97
7/23/2019 Material Completo(1) http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 1/97  www.cers.com.br  AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90 Direito Administrativo Matheus Carvalho 1 DIREITO ADMINISTRATIVO 1. REGIME JURÍDICO - Confere Prerrogativas  (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular ) e Restrições (Perece. da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os outros princípios. - Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo”  (prerrogativas e sujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do direito administrativo” . Veja em provas de concursos para carreiras jurídicas: (VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e que não se encontram nas relações entre particulares. c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do ato administrativo, excluindo-se de seu âmbito as prerrogativas da Administração. d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia perante o particular, excluindo-se de seu âmbito as restrições impostas à Administração. 1.1. Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS)  Art. 37, caput, da CF/88: Princípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.  LEGALIDADE:  A adm. Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, onde o que não está proibido está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir.   IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da  Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (ou agente público de fato). - As publicidades da adm. não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramente informativas, educativas ou de orientação social.  A impessoalidade é um dos princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo: (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) 28. O Diretor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da  Administração pública. Trata-se do princípio da (A) presunção de legitimidade.

Material Completo(1)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 1/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

DIREITO ADMINISTRATIVO

1. REGIME JURÍDICO

- Confere Prerrogativas  (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular ) eRestrições (Perece. da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dosquais decorrem os outros princípios.

- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo”  (prerrogativas esujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do direito administrativo”.

Veja em provas de concursos para carreiras jurídicas:

(VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizadapara designar

a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e quenão se encontram nas relações entre particulares.

c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do atoadministrativo, excluindo-se de seu âmbito as prerrogativas da Administração.

d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia perante oparticular, excluindo-se de seu âmbito as restrições impostas à Administração.

1.1. Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) Art. 37, caput, da CF/88:Princípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

  LEGALIDADE:  A adm. Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estãosubordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, onde oque não está proibido está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade Administrativa, o administradosó atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir.  

  IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração Pública tem que agir objetivamenteem prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da

 Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (ouagente público de fato).

- As publicidades da adm. não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serãomeramente informativas, educativas ou de orientação social.

 A impessoalidade é um dos princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo:

(FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) 28. O DiretorJurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo emcomissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou aimediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da

 Administração pública. Trata-se do princípio da

(A) presunção de legitimidade.

Page 2: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 2/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

(B) publicidade.(C) motivação.(D) supremacia do interesse privado sobre o público.

(E) impessoalidade.

  MORALIDADE:  Maurice Hauriou, 1927: noção de adm. proba, a moralidade administrativaseria um conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da adm., conjunto de valores quefixam um padrão de condutas que deve ser observado pela Administração no sentido de que ela atuecom retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé.

- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a Lei, essas atuações têm queser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade.

 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular para controlar a moralidade administrativa dos agentespúblicos.

  PUBLICIDADE: Transparência no exercício da atividade administrativa.- Exceções:  Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo(privacidade, intimidade).

  EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes já era princípio infraconstitucional. A atuaçãoda Administração deve ser:  Rápida: Dinamismo, Celeridade, descongestionar e desburocratizar.  Perfeita: Completa, Satisfatória.  Rentável: ótima, máxima com menor custo.

1.2. Outros Princípios da Administração Pública:

  Princípio da Finalidade Pública:

  Finalidade Pública Geral: impõe atuação que atuação administrativa seja sempre voltadaà coletividade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares.

  Finalidade Pública Específica: determinados atos devem atingir fins específicos. Se esteato é praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o princípio dafinalidade pública (Desvio específico de finalidade).

  Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos:

  Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunçãorelativa, juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos.

  Princípio da Auto-tutela (constitucional):

  A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seuspróprios atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado deilegalidade   Súm. 346, STF :“ A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus própriosatos.”  

  A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais

não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súm.473, STF: ” A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,

Page 3: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 3/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

 porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

  Em todos esses casos de Invalidação e Revogação, o Poder Judiciário poderá serprovocado e deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar aconveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada.

  Lei 9784/99, art.53   Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS pormotivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 

  Princípio da Motivação:

  Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedirdeterminado ato. Inc. IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício defunção atípica do judiciário devem ser fundamentadas.

  Entende-se por Motivo  a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou aprático de um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos.

  Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquelaaplicável aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou.Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário(Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada.

  Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF)

  Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem seapresentar como:

a)  Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim.b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administraçãotem que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado.c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens entre meio e o fim, de

modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato.Princípio da Continuidade

Estampado no art. 6º, §1º da lei 8987-95, define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta.

Ressalva 1  – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica.Enquanto não houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei geral de greve,no entendimento do STF.

SERVIDORES PÚBLICOS. GREVE. LEGITIMIDADE. PAGAMENTO. DIAS PARADOS. É cediço que a lei de greve do serviço público ainda não foi regulamentada, mas, após o julgamento no

STF do mandado de injunção 708-DF, DJe 30/10/2008, determinou-se a aplicação das Leis ns.7.701/1988 e 7.783/1989 enquanto persistir essa omissão quanto à existência de lei específica, nostermos previstos no art. 37, VII, da CF/1988. Este Superior Tribunal, consequentemente, passou a ter

Page 4: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 4/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

competência para apreciar os processos relativos à declaração sobre a paralisação do trabalhodecorrente de greve de servidores públicos civis, bem como às respectivas medidas acautelatórias,quando as greves forem nacionais ou abrangerem mais de uma unidade da Federação. Também no

citado mandado de injunção, o STF, ao interpretar o art. 7º da Lei n. 7.783/1989, entendeu que com adeflagração da greve ocorre a suspensão do contrato de trabalho. Assim, não devem ser pagos ossalários dos dias de paralisação, a não ser que a greve tenha sido provocada por atraso no pagamentoou por outras situações excepcionais as quais possam justificar essa suspensão do contrato detrabalho. Anotou-se que, reiteradas vezes, em casos análogos, o STF tem decidido no mesmo sentido.Na hipótese dos autos, os servidores em greve pertencentes à carreira da Previdência, da Saúde e doTrabalho buscam a criação de carreira exclusiva para o Ministério do Trabalho, disciplinada pela Lei n.11.357/2006. Consta que os servidores somente deflagraram a greve após ter sido frustrado ocumprimento do termo de acordo firmado, em 25/3/2008, entre as entidades sindicais representativasda classe e o Governo Federal, este representado por secretários. Para não ser considerada ilegal agreve, antes de deflagrarem o movimento, expediram a comunicação e a devida notificação extrajudicialao Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. Neste Superior Tribunal, em relação a

essa greve, foi interposta medida cautelar preparatória a dissídio coletivo sobre a paralisação dotrabalho decorrente de greve e petição que cuida de dissídio coletivo, ambas ajuizadas pelaConfederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (CONDSEF) e pela ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da Central Única dos Trabalhadores (CNTSS/CUT)e outra petição (ação declaratória) ajuizada pela União. O Min. Relator considerou legal a greve,fazendo uma análise do ordenamento jurídico, da interdependência dos Poderes, do direito de greve edo princípio da dignidade humana. Assim, afirmou que, embora o termo de acordo firmado nãoconfigure acordo ou convenção coletiva de trabalho, não tenha força vinculante, nem seja ato jurídicoperfeito em razão dos princípios da separação dos Poderes e da reserva legal (arts. 2º, 61, § 1º, II, a ec, e 165 da CF/1988), constitui causa legal de exclusão da alegada natureza abusiva da greve, nostermos do inciso I do parágrafo único do art. 14 da Lei n. 7.783/1989. Quanto ao pagamento dosvencimentos durante o período de paralisação, o Min. Relator ressalvou ponto de vista quanto ànatureza da disciplina legal e constitucional do servidor público, a exigir um mínimo de regramento paraa criação de um fundo destinado a fazer frente à não percepção de vencimentos durante a suspensãodo vínculo funcional, o que, pela sua excepcionalidade, poderia justificar a não suspensão dopagamento. Entretanto, assevera que não há como ignorar a jurisprudência do STF e a naturezaparticular de necessidade da formação desse fundo devido à suspensão do vínculo funcional no períodode greve. Diante desses argumentos, entre outros, a Seção declarou a legalidade da paralisação dotrabalho, determinando que a União se abstenha de promover qualquer ato que possa acarretarprejuízo administrativo funcional e financeiro aos grevistas, mas que haja regular compensação dosdias paralisados sob pena de reposição ao erário dos vencimentos pagos, nos termos do art. 46 da Lein. 8.112/1990. Precedentes citados do STF: AI 799.041-MG, DJe 31/5/2010; RE 456.530-SC, DJe31/5/2010; RE 480.989-RS, DJe 11/5/2010; RE 538.923-PA, DJe 16/3/2010, e MI 3.085-DF, DJe

1º/9/2010. MC 16.774-DF, Pet 7.920-DF,  e Pet 7.884-DF, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgadosem 22/9/2010 (ver Informativo n. 440). 

Otema é bastante cobrado em provas de Juiz do Trabalho:

(FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz Substituto) No tocante ao direito de greve dosservidores públicos, é correto afirmar:

a) Seu exercício é constitucionalmente vedado aos servidores estatutários que se encontrem emestágio probatório.b) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, deve ser aplicado analogicamente oart. 7º da Lei nº 7.783/89 aos servidores públicos estatutários, para fins de desconto dos dias de

paralisação.c) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a competência para conhecer do dissídio degreve é da Justiça Trabalhista, seja qual for a natureza do vínculo do servidor.

Page 5: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 5/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

d) O direito de greve deve ser exercido nos termos e limites definidos em lei complementar, em razãode exigência constitucional nesse sentido.e) A Constituição veda o direito de greve aos militares e aos membros das carreiras diplomáticas.

Ressalva 2 – o art. 6º, §3º da lei 8987/95 permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnicae por motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso.

Princípio da razoabilidade e proporcionalidade

 A razoabilidade orienta a atuação administrativa dentro dos padrões de conduta aceitos pela sociedade.Normalmente aplicado na prática de atos discricionários, quando o agente público tem margem deescolha, com base em critérios de oportunidade e conveniência.

Se entende que a proporcionalidade é inerente à razoabilidade e diz respeito à adequação entre fins emeios para a prática de atos administrativos.

Princípio da segurança jurídica.

É o princípio que estabelece que a atuação estatal deve respeitar os direitos adquiridos de terceiros queestejam de boa fé. Este princípio justifica a existência de prazos decadenciais e prescricionais naprática de atos pela Administração Pública.

O art. 2º, parágrafo único, XIII, da lei 9784/99 veda que a nova interpretação da norma adm retroajapara violar direitos. Vejamos esse princípio em provas de Juiz do Trabalho.

(FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz Substituto) Na atuação da Administração PúblicaFederal, a segurança jurídica é princípio que:

a) justifica a mantença de atos administrativos inválidos, desde que ampliativos de direitos,independentemente da boa-fé dos beneficiários.b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos administrativos inválidos, visto que não há prazosprescricionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em caso de ilegalidade.c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de até duzentos e cinquenta metros quadrados, emfavor daquele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural, exerça a posse sobre talimóvel por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua moradia ou de suafamília.d) impede que haja aplicação retroativa de nova interpretação jurídica, em desfavor dosadministrados.

e) impede que a Administração anule ou revogue atos que geraram situações favoráveis para oparticular, pois tal desfazimento afetaria direitos adquiridos.

*PODERES ADMINISTRATIVOS*

2. CONCEITO:

- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Públicacomo necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas.

- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto

dever da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à AdministraçãoPública, nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito.

Page 6: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 6/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

Se extrapola o caráter instrumental, ocorre abuso de poder.

 Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder.

Excesso de poder – vício de competênciaDesvio de Poder   – vício de finalidade. 

3. PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos vinculados. 

- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de suacompetência, cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração uma competência para expedir Atos Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações.

- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele sóimpõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato.

4. PODER DISCRICIONÁRIO: 

- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidadede se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivosdo ato praticado.

- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática doato. Pode deliberar a respeito do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos elementospara prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomadade mais de uma decisão.

Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado.Finalidade Sempre vinculada.Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada.Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa.

- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o maisbenéfico. Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada.

- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos

princípios constitucionais.

5. PODER HIERÁRQUICO

- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quandoconveniente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação Hierárquica entre órgãos domesmo âmbito e escalão da Administração e a divisão de competências.

  Capacidade de Ordenar: organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre os órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. Asordens emanadas pelos órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seusinferiores, salvo se manifestamente ilegais (quebra do dever de obediência   infração disciplinar,punida pela Administração através de seu poder disciplinar).

Page 7: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 7/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

  Capacidade de Coordenar: coordenação, harmonização das funções, internamente, quandoa cargo do mesmo órgão administrativo.

  Capacidade de Controlar:  controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendotambém com que sejam observadas as Leis e Instruções necessárias ao cumprimento das funções.

  Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA):  Invalidar atos ilegais e revogar atos que nãosejam mais convenientes e oportunos ao interesse público.

  Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa (art.12, Lei do Processo Administrativo Disciplinar, lei 9.784/99): Poderá haver quando for conveniente e não houverimpedimento legal (delegar competência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atosnormativos; ou quando o ato deva ser praticado com competência exclusiva), mesmo entre órgãos deigual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o agente delegado não sejam subordinados ao órgãoou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma excepcionalidade. Obs.O

responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação (delegado).

  Capacidade para Avocar (art.15, Lei 9.784/99): É o chamamento da competência pelaautoridade que não era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência daautoridade que assim o era. É excepcional, só será possível quando permitida por Lei. A autoridadeavocante deverá ser superior à autoridade avocada. Deve ser justificada e Temporária. O PoderHierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãosda Administração direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há poderhierárquico de órgão da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de umaentidade da Administração Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há PoderHierárquico no âmbito externo. OBSNão é controle de subordinação o que ocorre da AdministraçãoDireta sobre a Indireta. É um controle finalístico  (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre osmeios) para o qual foi criada a entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbitoda União: supervisão Ministerial (as entidades da Administração indireta se vinculam a um ministério).

Importa sempre ressaltar que o poder hierárquico é poder interno, não se manifestando entrepessoas jurídicas diferentes. Veja como já se manifestou o STJ:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DECISÃO PROFERIDA PELAJUSTIÇA ESTADUAL. DEMANDA AUTÔNOMA AJUIZADA NA JUSTIÇA FEDERAL VISANDO AREVOGAR DECISÃO DE JUIZ DE DIREITO. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIAENTRE OS RAMOS DO PODER JUDICIÁRIO. 1. Ação possessória na Justiça estadual com liminardeferida e confirmada pelo Tribunal, determinando a desocupação de área. Demanda em que a União

não é parte. 2. Ajuizamento, pela Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais, às vésperasda reintegração de posse, de medida cautelar visando a impedir o cumprimento da liminar emanada daJustiça estadual, alegando interesse da União na causa. 3. Decisões conflitantes. Inexistência dehierarquia entre os ramos do Poder Judiciário. Impossibilidade de revogação de decisão daJustiça estadual pelo Judiciário Federal. 4. A parte inconformada com a decisão liminar deve interporos recursos adequados no momento oportuno. A União, se possuir interesse jurídico, deve manifestá-lonos próprios autos da ação que tramita na Justiça estadual, requerendo sua remessa à Justiça Federalpara que esta examine o pedido (Súmula n. 150/STJ). Não cabe ajuizamento de nova demanda naJustiça Federal para obstar o cumprimento da liminar oriunda da Justiça estadual. 5. Conflito admitidocom a declaração de competência do Juízo estadual para análise dos pedidos relacionados àreintegração de posse.(120788 SP 2012/0011161-1, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de

Julgamento: 22/05/2013, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/06/2013)

Page 8: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 8/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

11. PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública.

Poder Regulamentar:  Se atribui exclusivamente às chefias do Executivo para executarem

fielmente a Lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à Lei (regulamentoautônomo) ou disciplinar internamente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas aoExecutivo (regulamento administrativo).

