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Materiais e Sistemas Construtivos UniFIAM-FAAM 2011 1 Atribuições Profissionais Revisão de Conceitos de Matemática Fases do Projeto Etapas da Obra Fundações Materiais e Sistemas Construtivos ATRIBUIÇÕES TÉCNICAS DO ARQUITETO A formação do arquiteto possibilita atuação em várias áreas. Essa habilitação é expressa pela Lei Federal 5194/1966, pela resolução n.º 218/1973 e pela resolução n.º 1010/ 2005 que determinam as atribuições do arquiteto e urbanista, com as especificações de serviços que podem executar cabendo ao arquiteto as seguintes atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e territorial, e serviços afins e correlatos: Supervisão, coordenação e orientação técnica. Estudo, planejamento, projeto e especificação. Assistência, assessoria e consultoria. Direção de obra e serviço técnico. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico. Desempenho de cargo e função técnica. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio, divulgação técnica e extensão. Elaboração de orçamento. Padronização, mensuração e controle de qualidade. Execução de obra e serviço técnico.

Materiais e sistemas construtivos 01

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Materiais e Sistemas Construtivos

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Atribuições Profissionais

Revisão de Conceitos de Matemática

Fases do Projeto

Etapas da Obra

Fundações

Materiais e Sistemas Construtivos

ATRIBUIÇÕES TÉCNICAS DO ARQUITETO

A formação do arquiteto possibilita atuação em várias áreas. Essa habilitação é expressa pela

Lei Federal 5194/1966, pela resolução n.º 218/1973 e pela resolução n.º 1010/ 2005 que

determinam as atribuições do arquiteto e urbanista, com as especificações de serviços que

podem executar cabendo ao arquiteto as seguintes atividades referentes a edificações,

conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento

físico, local, urbano e territorial, e serviços afins e correlatos:

Supervisão, coordenação e orientação técnica.

Estudo, planejamento, projeto e especificação.

Assistência, assessoria e consultoria.

Direção de obra e serviço técnico. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer

técnico.

Desempenho de cargo e função técnica.

Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio, divulgação técnica e extensão.

Elaboração de orçamento.

Padronização, mensuração e controle de qualidade.

Execução de obra e serviço técnico.

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Fiscalização de obra e serviço técnico.

Produção técnica e especializada.

Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção.

Execução de instalação, montagem e reparo.

Operação e manutenção de equipamento e instalação.

Execução de desenho técnico.

O trabalho do arquiteto pode se iniciar já na escolha do terreno para a implantação do projeto,

com parecer sobre localização, legislações, aspectos ambientais e topográficos, entre outras,

que possibilitem analises preliminares de viabilidade do projeto.

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REVISÃO DE CONCEITOS DE MATEMÁTICA

Quando elaboramos um projeto de arquitetura e, posteriormente, quando elaboramos o

memorial descritivo, orçamento e organograma da obra, teremos que fazer operações

matemáticas simples para obtenção de metragem de áreas de piso, teremos que saber a

quantidade em metros lineares de alguns materiais, tal como rodapé e até mesmo o volume de

concreto (m³) de pilares.

Por esta razão iremos fazer uma breve revisão em operações matemáticas.

Primeiramente vamos recordar o que é perímetro. Perímetro é a soma dos lados de uma forma

geométrica. Por exemplo, o perímetro de um quadrado de lado 2m é 8m, chegamos a este

valor somando as quatro laterais do quadrado.

Podemos fazer o mesmo para qualquer forma geométrica sem necessidade de relembrar

formulas matemáticas. No entanto se a forma for um círculo teremos que fazer uso de uma

fórmula.

C = 2 * π * r, onde:

C = perímetro

π = 3,14 (aproximadamente)

r = raio

Agora iremos relembrar como calculamos a área de algumas formas geométricas:

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Exercícios:

Calcule a metragem de piso (m²) e de rodapé (metros lineares) que serão usados na

construção da casa a seguir. Faça o cálculo para cada ambiente incluindo áreas molhadas e

varanda. A planta não está em escala, utilize as cotas para o cálculo.

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Outra operação matemática que iremos utilizar muito é o cálculo de volume. Para isso

devemos saber a área e a altura do objeto em questão.

