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Martina Sofia Carvalho Barbosa
Alunos sem medo de falar: A interação oral
na aula de língua estrangeira
Universidade do Minho
Instituto de Educação
Outubro de 2016
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2016
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Martina Sofia Carvalho Barbosa
Alunos sem medo de falar: A interação oral
na aula de língua estrangeira
Relatório de estágio Mestrado em Ensino de Inglês e de Espanhol no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
Trabalho realizado sob orientação: Doutora Maria Alfredo Ferreira Freitas Lopes Moreira
Doutor Pedro Dono López
Outubro 2016
iii
AGRADECIMENTOS
Segura que seria uma tarefa árdua agradecer a todos os que me acompanharam e apoiaram na
realização e concretização deste trabalho, desejaria, não obstante, de destacar o apoio incondicional da
minha família, nomeadamente, os meus pais, David Barbosa e Almerinda Carvalho; o meu irmão, Bruno
Barbosa, pelo incentivo que desde início me deram e pela confiança que desde sempre me depositaram,
quer neste ano, quer em todo o meu percurso académico.
Ainda neste leque permanece a minha segunda família, os meus melhores amigos, que também
fizeram parte deste projeto, entre os quais ressalto o Ruben Ribeiro, a Ana Cardoso e Hugo Machado, nunca
esquecendo os meus fiéis colegas de mestrado, com quem partilhei mágoas e desafogos, Cátia Barbosa,
Carla Meneses e Márcio Azevedo.
Agradeço, do mesmo modo, aos meus supervisores, Maria Alfredo Moreira e Pedro Dono, pela
motivação, cooperação e conversas que durante todo este percurso académico me forneceram e me
ajudaram a tornar-me mais autónoma e confiante do trabalho desenvolvido. Assim como também gostaria
de agradecer aos meus professores Anabela Rato, Paula Guimarães e Ana Cea, pelas dicas, experiências e
conselhos partilhados, que me amadureceram enquanto pessoa e profissional.
Agradeço também à escola que me acolheu neste ano de estágio e a toda a comunidade nela
envolvida, nomeadamente as minhas professoras orientadoras cooperantes: Maria Lurdes Alves e Carina
Soares por toda a disponibilidade e aprendizagens que me transmitiram, e acima de tudo, pela amizade
que me proporcionaram. Ainda nesta escola, agradeço ao professor Berto Lima, que me acolheu e integrou
na mesma.
Por último, mas igualmente importante, agradeço aos meus alunos, da turma de Inglês e Espanhol,
que como primeiros alunos nunca serão esquecidos e acima de tudo, reforçaram o porquê de querer ser
professora.
Em suma, um enorme obrigado a todos os mencionados e por mencionar, que de uma forma ou
de outra, fizeram parte deste processo tornando-o possível e prazeroso.
iv
v
Alunos sem medo de falar: A interação oral na aula de língua estrangeira
Martina Sofia Carvalho Barbosa
Mestrado em Ensino de Inglês e de Espanhol no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
RESUMO
O presente relatório de estágio insere-se na realização do estágio profissional do Mestrado em
Ensino de Inglês e Espanhol no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e tem como objetivo
central o desenvolvimento da Interação Oral (IO) na aula de Língua Estrangeira (LE) através de materiais
motivadores para os alunos. A principal finalidade é que os alunos percam o medo de falar na LE.
Este estágio realizou-se numa escola semiprivada, numa turma do 8º ano de escolaridade a Inglês
e uma turma do 11º ano do ensino secundário a Espanhol, ambas no nível A2 de iniciação. Devido à
desvalorização da competência oral existente em termos avaliativos na escola e a sobrevalorização da
competência linguística dos alunos, escolhi como tema do projeto de intervenção a IO, a fim de colmatar
esta lacuna que tinha vindo a observar – o facto de os alunos estarem despreparados quanto ao uso da LE
para fins comunicativos e, consequentemente, o uso excessivo da Língua Materna (LM) para interagirem e
participarem na sala de aula.
Os principais objetivos deste projeto foram: 1. Caraterizar o perfil dos alunos como aprendentes;
2. Diagnosticar as dificuldades dos alunos na IO; 3. Promover a autonomia do aluno através de atividades
motivadoras de IO na sala de aula; 4. Fomentar a reflexão sobre a IO como um processo autorregulado; 5.
Avaliar o impacto e o resultado das atividades de IO propostas aos alunos. Para o efeito, após a delineação
dos principais objetivos para a intervenção pedagógica passei às estratégias a implementar no grupo-alvo.
Para isto foi necessária uma escolha meticulosa de materiais que vão ao encontro dos interesses
dos alunos, tornando-os agentes ativos e interativos em sala de aula.
Foi, igualmente, realizada uma investigação-ação, através de instrumentos como questionários,
observações, reflexões e grelhas de observação que foram desenvolvidos em função dos objetivos
supramencionados. Este processo de investigação-ação procurou levar a dinâmica social que os alunos têm
fora da sala de aula para a mesma – através do trabalho cooperativo e reflexivo. Foi sempre pedido aos
alunos para refletirem sobre o que aprenderam, desenvolvendo assim a sua autonomia e capacitando-os
de conseguirem identificar as suas dificuldades.
Palavras-chave: Interação Oral; Língua Estrangeira; Língua Materna
vi
vii
Fearless speaking students: Oral interaction in the second language classroom
Martina Sofia Carvalho Barbosa
Professional Practice Report
Masters in English and Spanish Teaching in Basic and Secondary Education
ABSTRACT
This report is carried out within the scope of the Master´s degree in English and Spanish
Teaching in Basic and Secondary Education. The main objective was to develop Oral Interaction (OI) in
second language learning through motivating materials. The main focus is to foster speaking skills in
Foreign Language (FL) students.
The Practicum was carried in a semi-private school in an 8th grade English class and in an 11th
grade Spanish class, both in A2 initiating learning level.
Due to the fact that, in this school, oral skills were undervalued in assessment, and, students’ linguistic
skills were overvalued, I’ve chosen OI as my project’s theme in order to counteract this deficiency that I’d
been observing – the fact that students are not well prepared regarding the use of the FL to communicate
and, consequently, the excessive use of their mother tongue (MT) to interact and to participate in the
classroom.
The main objectives of the project were: 1.To characterize the students’ profile as learners; 2. To
diagnose the students’ difficulties regarding oral interaction; 3. To promote students’ autonomy through
motivating oral interaction activities; 4. To encourage reflection on the OI as a self-regulated process and 5.
To evaluate the impact and the result of the oral interaction activities developed with students. After
delineating the main goals for my educational intervention I implemented several strategies in both classes.
To meet the students’ interests a meticulous choice of materials and themes was required in order
to make them active and interactive agents in the classroom.
At the same time, an action research methodology was developed through questionnaires,
observations, reflections, and observation grids to meet the goals above.
This action research process aimed at taking the students’ social dynamics that outside of the
classroom into the classroom – through cooperative and reflective work. Students were often asked to reflect
on what they had learnt, thus developing their autonomy and making them capable to identify their own
difficulties.
Key words: Oral interaction; Foreign Languages; Mother Tongue
viii
ix
ÍNDICE
Agradecimentos iii
Resumo v
Abstract vii
Lista de siglas xi
Índice de gráficos xii
Índice de tabelas xiii
Índice de quadros xv
Índice de figuras xvii
INTRODUÇÃO 19
CAPÍTULO I - DA ANÁLISE DO CONTEXTO AO PLANO DE INTERVENÇÃO 21
1.1 - Que professora pretendo ser? 21
1.2 - Processo de investigação- ação 23
1.2.1 - Observação de aulas 23
1.2.2 - Questionário inicial e final 25
1.2.3 - Questionários de autorreflexão 26
1.3 - Caracterização da escola 27
1.4 - Caracterização das turmas 28
1.4.1 - A turma de Inglês 28
1.4.2 - A turma de Espanhol 29
1.4.3 - Análise do questionário inicial 30
1.5 - Plano de intervenção 36
1.5.1 - Primeiras intervenções - aula 0 na turma de Inglês e de Espanhol 36
1.5.2 - Tema e objetivos da intervenção 38
1.5.3 - Metodologia de ensino – Enfoque por tarefas 41
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA 43
2.1. O debate 43
2.1.1. Primeiro debate na turma de Inglês 44
x
2.1.2. Segundo debate na turma de Inglês 46
2.1.3. Primeiro debate na turma de Espanhol 49
2.1.4 Segundo debate na turma de Espanhol 51
2.2. A curta-metragem 52
2.2.1. A curta-metragem realizada na turma de Espanhol 53
2.3. A Discussão de ideias 55
2.3.1. A discussão na turma de Inglês 56
CAPÍTULO III - AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA 59
3.1 - Reflexão dos alunos sobre as atividades 59
3.1.1 - Na turma de Inglês 60
3.1.2 - Na turma de Espanhol 60
3.2 - Questionário final 62
CONSIDERAÇÕES FINAIS 69
REFERÊNCIAS 73
ANEXOS 77
Anexo 1 – Grelha adaptdata de observação de aulas de Inglês 78
Anexo 2 – Grelha adaptada de observação de aulas de Espanhol 80
Anexo 3 – Questionário inicial de Inglês e Espanhol 82
Anexo 4 – Cartões de natal para aula 0 de Inglês 85
Anexo 5 – Sequência didática “Teens and Media” (Status: Are you online or offline?) 87
Anexo 6 – Grelha de observação focalizada para a IO – debate sobre o Facebook 93
Anexo 7 – Materiais usados para o debate sobre a homossexualidade 95
Anexo 8 – Grelha de observação focalizada para a IO – debate sobre a adoção homossexual 96
Anexo 9 – Grelha de observação focalizada para a IO – debate sobre a atividade de leitura 98
Anexo 10 – Grelha de observação focalizada para a IO – debate sobre as redes sociais 99
Anexo 11 – Sequência didática “Relaciones Personales” 100
Anexo 12 - Grelha de observação focalizada para a IO – curta-metragem realizada 104
Anexo 13 – Sequência didática “Green Living” 105
Anexo 14 – Grelha de observação focalizada para a IO – Discussão na turma de Inglês 109
Anexo 15 - Questionário final de Inglês e Espanhol 111
Anexo 16 – Atividade de Natal de Espanhol no jornal da escola 113
xi
LISTA DE SIGLAS
LE – Língua Estrangeira
LM – Língua Materna
IO – Interação Oral
TA – Turma alvo
QECRL – Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas
PEE – Projeto Educativo da Escola
E-A – Ensino-Aprendizagem
xii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Motivos para aprenderem a língua inglesa (questionário inicial)
Gráfico 2 – Motivos para aprenderem a língua espanhola (questionário inicial)
Gráfico 3 – Trabalho na sala de aula na turma de Inglês (questionário inicial)
Gráfico 4 – Trabalho na sala de aula na turma de Espanhol (questionário inicial)
Gráfico 5 – À vontade para falar a língua inglesa (questionário inicial)
Gráfico 6 - À vontade para falar a língua inglesa (questionário inicial)
Gráfico 7- Motivos para aprenderem a língua inglesa (questionário final)
Gráfico 8 - Motivos para aprenderem a língua espanhola (questionário final)
Gráfico 7 – Trabalho na sala de aula na turma de Inglês (questionário final)
Gráfico 8 - Trabalho na sala de aula na turma de Espanhol (questionário final)
Gráfico 9 - À vontade para falar na língua inglesa (questionário final)
Gráfico 10 - À vontade para falar na língua espanhola (questionário final)
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Impedimentos para falar a língua na turma de Inglês e Espanhol (questionário inicial)
Tabela 2- Dificuldades dos alunos nas turmas de Inglês e Espanhol na interação oral (questionário inicial)
Tabela 3 - O que os alunos fazem quando não sabem exprimir uma ideia nas turmas de Inglês e Espanhol
(questionário inicial)
Tabela 4- Atitude face ao erro nas turmas de Inglês e Espanhol (questionário inicial)
Tabela 5- Atividades que mais motivam os alunos das turmas de Inglês e Espanhol para praticar a IO
(questionário inicial)
Tabela 6- Primeiro questionário de autorreflexão sobre o debate a Inglês
Tabela 7- Segundo questionário de autorreflexão sobre o debate a Inglês
Tabela 8- Primeiro questionário de autorreflexão sobre o debate a Espanhol
Tabela 9 - Segundo questionário de autorreflexão sobre o debate a Espanhol
Tabela 10 – Questionário de autorreflexão sobre a curta-metragem a Espanhol
Tabela 11 – Questionário de autorreflexão sobre a discussão na aula de Inglês
Tabela 12 – Impedimentos para falar a língua na turma de Inglês e Espanhol (questionário final)
Tabela 13 – Dificuldades dos alunos nas turmas de Inglês e Espanhol na IO (questionário final)
Tabela 14 – O que os alunos fazem quando não sabem exprimir uma ideia nas turmas de Inglês e Espanhol
(questionário final)
Tabela 15 – Atitude face ao erro nas turmas de Inglês e Espanhol (questionário final)
Tabela 16 – Atividades que mais motivam os alunos das turmas de Inglês para praticar a IO (questionário
final)
Tabela 17 - Atividades que mais motivaram os alunos na turma de Espanhol para praticar a IO (questionário
final)
xv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Objetivos, dimensões e subdimensões do questionário inicial
Quadro 2 - Objetivos, estratégia e informação a recolher da intervenção
xvii
ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Nuvem de palavras na turma de Inglês
Figura 2 – Nuvem de palavras na turma de Espanhol
19
INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio, elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino de Inglês e
Espanhol no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, tem como objetivo central a
descrição do desenvolvimento do projeto de intervenção pedagógica centrado na Interação Oral (IO)
na aula de Língua Estrangeira (LE). A principal finalidade deste projeto era criar alunos sem medo
de falar, abarcando duas turmas de ciclos diferentes: um 8º ano de escolaridade da turma de Inglês
e um 11º ano do ensino secundário da turma de Espanhol, ambas num nível A2 na LE.
A escolha do tema deveu-se principalmente ao facto de considerar que a IO está presente
ao longo da vida, quer nas relações humanas, quer nas pedagógicas. Foi portanto meu objetivo levar
esta dinâmica e interação que é adquirida nas relações interpessoais para dentro da sala de aula
uma vez que “Learning a new language should be as meaningful as any other social activity. It should
entail the same dynamic tension that enlivens real-life encounters” (Pietro, 1987: vii). Deste modo, o
papel do professor na sala de aula descentralizado, tornando o aluno num agente ativo e central do
processo ensino-aprendizagem.
A primeira fase de desenvolvimento do projeto – a observação de aulas – possibilitou o
levantamento de problemáticas emergentes em sala de aula, entre as quais a IO destacou-se pela
passividade dos alunos e o uso excessivo da Língua Materna (LM). Assim sendo, fui analisando e
recolhendo dados e informações acerca das turmas-alvo, refletindo e avaliando a direção e a
pertinência da minha intervenção pedagógica.
Adicionalmente, fui-me apercebendo o quão despreparados os alunos estão quando
abandonam o ensino obrigatório, no que toca a usar a língua estrangeira na oralidade. O mesmo se
constata em termos avaliativos na escola onde desenvolvi o estágio, havendo uma desvalorização
desta componente e por conseguinte, uma sobrevalorização da componente escrita (no 3º ciclo
valendo 20% e no secundário 30% da avaliação final). Como se pode constatar pela posição
defendida por Bygate (1987):
Speaking is in many ways an undervalued skill. […] Speaking is, however, a skill which deserves attention every bit as much as literary skills, in both first and second languages. Our learners often need to be able to speak with confidence in order to carry out many of their most basic transactions. It is the skill by which they are most frequently judged, and through which they may make or lose friends. It is the vehicle par excellence of social solidarity, of social ranking, of professional advancement and of business. […] Perhaps then, the teaching of speaking merits more thought (p. vii).
Com o objetivo de conseguir que os alunos adquirissem a autoconfiança necessária e a
autonomia para interagir na língua-meta, tentei sempre promover aulas interativas e dinâmicas
20
visando possibilitar e estimular interações orais espontâneas. Para devensolver este tipo de díalogo,
aliei-me à investigação-ação realizada através de questionários, reflexões, observações e descoberta
das suas motivações e interesses, assim como, os seus pontos mais frágeis, tentando suprir as suas
dificuldades. Em simultâneo, fui criando um ambiente propício à troca de saberes na sala de aula
conforme dito por Freire (2012): “Através da partilha de saberes e experiências, o aluno alarga as
suas perspetivas e constrói ativamente o seu conhecimento. Nesta interação, o professor também
aprende” (p. 48).
Numa outra aboragem, o uso da língua em situações espontâneas torna o ato comunicativo
mais eficaz e significativo, mas, para que tal aconteça, parte de nós professores proporcionarmos
momentos propícios ao mesmo. Porém, tendo sempre em mente que o professor deve repousar “o
ensino e a aprendizagem das línguas nas necessidades, motivações, características e recursos dos
aprendentes” (Conselho da Europa, 2001: 21)
Este relatório apresenta duas fases distintas, porém, complementares: 1) a caracterização
do contexto do estágio, sendo esta a fase mais rica em disponibilização de informação que me irá
levar à próxima fase; 2) o desenvolvimento da intervenção pedagógica, sendo esta fase mais prática
e já inserida no contexto acima referido. O capítulo I iniciará com a minha abordagem ao ensino, ou
seja, o tipo de professora que pretendo ser. Adicionalmente, contemplará o enquadramento teórico
do projeto de intervenção, assim como a sua contextualização na escola e nas turmas-alvo. Ainda
neste capítulo serão apresentados resultados da primeira fase de investigação-ação que
possibilitaram a delineação dos objetivos e estratégias da intervenção pedagógica, baseadas no
contexto de intervenção e na literatura específica da área.
No capítulo II, de forma pormonarizada, será descrito o relatório do projeto: o desenho de
materiais motivadores para os alunos; as estratégias implementadas em sala de aula; a perceção e
o impacto obtido nos alunos, recolhidos através dos instrumentos de autorregulação e investigação;
e a análise da sua evolução através de grelhas de observação focalizadas na IO. Como anteriormente
referido, esta segunda fase dirá respeito à prática pedagógica propriamente dita.
O capítulo III focar-se-á na avaliação da intervenção pedagógica descrita no capítulo II,
através da reflexão elaborada pelos alunos e da análise dos dados obtidos através do questionário
final entregue a ambas as turmas de intervenção, Inglês e Espanhol.
Por fim, contemplará um balanço final de todo este processo e experiência, relacionando-o
com o impacto que teve e terá na minha formação pessoal e profissional.
21
CAPÍTULO I – DA ANÁLISE DO CONTEXTO AO PLANO DE INTERVENÇÃO
1.1. Que professora pretendo ser?
A relação professor/aluno tem vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos. Esta situação tem feito com que, cada vez mais, o professor sinta a necessidade de procurar estratégias que lhe possibilitem um melhor relacionamento com os seus alunos e, consequentemente, o estabelecimento de um ambiente facilitador da aprendizagem na sala de aula (Vieira, 2000: 19).
Neste subcapítulo pretendo abordar a minha prespetiva do que é para mim ser professor e
do que pretendo ser no meu futuro profissional. Uma vez que este relatório é pessoal e retrata todo
o ano de estágio, penso ser pertinente apresentar a minha abordagem ao ensino, uma vez que esta
difere de professor para professor.
Desde cedo que reflito sobre o que é ser professor e ensinar. Aliada à literatura, a reflexões
e à experiência de ter sido aluna concluí que ensinar é um conceito que sofreu transformações ao
longo do tempo, sendo que, por definição, é a transmissão de conhecimentos do professor para o
aluno.
Nos anos em que estive na posição de aluna apercebi-me que o ambiente criado em sala
de aula era pouco favorável à discussão e troca de ideias, sendo quase possível considera-lo como
palestras, nas quais o professor falava e nós ouvíamos, sem espaço para a interação e assim “revela
o gosto elitista, portanto antidemocrático, do educador que, desta forma, não escutando o educando,
com ele não fala. Nele deposita seus comunicados” (Freire, 2012: 106). Atualmente estes papéis na
sala de aula têm sofrido alterações: antigamente o professor era visto como um agente autoritário e
protagonista do processo de aprendizagem, como única fonte dos saberes, tornando os alunos como
meros agentes passivos no contexto da sala de aula. Felizmente agora, o aluno apresenta-se como
um produtor ativo e crítico na sala de aula, desenvolvendo assim autonomia, conferindo ao professor
um papel de orientador e facilitador da aprendizagem uma vez que “Formar é muito mais do que
puramente treinar o educando no desempenho de destrezas” (Freire, 1997: 15).