12. PODER DISCIPLINAR

 Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o poder público, como osservidores públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respeito ao devido processo legal, no qual sejam respeitadoso contraditório e a ampla defesa.

13. PODER DE POLÍCIA 

- Conceito Amplo: toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir asliberdades individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma Lei que venha arestringir uma liberdade seria decorrente do Poder de Polícia.

- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãose agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e ouso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos ebem-estar geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativo.

- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente).

  Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitadospelo Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do administrados,apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco.

  Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a atuação do Estado.

  Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatáriosindeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização.

  Via de regra, o P. de Polícia é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficarinerte, tem que exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado, se

se mantiver inerte, essa inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atosvinculados quando o particular cumpre todos os requisitos. 

  Atributos do P.de Polícia:

  É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular.  Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível.  Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia).

  Delegação:  O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se umparticular detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, adoutrina entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e

aeronaves; entidades da Administração indireta; agências reguladoras; concessionários,permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais restrita. Obs. Apenas quanto

Page 9: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 9/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

aos atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetivademolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados.

  Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As sanções prevêem o resultado útil doPoder de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas.

  Setores do Poder de Polícia: Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO.

O poder de polícia é alvo de muitas provas de Juízes do Trabalho. Vejamos:

(FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho) É tradicional a distinção entre polícia judiciária e polícia administrativa. Dentre os critérios que permitem distinguir as duasmodalidades de exercício do poder estatal por agentes públicos, é correto afirmar que a polícia judiciária

a) age somente repressivamente e a polícia administrativa age somente preventivamente.b) age sempre de maneira vinculada e a polícia administrativa atua sempre de maneira discricionária.c) é privativa de corporações especializadas e a polícia administrativa é exercida por vários órgãosadministrativos.d) é exercida com autoexecutoriedade e a polícia administrativa é exercida com coercibilidade.e) atua exclusivamente com base no princípio da tipicidade e a polícia administrativa atuaexclusivamente com base no princípio da atipicidade.

5. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz Substituto) O exercício do poder de políciaadministrativo, no âmbito da Administração Pública Federal,

a) no que tange à aplicação de punições, está sujeito a prazo prescricional de 5 anos, exceto se aconduta a ser sancionada constituir crime, aplicando-se nesse caso a prescrição da legislação penal.b) independe de previsão legal, haja vista a existência do poder regulamentar autônomo da Administração nesta matéria.c) pode ser delegado a entidade privada sem fins lucrativos instituída por particulares, desde que sejacelebrado instrumento convenial, após prévia autorização legislativa.d) é atributo exclusivo de órgãos do Poder Executivo.e) é sempre dotado dos atributos de imperatividade, discricionariedade e autoexecutoriedade.

*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO*

14. Formas de Prestação da Atividade Administrativa:

15.1- DESCONCENTRAÇÃO:  Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria PessoaJurídica. Há Hierarquia, Subordinação.

  Descentralização:

  Por Outorga: O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só podeser feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta.

  Delegação: Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a

titularidade. Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feitapor:

Page 10: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 10/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

10 

a) Lei (Legal): quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da AdministraçãoIndireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista).

b) Contrato (contratual): quando a delegação for para particulares (concessionárias,permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa).Não confunda descentralização com desconcentração.

15.2- ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Dec. Lei/67) Núcleo da Administração.

Teoria do Mandato: O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato demandato. Não serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrarcontrato de mandato.

Teoria da Representação:  O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de umrepresentante. Não serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes,não é incapaz.

Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes): Utilizada no Brasil, o agenteexerce o poder, manifesta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsãolegal.

15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO:

- Núcleo especializado de competências que servem para prestação de atividade administrativa. Nãopode celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito dedireitos e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 condições (ir em busca deprerrogativas funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgãopúblico na Administração direta e na indireta (Lei 9784/99).

  CLASSIFICAÇÃO:

a) Quanto à Posição Estatal:

A  Independentes: goza de independência, está no ápice de cada um dos poderes. Ex. São aschefias de cada Poder: Presidência, Câmara Municipal.

BAutônomos: Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretariasde Estado, Ministérios.

C  Superior:  ainda tem poder de decisão, mas está subordinado aos órgãos autônomos e aosindependentes. Ex. Procuradorias.

DSubalterno:  Não tem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo independente ouautônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado.

b) Quanto à Posição Estrutural:

ASimples: Não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes.

B Compostos: tem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas.

Page 11: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 11/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

11 

c) Quanto à Atuação Funcional:

A Singular : Composto por um único agente. Ex. presidência, governadoria.

B Colegiado: Composto por vários agentes.

15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:

- Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, éresponsável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta.

- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro),administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No máximo poderá regular,

complementar, disciplinar o que está previsto em lei.

  Formas de Controle:

  Interno: feito pela própria entidade da Administração Indireta.

  Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da AçãoPopular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas edespesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas).

  AUTARQUIAS

  Conceito: Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicasdo Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. Sãocriadas e extintas por lei ordinária específica. 

  Finalidade vinculada à finalidade para a qual a Lei a criou. Não são criadas para visar oLucro.

  Atos e Contratos: 

a)  Auto-Executáveis: presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outroato administrativo.

b) Contrato Administrativo regido pelo dir. público, com cláusulas exorbitantes.c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo direito privado.

Responsabilidade Civil : 

a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). SeráObjetiva: quando houver ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado,e a responsabilidade do servidor também será subjetiva.b) Obs. Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva,subsidiariamente pelo Dano.c) Exceção: No Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária.

Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos.

Page 12: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 12/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

12 

a) Inalienabilidade Relativa: Todos os bens públicos são alienáveis de formacondicionada. Para haver alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- AutorizaçãoLegislativa- Licitação).

b) Impenhorabilidade:  É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), oseqüestro (bens determinados).

c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Dir. Real degarantia (O Penhor e a Hipoteca são vedados).

d) Imprescritíveis  (prescrição aquisitiva): Bens públicos são insuscetíveis deusucapião, nem do pró-labore, nem os bens dominicais.

Regime de Precatório (art.100, CF)

a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitadaem julgado. Os Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiroseguinte, se existir disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 porano).

b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria.Obs. Alimentos: Obedecem ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há umvalor de 60 salários mínimos, no qual a pessoa estará fora do precatório.

Privilégios Processuais:

a) Prazo para Recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias.b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não forsubmetido ao duplo grau obrigatório, não haverá Coisa Julgada.

Regime Tributário:

a) Imunidade Tributária recíproca Somente quanto aos Impostos. A Imunidade não é absoluta:Restringe-se às finalidades específicas de cada autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividadescomplementares estão sujeitas aos impostos.b) Obs. Há cobrança dos outros tributos.c) Procedimento Financeiro: Lei 4320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei deResponsabilidade Fiscal).

d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): A  Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público).Preferencialmente, deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público.

B Celetista: Para titulares de emprego público.

  CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO).

  Antigamente: Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9649/98, art.58: Conselho de Classe teránatureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado.

  STF, ADIN 1717: Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de

Polícia, fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados PJ de Dir.Privado.Declarou inconstitucional o art.58 da Lei 9649/98, determinando que os Cons.de Classe terão naturezade Autarquia.

Page 13: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 13/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

13 

  Concurso Público: Doutrina Majoritária entende que o concurso público é obrigatório.

  Foro Competente, Súm.66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.

  Anuidade: Natureza Tributária, contribuição.

  Controle pelo Tribunais de Contas; Devem Obedecer a Lei 4320/64 (Lei de Finanças)

  Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle doTribunal de Contas e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional.

  AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 

  Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. 

Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração desse. São escolhidos por eleição.Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração.  OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidenteapós prévia aprovação do Senado.

  AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie)

a) Finalidade: Regular, Fiscalizar, Disciplinar, Normatizar determinadas atividades. Nãoé atividade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado.

b) Capacidade Legislativa: Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papelde complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação.

c) Regime Especial: Têm mais autonomia, Liberdade normativa, liberdade econômica efinanceira.

d) Nomeação de Dirigentes: Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. Éinvestidura ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado.

e) Mandato com Prazo certo e determinado: A Lei de criação de cada Autarquia deregime especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). Obs. Já há Projeto de Leiquerendo uniformizar o prazo: 04 anos para todas.

f) Vedação (Quarentena): Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01ano (a depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da AgênciaReguladora.

g) Distinções:

AProcedimento Licitatório:

- Lei 9472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8666/93, cada agência teria seu próprioprocedimento licitatório, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de Licitação (Pregão eConsulta).

- STF, ADIN 1668: Se a Agência Reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8666/93, deixando,entretanto, que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9472/97, Pregão eConsulta.

Page 14: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 14/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

14 

- O Pregão já tem a Lei 10520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidadeespecífica das Agências Reguladoras. Atualmente, a Consulta, que ainda não tem Lei lhe regulando, é

a modalidade específica das Agências Reguladoras.

B Regime de Pessoal:

- Lei 9886/00: Regime Celetista, com contratação temporária. A Doutrina já dizia que o Regime da CLTsó deveria ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contrataçõestemporárias.

-ADIN 2310, STF: Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, eque, portanto, não deveria adotar o Regime Celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras:Regime Celetista e Contratação Temporária.

- MP 155/03 Lei 10871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as Agências Reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo docontrato.

h) Exemplos de Agências:

 A ANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento).

B  Autarquias: ADA (agência de desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE(agência de desenvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (agencia espacial);

C  Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. Obs:  CVM: deveria ser agência reguladora, mas éautarquia comum.

  AGÊNCIA EXECUTIVA:

a) São Autarquias ou Fundações Públicas que precisam ser modernizadas, e para issofazem um planejamento para reestruturação.

b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma Autarquia ou Fundação Pública e o PoderPúblico. Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: Autarquia A  Contrato de gestão   Agencia Executiva A.

c) O título de Agência Executiva é temporário, findo o contrato de gestão, o ente quese tornou agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. deag.executiva: INMETRO.

d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art.24, par.único, Lei8666/93: Dispensa de Licitação. Regra Geral:

AValor de até 10% do Convite (até R$150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$80.000para os outros serviços);

B

licitação dispensada (R$15.000 ou R$8.000).

e) Dispensa para as Agências Executivas: 20% do Valor do Convite, ou seja,quando o valor da licitação for até R$30.000 ou R$16.000, a agência executiva estará dispensada delicitação. Essa dispensa vale também para: Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e

Page 15: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 15/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

15 

Consórcios Públicos. Só vale para as Autarquias e fundações públicas, quando qualificadas comoagência executiva.

Vejam o tema em prova de Juiz do Trabalho:

(FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho) O status de “agência executiva” constituiuma qualificação criada pela chamada “reforma gerencial” da Administração pública federal.NÃO é característica típica de tal figura jurídica,

a) a necessidade de elaboração de um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimentoinstitucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a redução de custos da entidadecandidata à qualificação.b) a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira do órgão ou entidade assimqualificado.c) a outorga de tal qualificação por decreto presidencial.

d) a exigência de prévia celebração de contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, paraobtenção da qualificação.e) a previsão de mandato fixo aos seus dirigentes, vedada a sua exoneração ad nutum.

  FUNDAÇÃO PÚBLICA 

  São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. Obs.: Quando forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundação Pública.

  FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PÚBLICO:

a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. É uma espécie de autarquia e faz parteda Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o concursofalar de Fundação Pública, será a de Direito Público.

FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PRIVADO (fundações governamentais)

a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente poralgumas normas de dir.público.

b) Foro Competente (foro privativo):Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.

c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da FazendaPública.

d) Tem sua Criação autorizada por Lei Ordinária; Lei Complementar deve determinar afinalidade das fundações públicas de dir.privado.

e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se falaem Fundação Pública, todas elas são de Direito Público.

EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas

 Sociedade de Economia Mista

  EMPRESAS PÚBLICAS:

Page 16: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 16/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

16 

a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou exploraratividade econômica; sua criação autorizada por lei.

b) Têm capital exclusivamente público: Pode ser capital de vários entes dafederação. Entretanto, não poderá haver capital de uma Sociedade de Economia Mista investido naEmpresa Pública, do contrário ela perderá esse status.

c) Tem livre Constituição: Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial.

d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.

  SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:

a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou exploraratividade econômica; Criação autorizada por lei.

b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante.Devem ser constituídas, obrigatoriamente, como Sociedades Anônimas.

c) Não têm foro privativo: São julgadas na Justiça Estadual.

d) FINALIDADES:

A Prestar Serviço Público: Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência doDir.Público sobre o Dir.Privado.

B  Explorar Atividade Econômica: Quando forem exploradoras de atividade econômica, haveráprevalência do regime de Dir.Privado, com alguma influencia do Dir.Público.   obs: Art.173, CF(Hipóteses em que o Estado pode Explorar Atividade Econômica):

1. Quando for necessário aos imperativos da Segurança Nacional.

2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei.

C Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação.

e) REGIME JURÍDICO das EMPRESAS ESTATAIS: 

A 1ª Regra: LICITAÇÃO:

01. Quando for Prestadora de Serviço Público: Obedecerá à Lei 8666/93.

02. Quando Exploradora de Atividade Econômica: Podem ter estatuto próprio, que regerá oprocedimento licitatório de cada Pessoa Jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverãoobedecer à Lei 8666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts.24 e 25 da Lei 8666/93).

BFALÊNCIA:

01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; Se exploradoras de

atividade econômica  Estavam sujeitas à falência.

Page 17: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 17/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

17 

02. Agora (Lei de Falências, 11101/05, art.2º): Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista,sejam exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas àfalência.

03.Obs: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devemestar sujeitas à lei de falências, já que estão muito próximas do Dir.Privado.

C RESPONSABILIDADE CIVIL:

01. Prestadoras de Serviço Público (Art.37, par.6º, CF): A responsabilidade será objetiva, de regra. Ea responsabilidade do Estado será subsidiária e objetiva.

02. Exploradoras de Atividade Econômica: A Responsabilidade civil delas será regida pelo DireitoCivil, que determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado nãoresponde subsidiariamente.

D REGIME TRIBUTÁRIO:

01. Regra Geral: As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista não têm imunidadetributária recíproca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada.

02. Exceção: Quando o bem e as atividades estiverem vinculadas à prestação do serviço público, terãoimunidade tributária.

03. Empresa dos Correios e Telégrafos: Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviçopostal), por isso é tratado com Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Temprivilégios processuais (prazos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, nãooneráveis, impenhoráveis e imprescritíveis; Estão sujeitas ao regime de precatório.Obs. Isso não valepara as franquias privadas da Empresa. 

E REGIME DE BENS:

01. Regra Geral: São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre.02. Obs. José dos Santos C. Filho entende que só os bens das Pessoas Jurídicas de Dir.Público sãobens públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos.

03. Maioria da Doutrina: Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às Pessoas Jurídicas deDireito Público e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais,

concessionárias, permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dosbens públicos.

F

 REGIME DE PESSOAL:

01. Celetista: Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos dasPJ´s de Dir.Público). Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos:

- Exigência de concurso público;- Sujeitos às regras de vedação de acumulação;- Respondem por Improbidade (lei 8429/92) de cargo, emprego e função pública;- São funcionários Públicos para fins penais;

- Estão sujeitos aos remédios constitucionais;

Page 18: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 18/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

18 

- Teto Remuneratório: Estarão sujeitos ao teto do STF se a Empresa Pública ou a SociedadeEconomia Mista receberem ajuda do Estado para o custeio; Se não receberem ajuda para custeio, nãoestão sujeitos ao teto.

