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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil e Transporte Materiais de Construção Civil II Trabalho de Produtos Cerâmicos e Vidros Janeiro de 2013

Materia Is

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Page 1: Materia Is

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Engenharia

Departamento de Construção Civil e Transporte

Materiais de Construção Civil II

Trabalho de Produtos Cerâmicos e VidrosJaneiro de 2013

Fabiana Magalhães PereiraLeandro Alves

Mendelson DiasPatrícia Ferreira de Melo

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PRODUTOS CERÂMICOS

Questão 1: Quero revestir com piso cerâmico uma rampa de garagem

descoberta, mas temo que ao chover fique liso e escorregadio. Há alguma

cerâmica indicada especialmente para esse fim? Posso realmente ter esse

problema?

Na questão proposta necessita-se de um piso cerâmico que ao incidir chuva não

fique liso e escorregadio.

Na NBR 13818: 1997 - página 7 – São mostradas as características físicas e

químicas que devem ser consideradas para a avaliação em função da aplicação ou

uso específico das placas cerâmicas para revestimento. Da tabela 1, temos:

Uso: Pisos antiderrapantes;

Características: Coeficiente de atrito.

Logo, para a análise do melhor material a ser utilizado, priorizaremos a análise

quanto ao coeficiente de atrito.

Quanto ao coeficiente de atrito (Grau de atrito)

Resistência ao deliszamento - Piso antiderrapante

Indica o grau de atrito que a superfície da placa cerâmica oferece ao movimento de

pessoas e veículos. Quanto mais áspero e rugoso o piso for maior é a resistência ao

escorregamento e maior o seu coeficiente de atrito. Segundo a norma, para áreas

externas molhadas o coeficiente de atrito deve ser maior que 0,60.

Segundo tabela, considerando a garagem da foto como tendo uma inclinação até

3%, temos:

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Orientação para especificação: Garagens

Coeficiente de atrito à úmido: De 0,40 a 0,74

Classificação: Classe II

Vide a observação que em áreas externas molhadas o coeficiente de atrito deve ser

maior que 0,60, temos:

Orientação para especificação: Garagens

Coeficiente de atrito à úmido: De 0,60 a 0,74

Classificação: Classe II

Questão 2: É verdade que o porcelanato mancha? Tenho o hábito de receber

sempre amigos em casa e consumimos sempre vinho. O derramamento uma

hora ou outra será inevitável. Será que dará certo colocar um porcelanato

bege no apartamento?

Sim. O porcelanato mancha. Por isso uma das características do material cerâmico

é a sua facilidade de limpeza ou resistência ao manchamento. Como o próprio

nome diz quanto mais resistente ao manchamento for a placa cerâmica menos

tendência tem este a ficar manchado.

Para salas, dormitórios e banheiros residenciais, basta que sua resistência ao

manchamento seja de classe 3 (classe mínima), ou seja, que seu processo de

limpeza para a remoção de mancha seja com escova e produto de limpeza forte.

Esse é o mínimo recomendado, visto que o derramamento de vinho não é

constante, assim como outras possíveis soluções em ambientes residenciais.

Caso desejado uma forma mais fácil de limpeza, para que fosse assegurado a

remoção total de uma solução qualquer, poderia optar pela classe 4, onde a

limpeza é feita com um pano e detergente neutro. Tal classe é indicada para

hospitais e similares, cozinhas industriais, supermercados, restaurantes e

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similares, áreas com grande circulação de pessoas, garagens coletivas, oficinas

mecânicas, salão de beleza, indústrias e áreas externas com terra vermelha. Ou

seja, locais onde há grande circulação de pessoas, onde o ataque é mais constante e

através de soluções químicas mais fortes.

A cor do porcelanato não influencia visto o que foi falado anteriormente sobre a

resistência ao manchamento. Basta que o porcelanato seja resistente.

Questão 3: Quero construir uma churrasqueira em casa. O tijolo que eu devo

usar é aquele comum ou algum especial? E a argamassa? Como e quais os

cuidados na construção?

