14
Hoehnea 33(3): 371-384,4 tab., 5 fig., 2006 Estrutura e composi<;ao da vegeta<;ao no Parque CEMUCAM, Cotia, SP Riroe Ogata 1,3 e Eduardo Pereira Cabral Gomes 2 Recebido: 7.12.2005; aceito: 13.07.2006 ABSTRACT - (Structure and composition of vegetation at CEMUCAM Park, Cotia, SP). A study of structural and floristic characteristics of a remnant of dense ombrofile forest was carried out in 25 lOx 10m random plots at CEMUCAM Park, Brazil. Woody individuals higher than I m were recorded, identified and their height and dbh measured. Vines corresponded to 51 % of the individuals. The most speciose and abundant families are the same than in the other forests of the Atlantic Plateau: Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae and Leguminosae. Compared to other forest areas, a higher diversity was recorded at CEMUCAM Park. The forest structure was characterized by a high density and a low basal area. Population structure of 19 species showed two characteristic patterns, differentiated by recruitment: continuously high and continuously low recruitment. A lack of emergent Lauraceae species and a few number of species from this family may be due a selective logging in the past. The forest stature is short, main discontinuous canopy is between 12 and 16 m, and there is not clear different layers along vertical profile. The results suggest management actions for conservation and recovery. Key words: dense ombrofile forest, forest fragment, secondary forest, urban forest RESUMO - (Estrutura e composiyao da vegetayao no Parque CEMUCAM, Cotia, SP). A composiyao floristica e a estrutura de um remanescente de Floresta Ombr6fila Densa foram estudadas em 25 parcelas aleat6rias de lOx 10m no Parque CEMUCAM, Brasil. Amostraram-se os individuos lenhosos com mais de I m de altura. Dentre os individuos registrados, 51 % eram plantas que se apoiam em outras. As familias mais abundantes e com maior numero de especies sao as mesmas encontradas em outras florestas do Plana Ito Atlantico: Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae e Leguminosae. Comparada com alguns remanescentes destas florestas, a area estudada apresentou maior diversidade, maior densidade e menor area basal. A estrutura populacional de 19 especies mostrou dois padr6es caracteristicos de recrutamento: continuamente alto e continuamente baixo. A ausencia de Lauraceae emergentes e 0 pequeno numero de especies desta familia podem dever-se a corte seletivo no passado. 0 porte da f10resta e baixo, com 0 estrato dominante descontinuo entre 12 e 16 m, nao existindo diferenciayao clara entre os estratos ao longo do perfil vertical. Ayoes de manejo para conservayao e recuperayao sao sugeridas. Palavras-chave: Floresta Ombr6fila Densa, fragmento f1orestal, f10resta secundaria, f10resta urbana Introdu';3o As florestas remanescentes na regiao da Grande Sao Paulo, bacia do Alto Tiete, esHio dentre as melhores descritas quanta a estrutura e composiyao dentre aquelas pertencentes ao dominio da Florestas Atlanticas (Struffaldi-De Vuono 1985, astri et al. 1992, Baitello et al. 1992, Gorresio-Roizman 1993, Tabarelli 1994, Aragaki & Mantovani 1994, Gandolfi et al. 1995, Knobel 1995, Tomasulo 1995, Dislich 1996, Aragaki 1997, Tomasulo & Cordeiro 2000, Gomes & Mantovani 2001, Dislich & Pivello 2002, Dislich et al. 2002, Pagano et al. 1999, Gomes et al. 2002, 2003), permitindo que padroes gerais de diversidade e estrutura fossem identificados para estas formayoes (Dislich et al. 2001) e as rela<;oes f10risticas destas com outras f10restas fossem razoavelmente bem estabelecidas (Salis et al. 1995, Torres et al. 1997, Ivanauskas et al. 2000, Scudeller et al. 2001). Estas compara<;oes com outros remanescentes f10restais do suI e sudeste do Brasil, por meio de analise de agrupamento, tern mostrado que as florestas do Plana Ito Atlantico de Sao Paulo configuram urn grupo distinto (Salis et al. 1995, Torres et al. 1997, Ivanauskas et al. 2000, Scudeller et al. 2001). Apesar das mais de 500 especies arb6reas registradas na regiao da Grande Sao Paulo, a maioria destas apresenta um ou dois individuos nos levantamentos, sendo a unidade I. Prefeitura Municipal de Sao Paulo, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, DEPAVE, Rua Mario Amaral, 299/62, 04002-021 Sao Paulo, SP, Brasil 2. Instituto de Botilnica, Av. Miguel Stefano 3687, Caixa Postal 4005, 0 J 061-970 Sao Paulo, SP, Brasil 3. Autor para correspondencia: [email protected]

Estrutura e composi

Embed Size (px)

Citation preview

Hoehnea 33(3): 371-384,4 tab., 5 fig., 2006

Estrutura e composi<;ao da vegeta<;ao no Parque CEMUCAM, Cotia, SP

Riroe Ogata 1,3 e Eduardo Pereira Cabral Gomes2

Recebido: 7.12.2005; aceito: 13.07.2006

ABSTRACT - (Structure and composition of vegetation at CEMUCAM Park, Cotia, SP). A study of structural and floristiccharacteristics of a remnant of dense ombrofile forest was carried out in 25 lOx 10m random plots at CEMUCAM Park,Brazil. Woody individuals higher than I m were recorded, identified and their height and dbh measured. Vines correspondedto 51 % of the individuals. The most speciose and abundant families are the same than in the other forests of the AtlanticPlateau: Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae and Leguminosae. Compared to other forest areas, a higher diversity was recordedat CEMUCAM Park. The forest structure was characterized by a high density and a low basal area. Population structureof 19 species showed two characteristic patterns, differentiated by recruitment: continuously high and continuously lowrecruitment. A lack of emergent Lauraceae species and a few number of species from this family may be due a selectivelogging in the past. The forest stature is short, main discontinuous canopy is between 12 and 16 m, and there is not cleardifferent layers along vertical profile. The results suggest management actions for conservation and recovery.Key words: dense ombrofile forest, forest fragment, secondary forest, urban forest

RESUMO - (Estrutura e composiyao da vegetayao no Parque CEMUCAM, Cotia, SP). A composiyao floristica e aestrutura de um remanescente de Floresta Ombr6fila Densa foram estudadas em 25 parcelas aleat6rias de lOx 10m noParque CEMUCAM, Brasil. Amostraram-se os individuos lenhosos com mais de I m de altura. Dentre os individuosregistrados, 51 % eram plantas que se apoiam em outras. As familias mais abundantes e com maior numero de especiessao as mesmas encontradas em outras florestas do PlanaIto Atlantico: Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae e Leguminosae.Comparada com alguns remanescentes destas florestas, a area estudada apresentou maior diversidade, maior densidadee menor area basal. A estrutura populacional de 19 especies mostrou dois padr6es caracteristicos de recrutamento:continuamente alto e continuamente baixo. A ausencia de Lauraceae emergentes e 0 pequeno numero de especies destafamilia podem dever-se a corte seletivo no passado. 0 porte da f10resta e baixo, com 0 estrato dominante descontinuoentre 12 e 16 m, nao existindo diferenciayao clara entre os estratos ao longo do perfil vertical. Ayoes de manejo paraconservayao e recuperayao sao sugeridas.Palavras-chave: Floresta Ombr6fila Densa, fragmento f1orestal, f10resta secundaria, f10resta urbana

Introdu';3o

As florestas remanescentes na regiao da Grande

Sao Paulo, bacia do Alto Tiete, esHio dentre as

melhores descritas quanta aestrutura e composiyao

dentre aquelas pertencentes ao dominio da Florestas

Atlanticas (Struffaldi-De Vuono 1985, astri et al.1992, Baitello et al. 1992, Gorresio-Roizman 1993,Tabarelli 1994, Aragaki & Mantovani 1994, Gandolfi

et al. 1995, Knobel 1995, Tomasulo 1995, Dislich

1996, Aragaki 1997, Tomasulo & Cordeiro 2000,Gomes & Mantovani 2001, Dislich & Pivello 2002,Dislich et al. 2002, Pagano et al. 1999, Gomeset al. 2002, 2003), permitindo que padroes gerais de

diversidade e estrutura fossem identificados para estas

formayoes (Dislich et al. 2001) e as rela<;oes f10risticas

destas com outras f10restas fossem razoavelmente bem

estabelecidas (Salis et al. 1995, Torres et al. 1997,Ivanauskas et al. 2000, Scudeller et al. 2001).

Estas compara<;oes com outros remanescentes

f10restais do suI e sudeste do Brasil, por meio de

analise de agrupamento, tern mostrado que as florestasdo PlanaIto Atlantico de Sao Paulo configuram urn

grupo distinto (Salis et al. 1995, Torres et al. 1997,Ivanauskas et al. 2000, Scudeller et al. 2001). Apesardas mais de 500 especies arb6reas registradas na regiaoda Grande Sao Paulo, a maioria destas apresenta umou dois individuos nos levantamentos, sendo a unidade

I. Prefeitura Municipal de Sao Paulo, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, DEPAVE, Rua Mario Amaral, 299/62, 04002-021 SaoPaulo, SP, Brasil

2. Instituto de Botilnica, Av. Miguel Stefano 3687, Caixa Postal 4005, 0 J061-970 Sao Paulo, SP, Brasil3. Autor para correspondencia: [email protected]

372 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

do grupo caracterizada pelas especies mais freqiientese abundantes e pelas familias botanicas de maiornqueza.

