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LEGALE EDUCACIONAL CUSTÓDIO NOGUEIRA Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Sócio da Tardem e Nogueira Assessoria Empresarial, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo e Goiânia. Email: [email protected] Facebook: Custodio Nogueira E M E N T A LESÕES ACIDENTÁRIAS Acidente de Trabalho Típico e Doença Ocupacional (Atípico) Concausas Responsabilidade Civil do Empregador Modalidades Objetiva e Subjetiva – Análise Jurisprudencial. DA CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Lesão, o que é? Ofensa à integridade corporal ou saúde, isto é, todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental. http://www.dicionarioinformal.com.br/les%C3%A3o/ E a infortunística? É a parte da Medicina e do Direito em que se estuda a legislação que trata dos riscos comerciais e industriais, acidentais do trabalho e moléstias profissionais. Deriva de infortúnio, que quer dizer desventura, infelicidade, desgraça. Acidentes do trabalho. 3. ed. atual. Jurisprudência:

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LEGALE EDUCACIONAL

 

CUSTÓDIO  NOGUEIRA  ‐  Advogado  militante  especializado  em  Direito  Civil  e 

Processo  Civil,  Sócio  da  Tardem  e  Nogueira  Assessoria  Empresarial,  Professor 

Universitário,  de  Pós  Graduação  e  de  Cursos  Preparatórios  para  o  Exame  de 

Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo e Goiânia. 

E‐mail: [email protected] 

Facebook: Custodio Nogueira 

 

E M E N T A

LESÕES ACIDENTÁRIAS

Acidente de Trabalho Típico e

Doença Ocupacional (Atípico)

Concausas

Responsabilidade Civil do Empregador

Modalidades Objetiva e Subjetiva –

Análise Jurisprudencial.

DA CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Lesão, o que é?

Ofensa à integridade corporal ou saúde, isto é, todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do ponto de vista fisiológico ou mental. http://www.dicionarioinformal.com.br/les%C3%A3o/

E a infortunística?

É a parte da Medicina e do Direito em que se estuda a legislação que trata dos riscos comerciais e industriais, acidentais do trabalho e moléstias profissionais. Deriva de infortúnio, que quer dizer desventura, infelicidade, desgraça. Acidentes

do trabalho. 3. ed. atual.

Jurisprudência:

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No  caso  dos  autos,  a  diminuição  do  intervalo  intrajornada  fere  de morte  norma  de ordem pública, pois diz respeito diretamente à higiene, saúde e segurança do trabalho do recorrido, a sua necessidade de recompor a energia despendida ao longo da jornada diária de trabalho, a evitar possível infortunística laboral, a uma adequação perfeita ao meio ambiente de trabalho. TRT‐5 ‐ Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RecOrd 9087020115050531 BA 0000908‐70.2011.5.05.0531 Data de publicação: 07/12/2012  

Medicina e Segurança do Trabalho na CLT, previsto no CAPÍTULO V - DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO – artigos até 154 até 223 da CLT.

A matéria ACIDENTÁRIA NUNCA foi prioridade do Parlamento nacional, eis que AINDA não há uma lei específica para regular o tema. Contando com previsão na Lei 8.213/91 que:

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.

Daí as lesões decorrentes do acidente de trabalho encontram-se pulverizadas nos benefícios previdenciários, isto dificulta a aplicação da lei ao caso concreto gerando resultados negativos, altera o alvo de proteção que deveria ser a saúde do empregado com o justo ressarcimento pela lesão.

A lei 8.213/91 classifica o infortúnio laboral em espécies distintas:

Acidente típico;

Doenças ocupacionais;

Acidentes por equiparação, ocorridos no ambiente e no horário de trabalho (concausas), e

Acidentes por equiparação, ocorridos fora do ambiente e do horário de trabalho (na execução de ordem ou na realização de serviço sob autoridade do empregador, acidente de percurso, nos períodos de refeição e descanso...)

DO ACIDENTE E DA DOENÇA

Acidente é ocorrência de natureza súbita e imprevista com prejuízo para a vítima, ao contrário, a Doença se forma no tempo é interna e mórbida.

Acidente e Doença, são conceitos que mais pertencem a Medicina do que ao Direito.

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DO ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO

ACIDENTE - TÍPICO:

Não há conceito legal, existe apenas a previsão das consequências do fato (acidente). Contudo, podemos entender como um dano que abrange não apenas o empregado, mas também o patrimônio da empresa.

Decorre de evento único ocorrido no ambiente e no horário de trabalho. (art. 19 lei 8.213/91).

Acidente de Trabalho. Art. 19 lei 8.213/91.

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Consequência, Benefício Previdenciário – Auxílio-Doença por Acidente do Trabalho (espécie 91).

NATUREZA DO DANO DECORRENTE DO ACIDENTE DE TRABALHO

Lesão Corporal: É um dano anatômico (físico), ou seja, a ferida, a amputação, a fratura, a ruptura de órgão interno.

Jurisprudência:

Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTE DE TRABALHO. LESÕES CORPORAIS LEVES. O dano, como pressuposto da indenização civil, pode ser conceituado como toda desvantagem que experimentamos em nossos bens jurídicos como o patrimônio, corpo, vida, saúde, honra e bem-estar. Se não há prejuízo ou lesão, logicamente não há o que reparar. A partir dessa diretriz, tem-se que não é todo acidente de trabalho que gera direito à indenização para a vítima, ainda que perfeitamente caracterizados o nexo causal e a culpa patronal do empregador. O ressarcimento só ocorrerá se o acidente causar algum tipo de dano ao empregado (TRT18, RO - 0001639-51.2011.5.18.0128, Rel. KATHIA MARIA BOMTEMPO DE ALBUQUERQUE, 1ª TURMA, 19/09/2012) TRT-18 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00016395120115180128 GO 0001639-51.2011.5.18.0128 (TRT-18) Data de publicação: 19/09/2012

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Perturbação Funcional: É a redução da capacidade sensorial (audição e visão) ou motora (redução dos movimentos). Atinge o órgão, NÃO a sua anatomia (físico) e sim, na função, reduzindo a capacidade sensorial ou motora.

Jurisprudência:

Ementa: ACIDENTE DE TRABALHO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. No caso dos autos, ao contrário do que sustenta a Reclamante, o infortúnio não se deu pelo exercício do trabalho. O fato de o incidente ter ocorrido nas dependências da Reclamada e no horário de trabalho não o torna automaticamente acidente de trabalho. Oportuno salientar que o acidente nos moldes descritos na inicial sequer restou comprovado. Ao contrário, a Reclamante lesionou-se ao fazer uma brincadeira no ambiente de trabalho. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00007838220135020445 SP 00007838220135020445 A28 Data de publicação: 18/03/2014

CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO:

Causalidade (fato) – tem que ser por acaso, ou seja, não pode ser provocado pelo empregado nem direta nem indiretamente.

Prejudicialidade (infortúnio) – tem que causar lesão corporal ou perturbação funcional capaz de levar a morte, perda ou redução, definitiva ou transitória, da capacidade de trabalho.

Nexo causal – ligação entre o fato, infortúnio e a função do empregado.