Para a construção de churrasqueiras é necessário usar um tijolo especial sim.

Devido às altas temperaturas que geram grandes dilatações que os tijolos de

materiais tradicionais não são capazes de absorver. Além disso, quando se apaga o

fogo, se produz uma contração dos materiais em semelhante proporção, que pode

ser violenta quando o esfriamento é acelerado. Tendo isso em vista faz-se

necessário a utilização de tijolos refratários, tijolos que resistem a altas

temperaturas, corrosão, abrasão e choque térmico.

A argamassa utilizada também deve ser especial, visto que as juntas dos tijolos

sofrem as solicitações diretamente, o que afeta a estabilidade de toda a montagem.

Por isso a argamassa também deve ser capaz de resistir às altas temperaturas e às

variações térmicas. Tais argamassas possuem geralmente cimento aluminoso, que

resiste às altas temperaturas.

          

Na instalação deve-se procurar um local que possua cobertura para que a

churrasqueira fique protegida da chuva. Após a instalação a churrasqueira deve ser

revestida com pedras, tijolos, quartzo ou apenas pintura em tinta látex e não deve

nunca ser lavada.

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Questão 4: Tenho uma casa de praia para fazer revestimento de piso e

paredes. Ouvi dizer que cerâmica vermelha é muito boa para esses fins. O

que me dizem? Tem alguma outra indicação de cerâmicas?

A cerâmica vermelha não é usada para revestimento. São matérias como tijolos,

blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos.

Para revestimento são utilizados materiais cerâmicos para acabamento, placas

cerâmicas tipo: azulejos, pisos, porcelanatos, pastilhas e peças decorativas.

No caso de uma casa de praia, nota-se que a maior característica a ser considerada

é a resistência ao risco (dureza Mohs). Essa característica diz respeito à dureza do

esmalte da superfície de acabamento, dureza Mohs e consequentemente indica sua

resistência ao risco provocado pelo atrito de materiais com diferentes durezas.

Em pisos de casa de praia seu índice deve ser observado, pois seu cuidado se

explica pelo fato da areia representar dureza 7, portanto, o revestimento só não

ficará riscado pelo pisoteio dos transeuntes se tiver dureza Mohs superior a esse

número, ou seja, Dureza Mohs 8, mineral Topázio

Questão 5: Estou trocando todo o piso de meu apartamento. Ouvi falar em

assentar piso cerâmico sobre piso cerâmico. É possível? Como assim? Deve

ser algum piso especial? Alguma argamassa especial? Custo? Durabilidade?

Tenho receio de desplacamento no futuro.

Atualmente já é possível encontrar no mercado produtos que possibilitam tal

prática, tendo como uma de suas vantagens a diminuição da sujeira, quebra-

quebra e entulho não precisam mais fazer parte das reformas que trocam o

revestimento do chão de casas e apartamentos. Em muitos casos, ao invés de

remover todo o piso que vai ser substituído, é possível apenas assentar o

revestimento novo sobre o antigo. Essa opção é viável principalmente quando o

objetivo da reforma é trocar um piso de cerâmica por outro modelo do mesmo

material.

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Não podemos deixar de avaliar as desvantagens com a sobreposição dos pisos,

além do excesso de carga, o ambiente que passou pela reforma fica com um degrau

em relação aos demais cômodos contiguos, o que também pode afetar a soleira das

portas.

A grande vantagem da utilização do piso cerâmico reside principalmente nas

características de durabilidade, facilidade de limpeza, além naturalmente do

aspecto estético agradável.

Não é necessário um piso especial, podendo optar pela combinação das texturas,

cores, tamanhos e formas das peças cerâmicas disponíveis no mercado. Já a

argamassa precisa ser especial de alta colagem, específica para piso sobre piso.

