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Material Didático - Online_ Capítulo 01_ ASPECTOS HISTÓRICOS

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Capítulo 01: ASPECTOS HISTÓRICOS

Vários aspectos da doutrina cristã têm sido tratados no decorrer dos séculos passados. Desdestabelecimento da igreja, no século I da Era Cristã, os grandes temas têm recebido atençãodesenvolvidos em períodos diferentes da história da igreja, conforme abaixo:

1. Século II - a igreja lidava especialmente com a Apologética e os fundamentos do Cristianis

2. Séculos III e IV: Com a Doutrina de Deus.

3. Século V (início): O homem e o pecado.

4. Séculos V até o VII: Com a pessoa de Cristo.

5. Séculos XI até XVI: Com a Expiação.

6. Século XVI: Aplicação da redenção (fé, justificação, etc.).

7. Século XIX: Na metade deste século a Escatologia foi estudada precariamente. Vários erro

foram introduzidos na igreja. Houve frustrações das expectativas, até então cridas, quando livda Bíblia foram desconsiderados, inclusive o Apocalipse. Alguns teólogos chegaram ao absur de questionarem a autoridade de Jesus com relação aos eventos futuros, julgando-o, até mesque havia se equivocado, e decidiram que, as predições bíblicas sobre o futuro do mundo erameras invenções da igreja primitiva.

8. Século XX: Bem no início deste século, entretanto, Albert Schweitzer fez uma revolução coseu livro A Questão do Jesus Histórico, no qual demonstrou que a erudição crítica estava errae que a Escatologia devia ocupar posição central, e não periférica, nos ensinos de Jesus.

Nos últimos tempos o assunto tem sido discutido até no governo da maior potência mundial,EUA, inclusive, em debates presidenciais e televisionado para todos os países do mundo (ex.Reagan).

Russell N. Champlin acha que o mundo tem de conhecer o tema e debatê-lo antes que oseventos finais sejam desencadeados em todo mundo (conforme veremos nas últimas lições).isso é que surgem místicos, dizendo as maiores heresias, das quais precisamos nos precaver para não sermos ludibriados por nenhuma delas.

I. A ESCATOLOGIA NO ANTIGO TESTAMENTO

Praticamente, quase todas as passagens do Antigo Testamento sobre a Escatologia estãorelacionadas com a pessoa do Messias (Jesus Cristo) como Profeta, Sacerdote e Rei, emconexão com os diversos eventos.

As profecias referentes a Jesus e a tudo que ele realizaria, em boa parte, foram preditos na stotalidade, sem fazer clara distinção entre os fatos referentes ao primeiro e segundo advento,estarem intimamente ligados, parecendo, às vezes, tratar-se de apenas um, o que só se tornmais compreensível mais tarde, com a concretização de alguns acontecimentos - Sl 2; Is 7.149.1-6; 53; Jl 3.9-17; Jó 19.25,26.

Esta foi uma das razões por que os judeus rejeitaram Jesus. Eles esperavam um Messiaspolítico, um rei que livrasse Israel do domínio do império romano pela força e estabelecesse ureino de paz. Quando se depararam com Jesus e seus ensinamentos de amor, ficaramdecepcionados e o rejeitaram como o Messias.

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expressões escatológicas para indicar o tempo da segunda vinda de Cristo, com todos oseventos a ela relacionados.

No capítulo 9.24 do livro de Daniel, temos o resumo de alguns acontecimentos escatológicosrelacionados com a nação de Israel e à cidade de Jerusalém, dentro da profecia das SetentaSemanas, reveladas a Daniel. São eles:

1. Cessar a transgressão.

2. Dar fim aos pecados.

3. Expiar a iniquidade.

4. Trazer a justiça eterna.

5. Selar a visão e a profecia.

6. Ungir o Santo dos Santos.

Charles Caldwell Ryrie faz, segundo seu entendimento, um esboço interessante do significad

cada um desses acontecimentos profetizados pelo anjo Gabriel ao profeta Daniel. Mesmo qunão haja concordância com toda a interpretação de Ryrie, pelo menos merecem ser cuidadosamente estudados pela importância daqueles eventos:

A. Cessar a transgressão: Pôr fim à apostasia dos judeus.

B. Dar fim aos pecados: Expiar os pecados ou selar os pecados, no sentido de julgá-los de mdefinitivo;

C. Expiar a iniquidade: Uma referência à morte de Cristo na cruz, que é uma base para o futuperdão de Israel.

D. trazer a justiça eterna: No reino milenar do Messias.

E. Selar a visão e a profecia: Colocar o selo divino de confirmação em todas as profeciasconcernentes ao povo judeu e Jerusalém.

F. Ungir o Santo dos santos: Consagração do Santo dos Santos no templo, no Milênio.

Desde que se tornou nação até o tempo dos Macabeus no relato histórico do períodointertestamental, Israel inúmeras vezes se viu dominado por outros reinos que o subjugavam.isso, então, a ideia e esperança sempre viva na mente dos judeus era a do estabelecimento d

um reino definitivo e a libertação do domínio estrangeiro.

