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viola caipira alem do riquindim tiquindim ´ www.planetamusica.net Material Complementar

Material Complementar - Viola Além do Riquindim Tiquindim ... · car uma batida de cururu em cima de uma música do Iron Maiden, e isso já dá uma nova iden-tidade pra música.”

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Page 1: Material Complementar - Viola Além do Riquindim Tiquindim ... · car uma batida de cururu em cima de uma música do Iron Maiden, e isso já dá uma nova iden-tidade pra música.”

viola caipiraalem do riquindim tiquindim´

www.planetamusica.net

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MaterialComplementar

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SUMÁRIO

WWW.PLANETAMUSICA.NET

descriçao

instruçoes

ementa do curso

partes da viola

historia da viola

afinacoes

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dicionario de acordes12

ritmos de viola

mapa do braço

shapes de acordes

vozes em todos os tons

sistema das 7 posiçoes

escalas duetadas

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tablatura11

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DESCRIÇÃO

História, cultura, identidade e riqueza sonora, é o que talvez possa resumir um dos grandes símbolos da cultura brasileira: a viola caipira. Se você quer aprender a tocar viola, mas acha que a viola é um instrumento exclusivo da música sertaneja, você está enganado! E Zé Helder nos prova que ela é muito mais do que isso no curso “Viola Caipira Além do Riquindim Tiquin-dim”

Natural de Cachoeira de Minas, Zé Helder é formado em Licenciatura Plena em Música pelo Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, e em contrabaixo acústico pelo CEMPA (Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre), onde criou o curso de viola caipira e foi professor por oito anos, ensinando diversos alunos a tocar viola ou se aperfeiçoar no instru-mento.

Nos palcos, Zé carrega uma vasta bagagem de shows e participações por todo o Brasil, cantan-do e tocando ao lado de grandes nomes como Guca Domenico, Pepeu Gomes, Dani Lassalvia, Índio Cachoeira, Andreas Kisser, entre outros músicos consagrados.

Músico profissional há dezenove anos, Zé Helder é dono de uma metodologia própria de ensino que possibilita qualquer pessoa a tocar viola caipira, explorando ao máximo a riqueza sonora das dez cordas.

“A viola é muito versátil, a sonoridade se adapta a qualquer estilo. Na viola você consegue colo-car uma batida de cururu em cima de uma música do Iron Maiden, e isso já dá uma nova iden-tidade pra música.”

A Viola Caipira Além do Riquindim Tiquindim

Pensando nisso, nós do Planeta Música, em parceria com o o violeiro Zé Helder, lançamos com exclusividade o curso “A Viola Caipira além do Riquindim Tiquindim”, um material completo que sintetiza toda a experiência musical do violeiro em aulas que exibem técnicas, metodolo-gias, e didáticas completas que elevam a presença da viola muito além da música sertaneja. Neste curso você vai aprender tocar viola com toda a tradicionalidade deste instrumento e também a construir melodias, shapes de notas e escalas que possibilitam uma nova leitura sonora, trazendo à tona todo o potencial músical da viola caipira quando imersa em outros estilos musicias.

O nome do curso é uma onomatopéia que faz referência ao tradicional e popular som da viola, e traduz de forma simples o foco do material para os que querem tocar viola além da música sertaneja.

“A ideia principal é transformar a viola em um instrumento mais apto a tocar outros estilos musicais, com toda uma técnica construída passo a passo durante o curso.”

Além do rico conteúdo musical do curso, toda a produção audiovisual é elaborada pensando em garantir maior facilidade no aprendizado, intensificando a experiência e o contato com grandes nomes da música.

Para conhecer mais o seu novo professor, confira nossa entrevista exclusiva com Zé Helder. Quer saber mais? Fique por dentro do Planeta Viola e saiba tudo sobre a viola caipira, além de outros diversos segmentos do mundo da música.

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INSTRUÇÕES

Seja bem-vindo ao curso “Viola Caipira - Além do Riquindim Tiqindim.

