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Maria pôs-se a caminho · 6 de Dezembro de 2015 a 01 de Janeiro de 2016. Inserida, pois, nesse contexto, acolhemo-la como uma vinda da “Mãe da Misericórdia” à nossa Diocese,

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04 - Editorial Paulo Rocha06 - Apresentação08 - Algarve12 - Angra16 - Aveiro20 - Beja24 - Braga28 - Bragança-Miranda32 - Coimbra36 - Évora40 - Funchal44 - Guarda

48 - Lamego52 - Leiria-Fátima56 - Lisboa60 - Portalegre-Castelo Branco64 - Porto68 - Santarém72 - Setúbal76 - Viana do Castelo80 - Vila Real84 - Viseu88 - Ordinariato Castrense92 - Entrevista Padre Carlos Cabecinhas

Foto da capa: João Lopes Cardoso.Foto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Maria pôs-se a caminho

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

“Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho edirigiu-se à pressa para a montanha, a umacidade da Judeia”.A informação é dada pelo evangelista Lucas.Está no início do testemunho que deixou para aHistória sobre a vida de Jesus, logo após oanúncio do nascimento de João Batista e dopróprio Cristo. Depois de balbuciar algumaspalavras, até a um “faça-se segundo a tuapalavra”, a primeira decisão de Maria foi dirigir-seà casa de Isabel para fazer uma visita. Foi aoencontro daquela que, em idade avançada, iriaser mãe do “percursor”, para a ajudar no quefosse útil e sobretudo para estar com quem viviamomentos de perplexidade. Nesse momento,quando Maria se encontrou com a sua primaIsabel - diz o texto - “o menino saltou-lhe dealegria no seio e Isabel ficou cheia do EspíritoSanto”.As “visitas” que Maria continua a fazer, comoas que aconteceram no último ano com apresença da Imagem Peregrina de NossaSenhora de Fátima em todas as dioceses

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de Portugal, provocam os mesmosefeitos: alegria e presença doEspírito Santo.No Santuário de Fátima ou noslocais por onde passa quando sepõe a caminho qual peregrina entreos peregrinos, a imagem de Mariamobiliza multidões que geramfacilmente interrogações nos avaliafenómenos de massas, nasociedade atual. De fora dessasapreciações, raramente notadas porserem fatores reveladores dainscrição e da relevância da religiãona atualidade, ficam astransformações mais profundas eexpressivas que a presença deMaria continua a gerar: as queacontecem em cada pessoa, queprovocam mudanças nos itineráriosde vida, que levam a decisõesconstrutoras de felicidade.É também aqui, no universopessoal, que a presença de Mariaem Fátima permanece comoambiente mais simbólico e repletode significado.

A comprová-lo estão, por exemplo,as reações dos peregrinos quando,após dias de caminhada, avistam aCapelinha das Aparições ou asemoções impossíveis de conterquando cumprem uma promessaaos pés de Maria. Igualmenteexpressiva é a relação que seestabelece entre cada pessoa e apassagem imagem de Maria, tantonas procissões no Santuário deFátima como nas visitas que faz emtodo o mundo.“Maria ficou com Isabel cerca de trêsmeses. Depois regressou a suacasa”. É assim que termina anarração da primeira “visitação” deMaria. Um forma de estar presenteque se mantem ao longo de dois milanos. Maria visita pessoas ecomunidades, durante um ou doisdias, durante um ano como a queaconteceu às dioceses de Portugal.Agora regressa a casa. Brevementeteremos outra notícia a dizer “Mariapôs-se a caminho”…

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A imagem peregrina de NossaSenhora de Fátima conclui a 13 demaio uma peregrinação de 12meses às dioceses portuguesas, noâmbito dos preparativos para ascomemorações do centenário dasaparições. A Conferência EpiscopalPortuguesa desafiou os católicos dopaís a acolher de forma calorosa ecom profundidade de fé estainiciativa e o Semanário ECCLESIAapresenta ao longo das próximaspáginas imagens e textos que dãoconta desta resposta, de norte asul, das ilhas aos quartéis militares.Os responsáveis católicosprojetaram esta visita como umaoportunidade para que Portugalpudessever a força de uma “Igrejaem saída”, que quer ir “ao encontro”de todos, e de cada comunidade oufamília retomar “a esperança” quepor vezes parece “vacilar no meiodos dramas e incertezas do tempopresente”.Fátima é hoje “parte integrante” na“expressão da fé” das comunidadescatólicas, “em todos os recantos” dePortugal, das zonas rurais àsurbanas, do mundo mais simples aomais desenvolvido”. A Mensagem deFátima está “no coração da Igreja”,como o comprovam “asperegrinações

dos Papas Paulo VI, João Paulo II eBento XVI” à Cova da Iria.A imagem que percorreu o país foientronizada na Basílica de NossaSenhora do Rosário no ano de 2003e deu a volta ao mundo na décadade 50 do século XX.Apresentada como uma forma desensibilizar e de chamar a atençãopara o Centenário das Aparições,em 2017 a peregrinação nacional foiuma forte experiência de fé, atravésdas celebrações, momentos deoração e expressões de piedadepopular.Após deixar o Santuário de Fátima,a imagem peregrina fez o seguintepercurso por Portugal: Viseu, Braga,Viana do Castelo, Vila Real,Bragança-Miranda, Lamego,Coimbra, Guarda, Portalegre-Castelo Branco, Setúbal, Évora,Beja, Algarve, Santarém, Lisboa,Madeira, Aveiro, Açores, Porto,Leiria-Fátima.A primeira imagem peregrina deFátima, feita segundo indicações dairmã Lúcia, foi oferecida pelo bispode Leiria e coroada pelo arcebispode Évora a 13 de maio de 1947,tendo desde esta data, por diversasvezes, percorrido o mundo inteiro.

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Visita da Imagem Peregrinaà Diocese do AlgarveA Visita da Imagem Peregrina deNossa Senhora de Fátima, chegou àDiocese do Algarve em vésperas daabertura do Ano Santo daMisericórdia, mais precisamente de6 de Dezembro de 2015 a 01 deJaneiro de 2016. Inserida, pois,nesse contexto, acolhemo-la comouma vinda da “Mãe da Misericórdia”à nossa Diocese, para nosacompanhar com a doçura do seuolhar de Mãe e nos fazerredescobrir a alegria da ternura deDeus, que ela, como ninguém,testemunhou profundamente noVerbo feito homem (cf. MV 24).Mais do que a evocação de umaefeméride (centenário dasaparições), quisemos que a suavisita constituísse, para a nossaIgreja um “tempo favorável” que oSenhor nos concede viver, pararevitalizar a nossa fé, sentindo-omeio privilegiado de evangelização,caminho para a conversão eencontro com a misericórdia deCristo. Por outro lado, também aoportunidade de

acolhermos a mensagem de Fátimacomo “uma janela de esperança queDeus abre, quando o homem lhefecha a porta” (Bento XVI), umajanela franqueada pela luz que é opróprio Deus, iluminando o homemna sua verdade (Cf. Guião da Visitada Imagem Peregrina).Estes objectivos expressaram-sepastoralmente de muitas maneiras econstituíram um elevado momentode graça por todo o Algarve, cujosfiéis acorreram massivamente aosactos programados em cadacomunidade e, particularmente, aoslugares por onde a Virgemperegrina passou. Cónego José Pedro de JesusMartinsVigário da Pastoral FOTOS: SAMUEL MENDONÇA

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A Imagem peregrina de NossaSenhora de Fátima percorreu toda adiocese de Angra e Ilhas durantedois meses, Janeiro e Fevereirodeste ano de 2016.As Igrejas escolhidas para apresença da Imagem Peregrinaforam sobretudo as Igrejasrelacionadas com o Jubileu daMisericórdia. Deste modopretendeu-se relacionar a presençada Imagem Peregrina não só com ocentenário das aparições mastambém com o Ano Santo daMisericórdia.

Em todos os locais foram multidõesde gente que acorreram aoencontro da Imagem Peregrina. OPovo Açoriano é tipicamentemariano na demonstração da suareligiosidade. A prová-lo está o factode na Ilha de Santa Maria selocalizar a primeira capela com adenominação de Nossa Senhora deFátima, edificada logo a seguir àsaparições, e ainda a manifestaçãomariana nas grandes festas doSanto Cristo, dos Impérios doEspirito Santo

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e dos Romeiros. Em todas estasprovas de religiosidade a oração ésempre o rosário. Acresce aindaque na Ilha do Corvo se reza orosário todos os dias na Igrejaparoquial.A estas multidões de gente queacorreram ao encontro de NossaSenhora foi-lhes oferecida apossibilidade de fazer a experiênciade peregrinação, de participarem nacelebração da Eucaristia comocentro de toda a manifestaçãoreligiosa, o atendimento pessoal noSacramento da Reconciliação, apregação da Palavra de Deus ediversos momentos de oraçãodistribuídos pelas diversas idades emovimentos ou grupos.Mas as manifestações à volta daImagem Peregrina não se limitaramaos cristãos ou aos membros dascomunidades cristãs, masenvolveram a sociedade civil. Foramvárias as escolas que tiveram apresença da Imagem Peregrina ou aela acorreram; todos osestabelecimentos prisionaiscontaram com a sua presença; oshospitais sentiram a presençareconfortante de Nossa Senhora, damesma forma vários lares de idosossentiram a alegria da entrada deNossa Senhora nas suasinstalações.