II. A ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO

Mencionamos um pouco atrás, a posição de alguns intérpretes, que chegaram até a dizer queJesus teria se enganado a respeito de alguns fatos e acontecimentos aos quais teria se referi

III. ESCATOLOGIA CONSISTENTE, OU RADICAL

Pois bem, no meio de toda uma discussão da Escatologia e a vinda do Reino de Deus, se esReino seria literal ou não, onde prevalecia a posição de que o Reino de Deus não era literal nsua natureza, mas ético, foi que surgiu Schweitzer com um posicionamento, iniciado por

Johannes Weiss, de que o Reino do qual Jesus falou não era ético mas escatológico, isto é, qviria no fim, seria apocalíptico.

Com isso, ele então afunilou o ensino de todo o Novo Testamento para uma visão totalmentefuturística. Na sua concepção, a chegada do Reino de Deus seria um clímax dramático, com

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liberais, tendo esta sua posição sido chamada de Escatologia Consistente, ou Radical.

Para melhor compreensão, cabe dizer neste ponto que a Escatologia no sentido mais amplocom tudo que a envolve, trata da implantação do Reino de Deus aqui na terra, a começar doscorações humanos, e envolve uma série enorme de ações e acontecimentos previstos paraocorrerem na terra, o sobrenatural, vindo dos céus, entrando no natural e se estabelecendo nplaneta.

Na verdade, o Reino de Deus deveria vir a ser estabelecido na terra com todas as característi(já que é de Deus e de caráter justo) próprias de sua implantação: é claro, para os inimigos dReino, o desfazimento do mal e seus agentes, com a aplicação da justiça e do juízo; mas, par os que o buscam e anseiam por ele, o estabelecimento da paz tão almejada e todos osbenefícios que ela traz. Por que isso? É a destruição do reino atual, perverso, mal e corrupto,é o de Satanás, e a implantação do justo e perfeito Reino de Deus.

Por isso, é que F. F. Bruce afirma que a pregação de Jesus, resumida em Mc 1.15: "O tempo

está cumprido e o Reino de Deus está próximo; arrependei e crede no evangelho", declara ocumprimento da visão de Daniel: "E veio o tempo em que os santos possuíram o Reino" (Dn

7.22).

Diz Bruce que, em certo sentido, o Reino já estava presente no ministério de Jesus: "Se, poré

eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre v

(Lc 11.20; cf Mt 12.28). Mas, em outro sentido, o Reino ainda estava no futuro. Jesus ensinouseus discípulos a orar: "Venha o teu Reino" (Lc 11.2).

IV. ESCATOLOGIA REALIZADA

Logo após Schweitzer, veio C. H. Dodd com o que ele chamou de Escatologia Realizada,afirmando que o Reino de Deus não seria escatológico futurístico, mas que já havia chegadoa primeira vinda de Jesus, ao contrário da posição de Schweitzer. Ou seja, na época doministério de Jesus na terra foram cumpridas todas as promessas sobre o fim.

Hoje, sabemos que essas posições não expressam toda a verdade, mas parte dela. Os judeuna época de Jesus, tinham uma compreensão mais ou menos nessa linha de raciocínio (Lc19.11). Erickson diz que, segundo Dodd, o conceito do dia do Senhor foi transferido a um evehistórico específico já ocorrido ou a uma série de eventos - o ministério, a morte e a ressurreide Jesus. Ou seja, a escatologia foi cumprida, ou "realizada". Esse entendimento de Dodd éfalho, visto ser incompleto e desconsiderar todo o quadro futuro.

O Reino de Deus, na verdade, já começou a ser implantado entre os homens, como disse Je(Mt 11.12; 12.28; 13.24,31,33; Mc 10.15; Lc 17.20,21), mas esse enfoque é apenas sob um pde vista porque, como parte da Escatologia, era tão somente o início da implantação do ReinDeus entre os homens, o qual deveria começar dentro de cada pessoa, de maneira individual,para mais tarde ser implantado de forma literal e visível no meio de todos os homens, na terra6.10; 7.21; 8.11; 13.43; 16.28; 25.31-34; Mc 14.25; Lc 13.23, 27-29; 22.16,18,30,42).

V. ESCATOLOGIA INAUGURADA

George E. Ladd chama a percepção distinta de textos, como os acima, de Escatologia

Inaugurada, que guardam coerência com as palavras e ensinos de Jesus e com todo o NovoTestamento. O período da encarnação de Cristo, sua vida, paixão, exaltação, o derramamentEspírito Santo e o chamado dos gentios para se integrarem ao Novo Israel (o povo de Deus)cumprimento das predições proféticas a respeito do fim é, de fato, a Escatologia Bíblica.

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O resumo de tudo é que, o "tempo do fim", "os últimos dias" começaram com a encarnação dJesus e vai até o início do estado eterno futuro, e disso falaram todos os profetas. De acordoShedd, o Reino de Deus veio na pessoa de Jesus Cristo e seu ministério, de forma legítima,não na sua totalidade.

Concluímos finalmente que a questão do estabelecimento do Reino de Deus na terra, no qualexiste uma tensão até que tudo se cumpra, é o que alguns chamam de "já", mas "ainda não"esperança cristã, isto é, já iniciou-se a sua implantação mas ainda não de forma completa.

O que estudaremos a seguir é a exegese, a interpretação pormenorizada desse tema maior qé a Escatologia.