Além de professora, procuro ser uma educadora, amiga dos meus alunos, pois reconheço
que, por vezes, os professores esquecem-se do poder que a palavra certa, na hora certa, tem no
futuro destes alunos. No decurso do estágio, procurei estabelecer uma relação próxima com os
alunos e, sempre que possível, providenciar feedback positivo. Isto justifica-se pela necessidade e
pelo efeito do reforço positivo na autoconfiança e sentido de valor próprio, que tanto necessitam, e
que de facto faz a diferença na sua postura na sala de aula.
22
É aqui que o professor tem um papel importante, ao poder ajudar os seus alunos a contruírem uma posição de vida positiva. Muitas vezes, o professor acaba por ser a única pessoa que transmite a essas crianças ou jovens uma mensagem positiva, de confiança, de encorajamento (Vieira, 2000:31).
Esta falta de feedback positivo, que também pode ser visto como o elogio sincero, existe
porque “Há professores que criticam muito e elogiam pouco, com medo de perderem a sua
autoridade” (Estanqueiro, 2012: 25) e esquecem-se que o próprio elogio, além de reforçar a
autoestima do aluno, pode e ajuda o aluno a tornar-se mais autónomo “tornando-o capaz de valorizar
os seus esforços e prescindir dos estímulos do professor” (Estanqueiro, 2012: 25). E é nisto que nós
professores temos que nos focar pois “Promover a autonomia do aluno é um objectivo essencial da
educação” (Estanqueiro, 2012: 25).
No que concerne ao feedback proveniente dos alunos (ou falta dele), e por experiência
própria, apercebi-me que alguns professores tendem a neglegenciar os alunos do fundo da sala, que
normalmente são aqueles que se escondem e esperam não ser chamados a participar. Tal não pode
acontecer, e como foi mencionado anteriormente, se o feedback positivo do professor tem valor para
o aluno, também o feedback dos alunos para o professor é igualmente importante, pois isto
determina se o ensino ocorre de forma clara e explícita, ou seja: “ Para o professor, o feedback
proveniente dos seus alunos acaba por ser a informação de que necessita para ter a certeza se a
sua comunicação é ou não eficaz (…) são sinais que o professor deve estar atento, pois revelam,
muitas vezes, a clareza ou não do seu discurso” (Vieira, 2000: 18). Como professores temos que
estar atentos a todo o grupo-alvo, nunca esquecendo os alunos mais passivos porque até mesmo
um olhar vazio deve ser levado como um feedback, e neste caso, deve haver a reformulação do que
foi dito anteriormente.
Tudo isto não invalida o facto de que o professor continuar a ser a pessoa ao encargo de
estabelecer ordem na sala de aula e para tal, complementando o que disse previamente, fui e
pretendo ser uma professora assertiva. A postura assertiva não é mais que “ser capaz de exprimir a
sua personalidade sem suscitar hostilidades naqueles que o rodeiam, é saber dizer “não” sem se
sentir culpado, é ter confiança em si e saber tomar decisões difíceis, é saber desenvolver
comunicações honestas e abertas num clima de inovação e tolerância face aos desacordos que
surgem no dia-a-dia” (Chalvin, 1989: 26). Assim cria-se respeito mútuo em sala de aula, sem abuso
de poder pois o comportamento assertivo “não é mais do que ser directo, honesto e respeitoso ao
interagir com os outros” (Lloyd, 1993: 7). Adotar esta postura, numa situação de conflito (que
existem e sempre irão existir), permitir-me-á um processo de negociação em que o objetivo principal
23
é saber resolvê-lo com seriedade e ponderação, clarificando potenciais duvidas e procurando
alcançar a satisfação de ambas as partes.
Do meu ponto de vista, a postura assertiva possibilita enfrentar as situações de indisciplina,
e indo mais além, poderá colmatar as mesmas, pois tal como o professor José Morgado (1999)
defende: “o bom professor não é aquele que lida bem com a indisciplina, mas o que tem poucas
situações com que lidar” (p. 40).
Em suma, cada caso é um caso e todos os alunos devem ser tratados de forma
personalizada. Embora este ano me tenha ajudado a perceber o tipo de professora que procuro ser
(também com a ajuda das professoras cooperantes), também me ajudou a perceber o tipo de
professora que não quero ser. No entanto, ainda tenho mais para aprender e só com a experiência
o conseguirei pois “Não há um aluno padrão. Todos os alunos são diferentes” (Estanqueiro, 2012:
12).
1.2. Processo de investigação-ação
Nesta secção pretendo dar a conhecer o processo de investigação pedagógica que implicou
o uso de instrumentos de investigação que apoiaram o melhor conhecimento do contexto da
intervenção: a observação de aulas, os questionários inicial e final e os questionários de autorreflexão.
Sendo que a caracterização do contexto esteve unida quer à observação de aulas, quer a uma recolha
prévia de dados nas turmas de intervenção abordarei num primeiro momento a apresentação e
explicação dos métodos utilizados para o efeito. Posteriormente descreverei a análise detalhada do
contexto - escola e turmas. A investigação conduzida e os recursos usados procuraram abordar os
primeiros objetivos delineados para o projeto: caraterizar o perfil dos alunos como aprendentes de
LE e diagnosticar as dificuldades dos alunos na IO.
1.2.1. Observação de aulas
Com o objetivo de analisar o contexto de intervenção e a própria construção do projeto foram
utilizados instrumentos de investigação que tiveram como premissa facilitar a implementação do
mesmo. Este projeto de investigação-ação teve como base três tipos de instrumentação de
investigação: a observação de aulas, os questionários inicial e final e os questionários de
autorreflexão. Uma vez que todos se complementam, esta análise estará em constante diálogo com
24
a instrumentação, sendo que a primeira implica uma análise qualitativa e as restantes, uma análise
quantitativa. O PEE (Projeto Educativo da Escola) também foi analisado, pois também faz parte da
contextualização de todo o estágio.
A primeira fase consistiu na observação das aulas e neste momento as orientadoras
cooperantes deram-me a possibilidade de escolher a turma na qual implementaria o meu projeto.
Deste modo, optei por escolher turmas de ciclos diferentes procurando enriquecer ao máximo a
minha experiencia neste estágio curricular: verifiquei as diferenças subjacentes aos diferentes ciclos
de ensino – neste caso, Inglês 3º ciclo do ensino básico e Espanhol no 11º ano do ensino secundário.
Deste modo, iniciei a observação das aulas, que diz respeito à fase inicial do projeto
(absorção de informação inerente às aulas das turmas), onde foi possível analisar e compreender a
diversidade e heterogeneidade que iremos encontrar no nosso futuro profissional: cada turma possui
características específicas e cada aluno é diferente. No meu caso estas diferenças são mais salientes
devido ao que foi mencionado anteriormente, à faixa etária e ao facto de os interesses dos alunos
serem distantes e divergentes. Devemos enfrentar estas diferenças e falar sobre as mesmas a fim de
encontrar harmonia e um ambiente propício à aprendizagem pois “Aprender a hablar de todo ello es
un camino para aprender a convivir en la diferencia y para encontrar vías de entendimientos entre
las personas” (Camps, 1994: 41).
Devido a estas diferenças, às dificuldades e à falta de IO observada na sala de aula, percebi
que esta é uma lacuna no ensino e que, por vezes, os professores esquecem-se que “El aula es un
espacio de vida y, como tal, fuente y contrastes, diferencia de pareceres, tensiones, conflictos, que
tendrán que ser resueltos con el diálogo” (Camps, 1994: 41).
Ainda na observação de aulas, a fim de ter um fio condutor da recolha de dados utilizei uma
grelha de observação adaptada para Inglês e Espanhol, respetivamente (v. Anexos 1 e 2) para o
registo da informação observada das aulas das orientadoras cooperantes. Nesta grelha pretende-se
perceber o método de ensino adotado, a reação dos alunos face ao ambiente de aprendizagem e a
postura da professora cooperante e dos alunos na sala de aula. Ainda neste momento, consegui
aperceber-me dos interesses, dificuldades e motivações dos alunos, que irão ser complementados
com o segundo instrumento de investigação, o questionário inicial para aferir o perfil dos
aprendentes.
Com as observações de aulas apercebi-me que, apesar de as orientadoras cooperantes
possuírem metodologias e posturas muito diferentes em sala de aula, ambas conseguem eficazmente
ensinar os alunos. Cada professor tem a sua abordagem, desenvolvida através de diversos fatores:
25
desde a experiência, valores, ética, moral… Contudo, há uma premissa que deve (ou tem) de estar
presente no professor e é transversal a qualquer disciplina: “o papel do professor é muito mais
importante do que o de um simples instrutor” (Montessori, 1983: 77). Como tal, não deveremos
nunca desvalorizar a competência do saber ser, que faz parte, na minha perspetiva, do que é
realmente ser professor.
Neste sentido, e no ensino de LE, creio que o diálogo tem que estar presente em qualquer
conteúdo a ser abordado. Por um lado, por haver abertura à discussão de ideias e, por outro, por
usar a língua-meta que estão a aprender para o efeito, contudo “es importante que el ambiente les
permita sentirse lo bastante seguros para dar el salto hacia lo desconocido” (Littlewood, 1994: 114).
Ambas as professoras cooperantes seguem o manual e as aulas observadas mostraram ser
maioritariamente expositivas, ou seja, as professoras assumem o papel principal na sala de aula, e
dão a conhecer aos alunos a matéria do livro. Porém, e tendo em consideração o meu tema, penso
que “no son las más adecuadas para que los estudiantes desarrollen capacidades como buscar,
seleccionar, organizar y presentar información, trabajar en equipo, afrontar y resolver problemas
reales, aplicar técnicas y destrezas prácticas, desarrollar el pensamiento crítico u otras habilidades”
(Quinquer, 2005: 31). Por tanto ao longo do ano letivo é necessário “complementarlas utilizando
también otros métodos didácticos” (Quinquer, 2005: 31). Com base nesta primeira fase do projeto,
delineei o meu papel no decurso da minha intervenção pedagógica. Saliento ainda que esta primeira
fase (observação de aulas) foi crucial para todo o restante estágio porque este método baseia-se em
“procedimentos que envolvem a colheita, organização e utilização da informação dos
comportamentos dos alunos, de tal forma que ele desconhece que está a ser naquele momento
objeto de avaliação” (Domingos, Neves & Galhardo, 1984: 225).
1.2.2. Questionário inicial e final
Para complementar a observação, também foram realizados dois questionários: o inicial,
entregue no primeiro mês de aulas, e o final, entregue no último dia das aulas lecionadas, nas
turmas-alvo.
O questionário inicial (v. Anexo 3) foi dividido em três partes: o perfil do aluno, para
diagnosticar as suas preferências e dificuldades em geral, assim como em relação às duas línguas
estrangeiras; o trabalho em sala de aula, para diagnosticar as dificuldades e preferências dos alunos
nas atividades desenvolvidas em sala de aula; e, por fim, as questões respetivas à IO. Sendo este o
26
meu tema de intervenção pedagógica, as questões visaram aferir a posição dos alunos em relação
ao uso da IO na aula de LE, assim como as atividades que mais os motivam a usar a língua para
comunicarem entre si.
O uso dos questionários (inicial e final) e a análise dos dados obtidos tem como finalidade
caracterizar o perfil do aluno e as suas preferências, assim como a sua evolução e o efeito da
metodologia de ensino adotada. Uma vez que foram realizados em anonimato supõe-se a fiabilidade
das respostas, uma vez que não existem medos ou constrangimentos por parte dos alunos ao realizar
os mesmos.
No diagnóstico, melhoria e verificação dos resultados, a avaliação torna-se didacticamente útil quando permite diagnosticar e inventariar necessidades de aprendizagem, fornecer um conhecimento detalhado das diversas condições dos alunos, traduzir qualitativa e quantitativamente o que os alunos apreenderam em função de um dado contexto de ensino. Para o professor, torna-se útil quando permite reformular o processo de ensino/ aprendizagem, seleccionar e utilizar “métodos e recursos educativas” alternativos em função dos resultados dos alunos, orientar a sua “intervenção na relação com os alunos”, dialogar com “outros professores e com os encarregados de educação (Pacheco, 1994: 19-20).
1.2.3. Questionários de autorreflexão
Este instrumento vem complementar o uso dos questionários de opinião, que visam
promover a reflexão sobre a própria aprendizagem da parte dos alunos. Como tal, após uma
sequência didática ou um grupo de aulas lecionadas, o questionário foi entregue a cada aluno com
o objetivo de refletirem individualmente sobre o que aprenderam e, também, para eu perceber o que
deve ser melhorado e alterado nas minhas futuras práticas pedagógicas. Pois, como professora,
acredito que o aluno deva fazer parte ativa deste processo: possibilitando a sua reflexão acerca das
suas dificuldades e permitindo uma melhor adaptação da minha parte face ao que falhou na aula -
isto acontece “quando o próprio interessado faz parte dos seus resultados e se esforça por descrever
a origem das suas dificuldades” (Cardinet 1983: 118) e porque “a avaliação que o aluno faz do seu
próprio trabalho permite que ele saiba o que aprende e como aprende, e assim tome decisões
relativamente a futuras aprendizagens” (Vieira & Moreira, 1993: 36). Segundo Zenhas et al:
La metacognición es pensar sobre el pensar. Las estrategias metacognitivas tienen como objetivo principal que los alumnos aprendan a conocerse, a saber cómo aprenden y a seleccionar las estrategias más adecuadas tanto para la resolución de los problemas que se les planteen como a sus características personales (2002: 9).
27
Neste sentido, é crucial que o processo de aprendizagem seja mediado por atividades de
autorregulação a fim de os alunos refletirem sobre o mesmo:
Durante la fase de desarrollo de la secuencia formativa adquiere especial interés el protagonismo del alumnado en el propio proceso de aprendizaje, puesto que la adquisición de nuevos conocimientos tenderá a ser mayor y mejor cuanto mayor sea la implicación personal. La implicación deseable, más allá de la motivación e interés intrínseco del propio alumnado – que puede darse en mayor o menor grado - se evidencia a partir de la regulación que realiza el aprendiz de sus propios procesos de pensamiento y de aprendizaje, es decir, de la autorregulación (Guiné, 2006: 25).
1.3. Caracterização da escola
O meu projeto de intervenção pedagógica supervisionada foi implementado numa escola
situada numa das 49 freguesias do concelho de Vila Nova de Famalicão, na cidade onde vivo. O
meio envolvente da escola desenvolve a sua atividade económica, maioritariamente, na área das
indústrias transformadoras (52,8%) e no comércio, hotelaria e restauração (16,6%). No que concerne
aos alunos da escola, 40,5% beneficiam de escalão de ação social e quanto às habilitações literárias
dos encarregados de educação, cerca de 75,9% dos pais não possuem formação no ensino superior.
A escola foi fundada no ano letivo de 1988 e insere-se no setor do Ensino Semi-Particular,
com um modelo de organização/gestão pedagógica diferentes dos modelos das escolas do ensino
público. Porém, a escola adota os mesmos planos curriculares e conteúdos programáticos do ensino
estatal. A escola procura ir ao encontro das necessidades dos alunos, sendo que o espaço educativo
é considerado um espaço de oportunidades para todos, sendo portanto uma escola inclusiva. Todas
as estruturas organizacionais de gestão estão orientadas para favorecer a integração social e o
desenvolvimento pessoal e escolar dos alunos. Pelo que presenciei, os professores mantêm uma
relação próxima quer com os alunos, quer com os encarregados de educação, parecendo uma
“pequena família”.
Aliada à leitura do PEE que por definição:
Pode constituir um instrumento de concretização e de gestão da autonomia, se concebido e desenvolvido na base do cruzamento de perspetivas e posições diversas (professores/as, alunos/as, pais, agentes da comunidade, outros educadores…) que proporcionem a existência de diálogo dentro da escola, e desta com a comunidade, e que enriqueçam a cultura e os saberes escolares com a dimensão social (Leite, Gomes,& Fernandes, 2001: 11).
28
Neste sentido, a escola aposta na modernização de infraestruturas; na incorporação das
TIC; estabilidade, formação e qualificação dos recursos humanos; inovação pedagógica e qualidade
dos serviços; enraizamento social da escola na comunidade (famílias, empresas, instituições).
Penso que o PEE deve ser estudado antes de intervir na escola pois manifesta ser “[u]ma
proposta integral que permite dirigir coerentemente o processo de intervenção educativa numa
instituição escolar” (Antúnez, 1994: 20).
Quanto ao que pude observar, esta escola tenta oferecer aos alunos infraestruturas que os
ajudem a alcançar sucesso escolar e que sejam reconhecidas como um espaço acolhedor: possui
duas cantinas e um bar, com sofás, espaços verdes com animais, um lago, onde os alunos podem
disfrutar os seus intervalos ou tempos livres, sala de computadores, biblioteca, salas de aula
apetrechadas com computador e quadro interativo – sendo estes dois pormenores muito apreciados
pelos alunos - campos de futebol e várias máquinas para os alunos adquirirem o seu lanche. O
acesso aos produtos escolares é feito através de um cartão que é fornecido pela própria instituição,
sendo também pedido à entrada e à saída da escola, garantindo que todas as pessoas que circulam
no seu interior fazem parte deste estabelecimento.
1.4 - Caracterização das turmas
1.4.1 - A turma de Inglês
A turma de Inglês pertence ao 8º ano de escolaridade e é composta por vinte e nove alunos,
sete raparigas e vinte e dois rapazes. A turma tinha outro professor de Inglês e trazia notas positivas
de anos anteriores. O que viemos a perceber foi que tais resultados não correspondiam ao
desempenho observado na sala de aula nem no primeiro teste sumativo. Uma vez que assisti à
reunião do conselho de turma no final do 1º período, analisou-se detalhadamente cada aluno e esta
turma obteve 8 negativas no final do 1º período a Inglês, adicionalmente obtiveram resultados
negativos noutras disciplinas e um dos alunos já é repetente. Nesta turma as idades rondam os treze
anos, e visto ser uma faixa etária mais jovem em comparação à turma de Espanhol, tive que adaptar-
me aos seus interesses, sendo estes muito divergentes e heterogéneos.
A turma nas aulas de Inglês é sossegada e os alunos são bem comportados, embora
noutras disciplinas não seja este o comportamento adotado pelos alunos, chegando a haver queixas
e várias demonstrações de desagrado, por outros professores, sobre faltas de educação e mau
29
comportamento na sala de aula. Estes alunos demonstram várias dificuldades e lacunas na língua,
tendo uma participação apática em sala de aula, não conseguindo atingir os objetivos do nível que
se encontram (A2): de facto, na oralidade os alunos não correspondem ao mínimo pedido neste nível
de ensino. Soube desde início que seria pertinente tratar o meu tema nesta turma, porém, também
compreendi a dificuldade da tarefa uma vez que os objetivos a que me propus eram muito
ambiciosos tendo em conta as dificuldades que os alunos apresentaram desde início e que já
acumularam de anos anteriores.
Adicionalmente, o facto de esta turma não ter um equilíbrio entre o número de rapazes e
raparigas é um fator apontado para o mau comportamento, sendo que na constituição das turmas
o projeto educativo diz-nos que “Todas as turmas devem ter um número equitativo de alunos
relativamente aos itens: sexo, idade e número de alunos subsidiados”. Na fase de observação
deparei-me com a existência de dois grupos, formados pelos alunos em função do seu sexo.
Uma vez que esta turma demonstrava as dificuldades acima mencionadas, propus-me a dar
aulas de apoio aos alunos que assim o necessitavam, o que me conferiu a oportunidade de os
conhecer mais intimamente. Apercebi-me do medo que os alunos têm de errar e daí mostrarem
apatia na sala de aula. Tal como é defendido por Chalvin (1994), “perante alunos passivos, é
necessário mobilizar a turma a fim de favorecer a sua integração e expressão” (p. 36). Deste modo,
mostrei-lhes que o importante era tentarem comunicar na língua inglesa e que o erro não pode ser
visto como uma barreira, uma vez que associado à condição de aprendentes encontra-se o erro e
que, com a prática, será possível observar melhorias.
1.4.2 - A turma de Espanhol
A turma pertence ao 11º ano do ensino secundário, composta por treze alunos, sendo que
dez são raparigas e três são rapazes, situados numa faixa etária entre os 15 e 16 anos, no nível A2
segundo o QECRL. A turma possui este baixo número de alunos porque estes pertencem ao curso
de Ciências e Tecnologias e esta é uma disciplina opcional, tendo os restantes colegas escolhido o
Inglês. Os alunos são bem comportados e respeitadores. Também analisei os seus hábitos de estudo
e apercebi-me que são alunos interessados e preocupados com o seu sucesso escolar. É o segundo
ano que os alunos têm a disciplina de Espanhol e mostram entusiasmo e curiosidade em aprender
palavras novas e a cultura dos países de língua espanhola.
30
Porém, na parte oral os alunos demonstravam muitas dificuldades e interferências com a
LM, recorrendo excessivamente à mesma: este foi um dos motivos que me levou a escolher a IO
como tema de intervenção.