Jurisprudência:

A lesão na qual o Reclamante está submetido foi causada pelo acidente de trabalho que o mesmo foi acometido após uma queda de um poste durante a manutenção da rede elétrica. Causalidade: A lesão advinda da queda do poste e diagnosticada através da Tomografia Computadorizada – Fratura explosão do platô vertebral superior de L1 associado à protrusão de fragmento posterior para o interior do canal vertebral, ocupando cerca de 30 a 40% de sua área, é a causadora (nexo de causal) da limitação motora e neurológica do paciente, limitando o Reclamante de realizar os movimentos de flexão, inclinação lateral e principalmente extensão da coluna lombar. Prejudicialidade: A limitação dos movimentos da coluna lombar incapacita permanentemente o Reclamante para realização das atividades ocupacionais descritas no tópico 1.0 – Anamnese Ocupacional, sub tópico Biomecânica Ocupacional, sob pena de agravamento da lesão (fl. 238). Assim sendo, na situação retradada nos autos tem-se por incontroverso o acidente envolvendo o reclamante, bem como provado o nexo de causalidade do evento danoso com a função desempenhada pelo obreiro. TRT-14 - RECURSO ORDINARIO RO 31220080011400 RO 00312.2008.001.14.00 (TRT-14) Data de publicação: 15/05/2009.

E na Petição Inicial:

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III-) DO ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO. DA REINTEGRAÇÃO/INDENIZAÇÃO. DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA. O Reclamante ao ser admitido, gozava de perfeitas condições de saúde, tanto é verdade que ao realizar o exame admissional foi considerado apto para o exercício da função para a qual foi contratado. No dia 03/12/2014 atendendo ordens de seu superior hierárquico foi arrancar com as próprias mãos ervas daninhas da rampa gramada de aproximadamente 3 metros de altura, existente entre o estacionamento e a sede da 2ª Reclamada. Neste trabalho, por não estar utilizando equipamento de proteção individual adequado escorregou e, foi rolando por uma distância significativa até o final da rampa quando bateu com a coluna. Por conta do infortúnio o Reclamante sofreu lesões e permaneceu afastado pelo INSS até 20/04/2015 quando recebeu alta médica, a qual resta veementemente impugnada, tanto que foi objeto de discussão no juízo competente e naqueles autos se realizou perícia médica ante a seguinte conclusão do médico-perito Dr Marcos Antônio Soares – CRM 5788-GO:

PERÍCIA MÉDICA OFICIAL a) - O periciando é portador de doença ou lesão? Qual(is)? Informar o CID. Sim, Espondilartrose lombar avançada. CID M54.5 c) - Quais as limitações físicas ou intelectuais decorrentes da doença ou lesão? Descrever detalhadamente. Limitações físicas: Pegar peso, fazer esforço, ficar de pé, sentado ou andando ainda que por curtos períodos, agachar e/ou subir escadas.

Neste sólido contexto junta o Reclamante diversos atestados médicos contemporâneos ao acidente, bem como Relatório Médico fornecido pelo Dr Thiago Barbosa Caixeta CRM 13291, quando já passados 1 ano e dois meses do acidente, o qual concluiu:

Paciente supracitado apresenta quadro álgico em região lombosacral e com irradiação para membros inferiores. No momento do exame clínico apresentando dificuldade para marcha, com claudicação, postura antálgica e edema em membros inferiores. Ao exame clínico apresenta dor à palpação da região lombar, redução de força dos membros inferiores e Laségue positivo bilateral. Exame de imagem, radiografia evidenciando escondiloartrose lombar e redução do espaço discal L2 a S1. Está em tratamento conservador, sem melhora clínica. Sem mais até o momento, firmo o presente.

Com isso resta muito claro que o Reclamante sofreu acidente de trabalho típico no exercício de suas funções para a Reclamada, restando pois, configurado o nexo causal, eis que presente a causalidade – pois o fato se deu independentemente da vontade do obreiro. Presente também o infortúnio - conforme relatórios e laudos médicos. Diante de todo o exposto, temos que o Reclamante faz jus à reintegração em funções compatíveis com sua condição física, ou ainda, à indenização, nos termos da Súmula 396, I do TST. Deverá a Reclamada juntar as fichas de entrega de EPIs com as especificações dos equipamentos, datas de trocas, higienização e devoluções, do certificado de

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aprovação dos equipamentos entregues, com a data de expedição e validade, e do comprovante de treinamento do Reclamante, com oposição de assinatura do obreiro, sempre dentro do prazo de validade indicado pelo fornecedor do equipamento, juntando aos autos 01 (uma) amostra do EPI que fornecia. Deverá comprovar ter atendido 16ª, § 1º, notadamente pela juntada do certificado de conclusão do curso, o que desde já se requer. Requer que a Reclamada junte ainda o PPP (Perfil Profissional Profissiográfico), o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho) e ainda, o laudo de que trata o artigo 160 da CLT. Deverá ainda a Reclamada demonstrar que cumpriu integralmente as obrigações do artigo 157 da CLT, notadamente pela juntada das ordens de serviços para comprovar ter oferecido orientação ao Reclamante sobre o fiel cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, sem prejuízo de outros que se fizerem necessários ao deslinde da causa. Pelo exposto, face ao acidente de trabalho típico sofrido requer seja garantindo o emprego do Reclamante e, se o caso quando do retorno ao trabalho, seja o obreiro acomodado em função compatível com a lesão sofrida, ou então a indenização de todo o período de estabilidade. Requerendo ainda a realização de perícia médica e vistoria ambiental, para comprovar os fatos narrados.

Auxílio-Acidente por Acidente de Trabalho (espécie – 94 – Só quando receber alta e se verificar sequela permanente que reduza a capacidade laborativa).

DO ACIDENTE DE TRABALHO ATÍPICO

Doenças Ocupacionais - São espécies de acidente de trabalho atípico:

DOENÇAS PROFISSIONAIS (art. 20, I);

DOENÇAS DO TRABALHO (art. 20, II, lei 8.213/91);

CONCAUSA: (art. 21, I, lei 8.213/91), e

ACIDENTES POR EQUIPARAÇÃO: (art. 21, II e IV da lei 8.213/91).

DOENÇAS OCUPACIONAIS

DOENÇA PROFISSIONAL - É aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho específico à determinada profissão/atividade. Prevista expressamente no art. 20, I da Lei 8.213/91:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

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Exemplos: A tenossinovite (inflamação dos tendões) em relação aos digitadores, pianistas e montadores; radiações ionizantes (catarata) profissional soldador e a silicose para os trabalhadores de mineração, dentre outros.

Jurisprudência:

Ementa: DIGITADOR. Hoje resulta indiscutível e inconteste o fato de que o desempenho de função predominantemente ligada à digitação expõe o obreiro ao risco de contrair doença profissional, caracterizada por lesões decorrentes do esforço repetitivo e já catalogada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social como tenossinovite. TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 03981200502812865 SC 03981-2005-028-12-86-5 (TRT-12) Data de publicação: 07/07/2009

N.T.E.P. (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário)

X

Produção de Prova Pericial em Juízo.

O que significa Epidemiológico?

Epidemiologia (do grego. epi "sobre" demos "povo" logos "estudo") a ciência das epidemias, propõe-se a estudar quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia

O que significa Epidemia?

Uma epidemia é a concentração de determinados casos de uma doença em um mesmo local e época, claramente em excesso em relação ao que seria teoricamente esperado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemia

O que é NTEP?

É o cruzamento de dados entre a função e a doença que acometeu o trabalhador.

Trata-se da identificação de atividades de risco do empregador. (PPRA-Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)

Cuida-se da possibilidade do INSS conceder o benefício previdenciário (91) independentemente de emissão da CAT, considerando assim a presunção direta de acidente de trabalho, eis que estabelecido no nexo técnico epidemiológico entre a função e a doença.

Como se dá o cruzamento de dados para configurar o NTEP?

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Partindo do CNPJ do empregador e do número identificador da atividade (CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas), FACE ao número de identificação do trabalhador na Prev. Social (NIT) e a patologia diagnosticada pelo médico do trabalho (CID-10).

Havendo ligação entre esses 04 dados, tem-se estabelecido o NTEP.

Como identificar o CNAE do empregador? Pelo cartão CNPJ ou no site:

http://www.cnae.ibge.gov.br/

Para que consultar o CNAE?

