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1 MARIA ANDRÉA ROCHA ESCOBAR RELAÇÃO DAS CAPACIDADES DINÂMICAS E ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA COM O DESEMPENHO EM AGÊNCIAS DE VIAGENS MODERADA PELO AMBIENTE ORGANIZACIONAL TESE DE DOUTORADO Biguaçu - SC 2012

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1

MARIA ANDRÉA ROCHA ESCOBAR

RELAÇÃO DAS CAPACIDADES DINÂMICAS E ORIENTAÇÃO

EMPREENDEDORA COM O DESEMPENHO EM AGÊNCIAS DE VIAGENS

MODERADA PELO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

TESE DE DOUTORADO

Biguaçu - SC

2012

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MARIA ANDRÉA ROCHA ESCOBAR

RELAÇÃO DAS CAPACIDADES DINÂMICAS E ORIENTAÇÃO

EMPREENDEDORA COM O DESEMPENHO EM AGÊNCIAS DE VIAGENS

MODERADA PELO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Administração e Turismo, Universidade do Vale do

Itajaí – UNIVALI, como requisito parcial à obtenção

do título de Doutor em Administração e Turismo.

Orientador: Prof. Miguel Angel Verdinelli, Dr.

Biguaçu - SC

2012

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Dedico esta pesquisa à maior fonte de

inspiração e razão da minha existência, minha

mãe Cristina e minha filha Amanda, cujo amor,

compreensão e apoio foram essenciais para o

desenvolvimento desta pesquisa.

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AGRADECIMENTOS

Foi há três anos e três meses atrás que investi em um objetivo. Objetivo este que fez

arriscar-me em uma nova cidade, nova cultura, novas amizades e em um novo desconhecido.

Devo salientar que a caminhada, nesse período, não foi a das mais fácies, principalmente

pelas intercorrências pessoais de toda ordem, que me atropelaram. No entanto, esses

percalços, longe de obscurecerem o trajeto, aumentaram-lhe o brilho. E, ao invés de me

deterem, impulsionaram-me com mais força.

Nesse processo de construção e desconstrução, numa mescla de prazer e dor, em

momentos que me senti criador e criatura, fui cunhando algo..., algo que agora apresento a

vocês, e ao apresentá-lo sinto um sentimento de euforia e ao mesmo tempo de alívio... alívio

este por alcançar meu objetivo final... E, para fechar com chave de ouro, apresento-lhes então:

A TESE.

A pesquisa foi fruto de muita dedicação e empenho, da persistência e vontade de

vencer as dificuldades. Várias são as pessoas que apoiaram e deram forças para que o objetivo

de realização do doutorado fosse atingido.

E, eis que chegou o momento de expressar sinceros agradecimentos a tantos queridos

familiares, amigos e companheiros de jornada. Esta parte de agradecimentos é uma tarefa

complicada, pois muitas vezes cometemos injustiças e por esquecimento não mencionamos

nomes de pessoas que também contribuíram para o trabalho, a estas se no caso acontecer

peço-lhes desculpas, mas saibam que foi só um lapso na redação, pois em realidade serei

sempre grata. Desta forma...

Meus sinceros agradecimentos:

À minha filha Amanda, que na inocência dos seus 11 aninhos, segurou minha mão e

disse-me: “mãe, se tens a oportunidade de fazer teu doutorado segue em frente”, e mesmo na

dor de momento distantes, soube me mostrar força e confiança, sempre me dizendo “está tudo

bem” para que eu não me sentisse melindrada e pensasse por um momento em desistir. Filha

TE AMO.

À minha mãe, por tudo que ela representa para mim. Mulher de fibra, mãe saiba que

tudo que sou hoje me espelhei em você. TE AMO.

Ao professor Rossetto, que confiou e me deu a oportunidade de ingressar no

doutorado.

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À minha irmã Eva, que sempre estava pronta para me distrair quando eu me sentia

estressada com as atribuições do doutorado, bons tempos aqueles das farras de shopping e

cinemas, eu, você, o Victor e Amanda. Sinto saudades.

À minha querida amiga Rossicler, pela torcida, preocupação, incentivo e apoio nos

momentos difíceis, Rossi sua amizade é um dos presentes mais maravilhosos que Deus me

deu. Agradeço sempre a Deus por ter te feito cruzar meu caminho.

Ao meu orientador o Professor Miguel Angel Verdinelli, por ter aceitado o desafio,

pela liberdade que me deu durante a tese, por seu apoio imediato quando necessitei de sua

ajuda.

Às minhas amigas Sandra e Cristina, minha segunda família, muito obrigada pelo

carinho que vocês dispensaram a mim, pelo abrigo sempre que venho a Floripa.

Aos colegas de Doutorado e do mestrado, pelas trocas de experiências e amizades.

Especialmente, a Cleidenara Weirich, ao Samir Dalfovo, Murilo Alencar, obrigada amigos

pela força.

Aos colegas de departamento DECON (UFAM), especialmente a Mariomar Sales,

Miguel Negreiros e Luiz Augusto.

Especialmente, gostaria de expressar meus agradecimentos à FAPEAM e a UFAM

pela concessão da bolsa de estudo e pelo afastamento para realização da minha qualificação

doutoral, pois sem os mesmos não teria condições de fazer-la.

Ao pessoal da Secretaria do curso, nas pessoas da Cristina, Carol, Rafaela, Wagner e

Lurdes, que sempre estavam disponíveis para resolver nossos problemas, sempre se

mostrando amigáveis, e por vezes cedendo o ombro e o ouvido amigo para nossos desabafos.

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para esta realização.

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RESUMO

Esta tese teve por objetivo estudar o relacionamento entre capacidades dinâmicas, orientação

empreendedora com o desempenho moderado pelas dimensões de munificência, dinamismo e

complexidade do ambiente organizacional das agências de viagens e turismo, através de um

levantamento realizado junto aos gestores destas. A fim de se analisar tal processo adotou-se a

modelagem de equações estruturais como conjunto de técnicas de análise de dados, como

também a regressão múltipla para mensurar o efeito moderador. A partir da modelagem por

equações estruturais, ajustou-se o modelo teórico proposto a cada um dos construtos em

questão. Com o modelo ajustado foi possível mensurar todas as variáveis que o compõe. A

metodologia de pesquisa é um survey em que se utilizou de escalas pré-testadas a fim de se

mensurar os construtos. A população-alvo é composta por agências de viagens e turismo

brasileiras. Como resultado, a partir do teste de hipóteses, constatou-se que há um

relacionamento positivo entre a capacidade dinâmica de absorção, capacidade dinâmica de

inovação, orientação empreendedora e a munificência ambiental com o desempenho, sendo as

hipóteses suportadas. Houve relacionamento negativo, mas significativo do dinamismo

ambiental com o desempenho. Para o construto complexidade ambiental não houve

relacionamento com o desempenho. Quando ao efeito moderador das dimensões ambientais

(munificência, dinamismo e complexidade) sobre a relação entre capacidade dinâmica de

absorção e desempenho, para capacidade dinâmica de inovação e desempenho, como para

orientação empreendedora e desempenho, para todos os relacionamentos não se confirmaram

o efeito moderador, sendo as hipóteses rejeitadas. Destaca-se que o modelo desta tese, apesar

de complexo, apresenta medidas adequadas o que deixa margem para afirmar que houve uma

contribuição para a área da gestão estratégica ao apontar a percepção dos gestores referente às

capacidades dinâmicas de absorção e inovação, orientação empreendedora e as dimensões

ambientais e seus impactos no desempenho das agências de viagens e turismo.

Palavras-chave: Capacidades dinâmicas, Orientação Empreendedora, Dimensões ambientais,

Agências de viagens.

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ABSTRACT

The aim of this thesis was to study the relationship between dynamic capacities,

entrepreneurial orientation and performance moderated by the dimensions of munificence,

dynamism and complexity of the organizational environment of travel and tourism agencies,

through a survey carried out with the managers of these companies. To analyse this process,

structural equations modeling was adopted as a set of data analysis trends, as well as multiple

regressions, to measure the moderator effect. Based on structural equations modeling, the

proposed theoretical model was adjusted to each of the constructs in question. Using the

adjusted model, it was possible to measure all the variables that comprise it. The research

method is a survey in which pre-tested scales are used to measure the constructs. The target

population is comprised of Brazilian travel and tourism agencies. As a result, based on the test

of hypotheses, it was observed that there is a positive relationship between dynamic

absorption capacity, dynamic innovation capacity, entrepreneurial orientation, and

environmental munificence, and performance, with the hypotheses being supported. There

was a negative, but significant relationship between environmental dynamism and

performance. For the construct environmental complexity, there was no relationship with

performance. Regarding the moderator effect of the environmental dimensions (munificence,

dynamism and complexity) on the relationship between dynamic absorption capacity and

performance, for both dynamic innovation capacity and performance, and entrepreneurial

orientation and performance, for all the relationships, no moderator effect was confirmed, and

the hypotheses were rejected. It is highlighted that the model of this thesis, although complex,

presents adequate measurements that permit the affirmation that there was a contribution to

the area of strategic management by indicating the managers’ perceptions in relation to the

dynamic capacities of absorption and innovation, entrepreneurial orientation and

environmental dimensions and their impacts on the performance of travel and tourism

agencies.

Keywords: Dynamic capacities, Entrepreneurial Orientation, Environmental Dimensions,

Travel agencies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Relação entre a heterogeneidade e imobilidade, recursos e a vantagem competitiva

sustentável ............................................................................................................................ 28

Figura 2 - Evolução da abordagem das capacidades dinâmicas ............................................ 31

Figura 3 - Modelo de capacidade de absorção ..................................................................... 37

Figura 4 - Dimensões da capacidade de absorção e interações entre elas ............................ 38

Figura 5 - Modelo de capacidade de inovação ...................................................................... 45

Figura 6 - Modelo proposto de relacionamento entre variáveis do estudo ........................... 67

Figura 7 - Modelo proposto de relacionamento entre variáveis do estudo, após exclusão dos

indicadores ............................................................................................................................ 97

Figura 8 - Modelo inicial proposto do construto Aquisição ................................................. 127

Figura 9 - Modelo de mensuração do construto Aquisição .................................................. 128

Figura 10 - Modelo inicial do construto Assimilação .......................................................... 128

Figura 11 - Modelo de mensuração do construto Assimilação ............................................ 129

Figura 12 - Modelo inicial do construto Transformação ...................................................... 130

Figura 13 - Modelo de mensuração do construto Transformação ........................................ 131

Figura 14 - Modelo inicial do construto Exploração ............................................................ 131

Figura 15 - Modelo de mensuração do construto Exploração .............................................. 132

Figura 16 - Modelo inicial do construto capacidade gerencial .............................................. 133

Figura 17 - Modelo de mensuração do construto capacidade gerencial ................................ 134

Figura 18 - Modelo inicial do construto capacidade de serviços .......................................... 134

Figura 19 - Modelo de mensuração do construto capacidade de serviços............................. 135

Figura 20 - Modelo inicial do construto Proatividade ........................................................... 136

Figura 21 - Modelo de mensuração do construto Proatividade ............................................. 136

Figura 22 - Modelo inicial do construto Inovatividade ......................................................... 137

Figura 23 - Modelo de mensuração do construto Inovatividade ........................................... 138

Figura 24 - Modelo inicial do construto Assunção de riscos ................................................ 138

Figura 25 - Modelo de mensuração do construto Assunção de riscos................................... 139

Figura 26 - Modelo inicial do construto munificência .......................................................... 140

Figura 27 - Modelo de mensuração do construto munificência ............................................ 140

Figura 28 - Modelo inicial do construto dinamismo ............................................................. 141

Figura 29 - Modelo de mensuração do construto dinamismo ............................................... 142

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Figura 30 - Modelo inicial do construto complexidade ......................................................... 142

Figura 31 - Modelo de mensuração do construto complexidade ........................................... 143

Figura 32 - Modelo inicial do construto desempenho ........................................................... 143

Figura 33 - Modelo de mensuração do construto desempenho ............................................. 144

Figura 34 - Construtos latentes do modelo geral de mensuração ......................................... 145

Figura 35 - Modelo da AFC do construto capacidade dinâmica de absorção ....................... 146

Figura 36 - Modelo da AFC do construto capacidade dinâmica de inovação ....................... 147

Figura 37 - Modelo da AFC do construto orientação empreendedora .................................. 148

Figura 38 - Modelo da AFC do construto das dimensões do ambiente ................................. 149

Figura 39 - Modelo estrutural alternativo final ..................................................................... 152

Figura 40 - Relações moderadas alternativas ........................................................................ 155

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados dos contatos com as agências-alvo .................................................... 100

Tabela 2 - Análise descritiva dos indicadores do construto capacidade de absorção............ 106

Tabela 3 - Análise descritiva dos indicadores do construto capacidade de inovação ........... 107

Tabela 4 - Análise descritiva dos indicadores do construto orientação empreendedora ....... 108

Tabela 5 - Análise descritiva dos indicadores do construto das dimensões ambientais

(munificência, dinamismo e complexidade) .......................................................................... 109

Tabela 6 - Análise descritiva dos indicadores do construto desempenho ............................. 109

Tabela 7 - Correlações, cargas e índices dos indicadores das dimensões: aquisição,

assimilação, transformação e exploração da capacidade dinâmica de absorção ................... 113

Tabela 8 - Teste de adequação da escala da dimensão aquisição, assimilação, transformação e

exploração após a exclusão dos indicadores “Aq1, Aq3, Tr12 e Tr17”. ............................... 114

Tabela 9 - Variância explicada na AFE dos indicadores da dimensão: aquisição, assimilação,

transformação e exploração ................................................................................................... 115

Tabela 10 - Correlações, cargas e índices dos indicadores das dimensões: capacidade

gerencial e de serviços da capacidade dinâmica de inovação ............................................... 116

Tabela 11 - Teste de adequação da escala da dimensão capacidade gerencial e capacidade de

serviços, após a exclusão do indicador “Ge23”. .................................................................... 117

Tabela 12 - Variância explicada na AFE dos indicadores da dimensão: capacidade gerencial e

de serviços ............................................................................................................................. 118

Tabela 13 - Correlações, cargas e índices dos indicadores das dimensões: proatividade,

inovatividade e assunção de riscos da OE ............................................................................. 119

Tabela 14 - Teste de adequação da escala das dimensões: proatividade, inovatividade e

assunção de riscos, após a exclusão dos indicadores............................................................. 120

Tabela 15 - Variância explicada na AFE dos indicadores das dimensões: proatividade,

inovatividade e assunção de riscos ........................................................................................ 121

Tabela 16 - Correlações, cargas e índices dos indicadores dos construtos: munificência,

dinamismo e complexidade ................................................................................................... 122

Tabela 17 - Teste de adequação da escala dos construtos: munificência, dinamismo e

complexidade ......................................................................................................................... 123

Tabela 18 - Variância explicada na AFE dos indicadores dos construtos: munificência,

dinamismo e complexidade ................................................................................................... 124

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Tabela 19 - Correlações, cargas e índices dos indicadores do construto desempenho

(importância e satisfação) ...................................................................................................... 125

Tabela 20 - Teste de adequação da escala do construto desempenho ................................... 125

Tabela 21 - Variância explicada na AFE dos indicadores do construto desempenho ........... 126

Tabela 22 - Cargas padronizadas dos indicadores de Aquisição ........................................... 127

Tabela 23 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Assimilação ............. 129

Tabela 24 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Transformação ........ 130

Tabela 25 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Exploração .............. 132

Tabela 26 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto capacidade dinâmica de

inovação: capacidade gerencial ............................................................................................. 133

Tabela 27 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto capacidade dinâmica de

inovação: capacidade de serviços .......................................................................................... 135

Tabela 28 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto orientação

empreendedora: proatividade ................................................................................................ 136

Tabela 29 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto orientação

empreendedora: inovatividade . ............................................................................................. 137

Tabela 30 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto orientação

empreendedora: assunção de riscos ....................................................................................... 139

Tabela 31 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto AO: munificência .... 140

Tabela 32 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto AO: dinamismo ....... 141

Tabela 33 - Cargas padronizadas do construto complexidade .............................................. 143

Tabela 34 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto desempenho............. 144

Tabela 35 - Índices de ajuste geral do construto capacidade de absorção ............................. 147

Tabela 36 - Índices de ajuste geral do construto capacidade de inovação .......................... 148

Tabela 37 - Índices de ajuste geral do construto do construto OE ........................................ 149

Tabela 38 - Índices de ajuste geral do construto das dimensões ambientais ......................... 150

Tabela 39 - Medidas de ajuste do modelo final ..................................................................... 153

Tabela 40 - Coeficientes angulares e significâncias das dimensões da capacidade de absorção

como preditores do desempenho ........................................................................................... 156

Tabela 41 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da capacidade de absorção e do ambiente como preditores do desempenho ...... 156

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Tabela 42 - Coeficientes angulares e significância das dimensões da capacidade de inovação

como preditores do desempenho ........................................................................................... 157

Tabela 43 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da capacidade de inovação e do ambiente como preditores do desempenho ...... 157

Tabela 44 - Coeficientes angulares e significâncias das dimensões da OE como preditores do

desempenho ........................................................................................................................... 157

Tabela 45 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da OE e do ambiente como preditores do desempenho ....................................... 158

Tabela 46 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão assimilação e

dinamismo ambiental ............................................................................................................. 158

Tabela 47 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão Exploração e

Complexidade ambiental ....................................................................................................... 158

Tabela 48 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão proatividade e

munificência ambiental munificência .................................................................................... 159

Tabela 49 - Resumo dos testes das hipóteses ........................................................................ 159

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Definições de orientação empreendedora ........................................................... 49

Quadro 2 - Autores que usaram ou/e modificaram o instrumento criado por Miller (1993) 51

Quadro 3 - Elementos que representam as dimensões da OE ............................................... 52

Quadro 4 - Compilação de estudos que utilizaram as dimensões do AO .............................. 60

Quadro 5 - Resumo da matriz de amarração teórica para análise do modelo inicial ............ 77

Quadro 6 - Itens que compõe a escala de mensuração da capacidade de absorção ............... 80

Quadro 7 - Itens que compõe a escala de mensuração da capacidade de inovação .............. 81

Quadro 8 - Itens que compõe a escala de mensuração da OE ............................................... 83

Quadro 9 - Itens que compõe a escala de mensuração do desempenho ................................ 84

Quadro 10 - Itens que compõe a escala de mensuração da munificência.............................. 85

Quadro 11 - Itens que compõe a escala de mensuração do dinamismo ................................ 85

Quadro 12 - Itens que compõe a escala de mensuração da complexidade ............................ 86

Quadro 13 - Itens levantados sobre o respondente e sobre a empresa .................................. 86

Quadro 14 - Índices de ajustes dos modelos ........................................................................ 92

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição da amostra segundo o gênero ......................................................... 101

Gráfico 2 - Distribuição da amostra quanto a sua forma de gestão ....................................... 102

Gráfico 3 - Distribuição da amostra segundo a formação acadêmica ................................... 102

Gráfico 4 - Distribuição das agências da amostra quanto ao seu enquadramento ................. 102

Gráfico 5 - Distribuição da amostra quanto ao seu tipo ........................................................ 102

Gráfico 6 - Distribuição da amostra quanto ao seu foco turístico ......................................... 103

Gráfico 7 - Distribuição da amostra quanto ao seu segmento de atuação ............................. 104

Gráfico 8 - Distribuição da amostra segundo o tempo de trabalho nas agências .................. 105

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16

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ................................................................................................................... 04

AGRADECIMENTOS. ......................................................................................................... 05

RESUMO ............................................................................................................................. 07

ABSTRACT ......................................................................................................................... 08

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 09

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 11

LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ 14

LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................ 15

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 20

1.1 Contextualização do Tema e Problema...... ..................................................................... 20

1.2 Justificativa ..................................................................................................................... 22

1.2.1 Relevância ................................................................................................................... 23

1.2.2 Originalidade ............................................................................................................... 23

1.2.3 Contribuição ................................................................................................................ 24

1.3 Objetivos da Pesquisa ..................................................................................................... 24

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 24

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 25

1.4 Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 26

2.1 Capacidades Dinâmicas... ................................................................................................ 26

2.1.1 A evolução Conceitual do Constructo... ....................................................................... 26

2.1.2 Capacidade de Absorção e Inovação como uma Capacidade Dinâmica... ................... 35

2.1.2.1 Capacidades Dinâmicas de Absorção ....................................................................... 35

2.1.2.2 Capacidades Dinâmicas de Inovação ....................................................................... 40

2.2 Empreendedorismo e Orientação Empreendedora ......................................................... 46

2.2.1 Dimensões da Orientação Empreendedora .................................................................. 53

2.2.2.1 Inovatividade ............................................................................................................ 53

2.2.2.2 Proatividade .............................................................................................................. 55

2.2.1.3 Assunção de Risco .................................................................................................... 56

2.3 Ambiente Organizacional ............................................................................................... 57

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17

2.3.1 Dimensões Ambientais ................................................................................................ 60

2.3.1.1 Munificência Ambiental ........................................................................................... 60

2.3.1.2 Complexidade Ambiental .......................................................................................... 62

2.3.1.3 Dinamismo Ambiental ............................................................................................... 64

2.4 Modelo da Estrutura Conceitual, Relações entre os Constructos e Construções de

Hipóteses ............................................................................................................................... 66

2.4.1 Modelo da Estrutura Conceitual .................................................................................. 66

2.4.2 Relações entre os Construtos a Modelar e Construções das Hipóteses ....................... 68

3 ASPESTOS METODOLÓGICOS ................................................................................. 74

3.1 Variáveis e Medidas ........................................................................................................ 75

3.2 Instrumentos de Coleta .................................................................................................... 87

3.3 Definição do Universo e a Amostra da Pesquisa ............................................................. 87

3.4 Tratamento e Análise dos Dados ..................................................................................... 89

3.4.1 Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória. ............................................................ 89

3.4.2 Modelo Estrutural Proposto da Pesquisa. ..................................................................... 93

3.4.3 Procedimento para Estimar a Moderação .................................................................... 98

4 RESULTADOS . ............................................................................................................... 99

4.1 Pressupostos para Modelagem de Equações Estruturais. ................................................ 99

4.1.1 Análise dos Dados Ausentes e Valores Atípicos (Outliers). ........................................ 99

4.1.2 Descrição dos Dados Levantados. ................................................................................ 100

4.1.2.1 Descrição da Amostra ................................................................................................ 100

4.1.2.2 Descrição das Agências de Viagens e Turismo e dos Respondentes. ....................... 101

4.1.3 Análise Descritiva Inicial da Amostra. ......................................................................... 105

4.1.4 Verificação da Normalidade e da Linearidade e Homocedasticidade. ......................... 110

4.1.4.1 Análise da Normalidade. ........................................................................................... 110

4.1.4.2 Análise da Linearidade e Homocedasticidade. .......................................................... 110

4.2 Análise do Modelo de Mensuração. ................................................................................ 110

4.2.1 Análise da Dimensionalidade. ...................................................................................... 111

4.2.1.1 Capacidade Dinâmica de Absorção. .......................................................................... 112

4.2.1.2 Capacidade Dinâmica de Inovação............................................................................ 116

4.2.1.3 Orientação Empreendedora. ...................................................................................... 118

4.2.1.4 Ambiente Organizacional. ......................................................................................... 121

4.2.1.5 Desempenho Organizacional. .................................................................................... 124

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18

4.3 Análise Fatorial Confirmatória. ....................................................................................... 126

4.3.1 Validação Individual do Construto Capacidade de Absorção – Aquisição. ................. 127

4.3.2 Validação Individual do Construto Capacidade de Absorção – Assimilação. ............. 128

4.3.3 Validação Individual do Construto Capacidade de Absorção – Transformação. ......... 130

4.3.4 Validação Individual do Construto Capacidade de Absorção – Exploração. ............... 131

4.3.5 Validação Individual do Construto Capacidade de Inovação – Gerencial . ................. 132

4.3.6 Validação Individual do Construto Capacidade de Inovação – Serviços. .................... 134

4.3.7 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora – Proatividade ......... . 135

4.3.8 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora – Inovatividade. ....... 137

4.3.9 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora – Assunção de

Riscos. ................................................................................................................................... 138

4.3.10 Validação Individual do Construto Munificência. ..................................................... 139

4.3.11 Validação Individual do Construto Dinamismo. ........................................................ 141

4.3.12 Validação Individual do Construto Complexidade. ................................................... 142

4.3.13 Validação Individual do Construto Desempenho. ...................................................... 143

4.4 Modelo de Mensuração Geral das Variáveis Latentes Exógenas. ................................... 144

4.4.1 Modelo de Mensuração do Construto Capacidade Dinâmica de Absorção. ................ 145

4.4.2 Modelo de Mensuração do Construto Capacidade Dinâmica de Inovação .................. 147

4.4.3 Modelo de Mensuração do Construto Orientação empreendedora ............................. 148

4.4.4 Modelo de Mensuração do Construto Dimensões Ambientais ................................... 149

4.5 Elaboração do Modelo Estrutural Proposto para Análise ............................................... 150

4.6 Moderação em Modelagem de Equações Estruturais. ..................................................... 154

4.6.1 Efeito das Variáveis Moderadoras ............................................................................... 155

4.7 Teste de hipóteses da Tese ............................................................................................. 159

4.7.1 Hipótese H1 ................................................................................................................. 160

4.7.2 Hipótese H2 .................................................................................................................. 160

4.7.3 Hipótese H3 ................................................................................................................. 161

4.7.4 Hipótese H4 ................................................................................................................. 161

4.7.5 Hipótese H4a ............................................................................................................... 162

4.7.6 Hipótese H4b ............................................................................................................... 162

4.7.7 Hipótese H4c .............................................................................................................. 163

4.7.8 Hipótese H5a ................................................................................................................ 163

4.7.9 Hipótese H5b ................................................................................................................ 164

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19

4.7.10 Hipótese H5c .............................................................................................................. 164

4.7.11 Hipótese H6a .............................................................................................................. 164

4.7.12 Hipótese H6b .............................................................................................................. 165

4.7.13 Hipótese H6c .............................................................................................................. 165

4.7.14 Hipótese H7a .............................................................................................................. 165

4.7.15 Hipótese H7b .............................................................................................................. 166

4.7.16 Hipótese H7c .............................................................................................................. 166

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS. .......................................................................................... 167

5.1 Limitações e Recomendações para Futuros Estudos ...................................................... 169

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 172

APÊNDICE A: Questionário. ............................................................................................... 198

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INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Tema e Problema da Pesquisa

As inter-relações entre as empresas e os ambientes nos quais atuam podem ser

consideradas como um fenômeno desafiador e extremamente relevante à estratégia

empresarial. Sob esse prisma, diversos teóricos procuraram estudar e entender as dimensões

das relações e o grau de influência que entre elas se estabelecem.

Há na literatura diferentes definições para ambiente organizacional. Assim, em alguns

estudos ele é interpretado a partir de uma visão ampla, considerando-o tanto em nível interno

como externo das empresas. Desta perspectiva é definido como a totalidade de fatores físicos

e sociais que são levados diretamente em consideração no comportamento decisório dos

indivíduos da organização. Outros pesquisadores consideram apenas o ambiente externo e o

definem como sendo um conjunto de setores fora da organização.

Ambientes organizacionais representam uma das principais contingências enfrentadas

pelas empresas e entre os pesquisadores que estudaram a importância da relação entre o

ambiente e a organização existem autores que assumem o pressuposto que o mesmo é um

fenômeno objetivo constituído por elementos visíveis, explícitos e de natureza concreta. Para

eles a preocupação básica da empresa seria obter um ajuste entre as estruturas e processos em

decorrência das exigências reais do ambiente. De forma oposta à visão realista há outros

investigadores que afirmam que tal ambiente objetivo não existe. De tal maneira, com base na

visão cognitiva, se sustenta a definição do ambiente como fluxo de informações externas para

as organizações, legitimado pela crença e atenção dos gestores. Isto é, constituído por

elementos de natureza normalista, referindo-se à habilidade dos administradores em

reconhecer, interpretar e implementar estratégias de acordo com as necessidades e mudanças

percebidas, de forma a assegurar a sobrevivência de suas organizações, bem como as suas

vantagens competitivas.

Os conhecimentos acumulados nas últimas décadas exploram as influências

ambientais no seu relacionamento com as estratégias, estruturas, processos e desempenhos da

organização. A abordagem dominante nesses estudos focaliza as dimensões básicas do

ambiente em termos de três dimensões: munificência, dinamismo e complexidade. No entanto

a maioria das pesquisas caracteriza-se por se concentrar em apenas uma dimensão. Contudo,

dadas as diferenças significativas que as propriedades do ambiente, comum a todas as

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organizações, exercem sobre estas, permite sugerir que isto se pode relacionar com os

comportamentos estratégicos das empresas, suas capacidades dinâmicas e com a orientação

empreendedora que assumam, de modo a influir no desempenho. No contexto do dinamismo

ambiental para uma organização manter sua vantagem competitiva deve ser capaz de alterar

sua base de recursos e capacidades, de forma a lhe permitir competir com vantagem perante

as características mutáveis do ambiente.

Nos últimos anos tem havido um notório crescimento de pesquisas sobre capacidades

dinâmicas e estratégia organizacional. Entretanto, em torno do conceito de Capacidades

Dinâmicas existe certa ambiguidade, o que pode ser atribuído ao seu estado relativamente

recente de desenvolvimento, uma vez que apenas transcorreram duas décadas desde o

Working Paper que gerou sua conceitualização inicial em 1990.

Por outra parte, a heterogeneidade observada em várias definições ocasiona

conotações diversas para as capacidades dinâmicas, o que indica a necessidade de desenvolver

uma compreensão única para o conceito. Assim, mesmo que as pesquisas sobre capacidades

dinâmicas tenham crescido significantemente nos últimos anos, a investigação empírica sobre

elas é ainda pequena e quase todos os estudos qualitativos e quantitativos ao seu respeito

foram realizados na Europa ou América do Norte, ignorando-se aos países emergentes e,

também, se cultura organizacional têm efeitos sobre elas.

As capacidades dinâmicas podem ser vistas como uma capacidade empreendedora da

organização de rapidamente se adaptar e alterar os recursos e condições em resposta às

qualidades do ambiente. Com as mudanças que ocorrem no ambiente, cada vez mais

dinâmico, as empresas utilizam a orientação empreendedora buscando obter vantagem

competitiva e, em consequência disto, a teoria de empreendedorismo corporativo têm ganhado

cada vez mais importância. Conforme se verifica no número de estudos publicados o

relacionamento entre a orientação empreendedora e desempenho organizacional, em nível

mundial tem sido alvo de intensa investigação, procurando identificar fatores e variáveis que

moderem sua relação. O número de trabalhos no Brasil a respeito destes inter-relacionamentos

ainda é escasso, embora o entendimento dessas relações, como também a influência do

ambiente nesse processo, possa servir como um modelo de gestão e contribuir para melhoria

dos processos organizacionais.

Este trabalho pretende analisar o relacionamento entre as capacidades dinâmicas

(absorção e inovação), orientação empreendedora e as dimensões de dinamismo,

complexidade e munificência do ambiente organizacional, avaliando o impacto que as

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diversas configurações dessas variáveis geram no desempenho das agências de viagens e

turismo, procurando responder ao seguinte questionamento:

Como ocorre o relacionamento entre as capacidades dinâmicas (absorção e inovação) e a

orientação empreendedora com o desempenho, sob o efeito moderador do ambiente

organizacional (munificência, dinamismo e complexidade) na percepção de gestores de

agências de viagens?

1.2 Justificativa do Estudo

A análise dos processos das capacidades dinâmicas associada à orientação

empreendedora em relação com desempenho é indispensável para entender como as empresas

podem adaptar-se a um ambiente em constante evolução. Por ter sido observada certos

aspectos em comum que as capacidades dinâmicas e a orientação empreendedora possuem,

justifica-se combiná-las e estudar seus efeitos isolados e conjuntos sobre o desempenho

organizacional, fazendo uma análise pormenorizada e considerando as dimensões principais

de cada constructo, sob a influência moderadora das dimensões ambientais desde uma

perspectiva perceptiva.

É notório que o estágio atual de desenvolvimento dos temas, assim como a forma em

que tem sido apresentado tal estágio, deva ser evidenciado no intento de expor algo original.

Portanto, outra acepção de justificativa diz respeito à necessidade de propor um tratamento

novo no relacionamento do arcabouço teórico das variáveis: ambiente, capacidades

dinâmicas, orientação empreendedora e desempenho. Isto é, desenvolver um novo olhar sobre

as inter-relações acorde à realidade das organizações pesquisadas.

