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MARTHA EUGENIA URÁN JIMÉNEZ Paracoccidioides lutzii: estudo de alguns mecanismos de patogenicidade Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Programa de: Dermatologia Orientador: Prof. Dr. Carlos Pelleschi Taborda (Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP) SÃO PAULO 2015

MARTHA EUGENIA URÁN JIMÉNEZ - teses.usp.br · Patogênicos) Glauce Rittner, Fernanda Dias, Adriana Menezes, Luciana Thomaz, Felipe Augusto, Diego Rossi, Thor A. Sessa, Marcelo Valdemir,

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MARTHA EUGENIA URÁN JIMÉNEZ

Paracoccidioides lutzii: estudo de alguns mecanismos de patogenicidade

Tese apresentada à Faculdade de

Medicina da Universidade de São

Paulo para obtenção do título de

Doutor em Ciências

Programa de: Dermatologia

Orientador: Prof. Dr. Carlos Pelleschi

Taborda

(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A

versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP)

SÃO PAULO

2015

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MARTHA EUGENIA URÁN JIMÉNEZ

Paracoccidioides lutzii: estudo de alguns mecanismos de patogenicidade

Tese apresentada à Faculdade de

Medicina da Universidade de São

Paulo para obtenção do título de

Doutor em Ciências

Programa de: Dermatologia

Orientador: Prof. Dr. Carlos Pelleschi

Taborda

(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A

versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP)

SÃO PAULO

2015

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Preparada pela Biblioteca da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

reprodução autorizada pelo autor

Urán Jiménez, Martha Eugenia

Paracoccidioides lutzii : estudo de alguns mecanismos de patogenicidade /

Martha Eugenia Urán Jiménez. -- São Paulo, 2015.

Tese (doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Programa de Dermatologia.

Orientador: Carlos Pelleschi Taborda.

Descritores: 1.Micologia 2.Paracoccidioides/imunologia

3.Paracoccidioidomicose 4.Conídios 5.Camundongos Knockout 6.Micélio

7.Leveduras

USP/FM/DBD-108/15

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Gracias a Dios y “…Gracias a la vida que me ha dado tanto…”,

Violeta del Carmen Parra Sandoval (1966).

A la memoria de mi papá, por ser una persona amplia de pensamientos

que me animó a experimentar cosas nuevas en la vida.

A mi mamá por enseñarme los caminos más correctos de la vida,

a mi hermanita por ser mi confidente y complice, a Susana y Samuel por qué la

vida es más sencilla si se mira con ojos de niño y a toda mi familia y mis

amigos por creer en mí, más de lo que muchas veces creo en mi misma.

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Agradecimentos

Acho que aqui vai ser em “Martunhol”. Olha vai ser tarefa difícil escrever

obrigada para cada um com os nomes, mais como fala em português “vai que

vai”.

Ao Professor Dr. Carlos Pelleschi Taborda, que mais do que professor é

um amigo. Que aceitou uma ideia louca de trabalhar de novo com conídios no

Brasil. E agora todos sabemos, até você professora Vera, porque não dá certo

cultivar os conídios sem as condições adequadas.

Profe Carlos! Obrigada por ter me proporcionado um grande crescimento

profissional em todos os níveis.

A você, Professora Dra. Vera Calich, agradeço de coração a

oportunidade de trabalhar no seu laboratório. Obrigada pelos ensinamentos.

Aos Professores (as), Gilda del Negro, Gil Benard, Nilton Lincopan,

Eduardo Bagagli, Sandro Rogério de Almeida, Kelly Ishida, e à Dra Shikanai

obrigada pela acessoria e pelo apoio em vários aspectos deste trabalho.

E a todos os professores da Faculdade de Medicina e os do

Departamento de Microbiologia e imunologia do ICB. Muito obrigada pelos

ensinamentos.

E obrigada aos professores da banca: Adriana Pardini Vicentini Moreira,

Elaine Guadelupe Rodrigues, Gilda Maria Barbaro Del Negro e Dr. Gil Benard.

Por terem aceitado o convite.

Gracias a los amigos en especial a Julito y Ori por haberme recebido en

esta ciudad y brindarme no solo hospedaje sino tambiém su amistad, a Isa y

Cami que aunque “lejos” en esta gran ciudad son una parte de mis raíces y da

estabilidad e a o meu “marido por conveniencia” Buffoni, obrigada pela

paciência.

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As minhas amigas “professoras de português” Márcia Pinto da Silva e

Renata Amélia Bueno, pelas experiências e conhecimentos. Pelas sugestões e

pela disposição para me ensinar. Muito obrigada!

A Luquete porque nos entendemos muito bem, pelas boas e produtivas

discussões científicas, pelos experimentos loucos e bizarros a meia noite e

pelas novas e boas brejas, com a parceria da Cris.

A todos os colegas e amigos (as) do laboratório FDP (Fungos Dimorficos

Patogênicos) Glauce Rittner, Fernanda Dias, Adriana Menezes, Luciana

Thomaz, Felipe Augusto, Diego Rossi, Thor A. Sessa, Marcelo Valdemir, Elúzia

Peres, Mariana Doprado, Aline Santana, e Shila (agora eu não sei o que somos

irmãs, amigas ou confidentes. Gracias corazón pela sua companhia e ouvidos).

A Cleison vou deixar no meio. Igual! Ele não se decide se é japonês,

“preto” ou brasileiro... kkkk (mesmo que ele apareça no livro da imigração

japonesa no Brasil).

E também para todos os meus amigos do laboratório da faculdade de

medicina, Donha Antonia, Marcia, Gloria, Aline, Dulce, Leticia, Edna,

Claudinha, Celia, Sonia, Monica, Roseli, Vivi, Renata, Aliete, Maurinho!!!,

Antonio, Fabio, João, Danilo e Rafael, as meninas novas, também muito

obrigada a todos!

Aos meus amigos (as) de aqui e de lá,,, Denise, Pricila, Maita, Tatiani,

Felipe, Alexy, pelo convívio e bons dias. E os colegas Tatiana, Rodrigo, Inarei,

Ed, Victor, Tania, Silvia, Claudia e Elizeu. Obrigada pelo apoio.

A Andrea Glatt do citômetro pelos ensinamentos que foram muitos e

pela boa disposição para ensinar. A Paulo da patologia, muito obrigada

também.

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Aos técnicos dos biotérios tanto da medicina como do ICB. A Andrea

Calvento pelo apoio incondicional nos primeiros experimentos no IMT. A

Millitão e Adilamar do biotério central da Med. A Silvia e a Marcio do biotério de

imuno e a Carlos Augusto da Silva de nosso laboratório. Obrigada a todos pelo

apoio e cuidado dos animais durante todos esses anos.

As secretárias da Pós-Graduação do Departamento de Dermatologia.

Em memória da senhora Eli Maria. E obrigada Marcia Pia, pela paciência, e a

todas as secretarias da Fac de Med e do ICB.

A Valeria da Biblioteca obrigada pela ajuda, agilidade, eficácia e

gentileza no atendimento, especialmente nestes últimos dias de stress.

E finalmente, porém não menos importante, a todas as pessoas que

estão sempre com a gente e que muitas vezes nem percebemos. Eles que com

seu trabalho permitem que o nosso possa ser feito. Aos funcionários da sala de

esterilização e a Zé pela colaboração e apoio técnico. Aos porteiros e

seguranças que a meia noite cuidavam de mim e pediam os taxis. A João e

López (eletricistas), as meninas da limpeza e todos aqueles que contribuíram

direta e indiretamente para a realização deste trabalho.

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Agradecimentos às instituições responsáveis pelo apoio financeiro.

Programa PEC-PG, administrado conjuntamente pelo Departamento

Cultural (CD) do Ministério das Relações Exteriores – MRE, pela Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e pelo Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, no acordo de

Cooperação Educacional, Cultural ou de Ciência e Tecnologia com a Colombia

(processo 6005101) pela bolsa como aluna de doutorado no Brasil. Duração de

48 meses.

Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP

2011/17267-4 - Projeto de Pesquisa - Regular Linha de Fomento Programas

Regulares / Auxílios a Pesquisa / Projeto de Pesquisa / Projeto de Pesquisa -

Regular - Fluxo Contínuo. Área de Alocação de Recursos Saúde. Duração de

24 meses. Pelo financiamento do projeto original.

Programa ENLAZA MUNDOS da “Alcaldía de Medellín” na convocatoria

2010/2. Pela bolsa de apoio como estudante no exterior 2011 - 2012.

Unidad de Micología Médica y Experimental de la Corporación para

Investigaciones Biológicas (CIB), Medellín – Colombia, por ser o meu avalista

ante as instituicoes internacionais.

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Y como diría mi papá:

“tenemos más cosas por agradecer que por pedir”

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Normalização adotada

Esta tese está de acordo com as seguintes normas vigentes no

momento desta publicação:

Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals

Editors (Vancouver)

Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias.

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Elaborado por Anneliese

Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva

de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valeria Vilhena. 3ª ed. São Paulo:

Serviço de Biblioteca e Documentação; 2011.

Abreviatura dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals

Indexed in Index Medicus.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................ 1

1.1. Paracoccidioidomicose (PCM) .............................................................. 1

1.2. Gênero Paracoccidioides ...................................................................... 2

1.3. Ecologia e Bolor .................................................................................... 3

1.4. Resposta Imune na PCM ...................................................................... 5

1.4.1. Resposta imune inata ..................................................................... 5

1.4.2. Resposta imune adaptativa ............................................................ 7

1.5. Tratamento ............................................................................................ 9

1.6. Glicoproteína de 43 kDa (gp43) ............................................................ 9

1.7. Peptídeo P10 e uso como imunomodulador ....................................... 10

1.8. Modelos experimentais da PCM ......................................................... 12

2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 14

3. OJETIVOS ................................................................................................. 16

3.1. Objetivo Geral ..................................................................................... 16

3.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 16

4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 18

4.1. Condições Gerais da Experimentação Animal e Regulamentos de

segurança. .................................................................................................... 18

4.1.1. Animais ............................................................................................ 18

4.1.2. Microrganismo, regulamentos de segurança, condições de cultivo e

manutenção. ................................................................................................. 19

4.2. Ensaios in vitro: Culturas e purificação dos conídios e ensaios in vitro

sobre a transformação e o crescimento de Paracocccidioides spp .............. 20

4.2.1. Produção de conídios ................................................................... 20

4.2.2. Coleta e purificação de conídios ................................................... 21

4.2.3. Purificação dos conídios pelo método de lã de vidro .................... 22

4.2.5. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios para

levedura e número de UFC de leveduras de Pb60855 e Pb01 .................. 23

4.3. Ensaios ex vivo: fagocitose, atividade fungicida, expressão de

moléculas de superfície e produção de citocinas em macrófagos selvagens

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(WT) ou nocautes (KO) infectados com conídios e leveduras de

Paracocccidioides spp. ................................................................................. 24

4.3.1. Coleta e viabilidade dos propágulos ............................................. 24

4.3.2. Preparação dos propágulos marcados com FITC ........................ 24

4.3.3. Lavado peritoneal (LP) e contagem de células ............................. 25

4.3.4. Análise da fagocitose por citometria de fluxo ............................... 26

4.3.5. Marcação dos macrófagos para expressão de moléculas por

citometria de fluxo e produção de citocinas no sobrenadante das culturas

de macrófagos. .......................................................................................... 26

4.3.6. Determinação de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de co-

culturas com macrófagos ........................................................................... 27

4.4. Ensaios in vivo, desenvolvimento de um modelo experimental em

camundongo com Paracoccidioides lutzii – isolado Pb01. ............................ 28

4.4.1. Inóculo para infecção no modelo experimental ............................ 28

4.4.2. Infecção intratraqueal (i.t.) ............................................................ 28

4.4.3. Infecção intranasal com propágulos. ............................................ 29

4.4.4. Sacrifício e coleta de material biológico ........................................ 29

4.4.5. Soro e lavado broncoalveolar (LBA) ............................................. 29

4.4.6. UFC e citocinas de macerado de pulmão de camundongos

infectados .................................................................................................. 30

4.4.7. ELISA para quantificação de citocinas em sobrenadantes dos

macerados de pulmão, LBA e sobrenadante de co-cultura de macrófagos...

...................................................................................................... 31

4.4.8. Análise histológica ........................................................................ 31

4.5. Análise estatística .................................................................................. 31

5. RESULTADOS .......................................................................................... 33

5.1. Ensaios in vitro: Culturas e purificação dos conídios e ensaios in vitro

sobre a transformação e o crescimento de Paracocccidioides spp .............. 33

5.1.1. Culturas e purificação dos propágulos. ......................................... 33

5.1.2. Ensaios in vitro sobre a transformação e o crescimento de

Paracocccidioides spp ............................................................................... 36

5.2. Ensaios ex vivo: fagocitose, atividade fungicida, expressão de

moléculas de superfície e produção de citocinas em macrófagos selvagens

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(WT) ou nocautes (KO) infectados com conídios e leveduras de

Paracocccidioides spp. ................................................................................. 40

5.2.1. Ensaios de Fagocitose ................................................................. 40

5.2.2. Atividade fungicida dos macrófagos de animais da linhagem

C57Bl/6, selvagens (WT) ou nocautes (KO), sobre as leveduras de P.

brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). ......................................................... 44

5.2.3. Expressão de moléculas de superfície de macrófagos peritoneais

selvagens (WT) e nocautes (KO) em cultura celular. ................................ 50

5.2.4. Produção de citocinas no sobrenadante de culturas de macrófagos

peritoneais selvagens (WT) e nocautes (KO), ativados ou não com IFN- e

infectados ou não com leveduras de Pb18 e Pb01 e conídios de Pb18. ... 56

5.3. Ensaios in vivo, desenvolvimento de um modelo experimental em

camundongo com Paracoccidioides lutzii – isolado Pb01. ............................ 66

5.3.1. Determinação do número total de unidades formadoras de colônia

(UFC) no macerado de pulmão. ................................................................ 66

5.3.2. Determinação de citocinas em lavado broncoalveolar (LBA) e no

macerado de pulmão. ................................................................................ 67

5.3.3. Análise histopatológica ................................................................. 73

6. DISCUSSÃO .............................................................................................. 77

6.1. Culturas e purificação dos propágulos. ............................................... 77

6.2. Efeito do P10 in vitro, sobre a transformação e o crecimento de

Paracocccidioides spp. ................................................................................. 78

6.3. Ensaios de fagocitose de propágulos de Paracoccidiodes spp. .......... 78

6.4. Atividade fungicida dos macrófagos de animais C57Bl/6 selvagens

(WT) ou nocautes (KO) sobre propágulos de Paracoccidioides. .................. 79

6.5. Expressão de moléculas de superfície de macrófagos WT e KO, em

cultura celular. ............................................................................................... 80

6.6. Produção de citocinas no sobrenadante de culturas de MO ............... 81

6.7. Modelo Experimental em Paracoccidioides lutzii ................................ 83

7. CONCLUSÕES .......................................................................................... 85

8. ANEXOS .................................................................................................... 87

9. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 95

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Bolor de isolados de Paracoccidioides spp. Isolados Pb18, Pb01 e Pb60855 crescidos em meio sintético McVeigth-Morton Modificado (A), e em ágar água para produção de conídios de Pb01 (B); Pb18 (C) e Pb60855 (D). ..........................................................................................................................34 Figura 2. Precipitação mensal, dados da média climatológica mensal (mm) de janeiro de 2012 até janeiro de 2014. ...............................................................35 Figura 3. Compêndio de dados meteorológicos, janeiro de 2012 até janeiro de 2015. ................................................................................................................35 Figura 4. Transformação de conídio para levedura in vitro. ............................37 Figura 5. Unidades formadoras de colônia (UFC) após a transformação de conídios para leveduras de dois isolados de Paracoccidioides spp. ...............38 Figura 6-A. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios em leveduras. .........................................................................................................39 Figura 6-B. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios em leveduras. .........................................................................................................39 Figura 7. Fagocitose de conídios de P.brasiliensis, isolado Pb18, por macrófagos da linhagem C57BL/6 selvagens e nocautes. ..............................41 Figura 8. Fagocitose de conídios e leveduras de P.brasiliensis (isolado Pb18) por macrófagos da linhagem C57Bl/6 selvagens e nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 ou Nalp3. .............................................................................42 Figura 9. Fagocitose de leveduras de P.brasiliensis (isolados Pb18) e P. lutzii (isolado Pb01) por macrófagos da linhagem C57BL6 selvagens e nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 ou Nalp3. .............................................43 Figura 10. Análise de leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01) aderidas ou fagocitadas por macrófagos peritoneais selvagens ou nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 e Nalp3. ...............................................44 Figura 11. Unidades formadoras de colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos da linhagem C57Bl/6 selvagens (WT), infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). ...45 Figura 12. Unidades formadoras de colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para TLR-2, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). ..........................................................................................................................46

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Figura 13. Unidades formadoras de colônias (UFC) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para TLR-4, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01)...............................................................................................................47 Figura 14. Unidades formadoras de colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para dectina-1, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). ..........................................................................................................................48 Figura 15. Unidades formadoras de colônias (UFC) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para NALP3, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). .........................................................................................................................49 Figura 16. Unidades formadoras de colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para MyD88, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). .........................................................................................................................50 Figura 17. Expressão de dectina-1 e receptor de manose em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras de Pb18 e Pb01 ou conídios de Pb18. ...........................................................................................51 Figura 18. Expressão de TLR-2 e TLR-4 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT), ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras Pb18 e Pb01ou conídios de Pb18. .........................................................................................................................52 Figura 19. Expresão de TLR-2 (A), TLR-4 (B) e Dectina-1 (C) em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT), ativados ou não com IFN-, incubados com leveduras de Pb18 e Pb01. .........................................................................................................................53 Figura 20. Expressão de MHC de classe II em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT)(F4/80+/CD11b+), ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios de Pb18...............................................................................................54 Figura 21. Expressão de CD80 e CD86 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT), ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras de Pb18 e Pb01 ou conídios de Pb18. .........................................................................................................................54 Figura 22. Porcentagem de células (A) e intensidade média da fluorescência (FMI) (B) de MHC de classe II em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de

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camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) e nocautes (KO), ativadas ou não com IFN- e infectados com as duas espécies de Paracoccidioides spp. ...............55 Figura 23. Porcentagem de células que expressam CD80 e/ou CD86 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) e nocautes (KO), ativados ou não com IFN-, e infectados com duas espécies de Paracoccidioides spp....................................................................56 Figura 24 A. Produção de IFN- sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ............................................................................................................58 Figura 24 B. Produção de IFN- no sobrenadante de cultura de MOs Dectina-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ..............................................................................................58 Figura 25. Produção de GM-CSF no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ..............................................................................................59

Figura 26 A. Produção de IL-6no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ..............................................................................................60 Figura 26 B. Produção de IL-6 no sobrenadante de cultura de MOs Dectina-1-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ..............................................................................................60 Figura 27 A. Produção de TNF-α no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ..............................................................................................61 Figura 27 B. Produção de TNF-α no sobrenadante de cultura de MOs nocautes para TLR-4 ou Dectina-1, ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ................................................62 Figura 28. Produção de IL-1 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ............................................................................................................63 Figura 29. Produção de IL-10 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). ............................................................................................................63 Figura 30 A. Produção de IL-12p70 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18)................................................................................................64

