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58 mil crianças são atendidas pelo programa Primeira Infância Melhor (PIM) em 253 municípios do Rio Grande do Sul. Ao todo, 53 mil famílias são beneficiadas. MARIO RASSI / DIVULGAÇÃO / CP O som dos batimentos cardía- co acelerados e a imagem ainda disforme no monitor comprovam que uma vida está se formando. Apesar de ainda não ser possí- vel tocá-lo, os pais sabem que a sua presença já provoca uma verdadeira revolução. E, neste período, muitos cuidados são im- portantes, com ênfase para a saúde da gestante, o apoio emo- cional e a ligação familiar esta- belecidos no entorno da criança. Por este motivo, o pré-natal é fundamental. A definição da Organização Mundial da Saúde é de um con- junto de cuidados médicos, nutri- cionais, psicológicos e sociais pa- ra proteger a mãe e o feto. No Brasil, muito já se avançou e uma das conquistas é a garantia de que as gestantes realizem se- te consultas entre a gestação e o puerpério, que vai até 29 dias após o nascimento. Porém, é pre- ciso ir além. Segundo a enfermeira do PIM, Letícia Boeira, o pré-natal deve ser mais amplo do que o monitoramento da gestação. É preciso dar suporte à futura mãe. “É preciso esclarecer dúvi- das, ressaltar os cuidados, as de- finições do parto e do pós-parto, e reduzir a ansiedade da mãe, transformando em um momento mais completo”, afirma. Ela cita, que muitas vezes as gestantes têm alguns conhecimentos priva- dos. Outro desafio é estimular as famílias a fazerem o pré-na- tal antes da gravidez, garantin- do uma gestação saudável. “Ações que promovam o desenvol- vimento socioafetivo, cognitivo e motor adequados das crianças, des- de a gestação até os seus primeiros anos de vida, são o caminho para a construção de uma sociedade me- lhor”, afirmam especialistas, ava- liando o Primeira Infância Melhor PRÉ-NATAL MATEUS PEREIRA / SECOM / CP INFORME PUBLICITÁRIO A primeira infância, que compreende do nasci- mento até os 6 anos, é um dos principais pila- res da vida. É neste período que o bebê tem o primeiro contato com o mundo, desenvolve habili- dades emocionais, cognitivas e motoras que serão carregadas até a vida adulta. É também nes- te momento que a presença dos pais ou cuidadores deve ser maior. E foi buscando garantir o acesso às informações e aos ser- viços básicos, em especial às fa- mílias em situação de vulnerabi- lidade social, que nasceu há 12 anos no Rio Grande do Sul o Pri- meira Infância Melhor (PIM). Ao longo desse período, a ini- ciativa ganhou força, ampliou a rede de atuação e atende atual- mente a mais de 58 mil crianças. Pelo êxito, foi sendo replicado, mesmo que em partes, em ou- tras cidades, estados e no país. Mas, afinal, qual é o grande dife- rencial do PIM para o sucesso? Uma das bases da política é o acompanhamento da gestante e da família. “Não vamos substi- tuir o papel da mãe e do pai, mas vamos passar competên- cias a eles para que possam exercer esse papel que é funda- mental na geração de uma nova vida”, explicou a coordenadora do PIM, Leila Almeida. Dentro dessa lógica, as famílias atendi- das recebem visitas periódicas. Nesses encontros semanais, que normalmente duram uma hora, os visitadores fazem um acompa- nhamento específico das famí- lias e do ambiente. “Não é uma formalidade para preenchimen- to de dados. É um olhar específi- co e detalhado das característi- cas daquela família e que tipo de ações precisam ser desenvol- vidas”, explica. Esse olhar especial faz toda a diferença. Permite identificar possíveis problemas e encon- trar alternativas para solucioná- los. Nos encontros também são repassadas orientações conside- radas essenciais, como saber ob- servar o desenvolvimento do fi- lho. Um dos resultados práticos do PIM é colaborar com a redu- ção da mortalidade infantil e materna no RS. O percentual atual de óbitos na primeira in- fância é de 10,5%. Antes, era de 15,9%. “O PIM é um dos fatores que motivou a mudança do qua- dro”, afirma ela. A meta agora é reduzir o índice a um dígito. Outra particularidade do PIM é a multidisciplinaridade e a promoção do desenvolvimento das capacidades físicas, intelec- tuais e emocionais das crian- ças. O projeto envolve várias áreas, como Saúde, Educação, Cultura e Assistência Social. Apesar de a gestão ser esta- dual, a execução é tarefa das prefeituras. Cabe aos prefeitos a responsabilidade pela estrutu- ra, ligação com as redes de ser- viços, formação continuada, en- tre outras iniciativas. Ao todo, o programa é desenvolvido em 253 municípios gaúchos. PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR INVESTIMENTO NO FUTURO Pioneiro no país, o PIM fornece assistência à gestante e à criança para uma vida melhor O acompanhamento começa na gestação Durante o pré-natal são feitas consul- tas periódicas para acompanhamento da gravidez e da saúde da gestante. Também são realizados exames de sangue e ultrassonografia. O ideal é que sejam no mínimo sete consultas CORREIO DO POVO SEGUNDA-FEIRA, 12 de outubro de 2015