Além da justificativa teórica considerada há ainda uma justificativa prática, e esta tem

haver com a plataforma de estudos de campo, uma vez que há carência de pesquisas

empíricas, particularmente nos países emergentes. Desta forma, ao discutir criticamente a

teoria, da forma como se encontra, associado ao que vem ocorrendo na prática, poder-se-á

reduzir incertezas que surgem na falta de um tratamento teórico/empírico.

Assim, a justificativa desta tese está estruturada em três tópicos, os quais são

considerados basilares para o desenvolvimento de uma tese de doutorado: relevância,

originalidade e contribuição da pesquisa.

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23

1.2.1 Relevância

No contexto complexo em que estão inseridas as empresas, é possível observar que

para ser capaz de aproveitar as oportunidades que o ambiente oferece, empresas

empreendedoras precisam de capacidades dinâmicas. Ou seja, dispor de bens, processos e

estruturas que lhe permitam sentir e aproveitar as novas oportunidades e, então, renovar sua

base de ativos através da sua integração, construção e reconfiguração (TEECE, 2007).

Autores como Covin e Slevin (1991), Gimeno et al. (1997), Eisenhardt e Martin

(2000), Zahra e Garvis (2000), Winter (2003), Dess et al. (2003) corroboram que pesquisas

sobre o entendimento acerca de como as organizações alcançam suas fontes potenciais de

vantagens competitivas sustentáveis em seu estado atual é muito fragmentada e ainda

apresenta um número reduzido de estudos empíricos.

Após análise na literatura sobre o relacionamento entre as dimensões de dinamismo,

complexidade e munificência ambiental, orientação empreendedora, capacidades dinâmicas e

desempenho organizacional verificou-se que, de certa forma, há um conjunto importante de

obras e em número suficiente para permitir o embasamento do estudo sobre essas relações. No

entanto, grande parte desses trabalhos encontrados não contempla as relações de maneira

próxima à complexidade em que as organizações atuam. Ou seja, são poucos os estudos

configuracionais, em particular sobre os temas objeto da pesquisa. E as relações são

trabalhadas na maioria das vezes com apenas uma ou duas variáveis. Para que os gestores

percebam suas potencias fontes de vantagem competitiva, pesquisas que integre várias

variáveis devem ser desenvolvidas para estender as inter-relações entre ambiente e a

organização, sendo desta forma um alicerce que motive a tomada de decisão. Assim, ao levar

em consideração esses aspectos manifesta-se de forma natural a relevância do estudo.

1.2.2 Originalidade

A partir da revisão na literatura sobre capacidade dinâmica de absorção, capacidade

dinâmica de inovação, orientação empreendedora e as dimensões ambientais (munificência,

dinamismo e complexidade) constatou-se que tanto estudos internacionais, quanto no Brasil

focam apenas nas análises isoladas dos construtos, ora por consequência de seu impacto no

desempenho, ora entre associações entre eles. Desta forma o ineditismo do trabalho associa-se

à identificação e compreensão das relações entre os construtos considerados e adicionalmente

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24

como afetam o desempenho, como também a percepção do efeito moderador das dimensões

ambientais pelos gestores das agências de viagens brasileiras, o qual não tem sido ainda

motivo de pesquisa.

1.2.3 Contribuição

Nessa linha de raciocínio se pode visualizar, portanto, dois tipos de contribuições desta

tese: uma teórica e outra empírica. A primeira perspectiva apresenta-se como contribuição

acadêmica, no sentido de procurar consolidar uma plataforma teórica devidamente

sistematizada da relação existente entre diferentes estratégias das capacidades dinâmicas e da

orientação empreendedora com o desempenho organizacional, moderada pelas dimensões

ambientais. Por sua vez, no aspecto empírico, a contribuição vincula o que o meio acadêmico

pode oferecer ao ambiente empresarial, através da apresentação uma de interpretação da

realidade compreendida no recorte da pesquisa, permitindo aos gestores e às organizações

buscarem entendimento da realidade com um embasamento consolidado.

Isso significa que o produto gerado por este trabalho visa contribuir, num primeiro

momento, na compreensão do arcabouço teórico existente, através de um processo de

sistematização. Tentando diminuir as discrepâncias assinaladas por diversos autores.

Numa segunda perspectiva, avalia-se que esta tese, terá uma contribuição prática e,

assim também, em termos sociais, pois tratará de interesses comuns às empresas. Em

consequência, pretende-se que o trabalho seja um subsídio para as organizações que

desejarem implementar, rever, analisar ou reestruturar suas capacidades e orientações

estratégicas.

1.3 Objetivos da Pesquisa

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar o relacionamento entre as Capacidades Dinâmicas e a Orientação Empreendedora

com o Desempenho de Agências de Viagens moderado pelo Ambiente Organizacional.

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25

1.3.2 Objetivos Específicos

� Mensurar a relação das capacidades dinâmicas (de absorção e de inovação) com o

desempenho;

� Mensurar a relação da orientação empreendedora (nas dimensões da inovatividade,

proatividade e risco assumido) com o desempenho;

� Avaliar o efeito moderador do ambiente percebido sobre as capacidades dinâmicas

atuando sobre o desempenho;

� Avaliar o efeito moderador do ambiente percebido sobre a orientação empreendedora

atuando sobre o desempenho;

1.4 Estrutura do Trabalho

Para atender ao objetivo da tese foi montada uma estrutura composta de cinco

capítulos. No primeiro foi apresentada uma visão ampla, onde expôs-se o tema e o problema,

a justificativa, o objetivo geral e os específicos da tese. Em seguida, aborda-se a

fundamentação teórica para a realização do estudo, com breve explanação sobre a evolução

das capacidades dinâmicas, além das definições de cada um dos construtos, proporcionando

subsídios para o modelo teórico e as hipóteses de pesquisas. Os procedimentos metodológicos

que foram aplicados no desenvolvimento da tese são expostos no terceiro Capítulo, tais como

construção do instrumento de coleta de dados, operacionalização das variáveis, amostra e

apresentação do método de análise estatística. No Capítulo 4 são apresentados os resultados

da pesquisa com avaliação da modelagem de equações estruturais. No quinto e último

Capítulo é finalizada a tese com as principais considerações, suas limitações e sugestões para

estudos futuros.

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26

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Capacidades Dinâmicas

2.1.1 A evolução Conceitual do Constructo

Pesquisas realizadas na área da Administração Estratégica se desenvolveram no

interesse por compreender e explicar uma forma de direcionar as organizações na busca da

vantagem competitiva (GRANT, 1996). Diferentes contribuições emergiram nessa

procura, advindas de inúmeros campos e correntes de pensamento, tal como as baseadas na

teoria evolucionária (SCHUMPETER, 1934; NELSON e WINTER, 1982), na teoria da

aprendizagem e de competências organizacionais (ARGYRIS e SCHON, 1978; PRAHALAD

e HAMEL, 1990), na dos custos de transação (COASE, 1937), na da agência (JENSEN e

MECKLING, 1976), na da contingência (BOYD, 1995), na teoria institucional (ZUCKER,

1987), na visão baseada no posicionamento no mercado (PORTER, 1980) e na visão baseada

em recursos – RBV (BARNEY, 1991).

Esta última tem suas origens no final da década de 50 a partir das ideias seminais de

Edith Penrose (1959), a qual publicou um livro intitulado The theory of the growth of the firm.

Esse estudo continha a origem do que veio a se chamar Teoria da Firma e indicava a

importância de um conjunto de recursos únicos, determinados pela alta administração, para a

elevação do desempenho da empresa (RIBEIRO, ROSSETTO e VERDINELLI, 2010).

Na concepção da autora, a firma é mais do que “uma unidade administrativa [...] é

também uma coleção de recursos produtivos disponíveis de acordo com diferentes usos ao

longo do tempo por meio de decisões gerenciais”, sendo tal coleção de recursos em dois

segmentos: os físicos e os humanos. No primeiro caso eles envolvem bens tangíveis, que

podem ser fábricas, equipamentos, terra, recursos naturais, matérias-primas, dentre outros. Já

o segundo engloba experiência, talentos, técnica, pessoas de diversas áreas de uma firma, etc.

(PENROSE, p. 22, 1959).

A obra de Penrose (1959) abordava o processo de crescimento da firma e limites

internos e externos à sua expansão. Para a autora, o limite ao crescimento da empresa não está

no posicionamento de mercado, mas nos recursos que possui e, sobretudo na maneira como

são utilizados. É a partir da distinção entre os recursos e a forma como são utilizados que está

a origem da singularidade das empresas (PENROSE, 1959). Em outras palavras, apesar dos

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27

recursos serem importantes, é a forma como eles serão empregados que definirá a vantagem

competitiva de uma firma sobre as demais (AUGUSTO e SOUZA, 2010).

A pesquisa de Penrose, apesar de ser um tanto restritiva aos bens tangíveis, exerceu

influência decisiva na formação da teoria da visão baseada em recursos, por salientar que a

fonte de individualidade de uma firma não reside no conjunto de seus recursos, mas sim na

forma como estes são utilizados (BARNEY, 1991).

No entanto, apenas em meados da década de 1980 e no início da década de 1990, a

abordagem da visão baseada em recursos (RBV) ganha impulso no campo da estratégia

organizacional através dos trabalhos de Wernerfelt (1984) e Barney (1991) seguindo-se a

estes, o de Peteraf (1993).

A perspectiva da RBV, com início nos trabalhos de Penrose, dissemina-se a partir das

publicações de Wernerlfelt (1984) que na sua obra intitulada A resource based view of the

firm, estuda a relação entre recursos da firma e lucratividade e lança a ideia de posição

baseada em recursos. O autor leva em consideração os ativos intangíveis, principalmente pela

ênfase dada à tecnologia como fator importante na estratégia da empresa (GUASSELLI e

ABREU, 2009).

Para Wernerfelt (1984) qualquer organização pode ser descrita por seus recursos e

capacidades, mas eles devem estar organizados de forma a serem estrategicamente superiores

aos dos seus concorrentes. Esta estratégia superior deve ser entendida nas seguintes

proposições: (i) as organizações devem possuir recursos que proporcionam alta rentabilidade;

(ii) a estratégia das organizações deve estar centrada no equilíbrio entre a exploração dos

recursos atuais e o desenvolvimento de novos recursos e; (iii) uma aquisição pode ser vista

como a compra de um feixe de recursos que permitam altos retornos (WERNERFELT, 1984,

p. 172).

O autor define e classifica os recursos como o conjunto de todas as forças e fraquezas

de uma empresa, que por sua vez podem ser tangíveis e intangíveis, tais como: marcas,

conhecimento tecnológico, habilidades pessoais dos funcionários, contatos com clientes,

máquinas, procedimentos eficientes, dentre outros. Assim, a abordagem da RBV tem como

objetivo principal gerar a sustentabilidade da competitividade, primeiro com os recursos

desenvolvidos e controlados pela organização, ou seja, seus recursos internos e, segundo,

examinando o mercado e a estrutura de recursos de seus concorrentes (WERNELFELT,

1984).

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Barney (1991) vem ao encontro dos argumentos de Wernerfelt (1984) e amplia a

perspectiva original de Penrose, afirmando que o conjunto de recursos da firma não é somente

uma lista de fatores, mas o processo de interação entre estes recursos, bem como seus efeitos

sobre a organização. Os autores convergem ao propor que os recursos negociáveis da firma

devem ser heterogêneos e de difícil mobilidade e que a empresa é um conjunto de recursos

tangíveis e intangíveis que se diferenciam em relação à concorrência.

Barney (1991) contribuiu de maneira considerável com a teoria explicando que a

vantagem competitiva deriva dos recursos e competências que uma organização controla. No

entanto, nem todos os recursos da empresa têm o potencial de sustentar vantagens

competitivas, mas apenas aqueles considerados estratégicos. Para ter esse potencial, segundo

o autor, os recursos da empresa necessitam ter quatro características básicas: precisam ser

valiosos no sentido de permitir explorar oportunidade e/ou neutralizar ameaças no ambiente

da organização; ser raros entre os concorrentes e potenciais competidores; ser difíceis de

imitar, não podendo haver substitutos estrategicamente equivalentes para os recursos que são

valiosos; e não substituíveis, na medida em que não existam recursos que permitam replicar

um resultado semelhante.

Desta forma, Barney (1991) propõe um modelo teórico baseado em recursos que

possuem características de heterogeneidade e imobilidade conforme exibe a Figura 1.

Figura 1- Relação entre a heterogeneidade e imobilidade, os recursos e a vantagem

competitiva sustentável.

Fonte: Barney (1991, p. 112)

A análise do modelo proposto por Barney (1991) permite evidenciar que, num

ambiente de concorrência, uma empresa com os seus recursos e competências únicos pode ser

vista como superior aos seus concorrentes quando seus recursos e competências,

desenvolvidos e controlados dinamicamente, são a fonte básica para a obtenção de vantagem

competitiva.

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Após a pesquisa de Barney (1991), Peteraf publica um artigo em 1993 de título The

Corner Stones of Competitive Advantage: a resource-based view. Nele, a autora examina as

condições dos recursos que asseguram a criação e a sustentação de vantagens competitivas e

adiciona aspectos contributivos ao modelo desenvolvido por Barney, propondo quatro macro-

condições que devem estar simultaneamente presentes, a saber: a) a heterogeneidade; b) a

mobilidade imperfeita; c) a limitação ex-post; d) a limitação ex-ante.

De acordo com Peteraf (1993) a heterogeneidade dos recursos pressupõe a existência

de diferenças intrínsecas nos fatores produtivos. Cada organização possui determinados tipos

de recursos, alguns superiores a outros, sendo que a utilização deles está condicionada à

estratégia da empresa, que é traçada conforme a estrutura de administração. Isto incrementa as

diferenças entre empresas e gera a heterogeneidade. A mobilidade imperfeita considera que os

recursos não podem ser transacionáveis. Por serem idiossincráticos, ao originar vantagem

competitiva para uma empresa em particular, os recursos têm mais valor dentro do que fora da

firma, sua reprodução é altamente incerta. Deste modo, os recursos podem ser considerados

de mobilidade imperfeita se não forem comercializáveis ou, mesmo que fossem

comercializados, tendo mais valor na empresa que os utiliza atualmente do que teria em outra

organização (CARVALHO, 2011). O limite ex post à competição considera que os recursos

obtidos pela empresa sejam de difícil ou impossível imitação, preservando a natureza das

rendas que ocasionam a vantagem competitiva sustentável. A condição de heterogeneidade

precisa ser preservada através de fatores que possibilitem a duração desta condição, por

mecanismos de isolamento. Finalmente, o limite ex ante a competição considera que os

recursos devem ser adquiridos com ausência dos competidores. Para que a empresa obtenha

uma posição superior de recursos deve haver uma competição limitada por eles, decorrente de

imperfeições dos mercados, por exemplo, assimetria de informações ou percepção

(BARNEY, 1991, p.104; PETERAF, 1993).

Antes de aqueles artigos, que constituem as bases teóricas seminais da RBV, vários

outros autores tinham publicado pesquisas relacionadas ao tema como: Rumelt (1995) que

trabalhou o conceito de mecanismos de isolamento de recursos; Dierickx e Cool (1989) que

desenvolveram os conceitos de substituição, erosão de ativos e ambiguidade causal; e,

Prahalad e Hamel (1990) que desenvolveram o conceito de core competence, ligado à RBV e

comunicado em linguagem acessível aos executivos. Amit e Schoemaker (1993)

apresentaram, em seguida aos artigos de Barney e de Peteraf, uma contribuição para o

conceito de vantagem competitiva sustentável a partir das imperfeições de recursos e das

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decisões gerenciais sobre o desenvolvimento e desdobramento deles. No Brasil, recentemente,

Camilo, Xavier, Bandeira-de-Melo e Marcon (2010) contribuíram com a linha de estudo ao

trabalhar sobre a heterogeneidade das firmas, estudando a estrutura de capital como um

importante recurso, unindo finanças e estratégias.

Conforme Teece, Pisano e Shuen (1997) as ideias contidas em vários trabalhos sobre

estratégia, com base na RBV, colocam especial ênfase sobre os recursos específicos das

firmas como condição de heterogeneidade e competitividade. No entanto, abordam

basicamente aspectos internos destas. Os autores argumentaram que, mesmo a abordagem da

RBV tendo impacto no pensamento estratégico, só permite observar a vantagem competitiva

em um determinado momento do tempo, não conseguindo explicar adequadamente de que

modo e por que determinadas organizações têm vantagem competitiva em situações de

mudanças ambientais rápidas.

Teece et al.(1997), Eisenhardt e Martin (2000), Zollo e Winter (2002), Helfat et al.

(2007), dentre outros, enfatizam que em mercados caracterizados por grandes mudanças e

com alto grau de competição, a sustentabilidade da vantagem competitiva exige mais do que a

posse de recursos e capacidades raras e difíceis de imitar. Foram esses mesmos pressupostos

que na década de 1990 levaram Teece, Pisano e Shuen (1990, 1997) a cunhar e discutir o

termo Capacidades Dinâmicas, tornando-os precursores do assunto, conforme salientam

autores como Eisenhardt e Martin (2000), Zollo e Winter (2002), Winter (2003), Zott (2003),

Menon e Mohanty (2008), Liao (2010), dentre outros.

O termo capacidades dinâmicas enfatiza o papel da gestão estratégica em adaptar,

integrar e reconfigurar habilidades organizacionais internas e externas, recursos e

competências funcionais para satisfazer às exigências de um ambiente em mutação. Da

mesma forma que as competências essenciais, as capacidades dinâmicas têm como

pressuposto a obtenção de vantagem competitiva sustentada. Em outros termos, elas possuem

caráter estratégico para a empresa (TEECE et al., 1997). A ênfase é que essas teorias

diferenciam-se por que o campo das capacidades dinâmicas, além de explorar os aspectos

internos, explora também os aspectos externos da firma (TEECE et al., 1997; BROWN e

EISENHARDT, 1997; HELFAT et al., 2007).

Na literatura existente sobre o tema, nas suas diferentes correntes, mostram evidências

de que o termo foi concebido, em grande parte, sob o ideário da economia evolucionária.

Iniciada com os trabalhos pioneiros de Schumpeter (1934), e demais representantes da escola

austríaca, e delineada a partir da obra publicada por Nelson e Winter (1982), intitulada “An

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evolutionary theory of economic change”, seguida pela teoria da aprendizagem e de

competências organizacionais dos autores Argyris e Schon (1978) e Prahalad e Hamel (1990),

respectivamente, e pela Visão Baseada em Recursos (RBV) desenvolvida a partir das ideias

seminais de Penrose (1959) e expandida por trabalhos de estudiosos como Richardson (1972,

2003); Nelson e Winter (1982); Wernefelt (1984); Dierickx e Coll (1989); Barney (1991);

Mahoney e Pandian (1992); Peteraf (1993) e, posteriormente, Collis e Montgomery (1995),

dentre outros, conforme Figura 2.

Figura 2 - Evolução da abordagem das Capacidades Dinâmicas

Fonte: Adaptado de Coh (2005).

Como mostrado na Figura 2, à abordagem das capacidades dinâmicas baseia-se, em

parte, no fundamento teórico fornecido por Schumpeter (1934), que vincula questões de

estratégia e vantagem competitiva. Na visão schumpteriana, a vantagem competitiva seria

determinada fundamentalmente pela capacidade inovativa da firma, a qual é continuamente

desafiada pelo dinamismo tecnológico de seus concorrentes. E, essa capacidade depende tanto

do conhecimento científico-tecnológico que a firma possui, quanto da sua capacidade de

coordenar seus recursos produtivos por meio da estrutura organizacional (PELAEZ et al.,

2009).

Por outro lado, se tem os embasamentos na RBV a partir dos pressupostos de Penrose

(1959), que uniu gestão estratégica e economia organizacional. Seu trabalho trouxe grandes

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contribuições e influências para novos fluxos de pesquisas como gestão estratégica,

empreendedorismo e capacidades dinâmicas. Especificamente, Penrose forneceu uma lógica

explicativa para desvendar relações causais entre recursos, capacidades e vantagem

competitiva. A autora apresentou uma visão estratégica voltada para aspectos intrínsecos à

organização e nos seus limites, a fim de entender as potencialidades e desenvolver as

vantagens competitivas baseadas na heterogeneidade das empresas e de seus recursos

produtivos. A procura constante das empresas pela maximização do emprego dos recursos

causa os desequilíbrios das firmas e dos mercados, sendo que dessas imperfeições do mercado

é que as empresas extraem suas vantagens competitivas (KOR e MAHONEY, 2004). Penrose

(1959) apresentou a empresa como algo que vai além de uma unidade administrativa. A firma

constitui-se como um conjunto de recursos produtivos, cuja recombinação permite estabelecer

as condições de crescimento. Os recursos tangíveis ou intangíveis não são, contudo, o

essencial numa firma, mas sim os serviços que esses recursos podem render (AUGIER e

TEECE, 2007). Com isso a autora contribuiu com as seguintes argumentações que permeiam

as bases conceituais da RBV: a firma é vista como uma coleção de recursos produtivos cuja

disposição entre usos diversos ao longo do tempo é determinada por decisão administrativa; a

competitividade entre as empresas baseia-se na heterogeneidade dos seus recursos; o conceito

de recurso produtivo aplica-se inclusive aos intangíveis, como, por exemplo, a disponibilidade

de talento gerencial serve como gargalo para taxa de crescimento de uma empresa em um

determinado período de tempo (KOR e MAHONEY, 2004).

Wernerfelt (1984), tomando como ponto de partida o estudo de Penrose (1959),

analisa as empresas como um conjunto de recursos, ao invés de enfocar seus produtos,

mostrando que, neste caso, novas perspectivas estratégicas podem ser observadas,

principalmente para firmas que pretendam diversificar suas atividades em outros mercados.

Esta ideia tomou impulso com outros pesquisadores, como Dierickx e Coll, (1989); Barney

(1991); Mahoney e Pandian (1992); Peteraf (1993); Collis e Montgomery (1995), dentre

outros, que persistiram na tentativa de compreender a razão de diferentes desempenhos entre

empresas da mesma indústria e dentro de ambientes de ampla competição.

O trabalho de Dierickx e Cool (1989) é particularmente importante porque foca

precisamente nos tipos de recursos e competências que são centrais à RBV: recursos não

negociáveis que são desenvolvidos e acumulados pela firma. Esses recursos se defendem da

imitação porque possuem dimensões tácitas e são socialmente complexos, eles surgem dos

conhecimentos e da aprendizagem da organização.

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Para Barney (1991) e Mahoney e Pandian (1992) o valor de mercado de cada recurso

possui uma relação direta com o valor dele na estratégia da empresa. As informações sobre os

recursos da firma permaneceriam como propriedades exclusivas, protegidas por mecanismos

de isolamento, sendo a indeterminação ou ambiguidade causal do conhecimento envolvido. A

ambiguidade causal é dada através do relacionamento de diversos recursos, ou seja, ele é

resultante da interação de outros recursos e atividades e, portanto, não é copiado diretamente

(MARTINS, 2009).

Em sequência, ao tratar a organização como o locus da capacidade dinâmica da firma,

outro referencial que nos parece fundamental é a abordagem das competências

organizacionais. Esta tem sua origem no conceito de competências essências de Prahalad e

Hamel (1990) definida por esses autores como o aprendizado coletivo na organização,

especialmente como coordenar as diversas habilidades de produção e integrar as múltiplas

correntes de tecnologias. O tópico competências é usualmente tratado pelo termo de

“capacidade” ou “competência”, mas existem autores que fazem uso dos dois termos com

conceitos distintos, sendo “capacidade” muitas vezes compreendida como habilidade,

formação ou uma etapa anterior à da competência e, “competência” tida como o

desdobramento dessas capacidades em ações práticas nas atividades organizacionais

(JAVIDAN, 1998). De acordo com Barney (1991) não são todos os recursos e competências

que são considerados estratégicos para uma empresa. Os recursos e competências estratégicos

são aqueles considerados como elementos raros, de imitação e substituição difícil e custosa.

De forma mais genérica, as competências são capacidades para estruturar e orientar conjuntos

de recursos para fins produtivos que potencialmente forneçam à empresa uma vantagem

competitiva.

Teece, Pisano e Shuen (1997) argumentam que a RBV conflita com condições de

contorno limitante em mercados dinâmicos, ou seja, mercados voláteis em que as respostas às

suas mudanças devem ser rápidas. Essa questão restritiva da RBV tem sido um dos

argumentos preconizadores dos estudos sobre as capacidades dinâmicas organizacionais

(TEECE et al., 1997). Partindo da condição limitante da RBV os autores apontam duas

principais deficiências da teoria. A primeira resultaria do pressuposto de equilíbrio estático

implícito na visão econômica delimitada pela teoria em atender os requisitos de

especificidades dos recursos em um ambiente dinâmico e volátil. Essa estaticidade seria uma

consequência de que levaria certo tempo para se obtiver um recurso ou capacidade com os

atributos potencializadores da vantagem competitiva sustentada (BARNEY e CLARK, 2007).

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Dessa forma, cenários de mudanças rápidas configurariam uma impossibilidade para tal

alcance. A segunda deficiência da RBV é consequência do forte enfoque dado aos atributos

dos recursos em contrapartida a quase nula consideração ao efeito da complementaridade e

coespecialização de recursos (SILVA, 2011).

A partir das argumentações apontadas, principalmente quanto às condições de

volatilidade e turbulência do ambiente organizacional, Teece, Pisano e Shuen (1997)

publicaram, depois de estar sete anos como documento de trabalho (TEECE et al., 1990), um

artigo intitulado “Dynamic Capabilities and Strategic Management” onde introduziram o

conceito de capacidades dinâmicas. Nele afirmavam que ele emergiu como um complemento

à Visão Baseada em Recursos numa uma tentativa de explicar a vantagem competitiva em

ambientes de rápidas e imprevisíveis mudanças. Essa abordagem visava apresentar um quadro

coerente e evolutivo para evidenciar como as empresas desenvolvem vantagem competitiva e

como as mantêm ao longo do tempo.

Os mesmos pesquisadores estabeleceram na sua definição de que as capacidades

dinâmicas permitem às organizações habilidades e capacidades para integrarem, construírem e

reconfigurarem seus recursos e competências, tanto externas como internas, afim de que, no

caso de bem exploradas, poder manter o desempenho diante de ambientes em constantes

mudanças, fazendo a diferença no mercado em que atuam (TEECE et al., 1997).

O significado do termo “capacidade”, na sua concepção original, enfatiza o papel do

gerenciamento estratégico em adaptar, integrar e reconfigurar habilidades organizacionais

internas e externas, como também recursos e competências funcionais para satisfazer às

exigências de um ambiente em mudança. Enquanto a ideia envolvida no termo “dinâmica”

refere-se à habilidade de renovar competências e a convergência para fazer frente às

transformações no ambiente de negócio (TEECE, et al., 1997).

A formulação do conceito de capacidades dinâmicas teve intenção de colocar o

dinamismo necessário à RBV para que fosse possível compreender e atuar em ambientes

mutáveis. Essa amplitude conceitual não deixa de estar focada nos recursos e capacidades ou

competências da firma, mas insere nas análises um atributo do ambiente que é a mudança

constante.

A literatura apresenta exemplos variados de capacidades que podem ser denominadas

como dinâmicas. Dentre outras se incluem: capacidades gerenciais (ADNER e HELFAT,

2003; PANDZA e RICHARD, 2009); capacidades de marketing (CAVUSGIL et al., 2007;

BRUNI e VERONA, 2009; MALIK e MASAAKI, 2009); capacidades de absorção (COHEN

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e LEVINTHAL, 1990; ZAHRA e GEORGE, 2002; LANE et al., 2006); capacidades de

aprendizagem (GOH e RICHARDS, 1997; HULT e FERRELL, 1997; 1999; JEREZ-GÓMEZ

et al., 2005) e capacidades de inovação (LAWSON e SAMSON, 2001; TSAI et.al., 2001;

LIAO et al., 2007).

2.1.2 Capacidade de Absorção e Inovação como uma Capacidade Dinâmica

2.1.2.1 Capacidade Dinâmica de Absorção

A gênese da construção da capacidade de absorção coincidiu com o desenvolvimento

da visão baseada em recursos (Barney, 1991; Peteraf, 1993), situando-se entre os campos da

aprendizagem organizacional (EASTERBY-SMITH, 1997; AKGUN et al., 2003), gestão do

conhecimento e inovação (CHIVA e ALEGRE, 2005; OSHRI et al., 2006) e com ligações

claras com o quadro das capacidades dinâmicas, principalmente sobre como as empresas

criam, modificam ou ampliam suas bases de recursos.

Tais ligações podem ser rastreadas até Cohen e Levinthal (1989), que cunharam a

expressão Capacidade de Absorção, a qual recebeu grande atenção desde sua proposição

inicial quando da publicação de um artigo intitulado “Innovation and Learning: the two faces

of R&D” publicado no Economic Journal naquele ano. Para Cohen e Levinthal (1989) o

termo capacidade de absorção significa a capacidade da empresa para identificar, assimilar e

explorar informação do ambiente. Eles discutiram nesse artigo como a propensão das

empresas a desenvolver a capacidade de absorção difere em função da percepção dos

incentivos para aprender no ambiente em que está inserida.

Em um estudo posterior, publicado em 1990, intitulado de “Absorptive Capacity: A

new perspective on learning and innovation” Cohen e Levinthal revisam a argumentação do

conceito do primeiro artigo e deram um foco maior no indivíduo, mais especificamente, na

sua capacidade cognitiva, colocando mais ênfase no processo que suporta esse aprendizado.

Eles destacam que o aprendizado individual é cumulativo e o seu desempenho é fortemente

relacionado à quantidade de conhecimento que o indivíduo já possui. Doravante, essa

capacitação individual é estendida para o nível organizacional, permitindo que os autores

redefinam o construto como “a habilidade de uma firma de identificar o valor de novas

informações existente em seu meio, tanto interno como externo e assimilá-las e aplicá-las para

fins comerciais.” (COHEN e LEVINTHAL, 1990, p.128). Ainda, segundo os autores, a

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capacidade de absorção é uma parte importante da capacidade de uma empresa de criar

conhecimento novo ou diferente do já existente.

Tomando como base a definição seminal de Cohen e Levinthal (1990) outros

pesquisadores (MOWERY e OXLEY, 1996; KIM, 1997; LANE e LUBATKIN, 1998; VAN

DEN BOSCH, VOLBERDA e DE BOER, 1999; LANE, KOKA e PATHAK, 2002; ZAHRA

e GEORGE, 2002) têm fornecido contribuições alternativas para o constructo. Embora

diversas propostas tenham sido apresentadas, com o objetivo de aprofundar e ampliar a

definição da capacidade de absorção e identificar suas dimensões mais relevantes, a obra que

trouxe maior impacto e contribuições essenciais à discussão foi feita por Zahra e George

(2002).

Esses autores “revisitaram” o conceito e utilizaram a perspectiva de processos para

propor uma “reconceitualização” da capacidade de absorção como uma capacidade dinâmica,

destacando a importância da difusão do conhecimento e da integração organizacional como os

fatores críticos da discussão. Baseados nas definições disponíveis na literatura, identificaram

as diferentes dimensões constituintes e propuseram uma nova definição para a capacidade de

absorção como sendo “um conjunto de rotinas e processos organizacionais pelos quais as

firmas adquirem, assimilam, transformam e exploram conhecimento para produzir uma

capacitação dinâmica”. (ZAHRA e GEORGE, 2002, p. 186).

Esta definição se diferencia de trabalhos anteriores por dois principais motivos.

Primeiro, porque caracteriza o construto como uma capacitação dinâmica, embarcado em

processos e rotinas organizacionais, o que torna possível a análise do fluxo de conhecimento.

Segundo, por que sugere quatro dimensões, vistas como capacitações, que, combinadas,

geram uma capacitação dinâmica (CLEMENTE, 2007). Segundo Zahra e George (2002) tal

conceituação, permite proporcionar um novo modelo de componentes, antecedentes e

resultados da capacidade de absorção, conforme mostra a Figura 3.

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Figura 3 - Modelo Capacidade de Absorção

Fonte: Zahra e George (2002)

Os autores sugerem que o construto deva ser entendido a partir de duas naturezas e

quatro capacidades distintas, mas complementares que compõem a capacidade de absorção de

uma empresa: 1) capacidade de absorção potencial, ou seja, o conhecimento externo que a

firma pode absorver e que inclui as capacidade de aquisição e a capacidade de assimilação; e,

2) capacidade de absorção realizada, isto é, o conhecimento externo que a firma efetivamente

explora, inclui a capacidade de transformação e a capacidade de exploração (ZAHRA e

GEORGE, 2002).

