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Impactos da Crise Contempornea na Seguridade Social: desafios postos aos assistentes sociais na sadeMaria Ins Souza Bravo

Roteiro1. Poltica de Sade e Servio Social1.1. Poltica de Sade na Atualidade 1.2. Servio Social e Sade

2. Competncias e Atribuies dos Assistentes Sociais2.1. Impacto das Condies Scio-Histricas: nas condies de trabalho e nas competncias e atribuies 2.2. Parmetros da Atuao do Assistente Social na Sade

3. Proposies

Poltica de Sade na Atualidade- Disputa de ProjetosProjeto de Reforma Sanitria (anos 80) Projeto Privatista (anos 90)DEMOCRACIA RESTRITA V/S DEMOCRACIA DE MASSASMaria Ins Bravo

Projetos em DisputaREFORMA SANITRIABase Premissas TemasEstado democrtico de direito Sade: direito social e dever do Estado-Ampliao

PRIVATISTAEstado Mnimo Parcerias e Privatizaes-Crise

financeira sociais -Dicotomia entre -Democratizao do acesso universalizao e focalizao -Dficit Social -Diminuio dos -Financiamento efetivo gastos sociais -Dficit pblico Descentralizao com controle social Re- filantropizaoMaria Ins Bravo

das conquistas

Estratgias de Ao

Processo de Implantao e Implementao do SUS- Principais Questes 1.

2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

A lgica macro-econmica de valorizao do capital financeiro e subordinao da poltica social mesma, encolhendo os direitos sociais e ampliando o espao do mercado. Falta de viabilizao da concepo de Seguridade Social Sub-financiamento e distores nos gastos pblicos influenciado pela lgica do mercado. Ausncia dos princpios tico-polticos do Projeto de Reforma Sanitria No valorizao do Controle Social e da Participao Social. Falta de definio clara do papel dos governos estaduais Terceirizao e Precarizao dos trabalhadores da sade. Modelo de ateno sade centrado na doena. Modelo de gesto vertical, burocratizado, terceirizado, com nfase na privatizao.Maria Ins Bravo

Poltica de Sade no Governo Lula1MandatoProposies1.

Incorporao da Agenda tico-Poltica da Reforma Sanitria Construo de novos modelos de fazer sade (integralidade, intersetorialidade, atuao em equipe) Cooperao Ensino- Gesto- Ateno- Controle SocialMaria Ins Bravo

2.

3.

Governo LulaFinanciamento do Estado brasileiro continua longe de ser progressivo do ponto de vista social

Tenso do Governo:poltica econmica X poltica social

Tese Central: Soluo no est na expanso do gasto social e sim no poder de focalizaoMaria Ins Bravo

Poltica de Sade no Governo Lula2MandatoTendncias-

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Recuperao pelo atual ministro de algumas propostas da Reforma Sanitria: determinao social da doena Polmicas levantadas pelo ministro: * Legalizao do Aborto * Restrio a publicidade de bebidas alcolicas * Medidas para fiscalizar as farmcias Algumas medidas: * Quebra de patente do medicamento Esfavirenz * Indenizao dos Pacientes de HansenaseMaria Ins Bravo

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Poltica de Sade no Governo Lula2Mandato Algumas questes sobre as aes do ministrio:* No defesa da concepo de Seguridade Social. * No viabiliza as propostas defendidas na 3 Conferncia de Gesto do Trabalho e Educao na Sade. * No enfatiza a sade do trabalhador. * Manuteno do Programa Farmcia Popular. * No questiona as Agncias Reguladoras (ANS e ANVISA). * Impasses com relao a regulamentao da EC 29. * Proposta de criao das Fundaes Estatais de Direito Privado. * No valorizao da participao e do controle social. * Programa Mais Sade (lanado 5/12/2007). * No questionamento da proposta de Reforma Tributria do governo. Maria Ins Bravo

Programa Mais Sade- 4 pilares estratgicosestratgicos- Promoo e Ateno Envolve aes de sade para toda a famlia, desde a gestao at os idosos. - Gesto, Trabalho e Controle Social Qualifica os profissionais e gestores, forma recursos humanos para o Sistema nico de Sade (SUS) e garante instrumentos para o controle social e fiscalizao dos recursos. Neste item a proposta central a criao da Fundao Estatal de Direito Privado. - Ampliao do Acesso com Qualidade Reestrutura a rede, cria novos servios, amplia e integra a cobertura no SUS. - Desenvolvimento e Inovao em Sade Trata a sade como um importante setor de desenvolvimento nacional, na produo, renda e emprego.

