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A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas. (Samuel Butler) Marília, sexta-feira, 27 de outubro de 2017 E-mail: [email protected] Com mais de 30 anos de carreira, conhecido como o príncipe da soul music no Brasil, o cantor se apresenta nesta sexta, às 20h, com o show gratuito da turnê do seu mais recente álbum “Amar Amanhecer” Claudio Zoli embala o público do Sesi Claudio Zoli se apresenta no Teatro do SESI nesta sexta, com show gratuito da turnê “Amar Amanhecer” PaulaLyn Carvalho Considerado um dos principais nomes da soul music brasileira, o cantor, composi- tor, produtor e arranjador musical Claudio Zoli se apresenta no Teatro do SESI Marília hoje, às 20h, com o show da turnê de divul- gação do CD “Amar Amanhecer”, trabalho totalmente inédito e autoral que o artista considera ser um divisor de águas em sua carreira, com elementos baseados em suas raízes musicais que vão do soul ao jazz, vocalizações e suingues característicos acompanhados dos acordes de guitarra que se tornaram sua assinatura. Celebração à natureza e amor corres- pondido são as temáticas do disco que, além da tradicional pegada dançante de Zoli, conta também com inspirações românticas embalado por deliciosas bossas e balanços que têm tudo para virar a trilha sonora do próximo verão. Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, e mantendo os dois pés na estrada musical desde os 17 anos, quando participou da banda de Cassiano (1943) e Tim Maia (1942- 1998), com 12 discos lançados e canções gravadas por importantes intérpretes da MPB, Claudio Zoli é autor de sucessos que embalam gerações como À Francesa, na voz de Marina Lima, Felicidade Urgente, com Elba Ramalho, Flor do Futuro, com Wilson Simoninha, Pista Vazia, gravada por Tim Maia e Livre pra Viver, na voz de Pedro Mariano, entre outras canções e diversas trilhas de novela. "Dia de Jogo", "Me Faz Feliz", "Clima de Romance", "Sem Pressa", "Amor Sem Fim" e "Somos Um Só" são algumas das 11 músicas que compõem o novo disco de Claudio Zoli. O download da faixa título, "Amar Amanhecer", está disponível para baixar legalmente através do site oficial do músico (www.claudiozoli.com), onde o público pode conferir todo o repertório do CD, que chegou às lojas em novembro de 2014, cinco anos após “Diamantes”, disco ao vivo lançado pela Universal Music em 2009 no qual Zoli mais uma vez surpreende e com um trabalho 100% inédito e autoral, revelando também seu lado de arranjador e produtor musical. O álbum recebeu ex- celentes críticas, sendo recomendado pela Revista Veja e Revista Rolling Stones como um dos destaques do ano. No show desta sexta no Teatro do SESI Marília, Claudio Zoli (voz e guitarra) estará acompanhado por Samuel (Mucão) Silva (bateria), Contrabaixo: Robson da Silva Couto (contrabaixo) e Gileade Philip Santos de Oliveira (teclados). Duração: 60 minutos. Entrada gratuita. Os ingressos podem ser reservados ante- cipadamente pelo Meu SESI (www.sesisp. org.br/meu-sesi). Com capacidade para 130 lugares (4 para cadeirantes), o Teatro do SESI Marília, localizado na Av. João Ramalho, 1306 - Jardim Conquista. Mais informações: tel. 3401-1500. Antony & Gabriel prometem agitar a Examar 2017 Com seu estilo "sertanejo bruto", dupla Antony & Gabriel é a principal atração musical desta sexta no Recinto de Exposições “Santo Barion” Dando continuidade à programa- ção de shows musicais da Examar 2017, Antony & Gabriel, dupla do estilo “sertanejo bruto” - identifi- cado por timbres graves e melodias envolvendo sanfona e viola como instrumentos principais - promete agitar o público hoje, no Recinto de Exposições “Santo Barion” hoje a partir das 22h. O que começou como uma brin- cadeira entre amigos de faculdade - Antony formado em Jornalismo e Gabriel