1) Aquisição – essa dimensão representa a habilidade da firma em identificar os

conhecimentos gerados externamente que impactem nas suas atividades.

2) Assimilação – o objetivo da mesma refere-se à capacidade de análise,

processamento, interpretação e entendimento das informações obtidas através das fontes

externas.

3) Transformação – ela, que não havia sido levada em conta até a introdução por Zahra

e George (2002), constitui a habilidade pela qual a organização, baseada nos conhecimentos

assimilados, redefine as suas ações a partir da combinação dos conhecimentos novos com os

previamente existentes. A dimensão tem papel fundamental na identificação de novas

oportunidades e na alteração da forma como a organização se relaciona com o ambiente a sua

volta.

4) Exploração – esta dimensão se refere à habilidade de refinar e se aproveitar dos

conhecimentos assimilados.

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Cada dimensão tem um papel diferente e ao mesmo tempo complementar para explicar

como cada capacidade de absorver o conhecimento pode influenciar os resultados

organizacionais (BARRIONUEVO, 2009).

Zahra e George (2002) argumentam que a distinção teórica entre ambos os tipos de

capacidade de absorção, potencial e realizada, é importante para avaliar sua contribuição na

vantagem competitiva da empresa, uma vez que: a) ajuda a explicar por que algumas

empresas são mais eficientes que outras na hora de usar a capacidade de absorção; b) as forças

exógenas e endógenas podem influenciar de maneira diferente nas dimensões anteriores; e, c)

proporciona uma base para observar e examinar as trajetórias que as organizações podem

seguir para desenvolver as capacidades essenciais (BARRIONUEVO, 2009).

Clemente (2007) utiliza as quatro dimensões propostas por Zahra e George (2002),

propondo um framework para dar uma representação conceitual, conforme representado na

Figura 4.

Figura 4 - Dimensões da Capacidade de Absorção e interações entre elas

Fonte: Clemente (2007)

A primeira relação refere-se à influência das características ambientais no

desenvolvimento da capacidade de absorção. Van den Bosch et al. (1999) destacaram como a

dinâmica do ambiente cria incentivos para maior ou menor investimento no desenvolvimento

desta capacitação dinâmica. Outro fator destacado é a característica do conhecimento e a

influência direta que este cria no processo de aquisição e assimilação. Questões relacionadas

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39

aos parceiros, à sobreposição dos conhecimentos e aos incentivos e culturas dos atores no

ambiente também são determinantes para a facilidade de aquisição e assimilação do

conhecimento. Ainda, segundo Van den Bosch et al. (1999), ao identificar, assimilar e

explorar os conhecimentos a organização também influencia o ambiente a sua volta, fazendo

com que esta relação precise ser analisada nos dois sentidos.

A relação referente ao papel das estruturas organizacionais é evidenciada pelos

pesquisadores Lane, Koka e Pathad (2006) como a forma que estas garantem a coordenação

do trabalho, na assimilação e transformação do conhecimento. Outro ponto de destaque nesta

relação é o papel do indivíduo. O conhecimento prévio que ele possui, as características

culturais e os sistemas de incentivo serão críticos para conformar que tipos de oportunidades

serão percebidos, como os indivíduos julgarão o valor de um determinado conhecimento, e,

principalmente a propensão destes a absorvê-lo (COHEN e LEVINTHAL, 1990).

Outra peça da relação é a estratégia da empresa, da qual seu processo de formulação

tem um forte impacto em definir que áreas de conhecimento serão mais valiosas, que temas

precisam ser desenvolvidos, e qual o escopo de atuação e observação da organização. (LANE

et al., 2006). Ressalta-se que nestes direcionadores internos também existem mecanismos

coevolucionários, ou seja, à medida que a capacidade de absorção é desenvolvida, pode-se

observar que: 1) as estruturas organizacionais e mecanismos de coordenação são alterados em

função de novas ações determinadas nos processos de transformação e exploração (p.ex. a

criação de um time autônomo para desenvolver um produto); 2) os modelos mentais dos

indivíduos são alterados, uma vez que estes são confrontados com novos conhecimentos e

novas oportunidades e seu julgamento de valor dos conhecimentos passa a ser orientado pelas

prioridades estratégicas definidas (p.ex. o pesquisador de uma empresa de petróleo que passa

a pesquisar sobre biocombustível); e, 3) novas combinações de recursos são geradas (p.ex.

formação de um grupo de excelência em biotecnologia), podendo representar oportunidades

que possibilitariam conformar a estratégia da organização, de forma que elas possam ser

melhores exploradas (CLEMENTE, 2007).

Por fim, a capacidade de absorção influencia diretamente a capacidade de geração de

valor da firma, uma vez que recombina recursos a fim de incorporar conhecimentos externos.

Este impacto se reflete no desempenho da firma e na sua capacidade de inovação, relação esta

avaliada por diversos autores, como Cohen e Levinthal (1989), Mowery, Oxley e Silverman,

(1996), Ahuja e Katila (2001) e Meeus, Oelermans e Hage (2001), através de variáveis de

representação, tais como o número de patentes obtidas.

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Lane et al. (2006) destacam que, além destes resultados comerciais, o aumento da base

de conhecimento da organização também é um resultado significativo. Em função do caráter

cumulativo (path dependent) deste construto, essa base influenciará diretamente a capacidade

de absorção da organização, tendo o caráter de ciclo virtuoso apontado por Cohen e Levinthal

(1994) e Van den Bosch et al. (1999), no qual maior capacidade de absorção gera mais

aprendizado, que por sua vez aumenta a base de conhecimento, que por sua vez potencializa a

capacidade de absorção (CLEMENTE, 2007).

Este trabalho adota a abordagem proposta por Zahra e George (2002) sob o qual a

capacidade dinâmica de absorção pode ser considerada como de duas naturezas: capacidade

de potencial, ou seja, o conhecimento externo que a firma pode absorver e capacidade de

absorção realizada, ou seja, o conhecimento externo que a firma efetivamente explora. Para

fins de mensuração foram utilizados 20 itens. Foram usadas as dimensões de aquisição e

assimilação como indicadores de capacidade de absorção potencial e transformação e

exploração como indicadores de capacidade de absorção realizada. Para fins operacionais foi

desenvolvida uma escala de medida de sete (7) pontos.

2.1.2.2 Capacidade Dinâmica de Inovação

Nas últimas décadas, os debates sobre estratégia e teoria organizacional têm focado

tanto na sustentabilidade da vantagem competitiva como na capacidade de gerenciar mudança

e inovação, sendo esta última considerada um fator crítico para a obtenção da vantagem

competitiva (O`REILLY e TUSHMAN, 2008). Ao abordar o papel da capacidade de inovação

como ferramenta para o desempenho organizacional, é interessante buscar, através de um

mapeamento teórico de autores seminais e contemporâneos, a compreensão referente à

inovação e aspectos incentivadores da capacidade de inovação.

O entendimento que envolve essa questão remonta à obra de Schumpeter (1934), a sua

teoria do desenvolvimento econômico, baseia-se na premissa que sistema econômico de oferta

e procura encontrando-se em situação de equilíbrio é estacionário e que o empreendedor tende

a romper esse equilíbrio através da inovação. Na percepção schumpteriana, a presença de

empresários no seio da classe capitalista é fundamental ao desenvolvimento econômico, pois

estes têm sempre em perspectiva a busca da inovação (SCHUMPETER, 1934). O autor

clarifica o conceito de inovação e o diferencia de invenção. Para ele inovação significa um

composto de novas ideias que resulta, por meio de ações ou implementações, em uma

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melhoria, um ganho ou lucro para a organização. Também diz que a inovação só se concretiza

com a introdução no mercado, ou seja, a "inovação" significa fazer as coisas diferentemente

no úbere da vida econômica. Já invenção é uma ideia, um esboço ou um modelo para um

produto, processo ou sistema, novo ou aperfeiçoado, mas que não está ainda materializado no

mercado e que não produzem resultados técnicos ou econômicos. São necessárias, mas não

suficientes para a mudança tecnológica (ROPELATO, SILVEIRA e MACHADO, 2010).

Ainda conforme Schumpeter (1934) o desenvolvimento econômico é conduzido pela

inovação por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias substituem as

antigas, um processo por ele denominado “destruição criadora”. Ele coloca ainda que,

inovações “radicais” engendram rupturas mais intensas, enquanto inovações “incrementais”

dão continuidade ao processo de mudança. Para Schumpeter (1985, p.48) existem cinco tipos

de inovações: 1) Introdução de um novo bem (com o qual os consumidores ainda não estejam

familiarizados) ou de uma nova qualidade de um bem; 2) Introdução de um novo método de

produção, ou seja, um método ainda não testado em determinada área e que tenha sido gerado

a partir de uma nova descoberta científica; 3) Abertura de um novo mercado, ainda não

explorado, independentemente do fato do mercado já existir ou não; 4) Conquista de uma

nova fonte de matéria-prima ou de bens semimanufaturados, independente desta fonte ter

existido ou não anteriormente; e, 5) Aparecimento de uma nova estrutura de organização em

um setor.

Entre outros autores que abordam a questão da inovação, Zaltman et al. (1973)

enfatizam que a inovação pode ser interpretada como uma ideia, uma prática ou um artefato

material percebido como novo, relevante e único, adotado em um determinado processo, área

ou por toda a empresa. As abordagens Evolucionárias (NELSON e WINTER, 1982), veem a

inovação como um processo dependente da trajetória, por meio do qual o conhecimento e a

tecnologia são desenvolvidos a partir da interação entre vários atores e fatores. A estrutura

dessa interação afeta a trajetória futura da mudança econômica. Por exemplo, a demanda de

mercado e as oportunidades de comercialização influenciam quais produtos ou serviços

devem ser desenvolvidos/ofertados e quais são as tecnologias bem-sucedidas. Para Pavitt

(1984) a inovação pode ser entendida como um produto ou processo produtivo novo, ou

melhor, que pode ser utilizado ou comercializado com sucesso por uma organização e que a

produção, adoção e difusão da inovação, principalmente tecnológica, são essenciais para o

desenvolvimento e mudanças econômicas e sociais.

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Já Drucker (1986) reconhece a inovação como um instrumento dos empreendedores o

meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para negócios ou serviços

diferentes, podendo ser aprendida e praticada. Van de Ven (1986, p. 591) define o processo de

inovação como “o desenvolvimento e implementação de novas ideias por pessoas que ao

longo do tempo se envolvem em transações com outros dentro de um contexto institucional”.

Utterback (1994) corrobora com a estas argumentações apontando que a inovação é um

determinante central de sucesso ou fracasso nas organizações manufatureiras.

A partir da década de 90, é crescente a percepção de que a inovação é um fator

essencial de competitividade das organizações. Diante a essa nova realidade, a Organização

para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) no intuito de dar um maior foco

na questão da inovação, lança o Manual de Oslo (1992, 1997) cuja finalidade era servir de

guia para coleta de dados em inovação tecnológica. De acordo com Gorni, Dreher e Machado

(2009) o processo de inovação é essencial para o desenvolvimento econômico, no entanto, a

maioria das pesquisas que abordam essa questão se concentra na indústria, tornando, assim, a

compreensão acerca do processo de inovação em serviços bastante incipiente. A terceira

edição do Manual de Oslo de 2003 amplia a definição de inovação proposta pelas edições de

1992 e 1997 as quais focalizavam somente a inovação tecnológica de produto e processo, e

acrescenta a inovação organizacional e a inovação de mercado. Para poder englobar estes

tipos de inovação, a própria definição de inovação foi flexibilizada, tendo como exigência

mínima que o produto, processo, método mercadológico ou método organizacional deve ser

novo ou significativamente melhorado para a empresa (OECD, 2005a). O Manual de Oslo

(2005, §146) afirma que:

“uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou

significativamente melhorado, ou um processo, ou novo método de

marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na

organização do local de trabalho ou nas relações externas”.

Teorias como a Visão Baseada em Recursos (RBV) (WERNEFELT, 1984), e das

Capacidades Dinâmicas (TEECE e PISANO, 1994; TEECE et al.,1997) reconhecem que as

diferenças nos recursos e capacidades das empresas contribuem para explicar as diferenças

observadas no desempenho. Os estudos apontam para uma ênfase na importância dos recursos

e competências relacionados à inovação dentro das empresas (ALVES et al., 2010). A

atividade de inovação na organização envolve, geralmente, a interação entre os três aspectos-

chave de suas operações empresariais. Estes abrangem os recursos da empresa, incluindo

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conhecimentos processos, produtos e serviços, as ligações externas da empresa com as

mudanças sociais e de mercado, e a contribuição criativa dos indivíduos da empresa (TROTT,

2005).

Capacidade de Inovação descreve os atributos que uma empresa necessita para apoiar

a atividade de inovação. Esses atributos dar à organização a capacidade de adotar com rapidez

novos processos e métodos, e desenvolver e introduzir novos e melhores produtos para

competir mais eficazmente em ambientes mutáveis. Capacidade de inovação tem muitas

dimensões ou componentes e baseia-se em uma ampla gama de bens, recursos, rotinas e

habilidades (BALAN e LINDSAY, 2007).

A noção de capacidade de inovação se aplica a tecnologia de processo, tecnologia de

serviço/produto, bem como a maneira pela qual a produção/serviço é organizada e gerida. A

inovação contribui para vantagem competitiva, uma vez que tem a capacidade de

acompanhar, responder e iniciar mudanças em um ambiente competitivo caracterizado por

mudanças rápidas (UTTERBARC, 1994; DOUGHERTY e HARD, 1996).

Capacidade de inovação é definida por Kim (1997) como a faculdade de criar

conhecimento novo e útil com base em conhecimento anterior. Hurley e Hult (1998, p. 44) a

definem como “a capacidade da organização para adotar ou implementar novas ideias,

processos ou serviços com sucesso”. Eles também argumentam que “empresas que têm maior

capacidade para inovar são capazes de desenvolver capacidade competitiva e atingem níveis

superiores de desempenho”. Já Lawson e Samson (2001) consideram a capacidade de

inovação como de ordem superior, uma “capacidade de integração”, pois permite que as

empresas absorvam conhecimentos de fontes externas e os misturem as diferentes

competências técnicas desenvolvidas na empresa em vários departamentos (COHEN e

LEVINTHAL, 1990; HENDERSON e CLARK, 1990; GRANT, 1996). Para os autores

empresas com capacidade de inovação têm condição de moldar e gerir diferentes capacidades

e recursos organizacionais chave, que estimulam as atividades de inovação.

O conceito de capacidades de ordem superior de integração é desenvolvido

inicialmente em Fuchs, Mifflin, Miller e Whitney (2000), os quais apontam que as

organizações que possuem capacidade de inovação têm a possibilidade de integrar as

capacidades e os recursos-chave de sua empresa para estimular com sucesso a inovação.

Ainda segundo os autores, para desenvolver e sustentar vantagem competitiva, as empresas

devem pensar sobre sua estratégia de forma integrada. As estratégias devem ser abrangentes,

no entanto, devem ter uma direção clara e foco de mercado coerente. Elas devem ser apoiadas

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por capacidades operacionais incisivas e recursos organizacionais robustos, devem estar

alinhadas e todos os elementos da estratégia precisam ser orquestrados em torno de seu

núcleo.

Pela característica multidimensional e complexidade estrutural a capacidade de

inovação é considerada por diversos autores como uma possibilidade de expansão das

capacidades dinâmicas, constituída de competências internas e externas operando num

ambiente de mudança (BROWN e EISENHARDT, 1997; LAWSON e SAMSON, 2001;

MIETTINEN, 2006; TEECE et al., 2007; LIAO et al., 2007).

De acordo com Kim (1997) diversas abordagens teóricas têm sido utilizadas para criar

medidas para operacionalizar capacidade de inovação. Incluem-se as empregadas na inovação

de produtos técnicos (CHIESA et al., 1996; COOPER, 2001; CORMICAN e O’SULLIVAN,

2004), a teoria de sistemas (LAWRENCE e LORSCH, 1986; JUDGE et al., 1997;

ECKERMANN et al., 2002), teorias da inovação organizacional (TUOMINEN e

HYVONEN, 2004), teoria da visão baseada em recursos – RBV (PETERAF, 1993;

BARNEY, 2001; CAPALDO et al., 2003; YAM et al., 2004) e a teoria das capacidades

dinâmicas (TEECE et al., 1997; LAWSON e SAMSON, 2001; PERDOMO-ORTIZ et al.,

2005).

Lawson e Samson (2001) tomando com base a abordagem das capacidades dinâmicas,

definidas por TEECE et al. (1997, p. 516) como a “capacidade da empresa para integrar,

construir e reconfigurar competências internas e externas para ambientes em rápida

mudança”, propõem um modelo de capacidade de inovação composto de uma serie de

processos internos à empresa. Estes autores agruparam estes processos em sete grandes

dimensões, que incluem visão e estratégia, aproveitamento da base de competência,

inteligência organizacional, criatividade e gestão de ideia, estrutura e sistemas organizacional,

cultura e clima e gestão da tecnologia. Conforme pode ser visualizado na Figura 5.

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Figura 5 - Modelo capacidade de inovação

Fonte: Lawson e Samson (2001).

O modelo assume que a organização está focada na inovação e que a vantagem

competitiva são os principais resultados desta capacidade. Para os autores, capacidade de

inovação é

“a capacidade de transformar continuamente o conhecimento e ideias em novos

produtos, processos e sistemas para o benefício da empresa e seus stakeholders. A

capacidade de inovação não é apenas uma capacidade de ser bem sucedido na gestão

de uma empresa, ou para gerenciar recursos de mainstream, mas é a capacidade de

sintetizar estes dois paradigmas de funcionamento” (LAMSON e SAMSON, 2001, p.

384).

Miller e Friesen (1982) tinham focado em dimensões como: inovação de produto ou

serviço novo, métodos de produção ou prestação de serviços, a assunção de riscos potenciais

pelos executivos, e busca de soluções inusitadas. Enquanto, a partir de uma revisão na

literatura, Wang e Ahmed (2004) identificaram cinco dimensões, sendo elas: inovação de

mercado, de produto, de processo, comportamental e capacidade de inovação estratégica.

Posteriormente, foi realizada por Jambulingam et al. (2005) uma pesquisa onde se

buscou operacionalizar a capacidade de inovação de uma organização por meio de medidas

ligadas à cultura. As dimensões propostas por esses autores foram: estímulo/recompensa para

inovar, geração e seleção de ideias e aproveitamento/tratamento/implementação de ideias. Em

outra vertente Liao et al. (2009) investigaram a relação entre a aquisição de conhecimento,

capacidade de absorção e capacidade de inovação em indústrias de Taiwan. Nesse estudo,

com relação à capacidade de inovação, eles trabalharam com a hipótese de que está

relacionada não só ao produto e processo, mas também à tecnologia e gestão.

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Dentre os poucos estudos que foram realizados sobre capacidade de inovação e

desempenho em países de economias emergentes a maioria se basearam no setor

manufatureiro e centrado na inovação de produtos, deixando lacunas para estudos que

relacionem capacidade de inovação e desempenho no setor de serviços, em especial em

agências de viagens (GORNI, DREHER e MACHADO, 2009).

No contexto das capacidades dinâmicas é importante destacar a relação da capacidade

de inovação com a orientação empreendedora, uma vez que os elementos de ambos os

construtos são susceptíveis de interagir na competitividade das organizações (GRANDE,

2007). Dentro deste campo a orientação empreendedora torna-se também foco central, por

causa da sua alegada ligação ao desempenho da firma (DALE MEYER et al., 2002). Assim,

ao revisar a literatura sobre capacidades dinâmicas e orientação empreendedora, observa-se

que ambos os construtos estão relacionados à forma como a empresa implanta a aquisição e

desenvolvimento de recursos, bem como à maneira de influenciar o desenvolvimento da

estratégia e do desempenho (NEWBERT, 2005).

Neste estudo, são utilizadas duas dimensões da capacidade de inovação - inovação

gerencial e inovação de serviços, adaptadas da operacionalização realizada por Liao et al.

(2007), a partir das percepções dos gestores das agências de viagens, levantadas com um

questionário com escala de sete níveis.

2.2 Empreendedorismo e Orientação Empreendedora

Os autores identificados como os pioneiros no campo da investigação acerca do

empreendedorismo foram, em meados do século XVIII, Richard Cantillon e, no início do

XIX, Jean-Baptiste Say, os quais influenciaram toda a teoria sobre o tema. Cantillon, em

1755, introduziu o termo “empreendedor” para denominar àqueles indivíduos que compravam

matérias-primas (geralmente um produto agrícola) com o objetivo de processá-las e revendê-

las por certo preço ainda não definido (CERQUEIRA et al., 2000). Ele entendia, no fundo,

que se houvera lucro além do esperado, isto ocorrera porque o indivíduo havia inovado: fizera

algo novo e diferente.

Um pouco mais tarde, o economista Jean Baptiste Say, em 1803, elaborou uma teoria

que evidenciava as funções do empresário e atribuiu-lhe um papel de especial importância na

dinâmica de crescimento da economia. Como Say foi o primeiro a estabelecer os alicerces

desse campo de estudo, é então considerado o “pai do empreendedorismo”. Ele relacionou a

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atividade empreendedora e sua importância econômica à figura do empresário, a quem cabia a

arte de criar oportunidades e assumir riscos calculados, transformando-se assim num agente

de mudança (FILION, 1999; CERQUEIRA et al., 2000)

No entanto, foi o economista Joseph Alois Schumpeter, um dos autores modernos de

maior expressão dentro da teoria do empreendedorismo, quem deu projeção ao tema,

redefinindo a função do empreendedor. Schumpeter introduziu e associou o papel da inovação

no processo que chamou de “destruição criativa” (substituição contínua de antigos métodos e

processos produtivos por novos). Segundo sua visão, a inovação era a principal do

crescimento econômico (DEAMER e EARLE, 2004).

Para Schumpeter (1934), o empreendedor está no centro do processo de

desenvolvimento econômico, ou seja, é aquele indivíduo que é capaz de aproveitar as chances

das mudanças tecnológicas e introduzir processos inovadores nos mercados. De acordo com a

visão schumpeteriana, o desenvolvimento econômico processa-se auxiliado por três fatores

fundamentais: as inovações tecnológicas, o crédito bancário e o empresário inovador.

McClelland (1972) aponta como um dos traços mais importantes do empreendedor à

motivação para a realização ou o impulso para melhorar. Em seus estudos, discute o motivo

que leva algumas sociedades a serem mais dinâmicas que outras. Conclui que as normas e

valores que prevalecem em uma sociedade, especialmente as relacionadas a necessidades de

realização, são de vital importância para o seu desenvolvimento.

Para Drucker (1986), o empreendedor é também alguém que aproveita as

oportunidades, criando algo que irá gerar valor. Para este autor, não basta apenas abrir um

novo negócio para que haja empreendedorismo, é fundamental que esse negócio crie algo

inovador em termos de mercado, produto/serviço, ou similar, para que seja então considerada

uma ação empreendedora típica.

Na visão de Filion (1999), o empreendedor é um identificador de oportunidades de

negócios que cria e define contextos, visualiza situações, determina objetivo e projeta e

concebe estruturas organizacionais, as quais põem em funcionamento no sentido de explorar a

oportunidade existente. Por outro lado, estudiosos comportamentais têm se concentrado nas

características de comportamento dos empreendedores, como criação e intuição.

Devido à crescente inquirição sobre esta temática, nas últimas três décadas o

empreendedorismo passou a ser um dos assuntos que têm provocado o surgimento de muitas

pesquisas em diferentes áreas, tanto no próprio contexto da gestão empresarial em si, como

em estudos de ambientes, mercados, inovação, estruturas organizacionais, como também em

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aspectos comportamentais (McCLELLAND, 1972; MILLER e FRIESEN, 1982; MILLER,

1983; GARTNER, 1985; LUMPKIN e DESS, 1996; FILION, 1999; MINTZBERG,

AHLSTRAND e LAMPEL, 2000; SHANE e VENKATARAMAN, 2000; MORRIS e

KURATKO, 2002; DANJOU, 2002). Principalmente, por sua importância no

desenvolvimento econômico e social.

Shane e Venkataraman (2000) apontam que embora exista um visível crescimento de

pesquisas sobre empreendedorismo não há, no entanto, um modelo conceitual integrador que

o explique e, por vez, que possa ser aplicado a uma variedade de contextos. Atualmente na

literatura, há várias definições sobre o termo empreendedorismo, mas em quase todas há um

consenso de que se trata de um comportamento que inclui: 1) tomar iniciativa; 2) organizar e

reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para

proveito prático; e, 3) aceitar o risco ou o fracasso (MARTENS e FREITAS, 2007).

Conforme argumentos de Morris e Kuratko (2002), dentro do campo do

empreendedorismo, a orientação empreendedora emergiu como a união dos conceitos de

estratégia e empreendedorismo. Juntando-se ao conceito típico de inovação, aspectos do

fenômeno empresarial que tem sua aparição com Schumpeter (1942), quem uniu inovação

com a postura empreendedora.

Dentro do contexto empresarial, orientação empreendedora (OE) emergiu como um

conceito importante para investigar o espírito empreendedor das empresas e sua influência

sobre os processos estratégicos e de desempenho (RAUCH et al., 2009). A OE é um

constructo de gestão estratégica cujo domínio tem sido um dos temas abordado através do

tempo por diversos pesquisadores. Dentre eles Miller e Friesen (1982); Miller (1983); Covin e

Slevin (1989); Zahra e Covin (1995); Lumpkin e Dess (1996); George e Zahra (2002); Covin

et al., (2006). E no Brasil por Veit e Gonçalves (2007); Gimenez e Gimenez (2010); Martens

et al. (2011); e, Mariano, (2011), entre outros.

A orientação empreendedora foi interpretada como uma qualidade individual do

gerente ou proprietário, como sendo alguém que desafia a incerteza do ambiente através da

implementação de ações corporativas. No entanto Miller (1983) sugeriu uma interpretação

mais completa deste conceito, o que aumentou consideravelmente o interesse recebido na

literatura acadêmica. Para o autor a orientação empreendedora pode ser interpretada como

uma característica das empresas que vão além do desempenho de um único indivíduo,

principalmente quando a estrutura da empresa aumenta e os processos se tornam mais

complexos (MILLER, 1983).

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A partir da década de 1990 a orientação empreendedora começou a ser tratada como

uma área de pesquisa independente do empreendedorismo, uma vez que alguns autores

apontaram a distinção entre esses construtos (LUMPKIN e DESS, 1996). O

empreendedorismo passou a ser relacionado com novos negócios, no qual se insere a figura

do empreendedor, entanto que a orientação empreendedora vinculou-se ao processo

empreendedor, ao modo de empreender e à maneira que o empreendedorismo se desenvolve.

Igualmente, a OE tem sido associada com o empreendedorismo em nível organizacional

(LUMPKIN e DESS, 1996).

De acordo Robinson et al. (1991) orientação empreendedora se refere a uma série de

dimensões que apontam processos, práticas, tomadas de decisões e atividades que conduzem à

(re)criação de um empreendimento, incluindo uma propensão para agir autonomamente,

predisposição para inovar e assumir riscos, tendência a ser agressivo em relação aos

concorrentes e proativo quanto às oportunidades de mercado. O Quadro 1 apresenta algumas

definições de orientação empreendedora.

Quadro 1 – Definições de orientação empreendedora

Fonte: Adaptado de Martens (2009).

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Embora tenha havido diversas propostas para distinguir as dimensões da OE ou o

modo de reconhecer estratégias empreendedoras, foi o trabalho seminal de Miller (1983) um

dos primeiros a tratar dessa temática. Sua proposta contempla três dimensões que

caracterizam e permite verificar a presença da orientação empreendedora nas organizações.

Elas são: 1) inovatividade – uma dimensão que capta a tendência da organização “de

participar e apoiar novas ideias, a experimentação, a novidade e os processos criativos que

podem resultar em novos produtos, serviços ou processos tecnológicos” (LUMPKIN e DESS,

1996, p. 142); 2) Proatividade – que se relaciona com uma perspectiva de futuro, através da

qual as empresas procuram ativamente antecipar oportunidades para desenvolver e introduzir

novos produtos ou serviços no mercado, procurando obter vantagem competitiva (MILLER,

1983); e, 3) Assunção de Riscos – esta dimensão reflete a aceitação da incerteza e do risco das

atividades conexas e normalmente é caracterizada pelo comprometimento de recursos e

atividades incertas.

Para Miller (1983), uma organização empreendedora empenha-se nesses aspectos, ao

passo que uma organização não empreendedora é aquela que inova pouco, é altamente

adversa a riscos, e não age proativamente perante seus competidores, sendo apenas imitadora

das mudanças do mercado competidor. Assim, apenas organizações que possuem certo nível

das três dimensões se considerariam empreendedoras, representando a unidimensionalidade

da orientação empreendedora. Ele desenvolveu um instrumento de medida para captar as

dimensões da estratégia empreendedora na investigação empírica. Este instrumento de medida

influenciou quer empírica quer conceitualmente investigações posteriores. O Quadro 2

evidencia uma compilação de estudos que tem adotado o instrumento de medida desenvolvido

por Miller (1983) ou algum criado a partir dele.

Lumpkin e Dess (1996) propuseram, a partir dos estudos de Miller, mais duas

dimensões argumentando que no conjunto das cinco pode haver variação independente uma

de outra. As duas dimensões que acrescentaram foram: 1) Agressividade, que se refere à

tendência a agir de forma agressiva em relação aos concorrentes; e, 2) Autonomia, associada à

proatividade para as oportunidades de mercado (GIMENEZ e GIMENEZ, 2010).

Martens e Freitas (2011) por meio de uma revisão conceitual, que teve o propósito de

identificar os elementos que constituem as dimensões mais importantes da orientação

empreendedora, bem como elementos que a caracterizam, elaboraram um quadro que

apresenta um modelo para observação da OE.

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Quadro 2 - Autores que usaram ou modificaram o instrumento criado por Miller (1983)

Fonte: Dados da Pesquisa

Martens e Freitas (2011) fundamentaram-se em estudos clássicos, dentre eles os de

Miller e Friesen (1978,1982) e Miller (1983); nos que deram sequência ao desenvolvimento

do conceito, de Covin e Slevin (1989), Lumpkin e Dess (1996, 2001) e Dess e Lumpkin,

(2005); bem como em estudos que tratam de algumas dimensões, como os de Miles e Snow

(1978), Macmillan e Day (1987),Venkatraman (1989), Chen e Hambrick (1995) e Lee e

Peterson (2000), conforme se exibe no Quadro 3.

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Quadro 3 – Elementos que representam as Dimensões da Orientação Empreendedora.

Quadro 3 – continua ...

Quadro 3 – continua

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Fonte: Martens e Freitas (2011).

Neste trabalho foram abordadas as principais dimensões que caracterizam a orientação

empreendedora, que incluem propensão para agir de forma proativa, vontade de inovar e

disposição para assumir riscos, sendo que cada uma destas retrata elementos (métodos,

práticas e estilo de tomada de decisão) distintos, porém complementares, como características

do empreendedorismo nas organizações.

2.2.1 As Dimensões da Orientação Empreendedora

2.2.1.1 Inovatividade

Inovatividade é um conceito complexo que vem sendo utilizado de muitas maneiras e

em diferentes áreas de investigação. Na literatura, a inovatividade é diversas vezes usada de

forma intercambiável com o termo inovação, ficando evidenciada uma mistura de conceitos e

interpretações, resultando em uma ambiguidade na forma que são operacionalizados e

utilizados (HULT et al., 2004). E, esta confusão em torno da construção dos conceitos,

segundo Siguaw et al. (2006), é ainda agravada por inúmeros autores amalgamarem os

antecedentes que poderiam ajudar a formar um conceito em nível de inovatividade em si.

Já Stevenson e Jarillo (1990) argumentam que a inovação reflete a tendência de uma

empresa em se envolver e apoiar novas ideias, singularidades, experimentos e procedimentos

criativos que resultem em novos produtos, serviços ou processos tecnológicos. Embora a

inovação possa variar no grau de intensidade, ela representa um desejo, um comprometimento

básico para deixar uma tecnologia ou prática existente em prol de outro negócio além do atual

estado da arte. Os autores descrevem que existem métodos para classificar as inovações, mas

talvez a distinção mais plausível seja apontada em dois tipos principais: a do produto e

mercado e inovação tecnológica. A inovação tecnológica está relacionada ao desenvolvimento

do processo e do produto, engenharia, pesquisa, e na expertise técnica e conhecimento

industrial. Enquanto a inovação do produto consiste na ênfase dada ao design do produto,

pesquisa de mercado, propaganda e promoção.

