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U F R R J
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
DISSERTAÇÃO
Estratégias de Manejo Nutricional de Vacas Leiteiras em
Pastagem de Capim-Elefante (Pennisetum purpureum
Schumach cv. Napier)
Matheus Linhares Paim-Costa
2003
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
ESTRATÉGIAS DE MANEJO NUTRICIONAL DE VACAS LEITEIRAS EM PASTAGEM DE CAPIM-ELEFANTE (Pennisetum
purpureum Schumach cv. Napier)
MATHEUS LINHARES PAIM-COSTA
Sob a Orientação da Professor
João Batista Rodrigues de Abreu
e Co-orientação dos Doutores
Fermino Deresz
Antônio Carlos Cóser
Seropédica, RJ
Maio de 2003
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, área de Concentração em Produção Animal.
543.21
S123a
Paim-Costa, Matheus Linhares
Estratégias de manejo nutricional de vacas leiteiras em pastegem de capim-elefante (Pennisetum purpúreum Schum.). Seropédica. Rio de Janeiro. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto de Zootecnia. 2003. xv. nº f: il. Orientador: Prof. Dr. João Batista Rodrigues de Abreu I. Referência orientador. II. Referência Instituição. Instituto. III. Título
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
MATHEUS LINHARES PAIM-COSTA
Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, área de Concentração em Produção Animal.
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 11/06/2003
João Batista Rdrigues de Abreu. Dr. UFRRJ
(Orientador)
Fermino Deresz. Dr. Embrapa
Carlos Eugênio Martins. Dr. Embrapa
Antonio Carlos Coser. Dr. Embrapa
João Carlos de Carvalho Almeida. Dr. UFRRJ
Pelo apoio incondicional e amor sem medida.
Pela confiança sempre em mim depositada.
Dedico esta tese:
A DEUS,
Ao meu pai Vicente Paim, e,
A minha mãe Regina Coeli
AGRADECIMENTOS
A UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANNEIRO, ao
INSTITUTO DE ZOOTECNIA e ao DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO ANIMAL E
PASTAGEM, pela oportunidade de realização do curso.
Ao amigo e orientador Professor Dr. JOÃO BATISTA RODRIGUES DE
ABREU pela credibilidade e dedicação.
Aos meus co-orientadores Dr. FERMINO DERESZ e Dr. ANTÔNIO CARLOS
CÓSER, pela infinita atenção.
Aos membros da banca examinadora Dr. JOÃO CARLOS CARVALHO DE
ALMEIDA e Dr. CARLOS EUGÊNIO MARTINS.
Ao amigo Dr. RUI VERNEQUE DA SILVA, pela discussão do modelo
estatístico, e pela análise dos dados estatísticos.
Ao grande amigo Professor JOSÉ BONIFÁCIO O. X. DE MENEZES pela
infinita atenção, dedicação e por seus sábios conselhos.
Aos professores do IZ, em especial aos do DNAP, pelos ensinamentos
transmitidos para minha formação profissional.
Aos funcionários do PPGZ, pela compreensão e ajuda.
Ao Amigo e Zootecnista Dr. LUIZ OTÁVIO CAMPOS SILVA, pois seu apoio
foi fundamental para a realização do meu curso.
Aos funcionários e administradores do Campo Experimental Fazenda Stª.
Mônica, em especial a MARCOS JUNQUEIRA e WILSON CARVALHO, pela
colaboração sem medir os esforços na realização do experimento.
Aos funcionários do IZ da UFRRJ, pelo carinho e atenção.
Aos meus irmãos THIAGO LINHARES PAIM COSTA e MARIAH RONDON
LINHARES, pelo carinho e amor.
A minha namorada e grande incentivadora EMMANUELLE BARRETO
DURAN pelo amor e paciência.
Ao amigo e conselheiro ALLAN WAJNBERG pelo grande amizade e
convivência.
Ao meu padrinho Pe. RAUL PAIVA pelo apoio e orações.
A amiga e professora ABDRÉA DUQUE ESTRADA, pelo incentivo e atenção
a mim dedicado.
Ao amigo FELIPE DA SILVA BRASIL pela dedicação e incentivo.
Aos meus grandes incentivadores ANTÔNIO AUGUSTO F. GOMES (TIO GUGA), Mª. ELISABETH B. G. GOMES (TIA BETH).
Aos meus amigos, LUIZ EDUARDO H. PIMENTEL (PEQUENO), GUSTAVO G. GOMES, RENATO G. GOMES, EDUARDO G. WORNS (DUDÃO), BERNARDO G. WORNS, PEDRO G. WORNS, Mª CRISTINA GOMES, RENATA H. PIMENTEL, MAURO H. PIMENTEL, LUIZ OTÁVIO H. PIMENTEL (TATÁ), PATRIC WAJNBERG (KIKO), RODRIGO WAJNBERG (PITUCA), FREDERIC BORDIER, ROBERTA CONDE, CLAUDIA LODI, ANA PAULA P. OLIVEIRA (MIAU), ELIANE O. MORGADO, RODNER (POPO), EDUARDO O. MAGALHÃES, ROBERTO DILLAN, PAULO CÉSAR P. FILHO (PUDIM), GIANE CARVALHO, PAULO DIAMANTINO que sempre me incentivaram.
E a todos aqueles que por deficiência da minha memória não foram citados, mas
que direta ou indiretamente contribuíram na realização desse trabalho.
BIOGRAFIA
MATHEUS LINHARES PAIM COSTA, filho de Vicente Paim Costa e
Regina Coeli Rondon Linhares, nasceu em 25 de julho de 1978, em Botafogo, na cidade
do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro.
Cursou o 1º grau no Colégio Andrews, Rio de Janeiro-RJ, concluindo-o em
dezembro de 1994. O 2o grau foi concluído no Colégio Impacto, Rio de Janeiro-RJ, em
dezembro de 1996.
Ingressou em 1997 no curso de graduação em Zootecnia da Faculdade de
Ciências Agro-Ambientais mantida pela Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio de
Janeiro-RJ, graduando-se em dezembro de 2000.
Em março de 2000, iniciou o curso de Pós-Graduação stricto sensu em
Pastagens, Mestrado, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica-
RJ, submetendo-se à defesa de tese em junho de 2003.