Maria Ins Bravo

Algumas Questes Proposta de Fundao EstatalRegime de Direito Privado. Marco na Contra-Reforma do Estado de Bresser Pereira/FHC. nfase Jurdico-Institucional. Fetiche das empresas privadas. Contratao de Pessoal via CLT (acaba com o RJU). No enfatiza o Controle Social (No prev os Conselhos Gestores de Unidades). No leva em considerao a luta por Plano de Cargo, Carreira e Salrio dos Trabalhadores de Sade. No obedece as proposies da Conferncia Nacional de Gesto do Trabalho e Educao na Sade/MS 2006. Fragiliza os trabalhadores criao de Planos de Cargos por Fundao. Prev a Previdncia Complementar para os servidores.Maria Ins Bravo

Propostas com Relao Gesto Democratizao

da Instituio

- Criao de Conselhos Gestores de Unidade - Criao de Colegiado de Gesto - Desmontar a lgica vertical e fragmentada das instituies de sade Valorizao

da Gesto do Trabalho e Educao na Sade

- Plano de Cargos, Carreira e Salrio (PCCS SUS) - Organizao dos Processos de Trabalhos (Interdisciplinaridade, participao dos trabalhadores na gesto, condies de trabalho dignas) - Compromisso com a qualidade do atendimento ao usurio - Educao Permanente dos trabalhadores de sade - Formao em sade voltada para o interesse pblico da populao

Articulao das unidades no sistema- Especificar com clareza os objetivos das instituies e seu perfil assistencial - Resolutividade capacidade de dar respostas efetivas s demandas

Investimento

para a formao do novo gerente

- No ser indicado e sim eleito - Ter responsabilidade sanitria - Capacidade para a gesto democrtica e participativa - Ser Servidor Pblico Concursado

Maria Ins Bravo

Movimento SanitrioRealizao do 8 Simpsio sobre Poltica Nacional de Sade SUS o presente e o futuro: avaliao do seu processo de construo Carta de Braslia (2005). Criao do Frum da Reforma Sanitria 3 manifestos das entidades. Realizao de Seminrios (Participao Social; Seguridade Social; Mix Pblico-Privado). Elaborao de Documentos e Publicaes. Flexibilizao do Projeto de Reforma Sanitria. No articulao com os outros movimentos sociais.

Maria Ins Bravo

Ps-Modernidade - Lgica cultural do capitalismo maduro Algumas Caractersticas Perda da historicidade No tem como referncia a Luta de Classes Diminuio do tempo e do espao Sociedade do Descarte Superficializao da vida social Desaparecimento do Sujeito Viso catica, fragmentada , fatalista nfase no pragmatismo e no tempo presente (no leva em considerao o passado e o futuro) Procura romper com as grandes narrativas Crtica modernidade e suas conquistas(humanismo concreto, historicidade, razo dialtica)

Questes Misria da Razo Fundamentalismo religioso e do Mercado Feitichizao das relaes sociais (Fetiche da Mercadoria) Lutas pulverizadas (Recusa das lutas gerais) nfase nos Micro-poderes Interesse pela linguagem

Maria Ins Bravo

Trajetria do Assistente Social na SadeMaior mercado de trabalho Influncia do Modelo Biomdico/Mtodo-Clnico Alteraes iniciais em meados da dcada de 1970-

Processo de construo do Projeto tico-Poltico da categoria

Anos 1980 - Pouca aproximao com o Projeto de Reforma Sanitria Anos 1990 - Maior aproximao com o Projeto de Reforma Sanitria Impasses na Atual Conjuntura ameaas ao projeto tico-polticoMaria Ins Bravo

Relao dos Projetos Reforma Sanitria e tico-Poltico do Servio SocialProcesso de Construo Meados dos anos 1970 Processo de redemocratizao da sociedade brasileira Formao Generalista

Proposta de Formao Profissional Referncias Tericas Princpios

Abordagens totalizantes Marxismo

Projeto de Reforma Sanitria e o Projeto tico- Poltico do Servio SocialConcepo de Direito Social Universal

SUS- Universalidade - Eqidade - Integralidade - Intersetorialidade - Controle Social

Servio Social- Acesso Universal - Justia Social - Determinantes Sociais - Seguridade Social - Participao Social

Servio Social na SadeBalano da dcada de 1990Ampliao da Produo Maior aproximao com o Projeto da Reforma Sanitria As Produes sobre o trabalho profissional do assistente social esto distantes das proposies do Projeto de Reforma Sanitria Dilema entre os dois Projetos:Privatista X Reforma SanitriaMaria Ins Bravo

Trabalho Profissional dos Assistentes Sociais nas InstituiesVasconcelos (1999)78 AS - Rio de Janeiro Diferena entre a inteno, discurso dos Assistentes Sociais e a prtica