É recomendado que para o melhor aproveitamento do conteúdo, você siga a ordem recomen-dada das aulas. Faça todos os exercícios, toque todos os ritmos e músicas disponibilizadas, leia as complementações e curiosidades presentes nesse livro, responda os QUIZ e principal-mente, entre de cabeça na cultura desse instrumento e explore tudo o que lhe é oferecido nesse curso.

Caso exista alguma dúvida que não pôde ser solucionada nem com os vídeos e nem com os materiais complementares, acesso o fórum referente ao curso, que tanto o professor quanto alunos e membros da equipe Planeta Música responderão;

Nesse material você encontrará recursos suplementares para o desenrolar do seu curso. Você terá um dicionário de acordes, diversas afinações, conteúdos teoricos, levadas e ritmos trans-critos, além de todos os exercícios das aulas já transcritos para você tê-los impressos na sua casa.

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EMENTA DO CURSO

1. HISTÓRIA E CONSTRUÇÃO

História da Viola

Partes do Instrumento

4. HARMONIA

Sistema Tonal

Sistema Modal

Cadências Harmônicas

Shapes de Acordes

Improvisação

Finalização

3. RITMOS DA MÚSICA CAIPIRA

Técnicas de Levadas Rítmicas

Ritmos da Música Caipira

Toada

Cururu

Cateretê

Guarânia

Querumana

Xamamé / Polca Mato-Grossense

Pagode-de-Viola

Batuque-de-Viola

2. TÉCNICA

Afinação

Notação Musical

Digitação e Coordenação

Técnica de Ponteado

Primeiros Acordes

Vozes

Pares Contíguos

Pares Alternados

Sistema das 7 posições

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PARTES DAVIOLA

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5

12

9

6

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3

7

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1

2

3

4

5

6

7

8

9

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11

12

Tarraxas

Mão

Pestana

Casas

Braço

Trastes

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2

3

4

5

6

Mosaico

Boca

Corpo

Rastilho

Cavalete

Roldana

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Tarraxas - prendem e afinam as cordas por um sistema de roldanas.

Mão - peça de madeira acima da pestana, onde ficam instaladas as tarraxas.

Pestana - pequeno pedaço de osso com ranhuras, mantendo a distância entre as cordas, e junto com o rastilho controlando a altura das cordas.

Casas - espaco entre os trastes, que representa uma nota musical.

Braço - peça onde ficam a escala e os tras-tes.

Trastes - pequenas peças metálicas fixadas no braço, dividindo-o em casas.

7

8

9

10

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12

Mosaico - decoração que fica em volta da boca do instrumento.

Boca - é a responsável por “captar” a vibra-ção das cordas e devolver o som produzido no interior do corpo.

Corpo - amplifica o som produzido pelas cordas.

Rastilho - tem praticamente a mesma função da pestana, regular altura e distância entre as cordas.

Cavalete - segura o rastilho e é colado ao tampo da viola.

Roldana - peça onde se prende a correia do músico

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HISTÓRIA DAVIOLA CAIPIRA

Se falando de história, a da viola caipira com certeza é das mais curiosas, já que ela se confunde com a própria história do nosso país. Mas a sua origem está em Portugal, de onde vem não só a viola como boa parte de nossa cultura popular.

Alguns viajantes que conheceram o Brasil nos seus primórdios descrevem a presença de violas por aqui desde o começo do século XVI, quando começou a colonização do Brasil. Os próprios padres da Companhia de Jesus, como o beato José de Anchieta, em meados do séc. XVI já usavam esse instru-mento como importante aliado na catequização dos índios nativos.

Em Portugal a viola já era um instrumento bem popular na época das navegações. A herança desse contato (europeu + índio) ainda se reflete na música caipira em nomes como cateretê, cururu, catira e outros.

A origem dos instrumentos de cordas duplas por sua vez é árabe, esse povo que dominou a penín-sula Ibérica durante um bom tempo e deixou sua marca.

No Brasil a viola permaneceu como o instrumento principal em várias manifestações da cultura popular, muitas delas com origem europeia, como a folia de reis, e outras nascidas aqui mesmo, como o cururu, que descreve tanto uma dança de acento fortemente indígena praticada por ribeiri-nhos do centro-oeste, como o repente do interior do estado de São Paulo. Ou outros de origem ibéri-ca como o Fandango, muito presente no litoral sul de SP e Paraná. A viola também está presente no nordeste brasileiro, na mão de cantadores repentistas.