MARIO RASSI /DIVULGAÇÃO /CP … · servar odesenvolvimento do fi-lho. ... CORREIO DO POVO SEGUNDA-FEIRA,12deoutubro de 2015 ... Chegando ao final da primeira infância,

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58mil crianças

são atendidas peloprograma Primeira

Infância Melhor (PIM) em253 municípios do RioGrande do Sul. Ao todo,

53 mil famílias sãobeneficiadas.

MARIO RASSI / DIVULGAÇÃO / CP

O som dos batimentos cardía-co acelerados e a imagem aindadisforme no monitor comprovamque uma vida está se formando.Apesar de ainda não ser possí-vel tocá-lo, os pais sabem que asua presença já provoca umaverdadeira revolução. E, nesteperíodo, muitos cuidados são im-portantes, com ênfase para asaúde da gestante, o apoio emo-cional e a ligação familiar esta-belecidos no entorno da criança.Por este motivo, o pré-natal éfundamental.

A definição da OrganizaçãoMundial da Saúde é de um con-junto de cuidados médicos, nutri-cionais, psicológicos e sociais pa-ra proteger a mãe e o feto. NoBrasil, muito já se avançou euma das conquistas é a garantia

de que as gestantes realizem se-te consultas entre a gestação eo puerpério, que vai até 29 diasapós o nascimento. Porém, é pre-ciso ir além.

Segundo a enfermeira doPIM, Letícia Boeira, o pré-nataldeve ser mais amplo do que omonitoramento da gestação. Épreciso dar suporte à futuramãe. “É preciso esclarecer dúvi-das, ressaltar os cuidados, as de-finições do parto e do pós-parto,e reduzir a ansiedade da mãe,transformando em um momentomais completo”, afirma. Ela cita,que muitas vezes as gestantestêm alguns conhecimentos priva-dos. Outro desafio é estimularas famílias a fazerem o pré-na-tal antes da gravidez, garantin-do uma gestação saudável.

“Ações que promovam o desenvol-vimento socioafetivo, cognitivo emotor adequados das crianças, des-de a gestação até os seus primeirosanos de vida, são o caminho para aconstrução de uma sociedade me-lhor”, afirmam especialistas, ava-liando o Primeira Infância Melhor

PRÉ-NATAL

MATEUS PEREIRA / SECOM / CP

INFORME PUBLICITÁRIO

Aprimeira infância, quecompreende do nasci-mento até os 6 anos, éum dos principais pila-

res da vida. É neste período queo bebê tem o primeiro contatocom o mundo, desenvolve habili-dades emocionais, cognitivas emotoras que serão carregadasaté a vida adulta. É também nes-te momento que a presença dospais ou cuidadores deve sermaior. E foi buscando garantir oacesso às informações e aos ser-viços básicos, em especial às fa-mílias em situação de vulnerabi-lidade social, que nasceu há 12anos no Rio Grande do Sul o Pri-meira Infância Melhor (PIM).

Ao longo desse período, a ini-ciativa ganhou força, ampliou arede de atuação e atende atual-mente a mais de 58 mil crianças.Pelo êxito, foi sendo replicado,mesmo que em partes, em ou-tras cidades, estados e no país.Mas, afinal, qual é o grande dife-rencial do PIM para o sucesso?