As corporações dos Bombeiros e osaeroportos foram também palco dagrande devoção do povo de Deuspor Nossa Senhora.Acresce ainda o interessemanifestado pelas autoridadespúblicas, académicas, militares e desegurança, não só na suaparticipação nos diversos actosreligiosos mas também no bomdesenrolar de todas asmanifestações de fé do povo queacorreu ao encontro de NossaSenhora.Mas a presença da ImagemPeregrina de Nossa Senhoradespertou de tal modo o interessede todos os açorianos que obrigouas estruturas diocesanas dereflexão e planificação pastorais aprojectarem o modo de ajudar apiedade popular a ser agenteevangelizador como nos pede oPapa Francisco.Fica-nos um sentimento de Acçãode Graças ao Senhor Jesus Cristopela Bênção que foi a presença daSua Mãe e Nossa Mãe pelas terrasdos Açores e pelo bem que Elarealizou no meio do Povo Açoriano.

+João LavradorBispo de Angra e Ilhas

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Desde o dia 18 de Março até ao dia10 de abril de 2016, os dias em quee Imagem Peregrina de NossaSenhora de Fátima esteve naDiocese de Aveiro, foram várias asInstituições que a receberam –militares e civis,

incluindo o hospital e oestabelecimento prisional – epassou por todos os arciprestados,tendo havido uma grandemovimentação de pessoas.Contaram-se por muitas as dezenasde milhar os cristãos que não sóforam ao encontro de NossaSenhora para apresentarem os seuspedidos e formularem as suas intenções, mas também para, em oração recolhida, aprofundarem a sua fé. Num balanço aindaque superficial,

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porque só cada pessoa sabe o quevivia na sua própria consciênciaquando foi ao encontro da ImagemPeregrina, quero realçar algunsaspetos que considero importantes.É certo que a força evangelizadorade Nossa Senhora esteve semprepresente na nossa história pátria,mas agora tem uma dimensão maisreforçada com as aparições emFátima e a respetiva Mensagem.Mesmo nos lugares onde pareceriadifícil a mobilização das pessoas,estas ocorreram em multidões.Isto traz um desafio para o anúnciodo Evangelho nos dias de hoje: apiedade popular e, maisconcretamente, a devoção a NossaSenhora, tem de ser um espaço deevangelização e de anúncio deCristo Ressuscitado. Maria ensina-nos o caminho para o seu FilhoJesus, porque só Ele é o caminho, averdade e a vida. A frase do

Evangelho de S. João «fazei tudo oque o Meu Filho vos disser», nasBodas de Caná, foi a chave deinterpretação que nos ajudou noencontro com a Imagem Peregrina.Podemos afirmar que, ao princípiodas noites, nas celebrações dachegada e da entrega aosarciprestados, sempre houve muitagente em cada local, com orações,cânticos, aplausos e velas acesas.Depois, ao longo dos dias as igrejasestiveram sempre cheias, acorrendonumerosos crentes, que passaram erezaram individualmente ou emgrupos organizados, quer decrianças e adolescentes, quer deidosos, quer de casais, quer demembros de instituições paroquiaise outras, havendo celebraçõespróprias. Além disso, foramdistribuídos alguns milhares deterços comemorativos da passagemde Nossa Senhora pelas terras deAveiro.

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Não temos dados concretosdaqueles que, andando afastadosda fé cristã, se aproximaram daImagem Peregrina, descobrindo aíuma oportunidade de um novoencontro com Deus. Muitas pessoasafirmavam que a vida não podiacontinuar na mesma e a sua relaçãocom o Evangelho e com a Igrejatinha de mudar.Outro aspeto que consideramosimportante foi a celebração dosacramento da reconciliação nacatedral de Aveiro, com aparticipação dos sacerdotes dopresbitério. Uma vez que a Catedralé a única Igreja jubilar, nos trêsprimeiros dias da semana santarealizaram-se celebraçõescomunitárias, com absolviçãoindividual, do sacramento dareconciliação. Foi uma resposta aosapelos de Nossa Senhora emFátima que pede a conversão emudança de vida.A visita da Imagem Peregrinaprojetou-nos para o desafio desabermos valorizar estas «sementesdo Verbo», lançadas no coração detantos e de tantas que foram aoencontro de Maria e procuram umsentido para a sua vida.

D. António MoiteiroBispo de Aveiro

FOTOS: Pedro Ventura

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Tendo acompanhado algunsmomentos significativos da visita daimagem peregrina de NossaSenhora de Fátima à diocese deBeja, sobretudo o seu acolhimentona cidade de Beja a 22 denovembro e a sua despedida a 6 dedezembro no meio da serra doCaldeirão, antes de ser entregue àdiocese do Algarve, no Ameixialdepois de ouvir muitos relatos declero e leigos, deixo aqui umsentimento genérico deagradecimento a Deus e aoSantuário de Fátima por estainiciativa integradas nascomemorações do centenário dasaparições em 2017.

Foi uma oportunidade única desentir a alma do nosso povo e noBaixo Alentejo não foi diferente.Percorrendo a vasta área dadiocese, desde Barrancos até S.Teotónio, da fronteira com aEspanha até ao oceano Atlântico,mais de 250 Km, o povo acorreu, dedia e de noite, cantou e rezou,mostrando que é um povo religiosoe devoto de Nossa Senhora, apesarde a maioria não frequentar asliturgias nas igrejas. Como muitosdiziam, só Nossa Senhora conseguetocar na alma deste povo, fazê-lovibrar e até chorar.Apesar de na maioria dasparóquias

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ter apenas passado oupermanecido alguns momentos, noentanto em muitas a visita foipreparada com reflexões e tríduos,dando assim alguma profundidadecatequética ao acontecimento. Osarciprestados organizaram-se epromoveram encontros de oração eprocissões com a participação depessoas das paróquias por ondenão foi possível a imagem passar.Mesmo assim muitos reclamaram aomissão.Estando a diocese em Sínodo,algumas catequeses, todas sobre amisericórdia e a reconciliação,fizeram a ligação

com a mensagem de Fátima e aSenhora da Misericórdia.O movimento da Mensagem deFátima, espalhado por toda adiocese, dinamizou a visita.Espero que fique nas pessoas odesejo de conhecer melhor amensagem de Fátima, Jesus Cristoe o Evangelho, para quem NossaSenhora aponta e nos conduz.Oxalá estejamos prontos e atentos para fazer tudo o que Jesus nosdisser através da Igreja e ospastores saibam aproveitar estaajuda de Maria.

† António Vitalino, Bispo de Beja

TESTEMUNHO DO PADREDOMINGOS

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insira a foto aqui

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Entrei na Igrejaum dia e com o coração cheio deconfidênciaperguntei-Lhe: «Porque quisesteficar na terra,em todos os lugares da terra,na dulcíssima Eucaristia e nãoencontraste um modo,Tu que és Deus,de trazer e deixar também Maria,a Mãe de todos nós, queperegrinamos?»No silêncio, parecia responder«Não a trouxe porque quero revê-laem ti.Ainda que sejais imaculados,o meu Amor vos virginizará,e tu, vós,abrireis os braços e os corações demãesà humanidade que, como outrora,tem sede do seu deus e de suaMãe. A vós, suavizar as dores,as chagas, enxugar as lágrimas.Canta as ladainhas e procuraespelhar-te nelas.

D. Jorge Ortiga,Arcebispo de Braga

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Feliz Senhora da Palavra e do olharmais brilhante,Salvé Rainha, Serva amiga daternura e do sorriso,Tu és a casa acolhedora dossonhos de Deus Pai, Filho e EspiritoSanto, desde a Anunciação aoPentecostes vemos-Te totalmentedisponível à vontade divina.Em Fátima confirmastea três crianças oEvangelho da Graça,da Misericórdia e da Paz.Aqui neste Nordeste dePortugal, peregrinasconnosco e nestetempo extraordináriode festa, de 12 a 26de julho de 2015,realizaste a visita

maternal à nossa amada Diocese deBragança-Miranda, nos seus 4Arciprestados: Bragança, Miranda,Mirandela e Moncorvo; nos 12Municípios: Alfândega da Fé,Carrazeda de Ansiães, Vila Flor,Freixo de Espada à Cinta, Torre deMoncorvo, Mogadouro, Miranda doDouro, Vimioso, Mirandela, Macedode Cavaleiros, Vinhais e Bragança;nas famílias nas Paróquias; nosSantuários, nas Unidades Pastorais,e em tantas casas e outros lugares,onde muitos corações setransformaram e muitos olhosbrilharam e choraram ao mostraresa confiança na Palavra viva, fontede santidade.