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Esta ampla categorização pode, até mesmo, ser difícil de distinguir, porque a inovação

representa, normalmente, uma considerável cobertura e combinação de produto e mercado e

inovação tecnológica, como no caso de produtos novos, tecnologicamente sofisticados,

desenhados para ir ao encontro de uma procura de mercado específica. De qualquer forma, a

inovação é uma componente importante da orientação estratégica empreendedora, porque

reflete um meio através do qual as empresas procuram novas oportunidades (COVIN e

SLEVIN, 1991; LUMPKIN e DESS, 1996; WIKLUND, 1999). Já a terceira edição do

Manual de Oslo (2005, § 146) aponta que:

“inovação é uma implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou

significativamente melhorado, ou processo, um novo método de marketing,

ou um novo método organizacional em práticas, organização do trabalho ou

relações externas nos negócios”.

Por outro lado, a dimensão da inovatividade é frequentemente utilizada como uma

medida do grau de “novidade” de uma inovação. Produtos “altamente inovadores” são vistos

como tendo um alto grau de novidade, e produtos “pouco inovadores” ficam do lado extremo

de um continum (GARCIA e CALANTONE, 2002). Rogers e Shoemaker (1971) definem

inovatividade ou tendência a inovar como o grau em que um indivíduo adota uma inovação

mais cedo do que outro membro do seu sistema social. Zaltman et al. (1973) e Hurt et al.

(1977) retratam a inovatividade expressando-a como uma “vontade de mudar”, uma

capacidade de inovar ou de ser criativo. Avlonitis et al. (2007) tratam a inovatividade como

sendo composta de uma dimensão tecnológica e comportamental, ou seja, eles denotam um

compromisso e vontade da empresa para inovar.

Da mesma forma, Lumpkin e Dess (1996) conceituam inovatividade como uma firme

tendência de empreender e apoiar novas ideias, experiência e de ser criativo. Corroborando

com os autores citados, Berthon et al. (1999) retratam a inovatividade como sendo a “mente

aberta” do empreendedor, a capacidade de inovar ou de ser criativo. Enquanto Hult et al.

(2004) apontam que inovatividade significa uma prontidão cultural da empresa para inovar ou

para adotar novas maneiras de fazer as coisas, relacionando a inovatividade à noção de risco.

Já Marcati et al. (2008) consideram inovatividade como uma prontidão generalizada para

seguir novos caminhos e ser criativo, mas a relação entre o grau de inovatividade da

organização e o nível de orientação empreendedora que ela possui e, consequentemente,

influenciando a estratégia que a organização irá utilizar, foi arrolado por Moreno e Casillas

(2008).

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55

Para Lynch, Walsh e Harrington (2010), embora a primeira vista, pareça haver

consenso na literatura sobre o conceito de inovatividade, há pontos em comum com o

conceito de inovação, no entanto, estes não são aparentes e sim subjacentes. Segundo os

autores, cinco dimensões fundamentais surgem a partir da discussão na literatura sobre

inovatividade, sejam elas: a criatividade, a abertura de novas ideias, a intenção de inovar,

disposição para assumir riscos, capacidade tecnológica e de inovação. Por sua vez, Gurel et

al. (2010) argumentam que a maioria dos pesquisadores não conseguem reconhecer que

inovatividade é de fato uma construção autônoma, e não deve ser utilizada como sinônimo de

“inovação”. Não são equivalentes, na verdade inovatividade é um precursor para a inovação e

representa uma firme capacidade de inovar. A inovação seria o veículo que a empresa usa

para atingir a sua vantagem competitiva (LYNCH et al., 2010).

2.2.1.2 Proatividade

A dimensão de proatividade, na conjuntura da orientação empreendedora, foca o

monitoramento do ambiente de negócios na busca e interpretação de oportunidades que

fomentem o desenvolvimento da organização a níveis diferenciados em relação à

concorrência, principalmente quando se trata de setores mais dinâmicos. Este termo nos

remete a pesquisadores desde Schumpeter (1934) e Penrose (1959) os quais consideravam a

iniciativa, um componente no processo empreendedor e que o gerente empreendedor era um

sujeito importante para o crescimento da organização, pois o mesmo teria a visão e

imaginação necessárias para explorar oportunidades (MARTENS, 2009).

Miller e Friesen (1978), numa primeira concepção, argumentaram que a proatividade

das decisões de uma empresa é determinada mediante a resposta à seguinte pergunta: a

organização é capaz de modelar ou criar o seu próprio meio envolvente, introduzindo

produtos novos, serviços, tecnologias, técnicas administrativas ou simplesmente reage? Mais

tarde, conforme mostra Ferreira (2007), utilizaram a proatividade para descrever a

organização que era mais ágil a inovar e a primeira a introduzir novos produtos e/ou serviços.

Miller (1983), posteriormente, refere-se a esta situação quando descreve uma empresa

empreendedora como aquela que é a primeira a trazer inovações proativas, pois sugere uma

perspectiva de “olhar para o futuro” que é acompanhada por uma atividade inovadora. Porém,

uma empresa pode ser nova, pensar em termos de futuro sem ser a primeira a entrar no

mercado. Esta argumentação é corroborada por Lumpkin e Dess (1996), ao descrever que a

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proatividade tem vinculação estreita com as ações de antecipar e buscar as novas

oportunidades, no intuito de atuar sobre mercados emergentes. E entendem esta dimensão

como um contínuo em que seu oposto seria a passividade, considerada como incapacidade

para aproveitar as oportunidades ou direcionar o mercado (MARTENS, FREITAS e

BOISSIN, 2010).

Na concepção de Sandberg (2002), a proatividade é entendida como a forma pela qual

a empresa influencia o meio ao iniciar um processo de mudança. Para a autora, esta dimensão

está centrada na habilidade de criar e reconhecer oportunidades, também se antevendo aos

perigos que se podem apresentar. Ela também assinala que dentro das organizações podem

existir diversos níveis de proatividade envolvendo as várias áreas da organização.

Para Martens (2009, p. 50), “a proatividade sempre implicará na atitude de agir antes

que a mudança no ambiente tenha um impacto direto na organização”. Esta autora aponta que

a proatividade tem sido descrita como uma grande variedade de atividades, incluindo

identificação de oportunidades e tendências de mercado, avaliação de pontos fortes e fracos, e

as equipes que são capazes de explorá-las.

2.2.1.3 Assunção de Riscos

Desde o século XVIII, já se associava o empreendedor ao risco, à inovação e ao lucro,

ou seja, eles eram vistos como pessoas que buscavam aproveitar novas oportunidades,

vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos riscos. Em 1775, Richard

Cantillon, utilizou formalmente o termo empreendedorismo para argumentar que o

empreendedor é o indivíduo que assume riscos, uma vez que cria seu próprio negócio,

trazendo a ideia de risco pessoal, considerando a propensão para o risco como a principal

qualidade e característica para descrever empreendedorismo (LUMPKIN e DESS, 1996).

Conforme Venkatraman (1989), a dimensão captura o grau de risco refletido em várias

decisões de alocação de recursos, bem como na escolha de produtos e mercados, refletindo, de

certa forma, um critério para decisões e um padrão de tomada de decisões em nível

organizacional. Na visão de Lumpkin e Dess (1996), esta dimensão está fortemente

relacionada com a inovatividade e reflete a tendência que uma empresa está disposta a

incorrer em elevadas dívidas ou comprometer grande parte de seus recursos, com o objetivo

de obter retorno mais elevado por aproveitar as oportunidades do mercado e ter coragem para

agir, apesar de não saber se será bem sucedida ou não (MARTENS, FREITAS e BOISSIN,

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57

2010). Para Lumpkin e Dess (1996), dependendo do contexto em que é aplicado, o termo

“risco” assume outros significados. Eles destacam a existência de três tipos no contexto

estratégico: 1) riscos de negócios - que seria arriscar em algo sem saber exatamente a

probabilidade de sucesso, como, por exemplo, entrar em mercados não testados; 2) riscos

financeiros - que requerem que uma organização tome emprestado grande volume de recursos

visando crescimento, o que repercute na dicotomia risco e retorno, este risco compromete uma

parte relativamente grande de ativos; e, 3) risco pessoal - pedir empréstimo avultado, que se

refere aos riscos que um executivo assume ao adotar um padrão em favor de uma ação

estratégica (MARTENS e FREITAS, 2008).

Relatam ainda Lumpkin e Dess (1996) que para identificar o comportamento de risco

de uma organização tem sido bem aceita a abordagem de Orientação Empreendedora de

Miller (1983). Que discorre sobre a tendência da organização em questionar os gerentes com

relação à empresa ingressar em projetos arriscados e sobre a preferência dos gerentes de agir

com cautela versus com ousadia, para atingir os objetivos da organização.

Em síntese essa dimensão da OE captura o grau de risco refletido em várias decisões

de alocação de recursos, bem como na escolha de produtos e mercados, refletindo, de certa

forma, um critério para decisões e um padrão de tomada de decisões em nível organizacional

(VENKATRAMAN, 1989).

2.3 Ambiente Organizacional

Toda organização está envolvida por uma rede de influências e relacionamentos que

constituem o seu ambiente de negócio. O fato é que esse ambiente das organizações

contemporâneas tem passado por profundas modificações nos últimos anos e, por essas

mudanças serem dinâmicas, elas precisam ser continuamente monitoradas (CANCELLIER et

al., 2009). Para Bowditch e Buono (1992), a necessidade de se perceber os acontecimentos

além das fronteiras da organização culminou com o desenvolvimento das teorias

contemporâneas de administração, em que as organizações são vistas como sistemas abertos,

que precisam se adaptar às condições externas em mudança. Oliveira (2005) corrobora

argumentando que o ambiente não é um conjunto estável, uniforme e disciplinado, mas um

conjunto bastante dinâmico em que atuam constantemente grande quantidade de forças, de

diferentes dimensões e naturezas, em direções distintas, e que muda a cada momento, pelo

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58

fato de cada uma destas forças interferirem, influenciarem e interagirem com as demais forças

do ambiente.

Pesquisadores que abordam o tema têm procurado interpretar e compreender a relação

entre organização e ambiente em vários aspectos, por perceber que existem informações

relevantes que podem gerar, de certa forma, vantagem competitiva (ROSSETTO e

ROSSETTO, 2005). No entanto, entre os estudos preocupados com o ambiente podem ser

encontrados aqueles que procuram identificar o ambiente objetivo ou real das organizações e

aqueles que estão interessados no ambiente subjetivo ou percebidos, ou seja, aquele

interpretado pelos atores organizacionais (TEXEIRA, ROSSETTO e CARVALHO, 2009).

O entendimento acerca do ambiente organizacional é bastante ambíguo. E alguns

autores, como Dill (1958), Emery e Trist (1965), Lawrence e Lorsch (1967), Child (1972);

Duncan (1972), Aldrich e Pfeffer (1976), Dess e Beard (1984), Sharman e Dean (1991),

dentre outros, têm utilizado diferentes dimensões na sua operacionalização e conceitualização.

Estudos empíricos iniciais, ligando as organizações e os seus ambientes surgiram

passada a metade do século XX. Dill (1958) foi o primeiro autor a apontar às influências do

ambiente sobre ação gerencial, propondo a distinção entre o ambiente de tarefa e o ambiente

geral, cada um composto por entidades ou objetos identificáveis e externos à empresa

(CANCELLIER e ALBERTON, 2008).

Outros estudos ligando a organização e seus ambientes apareceram no decorrer dos

anos. Emery e Trist (1965) partiram do princípio de que para cada tipo de ambiente, as

organizações deveriam adotar formas organizacionais diferentes e adaptadas para que

pudessem sobreviver e obter bons resultados. Os autores relatam que o ambiente

organizacional é um encadeamento de baixa e alta textura causal baseada em duas dimensões:

força de interconexão e a taxa de movimento entre os elementos do ambiente externo. E estes

teriam como resultante a adoção pelas organizações de um tipo de estrutura de adaptação às

exigências e características do setor (GULINI, 2005).

Outra contribuição significativa para o entendimento do ambiente percebido foi o

trabalho de Duncan (1972) que, segundo suas observações, devem ser consideradas como a

totalidade de fatores físicos e sociais que são levados em consideração ao se analisar o

comportamento dos indivíduos nas tomadas de decisão e que, a incerteza é consequência da

falta de previsibilidade do resultado de um determinado evento.

A partir do trabalho de Emery e Trist (1965), que possibilitou o entendimento de como

as incertezas influencia no processo decisório, Duncan (1972) identificou duas dimensões

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59

ambientais definidas como a dimensão simples-complexa e a estática-dinâmica. Na concepção

de Duncan a parte simples da dimensão simples-complexa lida com o grau em que os fatores,

no ambiente da unidade de decisão, são poucos em número e similares entre si, sendo

encontrados em poucos componentes. Já a fase complexa indica que os fatores, no ambiente

da tomada de decisão, são em grande número. A segunda dimensão, caracterizada como

estática-dinâmica indica o grau em que os fatores do ambiente interno e externo, da unidade

de decisão, permanecem essencialmente iguais ou estão em processo contínuo de mudança

com o passar do tempo (TEIXEIRA, ROSSETTO e CARVALHO, 2009).

Aldrich (1979) sumariou as concepções presentes nos estudos precedentes em seis

importantes dimensões do processo de seleção ambiental, segundo a natureza e a distribuição

dos recursos: 1) capacidade ambiental; 2) homogeneidade-heterogeneidade; 3) estabilidade-

instabilidade; 4) concentração-dispersão ambiental; 5) consenso-dissenso de domínio; e 6)

turbulência. Entretanto, o autor dedicou pouca atenção à mensuração empírica dessas

dimensões (PORTO et al., 2009).

Dentre os pesquisadores que estudaram a importância da relação entre o ambiente e a

organização Dess e Beard (1984) e Sharfman e Dean Jr. (1991) assumem o pressuposto que o

ambiente é um fenômeno objetivo constituído por elementos visíveis, explícitos e de natureza

concreta. Para eles a preocupação básica da empresa seria obter um ajuste entre as estruturas e

processos em decorrência das exigências objetivas e reais do ambiente.

A pesquisa de Dess e Beard (1984) trouxe uma contribuição importante no estudo das

dimensões ambientais, existindo uma sequência de trabalhos que tentaram caracterizar os

ambientes a partir daquela proposta. Eles utilizaram as dimensões sugeridas por Aldrich

(1979), operacionalizando seu estudo de modo concreto a partir de uma amostra de cinquenta

e dois (52) setores de manufaturas. Sua conclusão foi que todas as dimensões usadas por

Aldrich (1979), exceto a do consenso-dissenso, podem ser agrupadas em três categorias

principais chamadas de: munificência, complexidade e dinamismo.

Sharfman e Dean Jr. (1991) pressupõem que o estudo do ambiente passa por uma

discussão sobre o grau no qual o número e sofisticação dos elementos que nele existem

dificultam o entendimento, sua estabilidade e previsibilidade e o nível de recursos disponíveis

em relação com o número de firmas competindo por esses recursos (CARVALHO, 2011).

Os pesquisadores do ambiente organizacional, nas distintas linhas teóricas e para as

diversas dimensões ambientais descritas, argumentam que uma das principais contingências

que as empresas enfrentam é o ambiente em que desenvolvem suas atividades.

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60

O conhecimento acumulado nas últimas décadas explora as influências ambientais no

seu relacionamento com as estratégias, estruturas, processos e desempenhos da organização.

Os temas abordados e as dimensões ambientais consideradas por alguns autores apresentam-

se no Quadro 4, que exibe uma relação de pesquisas brasileiras recentes.

Quadro 4 - Compilação de estudos que utilizaram dimensões do ambiente organizacional

Fonte: Autora (2012)

A abordagem dominante nesses estudos focaliza as dimensões básicas do ambiente em

termos de três dimensões: munificência, dinamismo e complexidade.

2.3.1 Dimensões Ambientais

2.3.1.1 Munificência Ambiental

Munificência ambiental refere-se à disponibilidade de recursos que o ambiente oferece

às organizações para sua operação, desenvolvimento sustentável e sobrevivência (DESS e

BEARD, 1984; RANDOLPH e DESS, 1984; CASTROGIOVANNI, 1991). Dess e Beard

(1984) afirmaram que munificência é o grau no qual um ambiente pode sustentar uma

contínua taxa de crescimento organizacional ou crescimento de vendas. E que ambientes com

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61

alto nível de munificência apresentam abundância de recursos, baixo nível de competição e

alta lucratividade. No entanto, o trabalho desses autores mostra certa limitação por incluir

somente o aspecto da “disponibilidade de recursos ambientais”, a partir do indicador “taxa de

crescimento”, desconsiderando a “competição pelos recursos”.

Naquele sentido, o trabalho de Sharfman e Dean (1991) delibera que, ambientes com

alto nível de munificência apresentam abundância de recursos e baixo nível de competição e,

por outro lado, ambientes com baixo nível de munificência apresentam escassez de recursos e

alto nível de competitividade. Porém, apontam que um mercado que apresenta pouco

crescimento pode ser munificente se houver um pequeno número de concorrentes, da mesma

forma que um mercado com alta taxa de crescimento pode apresentar pouco suporte para as

firmas, caso haja muitos concorrentes.

Castrogiovanni (1991), em seu estudo sobre o efeito de contingência que a

munificência ambiental pode ter sobre a relação entre postura estratégica e desempenho ao

nível da unidade de negócios, analisa aquele construto, identificando três tipos distintos de

mensuração da munificência: crescimento ou declínio do mercado, concentração de ameaças

ou oportunidades e capacidade disponível no ambiente. O autor corrobora com os argumentos

de Sharfman e Dean (1991) no que tange a abundância e a escassez de recursos e enfatiza que,

se os recursos são abundantes a organização tende a criar oportunidades e bom desempenho e

quando os recursos se apresentam escassos há um alto índice de competição afetando

negativamente o desempenho da organização, causando com isso mudanças nas

características internas e no comportamento dos membros da organização.

Já Jogaratnam et al. (1999) descrevem a definição de munificência ambiental como à

extensão pela qual um ambiente pode sustentar e suportar um crescimento. Mais

especificamente, a escassez ou abundância de recursos críticos necessários para as empresas

operarem em um ambiente influencia a sobrevivência contínua e o crescimento das firmas que

compartilham um ambiente (GARDELIN, ROSSETTO e VERDINELLI, 2011).

Corroborando com a argumentação acima Goll e Rasheed (2004) apontam que a

abundância ou escassez de recursos disponíveis em um determinado ambiente está

diretamente relacionada à geração de folga de recursos de uma organização. A geração dessa

folga é particularmente importante em empresas empreendedoras, uma vez que lhe permite

alocar uma quantidade maior de recursos para práticas inovadoras e o desenvolvimento de

novos processos estratégicos. Em ambientes hostis, não munificentes, a escassez de recursos

obriga as empresas a prestar mais atenção à sua conservação. Para os autores, embora a

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62

investigação sobre munificência esteja um pouco limitada em relação ao papel central

ocupado pela incerteza ambiental, o seu impacto sobre as estratégias organizacionais,

estruturas e processos está bem documentado.

Barrales-Molina et al. (2010) fizeram um estudo empírico para analisar a influência

das percepções gerenciais do ambiente sobre a geração das capacidades dinâmicas. Eles

trabalharam com as três dimensões do ambiente, dinamismo, complexidade e munificência, e,

em seguida usaram o modelo teórico desenvolvido por Zollo e Winter (2002) para explicar a

criação das capacidades dinâmicas. Os autores verificaram que a percepção gerencial de

munificência está relacionada de forma positiva e significativa para o processo de geração de

capacidades dinâmicas, isto é, somente quando os gerentes percebem o ambiente como

altamente dinâmico e complexo é que eles promovem desenvolvimento de capacidades

dinâmicas. Isto é, sugerem que a cognição gerencial desempenha um papel importante nos

processos relativos às capacidades dinâmicas, pois os gestores devem avaliar os seus modelos

mentais e sistemas de valores para determinar se eles fornecem uma compreensão exata do

meio ambiente.

Neste estudo o conceito de munificência adotado é o proposto por Castrogiovanni

(1991) e Carvalho (2011) e para sua operacionalização foi desenvolvida uma escala de sete

(7) pontos.

2.3.1.2 Complexidade Ambiental

Considerando que o desempenho é o objetivo principal de uma organização,

geralmente é aceito que a estrutura e tomada de decisão esteja influenciada pela complexidade

e volatilidade ambiental. E que, quanto mais complexo for o ambiente, maior será o nível de

incerteza ambiental (KOURTELI, 2005).

Para autores como Duncan (1972), Dess e Beard (1984), Sharfman e Dean Jr. (1991),

Rueda-Mazanares (2005), Porto et al. (2009), Carvalho (2011), a complexidade ambiental é

definida pela heterogeneidade ou amplitude das atividades essenciais de uma organização,

bem como pelo grau e sofisticação do conhecimento requerido para isso.

Duncan (1972), afirma que a complexidade ambiental deriva da incerteza ambiental,

sendo considerada por este autor como uma de suas dimensões. Ele definiu a complexidade

ambiental como a proliferação e diversidade de fatores do ambiente, quanto maior o número

de fatores, maior é a complexidade. O autor apontou duas dimensões ambientais, a partir do

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63

trabalho de Emery e Trist (1965), que possibilitam entender como a percepção de incertezas

influencia no processo de decisão. A análise de Duncan se deteve, entre outras coisas, em

especificar quais as características do ambiente que criavam problemas para uma organização,

em termos de causar incerteza quanto às alterações ambientais.

Para o autor a incerteza pode variar de uma organização para outra segundo o

ambiente no qual ela está situada: simples ou complexo, estático ou dinâmico. Ainda, assume

que os gestores que lidam com ambientes mais complexos têm maior percepção de incerteza e

necessitam de maior capacidade para processar informações. Isto conduz à organização, em

muitos casos, a mudanças internas e estruturais para lidar com o aumento de informação a ser

processada que a diversificação provoca (GARDELIN, ROSSETTO e VERDINELLI, 2011).

Dess e Beard (1984) examinaram a dimensão de complexidade nos preceitos de Child

(1972) e definiram a complexidade como a diversidade e a variedade de atividades percebidas

no ambiente. Eles propuseram duas dimensões da complexidade, a heterogeneidade e a

dispersão. De acordo com os autores, os executivos das empresas que operam em ambientes

complexos são muito expostos a incerteza em relação às outras empresas que operam em

ambientes sem complexidade. Sharfman e Dean Jr. (1991) apontaram questões metodológicas

importantes a partir da análise do trabalho daqueles pesquisadores, também ao que se refere à

complexidade. Eles fizeram uma revisão dos indicadores sugeridos por Dess e Beard (1984),

propondo indicadores alternativos, considerando que a discussão da complexidade deve girar

em torno do grau no qual o número e sofisticação dos elementos tornam o seu entendimento

mais difícil.

A pesquisa de Rueda-Manzanares (2005) explica que a complexidade de um ambiente

existe quando os gestores percebem como relevante uma grande diversidade de fatores e

questões. Assim, a complexidade será tanto maior quanto maior for o número de fatores no

ambiente percebido pelo gestor e maior for à diferença entre os fatores. Já Porto et al. (2009),

argumentam que um ambiente complexo envolve um grande número de relacionamentos

interativos para a tomada de decisão e exige um elevado grau de abstração para produzir

planejamentos gerenciáveis.

Neste estudo se adotam as abordagens de Dess e Beard (1984) e de Carvalho (2011),

e, para fins operacionais foi desenvolvida uma escala de sete (7) pontos para mensurar a

complexidade na percepção dos gestores das agências.

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64

2.3.1.3 Dinamismo Ambiental

A terceira dimensão representa o dinamismo ambiental e está relacionado ao grau de

imprevisibilidade das mudanças no ambiente externo das organizações. Para Duncan (1972) e

Dess e Beard (1984), o dinamismo ambiental é caracterizado por alterações imprevisíveis e

rápidas e por mudanças nos diversos elementos de mercado, tais como as preferências dos

clientes, tecnologia, estrutura dos concorrentes, dentre outros. Corroborando com esta

afirmação Bourgeois (1985) argumenta que, o dinamismo ambiental implica que as

organizações não podem tomar decisões sobre seu futuro baseadas unicamente em dados

históricos. Elas precisam considerar como estão operando no presente e como sua atual

posição de mercado pode afetar o que eles poderão fazer no futuro.

Priem et al. (1995) apontam que um ambiente dinâmico é aquele em que os atores

relevantes para a tomada de decisão estão em constantes estado de mudança. Diversos

estudos, por exemplo, os de Downey et al. (1975), Miles e Snow (1978), Ansoff (1979),

Hambrick e Mason (1984), Dess e Beard (1984), dentre outros, indicam que sob a intensa

competição por recursos e elevados níveis de dinamismo as organizações se tornam flexíveis

para facilitar a adaptação e a sobrevivência no ambiente.

Em um ambiente altamente dinâmico, as frequentes mudanças na demanda dos

clientes, tecnologia e práticas de negócios exigem que as organizações modifiquem

continuamente seus produtos e serviços a fim de se manterem competitivas. Mudanças súbitas

e imprevisíveis podem diminuir o valor do conhecimento existente em uma empresa e até

mesmo torná-lo obsoleto (HITT et al., 2001). Para minimizar a ameaça da obsolescência, as

organizações precisam apresentar estratégias para atender às necessidades de ambientes

emergentes. Isto significa que se devem concentrar na resolução de novos problemas através

da criação de novos conhecimentos (JANSEN et al., 2006).

Devido aos elevados níveis de incerteza, os atores organizacionais que trabalham em

ambientes dinâmicos tendem a sofrer com cargas maiores de processamento de informações e,

como resultado, estes indivíduos tendem a experimentar altos níveis de estresses e ansiedade

(WALDEMAN et al., 2001). Para Hambrick e Mason (1984) este efeito pode ser mitigado

através da distribuição de responsabilidades pelas equipes de tomada de decisão. Pearce

(2004) sugere que equipes heterogêneas de gestão têm melhor desempenho em ambientes

dinâmicos, ao passo que equipes homogêneas têm melhor desempenho em ambientes estáveis.

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65

Pisano (1994) afirma que em ambientes dinâmicos as empresas investem no

desenvolvimento de seus recursos humanos e dependem do desenvolvimento de habilidades

tácitas através do envolvimento de seus colaboradores. Para ele, gestores que enfrentam

ambientes de negócios dinâmicos tendem a ser mais proativos, assumem mais riscos e

utilizam estratégias mais inovadoras que os gestores que operam em ambientes menos

turbulentos. O qual é uma tentativa de antecipar eventos e implementar ações preventivas, ao

invés de meramente reagir ao que já aconteceu. Quando a oportunidade ambiental é mais rica,

há, portanto valor estratégico para rapidamente desenvolver e aplicar novos conhecimentos e

competências. Alternativamente, em mercados menos dinâmicos, as preferências dos clientes

são relativamente estáveis e, portanto, modificações nos produtos ou serviços serão menos

necessárias. As empresas podem, nesse caso, se tornar mais complacentes, não desenvolvendo

estratégias exploratórias, e então diminuir os investimentos para desenvolver novos produtos

ou serviços (REVILLA et al., 2008).

Lumpkin e Dess (2001) relatam que o dinamismo ambiental refere-se ao ponto de

mudança imprevisível no ambiente de uma organização e que está relacionado à incerteza, a

qual diminui a habilidade dos gestores predizerem eventos e seu impacto na organização. No

trabalho de Harrigton e Kendall (2007), o dinamismo é visto como o nível de volatilidade no

ambiente competitivo. Segundo eles, a volatilidade pode ter diversas origens como ações dos

competidores, inovações e novos entrantes, entre outros. Já Nadkarni e Barr (2008) e Gardelin

(2010) utilizam expressões como velocidade da firma e incerteza, no entanto as conceituam

da mesma maneira como o dinamismo tem sido encontrado na literatura. Ou seja, reflete a

frequência, rapidez de dispersão, e imprevisibilidade das mudanças (CARVALHO, 2011).

Embora a literatura utilize uma variedade de termos, como a incerteza, a volatilidade e alta

velocidade todos eles capturam, até certo ponto, o tema subjacente de mudança imprevisível.

Teece (2009) argumenta que as organizações inseridas em ambientes de rápidas

mudanças precisam ter capacidade de reconhecer as principais alterações, caso desejem obter

vantagem competitiva sustentável a partir de suas capacidades tecnológicas e organizacionais.

O presente estudo adota a abordagem proposta por Dess e Beard (1984) e Carvalho

(2011) sob o qual o dinamismo ambiental é caracterizado por alterações imprevisíveis e

rápidas e por mudanças nos diversos elementos de mercado. Para fins operacionais foi

desenvolvida uma escala de medida de sete (7) pontos.

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66

2.4 Modelo da Estrutura Conceitual e as Relações entre os Constructos a Modelar e

Construção das Hipóteses

2.4.1 Modelo da Estrutura Conceitual

Visando orientar o estudo das relações entre os constructos das Capacidades

Dinâmicas (Absorção e Inovação) e da Orientação Empreendedora (Proatividade, Assunção

de Riscos e Inovatividade) com o Desempenho, sob a influência moderadora do Ambiente

Organizacional, nas dimensões do dinamismo, complexidade e munificência, se apresenta o

modelo da pesquisa proposta na Figura 6.

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67

Figura 6 - Modelo proposto de relacionamento entre as variáveis do estudo

Fonte: Autora (2012)

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68

2.4.2 Relações entre os Construtos a Modelar a Construção das Hipóteses

O modelo conceitual deste trabalho tem a finalidade de demonstrar e explicar as

relações entre os conceitos operacionalizados na pesquisa empírica, e são à base da

modelagem de equações estruturais. Tais relações são assumidas com base em justificativa

teórica, a qual leva às hipóteses de pesquisa, a seguir descritas.

Cohen e Levinthal, a partir de três artigos publicados em 1989, 1990 e 1994, cunharam

a expressão capacidade de absorção. Estes artigos formam a base para o futuro

desenvolvimento do conceito por outros autores. Zahra e George (2002) oferecem uma

“reconceitualização” da construção da capacidade de absorção. Eles utilizam a perspectiva de

processos para tratar a capacidade de absorção como uma capacidade dinâmica, e destacam a

importância da difusão do conhecimento e da integração organizacional como os fatores

críticos dessa discussão. Eles sugerem que o construto deve ser entendido a partir de duas

naturezas: capacidade de absorção potencial, ou seja, o conhecimento externo que a firma

pode absorver, e capacidade de absorção realizada, ou seja, o conhecimento externo que a

firma efetivamente explora.

Lane, Koka e Pathak (2006), como um resultado da sua investigação em relação ao

processo de retificação do construto, propõem uma nova definição e um modelo para

sistematizar a capacidade de absorção. A definição proposta pelos autores se baseia nos

trabalhos de Cohen e Levinthal (1989, 1990 e 1994), Van den Bosch, Volberda e de Boer

(1999), Lane e Lubatkin (1998) e Zahra e George (2002), e enfatiza uma visão processual do

construto. LANE et al.(2006) propõem que:

“Capacidade de absorção é a habilidade da firma em utilizar conhecimentos

disponíveis externamente através de três processos sequenciais: 1) reconhecer e

entender novos conhecimentos externos potencialmente valiosos através de

aprendizado exploratório; 2) assimilar novos conhecimentos valiosos através de

aprendizado transformacional; e, 3) utilizar o conhecimento assimilado para criar

novos conhecimentos e resultados comerciais através do aprendizado de exploração.”

(LANE et al., 2006, p.856)

Chiara e Morabito (2006) em sua pesquisa abordaram a integração da tecnologia da

informação e desempenho empresarial mediado pela capacidade de absorção em PMEs. Os

autores focaram, nesse estudo, o efeito da integração da TI no desempenho dos negócios

através da capacidade de absorção. Isto é, a hipótese de que a capacidade de absorção tem um

papel de mediação entre essas variáveis. O modelo de investigação proposto foi testado com

dados levantados a partir de 466 PME localizadas na Itália, para o qual as exportações

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constituem mais de metade das suas receitas. Os resultados indicaram que a capacidade de

absorção organizacional tem um efeito de mediação.