Como consultar o NIT do empregado?

http://www.dataprev.gov.br/servicos/cadint/cadint.html, depois clique em inscrição e vai ser direcionado a outra tela, onde está o CNIS, Cadastro Nacional de Informações Sociais. Previsão legal: Lei 8.213/91 e Decreto 3.048/99, do Ministério da Previdência Social.

Art. 21-A – Lei 8.213/91 - A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento. § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

Art.337 Decreto 3.048/99. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. §3o Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID em conformidade com o disposto na Lista C do Anexo II deste Regulamento.

Isto tudo na via administrativa do INSS, sendo utilizado nesta Especializada de forma analógica.

Jurisprudência:

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A recorrente sustentou ser vítima de doença ocupacional proveniente da sua função de bancária, labutando especificamente em computador, era exigida o desenvolvimento daquela atividade com rapidez e agilidade. Da documentação juntada aos autos, em cotejo com o laudo pericial, não há dúvida de que a autora teve comprometida a funcionalidade de seu ombro esquerdo: o relatório médico de fl. 10 atesta a patologia, compatível com lesão do manguito rotador, afora a ruptura do supra espinhal esquerdo (ombro). Não obstante, o perito concluiu que a autora “não exercia atividade de risco para a ruptura de tendão de ombro, tendinite de ombro e epicondilite”, ilação que levou o juízo de base a indeferir o pleito reparatório. É a decisão contra a qual a autora se rebela, ao argumento central de que o Decreto 3.048/99, anexo II, do Ministério da Previdência Social estabeleceu nexo técnico-epidemiológico entre as doenças especificadas desde a CID M60 até a CID M79 e a atividade econômica desenvolvida pela reclamada. Com efeito, na medida em que o perito constatou a ruptura do supra espinhal esquerdo (CID M75.1), também reconheceu, implicitamente, o nexo técnico-epidemiologico entre tal enfermidade e a atividade desempenhada pela trabalhadora em favor do Banco empregador, conforme o Decreto 3.048/99, anexo II, do Ministério da Previdência Social, que definiu a relação estatística existente entre a atividade bancária e as doenças elencadas entre a CID M60 até a CID M79, o bastante para conferir suporte ao reconhecimento do nexo causal entre a enfermidade desenvolvida pela recorrente e o trabalho. Não há dúvida, portanto, quanto à existência de nexo causal entre a doença e o labor prestado pela recorrente em favor do recorrido, a despeito da conclusão a que atinou o perito; quando menos, seria forçoso reconhecer que a atividade laboral agravou a enfermidade, impondo a readaptação da trabalhadora, em vez de mantê-la no exercício das mesmas tarefas. ... uma vez caracterizado o nexo técnico-epidemiológico (NTEP), a jurisprudência vem evoluindo no sentido de dispensar a prova do elemento subjetivo, considerando-se a incidência da doença dentro da estatística da Classificação Nacional de Atividade. Em tais casos, a culpa é presumida, conquanto admita prova em contrário. No que se refere ao valor da indenização, arbitro-a em R$50.000,00 (cinquenta mil reais), dadas as circunstâncias e a natureza da lesão, bem como parâmetros de tarifação aplicados em casos símiles. TRT-5 - RecOrd: 01120001920085050641 BA 0112000-19.2008.5.05.0641, Relator: IVANA MÉRCIA NILO DE MAGALDI, 1ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 19/12/2012.)

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DOENÇA DO TRABALHO - Está ligada a salubridade do meio ambiente de trabalho e NÃO a função, atividade desempenhada no trabalho. Ex: Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso.

Ex.: Um trabalhador que está exposto ao ruído excessivo, em um galpão de solda, e desenvolve surdez. Esse é um caso típico de doença do trabalho.

Jurisprudência: (RCTE)

DOENÇA DO TRABALHO CONFIGURAÇÃO. Comprovada através de perícia técnica que a moléstia que vitimou o empregado, causando-lhe perda de 25% de sua capacidade laborativa, foi agravada pelas condições de trabalho e riscos ergonômicos

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que envolviam a atividade por ele desempenhada em favor da empregadora, configura-se a doença do trabalho equiparável ao acidente de trabalho. (art. 118 c/c art. 21 da Lei 8.213/91).(TRT-3, Relator: Cleube de Freitas Pereira, Oitava Turma)

Jurisprudência: (RCDA)

DOENÇA DO TRABALHO - PERÍCIA NÃO CONCLUSIVA - NEXO CAUSAL NÃO CONFIGURADO - De acordo com o entendimento emanado do laudo pericial, não houve conclusão efetiva de que o trabalho desenvolvido pela autora em prol do reclamado tenha contribuído para o surgimento da doença alegada na peça de ingresso. A reclamante não comprovou o nexo de causalidade entre as atividades realizadas no trabalho e a doença desenvolvida, sendo ônus que lhe incumbia, por ser fato constitutivo de seu direito (art. 818, da CLT, c/c art. 333, I, do CPC).(TRT-9 223200511904 PR 223-2005-11-9-0-4, Relator: SÉRGIO MURILO RODRIGUES LEMOS, 4ª. TURMA, Data de Publicação: 07/07/2009)

Diferença entre Doença Profissional e Doença do Trabalho:

A doença profissional decorre do risco específico da atividade do empregador, enquanto a doença do trabalho pode emergir de causa genérica.

Diferenciar é muito importante, pois a doença profissional admite o nexo indireto (NTEP) podendo inclusive dispensar a prova técnica, enquanto as do trabalho exigem o diagnóstico da doença e a vistoria do ambiente de trabalho para configuração do nexo causal.

ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO - I

Acidentes por equiparação, ocorridos no ambiente e no horário de trabalho (concausas).

CONCAUSA – Art. 21, I, da lei 8.213/91.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

Jurisprudência:

Exame pericial concluiu que as atividades desenvolvidas não foram a causa direta da doença que acometeu o empregado, já que se trata de mal degenerativo. No entanto, o perito afirmou que os movimentos realizados contribuíram para o agravamento do quadro. A sentença reconheceu o direito do trabalhador e condenou a Cargill Agrícola ao pagamento de indenização no valor de R$ 20 mil. A empresa recorreu e o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) reformou a sentença, pois concluiu que, como a perícia não demonstrou a existência de nexo causal, não se poderia reconhecer a natureza ocupacional da doença. Portanto, não há o dever de indenizar, mesmo existindo nexo concausal, pois "em se tratando de doença degenerativa, não há se falar em concausa". O recurso de revista do empregado foi

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processado na Segunda Turma, que de forma unânime reformou a decisão do Regional e restabeleceu a sentença. O relator, ministro José Roberto Freire Pimenta, adotou posicionamento recorrente do TST no sentido de que, nos casos envolvendo doença ocupacional, o nexo concausal é suficiente para configurar o dever de reparar. O ministro concluiu que "ainda que a atividade desempenhada pelo trabalhador não seja a causa única da doença que lhe acometeu, é fato que ela atuou como concausa, o que é suficiente a ensejar a reparação pretendida". Processo: RR - 31900-39.2009.5.15.0035.

ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO - II

Acidentes por equiparação, ocorridos fora do ambiente e do horário de trabalho (na execução de ordem ou na realização de serviço sob autoridade do empregador, acidente de percurso, nos períodos de refeição e descanso,...).