RESUMO
PAIM-COSTA, Matheus Linhares. Estratégia de manejo nutricional de vacas leiteiras em pastagens de capim-elefante (Pennisetum purpureum Schumach cv. Napier). 2003. p.67. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, RJ. 2003. Em trabalho realizado no Centro Experimental Fazenda Stª. Mônica da EMBRAPA - Gado de Leite, localizado no distrito de Juparanã - RJ, objetivou-se avaliar o potencial máximo de produção de leite de vacas em pastagem de capim-elefante, bem como a melhor estratégia de suplementação com concentrado para a época das águas sobre, o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas leiteiras, bem como avaliar mensalmente a disponibilidade e a qualidade da forragem. Foram utilizadas 24 vacas distribuídas em três tratamentos submetidas ao pastejo rotacionado em capim-elefante com 3 dias de ocupação e 30 de descanso. O tratamento 0 (T0) era composto por 8 vacas sem o fornecimento de suplementação concentrada, para o tratamento 60 (T60), as vacas receberam concentrado até 60 dias pós-parto, e para o tratamento 120 (T120) foram selecionadas 8 vacas que receberam suplementação concentrada até 120 dias pós-parto. Tanto no T60 quanto no T120, os animais recebiam 1kg de concentrado para cada 2 kg de leite produzido. Os resultados mostraram que não houveram diferenças significativas (P<0,05) entre os tratamentos para produção de leite, teores de gordura e de proteína do leite, intervalo entre parto/ primeiro cio, teor de matéria seca e disponibilidade de matéria seca em quilos por hectare e por animal. Palavras-chave: Produção de leite. Disponibilidade de forragem. Qualidade da forragem
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................
01
2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 03 2.1 O Capim-Elefante e a Cultivar Napier....................................................................... 03 2.2 Manejo do Solo em Pastagens de Capim-Elefante.................................................... 05 2.2.1 Calagem e adubação de plantio.............................................................................. 06 2.2.2 Adubação de manutenção....................................................................................... 07 2.3 Produção de Matéria Seca do Capim-Elefante.......................................................... 07 2.4 Manejo de Capim-Elefante em Sistema de Pastejo Rotativo.................................... 09 2.5 Período de Ocupação da Pastagem de Capim-Elefante em Sistema Rotativo........... 12 2.6 Período de Descanso de Pastagens de Capim-Elefante em Sistema Rotativo........... 13 2.7 Produção de Leite a Pasto.......................................................................................... 14 2.8 Fatores Relacionados à Composição do Leite........................................................... 17 2.8.1 Teor de Gordura do Leite.................................................................... 18 2.8.2 Teor de proteína do leite..................................................................... 18 2.9 Fatores Relacionados ao Intervalo entre Parto Primeiro Cio..................................... 19 2.10 Efeito da Suplementação da Pastagem com Concentrado na Produção de Leite.... 20 2.11 Fatores Relacionados à Composição Química e Digestibilidade do Capim-Elefante............................................................................................................................
23
2.12 Fatores Relacionados ao Consumo de Matéria Seca de Capim-Elefante................ 25 2.13 Fatores Relacionados à Disponibilidade de Matéria Seca do Capim-Elefante.......
27
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 29 3.1 Localização Geográfica e Características Climáticas da Área Experimental............ 29 3.2 Caracterização da Área Experimental........................................................................ 30 3.3 Caracterização do Experimento................................................................................. 31 3.3.1 Tratamentos............................................................................................................ 31 3.3.2 Delineamento experimental.................................................................................... 31 3.3.3 Análises estatísticas das variáveis analisadas......................................................... 32 3.3.3 Amostragem do solo............................................................................................... 33 3.3.4 Adubação de manutenção....................................................................................... 34 3.3.5 Animais................................................................................................................... 34 3.3.6 Suplementação concentrada.................................................................................... 35 3.4 Análises Bromatológicas da Forragem...................................................................... 35 3.5 Variáveis Avaliadas nos Animais, no Leite e Nas Plantas........................................ 36 3.5.1 Produção de leite..................................................................................................... 36 3.5.2 Teor de gordura de proteína do leite....................................................................... 37 3.5.3 Peso vivo e escore corporal.....................................................................................37 3.5.4 Detecção do primeiro cio pós-parto........................................................................ 37 3.5.5 Disponibilidade de forragem...................................................................................
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 39 4.1 Disponibilidade de Forragem de Capim-Elefante Durante o Período Experimental. 39
4.1.1 Teor de matéria seca da forragem........................................................................... 40 4.1.2 Disponibilidade por área de matéria seca de capim-elefante manejado em sistema rotativo com 30 dias de descanso........................................................................
42
4.1.3 Disponibilidade de matéria seca de capim-elefante por animal por dia................. 43 4.1.4 Composição bromatológica da forragem................................................................ 43 4.1.4.1 Teor de proteína bruta (PB)................................................................................. 44 4.1.4.2 Teor de fibra em detergente neutro (FDN).......................................................... 45 4.1.4.3 Teor de fibra em detergente ácido (FDA)............................................................ 45 4.1.4.4 Teor de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS).................................. 46 4.2 Produção de Leite...................................................................................................... 46 4.3 Curva de Lactação......................................................................................................48 4.4 Teores de Gordura e Proteína do Leite...................................................................... 49 4.5 Peso e Escore Corporal.............................................................................................. 51 4.6 Intervalo Parto Primeiro Cio...................................................................................... 53 4.7 Interações entre Produção de Leite, Disponibilidade de MS e Peso Vivo.................
54
5 CONCLUSÕES...........................................................................................................
57
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................... 58
1
1 INTRODUÇÃO
Devido a fatores práticos e econômicos, a atividade agropecuária no Brasil utiliza,
muitas vezes, as áreas destinadas à produção de forragem de forma inadequada,
ocasionando a degradação destas áreas pela falta de fertilização, pelas elevadas pressões
de pastejo e pelo manejo incorreto do rebanho. Tudo isso afeta negativamente a
produtividade do rebanho leiteiro.
A deficiência em qualidade e quantidade de alimento tem grande impacto
limitante na produção de leite, sendo que a produção de volumosos é a fonte mais barata
para alimentação animal.
Nota-se, nas principais bacias produtoras de leite do Brasil, um aumento na
implantação de sistemas intensivos de produção de leite, com maior eficiência e
produtividade, com o manejo de animais com potencial genético mais elevado, em
regime de pasto. Em decorrência disso, existe a necessidade de maiores informações
sobre espécies forrageiras de alta produtividade e qualidade, para a alimentação destes
rebanhos.
Estudos realizados com capim-elefante para pastejo apresentaram resultados
expressivos em países de clima tropical, caso do Brasil. Uma elevada capacidade de
suporte e um alto valor nutritivo, mesmo durante o período das chuvas, foram notados no
capim-elefante.
Outro fator que indica a utilização de capim-elefante em sistemas intensivos é seu
alto potencial de produção de matéria seca na época chuvosa do ano. No entanto, a
variação da sua capacidade de suporte durante o ano, conforme a disponibilidade da
forragem, deve ser melhor avaliada e relacionada com o desempenho animal.