Apresentando menor porte do que outras f10restastropicais e subtropicais, estas manchas de mata no Altoda Bacia do Tiete nao revela, no entanto, correlayaosignificativa entre riqueza e as variaveis estruturaisdensidade e dominancia, expressa como area basal nostrabalhos (Dislich ef at. 2001). A (mica variavel da quala riqueza botanica mostrou depender significativamentefoi 0 esforyo amostral, ou seja, quanta maior 0 numerode individuos amostrados maior 0 numero de especiesregistradas nos levantamentos.

Apesar dos varios levantamentos realizados, hapoucos estudos do sub-bosque destas formayoes,especialmente sobre os componentes arbustivo e deplantas que se apoiam em outras, e de suas relayoescom 0 estrato dominante (Gandolfi et at. 1995, Knobel1995). 0 grau de competi<;ao entre os individuos dosub-bosque vern sendo sugerido como urn mecanismoimportante para manter a coexistencia de especies nasf10restas tropicais com alta diversidade (Marquis et at.1986, Brown & Whitmore 1992, Wright 2002).

o objetivo deste estudo foi descrever e comparara estrutura e composiyao do componente lenhoso daf10resta do Parque Municipal do CEMUCAM comoutras f10restas da Regiao da Grande Sao Paulo eadjacencias.

Material e metodos

o fragmento de f10resta estudado, com 5,7 ha, estalocalizado em urn parque da prefeitura de Sao Paulo(CEMUCAM - Centro Municipal de Campismo), noMunicipio de Cotia, SP, entre 815 e 830 m de altitude,nas coordenadas 23°36'45"S e 46°52'22"W . Situadono Planalto de Ibiuna, interior do Planalto Atlanticoe reverso da Serra do Mar, caracteriza-se por relevosuave ondulado (IPT 1981), no qual predomina 0solo Podz61ico Vermelho-Amarelo alico. A vegetayaooriginal dominante e a classificada como FlorestaOmbr6fila Densa, segundo a classifica<;ao de Velosoet at. 1991.

A regiao situa-se no reverso das serras costeiras,encontrando-se sob 0 dominio das Massas de arTropical e Polar Atlanticas, com influencia das MassasEquatorial e Tropical Continentais, no limite entreclimas regionais (Monteiro 1973, Nimer 1989). 0clima local e do tipo Cwa de Koeppen, apresentandomedia anual de 19,1 °c, de 1940 a 1970, com maximamedia mensal em fevereiro (22,3 0c) e minima em

julho (15,3 0c). Geadas podem ocorrer de maio aagosto. A media dos totais anuais de precipitayaopluviometrica e de 1.340 mm, distribuidas em umaestayao mais seca, de abril a setembro, com totaisde 324 mm, e outra mais umida, com 1.016 mm.Nao ha deficit hidrico ao longo do ano, conformeo diagrama de balanyo hidrico, segundo metoda deThomtwhite, fomecido juntamente com os dados pelaEMBRAPA.

Por ser aberta ao publico, a area do CEMUCAMesta sujeita a uma moderada ayao antr6pica, comabertura de trilhas e visitayao.

Os 90,9 ha do Parque, uma antiga fazenda, desdea epoca da sua cria<;ao em 1968, ja apresentavamas feiyoes atuais (informayoes verbais de antigosfuncionarios): a maior parte e ocupada por gramados,maci<;os f10restais plantados, nos quais sao comunsespecies ex6ticas, e por areas com infraestrutura deapoio ao lazer, como quiosques, parques de diversao,quadras e pistas dentre outros. A f10resta situa-setotalmente no interior do parque (figura 1) e, apesarde nao ser permitida a entrada de visitantes, nao haobstaculos fisicos que a inibam.

Urn levantamento f1oristico foi realizado na areade estudo (Ogata 1997) e 0 material encontra-sedepositado no herbario PMSP. Algumas exsicatas emduplicatas encontram-se depositadas nos HerbariosSP e SPF.

A amostragem quantitativa da comunidadefoi feita por 25 parcelas de lOx 10m (2.500 m2

)

aleatoriamente dispostas e nas quais todos os individuosvivos com altura ~ 1,30 m foram amostrados. No casodas plantas que se apoiam em outras, foi medidoo perimetro do caule a 1,30 m do solo para cadaindividuo que estava enraizado dentro da parcela. 0

""

Figura I. Mapa do Parque Municipal de Campismo (Cemucam)em Cotia, SP, e os limites da (- - - ) f10resta estudada.

H. Ogata & E.P.C. Gomes: Estrutura e composi9aO da vegeta9ao 373---~~==---------==----

esforyo amostral foi avaliado a partir da "curva especiex area amostrada". 0 material botanico processado foiidentificado com 0 auxilio de exsicatas do trabalhode f10ristica realizado no mesmo fragmento (Ogata1997) e por comparayao com 0 acervo do herbario doInstituto de Botanica. Embora Nectandra sp. I tenha

side a segunda especie de maior valor de cobertura,nao foi possivel sua identificayao ate 0 nivel especifico,pois em 67 visitas quinzenais ao longo de tres anos,cobrindo as quatro estayoes, nao encontramosmaterial fertil nos exemplares. Pela mesma razao,nem todas as especies das tabelas 1 e 3 apresentam

Tabela I. Deseritores quantitativos das espeeies arbustivo-arb6reas amostradas. C = numero do eoletor, Fr = frequencia relativa %,DR = densidade relativa %, DoR = dominiincia relativa, VC = valor de cobertura, D5 = nO individuos com DAP ~ 5 em, 0 I°= nO indi­viduos com DAP ~ 10 cm. umero de individuos com h ~ 1,30 m = 2027, area basal = 4,9513 (5 m2/ha).

Especie N. coletor FR DR DoR VC 05 010

Croton jloribundus Spreng. HO-678 1,75 1,38 11,16 12,54 24 22Nectandra sp. I 2,87 7,30 1,24 8,54 5 IPsycho/ria longipes Mull. Arg. 2,25 6,12 2,24 8,36 8 3Cupania vernalis Cambess. 2,75 6,71 1,36 8,07 10 IJacaranda puberula Cham. HO-694 2,37 2,57 4,99 7,56 24 12Psycho/ria vel/osiana Benth. HO-236 2,62 6,96 0,22 7,18 ° °Cle/hra scabra Pers. HO-729 1,00 1,18 5,96 7,14 22 IS

Tovomi/opsis panicula/a Planch. & Triana 1,87 3, II 3,79 6,90 20 9

Guapira opposi/a (Veil.) Reitz HO-776 2,50 3,40 1,95 5,35 6 2

Casearia sylves/ris Sw. 2,50 1,28 3,87 5,15 15 7Oco/ea brachybo/lya (Meisn.) Mez HO-76 2,37 4,29 0,27 4,56 ° °Cabralea canjerana (Veil.) Mart. HO-758 1,12 0,49 4,05 4,54 9 6

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. 1,25 0,94 3,44 4,38 5 5

Ocotea puberula (Rich.) Nees HO-754 0,37 0,15 4,19 4,34 3 3

Eugenia dodoniifolia Cambess. HO-872 2,12 3,01 1,23 4,24 10 1

Rapanea umbel/ata (Mart.) Mez HO-75 I 2,00 1,68 2,07 3,75 IS 2

Rudgeajasminoides (Cham.) Mull. Arg. HO-280 2,62 3,01 0,45 3,46 3 °Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn. HO-44 0,25 0,15 3,30 3,45 2 I

Matayba guianensis Aubl. 1,62 1,04 1,99 3,03 6 3

Solanum pseudoquina A. St.-Hil. 0,50 0,30 2,73 3,03 6 5

Coccoloba warmingii Meisner HO-685 2,00 1,33 1,50 2,83 5 4

Myrcia rostrata DC. HO-753 1,87 2,07 0,65 2,72 6 °Prunus myrtifolia (L.) Urb. HO-706 1,87 2,17 0,53 2,70 3 I

Rudgea gardenioides (Cham.) Mull. Arg. HO-290 1,25 0,94 1,54 2,48 6 3

Luehea grandiflora Mart. 0,37 0,25 2,20 2,45 3 2

Cupania emarginata Cambess. 1,50 1,53 0,85 2,38 8 I

Vochysia tucanorum Mart. 0,50 1,23 1,13 2,36 2 I

Seguieria langsdorffii Moq. 0,12 0,10 2,01 2,11 I I

Alchornea sidifolia MUll. Arg. HO-67 I 0,87 0,59 1,35 1,94 4 3

AI/ophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk HO-59 1,25 0,79 1,10 1,89 7 3

Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera HO-51 0,37 0,20 1,60 1,80 4 4