ACIDENTE DE TRAJETO – in itinere – art. 21, IV, “d” da lei 8.213/91.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. ACIDENTE DE TRABALHO IN ITINERE. A Lei 8.213/91 prevê que se equipara ao acidente de trabalho o sofrido pelo segurado no percurso da residência para o local e trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção. O nexo causal é indireto, mas não exime a garantia de emprego prevista na lei... Relata, que passados alguns meses devido o ocorrido, voltou a apresentar complicações uma vez que houve rejeição pelo organismo da placa inserida em sua perna, havendo necessidade de nova cirurgia em fevereiro de 2011, e afastado do labor por auxílio doença acidentário, no período de 13.01.2011 à 30.06.2011, recebendo benefício espécie 31 e retornando para exercer suas funções na ré em 01.07.2011, quando entende preencher os requisitos de nova garantia de emprego, ... Argumenta a Reclamada que o 2º benefício não decorreu de acidente de trabalho, nem guarda qualquer correlação com o benefício anterior, razão pela qual não emitida CAT, sendo simples auxílio-doença previdenciário, e não acidentário, sob o código 31. Verifico que a premissa para análise deste ponto em especial é a caracterização ou não do segundo afastamento como mera extensão do primeiro e, concluo que o problema de saúde acarretado pelo acidente de trabalho in itinere não abandonou o Reclamante obrigando-o a se afastar uma segunda vez para cuidar das sequelas dali derivadas. Sendo assim, basta um simples exercício de raciocínio lógico para que a segunda licença seja caracterizada como acidentária, tal como aconteceu com a primeira. (TRT-1, Relator: Álvaro Luiz Carvalho Moreira, Data de Julgamento: 12/03/2013, Quarta Turma)

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Jurisprudência: Pela (RCDA)

ACIDENTE DE TRAJETO. NÃO CONFIGURAÇÃO. Hipótese em que a reclamante não logrou se desincumbir do ônus que lhe competia de comprovar a alegada ocorrência de danos advindos de acidente de trajeto. De notar, de outra parte, que não obstante o acidente de trajeto, para efeitos previdenciários, se equipare ao acidente de trabalho, no âmbito da responsabilidade civil é necessária a prova efetiva do nexo causal entre o infortúnio e o exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ato ilícito cometido pelo empregador. (TRT-4 - RO: 00002266420145040232 RS 0000226-64.2014.5.04.0232, Relator: George Achutti, Data de Julgamento: 18/11/2015, 4a. Turma)

Teses para defesa da Reclamada: Trabalhar na excludente do art. 20, § 1º:

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Jurisprudência:

ACÓRDÃO EM RECURSO ORDINÁRIO DOENÇA DEGENERATIVA. DOENÇA DO TRABALHO. A configuração acerca do nexo causal entre a moléstia e a atividade desenvolvida pelo empregado exige convicção firme e segura de que houve culpa do empregador. A perícia médica concluindo pela patologia degenerativa caracteriza a hipótese prevista no artigo 20, § 1º, alínea ‘a’, da Lei nº 8.213/91, qual seja, a doença degenerativa não é considerada como doença do trabalho. (TRT-1 - RO: 01771005920095010264 RJ, Relator: Angelo Galvão Zamorano, Data de Julgamento: 24/08/2015, Terceira Turma, Data de Publicação: 01/09/2015)

E se o empregador fornecer a condução:

CCB - Do Transporte de Pessoas Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização. Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.

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Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Jurisprudência:

ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRAJETO. TRANSPORTE FORNECIDO PELO EMPREGADOR. APLICAÇÃO DA TEORIA OBJETIVA. INCIDÊNCIA DOS ARTIGOS 734 A 736 DO CC/02. Se a Ré, no caso dos autos, forneceu transporte aos seus empregados, assumiu a condição de guardiã destes, para que tal transporte se desse de forma adequada. Dessa maneira, tendo ocorrido a morte do trabalhador em acidente verificado neste transporte feito, o ato ilícito é claro, caracterizando-se pela própria ocorrência do acidente jungido ao fato de ter a Ré se colocado como guardiã do trabalhador, em razão do fornecimento de transporte, até porque a empregadora, por óbvio, tinha o dever de assegurar que o transporte ocorreria de forma segura a todos, o que não ocorreu. Com efeito, os riscos do empreendimento são do empregador (art. 2º da CLT), que não pode transferi-los para outrem. Aliás, os artigos 734 e 735 do CC/02 c/c parágrafo único do art. 736 também do CC/02 explicitam a responsabilidade objetiva daqueles que transportam pessoas, inclusive quando, como no caso dos autos, estes transportadores se beneficiam no mínimo indiretamente do transporte realizado. Dessa forma, configurada se mostra a responsabilidade civil objetiva da empresa, por presentes ato ilícito, dano e nexo causal. De todo modo, merece ênfase que também se verificou a culpa empresarial, no caso, já que o acidente foi cometido por imprudência de preposto empresarial, que tentou ultrapassagem em local não permitido (art. 932, III, c/c 933 do CC/02 ). TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00971201209703005 0000971-59.2012.5.03.0097 (TRT-3), Data de publicação: 18/10/2013.

ESTUDO DAS MODALIDADES DE DANO

DANO: É lesão a bem juridicamente protegido referente ao patrimônio (dano material) ou a imagem (dano moral) da pessoa física ou jurídica.

O DANO MATERIAL, permite reparação integral ao contrário do dano moral que busca compensar a ofensa sofrida, pois impossível quantificar o dano moral.

DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTES: advém do dano material, pois é possível quantificar tanto o dano atual (emergente) como o futuro (lucro cessante):

Art. 402 CCB - Salvo as exceções expressamente prevista em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 949 CCB. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento (dano emergente) e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

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Jurisprudência: Lucros Cessantes

ACIDENTE DE TRABALHO. LUCROS CESSANTES. PERÍODO DE AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Em caso de acidente de trabalho, os danos materiais devidos pelo empregador incluem os LUCROS CESSANTES até o fim da convalescença do empregado, ou seja, os salários devidos desde a data de afastamento até o termo final de percepção do benefício previdenciário, período no qual o empregado ficou privado de desenvolver atividade laborativa remunerada em face do infortúnio, conforme se extrai do art. 950 do Código Civil. A percepção de benefício previdenciário não prejudica o deferimento da verba indenizatória, pois a Constituição da República estabelece claramente que o pagamento das parcelas decorrentes do seguro acidentário não exclui a indenização devida pelo empregador. (TRT-3 - RO: 01114201414803002 0001114-21.2014.5.03.0148, Relator: Sebastião Geraldo de Oliveira, Segunda Turma, Data de Publicação: 14/08/2015). Art. 7º, XXVIII CF - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Jurisprudência: Danos Emergentes

ACIDENTE DE TRABALHO. DANOS EMERGENTES. DESPESAS MÉDICAS FUTURAS. GARANTIA DO CONTRADITÓRIO. O pedido de indenização pelos danos emergentes (espécie de dano material) não se vincula, necessariamente, apenas às despesas pretéritas, pois o conjunto normativo que dá respaldo à reparação (arts. 949 e 950 do CC) tem o objetivo de assegurar a continuidade do tratamento e o ressarcimento também de despesas futuras, o que atende, teleologicamente, seus ditames, eis que ambos os dispositivos aludem ao direito a indenização pelo "tratamento" (de saúde) "até o fim da convalescença". Deve ser garantido, a propósito, o exercício do contraditório pela executada no curso do processo de execução. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 01486201405203000 0001486-64.2014.5.03.0052 (TRT-3) Data de publicação: 08/09/2015

Tese para Peça Inicial:

V-) DO DANO MATERIAL - LUCROS CESSANTES O dano material aqui representado pelos lucros cessantes emergem da constatação da incapacidade para o trabalho reconhecida pelo INSS. O Reclamante se viu obrigado em ficar afastado por 10 (dez) meses do trabalho, momento em que ficou privado de desenvolver atividade laborativa remunerada, traduzindo o lucro cessante. Com isso requer que a Reclamada seja condenada a pagar os salários e benefícios, inclusive os previstos na CCT do período correspondente, tudo ao fundamento dos artigos 402 e 949 do CCB. VI-) DO DANO MATERIAL – DANOS EMERGENTES

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As Reclamadas nunca prestaram qualquer espécie de assistência, nem mesmo em forma de ajuda para aquisição de remédios e custeio do tratamento médico que emerge do acidente do trabalho. Por sua vez, o Reclamante por não dispor de nenhum valor financeiro para aquisição de medicamentos indicados nos atestados que acompanham a presente, requer seja as Reclamadas condenadas a custearem seus remédios e tratamentos médicos, sendo mensurado, para medicamentos o valor de R$ 150,00 mensais e R$ 300,00 mensais para consulta médica, devendo prevalecer o referido custeio desde o infortúnio até o momento do restabelecimento profissional do trabalhador para o desempenho de seu ofício. O pedido é bastante razoável, tanto que o perito judicial da ação cível, consignou:

j) - O periciando está sendo submetido a tratamento médico ou medicamentoso? É possível indicar se o tratamento está se mostrando eficaz e qual o prognóstico do tratamento? O periciando não está sendo submetido a tratamento médico. Faz uso de medicamentos para dor, com pouca eficácia, porém não apresentou receitas médicas. O prognóstico é regular, desde que faça tratamento adequado.