Devido às altas exigências nutricionais pós-parto, as vacas leiteiras necessitam de
alimentos com maior qualidade e concentração de nutrientes para atingir melhor balanço
energético, em função da baixa capacidade de ingestão de alimentos. Neste aspecto, o
capim-elefante tem se mostrado uma forrageira de alto valor nutricional, porém ainda não
é claro até onde o capim-elefante, manejado em sistemas intensivos de pastejo exclusivo,
consegue atender as necessidades nutricionais do animal.
2
O uso de suplementação com concentrados, em sistemas exclusivos de pastejo em
capim-elefante, já vem sendo utilizado por muitos produtores, para atender a demanda
nutricional do animal para produção de leite, mantença do peso vivo e o início o mais
precoce possível da atividade ovariana das vacas.
Os objetivos do presente trabalho foram os de avaliar o potencial de produção de
leite de vacas em pastagem de capim-elefante com e sem a utilização de suplementação,
de formular uma estratégia de suplementação com concentrado para a época chuvosa do
ano, melhorando o desempenho reprodutivo de vacas mestiças Holandês x Zebu e de
avaliar mensalmente a disponibilidade e a qualidade da forragem durante este processo.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Capim-Elefante e a Cultivar Napier.
O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schumacher) foi identificado na África
Tropical em 1827, onde ocorre naturalmente em todos os territórios deste continente
cujas precipitações pluviométricas são superiores a 1.000 mm/ano (BRUNKEN, 1977).
Segundo PUPO (1991), o capim-elefante se adapta a regiões cujas altitudes se
encontram entre o nível do mar e 2.200 m, com temperatura variando de 18 a 30º C e
precipitação anual de 800 a 1.400 mm, tendo seu desenvolvimento máximo obtido em
altitudes de 1.500 m e temperaturas em torno de 24º C. Entretanto, Ferraris et al. (1986),
citado por PASSOS (1999), realizaram trabalhos avaliando cultivares de capim-elefante
sobre fotoperíodo longo, obtendo ocorrência de máxima produção e alongamento dos
caules a temperaturas de 28/33º C (noite/dia). Da mesma forma, Ito e Inanga (1988),
citado por PASSOS (1999), verificou aumento da produção de matéria seca (MS) quando
plantas de capim-elefante tiveram temperaturas noturna e diurna, respectivamente,
aumentadas de 12/15º C para 27/30º C.
O capim-elefante é uma gramínea perene, cespitosa e rizomatosa, formando
touceiras com vários perfilhos. Os colmos são cilíndricos, cheios, medulosos, com nós
pronunciados, atingindo altura de até 6,0 m (NASCIMENTO JUNIOR, 1975; SMITH et
al., 1982). As folhas são invaginantes, alternadas, podendo atingir mais de 1,0 metro de
comprimento, com nervura central canaliculada, inflorescência em racemos espiciformes,
cilindro-oblongo, espiguetas com 1 a 3 flores, sendo apenas uma flor hermafrodita. O
fruto é uma cariopse oblonga (CORREA, 1926; BOGDAN, 1977; CARVALHO, 1985).
Apresenta elevado potencial para produção de forragem por área devido a sua alta
eficiência fotossintética, de boa qualidade, adaptando-se muito bem às condições de
clima e solo de praticamente todo o território brasileiro. É a forrageira de maior potencial
de produção de biomassa por área, podendo atingir produções de até 80 a 90 t/ha/ano de
MS, segundo FARIA, 1994 e XAVIER et al., 1995, patamar este de produção
provavelmente obtido em condições extremamente favoráveis. Possui alto valor para a
alimentação de rebanhos, principalmente o de bovinos, sendo amplamente utilizada na
4
criação de gado leiteiro e, por isso, foi introduzida em vários países de clima tropical e
subtropical, em altitudes que variam do nível do mar até 2.000m (BOGDAN, 1977).
É uma gramínea com ciclo de carbono do tipo C4, cujas respostas fisiológicas são
extremamente sensíveis ao meio ambiente. Possui alta taxa de crescimento e apresenta
resposta ao aumento da temperatura e ao aumento no fornecimento de nitrogênio
(PASSOS, 1994).
O capim-elefante está entre as espécies de alta eficiência fotossintética e, por ser
gramínea tropical, suas folhas individuais não saturam, mesmo com radiação máxima de
2000µ E/m2/s (JACQUES, 1990).
Sua propagação pode ser feita por mudas enraizadas oriundas da divisão de
touceiras, por colmos inteiros (fracionados ou não), por colmos picados em estacas com
três a quatro gemas, por pedaços de colmos enraizados e por sementes (RODRIGUES et
al., 2000). Exige solo fértil e apresenta resistência à seca, a temperaturas mais amenas e
ao fogo, não suportando, contudo, solos encharcados e geadas (PUPO, 1991).
Vem sendo muito utilizado na formação de capineiras e é fornecido aos animais
na forma de volumoso picado, como complemento da pastagem na estação chuvosa do
ano, ou como parte do volumoso durante a época seca do ano. Buscando a diminuição de
custos de produção, há uma grande demanda de informações a respeito da sua utilização
em sistemas de pastejo rotativo para a produção de leite.
Desde a década de 70, o capim-elefante vem sendo utilizado na forma de pastejo
(PEIXOTO, 1993), e tem se mostrado uma forragem de excelente potencial produtivo,
graças a grande quantidade de folhas presentes em sua rebrota.
A variedade Napier (Pennisetum purpureum, Schum, cv. Napier) foi identificada
em 1905 pelo então coronel Napier (RODRIGUES et al., 2000) e introduzido no Brasil
em 1920, no estado do Rio Grande do Sul, com material oriundo dos Estados Unidos.
Apresenta touceiras de formato aberto e altura de 3,2 m. Os colmos grossos, com
diâmetro de 1,5 cm, apresentando 19,9 entre-nós. O comprimento de cada entre-nó é de
10,7 cm. O número de raízes aéreas/colmo é de 6,1. As folhas são largas, com lâminas de
3,1 cm de largura na base, 3,3 no meio e 1,0 m de comprimento, com pêlos apenas na
face superior. Os comprimentos de bainha e da lígula são de 13,3 cm e 3,8 mm,
respectivamente. Possui inflorescência intermediária, com comprimento de 23,3 cm e o
5
da aristas 1,3. O poder germinativo das sementes é alto, 83,9% (média de dois anos). O
peso e a porcentagem de matéria seca e a porcentagem do nitrogênio da parte aérea são
de 0,56 kg/touceira/corte, 23,35 e 2,7, respectivamente. O número de perfilhos por
touceira é de 79 e a relação colmo/folha 1,1. Apresenta boa palatabilidade, alto valor
nutritivo, boa resistência à seca, a doenças e às pragas e adapta-se à maioria dos solos e
clima do Brasil. Indicado tanto para uso em capineiras como para pastejo. Foi o primeiro
cultivar a dar entrada no país, e já pode ser encontrado em grandes áreas de cultivo
(MORAES, 1995; XAVIER et al., 1995).