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Foi encantador e cheio deexcelentes surpresas o acolhimentopróximo, hospitaleiro, fidalgo, filial efraterno! Aprendemos com S. Bento,nosso padroeiro, o dom dahospitalidade a Cristo, acolhendo-Te e a todos os nossos irmãos eirmãs.Todas as cidades, vilas e aldeias Teacolheram de forma única, autênticae bela.Nesta terra transmontana, todas asgerações Te proclamam e invocamcom incontáveis nomes: Senhoradas Graças, Senhora da Assunção,Senhora dos Montes Ermos,Senhora do Castelo, ImaculadaConceição,Senhora do Caminho, Senhora daLuz, Senhora do Nazo, Senhora daSerra, Senhora do Rosário,Senhora da Visitação, Senhora da Saúde, Senhora dos Remédios,Senhora do Amparo, Senhora deBalsamão,

Senhora do Campo, Senhora daRibeira, Senhora das Dores,Senhora do Aviso e do Viso, SantaMaria Maior…Quando concluíres a peregrinação atodas as dioceses, queremosretribuir a tua inesquecível visita noAno da Bíblia e da VidaConsagrada. No próximo Ano santoda Misericórdia e da Santidade, de10 a 12 de junho de 2016, ousamosrealizar a primeira peregrinaçãodiocesana a Fátima.Mãe do Imaculado coração,confiamos ao teu olharmisericordioso e ao teu regaçomaterno:a alegria da paz para o mundo epara a Igreja, em especial a união ea pazpara a Igreja peregrina emBragança-Miranda nosPresbíteros, nos

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Diáconos, nos Consagrados, nosLeigos, nas Famílias, no Semináriode S. José, nas Paróquias, nasUnidades Pastorais, nosArciprestados, nos Movimentos, naCáritas, nas Fundações canónicas,nos Centros Sociais Paroquiais, nasMisericórdias, nas Confrarias, nasIrmandades, nas escolas, nascrianças, nos jovens, nos adultos,nos idosos e em todos os Teusfilhos da Diocese, especialmente osdoentes e todas as pessoas quevivem no sofrimento, na solidão, noisolamento, na prisão, nadeficiência, na ignorância, napobreza, na depressão, no stress,no desemprego e na migração.Intercedemos também pelasInstituições autárquicas, civis,académicas, das forças dasegurança, da solidariedade social,a comunicação social e por todas aspessoas de boa vontade quebuscam o Bem e a Verdade na suavida.Mãe Peregrina, sê sempre a nossacompanheira nos caminhos davocação e da missão para Cristo, anossa Páscoa e a nossa Paz.Muito obrigado por nos congregaresna união e na paz. Continua aperegrinar connosco para o Pai,pelo Filho, no Espírito Santo.Bem-hajas por tudo! Adeus à imagem peregrina deNossa Senhora de Fátima, 26 dejulho de 2015+ José Manuel Cordeiro, Bispo deBragança-Miranda

TESTEMUNHODO PADRE JOSÉ BENTO

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A passagem da Imagem Peregrinade Nossa Senhora de Fátima pelaDiocese de Coimbra foi umacontecimento feliz, sobretudo naharmonia com que foi possívelintegrar as dimensões devocional,teológica e pastoral que lhe eraminerentes.A mais visível dessas dimensões,como é expetável, foi a devocional esacramental, com a oração pela viada eucaristia, da adoração aoSantíssimo, da liturgia das horas, dacelebração da reconciliação, dabênção dos doentes, do rosário,das procissões de velas, dosconcertos e serenatas... O povocristão saiu ao encontro da Imagemda Virgem, com os seus párocos,grupos apostólicos, movimentos,irmandades, crianças, idosos,escuteiros, grupos corais, e os seusbombeiros e filarmónicas, eestandartes, e flores atapetando asruas e colchas nas janelas!O aprofundamento teológico fez-sesobretudo pelas homilias, por umaNota Pastoral do Senhor Bispo, porconferências, por artigos publicadosna imprensa diocesana (entre osquais, uma extensa entrevista com oSenhor Reitor do Santuário deFátima) e pela meditação dosmistérios do Rosário numa propostaelaborada pela própria diocese. Ospontos relevantes destascatequeses incidiram naíntimaassociação de Maria aos Mistériosda

Incarnação e da Redenção,operados pelo seu Filho, nos quaisse torna modelo para a vida doscristãos e da Igreja. Um exemploparticularmente significativo destediscurso teológico foi a homilia de D.Virgílio Antunes na Missa deAcolhimento da Imagem Peregrinana Diocese, curiosamente logo apósa sua “Saudação”, em tom maisdevocional.É, com certeza, muito difícil discerniros frutos pastorais, nomeadamentenos campos da evangelização, daoração e da caridade, a queapelava a Conferência Episcopal aoapresentar a iniciativa à Igreja emPortugal. Em todo o caso, aPeregrinação foi integrada epotenciada pelo Plano PastoralDiocesano, construído à volta daevangelização e dacorresponsabilidade, e assentenuma reestruturação recente dasestruturas geográficas. Pelo menosnesta perspetiva, a conciliação entrea passagem da Imagem Peregrina eo Programa Pastoral Diocesanoresultou de um modo muito belo e,cremos, eficaz. A Diocese quistambém assinalar esta Peregrinaçãoda Virgem de Fátima com um sinalmuito simples, mas quepermanecesse fisicamente notempo, como memória e convite àoração familiar mariana, com adistribuição de 8000 terçoscomemorativos.

Diocese de Coimbra

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A Imagem Peregrina esteve naArquidiocese de Évora durante duassemanas, por isso mesmo visitandotão somente a vigararia de Évora.Foram duas semanas maravilhosascom uma calorosa recepção poronde quer que passava, deixandonos crentes uma nova esperança nocântico popular, na vela acesa, noaceno com o lenço branco nomomento do adeus.Neste ano de 2015, a passagem daImagem Peregrina de NossaSenhora de Fátima arrancou atimidez do homem alentejano,provocou o

sentimento amoroso até às lágrimase encheu de curiosidade aimaginação das crianças, abanandoa indiferençada juventude… Etodos, de vela acesa, percorreramas diversas ruas e lugarejos poronde passou a veneranda Imagemcantando e rezando.No passado domingo, dia 22 deNovembro, a Imagem Peregrina foirecebida na Sé de Évora, ondeaconteceu a despedida daArquidiocese de Évora. Pelas14h30, houve recitação do terçopresidido pelo Arcebispo de Évora,seguido da

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saída da imagem para a Diocese deBeja. Depois D. José Alves presidiuà Eucaristia da solenidade de CristoRei.No final das celebrações, oArcebispo de Évora fez àreportagem do semanário “adefesa” um balanço muito positivoda visita da Imagem Peregrina àsParóquias da Vigararia de Évora: “OSantuário de Fátima teve umainiciativa muito interessante dedisponibilizar a primeira ImagemPeregrina para percorrer as casas

religiosas de vida contemplativa etodas as dioceses de Portugal. Nosúltimos quinze dias tivemosconnosco a Imagem Peregrina deNossa Senhora de Fátima eoptámos que elas permanecesseapenas na Vigararia de Évoraporque a maior parte das outrasVigararias da Arquidiocese játiveram a visita da ImagemPeregrina durante a Visita Pastoralpermanecendo em cada uma delasuma média de três meses, o quedeu para estar alguns

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dias em cada paróquia. Agora, comesta opção, permitimos que cadaparóquia desta vigararia tivesse aImagem Peregrina durante um dia, oque foi extraordinário. No dizer dosPárocos, ultrapassou todas asexpectativas a visita da Imagem

Peregrina, mesmo as maisambiciosas porque o Povo de Deuscorrespondeu de uma formaextraordinária à presença daImagem de Nossa Senhora deFátima.

Jornal “A Defesa”

FOTOS: Pedro Miguel Conceição

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Foi com grande emoção e alegriaque a Diocese do Funchal recebeu,de 13 de Fevereiro a 6 de Março, aVisita da Imagem Peregrina deNossa Senhora de Fátima, numtempo especial de graça, que foi oinício da Quaresma e em pleno Anoda Misericórdia.Ao percorrer as paróquias einstituições da Madeira e PortoSanto, conforme programaçãopastoral dos arciprestados, aSenhora da Mensagem avivou anossa fé, a nossa alegria e a nossaesperança. Mergulhou-nos “naqueleimenso mar de luz” de que falouLúcia, a pequena pastorinha daCova da Iria.Multidões acorreram a Maria àprocura do seu olhar de Mãe, quetudo conhece e compreende, paraencontrar nela conforto e luz nossofrimentos e tristezas dos seuscorações aflitos. E muitos foramaqueles que, pela sua intercessãomaternal, se encontraram comDeus, e nos sacramentos daReconciliação e da Eucaristiareceberam o perdão e a força doamor misericordioso do Pai. Assimse foi realizando o lema que presidiuà Visita da Virgem Peregrina àsDioceses portuguesas: “O meuCoração Imaculado conduzir-vos-áaté Deus”.Grande foi o empenho dossacerdotes, membros de institutosde vida

consagrada e leigos, queprepararam e acolheram tão nobree desejada visita! As orações e oscânticos, a alegria e as lágrimas, asluzes e as flores traduziram bem aimensa ternura materna, o confortoe a consolação, que Maria deixou nocoração dos seus filhos e filhas.Passou a Imagem, mas fica aMensagem, agora mais viva epresente no coração de cadacrente, estímulo para uma devoçãofilial mais coerente com a fé ecomprometida na vida cristã pessoale social. Maria levou no seuImaculado Coração de Mãe ossegredos, as lágrimas silenciosas,os sofrimentos, as esperanças e asalegrias de quantos a invocaram. AMãe é o abraço que nos aproxima eenvolve na ternura de Cristo, o rostoda misericórdia do Pai! †António Carrilho,Bispo do Funchal TESTEMUNHO DEGRAÇA ALVES

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Foi acontecimento a visita daimagem peregrina de NossaSenhora Fátima à Diocese da Guarda, durante 15 dias, de 27 desetembro a 11 de outubropassados.Foi visível a emoção das pessoas avibrarem de entusiasmo. Ospraticantes fortaleceram as suasconvicções.Os não praticantes revisitaram asgrandes razões de viver que a Félhes inspira.E os indiferentes interrogaram-sesobre o sentido da vida.A sociedade civil em geral, incluindo

hospitais e estabelecimentosprisionais, recebeu com entusiasmo,assim como outras instituições eserviços públicos, com destaquepara as forças da ordem.Deixou marca especial aconsagração da Diocese a NossaSenhora de Fátima, à passagem dasua imagem pela SéCatedral, com grande multidãoque a Sé não pôde contere por isso a bênção foidistribuída na praçapública.