Tais valores e o período do tratamento poderão ser mensurado pelos(as) i. peritos(as), por ocasião da realização da perícia médica que já requeremos. Caso Vossa Excelência não entenda da forma acima requerida, o Reclamante já deixa requerido pleito sucessivo para condenar as Reclamadas a realizarem a inscrição do Reclamante em um plano de saúde privado, capaz de atendê-lo com consultas e exames médicos, bem como custear todos os medicamentos necessários à sua recuperação. Esse requerimento se justifica pelo fato de que o Reclamante necessita de constante tratamento médico-hospitalar e medicação de uso contínuo para se restabelecer completamente de suas convalescenças, portanto, tudo por conta do acidente de trabalho sofrido na Reclamada, sendo que estes custos não existiriam se o obreiro não tivesse sofrido o acidente de trabalho. E mais, requer a condenação das Reclamadas em função dos benefícios previstos na CCT da Categoria e que o Reclamante por estar afastado, exclusivamente, por culpa da Reclamada, acabou deixando de receber. Com isso requer seja indenizado do período do afastamento pelo acidente de trabalho até seu efetivo retorno ao emprego ou até o trânsito em julgado da presente face aos benefícios mensais que deixou de receber, sendo eles os reajustes salariais, a remuneração do DSR, a indenização pelo benefício da cláusula 10ª, sob pena de multa especificada na própria cláusula, eis que o Reclamante não recebeu nenhum destes benefícios. Requer ainda os 13º salários, férias com 1/3 CF, ou eventuais diferenças, tudo ao fundamento do artigo 949 do CCB.

PENSIONAMENTO: Em decorrência de um acidente de trabalho (típico ou atípico) e, dependendo das sequelas como diminuição ou cessação da capacidade laborativa torna-se interessante pedir indenização (pensão vitalícia):

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Art. 950 CCB - Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Jurisprudência:

ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL. PENSÃO MENSAL VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. ARTIGO 950, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CCB. Existindo nexo causal entre a lesão sofrida pela reclamante e o trabalho desenvolvido junto à reclamada, bem como havendo redução da capacidade de trabalho, é devida a indenização por dano material, a ser paga em parcela única, conforme postulado, nos termos do artigo 950, parágrafo único, do CCB. Recurso ordinário interposto pela reclamante a que se dá provimento parcial, no item. RO 00008606820115040522 RS, 25/02/2014.

Tese para Peça Inicial:

DA PENSÃO MENSAL VITALICIA.

Do contexto da narrativa, deverá a empregadora ser condenada ao pagamento de pensão mensal vitalícia, no valor do último salário percebido pelo Reclamante, posto que, o comprometimento físico do autor limita sua capacidade laboral, nos precisos termos do artigo 950 do Código Civil. Subsidiariamente, requer a condenação da Reclamada no importe comumente pago aos empregados que exercem a mesma atividade que o Reclamante exercia (o que será comprovado por meio da juntada do CAGED e RAIS anuais de todos os colaboradores que ocupam a mesma função e que hoje estão em atividade na empregadora), o que se requer seja juntado aos autos pela demandada, levando-se em conta ainda, os aumentos anuais (dissídios), 13º salário e férias acrescido de 1/3, e ainda o bônus de final de ano que incorporará a pensão vitalícia. Requer, por fim, a constituição de capital para custear a pensão mensal, bem como que os valores da pensão sejam pagos de uma única vez, conforme previsto no art. 950, parágrafo único, do Código Civil, apurando-a conforme elementos declinados nesta causa de pedir.

Possibilidade de Compensação do Benefício Previdenciário com o Pensionamento:

Impossível, eis que decorre natureza distintas, um de ordem previdenciária e outro indenizatório.

ENUNCIADOS APROVADOS NA 1ª JORNADA DE DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO.

TST, Brasília, 23/11/2007

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48. ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO. NÃO COMPENSAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. A indenização decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional, fixada por pensionamento ou arbitrada para ser paga de uma só vez, não pode ser compensada com qualquer benefício pago pela Previdência Social.

Jurisprudência:

ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO. NÃO COMPENSAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. A indenização decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional, fixada por pensionamento ou arbitrada para ser paga de uma só vez, não pode ser compensada com qualquer benefício pago pela Previdência Social.- Inteligência do Enunciado nº 48, da 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho. (TRT-3 - RO: 00518201306703008 0000518-23.2013.5.03.0067, Relator: Anemar Pereira Amaral, Sexta Turma, Data de Publicação: 21/09/2015)

Da Utilização de Tabela Preestabelecida para o Pensionamento (IBGE e DPVAT):

Aplicação do Código Civil – Das Indenizações.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

Jurisprudência:

EMENTA - DANOS MATERIAIS - LIMITAÇÃO TEMPORAL DO PENSIONAMENTO A temporalidade da pensão mensal devida em razão de acidente fatal do empregado deve estar em conformidade com a determinação contida no art. 948, II, do CC...No que tange à limitação temporal do pensionamento, verifico do pedido e da causa de pedir, indicação de taxa de sobrevida de 47,8 anos, quando o patamar fixado na decisão recorrida é de 45 anos, conforme tabela do IBGE. A tabela de expectativa de sobrevida do IBGE, parâmetro utilizado pelo Julgador de origem, é o meio mais adequado para fixação do prazo de duração do pensionamento. Considerando que a dosimetria atendeu aos critérios legais, não há qualquer ajuste a ser feito.  (TRT-3 - RO: 01529200704703002 0152900-71.2007.5.03.0047, Relator: Convocado Danilo Siqueira de C.Faria, Terceira Turma, Data de Publicação: 07/03/2016)

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ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. O percentual mensal considerado no arbitramento do pensionamento deve possuir amparo na perícia médica efetuada, que leva em consideração a perda de capacidade laborativa do trabalhador nos parâmetros fixados na tabela DPVAT. (TRT-4 - RO: 00003686320125040030 RS 0000368-63.2012.5.04.0030, Relator: BEATRIZ RENCK, Data de Julgamento: 24/06/2014, 30ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, )

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,2 anos, enquanto a mulher vive, em média, 7,2 anos a mais que os homens, com uma expectativa de 78,8 anos. http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/11/expectativa-de-vida-do-brasileiro-sobe-para-75-2-anos

DANO MORAL:

CF/88 – artigo 5º, incisos V e X:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Este rol não é taxativo, devendo observar o CCB artigos 11 até 21 que trata dos direitos da personalidade:

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. Art. 3º CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário

Fundamentar o dano moral no art. 186 CCB:

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O DANO MORAL, se caracteriza pela SIMPLES violação de um direito geral da personalidade, sendo a dor, a tristeza ou o desconforto emocional do empregado sentimentos PRESUMIDOS de tal lesão e, por isso, independe de prova (in re ipsa) da dor, da tristeza ...