Apesar de apresentar excelente desempenho sob pastejo, o capim-elefante
apresenta alguns problemas como seu caráter de produção sazonal (GOMIDE, 1990) e a
dificuldade de seu manejo, uma vez que o hábito ereto e ascedente de crescimento faz
com que, muitas vezes, atinja uma altura fora do alcance dos animais (VEIGA, 1990).
Entretanto isso pode ser contornado pelo manejo em sistema de pastejo rotativo
(DERESZ, 1999).
2.2 Manejo do Solo em Pastagens de Capim-Elefante
Um dos principais fatores para se obter sucesso na exploração do capim-elefante é
o manejo do solo, especialmente no que se refere à utilização racional de fertilizantes e
calcário permitindo que se estabeleça à máxima eficiência econômica da produção de
forragem da pastagem, principalmente em sistemas intensivos de produção de leite a
pasto (MARTINS e FONSECA, 1998; MARTINS et al., 2002).
Nesse aspecto, a importância da utilização dos mais variados elementos,
principalmente os macronutrientes, tem sido fator relevante em inúmeros trabalhos
desenvolvidos há mais de três décadas para que o capim-elefante possa atingir seu
potencial, uma vez que em condições tropicais é comum se observar problemas de
fertilidade relacionados ao baixo teor de fósforo e à acidez dos solos, além de que os
demais nutrientes como o nitrogênio e potássio são identificados como limitantes para a
formação de adequados estandes de forrageiras (MONTEIRO, 1990).
O primeiro passo a ser dado para um correto manejo do solo é a amostragem de
solo, que permite se ter noção da fertilidade natural, possibilitando assim que técnicos
6
habilitados façam uma correta recomendação de calagem a adubação. Deve ser realizada
após o final do período chuvoso, época em que o custo de implantação da pastagem pode
ser reduzido pela diminuição do número de amostragens a serem feitas, além de
possibilitar ao produtor a aquisição de corretivos e fertilizantes nos meses de entressafra,
onde os preços costumam ser mais baixos (MARTINS et al., 2002).
Posteriormente a análise de solo deve-se realizar o preparo do solo, a correção da
acidez e a adubação de plantio, que quando bem desempenhados garantem um ambiente
adequado à brotação das gemas. As operações a serem realizadas são uma aração, seguida
de uma ou duas gradagens e a sulcagem.
2.2.1 Calagem e adubação de plantio
Após se constatar excessivas condições de acidez do solo, através da análise
química realizada a partir de uma correta amostragem do solo, se faz necessária a
aplicação de corretivos com antecedência ao plantio (MONTEIRO, 1990), pois o grupo
de forrageiras no qual o capim-elefante se inclui tem menor tolerância ao alumínio
trocável em relação a outros cultivares como os dos gêneros brachiaria, andropogon e
panicum (CARVALHO, 1985).
No estabelecimento desta gramínea, a calagem deve ser realizada a lanço, sobre
toda a área antes da aração, com 60 dias de antecedência ao plantio (MARTINS et al.,
2002). A quantidade recomendada pode ser determinada, para as condições tropicais do
Brasil, baseadas na neutralização do alumínio trocável e elevação do cálcio e magnésio
trocáveis ou na elevação da saturação em bases (MONTEIRO, 1990). Para o primeiro
caso, o teor de alumínio trocável deve ser multiplicado por 1, quando utilizados solos
arenosos (<15% de argila); por 2 para solos com textura média (15 a 35% de argila) ou
por 3 para solos argilosos (>35% de argila) enquanto que a soma do cálcio e magnésio
trocáveis é objetivamente elevada a 2 na maioria das culturas, inclusive para o capim-
elefante; a 1 em caso de culturas tolerantes à saturação de alumínio ou a 3 para culturas
sensíveis à saturação de alumínio. Pelo critério da saturação por bases, preconiza-se para
o capim-elefante a elevação desse índice para 60% (MONTEIRO, 1990; MARTINS e
FONSECA, 1998).
7
A adubação de plantio, segundo recomendações da Embrapa Gado de Leite, deve
ser realizada utilizando-se apenas fósforo, que é o elemento mais importante durante as
fases de germinação e estabelecimento, uma vez que o nitrogênio e o potássio utilizados
nesta fase podem ser supridos pela matéria orgânica que será mineralizada,
disponibilizando estes nutrientes (MARTINS et al., 2002).
Também se faz necessária a aplicação de micronutrientes anteriormente ao plantio
em regiões com comprovada deficiência. Segundo a Embrapa Gado de Leite, a
recomendação nestas regiões são as mesmas utilizadas no plantio do milho, ou seja, 30 a
50 kg/ha de FTE – BR12 (MARTINS et al., 2002).
2.2.2 Adubação de manutenção
A adubação de manutenção é a ação realizada durante a fase de utilização da
pastagem, para que a forrageira tenha o máximo desempenho produtivo com o menor
custo. É recomendada nessa fase a utilização de nitrogênio, fósforo e potássio, sendo o
nitrogênio considerado fundamental, pois este elemento é o principal responsável pelo
aumento da produção de matéria seca da pastagem (MARTINS et al., 2002).
Para esta fase, em pastagens de capim-elefante com taxa de lotação de 4 a 7
UA/ha/ano, a Embrapa Gado de Leite sugere adubações com 1.000 kg/ha/ano da fórmula
20-5-20.
2.3 Produção de Matéria Seca do Capim-Elefante
As gramíneas tropicais possuem potencial de produção de matéria seca de até
duas vezes mais do que das gramíneas temperadas, porém esses elevados níveis de
produção não são traduzidos em produção animal, indicando a existência de limitações no
aproveitamento e/ou na qualidade das plantas tropicais para a obtenção de altas
produtividades (CORSI, et al., 1998).
A interação entre genótipos e condições ambientais faz com que cada espécie
apresente potencial próprio de acúmulo de forragem, tornando-se necessário o
conhecimento, não somente em termos de produção total, mas, principalmente, pela sua
8
distribuição através dos meses do ano (FONTES et al., 1993). Em decorrência de sua
distribuição sazonal, uma das maiores dificuldades de se trabalhar com o capim-elefante
em sistemas intensificados é o aproveitamento efetivo da grande quantidade de matéria
seca produzida na época de crescimento ativo, principalmente com cargas fixas de
animais, devido às diferentes taxas de crescimento que ocorrem durante o ano (FARIA et
al., 1998).