Durante os primeiros séculos da formação do país a viola teve sempre uma forte presença, no entan-to esse instrumento nunca teve um sistema de ensino formal. Em boa medida ela sobreviveu até nossos dias através da transmissão oral, o pai que ensinava pro filho ou o mesmo o mestre de cultu-ra popular que transmitia seu conhecimento.

Talvez por isso a viola desenvolveu sua linguagem própria, à margem do pensamento musical domi-nante, pois cada violeiro tinha que aprender a tocar à sua maneira e acabava transmitindo seus toques particulares. Essa diversidade é o maior patrimônio da viola. Assim temos um instrumento para o qual ninguém é dono da verdade, sua história continua sendo escrita a cada novo instrumen-tista que surge.

Temos, ao invés de professores e teóricos, o que podemos chamar de “Violeiros Matrizes”, como diz meu amigo Ricardo Vignini. Aqueles que pela importância de sua história e a excelência de sua execução, servem hoje de referência pra quem quer conhecer viola. Entre esses podemos citar Tião Carreiro, Bambico, Zé do Rancho, Gedeão da Viola, Renato Andrade, Zé Coco do Riachão, Seu Mane-lim, Índio Cachoeira e tantos outros. Sem falar nas duplas, essa formação clássica que ainda persiste com força. Daí cito nomes como Tonico e Tinoco, Liu e Léu, Zico e Zeca, Vieira e Vieirinha, Pedro Bento e Zé da Estrada e por aí vai.

De uma outra geração que trouxe uma nova luz para a viola, tanto pela inovação de sua maneira de tocar como por inserir esse instrumento no mundo acadêmico e científico temos Ivan Vilela, Roberto Corrêa, Fernando Degui. Dessa geração merecem destaque também Paulo Freire, Pereira da Viola, Chico Lobo, Levi Ramiro e vários outros.

Um ícone da viola, que considero meu mestre, é Seu Oliveira. Esse patriarca da família Fontes, de Guarulhos, apesar de sua trajetória invejável e sem precedentes na música caipira, continua fazendo o que sempre fez sem se importar com nenhum tipo de reconhecimento. Seu Oliveira foi pioneiro em organizar uma orquestra de violeiros (que existe até hoje), a Orquestra Coração da Viola. Dessa orquestra surgiram duplas como Pena Branca e Xavantinho.

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HISTÓRIA DAVIOLA CAIPIRA

Seu Oliveira ainda hoje ensina catira pra toda geração de sua família que vai surgindo e até pra vizinhos e agregados. Seu compromisso mais sagrado é louvar Santos Reis com o giro de sua folia, os Mensageiros de Santos Reis, todo final de ano. Conversar com esse mestre é conhecer a verdadei-ra paixão que trouxe o patrimônio da viola caipira através dos séculos para quem aprecia esse instrumento hoje em dia.

Claro que não dá pra deixar de lado a principal batalhadora pela difusão da música de viola durante décadas à frente de seu programa “Viola, minha viola”, a madrinha de todos os violeiros, Inezita Barroso. Essa além de sua enorme importância como defensora da música e da tradição da viola caipira, ainda se destaca como umas das primeiras mulheres em um ambiente predominantemente masculino. Esse programa continua agora sob o comando de minha amiga também violeira Adriana Farias.

A viola foi levada por esse Brasil na mão de tropeiros viajantes, índios catequisados e toda pessoa envolvida com suas tradições e festejos religiosos e profanos. E foi ganhando seu espaço na música brasileira em vários momentos, como nas mãos do guitarrista Heraldo do Monte naquele histórico momento dos festivais da canção, quando Jair Rodrigues interpretava Disparada, de Geraldo Vandré, acompanhado pelo Quarteto Novo.