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O terço, com a imagem de NossaSenhora de Fátima e as insígniasda Diocese, foi amplamentedistribuído nas celebraçõesrealizadas em cada arciprestado, àpassagem da imagem

e continua a ser grande sinal que,de alguma forma, prolonga osefeitos deste grande acontecimento.Tive a alegria de poder acompanhara imagem durante os 15 dias da suapermanência entre nós, presidindosempre a alguma celebração emcada arciprestado.Aqui deixo exarado o sinceroagradecimento da Diocese daGuarda por esta memorável visita.

Guarda, 8.5.2016*Manuel R. Felício,

Bispo da Guarda

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FOTOS: Pe. Francisco e padrehugo.com

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Tão pouco e tantoNos pede Jesus,E para espanto nosso,O Filho de MariaVem vestido de irmão nossoDe cada dia. Ele anda por aí,Ao frio e ao calor,Rico e pobrezinho,Nosso Senhor. Vem, Jesus,Senhor do mundo,Do sol e da lua,Bate à minha porta,Entra em minha casa,E que, por graça,Possa eu entrar também na tua. E também Maria, Mãe de Jesus enossa Mãe, Virgem Peregrina deFátima, hoje no meio de nós, se fez«imitadora» de Deus e do seu FilhoJesus, sem reticências, sem «ses» esem «mas»: Assim te entregaste a Deus,De coração inteiro,Como um tinteiroTodo derramado numa página.Sim, tu és a mais bela página deDeus,A Deus doada, apresentada,dedicada,Mãe da vida consagrada,

Ensina-me a tua tabuada,A tua suave e terna alegria,A luz do Evangelho que te aquece ealumia.Eu te saúdo, Maria,Neste dia da tua peregrinação. E porque os teus filhos, estes teusfilhos queridos, sabem bem o valor eo calor de uma Mãe como tu: Vão os teus filhosEm procissão de amor,Atrás do teu andor,Na mão uma flor.Recebe-a, mãe,E acolhe-nos sob a tua proteção,Hoje e em cada dia,Ave-Maria.E pelo teu amor de mãe, Senhora,Recebe, nessa flor, a nossagratidão,Enche os nossos pés de prontidão,As nossas mãos de paz,Os nossos lábios de oração,Os nossos gestos de perdão.E caminha connosco,Dá-nos a mão,No que falta cumprir da nossaprocissão. Amen! Lamego, Eucaristia na despedida daVirgem Peregrina de Fátima, 9 deagosto de 2015

D. António Couto

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Rostos de fé e alegria

A visita da Imagem Peregrinaencerrou na Diocese de Leiria-Fátima a sua peregrinação pelasdioceses de Portugal. Apesar de oSantuário se situar no território danossa Diocese e existir uma ligaçãomuito próxima com Nossa Senhorade Fátima, foi com imensa alegriaque verifiquei como este povocompreendeu o significadoparticular desta visita e saiu dassuas casas para acolher comespecial carinho, entusiasmo eemoção a Imagem, vendo nela osinal da Mãe que vem visitar osfilhos nos seus lugares e nas suascomunidades.

Acompanhei a visita da Imagem aosgrandes centros da diocese e fuirecebendo notícias de como iasendo acolhida nas vilas e aldeias.Pude ver multidões significativascom a presença de crianças, jovens,muitos homens e mulheres, doentese idosos, autoridades locais, quenem sequer as condições adversasdo tempo, por vezes, demoveram demarcar presença. Quero sublinharapenas alguns momentosemocionantes: a chegada a Leiriacom o ato de entrega da Diocese aNossa Senhora na Sé repleta defiéis; a visita à prisão

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e os jovens reclusos com lençosbrancos a acenar; a visita aohospital com a imagem presente nacapela por onde foram passandodoentes, profissionais da saúde efuncionários e a transmissão daeucaristia por canal interno.A melhor leitura que se poderá fazerdo significado desta visita é a quefazemos nos rostos dos fiéis. Vimosexpressões de alegria e festa, desorrisos abertos acompanhados porflores, fitas, balões e frequentesaplausos à passagem da Imagem.Vimos faces marejadas e doridas,entregando a Maria pedidos deconforto e ajuda para suportar asagruras da vida. Vimos olhoselevados ao céu ou postos no chão,em contemplação serena dosmistérios da Mãe de Deus.Foram dias de festa, oração e

expressão pública de fé que ficarãopara sempre marcados nasmemórias dos muitos milhares depessoas que os viveram. Umaverdadeira bênção de Deus, atravésde Maria, para a renovação da fé eda vida espiritual deste povo deLeiria-Fátima. A Imagem parte, amensagem e a ternura da Mãe fica ecertamente dará frutos! + António Marto,Bispo de Leiria-Fátima

FOTOS: Luís Miguel Ferraz

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A passagem da Imagem Peregrinade Nossa Senhora de Fátima peloPatriarcado de Lisboa foi, muitopropriamente, uma Visitação.Todos os que lemos o Evangelho deLucas e rezamos o segundo mistériogozoso do Rosário sabemos o quesignifica. A Mãe de Jesus vem aoencontro das nossas necessidadese expetativas, trazendo-nos Jesus,hoje como ontem.Da Azambuja à Nazaré, de Penichea Lisboa, aconteceu deste modo, dejaneiro para fevereiro, com sol ouchuva, de dia e de noite. Juntaram-se multidões, chamadas peloanúncio e ainda mais pelo coração,com as vidas

que levam e as que gostariam delevar, por si e pelos seus, próximosou ausentes.Algumas coisas resolvem-se naaltura, como nunca faltam relatos,certos e comovidos. Mais a fundo,transformam-se em esperança,porque as mãos postas da Senhoraabrem sempre caminho.Esta realidade, espantosa sempre, éum "mistério" que nenhuma notíciacapta por inteiro. Começa em Deus,realiza-se em Cristo, trazido porMaria, enleva-nos e eleva-nos. Foiassim, mais uma vez, como serásempre.

D. Manuel Clemente Cardeal Patriarca de Lisboa

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A Mãe do Céu e as nossas mães

A nossa Diocese de Portalegre –Castelo Branco recebeu e acolheu,entre 11 e 25 de Outubro 2015, aImagem Peregrina de NossaSenhora. Percorreu toda a Diocesee seus Arciprestados. Numa Diocesevasta em território como a nossa e,em muitos locais, despovoada, aImagem de Nossa Senhora foiacolhida ao longo dos muitoscaminhos e estradas por pessoassingulares, por famílias ou pelascomunidades cristãs reunidas emfesta de acolhimento, entrou nasIgrejas, nos lares de idosos, nasunidades de cuidados continuadose nas unidades hospitalares, nos

quartéis militares e de bombeiros.Diante da Imagem Peregrina deNossa Senhora rezaram as crianças,os adolescentes e jovens, osEscuteiros, as catequeses, asfamílias, as Comunidadesparoquiais, os muitos movimentos,os Sacerdotes, os doentes, osidosos, os desempregados, osprofissionais de vários ramos esaberes, os que, de alguma forma,sofrem e procuram caminho, osanónimos, as mães, as mães, muitasmães.Muitos sabiam que a SenhoraPeregrina passaria e chegaria.Esperavam e preparavam-se. Muitosoutros, os que nem sempre vão à

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Igreja e não acompanham osnoticiários, foram surpreendidos nosseus caminhos e até nas suascidades. E gostaram da surpresa: “Éa Senhora de Fátima!”, “Ó mãeanda ver; é a Nossa Senhora!!!”. Enuma explosão de liberdade assúplicas passaram da vida e docoração à boca de muitos: “Olha pornós, Mãe do Céu!”; “Olha pelosnossos filhos, Senhora!”; “Ai, Mãedo Céu, ai minha Mãe do Céu!”.E aquela idosa sozinha, amparadana sua bengala, que queria subiraté à estrada onde a Senhorapassaria mas já não tinha forças.Quem conduzia a carrinha viu eparou; e quem acompanhava aSenhora acolheu daquelas mãosduas rosas que eram

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para a Mãe do Céu. E foram alicolocadas a seus pés. Indiscritíveisos olhos, a expressão, a alegriadaquela idosa: “São rosas do meucoração Senhora, dai-me força!”. Em silêncio ou aclamando, de pé ousentados, inclinados ou de joelhos,com a cabeça coberta ou semchapéu e sem lenço, à porta decasa nas ruas e caminhos ou nomeio das imensas assembleiasreunidas, com os olhos marejadosde lágrimas ou simplesmente com oespanto sustido de admiração, aMãe do Céu foi sendo acolhida naexpressão da sua Imagem Peregrinae na expressão da sua vida comoescola de disponibilidade efidelidade ao projecto de Deus.