Myrcia mul/iflora Krug. & Urb. HO-783 1,37 0,94 0,85 1,79 3 I

Myrciariajloribunda (H. West ex Willd.) O. Berg. HO-680 1,87 1,43 0,34 1,77 2 0

Miconiafasciculata Gardner 1,87 1,23 0,52 1,75 3 2

Guatteria australis A. St.-Hil. HO-792 2,12 1,33 0,38 1,71 3 0

Cupania oblongifolia Mart. HO-749 1,12 0,59 1,05 1,64 5 2

Myrcia sp. 2 1,50 1,38 0,26 1,64 I 0

Machaeriulll nyctitans (Veil.) Benth. HO-738 0,87 0,49 1,06 1,55 3 3

Nectandra oppositifolia Ness & Mart. HO-750 0,62 0,25 1,27 1,52 5 4

Oco/ea silves/ris Vattimo 1,37 0,99 0,46 1,45 2 I

Andira an/helmia (Veil.) J.F. Macbr. 1,25 0,99 0,44 1,43 4 °Amaioua guianensis Aubl. HO-261 1,75 1,23 0,19 1,42 2 °Cordia sel/owiana Cham. HO-864 0,75 0,59 0,80 1,39 5 2

Vitex polygama Cham. HO-866 0,50 0,30 1,04 1,34 4 3conlinua

374 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

Tabela I (continua<;iio)

Especie N. coletor FR DR DoR VC D5 DIO

Acacia langsdorfii Benth. HO-777 0,25 0,44 0,87 1,31 I IMaytenus salicifolia Reissek HO-729 1,00 0,94 0,32 \,26 4 °Esenbeckia grandifiora Mart. 0,\2 0,69 0,56 1,25 3 2Leandra pLilpurascens (DC.) Cogn. HO-293 1,00 1,23 0,02 1,25 ° °Endlicheria paniculata (Spreng.) I.F. Macbr. HO-718 1,12 0,94 0,25 1,19 2 °Inga marginata Willd. 0,75 0,74 0,42 1,16 2 2Mataybajuglandifolia Radlk. 0,37 0,54 0,62 1,16 3 IIndeterrninada I 1,00 0,54 0,60 1,14 4 IMollinedia schottiana (Spreng.) Perkins 1,37 0,69 0,39 1,08 I IMaytenus evonymoides Reissek HO-683 0,87 0,64 0,41 1,05 4 ICampol11anesia cf. eugenioides (Cambes.) D. Legrand 0,50 0,30 0,74 1,04 3 3Casearia obliqua Spreng. HO-874 0,62 0,35 0,69 1,04 3 2Pera glabrata (Schott) Baill. HO-733 1,12 0,79 0,25 1,04 I ISebastiania serrata (Baill. ex Mull. Arg.) Mi.ill. Arg. 0,50 0,64 0,38 1,02 4 °Pseudobombax grandifiorul11 (Mart. & Zucc.) A. Robyns 0,25 0,20 0,80 1,00 I ISolanum sp. 0,62 0,49 0,49 0,98 2 IMachaerium stipitatum (DC.) Vogel 0,25 0,39 0,51 0,90 3 ICalyptranthes concinna DC. 0,87 0,69 0,18 0,87 I °Cestrum schlechtendalii G. Don HO-7 0,50 0,20 0,57 0,77 2 2Sapium glandulosum (L.) Morang HO-867 0,25 0,20 0,56 0,76 4 2Rollinia sylvatica (A. St-Hil.) Mart. 0,87 0,35 0,38 0,73 2 ISyagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman 0,37 0,20 0,52 0,72 3 ISolanum rufescens Sendtn. HO-719 0,50 0,35 0,36 0,71 2 IPsychotriaforsteranoides Mull. Arg. HO-92 0,87 0,64 0,0\ 0,65 ° °Solanum swart::ianum Roem. & Schult. HO-681 0,75 0,39 0,24 0,63 2 °Schefflera angustissima (Marchal) Frodin HO-756 1,00 0,54 0,07 0,61 ° °Mollinedia trifiora (Spreng.) Tul. HO-15 0,25 0,10 0,50 0,60 2 INectandra barbellata Coe Teix. 0,12 0,05 0,52 0,57 I ICampomanesia cf. xanthocarpa O. Berg 1,00 0,49 0,06 0,55 I °lIex paraguariensis A. St.-Hil. HO-793 0,12 0,05 0,50 0,55 I 1Myrcia tomentosa (Aubl.) A. DC. 0,25 0,15 0,40 0,55 3 IHirtella hebec/ada Moric. ex D.C. 0,25 0,35 0,19 0,54 I °Inga sessilis (Veil.) Mart. HO-621 0,50 0,30 0,20 0,50 3 °Elythroxylum deciduum A. St.-Hil. 0,50 0,30 0,19 0,49 2 2Miconia cabussu Hoehne HO-796 0,62 0,30 0,15 0,45 I °Miconia sellowiana Naudin 0,75 0,35 0,10 0,45 ° °Sloanea monosperma Veil. HO-697 0,62 0,35 0,07 0,42 I °Xylosma glaberrima Mart. 0,50 0,35 0,07 0,42 I °Palicourea marcgravii A. St.-Hil. HO-78 0,87 0,39 0,02 0,4\ ° °Eugenia involucrata DC. HO-892 0,12 0,05 0,35 0,40 I IMiconia latecrenata Triana HO-249 0,75 0,35 0,05 0,40 ° °Rapaneaferruginea (Ruiz & Pav.) Mez HO-739 0,50 0,20 0,\9 0,39 2 °Machaerium villosum Vogel HO-42 0,25 0,\0 0,28 0,38 I ICasearia decandra Jacq. 0,50 0,20 0,12 0,32 I °GOl11idesia affinis (Cambess.) D. Legrand HO-275 0,75 0,30 0,01 0,3\ ° °Xylosl11a ciliatifolia (Clos) Eichler 0,37 0,25 0,04 0,29 ° °Miconia cinnamomifolia (DC.) audin HO-865 0,37 0,15 0,11 0,26 I °Eugenia cerasifiora Miq. 0,37 0,20 0,05 0,25 I °Zanthoxylum rhoifolium Lam. 0,50 0,20 0,05 0,25 ° °Miconia ligustroides (DC.) Naudin HO-296 0,37 0,15 0,09 0,24 I °Eupatorium vauthierianul11 DC. 0,37 0,20 0,03 0,23 ° °Pouteria cf. caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. 0,12 0,05 0,18 0,23 I IMiconia theae::ans (Bonpl.) Cogn. 0,50 0,20 0,01 0,21 ° °Myrcia sp. I 0,12 0,10 0,05 0,15 I °Nectandra puberula (Schott) Ness HO-85 0,25 0,10 0,04 0,14 ° °Ocotea elegans Mez 0,12 0,05 0,08 0,13 1 °continua

H. Ogata & E.P.C. Gomes: Estrutura e composiy30 da vegetay30 375

Tabela I (continua9ao)

Especie N. coletor FR DR DoR VC 05 010

Ps)'chofria sUferella Miill. Arg. HO-72 0,25 0,10 0,02 0,12 0 0Calypfranfhes grandifolia O. Berg 0,12 0,05 0,06 0,11 I 0Cassia(erruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. HO-630 0,12 0,05 0,06 0,11 I 0Picramnia glazioviana Engl. HO-639 0,25 0,10 0,01 0,1\ 0 0Pouferia bullafa (S. Moore) Baehni 0,12 0,05 0,06 0,1\ I 0Psidium cf. ru/um DC. 0,12 0,05 0,06 0,1\ I 0Gomidesia sellowiana O. Berg 0,25 0,10 0,00 0,10 0 0Myrcia sp. 3 0,25 0,10 0,00 0,10 0 0Piper gaudichaudianum Kunth HO-8 0,12 0,10 0,00 0,10 0 0Symplocos laxiflora Benth. 0,25 0,10 0,00 0,10 0 0Trema micranfha (L.) Blume HO-270 0,25 0,10 0,00 0,10 0 0Eugenia sp. 0,12 0,05 0,04 0,09 0 0/lex dumosa Reissek 0,12 0,05 0,04 0,09 I 0Aspidosperma olivaceum MUll. Arg. 0,12 0,05 0,03 0,08 0 0

Ocofea gla=iovii Mez 0,12 0,05 0,02 0,07 0 0Senna mulfijuga (Rich.) Irwin & Bameby 0,12 0,05 0,02 0,07 0 0

Solanum concinnum Sendtn. HO-143 0,12 0,05 0,02 0,07 0 0Rollinia cf. mucosa (Jacq.) Bail!. 0,12 0,05 0,01 0,06 0 0Schinus ferebinfi(olius Raddi 0,12 0,05 0,01 0,06 0 0Myrtaceae 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0Necfandra sp. 2 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0Ocofea sp. 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0Qua/ea sp. 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0Senna splendida (Vogel) H.S. Irwin & Bameby HO-65 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0Solanum megalochifon Mart. HO-215 0,12 0,05 0,00 0,05 0 0

Total 100 100 100 200 374 173

numero do coletor. As familias Convolvulaceae,Euphorbiaceae, Melastomataceae, Malpighiaceae,Myrtaceae e Rosaceae foram identificadas ouconfirmadas por especial istas do Instituto de Botanica.A familia Annonaceae, por especialista do Instituto deBiociencias da Universidade de Sao Paulo Lauraceaepor especialista do Instituto Florestal de Sao Paulo. Arevisao ortognlfica dos nomes cientificos das especiesidentificadas e a inser<;:ao/revisao dos nomes dosautores das especies foram realizadas por tecnicas doHerbario PMSP.