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Figura 30 B. Produção de IL12p70 no sobrenadante de cultura de MOs TLR-2 e Dectina-1-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18)..................................................................................65 Figura 31. Produção de MIP-2 no sobrenadante de cultura de macrófagos WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01)..........65 Figura 32. Produção de IL-12p40 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01).................................................................................................................66 Figura 33. Determinação do número total de Unidades Formadoras de Colônias no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados intratraquealmente com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01......67 Figura 34. Produção de citocinas de perfil pró-inflamatoria em LBA e macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01, no período agudo (0hs até 1sem pós-infecção). A. mostra o perfil de citocinas no LBA e B. mostra o perfil em macerado de pulmão. ............................................................................................................68 Figura 35. Níveis de citocinas no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01. Valores de P<0.001 (***), P<0.01 (**) e P < 0.05 (*)........................................70 Figura 36. Esquema representativo do perfil de citocinas no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01, avaliados de 0h até 12 semanas pós-infecção.............71 Figura 37. Níveis de citocinas de GM-CSF e MCP-1 no lavado broncoalveolar (LBA) de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01. Valores de P<0.001 (xxx), P<0.01 (xx) e P < 0.05 (x)......72 Figura 38: Corte histológico, corado por HE ou Grocott, de pulmão de camundongos C57Bl/6 infectados com 1x106 leveduras de Pb01 pela via intratraqueal. .....................................................................................................74 Figura 39. Cortes histológicos de pulmão de Camundongos C57Bl/6 foram infectados por via intranasal com 1x106 conídios de P. lutzii – Pb01 e sacrificados após 12 semanas de infecção. .....................................................75 Figura 40. Cortes histológicos de pulmão de Camundongos C57Bl/6 foram infectados por via intranasal com 1x106 conídios de P. lutzii – Pb01 e sacrificados após 12 semanas de infecção. Cada corte histológico de pulmão representa um camundongo (n=5) - linhas 1 e 2. Na linha 3, os cortes histológicos de pulmão de camundongos C57Bl/6 utilizados como controles e inoculados, também por via intranasal, com 60 ul de cloreto de sódio. Lâminas foram coradas por HE........................................................................................76

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LISTA DE ANEXOS E TABELAS

Anexo 1. Folhas Comitês de Ética.................................................................87

Anexo 2. Meios de Cultura usados para o crescimento dos fungos..........89

Anexo 3. Relação de Fluorocromos e anticorpos utilizados para

Citometria de fluxo .........................................................................................92

Anexo 4. Relação dos kits de ELISA utilizados para determinação de

citocinas e quimiocinas de camundongo .....................................................94

Tabela 1. Estoque de vitaminas. ......................................................................90

Tabela 2. Estoque de traços de elementos. .....................................................90

Tabela 3. Preparação do MMcM.......................................................................91

Tabela 4. Relação de Fluorocromos e anticorpos utilizados para Citometria de

fluxo...................................................................................................................92

Tabela 5. Relação dos kits de ELISA utilizados para determinação de citocinas

e quimocinas de camundongo. .........................................................................94

Tabela 6. Resumo Geral sobre a produção de citocinas no sobrenadante de

culturas de MO quando infectados com conídios ou leveduras de

Paracoccidioides spp.........................................................................................82

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LISTA DE ABREVIATURAS

A/Sn: linhagens de camundongos resistentes à infecção com P. brasiliensis

Ac(s): Anticorpo(s)

Ag(s): antígeno(s)

APC: Célula apresentadora de antígeno

B10.A: linhagens de camundongos suscetíveis à infecção com P. brasiliensis

LBA: líquido da lavagem broncoalveolar

BALB/c: linhagens de camundongos albinos medianamente suscetíveis à

infecção com P. brasiliensis

C57BL/6: linhagens de camundongos medianamente suscetíveis à infecção

com P. brasiliensis

BHI: infusão de cérebro e coração

CD11b: Marcador de expressão celular para monócitos e células mielóides ou

Mac-1

CD80 / CD86: “Cluster of Differentiation 80 or 86” ou Molécula coestimuladora

presente em MO, CD, linfócito B, liga-se ao CD28 e CTLA4

D.O.: Densidade óptica

CD: Célula dendrítica

Dectina-1: Receptor de beta-glucanas

DHN: 1,8-dihydroxy-naphthaleno

ELISA: “Enzyme-Linked-Immunosorbent-Assay”

FACS: “Fluorescence-Activated-Cell-Sorting”

FITC: Isotiocinato de fluoresceína

FSC: “Forward-scattered light”

GM-CSF: “Granulocyte-Macrophage-Colony-Stimulating-Factor”, ou factor

estimulador de colônias de granulócitos y macrófagos

gp43: glicoproteína de 43 kDa exocelular de P. brasiliensis

H2O2: peróxido de hidrogênio

i.n.: intranasal

i.p.: intraperitoneal

i.t.: intratraqueal

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in vitro: expressão latina que designa todos os processos biológicos que têm

lugar fora dos sistemas vivos, no ambiente controlado e fechado de um

laboratório.

ex vivo: refere-se a experiências ou medições sobre tecido biológico ou um

organismo num meio artificial fora do corpo.

in vivo: refere-se à experimentação feita dentro de um organismo vivo.

IFN-γ: Interferon gama

IgG: imunoglobulina G

IgM: imunoglobulina M

IL-10: Interleucina 10

IL-12: Interleucina 12

IL-6: Interleucina 6

IL-1b: Interleucina 1 beta

IL-23: Interleucina 23

IMA: imunidade mediada por anticorpos

iNOS, NOS2: óxido nítrico sintasa inducible o II

KO: “knockout” ou deficient, nocaute

L- Epinephrine: Epinephrina, (R)-(−)-3,4-Dihydroxy-α-(methylaminomethyl)

benzyl alcohol, L-Adrenalina

L-DOPA: 3,4-Dihydroxy-L-phenylalanina

LPS: lipopolisacáride de bactéria GRAM negativa

MMcM: Meio de cultura “Modiffied McVeigh-Morton”

MCP-1: “Monocyte-Chemotactic-Protein-1”, ou quimiocina (C-C) ligante 2

MHC-II: Complexo principal de histocompatibilidade classe II

MIP-2: Proteína inflamatoria del macrófago 2

MIP2-alpha: “Macrophage-Inflammatory-Protein-2-alpha”, ou quimiocina (C-X-

C) ligante 2, proteína beta reguladora do crescimento (Gro-beta)

MØ(s): Macrófago (s)

MR: Receptor de manose

MyD88: Myeloid differentiation primary response gene 88 ou Proteína

adaptadora

NF-κB: “nuclear factor kappa-light-chain-enhancer” ou fator nuclear Kb

NO: óxido nítrico

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D.O.: densidade óptica

O2-: singlete de oxigênio

OH: radical hidroxila

ONOO-: peroxinitrito

P. brasiliensis: Paracoccidioides brasiliensis

P. lutzii: Paracoccidioides lutzii

PAMP(s): “Pathogen-Associated-Molecular-Patters”, padrões de

reconhecimento de patógenos.

PBS: solução salina fosfatada

PC: células peritoneais

PCM: paracoccidioidomicose

PE: “Phycoerythrin”

PerCP: “Peridinin chlorophyll protein”

PI: “Propidium iodide”

PKA: proteína quinase A

PMN: neutrófilo polimorfonuclear

PRR: “Pattern recognition receptor”, receptores de reconhecimento de padrões.

rIFN-γ: Interferon gama recombinante

RNAm: ácido ribonucleico mensageiro

RNI: Radicais intermediários do nitrogênio

ROI: Radicais intermediários do oxigênio

RPMI: meio de cultura RPMI 1640

SFB: Soro fetal bovino

SIDA: Síndrome de imunodeficiência adquirida

SMV: meio sintético ou quimicamente definido McVeigh-Morton

SSC: “Side-scattered light”

TGF-b:” Transforming growth factor beta” Fator de transformação do

crescimento.

Th1 / Th17 / Th2 / Th3: subtipos de linfócitos T auxiliares (CD4+)

TLR: “Toll-Like-Receptor” ou subtipo de receptores de padrões de

reconhecimento de patógenos

TNF-α: “Tumor necrosis factor alpha”, Fator de necrose tumoral, cachexina.

Treg: subtipos de linfócitos T auxiliares (CD4+) reguladores / supressores

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UFC: Unidades formadoras de colônias

PFA: Paraformaldeido

pH: potencial hidrogeniônico

DODAB: Dioctadecyl-dimethylammonium bromide

i.t.: intratraqueal

P10: peptídeo P10 sintético de sequência derivada de gp43

DMSO: Dimetilsulfóxido

Ig: imunoglobulina

L-DOPA: L-3,4 dihidroxifenilalanina

ConA: concanavalina A

SDS-PAGE: “Sodium-Docecyl-Sulfate PolyAcrilamide-Gel”, eletroforese em gel

de poliacrilamida, contendo duodecil sulfato de sódio.

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LISTA DE SÍMBOLOS

< menor

= igual a

> maior que

°C Graus Celcius

CO2 Dióxido de carbono

g “Relative centrifugue force-gravities”, gravidade.

h(s) hora(s)

H2O água

HCl ácido clorídrico

kDA Kilodalton

kg quilograma

M molar

mg miligramas

ml mililitro

μl microlitro

mM milimolar

p probabilidade estatística

pg picograma

RPM rotações por minuto

s segundo

U Unidades Internacionais

μg microgramas

min minutos

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASM - “American Society of Microbiology”

ATCC - “American Type Culture Collection”

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

CDC - Center for Disease Control

IAG/USP - Instituto de Astronomia, Geofisica e Ciencias Atmosféricas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISSO - International Standardization Organization

OMS - Organização Mundial da Saúde

OPAS - Organização Panamericana da Saúde

USP - Universidade de São Paulo

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RESUMO

Urán Jiménez ME. Paracoccidioides lutzii: Estudo de alguns mecanismos de

patogenicidade [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São

Paulo; 2015.

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença granulomatosa sistêmica,

causada por Paracoccidioides spp., (P. brasiliensis e P. lutzii).

Geograficamente limita-se à América Latina com áreas endêmicas estendendo-

se desde o México até a Argentina, constituindo uma das micoses sistêmicas

de maior incidência na região e afetando principalmente trabalhadores rurais. O

maior número de pacientes com PCM tem sido relatado principalmente no

Brasil, na Colômbia e na Venezuela. A incidência, frequência, prevalência e

número de casos reais desta micose encontra-se subestimada e pouco se

conhece em relação à nova espécie descrita – P. lutzii. A maioria dos estudos

em P. lutzii foram focados em genética, especiação e na geração de novos

antígenos para melhorar a especificidade e sensibilidade dos testes

sorológicos. As preparações antigênicas tradicionais são feitas a partir de

isolados de P. brasiliensis, as quais atualmente são deficientes para

reconhecer 100% dos casos da doença, devido aos soros de pacientes

infectados com P. lutzii não serem reativos com estes antígenos, diminuindo

assim a sensibilidade. Raros são os trabalhos focados na biologia de P. lutzii e

nos fatores de virulência que podem ser comparados com P. brasiliensis nos

modelos experimentais. A nossa proposta de estudo foi avaliar alguns aspectos

in vitro e in vivo relacionados com a patogenicidade e destacamos: a fagocitose

e a morte intracelular de P. lutzii por macrófagos peritoneais, de camundongos

nocautes (KO) e selvagens para PRRs (TLR2, TLR4 e Dectina) e para

ativadores intracelulares (MyD88 e NALP3). Paralelamente a este estudo,

animais foram infectados com leveduras de P. lutzii e comparados com os

modelos de infecção já estabelecidos com leveduras (Pb18) e conídios (ATCC-

Pb60855) de P. brasiliensis. Nossos dados indicam similaridade ao que ocorre

com P. brasiliensis, a fagocitose de P. lutzii depende de TLR2, TLR4 e Dectina-

1. Resultados semelhantes também foram observados na expressão de

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moléculas envolvidas na co-estimulação e apresentação de antígenos (MHC II,

CD80 e CD86). Contudo, a morte intracelular de leveduras de P. lutzii é

claramente dependente de TLR4, e a produção de citocinas IL-6, MIP-2, IFN- e

IL-12p40 são importantes para o controle das leveduras pelos macrófagos. No

modelo experimental empregando-se P. lutzii, camundongos machos C57BL/6

(6-7 semanas) foram infectados intratraquealmente com 1x106 leveduras

viáveis do isolado de P. lutzii Pb01. Encontramos duas fases da doença, a

primeira de 0 hora até 2 a 4 semanas pós-infecção e a segunda de 4 até 12

semanas. As leveduras parecem ser contidas na primeira semana de infecção

e posteriormente não encontramos leveduras nos macerados de pulmão,

diferente do modelo de BALB/c infectado com conídios de ATCC-Pb60855 no

qual as UFC são recuperadas até a semana 16 pós-infecção. Com relação aos

níveis de citocinas, encontramos no lavado broncoalveolar e macerado de

pulmão um perfil misto Th1/Th2, porém marcado por citocinas pró-inflamatórias

no primeiro período e citocinas regulatórias tipo Th2 no segundo período (IL-

12p70, IL-23, IL-10), similar ao descrito nos modelos de P. brasiliensis

infectados tanto com conídios como com leveduras. No entanto, no primeiro

período da doença, em camundongos C57BL/6, parece levar a uma carga

inflamatória maior, que reflete nas citocinas e mantém seus níveis até o

período crônico: TNF-α, MIP-2 e GM-CSF, esta última regulada positivamente

tanto em experimentos in vitro como in vivo. Também observamos que a partir

das 48 horas pós-infecção encontramos níveis aumentados de IL-12p70 até o

período crônico, onde junto com a IL-23, parecem ser as responsáveis pela

diminuição da infecção no período tardio. Esta é a primeira vez que se

descreve um modelo experimental com P. lutzii (isolado Pb01) indicando um

perfil imunopatológico com pequenas diferenças que comparado ao P.

brasiliensis, porém de importância na patogenicidade da doença e auxiliando

na compreensão das diferentes formas da doença no modelo experimental.

Descritores: 1.Micologia 2.Paracoccidioides/imunologia

3.Paracoccidioidomicose 4.Conídios 5.Camundongos Knockout 6.Micélio

7.Leveduras

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ABSTRACT

Urán Jiménez, ME. Paracoccidioides lutzii: study of some mechanisms of

pathogenicity [thesis]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de

São Paulo”; 2015.

Paracoccidioidomycosis (PCM) is a systemic granulomatous disease

caused by Paracoccidioides spp. (P. brasiliensis and P. lutzii), geographically, is

limited to Latin America with endemic areas from Mexico to Argentina, as one of

the systemic mycoses with the highest incidence in the region, mainly affecting

rural workers. The largest number of patients with PCM has been mainly

reported in Brazil, Colombia and Venezuela. The true incidence of this mycosis

is underestimated in Brazil and little is known about the new species described -

P. lutzii. Most studies in P. lutzii were focused on genetics, speciation and the

generation of new antigens to improve the specificity and sensitivity of

serological tests. Currently, traditional antigenic preparations, prepared with

isolates of P. brasiliensis, are inefficient. There are few studies focused on P.

lutzii biology and virulence factors that can be compared with P. brasiliensis in

experimental models. Our study aimed to evaluate some in vitro and in vivo

aspects related to pathogenicity: phagocytosis and intracellular killing of P. lutzii

by peritoneal macrophages from knockout (KO) for PRRs (TLR2, TLR4 and

Dectin) and intracellular activators (MyD88 and NALP3). In addition, animals

were infected with P. lutzii yeast and compared with the well-established

models of infection with yeast cells (Pb18) and conidia (ATCC Pb60855) from

P. brasiliensis. Our data indicate that similarly to what happens with the

phagocytosis of P. brasiliensis, P. lutzii phagocytosis is dependent on TLR2,

TLR4 and Dectin-1. Other molecules, involved in co-stimulation and

presentation of antigens such as MHC II, CD80 and CD86 were also shown to

participate in the P. lutzii-host interaction. However, intracellular killing of P.

lutzii yeast cells was clearly dependent on TLR4, and the production of

cytokines as IL-6, MIP-2, IFN- and IL-12p40 were important for the control of

the yeast by macrophages. In the experimental model of P. lutzii, male C57BL/6

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mice (6-7 weeks) were infected intratracheally with 1x106 viable yeasts of the

isolate Pb01like. We found two phases of the disease, the first from the

inoculation to 2 or 4 weeks after infection and the second from 4 to 12 weeks.

Yeast appear to be contained within the first week of infection and subsequently

are also absent from macerated lung, differently from the model of BALB/c mice

infected with ATCC Pb60855 conidia in which CFUs were detected up to week

16 post-infection. We found a mixed Th1/Th2 pattern (IL-12p70, IL-23, IL-10) in

bronchoalveolar lavage and lung, with the predominance of proinflammatory

cytokines in the first phase and predominance of regulatory Th2 cytokines in the

second phase, reproducing findings of P. brasiliensis infection models produced

with both conidia and yeast. However, in the first period of the disease in

C57BL/6 mice there was a higher inflammatory burden, reflected by the high

cytokine levels (TNF-alpha, MIP-2 and GM-CSF), the latter in particular

because it was positively regulated both in vitro and vivo), that persisted

through the chronic period. We also observed that starting from 48 hours post-

infection to the chronic period there were increased levels of IL-12p70, which

together with IL-23 appeared to be responsible for the reduction of infection in

the late period. This is the first time that an experimental model with P. lutzii

(Pb01) is described, showing an immunological profile with only slight

differences compared to the P. brasiliensis model. The present study details

important aspects of the pathogenesis of the disease due to different species of

Paracoccidioides and helps to understand the different forms of presentation in

experimental models.

Descriptors: 1.Mycology 2.Paracoccidioides/immunology

3.Paracoccidioidomycosis 4.Conidia 5.Mice, Knockout 6.Mycelium 7.Yeats

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Introdução Geral 1 Martha E. Urán J.

1. INTRODUÇÃO GERAL

1.1. Paracoccidioidomicose (PCM)

Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença granulomatosa sistêmica,

causada pelas espécies do fungo termodimórfico Paracoccidioides spp., (P.

brasiliensis e P. lutzii). Geograficamente limita-se à América Latina com as

áreas endêmicas estendendo-se desde o México até a Argentina, constituindo

uma das micoses sistêmicas que mais predominam na região e afetando

principalmente trabalhadores rurais (1-3). O maior número de casos tem sido

relatado no Brasil, na Colômbia e na Venezuela (4, 5), e os dados da incidência

de PCM causada por P. lutzii ainda encontra-se subestimada tanto no Brasil

como nos outros paises (6).

A espécie mais pesquisada tem sido P. brasiliensis, a qual normalmente

atinge o hospedeiro humano via trato respiratório pela inalação de propágulos

presentes no ar, que alcançam o epitélio pulmonar alveolar e se transformam

em parasitas leveduriformes, gerando diferentes formas clínicas da

paracoccidioidomicose (7). Uma vez estabelecida, a doença pode desenvolver-

se em duas formas clínicas, dependendo da evolução e localização das lesões:

forma aguda (tipo juvenil), que afeta indivíduos dos dois sexos e progride

rapidamente, se disseminando através do sistema linfático; e a forma crônica

(tipo adulto) que afeta principalmente homens adultos nos quais o quadro

clínico mais comum é a fibrose pulmonar (1, 7, 8). A diferença entre as formas

clínicas da doença e a ocorrência da infecção assintomática estão associadas

com vários fatores como sexo, padrão genético, idade, situação imunológica,

assim como as características infecciosas do agente, principalmente a

virulência (7). O órgão afetado primariamente é o pulmão, observando-se

fibrose em 90% dos doentes na forma crônica e em 10% dos pacientes com a

PCM aguda/subaguda (9, 10). Entretanto, quando a micose não é

diagnosticada e tratada oportunamente, pode levar a formas disseminadas

graves e letais, com rápido e progressivo envolvimento dos pulmões,

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Introdução Geral 2 Martha E. Urán J.

tegumento, gânglios, baço, fígado, suprarenais e órgãos linfóides do tubo

digestivo (11).

O desenvolvimento de sequelas pós-tratamento, em sua maioria sequelas

pulmorares, é um grande desafio terapêutico nesta micose. Foi demonstrado

que mais da metade dos pacientes da forma crônica apresentavam alterações

radiológicas pulmonares pós-tratamento (9, 12).

Dados epidemiológicos sugerem que a espécie P. lutzii, conhecida

também como “cluster Pb01-like”, é endêmica da região Centro-Oeste

brasileira, mais especificamente dos Estados de Mato Grosso e Goiás, e que o

epicentro da PCM por P. lutzii é a região centro-oeste do Brasil, com poucos

casos relatados e dispersos fora desta área. Como foi falado, a instalação da

doença ocorre pela inalação de conídios, portanto a ocupação desta área

geográfica é um fator de risco para a aquisição da PCM por P. lutzii,

confirmando esta relação à falta de casos em outras áreas. A incidência

diferenciada de espécies nesta área também tem relação com a capacidade de

crescimento do fungo na natureza, o tipo de exposição dos pacientes,

resistência ou suscetibilidade à infecção ou até mesmo os erros de diagnóstico

geral relativos ao tipo de antígenos ou à técnica usada.