Quanto às notas que trazem do ano passado a Espanhol, são notas de excelência, sendo
que metade da turma conseguiu 20 valores de nota final, 5 alunos obtiveram 19 valores e apenas
um três alunos obteve 18 valores. Parece evidente o nível de excelência destes alunos na aula de
LE, sendo estes recetivos às aprendizagens e bons aprendentes. Penso ainda que o nível deles está
acima do que é esperado de um nível de iniciação A2, demonstrado facilidade na aprendizagem no
decorrer das aulas. Uma vez que a turma tem um número diminuto de alunos soube que, à partida,
seria mais fácil implementar o meu projeto e os objetivos a que me tinha proposto para os alunos.
A fim de conhecer melhor os alunos, optei por ajudar a turma a fazer uma curta-metragem
fora da sala de aula, de modo a perceber-me as suas inibições relativamente ao uso da língua e, tal
como fiz na turma de Inglês, tentei mostrar-lhes que embora sejam alunos excelentes nas
competências linguísticas, a parte comunicativa também é igualmente importante e deve ser tratada
e valorizada de forma equilibrada.
1.4.3. Análise dos resultados do questionário inicial
Nesta secção apenas abordarei as questões do questionário inicial mais relevantes para o
projeto, embora todo o questionário se encontre em anexo (v. anexo 3). Relativamente à natureza
das perguntas, estas são de natureza mista (fechadas, semifechadas e abertas), nomeadamente: i)
perguntas de identificação (sexo e idade); ii) perguntas com escalas de valoração (escala de
intensidade crescente); iii) perguntas dicotómicas (duas possibilidades de respostas); iv) perguntas
semifechadas (perguntas com a opção outros); v) perguntas abertas (com linhas para escrever a
resposta). Na tabela 1 encontra-se o quadro de fundamentação do questionário inicial, ou seja, o
objetivo que pretendia com o que foi perguntado assim como as dimensões do mesmo:
31
5
5
2 1
Comunicação Profissional
Visitar o país Cultura
Gráfico 2- Motivos para aprenderem a língua espanhola
Objetivos do questionário Dimensões Subdimensões
Averiguar o perfil dos alunos e as atitudes face à língua.
Atitudes e opiniões face à Língua estrangeira: preferências e dificuldades
Disciplina preferida; Disciplina com maior dificuldade; Achas importante aprender línguas estrangeiras? Que nota obtiveste o ano passado? Achas importante aprender línguas estrangeiras? Como preferes trabalhar? O que tens mais dificuldade nesta língua? Que atividades mais gostas na sala de aula?
Averiguar se utilizam outros meios/ estratégias para aprender a língua fora da sala de aula
Usos da língua fora da sala de aula.
Usos da língua fora da sala de aula Costumas ver filmes/ouvir músicas em Inglês? Costumas usar o Inglês/Espanhol na Internet/jogos…?
Diagnosticar as suas dificuldades na interação oral.
Constrangimentos e dificuldades na expressão oral.
Sentes-te à vontade para falar a língua na sala de aula? O que te impede de usar a língua estrangeira oralmente na sala de aula? Na interação oral, o que tens mais dificuldade? Quando não sabes exprimir alguma palavra nesta língua, o que fazes?
Averiguar quais as atividades de interação oral que mais os motivam.
Atividades de produção e interação oral
Atividades que mais te motivam para praticar a interação oral na sala de aula Sugere outras atividades que te motivem a praticar a interação oral na sala de aula
Averiguar as preferências dos alunos durante a interação oral
Preferências dos alunos face ao tratamento do erro na interação oral
Na aula, quando falas em Inglês/Espanhol gostas que…
Quadro 1 – Objetivos, dimensões e subdimensões do questionário inicial
Na questão sobre a importância de aprenderem a respetiva língua estrangeira, sendo uma
pergunta aberta, agrupei as respostas em categorias emergentes e apresento os resultados usando
frequências, a fim de facilitar a sua leitura, tendo obtido os seguintes gráficos 1 e 2, referentes aos
motivos para aprenderem a língua, na turma de Inglês e na de Espanhol, respetivamente:
204
32
Comunicação Profissional
Visitar o país Cultura
Gráfico 1- Motivos para aprenderem a língua inglesa
32
Gráfico 4- Trabalho na sala de aula na turma de Espanhol
2
47
Trabalho na sala de aula
Sozinho Pares Grupo
Gráfico 5- À vontade para falar a língua inglesa na aula
1316
À vontade a falar a língua na aula
Sim Não
Nos gráficos 1 e 2 verifica-se que os alunos têm consciência que o principal objetivo de
aprender uma língua estrangeira é para fins comunicativos, sendo que na turma de Inglês 20 alunos
apontaram este motivo e na turma de Espanhol 5 alunos, vindo ao encontro que que refere Littlewood
(1994): “Los estudantes cuya motivación es predominantemente integradora quieren aprender una
lengua para comunicarse con los hablantes nativos de esa lengua” (p. 117). Outro motivo que
apontaram foi a comunicação para fins profissionais que “puede ser en parte la posibilidad de
mejorar las prespectivas de empleo (motivo instrumental)” (p. 17). Porém, na turma de Espanhol o
número de alunos a apontar este motivo foi mais elevado, possivelmente devido à sua faixa etária,
mostrando já terem presente o que querem ser profissionalmente no futuro e a ideia subjacente que
ser fluente em línguas diferentes é uma mais-valia para o mercado de trabalho.
Na questão sobre as preferências dos alunos quanto ao trabalho em sala de aula, obtive os
seguintes resultados nos gráficos 3 e 4:
Os resultados obtidos são semelhantes em ambas as turmas: os alunos demonstram
preferência pelo trabalho colaborativo, maioritariamente em grupo e apenas 3 alunos na turma de
Inglês e 2 alunos na turma de Espanhol preferem o trabalho individual.
Gráfico 3- Trabalho na sala de aula na turma de Inglês
3
818
Trabalho na sala de aula
Sozinho Pares Grupo
4
9
À vontade a falar a língua na aula
Sim Não
Gráfico 6- À vontade para falar a língua espanhola na aula
33
Com esta questão dicotómica, pretendia averiguar se os alunos se sentem à vontade para,
em contexto de sala de aula, interagir na língua-meta. Como se pode verificar, 16 alunos na turma
de Inglês e 9 alunos na turma de Espanhol não se sentem à vontade para falar a língua, o que
corresponde a mais de metade da turma a expressar o seu desconforto em fazê-lo.
Uma vez que os alunos apontaram que o principal motivo para aprender uma língua seria a
comunicação e os mesmos referiram não se sentir à vontade para o fazer, coube-me a mim perceber
o porquê. Apesar dos diversos fatores que os possam levar a gerar este desconforto, é importante
salientar que “o clima na sala de aula resulta da interacção destas variáveis e é o clima criado em
cada uma das turmas que ajuda a determinar o grau de cooperação e o envolvimento dos alunos
na aprendizagem” (Vieira 2000: 39).
Impedimentos para falar na língua Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Nervosismo 5 8 13 2 1 2 6 3 1 1
b)Medo de errar 3 1 15 5 5 0 1 8 4 0
c)Timidez 14 7 4 4 0 4 3 5 1 0
d)Erros de pronúncia 5 12 8 2 2 3 6 3 0 0
e)Falta de oportunidade 10 12 6 1 0 8 4 1 0 0
f) Falta de conhecimento 4 18 4 2 1 6 6 1 0 0
Tabela 1- Impedimentos para falar a língua na turma de Inglês e Espanhol
Com esta questão pretendia aferir quais eram os impedimentos que levavam os alunos a
não comunicarem na língua-meta. Como podemos ver, na turma de Inglês, o nervosismo e o medo
de errar foram as causas mais apontadas; pelo que observei nas aulas, estes não são as únicas
barreiras dos alunos para falar a língua: possuem imensas dificuldades e lacunas desde anos
passados. Uma vez que tive a oportunidade de corrigir os testes sumativos dos alunos e confirmar
que, apesar de terem mais dificuldade na comunicação oral, os seus conhecimentos linguísticos
também demonstram ser escassos, não correspondendo ao nível que se encontram. Portanto, a falta
de conhecimento é também um dos grandes impedimentos para que haja produção oral na língua
inglesa.
Quanto à turma de Espanhol, apontam como impedimento para falar a língua o medo de
errar e a timidez: neste caso, quanto ao que observei, é de facto o que mais se salienta na turma,
visto que recorrem muito à língua materna para o fazer. Quanto à falta de conhecimento,
34
contrariamente à turma de Inglês, esta turma possui um nível mais avançado do que é esperado no
nível de iniciação em que se encontram, sendo este apenas o 2º ano como aprendentes da língua
espanhola.
Ambas as turmas mostram ter medo de errar, talvez por falta de autoconfiança e aqui o
papel do professor é importantíssimo no que diz respeito ao feedback positivo e à desvalorização do
erro (porém não o ignorando) para que este não se torne uma barreira para a comunicação.
Dificuldades na interação oral Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Fluidez 1 13 6 7 2 0 2 8 3 0
b)Argumentação 1 10 12 3 3 0 3 5 2 3
c)Vocabulário/gramática 4 12 9 4 0 2 9 2 0 0
d)Pronunciar as palavras 3 11 7 5 3 0 8 4 1 0
Tabela 2- Dificuldades dos alunos nas turmas de Inglês e Espanhol na interação oral
Com esta questão pretendia aferir as dificuldades mais salientes na turma quando estão a
interagir na língua-meta. Como se pode ver nas respostas dadas pelos alunos na tabela 2, na turma
de Inglês, metade da turma (14 alunos) considera que têm pouca dificuldade na fluidez; porém, o
que se verifica nas aulas é que apenas 3 alunos mostram fluidez na língua, ou seja, os alunos
demostram não ter noção do que se pretende com fluidez ou não se apercebem que esta é uma
dificuldade para eles. Quando o questionário foi entregue, os alunos nas aulas apenas respondiam
a perguntas diretas e mesmo nessas mostravam dificuldade em fazê-lo, portanto, a fluidez é uma
dificuldade que afeta a maior parte dos alunos desta turma, embora estes não a tenham apontado
como tal. Quanto à argumentação, mais de metade da turma considerou uma dificuldade e o mesmo
se percebe nas aulas; relativamente ao vocabulário/gramática e pronunciação, uma grande parte
dos alunos não considera que seja uma dificuldade na IO, e uma vez mais, não é o que se verifica
nas aulas. Ou seja, tal como já foi mencionado, embora tragam notas positivas de anos anteriores,
estes alunos demonstram várias lacunas de anos passados.
No que concerne a turma de Espanhol, consideram que a fluidez e a argumentação é de
facto uma dificuldade na IO, o mesmo se verifica nas aulas. Isto pode justificar-se devido à falta de
prática no ano anterior, uma vez que se verificou o uso abusivo da LM e o pouco à-vontade na língua-
meta. Quanto à gramática/vocabulário e à pronunciação os alunos não consideram que seja uma
dificuldade e o mesmo se verifica nas aulas, uma vez que são alunos com notas de excelência nos
35
testes sumativos (verifiquei-o quando corregi os testes da turma), sendo a maior dificuldade desta
turma a expressão oral e a IO.
O que fazem quando não sabem exprimir uma ideia Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Recorrem à língua materna 2 5 8 8 6 0 8 5 0 0
b)Dizem por outras palavras 3 7 10 5 4 0 5 5 3 0
c) Tentar não recorrer à língua materna 6 10 5 6 2 5 3 2 3 0
Tabela 3- O que os alunos fazem quando não sabem exprimir uma ideia nas turmas de Inglês e Espanhol
Nesta questão pretendia saber o que os alunos fazem quando não sabem exprimir alguma
ideia na língua-meta. Na turma de Inglês, a maior parte da turma considerou que recorre à LM para
o fazer - o mesmo foi verificado nas aulas. Quanto ao tentarem dizer por outras palavras, mais de
metade da turma considerou que o faz “muito”, porém não foi isto que observei nas aulas. Quanto
ao tentarem não recorrer à LM, mais de metade da turma considerou que o faz “pouco” ou “nada”
e pôde-se verificar o mesmo, por mim e pela professora cooperante.
No que respeita à turma de Espanhol, ao contrário da turma de Inglês, os alunos
consideraram que recorrem pouco à LM, no entanto, nas aulas observadas os alunos só falavam na
LM, demostrando que o uso da língua-meta na sala de aula não era habitual no ano anterior e, como
tal, eu teria que restaurar esse hábito. Uma vez que usavam excessivamente a LM, não faziam o
esforço para dizer por outras palavras visto que optavam por recorrer à LM. No entanto, 8 alunos
consideraram que o faziam, mas tal não foi observado. Por último, quanto ao tentarem não recorrer
à LM, mais de metade da turma (8 alunos) considerarou que “pouco” o faziam, o que demonstra
que eles estão conscientes de que não o tentam fazer.
Atitude face ao erro Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Corrigir de imediato 6 6 6 5 6 2 3 2 3 3
b)Corrigir após a atividade 2 5 7 8 7 0 5 4 2 2
c) Ignorar o erro 22 6 1 0 0 12 1 0 0 0
Tabela 4- Atitude face ao erro nas turmas de Inglês e Espanhol
36
Nesta questão, pretendia saber a relação que os alunos têm com o erro oral, ou seja, o que
os alunos pretendem ou apreciam que o professor faça quando cometem erros. Na turma de Inglês,
os resultados encontram-se divididos: metade da turma não aprecia que os corrija de imediato, outra
metade quer que os corrija no momento que ocorre o erro. Quanto ao corrigir após a atividade ou o
ato comunicativo, mais de metade da turma considera ser esta a melhor abordagem ao erro e, por
último, 28 alunos não apreciam que o professor ignore o erro. No que respeita a turma de Espanhol,
os resultados assemelham-se e aqui o mais importante é que os alunos consideram ser importante
a correção do erro a fim de não o voltar a cometer.
Atividades que mais motivam o aluno na IO Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a) Jogos interativos 2 2 8 8 9 1 0 4 2 6
b)Debates 1 11 9 5 3 1 1 6 3 2
c)Dramatizações 4 9 5 8 2 5 5 2 1 0
d)Comentar e explorar vídeos 1 6 5 10 7 0 0 5 3 5
e)Comentar e explorar canções 3 6 3 6 11 0 2 5 3 3
Tabela 5- Atividades que mais motivam os alunos das turmas de Inglês e Espanhol para praticar a IO
Nesta questão pretendia saber quais as atividades que mais motivam os alunos para praticar
a IO na aula. No que concerne a turma de Inglês, pode verificar-se pelos resultados, que os jogos
interativos, comentar e explorar vídeos e canções são as atividades que consideram mais
motivadoras, desvalorizando os debates e as dramatizações. Na turma de Espanhol, os jogos
interativos, os debates e o comentar e explorar vídeos e canções são as atividades mais motivadoras,
demonstrando que não apreciam as dramatizações.
1.5 – Plano de intervenção
1.5.1. Primeiras intervenções - aula 0 na turma de Inglês e de Espanhol
Ainda nesta 1ª fase de intervenção, a fim de perceber a recetividade e relevância do meu
tema, optei por lecionar uma aula, em ambas as turmas, antes da intervenção pedagógica
supervisionada. Deste modo e com a liberdade de escolha de materiais que me foi facilitada, optei
por, na aula de Inglês no dia 10/12/2015, abordar o tema do “Natal”. Sabendo de antemão que
37
era um tema motivador para os alunos, resolvi iniciar a aula com um vídeo de um anúncio alemão
(“Time to come home”2), dobrado em inglês, com o objetivo de ativar os conhecimentos prévios dos
alunos no que concerne à temática da aula. Este anúncio retrata o abandono dos familiares, neste
caso idosos, na época natalícia que teve uma grande projeção nas redes sociais.
Neste sentido, de entreajuda e compaixão pelos solitários, organizei grupos de trabalho para
que os alunos criassem e exposessem ideias para tornar a época natalícia mais feliz para pessoas
que mais necessitam – órfãos, sem-abrigo, prisioneiros, refugiados, idosos nos lares e crianças em
instituições – a cada grupo de trabalho, e de forma aleatória, foi entregue um cartão (v. Anexo 4)
com os passos a seguir para criar ideias para tornar o Natal mais feliz para estas pessoas (conforme
o cartão).
Nesta aula de experimentação, apercebi-me de diversas dificuldades dos alunos quer na
interação e expressão oral, quer na expressão escrita. Aqui apercebi-me mais uma vez da pertinência
do tema da IO e, ao mesmo tempo, pensei que os objetivos que havia delineado no projeto de
intervenção talvez fossem ambiciosos para alunos que demonstram dificuldades desde as bases
desta língua.
Porém, também devo salientar que a sensibilidade que os alunos, tão jovens, demonstraram
nas ideias expostas por cada grupo deixou-me surpreendida pela positiva e com mais ânimo para
alcançar os objetivos e ajudar este grupo a atingir o sucesso escolar.
No final da exposição houve uma votação para a melhor ideia, tendo ganho o grupo das
crianças das instituições com a ideia: doar brinquedos/livros a uma instituição, sendo de salientar
que todos os alunos colaboraram e trouxeram de casa brinquedos/livros para as crianças, que foram
entregues por mim à instituição da Santa Casa da Misericórdia em Vila Nova de Famalicão.
Na turma de Espanhol, a minha primeira intervenção teve lugar no dia 02/12/2015 e
competia-me introduzir uma nova unidade: “Comercio” (unidade comtemplada no manual).
Tendo em conta o vocabulário que era suposto ser abordado pelo manual no que tocava à
descrição de objetos relacionados com o comércio, a primeira parte da aula foi expositiva e a segunda
parte da aula optei por realizar um jogo interativo com os alunos. O jogo consistiu na entrega de
cartões aleatórios a cada aluno com um determinado objeto, cada aluno tinha que o descrever com
o vocabulário anteriormente analisado e os restantes teriam que interagir, fazendo questões acerca
do objeto em causa a fim de descobrirem de que objeto de tratava.
2 URL: https://www.youtube.com/watch?v=H4a-_2kybWI
38
Os alunos demonstraram-se muito entusiasmados pelo jogo em si, assim como pela
competitividade: o desejo de serem os primeiros a adivinhar o objeto de que se tratava.
Apercebi-me da forte tendência dos alunos em recorrer à LM, tal facto contastado na fase
de observação e confirmado pela professora cooperante, o que me faz acreditar que no ano anterior
faziam-no por norma. Adicionalmente denotei vários erros por interferência com a LM e de pronúncia,
aliados ao nervosismo e à falta de à vontade para interagir na língua espanhola.
Com esta aula percebi que estes alunos mostraram interesse e motivação face à
aprendizagem da língua. Porém, existiu uma forte falha no trabalho da competência oral dos alunos
o que por um lado, justifica uma vez mais a escolha do meu tema de intervenção e, por outro,
dificulta os objetivos a atingir. No entanto, os alunos mostraram ser esforçados e com vontade de
aprender mais, assim como de interagir na LE.
A principal diferença entre a turma de Inglês e a de Espanhol está principalmente na faixa
etária e consequentemente na maturidade e postura na sala de aula, assim como nos ritmos de
aprendizagem.
1.5.2 - Tema e objetivos da intervenção pedagógica
Como foi mencionado, o meu tema de intervenção é a IO na aula de LE, com o objetivo
principal de criar alunos sem medo de falar a língua-meta. Especificamente, a intervenção
pedagógica procura colmatar a falta de preparação para a comunicação na LE, que advém
principalmente do uso excessivo da LM na sala de aula. Aliado a esta lacuna está a desvalorização
da componente oral e a sobrevalorização da competência linguística (gramática), quer em termos
avaliativos, quer no trabalho desenvolvido em sala de aula.
As the main means of human communication, oral language recommends itself as a major focus of attention in schooling. Yet we know that oral language work is not given the attention it deserves in schools, even while teachers themselves acknowledge its importance and their willingness to do more (Corson, 1988: 16).
À interação oral nas escolas, tal como é defendido por David Corson, não lhe é dada a
importância que é devida. Esta deveria ser enfatizada e trabalhada em simultâneo com a
competência linguística, sendo que, para que exista um ato comunicativo relevante, é necessário
haver input linguístico para o efeito, pois “ solamente a través del sistema gramatical y del léxico
39
podemos expresar la rica variedad de significados que permite que tenga lugar la interacción social”
(Littlewood, 1994: 45).
Antes disto, se olharmos para as relações interpessoais que estabelecemos ao longo da vida,
que são realizadas através da interação social entre os indivíduos, faz-nos intrinsecamente
predispostos às competências comunicativas e afetivas. Tal como é defendido por Recasens (1997),
O melhor seria que sempre que as pessoas se encontrassem, se produzisse o
diálogo, mas continua faltando a figura do educador que é fundamental. Um educador que não só estimule as pessoas a expor o que pensam, mas também exponha o seu parecer. O problema no círculo de cultura não é quem expõe, mas a relação entre educador e educando (p. 61).