- Dispensa do empregado: Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá serrealizada motivadamente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TSTSúmula 390, orientação jurisprudencial   Não há necessidade de motivação para dispensa dosempregados, já que os mesmos não gozam de estabilidade. Também não há necessidade de processoadministrativo.Vejamos o tema em provas:

(FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Juiz do Trabalho - Tipo 5) Suponha uma sociedade deeconomia mista e uma empresa pública, ambas explorando atividades econômicas de produçãoou comercialização de bens ou de prestação de serviços. Nos termos da Constituição,

a) ambas estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto

aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.b) ambas estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas quanto aos direitos eobrigações civis e comerciais, mas seguirão regras aplicáveis às entidades da Administração diretaquanto às matérias trabalhista e tributária.c) ambas estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas quanto aos direitos eobrigações civis, comerciais e tributárias, mas seguirão regras aplicáveis às entidades da Administraçãodireta quanto à matéria trabalhista.d) a empresa pública estará sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quantoaos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários, mas a sociedade de economiamista estará sujeita ao regime jurídico de direito público.e) ambas estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas quanto aos direitos eobrigações civis, comerciais e trabalhistas, mas seguirão regras aplicáveis às entidades da Administração direta quanto à matéria tributária

  ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes Paraestatais)

  São entes paraestatais, Pessoas Jurídicas de Direito Privado que não fazem parte daAdministração pública, mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos.

  01º Setor (Estado);  02º Setor (Mercado);  03º Setor (ONG´s), alguns dos entes de cooperação são ONG´s;

  04º Setor (Economia Informal). Não têm fins lucrativos e servem para ajudar o Estado naprestação de um serviço público ou no fomento de uma atividade.

  SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 

a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. Sãobeneficiárias da Parafiscalidade.b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 8666/93 e à fiscalização do  Tribunal deContas.c) Obs: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Page 19: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 19/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

19 

a) Lei 9637/98: As Organizações Sociais servem para prestação de serviços públicos,serviços estes que estão listados nesta Lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimentotecnológico.

b)  As Organizações Sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foramtransformadas em Pessoas Jurídicas de Direito Privado denominadas Organização Social.

c) Criação das Organizações Sociais: Celebração do Contrato de Gestão: É ovínculo jurídico das Organizações Sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que01º celebra-se o contrato de gestão, para que depois as Organizações Sociais existam no mundo jurídico).

d)  A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramoem que for atuar para que celebre o contrato de gestão. Ato Administrativo Discricionário do Ministériodo Planejamento e Gestão, após a celebração do contrato de gestão, dá o status de Organização

Social.

e) Controle/ Licitação: Art.24, inc.24 da Lei 8666/93: Dispensa a Administração delicitar com as Organizações Sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato degestão.

Entretanto, as Organizações Sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle doTribunais de Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos ereceber bens públicos. Ex. Instituto de matemática pura e aplicada.

OSCIP - ORGANIZAÇÕES da SOCIEDADE CIVIL de INTERESSE PÚBLICO

a) Lei 9790/99: Diferenças para as Organizações Sociais:

A A Pessoa Jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01ano, para tornar-se uma OSCIP.

B  O Vínculo jurídico  com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contratoadministrativa, segundo parte da doutrina.

C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotaçãoorçamentária (não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósitobancário).

D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas.E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente dasOrganizações Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal podem ser compostos porservidores públicos.

F Obs: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar oconcurso público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso.

  ENTIDADES DE APOIO 

a) Constituição   As entidades de apoio podem ser constituídas como Fundação,

 Associação ou Cooperativas, criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolversuas atividades.

Page 20: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 20/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

20 

b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e hospitais públicos. São fundaçõesprivadas que atuam com a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo Jurídico: Convênio celebradocom a universidade. Ex. As entidades de apoio fazem convenio com a universidade pública para

organizarem uma pós-graduação, da qual se poderá cobrar mensalidade.

c) Lei 8958/94: Entidades de apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto àsoutras entidades ainda não há legislação.

  ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (lei 13.019/04) 

TERMO DE COLABORAÇÃO  –  planos de trabalho propostos pela administração pública emregime de mútua cooperação

TERMO DE FOMENTO - planos de trabalho propostos pela entidade privada em regime de mútua

cooperação

PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIALorganizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas aopoder público para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento públicoobjetivando a celebração de parceria.CHAMAMENTO PÚBLICO

  Públicação do edital no site do órgão interessado

  Classificação das propostas pela comissão de seleção

Comissão – 2/3 – servidoresJulgamento objetivo – vinculação ao edital

  Habilitação da entidadeSem fins lucrativos3 anos de existênciaExperiência no objetoCapacidade técnica e operacional

  EncerramentoHomologação e adjudicação

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAMEInexigibilidade - inviabilidade de competição Dispensa - rol exaustivo 1 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades derelevante interesse público - mesmas condições da vencedora2 - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública  - assistência social, saúde oueducação3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança.CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROSprocedimento seletivo simplificado via internetPRESTAÇÃO DE CONTAS 

Page 21: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 21/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

21 

1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado peloseu representante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e ocomparativo de metas propostas com os resultados alcançados

2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contadorresponsável, com a descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas.Prazo de até 90 dias + 30 dias RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DEPENALIDADES a) advertência:b) suspensão temporária da participação em chamamento público  e impedimento de celebrartermos de fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governoda administração pública sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos.c) declaração de inidoneidade  para participar em chamamento público ou celebrar termos defomento, termos de colaboração - Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal

* ATOS ADMINISTRATIVOS *

15. CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 

- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade paraexecutar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interessesparticulares, no desempenho das suas atividades.

16. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO):

14.1 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdadeentre os contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia.

14.2 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam,executam uma atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação).

14.3 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercíciode função política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei.

14.4 - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 

  Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes²,

exprime uma declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas,consistentes em providências jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas aocontrole de legitimidade pelo Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente administrativasda gestão dos interesses coletivos.

01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciamdo fato administrativo (realizações da administração sem declaração de vontade).

02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam emnome do Estado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atosadministrativos).

03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua funçãode executar a lei, de ofício, ao caso concreto.

Page 22: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 22/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

22 

FASES DE CONSTITUIÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.Para que, regularmente, produza efeitos, no mundo jurídico, o ato administrativo deve ultrapassaralgumas fases indispensáveis à sua criação.

 A) Perfeição;B) Validade;C) Eficácia.A perfeiçãoé o cumprimento das etapas necessárias à formação do ato. O ato administrativo é perfeito quandocumpre todos os trâmites previstos em lei para a constituição, completou o ciclo de formação.A validadeé aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a lei. Logo, ato válido é aqueleque foi criado de acordo com o estabelecido na legislação.A eficáciaé a aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata,logo após a publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou

condições suspensivas. Por exemplo, a autorização para realizar uma cerimônia de casamento napraia, no sábado à noite, só produz efeitos nesta data, ainda que esteja perfeito e válido dias antes.O ato jurídico válido, bem como o inválido podem ou não produzir efeitos automaticamente. Um ato jurídico inexistente, como no caso de um ato putativo, produz efeitos no mundo jurídico, embora deforma limitada. Esse é o entendimento defendido por Marçal Justen Filho ao dizer que:“...até mesmo um ato jurídico inexistente [...[ pode produzir efeitos jurídicos, tal como se passa no casodo chamado casamento putativo. [...[ Essa representação não significa que todos os atos sãoigualmente eficazes. Não indica que os atos jurídicos inexistentes produzem efeitos jurídicos idênticosaos decorrentes de atos jurídicos validos. O que se afirma que os atos jurídicos inexistentes e os jurídicos inválidos podem ser dotados de alguma eficácia. Portanto, a existência e a validade não sãorequisitos para alguma eficácia”  (fl. 185;186).Nestes casos, serão denominados de atos administrativos pendentes, todos aqueles que são perfeitose válidos, mas ainda não estão aptos a produzirem efeitos.

  Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos: 

  Presunção de Legitimidade,  juris tantum: o ato administrativo presume-se editado deacordo com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigoraenquanto não afastado.

  Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe,corresponde à verdade de fato  Fé Pública.

  Imperatividade: não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra suavontade.

  Coercitividade dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haverresistência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atosnegociais, que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo.

  Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado sejacumprida, sob pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa.

  Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não forpossível outra solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação paraexecução do ato. Ex. demolição de obra.

Page 23: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 23/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

23 

  Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei.

  Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cincoelementos, com base na Lei de Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um dos requisitos torna o atoinválido (anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos(conteúdo e causa). 

Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por Lei, conferida aos órgãos eagentes públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dosatos administrativos. Decorre sempre da Lei, é sempre Vinculada, portanto, mesmo quando o ato édiscricionário, sem o qual o ato é inválido.

Finalidade:  Ato que foge da sua Finalidade específica prevista em Lei, mesmo queatenda a uma outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade

ou desvio de poder, e será Inválido. A Finalidade Específica de cada ato está sempre prevista em Lei, ésempre elemento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. Ato de remoção, a finalidadeespecífica é uma melhor prestação do serviço público.  Obs  Não pode existir ato administrativoInominado. 

Forma:  É o revestimento do Ato Administrativo. É, em regra, escrito e no idiomanacional, a forma está prescrita em Lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em Lei:quando a lei se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex:sinais de trânsito).

*Obs: diferencia-se de Formalidade   não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidadeespecial para prática de determinados dos atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade tornao ato irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo queserve como formalidade para eficácia do regulamento).

Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parteda Administração (Ex. Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). Omotivo será elemento Vinculado quando o Ato for Vinculado; Será Discricionário quando o Ato assim ofor (ocorre quando a lei não elenca o motivo, deixando que a administração o pondere).

*Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional, é a exigência da Administração em revelar,manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os

motivos determinam e condicionam a validade do ato. Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe

 juridicamente). É a própria essência do ato, a própria administração vai escolher qual o seu objeto. Éelemento discricionário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex.Remoção (o objeto é a própria remoção). 

****OBS. Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos:

  Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e oconteúdo do ato à luz de sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causaé pressuposto de Validade lógico.

Page 24: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 24/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

24 

  Conteúdo  (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objetoseria aquilo sobre o qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objetoseria o elemento extrínseco ao ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco.

Vejamos prova de Juiz do Trabalho sobre o tema:

(FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Prova TIPO 4) A respeito do atoadministrativo, é correto afirmar que

a) o desvio de poder constitui vício relativo ao motivo do ato administrativo e enseja sua nulidade, combase na teoria dos motivos determinantes.b) a finalidade do ato discricionário decorre da aderência das razões de conveniência e oportunidade aointeresse público, sendo nulo, com base na teoria dos motivos determinantes, o ato que não cumpra talcondição.c) motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato e, quando falso,

importa a invalidade do ato, que pode ser declarada pelo Poder Judiciário com base na teoriados motivos determinantes.d) a discricionariedade administrativa impede o exame, pelo Poder Judiciário, do motivo do ato,aplicando-se, no caso dos atos vinculados, a teoria dos motivos determinantes.e) apenas os atos discricionários comportam o exame, pelo Poder Judiciário, da validade e veracidadedos pressupostos de fato e de direito para sua edição.

  Classificação dos Atos Administrativos:

Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 

a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade,expressada por um único órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação,exoneração). Pouco importa se o órgão é singular ou colegiado.

b) Complexo  (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou maisvontade emanada por mais de um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dosTRF´s (o TRF forma uma lista tríplice  a encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os03 nomes).

c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 únicoagente ou órgão público, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão paralhe dar eficácia e validade.

O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. doSTF, após a aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estadode Defesa, Intervenção Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação préviapelo Senado).

Quanto aos Destinatários do Ato: 

a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral,incertos e indeterminados.

b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração.

  Quanto aos Efeitos do Ato:

Page 25: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 25/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

25 

a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração.Quando seus efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Autorização, permissão.

b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todosos atos vinculados.

c) Enunciativos:  Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou dedireito conhecida pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo deopinião. Ex. certidões, declarações.

  Quanto ao Conteúdo do Ato:

Atos negociais  –  atos nos quais a manifestação de vontade do estado coincide com orequerimento do particular.

a) Autorização:  Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ouoneroso através do qual a Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividadematerial ou uso em caráter privativo de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de umdeterminado serviço público. Ex: autorização para exercer atividade material   táxi, porte de armas;autorização de uso de bem público, quando predominar o interesse particular; Autorização de serviçopúblico  Ex. Rádios comunitárias.

b) Permissão:  Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administração faculta ao particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de umserviço público também em razão de interesse público, que neste caso é predominante. Obs.: Lei8987/95, art.40  Tornou a Permissão para prestação de serviço público um Contrato AdministrativoBilateral, distinguindo-se da autorização para prestação de serviço público porque esta é atoadministrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o interesse particular. Autorização de usopúblico # da permissão de uso público: o interesse envolvido na autorização de uso público, que é bemmais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso público leva em conta ointeresse público predominantemente.

c) Licença:  Ato vinculado e definitivo, através do qual a administração reconhece umdireito subjetivo do administrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica,condicionadas no seu exercício ao prévio reconhecimento por parte da administração (a Lei, ao tempoque reconhece um direito ao administrado, condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento).

Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que oadministrado tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-seatravés do Alvará de Licença (ato formal vinculado).

d) Admissão: Não é ato de provimento. É Ato Vinculado, através do qual a Administração reconhece ao administrado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula emescola ou universidade pública.

  Normativos: atos que exprimem normas gerais

a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo(prefeito, presidente e governador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo,

tendo por destinatários pessoas incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dásolenidade à desapropriação, sem o decreto a desapropriação é nula).

Page 26: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 26/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

26 

Obs: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes doExecutivo, que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirásempre como formalidade para outro ato. Obs2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição

Federal de 1988 permanecendo apenas os Decretos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor.Obs3:  Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. Obs4:  Diferenciam-se daResolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas Legislativas. Exceção:Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos Vagos e paraOrganização da Administração, desde que não crie novas despesas. 

b) RESOLUÇÕES:  Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados paraexprimirem as suas deliberações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoraspossuem órgãos colegiados que podem expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgãocolegiado. Não pode ser expedida por órgão singular. Resoluções Administrativo-Normativas: São asResoluções com efeitos gerais e abstratos. Obs: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que sãolei em sentido amplo, embora de efeito interno à câmara legislativa. 

c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários):  Tem caráter abstrato, são atos formaisatravés dos quais a Administração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução osDecretos Executivos, para regulamentar os regulamentos do Poder Executivo. 

Atos ordinatórios: atos de organização interna da atividade pública:

d) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas autoridades públicas editampara determinarem a implementação ou realização de algum fato material (fato administrativo). Ex.Ordem de construção. e) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não seja o Chefe doExecutivo). Utilizada para qualquer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua vida funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial (quando não for instaurado por auto de prisão em flagrante);Instauração de Processo Administrativo Disciplinar, Sindicância. 

f) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores)  As autoridadessuperiores emitem ordens uniformes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos funcionários doórgão para regulamentar internamente a execução dos serviços.

Atos Punitivos: atos de aplicação de penalidades

Atos enunciativos: atos que atestam fatos ou emitem opiniões. 

  Extinção dos Atos Administrativos

a) Cumprimento dos efeitos do ato

b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação que o ato constituiu.

c) Renúncia: Pedido de Exoneração.

d) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior :

A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato.

Page 27: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 27/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

27 

BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia.

CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão).

DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, porrazões de conveniência e oportunidade.