Do mesmo modo, não fica claro a existência de uma correlação entre a

sensibilidade aos medicamentos e o quadro clínico da PCM causada por P.

lutzii, quando relatamos melhores respostas terapêuticas ao trimetoprim-

sulfametoxazol (13). E somente um caso atípico de PCM com fungemia fatal

causada por P. lutzii foi relatada na literatura até o presente (14).

1.2. Gênero Paracoccidioides

Paracoccidioides spp. é um fungo da ordem Onygenales filamentoso

hialino e termodimórfico. Atualmente é sabido que Paracoccidioides está

dividido filogeneticamente em duas espécies Paracoccidioides brasiliensis

(espécies críticas S1, PS2, PS3, PS4) e Paracoccidioides lutzii (espécie

filogeneticamente recém descoberta que inclui os isolados do grupo "Pb01-

like") (6, 15, 16).

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Introdução Geral 3 Martha E. Urán J.

Na forma de bolor, encontra-se em temperaturas de 18 a 25ºC. As

colônias apresentam um crescimento lento, (aproximadamente 3 semanas) e

são constituídas por micélios aéreos finos, ramificados e providos de septos;

somente se observam clamidósporos laterais e intercalares em poucas

culturas, algumas vezes é possível notar a presença de estruturas reprodutoras

assexuais “conídios” (10, 17). Para conseguir culturas de bolor capazes de

produzir conídios é necessário usar meios pobres em nutrientes (ágar água ou

ágar dextrose-sais), e incubá-los por 2-3 meses a temperaturas entre 17° a 20º

C (18): nestas condições é possível obter artroconídios intercalares e laterais

(menores que 5 μm). Os conídios apresentam dimorfismo térmico e têm

capacidade de produzir tubos germinativos entre 24 e 96 horas, ao serem

incubados a temperaturas mais baixas (20-22º C); e assim mesmo, ao elevar a

temperatura a 36º C, podem se transformar em leveduras com múltiplos

brotamentos, depois de 120 -132 horas da incubação (com até 40 μm diâmetro)

(19).

Acredita-se que a infecção por Paracoccidioides spp acontece

principalmente pela inalação desses conídios, os quais com a prescença de

uma temperatura maior no hospedeiro (aumento da temperatura) recebem um

estímulo e se transformam em leveduras nos alvéolos pulmonares, tal como foi

comprovado experimentalmente em camundongos (20), e que essa mudança

na morfologia é considerada fundamental para o estabelecimento da infecção

(1, 21). Esta transformação no hospedeiro pode ser inibida ou dimimuída pela

presença dos estrógenos, explicando assim a diferença na incidência da

doença entre homens e mulheres (22-24).

1.3. Ecología e Bolor

Existem poucos dados a respeito da forma em que o fungo encontra-se

na natureza. Acredita-se que as formas de bolor e os conídios (forma infectante

- saprofítica) encontram-se na natureza, local onde o hospedeiro

provavelmente se infecta por inalação ou trauma (principalmente nos isolados

com genótipo PS2 e que posteriormente dentro dos tecidos do hospedeiro

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Introdução Geral 4 Martha E. Urán J.

ocorre o dimorfismo térmico, levando a formação da forma patogênica (forma

parasítica), a levedura (25, 26).

As leveduras já foram observadas em muitos animais e tecidos, sem

encontrar uma reprodutividade nestes dados (26). Entretanto, existe uma alta

incidência de infecção de Paracoccidioides spp., em tatus (Dasypus

novemcinctus), uma espécie que habita o solo, típica da América do Sul;

indicando que além de transportar o fungo, o tatu pode desenvolver a doença

(26-28). De maneira importante, foi mostrado atualmente que Paracoccidioides

spp., foi isolado de amostras de aerosois obtidas perto da entrada das tocas

dos tatus e correlacionado com as culturas dos tecidos destes animais

(Dasypus novemcinctus). A sequência das regiões ITS destes isolados mostrou

similaridade com Paracoccidioides lutzii (29). O fungo já tinha sido isolado

anteriormente a partir de amostras do solo, sem relação epidemiológia de

importância (30, 31).

Fatores ecológicos também foram associados à presença de pacientes

com PCM na Colômbia, onde a correlação entre a idade do paciente e as

características dos locais de residência foram similares, tais como: posição

geografica entre 1000 a 1499 m acima do nível do mar, com uma alta taxa de

precipitação anual entre 2000 a 2999 mm; temperatura media anual entre 17 e

24ºC, abundantes fontes hídricas, e presença de plantações de café e tabaco

(32). Este tipo de correlação com culturas agrícolas de café já havia sido

descrito anteriormente por Silva-Vergara et al. (1998) no Estado de Minas

Gerais - Brasil (33).

Posteriormente, demostrado que não só as caraterísticas ecológicas dos

locais comuns aos pacientes com PCM são importantes, mas também a

qualidade do solo e as características ambientais. In vitro foi demostrada a

importância destas características para aumentar a capacidade de crescimento

e produção de conídios em areia e solo argiloso, contendo alto teor de água

(34). Estes dados laboratoriais foram confirmados com análises de variáveis

climáticas ambientais, onde as correlações foram baseadas nos casos novos

de PCM aguda (AF), na zona endêmica de Botucatu no Estado de São Paulo,

com as variáveis climáticas: precipitação, temperatura do ar, umidade relativa e

absoluta, armazenamento de água pelo solo, e anormalidades climáticas

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Introdução Geral 5 Martha E. Urán J.

relativas ao fenômeno do “El Niño”; os autores mostraram que existe uma

correlação positiva que favorece o crescimento do fungo após o aumento de

armazenamento de água no solo por longo prazo e que uma maior produção

de esporos está relacionada ao aumento da umidade absoluta do ar (35, 36).

Estes dados não só são importantes para a análise eco-epidemiológica da

doença, mas também deve-se entender que estas condições influenciam

necessariamente as culturas a serem feitas para se obter um adequado

crescimento e esporulação do fungo in vitro.

1.4. Resposta Imune na PCM

1.4.1. Resposta imune inata

Paracoccidioides spp., apresenta uma estrutura complexa de proteínas,

glicoproteínas, polissacarídeos, lipídeos e polipeptídeos que reúnem condições

físico-químicas e biológicas para atuarem como antígenos (37, 38), os quais

são reconhecidos pela primeira linha de defesa composta pelas células da

resposta imune inata: monócitos, macrófagos, células dendríticas, neutrófilos, e

células natural killer (NK), que desempenham um papel central na resistência

(39).

O reconhecimento inicial de microrganismos é mediado por receptores

celulares expressos em células efetoras da imunidade inata, denominados

receptores de reconhecimento de padrões (PRRs). Assim, a interação entre

moléculas de superfície dos patógenos (PAMPs) e receptores homólogos

presentes na membrana celular das APCs, modula a fagocitose, ativam as

células e conseqüentemente induz a produção de citocinas. Trabalhos têm

demonstrado a importância da estimulação de receptores toll-like 2 e 4 (TLR2 e

TLR4), receptores de manose (MR) e dectina-1 com a participação do MyD88

culminando com produção de citocinas pró-inflamatórias (40-42). A IL-18 é uma

citocina indutora de IFN- e possui uma ação importante, por ser capaz de

promover tanto uma resposta do tipo Th1 como Th2, dependendo do contexto

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Introdução Geral 6 Martha E. Urán J.

de estimulação e do micro-ambiente de citocinas. Em trabalho recente, foi

demonstrado que a IL-18 possui uma ação importante sobre o aumento da

expressão de MR em monócitos humanos e o reconhecimento de P.

brasiliensis via MR causaria aumento do crescimento fúngico no interior da

célula (43). Assim, os macrófagos ativados por IFN-γ aumentam a produção de

óxido nítrico (NO), potencializando assim a atividade microbicida dos

macrófagos (44, 45) e também a modulação da expressão dos receptores de

padrões de reconhecimento TLR2, TLR4, MR, e a produção de citocinas pró e

anti-inflamatórias (43, 46).

Estudos recentes levaram à caracterização mais precisa dos macrófagos,

que podem ser classificados em duas subpopulações: os macrófagos M1 e M2.

As células M1 apresentam alta produção de iNOS, IL-23, IL-12, CXCL8 e

CXCL9, já as células M2 apresentam alta produção de IL-10, CD206 e CD301.

Além disso, diferem também quanto à capacidade microbicida, atividade anti-

tumoral e capacidade de desenvolver granulomas. Ainda são escassos os

dados sobre o papel dos macrófagos (M1 ou M2) em infecções fúngicas, mas

na PCM existem evidências que apontam para a presença de diferentes

populações de macrófagos (47). Estudos anteriores revelaram a presença de

TNF-alfa e IL-23 produzidas por macrófagos nas lesões de pacientes com a

forma adulta, que apresentam granulomas formados por células gigantes

produtoras de óxido nítrico. Ao contrário, pacientes com a forma juvenil

apresentam granulomas frouxos, com macrófagos produtores de IL-10 e

poucas células gigantes, sugerindo a predominância de tipos diferentes de

macrófagos nas duas formas clínicas.

Os neutrófilos exercem um importante papel imunoprotetor na fase inicial

da defesa. Foi demostrado que a depleção desses em diferentes linhagens

genéticas gera um aumento nos níveis de anticorpos, que é dependente do

isotipo e pode apresentar um papel imunoprotetor ou imunoregulador (48). Em

estudos experimentais recentes têm sido demonstrado que a infecção com P.

brasiliensis ativa as células dendríticas (CDs) e leva estas a migrar para a

região dos nódulos linfáticos, para a posterior ativação de uma resposta

protetora do tipo Th1 (49).

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Introdução Geral 7 Martha E. Urán J.

1.4.2. Resposta imune adaptativa

Ainda não estão claros quais fatores determinam a resposta imune

adaptativa gerada na PCM, mas é possível que os eventos ocorridos durante o

primeiro contato com o fungo desempenhem um papel relevante. No entanto,

pouco se conhece da relação que existe entre o reconhecimento dos padrões

antigênicos do fungo pelas células APC que leva a uma adequada ativação da

imunidade adaptativa e controle da doença.

Porém a imunidade mediada por células desempenha papel significante

na defesa do hospedeiro contra a infecção por P. brasiliensis, resultando na

formação de granulomas fibróticos como método de contenção do fungo (7, 41,

50-53). Entretanto, níveis elevados de anticorpos específicos e a ativação

policlonal das células B estão associados com as formas mais graves da

doença (54).

Os granulomas maduros são compostos por macrófagos, células

epitelióides, células gigantes, geralmente circundados por linfócitos T CD4+ e

CD8+ e alguns linfócitos B. (55). Os antígenos fúngicos são processados e

epitopos peptídicos são apresentados para reconhecimento pelos receptores

dos linfócitos T. No caso de CDs produtoras de IL-12, células T auxiliares

subpopulação 1 (Th1) são induzidas a proliferarem e produzirem IFN-γ e TNF-α,

IL-12 e IL-18. Os linfócitos B também podem ser ativados por células T

antígeno-independentes, sendo que neste caso os antígenos são geralmente

representados por estruturas de carboidratos (56). A estimulação de células

Th1 produtoras de IFN-γ pode, simultaneamente, ativar a produção de

anticorpos potencialmente protetores e ativar células T CD8+ em adição a

ativação de células fagocíticas.

Pacientes com a forma menos severa da doença, apresentam resposta

imune celular preservada e baixos títulos de anticorpos, o granuloma é

compacto e associado ao baixo número de células fúngicas. Já na PCM aguda

ou sub-aguda, existe uma deficiência na resposta imune celular com a

presença de altos títulos dos anticorpos específicos não protetores. Estudos

histopatológicos indicam, neste grupo de pacientes, a presença de um

processo inflamatório inespecífico e as lesões tornam-se difusas com

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Introdução Geral 8 Martha E. Urán J.

granulomas frouxos, mal organizados, contendo ainda numerosos fungos

viáveis em seu interior (1). Dados clínicos e experimentais indicam que este

tipo de paciente apresenta uma inibição da imunidade celular contra o agente

infeccioso, que permite o crescimento do fungo (7, 50, 51, 53, 57).

A formação do granuloma é uma das respostas do hospedeiro mais

importante para conter o fungo que não foi eliminado pela resposta citotóxica e

que é necessária para evitar a disseminação do fungo para outros órgãos. Na

PCM experimental, o modelo que chega mais próximo da fisiopatologia da

fibrose pulmonar desenvolvida nos pacientes, tem sido o modelo induzido com

conídios (partículas da forma saprofítica do fungo) em camundongos

medianamente suceptíveis BALB/c; entretanto, outros modelos têm

demonstrado a formação dos granulomas com o inóculo de leveduras (forma

parasitária ou patogênica) nos quais a conformação celular e a contenção do

fungo neste modelo não seja tão efetiva, possivelmente devido às

caracteristicas iniciais de resposta immune do hospedeiro para manter um

contínuo fluxo celular para o tecido afetado; que em teoria devem-se à resposta

imune inata desencadeada pelos conídios (por suas características estruturais

e químicas); dessa forma, esse tópico ainda precisa de mais pesquisas. Deve-

se também, a sua evasão do sistema imune até conseguir a transformação

total e multibrotamento do fungo no tecido do hospedeiro e promover uma

segunda resposta a uma forma nova (estrutural e quimicamente) da levedura

(49); que o hospedeiro deve controlar seguidamente para evitar a

disseminação. Alguns autores têm reportado que para a permanência de uma

adequada resposta celular protetora é necessário manter a densidade e

afinidade dos ligantes das células T e que a natureza destas interações pode

gerar respostas específicas e duradouras para o reconhecimento dos

antígenos (58, 59). Por estes motivos é importante entender o mecanismo pelo

qual o hospedeiro consegue gerar um granuloma com capacidad de conter o

fungo.

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Introdução Geral 9 Martha E. Urán J.

1.5. Tratamento

Inicialmente cabe lembrar as dificuldades de tratamento dos pacientes,

pois, dependendo da evolução da doença, podem ser utilizados vários

antifúngicos, tais como: sulfamídicos (associação sulfametoxazol/trimetoprim,

sulfadiazina), azólicos (cetoconazol, fluconazol e itraconazol) e anfotericina B.

O itraconazol é o antifúngico de preferência no tratamento das formas com

severidade leve e moderada, é usado em menor período de tempo, apresenta

toxicidade baixa, produz 90% de cura e uma taxa de recidiva de 0-15% (60).

Entretanto, em muitos locais do Brasil, a combinação sulfametoxazol-

trimetoprim é a alternativa mais utilizada na terapêutica ambulatorial dos

pacientes com PCM (11) e, portanto, os períodos de tratamento são

prolongados (≥1 ano), pode ter um efeito tóxico, levando à supressão da

medula óssea com trombocitopenia e leucopenia (61), e em regra, há

necessidade de se manter a terapêutica antifúngica mesmo na presença de

melhora clínica, para evitar recidivas (11).

Desta forma, abordagens imunológicas que restabeleçam a resposta

imune específica protetora, como terapia adjunta, reduzindo o tempo de

tratamento são necessárias com urgencia (7, 62, 63).

A vacinação terapêutica com antígenos fúngicos ou com a transferência

passiva de anticorpos monoclonais pode induzir a resposta imune celular em

adição ao efeito protetor da quimioterapia permitindo, eventualmente, controlar

as recidivas e a redução da fibrose sequelar (64).

Porém, tem sido estudada uma seleção de componentes imunogênicos

que possam levar à proteção do hospedeiro em vários modelos vacinais, como

uma ferramenta poderosa na luta contra as micoses (65).

1.6. Glicoproteína de 43 kDa (gp43)

A glicoproteína de 43 kDa (gp43) possui 416 aminoácidos e é expressa

de forma constitutiva na fase micelial e leveduriforme do fungo (66), sendo

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Introdução Geral 10 Martha E. Urán J.

constituída por uma única cadeia de oligossacarídeos (67, 68). Anticorpos

contra esta glicoproteína são encontrados no soro de quase o 100% dos

pacientes com PCM (infectados com o P. brasiliensis) (69), sendo utilizada

também no monitoramento dos pacientes que recebem tratamento (70). Tem

sido vista como o principal marcador sorológico da PCM, aumentando a

especificidade e a sensibilidade dos testes sorológicos (71, 72).

A glicoproteína contém epitopos que tem a capacidade de produzir uma

resposta imune celular (DTH) em cobaias (73, 74) e em humanos (75). Além de

ser imunodominante para produção de anticorpos, a gp43 tem a capacidade de

estimular linfócitos T CD4+ Th1 produtores de IFN-γ e IL-2 (76), assim como

também pode estimular a imunidade inata mediante interação com monócitos,

modulando a expressão dos receptores de padrões de reconhecimento TLR2,

TLR4, MR e a produção de citocinas pró e anti-inflamatórias(43).

1.7. Peptídeo P10 e uso como imunomodulador

Diferentes peptídeos que contém o domínio HTLAIR induziram a

proliferação de linfócitos de camundongos sensibilizados com a gp43 purificada

ou infectados intratraquelmente com P. brasiliensis. Entre esses peptídeos, um

trecho específico de 15 aminoácidos denominado como P10, com a sequência

QTLIAIHTLAIRYAN, foi responsável pela ativação das células T e da proteção

contra PCM em camundongos BALB/c. A linfoproliferação induzida por P10 ou

pela gp43 envolve a produção de IL-2 e IFN-γ pelos linfócitos T CD4+. O efeito

protetor do peptídeo é devido principalmente à resposta imune celular mediada

por IFN-γ e, diferente da gp43, o P10 não induz a resposta humoral (76).

O hexapeptídeo HTLAIR tem demostrado ser o core essencial para á

resposta imune celular, porém em P. lutzii existe uma importante mutação em

neste domínio (15) o que praticamente extingue a capacidade protetora (77).

As imunizações com P10 em camundongos BALB/c os levam a uma

infecção pulmonar 200 vezes menos intensa que os animais não imunizados

(64, 76, 78). Análise através do programa TEPITOPE verifica a probabilidade

de HLA-DR de caucasianos reconhecerem diferentes peptídeos, demonstrou

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Introdução Geral 11 Martha E. Urán J.

que o P10 é um peptídeo promíscuo, sendo um importante candidato vacinal

(79).

Este peptídeo, quando associado às drogas comumente utilizadas no

tratamento da paracoccidioidomicose, apresenta um efeito aditivo no modelo

experimental utilizando camundongos BALB/c, o que demonstra a capacidade

do peptídeo P10 em auxiliar na diminuição do tempo de tratamento desta

micose (80). Esses resultados foram também observados em camundongos

anérgicos submetidos à quimioterapia e imunizados com o peptídeo,

apresentando uma resposta Th1 protetora com incremento significativo nos

níveis de IFN-γ e IL-12 (80, 81).

Os adjuvantes são moléculas compostas ou complexos de

macromoléculas que aumentam o potencial e a longevidade da resposta imune

específica contra um antígeno, tendo uma baixa toxicidade e um efeito

imunológico de longa duração (82). Contudo, os adjuvantes podem ser

classificados de acordo com a capacidade estimuladora da imunidade de tipo

Th1 (celular) ou Th2 (humoral). Os adjuvantes podem atuar como estimuladores

tanto da imunidade inata como adaptativa e podem ser classificados de acordo

com o tipo de receptor de ligação (83).

Aplicação de micropartículas e nanopartículas como adjuvantes tem sido

fortemente estudada baseando-se em que os antígenos se aderem à superfície

deste tipo de partículas, demostrando resultados promissórios devido a que as

micropartículas catiônicas são tomadas efetivamente, tanto pelos macrófagos

como pelas células dendríticas induzindo nelas também a maturação (84-86).

Acredita-se que o tamanho dessas partículas tenha um papel importante na

atividade imunogênica, já que as partículas menores (<10μm) são

significativamente mais imunogênicas do que as de maior tamanho (87). Isto

ocorre possivelmente devido a uma maior captação das partículas menores

pelas APCs (88). Partículas entre 40-50nm tem uma capacidade

significativamente maior na indução de respostas Th1 quando comparadas com

partículas maiores (>500nm), as quais são mais adequadas na indução de

respostas Th2 e de anticorpos (89).