Por exemplo: se o objetivo é saber quantos metros cúbicos (m³) serão utilizados em um pilar

de base 0,15 x 0,20 com 2,8 metros de altura, temos:

Área da base = 0,15 x 0,20

= 0,03 m²

Volume = 0,03 x 2,8

= 0,084 m³

Se na construção tivermos 10 pilares, iremos utilizar 0,84m³ de concreto nos pilares.

Vejamos a fórmula de volume para outras formas geométricas:

V = Ab x h

Ab = área da base

h = altura

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Exercícios:

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Cálculo de porcentagem será muito utilizado durante toda a vida do arquiteto. Para fazer o

calculo de maneira simples lembre que porcentagem é o mesmo que dividir por 100.

10% = 10/100 = 0,10.

Se tivermos que calcular a porcentagem de qualquer valor, uma simples regra de três será

suficiente para resolver o problema:

p% de C é p. C

100

Por exemplo, se calculamos uma área com 25m² e queremos comprar o piso desta área com

10% de sobra, devemos comprar 2,5 m² a mais do que a área inicial.

Exercício:

Utilizando os cálculos de área do exercício 1 (casa) calcule quanto piso será necessário se

comprarmos os pisos com 10% de perdas nos quartos e sala, e 15% na varanda e áreas

úmidas.

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ETAPAS DO PROJETO

INTRODUÇÃO

Entendemos por Construção Civil a ciência que estuda as disposições e métodos seguidos na

realização de uma obra sólida, útil, e econômica; por obra todos os trabalhos de engenharia de

que resulte criação, modificação ou reparação, mediante construção, ou que tenham como

resultado qualquer transformação do meio ambiente natural; por edifício toda construção que

se destina ao abrigo e proteção contra as intempéries, dando condições para desenvolvimento

de uma atividade.

Para construir um edifício necessitamos da colaboração do arquiteto e do construtor. O

arquiteto trabalha com a criatividade, concepção e aproveitamento do espaço; cabe a ele entre

outras atividades a de elaborar: os estudos preliminares, anteprojeto e o projeto executivo.

Ao construtor cabe materializar o projeto, construindo o edifício.

ESTUDOS PRELIMINARES

O trabalho do arquiteto pode se iniciar já na escolha do terreno para a implantação do projeto,

com parecer sobre localização, legislações edílicas (Código de Obras) e urbanas

(Zoneamento), aspectos ambientais e topográficos, entre outras, que possibilitem analises

preliminares de viabilidade do projeto.

Estudos preliminares: viabilidade técnica-econômica, escolha do lugar, levantamento

topográfico (planialtimétrico), perfil do terreno e vistoria do terreno, assim como elaboração do

programa de necessidades e estudo da legislação incidente no terreno e na edificação.

Programa de necessidades, desenvolvido juntamente com o cliente, e o estudo da

legislação incidente no terreno e na edificação são as bases para o início do projeto

arquitetônico.

O projeto de arquitetura da edificação compreende fases que se caracterizam como blocos

sucessivos de coleta de informações, desenvolvimento de estudos/serviços técnicos e

emissão de produtos finais, objetivando, ao término de cada um deles:

a) avaliar a compatibilidade do projeto com o programa de necessidades, em especial

no que se refere a:

• funcionalidade;

• dimensionamentos e padrões de qualidade;

• custos e prazos de execução da obra.

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b) providenciar, em tempo hábil, as reformulações necessárias à concretização dos

objetivos estabelecidos no programa de necessidades, evitando-se posteriores

modificações que venham a onerar o custo do projeto e/ou da execução da obra.

c) construir o conjunto de informações necessárias ao desenvolvimento da fase

subsequente.

Com esses dados e a definição do terreno inicia-se a fase do projeto, com as seguintes

etapas:

Estudo Preliminar

Estudo do problema para determinação da viabilidade de um programa e do partido a ser

adotado.

Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo

Solução Geral do problema com a definição do partido adotado, da concepção estrutural e das

instalações em geral possibilitando clara compreensão da obra a ser executada.

Projeto Legal

Desenhos e textos exigidos por leis, decretos, portarias ou normas e relativos aos diversos

órgãos públicos ou concessionárias, os quais o projeto legal deve ser submetido para análise e

aprovação.