1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Nãoé possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seuspróprios atos administrativos. Obs.: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício desua função típica, que é a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo.

2. Objeto da Revogação:  Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-seinconveniente à Administração.

3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidadedos atos anteriormente editados.

4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção):- Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença. - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados).-  Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. Obs: STF: Não

há Direito Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Administração pode revogar seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido.

-Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito.

5. Motivos da Revogação:  Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente eoportuno.

6. Efeitos da Revogação: Ex-Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo osefeitos pretéritos.

E INVALIDAÇÃO : vício na origem.

1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ouViciado, por razões exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade.

2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e oJudiciário (controle externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atosde todos os Poderes.

3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito.

4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato.

5. Efeitos:  Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atosrestritivos dos Direitos dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dosDireitos do administrado: A Invalidação terá efeito Ex-Nunc.

6. Prazo Decadencial:  A Administração Pública tem 05 anos para declarar aInvalidação do Ato. Passados os 05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la ConvalidaçãoTemporal. Obs. Ação Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos.

Page 28: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 28/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

28 

7. Espécies de Invalidação (Lei 9784/99, art.55): 

- Nulidade (atos nulos):

•  Não podem ser reeditados, não são convalidáveis;•  Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo,não convalidável, não reeditável.•  Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai deuma categoria na qual o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também tem efeitoretroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar o mesmo ato sem o vício que o contamina, com efeitosretroativos).•  Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto.(Nomeação de servidor para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação paracargo de confiança).

- Anulabilidade (Atos Anuláveis):

•  Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. Obs. Doutrinadoresdefendem que, quando houver possibilidade de convalidação, a Administração está obrigada aConvalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a convalidação como faculdade da administração.•  Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pelaautoridade competente, Confirmado, haverá a convalidação.•  Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita emlei.•  OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO.

Vejam o tema em prova:

(FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho) No que tange à validade dos atosadministrativos

a) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencieque tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.b) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se tratade elemento essencial à validade dos atos administrativos.c) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação

 jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.d) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação quetornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.e) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém acompetência legal para sua prática.

(FCC - 2013 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho) A União pretende implementar um grandeprograma de recuperação de rodovias e firmou convênio com diversos. Estados, para repassede recursos destinados à execução das obras necessárias. A opção da Administração federal foicontestada por diversos setores da opinião pública,que consideram que tal investimento nãoseria prioritário e sustentam que os recursos orçamentários correspondentes deveriam ser

redirecionados para programas de melhoria da mobilidade nos grandes centros e regiõesmetropolitanas.Com base em tais argumentos, entidade representante da sociedade civil

Page 29: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 29/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

29 

submeteu a matéria ao controle do Poder Judiciário buscando a anulação dos atosadministrativos de celebração dos convênios. O Poder Judiciário.

a) poderá anular os atos administrativos se identificar vício de legalidade, inclusive em relaçãoaos motivos e finalidade.b) poderá anular os atos administrativos, se discordar dos critérios de conveniência e oportunidade da Administração.c) poderá revogar os atos administrativos se identificar desvio de finalidade, consistente na afronta aointeresse público.d) poderá alterar os atos administrativos, redirecionando os recursos orçamentários, com base na teoriados motivos determinantes.e) não poderá anular os atos administrativos e, na hipótese de identificar desvio de finalidade, deveráassinalar prazo para a Administração editar novo ato.

*AGENTES PÚBLICOS*

01. AGENTES PÚBLICOS

•  Todo aquele que exerce função pública, quer seja temporária, quer sem remuneração(ex. integrantes do júri, mesário). É a expressão mais abrangente, compreendendo os AgentesPolíticos, Servidores Estatais e Agentes Honoríficos.

a) AGENTE POLÍTICO  Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos (Secretários eMinistros), Membros do Legislativo, Membros do Ministério Público (Procurador e Promotor de Justiça)e Poder Judiciário. Seguem Regime Estatutário ou o chamado Regime Legal.

Obs. Há divergência se Ministério Público e Judiciário se enquadrariam nesse conceito. A correnteMajoritária admite

b) SERVIDOR ESTATAL Todo aquele que atua no Estado, não sendo necessariamente‘Funcionário Público’.

▪ Servidor Estatal

Temporários – contratados com base no art 37, IX da CF

CeletistasEstatutários

I)  Estão sujeitos a CONCURSO PÚBLICO – art. 37, II CF 

II)  Vale o Regime da NÃO CUMULAÇÃO de CARGO ou EMPREGO; 

c) AGENTES HONORÍFICOS É o Particular em Colaboração, que podem ser:

  Voluntários (ex. Amigos da Escola);  Requisitados (ex. Mesários, Jurados do Júri e Serviço Militar Obrigatório);  Aqueles que exercem Atos Oficiais.   Serviço Notorial (Cartório de Registro Público, delegados de função, art. 236 da

C.F/88). Obs. quem legisla sobre cartórios é o Estado federado.

02. CARGO PÚBLICO

Page 30: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 30/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

30 

 cargo em Comissão● Subdivide-se em  cargo Efetivo

 cargo Vitalício

a) CARGO EM COMISSÃO  É o chamado cargo de parente ou comissionado.

É de livre nomeação e exoneração  Exoneração AD NUTUM. Qualquer pessoa pode exercer cargode confiança, desde que se reserve um limite mínimo que detenha cargo efetivo, pelo principio dacontinuidade.

Obs.  CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO de CONFIANÇA  A Função é um  plus que só podeser exercido por cargo efetivo, que ganhara gratificação pela responsabilidade a maior (lei 8.112/90).

b) CARGO EFETIVO  Nomeado por Concurso Público, em caráter definitivo, podendo vir a

adquirir a estabilidade. O cargo é efetivo e não estável, já que essa última qualidade pertence aoservidor.

Quando o servidor se torna estável, só poderá ser demitido via Processo Administrativo, processoJudicial transitado em julgado ou avaliação periódica.

c) CARGO VITALÍCIO   só pode haver dispensa via processo judicial transitado em julgado(ex. Ministério Público, Juiz, Tribunal de Contas, esse ultimo sequer precisa de concurso publico paracontratação)

Vejamos a cobrança em provas:

(TRT 23R (MT) - 2014 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto)Sobre o regime jurídico dos servidores estatais (titulares de cargos ou empregos públicos),assinale a alternativa CORRETA:

a) A acessibilidade aos cargos e empregos públicos se dá por meio de concurso público, salvonos casos de contratação para o atendimento de necessidade temporária de excepcionalinteresse público, quando a atividade é temporária ou na ocorrência de alguma contingênciaincomum que reclame satisfação imediata e provisória:b) Os servidores púbicos possuem livre direito à greve, entretanto, o direito de sindicalização poderá serexercido apenas nos termos e limites estabelecidos em lei específica;

c) Aos servidores estatais é vedada a acumulação remunerada de cargos e funções públicas na Administração Direta, sendo, contudo, permitida a acumulação de empregos públicos na AdministraçãoIndireta;d) Nos casos de servidores titulares de cargos públicos, os atos de improbidade administrativa, semprejuízo da ação penal cabível, poderão acarretar a suspensão dos direitos políticos, perda da funçãopública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento do erário, o que já não se aplica aos empregadospúblicos já que regidos pela CLT;e) Os subsídios e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, nãose admitindo ressalvas, por se tratar de garantia constitucional.

(FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) São considerados agentes públicos

a) apenas aqueles que exercem atividades típicas de governo, detentores de mandato eletivo e seusauxiliares diretos.

Page 31: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 31/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

31 

b) apenas aqueles ligados ao Poder Público por vínculo de natureza estatutária, investidos mediantenomeação para cargo público.c) os servidores públicos, os agentes políticos, os militares e os particulares em colaboração

com o Poder Público.d) os servidores públicos, desde que detentores de vínculo estatutário, bem como os agentes políticos,excluídos os militares.e) exclusivamente os servidores públicos, detentores de vínculo estatutário ou celetista, excluídos osagentes políticos.

03. PROVIMENTO

• Necessário para o preenchimento de um cargo (art.10, lei 8.112/90). 

 Originário

 Nomeação• Provimento  Vertical Promoção Derivado Horizontal Readaptação Reingresso Reintegração  Recondução  Reversão

a) Provimento ORIGINÁRIO Só ocorre por Nomeação, a qual depende de aprovação em concursopúblico.

▪ NOMEAR Designar, atribuir ao servidor. Resulta no provimento.

▪ EMPOSSAR   Aceitar o cargo (assina os papéis). Quando se anui à posse, têm-se a investidura,que é a formação de relação jurídica com a Administração.

Se nomeado, tem 30 dias para tomar posse. Empossado, terá 15 dias para entrar em exercício. 

Se o nomeado não tomar posse nos 30 dias, a nomeação torna-se sem efeito. Perde-se a vaga noconcurso. Se tomar posse, mas não entrar em exercício nos 15 dias, ocorrerá desinvestiduramediante EXONERAÇÃO de OFÍCIO. 

Obs A desinvestidura também poderá ser pela modalidade de demissão, porém sem aplicabilidade nocaso anterior, pois a demissão sempre será uma penalidade disciplinar.

Obs.2No provimento Originário, admite-se as seguintes hipóteses de DESNECESSIDADE de

CONCURSO PÚBLICO:  Cargo em COMISSÃO;

  Hipóteses Constitucionais (Regra do Quinto Constitucional, Ministro do STF, Tribunal de Contasetc); 

  Contratação TEMPORÁRIA (via processo seletivo simplificado); 

  Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias (via processo seletivo, art. 198, §4º,C.F/88); 

b) Provimento DERIVADO

 Vertical Promoção

Page 32: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 32/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

32 

▪ Derivado Horizontal Readaptação Reingresso Reintegração

  Recondução

  Reversão

  Provimento VERTICAL  Ascensão na carreira; ascensão funcional. A única hipótesepossível é a Promoção. 

  Provimento HORIZONTAL    Recolocação do Servidor com limitação física (surdez,problemas cardíacos etc). A única hipótese é a READAPTAÇÃO, na qual muda de cargo sem ascenderna carreira (ex. professora, que por problemas de saúde, torna-se atendente de biblioteca).

Obs.  Remoção não é provimento, pois é forma de deslocamento de um lugar para outro. A Lei8.112/90, art.10º elenca rol taxativo quanto aos casos de provimento.

  Provimento por REINGRESSO   Servidor retorna à Administração, isso só quando omesmo gozar de estabilidade (art.41 da C.F/88). 

I)  REINTEGRAÇÃO   Quando o afastamento se deu por conta de uma ilegalidadecontra o servidor (ex. desligamento de estável sem processo administrativo). 

II)  RECONDUÇÃO  São duas hipóteses: 

A   Quando o antigo ocupante do cargo for Reintegrado. B   Quando houver retorno do servidor estável ao cargo anteriormenteocupado, tendo em vista a sua inabilitação em estágio probatório de outro cargo (art.29, I da lei

8.112/90). Obs. Quando ocorrer Excesso de Despesa com Pessoal (art.169 da C.F/88). Para tanto, observa-se os limites de gasto com pessoal impostos no art. 19 da LC 101/00 que estabelece os seguintesíndices:

 União  50%art. 19 da LC 101/00  Estado60% Município 60%

Excedido o limite, começa-se a despedir na seguinte ordem:

1º Pelo menos 20% dos CARGOS em COMISSÃO;

2º Servidores NÃO ESTÁVEIS (em estágio probatório);

3° Servidores ESTÁVEIS (só poderão exonerá-los após todos os não estáveis e os 20% dos cargosde confiança). Será por via EXONERAÇÃO  (não é demissão, por não ser uma pena), sendo que a Administração só poderá se valer desse novo cargo (pois o anterior terá que ser extinto), ou cargo a eleanálogo, depois de 04 anos de sua extinção.

Obs. Se houver dispensa sem observância dessa ordem legal, o servidor é REINTEGRADO, ante ailegalidade da conduta administrativa. Daí, se o servidor retorna ao cargo de origem, terá direito a todasas vantagens do período em que esteve afastado (subsídio/vencimento, tempo para fins de antiguidade

etc). Dessa forma, o atual ocupante do cargo pertencente ao servidor, então, reintegrado deverá serRECONDUZIDO a outro cargo vago.

Page 33: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 33/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

33 

O reconduzido tem direito a voltar ao cargo de origem desde que VAGO. Se não estiver vago, reconduzpara cargo equivalente vago. Novamente, se não houver vaga, ficará em DISPONIBILIDADE,recebendo proporcionalmente ao tempo de serviço1. Pelo instituto do REAPROVEITAMENTO, ele volta

ao cargo porventura vago.

III)  REVERSÃO  Duas Hipóteses:

A  Aposentadoria por Invalidez. Porém, cessada a incapacidade laborativa,retorna aos serviços.

B  Retorno espontâneo de aposentado à Atividade (art.25 da lei 8.112/90).Nesse caso, o servidor se aposenta, mas depois decide voltar ao trabalho, antes de completar a idadeda compulsória. Peticionará um requerimento de reversão à Administração Pública, que poderá, ou não,aceitá-lo.

Vejam as formas de provimento em concursos:   (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Prova TIPO 4) Constitui forma deprovimento de cargo público, de acordo com a legislação que rege a matéria:   a) Reversão, consistente no provimento de cargo decorrente de transformação do originalmenteocupado pelo servidor, condicionada a aprovação em processo seletivo específico.  b) Readaptação, consistente na investidura de servidor em cargo de menor complexidade,quando inabilitado em estágio probatório do cargo efetivo originalmente provido.  c) Reversão, consistente no retorno à atividade de servidor aposentado, nas hipótesesprevistas em lei, no mesmo cargo ou em cargo resultante de sua transformação.  d) Recondução, consistente no retorno do servidor ao cargo de origem, quando invalidada suademissão por decisão administrativa ou judicial.  e) Readaptação, consistente no retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez,quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria.

04. DESINVESTIDURA Sempre que precisar de processo administrativo. 

 Demissão▪ Desinvestidura Exoneração  Cassação

  Destituiçãoa) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PAD

▪ Penalidades:

  Advertência (infração leve)   Suspensão (infração média)   Demissão (falta grave)   Cassação (falta grave)   Destituição (falta grave ou infração média) 

1  Com o advento da EC 20/98, todas as outras hipóteses constitucionais mudaram para ‘tempo decontribuição’, excetuando a citada que ainda considera o ‘tempo de serviço’. 

Page 34: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 34/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

34 

Obs.  A CASSAÇÃO se opera quando o servidor estiver aposentado ou em disponibilidade e praticarfalta grave à época em que ainda ocupava seu cargo.

Obs.2 A  DESTITUIÇÃO  ocorrerá sempre que o servidor ocupante de Cargo ou Função emComissão for apenado com suspensão ou demissão (em qualquer um desses casos). SINDICÂNCIA 

 SUMÁRIO ACUMULAÇÃO Ilegal de Cargos▪ Processo Administrativo Disciplinar   ORDINÁRIO PAD propriamente dito

  Provimento SUMÁRIO 

I)  SINDICÂNCIA  Serve para investigação prévia. Porém, a lei 8.112/90 a reconheceu comomecanismo ou processo próprio para apuração de fatos, na hipótese de punição por infração LEVE, ouseja, por: Advertência  ou Suspensão de até 30 dias.  Tem prazo para conclusão de 30 dias

prorrogáveis por mais 30. 

Precisa de contraditório e ampla defesa. Se a infração mais grave for detectada, incumbirá ainstauração de Processo Administrativo propriamente dito.