A associação do P10 com adjuvantes como CFA (76, 81), alumen, MPLA

(80), flagelina (90), nanopartículas de PLGA (91) e lipídeo catiônico

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Introdução Geral 12 Martha E. Urán J.

dioctadecyl-dimethylammonium bromide “DODAB” (92) mostram uma redução

significativa da carga fúngica em pulmões de camundongos infectados i.t. com

P. brasiliensis, sendo promissores para o tratamento da PCM experimental.

Por último, as células dendríticas autólogas geradas a partir do sangue

periférico são um método seguro e promissor no tratamento de várias doenças,

entre elas, câncer e doenças infecciosas. Na PCM experimental, nosso grupo

demostrou que células dendríticas pulsadas com P10 apresentam um alto

potencial na vacinação devido a capacidade de rápida proteção contra o

desenvolvimento da PCM, assim como no tratamento da doença estabelecida.

Em camundongos, a administração de células dendríticas pulsadas com o

peptídeo antes (via subcutânea) e depois (via subcutânea e intravenosa) da

infecção intratraqueal com P. brasiliensis, diminui a carga fúngica nos pulmões.

E os níveis de IFN-γ e IL-12 foram incrementados ao mesmo tempo que houve

uma redução na produção de IL-10 e IL-4, em comparação com os grupos de

animais não imunizados e àqueles que não foram tratados com as células

pulsadas (93).

1.8. Modelos experimentais da PCM

Os modelos experimentais da PCM têm múltiplas variações, entre elas, a

linhagem do camundongo (Resistência e susceptibilidade relativa aos genes do

MHC) é uma fator importante. As linhagens podem ser: susceptíveis (B10A,

CBA), intermediárias (C3HeB/Fe, C57BL/6, BALB/c) e resistentes (A/Sn, DBA,

A/J, C3H/He).

Outra das grandes variações do modelo é relativa a virulência dos

isolados considerando, da menor à maior virulência, os seguintes isolados:

Pb265, Pb192, Pb01, Pb60855 e Pb18. Quando as leveduras foram inoculadas

pela via intravenosa e avaliadas pela frequência da presença de lesões

extrapulmonares e aumento da resposta celular e humoral, estas diferenças

mostram a pequena relação que existe com os níveis da fração de

galactomanana e proteínas presentes nas análises da parede celular dos

diferentes isolados. Posteriormente outras aproximações foram avaliadas,

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Introdução Geral 13 Martha E. Urán J.

mediante a inoculação intranasal ou intratraqueal de conídios, frações de bolor,

paredes ou leveduras viáveis achando diferenças somente no perfil

inflamatório, similar ao que acontece com a via de administração do inóculo,

entendendo que a via intranasal mimetiza as condições ambientais em que a

infecção acontece, porém a distribuição da doença no modelo não é

homogênea. Na via intratraqueal consegue-se que a patogenia do modelo seja

mais homogênea e reprodutível.

Finalmente, o fator que mais claramente influencia o modelo é o gênero

dos animais (fêmeas ou machos) que, como nos humanos, as fêmeas tem uma

resistência natural à infecção pela influência dos hormônios sexuais (20, 22,

94-97). Todos eles, de um jeito ou de outro, participam no entendimendo da

patogênese da doença, através da selecção e estudo do modelo experimental.

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Justificativa 14 Martha E. Urán J.

2. JUSTIFICATIVA

A produção de conídios do fungo tem sido pouco explorada pelos

pesquisadores, na atualidade a produção de conídios de Paracoccidioides spp.,

é realizada atualmente por poucos laboratórios na América Latina. Dois grupos

de pesquisa (um do Brasil e outro da Colômbia) se destacam pela obtenção de

conídios em cultura por diferentes técnicas. Apesar das diferenças, ambos

concordam que as culturas necessitam de condições ambientais especiais e

tempo para conseguir o amadurecimento do bolor até a obtenção e purificação

das partículas infectantes de maneira padronizada para uso nos modelos

experimentais. Entre as condições mais importantes para obtenção dos

conídios estão: umidade superior a 60%, temperatura inferior a 25°C e privação

de nutrientes no meio (18, 19, 21, 34-36, 98).

Portanto, consideramos importante adquirir a tecnologia para a produção

de conídios e estabelecer, em nosso laboratório, o protocolo para obtenção de

conídios de Paracoccidioides spp. para reproduzir o modelo de PCM crônica e

de fibrose pulmonar induzida com estes propágulos, além de testar o peptídeo

P10 neste modelo.

É sabido que P. brasiliensis interage com células apresentadoras de

antígenos (APCs) alterando suas principais funções biológicas. Entre as APCs,

os macrófagos são células que desempenham um papel importante na indução

e regulação da resposta inflamatória. Estas células são capazes de reconhecer

padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) através da expressão

de receptores de reconhecimento padrões (PRRs). Assim, as interações entre

moléculas de superfície dos patógenos, algumas delas do tipo lectinas ou

oligossacarídeos que contêm esses resíduos de açúcar acessíveis na parede

das células fúngicas, com os receptores presentes na membrana celular do

macrófago desencadeiam a ativação dos diferentes TLRs (2 ou 4), modulam a

fagocitose, ativam a célula e, conseqüentemente, levam à produção de

citocinas inflamatórias.

Trabalhos têm demonstrado a importância da estimulação de receptores

toll-like 2 e 4 (TLR2 e TLR4), receptores de manose (MR) e dectina-1 de

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Justificativa 15 Martha E. Urán J.

monócitos, tanto em infecções bacterianas como fúngicas, culminando com

indução de produção de várias citocinas.

É importante determinar quais são os possíveis PRRs implicados no

reconhecimento dos conídios e alguns dos mecanismos envolvidos para que as

células APC sejam efetivas apresentadoras e ativadoras do sistema imune,

para gerar uma resposta proliferativa de linfócitos e produção de citocinas.

Inicialmente se projetou um estudo baseado no uso dos conídios para

avaliar o efeito do peptídeo P10 como monoterapia ou combinado com

antifúngicos no modelo de fibrose pulmonar experimental, utilizando conidios

de P. brasiliensis inoculados pela via intranasal em camundongos BALB/c

machos. Este efeito seria determinado pela redução da carga fúngica,

diminuição da fibrose pulmonar e do tempo do tratamento. Porém as culturas

de conídios não produziram a quantidade necessária para o desenvolvimento

de um modelo experimental e se modificou o projeto, levando assim à

comparar a resposta imune que os conídios induzem nos macrófagos de

linhagens selvagens e nocautes de algumas moléculas do sistema imune inato

e a capacidade dos conídios ou leveduras de P. lutzii de induzir doença em

camundongos intermediários (C57Bl/6).

Portanto, foi estabelecida uma associação com o grupo coordenado pela

Professora Dra. Vera Calich para a realização de ensaios com camundongos

nocautes na determinação da participação de alguns dos componentes da

resposta imune inata gerada pelos propágulos de Paracoccidiodes spp.

Avaliamos os mecanismos de fagocitose e producção de citocinas com os

macrófagos de camundongos nocautes (TLR2, TLR4, Dectina, MyD88 e

NALP3) da linhagem C57BL6 quando infectados por diferentes propágulos do

fungo, sejam conídios ou leveduras de Pb18 e leveduras das duas espécies de

Paracoccidiodes brasiliensis e Paracoccidiodes lutzii.

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Objetivos 16 Martha E. Urán J.

3. OJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Determinar os possíveis PRRs implicados no reconhecimento, fagocitose,

ativação e produção de citocinas quando em contato com partículas fúngicas,

conídios ou leveduras de Pb18 ou leveduras das duas espécies, P. brasiliensis

(Pb18) e P. lutzii (Pb01), além de tentar compreender alguns dos mecanismos

da imunopatologia de P. lutzii no modelo experimental in vivo.

3.2. Objetivos Específicos

- Establecer a capacidade de produção de conídios de P. brasiliensis

(Pb18) e de P. lutzii (Pb01) em meios de cultura pobres e determinar sua

capacidade de transformação quando comparados com o isolado Pb60855.

- Determinar a resposta imune inata mediada por macrófagos frente aos

propágulos fúngicos de Paracoccidioides spp. na geração de uma resposta

imunomoduladora em camundongos nocautes para diferentes moléculas.

- Determinar os possíveis PRRs implicados no reconhecimento,

fagocitose, ativação e produção de citocinas quando em contato com partículas

fúngicas, conídios ou leveduras de Pb18 ou leveduras das duas espécies P.

brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01), mediante o uso de camundongos

selvagens ou nocautes.

- Analisar alguns dos mecanismos imunopatológicos da doença induzida

por leveduras viáveis de P. lutzii (Pb01), inoculadas por via intranasal em

camundongos intermediários para a doença (C57Bl/6) no modelo experimental

in vivo.

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Objetivos 17 Martha E. Urán J.

Para um melhor entendimento os métodos, resultados e discussão foram

divididos em três blocos, da seguinte forma:

1- Culturas e purificação dos conídios e ensaios in vitro na transformação e

o crescimento de Paracocccidioides spp.

2- Experimentos ex vivo focados na fagocitose, atividade fungicida,

expressão de moléculas de superfície e produção de citocinas em

macrófagos selvagens (WT) ou nocautes (KO) infectados com conídios

e leveduras de Paracocccidioides spp.

3- Desenvolvimento de Modelo Experimental em camundongo infectados

com Paracoccidioides lutzii – isolado Pb01.

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Materiais e Métodos 18 Martha E. Urán J.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Condições Gerais da Experimentação Animal e Regulamentos

de segurança.

4.1.1. Animais

Foram utilizados camundongos machos da linhagem C57Bl/6, com idades

entre 6 e 8 semanas, selvagens ou nocautes para as seguintes moléculas:

TLR-2, TLR-4, Dectina-1, MyD88 ou Nalp-3. Os camundongos selvagens foram

obtidos do Biotério de Camundongos Isogênicos do Instituto de Ciências

Biomédicas da Universidade de São Paulo e do Biotério Central da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo. Os animais nocautes foram obtidos

pela colaboração com a Prof.ª Dr.ª Vera Calich, do Departamento de

Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo,

onde foram criados sob condições livres de patógenos e mantidos no biotério

de animais de experimentação do referido departamento.

Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados com animais

anestesiados segundo as regulamentações nacionais e internacionais de

pesquisa envolvendo animais de experimentação (lei federal 11.794). Os

procedimentos foram realizados no Biotério de Experimentação Animal do

Instituto de Medicina Tropical de São Paulo – USP. A eutanásia foi realizada

pelo uso de câmara de CO2, método aprovado por comitês nacionais e

internacionais de ética e experimentação animal. O protocolo de pesquisa do

projeto (nº 165/11) foi aprovado pela CEUA do Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em sessão de

08/06/2011 e pelo protocolo de experimentação N° 76/04/CEEA da Professora

Vera Calich. (Anexo 1.)

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Materiais e Métodos 19 Martha E. Urán J.

4.1.2. Microrganismo, regulamentos de segurança, condições de

cultivo e manutenção.

Paracoccidioides spp. é designado pelo “health and safety document from

the Advisory Committee on Dangerous Pathogens, Categorization of pathogens

according to hazard and categories of containment" (Executive, 2013 #9187)

como um patógeno das categorias II e III, que precisa ser manipulado em

laboratório de contenção categoria III em fluxo de segurança microbiológica de

classe II.

Foram usados quatro isolados de Paracoccidioides spp., P. brasiliensis

isolado ATCC60855 (original de um paciente da Colômbia e depositado na

American Type Culture Collection (Manassas, Va.)). Estes isolados estão

sequenciados (99) e a maioria dos estudos baseiam-se na purificação de

conídios que foram reportadas previamente (18, 100, 101).

P. brasiliensis, isolado Pb18 tradicionalmente usado em modelos

experimentais no Brasil considerado um isolado de alta virulência (102), e

Pb01, atualmente considerado uma nova espécie, Paracoccidioides lutzii (103).

Estes isolados também encontran-se sequenciados (99).

O isolado de P. brasiliensis Pb339 tradicionalmente tem sido usado para a

produção de antígenos (104) e deste foi sequenciada e caraterizada a

glicoproteína de 43 kDa (76). Em nosso trabalho será usado como controle da

produção de exoantígeno em alguns dos experimentos.

Todos os isolados foram mantidos na forma de levedura a 37°C em meio

rico (BHI suplementado com glicose ou Sabouraud suplementado com

asparagina e tiamina, SAT). A forma de bolor dos mesmos foi mantida em meio

mycosel e quimicamente definido MMcM (Sintetico McVeigth-Morton

Modificado) a 18°C para a obtenção de conídios. (Anexo 2.)

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Materiais e Métodos 20 Martha E. Urán J.

4.2. Ensaios in vitro: Culturas e purificação dos conídios e ensaios

in vitro sobre a transformação e o crescimento de

Paracocccidioides spp

4.2.1. Produção de conídios

O processo de produção de conídios deve ser realizado por um

profissional com conhecimento sobre o manuseio dos fungos dimórficos

térmicos e os riscos e as medidas de segurança que devem ser tomadas em

todo o processo, além de conhecer os procedimentos adequados em caso de

acidente dentro ou fora dos fluxos de segurança.

De igual forma, deve conhecer a manipulação dos equipamentos de

segurança e as técnicas envolvidas no processo.

A água usada deve ser sempre de boa qualidade, pois o crescimento do

fungo nesta fase depende da água e dos poucos componentes a serem

adicionados. Igualmente, os reagentes devem ser de boa qualidade e com

garantia de pureza.

Um dos mais importantes pontos de controle é cuidar da contaminação

em todos os passos do processo, vigiando a mesma com bactérias ou outros

fungos, e controle adequado de ácaros.

O fungo cresce em fase de bolor até alcançar a fase de crescimento

exponencial, tomando cuidado para que não seja iniciado a produção de

enzimas autolíticas, típicas de culturas de Paracoccidiodes. Estas enzimas

cortam e destroem o bolor e, desta forma, as placas de conídios não

apresentam suficiente esporulação.

É importante ressaltar que o liquidificado de bolor que estava em fase de

crescimento exponencial é cultivado em ágar pobre (ágar água ou dextrose

sais) vai manter seu metabolismo ativo para conseguir conter seu material

genético e formar os conídios que como bem é sabido, são a forma de

reprodução assexual e de resistência às adversidades ambientais; e entender

que o bolor de Paracoccidioides tem que amadurecer para formar os conídios,

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Materiais e Métodos 21 Martha E. Urán J.

diferente de outros fungos dimórficos, como histoplasma o qual produz

constantemente bolor e conídios conjuntamente.

O isolado ATCC 60855 do fungo dimórfico P. brasiliensis deve ser

mantido em forma de bolor em ágar mycosel e passado por animal (suspensão

de conídios ou bolor i.v.) pelo menos uma vez por ano para manter sua

virulência

Quando for necessária a amplificação das culturas, repica-se do ágar

mycosel para o meio MMcM em tubos com tampa de rosca, para evitar

contaminações com ácaros e garantir melhor assepsia geral. As culturas

devem ser incubadas a 18°C em câmara de umidade controlada e repicadas a

cada 2-3 semanas.

Quando se obtém abundante crescimento do fungo, o mesmo é lavado

com 5 ml de MMcM líquido com ajuda de alça descartável.

O lavado de cultivo de bolor de 4-5 tubos é depositado em 75 ml de meio

MMcM líquido em balão erlenmeyer de vidro com tampa de rosca ou com

tampão de algodão frouxo, para facilitar a respiração e segue-se incubação de

10-15 dias a 18°C, com agitação constante a 150 RPM.

Passado este período, o crescimento do bolor é coletado e liquidificado 5

vezes de 10 segundos, com intervalos de 10 segundos; 1,5 – 2 ml deste

liquidificado é vertido em placas que contem ágar água (bacto agar 1.3%) ou

ágar dextrose sais (bacto agar 1,3%, dextrose 0,01%, NaCl 0,01%, asparagina

0,01% e KH2PO4 0,01%) (Anexo 2.) e incubado a 18°C com umidade de 68%

por um período de 3-4 meses. Durante as duas primeiras semanas de cultivo,

deve verificar-se que o inóculo tenha secado e o bolor começado a crescer,

nesse momento, as placas são vedadas completamente pelos cantos com

esparadrapo hospitalar e dispostas invertidas (ágar para acima).

4.2.2. Coleta e purificação de conídios

A coleção dos conídios para experimentação normalmente é feita por dois

métodos: o método de lã de vidro e a purificação por gradientes de percoll (18,

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Materiais e Métodos 22 Martha E. Urán J.

100, 101). Nós trabalhamos somente com purificação por lã de vidro, que é a

metodologia mais apropriada para o trabalho com modelo animal.

As placas que foram selecionadas para coletar e purificar os conídios foram

lavadas com 5 ml de Cloreto de Sódio 0,9% (Baxter) com 0,01% de Tween-20,

100 U penicilina e 100 mg estreptomicina por ml.

O crescimento micelial foi removido com alça descartável e a suspensão

resultante coletada em erlenmeyers de tampa contendo pérolas de vidro de 3

mm aproximadamente, cobrindo 0,5 cm da superfície do erlenmeyer. Os

frascos foram submetidos à agitação em shaker a 250 RPM por 45 min à 18°C.

Em seguida, a suspensão foi centrifugada 1500xg a 4°C por 30 min. Para

optimização do desprendimento dos conídios do bolor, o precipitado foi

suspenso em 10 ml de PBS 1X e sonicado duas vezes em 7 Hz por 15

segundos em gelo.

4.2.3. Purificação dos conídios pelo método de lã de vidro

Seringas de vidro de 50 ml foram empacotadas com aproximadamente 10

cm de lã de vidro (Pyrex fibre glass, 8 mm; Corning Glasswork, Corning, NY,

USAEUA). As seringas com lã foram lavadas duas vezes com PBS 1X esteril e

depois a suspensão celular foi filtrada e coletada. Novamente, as seringas

foram lavadas duas vezes com PBS 1X e o filtrado centrifugado a 1500xg

(3000 – 3500 RPM) à 4°C por 45 min. O precipitado de conídios foi lavado 3

vezes com PBS 1X.(105).

4.2.4. Determinação da viabilidade dos conídios

Os conídios utilizados para infectar os camundongos foram obtidos pelo

método tradicional de lã de vidro, como descrito por Restrepo et al. (1986)(18).

As partículas fúngicas (leveduras e conídios) foram contadas em

hemocitômetro e a sua viabilidade avaliada pela coloração de brometo de etídio

e diacetato de fluoresceína (106) ou Azul de Trypan. A ausência de

contaminação foi avaliada pela cultura da suspensão em caldo de infusão de

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Materiais e Métodos 23 Martha E. Urán J.

coração e cérebro (BHI) incubado a 37°C e verificada sua capacidade de

transformação in vitro durante 72-96hs.

4.2.5. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios para

levedura e número de UFC de leveduras de Pb60855 e Pb01

Os conídios obtidos foram deixados em incubação em Sabouraud

Dextrose-Asparagina-Tiamina (SAT) a 37°C em atmosfera com 5% de CO2 em

placas de 24 poços na concetração de 1x106 conídios/1000 ul para avaliar a

capacidade in vitro de transformação de conídio em levedura. A transformação

foi acompanhada pelo microscópio invertido a cada 24hs por 7dias.

O peptídeo P10 foi adicionado conjuntamente na cultura dos conídios em

uma concentração inicial de 2µg/ml em diluições duplas até 0.0312µg/ml.

No último dia (7º dia) o conteúdo de cada poço foi homogeneizado e as

diluições feitas para cultivar 100 ul de cada diluição. As culturas das UFC foram

incubadas a 37°C em atmosfera com 5% de CO2 e 95% de umidade durante 4

semanas, onde foram realizadas contagens semanais das unidades fúngicas

(Anexo 2.). O valor de UFC foi expresso como UFC/ml, portanto:

UFC de co-culturas: nº de-colônias x diluição x 10

Onde:

nº de-colônias: é o número total de colônias que foram contadas por cada

placa cultivada

Diluição: é o número correspondente ao valor da diluição que foi realizada

para cada cultura de UFC (1:10, 1:50)

10: corresponde ao valor do volume que foi cultivado. Por exemplo, se cada

poço tem 1000 ul e somente 100 ul do volume total foi cultivado, somente 10

partes do volume foi testado.