Ou seja, o que se deve provar é o fato que originou a ofensa moral e não o sofrimento dela decorrente.

Jurisprudência:

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DANO MORAL IN RE IPSA. CONFIGURAÇÃO. O dano moral se configura in re ipsa, bastando a demonstração do fato danoso que causa sofrimento, angústia e dor à parte autora, além de aborrecimentos que fujam à normalidade. Ou seja, o dano decorre do fato em si, da prática abusiva, irregular e arbitrária de dispensar a reclamante sem o pagamento das verbas rescisórias devidas. A lesão, no caso em exame, independe de qualquer prova (in re ipsa), sendo decorrente da própria violação ao direito subjetivo da empregada. RO 00006707920135010341 RJ, 10ª T., 04/11/2015.

Pela RCDA:

DANO MORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. Deixando a autora de comprovar a suposta conduta antijurídica da reclamada que constituiria ilícito causador de dano moral in re ipsa, resta indevida a indenização postulada. Considerando que restou comprovado apenas o não pagamento de diferenças salariais e de horas extraordinárias, entendo que não houve conduta antijurídica por parte da ré que constitua ilícito causador de dano moral in re ipsa. Ausentes, no caso, os requisitos para a procedência do pedido, consoante artigos 186, 187, 927, 944 e 953 do Código Civil e arts. 5º, V e X, da Constituição da República. Recurso autoral conhecido e parcialmente provido. RO 00110221520145010001 RJ, 7ª T., 26/01/2016.

A CLT prevê que a ofensa moral praticada pelo empregado (482, “j” e “k”) ou pelo empregador (483, “e”) constituem motivos para rescisão do contrato de trabalho, SEM prejuízo de indenização moral.

482- CLT j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; 483 – CLT e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

Poderá o RCTE pedir:

a-) rescisão indireta com a indenização das verbas rescisórias; (ônus da prova)

b-) indenização por danos morais, e

c-) representação criminal por meio de ação penal própria.

Quanto a RCDA:

a-) resistir e comprovar a justa causa, caso seja demandada,

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b-) apresentar reclamação buscando indenização moral ou se acionada apresentar reconvenção, buscando indenização moral,

c-) representação criminal por meio de ação penal própria.

Jurisprudência:

RECONVENÇÃO. DANO MORAL. A Constituição Federal assegura, no capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, cujo desrespeito a tais garantias atrai a indenização pelo dano material ou moral (CF, artigo 5º, inciso X). Comprovado nos autos os requisitos ensejadores da reparação civil, correta a r. sentença de primeiro grau que julgou procedente o pleito objeto de reconvenção, condenando a reclamante/reconvinda a indenizar o reclamado/reconvinte (CF, artigos 5º, inciso X e 7º, inciso XXVIII; CC, artigos 186 e 927), por dano moral. RO 17200601410009 DF – 3ª T., 23/11/2007.

FIXAÇÃO DO VALOR DO DANO MORAL, A legislação é omissa quanto a tarifação do dano moral, e isto está correto dado o caráter subjetivo do direito imaterial da personalidade. Daí, caberá ao juízo, no caso concreto, arbitrar de forma fundamentada a indenização: 946 do CCB c/c 475-J do CPC:

Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar. Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando: II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.

Este contexto legal abre as portas para fixação da pretensão indenizatória a título do dano moral, tendo por base os seguintes requisitos para fundamenta-los:

(a) Condição pessoal do Reclamante - vítima;

(b) Capacidade financeira da Reclamada - ofensora;

(c) Intensidade do ânimo de ofender;

(d) Gravidade, e

(e) Repercussão da ofensa.

Pedir na Peça Inicial:

IRPJ - Livro Diário – Livro Razão – Balanço Patrimonial – Demonstração do Resultado do Exercício.

Jurisprudência:

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DANO MORAL - VALOR DA INDENIZAÇAO - FIXAÇAO: "A fixação do valor da indenização deve se pautar pelo princípio da razoabilidade e proporcionalidade, como prevê o artigo 944 do atual Código Civil, ou seja, deve satisfazer o interesse de compensação do lesado e a repressão à conduta do lesador. Há que se ter em consideração, ainda, a gravidade da conduta e a extensão do dano, tendo em mira o sofrimento e as repercussões pessoais, familiares e sociais, a situação econômica do lesador e o caráter pedagógico da sanção. A indenização por danos morais não pode ser insignificante, o que estimularia a reincidência da prática ofensiva, não tendo efeito pedagógico; mas, também, não pode ser excessiva, prejudicando o empreendimento patronal. O 'quantum' indenizatório tem caráter satisfativo-punitivo. De um lado, deve compensar o sofrimento da vítima, e de outro penalizar o infrator, desestimulando a reiteração de atos lesivos." Recursos ordinário e adesivo a que se nega provimento no particular. (TRT-2 - RECORD: 750200607402000 SP 00750-2006-074-02-00-0, Relator: DORA VAZ TREVIÑO, Data de Julgamento: 22/06/2010, 11ª TURMA, Data de Publicação: 29/06/2010)

DANO MORAL SOFRIDO PELA PESSOA JURÍDICA.

Oportuno indicar a distinção feita por Miguel Reale entre:

DANO MORAL OBJETIVO (P.J.) – aquele atinente a dimensão moral da pessoa em seu meio social, envolvendo o prejuízo de sua imagem; e o

DANO MORAL SUBJETIVO – relacionado ao mal sofrido pela pessoa em sua subjetividade, em sua intimidade psíquica, sujeita a dor ou sofrimento próprios, os quais, por serem afetados, devem sofrer inequívoca reparação.

O STJ pacificou o tema, Súmula nº 227: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

DANO MORAL - PESSOA JURIDICA - LESÃO À HONRA OBJETIVA DA EMPRESA. A noção de dano moral, após a Constituição Federal de 1988, não mais se restringe ao "pretium doloris", estendendo-se também à pessoa jurídica que tem seu nome ou imagem atacados. A proteção constitucional objetiva resguardar a imagem ou credibilidade da empresa, pois, embora a pessoa jurídica não seja titular da honra subjetiva (afeta exclusivamente ao ser humano) é detentora da honra objetiva que, uma vez violada, acarreta o dever de reparação (artigo 186 do CCB/02). Assim, na esfera trabalhista, se o empregado lesar a honra da empresa, para qual trabalha, deve arcar com o ônus de reparação da lesão perpetrada. "In casu", o contexto probatório comprovou, sobejamente, que a reclamante, no exercício de suas funções, não honrou a confiança que lhe foi depositada, na medida em que passou "a maquiar as contas da reclamada, bem como aquelas pessoais da sócia", repassando cheques de alunos para outras contas, falsificando extratos bancários, não providenciando o pagamento de plano de saúde, não recolhendo FGTS, COFINS e INSS, não pagando contas particulares da sócia, utilizando-se de cartão de crédito da sócia para uso próprio, informando o seu endereço para interceptar cobranças, não pagando fornecedores etc., culminando com sua dispensa por justa causa, cuja indenização ao empregador se impõe. Reforça esse entendimento o disposto no artigo 52 do CC/2002, bem como a Súmula

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227 do STJ. (TRT-3 - RO: 01114200400503004 0111400-59.2004.5.03.0005, Relator: Convocada Maria Cristina Diniz Caixeta, Segunda Turma, Data de Publicação: 09/02/2011).

Estratégia advogado da Reclamada (Reconvenção).

Art 52 – CCB - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Cuida da proteção da imagem ‘mercantil’ da empresa – PJ. Aqui a RCDA deverá provar a intenção/culpa ou dolo do RCTE em denegrir a imagem empresarial.