Como tal, creio que é importante levar esta mesma dinâmica relacional para a sala de aula
porque “o professor deve recorrer à negociação, a fim de obter a adesão dos alunos e restaurar a
ordem social” na sala de aula” (Chalvin, 1994: 160).
Do mesmo modo, e por experiência própria, considero que a sala de aula deve ser um
espaço aberto à troca de opiniões e discussão e, mais ainda, na aprendizagem de uma nova língua
porque “O diálogo é considerado como a melhor estratégia de comunicação na sala de aula”
(Estanqueiro, 2012: 33).
Também presente está a recomendação do QECRL (Conselho da Europa, 2001), que
privilegia uma metodologia orientada para a ação, ou seja, para o uso da língua quer escrita, quer
oral, dando importância à IO: “aprender a interagir assim inclui mais do que aprender a receber e a
produzir enunciados. De um modo geral, atribui-se, portanto, grande importância à interacção no
uso e na aprendizagem da língua, considerando o seu papel central na comunicação.” (Conselho da
Europa, 2001: 36).
Adicionalmente, o Plan Curricular del Instituto de Cervantes defende que “[l]a conversación
es, tal vez, la forma más antigua de organización de los intercambios comunicativos orales (…). Los
participantes autorregulan las alteraciones que puedan producirse, reparan las incomprensiones y
solucionan los encabalgamientos” (Barragán, 2005: 82).
A relevância do meu tema também está presente nas orientações vindas do Ministério da
Educação, pois o Programa de Espanhol (Nível de Iniciação) define como objetivo na aula de
Espanhol o “desenvolvimento de competências comunicativas que permitam superar interrupções
na comunicação e reconhecimento dos erros como parte do processo de aprendizagem” (Fernandéz,
2002: 10). A fim de desenvolver a sua competência comunicativa, pretende-se que o aluno seja um
agente ativo neste processo de aprendizagem.
40
Para um aluno de nível de iniciação, neste caso A2, pretende que este seja “capaz de
desenvolverse en las situaciones habituales de comunicación que se dan en la interacción social”,
e, por último, “como aprendiente autónomo, que ha de hacerse gradualmente responsable de su
propio proceso de aprendizaje” (PCIC, 2006: 74).
Outro dos meus objetivos é desenvolver a autonomia do aluno, adotando uma pedagogia
orientada para a autonomia:
Um dos propósitos de uma pedagogia para a autonomia é intensificar o poder discursivo dos alunos à medida que estes se envolvem em interacções significativas, entre eles e com o professor. Este aspecto implica alcançar uma maior simetria interaccional entre participantes desiguais (Raya, Lamb & Vieira, 2007: 59).
A minha principal função, como professora e educadora destes alunos, foi criar atividades e
estratégias que remetam para a IO, direcionada para o aluno, satisfazendo as suas necessidades e
preferências, fazendo-me assumir um papel descentralizado, focando, deste modo, a aprendizagem
no aluno.
Sendo que ambas as turmas se encontram no nível de iniciação à aprendizagem na língua
estes “devem conseguir participar num diálogo simples previamente preparado, podendo pedir ajuda
e reformular; produzir diálogos breves e simples em contextos diferenciados; e interagir, com alguma
facilidade, em diferentes tipos de registo” (Cravo, Bravo & Duarte, 2013: 24). Tal não acontecia,
como foi possível verificar durante a obseração das aulas, e isto solidificou ainda mais a necessidade
de atuar neste sentido (em concordância com as professoras cooperantes de ambas as turmas).
O uso de um dos instrumentos de investigação-ação – questionário inicial – permitiu-me
aferir as áreas principais a atuar, assim como fazer o diagnóstico dos seus interesses e motivações,
de modo a aliar o meu tema às necessidades dos alunos.
Uma vez explicada a pertinência do tema, passo a referir os principais objetivos da minha
intervenção, estratégias desenvolvidas e informação a recolher através do quadro 2:
41
Objetivos da intervenção pedagógica
Estratégias
Informação a recolher
1. Caraterizar o perfil dos alunos como aprendentes.
Observação do desempenho dos alunos na sala de aula e preenchimento de uma grelha de observação.
Caraterização do grupo.
2. Diagnosticar as dificuldades dos alunos na interação oral.
Questionário inicial aos alunos. Grelha de observação focalizada para a interação oral.
Dificuldades na interação oral na língua estrangeira.
3. Promover a autonomia do aluno através de atividades motivadoras de interação oral na sala de aula.
Elaboração de atividades didáticas prática direcionada ao trabalho colaborativo para o desenvolvimento das competências de interação oral. (exploração de vídeos, jogos interativos, canções, dramatizações…)
Desempenho dos alunos nas atividades.
4. Fomentar a reflexão sobre a interação oral como um processo autorregulado.
Atividades metacognitivas de reflexão sobre o processo de aprendizagem.
Competências de autorregulação dos alunos.
5. Avaliar o impacto e o resultado das atividades de interação oral propostas aos alunos.
Preenchimento pelos alunos de questionários de autorregulação Preenchimento pelos alunos de um questionário final e registos reflexivos da professora.
Impacto e resultado obtido junto dos alunos. Evolução dos alunos na aprendizagem da língua
Quadro 2 - Objetivos, estratégia e informação a recolher na intervenção pedagógica
1.5.3. Metodologia de ensino – Enfoque por tarefas
Após o estudo das metodologias existentes, optei por uma abordagem comunicativa, mais
precisamente o “enfoque por tarefas”. Tal como o nome sugere, uma abordagem comunicativa
implica a comunicação, sendo este o propósito inicial e principal de uma língua.
42
A execução de uma tarefa (…) envolve a activação estratégica de competências específicas, de modo a realizar um conjunto de acções significativas num determinado domínio, com uma finalidade claramente definida e um produto (output) específico (Conselho da Europa, 2001: 217).
Após a escolha de materiais motivadores para os alunos, esta metodologia sugere a
existência: de uma série de tarefas possibilitadoras, que ajudem o aluno a elaborar o produto final;
e de uma tarefa final cujo caráter deve ser sempre comunicativo, no meu caso, de IO. Esta
abordagem “considera antes de tudo o utilizador e o aprendente de uma língua como actores sociais,
que têm que cumprir tarefas (que não estão apenas relacionadas com a língua) em circunstâncias
e ambientes determinados, num domínio de actuação específico” (Conselho da Europa, 2001: 29).
Pela experiência que tive com esta metodologia, considero ser crucial, antes de uma sequência
didática, dar a conhecer ao aluno os objetivos das atividades e o que devem ser capazes de fazer
após a sequência de aulas
Para que el alumnado aprenda los contenidos escolares ha de tener muy claro lo que el profesorado se ha propuesto que aprenda. Para eso es necesario que el profesorado – por su parte - comunique previamente y con claridad al alumnado los objetivos de la unidad didáctica y compruebe la representación que éste se ha hecho de dichos objetivos (Maset, 2008: 99).
Deste modo, os alunos tomarão consciencia dos objetivos ao final de uma sequência didática
e terão mais sucesso na resolução da tarefa final, que englobará tudo o que foi visto anteriormente,
tal como é defendido por William Littlewood (1992): “El profesor también tiene que crear contextos
que proporcionen a los alumnos oportunidades de integrar las diferentes técnicas parciales que han
aprendido hasta el momento de para realizar las tareas completas” (p. 63).
O que este enfoque sugere é que os alunos reflitam sobre a sua aprendizagem, envolvendo-
os no uso de uma linguagem comunicativa em que se focam no significado ao invés da estrutura
linguística. Esta metodologia é pertinente quando aliada a um estudo prévio dos interesses e
motivações dos alunos como supramencionado, fazendo assim com que o momento de
aprendizagem surta efeito, e, para isto “basta termos em consideração as diferenças de papéis,
estatuto e interesses entre professores e alunos” (Vieira, 2000: 70).
Neste capítulo procedi à caracterização contextual, concetual e metodológica da intervenção,
o que me levará ao próximo capítulo que irei abordar o desenvolvimento da intervenção pedagógica.
43
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Tendo em conta o meu tema e objetivo do projeto de intervenção e o tema que estava
previsto pelo programa nacional tentei criar materiais que satisfizessem os interesses dos alunos e,
principalmente, promover a sua autonomia através de atividades motivadoras de IO na sala de aula.
Fomentar la autonomía en el aprendizaje serían la propuesta de un tipo de educación que promueva la competencia para tomar decisiones ajustadas a los requerimientos individuales, sociales y profesionales de una sociedad cambiante y plural, el interés para relacionarse de una manera activa y personal con la comunidad y su entorno sociocultural, o la capacidad de ser crítico y responsable con los derechos y deberes de los ciudadanos (Badia, 2005: 75).
Assim sendo, tentei criar atividades e materiais motivadores para os alunos, com temas
apelativos e contemplados no programa nacional de ensino para as LE, promovendo sempre a IO na
sala de aula.
2.1. O debate
Si las interacciones cara a cara pueden perseguir únicamente el contacto entre las personas, cómo es el caso de la conversación entre amigos, la discusión tiene una finalidad que va más allá de la mera relación social, puesto que su meta es la manifestación explicita de los contenidos y opiniones que se intercambian. Mientras en el debate y la disputa se ponen en juego, sobre todo, la identidad de los hablantes y su relación por medio de la habilidad de cada cual para desplegar y defender las ideas, e la discusión se persigue la articulación de dos o más puntos de vista sin que ello afecte a las relaciones o a las imágenes individuales (Barragán, 2005: 21).
Já tendo passado pela experiencia de ser aluna, sabia de antemão que a exposição e a
defesa do meu ponto de vista era algo que sempre me motivou. Por isso elegi o debate e a discussão
de ideias como estratégia para o desenvolvimento da IO na sala de aula. Sendo que optei pelo
enfoque por tarefas, já mencionado anteriormente, esta atividade resultaria no apogeu das atividades
possibilitadoras anteriores, sendo assim denominada como a tarefa final.
Tentei sempre equilibrar os temas já tratados pelo manual e os interesses dos alunos,
optando por temas motivadores, contemporâneos e que incutissem valores e princípios transversais,
criando deste modo, além de alunos comunicativos e críticos, pessoas íntegras e com valores e
princípios fundamentais a manter futuramente
44
Es éste un marco que requiere que lo que el alumno, desde su reflexión y autonomía manifiesta, sea el punto de partida, el cual debe constituirse en punto de partida consensuado con otros compañeros y, en este caso, con el tutor de la clase, ya que será la sesión de tutoría uno de los principales espacios para el uso de estrategias puntuales en el abordaje de la tarea que nos ocupa, y que es el de la educación en valores (Lorenzo, 2000: 139).
O debate implica, por si só, um papel dado a cada aluno, um trabalho prévio colaborativo
de preparação do debate e a própria IO argumentativa entre os grupos:
Using debate within the lesson encourages all students to be engaged in exploring the issue being discussed. This is because each student is assigned a role that can range from being the chair, timekeeper, a speaker or a speech writing assistant! The motion is decided, roles distributed, speeches written and later evaluated – all of which is done by the students (Nolan, 20123)
Deste modo, foi meu principal objetivo envolver todo o grupo no tema e no debate
propriamente dito, devido ao meu tema de intervenção e as minhas prioridades enquanto professora
destes alunos.
Os debates implementados requerem a criação de cenários sociais e de comunicação real,
demonstrando a opinião crítica em sala de aula, de forma argumentativa e, especialmente, fazendo
uso da língua que estão a aprender. A professora orienta todo o processo, pois “[a]unque el profesor
puede haber organizado las estructuras en las que las interacciones tienen lugar, son los propios
alumnos quienes crean esas interacciones.” (Littlewood 1994: 115).
A título ilustrativo irei abordar dois debates criados e implementados em cada turma, de
Inglês e Espanhol, respetivamente.
2.1.1. Primeiro debate realizado na turma de Inglês
O primeiro debate na turma de Inglês realizou-se num grupo de três aulas e o tema que me
competia abordar pelo manual era “Teens and Media”. Na tentativa de me afastar do manual, optei
por criar materiais didáticos motivadores. Uma vez que estes alunos encontram-se a iniciar a
adolescência e, tal como verifiquei no questionário inicial, as tecnologia e as redes sociais são um
3 URL: https://www.theguardian.com/higher-education-etwork/teacherblog/2012/jun/18/pupil-class-
debate?CMP=share_btn_me
45
tema presente na vida destes alunos, optei por criar uma sequência didática sobre as redes sociais,
mais precisamente o uso do Facebook (v. Anexo 5).
Como mencionado anteriormente, o debate dirá respeito à tarefa final e como tal, tive que
criar várias atividades que possibilitassem e ajudassem a realizar o debate com sucesso. É
importante salientar que os recursos audiovisuais também foram vistos como um recurso motivador
para os alunos; assim, escolhi mostrar aos alunos uma parte do filme “Trust5” que retrata o uso das
redes sociais sem a supervisão dos pais e as consequências do mesmo. Denotei entusiasmo,
recetividade e motivação, quer pelo tema, quer pelas atividades e recursos escolhidos. Após várias
atividades possibilitadoras e cooperativas (v. Anexo 5), chegou-se à última atividade que dizia respeito
ao debate propriamente dito, no qual optei por separar dois grupos – a favor e contra o uso das redes
sociais. Uma vez que já havia observado várias aulas e até mesmo dado aulas extra a estes alunos,
já conhecia os grupos e quem deveria colocar de cada lado, de modo a que ficasse “equilibrado”.
Sendo que a turma possuía uma postura quase apática e passiva em sala de aula, as minhas
expectativas para o debate não eram ambiciosas; porém, fui surpreendida pela positiva:
O debate correu muito bem; os alunos encontraram argumentos muito originais e mostraram-se muito participativos, o que me surpreendeu muito pela positiva. Sem dúvida que os alunos mostraram interesse em expor a sua opinião e os seus argumentos para tentar ganhar o debate. Embora se tenha verificado alguns erros de domínio linguístico, os alunos conseguiram exprimir a sua opinião e também compreenderem-se, ou seja, o erro não foi uma barreira para a comunicação.
Denota-se que alguns alunos tendem a participar mais do que outros, sendo que alguns alunos ainda demonstram pouco à vontade para tal, tendendo a manterem-se passivos e deixarem que os outros elementos do grupo participem por eles. Caberá ao professor incentivar os alunos que não costumam participar a falar e a interagir mais na sala de aula. (Reflexão da aula dada, 25/02/2016)
Apercebi-me que, de facto, o debate resultou ser uma atividade motivadora e que os alunos
queriam expor o que pensavam; contudo, alguns alunos apoiavam-se nos colegas que mais
expunham as suas opiniões e, dessa forma, não interagiam como a atividade assim o exigia. No final
passei um questionário de autorreflexão sobre esta atividade de interação oral e o resultado foi o
seguinte (Tabela 5):
5 URL: https://www.youtube.com/watch?v=k9J3fBSpXwc
46
Primeiro questionário de autorreflexão de Inglês
Escala Sim Não
Expressei a minha opinião sobre o Facebook 19 10
Expressei acordo e desacordo 20 9
Participei ativamente no debate 21 8
Discuti a minha experiência com as redes sociais 22 7
Achei o debate uma atividade motivadora 28 1
Tabela 5 – Primeiro questionário de autorreflexão sobre o debate a Inglês
Com estes resultados apercebo-me que os alunos tomam consciência da postura que
tiveram no debate, tal como a tabela 5 indica: 10 alunos referem não expressar a sua opinião; 9
alunos consideram que não usaram a informação dada sobre como expressar acordo e desacordo
num debate que foi entregue juntamente com a sequência didática entregue aos alunos; 8 alunos
consideram que não participaram ativamente no debate e 7 não discutiram a sua experiência com
as redes sociais. Com estes resultados entendo onde tenho que melhorar, assim como também
percebo que os próprios alunos entendem também onde têm que mudar. Na última questão tive a
certeza que esta atividade motiva o grupo-alvo e seria uma aposta a manter em futuras aulas, com
um plano de ação que abranja todo o grupo, de modo a colmatar as falhas verificadas.
No que concerne este debate, e embora alguns alunos tenham consciência de que não
participaram, também utilizei uma grelha de observação focalizada para a interação oral (v. Anexo
6). Aquando o cruzamento dos resultados, constata-se que existem alunos que consideram que
participaram, mas isto não foi observado e foram estes mesmos resultados que me ajudaram a criar
estratégias diferentes, de modo a colmatar a falta de participação dos alunos e a fim de verificar a
sua evolução.
2.1.2. Segundo debate realizado na turma de Inglês
Após o primeiro debate e ter-me apercebido das dificuldades e barreiras para que o mesmo
resultasse eficaz para todo grupo alvo, criei um plano de ação e estratégias que fossem ao encontro
das necessidades dos meus alunos.
47
Este debate teve lugar em maio, na semana em que decorria o dia internacional contra a
homofobia. Acreditando que “[a] explicação da importância e necessidade crescentes do ensino do
pensamento crítico reside sobretudo na constatação de que o pensamento crítico é uma pedra basilar
na formação de indivíduos capazes de enfrentarem e lidarem com a alteração contínua dos cada vez
mais complexos sistemas que caraterizam o mundo atual” (Vieira, 2000: 14), pretendia tratar
assuntos importantes da sociedade atual e daí ter optado pelo debate sobre a adoção homossexual
(v. anexo 7). Neste debate, e tendo como base as falhas do primeiro debate, resolvi distribuir
diferentes papéis a desempenhar, tais como: padres, freiras, idosos, jovens a favor e contra a adoção
de crianças por casais do mesmo sexo.
Antes da realização do debate e a fim de ativar conhecimentos prévios dos alunos, aliados
à curiosidade e motivação, mostrei-lhes um vídeo de um programa familiar “Se fosse consigo6”
porque “[a] imprensa, a rádio, o cinema e a televisão são já elementos inseparáveis da nossa forma
de ver e interpretar a realidade” (Oliveira, 1997: 17).
Este vídeo mostrou algumas atitudes homofóbicas e xenófobas da nossa sociedade, com o
objetivo dos alunos induzirem o que iriamos falar na aula, assim como promover uma discussão
prévia sobre o que achavam pois, tal como Alvermann et al. (1998) referem, nós como professores
devemos “Animar a los estudiantes a que participen activamente en una discusión con sentido – y
conseguir que se sientan cómodos al hacerlo - constituye una valiosa vía de enseñanza para los
profesores que trabajan en las distintas áreas de contenido” (pp. 9 e 10).
Neste momento, apercebi-me da maturidade de alguns alunos e, sendo este um assunto
sensível e controverso, não sabia qual o feedback que poderia obter pelos alunos; porém, e mais
uma vez, superaram as minhas expectativas. O debate iniciou com a distribuição dos grupos e aqui
transcrevo uma passagem da reflexão realizada sobre esta aula:
Alguns alunos que, normalmente, permanecem calados na sala de aula e em
trabalhos de grupo, surpreenderam-me muito ao participar e ao final demonstraram vontade em permanecer na aula e continuar o debate no tempo do intervalo, o que me deixa completamente realizada por saber que eles preferem estar a ter aula em vez de estar no intervalo. Isto faz com que todo o trabalho desenvolvido valha a pena, assim como também me faz perceber que os materiais que escolho a pensar neles resultam de facto ser motivadores e é este o trabalho gratificante de ser professor. (Reflexão da aula dada, 19/05/2016)
6 URL: https://www.youtube.com/watch?v=l6reRYMxmgU
48
Ou seja, os papéis atribuídos aos alunos fizeram com que a participação e a interação
aumentassem; não deixando de haver erros linguísticos, estes não constituíram uma barreira para a
compreensão entre os grupos. As dinâmicas criadas através do trabalho colaborativo entre os colegas
“são essenciais para a realização de trabalho em equipa, na resolução de problemas e na tomada
de decisões de forma eficaz e eficiente, ou seja, baseadas em argumentos suportados por razões
convincentes” (Vieira, 2000: 15). Este era o meu grande objetivo, que os alunos falassem e
expusessem a sua opinião na língua inglesa.
No final, preencheram um questionário de autorreflexão sobre a atividade, para que
refletissem sobre o próprio processo de aprendizagem. Os resultados são apresentados na tabela 6:
Segundo questionário de autorreflexão de Inglês
Escala Sim Não
Achei o tema da homossexualidade interessante 24 5
Este debate ajudou-me a desenvolver o pensamento crítico 25 4
Expressei acordo e/ ou desacordo sobre o tema 21 8
Este debate ajudou-me a interagir e a refletir na língua inglesa 22 7
Achei o debate uma atividade motivadora 29 0
Tabela 6 – Segundo questionário de autorreflexão sobre o debate a Inglês
Como se pode ver pela tabela 6, denota-se uma evolução no comportamento dos alunos no
debate, tendo estes melhorado a parte argumentativa: 21 alunos consideraram que utilizaram as
expressões para expressar acordo e desacordo, assim como desenvolveram, o seu pensamento
crítico (25 alunos responderam positivamente à questão). Quanto à interação e reflexão sobre
assuntos pertinentes da sociedade atual que, normalmente poderiam falar com os amigos, fizeram-
no na sala de aula e na língua que estão a aprender. Por fim, todos os alunos consideraram o debate
uma atividade motivadora. Estes mesmos resultados estão presentes na grelha de observação
focalizada para a IO utilizada na aula. (v. Anexo 8)
Não obstante, alguns alunos continuam com a mesma postura e, em aulas quer anteriores,
quer posteriores, apercebi-me da falta de bases e dificuldades que vêm de anos anteriores. Para
colmatá-las, tal implicaria um método mais personalizado e individual, assim como tempo que não
tivemos.