 ARQUIVA  ADVERTÊNCIA ▪ SINDICÂNCIA  INFRAÇÃO LEVE  SUSPENSÃO por até 30 dias

 PAD propriamente dito

II)  ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS  Art. 133 do Regime Jurídico da União  – RJU. Seuprazo é de 30 dias prorrogáveis por mais 15. Se verificada a acumulação, a Administração deve dar aopção ao servidor de qual cargo quer permanecer, sendo do outro

EXONERADO.Se não houver manifestação do servidor, instaura-se processo administrativo, mas até o prazo dadefesa, deve-se facultar novamente a opção entre os cargos (até esse momento, reconhece-se a boa-fédo servidor). Mantendo-se silente, por ser pena tida por grave, ele será demitido de AMBOS osCARGOS.

  Provimento ORDINÁRIO   Corresponde ao processo administrativo disciplinar propriamentedito. Tem prazo para conclusão de 60 dias, prorrogáveis por mais 60.

 Suspensão por mais de 30 dias▪ Penalidades

 Demissão

 Instauração  Instrução▪ Fases Inquérito AdministrativoDefesa

 Julgamento

 Relatório

Descoberta a infração, a Instauração do PAD, pela autoridade administrativa, é Ato Vinculado.

Na segunda fase (Inq. Adm), têm-se o miolo do processo, com instrução, defesa e relatório. O relatórioé conclusivo  (deve propor um resultado) e o julgamento só poderá contrariá-lo se esse se mostrarincompatível com as provas dos autos.

Havendo recurso administrativo, poderá haver REFORMATIO IN PEJUS,  a lei é expressa nessesentido. Somente não se admite a Reformatio in pejus em casos de REVISÃO ( sempre que surgir fatonovo, oponível a qualquer tempo ).

Page 35: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 35/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

35 

Há vedação legal de o servidor requerer aposentadoria ou exoneração voluntária, quando, contra ele,for instaurado um PAD. Porém poderá ser aposentado compulsoriamente uma vez que a lei assim

obriga. Se detectada a infração após a sua aposentadoria, sofrerá pena de Cassação.

Penalidades em geral:

 A tabela abaixo estipula normas atinentes às penalidades. Vejamos.

Page 36: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 36/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

36 

Vejamos as provas de concursos:

(CESPE - 2014 - PGE-PI - Procurador do Estado Substituto) Um servidor, vinculado àadministração pública unicamente por cargo em comissão, cometeu infração administrativa e,

após regular processo administrativo disciplinar, a autoridade julgadora, concordando com orelatório final da comissão processante, entendeu que a falta se enquadrava nas hipóteses desuspensão.

Page 37: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 37/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

37 

Nesse caso, nos termos da Lei n.º 8.112/1990, a penalidade a ser aplicada ao servidor será:

a) a exoneração de ofício.b) a destituição do cargo em comissão.c) a demissão.d) a suspensão.e) o desligamento.

  ESPÉCIES de EXONERAÇÃO:

I)  A PEDIDO do Servidor;

II)  ‘ AD NUTUM’ , em caso de cargo em comissão; 

III)  ‘EX OFFICIO’ , quando o empossado não entrar em exercício; 

IV)  EXCESSO de QUADRO FUNCIONAL (art. 169, C.F/88); 

V)  INABILITAÇÃO no ESTÁGIO PROBATÓRIO; 

VI)  REPROVAÇÃO em AVALIAÇÃO PERIÓDICA, apenas possível quandohouver Quadro de Carreira. Falta LC para regulamentar certas carreiras, outras já possuem; 

5.0 SISTEMA REMUNERATÓRIO Parcela FIXA

 REMUNERAÇÃOParcela VARIÁVEL ▪ SISTEMA REMUNERATÓRIO SUBSÍDIO Parcela ÚNICA

a) REMUNERAÇÃO  Paga em duas parcelas:

Parcela Fixa  Vencimento (≠ Vencimentos Parcela Fixa + Parcela Variável).Parcelas Variáveis  Acréscimos pecuniários em razão de qualidades pessoais do

servidor.

b) SUBSÍDIOS   É parcela única que, no latim, significa ‘ajuda de sobrevivência’, masquem a recebe é o alto escalão.

  Chefes do Executivo;  Auxiliares Imediatos do Executivo (Ministros e Secretários);   Membros do Legislativo;  Magistratura;  Membros do Ministério Público (Promotor e Procurador);   AGU;  Procuradores e Defensores;  Conselheiros dos Tribunais de Contas;  Policiais (Toda a carreira);   Todos os demais estruturados em cargos de carreira;

Paga-se, apenas, acima do Subsídio:

Page 38: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 38/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

38 

  Garantias do art. 39, § 3º da C.F/88;   Transporte;   Verbas Indenizatórias (diárias, ajuda de custo equivalente a 03 vezes o provento do

servidor removido pelo serviço público).

5.1 – FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO

▪ Necessita de lei de iniciativa de quem for pagar a conta. Alguns casos não dependem de lei e sim deDecreto Legislativo (o qual dispensa a sanção ou veto do Executivo).

 Presidente ▪ CONGRESSO NACIONAL DL Ministro de Estado

 Senador e Deputado Federal

▪ CÂMARA MUNICIPAL DL Vereador

 Governador  ▪ LEIDeputado Estadual

 Prefeito▪ LEI Câmara Deputados Senado Sanção/Veto do Presidente

▪  DL  Câmara Deputados Senado

5.2 – TETO REMUNERATÓRIO 

▪ Ninguém ganha mais que Ministro do STF. Com a EC 41, criou-se Subtetos:

 Poder Executivo   UNIÃO Ministro do STF Poder Legislativo

(teto vale para todos)   Poder Judiciário

 Poder Executivo Governador    ESTADO Poder Legislativo Deputado Estadual Poder Judiciário  Desembargador (limitado a 90,25% do Ministro do STF). Também valepara: Membros do Ministério Público, Defensores Públicos e Procuradores do Estado. O teto para todo o Judiciário é o devido aos Desembargadores. Porém, os auxiliares administrativosdos equiparados (MP, PGE, DP), têm por base o teto do Governador.

Por se tratar de matéria muito importante, fica disponibilizado aos alunos o Quadro Sinóptico acerca dotema retirado do Manual de Direito Administrativo – Matheus Carvalho – ed. Juspodivm

QUADRO SINÓPTICO

Page 39: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 39/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

39 

Page 40: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 40/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

40 

Page 41: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 41/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

41 

Page 42: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 42/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

42 

Page 43: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 43/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

43 

Page 44: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 44/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

44 

Page 45: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 45/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

45 

Page 46: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 46/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

46 

Page 47: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 47/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

47 

Page 48: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 48/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

48 

Page 49: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 49/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

49 

Page 50: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 50/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

50 

Page 51: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 51/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

51 

Page 52: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 52/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

52 

Page 53: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 53/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

53 

Page 54: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 54/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

54 

Page 55: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 55/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

55 

Page 56: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 56/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

56 

Page 57: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 57/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

57 

Page 58: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 58/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

58 

Page 59: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 59/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

59 

Page 60: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 60/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

60 

Page 61: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 61/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

61 

Page 62: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 62/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

62 

Page 63: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 63/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

63 

Page 64: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 64/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

64 

Page 65: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 65/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

65 

Page 66: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 66/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

66 

Page 67: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 67/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

67 

Page 68: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 68/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

68 

Page 69: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 69/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

69 

Page 70: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 70/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

70 

Page 71: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 71/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

71 

Page 72: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 72/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

72 

Page 73: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 73/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

73 

Page 74: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 74/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

74 

Page 75: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 75/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

75 

Page 76: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 76/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

76 

*IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA*

- A Probidade Administrativa não é novidade no ordenamento jurídico brasileiro, já o Princípio daMoralidade foi introduzido pela Constituição Federal de 1988. Esse princípio tem conceito vago eindeterminado, por isso muito doutrinadores misturam moralidade com probidade, porque ambasdecorrem da idéia de honestidade.

- Entretanto, a improbidade é muito mais ampla que a moralidade, envolvendo muito mais hipóteses.

1.0- CONCEITO:

- É Designativo técnico para definir a corrupção administrativa, como desvirtuamento da administraçãopública, com a desobediência às regras de administração pública.

2.0- FONTES:

- Está prevista na CF de 1988 em 04 hipóteses:

a)  Art.15: Suspensão dos Direitos Políticos em razão de Improbidade Administração.

b)  Art.85: Prática de atos de improbidade faz parte do rol de crimes de Responsabilidade doPresidente da República.

c)  Art.14, §9º: Improbidade Administrativa no Período Eleitoral.

d)  Art.37, §4º: Regulado pela Lei 8429/92: Lei da Improbidade Administrativa.3.0- COMPETÊNCIA para LEGISLAR sobre IMPROBIDADE:

União: Com fundamento no art.22, I, a doutrina atribui competência legislativa exclusiva à União paralegislar a respeito, em razão da natureza das sanções aplicadas pela lei de improbidade (naturezaeleitoral, civil, que são de legislação exclusiva pela União).

- No que tange ao procedimento administrativo a competência é concorrente, ou seja, a União legislasobre normais gerais, e os outros entes legislam sobre matérias específicas.

4.0- NATUREZA JURÍDICA:

- Não é ilícito penal. Para que um ato de improbidade seja também considerado ilícito penal, énecessário que esteja tipificado como tal em Lei Penal.

- Obs. Todo crime contra administração é ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade écrime.- Também não é ilícito administrativo. Mas a Lei 8.112/90, estatuto dos servidores, pode estabelecerque um ato de improbidade seja também infração funcional, sendo, neste caso, também ilícitoadministrativo.

- Tem natureza de Ilícito Civil, embora alguns doutrinadores considerem que ela pode ter natureza deilícito político em alguns casos. É apurado pela Ação de Improbidade Administrativa, que tem natureza

de Ação Civil Pública.

Page 77: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 77/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

77 

- OBS. Um Ato de Improbidade que seja ilícito civil, poderá também ser  um Ilícito Penal e IlícitoAdministrativo, hipótese na qual haverá procedimento para punição nas instâncias civil,administrativa e penal.

Vejamos:

(FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho) Acerca da responsabilidade porimprobidade administrativa, a Lei Federal nº 8.429/1992 estatui que

a) é imprescritível a pretensão de impor sanções para os atos de improbidade administrativa queimportem em lesão ao erário ou enriquecimento ilícito do agente.b) constitui crime a representação injustificada por ato de improbidade contra agente público ou terceirobeneficiário, sendo punível tal prática tanto na modalidade dolosa, quanto na modalidade culposa.) não constitui ato de improbidade punível a lesão a patrimônio de entidade para cuja criação ou custeioo erário haja concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

d) as condutas descritas nos artigos 9º , 10 e 11 constituem um rol taxativo, sendo que condutas que alinão estejam descritas são consideradas atípicas para fins de aplicação das sanções previstas nareferida lei.e) será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outrassanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens e valores quecompõem seu patrimônio privado no prazo determinado para tanto.

- Regra Geral: Incomunicabilidade das Instâncias. Exceções:

a. Sentença Absolutória no Processo Penal por inexistência do fato ou negativa de autoria: Nestecaso, há comunicação das instâncias, e o absolvido no processo penal será absolvido também nosprocessos civil e administrativo.

b. Absolvição por Excludente no Processo Penal: Faz Coisa Julgada no Processo Civil no que dizrespeito à existência da excludente. Contudo, ainda assim, o absolvido por excludente poderá sercondenado no civil.

c. Art.935, CC/02; Arts.65 e 66 do CPP; Art.126, Lei 8.112/90: Outras situações onde hácomunicabilidade de instâncias.

- Não há necessidade de sobrestação dos processos civil e administrativo enquanto correr o processopenal, mas o ideal é o que o juiz o faça, embora não seja obrigado a fazê-lo.

5.0- SUJEITO PASSIVO (Art.1º, Lei 8429/92):

a. Administração Direta, Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública, Autarquias eFundações.

b. Pessoa Jurídica na qual o Poder Público participe com mais de 50%. Neste caso, a PJ estásujeita integralmente à Lei de Improbidade.

c. Pessoa Jurídica na qual o Poder Público participe com menos de 50%:  Neste caso, assanções ficarão limitadas ao patrimônio, e a sanção pela improbidade ficará limitada ao prejuízocausado ao Poder Público. Ex. Fundos de Pensão das Empresas Públicas e Sociedade de Economia

Mista.

6.0- SUJEITO ATIVO:

Page 78: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 78/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

78 

a) Agentes Públicos, inclusive os agentes políticos, embora haja uma reclamação no STF comobjetivo de excluí-los da lei de improbidade.

b) Terceiros: Desde que induzam, concorram ou se beneficiem da prática do ato. Entretanto, nãoresponderá por todas as penas da ação de improbidade.

c) Pessoa Jurídica  poderá ser sujeito ativo de improbidade: Também não sofrerá todas assanções, limitar-se-á às penas possíveis de serem aplicadas a uma Pessoa Jurídica.

- Obs  Alguns autores entendem que mesmo os advogados privados poderão praticar ato deimprobidade quando atuarem em processo judicial, por exemplo. Mas os particulares somente praticamatos de improbidade, juntamente com agentes públicos.

Vejamos em provas de concurso:

61. (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho - Prova TIPO 4) São passíveis deenquadramento nas disposições previstas na Lei de improbidade administrativa

a) os atos praticados contra o patrimônio de entidade pública ou privada que receba recursos públicos,desde que em montante superior a 50% do capital ou patrimônio.b) apenas os atos que ensejem prejuízo ao erário, incluindo aqueles praticados em face das entidadesintegrantes da Administração indireta.c) os atos praticados pelos agentes públicos, exclusivamente.d) os atos praticados por agentes públicos, incluindo os agentes políticos e excluídos os particularesque atuam em colaboração com a Administração.e) os atos praticados por agentes públicos ou terceiro que induza ou concorra para a prática doato ou dele se beneficie.

7.0- ATOS DE IMPROBIDADE:

a) Atos que geram ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (art.9º):

- O art.9º é rol exemplificativo, basta que a conduta se enquadre no caput do artigo para que hajaenquadramento no ato de enriquecimento ilícito. 

- Sanções:

I)  Devolução do acrescido ilicitamente.II)  Ressarcimento dos prejuízos causados, quando houver prejuízo ao erário.III)  Suspensão de direitos políticos, de 8 a 10 anos.IV)  Perda da Função.V)   Aplicação da Multa Civil: Até 3 x o que foi acrescido ilicitamente.VI)  Proibição de Contratar, receber benefícios e incentivos fiscais pelo prazo de 10 anos.

b) Atos de Improbidade gerada por DANOS AO ERÁRIO (art.10º):

- Sanções:

I)  Ressarcimento dos prejuízos causados.II)  Perda da Função.III)  Suspensão dos Direitos Políticos, de 05 a 08 anos.

Page 79: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 79/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

79 

IV)  Multa Civil: até duas vezes o Dano Causado ao Erário.V)  Proibição de contratar, receber incentivos fiscais e creditícios do Estado, durante 05 anos.

- OBS. Poderá haver devolução do acrescido, apenas pelo 3º que cometeu o ato de improbidade juntamente com o agente, mas não haverá possibilidade de devolução do por parte do agente.

c) Atos de Improb. por VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA (art.11):

- Não é necessário que a violação seja a Princípio que esteja no rol do art.11.

- Obs. Doação: É Limitada às hipóteses do art.17 da Lei 8666/93, que foi alterado pela Lei 11196/05,qualquer doação fora dessas hipóteses ensejará improbidade.- Obs. Placa Informativa de obras e serviços públicos: Não ensejam improbidade. Entretanto, placas epublicidades de promoção de agentes públicos, mesmo quando feita por terceiros, enseja improbidadeadministrativa.