O custo do material é mais elevado, mas a relação custo-benefício compensa. Para

garantir a durabilidade dos pisos cerâmicos é necessário seguir procedimentos

corretos que vão desde a escolha do novo material, características do tipo de

utilização até a limpeza final da obra.

É recomendada a consulta as seguintes Normas:

NBR 13.818/1997: Placas Cerâmicas para Revestimento – Especificação e

Métodos de Ensaio (descrição dos parâmetros dos ensaios).

NBR 7200:1982 - Revestimento de paredes e tetos com argamassas –

Materiais, preparo, aplicação e manutenção – Procedimento.

NBR 8214:1983 -Assentamento de azulejos – Procedimento.

NBR 13753:1996 - Revestimento de piso interno ou externo com placas

cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento

NBR 14081:1998 - Argamassa colante industrializada para assentamento de

placas de cerâmica – Especificação Observação:

Questão 6: Estou construindo uma piscina de concreto armado e preciso de

uma indicação com relação ao revestimento cerâmico que devo usar. É

especial? Há mais de uma opção no mercado?

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A grande vantagem na utilização de revestimento cerâmico reside principalmente

nas características de durabilidade, facilidade de limpeza, além naturalmente do

aspecto estético agradável. Efeitos visuais especiais podem ser obtidos pela

combinação das texturas, cores, tamanhos e formas das peças cerâmicas

disponíveis no mercado.

Uma piscina é formada basicamente por um piso e uma parede, ambos revestidos

com placas cerâmicas, submetidos à exposição atmosférica, à pressão hidrostática

da água e a variações impostas de umidade quando forem aquecidas. As condições

de uso e de conservação de uma piscina são muito rigorosas.

Quanto a revestimentos toda cerâmica voltara pra o uso em piscinas são especiais

apresentando menor absorção de água, desenho especial da base que garante

melhor aderência e tratamento superficial resistente aos agentes químicos

utilizados nas piscinas como o cloro.

Na NBR 13818: 1997 - página 7 – São mostradas as características físicas e

químicas que devem ser consideradas para a avaliação em função da aplicação ou

uso específico das placas cerâmicas para revestimento. Da tabela 1, temos:

Uso: Fachadas, piscinas e saunas;

Características: Expansão por umidade.

Para a análise do melhor material a ser utilizado, priorizaremos a análise quanto à

expansão por umidade, mas também consideraremos a resistência a agentes

químicos.

Quanto à expansão por umidade:

Produtos resultantes de uma etapa de queima incompleta, quando submetidos a

diferenças extremas de temperatura, podem apresentar variações em suas

dimensões (dilatação ou contração). E dilatam na presença de umidade. Isso

ocorre quando a EPU (expansão por umidade) é maior que 0,06%. Para a

instalações de materiais cerâmicos em piscinas devemos considerar ter uma ideal

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queima, assegurando assim que seu grau de expansão por umidade esteja abaixo

de 0,06%. Evitando o destacamento das placas.

Quanto à resistência de agentes químicos:

Dever ter resistência química a produtos utilizados na manutenção de piscinas,

mantendo sua aparência original.

Pela tabela contida na NBR 13817: 1997 - página 3 – Tabela 3, temos:

Agentes químicos: produtos domésticos e de piscinas

Níveis de resistência química: Alta (A)

Logo necessitamos de um piso com grau de expansão por umidade abaixo de

0,06% e com alta resistência a agentes químicos de piscinas.

Observações: O assentamento das peças deve ser feito com massa ACII resinada

flexível. E o rejunte deve ser rejunte epóxi especial para o uso em piscinas também.

Ao redor da piscina é altamente aconselhável a instalação de pedras ou cerâmicas

que tenham baixa retenção de calor (a fim de ser possível andar descalço) e que se

trate de um material aderente com uma boa porosidade a fim de evitar

escorregões e excessos de possas.

Questão 7: Tenho sempre dúvida quando vou a Loja de Materiais de

Construção adquirir pisos cerâmicos. Poderiam, definitivamente, trazer

algumas informações constantes nas caixas.