DANO MORAL - PESSOA JURÍDICA. É possível que a pessoa jurídica venha a sofrer dano moral, na hipótese de ser promovida violação à sua imagem, e, consequentemente, venha a fazer jus à compensação correspondente. Inteligência dos artigos 5º, X, da CR/88, 52 do CCB, e da Súmula 227 do STJ. Demonstrado, no entanto, que o ato apontado pela reclamada como ofensivo à sua honra foi praticado pelo empregado sem a intenção de denegrir a imagem da empresa, confirma-se a improcedência do pedido de reparação. (TRT-3 - RO: 2353308 00890-2007-108-03-00-7, Relator: Alice Monteiro de Barros, Sétima Turma, Data de Publicação: 10/02/2009 DJMG . Página 14. Boletim: Não.)

O DANO ESTÉTICO, conceito (de caráter subjetivo): Não é apenas o ‘aleijão’, mas também as deformidades ou deformações outras, as marcas os defeitos ainda que mínimos que podem implicar, sob qualquer aspecto, um ‘afeamento’ do empregado (vítima) ou que pudesse vir a se constituir para ela numa simples lesão ‘desgostante’ ou em permanente motivo de exposição ao ridículo.

Possibilidade de buscar indenização a título de dano moral cumulado com dano estético? Sim, Súmula 387 do STJ:

“É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral”.

É aplicado na JT? Sim.

Jurisprudência: RCTE

ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO. Como bem salientado pela Juíza Cláudia Eunice Rodrigues, "a cumulação do dano moral e estético é admissível, ainda que derivados do mesmo fato (no caso, o acidente do trabalho), quando possuem fundamentos distintos, como no presente caso, em que foram atingidos, ao mesmo tempo, bens jurídicos claramente distintos: a higidez emocional, vinculada ao sofrimento psíquico causado pelo acidente e a integridade física, relacionada à deformação estética visível". No mesmo sentido, a Súmula nº 387 do STJ. RO 00481201208703001, 9ª T., 24/07/2013.

Jurisprudência: RCDA

RECURSO ORDINÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANO ESTÉTICO. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEVIDA. O dano estético impõe compensação

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ressarcitória pela anomalia, aleijão ou deformidade que a vítima passou a ostentar de forma permanente. Assim, não restando comprovado que o empregado, em razão da lesão sofrida em decorrência de acidente de trabalho, ostenta sequela aparente ou deformidade permanentes, não há que se falar em pagamento de indenização por danos estéticos. (TRT-1 - RO: 7637020115010322 RJ , Relator: Paulo Marcelo de Miranda Serrano, Data de Julgamento: 19/09/2012, Sétima Turma, Data de Publicação: 03-10-2012)

Tese para Peça Inicial:

XIII-) DO DANO ESTÉTICO.

Não é apenas o ‘aleijão’, mas também as deformidades ou deformações outras, as marcas os defeitos ainda que mínimos que podem implicar, sob qualquer aspecto, um ‘afeamento’ da vítima ou que pudessem vir a se constituir para ela numa simples lesão ‘desgostante’ ou em permanente motivo de exposição ao ridículo. Ora Excelência, no caso dos autos, gritante a lesão desgostante, eis que o Reclamante perdeu completamente a sensibilidade do seu dedo (5º quirodáctilo da mão direita) desde quando o sofreu acidente de trabalho na Reclamada, quando a tampa do reservatório de óleo da máquina PC210 escavadeira caiu sobre seu dedo, pressionando-o e deixando com sequelas irreparáveis e, desde então, o Reclamante perdeu completamente a sensibilidade do referido dedo. Nesse sentido, requer seja providenciado perícia médica para se comprovar a perda da sensibilidade do 5º quirodáctilo da mão direita, sem prejuízo de aplicação da Súmula 387 do STJ. Requerendo pois, a condenação da Reclamada em não menos que 20 (vinte) vezes do maior salário recebido pelo Reclamante.

E A PRESCRIÇÃO NESTES CASOS? Aplica-se a regra geral (bienal e quinquenal). Dano moral ocorrido após a cessação do contrato de trabalho, terá o ofendido 5 (cinco) anos para agir, contados da ciência do ato ofensivo.

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO. ACIDENTE DO TRABALHO. INÍCIO. O afastamento previdenciário não é causa de suspensão ou interrupção da prescrição quinquenal, nos termos da OJ 375 da SDI-1 do TST. De resto, a prescrição tem início quando da ciência da lesão (actio nata). No caso de acidente do trabalho e da lesão incapacitante dele decorrente, o início do prazo é o do próprio acidente. Assim, decorrido mais de cinco anos entre a lesão e a propositura da ação, encontra-se prescrito o pedido de indenização por dano moral e ou material. Recurso provido. (Recurso Ordinário nº 00387007920085020391 – Des. Rel. Silvia Almeida Prado – 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – publicado em 07/12/2011)

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO. DANO MORAL. Possibilidade da ação posterior à extinção do contrato de trabalho. A possibilidade da reparação pretendida veio com a

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absolvição do empregado na esfera criminal. A prescrição a ser observada é a qüinqüenal (Constituição Federal, art. 7º, XXIX), tendo em vista que esse fato ocorreu após a extinção do contrato de trabalho. O autor sustenta que a ré imputou-lhe a prática de ilícito penal do qual foi absolvido por decisão da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo no processo nº 142/91 em 02/03/1998 (fls. 101/110). Apenas com o decreto absolutório é que o autor passou a ter a possibilidade e o interesse de exigir da ré uma indenização pelos danos que lhe foram causados. Sendo o fato posterior à extinção do contrato de trabalho, a prescrição a ser observada é de cinco anos contados da lesão e não de dois anos após a extinção do contrato (Constituição Federal, art. 7º, XXIX). Esta ação foi ajuizada em 29/11/2001 (fl. 04), quando decorridos pouco mais de 03 anos da absolvição e, portanto, não está prescrita. Aplicação, mutatis mutandi, da Súmula 327 do TST. Dou provimento ao recurso, para afastar a prescrição. Os autos retornarão à Vara para prosseguimento. 2168200246402000 SP, 6ª T., 26/08/2005.

NATUREZA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR,

ELEMENTOS: DANO – NEXO CAUSAL E CULPA

Responsabilidade Subjetiva - Tem que provar, concomitantemente, os três elementos.

Responsabilidade Objetiva - Não é necessário provar a culpa da RCDA, conhecida como teoria do risco. Aqui se prova apenas o dano (in re ipsa).

Análise sistemática dos artigos 927 do CCB e 2º da CLT:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

E também do art. 2º da CLT “caput”

art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR – TEORIA DO RISCO CRIADO OU ASSUMIDO, não é a quebra do dever de vigilância que determina a condenação do empregador e, sim, a atividade de risco potencialmente perigosa que decorre da própria atividade ou função, independente de culpa do empregado.

Jurisprudência:

Ementa: RECURSO ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO. TEORIA DO RISCO CRIADO. O mau funcionamento e/ou o mau uso de máquinas e equipamentos, bem assim a imperícia dos empregados na utilização dos referidos maquinários, é hipótese sempre presente nas empresas

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de exploração de petróleo, de modo que o risco de acidentes graves é previsível e intrínseco à natureza das atividades da empresa. O fato ainda é agravado quando trata-se de equipamento que oferece alto risco de operação, como é o caso do guindaste que causou o acidente que lesionou o reclamante. Nestes casos, nem mesmo o fornecimento de EPI completo e perfeito, como óculos, luvas, capacete protetor e botas é capaz de anular completamente a possibilidade de ocorrência de um acidente de trabalho que vitime os empregados. Dito doutro modo: tais equipamentos não impediriam por completo que o autor fosse atingido em virtude do mau uso do equipamento por outro empregado. Nessa hipótese, o Código Civil abandonou a teoria da culpa e consagrou a teoria do risco. Não é somente a quebra do dever de vigilância (conduta pessoal, subjetiva) que autoriza a condenação reparadora; o simples exercício continuado de atividade que, em si mesma, é potencialmente prejudicial ou perigosa é capaz de ensejar a obrigação de indenizar (teoria do risco criado). TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00935004220075010481 RJ (TRT-1) Data de publicação: 08/01/2014.