Para verificar o efeito do P10 sobre a transformação dos conídios se

testou uma concentração maior de P10 a 4µg/ml de 1x106 conídios/1000 ul, e

se analizou principalmente o efeito sobre a transformação determinado o

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Materiais e Métodos 24 Martha E. Urán J.

número de células multibrotantes para o qual foi considerado como levedura

simples aquela com uma ou duas células (uma levedura com um brotamento),

e as leveduras multibrotantes aquelas que tenham vários brotamentos (uma

levedura com dois o mais brotamentos).

4.3. Ensaios ex vivo: fagocitose, atividade fungicida, expressão de

moléculas de superfície e produção de citocinas em macrófagos

selvagens (WT) ou nocautes (KO) infectados com conídios e

leveduras de Paracocccidioides spp.

4.3.1. Coleta e viabilidade dos propágulos

Leveduras de P.brasiliensis ou P. lutzii foram mantidos em meio SAT

(Anexo 2.) com repique a cada 7 dias a 37 ºC. O fungo foi lavado três vezes

utilizando solução salina hospitalar (Baxter). Após a decantação das partículas

maiores, foi feita a contagem das leveduras em câmara de Neubauer. A

viabilidade das leveduras foi determinada através do corante Azul de Trypan

(Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA). Todos os procedimentos foram realizados com

suspensão fúngica com viabilidade entre 90 e 95%. Os conídios foram

purificados como descrito anteriormente.

A concentração do fungo para o inóculo foi ajustada de acordo com as

necessidades de cada experimento.

4.3.2. Preparação dos propágulos marcados com FITC

Para a análise da fagocitose por citometria de fluxo, os macrófagos foram

infectados com leveduras ou conídios viáveis previamente marcados com

500ug/ml de FITC em cloreto de sódio 0,9% (Baxter) e incubados por 1 hora a

37°C, com duas lavagens com soro fisiológico (3500 rpm, a 4°C por 15min).

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Materiais e Métodos 25 Martha E. Urán J.

Posteriormente, os inóculos foram ajustados para as infecções das células

(Anexo 5.).

4.3.3. Lavado peritoneal (LP) e contagem de células

Camundongos pré-inoculados i.p. com 3 ml de tioglicolato a 3% por 72 h

foram sacrificados de acordo com as normas do comitê de ética em carta de

aprovação do projeto nº 165/11. O peritônio foi exposto e lavado pela injeção

de 10 ml de cloreto de sódio 0,9% (Baxter) ou meio de cultura RPMI simples

frio. O número total de células do LP foi determinado por contagem em câmara

de Neubauer após uma diluição de 1:10 com Azul de Trypan, usado como

corante para avaliar a viabilidade celular. As suspensões celulares foram

mantidas em gelo e centrifugadas a 1200 rpm, à 4°C por 10 min e suspensas

em 10 ml de meio de cultura RPMI suplementado com 10% de soro fetal

bovino. As células foram ajustadas para 1x106 células/ml e utilizadas nos

ensaios de fagocitose, atividade fungicida, produção de citocina e expressão de

moléculas de apresentação, co-estimuladoras e alguns receptores de

reconhecimento padrão de membrana.

Um volume de 500 ul de células foi dispensado em cada poço de placas

de 24 poços. As culturas foram incubadas por 2 horas em estufa à 37°C, com

5% de CO2 e 95% de umidade. As células não aderentes foram removidas por

aspiração completa do meio de cultura e à monocamada aderente foi

adicionado meio de cultura suplementado com ou sem estímulo de IFN- (20

ng/ml) (107). O número de células não aderentes foi determinado por uma nova

contagem e o valor final de células aderentes na placa foi corrigido. Os

macrófagos foram infectados com a suspensão de leveduras, em uma relação

levedura – macrófago de 1:25 (107, 108).

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Materiais e Métodos 26 Martha E. Urán J.

4.3.4. Análise da fagocitose por citometria de fluxo

A determinação da aderência/fagocitose também foi realizada através da

análise por citometria de fluxo. As culturas de macrófagos ativados ou não com

IFN- foram infectadas (relação de 1:25) (107, 108) com leveduras ou conídios

viáveis que foram previamente marcados com FITC. A concentração de células

foi ajustada para dispensar 100ul por cada poço.

Após o tempo estimado para fagocitose (6h), o sobrenadante de cada

poço foi desprezado e 500ul de RPMI frio foi adicionado. As placas foram

deixadas 5-10 minutos sobre gelo para facilitar o desprendimento, com a ajuda

de um scraper (embolo de seringa de tuberculina) as células foram totalmente

desprendidas e depositadas nos tubos de citometria para marcar as células

com o anticorpo anti-F4/80 (Pacific Blue) (Anexo 3.). O procedimento de

marcação de citometria foi realizado como descrito. As leituras foram feitas em

citômetro de fluxo (FACSCanto II™, BD Biosciences, EUA). O queenching foi

realizado com Azul de Trypan (100 ul de 250 ug/ml por tubo) para excluir a

fluorescência do fungo aderido e estimar o valor real de fungo fagocitado. Os

resultados foram analisados com o programa FlowJo V.X (Tree Star Inc., EUA)

e expressos como frequência das células (porcentagem) duplo positivas para

F4/80-Pacific Blue e FITC.

4.3.5. Marcação dos macrófagos para expressão de moléculas por

citometria de fluxo e produção de citocinas no sobrenadante

das culturas de macrófagos.

Após 36 horas de co-cultura dos macrófagos com as partículas fúngicas,

o sobrenadante foi retirado, centrifugado e estocado para posterior

determinação de citocinas (Anexo 4.). Em cada poço foi adicionado 500 ul de

tampão de citometria gelado (PBS com 2% de soro fetal bovino e 1% de azida

sódica) e as placas foram mantidas sobre gelo por 5-10 min para facilitar o

desprendimento celular. Com ajuda de um scraper (embolo de seringa de 1ml),

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Materiais e Métodos 27 Martha E. Urán J.

as células foram totalmente desprendidas e depositadas nos tubos de

citometria para marcar as células com os anticorpos para determinação da

expressão de algumas moléculas as quais foram divididas em dois painéis para

evitar a interferência dos fluorocromos (Anexo 3.). Após marcação, as células

foram incubadas por 1 hora a 4°C no escuro, lavadas 2 vezes com tampão de

citometria (250g por 5 min) e ressuspensas em 200 uL de paraformaldeido

(PFA) 2% em PBS.

4.3.6. Determinação de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de

co-culturas com macrófagos

Após 36 horas de co-cultura dos macrófagos com as partículas fúngicas,

o sobrenadante foi retirado, centrifugado e estocado para posterior

determinação de citocinas. As placas permaneceram por 5-10 min em contato

com gelo e em cada poço foi adicionado 1 ml de H2O destilada estéril filtrada e

fria, para estourar os macrófagos. O conteúdo de cada poço foi

homogeneizado e as diluições feitas para cultivar 100 ul de cada diluição. As

culturas das UFC foram incubadas a 37°C em atmosfera com 5% de CO2 e

95% de umidade durante 4 semanas, onde foram realizadas contagens

semanais das unidades fúngicas. O valor de UFC foi expresso como UFC/ml,

portanto:

UFC de co-culturas: nº de colônias x diluição x10

Onde:

nº de colônias: é o número total de colônias que foram contadas por cada

placa cultivada

Diluição: é o número correspondente ao valor da diluição que foi realizada

para cada cultura de UFC (1:10, 1:50)

10: corresponde ao valor do volume que foi cultivado. Por exemplo, se cada

poço tem 1000 ul e somente 100 ul do volume total foi cultivado, somente 10

partes do volume foi testado.

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Materiais e Métodos 28 Martha E. Urán J.

4.4. Ensaios in vivo, desenvolvimento de um Modelo Experimental

em camundongo com Paracoccidioides lutzii – isolado Pb01.

4.4.1. Inóculo para infecção no modelo experimental

Conídios de P. brasiliensis ATCC60855 foram utilizados em inóculo de

4×106 conídios / 60 ul de acordo com as referências (20, 100, 105) (20, 100).

Leveduras de P.brasiliensis isolado Pb18 foram utilizadas em inóculo de

3x105 leveduras/50 ul (109).

Com relação às leveduras de P. lutzii, isolado Pb01, até o presente

estudo não existia um modelo experimental para este isolado. Testes prévios

mostraram que o isolado Pb01 parece ser menos virulento. Igualmente, nos

casos reportados de PCM causados por P. lutzii, os pacientes parecem ter um

melhor prognóstico. Dados prévios, realizados em nosso laboratório,

mostraram alguns avanços no modelo experimental, porém, utilizando

camundongos da linhagem BALB/c. Para o nosso modelo, usamos

camundongos C57BL/6, com um inóculo de 1x106 leveduras/50 ul.

4.4.2. Infecção Intratraqueal (i.t.)

A concentração das leveduras foi ajustada e os animais foram

anestesiados por via intraperitoneal, com 300 μL de solução contendo 80

mg/kg-1 de ketamina (Divisão Vetbrands Saúde Animal, Sespo, SP) e 10 mg/kg-

1 de xilazina (Rompun, Bayer, São Paulo, SP, Brasil). Quando os animais se

apresentaram insensíveis à dor (após cerca de 10 minutos), foi realizada uma

incisão longitudinal na pele do pescoço, facilitando a exposição da traqueia

para a inoculação do fungo. Foram usadas seringas de 1 mL (Becton

Dickinson, Brasil) para a inoculação. Após a sutura, os animais foram mantidos

aquecidos até acordarem da anestesia.

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Materiais e Métodos 29 Martha E. Urán J.

4.4.3. Infecção intranasal com propágulos.

Para a infecção com propágulos foi adotado o modelo da infecção

intranasal descrito previamente (20, 100, 105). Os animais foram anestesiados

e, quando se apresentaram insensíveis à dor, os conídios, cuja concentração

foi ajustada para 4x106 células/60µl, foi administrada intranasalmente (i.n.) em

duas doses de 30µl, para evitar bronco-aspiração pelos animais. Nesta infeção

somente foram usados conídios de Pb60855 e Pb01.

4.4.4. Sacrifício e coleta de material biológico

Os camundongos foram sacrificados de acordo com as normas do comitê

de ética em carta de aprovação do projeto nº 165/11.

Tendo em consideração que a distribuição da infecção experimental nos

camundongos não acontece de maneira homogênea em virtude da fisiologia do

pulmão, não se pode retirar somente uma parte do pulmão do animal, deve-se

analisar a totalidade, tanto para determinação de UFC para histopatologia (97).

Portanto, de acordo com esta informação, cada grupo experimental tinha

dois subgrupos, o primeiro, para retirada de sangue e uso dos tecidos para

histologia e, o segundo, para coleta de sangue e lavado bronco-alveolar (LBA),

e o pulmão foi retirado e homogeneizado para determinação de UFC e

citocinas.

4.4.5. Soro e Lavado Bronco-Alveolar (LBA)

Após a eutanásia dos animais, o sangue foi coletado individualmente do plexo

axilar e o soro foi separado por centrifugação a 750 x g durante 15 minutos e

em seguida congelado a - 20°C. Para obter os LBAs, a traqueia dos animais foi

exposta e uma pequena incisão longitudinal foi feita. Uma agulha foi inserida na

traqueia e 1 ml de meio RPMI 1640 frio foi injetado para fazer a lavagem dos

pulmões, sendo depois aspirado. As LBAs foram centrifugadas a 750 x g por 5

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Materiais e Métodos 30 Martha E. Urán J.

minutos. As frações de sobrenadantes foram separadas individualmente e

armazenadas a - 20°C até uso.

4.4.6. UFC e citocinas de macerado de pulmão de camundongos

infectados

Após o sacrifício dos animais, os órgãos completos foram destinados para

UFC e determinação de citocinas em sobrenadante de tecidos. Os órgãos

foram homogeneizados em 5 ml de PBS 1x estéril com o auxílio de um

homogeneizador (T 18 basic ULTRA-TURRAX by IKA®). Parte desta amostra,

1ml, foi retirada para diluições em água destilada estéril fria, para a

determinação de UFC em meio BHI-suplementado. As placas foram incubadas

a 37°C em atmosfera com 5% de CO2 e 95% de umidade durante 4 semanas.

Durante este período, foram realizadas contagens semanais das unidades

fúngicas. O valor de UFC foi expresso como UFC/ml, portanto:

Formula para determinar UFC total / órgão: nº de-colônias x diluição x10 x 5

Onde:

nº de-colônias: é o número total de colônias que foram contadas por cada

placa cultivada

Diluição: é o número correspondente ao valor da diluição que foi realizada

para cada cultura de UFC (1:10, 1:50)

10: corresponde ao valor do volume que foi cultivado. Portanto, se foram

obtidos 1000 ul do macerado total do pulmão e somente 100 ul do volume total

foi cultivado, somente 10 partes do volume foi testado.

5: é o volume total em que o pulmão foi homogeneizado, portanto, para

apresentar o valor total de UFC por pulmão esta correção deve ser feita.

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Materiais e Métodos 31 Martha E. Urán J.

4.4.7. ELISA para quantificação de citocinas em sobrenadantes dos

macerados de pulmão, LBA e sobrenadante de co-cultura de

macrófagos.

Os sobrenadantes das co-culturas dos macrófagos, o lavado

broncoalveolar (LBA) e os sobrenadantes dos macerados de pulmão dos

camundongos foram estocadas a - 20°C até a determinação da presença e

concentração das citocinas e quimiocinas pelo método de ELISA. Para estas

detecções, foram utilizados os kits de reagentes da BD Bioscience e R&D

systems (Anexo 4.), com as referências correspondentes.

A metodologia foi realizada de acordo com as instruções do fabricante e

as leituras foram feitas em espectrofotômetro com filtro de 450 nm.

4.4.8. Análise histológica

Os animais selecionados para as análises histológicas foram submetidos

à perfusão cardíaca com 10 ml de formalina de Carson, para garantir

eliminação de boa parte do sangue e fixação profunda dos tecidos, a fim de

obter melhor armazenamento até serem processados. Os tecidos foram

retirados e submergidos em 10 ml de formalina de Carson em tubos de vidro e

enviados para a realização da análise histopatológica (hematoxilina e eosina,

tricômico de Massom e coloração de prata-metenamina por Grocott). O

processamento e coloração foram realizados no laboratório de Histologia do

Departamento de Imunologia da Universidade de São Paulo.

4.5. Análise estatística

Os resultados foram analisados utilizando-se o software GraphPad Prism

5.0 (GraphPad Inc., San Diego, CA) e a análise de variância (ANOVA, Two-way

ANOVA ou Multiple Comparison Test) foi realizada seguida do pós-teste de

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Materiais e Métodos 32 Martha E. Urán J.

Bonferroni. O resultado foi considerado significativo quando o p<0,05. As

comparações utilizando análise de variância ou t de student foram feitas entre

os diferentes tratamentos quando os grupos foram comparados.

Foi utilizado o software FlowJo V.X (Tree Star Inc., EUA) para análise da

expressão dos receptores de membrana obtidos por FACS Canto II (BD) e os

dados numéricos analisados por GraphPad Prism 5.0.

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Resultados 33 Martha E. Urán J.

5. RESULTADOS

5.1. Ensaios in vitro: Cultura, e purificação de conídios e ensaios in

vitro focados na transformação e no crescimento de

Paracocccidioides spp

5.1.1. Culturas e purificação dos propágulos.

Foram utilizados três isolados de Paracoccidioides spp.: P. brasiliensis

isolado ATCC60855 (original de um paciente da Colômbia e depositado na

American Type Culture Collection (Manassas, Va.)), P. brasiliensis isolado

Pb18 (tradicionalmente usado em modelos experimentais, sendo considerado

como um isolado de alta virulencia) e Pb01 (atualmente considerado uma nova

espécie, Paracoccidioides lutzii).

Para manipulação destes três isolados foi adaptado um laboratório

equipado com um fluxo laminar tipo II-B e equipamentos de segurança. Além

disso, a temperatura da sala foi mantida entre 18-21°C para facilitar as

condições de crescimento do fungo.

As culturas foram mantidas em crescimento contínuo em meio

quimicamente definido (98) (Figura 1), nas condições de temperatura (18°C) e

umidade (68%) controladas (estufa de umidade controlada). Outros lotes de

culturas foram mantidos a 18-19°C em estufa tipo BOD sem controle de

umidade (a umidade foi facilitada pelo uso de bandejas de água destilada em

seu interior).

As culturas que não foram armazenadas na estufa de umidade controlada

ficaram expostas às condições ambientais medianamente controladas dentro

da sala, numa faixa de temperatura de 18-21°C e mudanças anuais de

umidade de 65 até 25%. Estes valores, medidos com um termohigrômetro

dentro da sala, estão correlacionados com os dados da média mensal de

umidade relativa, precipitação mensal, dias com umidade relativa (UR) abaixo

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Resultados 34 Martha E. Urán J.

de 30% e número de dias com garoa, reportados pela estação meteorológica

do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade

de São Paulo (IAG/USP) no seu Boletim climatológico anual. (Figuras 2 e 3).

Figura 1. Isolados na forma de bolor de Paracoccidioides spp. Isolados Pb18, Pb01 e Pb60855 crescidos em meio sintético McVeigth-Morton Modificado (A) e em ágar água para produção de conídios de Pb01 (B); Pb18 (C) e Pb60855 (D).

A

B C D

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Resultados 35 Martha E. Urán J.

Figura 2. Precipitação mensal, dados da média climatológica mensal (mm) de janeiro de 2012 até janeiro de 2014. Tomados dos Boletins climatológicos anuais e trimestrais da estação meteorológica do IAG/USP - Seção Técnica de Serviços Meteorológicos Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Universidade de São Paulo.

Figura 3. Compêndio de dados meteorológicos - janeiro de 2012 à janeiro de 2015. Os dados referentes a precipitação mensal (média climatológica mensal) (mm), Umidade relativa média mínima mensal, Número de dias/mês com umidade relativa (UR) abaixo de 30% e número de dias/mês com garoa de janeiro de 2012 até janeiro de 2015. Tomados dos Boletins climatológicos anuais e trimestrais da estação meteorológica do IAG/USP - Seção Técnica de Serviços Meteorológicos Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Universidade de São Paulo.

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Resultados 36 Martha E. Urán J.

5.1.2. Ensaios in vitro focados na transformação e no crescimento de

Paracocccidioides spp

5.1.2.1. Transformação de conídio para levedura in vitro

Posterior à purificação dos conídios, foi comparado o tempo de

transformação entre os isolados Pb01 e Pb60855 (Figura 4). O isolado

Pb60855 apresentou transformação mais rápida de conídio para levedura do

que o isolado Pb01, de 4 e 7 dias, respectivamente. Contudo, durante o

processo de transformação do isolado Pb01, observou-se que as leveduras são

maiores e apresentam número maior de brotamentos quando comparado com

o isolado Pb60855.

Analisamos paralelamente o tempo de recuperação das Unidades

Formadoras de Colônia (UFC) após a transformação de conídios para levedura

dos isolados Pb01 e Pb60855, para verificar não somente a capacidade de

transformação como também a proliferação in vitro. Os resultados indicam que

também há diferenças significantes. Na primeira semana de cultura das UFCs

foi observada recuperação acima de 80% para o isolado Pb01 (Figura 5A),

enquanto no isolado Pb60855 foi menor que 10% (Figura 5B). Somente na

terceira semana de acompanhamento das culturas foi observada recuperação

acima dos 99% das colônias deste isolado (Figura 5). Estes dados revelam

que, embora o isolado Pb01 demore mais horas para se transformar em

levedura multibrotante, essas por sua vez proliferam mais rapidamente quando

comparado com o isolado 60855.

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Resultados 37 Martha E. Urán J.

