientes: em quatro casos (80%), houve sucesso teraputico na cateterizao e papilotomia. Em apenas um paciente no foi possvel a realizao da cateterizao devido impactao do clculo na papila. (25) Em outra srie de casos, foi usado o acesso laparoscpico com

66Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

gastrostomia nos pacientes com Y de Roux e doena blio-pancretica em 10 pacientes; ocorreu sucesso em 100% na cateterizao da via biliar, em estudo de MATLOCK(23) et al, em 2005. (23) LOPES(23) et al. apresentaram uma srie de nove pacientes aps BGYR e um aps antrectomia em Y de Roux, os quais foram submetidos ao acesso endoscpico via transgstrica laparoscpica (n=9) ou atravs da ala blio-pancretica (n=1). Houve 90% de sucesso na cateterizao e 100% na esficterotomia, ocorrendo pancreatite moderada em dois pacientes e pneumotrax intra-operatrio em um caso, ambos resolvidos no mesmo momento. (23) PATEL(8) et al, com oito pacientes exclusivamente submetidos BGYR para tratamento da obesidade, sendo seis pacientes por laparoscopia e dois por cirurgia aberta, realizaram gastrotomia em todo grupo e CPRE transgstrica com 100% de sucesso diagnstico e teraputico, sem a existncia de complicaes.(8) O acesso a via blio-pancretica nos pacientes com Y de Roux assistido por laparoscopia seguro e tem elevada taxa de sucesso.(8, 23, 25)

O uso de material

endoscpico habitual tambm torna o procedimento mais factvel, alm de se avaliar a cavidade abdominal diretamente com a possibilidade de se tratar hrnia interna ou bridas. As complicaes relatadas nas sries publicadas tm ndices aceitveis, havendo risco inerente anestesia e cirurgia laparoscpica, no se identificando mortalidade.(23) A desvantagem a maior mobilizao da equipe cirrgica e endoscpica, maior tempo de execuo e custo elevado devido ao carter endoscpico-cirrgico. (8, 23, 25) Consideraes finais

67Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

A alterao anatmica cirrgica tipo Y de Roux dispe atualmente de um arsenal variado, a fim de se realizar, com segurana e sucesso, CPRE diagnstica e teraputica das afeces da blio-pancreticas. Os procedimentos relatados na literatura foram realizados em centros de referncia com suporte da equipe cirrgica. O tratamento das doenas blio-pancreticas no Y de Roux deve contar sempre com a participao conjunta de cirurgio e endoscopista. Com o grande nmero de cirurgias da obesidade, principalmente o BGYR, realizadas em todo o mundo e a associao com doena blio-pancretica, tornar esta interveno cada vez mais comum. O desenvolvimento tecnolgico de equipamentos e acessrios relacionados dar maior conforto e segurana na realizao destes procedimentos.

Reference List 1. Feitoza AB, Baron TH. Endoscopy and ERCP in the setting of previous upper GI tract surgery. Part I: reconstruction without alteration of pancreaticobiliary anatomy. Gastrointest Endosc 2001;54(6):743-749. 2. Taha MI, Freitas WR, Jr., Puglia CR, Lacombe A, Malheiros CA. [Predictive factors for cholelithiasis in the morbidly obese submitted to Roux-en-Y gastroplasty]. Rev Assoc Med Bras 2006;52(6):430-434. 3. Adler DG, Baron TH, Davila RE et al. ASGE guideline: the role of ERCP in diseases of the biliary tract and the pancreas. Gastrointest Endosc 2005;62(1):1-8. 4. Chu YC, Yang CC, Yeh YH, Chen CH, Yueh SK. Double-balloon enteroscopy application in biliary tract disease-its therapeutic and diagnostic functions. Gastrointest Endosc 2008;68(3):585-591. 5. Emmett DS, Mallat DB. Double-balloon ERCP in patients who have undergone Roux-en-Y surgery: a case series. Gastrointest Endosc 2007;66(5):1038-1041. 6. Christensen M, Matzen P, Schulze S, Rosenberg J. Complications of ERCP: a prospective study. Gastrointest Endosc 2004;60(5):721-731.

68Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

7. Shojaiefard A, Esmaeilzadeh M, Ghafouri A, Mehrabi A. Various techniques for the surgical treatment of common bile duct stones: a meta review. Gastroenterol Res Pract 2009;2009:840208. 8. Patel JA, Patel NA, Shinde T et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography after laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass: a case series and review of the literature. Am Surg 2008;74(8):689-693. 9. Zollinger RM, Jr. The atlas of surgical operations: Elliott Carr Cutler and Robert Zollinger. Am J Surg 2003;186(3):211-216. 10. Hintze RE, Adler A, Veltzke W, Abou-Rebyeh H. Endoscopic access to the papilla of Vater for endoscopic retrograde cholangiopancreatography in patients with billroth II or Roux-en-Y gastrojejunostomy. Endoscopy 1997;29(2):69-73. 11. Wright BE, Cass OW, Freeman ML. ERCP in patients with long-limb Roux-enY gastrojejunostomy and intact papilla. Gastrointest Endosc 2002;56(2):225232. 12. Elton E, Hanson BL, Qaseem T, Howell DA. Diagnostic and therapeutic ERCP using an enteroscope and a pediatric colonoscope in long-limb surgical bypass patients. Gastrointest Endosc 1998;47(1):62-67. 13. Neumann H, Fry LC, Meyer F, Malfertheiner P, Monkemuller K. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography using the single balloon enteroscope technique in patients with Roux-en-Y anastomosis. Digestion 2009;80(1):52-57. 14. Wang AY, Sauer BG, Behm BW et al. Single-balloon enteroscopy effectively enables diagnostic and therapeutic retrograde cholangiography in patients with surgically altered anatomy. Gastrointest Endosc 2010;71(3):641-649. 15. Saleem A, Baron TH, Gostout CJ et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography using a single-balloon enteroscope in patients with altered Roux-en-Y anatomy. Endoscopy 2010. 16. Hartmann D, Eickhoff A, Tamm R, Riemann JF. Balloon-assisted enteroscopy using a single-balloon technique. Endoscopy 2007;39 Suppl 1:E276. 17. Monkemuller K, Fry LC, Bellutti M, Neumann H, Malfertheiner P. ERCP with the double balloon enteroscope in patients with Roux-en-Y anastomosis. Surg Endosc 2009;23(9):1961-1967. 18. Parlak E, Cicek B, Disibeyaz S et al. Endoscopic retrograde cholangiography by double balloon enteroscopy in patients with Roux-en-Y hepaticojejunostomy. Surg Endosc 2010;24(2):466-470. 19. Baron TH. Double-balloon enteroscopy to facilitate retrograde PEG placement as access for therapeutic ERCP in patients with long-limb gastric bypass. Gastrointest Endosc 2006;64(6):973-974.

69Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

20. Ross AS, Dye C. Double-balloon enteroscopy to facilitate retrograde PEG placement as access for therapeutic ERCP in patients with long-limb gastric bypass. Gastrointest Endosc 2007;66(2):419. 21. Brotherton AM, Judd PA. Quality of life in adult enteral tube feeding patients. J Hum Nutr Diet 2007;20(6):513-522. 22. Martinez J, Guerrero L, Byers P et al. Endoscopic retrograde cholangiopancreatography and gastroduodenoscopy after Roux-en-Y gastric bypass. Surg Endosc 2006;20(10):1548-1550. 23. Lopes TL, Clements RH, Wilcox CM. Laparoscopy-assisted ERCP: experience of a high-volume bariatric surgery center (with video). Gastrointest Endosc 2009;70(6):1254-1259. 24. Bannerman E, Pendlebury J, Phillips F, Ghosh S. A cross-sectional and longitudinal study of health-related quality of life after percutaneous gastrostomy. Eur J Gastroenterol Hepatol 2000;12(10):1101-1109. 25. Ceppa FA, Gagne DJ, Papasavas PK, Caushaj PF. Laparoscopic transgastric endoscopy after Roux-en-Y gastric bypass. Surg Obes Relat Dis 2007;3(1):21-24.

70Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

CPER em Pacientes com Ala em Y de Roux - Legendas

Fig. 1 Mostra acesso via oral ala biliar na cirurgia de Billroth

II

71Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Fig. 2 Wright e cols. Realizaram acesso via oral com duodenoscpio convencional sob fio guia em derivaes gstricas

72Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Fig. 3 - (B) viso endoscpica do enteroscopio de balo nico na ala jejunal (C) imagem radiolgica da progresso do enteroscopio de balo nico sob fio guia(D) Enteroscpio de balo nico com mltiplos loops objetivando a ala biliar no Y de Roux. Andrew Y. Wang. et al 2010

73Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

Fig. 4 (A) Enteroscpio de duplo balo

A

74Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

AUTOR/ ANO

ESTUDO TIPO

PACTE EQUIPAMENTO N 65 15 18 13 13 14 14 13 6 5 11 14 6 10 9 8 50 Duodenoscpio Colono ped. duodenoscpio Enteroscpio colono ped. Enteroscopio de balo nico Enteroscopio de balo nico Enteroscopio duplo balo Enteroscopio duplo balo Enteroscopio duplo balo Enteroscopio duplo balo Enteroscopio duplo balo Enteroscopio duplo balo Duodenoscpio Duodenoscpio teraputico Duodenoscpio duodenoscopio duodenoscopio Enteroscpio de balo nico

IDENT CPRE PAPILAR % 33% 13% 53% 86% 82% 61% 92,3% 92,9% 85% 100% 83,3% 60% 82% 100% 50% 50% 90% 100% 70% % 100% 0% 100% 94% 46% 90% 100% 80% 100% 83,3 % 60% 58% 100% 67% 80% 100% 100% 91%

COMPLIC. %

VIA BILIAR

Hintze/1997 Wright/2002 Elton/1998

serie casos serie casos serie casos

oral 12% oral oral oral oral zero 7,1% oral oral oral zero zero oral oral oral 5,80% oral Gastros t Gastros t Percut. Transg. Lap. 33% Transg. Lap. Transg. oral

Neumann/2009 serie casos Wang AY/ 2010 Parlak/2010 Emmett /2007 serie casos serie casos serie casos

Aabakken 2007 serie casos Kuga/2008 Chu YC/2008 Monkemuller /2009 Matlock/2005 serie casos serie casos Prospectiv o serie casos

Martinez /2006 serie casos Ceppa/2007 Lopes/2009 Patel/2008 Salleem/2010 serie casos serie casos serie casos serie casos

TABELA 1 QUADRO DE REFERNCIAS UTILIZADO NESTA REVISO.

75Colangiopancreatografia retrgrada endoscpica transgstrica aps derivao gstrica em Y de Roux | Santana, MF

INSTRUCTIONS TO AUTHORS ISSN 0004-2803 printed version ISSN 1678-4219 online version

Scope and policy Preparation of manuscripts Instructions for electronic manuscript submission

Scope and policy

The journal Arquivos de Gastroenterologia (Archives of Gastroenterology) a quarterly journal is the Official Publication of the Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia - IBEPEGE (Brazilian Institute for Studies and Research in Gastroenterology), Colgio Brasileiro de Cirurgia Digestiva - CBCD (Brazilian College of Digestive Surgery) and of the Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva - SBMD (Brazilian Digestive Motility Society), is dedicated to the publishing of scientific papers by national and foreign researchers who are in agreement with the aim of the journal as well as with its editorial polices. Scientific papers sent for publication should be unpublished and intended exclusively for Arquivos de Gastroenterologia.

Preparation of manuscripts

Papers for publication should be submitted in triplicate typed double-spaced (authors are advised to keep a copy for their own files) on the white bond paper ISO A4 (210 x 297 mm) with margins of at least 2.5 cm (1 in) and all pages numbered consecutively, beginning with the tittle page.

Each manuscript submitted to Arquivos de Gastroenterologia should be arraged as follows:

1) title; 2) author(s) name(s); 3) the departament a