Uma das bases da política éo acompanhamento da gestantee da família. “Não vamos substi-tuir o papel da mãe e do pai,mas vamos passar competên-cias a eles para que possamexercer esse papel que é funda-mental na geração de uma novavida”, explicou a coordenadorado PIM, Leila Almeida. Dentrodessa lógica, as famílias atendi-das recebem visitas periódicas.Nesses encontros semanais, quenormalmente duram uma hora,os visitadores fazem um acompa-

nhamento específico das famí-lias e do ambiente. “Não é umaformalidade para preenchimen-to de dados. É um olhar específi-co e detalhado das característi-cas daquela família e que tipode ações precisam ser desenvol-vidas”, explica.

Esse olhar especial faz todaa diferença. Permite identificarpossíveis problemas e encon-trar alternativas para solucioná-los. Nos encontros também sãorepassadas orientações conside-radas essenciais, como saber ob-servar o desenvolvimento do fi-lho. Um dos resultados práticosdo PIM é colaborar com a redu-ção da mortalidade infantil ematerna no RS. O percentualatual de óbitos na primeira in-fância é de 10,5%. Antes, era de15,9%. “O PIM é um dos fatoresque motivou a mudança do qua-dro”, afirma ela. A meta agoraé reduzir o índice a um dígito.

Outra particularidade do PIMé a multidisciplinaridade e apromoção do desenvolvimentodas capacidades físicas, intelec-tuais e emocionais das crian-ças. O projeto envolve váriasáreas, como Saúde, Educação,Cultura e Assistência Social.Apesar de a gestão ser esta-dual, a execução é tarefa dasprefeituras. Cabe aos prefeitosa responsabilidade pela estrutu-ra, ligação com as redes de ser-viços, formação continuada, en-tre outras iniciativas. Ao todo, oprograma é desenvolvido em253 municípios gaúchos.

PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

INVESTIMENTONO FUTURO

Pioneironopaís, o PIMforneceassistência àgestanteeà criançaparauma vida melhor Oacompanhamento

começana gestação

Durante o pré-natal são feitas consul-tas periódicas para acompanhamento

da gravidez e da saúde da gestante.Também são realizados exames de

sangue e ultrassonografia. O ideal éque sejam no mínimo sete consultas

CORREIO DO POVO SEGUNDA-FEIRA,12 de outubro de 2015

Vera PazIntegrante técnica do PIM

O pai deve ser inseridodesde o começo da

gestação, vivenciando deforma mais intensa cada

fase da gravidez. Eleexerce papel fundamentalno desenvolvimento do

bebê.

Durante a gestação e nos pri-meiros meses, as atenções seconcentram na mãe e no bebê.Muitas vezes, o pai fica de ladoe, não raro, pode acabar sendoexcluído. Ao mesmo tempo, a fi-gura paterna é essencial, inclusi-ve para auxiliar a mãe e o pró-prio desenvolvimento do filho.Pensando nisso, as equipes doPIM têm promovido ações paraaumentar a participação do pai.

“É fundamental estabelecer oenvolvimento pai e filho. Por is-so, procuramos estimular queele esteja presente nas consul-tas de pré-natal e nas visitas do-miciliares”, explica a integrantetécnica do PIM, Vera Paz. “Dife-rente da gestante, que está pas-sando pelas mudanças corpo-rais e emocionais com a evolu-ção da gravidez, o pai está iner-te”, compara. “É preciso prepa-rá-lo, ainda mais quando a ges-tação não foi programada, paraa chegada deste bebê. E o quan-to mais rápido isso for feito,mais facilmente o pai adotaráum papel ativo, carinhoso e co-municativo”, completa Vera.

O envolvimento deve se dartambém após o nascimento,atuando nos primeiros cuidados,no banho e higiene do bebê, as-sim como dando suporte à mãena amamentação. Quando as

crianças estão maiores, deveacompanhar e participar da roti-na do filho com brincadeiras, aju-dando no desenvolvimento infan-til e se tornando corresponsávelno cuidado e na criação.

E alguns ganhos são conheci-dos. Recente pesquisa realiza-da com crianças acompanhadaspelo PIM mostrou que os meni-nos que tinham a presença pa-terna mais ativa apresentaramredução de vulnerabilidade so-cial e escolar.

MAURO SCHAEFER

INFORME PUBLICITÁRIO

Oaleitamento materno éum dos primeiros eprincipais elos entre amãe e o filho. É por

meio do leite que o bebê deve sealimentar nos primeiros mesesde vida. Além de ser um gestode amor e carinho, é fundamen-tal para que ele tenha imunida-de contra doenças e possa se de-senvolver de forma saudável.