em Administração - foi definitivo para projetar a dupla no meio artístico como cantores profissionais. Em 2014 os paranaenses de Joaquim Távora, Édico Antônio (Antony) de 29 anos e Jhony Cris- thian de Oliveira (Gabriel) de 32 postaram despretensiosos vídeos caseiros na internet e se destacaram naturalmente com suas publicações, chegando a 50 milhões de visua- lizações, colocando a dupla entre as mais vistas. No ano seguinte, já estavam fazendo shows pelo Brasil e com músicas nas rádios. Entre os sucessos destacam-se “TCC” e “Eu te Amo Pinga”. Tam- bém foram trabalhadas nas rádios “Bonito pra Você”, “Camisa Listrada” e “Bebendo mais que Opala”. As músicas citadas juntas ultrapassam a marca de 150 milhões de visuali- zações no canal oficial da dupla no YouTube (um único vídeo bateu). Outro número expressivo é o de curtidas na fan page, são mais de 2 mihões de seguidores na rede social. Com três anos de carreira, a du- pla lançou seu primeiro DVD, “Os cachaceiros também amam - ao vivo em Londrina”, com participações especiais de Eduardo Costa na fai- xa “Voltei a beber (Velhos Vícios)”, Pedro Paulo e Alex em “Pinga e Pegação” e Luíza e Maurílio em “Conselho de amigo”. “Este DVD é a realização de um sonho, foram 21 músicas onde 17 são inéditas e 4 são regravações. Minhas como compositor tem duas também, a ‘Seu Padre’ e ‘Se não for pra dar PT’, está bem legal!”, diz Antony. “Ficamos ansiosos no dia, nosso primeiro DVD tem muitas surpresas, divulgamos algumas iné- ditas antes no nosso canal no You- Tube”, completa Gabriel. As músicas disponibilizadas são “Conselho de Um Amigo”, “São Barreiro”, “Se não for pra dar PT” e “Seu Padre”. A Examar 2017 acontece até do- mingo (29) no Recinto de Exposições “Santo Barion”, com programação de shows musicais e circuito de rodeios promovido pelo Rancho Primavera, com o Top 10 e a presença de três peões finalistas de Barretos. A aber- tura acontece às 19h30. Ingresso: um quilo de alimento não perecível, que será doado para o Fundo Social de Solidariedade do Município. A troca de ingressos antecipadas pode ser feitas no Su- permercados Tauste (Norte e Sul). Segundo o diretor de Marketing André Atallah, os camarotes para os quatro dias de shows estão sendo vendidos pelo preço especial de R$ 1.500 para dez pessoas os quatro dias de shows. Também estão sendo vendidas pulseiras individuais para os camarotes por R$ 50 por show. Songbook alinha letras (e histórias) de Milton Nascimento, deus da MPB que faz 75 anos Mauro Ferreira (*) Entre as músicas mais marcantes e/ou populares do cancioneiro original de Milton Nascimento, somente quatro – “Canção do Sal” (1966), “Maria, minha fé” (1967) e, sobretudo, “Morro Velho” (1967) e “Co- ração de Estudante” (Wagner Tiso e Milton Nascimento, 1983) – têm letras escritas pelo compositor carioca. Contudo, como ressalta o parceiro e poeta fluminense Ronaldo Bastos em texto publicado na contracapa do livro “Milton Nascimento – Letras, histórias e canções”, Bituca – apelido pelo qual Milton é conhecido no meio musical – é também o letrista de todas as canções que compôs com versos de parceiros. Parceiro de Milton em sucessos como “Cais” (1972), Bastos é perspicaz ao compre- ender que, ao confiar melodias para serem letradas por outros compositores, o carioca mais mineiro do Brasil não deixa de ser o autor/mentor de letras que, invariavelmente, versam sobre o universo particular do próprio Milton. Que sabe que poeta chamar para comparti- lhar a criação de cada canção, como também enfatiza outro parceiro ilustre de Milton, o mineiro Fernando Brant (1946 – 2015), em texto também pu- blicado na contracapa do livro recém-posto nas livrarias pela editora Master Books. Organizado por Danilo Nuha, “Milton Nascimento - Letras, histórias e canções” é songbook que publica