Figura 4. Transformação de conídio para levedura in vitro. A figura mostra a transformação de conídios para leveduras dos isolados Pb60855 e Pb01 em diferentes tempos a 37°C.

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Resultados 38 Martha E. Urán J.

Figura 5. Unidades Formadoras de Colônia (UFC) após a transformação de conídios para leveduras de dois isolados de Paracoccidioides. As contagens de UFC foram feitas semanalmente por quatro semanas e os resultados expressos em porcentagem de recuperação das UFCs dos isolados Pb01 (A) e Pb60855 (B). Cada cor representa a semana em que as UFC foram recuperadas: primeira semana – azul; segunda semana- vermelho; terceira semana - verde. A B

Estes dados não foram reproduzíveis no segundo experimento,

possivelmente a qualidade dos conídios varia de lote a lote e também devido à

mudança de umidade. Tendo em consideração a não reprodutibilidade destes

dados, não só pela transformação in vitro como também a sua capacidade de

transformar em co-culturas com células APC (células dendriticas e

macrófagos), não será possível chegar a uma conclusão entre os isolados

representativos das espécies, com relação a diferenças na capacidade de

transformação e geração da fase patogênica do fungo.

5.1.2.2. Efeito do peptídeo P10 in vitro na transformação e no

crescimento de Paracocccidioides spp.

Observamos que o peptídeo P10, na concentração de 4µg/ml no meio de

cultura MMcM gerou redução da porcentagem das células multibrotantes,

depois da transformação dos conídios em leveduras (1 semana de cultura) em

ambos os isolados (Pb01 e Pb60855) (Figura 6B). Já concentrações

crescentes do peptídeo P10 (4µg/ml ate 0.031µg/ml) tem um efeito diferente

sobre a recuperação das UFC destes isolados, favorecendo o crescimento de

Pb01 e retardando o de Pb60855 (Figura 6A).

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Resultados 39 Martha E. Urán J.

Figura 6-A. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios em

leveduras. UFC obtidas com o isolado Pb60855 e Pb01.

Figura 6-B. Efeito do peptídeo P10 sobre a transformação de conídios em leveduras (características morfológicas). O gráfico abaixo indica a porcentagem de leveduras simples ou com multibrotamentos dos isolados Pb01 e Pb60855, na presença de P10 no meio de cultura à 37°C em uma relação de 100% de UFC.

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Resultados 40 Martha E. Urán J.

5.2. Ensaios ex vivo: fagocitose, atividade fungicida, expressão de

moléculas de superfície e produção de citocinas em macrófagos

de camundongos selvagens (WT) ou nocautes (KO) infectados

com conídios e leveduras de Paracocccidioides spp.

5.2.1. Ensaios de Fagocitose

5.2.1.1. Fagocitose de conídios e leveduras de Paracoccidioides

brasiliensis (isolado Pb18) por citometria de fluxo.

Uma vez analisada a capacidade germinativa in vitro, foi testada a

capacidade de infecção dos conídios em macrófagos peritoneais de

camundongos da linhagem C57Bl/6 (medianamente suscetíveis à

paracoccidioidomicose) selvagens (WT) ou nocautes (KO) para algumas

moléculas de reconhecimento como TLR2, TLR4 e Dectina-1 ou moléculas

acopladoras e de ativação intracelular como MyD88 e NALP3. Neste caso

foram testados pareadamente os propágulos do isolado Pb18 devido ao fato

desse isolado ser usado na maioria das análises com células de camundongos

KO (107).

Observamos que macrófagos ativados com 20ng/ml de IFN- (107)

apresentam uma capacidade fagocítica aumentada em até 50% quando

comparados a macrófagos não ativados. Dados estes que são correlacionados

com resultados anteriores obtidos por Gonzalez (2000) para conídios

(Pb60855) e por Fierotti (2010) para leveduras (Pb18). (Figura 7.).

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Resultados 41 Martha E. Urán J.

Figura 7. Fagocitose de conídios de P.brasiliensis, isolado Pb18, por macrófagos da linhagem C57BL/6 selvagens e nocautes. O ensaio de fagocitose foi realizado por citometria de fluxo e expresso como frequência percentual de células duplo-positivas para Pacific Blue (F4/80) e FITC (conídios). P < 0.05 (x), P<0.001 (xxx).

Em geral observamos que os macrófagos ativados com IFN- WT ou KO

fagocitam muito mais os conídios quando comparados com leveduras. Em

nossos estudos, observamos que, na ausência de TLR-4, a fagocitose dos

conídios é reduzida de maneira estatisticamente significativa, tanto em células

não ativadas quanto ativadas, demostrando a importância desta molécula.

Quando analisamos a fagocitose dos macrófagos WT frente aos KO para

Dectina-1, MyD88 ou NALP3 encontramos um desempenho similar quanto aos

macrófagos WT: a fagocitose aumenta quando os macrófagos são ativados

com IFN-, diferente aos MOs KO-TLR4. (Figura. 7.).

5.2.1.2. Fagocitose diferencial entre leveduras de Paracoccidioides

brasiliensis (isolado Pb18) e Paracoccidioides lutzii (isolado

Pb01) por citometría de fluxo.

Após verificar o padrão de reconhecimento de conídios e leveduras de P.

brasiliensis (isolado Pb18) por macrófagos peritoneais, comparamos se havia

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Resultados 42 Martha E. Urán J.

alguma diferença entre as espécies P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Ao

comparar a fagocitose entre as duas especies, não observamos diferenças

estatísticas quanto à fagocitose por macrófagos WT ou KO para as diferentes

moléculas. Porém, da mesma forma que os conídios, o TLR-4 parece ser a

molécula mais importante no reconhecimento tanto de Pb18 quanto de Pb01.

(Figura 8.).

Figura 8. Fagocitose de conídios e leveduras de P.brasiliensis (isolado Pb18) por macrófagos da linhagem C57Bl/6 selvagens e nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 ou NALP3. O ensaio de fagocitose foi realizado por citometria de fluxo e os resultados obtidos foram expressos como frequência percentual de células duplo-positivas para Pacific Blue (F4/80) e FITC (conídios ou leveduras).

A diferença resultante entre a primeira e a segunda leitura de fagocitose,

sem e com quenching com azul de Trypan, respectivamente, representa as

leveduras aderidas, mas não fagocitadas. Assim, valores elevados dessa

diferença significam que a maioria das leveduras estão aderidas na membrana

e poucas foram fagocitadas. Já valores baixos ou próximos de zero indicam

que quase todas as leveduras foram fagocitadas (Figura 10.).

Quando se compara a fagocitose de Pb18 por Mos-KO não ativados por

IFN- existe diferença estatística em todos os grupos exceto em dectina, sendo

favorável na ausência de TLR-2, TLR-4, MyD88 e NALP3. Nos MO nocautes

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Resultados 43 Martha E. Urán J.

para TLR-4 possivelmente ficam muitas leveduras aderidas, porém, não

fagocitadas.

Figura 9. Fagocitose de leveduras de P. brasiliensis (isolados Pb18) e P. lutzii (isolado Pb01) por macrófagos da linhagem C57BL6 selvagens e nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 ou NALP3. O ensaio de fagocitose foi realizado por citometria de fluxo e os resultados obtidos foram expressos como frequência percentual de células duplo-positivas para Pacific Blue (F4/80) e FITC (leveduras).

Quando comparamos os MOs ativados com IFN- encontramos

diferenças significativas entre Pb18 e Pb01, sugerindo que a efetiva ativação

dos MOs selvagens favorece a fagocitose das leveduras de P. lutzii (Pb01).

Além disso, quando comparamos a fagocitose de P. lutzii por

macrófagos ativados com IFN- e nocautes para algumas moléculas,

observamos que há uma relação favorável nos NALP3-KO e desfavorável nos

TLR4 e Dectina-KO, indicando que P. lutzii precisa destes dois padrões de

reconhecimento para entrar na célula do hospedeiro.

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Resultados 44 Martha E. Urán J.

Figura 10. Análise de leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01) aderidas ou fagocitadas por macrófagos peritoneais selvagens ou nocautes para TLR-2, TLR-4, dectina-1, MyD88 e Nalp3. Valor da diferença resultante entre a primeira leitura de fagocitose e a segunda com azul de Trypan (quenching do FITC) representa as células que ficaram aderidas e não fagocitadas. Portanto, os valores altos significam que há muitas células aderidas e poucas fagocitadas e valores próximos a zero significam células fagocitadas.

5.2.2. Atividade fungicida dos macrófagos de animais da linhagem

C57Bl/6, selvagens (WT) ou nocautes (KO), sobre as leveduras

de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01).

Como observado anteriormente, a adição de IFN- parece não influenciar

fortemente a fagocitose das leveduras. Para entender melhor a função da

ativação por IFN-, avaliamos a atividade fungicida dos macrófagos sobre as

leveduras das duas espécies, P. brasiliensis e P. lutzii.

Podemos observar claramente que a ativação por IFN- aumenta

significativamente a morte intracelular das leveduras pelos macrófagos dos

animais selvagens (Figura. 11). Porém, não foi observada diferença estatística

quando comparamos as espécies de Paracoccidioides spp.

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Resultados 45 Martha E. Urán J.

Figura 11. Unidades Formadoras de Colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos da linhagem C57Bl/6 selvagens (WT), infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo encontra-se a análise estatística comparando células ativadas ou não com IFN- nos isolados de Paracoccidioides spp.

SEM IFN vs COM IFN P < 0.05 Summary

WT Yeast Pb 18 P < 0.05 *

WT Yeast Pl 01 P < 0.05 *

WT Lev Pb18 vs WT lev Pb01 P < 0.05 Summary

SEM IFN P > 0.05 Ns

COM IFN P > 0.05 ns

Macrófagos não ativados de animais TLR-2 e TLR-4 KO fagocitaram com

menos eficiência as leveduras de ambos os isolados (Figura 9 e 10), mas o

desenvolvimento intracelular de leveduras de Pb18 foi eficientemente

controlado. Interessante, quando essas células são ativadas com IFN- não é

observado um controle efetivo do crescimento das leveduras intracelulares

(Figura 12 e 13). Por outro lado, parece que ambos padrões de

reconhecimento são importantes para ativar os macrófagos e conseguir

controlar as leveduras de Pb01. Para o isolado Pb01, os macrófagos dos

animais TLR-4 KO fagocitaram as leveduras com menos eficiência (Figuras 9 e

10). No entanto, o crescimento intracelular não foi controlado pelas células,

mesmo em presença de IFN- (Figura 13). É importante esclarecer que apesar

da diminuição no índice de fagocitose as leveduras de Pb01 pareciam estar

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Resultados 46 Martha E. Urán J.

aderidas e não fagocitadas pelos macrófagos TLR-4 KO, o que pode explicar

também o número aumentado de UFC para este experimento.

Figura 12. Unidades Formadoras de Colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6 selvagens ou nocautes para TLR-2, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo se encontra a análise estatística comparando os macrófagos ativados ou não com IFN- ou os isolados de Paracoccidioides spp.

WT vs TLR2 Bonferroni's Multiple Comparison Test Significant? P < 0.05? Summary

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs TLR2 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs TLR2 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

TLR2 Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

TLR2 Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

TLR2 Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR2 Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

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Resultados 47 Martha E. Urán J.

Figura 13. Unidades Formadoras de Colônias (UFC) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para TLR-4, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo se encontra a análise estatística comparando macrófagos ativados ou não com IFN- ou os isolados de Paracoccidioides spp.

WT vs TLR4 Bonferroni's Multiple Comparison Test Significant? P < 0.05? Summary

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

TLR4 Yeast Pb 18-SEM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

TLR4 Yeast Pb 18-COM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

TLR4 Yeast Pl 01-SEM IFN vs TLR4 Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

Os resultados indicam que, embora a ausência de dectina-1 não reduza o

número de leveduras fagocitadas (Figuras 9 e 10), essa molécula é muito

importante para a ativação dos macrófagos e na morte intracelular de ambos

os isolados estudados (Pb18 e Pb01) na presença ou ausência de IFN- (Figura

14).

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Resultados 48 Martha E. Urán J.

Figura 14. Unidades Formadoras de Colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para dectina-1, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo se encontra a análise estatística comparando macrófagos ativados ou não com IFN- ou os isolados de Paracoccidioides spp.

WT vs DECTINA Bonferroni's Multiple Comparison Test Significant? P < 0.05? Summary

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs DECTINA Yeast Pb 18-SEM IFN P < 0.05 *

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs DECTINA Yeast Pb 18-SEM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs DECTINA Yeast Pb 18-SEM IFN P < 0.05 *

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs DECTINA Yeast Pb 18-SEM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pl 01-COM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

DECTINA Yeast Pb 18-COM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

DECTINA Yeast Pl 01-SEM IFN vs DECTINA Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

A ausência de NALP-3 não influenciou na fagocitose (Figuras 9 e 10) e

nem na ativação dos macrófagos para eliminação intracelular das leveduras

dos dois isolados (Figura 15).

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Resultados 49 Martha E. Urán J.

Figura 15. Unidades Formadoras de Colônias (UFC) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para NALP3, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo se encontra a análise estatística comparando macrófagos ativados ou não com IFN- e isolados de Paracoccidioides spp.

WT vs NALP3 Bonferroni's Multiple Comparison Test Significant? P < 0.05? Summary

WT Yeast Pb 18-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-COM IFN P < 0.05 *

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs WT Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.001 ***

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs NALP3 Yeast Pb 18-SEM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pb 18-COM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pb 18-COM IFN P<0.01 **

WT Yeast Pl 01-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

NALP3 Yeast Pb 18-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pb 18-COM IFN P < 0.05 *

NALP3 Yeast Pb 18-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

NALP3 Yeast Pb 18-COM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-SEM IFN P<0.01 **

NALP3 Yeast Pl 01-SEM IFN vs NALP3 Yeast Pl 01-COM IFN P<0.001 ***

Embora os macrófagos dos animais MyD88-KO tenham apresentado uma

melhor eficiência na fagocitose das leveduras do isolado Pb18 (Figuras 8 e 9),

o crescimento intracelular não foi controlado na presença de IFN- (Figura 16).

Já macrófagos de animais MyD88-KO infectados com Pb01 apresentaram o

mesmo comportamento que os macrófagos selvagens ativados ou não com

IFN- (Figura 16).

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Resultados 50 Martha E. Urán J.

Figura 16. Unidades Formadoras de colônias (UFCs) recuperadas de macrófagos peritoneais de camundongos C57Bl/6, selvagens ou nocautes para MyD88, infectados com leveduras de P. brasiliensis (Pb18) e P. lutzii (Pb01). Abaixo se encontra a análise estatística comparando macrófagos ativados ou não com IFN- ou os isolados de Paracoccidioides spp.

5.2.3. Expressão de moléculas de superfície de macrófagos

peritoneais selvagens (WT) e nocautes (KO) em cultura celular.

5.2.3.1. Receptores de reconhecimento de padrões (PRR), dectina,

receptores de manose, TLR-2 e TLR-4

Nas culturas de macrófagos WT (F4/80+/CD11b+) ativados ou não com

IFN- e infectados com conídios ou leveduras de Pb18 ou leveduras de Pb01, foi

encontrado maior porcentagem de células simples positivas para dectina-1,

população intermediária duplo-positivos para dectina-1 e receptor de manose, e

a menor população encontrada expressava somente receptores de manose.

Este efeito não foi modulado pela adição de IFN- (Figura 17).

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Resultados 51 Martha E. Urán J.

Figura 17. Expressão de dectina-1 e receptor de manose em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras de Pb18 e Pb01 ou conídios de Pb18.

Por outro lado, nas células infectadas tanto por conídos quanto por

leveduras, observou-se uma maior população simples positiva para TLR-2,

uma população intermediária duplo-positiva para TLR-2 e TLR-4, e uma

pequena população expressando apenas TLR-4 (Figura 18).

5.2.3.2. Expressão de moléculas em macrófagos peritoneais

selvagens (WT) infectados ou não com leveduras de Pb18 e

Pb01

Os resultados indicam que a frequência dos macrófagos WT

(F4/80+/CD11b+), TLR2+, TLR4+ ou Dectina1+ não apresentaram diferença

quando foram infectados com Pb18 ou de Pb01 (Figura 19 A, B e C). Quando

comparamos a expresão em células ativadas ou não com IFN-γ vemos que

somente as células (F4/80+/CD11b+) e Dectina1+ estiveram aumentadas

quando ativadas com IFN-γ (Figura 19 C). Já a expressão de TLR2 e TLR4 não

sofreu alteração em porcentagem, porém, o TLR2 teve diferenças quando

analisado por FMI (Figura 19 A).

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Resultados 52 Martha E. Urán J.

Figura 18. Expressão de TLR-2 e TLR-4 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT), ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras Pb18 e Pb01ou conídios de Pb18.

5.2.3.3. Moléculas de apresentação antigênica (MHC de classe II) e

co-estimuladoras (CD80 e CD86).

Observamos que a porcentagem de macrófagos peritoneais

(F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) ativados com IFN-

e que expressam MHC de classe II foi maior em macrófagos infectados, tanto

com conídios de Pb18 quanto com leveduras de Pb18 e Pb01 (Figura 20).

Em relação às moléculas co-estimuladoras CD80 e CD86 encontramos

uma população duplo-positiva maior nas células ativadas com IFN-,

independente da infecção (levedura ou conídio) ou da espécie do fungo (Figura

21).

Na população de células simples-positivas para CD80 encontramos

aumento no grupo infectado com leveduras de Pb18 e Pb01 em relação aos

conídios de Pb18. Acreditamos que o estímulo com IFN- reduz a expressão de

CD80, mas ainda mantém a mesma proporção entre leveduras e conídios

(Figura 21). Na população de células simples-positivas para CD86 observamos

aumento na expressão desta molécula na presença de IFN-. Contudo, não há

diferenças significativas entre conídios e leveduras (Figura 21).

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Resultados 53 Martha E. Urán J.

Figura 19. Expressão de TLR-2 (A), TLR-4 (B) e Dectina-1 (C) em macrófagos

peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT),

ativados ou não com IFN-, incubados com leveduras de Pb18 e Pb01.

A- Expressão de TLR2

B- Expresão de TLR4

C- Expresão de Dectina-1

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Resultados 54 Martha E. Urán J.

Figura 20. Expressão de MHC de classe II em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) (F4/80+/CD11b+) ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios de Pb18.

Figura 21. Expressão de CD80 e CD86 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras de Pb18 e Pb01 ou conídios de Pb18.

Quando analisamos a expresão de moléculas de MHC de classe II por

macrófagos (F4/80+/CD11b+), tanto em selvagens (WT) como em nocautes

(KO), ativadas ou não com IFN-γ e infectada com leveduras das duas espécies

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Resultados 55 Martha E. Urán J.

de Paracoccidioides spp., encontramos que a expressão de MHC de classe II

está reduzida nos macrófagos nocautes para TLR-2 e Dectina-1, tanto em

porcentagem como na intensidade média da fluorescência (Figuras 22 A - B).

Em relação às moléculas co-estimuladoras CD80 e CD86 observamos

que macrófagos nocautes para MyD88 e NALP3 apresentaram um aumento

significativo da população duplo-positiva, quando comparadas com os demas

macrófagos testados, independente da ativação e do tipo de infecção. O

mesmo perfil foi encontrado quando foi analisada a intensidade média de

fluorescência das mesmas (dados não mostrados).

Figura 22. Porcentagem de células (A) e Intensidade média da fluorescência (FMI) (B) de MHC de classe II em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) e nocautes (KO), ativadas ou não com IFN- e infectados com as duas espécies de Paracoccidioides spp.

A - Porcentagem de células que expressam moleculas de MHC de classe II

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Resultados 56 Martha E. Urán J.

B - Intensidade media da fluorescência (FMI) de moléculas de MHC de classe II

Figura 23. Porcentagem de células que expressam CD80 e/ou CD86 em macrófagos peritoneais (F4/80+/CD11b+) de camundongos C57Bl/6 selvagens (WT) e nocautes (KO), ativados ou não com IFN-, e infectados com duas espécies de Paracoccidioides spp.