Os descritores quantitativos de densidade,dominancia e freqiiencia, tanto absolutos como relati­vos, foram calculados conforme Miiller-Dombois eEllenberg (1974), bern como os valores do Indice deValor de Cobertura.

Dossel e sub-bosque foram definidos subjeti­vamente a partir da distribui<;:ao de alturas de todosos individuos amostrados e das especies maisabundantes.

A regenera<;:ao das popula<;:oes foi analisadaa partir das curvas de distribui<;:ao diametrica dasespecies com ao menos 30 individuos, examinando-se

a assimetria e curtose destas curvas (Spiegel 1985).Foram obtidos os indices de diversidade de

Shannon-Wiener (H'), na base logaritmica natural, eode eqiiabilidade (1) de Pielou (1975).

Ao se comparar a composi<;:ao e densidaderelativa da area estudada com outros levantamentosna regiao da Grande Sao Paulo, foram consideradossomente aqueles com ao menos 300 individuosamostrados (Struffaldi-De Vuono 1985, Nastriet ai. 1992, Baitello et ai. 1992, Tabarelli 1994,Aragaki & Mantovani 1994, Gandolfi et ai. 1995,Knobel 1995, Dislich 1996, Tomasulo & Cordeiro2000, Gomes & Mantovani 200 I, Pagano et ai.2002, Dislich et ai. 2002, Gomes et ai. 2003).Locais a menos de 200 m de distancia foramreunidos como as areas A e B do Instituto deBotanica (Struffaldi-De Vuono 1985) e 0 sitiodescrito por Nastri et ai. (1992), os tres locaisamostrados na Serra do Itapety (Tomasulo 1995,Tomasulo & Cordeiro 2000), e os quatro trechosde f10resta em Sales6polis (Mantovani et ai.1990). Nas compara<;:oes estruturais (densidade,area basal, diversidade, eqiiabilidade, numero de

376 Hoehnea 33(3): 371-384, 2006

especies e porcentagem de individuos mortos em Pagano et al. 1999) complementando informa90espe) os levantamentos originais foram mantidos. nao publicadas para a regiao. Na compara9aoIndividuos mortos foram excluidos de todos os floristica foram eliminados os individuos naocalculos, portanto, alguns dados utilizados diferem identificados ate 0 nivel de especie e consideraram-dos apresentados nos originais. se apenas os individuos arbustivos e arb6reos com

Para a compara9ao ftoristica outros trabalhos diametro aaltura do peito (DAP) 2: 5,0 cm por ser 0

foram utilizados (Mel hem et al. 1981, Pastore criterio de inclusao mais utilizado. A sinonimia foiet al. 1992, Rossi 1994, Garcia & Pirani 2001,2003, verificada segundo 0 trabalho de Siqueira (1994).

Tabela 2. Descritores quantitativos para as familias botiinicas. S =numero de especies, ni =numero de individuos, DA =densidade absolutaind ha- I

, DR = densidade relativa %, AB = area basal m2 ha- I, DoA = dominancia absoillta m2 ha- I, DoR = dominancia relativa m2 ha- 1,

VI = valor de importancia.

Familia S ni DA DR AB DoA DoR VI

Rubiaceae 8 393 1.572 19,39 0,2322 0,9286 4,69 24,08Lauraceae 12 289 1.156 14,26 0,4127 1,6506 8,33 22,59Sapindaceae 6 227 908 11,20 0,3450 1,3801 6,97 18,17Ellphorbiaceae 5 73 292 3,60 0,6784 2,7136 13,70 17,30Myrtaceae 19 233 932 11,49 0,2641 1,0566 5,33 16,83Legllminosae II 92 368 4,54 0,3617 1,4468 7,30 11,84Melastomataceae 9 83 332 4,09 0,2156 0,8624 4,35 8,45Bignoniaceae I 52 208 2,57 0,2469 0,9876 4,99 7,55Flacourtiaceae 5 49 196 2,42 0,2379 0,9515 4,80 7,22Clethraceae 1 24 96 1,18 0,2949 1,1797 5,96 7,14Guttiferae I 63 252 3,11 0,1877 0,7509 3,79 6,90Solanaceae 7 37 148 1,83 0,2181 0,8726 4,41 6,23Nyctaginaceae I 69 276 3,40 0,0964 0,3854 1,95 5,35Meliaceae I 10 40 0,49 0,2006 0,8025 4,05 4,55Myrsinaceae 2 38 152 1,87 0,1121 0,4485 2,26 4,14Polygonaceae I 27 108 1,33 0,0745 0,2979 1,50 2,84Rosaceae I 44 176 2,17 0,0261 0,1042 0,53 2,70Annonaceae 3 35 140 1,73 0,0381 0,1525 0,77 2,50Tiliaceae I 5 20 0,25 0,1090 0,4360 2,20 2,45Vochysiaceae 2 26 104 1,28 0,0561 0,2244 1,13 2,42Celastraceae 2 32 128 1,58 0,0362 0,1449 0,73 2,31Phytolacaceae I 2 8 0,10 0,0993 0,3974 2,01 2,11Asteraceae 2 8 32 0,39 0,0805 0,3221 1,63 2,02Monimiaceae 2 16 64 0,79 0,0440 0,1758 0,89 1,68Rutaceae 2 18 72 0,89 0,0300 0,1201 0,61 1,49Boraginaceae 1 12 48 0,59 0,0397 0,1586 0,80 1,39Verbenaceae I 6 24 0,30 0,0513 0,2052 1,04 1,33caduca I II 44 0,54 0,0295 0,1181 0,60 1,14Bombacaceae I 4 16 0,20 0,0398 0,1590 0,80 1,00Arecaceae \ 4 16 0,20 0,0257 0,1029 0,52 0,72Aquifoliaceae 2 2 8 0,10 0,0271 0,1083 0,55 0,65Araliaceae I II 44 0,54 0,0035 0,0139 0,07 0,61Chrysobalanaceae I 7 28 0,35 0,0095 0,0379 0,19 0,54Erythroxylaceae I 6 24 0,30 0,0094 0,0375 0,19 0,49Elaeocarpaceae I 7 28 0,35 0,0032 0,0129 0,07 0,41Sapotaceae 2 2 8 0,10 0,0120 0,0478 0,24 0,34Simaroubaceae I 2 8 0,10 0,0005 0,0021 0,01 0,11Symplocaceae I 2 8 0,10 0,0002 0,0008 0,00 0,10Ulmaceae 1 2 8 0,10 0,0001 0,0005 0,00 0,10Piperaceae I 2 8 0,10 0,0000 0,0002 0,00 0,10Apocynaceae I 1 4 0,05 0,0015 0,0058 0,03 0,08Anacardiaceae I I 4 0,05 0,0002 0,0010 0,01 0,05Total 125 2.027 8.108 100,00 4,9513 19,8052 100,00 200,00

H. Ogata & E.P.C. Gomes: Estrutura e composiy3o da vegetay30 377===--------------.:==-Resultados e Discussao

as pareelas do estudo (0,25 ha) forameneontrados 2.027 individuos arb6reos e arbustivos(8.108 ind ha- 1

) distribuidos em 125 espeeies(tabela 1),71 generos e 42 familias (tabela 2), comarea basal total de 4,95 m2 (19,80 m2 ha- 1

).

as exemplares com DAP ?: 5 em totalizaram 374individuos (1.496 ind ha- 1

), 361 identifieados em 86

espeeies, de 35 familias. Dez espeeies apresentaramapenas urn individuo, eorrespondendo a 18,40% dototal de espeeies eneontrado nas pareelas. A area basal

total das arvores com DAP minimo de 5 em foi de18 16 m2 ha- 1,

Tabela 3. Descritores quantitativos das especies de plantas que se apoiam em outras amostradas. C = numero do coletor, ni = numerode individuos, FR = frequencia relativa, DR = densidade relativa %.