Projeto Básico (opcional)

Solução intermediário do Projeto Executivo Final, que contém representação e informações

técnicas da edificação que possibilitem uma avaliação de custo, já compatibilizadas com os

projetos das demais atividades projetuais complementares.

Projeto Executivo Final

Solução definitiva do Anteprojeto, representada em plantas, cortes, elevações especificações e

memoriais de todos os pormenores de que se constitui a obra a ser executada: determinação

da distribuição dos elementos do sistema estrutural e dos pontos de distribuição das redes

hidráulicas, sanitárias, telefônicas, ar condicionado, elevadores e de informática.

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Coordenação

A coordenação e orientação geral dos cálculos complementares ao projeto arquitetônico tais

como: calculo de estrutura, das instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias, das instalações

elétricas, telefônicas e de informática, caberão sempre ao arquiteto o qual, a seu critério,

poderá indicar profissionais legalmente habilitados para sua execução.

Paralelo a todas essas fases, poderá também ser desenvolvido o projeto paisagístico e o

projeto de arquitetura de interiores, que, nas mesmas fases anteriores, aborda todo

tratamento e mobiliário do interior da edificação.

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ETAPAS DE UMA OBRA

Considerando a obra padrão: sobrado residencial em estrutura de concreto armado,

fechamentos em alvenarias de blocos cerâmicos, laje de cobertura e telhado com

madeiramento e telhas cerâmicas planas.

Podemos estudar as etapas de uma obra.

Inicialmente teremos os serviços já comentados que se iniciam na definição do partido

arquitetônico e programa de necessidades e são concluídos com o detalhamento dos

projetos (arquitetônico e complementares).

A obra propriamente dita se inicia com os Serviços Preliminares e a organização do Canteiro

de Obras, lembrando que para início das obras é necessário já ter a documentação específica

junto aos órgãos públicos.

ATIV. PRINCIPAL NUM. ATIV. ATIV. DESMEMBRADA

1. Despesas Iniciais 1 Sondagens

2 Projetos

3 Desenhos e copias

4 Impostos e taxas

5 Instalações da obra

6 Ligações provisórias

2. Serviços gerais 7 Selecionar mão-de-obra

8 Contratar mão-de-obra

3. Movimento de terra e fundações 9 Movimento de terra

10 Brocas

11 Estacas

12 Formas para baldrames

13 Armação para vigas baldrames

14 Concretagem das vigas baldrames

4. Estrutura 15 Formas dos pilares - terr. ao 1 pav.

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Armação dos pilares - terr. ao 1

pav.

17 Concret. dos pilares - terr. ao 1 pav.

18 Formas das vigas - 1 pav.

19 Arm. das vigas - 1 pav.

20 Concret. das vigas - 1 - pav

21 Formas dos pilares - 1 pav. a cob.

22 Armação dos pilares - 1 pav. a cob.

23 Concret. dos pilares - 1 pav. a cob.

24 Formas das vigas da cobertura

25 Arm. das vigas e lajes da cobertura

26 Concret. das vigas e lajes da cob.

5. Alvenaria 27 Pavimento térreo

28 Pavimento superior

29 Oitão

6. Telhado 30 Colocação de vigas

31 Colocação de caibros

32 Colocação de ripas

33 Colocação das telhas

7. Tratamento 34 Imperm. baldrames

35 Imperm. lajes e respaldos

36 Outros

8. Instalações hidráulicas 37 Tubulação de água

38 Tubulação de esgoto

39 Instalação de pecas cerâmicas

40 Instalação de metais

41 Tubulação de águas pluviais

9. Instalações elétricas 42 Tubulações e caixas

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43 Colocação da fiação

44 Colocação de soquetes e bocais

45 Instalação de aparelhos elétricos

10. Emboço e reboco 46 Chapisco interno

47 Emboco interno

48 Reboco interno

49 Chapisco externo

50 Emboco externo

51 Reboco externo

11. Azulejos e pisos 52

Colocação de azulejo nos

banheiros

53 Colocação de azulejo na cozinha

54 Colocação de piso nos banheiros

55 Colocação de piso na cozinha

56 Colocação de piso na varanda

12. Revestimentos especiais 57 Colocação de lambris nas salas

58

Massa corr. especial nas par.