-Obs. Infração ao Princípio da Igualdade no Concurso Pública: Também enseja improbidade.

- Sanções:

I)  Perda da Função.II)  Suspensão dos Direitos Políticos de 03 a 08 anos.III)  Multa Civil: Até 100 x, mais o correspondente ao salário mensal do agente.IV)  Proibição de contratar e receber incentivos fiscais e creditícios do poder públicopelo prazo máximo de 3 anos.

-Obs. É possível o ressarcimento dos prejuízos causados, por dano moral ou intelectual, mesmo quenão tenha havido dano econômico.

- Obs. Não há possibilidade de devolução do acrescido, nem mesmo pelo 3º particular.

d) Disposições em Comum às três Modalidades de Improbidade:

- Não é possível misturar penas imputadas a mais de um ato de improbidade, quando o agente praticoumais de uma modalidade. As penas poderão ser aplicadas isoladamente ou em bloco. O juiz deverálevar em conta a gravidade do ato para decidir se aplica uma, algumas ou todas as penas atribuídas àmodalidade de improbidade praticada.

- A Lei de Improbidade leva em conta o que fez o agente público, sem importar o que fez o 3º particular.Se o agente praticou a conduta A, o particular responderá na ação de improbidade pela conduta A,mesmo que tenha incorrido em outro tipo de ilícito administrativo que enseje improbidade.

- Não há cumulação de punições, se o agente praticou mais de 1 ato de improbidade, responderáapenas pelo mais grave.

Segue esquema:

Page 80: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 80/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

80 

8.0- ELEMENTO SUBJETIVO:

- Art.10: O Ato de improbidade praticado com Dano ao Erário, tipificado no art.10, é a única modalidadeque aceita expressamente que o agente seja punido se agiu com dolo ou culpa.

- Enriquecimento Ilícito e Violação a Princípio da Administração Pública só podem ser praticados namodalidade dolosa, segundo entendimento da maioria da doutrina.

- Obs. O Ministério Público entende que mesmo o enriquecimento ilícito e a violação a princípio daadministração pública devem ocorrer na modalidade culposa e dolosa.

9.0- AÇÃO JUDICIAL:

9.1- Natureza Jurídica 

Page 81: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 81/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

81 

- A Ação de Improbidade tem natureza de Ação Civil Pública. Por ter natureza de ACP, poderá ou nãoser precedida de Inquérito Civil. Esse inquérito servirá como investigação preliminar.

- Obs  Alguns doutrinadores criticam esse entendimento, sob fundamento de que a Lei deImprobidade é própria e o seu procedimento também é próprio. Por isso, o melhor a fazer numa prova éfazer uma Ação de Improbidade.

9.2- Legitimidade

- Ministério Público e a Pessoa Jurídica lesada do rol do art.1º, que será sujeito passivo do ato deimprobidade e sujeito ativo de ação de improbidade.

- Obs. Se o Ministério Público for o autor da ação, deverá notificar a Pessoa Jurídica lesada para, se elaquiser, integrar o processo como Litisconsorte do MP. Se a autora da ação for a Pessoa Jurídicalesada, o Ministério Público deverá participar da ACP como custos legis.

9.3- Competência

- Sempre na 1ª Instância, no foro do local onde ocorreu o dano causado pelo ato de improbidade.

- A Lei 10.628/02 introduziu o §.2º no art.84 do CPP, instituindo foro privilegiado para a autoridade quepraticasse ato de improbidade. A competência seria da Corte competente para julgar a autoridade no Âmbito penal.

- Contudo, duas ADIN´s interpostas pelo CONAMP (No 27977) e a AMB (2860) declararam aInconstitucionalidade deste parágrafo, sob o fundamento de que lei ordinária não pode ampliar

competência disposta na Constituição Federal de 1988. Outro fundamento de que os Tribunais ficariamsobrecarregados e de que o Tribunal ficaria distante dos fatos.

9.4- Vedação

- É Vedada qualquer tipo de composição, transação, compensação e, mesmo, os Termos de Ajustamento de Conduta, que é tão comum nos outros casos de ACP.

 Art.21, Lei 8.429   A Punição por ato de improbidade independe de dano patrimonial. Independetambém de controle do TCU. Mesmo que o TCU aprove as contas da autoridade, esta poderá serprocessada em ação de improbidade.

9.5- Cautelares na Ação de Improbidade:

a. Indisponibilidade de Bens.

b. Cautelar de Seqüestro: Apesar de a norma prever o seqüestro expressamente, a maioria dadoutrina entende que seria preferível o arresto.

c. Informação de Contas no exterior.

d. Afastamento preventivo da autoridade, enquanto for necessário à instrução do processo, semprejuízo da remuneração.

9.6- Prescrição

Page 82: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 82/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

82 

- Aquele que exerce mandato eletivo ou cargo em comissão: Prazo de 05 anos a partir do momento emque o agente deixar o cargo.

- Para os demais agentes: O Prazo será o mesmo prazo de prescrição para as infrações funcionaissujeitas a pena de demissão, previstas nos estatutos, 5 anos, geralmente.

9.7- Ressarcimento Civil

- Regra Especial: Art.37, par.5º da CF. O Ressarcimento é Imprescritível.

*BENS PÚBLICOS*

1.0- CONCEITO:

- São todos aqueles bens, móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, que compõem a dominialidadePública do Estado, cuja titularidade é das Pessoas Jurídicas de Direito Público.

- OBS

  Bens das Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas exploradoras de atividadeeconômica não considerados bens públicos, portanto, são prescritíveis, penhoráveis, alienáveis eoneráveis.

2.0- CLASSIFICAÇÃO (Quanto à Destinação dos Bens, CC/02):

 Bens Públicos Afetados: São todos aqueles que se vinculam a uma destinação específica. São osbens de uso comum e de uso especial.

Bens Públicos Não Afetados: São todos aqueles que não se encontram vinculados a nenhumafinalidade pública específica. São os Bens Dominicais ou Dominais.

*Afetação: Fenômeno jurídico, através do qual um bem não afetado passar a ser predisposto a um fimpúblico especial. Ou seja, é transformação de um bem dominical em bem de uso especial ou de usocomum.

*Desafetação: Fenômeno jurídico em face do qual o Estado, explícita ou implicitamente, retira, subtraido bem afeto, vinculado a uma finalidade, a sua destinação pública específica, de modo a transforma-loem Bem Dominical, não afetado.

a. Bens de USO COMUM:

- São todos aqueles bens públicos que se destinam ao uso coletivo de toda a comunidade emcondições de igualdade. Ex. Praias, avenidas, praças.

b) Bens de USO ESPECIAL:

- Destinam-se ao uso do próprio Estado para o exercício de duas atividades. Estão vinculados a umafinalidade específica. Ex. prédios, cemitérios e museus públicos, estádios de futebol públicos.

- Os bens públicos das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público, quandovinculados à prestação do serviço, serão sempre de Uso Especial.

c) Bens DOMINICAIS ou DOMINIAIS:

Page 83: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 83/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

83 

- São todos aqueles bens que, não dispondo de nenhuma destinação pública específica, integram ochamado patrimônio disponível do Estado, como objeto de Direito Real ou Pessoal. Não têm nenhuma

destinação pública específica. Esses bens podem ser negociados pela Administração, por meio decomodato, locação, venda, etc. Ex. Terras devolutas, terrenos da marinha.

3.0- CARACTERÍSTICAS:

a) Inalienabilidade:

- Há uma Inalienabilidade Relativa. Os bens públicos poderão alienados desde que se vinculam àsformalidades legais.

- Os bens públicos afetados, enquanto preservarem essa condição, porque predispostos a umafinalidade pública, são absolutamente inalienáveis.

  Formalidades Legais para Alienação de Bens IMÓVEIS:

I) Desafetação  (essa formalidade só é exigida para os bens afetados). Pode ser feita através deDecreto do Chefe do Executivo.

II) Autorização Legislativa: Exigível apenas para os Bens Públicos, afetados ou não, pertencentes àsPessoas Jurídicas de Direito Público. Para alienação de bens pertencentes às Empresas Públicas eSociedades de Economia Mista prestadoras de serviço público não há necessidade de autorizaçãolegislativa.

III) Autorização do Presidente da República: Essa formalidade só é exigida no âmbito da União (LeiFederal 9.636/93). Tal exigência é dispensada quando foi o próprio presidente quem pediu aautorização legislativa para alienação do bem.

IV) Licitação na Modalidade Concorrência. Exceção  (lei 8.666/93)  Quando o bem imóvel foradquiro pelo Estado em procedimento judicial ou em dação em pagamento, a licitação poderá ser porLeilão.

V) Avaliação Prévia.

  Obs  Lei 8.666/93, art.17: Traz hipóteses de dispensa obrigatória dessas formalidadespara alienação de bens públicos, nos seus inciso I (bens imóveis) e II (bens móveis) :  

  Formalidades p/ Alienação de Bem Público MÓVEL:

I) Licitação: Via de regra, na modalidade Leilão.

II) Avaliação Prévia.

- Obs. Não há necessidade de autorização legislativa.

- Obs.2 Tanto para alienação de bem móvel quanto para a alienação de bem imóvel exige-se umafundamentação amparada na existência do interesse público, que motive a alienação, do contrário aalienação estará viciada.

b) Impenhorabilidade:

Page 84: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 84/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

84 

- Para cumprimentos de decisões judiciais contra a Administração há o regime de Precatórios, que serádispensado, no âmbito federal, quando o valor cobrado for até 60 sal.mínimos.

Veja:

70. (FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho) No tocante ao regime legal dos bensdas entidades pertencentes à Administração pública, é correto afirmar:

a) Os bens pertencentes a autarquia são impenhoráveis, mesmo para satisfação de obrigaçõesdecorrentes de contrato de trabalho regido pela Consolidação da Legislação Trabalhista.b) Os bens pertencentes às entidades da Administração indireta são bens privados e, portanto,passíveis de penhora.c) A imprescritibilidade é característica que se aplica tão somente aos bens públicos de uso comum eespecial, não atingindo os bens dominicais.d) Em face da não aplicação do art. 730 do Código de Processo Civil às lides trabalhistas, os bens

públicos podem ser penhorados para satisfação de débitos reconhecidos pela Justiça Laboral.e) A regra da imprescritibilidade dos bens públicos, por ter origem legal, não se aplica ao instituto dausucapião especial urbana, de status constitucional.

c) Imprescritibilidade:

- Impossibilidade da prescrição aquisitiva (Usucapião) dos bens públicos.

d) Impossibilidade de Oneração:

- Os bens públicos não podem ser gravados por ônus de direito real.

-Obs. Os bens públicos podem sofrer Enfiteuse, que ainda permanece no Direito Administrativo, masessa enfiteuse do Dir. Adm. não é direito real e sim contrato, direito pessoal.

4.0- USO DOS BENS PÚBLICOS:

- O Direito Brasileiro autoriza a utilização de bens públicos, em qualquer das suas modalidades, porterceiros particulares, desde que se cumpram determinadas formalidades.

I) Uso Anormal de um Bem Público:  Ocorre quando o bem público é utilizado de forma nãocompatível com sua destinação pública, sem, contudo, eliminar essa destinação. Ex. barraca naspraias.

II) Uso Normal de um Bem Público: É o uso compatível com a destinação principal de bem público emtela.

- OBS. Todavia, o uso do bem público ainda de distingue no que diz respeito à sua exclusiva ou nãoexclusiva utilização:

a. Bem de Uso Comum:

- O Uso é franqueado, em igualdade de condições, a todas as pessoas. É o uso para o qual concorremtodas as pessoas.

I)  Uso Comum Ordinário: É aquele, a vista do qual, todos indistintamente, podem utilizar o bempúblico sem se sujeitarem a qualquer condição prévia, contemporânea ou a posteriori, ou a qualquerrestrição ou limitação. 

Page 85: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 85/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

85 

II)  Uso Comum Extraordinário: É aquele que, a despeito de a utilização do bem estar aberta atodos indistintamente, o uso do bem público está sujeito a alguma condição prévia, contemporânea ou a

posteriori, ou alguma restrição ou limitação. Ex. utilização da estrada do coco (pagamento de pedágio).

b. Bem de Uso Privativo ou Especial:

- É o uso atribuído em caráter exclusivo a um particular. Todo bem público, independente de ser afetadoou não, pode ter seu uso atribuído de forma exclusiva a um particular, desde que esse particular tenhaum título jurídico hábil, que lhe possibilite esse uso em caráter exclusivo. Ex. ilhas particulares, terrenosda marinha.

I)  Uso Privativo de Bens AFETADOS:

- Só é possível quando o particular estiver portando título jurídico de Direito Público. São três os títulospossíveis:

Autorização de Uso: A autorização pode se destinar a possibilitar que o particularexerça uma atividade material ou que ele proceda ao Uso exclusivo de um bem público de um bemafetado.- É uma forma de delegação do Estado. É ato administrativo discricionário, unilateral, e precário, peloqual o Estado faculta ao particular a possibilidade de uso exclusivo do bem público. É a forma maisprecária de delegação para o particular, porque pode ser revogada a qualquer tempo, sem necessidadede indenização. Na autorização predomina o interesse do particular.

- Doutrina: Faz distinção entre 02 tipos de autorização:

•  Autorização Simples: Não é submetida a qualquer condição, pode ser revogada a qualquertempo, sem indenização.

•  Autorização Qualificada: Submete-se a alguma condição, inclusive a prazo certo. Nestamodalidade, o Poder Público pode revogá-la a qualquer tempo, mas o particular terá direito àindenização pelos prejuízos que tiver.

Permissão de Uso: é unilateral, Discricionária e Precária, embora menos precáriaque a autorização, já que, na Permissão há uma predominância do interesse público e, também, por serela precedida por Licitação. A Permissão também pode ser revogada a qualquer tempo, mas sempreensejará indenização, se provado prejuízo. Ex. banca de revistas e jornais.

Obs. Só não se exige licitação se for caso de dispensa ou inexigibilidade.

Concessão de Uso: É Contrato Administrativo, celebrado por tempo certo oudeterminado, no qual a Administração faculta ao concessionário o uso de determinado bem público emcaráter especial, mediante a paga de determinado valor, que, via de regra, é alto, tendo em vista anatureza de contrato da concessão de uso. Ex. Lojas em Aeroportos; Cemitérios Privados; Lanchonetesnas rodoviárias. 

II)  Uso Privativo do Bem Não-AFETADO:

- Qualquer pessoa pode fazer uso exclusivo de um bem não afetado, desde que possua título jurídicode Direito Público (autorização, concessão ou permissão) ou de Direito Privado, que, com base naLegislação Federal, podem ser:

Page 86: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 86/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

86 

Locação (Decreto Lei 9.760/46): Esse decreto lei dispõe sobre as regras do contratode locação entre a União e seus servidores ou outros particulares. A União tem o poder, inclusive, de

rescisão unilateral do contrato se o locatário descumpre alguma cláusula.

Arrendamento (Dec.Lei 9.760/46): É Espécie de contrato de locação, mas não comfins residenciais, e sim com fim de exercer alguma atividade econômica ou social.

Enfiteuse (Dec. Lei 9.760/46, alterado, em parte, pela Lei 9636/98): A Enfiteuse doDireito Administrativo, que é diferente daquela que existia no CC/16, está adstrita aos terrenos damarinha, que são bens públicos dominicais.

•  Domínio Direto: A União, enquanto proprietária do bem, detém o seudomínio Direto.

•  Domínio Útil: Passa a pertencer ao particular (enfiteuta ou foreiro), queterá as faculdades de gozar, dispor e reivindicar o bem.