Especie

CaducasMansoa difJicilis (Cham.) Bureau & K. Schum.Machaeriulll cantarellianulll HoehneDalbergiajruteseens (Vel\.) BrittonHeteroptelYs cf. aeeroides Griseb.Diclidanthera laurifolia Mart.Serjania lethalis A. St.-Hil.Maehaeriulll oblongifolium VogelDavilla rugosa Poir.Stizophyllull1 pelforatum (Cham.) Miers.Smilax elastica Griseb.Haplolophium braeteatum Cham.MaehaeriulIl uncinatum (Vel\.) Benth.Paullinia aff. mierantha Cambess.Heteropterys sp.Condyloearpon isthmieum (Veil.) A. DC.Paullinia earpopodea Cambess.Tetrapterys erebrif/ora A. Juss.StlJ1ehnos brasiliensis (Spreng.) Mart.Forsteronia vello::iana (A. DC.) WoodsonMaseagnia cf. sepium (A. Juss.) Griseb.Mikania laevigafa Sch. Bip. ex BakerPleonotoma tetraquetra (Cham.) Bur.Dieella braeteosa (A. Juss.) Griseb.Melothrianthus smilaeifolius (Cogn.) Mart. Crov.Merremia maeroealyx (Ruiz & Pav.) 0' DonellOdontoeO/ya miersiana BarnebyDolioeO/pus dentatus (Aubl.) Stand\.Arrabidaea samydoides (Cham.) SandwithPaullinia sell1inuda Rad1k.Daleehampia micromeria Bail\.Anehietea pyrifolia (Mart.) DonChamissoa altissima (Jacq.) KunthAristoloehia melastoma Silva Manso ex Ouch.Bauhinia sp.Cordia sp.Polygala sp.Bomarea salsilloides M. Roem.Canavalia pieta Mart. ex Benth.Vernonia seorpioides (Lam.) Pers.AsteraceaeOrthosia ureeolata E. Fourn.Peltastes peltatus (Vel\.) WoodsonUrvillea ulmaeea Kunth

NC

HO-306

HO-124HO-18

HO-64HO-200

HO-179

HO-245

HO-233

HO-205HO-128

HO-153

nI FR DR

1171 6,9971 55,2890121 5,8309 5,713847 3,790 I 2,220066 5,8309 3,1170

119 3,7901 5,619433 3,790 I 1,559043 4,6647 2,031158 4,3732 2,739336 4,3732 1,700638 3,4985 1,795033 4,0816 1,559032 2,9155 1,511836 3,2070 1,700631 2,3324 1,464521 3,2070 0,992423 2,6239 1,086819 2,3324 0,898013 2,3324 0,61479 2,3324 0,4258

17 2,3324 0,803517 1,7493 0,8035II 2,0408 0,5203II 2,0408 0,52039 1,7493 0,42589 1,7493 0,4258

12 1,4577 0,56756 1,4577 0,28428 1,1662 0,37866 0,8746 0,28423 0,8746 0,14255 0,8746 0,23703 0,8746 0,14253 0,8746 0,14253 0,8746 0,1425

12 0,2915 0,56754 0,5831 0,18982 0,5831 0,09532 0,5831 0,09532 0,5831 0,09536 0,2915 0,28423 0,2915 0,14253 0,2915 0,1425I 0,2915 0,04811 0,2915 0,0481

continua

378 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

Tabela 3 (continua9ao)

Especie

Calea pinnatifida (R. Br.) Less.

Rubus urticifolius Poir.Machaerium sp.TourneJortia villosa Salzm. ex DC.Melldoncia puberula Mart.Prestonia riedelii (Mull. Arg.) Markgr.Securidaca sellowialla Klotz. ex A.W. Benn.Astephanus carassensis MalmeClematis dioica L.

Total

NC

HO-I06

HO-30 I

ni

2.118

FR DR

0,2915 0,0481

0,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,04810,2915 0,0481

100,00 100,00

o nlimero total de plantas que se apoiam em outrase plantas escandentes foi de 2.118 (8.472 ind ha- I ),

contribuindo com 0,377 m2 de area (1.507 m2 ha- I).

Deste total, 42,6%, que conseguimos visualizar as folhas,foram identificadas em 46 especies, pertencentes a 23familias botamcas (tabela 3). Os descritores quantitativosdensidade, dominancia e freqij(~ncia, tanto absolutoscomo relativos, foram calculados conforme Miiller­Dombois e Ellenberg (1974), bern como os valores deimportancia. Entretanto, 0 DAP muito pequeno dastrepadeiras herbaceas, em milimetros, incorre em errosde medi9ao que poderiam chegar a 100%, razao que nosfez desconsiderarmos esses dados.

Rubiaceae, Legurninosae, Lauraceae, Myrtaceae,Sapindaceae, Euphorbiaceae, e Bignoniaceae foramas familias botanicas que estiveram simultaneamentenos gropos das 10 mais abundantes e das 10 com maiorarea basal total (tabela 2), a medida de dominancia nesteestudo. Dentre as plantas que se apoiam em outras,Legurninosae e Bignoniaceae tambem apresentam 0maior nlimero de especies, seis e cinco respectivamente,e de individuos, 222 e 208, cerca de 46,5% do total deindividuos identificados (tabela 3). Alem destas familiastambem se de tacaram no levantamento de plantas quese apoiam em outras Sapindaceae (cinco especies),Malpighiaceae (quatro especies), Apocynaceae (quatro)e Asteraceae (quatro) com 35,8% dos individuosamostrados pertencentes a estas farnilias. Estes dadossao, no entanto, apenas indicativos, uma vez que 0grande nlimero de plantas que se apoiam em outras naoidentificadas nao perrnite uma analise conclusiva.

Nao ha uma nitida separa9ao entre 0 sub-bosquee 0 estrato dominante pela curva de distribui9ao dealturas (figura 2). Existe um sub-bosque com arvoresque chegam a 6 m e alguns exemplares do estratodominante que se sobressaem sem formar urn dossel.

"0

500

450

e 400

" 350

.§ 300

-=- 250<n0 200:::l"0 150.;;:"3 100

..= 50

2 J 4 5 6 - 8 9 10 11 12 13 14 15

Classe de altura (m)

Figura 2. Distribuic;ao de altura de todos os individuos amostradosno Parque Municipal Cemucam. Classes da altura: I = ate 2 m;2 = de 2, I a 3 m; 3 = de 3, I a 4 m; ... ; 15 = de 15, I a 16 m.

As curvas de distribui9ao de altura por especies(figura 3) tambem mostraram a ausencia de estratos nitidosseparando sub-bosque de dosseI. Observa-se a pequenaestatura da f1oresta, fate ja registrado para as f10restas doPlanalto Atlantico (Gomes & Mantovani 200 I, Pivello &Peccinini 2002), nas quais a probabilidade de uma arvorecom mais de 10 metros de altura fazer parte do dossel egrande. Varias arvores das especies Jacaranda puberula(Bignoniaceae), Rapanea umbellata (Myrsinaceae),Cupania emarginata (Sapindaceae) e Tovomitopsispaniculata (Guttiferae) passaro dos 10 metros de altura,enquanto Rudgea jasminoides (Rubiaceae), Ocoteabrachybotria (Lauraceae) e Psychotria velloziana(Rubiaceae) ocupam preferencialmente 0 sub-bosque,nao apresentando nenhum individuo com mais de 8m de altura. As outras popula90es possuem a maioriados individuos com menos de 8 m de altura. Parauma classifica9ao objetiva de uma especie em rela9aoa estratifica9ao vertical, sub-bosque ou dossel, saonecessarios estudos sobre a biologia destas popula90es,que incluam acompanhamento fenol6gico e medidas dedesempenho reprodutivo.

H. Ogata & E.P.C. Gomes: Estrutura e composiyao da vegetayao 379

• -1-.---;'J""'P-cR"".,....--;:c,.,.,----:;:'"Tp~E"".~M~' -cR""J---;c:'::-.---=co~P"'"I----o;'N"--1 -O"'.,------;P:'::-m---=P.c-

especies

do que no obtido na Serra da Cantareira enosgradientes altitudinais da Reserva da Grota Fundae da Serra do Japi (tabela 4). A comparayao dacomposiyao e estrutura da vegetayao entre locaisdeve ser feita com reserva quando os procedimentosde amostragem, tais como criterio de inclusao,tamanho, forma e distribuiyao das unidadesamostrais, nao sao os mesmos. A elevada riquezaobservada (85 especies para DAP > 5,0 em e 125spp. > 1,30) deve-se, provavelmente, ao maioresforyo amostral empregado neste estudo em que,mais de 2.000 individuos lenhosos foram marcados.Houve uma inversao a tendencia de estabilizayaona curva "especie x area" (figura 5) quando foramacrescentados os dados das cinco ultimas parcelas,localizadas em uma borda no extremo sudeste,indicando que a f10resta nao e homogenea.

Considerando-se somente os 361 individuos comDAP ~ 5,0 em identificados ate especie, as 85 especiesregistradas tiveram uma riqueza significativamentemaior (p < 0,05) do que as 75 especies previstaspelo modelo de Dislich et al. (2001) ao analisar osfragmentos da Bacia do Alto Tiete. Este numero deespecies tambem foi maior do que as 66 registradas notrabalho de fenologia realizado na area (Ogata 1997).o numero de especies raras previsto pelas correlayoes,41 especies, diferiu significativamente (p < 0,0 I) doencontrado (23 especies).