De acordo com a Norma, a Identificações nas Embalagens (Rotulagem) das

informações que devem estar presentes na embalagem do produto são:

Marca do fabricante ou marca comercial e o país de origem;

Identificação da qualidade do produto (extra ou comercial);

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Tipo de placa cerâmica (grupo de classificação) e referência às Normas NBR

13.818 e ISO 13.006;

Tamanho nominal, dimensão de fabricação e formato modular ou não

modular da peça;

Natureza da superfície, com um dos seguintes códigos: GL – esmaltado

(glazed) ou UGL – não esmaltado (unglazed);

Classe de abrasão (PEI);

Nome ou código de fabricação do produto;

Tonalidade;

Código de rastreamento do produto (por exemplo: data de fabricação,

turno, lote de fabricação, etc);

Número de peças por caixa;

Metros quadrados cobertos pelas placas;

Especificação de uma junta pelo fabricante.

A ausência de informações, principalmente daquelas relacionadas a aspectos

técnicos do produto, pode levar o consumidor a adquirir produtos que não sejam

adequados às suas necessidades.

É recomendado identificar na embalagem:

Designação da mesma: AC-I, AC-II, AC-III ou AC-III-E

Prazo de validade

Condições de armazenamento

Instruções e cuidados necessários para a aplicação, manuseio, quantidade

de água de amassamento e tempo de maturação (repouso)

Questão 8: Disseram que os tijolos de cerâmica vermelha tem diferenciação

de cor (mais vermelho ou mais alaranjado) e de som frente a um toque com

objeto metálico (som mais grave e mais agudo), indicando se estão bem

queimados ou com queima ineficiente. É verdade? Qual o problema entre

usar um e outro?

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Quanto à coloração: O tom alaranjado é devido a composição química da matéria-

prima utilizada na fabricação da cerâmica vermelha

Quanto ao som: Sim, há diferença sonora. Na avaliação da efetividade da queima e

da eventual presença de fissuras, deve-se obter um som metálico, como de um

sino.

A queima é uma fase muito importante na fabricação de cerâmica vermelha e de

demais produtos. É durante essa fase que ocorre a mudança na estrutura,

vitrificação. Ocorre a aglomeração das partículas, reduzindo assim a sua área

específica, reduzindo também seu volume aparente e aumentando sua resistência

mecânica.

A queima proporciona as propriedades adequadas ao uso da cerâmica vermelha:

dureza, resistência mecânica, resistência às intempéries e agentes químicos.

Reações químicas que ocorrem durante a queima:

-De 350 a 650°C: Combustão das substancias orgânicas contidas na argila;

-De 450 a 650°C: decomposição da argila com liberação de vapor;

-~ 570°C: transição de fase do quartzo - para o quartzo - ;α β

-Acima de 700°C: reações químicas da sílica com a alumina, formando sílico-

aluminatos. Formação dos compostos que proporcionam (dureza, estabilidade,

resistência física e química);

-De 800 a 950°C: carbonatos se decompõem e liberam CO2;

-Acima de 1000°C: os sílico-aluminatos que estão em forma vítrea começam a

amolecer, assimilando as partículas menores e menos fundentes, dando ao corpo

maior dureza, compatibilidade e impermeabilidade.

Quando a queima é feia de forma ineficiente todo processo químico que acarreta

em boas qualidades físicas do material é comprometido. Principalmente quanto

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não atinge temperaturas acima de 1000ºC, o que dentre outras coisas implica em

problemas com a resistência mecânica e com a expansão por umidade, que só

ocorre em objetos mal queimados.

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VIDROS

Primeiramente, é válido ressaltar que diversas empresas utilizam normas

europeias para o dimensionamento de vidros estruturais, pois elas apresentam um

modelo de cálculo detalhado. No Brasil o modelo mais utilizado é o “spiderglass”.