Quantas orações a presença deNossa Senhora fez sobressair davida quotidiana e dos corações.Cânticos, orações de louvor e desúplica, de intercessão e de acçãode graças. Tanto para pedir. Tantopara agradecer. Rezai – pediuNossa Senhora em Fátima. E ascomunidades rezaram eexperimentaram como a oração abreo coração a Deus, faz escutar a suaPalavra, alimenta a fé, supõe econstrói o diálogo, purifica averdade, sustenta a esperança,fortalece a confiança.Se um rosário é o conjunto dasrosas que traduzem simbolicamenteos nossos louvores, a Mãe do Céucolheu nestes dias e na nossaDiocese muitos rosários, colheu omelhor de todos nós. Somos terrade Santa Maria.

FOTOS: Emanuel Matos Silva

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Na despedida da Imagem Peregrinade Nossa Senhora de Fátima,olhando para a diocese do Portonas suas 22 vigararias e nas suasmais diversas instituições e variadosgrupos por onde a Imagem passousinto a alegria renovada da missão,que Deus a todos diariamenteconfia através da Mãe de Jesus eSenhora da Mensagem de FátimaA maior alegria da Mãe é verreunidos á sua volta todos os filhos!É a Mãe que nos congrega. Aolongo destas semanas da visita daImagem Peregrina celebramos aalegria e a fé de uma Igrejacongregada e mobilizada pela bênção que a Mãe de Deusderramou em toda a nossa Diocese.Penso que um dos grandesobjectivos da visita da VirgemPeregrina a todas as dioceses dePortugal é conduzir-nos

ao encontro pessoal com Cristo e apartir d’Ele ajudar-nos a fazer daalegria do evangelho nossa missãoe a trabalhar juntos na renovaçãopastoral da Igreja em Portugal.Nesta visita tornou-se mais visívelque a mensagem de Fátima é degrande actualidade pela sua riquezateológica e espiritual: é um apelo evangélico à oração, à conversão,ao amor eucarístico, à adoração da Santíssima Trindade, à devoção aoImaculado Coração de Maria e àconstrução da paz no MundoNa hora do adeus,… em jeito deprece final, sabemos que passou aImagem, mas fica a mensagem daMãe, agora mais viva no coraçãode cada crente. Maria leva no seu Coração de Mãeos segredos, as lágrimas silenciosas, os sofrimentos, asesperanças, as

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alegrias, os olhares e os sonhos dequantos a invocaram e invocamcom profundo amor e ternura filial. Nesta prece final, rezo, como ouvirezar num dos Hospitais do Porto, aquando da presença da ImagemPeregrina:“Dá-nos, ó Mãe, a coragem dosrecomeços.Faz-nos cheios de graça, na graçaque nos destes.Torna-nos confiantes como os quese atrevem a olhar o futuro comesperança.Não sei dizer muitas palavras paraagradecer a visita.Apenas os recados que disse aoouvido de Maria, Mãe de Jesus.quando ela cruzou o Seu coraçãocom o meu…

Desta visita, guardarei a certeza deque nunca ficaremos sozinhos. Porque a Mãe estará onde euestiver:A Imagem Peregrina leva o quesomos:Pequeninos e frágeisGente feliz, com lágrimas…Com sabor a sol e a maresia queolha o céu com olhos de esperança,e que marca os seus passos naterra que tanto ama.Não tenho mais nada.Apenas a voz das gentes do Porto ea nobreza do seu coração!”

FOTOS: João Lopes Cardoso

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O bispo de Santarém considera quea visita da Imagem Peregrina deNossa Senhora de Fátima à diocesefoi um acontecimento “vivo, atual”que levou “graças e bênçãos” emobiliza a outra participação eclesiale social.“As famílias de hoje precisamurgentemente deste encontro mútuocomo de pão para a boca. Precisamde diálogo, de acompanhamento ecuidado mútuo. O individualismo, ofechamento de cada um em simesmo, ou no seu brinquedoinformático, empobrecem eameaçam a união das famílias”,escreve D. Manuel Pelino,contextualizando que em muitascomunidades foi lida e meditada apassagem do Evangelho que relataa visita de Nossa Senhora à suaprima Isabel.Num texto enviado à AgênciaECCLESIA, o bispode Santarém

explica que a “base sólida” para oencontro e diálogo é a“espiritualidade concretizada naoração em família e na escutacomum da Palavra de Deus”.Segundo o prelado, a visita deNossa Senhora a sua prima “éparadigmática” porque mostra os“bens e as graças”

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que leva sempre: “A alegria, olouvor, a memória das intervençõesde Deus, a certeza de que a Suamisericórdia sempre nosacompanha.”D. Manuel Pelino destaca que étambém oferecida a “fonte” destesbens que é Jesus Cristo e o EspíritoSanto. Neste contexto, consideraque a passagem da VirgemPeregrina deve levar a “guardar navida as graças” que levou àdiocese: “O encontro com JesusCristo” que motiva à “integraçãomais ativa na vida e na missão daIgreja”.“A união com Cristo e o acolhimentodo Espírito Santo conduz à uniãofraterna, à atenção aos outros, aotestemunho da boa nova aospobres e da luz aos que não veem”,sublinhou. O prelado recorda entre2 e 17 de janeiro a ImagemPeregrina de Nossa Senhora deFátima foi acolhida pelascomunidades com “muitoentusiasmo, veneração” e, muitasvezes, visível

comoção. “É impressionante a forçaespiritual que irradia de NossaSenhora e toca os corações. Sãoassembleias bem mais numerosasque as das eucaristias dominicais,ouvi alguns comentar. Pode ser queNossa Senhora encaminhe paraeste encontro festivo onde se realizao encontro profundo entre Deus enós”, desenvolve D. Manuel Pelino.“As pessoas acorrem, rezam,cantam, louvam, admiram. Enfeitamas ruas e as igrejas”, explicou obispo diocesano sobre umamobilização que mesmo com chuvaou com frio congregou “sempremuita gente”.“É uma presença numerosa,admirável que integra todas asidades”, acrescentou o bispo deSantarém, destacando a adesãodos idosos, adultos, “incluindomuitos homens atentos” e tambémos jovens e o “encanto” dascrianças.

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A chegada da imagem peregrina deFátima a Setúbal coincidiu com aminha ordenação como bispo dadiocese, no dia 25 de Outubro de2015. A presença da maior parte

dos bispos portugueses e, de modoespecial, de D. Manuel da SilvaMartins e D. Gilberto Canavarro dosReis, primeiros bispos destadiocese, contribuiu para que estedia e os que se lhe seguiram seafirmassem como evento de unidadee de graça, na memória da nossaIgreja.Para mim, de modo especial, o

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acompanhar diariamente a imagemperegrina na sua visita à nossapenínsula de Setúbal e à Igreja quenela vive foi uma experiênciainolvidável. Foi atrás do"Mariamóvel", o carro da Virgemperegrina, que comecei a calcorrearas ruas do povo que Deus me enviaa servir como bispo. Na oração dasigrejas, na entrada em tantas obrasde assistência aos maisnecessitados, na emocionante visitaaos prisioneiros, na iluminantepresença nas instituições escolarese universitárias, na passagem juntodas nossas estruturas autárquicas esociais e sobretudo nos quilómetrosde peregrinaçãopelas nossas ruas,

diante das casas, cafés negócios etransportes onde decorre a vidaquotidiana… em todos estespercursos se foi revelando umarealidade e um desafio que Maria,serva do Senhor e Mãe da Igreja,nos veio trazer.Queremos ser, a seu exemplo, umaIgreja assim peregrina, que nãopára no tempo. Uma Igreja que saida igrejas para as ruas e cidadescheias de vida, luta, sofrimento,sonho e esperança. Uma Igreja quese dispõe a servir e anunciar, nãosó esperando na suas sedes, maspartindo ao encontro daqueles quemais necessidade têm de sinais desolidariedade, de uma visita deesperança, de uma revelação doamor perene e próximo de Deuspela humanidade.

+ José Ornelas CarvalhoBispo de Setúbal

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Fotos BRUNO MAXIMO LEITE

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Foi uma bênção para a Diocese, naqual destaco três notas maissalientes: a adesão, em todos osdez Arciprestados da Diocese, deum incontável número de devotos,sobretudo nas procissões, todaselas noturnas, e nos tempos deoração e celebração,nomeadamente da Penitência eEucaristia; na cidade de Viana doCastelo, a procissão ao mar,

uma repetição do que aconteceracerca de 60 anos atrás, aquando dapresença de idêntica imagemperegrina; a inserção da visita noprojeto pastoral em curso naDiocese sob o lema “Os filhos sãouma bênção de Senhor”: apoiando-nos em Maria, invocada sobretudocomo Mãe, e num tempo de tãobaixa natalidade no nosso País,realçámos a importância damaternidade e paternidade comocolaboração humana, privilegiada einsubstituível, na ação criadora esalvífica de Deus.

D. Anacleto Oliveira

insira a foto aqui

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A Visita da Imagem Peregrina àDiocese de Vila Real foi umaverdadeira apoteose, expressa nojúbilo, flores, orações e lágrimas eno afeto e alegria dos fiéis,cantando o hino com que em 1954,a Imagem fora recebida na Diocese,com letra do falecido

António Cabral e música de Mons.Ângelo Minhava, o sacerdote maisidoso da Diocese, com 97 anos. Aletra deste hino diz:Trás-os-Montes em festa recebe avisita da Mãe do Senhor. Hás nasalmas canduras de neve e no peitofogueiras de amor. Alto Douro, emcertame de afetos, veste as galasmais lindas que tem. São vassalos efilhos diletos, que recebem alegres aMãe. Ave Maria, Rainha e Mãe, Tuque nos destes o Sumo Bem. Óguarda o povo que é todo teu. Queele possa um dia voarao céu.