Costa (1998)Natal- Rio Grande do Norte Profisso vem tendo sua utilidade nas contradies fundamentais da poltica de sade (legitimidade pelo avesso) Superao do modelo mdico hegemnicoMaria Ins Bravo

Servio Social e Sade na Atualidade- Algumas Questes -

Assistentes Sociais que se autoapresentam como sanitaristasExpresses neoconservadoras Servio Social Clnico Viso da sade a especializaes mdicas partir dasMaria Ins Bravo

Sade Coletiva e Servio Social na Atualidade: Algumas Reflexes Autores e Perspectivas- Habermans - Foucault - Ps-Modernidade - Paradigma da Vitalidade/Energia

TemticasHumanizao Cuidado/ Cuidador/ Auto-Cuidado Promoo da Sade Concepo da Sade Representao Discriminao Positiva nfase no cotidiano sem as referncias com a totalidadeMaria Ins Bravo

Impacto das Condies Scio-HistricasNas condies de trabalhoTerceirizao, Precarizao Planto 24 horas ou 12 horas Privatizao No existncia de PCCS FlexibilizaoMaria Ins Bravo

Impacto das Condies Scio-HistricasNas Competncias e Atribuies-

Aes de carter emergencial Seleo scio-econmica Aconselhamento Atividades Burocrticas Gerenciamento das unidades na busca da racionalizao dos gastos Atuao nos Planos de Sade Algumas demandas:-

Servio Social Funerrio Servio Social e HotelariaMaria Ins Bravo

Possibilidades de Atuao do Assistente Social na SadeArticulao dos Projetos tico-Poltico do Servio Social e de Reforma Sanitria. ObjetoMltiplas expresses da questo social. Determinao Social do processo sade-doena.

Questes CentraisConscincia Sanitria Democratizao e Socializao da Informao Ao socioeducativa Articulao com movimentos sociais Maria Ins Bravo Garantia do direito sade

Parmetros para a Atuao do Assistente Social na SadeAes Profissionais nas seguintes dimenses:

Assistencial Em Equipe Socioeducativa Mobilizao, Participao e Controle Social Investigao, Planejamento e Gesto Assessoria, Qualificao e Formao ProfissionalMaria Ins Bravo

Aes AssistenciaisDevem transpor o carter emergencial e burocrtico com uma direo socioeducativa atravs da reflexo com relao s condies scio-histricas a que so submetidos os usurios e mobilizao para a participao nas lutas em defesa da garantia do direito sade. Algumas Aes:Democratizar as informaes. Construir o perfil socioeconmico dos usurios para possibilitar a formulao de estratgias de interveno. Criar mecanismos e rotinas de trabalho que facilitem o acesso dos usurios aos servios, bem como a garantia de direitos na esfera da seguridade social. Trabalhar com as famlias na perspectiva de torn-las sujeitos do processo. Criar protocolos e rotinas de ao que possibilitem a organizao, normatizao e sistematizao do cotidiano do trabalho profissional.Maria Ins Bravo

Aes em EquipeO trabalho coletivo no dilui as competncias e atribuies de cada profissional mas exige maior clareza no trato das mesmas. Necessidade de debate com a equipe para esclarecimento das aes profissionais e estabelecimento de rotinas e planos de trabalho. Algumas aes que merecem reflexo:Alta hospitalar Humanizao Comunicao de bito

Alguns parmetros de atuao:Realizar treinamento profissional. Esclarecer as atribuies e competncias junto equipe que delimitem as aes dos diversos profissionais. Criar rotinas junto com a equipe. Maria Ins Bravo Participar de aes socioeducativas.

Aes SocioeducativasConsistem em orientaes reflexivas e socializao de informaes realizadas atravs de abordagens individuais e grupais aos usurios, famlia e populao de determinada rea programtica. Algumas aes:Debates sobre rotinas e funcionamento da unidade tendo por objetivo a democratizao da mesma. Socializao de estudos e pesquisas realizados pela equipe. Aes de mobilizao na rea programtica objetivando democratizar informaes da rede de atendimento e com relao aos direitos sociais. Mobilizar o usurio para participar do controle democrtico dos servios prestados. Maria Ins Bravo

Aes de Mobilizao, Participao e Controle SocialEsto voltadas para a insero dos usurios, familiares e trabalhadores de sade nos espaos democrticos de controle social e construo de estratgias para fomentar a participao e defesa dos direitos sociais pelos usurios e trabalhadores de sade nos conselhos, conferncias e fruns de sade e de outras polticas. Envolvem tambm:Democratizao da instituio. Aes de mobilizao em defesa do direito sade. Participar da ouvidoria na perspectiva coletiva com a intencionalidade de democratizar as questes evidenciadas pelos usurios.