O potencial de produção de matéria seca pode variar em virtude de interferências
de uma série de fatores, tais como diferença entre cultivares, intervalo, freqüência de
corte, disponibilidade de água, insolação, calor, eliminação do meristema apical, área
foliar remanescente após o pastejo etc, justificando assim as diferenças na produção de
matéria seca, que varia de 10 a 80 t/ha/ano, conforme relato de diversos pesquisadores.
Trabalhos realizados na ESALQ, em Piracicaba, com pastagens de capim-elefante
formadas há mais de 20 anos, demonstram produções de matéria seca total entre 30 a 40
t/ha durante o verão (SANTOS, 1993).
ANDRADE e GOMIDE (1971) relatam produções de 1.165 e 5.480 kg/ha de
matéria seca de capim-elefante, respectivamente, aos 28 dias e 56 dias de idade, sendo a
taxa de crescimento de 41,6 e 97,9 kg/ha/dia de matéria seca, para os mesmos intervalos.
Esses resultados são superiores aos resultados obtidos por VÉLEZ-SANTIAGO e
ARROYO-AGUILU (1981) em experimento realizado em Porto Rico, onde obtiveram
taxas de crescimento diário de 37,6 e 37,2 kg/ha/dia de matéria seca para os intervalos de
corte de 30 e 45 dias, respectivamente, utilizando capim-elefante cv. Mercker adubado. A
interpretação destes dados está intimamente relacionada à curva de crescimento das
gramíneas, onde plantas submetidas a ciclos mais longos produzem maior quantidade de
matéria seca, porém há também maior acúmulo de lignina, reduzindo assim seu valor
nutricional, devendo adequar-se o manejo às necessidades de qualidade e/ou quantidade
do sistema de produção. Outro fator a se considerar entre as diferentes produções obtidas
pelos autores é a possível diferença climática entre os diferentes locais experimentais.
BRITTO et al. (1966), observaram os efeitos da idade, aos 28, 42, 56, 70, 84 e 98
dias, sobre o capim-elefante, verificando redução na porcentagem de folhas, 70, 65, 54,
49, 47 e 35% respectivamente, conforme o aumento da idade, e um aumento na
porcentagem de caules na base da MS, 30, 35, 46, 51, 53, 65%, respectivamente,
9
conforme a idade da planta. Verificaram também o aumento do teor de FB e a diminuição
do teor de PB tanto nas folhas quanto nos caules com o aumento da idade. Entretanto,
apesar desses valores percentuais serem importantes, o conhecimento dos valores
absolutos de matéria seca proveniente de folhas verdes ou simplesmente da forragem
verde são mais bem relacionados com o desempenho animal.
Ao estudar a produção de MS foliar, com o objetivo de aumentar o consumo de
energia digestível e de manter a qualidade da forragem por maiores períodos,
MARASCHIN (1994) observou que animais sob pastejo contínuo em capim-elefante
anão cv. Mott, com ofertas de MS de lâminas foliares verdes (MSLFV) variando entre 10
a 14% PV, aumentavam a produção de perfilhos, chegando a obter 200 perfilhos/m2,
notando, por conseqüência, produção de 60 a 70 kg/ha/dia de MSLFV, correspondente a
mais de 11 t/ha de MSLFV, além de obter resíduo de 2.300 a 2.500 kg/ha de MSLFV,
respectivamente, garantindo ganhos médios diários de 1,0 kg/animal e ultrapassando 1,0
t/ha de ganho vivo.
ARONOVICH et al. (1983), comparando dez introduções de capim-elefante, em
condições de solos de cerrado no triângulo Mineiro, mostraram que a cultivar Napier
submetida a intervalos de corte de seis semanas foi a mais produtiva, atingindo produção
de 37.564 kg/ha/ano de matéria seca. Entretanto, quando foram utilizados intervalos de
corte de quatro semanas a produtividade foi menor.
Em trabalho realizado na Universidade Federal de Viçosa, ANDRADE et al.
(2000) avaliaram o efeito da combinação entre as doses 20, 50, 100, 200, 300, 350 e 380
kg/ha/ano de nitrogênio e 16, 40, 80, 160, 240, 280 e 304 kg/ha/ano de potássio sobre o
rendimento de matéria seca do capim-elefante. Eles observaram efeito marcante do N e K
sobre a produção de matéria seca, que variou de 2.549 a 4.731 kg/ha de MS,
respectivamente para a dose 20 e 380 de N e 16 e 304 de K, confirmando a influência
positiva destes elementos na produção de matéria seca.
2.4 Manejo de Capim-Elefante em Sistema de Pastejo Rotativo
Uma considerável fonte de nutrientes para vacas leiteiras nos trópicos são as
pastagens, principalmente se for considerado que nestas regiões ainda existem áreas
10
disponíveis para a produção animal (ASSIS, 1986) e que, segundo STOBBS (1976), são
eficientes fontes de alimentos para vacas produzindo leite, quando bem manejadas.
O pastejo é um ato natural realizado pelos animais que selecionam as partes mais
tenras do sistema foliar, sendo sua eficiência regulada por meio de ações realizadas pelo
homem. Além de ser um método de colheita, também age como tratamento para as
produções seguintes das forrageiras nos aspectos quantitativos e qualitativos
(NASCIMENTO Jr. e VILELA, 1981).
Para possibilitar pastejo mais seletivo, é necessário que se forneça maior biomassa
de forragem aos animais através de maior disponibilidade inicial, menor carga animal ou
por intervalo de pastejo maior. Porém é importante salientar que a oferta de pasto que
permita maximização do poder de seleção pelo animal pode significar baixa eficiência de
utilização do pasto, ocorrendo desperdício de grande quantidade de forragem
(PAULINO, 2000).
A forragem não consumida pelos animais reduz a quantidade de forragem para
pastejos subseqüentes devido ao envelhecimento desta, acarretando formação de
componentes não apetecíveis e desenvolvimento de invasoras de campo sujo.
Conseqüentemente geram-se sítios superpastejados onde o animal volta repetidamente,
devido à melhor qualidade da forragem. Estas situações, quando a lotação é constante,
provocam mudanças na pressão de pastejo, alterando de médio a curto prazo a altura, a
disponibilidade e a estrutura da pastagem, além de afetar o desempenho animal
(COUGHENOUR, 1991).
A pressão de pastejo, segundo HODGSON (1979), é a relação entre o peso em
matéria seca de forragem disponível e a lotação animal em uma determinada pastagem.