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Vinda de Viana, no dia 28 de junho,a Imagem foi recebida triunfalmenteem Mondim de Basto, por muitosmilhares de fiéis, e transportada aosombros pelas ruas engalanadas echeias de tapetes da Vila até aoEstádio onde foi celebrada aEucaristia e feita a Consagração aNossa Senhora. A seguir, emprocissão de velas, foi levada paraa Igreja Matriz, onde em Vigília deOração esteve toda a noite sem agente arredar pé. Este esquemarepetiu-se, nos 14 Concelhos daDiocese, com maior ou menor afluxode pessoas. Pelos lugares

onde a Imagem passava, aspessoas, com lenços a acenar eorações rejubilavam. Especial relevoteve a presença da Imagem daSantíssima Virgem, na cidade deVila Real, em Vila Pouca e nadespedida, em Chaves, comprocissão pela cidade e MissaCampal de despedida, partindo dalipara a vizinha diocese de Bragança-Miranda, no dia 12 de julho. Nãohouve recanto por onde a Imagempassasse que

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não suscitasse o júbilo e o afeto daspessoas.A Visita foi ocasião para evangelizaros fiéis, para através de Mariachegar a Cristo e apresentar àspessoas os conteúdos da fé cristã,convidando à oração em família,fazendo dela berço, palco, escola epúlpito de transmissão de valores eanúncio do Evangelho de Cristo, deacordo com o programa trienaldiocesano dedicado à família. Avisita suscitou fervor e entusiasmo eas missões populares de pregação,levando muitas pessoas aabeirarem-se dos Sacramentos,particularmente da Reconciliação eda Eucaristia, de modo que pelamão da Mãe muitos acabaram porchegar a Jesus. + Amândio Tomás,bispo de Vila Real

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A Imagem de Nossa Senhora deFátima andou em terras de Viseudurante 18 dias, entre 13 e 31 deMaio de 2015. Foi uma passagemque encheu de alegria cristã toda adiocese, em Sínodo Diocesano.Passou por todos os 17Arciprestados e, em alguns, portodas as suas paróquias.Não deixou ninguém indiferente e foicomum ver as Igrejas repletas, bemcomo os lugares por onde passava.Rostos e olhares transformavam-seem preces sentidas e comoventes,sem distinguir idades ou outrasdiferenças que, junto à Imagem seirmanavam na Fé e na Oração.

Intenções locais – pessoais,familiares, diocesanas – e intençõesnacionais e universais convergiamna certeza de que Maria ouve,acolhe e medeia todas as precesdos corações dos seus filhos.Para agradecer visita tão terna e tãomaterna, a diocese de Viseuprepara-se para, no próximo dia 5de Outubro, retribuir, indo até àCova da Iria e colocar nas Mãos daMãe as Constituições Sinodais.Iremos pedir a Sua intercessão eproteção para Viseu ser umadiocese que escuta e pratica osSeus pedidos, concretizando avontade de Seu Filho Jesus Cristo. VISEU, 12 de Maio de 2016Bispo Ilídio

FOTOS: Jornal da Beira

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Na programação da visita daimagem peregrina às Dioceses dePortugal, não foram contempladasas Forças Armadas e das Forças deSegurança. Não obstante, por«exigência» de várias Unidadesmilitares e policiais e amabilidadedos organizadores locais, a imagemacabou por ser recebida eminúmeros quartéis. Foram tantosque alguém ironizou, mas com fina

sabedoria que nasce da fé: “NossaSenhora gosta tanto dos militares eos militares gostam tanto delaque, qualquer dia, assenta praçanas nossas Forças Armadas”.Foi recebida sempre pelos maisaltos chefes das estruturas militarese policiais. E deixou a mensagemque passou, praticamente, em todasas Unidades: estas forças estão

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ao serviço da legítima defesa e nãoda guerra. Como tal, são forças depaz que asseguram a liberdade egarantem que o mal não sesobreponha ao bem. E os militares epolícias de Portugal sabem que,quanto mais se colocarem do ladode Deus, como Nossa

Senhora, mais capacidades terãopara exercerem esta nobre função,hoje socialmente desvalorizada eaté criticada.

D. Manuel LindaBispos das Forças Armadas

e Segurança

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Por uma experiência Feliz de Fátima O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, apresentaem entrevista à Agência ECCLESIA o programa para a celebração docentenário das Aparições de Fátima, em 2017, avalia o itinerário depreparação que marcou os últimos anos, desde 2010, e reflete sobrea difusão da Mensagem de Fátima em todo o mundo ao longo de umséculo. 2010-2017: Mais do que umaevocação históricaAgência Ecclesia – Em 2010,quando foi apresentado o itineráriode preparação para o centenáriodas Aparições, o bispo de Leira-Fátima desejou que as váriasiniciativas não se reduzissem a uma“evocação histórica” para confirmarque a mensagem de Nossa Senhora“não ressoou em vão”. É isso queestá a acontecer?Padre Carlos Cabecinha - Todas asiniciativas que têm dinamizado avida do Santuário desde finais de2010 têm mostrado essa atualidadeda mensagem e que não foi em vãoque a voz de Nossa Senhoraressoou na Cova da Iria. Como nãoé em vão que continua hoje aressoar essa voz e a mesmamensagem! O que se foipromovendo foi mostrar aspetos porvezes esquecidos da Mensagem deFátima e uma riqueza que temosvindo a descobrir progressivamente.

AE - Por exemplo?CC – Começaria pelo Ano daMisericórdia, que estamos a viver.Um dos aspetos que se aprofundourelativamente à Mensagem deFátima foi a dimensão damisericórdia, ainda semsuspeitarmos que o Papa Franciscoconvocaria este Jubileuextraordinário. A reflexão teológicaque se fez sobre a Mensagem deFátima destacou a dimensão demisericórdia da Mensagem eapresenta o conceito demisericórdia como a palavra chaveque permite ler a totalidade damensagem.AE – A planificação dos sete anosde preparação do centenário tevesempre presente esse desafio de“ser mais do que uma evocaçãohistórica”?CC – O grande desafio partiu doPapa Bento XVI quando, em 2010,em peregrinação no Santuário deFátima, diz “sete anos nos separamda celebração do centenário” e fazvotos de que sejam um itinerário

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estimulante para a preparaçãodessa celebração festiva. Esse foi oponto de partida para aprogramação deste septenário.Desde o início procurou-se ter porcritério não fazer uma evocação dopassado, mas olhá-lo para descobrira sua riqueza, em relação à leiturado presente e à projeção do futuro.As várias ações que dinamizaram avida do santuário não se orientaramna busca do passado mas, partindodas fontes, procuraram apresentarpropostas de vivência presente. Porexemplo, no “Itinerário doPeregrino”, que em cada ano foidinamizando a visita ao Santuáriodos que aqui chegam, como umaproposta da vivência hoje daMensagem de Fátima; ou o conjuntode ciclos de conferências anuais,que nos ajudaram a olhar para asfontes para perceber a Mensagemde Fátima hoje e o seu impacto; eos vários simpósios teológico-pastorais, que nos foram ajudandoa olhar para a mensagem e a fazera ponte com o mundo de hoje.Um conjunto de iniciativas reflexivasque nos ajudaram a compreender aatualidade da mensagem.Por outro lado, houve também apreocupação de proporcionar aos

peregrinos melhores condições devivência da peregrinação, o quepassa pelo cuidado com ascelebrações, a criação do hino docentenário, o arranjo dos espaços,como os parques envolventes, aBasílica de Nossa Senhora doRosário ou o altar do recinto.Proporcionar ao peregrino umaexperiência feliz de FátimaAE – Os peregrinos, quem chegaaos Santuário, está no centro detodo esse itinerário...CC – O peregrino é sempre o nossogrande ponto de interesse. Nósqueremos proporcionar aoperegrino uma experiência feliz deFátima: um maior conhecimento damensagem, uma profundaexperiência de Deus, que está nocentro da Mensagem de Fátima, e,por outro lado, a experiência festivapor estes 100 anos das aparições. AE – Sendo a experiência doperegrino em Fátima sobretudoespiritual e emotiva, como criarsintonias com a experiência deestudo e reflexão de conferências esimpósios?CC – Nós não temos ilusão de quetoda a reflexão chegue a todos osperegrinos. O que procuramosfazer

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é proporcionar o fruto dessareflexão, até de forma maisacessível, através do ‘Livro Ano’,por exemplo, que publicamosregularmente neste septenário eprocura apresentar reflexõesdiversas que ajudem a profundar aMensagem de Fátima através dotema de cada ano, e também aprópria celebração, que deve ajudaro peregrino a dar um passo maispara uma vivência efetiva da sua féa partir de Fátima não se limitandoa uma vivência afetiva.A pastoral do Santuário tem nacelebração da fé a sua grande açãopastoral, também em Fátima, querna celebração litúrgica, quer noutrotipo de celebrações (estou a pensarpor exemplo no Terço), que étambém o elemento de maiorimpacto formativo

nos fiéis, uma vez quetransmite valores, transmitemensagens, a Palavra de Deus. Sehá peregrinos para quem isso basta,há outros que procuram mais. AE – Não é um público distinto?CC – Não. São os mesmosperegrinos! Nem se trata de classessociais entre os peregrinos, porqueencontramos peregrinos de todas asclasses sociais interessados noaprofundamento da Mensagem deFátima.AE – Que avaliação faz o reitor doSantuário de Fátima dos ciclos deconferências e dos simpósios que jáaconteceram?CC – As conferências e ossimpósios têm permitido aprofundara