5.2.4. Produção de citocinas no sobrenadante de culturas de

macrófagos peritoneais selvagens (WT) e nocautes (KO),

ativados ou não com IFN- e infectados ou não com leveduras de

Pb18 e Pb01 e conídios de Pb18.

As citocinas foram detectadas no sobrenadante de culturas de

macrófagos selvagens (WT) e nocautes (KO), ativadas ou não com IFN-, e

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Resultados 57 Martha E. Urán J.

incubados junto com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18) por 36 horas.

Estes sobrenadantes correspondem a três experimentos independentes, os

quais foram realizados em paralelo com aqueles de análise de UFC e

expressão das moléculas de membrana. Portanto, é possível inferir uma

relação direta da expressão das citocinas com a morte do fungo.

5.2.4.1. Produção de IFN-gama

Na análise da produção de IFN- nos sobrenadantes das culturas dos MOs

WT observamos que os conídios têm maior capacidade de induzir expressão

de IFN- do que as leveduras e que não existe diferença de produção desta

citocina entre o controle e os macrófagos infectados com as duas espécies de

leveduras de Paracoccidioides spp. (Figuras 24 A e B). Já em relação aos

nocautes, somente os MOs Dectina-1-KO apresentaram um aumento na

expressão de IFN- acima do expressado pelos MO Dectina-1-KO não

infectados, porém sem diferença entre as partículas com que foram infectados,

nem comparado com os MO WT. Este dado sugere que a mesma célula pode

estar induzindo um aumento da expressão do IFN- para ter um feedback

positivo de ativação sobre ela mesma (Figura 24B).

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Resultados 58 Martha E. Urán J.

Figura 24 A. Produção de IFN- no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18). A B

Figura 24 B. Produção de IFN- no sobrenadante de cultura de MOs Dectina-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18).

5.2.4.2. Produção de GM-CSF

A infecção com leveduras de P. lutzii consegue aumentar a produção de

GM-CSF nos sobrenadantes dos MOs WT ativados com IFN- e, quando

analisadas outras co-culturas, encontramos uma diminuição da produção desta

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Resultados 59 Martha E. Urán J.

citocina com relação ao controle WT, porém, com níveis aumentados em

relação aos controles não infectados dos respectivos MO-KO testados (Figura

25).

Figura 25. Produção de GM-CSF no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18) ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01). A B

5.2.4.3. Produção de IL-6

Os conídios de Pb18 conseguiram diminuir a produção de IL-6 nas co-

culturas de MO-WT (Figuras 26 A). De modo similar, quando MO Dectina-1-KO

são infectados, a redução desta citocina está presente nos macrófagos

ativados deste KO quando comparados aos infectados com as leveduras

(Figuras 26 B).

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Resultados 60 Martha E. Urán J.

Figura 26 A. Produção de IL-6no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18) ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01). A B

Figura 26 B. Produção de IL-6 no sobrenadante de cultura de MOs Dectina-1-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18).

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Resultados 61 Martha E. Urán J.

5.2.4.4. Produção de TNF-α

Os conídios de Pb18 conseguiram aumentar a produção de TNF-α nas

co-culturas de MO-WT e os níveis desta molécula não variaram com relação ao

controle sem infecção quando as células foram infectadas com leveduras.

(Figuras 27 A).

Já nos MO nocautes para TLR-2 ou Dectina-1, os conídios conseguiram

induzir uma alta produção de TNF-α. Já as leveduras de P. lutzii conseguiram

atingir esses valores somente quando infectam MO TLR2-KO. Resultado

oposto foi obtido com MO Dectina-1-KO. As leveduras de Pb18 não pareceram

induzir nenhuma variação em qualquer das culturas de MO (Figuras 27 A e B).

Figura 27 A. Produção de TNF-α no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18) ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01). A B

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Resultados 62 Martha E. Urán J.

Figura 27 B. Produção de TNF-α no sobrenadante de cultura de MOs nocautes para TLR-4 ou Dectina-1, ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18).

5.2.4.5. Produção de IL-1

A produção de IL-1 foi regulada positivamente pela infecção por conídios

e leveduras, tanto nos MOs selvagens quanto nos nocautes, sem muita

diferença quando ativados ou não com IFN- (Figuras 28), com exceção dos MO

TLR2-KO que apresentaram uma baixa produção desta citocina.

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Resultados 63 Martha E. Urán J.

Figura 28. Produção de IL-1 no sobrenadante de cultura de MOs WT

ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18)

ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01).

A B

5.2.4.6. Produção de IL-10

Esta citocina está presente apenas quando cultivos de macrófagos WT

não ativados com IFN- são infectados com leveduras de Pb01. Nas demais co-

culturas, os níveis desta citocina não superam os níveis dos controles, exceto

nos macrófagos de NALP3-KO, onde se nota um aumento de produção

(Figuras 29).

Figura 29. Produção de IL-10 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18) ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01). A B

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Resultados 64 Martha E. Urán J.

5.2.4.7. Produção de IL-12p70

Os níveis desta citocina foram aumentados quando macrófagos WT foram

infectados com conídios e leveduras de Pb18. Porém, a infecção por P.lutzii

reduziu a produção desta citocina (Figuras 30 A). Já em macrófagos de TLR4-

KO a produção de IL-12p70 foi aumentada com conídios e leveduras de Pb01,

e em MOs Dectina-KO esta citocina esteve aumentada quando a infecção foi

realizada com leveduras de Pb18 (Figuras 30 B).

Figura 30 A. Produção de IL-12p70 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com (A) conídios vs leveduras (Pb18) ou (B) leveduras (Pb18 vs Pb01). A B

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Resultados 65 Martha E. Urán J.

Figura 30 B. Produção de IL12p70 no sobrenadante de cultura de MOs TLR-2 e Dectina-1-KO ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01) ou conídios (Pb18).

Outras citocinas foram detectadas nos sobrenadantes de culturas de

macrófagos infectados somente com os isolados de Paracoccidioides spp. De

maneira interessante, o MIP-2 foi produzido somente quando os macrófagos,

não ativados, são infectados pelas duas espécies de Paracoccidioides spp.

(Figura 31) e a IL12p40 está aumentada, sem importar a ativação com IFN- ou

a levedura com que foram infectados.

Figura 31. Produção de MIP-2 no sobrenadante de cultura de macrófagos WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01).

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Resultados 66 Martha E. Urán J.

Figura 32. Produção de IL-12p40 no sobrenadante de cultura de MOs WT ativados ou não com IFN- e incubados com leveduras (Pb18 e Pb01).

5.3. Ensaios in vivo, desenvolvimento de um modelo experimental

em camundongo com Paracoccidioides lutzii – isolado Pb01.

5.3.1. Determinação do número total de Unidades Formadoras de

Colônia no macerado de pulmão.

Foi possível recuperar UFC apenas nos macerados de pulmões dos animais

infectados até a primeira semana pós-infeção. Posteriormente a esse tempo,

não se obteve crescimento das mesmas em cultura (Figura 33). É interessante

observar que já nas 48horas pós-infecção, havia redução de dez vezes na

contagem inicial de CFU e que esta diminuição continuou até o dia 7, chegando

a valores próximos de zero na recuperação do fungo nos macerados. Foi

obtida diferença estatística significativa quando se comparam todos os tempos.

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Resultados 67 Martha E. Urán J.

Figura 33. Determinação do número total de Unidades Formadoras de Colônia no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados intratraquealmente com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01.

Comparações multiples de Bonferroni P < 0.05? Valoração

0hs (3-6hs) vs 48hs (2d) Yes ***

0hs (3-6hs) vs 96hs (4d) Yes ***

0hs (3-6hs) vs 168hs (7d) Yes ***

5.3.2. Determinação de citocinas em lavado broncoalveolar (LBA) e no macerado de pulmão.

Para entender melhor o comportamento de citocinas no modelo e compará-las

com a carga fúngica, este foi dividido em duas partes: a fase aguda, que vai

desde 0hs (3-6hs) pós-infeção até a primeira semana; e a segunda fase, que

poderíamos denominar de fase de resolução (pela ausência de UFC), sendo

esta fase tardia, indo desde a quarta semana até a semana 12 pós-infecção.

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Resultados 68 Martha E. Urán J.

5.3.2.1. Fase aguda do modelo experimental (0hs até 1 semana pós-

infecção).

Neste período foram encontrados níveis muito altos de citocinas pró-

inflamatórias, como a IL-6, IFN-, TNF-α, MCP-1 e MIP-2, sendo os níveis mais

altos encontrados no LBA. Para o macerado de pulmão, encontramos em

ordem de início de detecção, o MCP-1, IL-6, TNF-α e MIP-2. É importante

destacar que o IFN- somente foi produzido a níveis importantes no LBA,

indicando que esta molécula predomina diferencialmente no alvéolo como local

de entrada. Este fato nos leva a pensar que nesse primeiro local, onde as

células devem se ativar para fagocitar as leveduras que atingiram os alvéolos.

No LBA, a citocina com maior aumento foi a IL-6 que, como se sabe, é

produzida pelos macrófagos e pode se difundir aos tecidos com facilidade,

aumentando a resposta inflamatória local. É interessante notar que a primeira

citocina com detecção de aumento majoritário do tecido pulmonar foi à

quimiocina MCP-1 que recruta monócitos, células dendríticas e células T de

memória, que amparam o local de inflamação (Figura 34.).

Figura 34. Produção de citocinas de perfil pró-inflamatório em LBA e macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii (isolado Pb01), no período agudo (0hs até 1sem pós-infecção). A. mostra o perfil de citocinas no LBA e B. mostra o perfil em macerado de pulmão.

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Resultados 69 Martha E. Urán J.

5.3.2.2. Fase tardia ou de resolução do modelo experimental (4 a 12

semanas pós-infecção).

5.3.2.2.1. Determinação em macerado de pulmão

Em geral, e como resumo do perfil de citocinas no macerado de pulmão,

observamos que as citocinas que foram determinadas se agruparam em três

para o período tardio, isso quando analisadas só aquelas que apresentaram

estatística significativa. O primeiro grupo foi representado por citocinas que

começaram com níveis baixos e foram aumentando ao longo do experimento

(GM-CSF, TNF-α, IFN-, MIP-2, IL12p70, IL-23) (Figura 35, A, B, C, D, E, F e

Figura 36). O segundo, apresentou aquelas que aumentaram no início,

diminuiram entre a primeira e segunda semana e, finalmente, aumentaram em

seguida (IL12p40, IL-1, IL-10, IL-6, IL-4) (Figura 35, G, H, I, J, K e Figura 35). O

último grupo só apresentou uma citocina como representante, o MCP-1 (Figura

35 - L), que teve a sua máxima expressão às 48 horas pós-infeção e foi

diminuindo gradualmente no transcorrer dos tempos estudados (Figura 36).

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Resultados 70 Martha E. Urán J.

Figura 35. Níveis de citocinas no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01. Valores de P<0.001 (***), P<0.01 (**) e P < 0.05 (*).

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Resultados 71 Martha E. Urán J.

Figura 36. Esquema representativo do perfil de citocinas no macerado de pulmão de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01, avaliados de 0h até 12 semanas pós-infecção.

5.3.2.2.1. Determinação em lavado broncoalveolar (LBA)

Considerando os níveis de citocinas no LBA, não foi obtido um perfil

característico no período tardio. Para a MCP-1, foi visto que estava aumentado

na fase inicial, diminuiu na 4ª semana e logo aumentou novamente na 8ª

semana. Mas, vale ressaltar que a GM-CSF foi a citocina que teve os maiores

níveis quando mensurada à 0hs. É importante ressaltar que o período de

0horas correspondeu ao período de 3-6 horas devido ao fato de que a infecção

dos camundongos é realizada por cirurgia e inoculação intratraqueal, os

camundongos devem se recuperar da inoculação e da anestesia para depois

se realizar o sacrifício. Portanto, o valor de 0hs corresponderia ao que

verdadeiramente corresponde ao experimento in vitro de fagocitose (6 horas)

pelo qual não é estranho que algumas citocinas se expressem rapidamente em

resposta ao inóculo e à fagocitose inicial. Após este período, os níveis de GM-

CSF diminuem subitamente, possivelmente como resposta à alta carga de

citocinas pró-inflamatória no LBA e no tecido, porém os níveis aumentaram

novamente e são mantidos até a semana 12 (Figura 37).

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Resultados 72 Martha E. Urán J.

Figura 37. Niveis de citocinas no lavado broncoalveolar (LBA) de camundongos C57BL6 infectados com 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii isolado Pb01. Valores de P<0.001 (***), P<0.01 (**) e P < 0.05 (*).

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Resultados 73 Martha E. Urán J.

5.3.3. Análise histopatológica

Nossos resultados indicaram que a infecção dos animais foi eficiente, pois

encontramos as leveduras nos pulmões dos animais C57Bl/6 após 3 horas de

infecção. No segundo dia, observamos uma resposta inflamatória que atingiu

mais de 50% da área pulmonar. Este infiltrado inflamatório parece reduzir-se e

ficar mais definido nas áreas peribronco-vascular, após 7 dias de infecção

(Figura 38). Os animais foram analisados após 12 semanas de infecção e

avaliada a presença de infiltrado granulomatoso nos pulmões.

5.3.3.1. Verificação do caráter infeccioso dos conídios de P. lutzii no

modelo experimental e análise dos tempos tardios.

Na verificação do modelo in vivo como o modelo clássico de conídios de

Pb60855, os nossos camundongos C57Bl/6 foram infectados por via intranasal

com 1x106 conidios de Pb01, conforme descrito previamente (20, 100, 105). Os

animais foram sacrificados em câmara de CO2 após 12 semanas de infecção.

Os tecidos de pulmões, fígado e baço foram removidos para serem

incorporados em blocos de parafina, cortados e corados com hematoxilina-

eosina e submetidos à análise histológica.

Conforme o previsto, a infecção com leveduras indicou uma resposta

mais homogênea em relação ao infiltrado inflamatório nos tecidos dos animais,

neste mesmo período de estudo, 12 semanas (Figura 39). Em relação aos

camundongos infectados com conídios, os tecidos desses animais após 12

semanas apresentaram resposta altamente diversa. Este resultado é esperado,

pois, no caso dos conídios eles precisam transformar-se em leveduras para

causar a doença. Observamos pulmões com pouco infiltrado inflamatório e

grandes áreas preservadas até granulomas frouxos ou compactados, ou centro

fúngico ativo (Figura 40).

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Resultados 74 Martha E. Urán J.

Figura 38: Corte histológico, corado por HE ou Grocott, de pulmão de camundongos C57Bl/6 infectados com 1x106 leveduras de Pb01 pela via intratraqueal.

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Resultados 75 Martha E. Urán J.

Figura 39. Cortes histológicos de pulmão de Camundongos BALB/c, C57Bl/6 e B10/A infectados por via intranasal com 1x106 conídios de P. brasiliensis (Pb60855) e sacrificados após 12 semanas de infecção (n=3). Animais controles foram inoculados, também por via intranasal, com 60 ul de cloreto de sódio (figura não mostrada). Lâminas foram coradas por HE.

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Resultados 76 Martha E. Urán J.

Figura 40. Cortes histológicos de pulmão de Camundongos C57Bl/6 foram infectados por via intranasal com 1x106 conídios de P. lutzii – Pb01 e sacrificados após 12 semanas de infecção. Cada corte histológico de pulmão representa um camundongo (n=5) - linhas 1 e 2. Na linha 3, os cortes histológicos de pulmão de camundongos C57Bl/6 utilizados como controles e inoculados, também por via intranasal, com 60 ul de cloreto de sódio. Lâminas foram coradas por HE.

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Discussão 77 Martha E. Urán J.

6. DISCUSSÃO

6.1. Culturas e purificação dos propágulos.

Apesar das dificuldades encontradas, foi possível purificar, pela primeira

vez, usando o meio quimicamente definido (ágar água dextrose e sais), os

conídios do isolado Pb18 e Pb01-like (P. lutzii – atualmente considerada uma

nova espécie) (Figura 1). Apesar de outros pesquisadores já terem descrito a

capacidade de esporulação dos isolados de Pb18 e Pb01-like (15, 110), esses

testes foram realizados no meio Soil Extract Agar (SEA) (111) ou ágar batata,

os quais não são meios apropriados para a produção em escala de conídios a

serem usados em experimentação ex-vivo ou in vivo.

Embora seja possível produzir conídios das diferentes espécies de

Paracoccidioides e propágulos (conídios ou leveduras) de P. lutzii, que

apresentam um tamanho relativamente maior quando comparados aos isolados

do clado S1 (Pb18), estes dados morfológicos não permitem fazer

caracterização de espécies, tal como foi demonstrado em trabalhos

preliminares (110, 112). Portanto, trabalhos focados neste sentido podem

ajudar na diferenciação de espécies que no momento apenas pode ser feita

através de metodologias moleculares ou por proteômica.

Apesar de ter estabelecido o sistema de produção de conídios de P.

brasiliensis e P. lutzii, foi observado que o controle de umidade é um fator

relevante para o crescimento adequado do fungo e que as condições

ambientais não controladas junto com as mudanças de umidade relativa do ar

no decorrer do ano, tem uma influência direta sobre o crescimento do bolor e

na produção dos conídios. Estes dados podem ser comparados com os dados

eco-epidemiológicos reportados por Barrozo LV, 2009 e 2010 (36, 113), já que

os locais com alta umidade relativa, abundância de vegetação, índice de

precipitação elevada e permeabilidade do solo associada a cursos de água são

considerados fatores favoráveis para a esporulação e dispersão aérea do

fungo.

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Discussão 78 Martha E. Urán J.

6.2. Efeito do P10 in vitro sobre a transformação e o crecimento de

Paracocccidioides spp.

De acordo com o estudo de Sano, 1993 (114), que mostra que para

melhorar o crescimento fúngico em UFC foi adicionado sobrenadante de

cultura do isolado Pb192, considerado de baixa virulência em modelos animais.

É importante ressaltar que nestes filtrados encontram-se proteínas

extracelulares como gp43, enzimas e outros compostos do próprio meio de

cultura.

Também, sabe-se que a gp43 é uma molécula envolvida na adesão às

células do hospedeiro (115), e que o P10 não só tem efeito imunomodulador na

PCM, no modelo em camundongos, mas também no melanoma (Filipe

Menegatti de Melo, Manoela Tiago dos Santos e Elaine Guadalupe Rodrigues,

comunicação pessoal). Considerando que o fungo é também uma célula

eucariótica e que o P10 é um fragmento importante da gp43, levantamos a

hipótese de que esta molécula provavelmente poderia ter outras implicações no

“Quorum sensing” ou na formação de biofilmes do fungo, temas que ainda não

foram bem examinados.

6.3. Ensaios de fagocitose de propágulos de Paracoccidiodes spp.

Observamos que a fagocitose dos conídios, pela metodologia de

citometria de fluxo, apresenta um perfil igual ao descrito por Gonzales

(2003)(100), utilizando macrófagos peritoneais residentes, da linhagem

BALB/c, ativados com 50U/ml de IFN-, e usando o isolado de P. brasiliensis

60855. Porém, a capacidade fagocítica dos macrófagos de linhagens selvagem

medianamente suscetíveis (C57Bl/6 e BALB/c), são mais eficientes quando

ativados com IFN-. Por outro lado, esta capacidade não distingue entre os

propágulos infectantes com os quais foram infectados (leveduras ou conídios),

nem o tipo de isolado (Pb18, Pb60855 e Pb01). Estes dados devem ser

correlacionados com a capacidade fungicida dos macrófagos, quando a

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Discussão 79 Martha E. Urán J.

medição de UFC se refere, devido ao fato dos dados prévios não serem

suficientes, nem conclusivos estatísticamente.

Demonstrou-se que na fagocitose dos conídios do isolado Pb18, o TLR4

é uma molécula importante para acessar na célula. No entanto, outras

moléculas de reconhecimento testadas como o TLR2 e Dectina, e que o

acoplador intracelular MyD88 não interferem no processo de reconhecimento

inicial dos conídios. Porém, os conídios são fagocitados com maior facilidade

pelos macrófagos dos animais KO em comparação com as leveduras de Pb18.