Amamentar depende de al-guns cuidados, para que a expe-riência seja gratificante tantopara a mãe como para o bebê. Éneste sentido que os visitadoresdo PIM atuam, prestando orien-tações e explicando os benefí-cios do alto poder nutricional doleite materno. Segundo a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS),é a melhor fonte de nutrição in-fantil, por conter, entre outroselementos, anticorpos.

Pesquisas mostram que, como aleitamento, há redução sensí-vel na mortalidade infantil por

doenças que são comuns nestafase, como diarreia e pneumo-nia. Ao mesmo tempo, contribuina prevenção de outras enfermi-dades, como hipertensão e dia-betes tipo 2, além de reduzir orisco de alergias. Os benefíciospara a mãe envolvem prevençãode câncer de mama e de ovário.

Mesmo assim, há vários fato-res que limitam a alimentação eo tempo da amamentação. Ocompartilhamento de informa-ções, com outras mães e profis-sionais, também auxilia e esti-mula esse hábito. “Um ambientesaudável é fundamental para oaleitamento. Isso envolve, princi-palmente, o apoio e suporte fa-miliar, garantindo à mãe a tran-quilidade necessária”, explica aenfermeira e integrante da equi-pe do PIM, Vera Paz.

É importante que ambos este-jam confortáveis, que a mãe es-teja tranquila e dedique atençãoà ação de amamentar. Ela citaque, infelizmente, nas visitas àsfamílias são identificadas situa-ções em que a mãe sozinha temque administrar o recém-nasci-do e os outros filhos. Assim, oato de amamentar se torna com-plicado e tenso. “Essa sensaçãode desconforto é passada para ofilho, que não consegue se ali-mentar direito e exigirá mama-das mais contínuas”, explica.

D u r a n t e o p e r í o d o d elactação é recomendado que amãe tenha uma alimentação ade-quada, com uma dieta variada,formada por pães e cereais, fru-tas, legumes, verduras e deriva-dos de leite e carnes. Vera res-salta que há técnicas que podemser facilmente utilizadas paragarantir o aleitamento correto,como a posição do bebê. “O im-portante é que quanto mais acriança for amamentada, maisleite será produzido”, enfatiza.A mãe deve ficar atenta a al-guns sinais que são indicativosde que a técnica está inadequa-da, como ruídos da língua, a ma-ma aparentando estar esticadaou sensação de dor. “Toda aatenção é fundamental”, alerta.

GESP / DIVULGAÇÃO / CP

PATERNIDADEDICAS DE AMAMENTAÇÃO

■ A gestante deve ingerir grandequantidade de líquidos, especial-mente água (pelo menos 1 litro pordia). Chás e sucos também são váli-dos.

■ O primeiro leite que desce é ocolostro. Ele é mais consistente eimportantíssimo para a imunidade.Ou seja, é o fortalecimento do bebêcontra as doenças.

■ Quanto mais o bebê sugar, maisleite a mãe produzirá.

■ Quando estiver amamentando, éimportante manter a posição corre-ta. A barriga do bebê deve estarvoltada para o ventre da mãe. Éimportante manter a cabeça do be-bê levemente inclinada para cima.Isto evitará afogamentos.

■ É recomendável usar o próprioleite para passar nas rachadurasdos mamilos. Ele tem podercicatrizante.

■ A mãe deve auxiliar ofilho a acomodar o mami-lo na boca. Isto evitaráque o nariz do bebêfique tapado, difi-cultando a respi-ração.

■ Após as mama-das, a mãe develembrar de co-

locar o bebê para arrotar, acomo-dando a cabecinha no ombro.

■ É preciso higienizar as mamascom água e sabão neutro.

■ É aconselhável deixar escorrerágua morna nas mamas para facili-tar a saída do leite em excesso.

■ Se sentir muita dor, calor e ver-melhidão nas mamas, o ideal é quea mãe procure um médico.