Questão 1: Quero construir uma ponte toda em vidro, laterais e base, em um

parque ecológico similar a que os EUA construíram sobre o Grand Canyon.

Que tipos de vidro, normas, custos vocês me indicam?

Usa-se vidros laminados colados por uma resina, filmes de policarbonato, polivinil

butiral (PVB) ou silicone. Este sistema previne o desprendimento de pedaços em

caso de quebra, assim oferecendo segurança aos transeuntes. Vale ressaltar que

com esse sistema, o projetista possui uma liberdade de escolha no tipo de vidro:

Impressos, temperados, etc.

É preciso um cálculo estrutural bem elaborado, pois devem-se considerar diversos

fatores no dimensionamento, como faixa de temperatura, ventos da região,

critérios de escolha dos elementos de ligação e também é exigida um rígido

controle de qualidade na execução. As folgas devem ser bem executadas para que

os vidros não encostem um no outro pelo efeito da dilatação.

Todos estes requisitos fazem com que o projeto tenha um custo bem alto, assim

deve-se procurar uma mão de obra especializada para evitar gastos

desnecessários.

Questão 2: Desejo construir um elevador panorâmico todo em vidro: teto,

laterais e base. Que tipos de vidro, normas, custos vocês me indicam?

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Novamente, o vidro mais recomendado é o laminado, por oferecer segurança aos

passageiros e servir como uma ótima solução estrutural. As normas europeias são

utilizadas como auxílio no dimensionamento da espessura mínima, materiais

utilizados e fatores de segurança.

O projetista ao escolher este tipo de elevador, procura oferecer uma vista ampla e

bem localizada ao usuário. Neste caso, a estética deve superar o custo, pois

geralmente a área utilizada é considerável, e isto exige um planejamento, custos

com cálculo estrutural e pode até mudar o projeto de arquitetura do lugar. A mão

de obra especializada para este tipo de serviço é fundamental

Para se ter uma ideia, as placas de vidro do Skydeck somam 40 mm de espessura.

Novos materiais e métodos estão sendo estudados para que no futuro as estruturas

metálicas ou outras sirvam como elemento de segurança.

Questão 3: Quero colocar uma proteção toda em vidro na cobertura que

moro. Qual o tipo de vidro? Há mais de uma opção? Altura desse paramento?

Custo?

Para cobrir toda a superfície podemos utilizar diversos tipos de vidro. A NBR

recomendada é a NBR 7199:1989 — Projeto, execução e aplicações de vidros na

construção civil. Em casos de claraboias ou telhados para iluminação ou vidraças

não verticais sobre passagem: O recomendado pela norma é: Vidro Laminado,

Vidro armado e Vidro com película de segurança.

É recomendável utilizar na parte superior da cobertura o vidro aramado ou

autolimpante (previne gastos com limpeza). É importante ressaltar que o vidro

pode ser utilizado na geração de energia limpa proveniente do sol (fotovaico).

Ao escolher este tipo de cobertura, a estética deve ser o ponto mais importante,

pois o custo geralmente é mais elevado em relação á outros tipos de cobertura.

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Questão 4: Quero fazer o parapeito da escada de minha casa em vidro. É

possível? Qual o tipo de vidro? Há mais de uma opção? Altura desse

paramento? Custo?

A edição revisada da NBR 14.718 - Guarda-Corpo para Edificações, publicada em

28/01/2008 pela ABNT com validade a partir de 28/02/2008, aproximou-se da

realidade do mercado ao definir parâmetros para o produto e não mais para

materiais ou detalhes de projeto. Esse grande avanço dá maior liberdade a

projetistas, arquitetos e construtores. A altura gira em torno de 1 metro. A norma

inclui os seguintes parâmetros para segurança: esforço estático horizontal, esforço

estático vertical, resistência a impactos. Os tipos de vidro recomendados pela

norma são: - Vidro laminado (3+3mm), Vidro Aramado e Vidro revestido com

película de segurança.