Em comparayao com os levantamentos feitosna Grande Sao Paulo e arredores (tabela 4), asfamflias botanicas mais ricas em especies e commaior contribuiyao para a abundancia e dominancia

sao as mesmas no CEMUCAM enos demais locais:Euphorbiaceae, Myrtaceae, Lauraceae, Leguminosae,Rubiaceae, Sapindaceae. Gentry (1988) observouque a riqueza e abundancia em f10restas tropicaise sub-tropicais, em amplas escalas geograficas ealtamente previsivel no nfvel de famil ia botanica,o que nao ocorre no nivel especffico. Isso sugereque a competiyao entre especies filogeneticamenteaparentadas e maior (Gentry 1988).

o numero de especies de Lauraceae noCEMUCAM, (12 incluindo-se as morfoespecies),e muito pr6ximo ao numero medio de 13 especiesencontradas nos levantamentos realizados na GrandeSao Paulo e areas pr6ximas. No entanto, ao se adotaro criterio de inclusao DAP ~ 5,0 em, 0 mais utilizadonos levantamentos, a riqueza relativa (numero deespecies da famflia/numero total de especies) deLauraceae, significativamente menor (6,97%) no

Ir

III Ir

_'1---l..-L-..1r'l.1j Ti ,-11 11,11,11

-

16t---.----------,---.------

I I IE 12+--r--'-rl--l-+-l-+---r--+-+---+-~

e:::J

'"

Figura 3. Gnificos de caixa das distribuic;:oes de alturas das especiesmais abundantes no Parque Cemllcam, Cotia, SP. Jp - Jacarandapuberula, Rli - Rapanea umbel/a/a, C e - Cupania emargina/a,Tp - Tovomi/opsis panicula/a, Es - Eugenia sphenophylla,Mr - Myrcia rostra/a, Rj - Rudgea jasminoides, Cv - CupaniaI'ernalis, Ga - Guapira opposi/a, PI - Psycho/ria leiocarpa, N I ­Nec/andra sp., Ob - Dco/ea brachybo/ria, Pm - Prunus myr/ifolia,Pv - Psycho/ria vel/oziana.

Nenhuma das especies analisadas apresentouevidencias de problemas de regenerayao a curto prazo(figura 4). Todas as especies apresentaram assimetriapositiva com a moda da curva de distribuiyaodiametrica na primeira classe, com exceyao deTovomitopsis paniculata na qual ocorreu na 23 classe.As especies foram ordenadas em grau crescente decurtose (figura 4) e somente Jacaranda puberula eRapanea umbel/ata apresentaram curvas platicurticas,ou seja, curvas de distribuiyao diametrica achatada,com os individuos mais uniformemente distribufdospor diversas classes de DAP. Houve forte correlayao

entre curtose e assimetria de 0,939 (p < 0,00 I),refletindo 0 maior recrutamento nas classes iniciais.

ao houve correlayao significativa entre riquezae densidade do sub-bosque e entre riqueza do sub­bosque e densidade arb6rea.

Em relayao aos outros remanescentes f10restais comos quais as comparayoes f1.oristicas e estruturais foramfeitas (tabela 4), as seguintes especies com ao menosurn indivfduo com DAP ~ 5,0 em foram registradasexclusivamente no presente estudo: Psidium ruft/m(Myrtaceae) eEupatorium vauthierianum (Asteraceae);uma especie somente em mais um local alem doCEMUCAM: Albizia langsdorfii (Leguminosae); eoutras em somente mais dois locais: Campomanesiaeugenioides (Myrtaceae), Myrcia tomentosa (Myrtaceae),Miconia fasciculata (Melastomataceae).

o numero de especies no CEMUCAM (tabela 4)s6 foi menor, dentre os levantamentos quantitativos,

380 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

(/)

o;:::l

-0

:~-0t::

II)-0

eII)

E-;:::l

Z

19

16

14

12

10

Jacaranda pliberlila

e=-1,12a = 0,56

10 11

(/)

o;:::l

-0-;;-0t:

II)-0o....II)

E-;:::l

Z

Rapanea umbel/ala

c = -0,42a = 0.56

10 11

(/)

o;:::l

-0

:~-0t::

II)-0

eII)

E-;:::l

Z

(/)

o;:::l

-0

:~-0t::

II)-0o....II)

E-;:::l

Z

(/)

o;:::l

:s:!.~-0t:

II)-0

eII)

E-;:::l

Z

14

12

10

50

45

40

35

30

25

20

'5

10

80

70

60

50

40

30

20

10

100

90

60

40

20

Clipania emarginala

Rudgea jasminoides

Ocoiea brachybolria

ClIpania verl/atis

Classes de DAP

e = 0,65a = 1,24

10 11

c= 1,05a = 1.48

10 11

c = 2,63a = 2,14

10 11

c = 8,60a = 2,75

10 11

(/)

o;:::l

-0-;;:.0.5II)

-0o....II)

E';:::l

Z

(/)

o;:::l

-0

:~-0t:

II)-0

eII)

E';:::l

Z

(/)

o;:::l

-0

:~-0t:

II)-0o....II)

E';:::l

Z

(/)

o;:::l

-0

:~-0t:

II)-0

eII)

E';:::l

Z

25

20

15

10

30

25

20

15

10

40

35

30

25

20·

15

10

40

35

30

25

20

15

10

Tovomilopsis paniclliaia

Myrcia rostrala

Eugenia sphenophylla

przmus myrtifolia

Classes de DAP

c - 0,94a = 1,30

10 11

c = 1.33a = 1,53

10 11

c 3.24a = 1.73

10 11

c = 12,91a 3,51

10 11

Figura 4. Classes de DAP das espeeies abundantes. Classes de DAP: I = ate 2 em; 2 = de 2, I a 4 em; 3 = de 4, I a 6 em; ... ; 25 = de 48,1a 50 em. e = eurtose. a = assimetria.

H. Ogata & E.P.C. Gomes: Estrutura e composic;ao da vegetac;ao 381c::-----====------==-_

140 Psychotria velloziana Psychotria longipes100Vl 120 Vl0 0 90::l ::l

-0 100 -0 80

:~ c = 15,79 :~ 70 c = 18,71-0 80 a= 4,19 -0 60 4.00c:: c:: a=

<Ll 60 <Ll 50-0 -0 400 40 0.... .... 30<Ll <LlE ..... 20

20 c::-::l -::l 10Z Z

10 11 10 11

Guapira opposita 140 Nectandra sp.Vl 50 Vl0

45 0 120::l ::l~ 40 -0

100;> :~ c = 70,34~

35 c = 24,42.S 30 -0 80 a = 7,51

a= 4,80 c::<Ll 25

<Ll 60·-0 20 -00 15 0 40.... ....<Ll 10· <LlE E 20

-::l -::lZ Z

10 11 10 11

Classes de DAP Classes de DAP

Figura 4 (continua<;iio). Classes de DAP das especies abundantes. Classes de DAP: I = ate 2 em; 2 = de 2,1 a 4 em; 3 = de 4,1 a 6 em;... ; 25 = de 48, I a 50 em. e = eurtose. a = assimetria.

CEMUCAM em relayao aos 11 levantamentosquantitativos analisados (11,14 ± 3,5%). Isto indicaque os especimes desta familia, no CEMUCAM,encontram-se na area predominantemente comoindividuosjovens, evidencia esta tambem confirmadapelas curvas de distribuiyao diametrica de Nectandrasp. e Ocotea brachybotria (figura 4). Ha a possibilidadede: i) as morfo-especies de Lauraceae identificadassomente ate 0 nivel de genera constituirem na verdademais de uma especie ou; Ii) ter havido uma retiradapreferencial de individuos dessa familia botanica e, apartir dos adultos que restaram, ocorrer a regenerayaoda populayao ou; iii) ser esta a condiyao natural ou IV)a comunidade como urn todo ser jovem e os individuosde Lauraceae, cujo crescimento e geralmente lento,nao atingiram as classes de maior diametro.

Outra familia botanica pouco representativa noCEMUCAM em relayao aos outros locais comparadose Arecaceae. Syagrus romanzoJfiana teve apenas quatroindividuos (0,20% do total) sendo relativamente menosabundante na Serra da Cantareira (Baitello et al. 1992),no Parque Alfredo Volpi (Aragaki 1997), no SESC(Pagano ef al. 1999) e em Cumbica (Gandolfi et al.1995). Nos tres prirneiros sitios, a amostragem foi feitaincluindo-se apenas individuos com mais de 10 em deDAP, 0 que tende a diminuir a abundancia relativa de

Arecaceae em relayao aos levantamentos que tomamcomo criterio de inclusao DAP 2: 5 em. As palmeirassao comuns em locais sob perturbayao cr6nica, comono Parque das Fontes do Ipiranga em Sao Paulo(Struffalldi-De Vuono 1985, Nastri et al. 1992, Knobel1995, Gomes & Mantovani 200 I, Pivello & Piccinini2002) ou no fragmento f10restal na Reserva da CidadeUniversitaria (Dislich et al. 2002). Por outro lado, acontribuiyao para a riqueza de Flacourtiaceae (4,0 vs2,31), Sapindaceae (4,8 vs 3,20), Melastomataceae(7,20 vs 2,99) e Aquifoliaceae (1,60 vs 0,64) e maiselevada do que nos demais locais.