Depois disso a viola se inseriu em praticamente todos os estilos de música, do samba de Clara Nunes ao rock dos Mutantes. O grupo Matuto Moderno, do qual faço parte, é um exemplo de um som com uma forte raiz roqueira, mas alicerçado também na música tradicional de viola, com recortados de catira executados por Edson Fontes, filho de Seu Oliveira.

O Moda de Rock (dupla formada por mim e Ricardo Vignini) rompeu de vez os grilhões que aprisiona-vam a viola exclusivamente à música brasileira, quando virou um projeto de grande destaque por interpretar, em versões instrumentais, músicas do pesado repertório roqueiro com duas violas tocando essas músicas como se toca pagodes de viola e coisas do gênero.

Atualmente muitos instrumentistas usam a viola em formações diversas, executando música erudi-ta, jazz, choro, tocando solo ou em duplas, além da grande explosão de Orquestras de Viola que exis-tem em muitas cidades. Sem falar na construção dos instrumentos, antes restrita a poucas fábricas como a Xadrez, a Del Vecchio e alguns artesão de alcance somente regional, hoje existem instrumen-tos de todos os preços e qualidades. A Rozini se destaca como líder do mercado de violas, e existem centenas de luthieres produzindo com altíssima qualidade, como Luiz Armando, Luciano Queiroz, Vergílio Lima e por aí vai.

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AFINAÇÕES

CEBOLÃO

A afinação Cebolão pode ser feita de duas maneiras: a Cebolão em Ré Maior, ou a Cebolão em Mi Maior. Esta variação não se deve apenas à mudança de tons, e pode fazer toda diferença de acordo com o gosto do violeiro. Quando afinada em Cebolão Mi, as cordas recebem uma tensão mais alta, possibilitando à viola uma potên-cia sonora maior, o som fica mais alto, forte e estridente. Porém, devido à tensão das cordas, a viola fica um pouco mais dura de ser tocada, além de forçar um pouco mais a resistência das cordas e pode desafina-las com maior facilidade. Você encontrará muitas músicas e modas de viola tocadas com a afinação Cebolão Mi, mas isso não quer dizer que seja uma regra, tudo vai depender do gosto do violeiro.

Diferente da Cebolão Mi, a viola afinada em Cebolão Ré é tocada um tom abaixo e possui menor potência sonora. Entretanto, ela possibilita ao violeiro um toque mais macio e suave, já que as cordas não são tensionadas como em Cebolão Mi. Muitos violeiros adotam esta afinação na tentativa de preservar a vida útil das cordas e não forçar tanto o braço da viola. Mas tudo dependerá do gosto do violeiro e das características técnicas da viola. Portanto, conheça bem sua música e seu instrumento antes de afiná-lo!

RIO ABAIXO

Esta afinação, assim como todas as afinações, é repleta de história e lendas folclóricas. A afinação Rio-Abaixo é afinada em Sol Maior, e recebe este nome devido a uma lenda muito famosa entre os violeiros. Conta a lenda que, nas regiões ribeirinhas do rio São Francisco, muitos violeiros tentavam afinar suas violas para con-quistar as mulheres bonitas do povoado, mas sem sucesso. Eis que certo dia um violeiro misterioso aparece em sua canoa descendo o rio, e tocando sua viola com uma afinação desconheci-da e mágica, atraindo todas as mulheres bonitas do povoado. As mulheres encantadas seguiam o violeiro rio-abaixo, enfeitiçadas pelo toque mágico daquela viola. Diz a lenda que este violeiro era o Diabo em carne e osso, fazendo uso do instrumento que Deus deu ao homem para roubar suas mulheres bonitas. A afinação Rio-Abaixo é conhecida por ser umas das afinações mais bonitas da viola, com som encorpado e forte, típico da viola instrumental.