Tem por objetivo comparar taxas de lotação iguais em pastagens com diferentes
disponibilidades de forragem.
A pressão de pastejo é controlada por meio de ajustes da taxa de lotação.
Aumentando-se a taxa de lotação, ocorre decréscimo da quantidade de forragem
disponível. Como conseqüência, há diminuição na seletividade, podendo haver redução
da produção devida à quantidade de alimento/animal e aumento da produção ocasionado
pela quantidade de animais/área utilizada, até determinado ponto (VEIGA, 1990).
11
Ao se propor a utilização intensiva de bovinos leiteiros em pastos de capim-
elefante, deve-se avaliar qual o tipo de sistema a ser implantado. Um sistema não se
define apenas pelo período de ocupação, descanso ou resíduo pós-pastejo. Engloba
também fatores capazes de afetar a produção e a produtividade, tais como a variedade, a
composição química e física do solo, os níveis e as estratégias de adubação, o tipo de
solo, os animais a serem utilizados e a infra-estrutura da propriedade. O sistema, portanto,
é exclusivo de cada unidade produtora, sendo difícil a comparação direta de resultados
entre elas (FARIA et al., 1998).
O tipo de manejo indicado para se obter maior eficiência de utilização de
forrageiras de hábito de crescimento ereto, como é o caso do capim-elefante (BLASER et
al., 1973) é o sistema de pastejo rotativo intensivo que propõe o fornecimento apenas da
forragem que o animal irá consumir, padronizando o pastejo e resíduo pós-pastejo,
permitindo que a planta se restabeleça de forma uniforme, evitando áreas de sub e super-
pastejo, com conseqüente produção de forragem de qualidade homogênea.
Este sistema de pastejo baseia-se na relação entre o consumo animal e a fisiologia
das plantas forrageiras, estando intimamente relacionado à curva de crescimento das
plantas, que pode-ser dividida em três fases, sendo a primeira quando há baixa taxa de
crescimento e alta qualidade da forragem; a segunda, na qual o crescimento é mais rápido
e a qualidade permanece boa; e uma terceira, quando ocorre uma baixa taxa de
crescimento e baixa qualidade. Conclui-se assim que é na fase dois que ocorre
maximização tanto da produção quando da qualidade da forragem.
Além do aspecto produtivo, o sistema de pastejo tem influência econômica na
produção animal por unidade de área. Um bom sistema de pastejo deve possibilitar a
máxima eficiência de conversão de energia solar em produto animal.
A vantagem do sistema de pastejo rotativo intensivo é a de possibilitar uma
maior eficiência na reciclagem de nutrientes do solo, uma vez que a carga animal
instantânea é maior, acarretando melhor distribuição dos excrementos. Estudos mostram
que as fezes frescas possuem aproximadamente 0,45% de N, 0,23% de P2O5 e 0,45% de
K2O na base da MS (MANUAL, 1988), que se reciclam no campo, funcionando como
um armazenador de nutrientes que são retirados e liberados ao longo do tempo.
12
2.5 Período de Ocupação da Pastagem de Capim-Elefante em Sistema Rotativo
Para se estabelecer o pastejo rotativo é necessário definir os períodos de ocupação
e descanso dos piquetes determinando-se o número de piquetes (CÓSER et al., 1998).
Também se faz necessário o conhecimento do equilíbrio entre quantidade e
qualidade da forragem que permita desempenho favorável no aumento de produção de
leite por animal e por área (CÓSER et al., 1999).
Segundo CÓSER et al. (1999), uma boa pastagem de capim-elefante na época
chuvosa do ano comporta taxa de lotação de 3 a 4 UA/ha. LUCCI et al. (1972)
demonstraram que pastagens de capim-elefante sob taxa de lotação de 3,6 vacas/ha têm
capacidade de fornecer nutrientes necessários para produção de leite de 11,6 kg/vaca/dia.
VELOSO & FREITAS (1973) recomendam taxa de lotação de 4,8 UA/ha, semelhante à
lotação de 4,7 UA/ha sugeridas por DERESZ e MOZZER (1990), durante a época das
águas.
Em experimento realizado em Vassouras, RJ, CÓSER et al. (1999) concluíram
que o período de ocupação dos piquetes de pastagens de capim-elefante pode variar de
um a cinco dias sem prejuízo para a produção de leite por animal e por hectare. Após
testarem 1, 3 e 5 dias, com trinta dias de descanso e taxa de lotação de 4 UA/ha,
obtiveram produções de 14.568, 14.448 e 14.352 kg/ha de leite, somando-se as produções
da época chuvosa e seca do ano, respectivamente.
FONSECA et al. (1998), em experimento realizado em Leopoldina, MG, testaram
períodos de ocupação dos piquetes de 3, 5 e 7 dias sob pastagem de capim-elefante
adubada com 200 kg/ha de N e K2O, com 30, 30 e 28 dias de descanso respectivamente,
utilizando quatro vacas/ha e também não observaram prejuízos em nenhum dos três
tratamentos sobre a produção média de leite por ciclo de pastejo, respectivamente, de
1.161, 1.176 e 1.216, conforme os diferentes períodos de ocupação, recomendando para
pastagens de capim-elefante cv. Napier manejado em pastejo rotativo, período de
ocupação do piquete de 3 a 7 dias com 28 dias de descanso.
13
2.6 Período de Descanso de Pastagens de Capim-Elefante em Sistema Rotativo
Um fator importante no sistema de pastejo rotativo é o período de descanso que,
além de interferir na qualidade da forragem, é este o fator que determina o número de
piquetes e, portanto, o investimento em cercas e outras benfeitorias.
Para maior eficiência, segundo BLASER et al. (1973) e MORLEY (1981),
gramíneas de hábito ereto, como o capim-elefante, devem ser manejadas sob pastejo
rotativo, devendo-se interromper o pastejo em determinado momento para que ocorra a
recomposição foliar. A área foliar remanescente pós-pastejo influencia na velocidade e
intensidade do rebrote, propiciando assim o período de descanso suficiente para a
recuperação das plantas, razão pela qual devem ser evitados sistemas de manejo nos quais
ocorrem sobras de forrage ou pastejos severos.
Resultados obtidos por DERESZ (1994), através de seis ciclos de pastejo
simulado mensalmente em diferentes períodos de descanso (30 e 45 dias), realizados na
estação chuvosa entre dezembro de 1991 e maio de 1992, verificaram o efeito do período
de descanso sobre a composição química e a digestibilidade in vitro da matéria seca
(DIVMS) do capim-elefante. Os teores percentuais de PB (15,5%) e a DIVMS (68,5%)
aos 30 dias foram maiores que aos 45 dias,13,5 e 65,1%, ao contrário do ocorrido com os
teores de MS, FDN e FDA, que aumentaram de 17,5 para 18,3%, de 66,3 para 68,2% e de
38,6 para 42,5%, respectivamente, indicando menor valor energético da forragem com 45
dias de descanso.