externa

13. Pisos de madeira 59 Execução de contra-piso na sala

60

Execução de contra-piso nos

quartos

61 Colocação de tábuas na sala

62 Colocação de tacos nos quartos

63 Colocação de rodapés

14. Pisos especiais 64 Contra piso no quintal e varanda

65 Colocação de ladrilhos na calcada

66 Colocação de pedras no jardim

67 Colocação de lajotas na varanda

68 Cimentado para o quintal

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15. Esquadrias de madeira 69 Coloc. de contra-batente p/ janelas

70 Coloc. de contra batente p/ portas

71 Colocação de batentes p/ janelas

72 Colocação de batentes p/ portas

73 Colocação de janelas

74 Colocação de portas

75 Colocação de ferragens p/ janela

76 Colocação de ferragens p/ porta

77

Pintura com seladora p/ port. e

janela

78 Colocação de armários embutidos

16. Esquadrias metálicas 79 Colocação de batente p/ porta coz.

80

Colocação de caixilhos nos

banheiros

17. Vidros 81 Colocação de vidros comuns

82 Colocação de vidros fantasia

83 Colocação de vidros temperados

18. Pintura 84 Aplicação de massa acril. externa

85 Aplicação da 1 demão de tinta ext.

86

Aplicação das 2 demãos de tinta

ext.

87 Aplicação de massa corrida interna

88

Aplicação da 1 demão de tinta

interna

89

Aplicação das 2 demãos de tinta

interna

90

Pintura dos caixilhos do banh. e

porta

91 Pintura do gradil e portão

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Materiais e Sistemas Construtivos

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92 Aplicação de seladora nos pisos

93 Aplicação de sinteco nos pisos

19. Limpeza 94 Limpeza geral da obra

20. Diversos 95 Alvenaria do muro

96 Chapisco do Muro

97 Reboco do muro

98 Emboco do muro

99 Pintura do muro

100 Feitio do jardim

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

No Levantamento planialtimétrico deve constar:

1) a poligonal;

2) as curvas de níveis, geralmente deverão ser de 0,50cm em 0,50 cm, de acordo com a

inclinação do terreno. Em terreno muito acidentado os espaçamentos poderão ser maiores, na

ordem de 1,00m. Em terrenos de pouco caimento (quase plano) as curvas de níveis deverão

ser de maior precisão, ordem de 0,10m, para o projeto do escoamento das águas pluviais;

3) as dimensões perimetrais;

4) os ângulos dos lados;

5) a área;

6) a fixação do RN (referencia de nível);

7) as construções existentes;

8) as árvores;

9) as galerias de águas pluviais ou esgoto;

10) os postes e seus respectivos números (mais próximo do lote);

11) as ruas adjacentes;

12) o croqui de situação com o aparecimento da via de maior importância ou qualquer obra de

maior vulto (igreja, ponte, viaduto etc.) do loteamento ou do bairro;

13) a fixação da linha NS (norte-sul).

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Materiais e Sistemas Construtivos

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Os levantamentos topográficos geralmente são feitos com teodolito e níveis.

SONDAGEM

A sondagem trata do reconhecimento do subsolo. O primeiro requisito para se abordar

qualquer problema de mecânica dos solos consiste num conhecimento tão perfeito quanto

possível das condições do subsolo, isto, é, no reconhecimento da disposição, natureza e

espessura das suas camadas, assim como das suas características, nível de água e

respectiva pressão.

SERVIÇOS PRELIMINARES

Limpeza do terreno;

Sondagem (caso não tenha sido feita nos estudos preliminares);

Terraplenagem (serviços de movimento de terra);

Tapume;

Placa com número do alvará de aprovação do projeto e execução da obra;

Ligação de água;

Ligação elétrica;

Verificação de vizinhança

Contenções da vizinhança

Rebaixamento ou esgotamento do lençol freático

Canteiro de obras – áreas de vivencia e operacionais;

Locação de obras.

LIMPEZA DO TERRENO

A limpeza do terreno é necessária para maior facilidade de trabalho no levantamento plano -

altimétrico, permitindo obter-se um retrato fiel de todos os acidentes do terreno, assim como

para os serviços de reconhecimento do subsolo (sondagens).