Dominguez et al. (2007) abordaram o impacto da capacidade de absorção em

empresas de consultoria de engenharia de aquisição tecnológica. No estudo, a influência da

capacidade de absorção das decisões sobre aquisições tecnológicas é analisada em função do

impacto sobre o desempenho da empresa. Tais relações foram estudadas a partir de uma

amostra de 250 empresas de consultoria espanhola de engenharia. Os resultados obtidos

mostram que o grau de capacidade de absorção influencia positivamente ambos os tipos de

aquisição externa e interna de tecnologia. Ambos os tipos tecnológicos influenciam o

desempenho organizacional de forma significativa e positiva.

Já Park et al. (2007) examinaram o efeito da capacidade de absorção dos usuários

sobre o uso de ERP em um contexto coreano. Os três componentes considerados foram à

compreensão, assimilação e aplicação do conhecimento de ERP. Observaram que a

capacidade de absorção dos usuários para assimilar e aplicar os conhecimentos teve efeitos

diretos e indiretos em seu valor. Como também que o suporte organizacional moderou a

relação entre a sua capacidade de absorção e desempenho.

Por sua parte, Kostopoulos et al. (2011) examinaram o papel da capacidade de

absorção tanto como um mecanismo para identificar e traduzir as entradas de conhecimento

externo em benefícios tangíveis, bem como um meio de alcançar a inovação superior em

relação ao desempenho financeiro. Utilizando a análise de trajetória com uma amostra de 461

empresas participantes, mostraram que os fluxos de conhecimentos externos estão diretamente

relacionados à capacidade de absorção e indiretamente relacionados com a inovação. A

capacidade de absorção contribui, direta e indiretamente, à inovação e desempenho

financeiro, mas em intervalos de tempo diferentes. Esse estudo, portanto, contribui para a

compreensão da capacidade de absorção como antecedente, fornecendo evidências empíricas

de forma longitudinal. Assim, chega-se a seguinte hipótese:

H1: A capacidade dinâmica de absorção se relaciona positivamente com o

desempenho das agências de viagens.

No que diz respeito à capacidade dinâmica de inovação, várias e diferentes têm sido as

abordagens para criar medidas para operacionalizar o construto de capacidade de inovação,

incluindo a teoria de inovação, teoria de sistemas abertos, teoria da visão baseada em recursos

e teoria das capacidades dinâmicas. Estudos publicados sobre capacidade dinâmica de

inovação foram centrados no setor industrial e poucos estudos no setor de serviços (BALAN e

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LINDSAY, 2007). Wang e Yang (2006) investigaram o efeito da aquisição de conhecimento

sobre a capacidade de inovação de uma empresa de alta tecnologia. Eles demonstraram que a

capacidade de inovação contribui positivamente para o crescimento da empresa ao longo

prazo. No entanto, ainda há uma falta de compreensão no que constitui a relação entre

capacidade dinâmica de inovação e desempenho. Neste contexto surge a seguinte hipótese:

H2: A capacidade dinâmica de inovação se relaciona positivamente com o

desempenho das agências de viagens.

Pesquisas sobre a orientação empreendedora postulam que as empresas

empreendedoras tendem a assumir mais riscos do que outros tipos de empresas, especialmente

quando confrontadas em condições de incertas (ZAHRA, 1991).

Autores como Miller (1983) e Lumpkin e Dess (1996) operacionalizaram o

comportamento das empresas empreendedoras como a orientação para a organização ser mais

proativa, inovativa e propensa a correr riscos. Zahra e Covin (1995), por exemplo, apontam

para o fato de que organizações empreendedoras têm um impacto positivo nas medidas de

desempenho financeiro. Segundo eles, estes efeitos na performance tendem a ser modestos ao

longo dos primeiros anos e crescem ao longo do tempo, sugerindo que um comportamento

empreendedor pode, de fato, contribuir para o progresso do desempenho financeiro da

organização em longo prazo.

Estudos empíricos de Miller (1983), Zahra (1991), Covin e Slevin (1994), Zahra e

Covin (1995), Morris e Sexton (1996), Mello (2004), Wiklund e Shepherd (2005), dentre

outros, verificaram a relação positiva entre orientação empreendedora e medidas de

desempenho. Sugerem, ainda, que as empresas mais bem sucedidas são aquelas que se

engajam em níveis elevados de atividade empreendedora.

Para Tang et al. (2008) há duas razões para esperar uma relação positiva e crescente

entre as atividades empreendedoras da organização e o seu desempenho. A primeira baseia-se

no argumento que a inovação representa uma eventual fonte de vantagem competitiva, uma

vez que permite acompanhar as mudanças no mercado e reagir rapidamente às oportunidades

emergentes. A segunda relaciona-se ao fato das empresas serem proativas, o que lhes permite

explorar uma base adicional para ter vantagem competitiva, ou seja, adaptar-se de forma

rápida às mudanças do mercado ou se anteciparem aos concorrentes. Com base nesse marco

referencial foi possível construir a seguinte hipótese:

H3: A orientação empreendedora está relacionada positivamente com o desempenho

das agências de viagens.

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H4: O ambiente organizacional está relacionado com o desempenho

Não foram encontrados trabalhos que relacionasse as dimensões ambientais com as

capacidades dinâmicas abordadas. Estas lacunas permitem a maior contribuição desta tese

quando de sua abordagem. As hipóteses deste trabalho a respeito dos construtos das

capacidades dinâmicas de absorção e inovação com relação ao desempenho organizacional,

assim como da ação moderadora do ambiente organizacional, nas suas dimensões de

complexidade, dinamismo e munificência, com base neste contexto se formulou as seguintes

hipóteses:

H5: A percepção do ambiente organizacional modera a relação entre capacidade

dinâmica de absorção e desempenho das agências de viagens;

H6: A percepção do ambiente organizacional modera a relação entre capacidade

dinâmica de inovação e desempenho das agências de viagens;

Tratando ainda da relação entre a Orientação Empreendedora (OE) e o desempenho,

trabalhos como Zahra (1993), Zahra e Covin (1995), Jogaratnan (2002), Rosenbush et al.

(2007), Carvalho (2011) e Mariano (2011), entre outros, incluíram a variável ambiente

organizacional, trabalhada sob enfoques diferentes, para analisar seu efeito sobre o

desempenho das empresas.

Para Miller (1983) o empreendedorismo é integralmente relacionado às variáveis do

ambiente, estrutura, estratégia e personalidade do líder, e afirma que esse relacionamento

varia maneira sistemática de um tipo de organização para outra. Covin e Slevin (1989) depois

de examinaram 161 pequenas empresas ligadas à manufatura, encontraram evidências de que

a hostilidade do meio estava relacionada à postura estratégica e a desempenhos

empreendedores mais flexíveis. Uma postura estratégica empreendedora contribuía para o alto

desempenho em empresas que atuavam em ambientes hostis, enquanto que uma abordagem

mais conservadora beneficiava as empresas que operavam em ambientes benignos.

Zahra (1993) analisou a relação entre o ambiente externo das empresas, a OE e o

respectivo desempenho financeiro e constatou que a relação entre OE e desempenho é

moderada por fatores ambientais. Seu estudo suportou a hipótese de que empresas em

ambientes de crescimento dinâmico enfatizam a inovação e criação de negócios, assim como

empresas em ambientes hospitaleiros estão positivamente associadas com a abertura de novos

negócios e com atividades renovadoras. Empresas em ambientes hostis atuam mais no sentido

da redefinição de seus negócios e empresas em ambientes estáticos e empobrecidos têm

associação inversa com as atividades empreendedoras. Também as atividades de

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empreendedorismo corporativo estão positivamente associadas ao desempenho das firmas

(CARVALHO 2011).

Lumpkin e Dess (2001) observaram a importância da natureza proativa e da

agressividade na presença de ambientes dinâmicos. Eles examinaram o efeito da dimensão

proatividade e competitividade agressiva da OE no desempenho organizacional a partir

dinamismo e da hostilidade ambiental e chegaram ao entendimento que a capacidade de agir

proativamente mostrou correlação positiva com o desempenho das empresas, tanto em

ambiente dinâmicos como em ambientes hostis, ao contrário da dimensão competitividade

agressiva. Já estudo de Jogaratnam (2002) mostrou que quando o ambiente torna-se mais

hostil e menos munificente, as empresas tendem a adotar estratégias mais conservadoras,

evitando atitudes que envolvam inovação e risco.

Wiklund e Shepherd (2005) entendem que a OE contribui positivamente para o

desempenho de pequenas empresas. Eles afirmam que ela pode prover a habilidade de

descobrir novas oportunidades, facilitando a diferenciação e a criação de vantagem

competitiva. A partir de estudo longitudinal com 413 pequenas empresas, os autores

concluíram que uma OE pode ajudar a superar dificuldades decorrentes de ambientes pouco

dinâmicos, onde novas oportunidades raramente aparecem, e de limitado acesso a recursos

financeiros. Segundo eles, pequenas empresas em ambiente sob tais condições podem ter um

desempenho superior se tiverem uma forte OE.

Rosenbush et al. (2007) em sua pesquisa associaram a munificência ao desempenho e

confirmaram a hipótese de que a essa dimensão ambiental influencia o desempenho. Entanto

que, Frank et al. (2010) centraram sua atenção em verificar a existência de relação positiva

entre OE e desempenho organizacional nos casos em que o ambiente dinâmico é combinado

com alto acesso ao capital financeiro e um ambiente estável é combinado com baixo acesso ao

capital financeiro. Os autores encontraram nas análises que a OE provocou efeito negativo no

desempenho quando combinado com ambiente estável e alto acesso ao capital financeiro.

Outro resultado em que a OE originou efeito negativo no desempenho foi na combinação do

ambiente dinâmico com baixo acesso ao capital financeiro.

Carvalho (2011) analisou o relacionamento entre as dimensões do ambiente

organizacional, as capacidades mercadológicas e gerenciais, e a orientação estratégica,

avaliando o impacto que as diversas configurações dessas variáveis geram no desempenho

dos hotéis brasileiros. Na sua pesquisa chegou à conclusão de que o dinamismo e a

complexidade possuem efeito sobre orientação estratégica, mas não efeitos diretos sobre o

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desempenho dos hotéis. Enquanto a munificência gera efeitos diretos sobre o desempenho e

sobre a orientação conservadora, mas não gera efeitos sobre a orientação empreendedora.

Quando avaliou os efeitos indiretos e mediados pela orientação estratégica, entre as

dimensões ambientais e o desempenho, observou-se que o dinamismo exerce efeitos indiretos

negativos no desempenho através do aumento na orientação conservadora, enquanto exerce

efeitos indiretos positivos através do aumento na orientação empreendedora. Os efeitos

indiretos da complexidade sobre o desempenho se dão através da diminuição que causa no

empreendedorismo. O da munificência foi encontrado um efeito positivo transitado pelo

construto da orientação conservadora.

H7: A percepção do ambiente organizacional modera a relação entre orientação

empreendedora e desempenho das agências de viagens.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo apresentam-se a população e a amostra desta pesquisa, os

procedimentos para coleta de dados, bem como para o tratamento de dados. O estudo

realizado junto às agências de viagens é uma pesquisa de caráter descritivo-explicativa, que

visa determinar em que grau os construtos se correlacionam conforme o modelo apresentado

na Figura 6.

Na presente pesquisa, utilizou-se de uma abordagem quantitativa, pois de acordo com

Richardson (2003), é o método apropriado quando se deseja descobrir e verificar relações

entre variáveis. Os dados foram obtidos por meio de uma survey, e os resultados foram

descritos e analisado via um estudo transversal único ou levantamento por amostragem. Ou

seja, todos os dados são coletados em um ponto do tempo, com base em uma única amostra

selecionada, para descrever a população neste determinado momento. De acordo com

Malhotra (2001) esse processo envolve a coleta de dados apenas uma única vez em uma

amostra específica.

Assim, visando confirmar o modelo proposto e as relações entre as variáveis de cada

construto, utilizaram-se ferramentas estatísticas, dentre elas a análise fatorial exploratória,

análise fatorial confirmatória e a modelagem de equações estruturais. Conforme Hair Jr. et al.

(2005) a análise fatorial é um método utilizado para investigar a dependência de um conjunto

de variáveis manifestas em relação a um número menor de variáveis latentes. Trata-se de uma

técnica de análise estatística multivariada criada para identificar estruturas em conjuntos de

variáveis observadas, explicitando a inter-relação entre as variáveis com o objetivo de

identificar novas variáveis ou fatores. Existem dois tipos de análise fatorial, que devem ser

adequadas aos objetivos de cada estudo em que forem aplicadas. São elas: 1) Análise Fatorial

Exploratória– realizada quando pouco se sabe sobre as relações subjacentes entre os conjuntos

de dados; e, 2) Análise Fatorial Confirmatória – procedimento desenvolvido para se testar

hipóteses a respeito da estrutura de um conjunto de dados; este tipo de análise é útil para a

validação de teorias (HAIR JR. et al., 2005).

A modelagem de equações estruturais é uma metodologia que vem sendo aplicada em

diferentes áreas da ciência tais como economia, psicologia, sociologia, administração,

biologia, marketing, medicina, dentre outras. Seus diferenciais perante as demais técnicas

estatísticas multivariadas são: a) possibilidade de modelar simultaneamente relações entre

múltiplos constructos e entre estes constructos e seus respectivos indicadores; b) leva em

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consideração os erros de mensuração no processo de estimação; e, c) uso de modelos

ajustados a matrizes de covariância ou correlação, sendo a covariância a estatística básica

usada nos modelos (KLINE, 2005; HAIR JR. et al., 2005; RAYKOV e MARCOULIDES,

2006).

Esta pesquisa tem como universo amostral as empresas brasileiras caracterizadas como

agências de viagens e turismo e que estão cadastradas na Associação Brasileira de Agências

de Viagens – ABAV, envolvendo empresas que atuam como emissivos ou receptivos, e/ou

como operadoras de turismo. A escolha deste universo é justificada pelo fato de a ABAV

possuir como associadas as principais empresas que atuam com agenciamento de viagens e

turismo, refletindo adequadamente a estrutura do setor.

No Quadro 5 estão sistematizadas as bases conceituais, as variáveis e o principal

método utilizado para a coleta e análise dos dados.

3.1 Variáveis e Medidas

Para se mensurar uma variável, é necessário que se proceda a sua operacionalização.

De acordo com Gil (1999) a operacionalização das variáveis consiste em torná-las passíveis

de observação empírica e de mensuração, ou seja, é um processo que sofre a variável, a fim de

encontrar os correlatos empíricos que possibilitem sua medição ou classificação, isto é, é

necessário transformá-la em um conceito mensurável. Pode-se definir uma escala de

mensuração como um conjunto de valores de medidas ordenadas entre um ponto inicial e

outro final. Contudo, para se mensurar adequadamente uma variável, Hair Jr. et al. (2009)

sugerem o uso de mais de três indicadores por construto como adequado para a identificação

estatística, especialmente quando se for utilizar a técnica de modelagem de equações

estruturais. Diante dessas considerações, todos os construtos da presente pesquisa são

mensurados por três ou mais variáveis ou indicadores.

Gil (1999) aponta que existem diferentes tipos de escala, que variam entre si conforme

o rigor de sua elaboração e o tipo de variável que medem, podendo ser classificadas como

nominais, ordinais, intervalar e de razão, ainda segundo o autor, alguns tipos especiais de

escalas estão associadas aos níveis de mensuração citadas, como, por exemplo, escalas de

Thurstone, Guttman e de Likert.

Conforme Carvalho (2011) pesquisas que se utilizam da survey para a obtenção dos

dados têm utilizado muito as escalas ordinais. No entanto, a definição do tipo de escala a ser

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76

utilizada, que está diretamente associada ao tipo de análise e objetivo desejado, exerce um

importante papel nas pesquisas empíricas.

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77

Quadro 5 – Resumo da matriz de amarração teórica para Análise do modelo inicial

continua...

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Quadro 5 – Continua

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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Para o presente trabalho, definiu-se trabalhar com escalas tipo Likert de sete (7)

pontos. Optou-se pelo uso dessa escala na pesquisa com base nos argumentos de Beal e

Dawson (2007), que afirmam que quando se está trabalhando com base na percepção dos

indivíduos sobre os itens mensurados, quanto maior for o número de categorias na escala,

mais difícil se torna para o respondente se posicionar frente à questão que lhe é imposta. Por

sua vez, escalas com poucas categorias tendem a levar a maiores vieses.

As escalas do tipo Likert, requerem que os indivíduos indiquem seu grau de

concordância ou discordância em declarações relativas a cada item que está sendo medido,

variando segundo o grau de intensidade. Essa escala com categorias ordenadas, igualmente

espaçadas e com mesmo número de categorias em todos os itens, capta atitudes negativas e/ou

positivas sobre o campo de estudo através da classificação de um contínuo que varia de

concordo totalmente e discordo totalmente com a assertiva apresentada. Nesta pesquisa,

adota-se a ordem com a atribuição do grau um (1) como relativo à posição discordo

totalmente e o grau sete (7) atribuído a concordo totalmente com a assertiva.

O constructo reflexivo para mensurar capacidade de absorção, o qual segue as

dimensões idealizadas por Cohen e Levinthal (1989) e sintetizadas nos modelos de Zahra e

George (2002) e de Lane et al. (2006) está formado por quatro dimensões diferentes, mas

complementares, que analisam os processos de: a) aquisição; b) assimilação; c)

transformação; e d) exploração. Desse modo, foi utilizada a escala Likert de sete (7) pontos

para 19 indicadores, distribuídos entre as dimensões da capacidade dinâmica de absorção, em

que o um (1) toma o valor “Discordo totalmente” e o sete (7) “Concordo totalmente”. Esta

escala aparece representada no Quadro 6

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Quadro 6 – Itens que compõem a escala de mensuração de Capacidade de absorção

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Capacidade de inovação foi mensurada através do modelo adaptado de Liao et al.

(2007) que propõem três dimensões para mensuração da capacidade dinâmica de inovação.

Para esta pesquisa foram utilizadas duas dimensões constando a inovação gerencial e a

inovação de serviços. Para mensuração deste construto foi utilizada a escala do tipo Likert de

sete (7) pontos para as dez (10) assertivas distribuídas entre as dimensões de: inovação

gerencial e inovação de serviços, em que o um (1) toma o valor “Discordo totalmente” e o

sete (7) “Concordo totalmente”. Esta escala aparece representada no Quadro 7.

Quadro 7 – Itens que compõem a escala de mensuração de Capacidade de Inovação

Uma das medidas mais utilizadas dentro do estudo do empreendedorismo é a que

avalia a orientação empreendedora e, para sua mensuração, várias escalas foram

desenvolvidas, por exemplo, as de Miller (1983), Covin e Slevin (1989) e a de Naman e

Slevin (1993). Brown et al. (2001) reafirmam o caráter seminal da escala de Miller (1983) e

seu posterior aperfeiçoamento por Covin e Slevin (1989).

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Miller (1983) desenvolveu um instrumento de medida para captar as dimensões da

estratégia empreendedora: a proatividade, a tomada de risco e a inovatividade. Esse

instrumento teve, posteriormente, grande influência, quer empírica quer conceitual. Miller

(1983) bem como Lumpkin e Dess (1996, 1997) sugerem que a orientação estratégica

empreendedora combina um conjunto de indicadores de estilos e práticas de tomada de

decisão.

Lumpkin e Dess (1996) argumentam que as três dimensões devem ser tratadas como

variáveis independentes da orientação estratégica empreendedora e agregaram mais duas

dimensões: agressividade competitiva e autonomia. Os autores argumentam que não só as

empresas que exibem elevados níveis de consistência entre todas as dimensões deverão ser

consideradas como empreendedoras, basta que alguma delas se manifeste. Eles consideram à

orientação empreendedora como um construto multidimensional.

A busca de oportunidade, por parte das empresas, varia dependendo das suas

condições organizacionais e do meio ambiente onde operam. Os estudos empíricos têm

demonstrado que a inclusão das três dimensões para medir a orientação empreendedora

(inovação, assunção de riscos e proatividade) tem mostrado elevados níveis de confiabilidade

e consistência (MILLER, 1983; ZAHRA e COVIN, 1995). Os estudos que usam o

instrumento de medida adaptado de Miller (1983), e desenvolvido por Covin e Slevin (1989),

mostram também um índice de confiança elevado (COVIN et al., 1990; BROWN, 1996).

Para mensurar o conceito de orientação empreendedora será adotada e utilizada, nesta

investigação, uma adaptação da escala desenvolvida por Miller (1983). A mesma inclui um

total de dezesseis (16) itens: (i) cinco itens relativos à proatividade; (ii) seis itens para medir a

inovatividade; e, (iii) cinco itens relativos à assunção de riscos.

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Quadro 8 – Itens que compõem a escala de mensuração de Orientação Empreendedora

O desempenho organizacional talvez seja uma das variáveis mais mensuradas nos

estudos organizacionais. Contudo, a maior parte das escalas desenvolvidas faz uso dos

indicadores: faturamento, lucratividade e participação de mercado. Muniz (2011), que fez um

estudo no setor de agências de viagens a respeito da relação entre, munificência,

comportamento estratégico e desempenho, entrevistou cinco gestores dessas organizações e

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84

constatou que os indicadores mais utilizados foram: vendas, faturamento, lucro e conquista e

retenção de clientes. Com base nessa constatação a medição dos indicadores de desempenho

foi realizada a partir de uma versão modificada do instrumento desenvolvido por Gupta e

Govindarajan (1984) e utilizada por Muniz (2011) para medir o desempenho de agências e

viagens brasileiras.

No instrumento se contemplam os indicadores citados anteriormente e os respondentes

são solicitados a preencher dois aspectos, o primeiro indaga a importância de cada indicador

de desempenho e o segundo a satisfação do desempenho da empresa com esses indicadores. A

escala foi adaptada para sete (7) pontos variando de pouco a muito importante e de pouco a

muito satisfeito, respectivamente.

Quadro 9 – Itens que compõem a escala de mensuração do Desempenho Organizacional

A gama de investigações que tenta caracterizar os ambientes organizacionais de forma

mais genérica tem sua base na pesquisa de Dess e Beard (1984), que usaram três dimensões

na caracterização: munificência, complexidade e dinamismo. Pesquisas de outros teóricos

trouxeram contribuições e críticas ao modelo original (SHARMAN e DEAN JR., 1991; DESS

e RASHEED, 1991; CASTROGIOVANNI, 1991; LUMPKIN e DESS, 2001; HARRIS, 2004,

PORTO et al., 2009), focando questões mais metodológicas, quanto à forma de avaliar as

dimensões ambientais e nos aspectos de validade e consistência das medidas propostas.

Visando mensurar à percepção de munificência foi utilizada para tal uma escala do

tipo Likert de sete (7) pontos, adaptado especialmente para este estudo, porém embasado nas

três dimensões descritas por Castrogiovanni (1991) sob o qual a munificência envolve fatores

determinantes nas questões referentes a crescimento ou declínio, oportunidades ou ameaças e

capacidades. Também levou-se em consideração a pesquisa de Carvalho (2011) que trabalhou

o construto de munificência com base nas proposições conceituais de Castrogiovanni (1991).

Esta escala aparece representada no Quadro 10:

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Quadro 10 – Itens que compõem a escala de mensuração da Dimensão Munificência

Ambiental

A escala para a dimensão dinamismo ambiental foi construída conforme a proposição

conceitual de Duncan (1972); Bourgeois (1985) e Lumpkin e Dess (2001) que consideram o

dinamismo como a taxa de mudanças imprevistas no ambiente de uma firma. Para tanto se

empregaram cinco afirmativas a serem respondidas usando uma escala do tipo Likert de sete

pontos, conforme se exibe no Quadro 11.

Quadro 11 – Itens que compõem a escala de mensuração da Dimensão Dinamismo

Ambiental

Finalmente, a percepção dos gestores sobre a dimensão complexidade ambiental foi

levantada usando os elementos que representam nas definições de Dess e Beard (1984).

Criaram-se assim cinco assertivas que deviam ser respondidas usando uma escala do tipo

Likert de sete pontos, como mostrado no Quadro 12.

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Quadro 12 – Itens que compõem a escala de mensuração da Dimensão Complexidade

Ambiental

Além das variáveis indicadoras dos construtos a serem mensurados, foram incluídas

no instrumento de coleta de dados, variáveis de identificação das agências de viagens e dos

respondentes. Esta etapa caracteriza as agências de viagens analisando o tipo de empresa, o

tipo de produto predominante, o segmento em que atua a agência, tempo de atuação da

empresa, número de funcionários e por último o produto mais vendido em média. (própria,

filial, franquia) (corporativo, cruzeiros, destinos internacionais, destinos nacionais, destinos

ecológicos, pacotes rodoviários e outros) (emissivo, receptivo ou ambos). O Quadro 13

apresenta as variáveis de identificação das agências de viagens e dos respondentes.

Quadro 13 – Itens levantados sobre o respondente e sobre a agência

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3.2 Instrumento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi feita mediante uma pesquisa tipo survey aplicando os

questionários in loco. Entre os respondentes, houve uma percepção de que o questionário era

muito extenso, mas quanto ao entendimento não houve questionamentos. A coleta foi feita

por meio do preenchimento, pelos gestores e proprietários das agências de viagens, de um

questionário composto por cinco blocos, em que o primeiro se referia aos dados sobre as

agências e seus respondentes, o segundo bloco tratava das capacidades dinâmicas, o terceiro

bloco era relativo à orientação empreendedora, o quarto bloco à mensuração do desempenho

organizacional e o quinto mensurou os construtos das dimensões do ambiente. Todas as

questões dos blocos segundo, terceiro e quinto foram mensurados a partir de escalas do tipo

Likert de sete pontos, sendo o grau 1 atribuído para a opção “discordo totalmente” e o grau 7

para “concordo totalmente”, o quarto bloco foi mensurado com base na importância e

satisfação, sendo o grau 1 atribuído para a opção “pouco importante” e “pouco satisfeito”, e o

grau 7 para “muito importante” e “muito satisfeito”. Junto à distribuição do questionário, foi

realizada uma explanação inicial com vistas a deixar clara a natureza da pesquisa, seus

objetivos e sua importância e a necessidade de obter as respostas.

O primeiro passo, para a execução da pesquisa, foi à realização do pré-teste do

questionário com dez (10) gestores de agências, escolhidos por conveniência da pesquisadora,

com o objetivo de evitar vieses, corrigir falhas e ambiguidades e acrescentar ou modificar

questões caso fosse necessário. Depois de realizado o pré-teste foi realizado algumas

correções na grafia das assertivas com vistas a deixá-las mais clara e de fácil compreensão,

sem ambiguidades. O questionário de pesquisa já com as alterações realizadas pós pré-teste

esta reproduzindo no apêndice A.

3.3 Definição do Universo e amostra da Pesquisa

O universo amostral consiste no conjunto total de elementos sobre os quais se deseja

fazer inferências. O universo de abrangência desta pesquisa é formado pelas empresas

brasileiras caracterizadas como agências de viagens e turismo e que estão cadastradas na

Associação Brasileira de Agências de Viagens – ABAV, envolvendo empresas que atuam

como emissivos ou receptivos, e/ou como operadoras de turismo. A escolha deste universo é

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justificada pelo fato de a ABAV possuir como associadas às principais empresas que atuam

com agenciamento de viagens e turismo, refletindo adequadamente a estrutura do setor.

A amostra foi obtida por meio das agências de viagens cadastradas na ABAV, nos

Estados do Amazonas, Pernambuco e Santa Catarina, em princípio foi feito contato telefônico

com a ABAV Regional, no intuito de solicitar uma lista que constasse o rol de todas as

agências cadastradas com seus respectivos endereço, correio eletrônico e telefone. De posse

dessas listas, a pesquisadora resolveu aplicar o questionário in loco, por já ter consciência de

que enviá-lo via digitalmente, poderia ocorrer de não ter retorno destes e por outra parte

poderia não tê-los em mãos no tempo programado. Foi entregue um total de 250

questionários, nas agências de viagens e turismo dos estados supracitados. No entanto, só foi

possível a recolhimento de 234 questionários respondidos. Porém, do total desses

questionários entregues, a amostra final ficou no montante de 213 casos válidos, que

corresponde ao percentual de 85,2% dos questionários distribuídos. A exclusão de alguns

questionários se deu pelo motivo que alguns apresentaram dados ausentes.

O tamanho amostral é crucial para a estimativa e interpretação dos resultados da

modelagem de equações estruturais. E devem levar em conta quatro fatores que impactam na

necessidade de se obter uma amostra maior, para fins de estimar o erro amostral: (1) má

formação do modelo; (2) tamanho do modelo; (3) não cumprimento da normalidade; e, (4)

procedimento de estimação. Hair Jr. et al. (2005) apontam que o tamanho absoluto da amostra

deve ser pelo menos maior do que o número de covariâncias ou correlações na matriz de

dados de entrada, mas que, no entanto, é comum que ocorra uma proporção de, no mínimo,

cinco respondentes para cada parâmetro estimado, sendo um número adequado igual a dez

respondentes por parâmetro. Estes autores recomendam que um número razoável de tamanho

esteja entre 100 e 200 casos.

Kliner (2005) corrobora com essa posição, quando sustenta que, caso o número de

casos na amostra para cada parâmetro livre seja inferior a cinco, os resultados obtidos com a

modelagem de equações estruturais (MEE) poderão ser duvidosos. O autor sugere que, como

regra geral, em MEE amostras menores que 100 sejam consideradas pequenas, amostras entre

100 e 200 sejam consideradas médias, enquanto amostras maiores que 200 sejam

consideradas grandes. O que pode ser reforçado por Hair Jr. et al. (2005) que argumentam que

amostra grandes podem causar alta sensibilidade no ajuste, fazendo com que certas medidas

se apresentam ruins.

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89

3.4 Tratamento e Análise dos Dados

Os dados coletados via questionário foram organizados, codificados e processados

com auxílio de uma planilha Excel®, do software STATISTICA ® 8.0, do SPSS® 18

(Statistical Package for the Social Science) e do AMOS® 16(Analysis of Moment Structures).

Primeiramente foi feito um pré-tratamento no banco de dados, em que foi verificada a

detecção de dados ausentes, outliers e/ou erros de digitação, após foi feita uma análise

descritiva a fim de se obter uma visão geral da distribuição de frequência das respostas dos

dados coletados. Esses dados foram analisados mediante o uso de procedimentos estatísticos

descritivos, com calculo da média, do desvio padrão, valores de assimetria e curtose. De

acordo com Hair Jr. et al. (2005) através da análise dos valores de assimetria e curtose é

possível avaliar a normalidade. A linearidade foi verificada através de gráficos de dispersão

criados simultaneamente com os cálculos dos coeficientes de correlação numa função do

Statistica.

3.4.1 Analise Fatorial Exploratória e Confirmatória

A análise fatorial é uma técnica estatística multivariada utilizada para investigar ou

reconhecer padrões num conjunto de variáveis manifestas, em geral representada pelas

correlações ou de covariâncias, entre as variáveis de uma base de dados. Como resultado se

obtém a geração de um conjunto menor de variáveis, chamadas variáveis latentes ou fatores.

Além disso, é possível saber o quanto cada variável está associada a cada fator e o quanto o

conjunto de fatores selecionados segundo algum critério explica da variabilidade geral dos

dados originais. Assim, o propósito da análise fatorial é a parcimônia, procurando definir o

relacionamento entre as variáveis de modo simples e usando um número de fatores menor que

o número original de variáveis.

Hair Jr. et al. (2005) apontam que há dois tipos de análise fatorial, que devem ser

adequadas aos objetivos de cada estudo em que forem aplicadas. Elas são: a exploratória

(AFE) e a confirmatória (AFC), sendo a primeira empregada quando pouco se sabe sobre as

relações subjacentes entre os conjuntos de dados e a segunda quando se tem um modelo

teórico a respeito da estrutura de um conjunto de dados que se quer testar.

A AFE nesta tese foi realizada com o auxílio do software estatístico SPSS, versão

18.0, e teve como objetivo verificar se os indicadores utilizados na mensuração de cada uma

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das dimensões e dos construtos da pesquisa eram unidimensionais. Isto é, a identificação de

quais os indicadores de tipo reflexivos, aqueles que refletem o construto e necessariamente

devem ter correlação, que foram medidos são os melhores na mensuração do conceito. Para

tanto se examinaram as cargas fatoriais, que representam as correlações entre os indicadores

medidos e a variável latente. O valor aceito, em módulo, foi de 0,7, o que representa uma

comunalidade de aproximadamente 50%. A medida de adequação da amostra (MSA) foi

empregada também para decidir, conjuntamente com a carga fatorial no primeiro fator

extraído, quais os itens que se manteriam para as análises subsequentes.