somente as letras escritas por Milton, quase todas para melodias criadas por outros composi- tores. Há fotos raras desse gigante da música brasileira – cujos 75 anos de vida fo- ram festejados ontem – que não se enquadra em nenhum rótulo da MPB. Gigante que cresceu aos olhos e ouvidos do público há 50 anos, mais precisamente na noite de 19 de outubro de 1967, quando defendeu “Travessia” (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967) – marco inicial de obra que já tinha merecido even- tuais registros fonográficos desde 1964 – no palco armado no ginásio carioca conhecido como Maracanãzinho para a exibição da primeira das sete edições do Festival Internacio- nal da Canção (FIC), veiculadas pela TV Globo. Ao longo desses 50 anos, Milton fez História e fez can- ções (melodias, em geral) que o elevaram instantaneamente ao patamar de gênio da MPB pela construção de obra impossível de ser rotulada. No livro, há his- tórias que envolvem a gênese de canções, caso da paixão ime- diata de Milton pela melodia de “Anima” (1981), o que levou o futuro parceiro Zé Renato a desconvidar Chico Buarque para fazer a letra da música que acabaria dando título ao álbum lançado por Milton em 1982. Não raro, essas histórias são envolvidas em alguma aura mística, até natural em obra de caráter transcendental, por vezes até sacro. Milton escreveu poucas letras até meados dos anos 1980. Quando passou a escre- ver mais letras para melodias de outros compositores, como aconteceu de forma recorrente no álbum Encontros e despe- didas (1985), a obra autoral do mestre – um inovador das melodias, harmonias e ritmos, como frisa Fernando Brant logo no início do texto publi- cado na contracapa – começou sintomaticamente a perder o vigor. Até pelo fato de trabalhar com Milton, o autor do livro, Danilo Nuha, expõe visão reve- rente e romantizada da obra e do artista. Em contrapartida, pelo acesso irrestrito a Milton, conseguiu extrair depoimen- tos do compositor sobre gran- de parte das canções – no limite da intimidade consentida pelo dono da obra... – e teve autori- zação para publicação de fotos expressivas de várias fases da vida de Milton, da infância aos tempos atuais. Nesse sentido, a edição roça o acabamento de um livro de arte. Mas a arte está sobretudo nas canções, algu- mas ainda pouco ouvidas, caso de “Segue em paz”, primeira e até o momento única parceria de Milton com o compositor e guitarrista mineiro Toninho Horta. Feita entre 1968 e 1970, a música somente ganhou o primeiro registro fonográfico em 2005, na voz da cantora Paula Santoro. Ao contar as histórias de algumas músicas do álbum Gil e Milton (2000), sobretudo a de “Duas sanfonas” (Gilber- to Gil e Milton Nascimento, 2000), o livro narra um pouco da relação de Gilberto Gil com Milton Nascimento. Gil presenciou o momento em que Milton mostrou a seminal “Canção do Sal” a Elis Regina (1945 – 1982), antenada can- tora que apresentou a obra de Milton ao Brasil ao gravar essa canção no álbum que lançou em 1966. Mas os dois compositores somente foram estreitar os laços nos anos 1990, o que culminou com a edição em 2000 do álbum em conjunto Gil e Milton, disco que, apesar do caráter histórico, resultou aquém dos históricos dos respectivos compositores. Indicado somente para admiradores fervorosos da obra de Bituca, o livro “Milton Nascimento – Letras, histórias e canções” endeusa a obra do compositor e o próprio artista. Pecado facilmente perdoável, já que Milton Nascimento é mesmo um deus com crença e fé na deusa música. (*) Mauro Ferreira é jornalista cariocva que escreve sobre música desde 1987. Autor do livro “Canta- das – A sedução da voz feminina em 25 anos de jornalismo musical”. Capa do songbook organizado por Danilo Nuha e publicado pela Editora Master Books Nathalia Pacheco Divulgação