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Cebolão em Ré MaiorA - D - F# - A - D

ADF# F#

AD

Cebolão em Mi MaiorB - E - G# - B - E

BEG# G#

BE

Rio AbaixoG - D - G - B - D

GDG G

BD

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RIO ACIMA

A origem da afinação Rio-Acima é uma continuação da lenda do violeiro misterioso. Impressionados com o toque mágico do violeiro que descia o rio com sua viola, os violeiros do povoado desceram o rio atrás do violeiro tinhoso para desco-brir o segredo daquela mágica afinação. Porém, o violeiro desapareceu na primeira curva de rio, levando consigo o mistério da afinação mágica chamada de Rio-Abaixo. Tristes por não descobrirem o segredo, os violeiros do povoado subi-ram o rio entoando suas violas em um tom triste e de lamen-tação, dando origem à afinação Rio-Acima. Podemos encon-trar muitas composições feitas com afinação Rio-Acima, como algumas músicas do disco “O Canto das Cordas”, do violeiro Mauro Albert.

BOIADEIRA

Esta afinação é considerada uma mistura da afinação Rio-Abaixo com a Cebolão. Com esta mistura, a viola soa um pouco mais triste e chorosa, e é usada por alguns violeiros para escalas menores. Existem poucas informações sobre esta afinação, portanto se você tem conhecimento sobre ela, compartilhe conosco nos comentários! Violeiros como Ange-lim exploram bastante esta afinação em suas composições.

Existem infinitas combinações de afinação da viola caipira além das que citamos aqui, como a afinação Paraguaçu, a Meia-Guitarra, e muitas outras. Isto é só um demonstrativo da riqueza musical que a viola caipira possui, sempre cercada de lendas e histórias. Conhecer estas afinações é como viajar todo o nosso Brasil, conhecendo os diversos sotaques e singularidades que só a diversidade cultural do nosso país pode proporcionar.

AFINAÇÕES 10

Rio AcimaC - E - G - C - E

CEG G

CE

BoiadeiraG - D - F# - A - D

GDF# F#

AD

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TABLATURA 11

D

A

F#

D

A

22 / 3

2 3

0

Cordas soltas

Casa pressionada

Slide

Ligado

A tablatura é um sistema de notação musical desenvolvido para instrumen-tos de corda, onde as linhas representam as cordas de cima para baixo, da mais aguda para a mais grave respectivamente. Os números indicam as casas que devem ser pressionadas. e quando aparecer um “0” (zero), signifi-ca que a corda deve ser tocada solta.

Existem outros símbolos que podem aparecer nas tablaturas por aí, como o “/” (barra), que significa que um Slide* deve ser executado entre as duas notas, ou um traço curvo que pode conectar duas ou mais notas, represen-tando um Ligado*.

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DICIONÁRIO DEACORDES

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Acordes Maiores AFINAÇÃO CEBOLÃO - RÉ MAIOR