AMAMENTAÇÃO

Leite da mãe transmitesaúde, carinho e amorÉrecomendávelqueaamamentaçãoseja aúnicaalimentaçãoatéos seis mesesde vidadobebê

A importânciada presençado pai

Não existe leite fracoO leite materno é o

melhor alimento para obebê porque contémtodos os nutrientes

necessários para o seucompleto crescimento e

desenvolvimento.Amamentar é um momento de carinho e amor entre mãe e bebê

A presença do pai exerce influência no desenvolvimento dos filhos

2 | SEGUNDA-FEIRA,12 de outubro de 2015 CORREIO DO POVO

■ Nos primeiros três meses de vida do bebê, é importante que seus pais efamiliares conheçam suas necessidades e características de seu desenvolvi-mento. Neste período, ele irá aprender a sorrir, a mover os braços e as per-nas e a emitir alguns sons. Ao nascer, sua audição já está bem desenvolvidae a visão se desenvolvendo intensamente. Pouco a pouco, o bebê vai fixandoos olhos nas pessoas e nos objetos que estão próximos de si, seguindo-oscom o olhar quando se movem. Também aprende a manifestar reações dealegria frente às pessoas que com ele interagem e o cuidam. Reconhecer asformas de comunicação (especialmente o choro) é essencial para que os cui-dadores possam contribuir plenamente com um crescimento saudável.

0 A 3 MESES

6 A 9 MESES

1 A 2 ANOS

■ Entre os 3 e 6 meses de vida, o bebê passa a reconhecer pessoas de seuconvívio, já consegue agarrar objetos a seu alcance e começa a aprender amudar de posição sozinho. Há uma notável diferença em relação ao desen-volvimento de quando ainda não havia completado 3 meses. Com ajuda oumesmo sozinho consegue sentar-se por algum tempo. Na interação com ooutro, o bebê poderá dar risadas, balbuciar e expressar entusiasmo frenteaos brinquedos e aos objetos que lhe são mostrados. Isso acontece porqueele consegue enxergar com mais clareza as coisas ao seu redor. Ao estimu-lar e dar carinho ao bebê, o adulto cuidador estará propiciando um cresci-mento saudável e feliz.

9 A 12 MESES

■ Chegando ao final da primeira infância, a criança jádeve apresentar vocabulário amplo, conversar mais,falar o que pensa, fazer mais perguntas e estabelecerum bom diálogo com outras pessoas. Também nessafase, ela geralmente se move com agilidade e flexibili-dade, que demonstra não só ao caminhar e correr, co-mo ao desenhar, recortar e rasgar papéis. Nessa idade,ela deve compreender ainda o que pode ou não fazer.

É ainda nessa faixa etária que começa o preparo para asaída da educação infantil e o início da vida escolarcom o ingresso no ensino fundamental e o adulto tempapel primordial nesse processo. Caberá a ele identifi-car as possíveis dificuldades que a criança possa vir aenfrentar. O adulto também deve auxiliar nesse proces-so de transição, que é marcado pelo aumento de res-ponsabilidades e independência na rotina da criança.

3 A 6 MESES

2 A 3 ANOS

■ Entre os 2 e os 3 anos de vida, a criança possui movimentosmais aperfeiçoados. Já consegue levar com mais facilidade ocopo e a colher à boca, escova os dentes e rabisca em folhasde papel. Nessa fase, deseja fazer o que os adultos fazem,

como uma imitação, e brincando de faz de conta com per-sonagens do seu cotidiano. “Eu sozinho” é uma frase

muito frequente, porque a criança passa a desenvol-ver sua autonomia, o que provoca intensa agita-

ção. Como nem sempre pode fazer tudo o quequer, às vezes pode ficar impaciente ou inquie-ta. A agilidade dos movimentos também estámais presente no caminhar e correr. A comu-nicação também começa a ficar mais aperfei-

çoada e a criança utiliza mais palavras e formafrases mais longas. Mais uma vez é importante a

presença dos pais e cuidadores para estimular no de-senvolvimento da fala.

4 A 5 ANOS

■ Na faixa etária de 4 a 5 anos de idade, a criança já de-ve ter desenvolvido boas capacidades de comunicação e é

importante que ela receba oportunidade de expressar suas ideias. Com 4anos e 6 meses de idade, ela já deve ter adquirido completamente todosos sons da fala, sem substituir ou omitir os fonemas. Caso ainda não consi-ga fazê-lo, o adulto poderá ajudá-la, repetindo a palavra corretamente.Também é esperado que ela consiga colocar objetos em ordem de tama-nho e formar quebra-cabeças mais complexos. A criança passa a ter maispercepção espacial, identificando posições, como acima, abaixo, em frentee atrás. Neste período é importante ficar atento aos filhos, porque eles jáconseguem correr, saltar e subir com mais segurança.