Assim, a nova base de dados para cada construto foi avaliada por dois testes clássicos

na AFE: o teste de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin,

geralmente denominado KMO. Tal verificação confere viabilidade a AFE. Também se

realizou a análise da confiabilidade para cada construto, usando o alfa de Cronbach. Em todos

os casos a variância extraída pelo fator devia superar o mínimo estabelecido de 50%.

Após esses procedimentos fez-se a análise fatorial confirmatória considerando apenas

os indicadores reflexivos que foram selecionados na etapa precedente. A AFC é um modelo

de mensuração das relações entre os indicadores (variáveis observadas) e os construtos

(fatores ou variáveis latentes). Esta técnica é uma aplicação da modelagem de equações

estruturais (MEE) que permite ao investigador atribuir os itens de um instrumento a um

determinado fator de acordo com a proposição teórica previamente estabelecida. Conforme

Pasquali (2005, p. 113), a análise fatorial confirmatória impõe à matriz das correlações, como

postulado teórico, uma determinada estrutura fatorial e “verifica, em seguida, se esta se adapta

aos dados empíricos expressos pela mesma matriz”.

A principal diferença entre a análise fatorial exploratória e a análise fatorial

confirmatória está no controle sobre as variáveis que descrevem cada fator. A primeira

procura os fatores que poderiam explicar as intercorrelações de um conjunto de variáveis, ela

busca gerar hipóteses e conceitos explicativos, não interpretações únicas. Já a AFC é uma

técnica mais sofisticada que, segundo Tabachnick e Fidell (2001), é recomendável quando a

pesquisa está em estado avançado e se quer provar uma teoria já disponível sobre os processos

latentes. A AFC procura comprovar os conceitos analisados, especificando quais as variáveis

medidas se correlacionarão com quais fatores ou variáveis latentes e quais destas últimas se

relacionam entre si.

Neste estudo, foi realizada AFC com o intuito de verificar se as variáveis observadas

selecionadas realmente são significativas para mensurar os construtos das capacidades

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dinâmicas, da orientação empreendedora, do ambiente organizacional e do desempenho. Para

a realização das análises utilizou-se o software AMOS, versão 16.0. Inicialmente foram

testados os modelos de mensuração parciais, referentes a cada variável latente, e depois foi

construído o modelo de mensuração geral para os construtos incluindo as dimensões

consideradas. De acordo com Hair Jr. et al. (2005) na validação do modelo estrutural

objetiva-se determinar se as relações são suportadas pelos dados, de acordo com os objetivos

do estudo.

Bollen (1989), Byrne (1998), Hair et al. (2005) e Kline (2005) apontam que o ajuste

geral do modelo depende de um conjunto de medidas agrupadas. Para Hair Jr. et al. (2009) as

primeiras medidas que devem ser analisadas são as de ajuste absoluto, que determinam o grau

em que o modelo geral, seja ele o de mensuração ou o estrutural, prediz a matriz de

covariâncias ou de correlações. As mais triviais são: I) o valor do χ2 (qui-quadrado) do

modelo estimado em relação aos graus de liberdade, que deve ser igual ou inferior a 3,

segundo diferentes autores; II) O índice de Qualidade de Ajuste (GFI), que varia de 0 a 1, e

quando superior a 0,90 indica a adequação quase perfeita, embora modelos mais complexos

tendam a ter valores menores; e, III) A Raiz Quadrada da Média do Erro de Aproximação

(RMSEA) que tem valores aceitos entre 0,05 e 0,08, e zero como adequação perfeita.

Outras são as medidas de ajuste incremental que segundo Kline (2005) e Hair Jr. et al.

(2005), abrangem o Índice Ajustado de Qualidade de Ajuste (AGFI), Índice de Adequação da

Normalidade (NFI) e o Índice de Ajuste Não-Normado (NNFI), sendo que todos variam de 0

a 1 e os valores de boa adequação são os acima de 0,90. Estes índices comparam o modelo

proposto com o modelo nulo. Segundo os autores citados, normalmente usa-se para análise o

AGFI e o NFI.

Por último, têm-se as medidas de ajuste parcimonioso ou índices de adequação

relativa, que tem como objetivo determinar a quantidade de ajuste conseguida por cada

coeficiente estimado. Eles são: Índice de Adequação da Parcimônia Padrão (PNFI), com

valores de boa adequação acima de 0,50; Índice de Adequação Comparativa (CFI); Índice de

Adequação Incremental (IFI); e, Índice de Adequação Relativa (RFI), em que valores maiores

de 0,90 nestes três últimos indicam ótima adequação. De acordo com Brei e Neto (2006) em

relação a este último tipo de medidas, os autores comentam que não existem limites definidos

para seus valores na aceitação de modelos, podendo ser utilizados apenas para comparação

entre modelos alternativos.

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Kline (2005) e Hair Jr. et al. (2009) apontam que é interessante combinar medidas de

ajuste absoluto (que avalia a capacidade do modelo prever a matriz de covariância absoluta),

de ajuste incremental (que comparam o modelo proposto com o modelo nulo) e de parcimônia

(que penalizam os modelos “sobre-ajustados” por possuírem um número exagerado de

coeficientes). Nesta tese foram utilizados os índices que se apresentam no Quadro 14

Quadro 14 – Índices de ajuste dos modelos usados na tese.

Fonte: Kline (2005) e Hair et al. (2009)

Conforme Everitt (1984) o emprego na MEE da estimação por máxima

verossimilhança exige a normalidade multivariada. Nesta tese, os indicadores usados na

mensuração dos construtos foram baseados em uma escala de sete pontos, isto quer dizer que,

ao se utilizar este tipo de escala, se torna difícil obter a normalidade. Para Hair Jr. et al.

(2005), a ausência da normalidade multivariada é particularmente problemática por inflar o

valor do qui-quadrado e causar viés para cima nos valores críticos para a determinação da

significância dos coeficientes do modelo estrutural. Finney e Distefano (2006) reconhecem

este problema e sugerem entre as opções para o seu enfrentamento o uso do método robusto

proposto por Satorra e Bentler, o qual ajusta o método da máxima verossimilhança para uso

com distribuições quase normais. Ou seja, continua-se a usar a máxima verossimilhança nos

cálculos e depois se recalcula o qui-quadrado segundo uma fórmula disponível no livro de

Tabachnick e Fidell (2001).

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3.4.2 Modelo Estrutural Proposto da Pesquisa

A principal técnica de análise adotada nesta tese é a modelagem de equações

estruturais (MEE), sendo esta um conjunto de procedimentos estatísticos que tenta explicar o

relacionamento entre múltiplas variáveis. Considerada uma extensão de diversas técnicas

multivariadas, mas precisamente a de regressão múltipla e de análise fatorial, ao contrário

destas que apenas examina uma relação por vez, a MEE permite analisar múltiplos

relacionamentos hipotéticos simultaneamente. Esta técnica permite investigar o quanto as

variáveis independentes ou exógenas explicam a variável dependente ou endógena, cabendo a

possibilidade de uma variável ser dependente numa relação e independente a seguir (HAIR

JR. et al., 2005).

Apos a analise individual dos construtos foi realizada a avaliação dos modelos

estruturais. Hair Jr. et al. (2005), sugerem que para garantir que os modelos estejam

corretamente especificados e que o resultado seja valido, utiliza-se de um processo de sete (7)

estágios, quais sejam:

Estágio 1: Desenvolvimento de um modelo teórico embasado – neste o pesquisador

deve atentar para o fato de que a MEE se baseia em relações causais, em que a mudança numa

variável inevitavelmente acarretará mudança em outra variável. O alto nível de

aprofundamento teórico e o julgamento consciencioso do pesquisador fazem-se necessário

para determinar quais variáveis são dependentes e independentes. Esse cuidado assegurará

que sejam respeitados os quatros critérios para causalidade estabelecida para a MEE: i)

associação suficiente entre duas variáveis; ii) evidências anteriores de causa x efeito; iii) falta

de variáveis causais alternativas; e, iv) uma base teórica para a relação. Além de possibilitar

reconhecer as relações entre as variáveis para atender à causalidade, o conhecimento teórico

aprofundado do tema permite que o pesquisador evite erros de especificação. O erro de

especificação ocorre quando se omite uma variável relevante ao modelo, o que causa uma

avaliação errônea da importância das demais variáveis e, por conseguinte, falta de qualidade

no ajuste do modelo proposto (HAIR JR. et al., 2005).

Estágio 2: Construção de um diagrama de caminhos ou trajetórias (path diagram)

indicando as relações causais – Para Hair Jr. et al. (2005), um diagrama de caminhos permite

ao pesquisador apresentar, esquematicamente, as relações (preditivas) e associativas

(correlações ou covariâncias) entre as variáveis dependentes e independentes. Para se

determinar as relações de causais deve-se utilizar uma seta unidirecional, partindo da variável

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independente (causa) em direção à variável dependente (efeito). Para as relações de

associação utilizam-se setas curvilíneas de duas pontas entre as variáveis associadas e em

alguns casos, até mesmo entre os indicadores.

Estágio 3: Conversão do diagrama de caminhos no modelo estrutural e de mensuração

- Neste estágio o pesquisador para definir o modelo de mensuração deverá especificar quais

variáveis definem cada construto. O modelo de mensuração especifica quais variáveis

observáveis - itens respondidos na amostra através dos questionários (indicadores) - estarão

medindo quais variáveis latentes – fatores. O pesquisador, na análise confirmará esta

associação que ele determinou no modelo de mensuração. Finalizando os requisitos do

terceiro estágio, deve-se verificar a existência de correlações entre construtos endógenos – o

que é comum, representado uma influência compartilhada sobre as variáveis – ou entre os

exógenos – que tem menos aplicações apropriadas e pode acarretar má interpretação das

equações estruturais (HAIR JR. et al., 2005).

Estágio 4: Escolha da matriz de análise - Segundo Hair Jr. et al. (2005) há dois tipos

de matrizes de entrada de dados: correlação e covariância. Na prática, a maioria dos

programas de MEE aceita a imputação dos dados brutos que são automaticamente convertidos

em matrizes de variância-covariância e correlação. Inicialmente, a MEE foi desenvolvida para

trabalhar com matrizes de variância-covariância. A vantagem do uso deste tipo de matriz é a

possibilidade de comparar diferentes amostras e populações, na medida em que ela fornece

comparações válidas para esta finalidade. Na matriz de correlação, esta possibilidade de

comparações não ocorre, pois todas as covariâncias encontram-se padronizadas. A utilização

de correlações é adequada quando o objetivo da pesquisa é apenas compreender o padrão de

relações entre os construtos, mas não aplicar a variância total de um construto (HAIR et al.,

2005).

Estágio 5: Análise de identificação do modelo – Ullman (2001) apresenta um exemplo

simples que explica a questão da identificação do modelo:

Um modelo é dito identificado quando há apenas uma solução numérica para cada

parâmetro no modelo. Por exemplo, tenhamos a variância Y=10 e a variância Y= α +β.

Quaisquer valores podem ser substituídos por α e β desde que somem 10. Não há uma solução

única nem para α e nem para β; portanto, há um infinito número de combinações entre os dois

números que podem resultar em 10. Dessa forma, esta equação simples não está identificada.

Entretanto, se fixássemos o valor de α como 0, então haveria uma única solução para β, 10, e

a equação estaria identificada (ULLMAN, 2001, p.691).

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Para Schumacker e Lomax (2004), a identificação do modelo depende da designação

dos parâmetros como livres, fixos e condicionados. Já Hair Jr. et al. (2005) afirmam que para

fins de identificação, o pesquisador deve preocupar-se com a diferença entre o tamanho

relativo da matriz de covariância - ou de correlação - em relação ao número de coeficientes

estimados. Esta diferença é chamada de graus de liberdade. Ainda os autores, propõem quatro

ações corretivas para resolver problemas de identificação do modelo. As ações devem ser

executadas na seguinte ordem: (1) construir um modelo com um número mínimo de

coeficientes; (2) caso seja possível, fixar as variâncias de erros de mensuração; (3) fixar os

coeficientes estruturais conhecidos; e, (4) eliminar variáveis problemáticas. Se os problemas

persistirem, os autores recomendam que o pesquisador volte ao primeiro estágio da MEE e

lance mão de um novo modelo teórico. Garson (2004) aponta que um modelo sub-identificado

é aquele em que há mais parâmetros para serem estimados do que elementos na matriz de

covariância. Uma sugestão para não se incorrer nesse problema é processar o modelo no

programa estatístico, com dados fictícios, antes de se partir para a coleta de dados. Softwares

como AMOS reportam se há problemas de identificação.

Estágio 6: Avaliação das estimativas do modelo e das medidas de ajustamento – Hair

Jr. et al. (1998) argumentam que neste estágio o primeiro passo é a análise de que os dados

processados não apresentam nenhuma inconsistência estatística. Os autores apontam como

exemplos de inconsistências estatísticas: variâncias negativas ao nível dos erros de

mensuração dos constructos, coeficientes padronizados acima ou muito próximos de 1,0 e

erros padronizados muito altos. A ferramenta AMOS, quando utilizada para avaliar variâncias

negativas ao nível dos erros de mensuração dos constructos, a mesma reporta o problema e

avisa que a solução não é admissível. Nas outras duas inconsistências, o exame dos resultados

possibilita a detecção da inconsistência. Avaliada a situação da inconsistência, o pesquisador

deve escolher, entre uma série de índices reportados pelo programa, aquele que indique o

ajuste do modelo, chamados de índices de ajustamento. No entanto, Garson (2004) afirma que

essas medidas não indicam a força das relações entre as variáveis, uma vez que o pesquisador

poderá obter bons índices de ajustamento e as variáveis do modelo não apresentarem

nenhuma correlação. Apesar do AMOS 16, apresentar uma série de medidas de ajustamento,

nesta tese optou-se pela utilização apenas das medidas exibidas no Quadro 14.

Estágio 7: Interpretação e modificação do modelo - neste último estágio, o pesquisador

deverá avaliar se os resultados obtidos para o modelo de mensuração proposto permitem dar

significado aos construtos, se é possível aceitar as relações entre os construtos endógenos e

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exógenos propostos no modelo estrutural, com base nas significâncias dos parâmetros deste

modelo. O pesquisador, após interpretar o modelo, poderá procurar por métodos para

melhorar seu ajuste, e ao fazer isso, ele iniciará a reespecificação do modelo. Hair Jr. et al.

(1998) listam as seguintes perguntas que o pesquisador deve fazer a si mesmo, caso sejam

satisfatórios os índices de ajustamento: as principais relações propaladas pela teoria foram

confirmadas dentro de níveis mínimos de significância? Os modelos concorrentes contribuem

para formulações alternativas da teoria? As relações hipotéticas se encontram na direção

prevista (negativa ou positiva)? Obtendo ou não uma resposta positiva para cada uma dessas

perguntas, o pesquisador pode ter razões suficientes para acreditar que seu modelo possa ser

incrementado e atingir melhores resultados. O AMOS oferece a opção de gerar índices de

modificação, que sugerem alterações no modelo, de modo a obter melhores estatísticas para o

χ2 e nas demais medidas de ajustamento. Arbuckle e Wothke (1999), entretanto, alertam que

não se deve abusar desses índices e qualquer modificação deve ter base estatística e teórica.

A Figura 7 a seguir apresenta o modelo inicial depois da eliminação dos itens que não

atingiram os valores estabelecidos como limitantes para sua participação. No software AMOS

seguem-se as convenções clássicas para a MEE: as elipses representam as variáveis latentes,

enquanto os retângulos representam os indicadores observáveis e os pequenos círculos

representam os termos de erro associados a cada indicador. A seta com uma ponta indica a

relação entre duas variáveis. Nas relações causais a seta sai de uma elipse para outra e nas

relações reflexivas a seta sai da elipse para os retângulos.

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Figura 7 - Modelo proposto de relacionamento entre as variáveis do estudo, após exclusão dos indicadores

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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3.4.3 Procedimento para estimar a moderação

No estudo se estabeleceram hipóteses no sentido do ambiente moderar as relações

entre os construtos das capacidades dinâmicas trabalhadas e da orientação empreendedora

com o desempenho da agencias de viagens e como o software AMOS não tem uma alternativa

que permita o cálculo desse tipo de relações buscou-se um procedimento que permitisse tal

ação. Queria se verificar se além de um efeito direto do construto ambiente sobre o

desempenho ele moderava a relação dos outros construtos. Para tanto se escolheu o uso da

regressão múltipla fatorial que já tem sido empregada com sucesso em algumas pesquisas

como as de McArthur e Nystrom (1991), Pereira Filho e Louvet (2008) e Pereira Filho

(2010).

As regressões estabeleceram-se entre os escores fatoriais das diversas dimensões do

ambiente e de cada um dos construtos, pois as hipóteses originais deveram ser abertas para

cada dimensão. Desse modo, por exemplo, testou-se a moderação da munificência ambiental

com as três dimensões da orientação empreendedora, com as quatro dimensões da capacidade

de absorção e para a capacidade de inovação. Os procedimentos foram realizados de modo

sequencial, primeiramente para os escores da dimensão considerada, por exemplo,

proatividade na OE como preditor dos escores fatoriais do desempenho. Num segundo

momento incluiu-se a dimensão ambiental em análise, por exemplo, munificência. E

finalmente, efetuou-se a regressão múltipla fatorial para avaliar as significâncias dos

resultados através do valor p calculados desde a distribuição F.

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4. RESULTADOS

Neste capítulo apresentam-se os resultados obtidos neste estudo. Inicialmente,

realizou-se uma apresentação dos resultados da análise descritiva dos dados coletados. No

item subsequente são expostos os resultados relativos ao modelo de mensuração utilizado. Por

fim, são apresentados os modelos estatísticos indicando se as hipóteses desta tese foram ou

não confirmadas.

4.1 Pressupostos para Modelagem de Equações Estruturais

Foi realizada uma análise de exploração dos dados tabulados com vistas ao pré-

tratamento destes a fim de identificar dados ausentes e valores atípicos (outliers). Na

sequência foi feita uma análise descritiva dos dados e análise das suposições de linearidade

das relações e normalidade das variáveis.

4.1.1 Análise dos dados ausentes e valores atípicos (outliers)

Com os dados coletados, após serem organizados, montou-se um banco com auxílio de

uma planilha Excel. Seguidamente foi efetuado um pré-tratamento deles com o objetivo de

identificar dados ausentes e valores atípicos (outliers). A presença de dados ausentes foi

avaliada por observação através da ferramenta filtro do Excel. Identificaram-se assim 21 casos

com dados faltantes, no entanto, para esta pesquisa, optou-se pela abordagem de caso

completo. Conforme Hair Jr. et al. (2009) esta abordagem é mais simples e direta para lidar

com a falta de dados, uma vez que consiste em incluir somente observações com dados

completos. Eliminaram-se desta forma todos os casos que continham dados faltantes,

resultando em uma amostra de 213 agências. A eliminação dos casos com dados ausentes se

justifica, pois normalmente, os métodos de atribuição de valores às variáveis podem causar

algum tipo de viés em análise multivariada, o que se evitou com a opção adotada, que foi

possível ao considerar o tamanho da amostra, que possibilitando a eliminação das agências

que deixaram de responder alguma questão.

Na sequência foi observado que no banco de dados constavam valores digitados

incorretamente, ou seja, constando dois resultados numa mesma célula, no número de cinco

casos. No entanto, para este quesito e após a identificação, foi efetuado o ajuste do valor

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100

mediante a utilização da substituição pelo valor digitado mais próximo da mediana ou ela

própria.

Seguidamente se avaliou a presença de valores espúrios e extremos (outliers), que são

observações atípicas notavelmente diferentes de outras observações. A constatação se deu por

meio da função gráfica do software Statistica® com o gráfico Box-and-WhiskerPlots, ou

simplesmente Box Plots, utilizando mínimos e máximos, quartis inferior e superior e a

mediana. Os outliers foram calculados com um coeficiente de 1,5. Com tais procedimentos

foram encontrados alguns casos atípicos, que apresentaram tendências de respostas

unicamente em um dos extremos. No total houve cinco casos, porém eles não foram

eliminados da análise pelo fato de ser uma parcela de ínfima representatividade perante a

amostra válida.

4.1.2 Descrição dos Dados Levantados

4.1.2.1 Descrição da amostra

De acordo com o apresentado na metodologia, como não havia dados relativos à

percepção dos gestores das agências de viagens e turismo, foi necessário levantar tais

informações e construir o banco de dados para tese. Conforme o item sobre a especificação da

população e da amostra no capítulo da metodologia, a previsão era de 275 agências de viagens

e turismo brasileiras. O resultado dos contatos com as agências-alvo encontra-se descrito na

Tabela 1:

Tabela 1 – Resultado dos contatos com as agências-alvo

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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101

4.1.2.2 Descrição das Agências de Viagens e turismo e dos respondentes

Com o intuito de descrever o perfil dos participantes deste estudo, inicialmente foi

feita uma verificação quanto ao gênero destes respondentes conforme exibe Gráfico 1.

Gráfico 1 - Distribuição da amostra segundo o gênero

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012

Observando o Gráfico 1, que se refere ao gênero dos respondentes, nota-se uma

predominância de mulheres entre os respondentes. Outro fator relevante sobre a amostra é

revelado pelo cargo ou função do respondente, conforme expresso no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Distribuição da amostra quanto a sua forma de gestão

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012

O nível de escolaridade dos respondentes, que em sua maioria é o proprietário, sócio

ou gerente da Agência de Viagens, conforme exibido no Gráfico 3, mostra que 46% têm o

nível superior, seguido por aqueles que têm apenas o ensino médio.

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102

Gráfico 3 - Distribuição da amostra segundo a formação acadêmica

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Os Gráficos 4 e 5 apresentam os resultados para as seguintes perguntas “Em qual das

classificações você enquadraria sua agência? e Qual o tipo de Empresa?”

Gráfico 4 - Distribuição das agências da amostra quanto ao seu enquadramento

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Gráfico 5 - Distribuição das agências da amostra quanto ao seu tipo

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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103

A análise dos gráficos possibilita observar que maioria dos respondentes caracteriza-se

como micro empresas num total de 63%, e pequenas empresas com 31%. Quanto ao tipo

destas agências predominou como sendo própria, no montante de 88% dos respondentes

questionados.

Os Gráficos 6 e 7 mostram os resultados para os questionamentos “Qual o principal

foco turístico da agência? e Qual o segmento de atuação (atividade principal) da sua

agência?”

Gráfico 6 - Distribuição das agências da amostra quanto ao seu foco turístico

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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104

Gráfico 7 - Distribuição das agências da amostra quanto ao seu segmento de atuação

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Buhalis e Licata (2002) apontam que poucas empresas buscam se concentrar em

algum nicho de especialização, a maior parte continua vendendo todo tipo de produto ou

serviço de viagem. O principal foco turístico de um percentual de 41% das agências

pesquisadas está na venda de produtos e serviços de viagens genéricos, ou seja, não foca em

um segmento específico. Outros 22% revelam que as agências trabalham com serviços

nacionais e internacionais, e 18% atuam na venda de serviços nacionais, internacionais e

cruzeiros.

Observam-se nas análises dos gráficos os expressivos57% das agências que atuam no

segmento de emissivos e receptivos, como também os 31% das agências que trabalham

exclusivamente no mercado emissivo, enquanto que no mercado receptivo apenas 6%. A

atividade operadora que representa 3% ocupa a quarta posição no ranking das principais áreas

de atuação. As Agências caracterizam-se pela atuação diversificada.

O Gráfico 8 reflete o tempo de trabalho do entrevistado na agência pesquisada.

Observa-se que 68% dos respondentes possuem tempo de trabalho inferior a 10 anos.

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105

Gráfico 8 - Distribuição da amostra segundo tempo de trabalho nas agências

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

4.1.3 Análise Descritiva Inicial da Amostra

A análise descritiva da amostra foi realizada no intuito de se obter uma visão

panorâmica sobre as distribuições dos dados obtidos. De acordo com Malhotra (2001) realizar

a análise prévia das variáveis em estudo é fundamental para que os problemas sejam

antecipados e soluções coerentes sejam propostas. Dentre as medidas descritivas de interesse

Hair Jr. et al. (2009) afirmam que as que se referem à assimetria são importantes para o tipo

de pesquisa prevista. Valores fora do intervalo -1 a +1 indicam uma distribuição

substancialmente assimétrica. Já a medida de curtose que se refere à elevação ou achatamento

de uma distribuição quando comparada com uma distribuição normal, apresenta valores

positivos em excesso quando indica uma distribuição relativamente elevada ou muito

concentrada em torno da média, e um valor negativo para indicar uma distribuição

relativamente achatada, ou seja, dispersa.

Com o intuito de garantir tal aspecto são apresentadas as tabelas contendo os

resultados descritivos das variáveis observáveis relativas aos construtos a serem testados na

modelagem de equações estrutural. Cada tabela apresenta os valores mínimos e máximos, o

valor da média, do desvio padrão, e as medidas de assimetria e curtose para cada indicador. A

Tabela 2 refere-se à análise descritiva da amostra para os indicadores do construto de

capacidade dinâmica de absorção.

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106

Tabela 2 - Análise descritiva dos indicadores do construto capacidade dinâmica de Absorção

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A partir da Tabela 2 é possível constatar que as respostas do banco de dados referentes

à dimensão de Aquisição nos indicadores (Aq2, Aq4 e Aq5) não receberam nota mínima (1)

que corresponde a “discordo totalmente”. Por outro lado, todos os indicadores receberam nota

máxima se referindo a “concordo totalmente”. Quanto à assimetria das “Aq5” e “Aq1” são

aquelas que apresentam valores mais altos com -0,42245 e -0,37477respectivamente. Em

relação à curtose os indicadores que apresentam os valores mais altos são os dos indicadores

“Aq2” com valor de 0,02917 e “Aq5” com valor 0,00249.

Na dimensão de Assimilação todas as respostas receberam notas mínimas e máximas.

Considerando a assimetria com valores mais elevados estes apareceram respectivamente nos

indicadores “As6” com valor igual a -0,86816 e “As9” com valor de -0,787797. Já a curtose

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107

apresentou valores mais elevados nos indicadores “As9” com valor de 1,0864 e “As6” com

valor de 0,76508.

Já na dimensão de Transformação constam que todos os indicadores receberam notas

mínimas e máximas, e que a assimetria dos indicadores “Tr11” e “Tr10” são de -1,08582 e -

0,88556, respectivamente. Quanto à curtose os indicadores com valores mais elevados foram

“Tr10” e “Tr11” com valores de 1,13314 e 1,71855, respectivamente.

Na última dimensão do construto, referente à Exploração, há notas mínimas e

máximas. Quanto à assimetria e quanto à curtose apresentaram maiores valores nos

indicadores “Ex15”, “Ex19”, “Ex15” e “Ex16” e com valores -0,35330, 0,34197, -0,77738 e -

0,58978, respectivamente. A Tabela 3 apresenta à análise descritiva da amostra para os

indicadores do construto de capacidade dinâmica de inovação.

Tabela 3 - Análise descritiva dos indicadores do construto capacidade dinâmica de Inovação

Fonte: Dados da Pesquisa (2002)

Conforme a teoria Hair Jr. et al. (2005) todos os indicadores do construto capacidade

dinâmica de inovação, podem ser considerados normais, uma vez que não apresentam

assimetria acima de +- 1 e de curtose de acima de +- 2 e têm suas notas mínimas e máximas.

A Tabela 4 refere-se à análise descritiva da amostra para os indicadores do construto de

Orientação Empreendedora.

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108

Tabela 4 - Análise descritiva dos indicadores do construto Orientação Empreendedora

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Os indicadores “Pr30”, “Pr32”, “Pr33”, “In37” e “Ar42” não receberam notas

mínimas, por outra parte todas as respostas receberam nota máxima. Quanto à assimetria e

curtose estes podem ser considerados normais. A Tabela 5 refere-se à análise descritiva da

amostra para os indicadores das dimensões ambientais (munificência, dinamismo e

complexidade).

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109

Tabela 5 - Análise descritiva dos indicadores do construto das dimensões do ambiente

(munificência, dinamismo e complexidade)

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Com base nos dados da tabela, pode-se observar que os indicadores “Mu48” e “Di52”,

não receberam notas mínimas, porém todos os indicadores obtiveram nota máxima. Quanto à

assimetria e curtose estes podem ser considerados normais. A Tabela 6 apresenta a análise

descritiva do construto Desempenho, onde os valores tabelados resultaram do produto da nota

dada à frequência vezes a intensidade. Assim o mínimo e o máximo possíveis são 7 e 49

Tabela 6 - Análise descritiva dos indicadores do construto do Desempenho

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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110

É importante esclarecer que no construto original de desempenho do questionário

aplicado, constava a mensuração em duas categorias: importância e satisfação com seus

respectivos indicadores, porém, no decorrer da pesquisa, optou-se por trabalhar essas duas

variáveis como medida composta. Doravante, o desempenho organizacional nesta tese, é

trabalhado desta maneira, multiplicando o valor dado à importância pelo da satisfação.

4.1.4 Verificação da Normalidade e da Linearidade e Homocedasticidade

4.14.1 Análise da Normalidade

A verificação da normalidade foi feita pelo teste de Komogorov-Smirnov indicando

que os 64 indicadores apresentaram desvio de normalidade, e que do total das variáveis, 50

apresentaram assimetria negativa o que corresponde a uma percentual de 78,13%, sendo o

menor valor de -1,086. Já os 14 indicadores, que corresponde a um percentual de 21,87%,

tendo como coeficiente de menor valor 0,342. Como esse fato é relativamente comum nas

pesquisas deste assunto, assim, foi decido manter todas as variáveis.

4.1.4.2 Análise de Linearidade e Homocedasticidade

A linearidade foi avaliada através de diagramas de dispersão cruzando os itens de cada

construto ou dimensão do construto entre si. Só houve itens sem correlação na aquisição do

conhecimento e na complexidade ambiental. Isto também se pode verificar pela análise

fatorial exploratória, porque para esses construtos foram extraídos dois fatores. Seguidamente

se gerou a matriz de correlações entre todos os itens obtendo-se correlações significativas (p <

0,05) em mais de 51% dos casos.

4.2 Análise do Modelo de Mensuração

Uma vez realizado o exame e a preparação dos dados, partiu-se para a estimação do

modelo, devendo-se, portanto, atentar aos ajustes específicos do modelo de mensuração e do

estrutural. Seguindo as recomendações usualmente sugeridas, por exemplo, Hair Jr. et al.

(2009), a sequência utilizada nesta análise, para avaliar se existe congruência entre os

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111

resultados esperados para o instrumento de mensuração e os construtos que se pretende medir,

apresentam-se através de quatro etapas:

� Análise fatorial exploratória para avaliação da unidimensionalidade dos construtos – a

análise da dimensionalidade é um indicativo do número de fatores latentes que existe

em uma determinada escala, demonstrando o número de causas comuns subjacentes a

elas, isto quer dizer, avaliar a unidimensionalidade consiste em verificar se os

indicadores reflexivos estabelecidos representam de fato um único construto.

� Teste de Confiabilidade – cujo objetivo é o de identificar se os construtos produzem

resultados coerentes em termos das medidas realizadas a partir de seus indicadores, ou

seja, a confiabilidade indica o “grau em que um conjunto de indicadores de construtos

latentes é consistente em suas mensurações” (HAIR JR. et al., 2005, p. 467).

� Análise fatorial confirmatória com cada construto e seus indicadores com o objetivo

de construção do modelo de mensuração.

� Análise fatorial confirmatória entre as dimensões de cada construto com a finalidade

de construção do modelo de mensuração.

4.2.1 Análise da Dimensionalidade

Com a finalidade de avaliar a unidimensionalidade de cada construto, empregou-se a

Análise fatorial Exploratória (AFE), utilizando os softwares Statistica® e SPSS®. Esta análise

foi utilizada para verificar se cada variável do construto se relaciona com um único fator e se

elas estão bem correlacionadas entre si, indicando uma única dimensão ou fator. O primeiro

passo foi escolher a matriz de correlações, com essa decisão todas as questões passam a ter o

mesmo peso. Para decidir pelo número de fatores a serem extraídos se optou pelo critério

Kaiser, de modo que só os fatores derivados de autovalores maiores ou iguais a 1 foram

considerados. Por sua vez, os itens para serem incluídos entre os que refletem o construto

devem possuir uma carga fatorial mínima de 0,7, em módulo, o que equivale a uma

comunalidade aproximada de 0,50. A seguir são apresentados os resultados da análise para os

indicadores de cada construto envolvido nesta pesquisa.