49
2.1.3. Primeiro debate na turma de Espanhol
O primeiro debate que resolvi implementar na aula de Espanhol teve como base a análise
de um texto literário do manual dos alunos: “Amor Eterno” e antes da leitura propriamente dita,
deixei que os alunos antevissem o que o texto tratava através de uma discussão inicial acerca do
título e imagens ilustrativas porque “En la fase de prelectura (…) es importante que se den cuenta,
mediante actividades prácticas, de que la utilización de indicadores como el título, los subtítulos, las
figuras y las tablas pueden ayudar a prever el contenido del texto y, por eso mismo a comprenderlo
mejor.” E consequentemente, “les hará estar más atentos a la lectura y a integrar com mayor
facilidade los nuevos conocimientos” (Zenhas et al, 2002: 79 e 78).
Após esta atividade de pré-leitura, passamos à leitura do texto que abordava a relação
familiar entre mãe e filha e os problemas típicos da idade adolescente como a vontade de fazer
tatuagens e piercings, sair à noite à rebeldia da mãe… Achei que seria interessante realizar um debate
sobre este texto pois acredito que “La discusión es importante tanto como una destreza de
comunicación como el fundamento para desarrollar niveles más altos de destrezas lectoras.” (Dillan
1998: 21). Tendo em mente que “se debería poner mayor énfasis sobre aquellas actividades que
comprometan activamente a los estudiantes en discusiones posteriores a las lecturas.” (Dillan 1998:
22).
Neste sentido, “Los profesores que trabajan con tareas de lectura en las áreas de contenido
antes de realizar discusiones orientadas hacia un resultado, necesitan informar a los estudiantes
para que lean con la intención de incrementar su conocimiento acerca del problema y comprender
las creencias y sentimientos de los demás sobre un tema en particular (Dillan 1998: 18). Após esta
discussão inicial, preparamos o debate e sendo que estes estudantes sentiam que este tema era
uma realidade para eles e um assunto de que tinham conhecimento de causa para opinar, tornou o
debate um verdadeiro sucesso.
A importância na escolha de temas e materiais apelativos para os alunos está na medida
em que “num contexto de massificação do ensino, o insucesso escolar crescente traduz um
desajustamento entre a maioria das propostas escolares e a realidade dos alunos”(Oliveira, 1997:
13).
Sendo este o primeiro debate nesta turma, e sendo que estes alunos não falavam em
espanhol como já mencionado no contexto, fiquei bastante satisfeita com o resultado, assim como
com o facto de eles demonstrarem um grande apreço pela aula e o debate criado.
50
Esta foi uma passagem da reflexão realizada após a aula do debate:
O debate resultou muito bem, interagiram por vontade própria, sem medos e até
adicionaram argumentos improváveis e de cunho pessoal durante o debate. Fiz uma atividade metacognitiva oralmente depois da aula, o qual obtive um
feedback muito positivo, alguns alunos até referiram “assim é mais fácil falar espanhol” e que gostaram muito da aula e do debate, inclusive pediram no dia seguinte para continuar o debate. Também referiram que gostaram da maneira que abordamos o texto do livro, assim como, a forma como interagirmos entre todos sobre o mesmo. (Reflexão da aula dia, 13/02/2016)
Era exatamente isto que pretendia ao implementar este tipo de atividade de interação oral,
ou seja “Las discusiones basadas en el texto ofrecen numerosas oportunidades para que los
profesores fomenten el pensamiento crítico de sus alumnos” (Dillan, 1998: 25).
Primeiro questionário de autorreflexão de Espanhol
Escala Sim Não
Achei o tema das relações pessoais interessante 13 0
Este debate ajudou-me a desenvolver o pensamento crítico 13 0
Expressei acordo e desacordo 13 0
Este debate ajudou-me a interagir e a refletir na língua espanhola 13 0
Achei o debate uma atividade motivadora 13 0
Tabela 8 – Primeiro questionário de autorreflexão sobre o debate a Espanhol
Como se pode verificar com a tabela 8, todos os alunos acharam o tema interessante e
sentem que os ajudou a desenvolver o seu pensamento crítico e ao mesmo tempo expressaram
acordo e desacordo e interagiram e refletiram na língua espanhola. Por fim, todos alunos apontaram
que acharam o debate uma atividade motivadora, e estes resultados, comparando com a grelha de
observação focalizada para a IO (v. Anexo 9) são satisfatórios. Visto que esta turma apontava o medo
de errar como maior impedimento para interagir creio que esta atividade, tendo sido motivadora para
os alunos, ajudou-os a ultrapassar esse mesmo medo porque os alunos estavam entusiasmados por
exprimir a sua opinião e não se focaram no erro. (tendo ocorrido vários erros linguísticos como era
expectável). No entanto, estes não se tornaram impedimento ou barreira para a interação e
compreensão entre os grupos.
51
Com esta atividade percebi que a partir de uma atividade de leitura é possível criarem-se
outros métodos de abordagem ao texto em vez das habituais perguntas de interpretação pois “se
debería poner mayor énfasis sobre aquellas actividades que comprometan activamente a los
estudiantes en discusiones posteriores a las lecturas” (Alvermann, Dillon & O’Brien, 1998: 22).
2.1.4. Segundo de debate da aula de Espanhol
O segundo debate que escolhi contemplar neste relatório teve lugar no dia 18/05/2016.
Este debate disse respeito às novas tecnologias e redes sociais, pois:
A educação para os media e para as novas tecnologias deve desempenhar um papel libertador e securizante, ajudando a preparar os alunos para agirem como cidadãos de uma democracia e a adquirir uma consciência política. (…) Encorajando a expressão criadora e a elaboração, pelos alunos, das próprias mensagens mediáticas (…) deve (esta educação) começar o mais cedo possível, ao longo de toda a escolaridade obrigatória (Oliveira et al, 1997: 21).
Sabendo já de antemão que as novas tecnologias e as redes sociais eram um tema que ía
ao encontro dos seus interesses (como apontaram no questionário inicial e nas aulas dadas) já sabia
que os alunos iriam demonstrar interesse e motivação ao abordar o mesmo.
Começamos a aula com um vídeo como input para o debate e os alunos teriam que debater
sobre os perigos subjacentes ao uso das redes sociais, e o que ao fazê-lo poderia afetar,
positivamente ou negativamente, as suas vidas pessoais.
Na preparação do debate facultei algumas perguntas-chave que iriam orientar o debate e
que lhes daria tempo para preparar os argumentos, quer do grupo a favor, quer do grupo contra o
uso das redes sociais.
Passo a citar uma passagem sobre a reflexão realizada após a aula do debate:
Neste debate denotei várias melhorias quer nos erros de linguística, quer na fluência dos alunos desde o primeiro debate realizado. Os alunos mostraram-se autónomos e o meu papel foi de mera orientadora, sendo que estes conduziram todo o debate. Os argumentos foram dos mais variados e os contra-argumentos não acabavam, até que se prolongou pelo intervalo. Demonstraram uma vez mais que, com a correta seleção de atividades, o seu interesse e interação aumentam. (Reflexão da aula do debate 18/05/2016)
Após a aula os alunos preencheram o questionário de autorreflexão, muitos alunos tiveram
que faltar (5 alunos) porque se encontravam em atividades de âmbito escolar e por isso não
conseguiram estar presentes na minha última aula.
52
Segundo questionário de autorreflexão de Espanhol
Escala Sim Não
Expressei a minha opinião sobre o uso das redes sociais 8 0
Expressei acordo e desacordo 8 0
Participei ativamente no debate 8 0
Discuti a minha experiência sobre as redes sociais 8 0
Achei o debate uma atividade motivadora 8 0
Tabela 9 – Segundo questionário de autorreflexão sobre o debate a espanhol
Como se constata na tabela 9, todos os alunos que mostraram recetividade e vontade em
interagir ativamente no debate. Devo salientar que se verificou uma melhoria desde o seu à vontade
com a língua, a sua fluidez, a sua vontade em querer falar na LE, a sua inibição e predisposição
para interagir na LE, eles próprios têm consciência da sua evolução. Também se pode verificar esta
evolução através da grelha de observação focalizada. (v. Anexo 10)
Porém, subsistiram ainda alguns erros normais dada a proximidade entre a língua materna
e a língua espanhola e como tal “Puede ocurrir, por nativa con los de la lengua extranjera,
produciendose errores de los denominados de «transferencia» o «interferencia» (Littlewood 1994:
61).
2.2. A curta-metragem
Optei por esta atividade de IO pois acredito que após uma exposição de materiais didáticos,
os alunos devem praticar o input de forma dinâmica e cooperativa. Acredito também que a
representação e a opção pela gravação de uma curta-metragem é apelativo:
Representação da situação. Os alunos simulam a situação-problema selecionada, o que permite que tenham contacto, de um modo agradável, com situações que podem vir a ter que enfrentar e, por outro lado, desenvolver empatia pelos alunos que vieram a demonstrar problemas semelhantes àqueles que estão a representar, tornando-os mais sensíveis aos que venham a surgir com elementos do grupo (Freitas & Freitas, 2003: 54).
Como mencionado anteriormente, o tema é tão importante quanto a escolha dos materiais
a utilizar. E uma vez mais, tive em consideração a opinião dos alunos quanto aos seus interesses e
53
motivações. Na turma de Espanhol os alunos já me tinham demonstrado que gostavam de observar
curtas-metragens e, que também, já tinham realizado uma curta-metragem. Soube desde logo que
seria uma atividade motivadora para os alunos e a atividade por si só engloba a IO e o trabalho em
grupo em que “Los alumnos pueden cooperar en la solución conjunta a las tareas y así formar una
comunidad de aprendizaje a la que todo el mundo contribuye” (Littlewood 1994: 115).
O meu objetivo como professora, além de ensinar, é promover a entreajuda e
companheirismo, porque acredito que os alunos aprendem mais e melhor em conjunto.
Quando menciono o companheirismo, não falo apenas entre alunos, mas entre alunos e professora.
Pois uma vez mais, esta relação é fulcral para que o ano letivo e a postura dos alunos seja a que
esperamos.
Esta curta-metragem que realizamos é considerada juego de rol e por definição:
A dramatização é entendida, neste âmbito, como um dispositivo capaz de estimular e facilitar o debate entre os alunos, propiciando o ambiente adequado para que estes possam confrontar pontos de vista diferentes, compreender os pontos de vista de terceiros e ampliar o campo das duas próprias perspectivas (Trindade 2002: 57)
2.2.1. A curta-metragem realizada na turma de Espanhol
A curta-metragem realizada na turma de Espanhol teve como tema “Relaciones Personales”
e realizou-se após um grupo de três aulas, fora da sala de aula, e através de uma sequência didática
criada por mim (v. Anexo 11).
O início desta sequência didática dá a conhecer aos alunos os objetivos e o que devem ser
capazes de fazer ao fim da mesma. Começamos com pré atividades e todos os exercícios foram
realizados em grupo. Na parte do vocabulário os alunos tinham que descrever o colega do lado
utilizando os adjetivos para qualificar carácter da sequência didática, este momento foi muito
divertido porque utilizamos o vocabulário e ao mesmo tempo conheci alguns traços de personalidade
dos alunos, e como sempre, a IO este presente no decorrer destes exercícios.
Como input resolvi mostrar-lhes uma curta-metragem “Diez Minutos7” – uma rapariga que
trabalha como operadora de um call center e tem um cliente que lhe pede para saber uma
informação que ela não pode dar. No decorrer da conversa entre a operadora e o cliente, através de
compaixão e compreensão a rapariga acaba por deixar-se levar pelas emoções.
7 URL: https://www.youtube.com/watch?v=gwmFszGS-X0
54
Os alunos gostaram imenso da curta-metragem e após a interpretação da mesma realizamos
um debate: A ética contra a compaixão. Ou seja, se a atitude da rapariga ao transgredir (ou não) as
regras era aceitável ou não. O debate correu bem e a curta-metragem foi muito apreciada. Numa
aula posterior, decidimos realizar um guião, mas desta vez, eles seriam os atores da curta-metragem.
O tema sendo as Relaciones Personales dei-lhes a ideia de fazermos a curta-metragem sobre
eles – “La vida de los jóvenes a día de hoy”. Todo o guião foi realizado por eles com a minha
orientação e todas as gravações foram realizadas por mim fora da sala de aula, durante uma tarde
inteira em diversos sítios da escola. A edição das gravações foi realizada por mim e por uma aluna
da turma.
Todos os alunos da turma fizeram parte do enredo da curta-metragem e aqui apercebi-me
do quanto autónomos e criativos os alunos eram. Adicionalmente, é inexplicável o espirito de equipa
e a união que os alunos todos desenvolveram e de igual forma a proximidade estabelecida entre
mim e esta turma tão especial.
No que concerne a IO, os alunos todos falaram na LE e não vi nervosismo e o que ainda me
surpreendeu mais foi que os alunos mais tímidos não demonstraram qualquer inibição ao interagir
na língua espanhola. Uma vez mais, o erro existiu mas não constituiu qualquer barreira para a
comunicação ou compreensão entre os alunos. Apesar de haver um guião, a maior parte das cenas
criadas foram improvisadas pelos alunos.
Na aula posterior vimos todos a curta-metragem na aula e todos (eu, professora cooperante
e alunos) ficamos orgulhosos e com um sentimento de dever cumprido com o resultado final.
Entreguei aos alunos um questionário de autorreflexão sobre a curta-metragem realizada e
os resultados foram os seguintes da tabela 10:
Questionário de autorreflexão sobre a curta-metragem a Espanhol
Escala Sim Não
Interagi na língua espanhola 13 0
Soube encarnar a personagem 13 0
Soube usar o quadro funcional como interagir num diálogo 13 0
Esta atividade ajudou-me a combater o meu medo de errar 13 0
Achei a curta-metragem uma atividade motivadora 13 0
Tabela 10 – Questionário de autorreflexão sobre a curta-metragem a Espanhol
Como se pode verificar pela tabela 10 todos os alunos interagiram na LE, todos os alunos
consideraram que souberam encarnar a personagem pretendida, souberam usar o quadro funcional
55
como interagir num diálogo informal. Os alunos sentem que esta atividade os ajudou a combater o
medo de errar ao interagir na LE e todos acharam esta atividade motivadora.
Uma vez que estive presente na realização de toda esta atividade, confirmo todos os
resultados descritos na tabela e o mesmo se verifica na grelha de observação focalizada para a IO
(V. Anexo12). Penso que a informalidade de estar fora da sala da aula os ajudou a praticar mais a
comunicação na LE e isto ajudou-os a progredir nas aulas posteriores e a IO na sala de aula.
2.3. A Discussão
A discussão por si contempla um importante recurso para implementar a IO na sala de aula.
Esta é possível implementar em qualquer aula mediante dois fatores importantes: o tema e a
relevância ao fazê-lo.
Si se contempla el aula como un espacio donde se desarrollan actividades discursivas diversas e interrelacionadas, se constata que las diferentes habilidades lingüísticas no se producen aisladamente y que su enseñanza implica la confluencia de todas ellas. La lengua oral impregna la vida escolar. En este entorno de vida escolar, la lengua oral tiene funciones muy diversas: regular la vida social, aprender y aprender a pensar, a reflexionar, a leer y escribir; es también camino para la entrada en la literatura. A su vez, puede y debe ser objeto de aprendizaje (Camps 1994: 37).
Podemos establecer estas discussoes e interações na sala de aula e estas podem ser objeto
de estudo sem que os alunos se apercebam. Ao abordar um tema novo, ao iniciar uma nova unidade,
ao discutir uma mensagem de uma música ou vídeo podem ocorrer estas interações espontâneas
que, infelizmente, não são tomadas em consideração. Aqui os alunos interagem e discutem os
assuntos naturalmente e sem pressões.
Na observação de aulas percebi que os alunos eram avaliados na oralidade somente no final dos
períodos letivos e através de apresentações tradicionais: uso de powerpoint e tentativa de
momorização de temas que lhes são propostos. O que percebi das varias avaliações que observei é
que: os alunos tendem a ler um papel, tentam lembrar-se do discurso que prepararam, mostram
nervosismo, pouco à vontade e um enorme desconforto ao fazê-lo.
Com estas observações cheguei à conclusão que avaliar os alunos apenas em cinco minutos não
mostra de todo as competências orais dos alunos, pelo contrário. Todo este momento de pressão
faz com que o aluno tenha mais medo de errar e de interagir na língua-meta. E é este o motivo pelo
qual penso que todas as discussões realizadas em sala de aula devem ser aproveitadas em prol da
evolução do aluno.
56
2.3.1. A discussão na turma de Inglês
A discussão que irei abordar teve lugar após um grupo de três aulas com base numa
sequência didática criada a pensar nos alunos com o tema “Green Living” (v. Anexo 13).
O tema por si só não era motivador para os alunos portanto optei por criar uma sequência didática
mais motivadora do que os exercícios do manual. Uma vez que já conhecia, achei melhor criar
atividades a pensar no grupo-meta.
A professora já tinha iniciado a unidade e competiu-me a mim continuar. A sequência que criei
apostou, uma vez mais, no trabalho colaborativo pois este consiste
Na maior ou menor tomada de consciência da situação do Eu no grupo (descoberta da relação com outrem, relações pessoais com a autoridade, sentido e valor do que é dito e não dito, ultrapassagem da ilusão grupal, quer ela produza euforia, segurança, quer seja geradora de ansiedade, aceitação consciente do trabalho) (Vanoye 1979: 121).
Os alunos já tinham abordado algum vocabulário relacionado com o ambiente e em uma
das atividades pedi aos alunos que realizassem uma sopa de palavras (v. Anexo 13) com o
vocabulário que já tinham aprendido e depois trocarem com o par a fim de descobrirem as palavras
do colega. Talvez derivado à idade, esta turma reage muito à competição e querem sempre ser os
primeiros a descobrir e a “ganhar” e daí optar sempre por haver um vencedor em qualquer
jogo/trabalho de grupo.
Outros dos exercícios que resolvi colocar nesta sequência foi: a descoberta de uma
mensagem através de um código secreto alusivo ao tema da unidade através do uso dos teclados
dos telemóveis antigos. Levei para esta aula cinco telemóveis com teclados para os cinco grupos de
trabalho. O código foi-lhes dado na sequência e era comum para todos os grupos e o grupo que
primeiro descobrisse o código, ganhava o jogo. Nesta aula os alunos estavam tão entusiasmados
que não quiseram ir para o intervalo para conseguir descobrir o código, impus-lhes apenas uma
regra: só podem falar em Inglês. Porém, muitos alunos não conseguiram interagir na LE, no entanto,
fizeram o esforço. A aula terminou e os alunos ainda não tinham conseguido descobrir a mensagem
completa, no entanto, um dos grupos no final do dia veio ao meu encontro na sala dos professores
para me perguntarem se a mensagem estava correta, e isto faz todo o trabalho valer a pena.
Por fim, uma vez que o tema era relacionado com o ambiente, resolvi criar uma atividade
que consistia em: criar ideas “verdes” para tornarem a sua escola num lugar melhor e depois discuti-
las.
57
Resolvi pedir isto porque a maior parte da turma já estuda nesta escola há muito tempo e
penso ser interessante saber a opinião dos alunos quanto à escola e ao que se poderia melhorar na
mesma. As ideias dos alunos foram muito criativas e tivemos um bom momento, algumas das suas
ideias foram: os banhos (depois de educação física) serem pagos após cinco minutos para pouparem
água; desligarem as luzes durante o dia e abrirem as janelas para poupar energia; todos os
professores e alunos deslocarem-se para a escola de bicicleta; e doarem o resto da comida da cantina
a mendigos.
Tal como na aula do natal, os alunos mostraram uma vez mais a sua sensibilidade e a
competência do saber ser. Porém, no que concerne à IO, uma vez mais alguns alunos permaneceram
apáticos e pouco à vontade a falar e a discutir ideias.