■ Entre os 6 e 9 meses de idade, o bebê começa a realizar diversas ati-vidades sozinho. Ele aprende a sentar-se e se locomover, principalmen-te engatinhando, a pegar e explorar objetos, e a reconhecer nomes depessoas e de coisas. O papel dos pais e do cuidador é ainda mais impor-tante nessa fase, pois seu desenvolvimento dependerá dos estímulosrecebidos. Um dos marcos mais significativos nesse período é o início daintrodução alimentar. É fundamental que o bebê receba a quantidade denutrientes necessária para um crescimento saudável, com base em umadieta diversificada e de qualidade, evitando açúcares e produtos indus-trializados, como refrigerantes.

■ O período de desenvolvimento das crianças entre 1 e 2anos de idade é acelerado e permeado de transforma-ções socioafetivas, motoras, cognitivas e de linguagem.Nessa fase, a criança está em constante movimento e,mesmo que caia com frequência, pouco a pouco vaiganhando segurança. Próximo a completar 2 anos, jádeve conseguir subir e descer degraus baixos, alémde segurar um brinquedo enquanto caminha. Onível de interação nas brincadeiras também au-menta, como chutar uma bola de futebol. Ao finaldesse período, algumas crianças já apresentambastante autonomia: ajudam na troca das roupas,fraldas e até no banho, além de imitar os adultosem atividades cotidianas. Há uma grande evoluçãotambém na fala. Elas já conseguem combinar pelomenos três palavras ao se comunicarem e a nomearos objetos do seu cotidiano.

■ Entre os 9 e os 12 meses de vida do bebê, sua interação com o mun-do se torna mais evidente. Ele adquire novas habilidades motoras eespaciais, manipula objetos, compreende pequenas ordens, como “nãopode”, “vem aqui”, “traga o brinquedo”, e começa a dar os primeirospassos se apoiando em outras pessoas ou em móveis. Pais e cuidadores

podem incentivar a ampliação da linguagem, inserindo novas palavrasàs brincadeiras, estabelecendo um diálogo e escutando enquanto o bebêbalbucia, além de incentivá-lo com músicas e danças, estimulando a fala.O bebê também deve participar das refeições em família, sempre atentan-

do para uma alimentação variada e de acordo com as suas necessidades.

3 A 4 ANOS

■ No período entre 3 e 4 anos, a criança tende aampliar o seu relacionamento e interação com os adul-tos e outras crianças conhecidas. Isso porque buscará ampliar a sua comu-nicação e tentará se fazer entendida pelos outros. A sua pronúncia tende aficar mais clara gradativamente, com a redução da gagueira. É esperadoque consiga compreender histórias curtas e simples. No processo de auto-nomia, ela já consegue se vestir, tirar ou abotoar a roupa, ainda que neces-site de um pouco de auxílio. A criança consegue ampliar os tipos de brinca-deira e a coordenação motora, como saltar com segurança e pular num pésó. Também tem habilidade para montar quebra-cabeças simples, comduas ou quatro peças.

5 A 6 ANOS

INFORME PUBLICITÁRIO

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Acompanhe o crescimento do seu filhoParaque o bebê sedesenvolva corretamente, é fundamental apresençae aparticipaçãodos pais e cuidadores. Caberá a elesinterpretarospequenos gestos, comoo chorooua movimentação corporal, comoengatinhar.A cada mês, gradativamente,elesvãose tornarmais independentes ebuscarãoexplorar o mundoao seu redor. Mesmoassim,vão exigirmais atençãodospais, queexercem papel importante aoestimular edar carinhonesta parte tão significativa davida.

SEGUNDA-FEIRA,12 de outubro de 2015 | 3CORREIO DO POVO

SEVEN BATES / DIVULGAÇÃO / CP

Abase do trabalho doPIM é acompanhar indi-vidualmente a gestantee depois o bebê e sua fa-

mília. As visitas domiciliaressão fundamentais para o êxitodo programa, uma vez que nelassão verificados os avanços do de-senvolvimento da gravidez ouda criança. Esse trabalho é feitopelas equipes municipais, articu-ladas pelas prefeituras.

Em Santo Antônio da Patru-lha, 247 crianças e 17 gestantes,das zonas urbana e rural, rece-bem o acompanhamento. Segun-do a coordenadora do progra-ma, Denise Moro, o diferencial é

que o serviço é prestado de ma-neira individual. São respeita-das as particularidades e carac-terísticas de cada família. Até obebê completar 3 anos, as visi-tas são domiciliares e, após es-sa idade, o atendimento se dána modalidade grupal. “É impor-tante este momento, porque hácontato com outras crianças, au-xiliando no processo de sociali-zação”, explica Denise.