A abundancia relativa de algumas familias foisignificativamente mais alta no CEMUCAM do que nosoutros locais: Myrsinaceae (1 ,87 vs 1,22 ± 1,43, P < 0,05),Clethraceae (1,18 vs 0,75 ± 1,19, P <0,01), Guttiferae(3,11 vs 0,66 ± 0,89, p < 0,01), e Bignoniaceae(2,57 vs. 0,36 ± 0,42, p < 0,001). Estes valores foramdecorrentes da e1evada abundancia de urna especie emcada uma destas familias: R. umbellata (Myrsinaceae),Clethra scabra (Clethraceae), T paniculata e J.puberula (Bignoniaceae), sempre considerando-seDAP 2: 5cm para as comparayoes.

o remanescente florestal do CEMUCAMapresentou alta diversidade e riqueza em especiesem relayao a outros fragmentos no planalto Atlantico

382 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

Tabela 4. Caracteristicas do componente arb6reo de florestas no Alto da Bacia do Tiete e areas pr6ximas. u.a. = unidade amostral

utilizada; P = parcela, Qc = quadrante centrado, Ci = criterio de inclusao (cm); A = tamanho da amostra (em hectare para parcelase numero de pontos para quadrante centrado); ni = numero de individuos, DA = densidade absoluta (ind. ha) AB = area basal(m 2/ha), S = numero de individuos identificados ate especie, H = indice de diversidade de Shannon, J = equabilidade, r = num.

de especies representadas por um individuo no levantamento (% em relayao ao total). Os dados da tabela por vezes diferem dos

originais porque: I - nao foram considerados individuos mortos como especies nos dlculos, e; 2 - As listagens foram conferidas

quanta a sinonimia segundo Siqueira (1994).

Local u.a. Ci A nI DA AB S H r (%)

Cemucam* P dap~ 5,0 0,25 361 1444 17,61 86 3,99 0,90 30,2Pefil P dap~ 8,0 1,00 755 755 16,79 87 3,45 0,77 31,0Pefi2 Qc dap~ 4,7 90 360 1488 26,00 75 3,53 0,79 36,0Pefi3 Qc dap~ 4,7 125 416 1604,8 21,06 101 4,28 0,98 42,5Pefi4 Qc dap~ 4,7 127 476 1506,1 33,48 96 4,14 0,86 37,5PAY I Qc dap~ 12,7 50 200 654,1 32,69 55 3,61 0,90 56,4PAy2 P dap~ 12,7 0,2 114 570,0 28,82 59 3,78 0,93 62,7SESC Qc dap~IO,O 831 114 3,92 0,84 32,5Cuaso l P dap~ 15,9 0,49 539 1347,5 24,10 72 3,67 0,78 27,8Cuas02 P dap~ 3,2 0,70 227 324,0 20,10 50 3,04 0,78 41,0SrrCant l Qc dap~ 10,0 978 674 43,96 141 4,13 0,83 26,9SrrCant2 P dap~ 3,0 0,2 571 2350 84 35,5Cumbica P dap~ 9,4 2,68 1820 679 19,30 114 3,73 0,79 22,8

Itapeti Qc dap~ 4,7 120 480 1731 41,11 97 3,80 0,83 36,1

Itapet/ Qc dap~ 4,7 120 480 2829 36,22 80 3,45 0,79 38,7Itapety3 Qc dap~ 4,7 120 480 1914 9,23 67 3,30 0,78 29,9Camara P dap~ 4,7 0,3 1339 4463,3 121 4,04 0,84 20,7Salespls. Qc dap~ 4,7 100 400 106 4,07 0,87 45,8Atibaia P dap~ 4,7 0,4 1025 2065,5 132 4,36 0,89 22,7A.Ruschi P dap~ 4,7 0,7 1202 1717,1 144 4,08 0,82 27,1lapi P dap~ 4,7 0,42 1157 2754,8 52,78 128 3,94 0,81

Cemucam*, Parque Municipal Cemucam, Cotia, somente individuos identificados ate 0 nivel de especie, presente estudo; Pefi l, Parque Estadualdas Fontes do Ipiranga, Sao Paulo (Gomes & Mantovani 200 I); Pefi2, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Sao Paulo (Nastri ef al. 1992);Pefi3 e Pefi 4

, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Sao Paulo, respectivamente areas A e B do Instituto de Botanica (Struffaldi-De-Vuono1985); PAV I e PAV2, Parque Municipal Alfredo Volpi, Sao Paulo (Aragaki & Mantovani 1994 e Aragaki 1997, respectivamente); SESC, clube decampo na represa Guarapiranga, Sao Paulo (Pagano ef al. 2002); Cuaso l e Cuaso2, Mata da Reserva da Cidade Universitaria Armando de SallesOliveira, USP, Sao Paulo (Gorresio-Roizman 1993 e Dislich ef al. 200 I); SrrCatH I e SrrCant2, Parque Estadual da Serra da Cantareira (Baitelloef al. 1992 e Tabarelli & Mantovani 1997, respectivamente); Cumbica, area do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Guarulhos (Gandolfi ef

al. 1995); Itapetyl, Itapety2 e Itapety3, Parque Municipal da Serra do Itapety, respectivamente areas I, 2 e 3 (Tomasulo 1995 e Tomasulo &Cordeiro 2000); Camara - Mata do Camara, Sao Roque,SP (Cardoso-Leite 1995); Salespls, Serra do Mar em Sales6polis, SP (Mantovani ef

al. 1990); Atibaia, Pq. Municipal da Grota Funda, Atibaia, SP (Grombone ef al. 1990); A.Ruschi, Pq. Municipal Alfredo Ruschi, Sao Jose dosCampos, SP (Silva 1989); Japi, Serra do Japi, Jundiai (Rodrigues ef al. 1989).

Figura 5. Curva do numero de especies amostradas em funyao da

area amostrada. Parcelas de 100 m2

10

oo

Parcelas (numeros)

---/'./

.//

/I

I,

"10

20

IJO

17<1

110

";)' 100

2 '".,E so~~ 70

5-V) '"., '0'0,., '"0-V) JO

U-l

paulista (tabela 4) e urn menor porte devido a areabasal relativamente baixa e densidade elevada.

Com 0 objetivo de manejar a vegetayao doParque, estudos mais detalhados sobre as populayoesde Lauraceae e Arecaceae devem ser feitos, visandoconhecer a viabilidade da auto-sustentayao destaspopulayoes e a necessidade ou nao de ser feito 0 enrique­cimento do sobosque com individuos destas familias.

Estudos sobre outras formas de vida alem dasplantas que se apoiam em outras aqui analisadas tambemdevem ser feitos, urna vez que ha evidencias que estasrespondem mais rapidamente e com maior intensidade aoisolamento de fragmentos florestais (Turner et at. 1995)do que as populayoes arbustivas e arb6reas.

H. Ogata & E.P.e. Gomes: Estrutura e composic;:ao da vegetac;:ao 383&::====---------==Literatura citada

Aragaki, S. 1997. Floristica e estrutura de trechoremanescente de f10resta no planalto paulistano (SP).Dissertac;:ao de Mestrado, Universidade de Sao Paulo,Sao Paulo.

Aragaki, S. & Mantovani, W. 1994. Estudos estruturaise taxonomicos de trecho remanescente de florestano Parque Municipal Alfredo Volpi (Sao Paulo, SP).In: S. Watanabe (coord.). Anais do III Simp6siode Ecossistemas da Costa Brasileira, Sao Paulo,pp.68-80.

Baitello, J.B., Aguiar, a.T., Rocha, F.T., Pastore, J.A.& Esteves, R. 1992. Estrutura fitossociol6gica davegetac;:ao arb6rea da Serra da Cantareira (SP) NucleoPinheirinho. Revista do Instituto Florestal 5: 133-161.

Brown, N.D. & Whitmore, T.C. 1992. Do dipterocarpseedlings really partition tropical rain forest gaps?Philosophical Transactions of the Royal Society ofLondon B 354: 369-378.

Cardoso-Leite, E. 1995. Ecologia de urn fragmentof10restal em Sao Roque, SP: f1oristica, fitossociologiae Silvigenese. Dissertac;:ao de Mestrado. UniversidadeEstadual de Campinas, Campinas.

Dislich, R. 1996. Floristica e estrutura do componenteepifitico vascular na mata da Reserva da CidadeUniversitaria "Annando de Salles Oliveira", Sao Paulo,SP. Dissertac;:ao de Mestrado, Universidade de SaoPaulo, Sao Paulo.

Dislich, R., Cersosimo, L. & Mantovani, W. 200 I.Analise da estrutura de fragmentos f10restais no PlanaltoPaulistano - SP. Revista Brasileira de Botanica 24:321-332.

Dislich, R., Kisser, N. & Pivello, V.R. 2002. A invasao deurn fragmento f10restal em Sao Paulo (SP) pela palmeiraaustraliana Archontophoenix cunninghamiana H.Wendl.& Drude. Revista Brasileira de Botanica 25: 55-64.

Dislich, R. & Pivello, V.R. 2002.Tree structure and speciescomposition changes in an urban tropical forest fragment(Sao Paulo, Brazil) during a five-year interval. Boletimde Botanica da Universidade Sao Paulo 21: 1-11.

Gandolfi, G., Leitao Filho, H.F. & Bezerra, C.L.F.1995. Levantamento f1oristico e carater sucessional dasespecies arbustivo-arb6reas de uma ftoresta mes6filasemidecidua no Municipio de Guarulhos, SP. RevistaBrasileira de Biologia 55: 753-767.

Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 200 I. Estudo ftoristico doscomponentes arb6reo e arbustivo da Mata do ParqueSanto Dias, Sao Paulo, SP, Brasil. Boletim de Botanicada Universidade Sao Paulo 19: 15-42.

Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 2003. Revisao sobre 0diagn6stico e caracterizac;:ao da vegetac;:ao campestrejunto acrista de serras, no Parque Estadual da Serra doMar, Sao Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 30: 217-241.

Gentry, A.H. 1988. Changes in plant communitydiversity and floristic composition on environmentaland geographical gradients. Annals of the MissouriBotanical Garden 75: 1-34.

Gomes, E.P.c. & Matovani, W. 200 I. Size structureof six tree populations in a subtropical rain forest insoutheastern Brazil. Naturalia 26: 131-158.

Gomes, E.P.c., Mantovani, W. & Kageyama, P.Y. 2002.Dinamica da f10resta no P.E.F.!. In: E.M. Bicudo, M.e.Forti & D.e. Bicudo (eds.). Parque Estadual das Fontesdo Ipiranga: uma reserva Biol6gica na cidade de SaoPaulo. Secretaria do Meio Ambiente do Estado de SaoPaulo, Sao Paulo, pp. 111-132.

Gomes, E.P.c., Mantovani, W. & Kageyama, P.Y. 2003.Mortality and recruitment of trees in a secondarymontane rain forest in southeastern Brazil. BrazilianJournal of Biology 63: 35-45.

Gorresio-Roizman, L. 1993. Fitossociologia e dinamica dobanco de sementes de populac;:6es arb6reas de f10restasecundaria em Sao Paulo, SP. Dissertac;:ao de Mestrado,Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo.

Grombone, M.T., Bernacci, L.c., Meira Neto, J.A.A,Tamashiro, J.Y. & Leitao Filho, H.F. 1990. Estruturafitossociol6gica da f10resta semidecidua de altitude doParque Municipal da Grota Funda (Atibaia - Estado deSao Paulo). Acta Botanica Brasilica 4: 47-64.

IPT. 1981. Mapa geomorfol6gico do Estado de Sao Paulo.Instituto de Pesquisa Tecnol6gicas do Estado de SaoPaulo, Sao Paulo.

Ivanauskas, N.M., Monteiro, R. & Rodrigues, R.R. 2000.Similaridade f10ristica entre areas de Floresta Atlanticano Estado de Sao Paulo. Revista Brasileira de Ecologia4: 71-81.

Knobel, M.G. 1995. Aspectos da regenerac;:ao natural docomponente arb6reo-arbustivo de trecho da f10restada Reserva Biol6gica do Instituto de Botanica em SaoPaulo, SP. Dissertac;:ao de Mestrado, Universidade deSao Paulo, Sao Paulo.

Mantovani, W., Rodrigues, R.R., Rossi, L., Romaniuceto, S., Catharino, E.L.M. & Cordeiro, l. 1990.

A vegetac;:ao na Serra do Mar em Sales6polis, SP. In:Academia de Ciencia do Estado de Sao Paulo (org.).Anais do 2° Simp6sio de Ecossistemas da Costa Sui eSudeste Brasileira: Estrutura, Func;:ao e manejo. Aguasde Lind6ia, pp. 348-384.

Marquis, R.J., Young, H.J. & Braker, H.E. 1986. Theinfluency of understory vegetation cover on germinationand seedling establishment in a tropical lowland wetforest. Biotropica 18: 273-278.

Melhem, T.S., Giulietti, A.M., Forero, E., Barroso,G.M., Silvestre, M.S.F., Jung, S.L., Makino, H.,Melo, M.M.R.F., Chiea, S.c., Wanderley, M.G.L.,Kirizawa, M. & Muniz, C. 1981. Planejamento paraa elaborac;:ao da "Flora Fanerogamica da Reserva doParque Estadual das Fontes do Ipiranga (Sao Paulo,Brasil)". Hoehnea 19: 63-74.

384 Hoehnea 33(3): 371-384,2006

Monteiro, C.A.R 1973. A diniimica climlitica e as chuvas noestado de Sao Paulo. Instituto de Geografia, Sao Paulo.

Miiller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims andmethods in vegetation ecology. John Willey, New York.

astri, V.D.F., Catharino, KL.M., Rossi, L., Barbosa,L.M., Pirre, K, Bedinelli, c., Asperti, L.M., Dorta,RO. & Costa, M.P. 1992. Estudos fitossociol6gicosem uma area do Instituto de Botanica de Sao Pauloutilizados em programa de educa<;:ao ambiental. Revistado Instituto Florestal 4: 219-225.

Nimer, K 1989. Climatologia do Brasil. 2 ed. InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatistica, Rio de Janeiro.

Ogata, H. 1997. Manejo de fragmento de floresta emparque municipal de Sao Paulo. In: 1. Iwashita (coord.).Seminario Ciencia e Desenvolvimento Sustentavel, SaoPaulo, pp. 69-85.

Pagano, S.N., Cesar, O. ,Furlan, A. & Manzatto, A.G.1999. Composi<;:ao floristica e Estrutura fitossociol6gicado estrato arb6reo da Mata Atlantica do SESC­Interlagos. In: Fundunesp - Unesp. (org.). SescInterlagos. De centro campestre a ilha verde na cidade,Sao Paulo, pp. 12-44.

Pastore, J.A., Aguiar, O.T., Esteves, R & Silva, C.A.F.1992. Flora arb6reo-arbustiva do Parque Chico Mendes,municipio de Sao Bernardo do Campo (SP). Revista doInstituto Florestal4: 269-273.

Pielou, KC. 1975. Ecological diversity. Wiley, New York.Pivello, V.R & Peccinini, A.A. 2002. A vegeta<;:ao do

PEFI. In: D.C. Bicudo, M.C. Forti & C.E.M. Bicudo(eds.). Parque Estadual das Fontes do Ipiranga: umareserva Biol6gica na cidade de Sao Paulo, Sao Paulo,Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Sao Paulo,Sao Paulo, pp. 75-92.

Rodrigues, RR, Morellato, L.P.C., Joly, C.A. & LeitaoFilho, H.R 1989. Estudo floristico e fitossociol6gicoem urn gradiente altitudinal de mata estacional mes6filasemidecidua na Serra do Japi, Jundiai, SP. RevistaBrasileira de Botanica 12: 71-84.

Rossi, L. 1994. A flora arb6reo-arbustiva da mata daReserva da Cidade Universitaria "Armando de SallesOliveira" (Sao Paulo, Brasil). Boletim do Instituto deBotanica (Sao Paulo) 9: 1-105.

Salis, S.M., Shepherd, G.J. & Joly, C.A. 1995. Floristiccomparision of mesophytic semideciduous forests ofthe interior of the state of Sao Paulo, southeast Brazil.Vegetatio 119: 155-164.

Scudeller, V.V., Martins, F.R & Shepherd, G.J. 200 I.Distributions and abundance of arboreal species in theatlantic ombrophilous dense forest in SoutheasternBrazil. Plant Ecology 152: 185-199.

Silva, A.F. 1989. Composi<;:ao floristica e estruturafitossociol6gica do estrato arb6reo da Reserva FlorestalProfessor Augusto Ruschi, Sao Jose dos Campos, SP.Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Carnpinas,Campinas.

Siqueira, M.F. 1994. Analise floristica e ordena<;:ao deespecies arb6reas da Mata Atlantica atraves de dadosbinarios. Disserta<;:ao de Mestrado, UniversidadeEstadual de Campinas, Campinas.

Spiegel, M.R. 1985. Estatistica. 2 ed. McGraw-Hili, SaoPaulo.

Struffaldi-De Vuono, Y. 1985. Fitossociologia do estratoarb6reo da floresta da Reserva Biol6gica do lnstitutode Botanica (Sao Paulo-SP). Tese de Doutorado,Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo.

Tabarelli, M. 1994. Clareiras naturais e a regenera<;:aode urn trecho de floresta na Serra da Cantareira.Disserta<;:ao de Mestrado, Universidade de Sao Paulo,Sao Paulo.

Tomasulo, P.L.B. 1995. Analise da composi<;:ao floristica eestrutura da vegeta<;:ao como subsidjo ao plano de manejopara 0 Parque Municipal da Serra do Itapety, Mogi dasCruzes, SP. Disserta<;:ao de Mestrado, UniversidadeFederal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Tomasulo, P.L.B. & Cordeiro, I. 2000. Composi<;:aofloristica do Parque Municipal da Serra do ltapety, Mogidas Cruzes, SP. Boletim do lnstituto de Botanica (SaoPaulo) 14: 139-16l.

Torres, RB., Martins, RR & Kinoshita, L.S. 1997.Climate, soil, and tree flora relationship in forests in stateofSao Paulo, southeastern Brazil. Revista Brasileira deBotanica 20: 41-49.

Turner, I.M., Chua, K.S., Ong, J., Soong, B. & Tan, H.1996. A century of plant species loss from an isolatedfragment of lowland tropical rain forest. ConservationBiology 10: 1229-1244.

Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991.Classifica<;:ao da vegeta<;:ao brasileira adaptada a urnsistema universal. IBGE, Rio de Janeiro.

Wright, S.J. 2002. Plant diversity in tropical forests: areview 0 mechanisms ofspecies coexistence. Oecologia130: 1-14.