Após este grupo de aulas os alunos responderam a um questionário de autorreflexão e o
resultado foi o seguinte da tabela 11:
Questionário de autorreflexão sobre a discussão na aula de Inglês
Escala Sim Não
Interagi na língua inglesa 15 14
Discuti ideias sobre a minha escola 16 15
Consigo falar sobre problemas ambientais em Inglês 18 17
Expus as minhas ideias para melhorar a escola 15 14
Gostei das atividades 27 2
Tabela 11 – Questionário de autorreflexão sobre a discussão em Inglêsl
Pelo que se verifica na tabela 11, 15 alunos consideram que interagiram na LE; 16 alunos
consideram que discutiram ideias sobre a sua escola; 18 alunos consideram conseguir falar sobre
problemas ambientais na LE; 15 alunos dizem ter exposto as suas ideias para melhorar a escola e
27 alunos gostaram das atividades propostas. Porém, o que foi observado na sala de aula (v. Anexo
14) não corresponde às perceções dos alunos. Ainda assim, penso que este tipo de atividades
adotadas e pensadas neles ajudam-nos a conseguir interagir com mais à vontade na LE.
Este capítulo disse respeito ao desenvolvimento da intervenção, ou seja, a algumas das aulas
e atividades de IO propostas aos alunos e as suas autorreflexões, no próximo capítulo passarei à
última fase do relatório - avaliação da intervenção pedagógica.
58
59
CAPÍTULO III - AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
3.1 - Reflexões dos alunos sobre as atividades
Um dos objetivos delineados no projeto foi fomentar a reflexão sobre a interação oral como
um processo autorregulado. Esta secção contemplará as reflexões dos alunos sobre as atividades
propostas na sala de aula, pois acredito que os alunos como protagonistas de todo este processo
devem refletir sobre o que aprenderam e sobre a tipologia de atividades implementadas, também
para lhes dar voz em todo este processo de E-A: “Contemporary views of learning and their
pedagogical applications have begun to change traditional classroom interaction patterns, shaping
the communicative roles of the teacher and students as participants in a classroom learning
community” (Kumpulainen & Wray, 2002: 10).
Esta atividade metacognitiva é importante quer para os alunos, quer para mim enquanto
sua professora, para, da mesma forma, autorregular-me através do feedback proveniente dos meus
alunos, principalmente nesta fase de estágio que ainda se trata de um processo de aprendizagem.
As reflexões finais foram realizadas nas minhas últimas aulas, na turma de Inglês e de
Espanhol, com a finalidade de os fazer refletir sobre o impacto das atividades de IO implementadas
na sala de aula.
Esta atividade consistiu em pedir aos alunos que, em pelo menos três (ou mais) palavras,
descrevessem as aulas e as atividades de IO. Após a análise de dados, optei por usar o programa
Wordcloud 8 a fim de criar uma nuvem de palavras que consiste na colocação de todas as palavras
descritas pelos alunos e consoante a frequência (repetição) de palavras, a palavra aparecerá maior
e vice-versa.
Saliento ainda que isto foi feito em anonimato (assim como nos outros instrumentos de
investigação), para que as respostas não fossem influenciadas por medos ou constrangimentos.
8 URL:
https://www.jasondavies.com/wordcloud/#%2F%2Fwww.jasondavies.com%2Fwordcloud%2Fabout%2F
60
3.1.1) Na turma de Inglês
Na turma de Inglês na data 18/04/2016, todos os alunos (29) escreveram 3 ou mais
palavras para qualificar/descrever as atividades de IO implementadas nas aulas. Após a utilização
do programa, obtive o seguinte resultado de nuvem de palavras (Figura 1):
Figura 1- Nuvem de palavras obtida na turma de Inglês
Com base no resultado obtido e tendo em consideração as palavras que apareceram com
mais frequência, os alunos consideraram as aulas e as atividades realizadas: “Divertidas”;
“Interativas”; “Educativas”; logo após, “Cultas” e “Diferentes” .
As palavras que apareceram com menos frequência foram: “Importantes”; “Espetaculares”;
“Ilustrativas”; “Educativas”; Participativas”; “Interessantes” e “Fenomenais”.
Estes resultados deixaram-me bastante satisfeita, principalmente pelo facto de os alunos
considerarem as aulas interativas e divertidas, assim como, embora em menos frequência, também
mencionarem o facto de terem sido participativas. Tendo sido o tema da IO abordado no decorrer
da minha intervenção, o meu principal objetivo era que os alunos refletissem sobre as atividades
implementadas e a própria IO na sala de aula.
3.1.2) Na turma de Espanhol
Na turma de Espanhol, na data 17/04/2016, todos os alunos (13) escreveram 3 ou mais
palavras palavras para qualificar/descrever as atividades de IO implementadas nas aulas. Após a
utilização do programa, obtive o seguinte resultado da nuvem de palavras (Figura 2):
61
Figura 2- Nuvem de palavras obtida na turma de Espanhol
Com base no resultado obtido e tendo em consideração as palavras que apareceram com
mais frequência, os alunos consideraram as aulas e as atividades realizadas: “Interativas”;
“Enriquecedoras” e “Divertidas”.
Com menos frequência apareceram as seguintes palavras: “Interessantes”; “Motivadoras”;
“Únicas”; “Explicativas” e com ainda menos frequências: “Participativas”; “Diversão” e
“Educativas”.
Deixou-me igualmente satisfeita por os alunos terem percebido o que pretendia das aulas
(tendo em conta o tema da IO), sendo que quase todos os alunos referenciaram o facto de as
mesmas terem sido interativas e ao mesmo tempo consideraram-nas divertidas e enriquecedoras.
Estes resultados obtidos em ambas as turmas fazem-me acreditar que o ensino de LE não
tem que ser maçador ou aborrecido para os alunos, e, se pensarmos no que os alunos sentem e
preferem, as aulas podem tornar-se mais divertidas quer para os alunos, quer para mim porque
nenhum professor aprecia que os alunos não mostrem interesse ou motivação pelas suas aulas e
pelos conteúdos das mesmas. E isto está, na minha opinião, diretamente ligado à IO e ao deixar os
alunos falarem, interagirem e cooperarem.
Considero que a escolha certa dos temas e das atividades tiveram um grande peso na
recetividade dos alunos de ambas as turmas às atividades propostas.
62
0
2
11
Trabalho na sala de aula
Sozinho Pares Grupo
0 3
26
Trabalho na sala de aula
Sozinho Pares Grupo
3.2. Questionário final
Esta secção diz respeito ao último objetivo que delineei para o projeto: avaliar o impacto e o
resultado das atividades de interação oral propostas aos alunos. Consistirá na análise dos dados
obtidos pelos questionários finais (v. anexo 12) entregues na turma de Inglês e de Espanhol. Assim
como fiz para o questionário inicial, só analisarei as questões relevantes para o projeto; algumas das
questões permaneceram semelhantes para se perceber se houve evolução pela parte dos alunos em
relação ao início do ano letivo. A última questão diz respeito às atividades que mais motivaram os
alunos a interagir e uma vez que as atividades implementadas na turma de inglês foram diferentes
da turma de espanhol, esta questão foi adaptada à turma em causa. Foi a única questão diferente
para as turmas. A escala utilizada foi a mesma para facilitar a análise dos resultados (1- nada; 2-
pouco; 3- muito; 4 – bastante; 5 – sempre).
Na questão sobre as preferências dos alunos quanto ao trabalho em sala de aula, obtive os seguintes
resultados (gráficos 7 e 8):
Gráfico 7- Trabalho na sala de aula na turma de Inglês Gráfico 8- Trabalho na sala de aula na turma de Espanhol
No questionário inicial, 18 alunos da turma de Inglês preferiam o trabalho em grupo; no final
do ano 26 alunos preferem o trabalho de grupo; 8 preferiam o trabalho em pares; no final do ano
apenas 3; no início 3 alunos preferiam trabalhar sozinhos e no final do ano nenhum gosta dessa
modalidade de trabalho.
Na turma de Espanhol, no questionário inicial, 7 alunos preferem o trabalho de grupo; no
final temos 11 alunos; 4 alunos preferia trabalhar em pares e no final apenas 2 e por fim, 2 alunos
preferiam trabalhar sozinhos e no final nenhum apontou preferir essa modalidade de trabalho. Penso
ser importante que os alunos prefiram o trabalho colaborativo pois é visto “como una de las formas
de desarrollar la autonomía de nuestro alumnado” (Durán, 2005: 101).
63
À questão se os alunos se sentem mais à vontade para falar a língua na sala de aula obtive
os seguintes resultados (gráficos 9 e 10):
Gráfico 9- À vontade para falar na língua inglesa Gráfico 10- À vontade para falar na língua espanhola
Na turma de Inglês, no questionário inicial, 16 alunos diziam não se sentir à vontade a falar
a LE na sala de aula; no questionário final, apenas 4 alunos dizem não se sentir à vontade para falar
a LM, ou seja, pelo menos 12 alunos tomaram consciência que já se sentem mais à vontade a fazê-
lo.
Na turma de Espanhol, no questionário inicial, 9 alunos diziam não sentir à vontade para
falar na LM na sala de aula, no final apenas 1 aluno diz não se sentir à vontade para fazê-lo, ou seja,
8 alunos conseguiram melhorar a sua segurança para fazê-lo. Saliento ainda que o mesmo foi
verificado na sala de aula.
Na questão sobre os impedimentos para falar na LE, obtive as seguintes respostas (tabela 10):
Impedimentos para falar nesta língua Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Nervosismo 10 13 4 1 1 5 8 0 0 0
b)Medo de errar 9 7 6 4 3 6 6 1 0 0
c)Timidez 14 10 3 2 0 5 6 2 0 0
d)Erros de pronúncia 8 15 6 0 0 2 11 0 0 0
e)Falta de oportunidade 18 11 0 0 0 13 0 0 0 0
f) Falta de conhecimento 6 18 1 1 3 10 2 1 0 0
Tabela 60- Questionário final - Impedimentos para falar a língua na turma de Inglês e Espanhol
12
1
À vontade a falar a língua na aula
Sim Não
25
4
À vontade a falar a língua na aula
Sim Não
64
Na turma de inglês, no início do ano letivo (como visto na análise do questionário inicial) os
alunos apontavam o nervosismo e o medo de errar como maior impedimento para falarem na língua
inglesa; no questionário final, 23 alunos apontaram que o nervosismo era “nada” ou “pouco”. E
somente 6 alunos ainda apontam no final este como impedimento para falar.
No que concerne ao medo de errar, 9 alunos apontaram “nada” e 7 alunos “pouco”; porém,
13 alunos, no final, ainda sentem este como impedimento para falar a língua. Sendo que estas eram
as causas mais apontadas, denota-se uma melhoria neste sentido e os alunos já mostram ter mais
à vontade para falar a língua.
No que diz respeito aos restantes problemas, também se vê uma melhoria nos alunos,
principalmente na timidez e erros de pronúncia.
Na turma de Espanhol, no início do ano letivo, os alunos apontavam também o medo de
errar, assim como a timidez. Neste questionário final, 6 alunos apontam que é “nada” e outros 6
alunos “pouco”, sendo que apenas 1 aluno diz ser “muito”. Assim, os alunos demonstraram no final
que o medo de errar já não é tanto uma barreira para comunicar na língua.
Quanto à questão sobre a timidez como impedimento para falar na LE, que advém da falta
de segurança e autoestima ao fazê-lo, vemos que 5 alunos consideram ser “nada” e 6 alunos dizem
ser “pouco”. No entanto, ainda 2 alunos consideram ser “muito”. Creio que existe uma evolução na
segurança quando falam na língua, ainda que, alguns alunos demonstrem não sentir à vontade a
falar, e isto também tem relação com os seus próprios traços de personalidade.
Na questão sobre as dificuldades na IO, obtive as seguintes respostas (tabela 11):
Dificuldades na interação oral Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Fluidez 5 14 5 5 0 5 6 2 0 0
b)Argumentação 9 12 8 0 0 7 6 0 0 0
c)Vocabulário/gramática 8 14 4 3 0 4 6 3 0 0
d)Pronunciar as palavras 5 8 13 3 0 6 5 2 0 0
Tabela 11- Dificuldades dos alunos nas turmas de Inglês e Espanhol na interação oral
Na turma de inglês, no questionário inicial, os alunos não apontavam a fluidez como
dificuldade; porém, como já mencionado, nas aulas apenas 3 alunos mostravam ser fluidos no
discurso; neste questionário final, 14 alunos apontaram que sentem “pouca”, 5 alunos disseram ser
“nada” e 10 alunos consideraram ser “muito” e “bastante”. No que verifico presencialmente nas
65
aulas, os alunos ainda demonstram muitas dificuldades; ainda que exista uma evolução significativa
em alguns alunos.
Quanto à argumentação, metade dos alunos apontavam esta como uma dificuldade para a
IO; no questionário final, 9 e 12 alunos apontam “nada” ou “pouco”, respetivamente, verificando-se
uma significativa melhoria, que advém, a meu ver, de todos os debates implementados, que tinham
sempre como objetivo principal a IO e a argumentação do aluno.
Adicionalmente, percebe-se que devido às variadas atividades de IO implementadas, os alunos
também trabalharam o vocabulário e a gramática e também verifiquei várias melhorias neste sentido.
A pronunciação ainda é uma dificuldade, porque alguns alunos tendem a pronunciar as palavras tal
como se lê e já vêm habituados a tal (por exemplo “know” pronunciam o “k”). Porém, este nunca
foi um impedimento para a IO.
No que concerne a turma de Espanhol, os alunos apontavam a argumentação e fluidez
como maiores dificuldades para a IO; neste questionário podemos ver que no que toca à fluidez
como impedimento para a IO: 5 alunos consideraram que não (“nada”) e 6 alunos “pouco”, sendo
que apenas 2 alunos ainda consideram “muito”. O mesmo verifiquei nas minhas aulas: os alunos
com a prática da IO nas aulas desenvolveram a sua fluidez significativamente. Quanto à
argumentação, 7 alunos consideram que não é impedimento (“nada”) e 6 alunos “pouco”, e, sendo
que o debate demonstrou ser uma das atividades mais motivadoras para os alunos, é satisfatório
saber que houve evolução neste parâmetro.
Quanto à questão sobre o que os alunos fazem quando não sabem exprimir alguma ideia
na LE a tabela 12 apresenta os resultados:
O que fazem quando não sabem exprimir uma ideia Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Recorrem à língua materna 11 15 3 0 0 6 7 0 0 0
b)Dizem por outras palavras 2 5 12 7 3 0 0 0 6 7
c) Tentam não recorrer à língua materna 3 4 5 14 3 0 0 3 6 4
Tabela 12- O que os alunos fazem quando não sabem exprimir uma ideia nas turmas de Inglês e Espanhol
Na turma de Inglês, os alunos no início do ano letivo recorriam bastante à língua materna
porque não tinham bases para falar na língua inglesa; no questionário final, 11 alunos dizem não
recorrer à LM (“nada”) e 15 alunos dizem fazê-lo “pouco”; apenas 3 alunos dizem “muito” e o que
observei quer nas minhas aulas, quer nas aulas da professora cooperante é que, embora muitos
66
alunos não tenham iniciativa e por vezes tenham mesmo uma presença apática na sala de aula,
existe uma grande evolução no que toca ao uso da LE na sala de aula. Quanto a dizerem por outras
palavras, 12 alunos consideraram que o fazem “muito”, 7 alunos “bastante” e 3 alunos que o fazem
“sempre”. Aqui se denota a evolução mais significativa, uma vez que os alunos já têm mais prática;
mesmo que não saibam exprimir alguma ideia, conseguem levar o seu tempo a pensar em
alternativas para o que pretendem dizer, e é este esforço que deve ser valorizado nos alunos.
Na turma de Espanhol, os alunos inicialmente só falavam na língua materna, sem fazerem
esforço para utilizarem a língua-meta, mesmo para perguntas dicotómicas diretas. Com a
implementação de certas regras como a proibição da LM na sala de aula e a prática da comunicação
na língua espanhola, os alunos abandonaram esse velho hábito 6 alunos dizem não recorrer “nada”
à língua materna e 7 “pouco”; quanto ao tentarem dizer por outras palavras, 6 alunos consideram
fazer “bastante” e 7 alunos “sempre”. Pelo que observei, todos fizeram o esforço para não recorrer
à LM na sala de aula.
Na questão sobre a atitude que os alunos preferem que o professor adote face ao erro na
IO, obtive as seguintes respostas (tabela 13):
Atitude face ao erro Inglês Espanhol
Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
a)Corrigir de imediato 12 14 3 0 0 3 4 6 0 0
b)Corrigir após a atividade 0 1 15 11 2 0 3 5 5 0
c) Ignorar o erro 26 3 0 0 0 13 0 0 0 0
Tabela 13- Atitude face ao erro nas turmas de Inglês e Espanhol
Na turma de inglês e de espanhol nos questionários iniciais, os alunos diziam preferir a
correção após a atividade e nunca ignorar o erro cometido; no final, ambas as turmas continuam a
não apreciar que se ignore o erro e agora demonstram que preferem que os corrija após a atividade
ou o ato comunicativo. O mesmo foi observado nas minhas aulas: quando se corrige o erro no
momento de ocorrência os alunos tendem a perder o raciocínio e dá-se uma barreira na IO, não
sendo este o meu objetivo com o projeto. Portanto, creio que os alunos entenderam ser melhor a
correção após a atividade a fim de não interromper o ato comunicativo.
Quanto à última questão, que diz respeito às atividades que mais motivaram os alunos na
IO, coloquei algumas das atividades que realizei e pedi que identificassem as que gostaram e as que
não gostaram, como se pode ver na tabela 14:
67
Atividades que mais motivaram o aluno na IO na turma de Inglês Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre Gostei Não gostei
a) Debate sobre os usos do Facebook 28
1
b) O trabalho de grupo para decodificar o código secreto sobre a unidade “Green Living
29
0
d) O trabalho de grupo para criar maneiras de melhorar a tua escola 20
9
e) Explorar a série “The walking dead” 18
11
f) Debate sobre a homossexualidade 27 2
Tabela 14- Atividades que mais motivaram os alunos na turma de Inglês para praticar a IO
Percebe-se que os alunos apreciaram mais ambos os debates realizados e a atividade que
consistia em decodificar um código secreto. Quanto à atividade da série “The Walking Dead” resolvi
abordá-la devido ao entusiasmo que todos os alunos demonstraram sobre a mesma no início do ano
letivo. O mesmo pude verificar quando lecionei esta aula e no geral, penso que a maior parte dos
alunos gostou das atividades e estas ajudaram-nos a desenvolver a IO na sala de aula.
Quanto à turma de Espanhol o resultado foi o seguinte (tabela 15):
Atividades que mais motivam o aluno na IO Escala: 1-Nada; 2- Pouco; 3- Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre Gostei Não gostei
a) Debate sobre o texto “Amor Eterno”
13 0
b) Debate sobre a curta-metragem “diez minutos”
13 0
c) A curta-metragem que criaramos “Relaciones personales de los jóvenes”
13 0
d) Juego de rol numa consulta médica
13 0
e) Juego de rol de um turista 11 2
Tabela 17- Atividades que mais motivaram os alunos na turma de Espanhol para praticar a IO
A tabela 15 mostra que os alunos apreciaram todas as atividades de IO implementadas e o
mesmo se verificou quando as implementei. Apenas 2 alunos colocaram que não gostaram de uma
dramatização sobre dar indicações a um turista porque não estavam familiarizados com o
vocabulário a utilizar. Saliento que todas as atividade de IO foram previamente preparadas em grupo
pois “Os alunos trabalham, em conjunto, através da organização de tutorias em que os alunos
academicamente mais capazes ajudam os alunos academicamente menos capazes, de forma a que
68
todos possam dominar e apreender a informação divulgada pelos professores ou, então, resolver os
exercícios que lhes tenham sido propostos através de fichas de trabalho” (Trindade, 2002: 42).
Neste capítulo procedi à avaliação da intervenção pedagógica e por fim passarei às
considerações finais, onde abordarei em que medida os objetivos foram cumpridos e a limitações.
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta secção realizarei um balanço final de todo o ano de estágio e do impacto que o mesmo
terá na minha vida profissional e pessoal, evidenciando todo o processo de aprendizagem que me
ajudou a crescer como professora e como pessoa. Neste processo as principais personagens foram
sem dúvida os meus (primeiros) alunos, que com eles aprendi e cresci como futura professora.
Constatei que, contrariamente ao método de ensino no qual fui educada (método
tradicional), ser professor não é ser um detentor de conhecimentos científicos. Verifiquei ainda que
o melhor professor não se mede pelo que sabe, mas pela maneira que transmite os saberes aos
seus alunos, pois tal como defende Paulo Freire (2012), “ensinar não é transferir conteúdo a
ninguém assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical
do professor” (p. 103).