DERESZ e MATOS (1996) avaliaram a produção de leite em três períodos de
descanso (30, 37,5 e 45 dias), em experimento realizado com vacas mestiças Holandês x
Zebu em pastagem de capim-elefante, com taxa de lotação de 5 vacas/ha e uso de
suplementação com concentrado, não observando diferenças significativas entre os
diferentes períodos de descanso (30; 37,5 e 45 dias), apesar de observarem que a cada dia
após o trigésimo dia de descanso havia queda de 70 kg/ha de leite.
Em trabalho realizado em Coronel Pacheco, MG, semelhante ao descrito
anteriormente, porém com fornecimento de 2 kg/vaca/dia de concentrado e mistura
mineral, foram observadas produções médias de leite de 14,4; 13,6 e 13,0 kg/vaca/dia,
respectivamente, conforme o período de descanso. Também foi incluído um tratamento
14
com vacas mestiças Holandês x Zebu, com período de 30 dias de descanso, sem o
fornecimento de suplementação com concentrado, obtendo-se produção média de 13,1
kg/vaca/dia de leite (DERESZ et al., 1998).
2.7 Produção de Leite a Pasto
No Brasil, a maior parte dos produtores do setor leiteiro vem utilizando sistemas
de produção de leite a pasto sem planejamento e controle, sendo comparativamente,
menos eficientes em produtividade e custo de produção em relação a outros países da
América do Sul.
Segundo VILELA (1998), com a abertura do Brasil à economia internacional,
houve necessidade de se abandonar o modelo tradicional e extrativista de produção,
adotando-se um mais empresarial, competitivo e auto-sustentável, implicando também na
necessidade de se substituir os fatores primários por capital e tecnologia.
Conclui-se então que são necessárias mudanças radicais para aumento de
produtividade na cadeia do leite, uma vez que a intensificação da produção de leite a
pasto é viável.
As forrageiras tropicais, quando bem manejadas, têm potencial para suportar
produções diárias de até 13 kg/vaca/dia de leite, respeitando-se a taxa de lotação de cada
pastagem, sem a utilização de suplementação com concentrado. Contudo, produções
acima de 15 kg/vaca/dia não foram atingidas em pastagens tropicais, mesmo quando
utilizadas diversas estratégias de manejo (COWAN et al., 1993).
Deve-se considerar ainda que podem existir diferenças de produção entre
forrageiras utilizadas para a produção de leite. Assim, ARONOVICH et al. (1965) e
CARDOSO (1977), em trabalho realizado com diferentes gramíneas, obtiveram, para o
capim-angola, produções de leite de 10,5 kg/vaca/dia e para o capim-elefante de 13,0
kg/vaca/dia. Em experimento realizado sob pastagens de capim-pangola e capim-gordura,
observaram produções de 10,0 e 9,1 kg/vaca/dia de leite, respectivamente, para as duas
cultivares. Possivelmente essas diferenças refletem a maior quantidade de forragem
disponível do capim-elefante, proveniente da sua maior taxa de crescimento.
15
A Embrapa Gado de Leite vem realizando experimentos com a utilização do
capim-elefante, cv. Napier sob pastejo e produções de 15.000 kg/ha/ano de leite,
utilizando suplementação volumosa à base de cana-de-açúcar enriquecida com 1% de
uréia e concentrado fornecido de acordo com a produção média da vaca, para rebanhos
com produções médias de 10 a 14 kg/vaca/dia, e silagem de milho ou sorgo e forrageiras
de inverno para rebanhos cujas produções são superiores as acima mencionadas
(MARTINS, 1998).
Os resultados acima podem ser confirmados pelos obtidos por CÓSER (1997),
que utilizou pastagens constituídas por esta gramínea, com produções superiores a 11
kg/vaca/dia para vacas mestiças Holandês x Zebu, utilizando adubação anual de 200
kg/ha de N e de K2O, em sistema de pastejo rotativo com taxas de lotação de 4 UA/ha e
30 dias de descanso.
DERESZ e MOZZER (1994), usando vacas mestiças Holandês x Zebu sob
utilização rotacionada em pastagem de capim-elefante, durante a estação chuvosa,
encontrou produções de 15.000 kg/ha/180 dias de leite.
DERESZ et al. (1994) obtiveram, durante a estação chuvosa do ano, produções
diárias de 12 a 14 kg/vaca de leite sem o fornecimento de concentrado em pastagem de
capim-elefante manejado em sistema de pastejo rotativo com período de 30 dias de
descanso e adubação de 200 kg/ha/ano de N e de K2O, níveis estes que, segundo
DERESZ (2001), estão próximos ao limite máximo de produção de leite a pasto com
forrageiras tropicais c om vacas de alto potencial genético, que correspondem a
produções de 4.500 kg/lactação, destacando-se ainda, a semelhança destes resultados aos
obtidos por COWAN et al. (1993), ALVIM et al. (1996) e VILELA et al. (1996)
trabalhando com vacas da raça Holandês, descartando-se o efeito de suplementação com
concentrado.
Outro patamar de produção de leite sob pastejo pode ser obtido com práticas
envolvendo maior nível tecnológico, conforme demonstrado por CRUZ FILHO et al.
(1996), que registraram produções acima de 30.000 kg/ha/ano, em pastagens irrigadas de
capim-elefante com taxas de lotação em torno de 7 vacas/ha, no N do Estado de Minas
Gerais. Neste estudo foram utilizados vacas mestiças com produção média superior a 10
kg/vaca/dia, recebendo 1 kg de concentrado para cada 2 kg de leite produzido acima de
16
10 kg e cana-de-açuúar com 1% de uréia mais silagem de milho durante a estação seca do
ano.
FONSECA et al. (1998), em experimento realizado com vacas mestiças Holandês
x Zebu em pastagens capim-elefante, adubadas com 200 kg/ha/ano de N e de K2O e 50
kg/ha/ano de P2O5, com taxa de lotação de quatro vacas/ha, suplementadas com 1,0 kg de
concentrado na época chuvosa e 2,0 kg de concentrado mais cana-de-açúcar à vontade
enriquecida com 1% de uréia na época seca do ano, durante os anos de 1993 a 1996,
obtiveram produções de 11.860 kg/ha para a época chuvosa e 12.120 kg/ha para a época
seca do ano em 93/94 e 12.021 kg/ha durante a época das chuvas e 10.536 kg/ha na época
seca do ano em 94/95, sendo estes valores inferiores aos relatados por MARTINS et al.