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR – TEORIA DO RISCO PROVEITO, empregador que tira PROVEITO de atividade realizada por empregado, independente de culpa deste.

Jurisprudência:

Ementa: RESPONSABILIDADE DO SÓCIO RETIRANTE PELOS DEBITOS TRABALHISTAS. TEORIA DO RISCO-PROVEITO. Remanesce a responsabilidade do sócio retirante que teve proveito econômico e que ao tempo da execução do contrato de trabalho ostentava a condição de sócio ativo. A responsabilidade do sócio retirante, pelos débitos trabalhistas, encontra fundamento na teoria do risco-proveito, segundo a qual, aquele que se beneficiou do labor prestado pelo trabalhador ou teve proveito econômico, ao tempo em que ostentava a condição de sócio, deve responder com o seu patrimônio pessoal (art. 592, II, CPC). Recurso não provido. TRT-2 - AGRAVO INSTR.EM AGRAVO PETIÇÃO EM RITO SUMARÍSSIMO PET 00373005720045020201 SP 00373005720045020201 A20 (TRT-2) Data de publicação: 06/09/2013

Ementa: CONDENAÇÃO SUBSIDIÁRIA. À luz da regra insculpida no artigo 927, do Código Civil de 2002, a responsabilidade do tomador de serviços independe da análise das modalidades de culpa (in eligendo ou in vigilando). Isso porque, a partir da teoria do risco-proveito na terceirização, a empresa tomadora de serviço responde como garante dos haveres contratuais trabalhistas, sendo, portanto, considerada co-autora da lesão decorrente do descumprimento das obrigações do contrato de trabalho. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00005434620115010072 RJ (TRT-1) Data de publicação: 20/05/2014.

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA  DO EMPREGADOR, é aquela em que está calcada na existência de culpa do agente (empregador ou tomador de serviços).

Elementos da Culpa:

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Imprudência (falta de atenção ou percepção no que tange às consequências do ato ou da omissão);

Negligência (desídia na observância quanto ao cumprimento das cautelas exigíveis diante da situação) ou;

Imperícia (relativa à falta de habilidade que se exige daquele que tem, por dever de profissão, obrigação de possuí-la).

Fundamento legal no art. 7º, XXIX da Constituição Federal:

Art. 7º - XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Ainda assim, aqui também divide-se a doutrina e a jurisprudência no que tange à responsabilidade subjetiva:

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA DO EMPREGADOR – CULPA CONTRATUAL, artigo 157 da CLT.

Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Assim, se o acidente ou doença decorre do trabalho (nexo causal) então PRESUME-SE que o empregador não cumpriu seu dever contratual de manter um ambiente de trabalho sadio.

Esta presunção é relativa e admite prova em contrário, ou seja, permite ao empregador que prove que o evento ocorreu:

Por Caso Fortuito; Força Maior ou Culpa Exclusiva da Vítima.

Portanto, difere da responsabilidade objetiva, já que esta não admite tais excludentes.

Jurisprudência:

É incontroverso o fato de que a reclamante sofreu uma queda quando, ao passar sobre um piso molhado, escorregou, vindo a cair e fraturar o punho direito, ocasionando seqüelas com cicatriz e perda da força de apreensão em grau médio (Laudo pericial, f. 148, e laudo do assistente técnico da reclamada, f. 160), salientando ainda o Perito Oficial que a lesão sofrida pela autora deixou uma seqüela permanente, que se encontra consolidada (f. 150, resposta ao quesito 2), com redução funcional da ordem de 20% na mão direita, devido à lesão proveniente da fratura (resposta ao quesito 3).

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E a culpa, na hipótese, é perfeitamente presumível. Com efeito, ao estabelecer o nexo causal entre o dano sofrido e o acidente do trabalho, nada mais se fez do que concluir que a reclamada não proporcionou à reclamante um ambiente de trabalho seguro, em condições adequadas, pois, do contrário, certamente, nenhum acidente teria sofrido a autora. (Proc nº01154-2006-024-03-00-6 – Des. Rel. Júlio Bernardo do Carmo – Quarta Turma do TRT 3ª Região – 19/12/2007)

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA  DO EMPREGADOR – CULPA EXTRACONTRATUAL OU AQUILIANA, artigo 186 do Código Civil.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Diferencia-se da responsabilidade subjetiva contratual porque, aqui, o ônus da prova é do empregado (vítima) do dano/acidente de trabalho.

Jurisprudência:

EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. ACIDENTE DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE DANO E DE CULPA DA RECLAMADA. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. A indenização por doença ocupacional ou acidente de trabalho garantida ao trabalhador no inciso XXVIII do art. 7º da CF só é devida pelo empregador no caso de haver concomitantemente nexo causal entre a atividade profissional do trabalhador e o acidente ou a doença, a incapacidade para o trabalho decorrente da doença ou do acidente, além de culpa ou dolo do empregador. Não provados os danos decorrentes do infortúnio e nem a culpa do empregador, que será sempre subjetiva, conforme dispõe a Constituição Federal, não há que se falar em indenização por danos morais ou materiais, eis que ausentes pilares da responsabilidade civil, (Proc nº00886-2008-463-02-00-1 – Des. Rel. Marcelo Freire Gonçalves – Décima Segunda Turma do TRT 2ª Região)

Como pedir a Responsabilidade do Empregador na Peça Inicial:

IV-) DA RESPONSABILIDADE CIVIL DAS RECLAMADAS. Do contexto de toda a narrativa, emerge claro e insofismável que o Reclamante encontra-se impedido de conseguir nova colocação no mercado de trabalho, pois não tem mais condições de saúde para exercer as atividades anteriormente realizadas e prover o próprio sustento. Tanto que o perito-médico judicial (ação cível) já referenciado constatou:

e) – O periciando, em razão de seu quadro clínico, está incapacitado para o desempenho da atividade que habitualmente exercia? Por quê? Sim, visto que a atividade de betoneiro exige pegar peso, fazer esforço, ficar de pé ou andando por longos períodos e/ou agachar, incompatível com a patologia do periciando. f) – O periciando está apto para desempenhar atividade diversa da sua atividade habitual? Que tipo de atividade?

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No momento do ato pericial, o autor encontra-se inapto para qualquer atividade laboral

Dessa forma, requer a aplicação da responsabilidade objetiva do empregador, com fulcro no parágrafo único do artigo 927 do atual Código Civil e art. 2º caput da CLT, eis que o risco da atividade pertence, exclusivamente, a empregadora e, pelo fato do acidente de trabalho sofrido pelo Reclamante ter ocorrido no desempenho de suas atividades em favor das Reclamadas. Razão pela qual deverão ser responsabilizadas na modalidade objetiva. Não obstante, caso Vossa Excelência assim não entenda, temos que a culpa das Reclamadas resta configurada no presente caso, uma vez que a 1ª Reclamada não forneceu o EPI correto para o labor do obreiro em área externa, expondo-o a condições inadequadas de trabalho, circunstância capital para a ocorrência do acidente de trabalho já narrado no tópico próprio e, a 2ª Reclamada não fiscalizou o fornecimento nem mesmo uso dos EPIs. Requerendo assim, subsidiariamente, a responsabilização das Reclamadas a suportarem as indenizações que se persegue também na modalidade subjetiva.