É necessário um leque diversificado de competências pedagógicas e didáticas a favor do
sucesso dos alunos – através da orientação, motivação e aprendizagem. Como tal, este modelo de
E-A reflexivo e orientado para a autonomia permitiu-me perceber que, desta maneira, o aluno tem
um papel central e uma maior implicação no processo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, torna-
se mais autónomo quando se apercebe e consegue identificar sozinho as suas dificuldades. Tendo
sido este um dos meus principais objetivos do projeto: promover a autonomia do aluno através de
atividades motivadoras de IO na sala de aula e fomentar a reflexão sobre a interação oral como um
processo autorregulado.
Só uma avaliação de carácter eminentemente prospectivo, realizada com a função de interpretar e regular o processo de ensino/ aprendizagem, permite um reajuste constante na (inter)acção pedagógica e o desenvolvimento da capacidade do aluno gerir a sua aprendizagem: identificar as suas dificuldades e necessidades, reflectir sobre elas e encontrar estratégias eficazes para a resolução dos seus problemas (Vieira & Moreira,1993: 36).
Tentei sempre transmitir um bom clima de aula e uma postura dinâmica aos meus alunos,
pois como afirma Zenhas et al. (2002):
La forma de actuar del profesor influye considerablemente en el aprendizaje del alumno, por lo que hace falta destacar que su habilidad para entablar una relación emocional con los alumnos, de empatía y de afectividad favorece el placer de aprender y facilita la adquisición de conocimientos (p. 16).
70
Acredito que esta seja essencial para criar alunos motivados e interessados pois
[a]l profesor corresponde crear un ambiente de trabajo propicio al desarrollo intelectual, afectivo y social, establecido en un clima de relaciones de respeto mutuo, diálogo, comparación de ideas y opiniones, con normas y criterios de conducta objetivos, que permita a los alumnos participar con libertad de expresión y aceptación de las ideas de los demás (p. 16).
No que diz respeito às aulas de Espanhol que lecionei e os resultados obtidos por todos os
instrumentos de investigação utilizados posso concluir que os alunos se vieram a mostrar bastante
recetivos a todas as atividades que realizei com eles. Como bons aprendentes que demonstraram
ser, e que foi aqui verificado, observou-se um aumento significativo do à vontade que eles ganharam
com a IO na língua espanhola. Foi, de igual forma, percetível a motivação dos alunos para aprender
e falar na língua-meta, que faz com que todo o trabalho desenvolvido faça sentido. Posso afirmar
que inicialmente os alunos recorriam quase sempre à LM e que, no decorrer do ano letivo, o uso
desta estratégia foi diminuindo brutalmente, até que se tornou inexistente a LM na sala de aula. O
cumprimento dos objetivos que delineei na turma de Espanhol deve-se ao estudo prévio dos
interesses, dificuldades e motivações dos alunos; à criação de materiais didáticos motivadores, tendo
em conta os seus interesses; e também pelo número de alunos na turma, que facilitou a
diversificação de atividades implementadas.
Assim como nas aulas de Espanhol, também nas aulas de inglês lecionadas por mim
foram realizadas várias atividades de IO. Porém, esta turma tendo um número tão grande de alunos
não facilitou a diversidade das atividades pois seria muito mais fácil os alunos dispersarem.
Uma das maiores dificuldades que encontrei pelo caminho teve a ver com a diferença
entre os dois grupos, pois embora ambos se encontrassem no mesmo nível, possuíam ritmos de
aprendizagem muito diferentes. Como tal, na criação de materiais didáticos tive que adaptar-me às
diferenças e ao número, ou seja, tive de considerar “el grado de complejidad de la tarea que se
propone, es decir, su grado de dificultad debido al número de elementos que intervienen” (Quinquer,
2005: 29).
Aprendi também a importância que tem a maneira como se inicia uma sequência didática,
e o que implica o início de uma aula para estimular e cativar o aluno:
Al iniciar la lección, es útil – mediante preguntas o algún ejercicio – hacer explícitas las ideas previas, los conocimientos y las expectativas de los receptores, ya que la información sobre cómo los estudiantes se representan inicialmente el tema es una cuestión de gran relevancia (Quinquer, 2005: 32).
71
Com o aval da professora cooperante, questionei os alunos sobre o que gostariam e estavam mais
à vontade no que toca às atividades para o teste de listening, ao qual me responderam, músicas.
Creio que é importantíssimo ouvir os alunos, fazendo-os sentir parte das tomadas de decisões,
principalmente quando utilizamos a LE para comunicar e isto faz com que os alunos sintam que têm
um papel importante na tomada de decisões.
Ao longo de todo este estágio também existiu um trabalho extra realizado por mim na
comunidade escolar a fim de conhecer melhor o grupo-meta, assim como ajudá-los a alcançar o
sucesso escolar. No 2º período do ano letivo, os alunos tiveram que realizar uma curta-metragem
para a avaliação da oralidade a espanhol. E, como tal, prontifiquei-me a ajudá-los a realizar esta
atividade desde o guião, o vocabulário a utilizar, correções linguísticas, fonéticas, até mesmo a
gravação e edição do vídeo. A curta-metragem tinha como tema: “La vida de los jóvenes”. Todo este
trabalho foi realizado fora da sala de aula, o qual me proporcionou uma maior aproximação com os
alunos, facilitando este estágio, pois, acredito que a base do sucesso quer para mim, quer para os
alunos, parte da relação professora-aluno e vice-versa. Segundo Recasens (1997)
O melhor seria que sempre que as pessoas se encontrassem se produzisse o
diálogo, mas continua faltando a figura do educador que é fundamental. Um educador que não só estimule as pessoas a expor o que pensam, mas também exponha o seu parecer. O problema no círculo de cultura não é quem expõe, mas a relação entre educador e educando (p. 61).
À parte disto, também tive a excelente oportunidade de elaborar e corrigir os testes da
avaliação sumativa de Inglês e Espanhol, que sendo um trabalho subjacente à atividade de um
professor, me conferiu uma preparação acrescida para o meu futuro enquanto professora e também
me envolveu e integrou ainda mais no meio escolar e na vida dos alunos.
Adicionalmente, eu e a professora cooperante realizamos a atividade do dia do espanhol,
que teve como objetivo promover a disciplina/língua junto de alunos do 3ºciclo de escolaridade,
através da realização e exposição de pratos típicos da cultura espanhola. Esta atividade saiu no
JORNAL DO AVE (V. anexo 16).
Por partilhar da opinião de que o professor não serve apenas para lecionar a matéria e
pensar que nem todos aprendem com o mesmo ritmo, ou seja, todos têm ritmos de aprendizagem
diferentes como supramencionado, tomei a iniciativa de dar aulas de apoio à turma de inglês (que
mostrou sempre mais dificuldades em todas as competências), o que mostra o meu envolvimento
completo com o estágio. O professor não deve dar apenas apoio mas também ferramentas para o
sucesso escolar e bem-estar do aluno emocionalmente.
72
O resultado global final deixou-me satisfeita e penso que consegui alcançar o que pretendia
no início. Porém, na turma de inglês os resultados ficaram aquém do que antecipei, pois alguns
alunos mantiveram a mesma atitude apática na sala de aula. Penso que necessitava de mais tempo
para conseguir alcançar os meus objetivos, quer do projeto, quer pessoais.
El alumno que no cree en sí mismo es poco constante, poco participativo, poco autónomo, tiene más dificultades escolares y con frecuencia interpreta sus actuaciones en función de factores externos ajenos a su control (dificultad de la tarea, imprevisibilidad, suerte, influencia de los demás). La evolución deseada para estos alumnos pasa por la modificación de su imagen personal (poco positiva) para que crean más en sí mismos, se hagan más autónomos y estén más motivados (Zenhas et al, 2002: 16).
Para conseguir conseguir alcançar os objetivos defenidos requereria muito mais tempo
com os alunos dentro e fora da sala de aula. Também porque através das reuniões de conselho de
turma que assisti de ambas as turmas fez-me perceber que a sua atitude na sala de aula pouco
participativa advém de problemas familiares (nomeadamente separações dos pais). Portanto, não
encaro a apatia de alguns alunos como falta de interesse, mas como falta de estimulação e
motivação dos que o rodeiam.
Saliento que todo este ano de pesquisa e reflexão pedagógica me fizeram tornar mais
autónoma e preparada para o mundo profissional. Uma das fases mais importantes para mim tem
sido: “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica
sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a
próxima prática” (Freire, 2012: 49). Foi exatamente este pensamento reflexivo que me fez melhorar
o meu percurso, pois há sempre espaço para mudar e melhorar.
Quanto ao meu tema, penso ser deveras relevante na atividade docente, quer das línguas,
quer de qualquer outra disciplina, pois el “desarrollo cognitivo y el aprendizaje son procesos
dinámicos de construcción progresiva de competencias y conocimientos que se basan en la
interacción y la relación interpersonal.” (Zenhas et al. 2002:16).
Por fim penso que o trabalho colaborativo e cooperativo responde às necessidades de muitos
alunos e esta metodologia de trabalho deveria ser mais valorizada nas escolas.
73
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77
ANEXOS
78
Anexo 1-
Ano: 8º Nº de alunos: 29 Nível:A2 Duração: 55’
Grelha de observação de aulas de Inglês
Dimensões
Indicadores
Resposta
Observações
O professor
na sala de
aula
Consegue que haja respeito,
cooperação e ordem na sala
de aula.
Sim Os alunos são constantemente chamados à atenção
quando fazem barulho ou não estão atentos.
Implementa regras de
disciplina na sala de aula.
Sempre A professora implementa sempre regras e ordem na
sala de aula, desde a arrumação da mesma até à sua
postura.
Permite que o aluno exponha
dúvidas/opiniões.
Sim A professora dá abertura aos alunos para exporem as
dúvidas
Criação de
ambiente
propício à
participação na
sala de aula
(clima socio-
afetivo)
O professor promove a
participação e uma atitude
ativa nos alunos.
Sim A professora tenta que estes pensem nas respostas,
embora as atividades por vezes não os motivem a ter
essa postura ativa. Pois normalmente só fazem
atividades do manual.
O professor dá feedback ao
aluno após as respostas.
Por vezes Por vezes eles acertam na resposta e a professora não
Reação do professor face ao
erro.
Corrige Corrige de imediato o erro, seja ortográfico, de
pronúncia, semântica…
O professor valoriza os
alunos que tomam iniciativa
de participar.
Por vezes Por vezes ignora os alunos que tentam sempre
participar para dar vez a outros alunos.
Mostram motivação face às
estratégias utilizadas.
Sim A professora segue o manual, porém, quando são
atividades de compreensão auditiva, os alunos
apreciam.
Conseguem entender a
professora nas atividades.
Por vezes Alguns alunos têm muitas dificuldades e não
conseguem acompanhar.
Mostram interesse por
querer saber mais.
Não Aprendem somente o que está contemplado no
programa e aparte isso, não demonstram interesse em
saber mais.
79
Atividades e
produtos de
aprendizagem.
Opinam ou dão sugestões de
atividades.
Não Quanto a isto os alunos mantêm uma postura passiva
em relação a opinar sobre as atividades a realizar. Uma
vez que também não lhes é perguntado as suas
preferências quanto às mesmas.
Mostram espírito de
cooperação entre os colegas.
Não É muito raro haver trabalho colaborativo e quando há
é apenas nas apresentações formais orais para
avaliação e esse trabalho é desenvolvido em casa.
Quando não entendem
alguma palavra recorrem a
estratégias para perguntar?
Raramente Estes alunos revelam muitas dificuldades a expressar-
se oralmente e como tal, recorrem muito à LM quando
não sabem alguma palavra, não tentando sequer
escolher outras palavras para se exprimirem.
Espaço
pedagógico.
A disposição dos alunos na
sala de aula ajuda/
prejudica-os.
Prejudica
Ajuda
Prejudica o trabalho colaborativo, pois está disposta de
maneira individual e sendo esta uma atividade que eles
apreciam não ajuda a disposição da sala.
Ajuda porque alguns são faladores e não têm
oportunidade de falar com os colegas, mantendo uma
postura apática.
A disposição da sala de aula
fomenta os trabalhos de
grupo/individuais?
Individuais
A disposição da sala de aula não ajuda ao trabalho
colaborativo, no máximo eles podem fazer trabalho em
pares se virarem para trás, caso contrário farão muito
barulho a dispor a sala de outra forma, arrastando as
cadeiras e as mesas.
Comunicação
pedagógica na
língua materna.
O aluno utiliza a língua
materna para comunicar.
Por vezes Por vezes utilizam a LM porque não conseguem
exprimir-se em Inglês
O aluno utiliza a língua
materna face às dificuldades
encontradas.
Sim Uma vez que estão no 8º ano é expectável o uso da
LM, embora seja evitável; por vezes eles não
conseguem mesmo exprimir-se em Inglês por falta de
bases ou até mesmo porque os temas abordados não
lhes são familiares ou simples o suficiente para os fazer
falar na língua inglesa.
80
Anexo 2 –
Ano:11º Nº de alunos: 13 Nível: A2 Duração:55’
Dimensões Indicadores Resposta Observações
O professor
na sala de
aula
Consegue que haja
respeito, cooperação e
ordem na sala de aula.
Sim Quando é necessário imporem-se regras de
comportamento a professora assim o faz.
Implementa regras de
disciplina na sala de
aula.
Por vezes Chama a atenção aos alunos que mais perturbam
a sala de aula.
Permite que o aluno
exponha
dúvidas/opiniões.
Sim Mostra abertura e recetividade face às questões que
possam ser colocadas e as que foram colocadas.
Criação de
ambiente propício
à participação na
sala de aula.
(clima socio-
afetivo)
O professor promove a
participação e uma
atitude ativa nos
alunos.
Sim Mostra uma atitude positiva e bem-humorada face
às intervenções dos alunos, dando-lhes à vontade
para que estes participem.
O professor dá
feedback ao aluno
após as respostas.
Sim O professor corrige sempre as respostas erradas
assim como também dá feedback positivo quando
os alunos acertam nas respostas.
Reação do professor
face ao erro.
Corrige Corrige de imediato o erro, sempre com uma atitude
positiva.
O professor valoriza os
alunos que tomam
iniciativa de participar.
Sim Quando os alunos tentam participar, o professor
tenta ouvir todos de maneira imparcial.
Atividades e
Mostram motivação
face às estratégias
utilizadas.
Sim Mostraram interesse em ver as curtas-metragens e
vídeos.
Conseguem entender a
professora nas
atividades.
Sim Conseguem entender facilmente o que lhes é
pedido, embora demonstrem muitas dificuldades
em expressar-se na língua-meta.
81
produtos de
aprendizagem.
Mostram interesse por
querer saber mais.
Sim Atitude positiva por parte dos alunos.
Opinam ou dão
sugestões de
atividades.
Não No que tocou a opinar sobre as tarefas a fazer,
mantiveram uma atitude passiva
Mostram espírito de
cooperação entre os
colegas.
Sim Em todos os trabalhos que possam ser
colaborativos, os alunos mostram vontade de
trabalhar em grupo
Quando não entendem
alguma palavra
recorrem a estratégias
para perguntar?
Não Recorrem à LM
Espaço
pedagógico.
A disposição dos
alunos na sala de aula
ajuda/prejudica-os.
Ajuda Os alunos estão dispostos aos pares o que facilita o
trabalho colaborativo e o espirito de equipa.
A disposição da sala de
aula fomenta os
trabalhos de
grupo/individuais?
Sim A disposição da sala é propícia ao trabalho
colaborativo, uma vez que as mesas estão juntas.
Comunicação
pedagógica na
língua materna.
O aluno utiliza a língua
materna para
comunicar.
Sim Para pedir ao professor para colocar um papel no
lixo ou para poder fazer alguma coisa os alunos
tendem em usar sempre a língua materna
O aluno utiliza a língua
materna face às
dificuldades
encontradas.
Sim Os alunos tendem sempre em usar a língua
materna quer para comunicar quer para fazer
pedidos.
82
Anexo 3 –
Este questionário não conta para avaliação! É anónimo e meramente informativo para um estudo num estágio
em ensino Inglês e Espanhol. Responde às perguntas com sinceridade.
Perfil do aluno
1- Idade: ____ Sexo: M F
2- Disciplina (s) preferida (s):_____________________________________________________
3- Disciplina (s) com maior dificuldade:_____________________________________________
4- Que nota obtiveste o ano passado a esta disciplina de língua estrangeira? _____
5 - Achas importante aprender línguas estrangeiras?
(Assinala a opção que corresponde à tua opinião)
Sim Não Porquê?______________________________________
6- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
7- Como preferes trabalhar? (Assinala a opção que corresponde à tua opinião)
Trabalhar sozinho Trabalhar em pares Trabalhar em grupo
8- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
Usos da língua fora da sala de aula 1 2 3 4 5
a) Costumas falar Inglês/Espanhol fora da sala de aula?
b) Costumas ver filmes/ouvir músicas em Inglês/Espanhol?
c) Costumas usar Inglês/Espanhol na Internet/jogos…?
d) Costumas ler livros/revistas… em Inglês/Espanhol?
e) Costumas escrever em Inglês/Espanhol fora da sala de aula?
Sala de aula
Atividades que mais gostas na sala de aula 1 2 3 4 5
a) Fazer atividades do manual
b) Exercícios de gramática
c) Compreensão Auditiva
d) Exercícios de vocabulário
e) Exercícios de interação oral
f) Apresentações orais individuais/grupo
g) Composições
h) Ler e interpretar textos
83
9- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
A que tens mais dificuldade nesta língua? 1 2 3 4 5
a) Expressão oral (falar)
b) Expressão escrita (escrever)
c) Leitura
d) Audição (ouvir)
e) Gramática
f) Léxico (vocabulário)
10- Sentes-te à vontade para falar esta língua estrangeira dentro da sala de aula?
Sim Não
11- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
O que te impede de usar a língua estrangeira oralmente na sala de aula?
1 2 3 4 5
a) Nervosismo
b) Medo de errar
c) Timidez
d) Erros de pronúncia
e) Falta de oportunidade
f) Falta de conhecimentos na língua (vocabulário,…)
g) Outro (s):
12- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
13- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
Interação oral
Na interação oral em Inglês/Espanhol, o que tens mais dificuldade?
1 2 3 4 5
a) Fluidez
b) Argumentação
c) Vocabulário/gramática
d) Pronunciar as palavras
84
14- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
Na aula, quando falas em Inglês/Espanhol gostas que… 1 2 3 4 5
a) Te corrijam de imediato
b) Te corrijam após a atividade
c) Ignorem os teus erros
d) Outros:
15- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
Atividades que mais te motivam para praticar a interação oral na sala de aula
1 2 3 4 5
a) Jogos interativos
b) Debates
c) Dramatizações
d) Comentar e explorar vídeos
e) Comentar e explorar canções
Obrigado pela tua colaboração! Professora: Martina Barbosa
Se não consegues exprimir uma ideia, o que fazes? 1 2 3 4 5
a) Usas a língua materna
b) Tentas dizer por outras palavras o que queres dizer
c) Tentas usar outras estratégias para não recorreres à língua materna
d) Outro (s):
16 - Sugere outras atividades que te motivem a praticar a interação oral na sala de aula
85
Anexo 4 –
Group work 1
What can you do to make Christmas better for:
Prisoners
Step 1: Think and write ideas to make
Christmas better for prisoners;
Step 2: Present your ideas to the class;
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
Group work 2
What can you do to make
Christmas better for:
Children in Institutions
Step 1: Think and write ideas to make Christmas better
for children in institutions;
Step 2: Present your ideas to the class;
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
Group work 3
What can you do to make Christmas better for:
Homeless people
Step 1: Think and write ideas to make Christmas better for homeless people;
Step 2: Present your ideas to the class;
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
86
Group work 4
What can you do to make Christmas better for:
People in hospitals
Step 1: Think and write ideas to make
Christmas better for people in hospitals;
Step 2: Present your ideas to the class;
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
Group work 5
What can you do to make Christmas better for:
Old people in nursing homes
Step 1: Think and write ideas to make Christmas better for old people in nursing homes;
Step 2: Present your ideas to the class
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
Group work 6
What can you do to make Christmas better for:
The refugees
Step 1: Think and write ideas to make Christmas better for the refugees;
Step 2: Present your ideas to the class
Step 3: You will vote to choose the best idea of the groups;
Step 4: You will make it happen.
87
Anexo 5 – Unit 4: Teens & Media
Status: online or offline?
FINAL TASK: ORAL INTERACTION
HAVING A DEBATE ABOUT PROS AND CONS OF USING FACEBOOK
After these lessons you will be able to:
Read and comment on information about social networks
Create your own Facebook profile in English
Guess the words in a song before listening to it
Use the dictionary to find the right words in a song
Express your opinion about Facebook
Express agreement and disagreement
Participate in a debate
Warming up! This task’s objective is for you to be familiarized and to reflect about the theme of the following activities.
1- Look at the picture above and comment with the class:
a) Do you normally use the Internet? What for?
b) How much time do you spend on the Internet per day/per week?
Why? Share with the class.