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112

4.2.1.1 Capacidade dinâmica de Absorção

A Tabela 7 apresenta a correlação entre os indicadores das dimensões Aquisição,

Assimilação, Transformação e Exploração do construto Capacidade Dinâmica de Absorção, a

comunalidade extraída em cada indicador de cada dimensão, o valor da medida de adequação

da amostra (MSA) para cada indicador, e as cargas obtidas por cada indicador no fator único

extraído.

Analisando a Tabela 7 pode-se observar que todos os indicadores apresentam

correlação positiva com os demais. A comunalidade indica o percentual de variância do item

que compartilha com os demais, podendo ser tomado como indicador da confiabilidade de

cada item, devendo estar preferencialmente acima de 0,5 (HAIR Jr. et al., 2009). Percebe-se

que a maioria dos indicadores para este construto apresenta comunalidade acima de 0,50, o

que sugere que os indicadores representam adequadamente o construto. No entanto, há

indicadores da dimensão Transformação “Tr12” e “Tr13”, como da dimensão Exploração

“Ex17” que apresentaram valor de comunalidade abaixo do recomendado (0,199; 0,459;

0,297, respectivamente).

Em relação à carga fatorial, consideram-se valores acima de 0,70 como o ideal,

contudo, valores acima de 0,5 podem ser considerados aceitáveis segundo a natureza da

pesquisa (HAIR JR. et al., 2005) e pela validade de face do indicador, obtido a partir de ampla

revisão teórica. Após a extração verificou-se que a maioria dos indicadores apresentava

valores acima do índice considerado ideal ou aceitável, sendo para tanto necessário considerar

a exclusão dos indicadores Aq1(0,287), Aq3(0,301), Tr12 (0,446) e Ex 17 (0,545), uma vez

que seus valores estão relativamente abaixo do aceitável.

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113

Tabela 7- Correlações, cargas e índices dos indicadores das dimensões: Aquisição,

Assimilação, Transformação e Exploração da Capacidade Dinâmica de Absorção (CDABS).

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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114

Assim, após a exclusão dos indicadores com valores baixos, optou-se por refazer a

análise fatorial conforme está apresentado na Tabela 8, que exibe os resultados dos testes de

Kaiser-Meyer-Olkin e de esfericidade de Bartlett, após a exclusão dos indicadores “Aq1”,

“Aq2”, “Tr12” e Ex 17.

Tabela 8 - Teste de adequação da escala da dimensão Aquisição, Assimilação,

Transformação e Exploração após a exclusão dos indicadores “Aq1”, “Aq3”, “Tr12” e

“Ex17”

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Os testes de esfericidade de Bartlett apresentaram uma significância de 0,000<0,05,

para todos dos indicadores das dimensões e a medida de adequação da amostra de Kaiser-

Meyer-Olkin alcançou valores de 0,690; 0,720; 0,734 e 0,775>0,6, e que os alfas de Cronbach

apresentaram valores para as dimensões de 0,761, 0,803, 0,731 e 0,801 respectivamente, o

que mostra que os valores recomendados foram atingidos e, consequentemente, a

fatoriabilidade da matriz foi confirmada. A Tabela 9 apresenta o processo de extração de

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115

fatores, realizado através do método de componentes principais, gerada pelo software

SPSS®18.0, após a exclusão dos indicadores “Aq1”, “Aq3”, “Tr12” e “Ex17”, usando o

critério de Kaiser para o número de fatores a extrair, ou seja, apresentar os fatores que tenham

autovalor acima de 1.

Tabela 9 - Variância explicada na AFE dos indicadores da dimensão Aquisição, Assimilação,

Transformação e Exploração.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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116

Como se pode observar só se reteve um único fator para cada dimensão que teve um

autovalor maior que 1 (2,029; 2,524; 2,230; e, 2,510>1,00) e a variância explicada por ele

(67,639%; 63,088%; 55,748; e, 62,751%) supera o mínimo recomendado de 50%, mostrando

dessa forma que há consistência da medida.

4.2.1.2 Capacidade dinâmica de Inovação

A Tabela 10 demonstra a correlação entre os indicadores das dimensões Capacidade

Gerencial e Capacidade de Serviços do construto Capacidade Dinâmica de Inovação, a

comunalidade extraída em cada indicador de cada dimensão, o valor da medida de adequação

da amostra (MSA) para cada indicador, e as cargas obtidas por cada indicador no fator único

extraído.

Tabela 10 - Correlações, cargas e índices dos indicadores da dimensão capacidade gerencial e

capacidade de serviços da Capacidade Dinâmica de Inovação.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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117

Na análise da Tabela 10 se verifica que a variável Ge23 tem um valor de MSA

relativamente alto de 0,810, mas observando as correlações dessa variável com as demais se

pode notar que ela não se relaciona com as outras, pois seus coeficientes são todos baixos. Em

relação à carga fatorial e seu valor ao quadrado, ou seja, a comunalidade, estes não atingem os

valores mínimos recomendados para manter esse item na amostra final. Isto é, não chegam ao

valor em módulo de 0,7 e a 0,5, respectivamente. Os demais indicadores mantiveram seus

índices acima do limite recomendado. A Tabela 11 apresenta o teste de Bartlett e a medida de

Kaiser-Meyer-Olkin após a exclusão do indicador “Ge23”.

Tabela 11 - Teste de adequação da escala da dimensão capacidade gerencial e capacidade de

serviços, após a exclusão do indicador “Ge23”

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Os testes de esfericidade de Bartlett demonstram uma significância de 0,000<0,05 para

ambas, e o KMO de Kaiser, Meyer e Olkin, apresenta valores de 0,806 e 0,826>0,6, e que os

alfas de Cronbach apresentaram valores para as dimensões de 0,837 e 0,880 respectivamente,

apontando que os valores recomendados foram atingidos e, consequentemente, se pode fazer a

análise fatorial.

Realizada uma AFE com o método de componentes principais para a extração dos

fatores, que não requer multinormalidade, e usando o critério de Kaiser para a retenção dos

fatores, isto é, autovalores maiores do que 1,000 por usar a matriz de correlações para seu

cálculo, se verifica a unidimensionalidade. A Tabela 12 apresenta o processo de extração de

fatores, gerada após a exclusão do indicador “Ge23”.

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118

Tabela 12 - Variância explicada na AFE dos indicadores da dimensão capacidade gerencial e

capacidade de serviços.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Só se reteve um único fator,para cada dimensão, que teve um autovalor maior que 1

(2,690 e 2,960>1,00) e a variância explicada por eles (67,274% e 74,003%) superam o

mínimo recomendado de 50%.

4.2.1.3 Orientação Empreendedora

A Tabela 13 demonstra a correlação entre os indicadores das dimensões Proatividade,

Inovatividade e Assunção de Riscos do construto Orientação Empreendedora, a comunalidade

extraída em cada indicador de cada dimensão, o valor da medida de adequação da amostra

(MSA) e as cargas obtidas por cada indicador no fator único extraído.

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119

Tabela 13 - Correlações, cargas e índices dos indicadores das dimensões: Proatividade,

Inovatividade e Assunção de Riscos da OE.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012).

A análise fatorial efetuada mostrou valores altos para as comunalidades extraídas da

maioria dos indicadores, sendo verificado, entretanto, que os indicadores “Pr32”, “In35” e

“Ar42” apresentaram valores inferiores ao recomendado. Ou seja, menos de 50% da sua

correlação compartilhada com os outros itens participantes, sendo, por esta razão, excluídos

das análises subsequentes.

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120

Após a retirada dos indicadores “Pr32”, “In35” e “Ar42” foi efetuado novo

procedimento de análise fatorial. A Tabela 14 apresenta o teste de Bartlett e a medida de

Kaiser-Meyer-Olkin após a exclusão dos indicadores.

Tabela 14 - Teste de adequação da escala da dimensão: Proatividade, Inovatividade e

Assunção de Riscos, após a exclusão dos indicadores

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 15 apresenta o processo de extração de fatores utilizando o método dos

componentes principais e o critério de Kaiser, no qual apenas os fatores com autovalores

acima de 1 são apresentados. Os alfas de Cronbach das dimensões apresentaram valores de

0,819, 0,819 e 0,800 respectivamente, o que significa que os valores recomendados foram

atingidos.

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121

Tabela 15 - Variância explicada na AFE dos indicadores da dimensão: Proatividade,

Inovatividade e Assunção de Riscos.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observa-se que para cada dimensão, só se reteve um único fator, que todas as

dimensões tiveram um autovalor maior que 1, e a variância explicada por eles superam o

mínimo recomendado de 50%.

4.2.1.4 Ambiente Organizacional

A Tabela 16 exibe as correlações entre os indicadores dos construtos Munificência,

Complexidade e Dinamismo, a comunalidade extraída para os indicadores de cada dimensão

do ambiente, o valor da medida de adequação da amostra (MSA) e as cargas obtidas por cada

indicador no fator único extraído.

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122

Tabela 16 - Correlações, cargas e índices dos indicadores dos construtos: Munificência,

Dinamismo e Complexidade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Analisando a Tabela 16 pode-se observar que todos os indicadores apresentam

correlação positiva com os demais. Em relação às cargas fatoriais e às comunalidades

extraídas, as maiorias dos valores se situaram acima do índice aceitável, com exceção dos

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123

indicadores “Mu48”, “Di52”, “Co55” e “Co57” que não alcançaram tal índice sendo, portanto

excluídos da análise.

Após a retirada dos indicadores “Mu48”, “Di52”, “Co55” e “Co57” foi efetuado novo

procedimento de análise fatorial. A Tabela 17 apresenta o teste de Bartlett e a medida de

Kaiser-Meyer-Olkin após a exclusão dos indicadores.

Tabela 17 - Teste de adequação da escala dos construtos Munificência, Dinamismo e

Complexidade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 18 apresenta o processo de extração de fatores utilizando o método dos

componentes principais e o critério de Kaiser, no qual apenas os fatores com autovalores

acima de 1 são apresentados. Os alfas de Cronbach das dimensões apresentaram valores de

0,876, 0,781 e 0,868 respectivamente, o que significa que os valores recomendados foram

atingidos.

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124

Tabela 18 - Variância explicada na AFE dos indicadores dos construtos Munificência,

Dinamismo e Complexidade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Percebe-se pela análise da tabela que os fatores únicos extraídos conseguem explicar

mais de 50%, mostrando que existe consistência da medida.

4.2.1.5 Desempenho Organizacional

A Tabela 19 mostra a correlação entre os indicadores do construto desempenho, a

comunalidade extraída em cada indicador do construto desempenho, o valor da medida de

adequação da amostra para cada indicador, e as cargas obtidas por cada indicador no fator

único extraído.

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125

Tabela 19 - Correlações, cargas e índices dos indicadores do desempenho(Importância x Satisfação).

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observando a Tabela 19, é possível verificar que o indicador “DG” apresentou valores

da carga fatorial menor que 0,5 e da comunalidade abaixo de 0,70, no entanto, observa-se que

faltou apenas 0,038 e 0,061 para atingir os índices recomendados. Ainda pode-se observar que

o valor do MSA é bem maior que 0,6. Os testes KMO e de esfericidade de Bartlett, feitos

com os cinco indicadores do desempenho, são mostrados na Tabela 20.

Tabela 20 - Teste de adequação da escala do construto Desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observando os valores tabelados verifica-se que os dados permitem fazer a análise

fatorial para avaliar a unidimensionalidade do construto desempenho. Na Tabela 21 mostram-

se os autovalores extraídos e o retido pelo critério de Kaiser. O alfa de Cronbach do construto

Desempenho apresenta valor de 0,827, o que significa que os valores recomendados foram

atingidos.

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126

Tabela 21 - Variância explicada na AFE dos indicadores de desempenho mantidos.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012).

4.3 Análise Fatorial Confirmatória

Após definidas as variáveis mais bem relacionadas com cada fator, com a análise

fatorial exploratória, foi realizada a análise fatorial confirmatória, utilizando o software

AMOS® 16.0 com o intuito de verificar a validade dos construtos envolvidos no modelo de

mensuração. Dado o conhecimento sobre as relações entre os construtos, procedeu-se à

validação individual de cada um dos construtos, de acordo com a análise de adequação dos

índices de ajuste e a busca de evidências de validade convergente.

A análise fatorial confirmatória envolveu a análise dos índices de ajuste e análise da

validade convergente. Os índices de ajuste que foram utilizados são: valores do qui-quadrado,

qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade, CFI, NFI e TLI. Como parâmetros aceitáveis,

temos a significância qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade maior do que a

significância do teste (p > α) e o valor da relação menor ou igual a três, CFI, NFI e TLI maior

ou igual a 0,90 (HAIR JR. et al., 2005).

De acordo com os objetivos da tese, optou-se por analisar os modelos de medida de

cada construto nas amostras, total e de cada grupo individualmente, de forma a se avaliar mais

detalhadamente os indicadores que integram as variáveis latentes, de acordo com

recomendações dos autores (KLINE (2005) e HAIR JR. et al. (2005).

A análise de cada um destes modelos é mostrada a seguir e após será apresentado o

modelo completo, ocultando os indicadores.

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127

4.3.1 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Absorção (CDABS) –

Aquisição

A dimensão Aquisição foi medida por 5 itens do questionário tais como “Aq1”,

“Aq2”; “Aq3”, “Aq4” e “Aq5” que constavam no modelo inicial, conforme pode ser

observado na Figura 8.

Figura 8 – Modelo inicial do Construto Aquisição

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

No entanto, após a AFE foram retirados deste modelo dois indicadores, uma vez que

apresentaram baixas comunalidades e suas cargas não obtiveram valores significativos.

Assim, ficando desta forma, o construto com apenas três indicadores “Aq2”, “Aq4” e “Aq5” a

serem inseridos no modelo de mensuração de Aquisição. No entanto, Hair Jr. et al.(2009)

apontam que, para se verificar os índices de adequações para a amostra haveria (ideal) de ter

um número mínimo de quatro indicadores para cada variável latente, pois desta maneira se

teria mais graus de liberdade do que estimativas a serem calculadas. Os autores ainda

argumentam que o número mínimo de indicadores para que se possam rodar modelos

estruturais são de três, porém com este número fica inviável o teste de ajuste do modelo, pois

se tem um número de graus de liberdade idêntico ao de estimativas a serem calculadas. Desta

maneira, para o construto aquisição não são apresentadas as estatísticas de ajuste, mas apenas

na Tabela 22 os valores das cargas dos itens sobre o construto.

Tabela 22 - Cargas padronizadas dos indicadores de Aquisição

Indicador Estimativa

Aq2 0,778

Aq4 0,677

Aq5 0,688 Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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128

Hair Jr. et al. (2009) sugerem 0,500 como valor mínimo para as cargas padronizadas

para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto.A Figura 9 apresenta

o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

Figura 9 - Modelo de mensuração do construto Aquisição.

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

4.3.2 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Absorção (CDABS) –

Assimilação

Os indicadores originais “As6”, “As7”, “As8” e “As9”, conforme Figura 10, que

mensuravam a dimensão de Assimilação permaneceram todos por terem em sua carga valores

significativos, sendo desta forma todos inseridos no modelo de mensuração.

Figura 10 – Modelo inicial do Construto Assimilação

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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129

A Tabela 23 apresenta o ajuste baseado na estatística Qui2 para o construto

Assimilação da CDABS.

Tabela 23 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Assimilação.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Foram analisadas as medidas de adequação das análises confirmatórias para a amostra,

exposta na Tabela 23. Verifica-se que as medidas obtidas foram significativas, com valores

acima do recomendado, com exceção do TLI que apresentou um valor muito próximo do

recomendado, ao igual que a significância do Qui2/GL. Consequentemente, os resultados

encontrados sugerem que os modelos de medidas do construto Assimilação, em toda a

amostra testada, representariam as relações entre as variáveis apresentadas, sugerindo que o

modelo de mensuração para o construto esta confirmado. A Figura 11 apresenta o diagrama

do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

Figura 11 - Modelo de mensuração do construto Assimilação.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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130

4.3.3 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Absorção (CDABS) –

Transformação

Dos indicadores originais “Tr10”, “Tr11”, “Tr12” “Tr13” e “Tr14”, conforme Figura

12, que mensuravam a dimensão de Transformação, foi eliminado o indicador “Tr12” que

teve seu valor abaixo do recomendado, desta forma os restantes foram inseridos no modelo de

mensuração.

Figura 12 – Modelo inicial do Construto Transformação

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 24 apresenta o ajuste baseado na estatística Qui² para o construto

Transformação da CDABS assim como os outros indicadores selecionados (CFI, TLI e NFI).

Tabela 24 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Transformação.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Conforme se observa na Tabela 24, com exceção da significância do Qui2/GL, todas as

outras medidas obtidas foram significativas, com valores acima do recomendado, sugerindo

que o modelo de mensuração para o construto esta confirmado. A Figura 13 apresenta o

diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

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131

Figura 13 - Modelo de mensuração do construto Transformação.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.4 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Absorção (CDABS) –

Exploração

Dos indicadores iniciais “Ex15”, “Ex16”, “Ex17” “Ex18” e “Ex19” que mensuravam a

dimensão de Exploração, conforme se exibe na Figura 14, foi excluído o indicador “Ex17”

que teve valor de comunalidade abaixo do recomendado. Os restantes permaneceram para

serem inseridos no modelo de mensuração, uma vez que tiveram carga fatorial com valores

significativos.

Figura 14 – Modelo inicial do Construto Exploração

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 25 apresenta os diversos indicadores para o construto Exploração da

CDABS.

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132

Tabela 25 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Exploração.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observa-se que todas as medidas obtidas foram significativas, com valores acima do

recomendado, com exceção do índice TLI, no entanto, seu valor encontra-se muito próximo

ao índice recomendado, sugerindo que o modelo de mensuração para o construto esta

confirmado. A Figura 15 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas

padronizadas.

Figura 15 - Modelo de mensuração do construto Exploração.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.5 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Inovação (CDINOV)

– Capacidade Gerencial

Na Figura 16 são apresentados os indicadores “Ge20”, “Ge21”, “Ge22”, “Ge23” e

“Ge24” que representam o construto capacidade gerencial. O indicador “Ge23”, que constava

no modelo inicial, foi retirado deste modelo de medidas finais, pois sua correlação com o fator

não apresentou em valores significativos.

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133

Figura 16 – Modelo inicial do Construto Capacidade Gerencial.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 26 exibe os indicadores obtidos para o construto Capacidade Gerencial da

CDINOV.

Tabela 26 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Capacidade dinâmica de Inovação – Capacidade Gerencial.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Constata-se que as medidas de adequação, das análises confirmatórias para este

construto, apresentadas na Tabela 26 foram significativas. Os resultados exposto indicariam

que os modelos de medidas do construto Capacidade Gerencial, refletiriam as relações entre

as variáveis apresentadas. A Figura 17 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com

as estimativas padronizadas.

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134

Figura 17 - Modelo de mensuração do construto Capacidade Gerencial.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.6 Validação Individual do Construto Capacidade Dinâmica de Inovação (CDINOV)

– Capacidade de Serviços

Na Figura 18 são apresentados os indicadores “Se25”, “Se26”, “Se27” e “Se28” que

representam o construto capacidade de serviços.

Figura 18 – Modelo inicial do Construto Capacidade de Serviços.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 27 exibe os indicadores obtidos para o construto Capacidade de Serviços da

CDINOV.

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135

Tabela 27 -Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto Capacidade dinâmica de Inovação – Capacidade de Serviços.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Conforme exposto na Tabela 27 todos os indicadores são adequados, com exceção do

Qui2/GL, que é superior ao esperado. Ainda assim, o modelo de mensuração para o construto

se considera confirmado. A Figura 19 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as

estimativas padronizadas.

Figura 19 - Modelo de mensuração do construto Capacidade de Serviços

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.7 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora (OE) –

Proatividade

Na Figura 20 a seguir são apresentados os indicadores “Pr29”, “Pr30”, “Pr31” “Pr32”

e “Pr33” que representam o construto Proatividade. O indicador “Pr32”, que constava no

modelo inicial, foi retirado deste modelo de medidas finais, pois sua carga fatorial não teve

significância.

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136

Figura 20 – Modelo inicial do Construto Proatividade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A Tabela 28 apresenta os indicadores calculados para o construto Proatividade

Tabela 28 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto OE - Proatividade

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observa-se que todas as medidas obtidas foram significativas, com valores acima do

recomendado, sugerindo que o modelo de mensuração para o construto esta confirmado. A

Figura 21 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas

Figura 21 - Modelo de mensuração do construto Proatividade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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137

4.3.8 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora (OE) –

Inovatividade

Na Figura 22 são apresentados os indicadores “In34”, “In35”, “In36” “In37” “In38” e

“In39” que representam o construto Inovatividade. O indicador “In35”, que constava no

modelo inicial, foi retirado do modelo de medidas finais, pois sua carga fatorial foi menor do

que é recomendado.

Figura 22 – Modelo inicial do Construto Inovatividade

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Na Tabela 29 são apresentados os indicadores para o construto Inovatividade

Tabela 29 -Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto OE - Inovatividade

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Todos os valores tabelados estão de acordo com os valores recomendados e assim

confirmam o modelo de mensuração deste construto, entretanto os indicadores CFI e TLI

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138

aparecem sobre-estimados. A Figura 23 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com

as estimativas padronizadas.

Figura 23 - Modelo de mensuração do construto Inovatividade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.9 Validação Individual do Construto Orientação Empreendedora (OE) – Assunção

de Riscos

Na Figura 24 são apresentados os indicadores “Ar40”, “Ar41”, “Ar42” “Ar43” e

“Ar44” que representam o construto Assunção de Risco. O indicador “Ar42”, foi excluído em

função de sua carga fatorial não ter valores significativos.

Figura 24 – Modelo inicial do Construto Assunção de Riscos

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Na Tabela 30 se apresentam os indicadores obtidos para o construto Assunção de

Riscos.

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139

Tabela 30 -Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto OE – Assunção de Riscos

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Como se pode observar na Tabela 30todos os indicadores são adequados em relação

ao recomendado na bibliografia sobre modelagem em equações estruturais. A Figura 25

apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

Figura 25 - Modelo de mensuração do construto Assunção de Riscos.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.10 Validação Individual da dimensão Munificência do Construto Ambiente

Organizacional (AO)

Os indicadores iniciais que representa o construto munificência foram “Mu45”,

“Mu46”, “Mu47”, “Mu48” e “Mu49”. No entanto, o indicador “Mu48”, que constava no

modelo inicial, mostrado na Figura 26, foi retirado deste modelo, uma vez que sua carga

fatorial não apresentou valores significativos.

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140

Figura 26 – Modelo inicial da Dimensão Munificência

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

O calculo dos indicadores para a dimensão Munificência são expostos na Tabela 31.

Tabela 31 -Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto AO – Munificência

Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Observando a Tabela 31 pode-se notar que todos os indicadores são satisfatórios,

indicando que o modelo de mensuração é adequado. A Figura 27 apresenta o diagrama do

modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

Figura 27 - Modelo de mensuração da Dimensão Munificência.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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141

4.3.11 Validação Individual da Dimensão Dinamismo do Construto AO

Os indicadores iniciais que representa a dimensão dinamismo foram “Di50”, “Di51”,

“Di52”, “Di53” e “Di54”, como se mostra na Figura 28. No entanto, o indicador “Di52”, que

constava no modelo inicial, foi retirado deste modelo, uma vez que sua carga fatorial foi não

significativa.

Figura 28 – Modelo inicial da dimensão Dinamismo

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Na Tabela 32 são apresentados os índices de ajuste do modelo de mensuração da

dimensão dinamismo.

Tabela 32 - Índices de ajuste do modelo de mensuração da dimensão dinamismo.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Ao igual que para a Munificência todos os atingem os indicadores atingem os valores

sugeridos, mas CFI, TLI aparecem sobre-estimados. A Figura 29 apresenta o diagrama do

modelo de mensuração com as estimativas padronizadas.

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142

Figura 29 - Modelo de mensuração da dimensão Dinamismo

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.12 Validação Individual da dimensão Complexidade do Construto AO

Os indicadores iniciais que representam a dimensão complexidade foram “Co55”,

“Co56”, “Co57”, “Co58” e “Co59”, como se exibe na Figura 30. No entanto, foram excluídos

dois indicadores “Co55” e “Co57” que constavam no modelo inicial, por serem extraídos por

um segundo fator. De esse modo a dimensão fica representada por apenas três indicadores a

serem inseridos no modelo de mensuração.

Figura 30 – Modelo inicial da dimensão Complexidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Desta forma, para a dimensão complexidade não são apresentadas as estatísticas de

ajuste, mas apenas os valores das cargas padronizadas dos itens sobre o construto na Tabela

33.

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143

Tabela 33 - Cargas padronizadas dos indicadores da dimensão complexidade

Indicador Estimativa

Co56 0,771

Co58 0,817

Co59 0,892 Fonte: Dados da Pesquisa

A Figura 31 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas

padronizadas.

Figura 31: Modelo de mensuração da dimensão Complexidade.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.3.13 Validação Individual do Construto Desempenho

Os indicadores que representam o construto desempenho, conforme se mostra na

Figura 32, foram “D1”, “D2”, “D3”, “D4” e “DG”, e todos foram mantidos embora que o DG

estava ligeiramente abaixo do sugerido.

Figura 32 – Modelo inicial do Construto Desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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144

A Tabela 34 apresenta os índices de ajuste do modelo de mensuração do construto

desempenho.

Tabela 34 - Índices de ajuste do modelo de mensuração do construto desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Observa-se que o valor de Qui2/GL está muito elevado, mas os demais índices de

ajuste são aceitáveis ou, no caso do TLI, próximo do valor esperado. Por tal razão se

considera que o modelo de mensuração é adequado. A Figura 33 apresenta o diagrama do

modelo de mensuração do desempenho com as estimativas padronizadas.

Figura 33 - Modelo de mensuração do construto Desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.4 Modelo de Mensuração Geral das Variáveis Latentes Exógenas

A Figura 34 apresenta o modelo de mensuração geral de maneira simplificada. Estão ocultos

os indicadores de cada construto, estando visíveis elementos visuais dos construtos e de suas

covariâncias.

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145

Figura 34 – Construtos latentes do modelo geral de mensuração

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

O modelo de mensuração das variáveis latentes exógenas inclui as relações entre estas

(cada dimensão do construto) variáveis com seus indicadores ou variáveis empíricas. O único

construto endógeno é o de desempenho, que nesta etapa não foi mensurado uma vez que isso

aconteceu no tópico anterior.

Nos diagramas, que estão apresentados nos tópicos (4.2.4.1, 4.2.4.2, 4.2.4.3, 4.2.4.4),

cada elipse representa um construto do modelo de mensuração, enquanto cada seta curva de

duas pontas representa uma relação de covariância. A seguir são apresentados os resultados da

análise do ajuste do modelo geral de mensuração de cada construto através das relações de

cada dimensão.

4.4.1 Modelo de mensuração do construto capacidade dinâmica de absorção

Para representar as quatro dimensões da variável exógena “capacidade dinâmica de

absorção”, foram utilizadas 15 variáveis empíricas/observáveis sendo elas Aq2, Aq4, Aq5,

As6, As7, As8, As9, Tr10, Tr11, Tr13, Tr14, Ex15, Ex16, Ex18, Ex19. A Figura 35 mostra a

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146

representação da análise fatorial confirmatória do construto capacidade de absorção, através

de um diagrama de caminho realizado por meio do software AMOS.

Figura 35 – Modelo da análise fatorial confirmatória do construto capacidade dinâmica de

absorção

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Os valores que se observam nas flechas que vão desde as variáveis latentes para as

variáveis observáveis são os pesos fatoriais padronizados. Por outro lado, os valores

observados nas flechas bidirecionais entre as variáveis latentes são as correlações entre estas

variáveis. Como se podem notar, com exceção da correlação entre as dimensões aquisição e

exploração que mesmo sendo positiva evidenciam um grau de significância fraco do ponto de

vista prático, todas as outras variáveis apresentam correlações positivas e significativas. Que é

o primeiro passo para considerar o modelo inicial como aceitável, e pode ser corroborado com

distintos índices de ajustes do modelo. A Tabela 35 apresenta alguns destes índices de bom

ajuste.

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147

Tabela 35 - Índices de ajuste geral do construto capacidade de absorção.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Nota-se que, todos os indicadores de ajuste estão dentro do que se espera para um

modelo ajustado.

4.4.2 Modelo de mensuração do construto capacidade dinâmica de Inovação

Uma vez analisado o construto da capacidade dinâmica de absorção, segue para

realização da análise do construto capacidade dinâmica de inovação através de seus

componentes e suas variáveis observáveis. Para representar as duas dimensões da capacidade

dinâmica de inovação foram utilizadas 8 variáveis observáveis tais Ge20, Ge21,Ge22,Ge24,

Se25, Se26, Se27, Se28. A Figura 35 mostra essa representação.

Figura 36 – Modelo da análise fatorial confirmatória do construto capacidade dinâmica da

Inovação

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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148

Observa-se um alto grau de significância na correlação entre capacidade gerencial e

capacidade de serviços. E, a partir da Tabela 36 abaixo nota-se que todos os indicadores

apresentam bons índices de ajustes.

Tabela 36 -Índices de ajuste geral do construto capacidade de inovação

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.4.3 Modelo de mensuração do construto orientação empreendedora

O desenho do construto orientação empreendedora se deu através de três dimensões e

para tal foram usadas as seguintes variáveis observáveis: Pr29, Pr30, Pr31, Pr33, In34, In36,

In37, In38, In39, Ar40, Ar41, Ar44 e Ar44. A Figura 36 mostra essa representação.

Figura 37 – Modelo da análise fatorial confirmatória do construto orientação empreendedora

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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149

Nota-se que, com exceção da correlação entre as dimensões proatividade e assunção

de riscos que mesmo sendo positiva, evidenciam um grau de significância fraco do ponto de

vista prático, todas as outras variáveis apresentam correlações positivas e significativas. Os

índices de ajustes apresentados na Tabela 37 evidenciam um bom ajuste do modelo.

Tabela 37 - Índices de ajuste geral do construto orientação empreendedora

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.4.4 Modelo de mensuração do construto das dimensões ambientais

Para representar as três dimensões da dimensão ambiental, foram utilizadas 11

variáveis observáveis sendo elas Mu45, Mu46, Mu47, Mu49, Di50, Di51, Di53, Di54, Co56,

Co58, Co59. A Figura 37 evidência a representação.

Figura 38 – Modelo da análise fatorial confirmatório do construto dimensões do ambiente

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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150

A Figura 37 mostra que as correlações entre as variáveis apresentam bons níveis de

significância. O que é corroborado com os índices apresentados na Tabela 38, que evidenciam

um bom ajuste do modelo.

Tabela 38 - Índices de ajuste geral do construto das dimensões ambientais

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.5 Elaboração do Modelo Estrutural Proposto para Análise

Após a análise individual dos construtos e também da análise da relação de

covariância das dimensões de cada construto, foi realizada a avaliação dos modelos

estruturais. A seguir são apresentados os resultados dos testes de ajuste e de identificação do

modelo.

Para o primeiro modelo estrutural proposto, buscou-se uma solução estável, sem

problemas de identificação e com bom ajuste. Porém, ao rodar o modelo no Software AMOS

16.0, este sugeriu a imposição de uma restrição para a resolução do problema de identificação.

Averiguada a restrição constatou-se que havia um problema de solução inadmissível, uma vez

que gerou uma variância negativa no erro associado ao construto de Inovação para capacidade

de serviços (eSe). Um dos caminhos para se conseguir uma solução possível seria eliminar a

capacidade de serviços, outro, seria mudar o valor do peso para a regressão no erro. Neste

caso, optou-se por alterar o peso da regressão, após essa alteração o modelo foi rodado

novamente, no qual o valor de solução foi alcançado.

Observadas as relações se constatou uma relação negativa entre o ambiente

influenciando o desempenho. Todavia, ao se analisar o construto de mensuração da dimensão

do ambiente (do item 4.2.4.4) foi possível observar relacionamentos positivos e negativos

entre si, o que levou a necessidade de se modificar o modelo, neste caso a proposta foi

eliminar a segunda ordem do construto ambiente. Para tal, foi desenvolvido um modelo

alternativo, em que as dimensões do ambiente influência individualmente o desempenho.

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151

Desta maneira, se procedeu a uma nova simulação, obtendo-se uma solução sem restrições. A

Figura 39 apresenta o modelo alternativo proposto.