Questão 5: Minha vizinha diz que ao reformar sua casa de praia vai retelhá-

la toda em vidro. É possível? Não entendi. Com telhas? Com chapas? Que tipo

de vidro vocês indicam? Norma? Custos?

As telhas de vidro podem ser aplicadas em qualquer ambiente, possibilitando a

entrada de luz natural com total resistência aos raios ultravioletas, criando um

ambiente agradável e até econômico, por não ser necessário utilizar a luz elétrica

enquanto há sol. Os vidros a utilizar devem ser de preferência autolimpantes e

temperados, para evitar o acúmulo de sujeira e oferecer segurança para a casa.

As telhas em geral, inclusive as de vidro devem seguir a ABNT NBR 15310:2009,

esta norma estabelece os requisitos dimensionais, físicos e mecânicos exigíveis

para as telhas cerâmicas.

Deve-se adequar a estrutura (caibros, caimentos, etc.) para acomodar as novas

telhas. Vale ressaltar que são muito caras (cerca de 15x mais cara) que as

convencionais. Por isso, a estética deve ser prioridade.

Questão 6: O Instituto de Tecnologia de Kanagawa, no Japão, é uma construção

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feita só com paredes de vidro, cujo telhado é sustentado por 305 pilares

brancos dispostos no interior de forma aparentemente aleatória, evitando a

repetição de ângulos. Que tipos de vidros podemos utilizar para reproduzir

essa obra? Normas? Opções? Custo?

Primeiramente é preciso um cálculo estrutural preciso, e com um bom fator de

segurança. Para vidros estruturais são recomendadas normas europeias que

apresentam excelentes modelos de cálculo.

Pode-se usar vidro laminado, aramado, autolimpante e blindado, a depender da

situação. Para reproduzir pode ser preciso a utilização de simulações de programas

de cálculo estrutural para garantir a segurança.

Há um grande custo neste tipo de obra, pela mobilização de mão de obra

especializada e material a ser utilizados. A estética geralmente é priorizada nestas

situações, então o efeito desejado é facilmente alcançado.

Questão 7: Quero fazer toda a minha casa com paredes de vidro blindada. É

possível? Segurança? Normas? Custos?

Provavelmente é possível blindar todas as paredes de uma casa, porém seria

necessário um grande arranjo estrutural, para sustentar todo esse peso. A obra se

tornaria inviável economicamente, pois exigem uma grande solicitação por parte

das fundações.

A norma recomendada para utilização do nível de blindagem é a ABNT NBR 15000 -

Blindagens para impactos balísticos. As espessuras e quantidade de lâminas variam

de acordo com o nível que se deseja proteger. Esses níveis (que vão de 1 a 4 com

intermediários) são classificados pelo Exército, que conduz os testes junto ás

empresas que comercializam o vidro blindado.

Questão 8: Queremos utilizar vidro espelhado na fachada de um prédio de

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luxo com 30 andares. Que tipo de vidro vocês indicam? Espessuras? Norma?

Custos?

As normas europeias dizem levam em consideração todos os fatores necessários

para o dimensionamento dos vidros. É preciso levar em conta os elementos de

ligação (aranhas, rótulas, etc) e é preciso muita atenção na hora da execução. As

normas exigem que os vidros acima do térreo sejam laminados. Tudo é uma questão

de cálculo e segurança. Mesmo para o térreo, recomenda-se, e já está sendo

estudado pela norma, que o vidro temperado seja também laminado. Ou, tenha uma

proteção, como os filmes de segurança - caso haja uma quebra, espontânea ou não,

os fragmentos ficam grudados no filme. É preciso considerar que o filme deve ser

‘ancorado’, ou cairá com o vidro.

Este tipo de execução é muito custoso em relação à de alvenaria estrutural. Porém a

estética é muito valorizada neste caso. Existem sistemas de utilização de geração de

energia limpa com o vidro fotovaico. Há também a possibilidade da redução do

consumo de energia devido a utilização da luz solar durante o dia.

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