- O Enfiteuta tem que pagar, anualmente, uma taxa de 0.6% sobre o valor do imóvel. Terá, também,que pagar o Laudêmio, se quiser alienar o domínio útil do terreno por ele utilizado, cuja taxa será de05% da fração ideal do terreno sob domínio do particular.

Cessão de Uso (Lei 9.636/98): É Contrato Administrativo, por meio da qual a Uniãofaculta, via de regra, em caráter gratuito, o uso de um bem imóvel seu a um Município, Estado ou a umparticular, Pessoa Física ou Jurídica, que exerça atividade não lucrativa, de natureza social ouassistencial, como forma de auxiliar ou contribuir com esse propósito.

Cessão do Direito Real de Uso (Decreto Lei 271/67): É contrato administro quetransfere a um particular um Direito Real, submetido a uma condição resolutiva, a explorar terrenos depropriedade da União, com finalidade de urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra ououtra finalidade social.

- Pode ter por objeto tanto terreno da União como o espaço aéreo que o recobre. É Cessão de tempoindeterminado, transmissível causa mortis, sujeito a autorização legislativa e a Licitação porconcorrência, já que se trata de cessão de um direito real.

Diferencia-se do Contrato de Concessão de Uso: Este é contrato de natureza pessoal, com prazo

determinado, não transmissível causa mortis, não sujeito à autorização legislativa.

 Acerca de uso de bens:

74. (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1) Os bens públicos sãoclassificados em

a) de uso especial e de uso comum do povo, considerados de domínio privado do Estado, e os dedomínio público, também denominados bens dominicais.b) de uso comum do povo, de uso especial e dominicais, todos inalienáveis, imprescritíveis eimpenhoráveis, salvo as terras devolutas.c) de uso comum do povo ou privativos do Estado, conforme a forma de aquisição da propriedade pelo

Poder Público.d) de uso especial, de uso comum do povo e dominicais, estes últimos alienáveis observadas asexigências da lei.

Page 87: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 87/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

87 

e) de uso especial e de uso comum do povo, sendo apenas os de uso especial passíveis de utilizaçãopelo particular sob a forma de concessão ou permissão de uso.

5.0- BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE:

a. Terrenos da Marinha e seus acrescidos:

- São todos aqueles terrenos banhados pelo mar, ou pelos rios ou lagoas navegáveis que soframinfluência das marés, que entrem até 33 metros da linha do preamar médio, medido em 1831.

- Obs. Os terrenos acrescidos são as áreas de terra que se formam natural ou artificialmente, emcomplementação, para dentro do mar, ou lagoas ou rios navegáveis que sofram influência das marés,em seguimento ao terreno da marinha, sem limite de extensão.

EC 46/05 Subtraiu da União as Ilhas Costeiras que forem sede de municípios, que agora não

pertencerão à União, e sim ao município cuja sede se localize nela. Não envolve as Ilhas Oceânicas.

b. Terrenos Reservados e seus Acrescidos:

- São os terrenos banhados pelos rios ou lagoas navegáveis que não sofram influência das marés, até15 metros para dentro da terra, contados a partir da linha média das enchentes ordinárias, medidas em1831, mais os seus acrescidos. Via de regra, pertencem ao Estado-membro.

c. Terras Tradicionalmente ocupadas pelos Índios:

- São de propriedade da União. Os índios têm título de usufruto permanente da terra e suas riquezas.São as terras nas quais as comunidades indígenas ocupam, em caráter permanente e definitivo, nelasse reproduzindo, tirando seu sustento e fomentando sua cultura. Os índio detêm a posse ‘admemoriam’. 

d. Faixas de Fronteira:

- Áreas de terra limítrofes com outros países, numa extensão de 150 km.

e. Terras Devolutas:

- Todas as áreas de terras públicas que não têm determinação quanto à sua extensão, não sãodiscriminados na sua extensão.

6.0- Ação de Discriminação:

- Procedimento Judicial específico para demarcar a extensão da terra devoluta, que deixará de ser terradevoluta após a demarcação, assumindo o caráter de terra pública stricto senso.

*RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO*

1.0- CONCEITO:

- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a terceiros em razão de comportamentoslícitos e ilícitos ou atividades materiais.

2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA:

Page 88: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 88/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

88 

2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado (“The King can do not wrong”) 

2.2Teoria da Responsabilidade de Direito Privado:

- O Estado respondia desde que se demonstrasse a culpa individualizada do seu agente, ou seja, aResponsabilidade do Estado era idêntica à Responsabilidade do Direito Privado.

2.3 Teoria da Responsabilidade de Direito Público:

- Surge com o caso “Blanc ”, na França, no fim de século 19. 

A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do Serviço ou Culpa Anônima:

- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da Responsabilidade subjetiva do Direito Privado,

na medida em que exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais uma culpaindividualizada do seu agente, a culpa não era mais atribuída ao agente pública, e sim uma culparelacionada ao serviço, que seria a Culpa Administrativa, Anônima.

Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa quando (“Faute du Service”): 

O serviço não funcionou.O Serviço funcionou mal.O Serviço funcionou de forma retardada, não célere.

B) Teoria do Risco Administrativo:

- A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos administrados.  Obs. A Teoria daCulpa Administrativa defende que só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo Estado.

- Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas em um nexo de causalidade entre aatuação do Estado e o dano ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o dano sejaproduzido por Atividade Lícita do Estado.

2.4Responsabilidade do Estado no Brasil:

- Constituição de 1824  No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. AConstituição de 1824 adotou a Teoria da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado

só existiria quando prova a culpa deste.

- Constituição de 1946   consagra-se a Teoria do Risco Administrativo, com a ResponsabilidadeObjetiva do Estado.

- Constituição Federal de 1988

  Adotou as duas teorias, a do Risco Administrativo e a da Culpa Administrativa.

3.0-Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos:

3.1 Teoria do Risco Administrativo:

- O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos oumateriais.

Page 89: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 89/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

89 

- Comportamento Lícito:

Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido porchefe do executivo;

Material: Produzido em razão de atividade material do Estado. A responsabilidade se mantém objetiva, seja a vítima usuária ou não do serviço público. Vejamos:

(CESPE - 2013 - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros –  Provimento) Acerca daresponsabilidade extracontratual do Estado, assinale a opção correta.

a) Os delegatários de serventias de notas e de registros somente respondem pelos danos causados aterceiros se decorrentes de dolo ou culpa.b) De acordo com a teoria da falta do serviço, o Estado responde pela mera ausência do serviço,

independentemente da comprovação do dano.c) De acordo com a teoria do risco administrativo, há inversão do ônus da prova, cabendo ao Estadocomprovar que não causou o dano.d) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômicarespondem objetivamente pelos danos causados a terceiros.e) De acordo com a jurisprudência recente do STF, as concessionárias de serviços públicosrespondem objetivamente pelos danos causados a terceiros, usuários ou não do serviço.

- Comportamento Ilícito:

  Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as formalidades legais.

  Material: Ex. Tortura de um preso por um agente carcerário.

4.0- Responsabilidade do Estado por suas Omissões:

- STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. Porém,também reconhece a Responsabilidade do Estado por Omissão Legislativa, que é inconstitucional.

4.1- Responsabilidade do Estado por suas Omissões por Fato da Natureza:

- Se havia o dever do Estado de atuar de forma a evitar danos por fatos da natureza, e aquele nãoatuou, o Estado será responsabilizado, desde que provado que a sua omissão causou o dano.4.2- Responsabilidade do Estado por Comportamento Material de 3º:

- STF Responsabilidade Subjetiva do Estado. Ex. Assassinato de Preso por outro preso.

5.0- Responsabilidade por Ato Propiciatório de Risco (Celso Antônio Bandeira de Melo):

- O Estado, apesar de não ser o causador direto do dano, assume atividade que propicie alto risco. OEstado é causador indireto do dano, respondendo Objetivamente. Ex. Dano decorrente de fábrica depólvora instalada em bairro povoado; Dano causado por defeito em semáforo.

- Obs. Terceiro que assuma esse tipo de atividade, sem autorização do Estado: ResponsabilidadeSubjetiva.

Page 90: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 90/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

90 

Vejam esse julgado do STJ sobre tema, prevendo responsabilidade do Estado em caso de suicídio depreso no presídio.

AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DOESTADO. MORTE DE PRESO SOB CUSTÓDIA DO ESTADO. CONDUTA OMISSIVA.RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interpostocom base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República. O recurso extraordinário foiinterposto contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios:“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ADOLESCENTE INFRATOR ASSASSINADO NAS DEPENDÊNCIAS DO CAJE. RESPONSABILIDADEOBJETIVA. PRECEDENTES. PENSIONAMENTO. GENITOR. PARÂMETROS. SENTENÇAPARCIALMENTE REFORMADA. 1 - NA LINHA JURISPRUDENCIAL DO COLENDO STF, BEM COMODO EGRÉGIO STJ E DESTA CORTE DE JUSTIÇA, A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO EMRAZÃO DA MORTE DE INDIVÍDUO PRESO OU SUJEITO À MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE

INTERNAÇÃO É OBJETIVA, POIS O ESTADO TEM O DEVER CONSTITUCIONAL E LEGAL DEZELAR PELA INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL DO CUSTODIADO (ART. 5º, XLIX, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL E ART. 125 DO ECA). 2 - A ANTERIOR CONCESSÃO DEPENSIONAMENTO À GENITORA DA VÍTIMA, EM RAZÃO DE ASSASSINATO OCORRIDO NASDEPENDÊNCIAS DO CAJE, NÃO OBSTA O DIREITO DO SEU GENITOR. 3 - O STJ JÁ ASSENTOU AORIENTAÇÃO NO SENTIDO DE QUE O SIMPLES FATO DE O MENOR NÃO EXERCER ATIVIDADEREMUNERADA NÃO OBSTA A FIXAÇÃO DO PENSIONAMENTO E, ADEMAIS, A PENSÃO DEVIDA AOS GENITORES DA VÍTIMA MENOR DE IDADE, QUE NÃO AUFERIA RENDIMENTOS, SERÁ PAGA À PROPORÇÃO DE 2/3 (DOIS TERÇOS) DO SALÁRIO-MÍNIMO ATÉ A DATA EM QUE A VÍTIMACOMPLETARIA 25 (VINTE E CINCO) ANOS DE IDADE, APÓS O QUE A PROPORÇÃO SERÁ DE 1/3(UM TERÇO) DO SALÁRIO-MÍNIMO, ATÉ A DATA EM QUE A VÍTIMA COMPLETARIA 65(SESSENTA E CINCO) ANOS. APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OFICIAL PARCIALMENTEPROVIDAS”. Os embargos de declaração opostos foram rejeitados. 2. O Agravante afirma que oTribunal de origem teria contrariado o art. 37, § 6º, da Constituição da República. Sustenta que não érazoável exigir-se do Estado que mantenha um controle absoluto e imediato sobre cada interno emcustódia. Assevera que o dano causado ao menor decorreu de conduta dolosa de terceiro, sem quepossa ser imputada à administração qualquer culpa pelo evento ocorrido". 3. O recurso extraordináriofoi inadmitido sob o fundamento de harmonia do acórdão recorrido com a jurisprudência do SupremoTribunal Federal. Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO. 4. O art. 544 do Código deProcesso Civil, com as alterações da Lei n. 12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra decisão queinadmite recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a necessidade deformação de instrumento, sendo este o caso. Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo,de cuja decisão se terá, na sequência, se for o caso, exame do recurso extraordinário. 5. Razão jurídica

não assiste ao Agravante. 6. O Supremo Tribunal Federal assentou que a morte de preso sob custódiado Estado atrai a responsabilidade civil objetiva, com fundamento no art. 37, § 6º, da Constituição daRepública, mesmo de conduta omissiva, independentemente de culpa do agente público. Nessesentido: “Recurso extraordinário. 2. Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização pordanos morais e materiais. 3. Detento sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva. 4. Teoria doRisco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em função do dever constitucional deguarda (art. 5º, XLX). Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que demonstrada aausência de culpa dos agentes públicos. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (RE272.839, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 8.4.2005  –  grifos nossos).RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO - PRESSUPOSTOS PRIMÁRIOS QUEDETERMINAM A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO - O NEXO DE CAUSALIDADEMATERIAL COMO REQUISITO INDISPENSÁVEL À CONFIGURAÇÃO DO DEVER ESTATAL DE

REPARAR O DANO – NÃO COMPROVAÇÃO, PELA PARTE RECORRENTE, DO VÍNCULO CAUSAL -RECONHECIMENTO DE SUA INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS -SOBERANIA DESSE PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL EM MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA -

Page 91: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 91/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

91 

INVIABILIDADE DA DISCUSSÃO, EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA, DA EXISTÊNCIA DONEXO CAUSAL - IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA (SÚMULA279/STF)- RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Os elementos que compõem a estrutura e

delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade dodano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo(omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a agente do PoderPúblico que tenha, nessa específica condição, incidido em conduta comissiva ou omissiva,independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional e (d) a ausência de causaexcludente da responsabilidade estatal. Precedentes (RE 481.110-AgR, Rel. Min. Celso de Mello,Segunda Turma, DJ 9.3.2007  – grifos nossos). Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Mortede preso no interior de estabelecimento prisional. 3. Indenização por danos morais e materiais.Cabimento. 4. Responsabilidade objetiva do Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição Federal. Teoria dorisco administrativo. Missão do Estado de zelar pela integridade física do preso. 5. Pensão fixada.Hipótese excepcional em que se permite a vinculação ao salário mínimo. Precedentes. 6. Agravoregimental a que se nega provimento (AI 577.908-AgR,Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe

21.11.2008 – grifos nossos). Recurso extraordinário. Responsabilidade civil do Estado. Morte de presono interior do estabelecimento prisional. 2. Acórdão que proveu parcialmente a apelação e condenou oEstado do Rio de Janeiro ao pagamento de indenização correspondente às despesas de funeralcomprovadas. 3. Pretensão de procedência da demanda indenizatória. 4. O consagrado princípio daresponsabilidade objetiva do Estado resulta da causalidade do ato comissivo ou omissivo e não só daculpa do agente. Omissão por parte dos agentes públicos na tomada de medidas que seriam exigíveis afim de ser evitado o homicídio. 5. Recurso conhecido e provido para condenar o Estado do Rio deJaneiro a pagar pensão mensal à mãe da vítima, a ser fixada em execução de sentença” (RE 215.981,Rel. Min. Néri da Silveira, Segunda Turma, DJ 31.5.2002 grifos nossos). 7. Nada há, pois, a proverquanto às alegações do Agravante. 8. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II,alínea a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo TribunalFederal). Publique-se. Brasília, 6 de dezembro de 2012.Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora.(STF - ARE: 723007 DF , Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 06/12/2012, Data dePublicação: DJe-245 DIVULG 13/12/2012 PUBLIC 14/12/2012)

6.0 - CONSTITUIÇÃO DE 1988 (Art.37, §6º)

 Responsabilidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público.

Responsabilidade Objetiva das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de ServiçoPúblico (Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Governamentais de DireitoPrivado, Permissionárias, Concessionárias e Autorizatárias).

-STF A Responsabilidade das Entidades de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público só seráObjetiva em relação aos danos causados ao Usuário do serviço, quando for caso de serviço ‘utisingulis’. Quando o serviço público prestado for ‘uti universis’   a Responsabilidade dessas Entidadesserá sempre Objetiva. Ex. Coleta de lixo.

 Relação de Responsabilidade entre o Estado ou Pessoa Jurídica de Dir.Privado e o Lesado:Responsabilidade Objetiva pelas ações e Subjetiva pelas Omissões.