X

2

2

1

1

3

3

4

4

5

X

2

2

1

1

3

3

4

4

5

X

6

2

5

1

7

3

8

1

9

C

1 1 1 11

X

6

2

5

1

7

3

8

4

9

E

2

1

3

4

5

X

2

2

1

1

3

3

4

5

6

5

1

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3

8

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D

2

1

3

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5

1 1 1 11

X

7

2

6

1

8

3

9

4

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F

X

4

2

3

1

5

3

6

4

7

1 1 1 11

XX

1

6

1

5

1

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6

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1

8

1

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G

2

1

3

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5

3

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X

4

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3

1

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1 2 13

XX

1

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1

7

1

9

1

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1

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A

2

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3

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3

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1

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14

2 11 3

XX

2

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1

7

9

3

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4

11

B

11

1

10

12

2

13

3

14

C# D#X

2 13 4 1 1 1 11

2

1

3

4

5

F# G# A#X

7

2

6

1

8

3

9

4

10

X

1

6

1

5

1

7

1

8

1

9

1 42

X

2

1

3

4

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DICIONÁRIO DEACORDES

Acordes Menores AFINAÇÃO CEBOLÃO - RÉ MAIOR

Cm

X

1

6

1

5

2

7

8

3

9

Dm

2

2

1

3

3

4

5

Dm

1

2

1

1

3

4

3

5

2

1

3

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5

Cm

X X

3

10

2

9

1

11

12

3

13

Em

X

32 1 3

2

1

3

4

5

Em

X

42 1 3

2

1

3

4

5

Fm

X

32 1 3

3

2

4

5

6

Fm

X

42 1 3

4

3

5

6

7

Gm

X

32 1 3

9

8

10

11

12

Gm

X

42 1 3

Am

X

1

2

1

1

2

3

4

3

5

7

6

8

9

10

Am

X

32 1 3

Bm

2

1

3

1

4

2

5

Bm

4

2

1

3

1

4

2

5

C#m

X X

1

6

1

5

2

7

8

3

9

2

1

3

4

5

F#m

X

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4

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5

6

7

G#m

X

32 1 3

8

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9

10

11

A#m

X

32 1 3

D#m

2

2

1

1

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4

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DICIONÁRIO DEACORDES

Acordes Maiores com sétima AFINAÇÃO CEBOLÃO - RÉ MAIOR

C7 D7

1

5

42 3 4

6

1 2

7

8

3

9

X

2

2

1

1

3

4

1

5

XX

2

1

3

4

3

5

E7

X

2

1

1

2

3

4

3

5

1

3

1

2

1

4

1

5

4

6

F7

1

2

2

1

3

3

4

4

5

X

1

4

1

3

1

5

1

6

4

7

G7

3

2

1

1

3

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2

5

X

1

6

1

5

1

7

1

8

4

9

A7

4

2

1

2

3

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3

5

3

6

2

5

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8

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B7

2

1

1 1

4

3

2

4

3

5

2

2

3

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5

X X

2

2

1

1

3

3

4

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8

1

5

3

6

1

7

X

1

2

2

1

3

3

4

4

5

X

1

5

2

4

3

6

7

4

8

X

4

2

1

3

3

1

4

2

5

C#7 D#7 F#7 G#7 A#7

Viola Caipira “Além do Riquindim Tiquindim - Zé Helder

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15

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DICIONÁRIO DEACORDES

Acordes Menores com sétima AFINAÇÃO CEBOLÃO - RÉ MAIOR

1

2

1

1

1

3

3

4

1

5

1

9

1

8

1

10

3

11

1

12

X

1

2

1

1

3

4

1

5

X

2

2

1 1

1

3

4

3

5

X X

3

2

2

1

1

3

4

4

5

2

1

3

2

4

5

1

2

3 2

3

4

4

5

Cm7 Dm7 Em7 Fm7 Gm7 Am7 Bm7

C#m7 D#m7 F#m7 G#m7 A#m7

1

2

1

1

1

3

3

4

1

5

1

5

1

4

1

6

3

7

1

8

X

1

X

1

2

3 2

3

4

4

5

4

X

1

5

3 2

6

7

4

8

6

X

1

7

3 2

8

9

4

10

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RITMOS DE VIOLA 16

TOADA

P P I P

CATERETÊ

I P P I

GUARÂNIA

I I P PI

QUERUMANA

I I I I

Muito visto nas folias de reis, exemplificado com a música "Chico Mineiro" de Tonico e

Tinoco, a música mais importante da carreira da dupla, segundo eles

mesmos.

Um ritmo de origem paraguaia, imortalizado pela dupla Cascatinha

e Inhana na música "Índia"

Um ritmo que se distingue por uma pausa no final, que

você verá na prática na música "Prato do DIa" de Líu e

Léo

Uma levada em compasso quaternário, exemplificada

com música de Tião Carreiro e Pardinho - " A mão do tempo"

Viola Caipira “Além do Riquindim Tiquindim - Zé Helder

BATUQUE-DE-VIOLA

I P P I IP PX X

Ritmo de origem afro-brasilei-ra e muito usado na região norte do estado de Minas

Gerais.

CURURU

I P P X

A dupla Zé Carreiro e Carreirinho imortalizou o ritmo do Cururu na música "Canoeiro", usada para exemplificar a célula rítmica

básica e a convenção característica desse ritmo.

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RITMOS DE VIOLA 17

PAGODE-DE-VIOLAVIOLA CIPÓ PRETO (VIOLÃO)

IIX X I I I IIX X

XAMAMÉ/POLCA MATOGROSSENSE

PADRÃO 1 PADRÃO 2

I PI I I

Um ritmo muito bonito por ser bastante sincopado, e também ter origem nos nossos vizinhos Argentina e Paraguai. Aprenda a música de Tião Carreiro -

"Cidade Morena" para pôr em prática esse ritmo.