88
2- Look at the board of percentages of online teens during the years and answer the questions below:
This task’s objective is for you to analyze the board of frequency of the use of Internet during the years and relate that information to you.
classic.torrentday.com
a) Over the years do teens use more or less the Internet?
b) Why do you think this happens?
c) Share your answers with the class.
3- Now look at the board referring to parents checking up on their teen’s uses of Internet:
This task’s objective is for you to analyze the board of the percentage of parents checking up on their teen’s online activities during the years and relate that information to you.
a) Do your parents check what you are doing on the Internet?
b) Over the years, parents seem to check up more what teens do on the Internet, why do you think
this happens?
c) Share your opinion with the class.
4- What about Social networks?
89
a) Do you have a Facebook profile?
b) How many friends do you have in your Facebook? How many do you know personally? You can
consult your Facebook to know this information. Share with the class.
c) You are going to create your own Facebook profile, using the vocabulary you have already learnt and
present it to the class:
Watching This task’s objective is for you to watch a trailer and comment on the
message of the video.
5- Now you are going to watch a trailer of the film: “Trust” about Facebook.
90
https://www.youtube.com/watch?v=k9J3fBSpXwc
a) What is the message of the film?
b) Did this happen to anyone you know?
Listening and watching This task’s objective is for you to listen and watch a video about social networks
6- You are going to listen to a song from Scala & Kolacny Brothers-Creep and also watch the video about the film called “social network”
1st step: Before you listen and watch the video, you are going to analyze the lyrics and if there is a word you don’t know the meaning you will look up in your dictionary.
2nd step: Now that you know the words, you will deduce which word is the correct one.
3rd step: You will check if the word you have chosen is the correct one.
Do you know how to use the dictionary?
1st – Look up in the dictionary the first letter of the word
you want to search. When you find it, search the three words after.
(Alphabetic order)
2nd - When you find the word, see if it has different
morphological categories and see the one which fits best in your
text.
3rd - Read again the sentence with the word and see if it
makes sense, paying attention to the context. If it does, you have
found the right word.
Now listen carefully and circle the right word to complete the lyrics and check if the word you have chosen before was correct.
When you were here before
I'd look you in the eye/lie
Just like an angel/bangle
Your skin makes me cry/my
You float like a feather/father
In a beautiful/cruel world/word
I wish I was special
You're so f*ckin' special
But I'm a creep, I'm a weirdo/hero
What the hell am I doing here?
I don't belong/ strong here
I don't care if it hurts /cuts
Wanna have control, crawl
91
I want a perfect body/ toddy
I want a perfect soul/ goal
I want you to notice/ bodice
When I'm not around
You're so f*ckin' special
I wish I was special/ casual
But I'm a creep, I'm a weirdo/ hero
What the hell am I doing here?
I don't belong / along here
She's running out again,
She's running/ coming out
She run run run running out
Whatever makes you happy/ catchy
Whatever you want/ aunt
You're so f*ckin' special
I wish I was special / casual
But I'm a creep, I'm a weirdo / hero
What the hell am I doing here?
I don't belong/ along here
I don't belong / along here https://www.youtube.com/watch?v=3FnijiMZDaM
This task’s objective is for you to reflect about what the video says and relate that with the message of the song you have already analyzed.
7- In the video there is this expression:
Why do you think he says this? Relate to the message of the song.
8- You’re going to do list of advantages and disadvantages of using Facebook: (Half of the class will do the advantages and the other half will do the disadvantages)
92
9- Now that you have you the advantages and disadvantages, look at this board with different ways of
expressing opinions and agreement/disagreement:
This task’s objective is for you to learn different ways of express your opinions, agreement and disagreement in a debate that can also be used in a writing activity, like a composition.
Adding this to the advantages/disadvantages you have
written you are now able to express your opinion
as well as showing agreement and disagreement.
a) Structure your advantages and disadvantages with the different types of expressing opinions. If you’re having doubts ask your teacher.
Final task: Oral Interaction This task’s objective is for you to interact in a debate with your colleges using the structures you have seen before.
10- Let’s have a debate!
The ones who have written advantages for the use of Facebook will be in favor of the use of Facebook and the
ones who have written disadvantages will be against the use of Facebook.
Use the board on expressing opinions, agreement and disagreement to structure your arguments.
Respect your colleagues!
Your teacher: Martina Barbosa
93
Anexo 6 –
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4 X X X X X X X X
Aluno 5 X X X X X X X X
Aluno 6 X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9 X X X X X X X X
Aluno 10 X X X X X X X X
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X X
Aluno 13 X X X X X X X X
Aluno 14 X X X X X X X X X
Aluno 15 X X X X X X X X
Aluno 16 X X X X X X X X
94
Aluno 17 X X X X X X X X
Aluno 18 X X X X X X X X
Aluno 19 X X X X X X X X
Aluno 20 X X X X X X X X
Aluno 21 X X X X X X X X
Aluno 22 X X X X X X X X
Aluno 23 X X X X X X X X
Aluno 24 X X X X X X X X
Aluno 25 X X X X X X X X
Aluno 26 X X X X X X X X X
Aluno 27 X X X X X X X X
Aluno 28 X X X X X X X X
Aluno 29 X X X X X X X X
Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
95
Anexo – 7
96
Anexo 8 –
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4 X X X X X X X X
Aluno 5 X X X X X X X X
Aluno 6 X X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9 X X X X X X X X
Aluno 10 X X X X X X X X
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X X
Aluno 13 X X X X X X X X
Aluno 14 X X X X X X X X X
Aluno 15 X X X X X X X X
Aluno 16 X X X X X X X X
97
Aluno 17 X X X X X X X X
Aluno 18 X X X X X X X X
Aluno 19 X X X X X X X X
Aluno 20 X X X X X X X X
Aluno 21 X X X X X X X X
Aluno 22 X X X X X X X X
Aluno 23 X X X X X X X X
Aluno 24 X X X X X X X X
Aluno 25 X X X X X X X X
Aluno 26 X X X X X X X X X
Aluno 27 X X X X X X X X
Aluno 28 X X X X X X X X
Aluno 29 X X X X X X X X
Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
98
Anexo – 9
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e
adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4 X X X X X X X X
Aluno 5 X X X X X X X X
Aluno 6 X X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9 X X X X X X X X
Aluno 10 X X X X X X X X
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X X
Aluno 13 X X X X X X X X
Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
99
Anexo 10 –
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e
adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4
Aluno 5
Aluno 6 X X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9
Aluno 10
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X X
Aluno 13
(Apenas 8 alunos participaram neste debate) Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
100
Anexo 11 –
UNIDAD
RELACIONES PERSONALES
OBJETIVOS:
Que el alumno sea capaz de describir el carácter a alguien;
Que el alumno sea capaz de usar el pretérito perfecto para hablar de una acción pasada;
Que el alumno sea capaz de usar el subjuntivo;
Que el alumno sea capaz de expresar su opinión en un debate;
Que el alumno sea capaz de expresar acuerdo y desacuerdo en un debate;
Que el alumno sea capaz de respectar a sus compañeros en un debate;
Que el alumno sepa como interactuar en un debate.
1 – Lee el siguiente dialogo e intenta descubrir el contexto y quien es la persona 1 y la persona 2. Habla con tus compañeros.
Persona 1: Buenas tardes, lo estamos llamando para dar a conocer las nuevas promociones de “NEO” que salieron
ahora mismo para el mercado y estamos llamando para dar a conocer de esta muy buena oferta,
Persona 2: Gracias pero no tengo interés.
Persona 1: Lo entiendo, ¿pero qué servicio usted utiliza?
Persona 2: “NOZ” y no voy a cambiar así como también no tengo tiempo para esto, lo siento.
Persona 1: Pero es muy rápido y seguro que puede tener interés, hasta porque puede ganar un Iphone 6S, paso a
explicar…
Persona 2: Nadie te regala nada, tengo que irme.
Persona 1: Bueno, gracias por su atención y que pase una buena tarde.
2 – ¿Ya te ha pasado esto? En parejas comentad la actitud de las dos personas.
101
3 – Abajo tienes una nube de palabras con adjetivos para calificar el carácter:
Si tuvieres dudas en alguna palabra pregunta a tu profesor(a).
4- ¿Que adjetivos usarías para calificar las dos personas del dialogo?
5- Mira en el diccionario palabras que califiquen negativamente a las personas y hace un diagrama de palabras
cómo arriba.
6- En un gran grupo van a atribuir los adjetivos calificativos positivos y negativos para describiros.
7- Vas a ver un corto de una de una chica que trabaja en un call center. “Diez Minutos”
https://www.youtube.com/watch?v=gwmFszGS-X0
7.1) ¿Qué crees que trata el video? ¿Qué piensas del título del video? Comparte con la clase.
a) Empezad a ver el video.
b) Parad el video a los 12 minutos. ¿Qué crees que va a ser la decisión de Nuria?
c) Ved el video hasta el final. ¿Aconteció lo que imaginaste?
8- Comprensión audiovisual: Aquí tenéis algunas frases sobre el corto. Diced si son verdaderas o falsas y corrige
las falsas.
Las llamadas del call center tienen un tiempo máximo de 12 minutos.
Su novia fue de vacaciones a Nueva York.
Henrique habla de su gato.
Nuria no cambia de actitud por todo el video.
Solo hablaron de cosas profesionales.
Nuria no ha dado el número de teléfono que Henrique quería.
Al final Henrique consiguió hablar con su novia
8- Estas frases fueron quitadas del corto están en el Pretérito Perfecto.
102
Repaso del Pretérito Perfecto:
Mi novia me ha dejado. Se ha ido esta tarde.
Es que has escuchado lo que le he dicho.
Como sabéis el Pretérito Perfecto es un pasado cerca del Presente. Para repasar este tiempo verbal vas a deducir
la regla a partir de los ejemplos del corto arriba.
Reglas Gramaticales del Pretérito Perfecto:
Se forma a partir de la conjugación del verbo ________,
y el participio pasado regular.
En la 1.ª conjugación (-ar) se forma a partir
de la raíz y la terminación __________.
En las 2.ª y 3.ª conjugaciones (-er; -ir) se forma
a partir de la raíz y la terminación __________.
Ahora vas a repasar el subjuntivo porque puedes necesitarlo en la tarea final.
9- Lee estos consejos:
Te consejo que comas más verduras.
Os sugiero que hablen menos en la clase.
Te recomiendo que no seas antipático por el teléfono.
Es importante que sepas oír los otros.
Te consejo que contestes lo que no estás de acuerdo.
¿Te acuerdas de este tiempo verbal para dar consejos? Habla con tus compañeros
9.1) En grupos, para revisar este tiempo verbal, escribid dos consejos a vuestros compañeros.
10- Ahora que estas casi listo para hacer el debate, vas a ver un video donde vas a aprender las reglas para un buen
debate.
https://www.youtube.com/watch?v=87_H-EANUlc
Apunta lo que crees ser más importante para hacer un debate en tu cuaderno.
11- Mira estos cuadros con algunos ejemplos de expresiones para expresar acuerdo/desacuerdo y opiniones para usares
en el debate:
103
12 – TAREA FINAL
Ahora que ya cumples todo el necesario para la tarea final, que es un debate sobre el video que has visto, vamos empezar
el debate.
Debate sobre la actitud de Nuria en el call center “air phone” – Ética vs. Compasión
Acuérdate de usares los adjetivos para calificar carácter, el pretérito perfecto y el subjuntivo si fuere necesario, las reglas
para el debate y por último el cuadro para expresar tu opinión.
Reglas:
Mitad de la clase a favor (6personas) de la actitud de Nuria y otra mitad (6 personas) en contra : Por orden
alfabética (A-…) a favor y (…-Z)
Mediador: un alumno aleatorio.
Pasos para este debate: Pensad y escribid argumentos sobre la actitud de Nuria (dependiendo de vuestra posición)
Vamos a empezar el debate:
Respectad vuestro mediador y compartid vuestros argumentos que ya han apuntado y pensado.
¡SUERTE!
104
Anexo 12 -
Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e
adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4 X x X X X X X X
Aluno 5 X X X X X X X X
Aluno 6 X X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9 X X X X X X X X
Aluno 10 X X X X X X X X
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X X
Aluno 13 X X X X X X X X
105
Anexo – 13
After these lessons you will be able to:
Know and use new vocabulary about the environment
Discuss ways to save the environment
Use the zero and 1st conditionals
Interpret a song about nature
Decode a secret message
Give a presentation about environmental issues in your school
Interact in a presentation/group work
Vocabulary This task’s objective is for you to practice the vocabulary.
Work in pairs.
1- In this exercise you are going to do a crossword using words you have already learnt about environmental
issues:
Contents
Vocabulary Grammar Functional Listening
Related to environment
Future: will
Conditionals: zero and 1st
type
Giving a presentation.
Song: “Colors of the
Wind”
Final task: Oral interaction Giving a speech about the environmental issues:
“What can we do to make the school a better place?
106
2- Now that you have done your crossword, you are going to exchange it with another pair and they are going to
find the hidden words.
3- After this, you will check if your colleagues have got all the words correctly.
4- Look at the pictures below. For each picture you must discuss ways to save the environment. Write and share it
with the class.
1-_____________________________________________
_______________________________________________
2- _____________________________________________
_______________________________________________
3- _____________________________________________
_______________________________________________
4-_____________________________________________
_______________________________________________
5-_____________________________________________
_______________________________________________
6-_____________________________________________
_______________________________________________
Listening This task’s objective is for you to develop your listening skills.
You should understand and explore the message of the song.
107
5- Now, you are going to listen to a song from the Disney film Pocahontas which is called: “The colors of the
wind”. Read the lyrics and fill in the spaces with what you hear.
You think I'm an ignorant savage
And you've been so many places
I guess it must be so
But still I cannot see
If the savage one is me
How can there be so much that you don't know?
You don't know ...
You think you own whatever (1)_____you (2)____ on
The(3)______ is just a dead thing you can claim
But I know every (4)_____ and (5)_____ and (6)_________
Has a (7)____, has a (8)_____, has a (9)______
You think the only people who are people
Are the people who look and think like you
But if you walk the (10)_______ of a stranger
You'll learn things you never knew you never knew
Have you ever heard the (11)______ cry to the blue corn moon
Or asked the grinning bobcat why he grinned?
Can you sing with all the voices of the (12)_______?
Can you paint with all the colors of the (13)______?
Can you paint with all the colors of the (14)______?
Come run the hidden pine trails of the forest
Come taste the sunsweet berries of the (15)_______
Come roll in all the (16)______ all around you
And for once, never wonder what they're (17)_______
The (18)_____ and the (19)______ are my brothers
The heron and the otter are my friends
And we are all connected to each other
In a circle, in a hoop that never ends
How high does the sycamore grow?
If you cut it down, then you'll never know
And you'll never hear the (20)______ cry to the blue corn moon
For whether we are white or copper skinned
We need to sing with all the voices of the (21)________
We need to paint with all the colors of the (22)________
108
You can own the (23)______ and still
All you'll own is (24)_______ until
You can paint with all the colors of the (25)_______
6- What is the music about?
Comment on the sentence which is underlined in the lyrics of the song.
Grammar
7- In the lyrics there is a sentence: “If you cut it down, then you'll never know”
What do you think this means?
8- To practice this, we are now going to do some revising on if clauses and some exercises on the PowerPoint
presentation. Solve it in your notebooks.
Discovering This task’s objective is for you to develop your concentration in order to find out a
message behind a code.
9- Decode this message related to this unit. Use your old cellphones
to solve this.
In groups of 3, you are going to try to decode this sentence.
Your teacher will show you a PowerPoint to help you solve this.
23 47336,
23 343337368,
6253 2 78283 86 6253 843 96753 2 238837 75223
Final task What can we do to make the school a better place?
10- Now you are ready to talk about some changes to make your school a more environmentally friendly place. In
groups of 4 give suggestions
In your presentation you should:
- Present at least 4 suggestions that you think should be implemented in your school.
- Use the if clauses we have seen before:
Eg: “If you don’t use the car so often, you’ll reduce air pollution.”
- Ask the other groups if they agree with your ideas.
- Don’t forget to interact and ask question
109
Anexo 14 –
Alunos Pertinência do
conteúdo
Argumentação
correta e adequada
Desempenhou o
papel atribuído
Respeitou o
turno de
palavra
Boa correção
linguística
Boa dicção e
fluência
Espontaneidade
da interação
oral
Adequação do
vocabulário
Escala S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N S A N
Aluno 1 X X X X X X X X
Aluno 2 X X X X X X X X
Aluno 3 X X X X X X X X
Aluno 4 X X X X X X X X
Aluno 5 X X X X X X X X
Aluno 6 X X X X X X X X
Aluno 7 X X X X X X X X
Aluno 8 X X X X X X X X
Aluno 9 X X X X X X X X
Aluno 10 X X X X X X X X
Aluno 11 X X X X X X X X
Aluno 12 X X X X X X X
Aluno 13 X X X X X X X X
Aluno 14 X X X X X X X X
Aluno 15 X X X X X X X X
110
Aluno 16 X X X X X X X X
Aluno 17 X X X X X X X X
Aluno 18 X X X X X X X X
Aluno 19 X X X X X X X X
Aluno 20 X X X X X X X X
Aluno 21 X X X X X X X X
Aluno 22 X X X X X X X X
Aluno 23 X X X X X X X X
Aluno 24 X X X X X X X X
Aluno 25 X X X X X X X X
Aluno 26 X X X X X X X X X
Aluno 27 X X X X X X X X
Aluno 28 X X X X X X X X
Aluno 29 X X X X X X X X
Legenda: S- Sempre ou quase sempre; A – As vezes; N- Nunca ou quase nunca
111
Anexo 15 –
Este questionário não conta para avaliação! É anónimo e meramente informativo para um estudo num estágio
em ensino de Inglês e Espanhol. Responde às perguntas com sinceridade.
1- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
Atividades que mais gostaste na sala de aula 1 2 3 4 5
a) Exercícios de gramática
b) Compreensão Auditiva
c) Exercícios de vocabulário
d) Exercícios de interação oral (trabalhos de grupo, debates…)
e) Dramatizações (juego de rol)
f) Composições
g) Ler e interpretar textos
2- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
A que ainda tens mais dificuldade nesta língua? 1 2 3 4 5
a) Expressão oral (falar)
b) Expressão escrita (escrever)
c) Leitura
d) Audição (ouvir)
e) Gramática
f) Léxico (vocabulário)
3- Sentes-te agora mais à vontade para falar esta língua estrangeira dentro da sala de aula?
Sim Não
4- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
Que aspetos ainda sentes dificuldade na oralidade na sala de aula?
1 2 3 4 5
a) Nervosismo
b) Medo de errar
c) Timidez
d) Erros de pronúncia
e) Falta de oportunidade
f) Falta de conhecimentos na língua (vocabulário,…)
112
5- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 - Sempre
Na interação oral em Espanhol, o que ainda tens mais dificuldade na interação oral?
1 2 3 4 5
a) Fluidez do discurso
b) Capacidade de argumentar
c) Uso correto do vocabulário/gramática
d) Correta pronuncia das palavras
6- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
7- Numa escala de 1 a 5, assinala a opção que corresponde à tua opinião:
Escala: 1 – Nada; 2 – Pouco; 3 – Muito; 4 – Bastante; 5 – Sempre
Na aula, quando falas em Espanhol gostas que a professora… 1 2 3 4 5
a) Te corrija de imediato
b) Te corrija após a atividade
c) Ignore os teus erros
9- Assinala com (X) a opção que corresponde à tua opinião:
Atividades que mais te motivaram para praticar a interação oral na sala de aula a Inglês
Gostei Não Gostei
a) Debate sobre os usos do Facebook b) O trabalho de grupo para decodificar o código secreto sobre a
unidade “Green Living”
d) O trabalho de grupo- criar maneiras de melhorar a tua escola. e) Explorar a série “The walking dead” f) Debate sobre a homosexualidade.
9- Assinala com (X) a opção que corresponde à tua opinião:
Atividades que mais te motivaram para praticar a interação oral na sala de aula a Espanhol
Gostei Não Gostei
a) Debate sobre o texto “Amor Eterno” b) Debate sobre a curta-metragem “diez minutos”
d) A curta-metragem que criaramos “Relaciones personales de los jóvenes”
e) Juego de rol numa consulta médica
f) Juego de rol de um turista
g) Debate sobre os usos do Facebook
9.1) Escolhe uma das atividades de que gostaste mais e diz porquê:_______________________________________________________________________________________
9.2) Escolhe uma das atividades de que gostaste menos e diz
porquê:_______________________________________________________________________________________
Se não consegues exprimir uma ideia, o que fazes? 1 2 3 4 5
a) Usas a língua materna
b) Tentas dizer por outras palavras o que queres dizer
c) Tentas usar outras estratégias para não recorreres à língua materna
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Anexo 16 –
(Atividade de natal publicada no jornal da escola)