Responsabilidade do Agente Público causador do Dano em Relação ao Estado: Será sempresubjetiva: O Agente só responderá perante o Estado se provado que agiu com culpa ou dolo.

Direito de Regresso: Direito que assiste ao Estado de cobrar de seu agente público o dinheiro pagoà vítima, quando provado que o agente agiu com dolo ou culpa.

Page 92: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 92/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

92 

- STF  A Vítima poderá ajuizar a vítima contra o Estado, contra o agente ou contra os dois, hipótesena qual deverá provar que o agente agiu com culpa ou dolo.

Vejamos: 

(FCC - 2013 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho) Sandro foi aprovado em concurso públicoe, como requi- sito para a posse, foi exigida a apresentação de certidão de antecedentescriminais. Ocorre que referida certidão apontou, equivocadamente, uma condenação por crimedoloso, impedindo que Sandro tomasse posse no cargo causando-lhe prejuízo financeiro emoral. Constatado o erro, a Administração.a) não pode ser civilmente responsabilizada pelos danos morais sofridos por Sandro, salvo na hipótesede condenação judicial, por conduta dolosa, do agente público responsável pela emissão da certidão.b) responde pelos danos morais e patrimoniais sofridos por Sandro, desde que caracterizada condutadolosa ou culposa do agente público.c) responde, civilmente, pelos danos comprovadamente causados a Sandro, independentemente

de comprovação de culpa do agente público responsável pela emissão da certidão.d) não pode ser civilmente responsabilizada pelos danos sofridos por Sandro enquanto não apurada, naesfera administrativa, a responsabilidade do agente público emissor da certidão.e) pode ser civilmente responsabilizada pelos danos comprovadamente sofridos por Sandro, desde queconstatada falha na prestação do serviço, consistente em conduta comissiva comprovadamente culposade agente público.

34. (FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) João, servidor público, conduziaveículo oficial a serviço da Administração federal e envolveu-se em acidente de trânsito do qualresultou prejuízo de grande monta a particular. O particular acionou a União e esta foicondenada a indenizá-lo. De acordo com os dispositivos constitucionais e legais que regem amatéria, o direito de regresso da Administração em face do servidora) independe de comprovação de dolo ou culpa, dada a sua natureza objetiva.b) é afastado se configurada responsabilidade objetiva do Estado.c) depende da comprovação de dolo e é afastado no caso de culpa, salvo se configurada inobservânciade dever legal.d) depende da comprovação de conduta dolosa ou culposa, dada a natureza subjetiva daresponsabilidade do agente.e) é sempre possível, em razão da responsabilidade objetiva do agente, salvo quando comprovadaculpa exclusiva da vítima ou causas excludentes da ilicitude.

Denunciação da Lide:

- Não é obrigatória, nem cabível a denunciação à Lide do agente público pelo Estado, na ação ajuizadacontra pela vítima. A Denunciação só será obrigatória e cabível quando não trouxer fundamento novo àlide originária.

-OBS Mesmo no caso da Responsabilização por Omissão do Estado, a denunciação da lide poderánão ser cabível, já que a vítima deve demonstrar dois tipos de culpa diferente, a culpa individual doagente e a culpa administrativa do Estado. Entretanto, se o próprio autor da ação trata da culpaindividual do agente, o Estado poderá denunciá-lo à lide, porque, nesse caso, não há fundamento novo, já que o autor tratou da questão na inicial.

7.0 - CAUSAS EXCLUDENTES de RESPONSABILIDADE do ESTADO:

7.1- Quando a Responsabilidade do Estado for Objetiva:

Page 93: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 93/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

93 

a. Caso Fortuito e Força Maior. Obs Dirley entende, juntamente com algumas decisões jurisprudenciais, que a demonstração de que houve Caso Fortuito ou Força Maior, por si só, nãoexcluem a Responsabilidade do Estado. A Pessoa Jurídica deverá provar que agiu de forma a tentar

evitar o dano causado.

Ex. Responsabilidade do Transportador por assalto realizado dentro do ônibus: Se provado que osassaltos na região são freqüentes, o Transportador deverá demonstrar que agiu de forma a tentar evitarassaltos, do contrário haverá Responsabilização. 

b. Culpa Exclusiva da Vítima.

7.2- Teoria do Risco:

a) Risco Administrativo: O Estado pode demonstrar as causas excludentes deresponsabilidade.

b) Risco Integral: O Estado não pode invocar nenhuma das excludentes para se eximirde sua Responsabilidade. Esta Teoria é válida em 02 situações: Danos decorrentes de atividadenuclear desenvolvida pelo Estado; Responsabilização de qualquer Pessoa Jurídica por Danos Ambientais.

7.3- Quando a Responsabilidade do Estado for Subjetiva:- Se o Estado demonstra que o serviço funcionou, ou que funcionou bem ou que funcionou de formacélere; Além das outras excludentes, que também valem para a Responsabilidade Objetiva.

8.0- RESPONSABILIDADE do ESTADO por ATOS LEGISLATIVOS e JUDICIAIS.

8.1- Atividade Legislativa:

- A Atividade Legislativa ensejará responsabilidade do Estado sempre que Inconstitucional e Lesiva aterceiros, ou quando houver Omissão Inconstitucional do Estado em legislar.

- A responsabilização do Estado por lei inconstitucional poderá ser decorrente de decisão judicialdecorrente de controle concentrado ou difuso de constitucionalidade, desde que seus efeitos sejam extunc , se forem ex nunc  não haverá responsabilização do Estado.

- STF   Consagrou o direito dos servidores ao reajuste anual dos seus vencimentos, direito este quefoi introduzido pela Emenda Constitucional 19/98.

- O STF Exige prévia declaração de Inconstitucionalidade da Lei, ou a prévia declaração de Omissão doEstado no seu dever de legislar, seja por meio de ADIN por omissão, seja por meio de Mandado deInjunção, para que possa haver responsabilização do Estado.

8.2- Atividade Jurisdicional: O Estado poderá ser responsabilizado por Atos judiciais lesivos ou porErros Judiciários. Haverá direito de regresso contra o magistrado sempre que este tenha agido comdolo ou culpa.

9.0- DANO INDENIZÁVEL (requisitos):

- Tem que ser dano essencialmente jurídico, ainda que seja um dano não econômico (o dano

exclusivamente econômico, que não for jurídico, não enseja indenização). O Dano será jurídico quandohouver direito lesado.

Page 94: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 94/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

94 

- O Dano tem que ser Real, Concreto, não fictício, não abstrato.

- OBS. Responsabilidade do Estado por comportamentos Lícitos: O Dano, além de ser jurídico,

certo e real, terá que ser também:

a. Especial: Não poderá ser um dano geral, deve ser um dano concreto, que incidesobre pessoa(s) determinada(s).

b. Tem que ser Dano Anormal: Faz com que recai sobre indivíduo um ônus impossívelde ser suportado.

*SERVIÇOS PÚBLICOS*

CONCEITO: 

- Uma das atividades Administrativas prestadas pelo Estado, ou por seus delegados, para satisfazer asnecessidades, comodidades e meras conveniências dos administrados.

- São aquelas atividades Administrativas de natureza pública, criadas por Lei, prestadas direta ouindiretamente pelo Estado, para atender concretamente as necessidades ou meras comodidades dacoletividade e dos administrados, ou simples conveniências da própria Administração, sujeitas a umRegime Jurídico ora integralmente público, ora parcialmente público e parcialmente privado.

- OBS. Excluem-se as Atividades Legislativas e Jurisdicionais.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONCEITO:

- Elementos Subjetivos.

- Sujeito responsável pela criação ou prestação do serviço público. Sujeito que cria o serviço é sempreo Estado, por deter a titularidade do serviço Público, criando e extinguindo-o através de Lei.(paralelismo das formas).

- Obs. Se a Constituição Federal cria o serviço público, só EC poderá extingui-lo, nunca uma Lei. Se oserviço for essencial para atender Direito Fundamental, nem Emenda poderá extingui-lo.

 Prestação do Serviço Público:

Direta:  O próprio Estado, através dos seus órgãos públicos, prestará o serviço público de formacentralizada. (Forma Desconcentrada: quando mais de 01 órgão presta o serviço. Forma Concentrada:se apenas 01 órgão o presta).

Indireta (Descentralização): 

Outorga: por meio de Lei, é uma descentralização funcional (Autarquias, Fundações Públicas,Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista).

Delegação: É feita contratualmente (Concessionárias, PPP´s e Permissão) ou por ato unilateral,precário e discricionário da Administração (Autorização e permissão, em alguns casos).

Obs.  Todas estas Prestadoras de Serviço Público (Pessoas Jurídicas de Dir. público e privado)responderão objetivamente perante atos lesivos que seus agentes causem a terceiros.

Page 95: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 95/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

95 

Formas de Prestação do Serviço x Meios de Execução do Serviço:

Meios de Execução Direta: O prestador do Serviço se vale de seus próprios recursos, humanos emateriais.

Meios de Execução Indireta: O Prestador do Serviço, não se valendo dos seus próprios recursos,humanos e materiais, contrata-os a terceiros.

Forma Direta de Prestação: O Próprio Estado o presta, através de seus órgãos.

Forma Indireta: O Estado outorga ou delega a prestação do serviço.

Prestação Direta por Execução Direta: O Próprio Estado atua, por meio de servidores seus.

Prestação Direta por Execução Indireta: O Próprio Estado atua, mas contrata o serviço de terceiros.

Prestação Indireta por Execução Direta: Autarquia que atua por seus próprios servidores.

Prestação Indireta por Execução Indireta: Concessionária de Transporte coletiva, aluga ônibus, oucontrata os empregados a outras empresas. Ex. Limpurb.

Obs.  Para Fins de Responsabilidade Civil, o Administrado lesado levará em conta o Prestador doServiço, e não quem o executa. A Empresa prestadora poderá entrar com Ação de Regresso contra oagente ou empresa que executava o serviço e causou o dano.

 A Responsabilidade do Ente que delegou ou outorgou a Prestação do serviço será subsidiária, ou seja,se o Prestador delegado ou outorgado não tiver bens para responder, o Estado responderáobjetivamente.

Responsabilidade do Executor e do Prestador  Solidária.Responsabilidade do Estado e do Prestador Subsidiária.

26.2 - Elementos Formais (Regime Jurídico)

- Poderá ser integralmente de Dir. Público, qdo prestador for PJ de Dir. Público; Ou poderá ter umregime de Dir. Privado, parcialmente derrogado pelo Dir. Público (regime híbrido).

26.3 - Elementos Materiais (natureza da atividade):- Os Serviços Públicos são atividades Administrativas, essencialmente públicas.

- Atividade Administrativa é gênero, da qual o serviço público é uma das 04 espécies:

o  Serviço Público propriamente dito;o  Fomento;o  Poder de Polícia Administrativo;o  Intervenção no Domínio Econômico;

27. PRINCÍPIOS QUE O REGEM

a) Princípio da Continuidade do Serviço Público:

Page 96: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 96/97

 

www.cers.com.br  

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

96 

- Em face do qual, a prestação do serviço não pode sofrer qualquer solução de continuidade, n pode serinterrompido, é atividade permanente, contínua da Administração.

- Dá ao Estado o direito de Retomar a Prestação do Serviço, qdo a sua prestação delegada a terceirosestiver comprometida no que se refere a seu desempenho e adequação.

- Mitigação a esse Princípio  O Direito de greve do servidor público garantido pela CF de 88 mitiga,em parte, este Princípio, que deverá ser aplicado em conformidade com o direito de greve. Entretanto, odireito de greve também deve ser interpretado em conformidade com esse Princípio. Os servidores nãopoderão paralisar o Serviço totalmente.

-Obs. Falta de Pagamento do serviço por parte do usuário: Poderá haver suspensão do serviço apósum período, com a notificação prévia do usuário.

b) Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico:

- O Regime Jurídico do Servidor Público pode ser alterado pelo Estado mesmo unilateralmente, semque os administrados, servidores ou concessionários possam contestar a mudança.

- O Regime Jurídico não gera Direito Adquirido. Entretanto, gerará Indenização se essa mutabilidadeatingir o equilíbrio econômico-financeiro. Entretanto, o Equilíbrio Contratual, econômico e financeiro,dever ser mantido nas relações da Administração com os Prestadores do Serviço (Mitigação).

- Obs O Estado também terá direito ao equilíbrio econômico financeiro, se no decorrer do contratoocorrer mudança que favoreça o concessionário e lese a Administração.

c) Princípio da Igualdade:

- Os usuários do serviço público em igualdade de condições devem ser tratados igualmente.

Vejamos:

(FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1) Determinada atividade, quandocaracterizada como serviço público, constitui obrigação do Estado, que pode prestá-ladiretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, devendo observar, entre outros, oprincípio da

a) modicidade tarifária, que veda a exploração por regime de concessão de serviços de natureza

essencial, exceto se subsidiada pelo poder concedente.b) universalidade, que impõe a obrigação do poder concedente de subsidiar a prestação do serviço, poragente público ou privado, quando o mesmo se mostrar deficitário.c) continuidade, que impede o concessionário de rescindir o contrato administrativamente, exceto nocaso de desequilíbrio econômico-financeiro.d) continuidade, que impede a Administração de declarar a encampação em contrato de concessão,salvo se verificada a prestação deficiente do serviço pela concessionária.e) continuidade, que não é violado quando a interrupção do serviço se dá, após prévio aviso, porinadimplemento do usuário.

28. CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

a) Quanto à Natureza da Atividade:

Page 97: Material Completo(1)

7/23/2019 Material Completo(1)

http://slidepdf.com/reader/full/material-completo1 97/97

 

AGENTE PÚBLICOS E LEI 8.112/90Direito Administrativo

Matheus Carvalho

  Serviço Público Próprio: Criados pelo Estado e assumidos por Ele, que os prestadireta ou indiretamente.

  Serviço Público Impróprio:  Refere-se a atividades privadas, prestadas porparticulares, mas que atendem ao interesse coletivo, sem que sejam consideradas essenciais. Não sãoServiço Público propriamente dito, porque não são criados pelo Estado, são apenas autorizados porEle. Ex. bancos, táxi, previdência privada, planos de saúde, ONG´s, Serviços Sociais Autônomos,Organizações da Sociedade Civil.

b) Quanto ao Objeto do Serviço Público:

Serv. Público Administrativo: Serve para atender conveniências internas da Administração oupara preparar outros Serviços públicos.

Serv. Públicos Sociais: Visa a concretizar os postulados do Bem-Estar e da justiça social,

mitigando ou eliminando as desigualdades sociais.

Serviços Industriais ou Comerciais: Prestados no âmbito das atividades econômicas, sãoonerosos, prestados através de delegação contratual (concessionárias ou permissionárias). Ex.Telecomunicações, Serviço Postal.

c) Quanto ao Modo de Fruição do Serviço:

Serv. Públicos Individuais (singulares, “ut i s ingul i ”): Fruídos diretamente pelousuário. São a maioria dos serviços públicos. Ex. telecomunicações.

Serviços Gerais (universais, “uti universi ”): Usufruídos pela coletividade, o indivíduo osutiliza indiretamente. Não podem ser onerados por Taxa. Ex. Coleta de Lixo, Iluminação.

d) Quanto à Forma como Concorrem seus Prestadores:

Serv. Público Exclusivo do Estado: Serviços que o Estado detém a titularidade,exercendo-o direta ou indiretamente, só o Estado pode prestá-lo.

Serv. Públicos Não Exclusivos: O próprio particular pode prestar o serviço em seupróprio nome, como se dele fosse, sujeito, entretanto, ao Poder de Polícia do Estado. O Estado poderáprestá-lo concorrentemente com o particular. Ex. Educação, saúde.