Da mesma forma que para os conídios, o TLR4 parece estar envolvido no

reconhecimento tanto de leveduras de Pb18 como de Pb01-like e não há

diferença no reconhecimento entre as espécies de P. brasiliensis e P. lutzii

pelos macrófagos testados.

Quando comparada a fagocitose de P. lutzii em células ativadas com IFN,

observa-se uma significância estatística favorável nos animais NALP3-KO e

desfavorável nos camundongos TLR4 e Dectina-KO, indicando que

provavelmente P. lutzii precisa destes padrões de reconhecimento para entrar

na célula do hospedeiro.

6.4. Atividade fungicida dos macrófagos de animais C57Bl/6

selvagens (WT) ou nocautes (KO) sobre propágulos de

Paracoccidioides.

Os padrões de reconhecimento TLR2 e TLR4 são importantes na

fagocitose das leveduras de ambos isolados, enquanto que, aparentemente, os

macrófagos de TLR4 permanecem com as leveduras aderidas na membrana,

porém, não fagocitadas. Em relação à contenção do desenvolvimento das

leveduras encontramos que TLR2, TLR4 e dectina são importantes fatores para

ativação de mecanismos que controlam o crescimento das leveduras, sendo a

dectina o mais importante, devido a que não se consegue o controle das CFU

nem na prescença de IFN-. No caso dos MOs TLR2 e TLR4-KO, os

macrófagos não ativados conseguem controlar a infecção de Pb18, mas não de

Pb01.

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Discussão 80 Martha E. Urán J.

Os nossos resultados demonstraram que tanto a fagocitose como a morte

intracelular dependem de TLR-4 para o isolado Pb18, assim como de MyD88,

sugerindo que esse adaptador esteja sendo movimentado pela ativação de

outro TLR nessas células. A morte intracelular das leveduras depende também

da ativação de dectina. Embora os macrófagos KO para MyD88 e NALP3

apresentem uma menor capacidade fagocitica, eles conseguem controlar o

crescimento das leveduras tanto quanto os MOs selvagens. O MyD88 é uma

proteína intracelular, adaptador universal, para quase todos os TLR (com

exceção de TLR-3) para ativar o fator de transcrição NF-kB, que é importante

para a regulação da resposta imune. Nossos dados mostram que MyD88 é

fundamental na contenção do crescimento intracelular do fungo e está

correlacionado com os resultados prévios mostrados por outros autores (40,

42).

6.5. Expressão de moléculas de superfície de macrófagos WT e KO,

em cultura celular.

Não foram detectadas diferenças entre conídios e leveduras de P.

brasiliensis – Pb18 e P. lutzii – Pb01-like sobre a expressão de receptores de

reconhecimento de padrões, TLR-2 e TLR-4, dectina ou manose, em

macrófagos de camundogos C57Bl/6 infectados. Por outro lado, para a

expressão de moléculas envolvidas na apresentação de antígenos (MHC II,

CD80 e CD86) pelas células infectadas com conídios ou leveduras de ambos

isolados, foi observada uma diminuição da expressão em porcentagem, assim

como, em intensidade média de fluorescência de moléculas MHC classe II nos

MOs TLR2 e Dectina-KO, enquanto que a expressão de moléculas co-

estimuladoras CD80+/CD86+ somente aumentou nos MOs MyD88 e NALP3-

KO.

Embora os MOs MyD88 e NALP3-KO apresentam uma fagocitose

diminuída, eles conseguiram reduzir o número de UFC e expressar mais

moléculas de reconhecimento de padrões e também MHC e moléculas

coetimulatorias CD80+CD86+.

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Discussão 81 Martha E. Urán J.

Além de não atingir uma adequada fagocitose do fungo, os MOs de TLR2 e

Dectina-KO não reduziram o número de UFC das leveduras fagocitadas, nem

expressão de moléculas de apresentação antigênica MHC classe II e

moléculas co-estimuladoras CD80+/CD86+, que são fatores importantes para a

entrada, contenção e apresentação do fungo pelos macrófagos.

6.6. Produção de citocinas no sobrenadante de culturas de MO

Os conídios de Pb18 mostraram ser um forte indutor de IFN-, TNF-alfa e

IL12p70 nos cultivos de MO-WT depois de 36hs de incubação, além do

aumento na expressão de algumas moleculas, foi possível a diferenciação de

leveduras de P. brasiliensis e P. lutzii (Tabela 6). Isto sugere que os conídios

estão induzindo o aumento da expressão dessas moléculas nos MOs, que

poderia ter um efeito feedback positivo mesmo sobre células ou para ativação,

recrutamento ou amadurecimento de outras células sobre seu entorno. É

conhecido que TNF-α e IFN- são potentes ativadores da resposta imune aguda

e da reação inflamatória, ativação do sistema complemento, ativação do

endotélio vascular, liberação de óxido nítrico e aumento da permeabilidade, o

que leva a uma dilatação e aumento da permeabilidade vascular, que conduz

ao recrutamento de outras células inflamatórias. IL12p70, além de estimular a

producção IFN-γ e TNF-α por outras células como as natural killer (NK),

também participa na diferenciação de células T native em células Th1. E

paralelamente, os conídios conseguem diminuir a quantidade de IL-6, além por

baixo dos valores das células não infectadas ativadas ou não com IFN-γ, sendo

este outro dos dados diferenciais entre a infecção com conídios e leveduras.

Portanto, a deficiência dos fatores testados com os MOs nocautes

demonstram que os padrões de reconhecimento de patógenos são moléculas

importantes para a ativação dos MOs, e que na ausência destas, os níveis de

TNF-αe IFN- não são produzidos nos mesmos níveis como os MOs WT,

quando infectados com conídios ou leveduras fungo.

Com relação às diferenças entre P. lutzii e P. brasiliensis observamos que

a infecção dos macrófagos com P. lutzii levou a um incremento dos níveis de

IL-10 e GM-CSF.

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Discussão 82 Martha E. Urán J.

Outro dado relevante foi o fato de que a IL-1 esteve regulada

positivamente em todos os cultivos e com os diferentes tipos de infecção ou

ativação, em maior o menor grau, exceto nos MO TLR2-KO, portanto a

presença de TLR2 na infecção pode estar regulando positivamente o aumento

da IL-1.

Tabela 6. Resumo geral sobre a produção de citocinas no sobrenadante de culturas de MO quando infectados com conídios ou leveduras de Paracoccidioides spp.

As setas indicam aumento ou diminuição de uma ou várias vezes o valor

quando comparados com os níveis de citocinas de MO/WT não infectado. Entre

parenteses se explica se a mudança foi a uma condição especifica de ativação.

N/A=quando a citocina não foi determinada.

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Discussão 83 Martha E. Urán J.

6.7. Modelo Experimental em Paracoccidioides lutzii

A maioria dos estudos em P. lutzii tem sido focados em análises

moleculares de genética ou em outros casos, na geração de novos antígenos

para melhorar o diagnóstico sorológico da doença. Neste estudo exploramos

um modelo experimental, em camundongos, que mostra pela primera vez o

perfil imunológico da doença experimental e como pode estar modulando

diferentes aspectos da doença.

Nosso grupo tentou realizar a infecção com diferentes inóculos e vias de

administração de Pb01-like em camundongos BALB/c, porém sem sucesso.

Quando utilizamos a linhagem C57Bl/6, que também é considerada

intermediária no modelo de sucetibilidade ao fungo, conseguimos estabelecer a

doença e iniciar o estudo com leveduras e conídios de P. lutzii – Pb01-like, na

concentração de 1x106 leveduras (intratraqueal) ou conídios (intranasal).

Estes primeiros fatossobre o modelo de P. lutzii é importante para poder

determinar se realmente existem diferenças na indução da doença pelas duas

espécies reportadas de Paracoccidioides spp.

Encontramos no perfil agudo (3hs, 2, 4 e 7 dias) um infiltrado

inflamatório similar ao reportado por outros autores (48, 100), quando

infectados com leveduras ou conídios em camundongos suscetíveis,

intermediários ou resistentes.

É interessante porque, comparativamente com os modelos animais de

Paracoccidioides, tanto infectados com conídios como com leveduras, os níveis

de UFC diminuiram também perto da primeira ou segunda semanas pós-

infecção, porém voltam a aparecer na 8a ou 12ª semana de infecção. Com isso,

podemos sugerir que a infecção por 1x106 leveduras viáveis de P. lutzii é

controlada efetivamente antes da segunda semana pós-infecção.

Encontramos os níveis de citocinas, quando determinadas no LBA,

aumentados e estatisticamente significativos na fase aguda, dados similares

estiveram presentes nos tempos agudos da doença na comparação com os

resultados reportados em P. brasiliensis (48, 100).

Nas citocinas, que foram determinadas no período tardio do modelo,

encontramos níveis altos e estatisticamente significativos no macerado do

pulmão, o que significa, como já foi descrito por outros pesquisadores, as

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Discussão 84 Martha E. Urán J.

citocinas são expressas de forma órgão-dependente e diferencialmente no

tempo. E aquelas citocinas que regularam a infecção no alvéolo inicialmente na

fase tardia, foram expressas no macerado de pulmão. Este é o efeito

denominado como compartimentalização da resposta imune, e demostrado na

PCM experimental induzida com os conídios de Pb60855 (100) e em outras

doenças como pneumocistose(116).

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Conclusões 85 Martha E. Urán J.

7. CONCLUSÕES

Estes resultados permitem demonstrar que condições adequadas de

temperatura e umidade são fatores críticos para a produção de conídios de

diferentes espécies de Paracoccidioides spp., em meios de cultura que

asseguram a qualidade dos conídios para experimentação com animais e

culturas celulares. Estes dados morfológicos não são garantia para

diferenciação entre as espécies. Novos estudos focados neste sentido, podem

ajudar na diferenciação de espécies que até agora, só pode ser feita por

metodologias moleculares.

A continuidade dos estudos relacionados com o efeito que o peptídeo P10

pode ter sobre o crescimento do próprio fungo ou diretamente sobre as células

do hospedeiro necessitam de investigação mais profunda.

Os nossos dados validam alguns dos estudos preliminares, nos quais, os

conídios e as leveduras de P. brasiliensis são fagocitados avidamente por

macrófagos de linhagens WT ativadas com IFN-, podendo associar que os

efeitos de reconhecimento pelo macrófago sejam similares frente as duas fases

do fungo.

Nossos dados de fagocitose de conídios e leveduras de P. brasiliensis e

P. lutzii indicaram que o TLR4 é o principal fator de reconhecimento, tanto de

fase como de espécie, e se correlacionam com os dados publicados por outros

pesquisadores, os quais sugerem que Paracoccidioides utiliza TLR2, TLR4 e

Dectina para ganhar acesso a macrófagos murinos, neutrófilos humanos e que

essa relação é refletida na produção de citocinas, podendo ser considerada

como um mecanismo patogênico na paracoccidioidomicose (107).

Nosso laboratório conseguiu estabelecer o sistema de produção de

conídios de Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii graças ao investimento em

equipamentos e reagentes apropriados, além de manter a umidade relativa

necessária, considerando que as condições ambientais na cidade de São

Paulo não são adequadas para o crescimento na fase de bolor, devido às

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Conclusões 86 Martha E. Urán J.

mudanças de umidade relativa no decorrer do ano, o qual influencia

diretamente sobre o crescimento do fungo.

A variação anual da umidade influenciou nos resultados obtidos. A média

não superou os 60% e algumas semanas, nos meses mais secos, ficou inferior

a 30%. Nas condições laboratoriais registramos faixas de 25 a 50% UR

semelhantes aos índices locais reportados pelos centros de gerenciamento da

Prefeitura e do Estado de São Paulo.

Os experimentos preliminares mostraram que é possível produzir conídios

do isolado ATCC60855, o qual tem sido reportado como o isolado padrão para

produção de conídios. Obtivemos conídios de Pb18, assim como do isolado

Pb01 de Paracoccidioides lutzii. Purificamos pela primeira vez conídios destes

isolados e realizamos alguns experimentos preliminares tanto in vitro, ex vivo e

in vivo.

É imprescindível continuar com a produção de conídios para atingir os

objetivos originalmente estabelecidos no projeto, considerando que a

quantidade de conídios necessários para os experimentos in vivo é bem

elevada, 4x106 conídios por animal.

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Anexos 87 Martha E. Urán J.

8. ANEXOS

Anexo 1. Folhas Comitês de Ética

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Anexos 88 Martha E. Urán J.

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Anexos 89 Martha E. Urán J.

Anexo 2.

Meios de Cultura usados para o crescimento dos fungos

Meio de cultura Sabouraud Dextrose-Asparagina-Tiamina (SAT)

P. brasiliensis é capaz de sintetizar de novo todos os nucleotídeos e os

aminoácidos, com a única exceção da asparagina (117). Portanto, para facilitar

a transformação in vitro de bolor para levedura é utilizado um meio rico com

suplemento de asparagina e tiamina (118, 119).

BBL Sabouraud Dextrose BD TM (caldo ou agar) quantidade recomendada pelo

fabricante

L-asparagina (0.14%)

tiamina (0.01%)

BHI-Suplementado, Meio de cultura para CFU.

O Meio BHI-suplementado usado foi descrito por Kurita et al. (1993) (49,

95), e foi modificado de acordo com as condições do laboratório, com bons

resultados na recuperação das UFC.

Brain Heart Infusion (BHI);

4% de Soro fetal bovino (Gibco) (substitui o soro de cavalo, Kurita et al 1993 );

0,5 % D-(+) glicose (Sigma-Aldrich);

EDTA (Sigma-Aldrich), 300 μM de concentração final;

5 % de sobrenadante filtrado de cultura de levedura de P.brasiliensis, isolado

Pb192 (crescido em BHI por 15 dias a 37°C e em agitação constante a 150

RPM);

1,5 % de ágar granulado DifcoTM (Becton Dickinson, co., Le Pont de Claix,

França).

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Anexos 90 Martha E. Urán J.

Meio de cultura quimicamente definido, “Modiffied McVeigh-Morton”

(MMcM).

O meio quimicamente definido o “McVeigh-Morton” atualmente utilizado

para culturas de fungos foi modificado por Restrepo A and Jimenez B (1980)

(Restrepo, 1980 #2223) e passou a se denominar “Modiffied McVeigh-Morton”

(MMcM).

Tabela 1. Estoque de vitaminas.

Componentes Quantidade por 100 ml

Hidrocloreto de tiamina 6.0 mg

Niacina 6.0 mg

Pantotenato de Cálcio 6.0 mg

Inositol 1.0 mg

Biotina 0.1 mg

Riboflavina 1.0 mg

Ácido fólico 10 mg

Cloreto de colina 10 mg

Hidrocloreto de piridoxina 10 mg

Depois de preparado em água destilada estéril, deve ser filtrado em 0,25 um e

estocado a -20°C em tubos protegidos da luz. É sugerido estocar em volumes

de 10 ml (quantidade necessária para preparar 1L de MMcM). Não se

aconselha usar vitaminas que foram descongeladas por muito tempo.

Tabela 2. Estoque de traços de elementos.

Componente Quantidade per 100 ml

H3B03 5.7 mg

CuSO4-5H20 15.7 mg

Fe(NH4)2(SO4)2-6H20 140.4 mg

MnSO4-14H20 8.1 mg

(NH4)6-Mo7024-4H20 3.6 mg

ZnSO4-7H20 79.2 mg

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Anexos 91 Martha E. Urán J.

Depois de preparado em água destilada estéril deve ser filtrado em 0,25 um e

estocado a -20°C. É sugerido estocar em volumes de 1ml (quantidade

necessária para preparar 1L de MMcM).

Estoque de penicilina-gentamicina

Concentração final no meio deve ser de:

Penicilina: 50 U/ml de meio de cultivo

Gentamicina: 16 ug/ml de meio.

Para preparação do estoque se utilizam antibióticos de uso hospitalar (ampolas

de 5.000.000 U de penicilina e 80 mg/ml de Gentamicina).

Diluir uma ampola de penicilina de 5.000.000 U/I em 80 ml de água estéril e

distribuir 8 ml por tubo e estocar (pode congelar -20°C), ajustar o volume a 10

ml com os 2 ml de gentamicina.

Deste estoque se usa 1ml por litro de meio (98, 120, 121)

Tabela 3. Preparação do MMcM

Componente Quantidade per litro

Glicose 10.0 g

KH2PO4 1.5 g

MgSO4-7H20 0.5 g

CaCl2-2H20 0.15 g

(NH4)2-SO4 2.0 g

L-Asparagina 2.0 g

L-Cistina 0.2 g

Suplementos Agar, Vitaminas, elementos traços e

antibióticos

Dissolver os primeiros 6 componentes (da glicose até a asparagina) em 1000

ml de água destilada sob agitação constante. Se aconselha dissolver um a um

os reagentes para não formar pedras de sal na solução.

A L-cistina é dissolvida em outro recipiente de vidro com NaOH 1N,

adicionando gota por gota até estar diluída completamente. Nesse momento

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Anexos 92 Martha E. Urán J.

deve ser adicionada ao restante dos reagentes que já estão em solução e

agitação.

Ajustar o pH para 7,0 com NaOH 1N ou 6N gota por gota. Para ajustar o pH

não deve ser usado HCL (pode mudar a composição dos reagentes e precipitar

os sais). Portanto, o ajuste com NaOH 1N deve ser feito devagar.

Para preparar MMcM líquido deve-se deixar o agitador magnético dentro do

recipiente, para o procedimento de clareamento final. Para o preparo do meio

solido não é necessário agitar, apenas adiciona-se 13 g de bacto agar (1,3%)

Deve-se esterilizar a 121ºC por 15 min, a 121 libras de pressão.

Posteriormente, segue a agitação, clareamento, e então são adicionados as

vitaminas, traços e antibióticos.

Para o meio sólido, deve-se esfriar um pouco o meio, de forma a não inativar

as vitaminas e antibióticos antes de suplementar, sendo usado cada litro de

meio 10 ml do estoque de vitaminas, 1ml do estoque de traços e 1ml do

estoque de antibióticos. Depois disto, o meio pode ser distribuído em

recipientes estéreis.

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Anexos 93 Martha E. Urán J.

Anexo 3.

Tabela 4. Relação de Fluorocromos e anticorpos utilizados para Citometria de

fluxo.

Painel de marcação para fagocitoses

FITC para marcar leveduras e conídios.

F4/80 Pacific Blue

Painel de expressão A

CD11b PE-Cy™7

F4/80 Pacific Blue

CD80 PerCP-Cy™5.5

CD86 (B7-2) APC

CD282 (TLR2) PE

TLR4/CD284 FITC

Painel de expressão B

CD11b PE-Cy™7

F4/80 Pacific Blue

Dectin-1/CLEC7A PE

MMR FITC

MHC Class II (I-A/I-E) APC

Anticorpos Fluorescência Clone Referência Marca

CD11b PE-Cy™7 M1/70 552850 BD Pharmingen

F4/80 Pacific Blue BM8 123124 Biolegend

CD80 PerCP-Cy™5.5 16-10A1 560526 BD Pharmingen

CD86 (B7-2) APC GL1 17-0862-82 eBioscience

CD282 (TLR2) PE 6C2 12-9021-82 eBioscience

TLR4/CD284 FITC MTS510 IMG-428C IMAGENEX

Dectin-1/CLEC7A PE 218820 FAB17561P R&D Systems

MMR FITC C068C2 141704 Biolegend

MHC-II (I-A/I-E) APC M5/114.15.2 17-5321-82 eBioscience

N/A FITC N/A F7250-50 Sigma-Aldrich

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Anexos 94 Martha E. Urán J.

Anexo 4.

Tabela 5. Relação dos kits de ELISA utilizados para determinação de citocinas

e quimiocinas de camundongo.

Nome Marca Referência

IFN-gama BD Bioscience 551866

IL-6 BD Bioscience 555240

GM-CSF BD Bioscience 555167

IL-4 BD Bioscience 555232

MCP-1 BD Bioscience 555260

IL12p40 BD Bioscience 555165

IL12p70 BD Bioscience 555256

IL-10 BD Bioscience 555252

TNF-alfa BD Bioscience 555268

IL-1 eBioscience 88-7013-88

IL-23 eBioscience 88-7230-88

MIP-2 R&D Systems DY452E

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