Nesta mesma linha, a coorde-nadora do PIM em Viamão, Mi-chele Correa, ressalta que oacompanhamento semanal dosvisitadores torna mais próximoo vínculo com as famílias. Na ci-dade, são atendidas 250 famí-lias. Porém, até o final do mês,o número deverá dobrar, com aampliação dos visitadores. “Oprograma faz a diferença na vi-da dessas famílias, em especialpelo nível de vulnerabilidade”,destaca.

Em função das visitas periódi-

cas, ela aponta que há um ga-nho na qualidade de vida do be-bê, dos pais e irmãos. Mas, paraMichele, o maior ganho é o en-volvimento emocional. “A princi-pal modificação é o afeto. Ascrianças impulsionam o envolvi-mento emotivo da família”, diz.

Em Caxias do Sul, o PIM ini-ciou processo seletivo e acapacitação de novos visitado-res. De acordo com a secretáriada Saúde em exercício, MartaFattori, o programa está apre-sentando resultados positivos,principalmente na zona Norte.Ela destaca também que o servi-ço é oferecido em rede, por meiode atividades assistenciais eeducacionais. Já em Carazinho,recentemente a Secretaria Muni-cipal de Assistência Social reali-zou um mutirão para levar servi-ços especialmente às comunida-des com maior dificuldade deacesso ao serviço público, comoé o caso do bairro São Lucas.

O pioneirismo do Primeira In-fância Melhor (PIM) do RioGrande do Sul está refletido narepetição de práticas em outrascidades e estados, além de terservido de base para o progra-ma federal Brasil Carinhoso. Se-gundo o deputado federal Os-mar Terra, que no lançamentodo PIM, em 2003, era secretárioestadual de Saúde, o projeto nas-ceu de estudos científicos quemostravam a importância da pri-meira infância na formação docidadão. “Há uma série de ques-tões que são definidas nos pri-meiros meses de vida, como asaúde e a capacidade da pessoade se relacionar”, destaca.

De acordo com Terra, estu-dos mostraram que os proble-

mas nesta fase da vida se refle-tem para outros anos. Ele citaainda que a presença dos visita-dores é fundamental, já que per-mite um atendimento mais próxi-mo às famílias.

Entre os exemplos da multi-plicação do projeto pelo Brasilestá o programa Atenção Me-lhor à Infância (AMI), implanta-do no município de Vila Velha,no Espírito Santo, que integraatendimentos nas áreas de Saú-de, Educação e Assistência So-cial para crianças de até 5 anosde idade e as gestantes. Outraexperiência de êxito é o Primei-ra Infância Ribeirinha (PIR), lan-çado em 2013 e que busca aten-der à população ribeirinha daAmazônia.

O PIM terá seus resultadosanalisados por meio do Piccolo,um instrumento internacionaldesenvolvido para analisar ocomportamento positivo dospais em relação aos filhos de 10meses a 3 anos e 11 meses deidade. Apresentado durante se-minário, na semana passada, aideia é conseguir quantificar osresultados, de maneira a facili-tar a análise do impacto positi-vo das ações.

A apresentação do Piccolo,primeira realizada no Brasil, foi

feita por dois professores daUtah State University, dos Esta-dos Unidos. Lori Roggman, queé professora de Desenvolvimen-to Humano, e Mark Innocenti,que é diretor da Divisão de Pes-quisa e Avaliação do Centro deExcelência para Pessoas comDeficiência, apresentaram a me-todologia para medir o impactona criança. Segundo a coordena-dora do PIM, Leila Almeida, taisinstrumentos contribuem paraaperfeiçoar as ações do progra-ma no Estado.

EXPERIÊNCIAS TRANSFORMADORAS

Municípios conquistamvitórias com o PIMAmelhorianodesenvolvimentodacriançaampliaacredibilidadedoPIM,embenefíciodasfamílias

ANDRÉ ÁVILA

INFORME PUBLICITÁRIO

Meta do programa é assegurar o desenvolvimento integral de crianças, da gestação até os 6 anos de idade

REFERÊNCIA

AVALIAÇÃO

Práticas são repetidasemcidades eestados

Mark e Lori apresentaram metodologia para medir impacto do PIM

Piccoloapura resultados

4 | SEGUNDA-FEIRA,12 de outubro de 2015 CORREIO DO POVO