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A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas. (Samuel Butler)

Marília, sexta-feira, 27 de outubro de 2017 E-mail: [email protected]

Com mais de 30 anos de carreira, conhecido como o príncipe da soul music no Brasil, o cantor se apresenta nesta sexta, às 20h, com o show gratuito da turnê do seu mais recente álbum “Amar Amanhecer”

Claudio Zoli embala o público do Sesi

Claudio Zoli se apresenta no Teatro do SESI nesta sexta, com show gratuito da turnê “Amar Amanhecer”

PaulaLyn CarvalhoConsiderado um dos principais nomes

da soul music brasileira, o cantor, composi-tor, produtor e arranjador musical Claudio Zoli se apresenta no Teatro do SESI Marília hoje, às 20h, com o show da turnê de divul-gação do CD “Amar Amanhecer”, trabalho totalmente inédito e autoral que o artista considera ser um divisor de águas em sua carreira, com elementos baseados em suas raízes musicais que vão do soul ao jazz, vocalizações e suingues característicos acompanhados dos acordes de guitarra que se tornaram sua assinatura.

Celebração à natureza e amor corres-pondido são as temáticas do disco que, além da tradicional pegada dançante de Zoli, conta também com inspirações românticas embalado por deliciosas bossas e balanços que têm tudo para virar a trilha sonora do próximo verão.

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, e mantendo os dois pés na estrada musical desde os 17 anos, quando participou da banda de Cassiano (1943) e Tim Maia (1942-1998), com 12 discos lançados e canções gravadas por importantes intérpretes da MPB, Claudio Zoli é autor de sucessos que embalam gerações como À Francesa, na voz de Marina Lima, Felicidade Urgente, com Elba Ramalho, Flor do Futuro, com Wilson Simoninha, Pista Vazia, gravada por Tim Maia e Livre pra Viver, na voz de Pedro Mariano, entre outras canções e diversas trilhas de novela.

"Dia de Jogo", "Me Faz Feliz", "Clima de Romance", "Sem Pressa", "Amor Sem Fim" e "Somos Um Só" são algumas das 11 músicas que compõem o novo disco de Claudio Zoli. O download da faixa título, "Amar Amanhecer", está disponível para baixar legalmente através do site oficial do músico (www.claudiozoli.com), onde o público pode conferir todo o repertório do CD, que chegou às lojas em novembro de 2014, cinco anos após “Diamantes”, disco ao vivo lançado pela Universal Music em 2009 no qual Zoli mais uma vez surpreende e com um trabalho 100% inédito e autoral, revelando também seu lado de arranjador e produtor musical. O álbum recebeu ex-celentes críticas, sendo recomendado pela Revista Veja e Revista Rolling Stones como um dos destaques do ano.

No show desta sexta no Teatro do SESI Marília, Claudio Zoli (voz e guitarra) estará acompanhado por Samuel (Mucão) Silva (bateria), Contrabaixo: Robson da Silva Couto (contrabaixo) e Gileade Philip Santos de Oliveira (teclados).

Duração: 60 minutos. Entrada gratuita. Os ingressos podem ser reservados ante-cipadamente pelo Meu SESI (www.sesisp.org.br/meu-sesi). Com capacidade para 130 lugares (4 para cadeirantes), o Teatro do SESI Marília, localizado na Av. João Ramalho, 1306 - Jardim Conquista. Mais informações: tel. 3401-1500.

Antony & Gabriel prometem agitar a Examar 2017

Com seu estilo "sertanejo bruto", dupla Antony & Gabriel é a principal atração musical desta sexta no Recinto de Exposições “Santo Barion”

Dando continuidade à programa-ção de shows musicais da Examar 2017, Antony & Gabriel, dupla do estilo “sertanejo bruto” - identifi-cado por timbres graves e melodias envolvendo sanfona e viola como instrumentos principais - promete agitar o público hoje, no Recinto de Exposições “Santo Barion” hoje a partir das 22h.

O que começou como uma brin-cadeira entre amigos de faculdade - Antony formado em Jornalismo e Gabriel em Administração - foi definitivo para projetar a dupla no meio artístico como cantores profissionais.