Um dos ritmos mais populares da música caipira e com certeza o mais desafiador. Um movimento combinado entra

a mão direita e a mão esquerda. Exemplificado em "Viola Marruda" do mestre Índio Cachoeira

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AA#

G#

C#D

#F#

GA

BC

DA#

C#B

CD

EF

D#

F#E

FG

#D

#F#

GA

A#C#

BC

DG

#F#

GA

DAD

EF

A#G

#C#

D#

F#G

AB

CD

A#C#

BC

D

EF

G#

D#

F#G

AE

F

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ÇO

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Viola Caipira “Além do Riquindim

Tiquindim - Zé H

elder

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Shape de pestana Shape de C Shape de A Shape de G

5J T T5J3M

5J

T T

3M

5J

T

5J

3M 3M5J

T

5J

3M

AcordesMaiores

AcordesMenores

x

P

P

P

5J T T5J

3m 5J

T T

3m 3m

5J

T

5J

3m

x

Acordescom 7 5ª T

7

5ª3M

7

T T

3M

5J

T

7

3M3M

T

7

T

3M

x

SHAPES DE ACORDES 19

5J

T

5J

3m 3m

Utilize esses shapes para montar qualquer acorde maior, menor ou com sétima que você quiser. Pra isso, é só você deslocar esse mesmo desenho pelo braço do instrumento, usando a tônica como referência para entender o acorde que está fazendo.

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PrimeiraTom Segunda Terceira

C C G7 F

D D A7 G

E E B7 A

F F C7 BB

G G D7 C

A A E7 D

B B F#7 E

CADÊNCIASHARMÔNICAS

20

Como você pôde conferir na aula de Cadências Harmônicas, é muito comum que as músicas de viola sigam um mesmo encadeamento de acordes, uma mesma sequencia de notas, a primeira (tônica), a segunda (subdominante) e a terceira (dominante).

Nessa tabela, você verá os encadeamentos de acorde nos principais tons, ou seja, é só escolher o tom e aqui voce verá todos os acordes que deverá usar nesse tom para ter a sua harmonia

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SISTEMA DAS 7 POSIÇÕES

21

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54321

76543 98765

54321

1110987

1413121110

12111098

Primeira Posição Segunda Posição

Terceira Posição Quarta Posição

Quinta Posição

Sétima Posição

Sexta Posição

Grave

Agudo

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ESCALAS DUETADAS 22

www.planetamusica.netwww.planetamusica.net Viola Caipira “Além do Riquindim Tiquindim - Zé Helder

0

0

0

0

0 1

1 1 1

1 1 1 1 1

2 2

2 2 2 2

2 23

3 3 3 3 33 3

3 3

0

0

Pares Contíguos

1º e 2º Pares

2º e 3º Pares

3º e 4º Pares

4º e 5º Pares

2 2 2

3

2 2 2 2

31 131

2

1 1 1 1 1 1

2 223 3 3

1

Nesse diagrama, as bolinhas pretas ligadas por uma haste representam as duas notas que devem ser tocadas juntas, elas estão desenhadas encima da casa que você deve pressionar na sua viola. Os número que apare-cem dentro das bolinhas signi�cam o dedo da sua mão esquerda que você deve utilizar para apertar a nota.

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www.planetamusica.netwww.planetamusica.net Viola Caipira “Além do Riquindim Tiquindim - Zé Helder

0

0

0

0

0

1º e 3º Pares

2º e 4º Pares

3º e 5º Pares

ESCALAS DUETADAS 23Pares Alternados

1 1

3 3 3 3 3 3

212

2 21

3 3 3

1

4 4 42

2

1 31

2 2

2

3

2

3

2

1 3

2 2

3

2

2 2

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ESCALAS DUETADAS

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ADF#AD

BEG#BE

CFACF

C#F#A#C#F#

DGBDG

D#

G#CD#

G#

EAC#EA

FA#DFA#

F#BD#

F#B

GCEGC

G#

C#FG#

C#

ADAAA

A#D#GA#D#

notas no braço16