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Mensagem de Fátima e fazersínteses da mensagem. Até aqui,fomos descobrindo documentação,o Santuário publicou as fontesatravés da ‘Documentação Críticade Fátima’, para tornar acessível adocumentação fundamental para oconhecimento da Mensagem deFátima. Estamos agora numadimensão reflexiva de síntese, deprocurar aprofundar as fontes,descobrindo os vetoresfundamentais da mensagem.Eu não digo uma síntese. Amensagem é demasiado rica paraser contida numa única leitura.AE – Os temas anuais quedeterminaram o itinerário depreparação do centenário sãotambém sínteses da mensagem?CC – O primeiro grupo de trabalhoque pensou esse itinerário temáticotinha um princípio basilar: não seafastar da Mensagem de Fátima. Aopção foi partir das memórias daIrmã Lúcia e do relato que faz decada uma das aparições.O primeiro tema congregava asAparições do Anjo, em 1916, apartir

daí, cada tema anual deste itineráriode sete anos ocupa-se de uma dasaparições de Nossa Senhora,começando na aparição de maio atéà de outubro, que dará tema ao AnoPastoral 2016/2017.

AE – E de que forma esse temapassou para o quotidiano doSantuário, nomeadamente dosmaiores momentos celebrativos?CC – Nós não quisemos umconjunto de atividades avulsas, masque tivessem impacto na vida doSantuário.Os temas anuais não só guiavam oconjunto das peregrinaçõesaniversárias e das outrascelebrações como tema unificador,como procurámos que houvesse umconjunto de elementos visuaisgráficos que chamasse a atençãopara isso, tivemos também asexposições temáticas, numa outralinguagem, a da cultura e da belezapara aprofundar a mensagem,procuramos ter contributosespecíficos para a oração (referi jáo ‘Itinerário do Peregrino’) e

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preparamos um conjunto desubsídios, como catequeses,encontros, esquemas de oração, apropor aos peregrinos que aqui vême também a quem, fora doSantuário, queira rezar em sintoniaconosco.Dizer Fátima por novas linguagensAE – Com que objetivos forampromovidas outras iniciativas, comrecurso a novas linguagens, como oconcurso de fotografia ou o muraldigital?CC – Nós temos consciência de quea fé hoje tem de passar por novaslinguagens. O grande desafio é nãoficar nas linguagens que já usamos.Quisemos envolver a dimensão daimagem, através da fotografia,propondo um concurso fotográfico,e também propondo às criançasitinerários diversos de envolvimentocom a Mensagem de Fátima pelapintura, desenho, a música.Procuramos também caminhosmusicais que nos falem de Fátima,de dança contemporânea sobreFátima... Uma diversidade delinguagens que possam falar. A artetem esta capacidade de nos tocarprofundamente falando-nos de um

outro tipo de discurso que não é odas palavras. E quisemos nãodescurar nenhuma destaslinguagens para chegar aosperegrinos.O mundo digital exige também anossa presença, o que estamos afazer com o mural digital e arenovação do nosso site, que estáem curso, e o desenvolvimento deaplicações para dispositivos móveis,em desenvolvimento. AE – Essas novas linguagens são omotivo de rutura com o ambienteque caracteriza Fátima?CC – Não há rutura nempretendemos que haja!Algumas destas linguagens podemnão ser muito significativas para atotalidade dos peregrinos, mas sê-lo-ão para uma parte deles. E nósqueremos que nenhum peregrino sesinta excluído. Por isso,diversificamos a nossa linguagem!Vamos ao encontro dos peregrinosque aqui vêm e, através destaslinguagens, alargamos o leque: sepossível tocar outros para quevenham, experimentem Fátima,conheçam Fátima!

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AE – Que critérios presidiram àescolha de projetos e dos parceirospara os executar?CC – Procuramos parceirosrelevantes e linguagens atuais. Nãonos interessou procurar linguagensque fossem réplica do passado. Porexemplo, na música: procuramosgrandes nomes, de sentidoreligioso, e por isso fomos buscarum grande nome internacional,James Mac Millan, compositorescocês, e, a nível nacional para omesmo concerto, EuricoCarrapatoso. Duas obrasencomendadas com linguagensnecessariamente diferentes masnuma sintonia espiritual e religiosanuma linguagem musical atualizada.Também na dança procuramosnomes já consagrados que possamexpressar nessa área artística quetão pouco exploramos naMensagem de Fátima.A nossa preocupação foi semprediversificar aqueles a quempodemos chegar. A escolha delinguagens teve a preocupação dechegar a quem não presta atençãoa Fátima, não se sentemsintonizados com Fátima.Respondemos aos nossosperegrinos e também alargar ohorizonte.

AE – Mas para traduzir Fátimanessas expressões artísticas não énecessário experimentar Fátima?CC – Sem dúvida que é precisoexperimentar Fátima. Por issodesafiamos todos estes artísticas aexperimentar Fátima, a estar numagrande peregrinação, antes decompor. AE – Estou a pensar na obramusical “Os três Pastorinhos deFátima” de Arvo Pärt comparando-acom o Hino dos Pastorinhos nacelebração de beatificação. Há umagrande distância entre essas obrasmusicais...CC – São necessariamente duaslinguagens musicais completamentediferentes.Arvo Pärt foi alguém queconvidamos a vir fazer a experiênciade Fátima e, quando lhe pedimosum testemunho

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da sua presença em Fátima para arevista “Fátima XXI”, ele presenteou-nos com uma obra musical sobre osPastorinhos, que não pretende serum hino cantado por uma grandeassembleia em Fátima, mas exprimira experiência das crianças que sãoas destinatárias das aparições. É otestemunho pessoal de um grandeartista. Papa Francisco em FátimaAE – Em 2016 e 2017, o quepodemos esperar que aconteça noSantuário para assinalar ocentenário?CC – Há um conjunto de atividades,nomeadamente as mais festivas,que se concentram em 2016 e2017, para assinalar o centenáriodas aparições do Anjo e de NossaSenhora. O centro desta grandecelebração será em 12 e 13 de maiode 2017, com a presença do PapaFrancisco, que já está confirmada.

AE – O que espera da presença doPapa?CC – Do ponto de vista doSantuário, temos a expectativa dapresença do Santo Padre nascelebrações. Não sabemos se nosdias 12 e 13, gostaríamos que sim,mas certamente na grandecelebração do dia 13. O programanão depende do Santuário nem estáelaborado.AE – A proposta está feita, por partedo Santuário?CC – A proposta está feita para queo Santo Padre esteja nascelebrações de 12 e 13 de maio de2017, em Fátima.A presença do Papa, queesperamos nos dias 12 e 13, ésuficiente para motivar uma grandefesta, quer pelos peregrinos que atrai,quer pela palavra profética doPapa. O Papa Francisco, desde o

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primeiro momento do seupontificado, mostrou o seu carátermariano (temos na memória a suadeslocação à Basílica de SantaMaria Maior após a sua eleição paraentregar um ramo de flores a NossaSenhora como sinal da consagraçãodo seu pontificado a Nossa Senhorae o pedido feito ao então cardeal-patriarca para consagrar o seupontificado a Nossa Senhora, o quefoi feito neste Santuário). E a suapalavra é sempre profética, que nostoca e desinstala. Por isso aexpectativa é a de que o Papavenha e, estando presente, nosdesinstale e desafie na vivência danossa fé. Pórtico do CentenárioAE – E para além do dia 12 e 13 demaio de 2017?CC – Temos um conjunto deiniciativas festivas!Não há festa sem música, e por issoa música tem um pesoparticularmente grande.Em março vamos inaugurar o órgãoda Basílica de Nossa Senhora doRosário de Fátima, após umaprofunda renovação. Temos umconcerto inaugural que iniciará umconjunto de concertos de órgão,outros concertos ligados àcelebração dos pastorinhos, no dia20 de fevereiro, quer este ano

quer no próximo; temos o grandeespetáculo de dança e, em outubrode 2017, o grande concerto com asobras encomendada a JamesMacMillan e Eurico Carrapatoso,que pretende ser o encerramentodeste grande centenário dasAparições de Fátima.Celebrativamente, o que vai marcarestes dois anos e sobretudo 2017,são as “Peregrinações Jubilares”, osperegrinos que vêm e celebramfestivamente conosco o centenáriodas aparições. Para esses temospreparado um esquema compropostas para a ‘PeregrinaçãoJubilar’, uma oração, um itineráriopróprio do peregrino que este anoos leva a passar pela ‘Porta Santada Misericórdia’ e em 2017 os vaiconvidar a atravessar o ‘Pórtico doCentenário’, que vai ser criado”.AE – Entre que período serápossível realizar essa peregrinaçãojubilar?CC – O Ano Pastoral no Santuáriode Fátima começa sempre com oprimeiro Domingo do Advento. Será,por isso, em final de 2016 até finalde 2017.