Em 2014 os paranaenses de Joaquim Távora, Édico Antônio (Antony) de 29 anos e Jhony Cris-thian de Oliveira (Gabriel) de 32 postaram despretensiosos vídeos caseiros na internet e se destacaram naturalmente com suas publicações, chegando a 50 milhões de visua-lizações, colocando a dupla entre as mais vistas. No ano seguinte, já estavam fazendo shows pelo Brasil e com músicas nas rádios.

Entre os sucessos destacam-se “TCC” e “Eu te Amo Pinga”. Tam-bém foram trabalhadas nas rádios “Bonito pra Você”, “Camisa Listrada” e “Bebendo mais que Opala”. As músicas citadas juntas ultrapassam a marca de 150 milhões de visuali-zações no canal oficial da dupla no YouTube (um único vídeo bateu). Outro número expressivo é o de curtidas na fan page, são mais de 2 mihões de seguidores na rede social.

Com três anos de carreira, a du-pla lançou seu primeiro DVD, “Os cachaceiros também amam - ao vivo em Londrina”, com participações especiais de Eduardo Costa na fai-xa “Voltei a beber (Velhos Vícios)”, Pedro Paulo e Alex em “Pinga e Pegação” e Luíza e Maurílio em “Conselho de amigo”.

“Este DVD é a realização de um sonho, foram 21 músicas onde 17 são inéditas e 4 são regravações. Minhas como compositor tem duas também, a ‘Seu Padre’ e ‘Se não for pra dar PT’, está bem legal!”, diz Antony. “Ficamos ansiosos no dia, nosso primeiro DVD tem muitas

surpresas, divulgamos algumas iné-ditas antes no nosso canal no You-Tube”, completa Gabriel. As músicas disponibilizadas são “Conselho de Um Amigo”, “São Barreiro”, “Se não for pra dar PT” e “Seu Padre”.

A Examar 2017 acontece até do-mingo (29) no Recinto de Exposições “Santo Barion”, com programação de shows musicais e circuito de rodeios promovido pelo Rancho Primavera, com o Top 10 e a presença de três peões finalistas de Barretos. A aber-tura acontece às 19h30.

Ingresso: um quilo de alimento não perecível, que será doado para o Fundo Social de Solidariedade do Município. A troca de ingressos antecipadas pode ser feitas no Su-permercados Tauste (Norte e Sul).

Segundo o diretor de Marketing André Atallah, os camarotes para os quatro dias de shows estão sendo vendidos pelo preço especial de R$ 1.500 para dez pessoas os quatro dias de shows. Também estão sendo vendidas pulseiras individuais para os camarotes por R$ 50 por show.

Songbook alinha letras (e histórias) de Milton Nascimento, deus da MPB que faz 75 anos

Mauro Ferreira (*)Entre as músicas mais

marcantes e/ou populares do cancioneiro original de Milton Nascimento, somente quatro – “Canção do Sal” (1966), “Maria, minha fé” (1967) e, sobretudo, “Morro Velho” (1967) e “Co-ração de Estudante” (Wagner Tiso e Milton Nascimento, 1983) – têm letras escritas pelo compositor carioca. Contudo, como ressalta o parceiro e poeta fluminense Ronaldo Bastos em texto publicado na contracapa do livro “Milton Nascimento – Letras, histórias e canções”, Bituca – apelido pelo qual Milton é conhecido no meio musical – é também o letrista de todas as canções que compôs com versos de parceiros.

Parceiro de Milton em sucessos como “Cais” (1972), Bastos é perspicaz ao compre-ender que, ao confiar melodias para serem letradas por outros compositores, o carioca mais mineiro do Brasil não deixa de ser o autor/mentor de letras que, invariavelmente, versam sobre o universo particular do próprio Milton. Que sabe que poeta chamar para comparti-lhar a criação de cada canção, como também enfatiza outro parceiro ilustre de Milton, o

mineiro Fernando Brant (1946 – 2015), em texto também pu-blicado na contracapa do livro recém-posto nas livrarias pela editora Master Books.