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Materiais e Sistemas Construtivos

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TERRAPLENAGEM

Obra de terra que tem por fim modificar o relevo natural do terreno e que consiste em três

etapas distintas: escavação, transporte e aterro. A terraplenagem aplicada em preparo do

terreno para edificações, geralmente é de pequeno vulto, comparada com a aplicada em

estradas, barragens, etc. Adota-se a expressão movimento de terra explicitamente na área de

construção de edifícios, onde a preocupação maior é a saída e a entrada de terra no canteiro.

Movimento de terra é a parte do terraplenagem que se dedica ao transporte, ou seja, entrada

ou saída de terra do canteiro de obras.

O movimento de terra pode ser de quatro tipos:

1. Manual – Dizemos que o movimento de terra é manual quando é executado pelo

homem através das ferramentas: pá, inchada e carrinho de mão.

2. Motorizado – Quando são usados para transporte, caminhão ou basculante, sendo que

o desmonte ou a escavação poderá ser feita manualmente ou por máquinas.

3. Mecanizado – Quando a escavação, carregamento e transporte são efetuados pela

própria maquina.

4. Hidráulico – Quando o veiculo transportador de terra é a água. Por exemplo, dragagem.

O movimento de terra mecanizado é utilizado em obras industriais de desenvolvimento

horizontal.

No movimento de terra devemos considerar o empolamento. Quando se move a terra do seu

lugar natural, o seu volume em geral aumenta. A proporção de aumento de cada tipo de

material pode ser estabelecida, através de uma tabela de propriedade de materiais.

O empolamento ou aumento de volume é expresso geralmente, por uma porcentagem do

volume original.

CANTEIROS DE OBRAS

O canteiro deverá ser preparado de acordo com a previsão de todas as necessidades, assim

como a distribuição conveniente do espaço disponível e obedecerá as necessidades do

desenvolvimento da obra. Poderá ser feito de uma só vez ou em etapas independentes, de

acordo com o andamento dos serviços.

NB-1367 (Norma Brasileira):

“Áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção,

dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência”

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Materiais e Sistemas Construtivos

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“Áreas de vivência - são aquelas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas

de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e ambulatoriais, devendo

ficar fisicamente separadas das áreas operacionais”.

(NBR – 12284)

No canteiro devemos considerar:

1. Ligações de água e energia elétrica;

2. Distribuição de área para materiais a granel não perecíveis;

3. Construções – a) armazém de materiais perecíveis, b) escritório, c) alojamento, d)

sanitários;

4. Distribuição de maquinas;

5. Circulação;

6. Trabalhos diversos.

DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS PARA MATERIAIS NÃO-PERECIVEIS

Consideramos como materiais não-perecíveis a areia, as pedras britadas, os tijolos, as

madeiras e os ferros. Na obra, existem outros materiais não perecíveis, que, entretanto são

armazenados devido ao seu elevado custo em relação ao material citado anteriormente, por

exemplo, azulejos, conexões e tubos de ferro galvanizado conduíte etc. como esses materiais

são aplicados quando a obra já esta em fase de cobertura, vedos concluídos, são

armazenados dentro da própria obra, evitando-se a construção de um barraco maior.

Areia - No andamento da obra precisamos ter o controle diário de consumo de materiais,

assim como produção da mão - de - obra para cada serviço, para a devida apropriação. Assim

podemos ter no canteiro um depósito para armazenar a areia e ao mesmo tempo servir para

cubagem da quantidade gasta. Construindo um cercado de madeira, com o fundo em tijolo ou

madeira, para evitar o contato direto com o solo, com as seguintes dimensões (5,00m x 2,00m

x 0,60m)

Pedras britadas – Do mesmo jeito que fizemos com a areia, procedemos com as pedras

britadas.

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Materiais e Sistemas Construtivos

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Tijolos – A área para depósitos de tijolos de barro é de 0,25m² para 250 tijolos, considerando

a altura de 1,65m sendo que cada bloco é coroado com dez unidades esparsas para

identificação dos outros blocos adjacentes de igual capacidade.

Madeiras – designa-se uma área de comprimento mínimo de 6,00m e com base de 1,00m²,

para cada 1,00m³ de madeira arrumada, até 2,00m³ no máximo. Equivalem a 60 tábuas de 1’,

ou 30 caibros de 10 / 10cm / m² 10 / 10cm / m².

Ferros – calcular uma área de comprimento mínimo de 15,00m e 0,50m² de base, para uma

tonelada de barras, inclusive a banca de dobragem e montagem.