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AE – As peregrinações de maio aoutubro farão memória centenáriade cada uma das aparições...CC – Faremos essa evocaçãocentenária das aparições eprocuraremos que sejamparticularmente festivas essasperegrinações de 12 e 13 deoutubro, que já procuramos darparticular destaque, agora commuito mais razão neste ano. Mesmoem termos de presença depresidentes convidados para estasperegrinações, teremos presençasmuito significativas, que não possoainda confirmar. AE – A presença do cardeal Parolinem outubro de 2016 é bomlançamento dessas peregrinaçõesdo ano seguinte...CC – Sem dúvida! Por um lado, pelaimportância que tem no contextoeclesial e porque vem preparar a

vinda do Papa Francisco. Osecretário de Estado vem presidir àperegrinação de outubro de 2016lançando aquela que será outragrande peregrinação, que o PapaFrancisco fará em maio de 2017. AE – Que iniciativas culturaisacontecem neste ano e em 2017?CC – Procuraremos que a síntese eo aprofundamento da Mensagem deFátima continue. Destaco doisacontecimentos reflexivos: oMariano-Mariológico, em setembrode 2016, organizado pela PontifíciaAcademia Mariana Internacional queterá lugar aqui em Fátima e sobreFátima. Um Congresso que vaireunir os grandes mariólogos detodo o mundo para refletir sobreFátima. Em 2017, é o Santuário quepromove um grande congressointernacional que procura fazer aleitura da Mensagem de Fátima 100anos depois.Depois, os concertos, os concursose outras inciativas para marcar oritmo do culminar do itinerário desete anos, para que fique na nossamemória, do Santuário e sobretudodos peregrinos, a bênção dacelebração dos 100 anos dasaparições.

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AE – O centenário das Aparições étambém celebrado em todo omundo?CC – Sim. E esse é um dos aspetosque mais comove: o impacto deFátima fora das fronteiras dePortugal. A devoção a NossaSenhora de Fátima continua aexpandir-se e é interessante notarque o continente em quepercentualmente mais tem crescidoo número de peregrinos é oasiático. Não em númerosabsolutos, mas percentualmente.Isso mostra que a difusão daMensagem de Fátima continua afazer-se, continua a chegar longe eesta gente que longe vibra com ocentenário pede-nos contributospara celebrar conosco o centenário. AE – A Ásia é também o continenteonde mais cresce o número deperegrinações?CC – O maior crescimentopercentual sim, o maior número deperegrinações não. Espanha edepois a Itália são os países deorigem do maior número deperegrinos estrangeiros.Para além do centenárioAE – Que iniciativas assinalam oJubileu da Misericórdia?CC – O primeiro aspeto é a riquezada Mensagem de Fátima comomensagem de misericórdia, caminhode misericórdia que nos revela orosto misericordioso de Deus. Poroutro lado, a valorização do serviçodo

sacramento da reconciliação, queao longo deste ano vai merecer umaatenção particular, quer nascondições que procuraremos criarpara todos os peregrinos queprocuram aquele que é porexcelência o sacramento damisericórdia, como no trabalho comos sacerdotes que exercem esteministério tão delicado. E o itineráriodo peregrinos propõe a passagempela “porta da Misericórdia”AE – De que forma o sacramento dareconciliação vai merecer a atençãodo Santuário?CC – Estamos a trabalhar para umamelhoria no espaço das confissõesdo ponto de vista simbólico equeremos fazer uma reflexão sobreo acolhimento que se faz aoperegrino penitente, procurandomelhorar o nosso acolhimento dosperegrinos. Com os confessores,trata-se de ir alertando para o quediz o Papa Francisco: areconciliação é o sacramento damisericórdia, onde se exprime amisericórdia do Senhor. AE – Porque pediu recentementerigor teológico a quem dinamiza oterço na capelinha?CC – Esse cuidado aparecia comoum desafio, não porque não hajarigor teológico, mas porque éimportante o rigor de linguagem,também a nível teológico, e arenovação da linguagem sequeremos que a mensagem sejaouvida.

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AE – Que centralidade tem Fátimana dinamização do turismo religiosoem Portugal?CC – Fátima tem um lugar central.Sem desprimor para muitos outroslocais – e graças a Deus temosmuitos – Fátima é um lugaremblemático para o turismoreligioso. Os inquéritos feitosmostram que Fátima é o lugar maisprocurado pelos estrangeiros etambém pelos portugueses.Naturalmente, Fátima temacentralidade efetiva no turismoreligioso em Portugal.É necessário não partir do princípiode que não é preciso falar deFátima por ser o principal polo deatração turística.

Continuo a sentir que Fátima é oparente pobres da promoçãoturística fora de Portugal.Localmente, os vários parceiros têmtodos um cuidado grande nessadivulgação, mas parece que lutamsozinhos. Por exemplo, se têm apreocupação de estar numa feira deturismo, não vemos a mesmapreocupação em relação a além-fronteiras. AE – O que depende do Turismo dePortugal...CC – A promoção turística noestrangeiro depende do Turismo dePortugal. E não me parece que adivulgação de Fátima seja feita comgrande vigor ou entusiasmo. Vejo oTurismo do Centro de Portugal com

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algumas iniciativas, dizendo que oturismo religioso é uma prioridade,apontando destinos concretosnomeadamente Fátima. A nível dainternacionalização não me pareceque esteja a ser feito o esforçonecessário para levar o nome deFátima além-fronteiras.O Santuário tem tido a preocupaçãono que lhe é próprio, com atividadesdiversas, como um fórum sobreFátima em Roma em maio último,estamos a preparar a edição deuma seleção da DocumentaçãoCrítica de Fátima em italiano einglês para uma maior difusão.AE – O Santuário de Fátima temdisponibilidade para cooperar com oTurismo de Portugal nainternacionalização de Fátima?CC – Há sempre disponibilidade doSantuário no que lhe é específico,que não é a promoção turística, maslevar a Mensagem de Fátima. AE – Qual o papel do Santuário naRede dos Santuários de Portugal?CC – O Santuário de Fátima fezparte desde o início destaassociação de santuários, atravésdos seus reitores. Nunca quisemosum protagonismo no conjunto dossantuários portugueses, que sãouma realidade muito diversificada.Temos tido a felicidade

de sermos os anfitriões dosencontros dos reitores dossantuários, no mês de janeiro. Étambém uma associação jovem, quetem de ser valorizada, porque ossantuários são focos de atraçãoturística e focos de dinamização davivência cristã e de novaevangelização.AE – Fátima continua a ter um papelcentral na reunião de diferentesgrupos que dinamizam a pastoral daIgreja Católica em Portugal?CC – Sim, mas sou suspeito, porquesou parte interessada.Fátima tem, por um lado, aimportância relacionada com oacontecimento sobrenatural queaqui teve lugar e é o “coraçãoespiritual de Portugal”, para utilizaruma expressão do Papa Bento XVI,e por isso para aqui confluemmovimentos e instituições eclesiaispara as suas ações. E, por outrolado, tem a grande vantagem deuma certa centralidade geográfica ede ter as estruturas preparadaspara o acolhimento. Por isso, aolongo do tempo, Fátima foi-setornando o centro catalizador paraas diversas atividades da Igreja emPortugal. Penso que continuará a sê-lo e o Santuário, pela sua parte,tem toda a disponibilidade paracontinuar a acolher a Igreja nassuas diversas instituições e no seudinamismo para que aqui se reúna.

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AE – Nessa disponibilidade, opressuposto é: quem chega insere-se nas propostas celebrativas?CC – O Santuário tem os seuspróprios dinamismos para os quaisconvida aqueles que vêm. Masaqueles que chegam têm os seusprogramas e têm sempre apossibilidade de, não se inserindono programa do Santuário,desenvolver a sua ação de outromodo. Fátima tem espaço para todaa pluralidade!AE – Também com a determinaçãode acolher expressões inter-religiosas?CC – Fátima foi sempre um lugar degrande abertura. O recinto éimagem disso mesmo, é um recintoaberto. Nesse sentido, Fátima podeacolher quem vier. Mas Fátima é umSantuário Católico, tem essaespecificidade, que acolhe todos osque chegam. AE – Qual a disponibilidade doSantuário para acolher refugiados?CC – Manifestamos a nossa totaldisponibilidade para acolherrefugiados e comunicamos àPlataforma de Apoio aos Refugiadosas condições de acolhimento.Temos um espaço preparado, comboas condições, para acolher osrefugiados que possam vir.

AE – Quantos refugiados?CC – Não definimos um número.Temos uma casa familiar, commuitos lugares, que pode acolheruma família numerosa ou duasfamílias. Imagem peregrinaAE – Qual o impacto da presença daImagem Peregrina de NossaSenhora nas várias dioceses dePortugal?CC – Essa foi uma iniciativaabraçada desde o primeiro momentopelo episcopado português. A visitada Imagem Peregrina não abrenoticiários, mas o impacto que estáa ter tem sido incrível e enorme. Emtodas as dioceses.Antes desta iniciativa houve umaoutra, direcionada às comunidadescontemplativas, que foi também umabênção pelo modo como estascomunidades viveram esta visita.Mantemos a expectativa de queNossa Senhora vai visitar e tambémconvidar para que depois venhamao seu Santuário para a celebraçãodo centenário.

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