Ao Central:Estimular a participao dos usurios nos diversos movimentos sociais, conselhos e fruns.Maria Ins Bravo

Aes de Investigao, Planejamento e GestoTem por objetivo o fortalecimento da gesto democrtica e participativa e a garantia dos direitos sociais. Envolve tambm a realizao de estudos e pesquisas que revelem as reais condies de sade dos usurios e/ou coletividade. As investigaes tm por objetivo fornecer subsdios para a formulao e implementao do planejamento do Servio Social, da poltica institucional bem como da poltica de sade local, regional e nacional. Algumas Aes:Elaborar planos e projetos de ao profissional. Interferir na elaborao do planejamento estratgico das instituies. Elaborao de relatrios peridicos afim de avaliar o plano de ao. Realizar estudos e pesquisas com relao a diversas temticas.Maria Ins Bravo

Aes de Assessoria, Qualificao e Formao ProfissionalConsistem em treinamento, preparao e formao de recursos humanos voltados para a educao permanente de trabalhadores de sade, representantes comunitrios, chefias e conselheiros. Participar da formao profissional atravs da criao de campo de estgio e participao nos programas de residncia multiprofissional. Participar e/ou buscar assessoria para os profissionais de Servio Social, para gesto da unidade e para os movimentos sociais.Maria Ins Bravo

Proposies para o Cotidiano ProfissionalEstar articulado com os movimentos dos trabalhadores e usurios que lutam pela efetivao do SUS e da Reforma Sanitria. Facilitar o acesso dos usurios aos servios. Construir espaos na unidade que garantam a participao popular. Buscar capacitao, assessoria tcnica, sistematizar o trabalho realizado, realizar investigaes.Maria Ins Bravo

Requisitos Importantes para o Fortalecimento do Projeto ProfissionalFundamentao Terica-metodolgica. Compromisso tico-poltico. Estratgias tcnico-operativas Anlise da Poltica Social e da Poltica Setorial. Anlise da Conjuntura. Realizao de Investigaes. Elaborao de Planos com a Participao dos Sujeitos Sociais. Anlise e Interveno no Financiamento e Oramento. Conscincia dos Limites e Possibilidades da Participao Social em Espaos Institucionais. Maria Ins Bravo Constituio de Fruns Coletivos.

Proposies Para o Fortalecimento da Sade8Simpsio sobre Poltica Nacional de Sade - 2005Definio de uma Poltica Nacional de Desenvolvimento que garanta uma redistribuio de renda de cunho social; Defesa da Seguridade Social como poltica de proteo social universal; Defesa intransigente dos princpios e diretrizes do SUS: universalidade, equidade, integralidade, participao social e descentralizao; Retomada dos princpios que regem o Oramento da Seguridade Social mas, imediatamente, regulamentar a Emenda Constitucional 29; Cumprimento da Deliberao N 001, de 10 de maro de 2005 do Conselho Nacional de Sade, contrria terceirizao da gerncia e gesto de servios e de pessoal do setor sade, assim como, da administrao gerenciada de aes e servios, a exemplo das Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP); Recriao do Conselho Nacional de Seguridade Social;

Proposies Para o Fortalecimento da Sade8Simpsio sobre Poltica Nacional de Sade - 2005Avanar no desenvolvimento de uma poltica de recursos humanos em sade, com eliminao de vnculos precrios; Estabelecimento de Plano de Cargos, Carreiras e Salrios para o SUS de maneira descentralizada, sem a incidncia dos atuais limites de gastos da Lei de Responsabilidade Fiscal; Avanar na substituio progressiva do sistema de pagamento de servios por um sistema de oramento global integrado, alocando recursos baseados nas necessidades de sade da populao; Reviso da lgica de subsdio e isenes fiscais para operadores e prestadores privado de planos e seguros privados de sade redirecionando esses recursos para o sistema pblico de sade; Avanar no debate dos projetos de Lei que tratam da Responsabilidade Sanitria no sentido de se retomar o cerne da discusso para a garantia do direito sade e dos usurios.

III Frum Social Mundial da SadeBelm do Par Jan/2009Como aspecto central foi evidenciado o questionamento do sistema atual de acumulao capitalista concentrador de renda, excludente e construtor de inaceitveis desigualdades. Como desafio a construo de um amplo movimento contrahegemnico na defesa de um novo processo civilizatrio que retome o iderio de construo do socialismo como processo de radicalizao da democracia e de emancipao humana e poltica. A garantia da Seguridade Social universal, integral, com justia social e equidade um valor estratgico desse processo. O universalismo deve implicar a garantia do acesso a todas as pessoas a partir do financiamento efetivo do Estado e no pode ser flexibilizado.