CONSTRUÇÕES

ARMAZENAR PARA MATÉRIAIS PERECÍVEIS

Consideramos como materiais perecíveis, o cimento e a cal, cujas características físicas e

químicas, em contato com as intempéries, modificam-se substancialmente.

NOTA: Um cuidado que se deve ter no canteiro é a separação do deposito de cal do de

cimento, pois a cal trabalha como retardador de pega do cimento.

Cimento – um saco de cimento tem as seguintes dimensões: 0,65m x 0,35m x 0,15m,

pesando cada saco 50kg. Devemos designar uma área de 1,00m² para cada 1 500kg, ou seja,

30 sacos, incluindo área de circulação.

Cal – para cal extinta designar uma área abrigada, na base de 1,00m² para cada metro cúbico.

No caso de cal hidratada que vem com embalagem semelhante à do cimento, podemos

designar uma área de 1,00m² para 35 sacos de cal hidratada. As dimensões do saco de cal

hidratada são de 0,55m x 0,30m x 0,10m pesando 20kg.

ESCRITÓRIO – as dimensões para almoxarifado e escritórios dependem do volume da obra.

O mínimo necessário para uma obra padrão residencial é de 2,00m x 3,00m, onde terá uma

pequena mesa para leitura de plantas e arquivamento das notas fiscais, cartões de ponto

outros documentos usuais da obra.

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Materiais e Sistemas Construtivos

UniFIAM-FAAM 2011 22

ALOJAMENTO - quando a obra é fora do perímetro urbano, há muitas vezes necessidade de

construir áreas para o alojamento dos operários. Nesse caso usamos cômodos coletivos,

designando 4m² por pessoa.

REFEITÓRIO – cabendo cerca de 1,00m² por operário.

SANITÁRIOS – com áreas, por unidade de 1,50m² para vaso e chuveiro, com uma distribuição

média de uma unidade para cada 15 operários.

Distribuição das máquinas

Para distribuir as máquinas, não existe critério fixo, mais sim em função dos locais dos

depósitos de circulação mínima possível considerando o abastecimento da maquina e do

transporte para o local de aplicação do material preparado pela mesma, por fim da área

disponível e o volume da obra.

Circulação

A circulação no canteiro é função principalmente do tipo de desenvolvimento da obra.

Podemos ter obra que desenvolve no sentido horizontal, exemplo indústrias com linhas de

montagens, outros no sentido vertical como prédios de apartamentos ou de escritórios. As

obras que desenvolve horizontalmente necessitam de grandes extensões de terrenos para

suas construções, entretanto, nas obras com desenvolvimento vertical obtêm-se grandes

áreas construídas em pequenos terrenos, desenvolvendo-se toda a construção verticalmente.

Assim obras de desenvolvimento horizontal, necessitamos de maior área de circulação do

canteiro, para distribuição e aplicação dos materiais, em alguns casos chega-se a construir

vários canteiros para reduzir as extensões de transportes entre o armazenamento e o local de

aplicação. Caso contrário são obras de desenvolvimento vertical onde o canteiro é

concentrado e exige o mínimo de circulação pela própria característica da obra.

Trabalhos diversos

Reaproveitamento e tratamentos de materiais deverão ser feitos, observando-se o custo da

mão-de-obra exigida em relação ao produto no mercado. Ex.: andaimes e proteções.

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Materiais e Sistemas Construtivos

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LOCAÇÃO DA OBRA

A obra deverá ser locada com rigor, observando-se o projeto quanto à planimetria e a

altimetria.

A locação será executada após observação da planta de fundação e utilizando-se quadros

com piquetes e tábuas niveladas e fixadas para resistirem a tensão dos fios sem oscilação e

sem sair da posição correta.

Processo da tábua corrida ou tabela

Consiste na cravação de pontaletes de pinho de 3’’x 3’’ x ou 3’’ x 4’’ distanciados entre si de

1,50m.

Nos pontaletes serão pregadas tábuas de pinho sucessivas formando uma cinta em volta da

área construída. A locação deve ser procedida com trena de aço. Para perfeito esquadro entre

dois alinhamentos, devemos usar o teodolito, ou triângulo formado por lados de 4,00m e 3,00m

e hipotenusa 5,00m. É hábito ainda, ao terminarmos a locação, estendermos linha em dois

alinhamentos finais e verificar a exatidão do ângulo reto com o aparelho. Se o primeiro e o

último esquadro estão perfeitos os intermediários também estarão, salvo engano, facilmente

visíveis e retificáveis.