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152

Figura 39 – Modelo estrutural alternativo final

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

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153

Conforme observado na Figura 39, no que tange a relação entre o dinamismo o e

desempenho, verifica-se uma relação negativa que está vinculada a percepção que o gestor

tem sobre o dinamismo do ambiente, isto é, o relacionamento assume um caráter negativo

indicando que a maior dinâmica relaciona-se com o menor desempenho. Era de se esperar que

a dimensão complexidade assumisse o mesmo comportamento que o dinamismo, entretanto,

observa-se um relacionamento positivo. Embora essa relação mereça um aprofundamento

maior, esta postura positiva, pode estar associada ao fato de que esta dimensão está refletida

por um número mínimo de indicadores, neste estudo representado por apenas três indicadores.

Finalmente, a munificência apresenta um relacionamento com sinal positivo, como de fato

seria esperado, entretanto, sem atingir um nível de significância prática.

Uma vez que o modelo tenha sido estimado, se faz necessário avaliar a qualidade de

ajuste. A Tabela 39 mostra as medidas tanto de ajuste absoluto, incremental e de parcimônia

do modelo proposto.

Tabela 39 – Medidas de ajuste do modelo final

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Analisando os índices apresentados na Tabela 39, verificou-se que os mesmo

apresentam bons níveis de ajustes, demonstrando que o modelo proposto final se ajusta bem

aos dados observados, sendo dessa forma uma boa representação dos mesmos. Observando os

indicadores de ajustes percebeu-se que a grande maioria possui valores superiores ao nível

mínimo de aceitação. O RMSEA é considerado como um dos índices mais informativos, pois

tenta responder a questão de quão bem o modelo, com parâmetros desconhecidos, mas

eficientemente escolhidos, ajustam a matriz de covariância populacional (HUNTLEY e

PERRY, 2003). Sabe-se que valores menores que 0,05 são considerados como indicadores de

bom ajuste e que valores entre 0,08 e 0,1 são de ajustes razoáveis e que acima de 1,0 indica

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154

que o modelo não está ajustado. Observando os dados, percebe-se que o RMSEA tem um

valor de 0,062, o que representa que o índice encontra-se muito próximo do valor de bom

ajuste.

Outras medidas que são bastante utilizadas são CFI, NFI, TLI, GFI as quais

preconizam que quanto mais próximo de 1, mais aceitável é o modelo, em geral utiliza-se

0,90, como ponto de corte para considerar o modelo aceitável. O modelo proposto apresenta

valores acima do mínimo recomendado, portanto o modelo é considerado aceitável.

4.6 Moderação em Modelagem de Equações Estruturais

As várias relações encontradas em um modelo poderão ocorrer em determinadas

condições, ou ainda poderão ocorrer com intensidades diferentes em situações diferentes.

Variáveis moderadoras são introduzidas para verificar os efeitos de variáveis externas sobre

as relações em um modelo. O emprego de moderadores possibilita, portanto, considerar

simultaneamente a existência das relações entre as principais variáveis de um estudo. Hair Jr.

et al. (1998) definem moderadores como variáveis introduzidas nos modelos para que se

possam evidenciar as suas influências (direção ou força) sobre a relação entre um par de

variáveis independente e dependente.

O teste de moderação é feito através da observação da interação entre a variável

independente e a moderadora. Segundo Abbad e Torres (2002) para se testar moderação

devem-se realizar alguns passos. Inicialmente, verifica-se a existência de relação de predição

entre as variáveis independente e dependente. Caso essa relação seja positiva, verifica-se se as

variáveis independentes e de moderação predizem a variável dependente, e se a interação

entre as variáveis independente e moderadora, calculada por meio do produto entre essas

variáveis, também prediz a variável dependente. A existência significativa de interação entre a

variável independente e a variável moderadora no modelo preditivo é indicador de

moderação. Dessa forma, para haver moderação a relação entre as variáveis independente e

dependente depende do valor assumido pela variável moderadora. A literatura sugere que se a

variável de moderação afeta a relação entre a variável independente sobre uma variável

dependente, não interage com variável antecedente e é independente (não significativamente

relacionadas) das variáveis antecedentes e das variáveis critério, esta é chamada de

homologizer. Quando a correlação entre a variável moderadora e a variável dependente é

significativa e afeta a forma e entre a variável moderadora e a variável independente é

também significativa, ela é dita como quase-moderadora. Já a variável moderadora pura

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155

ocorre quando a correlação entre a variável moderadora e a variável dependente é não

significativa e entre a variável moderadora e a variável independente é significativa, afetando

a força. Graficamente, essas diferenças podem ser representadas conforme Figura 40.

Figura 40 – Relações Moderadoras Alternativas

Fonte: Adaptado de McArthur e Nystrom (1991)

Neste trabalho os construtos latentes das dimensões ambientais (munificência,

dinamismo e complexidade) foram testados como moderadores dos relacionamentos entre

variável independente, capacidade dinâmica de absorção, capacidade dinâmica de inovação,

orientação empreendedora, e a variável dependente desempenho.

4.6.1 Efeito das Variáveis Moderadoras

No intuito de avaliar se o ambiente percebido comporta-se como moderador das

relações entre os diversos construtos pesquisados e o desempenho, desenvolveram-se

regressões múltiplas. Para tanto, foram gerados os escores fatoriais para as agências depois de

verificada ou obtida a unidimensionalidade dos fatores, conforme mostrado no item 4.2.3.

Inicialmente se processaram, de modo individual, os escores das quatro dimensões da

capacidade dinâmica de absorção como preditores do desempenho, também medido pelos

escores fatoriais. Em todos os casos apresentaram relações positivas e estatisticamente

significativas. Conforme apresenta a Tabela 40.

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156

Tabela 40 – Coeficientes angulares e significância das dimensões da capacidade de absorção

como preditores do desempenho

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

A seguir se ingressaram junto com elas, nas regressões múltiplas, os escores derivados

da munificência, do dinamismo e da complexidade ambiental. Ao considerar as relações que

existem entre as dimensões do ambiente é lógico supor que todos os relacionamentos delas

com o desempenho sejam positivos no caso de munificência e negativos para o dinamismo e a

complexidade, o que se verifica em todas as regressões. Em duas oportunidades a assimilação

de conhecimento deixou de ser significativa: uma vez com a munificência e outra com a

complexidade. Posteriormente se desenvolveram análises de regressão fatorial e, nestas

condições, só houve significância para a interação da assimilação de conhecimento com o

dinamismo e da exploração do conhecimento com a complexidade ambiental. Ou seja, só

nessas duas oportunidades a percepção ambiental modera a relação. Conforme Tabela 41.

Tabela 41 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da capacidade de absorção e do ambiente como preditores do desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Ao trabalhar com a capacidade de inovação, na mesma sequência de procedimentos,

verificaram-se as significâncias das relações com o desempenho quando se fez a regressão

simples, o que pode ser observado na Tabela 42.

Preditor β p

Aquisição 0,315685 0,000003Assimilação 0,180999 0,008098Transformação 0,257599 0,000144

Exploração 0,228753 0,000769

Preditor β p Preditor β p

0,235742 0,000117 Munificência 0,420526 0,0000000,321312 0,000000 Dinamismo -0,406975 0,0000000,286285 0,000004 Complexidade -0,365428 0,000000

0,077508 0,216707 Munificência 0,447413 0,000000

0,134269 0,034112 Dinamismo -0,386291 0,0000000,115634 0,072762 Complexidade -0,367917 0,000000

0,169834 0,006080 Munificência 0,430737 0,0000000,244808 0,000081 Dinamismo -0,394598 0,0000000,204829 0,001274 Complexidade -0,358293 0,000000

0,192635 0,001484 Munificência 0,449876 0,0000000,183407 0,003632 Dinamismo -0,380687 0,0000000,176195 0,005719 Complexidade -0,362946 0,000000

Aquisição

Assimilação

Transformação

Exploração

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157

Tabela 42 – Coeficientes angulares e significância das dimensões da capacidade de inovação

como preditores do desempenho

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

E, quando se trabalharam as regressões com as distintas dimensões ambientais junto à

capacidade de inovação, também foram verificadas as significâncias das relações com o

desempenho, conforme mostra a Tabela 43.

Tabela 43 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da capacidade de inovação e do ambiente como preditores do desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Feitas as regressões fatoriais em nenhuma oportunidade houve significância para a

interação, isto é não houve moderação.

Finalmente, todas as regressões simples entre o desempenho e as três dimensões da

orientação empreendedora, aqui considerada como preditoras, mostraram relações positivas e

significantes, conforme Tabela 44.

Tabela 44 – Coeficientes angulares e significância das dimensões da orientação

empreendedora como preditores do desempenho

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

No caso das regressões múltiplas, quando também se incluíram as dimensões do

ambiente, só a proatividade deixou de mostrar significância quando participou conjuntamente

com o dinamismo ambiental. Em todas as outras combinações sempre os dois preditores

foram significativos, tendo sempre o dinamismo e a complexidade relações negativas com o

Preditor β p

Cap. Inovação 0,506001 0,000000

Preditor β p

Proatividade 0,280559 0,000033Inovatividade 0,432633 0,000000Ass. de Risco 0,489907 0,000000

Preditor β p Preditor β p

0,354013 0,000030 Munificência 0,214503 0,010469

0,411622 0,000000 Dinamismo -0,160526 0,0284140,422737 0,000000 Complexidade -0,143966 0,047697

Cap. Inovação

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158

desempenho. Já nas regressões fatoriais unicamente houve significância para a interação da

proatividade com a munificência, isto pode ser visualizado na Tabela 45.

Tabela 45 - Coeficientes angulares e significâncias nas regressões múltiplas com as

dimensões da orientação empreendedora e do ambiente como preditores do desempenho.

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Levando em consideração que das vinte e quatro interações analisadas apenas em três

oportunidades houve significância, que as dimensões ambientais participaram uma vez cada e,

ainda, que a variáveis preditoras afetadas foram diferentes, cabe mencionar que o ambiente

não modera as relações entre o desempenho e os construtos considerados. As três influências

ambientais podem ser vista nas Tabelas 46, 47 e 48.

Tabela 46 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão assimilação e

dinamismo ambiental

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Tabela 47 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão Exploração e

Complexidade ambiental

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Preditor β p Preditor β p

0,164789 0,009017 Munificência 0,419909 0,0000000,134398 0,053062 Dinamismo -0,345712 0,0000010,152156 0,026865 Complexidade -0,329093 0,000003

0,274718 0,000053 Munificência 0,336371 0,0000010,332847 0,000000 Dinamismo -0,286678 0,0000100,344848 0,000000 Complexidade -0,280562 0,000012

0,335975 0,000002 Munificência 0,281850 0,0000650,386417 0,000000 Dinamismo -0,224028 0,0008290,397183 0,000000 Complexidade -0,224182 0,000589

Proatividade

Inovatividade

Ass. de Risco

Preditor SQ g.l. QM F p

Intercepto 0,0456 1 0,04558 0,05589 0,813Assimilação 3,1868 1 3,18678 3,90728 0,049Dinamismo 22,7576 1 22,75762 27,90286 0,000

Assim. * Dinam. 3,4221 1 3,42211 4,19581 0,042Erro 170,4608 209 0,8156

Preditor SQ g.l. QM F p

Intercepto 0,1069 1 0,10686 0,13346 0,715Exploração 5,9488 1 5,94876 7,42981 0,007

Complexidade 22,1247 1 22,12472 27,63309 0,000Expl. * Compl. 6,2274 1 6,22735 7,77777 0,006

Erro 167,338 209 0,80066

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159

Tabela 48 - Significâncias da regressão múltipla fatorial entre a dimensão proatividade e

munificência ambiental

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

4.7 Teste de Hipóteses da Tese

Considerados satisfatórios os índices de ajustamento do modelo final, partiu-se para o

teste de hipóteses de pesquisa. Estas são apresentadas e comentadas nos tópicos a seguir,

visando assim sua validação ou refutação a partir dos resultados obtidos na pesquisa de

campo. A Tabela 49 apresenta os testes de hipóteses do estudo, com o caminho estrutural,

com os coeficientes padronizados estimados, o status da hipótese e a relação esperada.

Tabela 49 – Resumo dos testes de hipótese

(*) Hipóteses alteradas após a reespecificação do modelo estrutural e subdividas nas dimensões do

ambiente. O valor do coeficiente padronizado em negrito implica não significativo (ns)

Fonte: Dados da Pesquisa (2012)

Preditor SQ g.l. QM F p

Intercepto 0,2153 1 0,21534 0,28541 0,594Proatividade 3,5024 1 3,50241 4,64197 0,032Munificência 34,1101 1 34,1101 45,20839 0,000Proat. * Munif. 3,0813 1 3,08131 4,08387 0,045

Erro 157,6922 209 0,75451

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160

4.7.1 Hipótese H1

A hipótese H1 previamente formulada apresentava a seguinte afirmação:

H1: A capacidade dinâmica de absorção se relaciona positivamente com o

desempenho das agências de viagens.

Conforme resultados verificados na pesquisa de campo efetuada, pode-se constatar

que a utilização das práticas de capacidade dinâmica de absorção adotada pelas agências de

viagens analisadas influencia em sua eficácia empresarial. Isto porque o coeficiente estimado

(γ = 0,214) suporta a hipótese. Para as agências analisadas quanto mais conhecimento

adquirido, assimilado, transformado e explorado empiricamente maior resulta seu

desempenho. Este suporte está em linha com estudos anteriores, como Dominguez et al.

(2007) que abordaram o impacto da capacidade de absorção em empresas de consultoria de

engenharia de aquisição tecnológica e também encontraram correlações positivas entre

capacidade de absorção e desempenho.

4.7.2 Hipótese H2

A hipótese H2 previamente formulada apresentava a seguinte afirmação:

H2: A capacidade dinâmica de inovação se relaciona positivamente com o

desempenho das agências de viagens.

Com base na Tabela 49, pode ser visto que o coeficiente padronizado para a variável

de capacidade dinâmica de inovação tem um valor de (γ = 0,216), de modo que pode se

concluir que uma empresa é capaz de colher recompensas a partir da sua capacidade

inovadora. Em vista dos resultados obtidos, a Hipótese 2 pode ser confirmada isto é, se pode

afirmar que a capacidade dinâmica de inovação traz melhorias ao desempenho, corroboração

também desenhada no estudo de Marques e Ferreira (2009) que identificaram os fatores que

contribuem para a construção da capacidade de inovação de uma empresa e avaliaram como

isso contribuiu para melhorias no desempenho, chegando a conclusão de que realmente a

capacidade de inovação de uma empresa auxilia no melhor desempenho organizacional. Este

fato talvez se dê pela razão que ao longo dos últimos anos, as agências de viagem vêm

enfrentando algumas transformações no mercado, e como sustentam Gorni, Dreher e

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161

Machado (2009) investir em inovação tornou-se imprescindível ao desenvolvimento da

atividade turística, em que as organizações envolvidas objetivam a melhora na qualidade dos

serviços e maior lucro.

4.7.3 Hipótese H3

A hipótese H3 previamente formulada apresentava a seguinte afirmação:

H3: A orientação empreendedora está relacionada positivamente com o desempenho

das agências de viagens.

A respeito da hipótese 3, com base nos dados uma vez que o coeficiente apresentado

tem valor de (γ = 0,301), há evidência empírica da relação entre orientação empreendedora e

desempenho. Este resultado é coerente com os estudos de Escobar, Lima e Verdinelli (2012)

os quais encontraram relação positiva entre OE e desempenho e Mariano (2011), que testou a

relação entre OE e desempenho nas unidades operativas do Senac e evidenciou que a

correlação provoca um efeito positivo no desempenho. Por outro lado, Palminha (2009) ao

relacionar OE e desempenho econômico-financeiro constatou que a correlação entre estes não

apresentou relação estatisticamente significativa. Neste contexto, teoricamente esta relação

teria significância positiva uma vez que quanto maior fosse à orientação empreendedora das

agências, tanto maior seria a influência no seu desempenho.

4.7.4 Hipótese H4

A hipótese H4 previamente formulada apresentava a seguinte afirmação:

H4: O ambiente organizacional esta relacionado com o desempenho.

Quanto à hipótese H4 e conforme os resultados obtidos ao se trabalhar com o ambiente

como um construto de segunda ordem tornou-se necessário abrir a mesma, nas dimensões em

que o ambiente esta sendo trabalhado. Por uma parte, o modelo teve que ser reespecificado

em função da ocorrência de uma variância negativa, que resulta na impossibilidade de

executar a análise. Ao ser colocada uma restrição para eliminar essa situação, o ambiente

mostrou uma relação negativa com o desempenho, com um coeficiente baixo, de apenas -

0,17. A respeito das correlações entre as dimensões ambientais estas indicam que a

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munificência se relaciona negativamente com o dinamismo e com a complexidade, as quais

possuem correlação positiva entre si. Em tais circunstancia testou-se um modelo alternativo

com o ambiente aberto nas suas três dimensões, o que levou a modificar H4 em H4a, H4b e

H4c, referidas respectivamente à munificência, dinamismo e complexidade. De modo

semelhante, as hipóteses referidas à moderação também tiveram que ser abertas.

4.7.5 Hipótese H4a

A hipótese H4a formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H4a: A dimensão da munificência ambiental se relaciona com o desempenho.

Na análise desenvolvida a relação entre a munificência ambiental e desempenho

apresenta um valor baixo e não significativo (γ = 0,082), demonstrando a falta de

relacionamento entre aquela dimensão ambiental e o desempenho das agências participantes

da pesquisa. No entanto, teoricamente, ao perceber um ambiente mais munificente o gestor

deveria perceber também que o resultado no desempenho seria superior. Fato que fora

corroborado na pesquisa de Rosenbush et al. (2007) que associaram a munificência ao

desempenho e confirmaram a hipótese de que a essa dimensão ambiental influencia

positivamente o desempenho.

4.7.6 Hipótese H4b

A hipótese H4b formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H4b: A dimensão do dinamismo ambiental se relaciona com o desempenho.

Na análise desenvolvida a relação entre o dinamismo ambiental e desempenho

apresentou um coeficiente padronizado significativo (γ = -0,407), confirmando que a

percepção dos gestores sobre o dinamismo tem relação com a sua percepção do desempenho.

O sinal negativo da relação indica que quando são altos os valores atribuídos na escala do

questionário para o dinamismo ambiental os conferidos ao desempenho são baixos e vice-

versa.

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163

4.7.7 Hipótese H4c

A hipótese H4c formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H4c: A dimensão da complexidade ambiental se relaciona com o desempenho

A relação entre a dimensão complexidade ambiental e desempenho, nesta pesquisa,

manifestou-se através de um coeficiente padronizado significativo (γ = 0,286). Poderia se

imaginar que a relação fosse negativa, pois uma maior complexidade percebida acarretaria

menor desempenho. Entretanto, os gestores das agências não vêm à relação desse modo. Uma

razão para isto poderia se associar a que o construto complexidade ficou representado apenas

por três indicadores, o que poderia distorcer a relação teórica. Outra, relativa ao fato de se

tratar de agências de viagem que vendem serviços e nesse nicho de mercado as

complexidades do ambiente de negócios pode aproximar mais aos clientes.

4.7.8 Hipótese H5a

A hipótese H5a formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H5a: A percepção da munificência ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de absorção e desempenho das agências de viagens.

Conforme resultados verificados na pesquisa de campo efetuada, a hipótese não foi

suportada, pois não se encontrou significância estatística na moderação da munificência

ambiental na relação entre capacidade de absorção e desempenho. Martins e Bataglia (2011)

estudaram a munificência como moderadora da relação diversificação-desempenho e seus

resultados confirmaram a hipótese de influência do ambiente operacional, especificamente da

dimensão munificência, como moderadora da relação entre nível de diversificação e

desempenho financeiro. Para empresas prestadoras de serviços não foi encontrado resultados

sobre este assunto.

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164

4.7.9 Hipótese H5b

A hipótese H5b formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H5b: A percepção do dinamismo ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de absorção e desempenho das agências de viagens.

Os resultados evidenciados na Tabela 49 mostram que a hipótese não foi suportada,

pois não se encontrou significância estatística na moderação do dinamismo ambiental na

relação entre capacidade de absorção e desempenho. Também não se tem notícia desta

hipótese em outros estudos empíricos com empresas como as consideradas aqui, no entanto,

Pereira Filho (2010) estudou a relação entre o efeito moderador do dinamismo ambiental

sobre a relação entre estrutura de capital e performance e constatou que o dinamismo

ambiental age negativamente sobre a relação entre estrutura de capital e performance da

empresa e que foi verificado o efeito moderador de maneira significativa. Esse resultado

encontra acolhida nos trabalhos de McArthur e Nystrom (1991); Simerly e Li (2000); e

Andersen (2005).

4.7.10 Hipótese H5c

A hipótese H5c formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H5c: A percepção da complexidade ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de absorção e desempenho das agências de viagens.

A hipótese não foi suportada, pois não se obteve um nível de significância estatística

para a moderação da complexidade ambiental na relação entre capacidade dinâmica de

absorção e desempenho.

4.7.11 Hipótese H6a

A hipótese H6a formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

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H6a: A percepção da munificência ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de inovação e desempenho das agências de viagens.

Os resultados exibidos na Tabela 49 apontam que a hipótese não foi suportada, pois

não se encontrou significância estatística na moderação da percepção da munificência

ambiental na relação entre capacidade dinâmica de inovação e desempenho.

4.7.12 Hipótese H6b

A hipótese H6b formulada após a reespecificação do modelo apresentava a seguinte

afirmação:

H6b: A percepção do dinamismo ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de inovação e desempenho das agências de viagens.

Os resultados evidenciados na Tabela 49 apontam que a hipótese não foi suportada,

pois não se encontrou significância estatística na moderação da percepção do dinamismo

ambiental na relação entre capacidade dinâmica de inovação e desempenho.

4.7.13 Hipótese H6c

A hipótese H6c formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H6c: A percepção da complexidade ambiental modera a relação entre capacidade

dinâmica de inovação e desempenho das agências de viagens.

Os resultados mostrados na Tabela 49 apontam que a hipótese não foi suportada, pois

não se encontrou significância estatística na moderação da percepção da complexidade

ambiental na relação entre capacidade dinâmica de inovação e desempenho.

4.7.14 Hipótese H7a

A hipótese H7a formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

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H7a: A percepção da munificência ambiental modera a relação entre a orientação

empreendedora e o desempenho das agencias de viagens.

Os resultados expostos na Tabela 49 aponta que a hipótese não foi suportada, pois não

se encontrou significância estatística na moderação da percepção da munificência ambiental

na relação entre orientação empreendedora e desempenho.

4.7.15 Hipótese H7b

A hipótese H7b formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H7b: A percepção do dinamismo ambiental modera a relação entre a orientação

empreendedora e o desempenho das agencias de viagens.

Os resultados evidenciados na Tabela 49 também indicam que a hipótese não foi

suportada, pois não se encontrou significância estatística na moderação da percepção do

dinamismo ambiental na relação entre orientação empreendedora e desempenho.

4.7.15 Hipótese H7c

A hipótese H7c formulada após a reespecificação do modelo apresenta a seguinte

afirmação:

H7c: A percepção da complexidade ambiental modera a relação entre a orientação

empreendedora e o desempenho das agencias de viagens.

Os resultados evidenciados na Tabela 49 mostram que a hipótese não foi suportada,

pois não se encontrou significância estatística na moderação da percepção da complexidade

ambiental na relação entre orientação empreendedora e desempenho.

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167

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste último capítulo são expostas as considerações finais da tese, limitações e

sugestões de futuros estudos.

O objetivo principal desta tese foi analisar os relacionamentos dos construtos

capacidade dinâmica de absorção, capacidade dinâmica de inovação, orientação

empreendedora com o desempenho das agências de viagens e turismo brasileiras moderados

pelas dimensões ambientais munificência, dinamismo e complexidade. Desta maneira buscou-

se contribuir para a área de estratégia. É importante colocar inicialmente que não foram

detectados estudos similares na literatura o que de uma parte permite se tornar pioneiro neste

assunto por outro lado, prejudica a discussão dos resultados obtidos nesta pesquisa.

Com base no referencial teórico levantado foi construído um modelo teórico que

procurou representar a realidade teórica e prática das agências de viagens e turismo a serem

pesquisadas. Este modelo teórico constituía-se basicamente de um modelo de medidas e um

modelo estrutural, ou seja, o primeiro mensuraria os construtos latentes envolvidos no estudo,

e o segundo de testar a estrutura de relacionamentos entre tais construtos.

Para o modelo de mensuração foi necessário a incorporação da ideia dos construtos de

primeira e segunda ordem, e ainda partindo do levantamento teórico forma definidas as

variáveis observáveis que faria parte de cada construto. De maneira geral, a escolha das

variáveis observáveis mostrou-se bem coerentes, já que em apenas dois construtos, na

dimensão aquisição da capacidade dinâmica de absorção e na dimensão complexidade do

construto ambiente, foram retiradas duas variáveis.

Os índices de ajustes (qui-quadrado, CFI, NFI, TLI, GFI, AGFI, IFI, RFI e RMSEA)

atingiram os níveis recomendados pela literatura, mostrando que o modelo de medidas de

cada construto ajustou-se perfeitamente aos dados. Após o processo de testes e refinamento,

foi validado tanto um modelo de mensuração quanto um modelo estrutural que se aproxima

da realidade das agências de viagens e turismo. Entretanto, algumas dificuldades surgidas

tiveram que ser superadas.

O modelo inicial previa trabalhar o construto ambiente organizacional como sendo de

segunda ordem, mas quando os dados foram processados no software AMOS houve a

ocorrência de uma variância negativa, o que é conceitualmente inadmissível. Após identificar

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a incoerência, no erro aleatório da capacidade de inovação de serviços, se fez uma restrição

para permitir obter resultados mantendo todos os construtos no formato inicial.

Embora fosse reespecificar o modelo procurava-se ter um panorama prévio dos

relacionamentos. A seguir, optou-se por subdividir o construto ambiente nas três dimensões

em que foram levantados os dados, isto é, trabalhando-as separadamente. Para esta nova

situação não houve necessidade de colocar qualquer restrição.

Outra situação que necessitou de ajustes foi referente às dimensões ambientais como

moderadoras das relações entre os demais construtos como desempenho, pois o software

AMOS não trabalha com moderação como foi proposta nesta tese. É importante salientar que

a variável moderadora é aquela que age sobre a relação entre duas outras variáveis ampliando

ou reduzindo os efeitos dessa relação.

A escolha metodológica foi o uso da regressão múltipla fatorial, na qual os regressores

participam individualmente e como o seu produto. Mas para isso tinha antes que se decidir

como se trabalharia com os construtos. As duas formas que poderiam ser adotadas eram: 1) a

partir dos escores fatoriais de cada dimensão do ambiente e cruzar eles com os escores

fatoriais gerados para cada dimensão de cada um dos construtos na estimação dos escores

fatoriais do desempenho; e, 2) realizar uma análise fatorial para todas as dimensões de cada

construto, identificar que fatores se associam a cada dimensão e então gerar os escores

fatoriais para cruzar com aqueles derivados dos dados do ambiente trabalhados de igual

maneira.

A decisão foi escolher a primeira alternativa uma vez que os escores fatoriais seriam

unicamente gerados pela dimensão considerada, coisa que não aconteceria na segunda opção.

Isto porque embora o fator se relacionasse com altas cargas fatoriais da dimensão considerada

igualmente ia trazer a influência das outras dimensões a ela associadas.

Referente às hipóteses iniciais, é possível observar que quatro delas tiveram que ser

alteradas como consequência de trabalhar o ambiente a partir de suas dimensões. Elas foram

H4, H5, H6 e H7, que ficaram subdivididas em a, b e c correspondendo nessa ordem à

munificência, o dinamismo e a complexidade.

As escalas utilizadas no levantamento de dados foram previamente submetidas a prova

em dois oportunidades. Inicialmente com empresas varejistas da cidade de Manaus o que

permitiu desenvolver uma pesquisa apresentada no VII Encontro de Estudos sobre

Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (ESCOBAR, LIMA e VERDINELLI,

2012). E seguidamente com agências de viagens de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

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Paraná, que além de confirmar a possibilidade de usar o instrumento de coleta de dados com

esse tipo de organizações também possibilitou desenvolver uma pesquisa que foi apresentada

na Conferência Internacional INVTUR 2012 (ESCOBAR, LIZOTE e VERDINELLI, 2012).

O construto desempenho que fora inicialmente medido em dois aspectos, importância

e satisfação, decidiu-se trabalhar de modo combinado. Isto é, multiplicando o valor atribuído

à importância vezes o atribuído à satisfação. Com tal decisão ganhou-se em parcimônia no

modelo inicial proposto.

Com base nos resultados obtidos pode-se dizer que os relacionamentos encontrados

mostram bastante coerência com a teoria disponível. Assim a orientação empreendedora, a

capacidade dinâmica de absorção e de inovação todas elas tem relacionamento positivo e

significativo com o desempenho. Já para o ambiente, trabalhado desde suas dimensões, se

constatou que os gestores das agências de viagem não associam a munificência ambiental ao

desempenho de suas empresas. Quanto às dimensões dinamismo e complexidade ambiental,

ambas apresentam relação significante com o desempenho embora uma seja negativa

(dinamismo) e outra positiva (complexidade).

Com relação aos efeitos moderadores das dimensões ambientais sobre os

relacionamentos entre as capacidades dinâmicas estudas e a orientação empreendedora com o

desempenho, não se verificou efeitos nas ações moderadoras. Geralmente este tipo de

resultado não é exposto ao domínio público e é algo recorrentemente assinalado como um

possível viés nos trabalhos de meta-análise. Resulta oportuno salientar nestas considerações

finais que das vinte e quatro regressões fatoriais efetuadas só três tiveram a interação como

significativa, entretanto foram uma vez para cada dimensão do ambiente e três diferentes

dimensões dos construtos pesquisados. De tal modo não é possível sinalizar um padrão

mínimo de moderação.

5.1 Limitações e Recomendações para Futuros Trabalhos

Esta última seção levanta limitações e apresenta sugestões para futuras pesquisas

decorrentes das próprias limitações do trabalho.

Os resultados obtidos com a presente pesquisa não podem ser generalizados para toda

a população das agências de viagens e turismo operando no Brasil, uma vez que foi utilizada

uma amostra não probabilística por acessibilidade, não representativa do universo pesquisado.

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170

Outro ponto que sugere uma maior cautela na interpretação dos resultados obtidos diz

respeito à pessoalidade das repostas, uma vez que a pesquisa baseia-se nas percepções de um

único indivíduo de cada empresa, em geral, o principal executivo das agências de viagens

participantes. Como a maioria dos itens do questionário exige julgamento pessoal por parte

dos respondentes, abre-se de tal modo espaço para a subjetividade. Assim, as respostas estão

sujeitas a fatores como o tamanho do questionário, a ordenação dos seus itens e o tempo para

responder todas as questões, que podem resultar em vieses no momento do preenchimento.

Outra questão importante está relacionada com as escolhas efetuadas na hora de eleger

a forma de considerar alguns dos construtos. Por exemplo, na orientação empreendedora

optou-se pelo modelo de Miller que pressupõe a unidimensionalidade. Do mesmo modo o

ambiente poderia ter sido trabalhado sob outra ótica e a capacidade de inovação ser

considerada desde outro ângulo.

Quanto às recomendações para novos estudos poderia se listar muitas propostas, pois

como toda pesquisa realizada sobre algo que ainda é pouco explorado ela abre diversas

perspectivas. Por isso se relacionarão as que se consideram como mais relevantes.

Uma primeira inquietude surge quando se leva em consideração a globalidade do fenômeno

turismo e a importância relativa das agências de viagens neste setor da economia mundial. Por

isso seria interessante que outros estudos procurassem verificar como se dão os

relacionamentos entre as variáveis aqui estudadas em agências de viagens de outros países,

para possibilitar análises comparativas.

O segmento de agências de viagens e turismo é o primeiro segmento estudado e que

apresenta grande fragmentação, com a maioria das empresas sendo de porte pequeno. Seria

interessante que este instrumento fosse aplicado em outros segmentos econômicos com

características semelhantes de porte e fragmentação, a fim de verificar se os resultados se

apresentam de maneira equivalente.

Outra proposta interessante seria a de expandir o estudo para outros segmentos

buscando contrastar as características e visões relacionadas aos processos de gestão.

Como neste estudo trabalhou-se com o relacionamento das dimensões das capacidades

dinâmicas e orientação empreendedora com o desempenho de forma individual, seria

interessante avaliar como se comporta a relação entre as capacidades dinâmicas em

associação com a orientação empreendedora com o desempenho.

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Do mesmo modo seria oportuno avaliar o efeito moderador das dimensões ambientais

sobre a relação das capacidades dinâmicas em associação com a orientação empreendedora

com o desempenho.

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APÊNDICE – A

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QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

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