Organizado por Danilo Nuha, “Milton Nascimento - Letras, histórias e canções” é songbook que publica somente as letras escritas por Milton, quase todas para melodias criadas por outros composi-tores. Há fotos raras desse gigante da música brasileira – cujos 75 anos de vida fo-ram festejados ontem – que não se enquadra em nenhum rótulo da MPB. Gigante que cresceu aos olhos e ouvidos do público há 50 anos, mais precisamente na noite de 19 de outubro de 1967, quando defendeu “Travessia” (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967) – marco inicial de obra que já tinha merecido even-tuais registros fonográficos desde 1964 – no palco armado no ginásio carioca conhecido como Maracanãzinho para a exibição da primeira das sete edições do Festival Internacio-nal da Canção (FIC), veiculadas pela TV Globo.

Ao longo desses 50 anos, Milton fez História e fez can-ções (melodias, em geral) que o elevaram instantaneamente ao

patamar de gênio da MPB pela construção de obra impossível de ser rotulada. No livro, há his-tórias que envolvem a gênese de canções, caso da paixão ime-diata de Milton pela melodia de “Anima” (1981), o que levou o futuro parceiro Zé Renato a desconvidar Chico Buarque para fazer a letra da música que acabaria dando título ao álbum lançado por Milton em 1982. Não raro, essas histórias são envolvidas em alguma aura mística, até natural em obra de caráter transcendental, por vezes até sacro.

Milton escreveu poucas letras até meados dos anos 1980. Quando passou a escre-ver mais letras para melodias de outros compositores, como aconteceu de forma recorrente no álbum Encontros e despe-didas (1985), a obra autoral do mestre – um inovador das melodias, harmonias e ritmos, como frisa Fernando Brant logo no início do texto publi-cado na contracapa – começou sintomaticamente a perder o vigor.

Até pelo fato de trabalhar com Milton, o autor do livro, Danilo Nuha, expõe visão reve-rente e romantizada da obra e do artista. Em contrapartida, pelo acesso irrestrito a Milton,

conseguiu extrair depoimen-tos do compositor sobre gran-de parte das canções – no limite da intimidade consentida pelo dono da obra... – e teve autori-zação para publicação de fotos expressivas de várias fases da vida de Milton, da infância aos tempos atuais. Nesse sentido, a edição roça o acabamento de um livro de arte. Mas a arte está sobretudo nas canções, algu-mas ainda pouco ouvidas, caso de “Segue em paz”, primeira e até o momento única parceria de Milton com o compositor e guitarrista mineiro Toninho Horta. Feita entre 1968 e 1970, a música somente ganhou o primeiro registro fonográfico em 2005, na voz da cantora Paula Santoro.

Ao contar as histórias de algumas músicas do álbum Gil e Milton (2000), sobretudo a de “Duas sanfonas” (Gilber-to Gil e Milton Nascimento, 2000), o livro narra um pouco da relação de Gilberto Gil com Milton Nascimento. Gil presenciou o momento em que Milton mostrou a seminal “Canção do Sal” a Elis Regina (1945 – 1982), antenada can-tora que apresentou a obra de Milton ao Brasil ao gravar essa canção no álbum que lançou em 1966. Mas os dois

compositores somente foram estreitar os laços nos anos 1990, o que culminou com a edição em 2000 do álbum em conjunto Gil e Milton, disco que, apesar do caráter histórico, resultou aquém dos históricos dos respectivos compositores.

Indicado somente para admiradores fervorosos da obra de Bituca, o livro “Milton

Nascimento – Letras, histórias e canções” endeusa a obra do compositor e o próprio artista. Pecado facilmente perdoável, já que Milton Nascimento é mesmo um deus com crença e fé na deusa música.

(*) Mauro Ferreira é jornalista cariocva que escreve sobre música desde 1987. Autor do livro “Canta-das – A sedução da voz feminina em 25 anos de jornalismo musical”.

Capa do songbook organizado por Danilo Nuha e publicado pela Editora Master Books

Nathalia Pacheco

Divulgação