FUNDAÇÕES

Fundações são os elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as cargas de uma

estrutura.

Todo peso de uma obra é transferido para o terreno em que a mesma é apoiada.

Os esforços produzidos pelo peso da construção deverão ser suportados pelo terreno em que

esta se apóia, sem que ocorram recalques ou ruptura do terreno.

A parte de uma construção que recebe o seu peso e o transfere para o solo chama-se

fundação (Alicerces).

É a primeira etapa da construção a ser executada é o pé da edificação. O tipo, formas e

dimensões dependem das cargas a serem transferidas (peso da construção) e o do terreno

onde se apoiará (resistência); temos, portanto, para cada situação possível de ocorrer na

prática, um tipo de fundação mais adequado a ser utilizado.

As fundações classificam-se em vários tipos de fundação, neste texto dividiremos em dois

grandes grupos:

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Materiais e Sistemas Construtivos

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1. Fundações diretas ou rasas.

2. Fundações indiretas ou profundas.

FUNDAÇÕES DIRETAS

São aquelas em que a carga da estrutura é transmitida ao solo de suporte diretamente pela

fundação.

O dimensionamento da área necessária para o elemento da fundação deve satisfazer as

condições essenciais a seguir.

1. O centro de gravidade da fundação deve coincidir com o centro de gravidade do

elemento transmissor de carga.

2. Tendo P a carga a transmitir e p a pressão admissível do terreno, a área necessária

será dada por: P

Sp

3. Solução mais econômica.

SAPATA CORRIDA OU CONTÍNUA, SIMPLES

Utilizada geralmente em edificações auto-portantes, onde a própria alvenaria tem função

estrutural (sem utilização de pilares), a sapata se estende ao longo da parede, A largura

mínima é igual a 60cm. As sapatas corridas simples são utilizadas em casos de valas abertas

até 1,00m. As sapatas corridas armadas são recomendadas em casos onde as valas devem

ser abertas a mais de 1,00m.

SAPATA CORRIDA OU CONTÍNUA ARMADA

Quando a existência de terreno firme ultrapassa a profundidade de 1,00m ou largura, por

excessiva, torna-se antieconômico executar a fundação em alvenaria (tijolos) com

escalonamento, pois, aumenta a carga da própria fundação como encarece o seu preço. A

solução, nesse caso, é a sapata corrida armada, que se caracteriza fundamentalmente, por

resistir a flexão.

SAPATA ISOLADA

As sapatas isoladas consistem em construções de concreto armado, em forma de pirâmide,

interligadas por vigas baldrames (vigas que ficam no solo).

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Materiais e Sistemas Construtivos

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São utilizadas para cargas não muito grandes em terreno que as suporte. Recebem a carga de

um único pilar e são interligadas por baldrames que tornam a edificação mais rígida. Podem

assumir diversas formas geométricas, facilitando o apoio dos pilares excêntricos.

As mais econômicas são as que possuem dimensões e apresentam esforços fletores

parecidos em ambas as direções, a fim de simplificar a armadura. A dimensão mínima é de

50cm.

RADIER

Recorre-se a esse tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência (fraco) e a

espessura da camada do solo é relativamente profunda. Estando a camada resistente a uma

profundidade que não permite a cravação de estacas, devido ao pequeno comprimento das

mesmas, e por ser onerosa a remoção da camada fraca de solo, optamos pela construção do

radier, que consiste em formar uma placa continua em toda a área da construção com o

objetivo de distribuir a carga em toda a superfície, o mais uniformemente possível, para tanto

se constrói em concreto armado com armadura cruzada na parte superior e na parte inferior.

BIBLIOGRAFIA

AZEREDO, H.A.; O Edifício até sua Cobertura. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1997.

YAZIGI, Walid; A Técnica de Edificar. São Paulo: SindusCon-SP: Pini, 2003.

THOMAZ, Ercio. Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo:

Editora PINI, 2001.

BORGES, A. C. Práticas das pequenas construções. São Paulo: Editora Edgard Blücher,

1981, vol. 1 e 2.