(1994) de 17.000 kg/ha e CÓSER et al. (1997) de 14.500 kg/ha.
As diferenças produtivas entre as duas épocas do ano podem ser reduzidas com a
utilização de forrageiras com elevada capacidade de produção durante a época seca do
ano, ou a utilização de culturas para suplementação neste período, como a cana-de-
açúcar. Nesse sentido, ROCHA (1988) conduziu experimento em Coronel Pacheco, MG,
e encontrou, para a época seca do ano, produções de 11,2 kg/vaca/dia para vacas
mantidas em sistema de pastejo em capim-elefante e capim-angola suplementadas com
2,0 kg de concentrado; 10,4 kg/vaca/dia para vacas pastejando apenas o capim-elefante,
suplementadas com 20 kg/vaca/dia de cana-de-açúcar com 1% de uréia e 2 kg de
concentrado e 9,6 kg/vaca/dia para os animais pastejando capim-elefante, suplementados
com 2 kg de concentrado mais cana-de-açúcar com 1% de uréia fornecida a vontade.
Conclui que a produção de leite das vacas alimentadas com capim angola foi
significativamente maior em relação àquelas que receberam cana-de-açúcar a vontade,
sendo o resultado de produção de leite das vacas suplementadas com 20 kg de cana-de-
açúcar igual aos demais tratamentos. Observa-se que os resultados, apesar da utilização
de diferentes formas de fornecimento de cana-de-açúcar, não tiveram diferenças
significativas na produção de leite, o que sugere o uso de uma quantidade fixa de cana-de-
açúcar de 20 kg/vaca/dia.
VICENTE-CHANDLER (1973) em estudos realizados com capim-elefante
demonstrou produções de 10 l/vaca/dia, correspondendo a 3.000 l/lactação com teor de
17
gordura de 3,8%, semelhante àquelas obtidas por NOLLER (1964), utilizando volumosos
de boa qualidade.
Apesar de vários trabalhos descreverem a produção de leite a pasto, poucos estudos
mostram a influência da utilização do capim-elefante sobre a duração da lactação.
Neste sentido, CARO-COSTAS e VICENTE CHANDLER (1969) obtiveram
média para produção de leite, utilizando vacas da raça Holandês, de 10,5 kg/vaca/dia
durante 8 meses de lactação, em pastagem de capim-elefante com taxas de lotação de 2,5
vacas/ha, porém observaram declínio da produção de leite conforme o avanço da lactação.
No intuito de comparar a relação entre diferentes taxas de lotação e a produção de
leite em pastagem de capim-elefante na época chuvosa do ano, DERESZ (1990) testou,
utilizando vacas mestiças Holandês x Zebu em sistema de pastejo rotativo, três taxas de
lotação (5, 6 e 7 vacas/ha) e período de ocupação dos piquetes de três dias com trinta dias
de descanso. No período de dezembro de 1989 a janeiro de 1990, vacas com produções
acima de 12,0 kg/dia receberam suplementação de concentrado, na base de 1,0 kg para cada
2,0 kg de leite produzido acima de 12 kg. De fevereiro a maio de 1990, todas as vacas
receberam, como complemento da pastagem, capim-elefante picado. Concluiu-se que
quando a taxa de lotação de 7 vacas/ha foi utilizada, a produção de leite foi menor,
apresentando média de 9,7 kg/vaca/dia, o que indica que esta taxa de lotação foi muito alta,
refletindo na diminuição da produção por vaca, uma vez que as médias obtidas com taxas
de lotação de 5 e 6 vacas/ha foram superiores, respectivamente, de 10,5 e 11 kg/vaca/dia.
2.8 Fatores Relacionados à Composição do Leite
No extrato seco do leite, encontram-se os teores de proteína, lactose e gordura,
que são os componentes responsáveis pela cor, sabor e consistência do leite. Representam
cerca de 12 a 13% da composição láctea e em seus níveis normais apresentam 3
a 4% de proteína, 4,8 a 5,2% de lactose e 3,5 a 5,3% de gordura.
18
2.8.1 Teor de Gordura do Leite
A gordura é o componente do leite que sofre as maiores oscilações. Sua
amplitude de variação oscila entre 2 e 3%. Além de sua variação entre raças e
indivíduos, sua porcentagem varia no próprio animal de uma ordenha para
outra, elevando-se progressivamente durante o tempo de duração da ordenha
(MAYNARD e LOOSLI, 1966). Também, pode-se atribuir a variação do teor de
gordura ao estádio de lactação e a condição corporal ao parto das vacas, pois
nas primeiras semanas de lactação a porcentagem de gordura no leite é alta,
caindo nos três a quatro meses seguintes, e volta a aumentar gradativamente,
vacas parindo com escore corporal adequado (entre 3 e 4) apresentam teores de
gordura no leite maiores do que vacas com condições abaixo de três (SOUZA,
2000). Porém, fatores nutricionais, como a relação volumoso: concentrado, a
quantidade de fibras efetivas e o tipo de concentrado, são os maiores
responsáveis por estas variações (KNORR, 2002).
Suplementações com altos teores de fibras (forrageiras) é um dos
principais fatores de aumento do teor de gordura no leite, uma vez que as fibras
estimulam a produção de ácido acético, precursor da gordura do leite (KNORR,
2002).
2.8.2 Teor de proteína do leite
A proteína também é um dos componentes do leite que pode sofrer
alterações nos seus níveis. Sua amplitude de variação é bem menor em relação à
gordura, oscilando entre 0,3 e 0,4%, influenciada por fatores genéticos e
principalmente pela síntese de aminoácidos, sendo a lisina e a metionina os
mais limitantes na produção de leite (KNORR, 2002).
Antagonicamente ao teor de gordura, o teor de proteína do leite é
estimulado pela presença de ácido propiônico (KNORR, 2002).
19
2.9 Fatores Relacionados ao Intervalo entre Parto Primeiro Cio
Usualmente o consumo de MS no período inicial da lactação é cerca de 15%
menor em relação aos períodos seguintes, mesmo que a produção de leite seja igual
(NRC, 1989).
A lactação atinge seu pico entre a 4.ª e 8.ª semana, enquanto que o consumo de
MS ocorre entre a 10.ª e 14.ª semana. Por isso, no início da lactação, o animal permanece
em balanço energético negativo, compensando-o com a mobilização de tecidos
corporais.(BALSALOBRE et al.,1994). Conseqüentemente ao balanço energético
negativo, o animal reduz a atividade ovariana, interferindo em sua eficiência produtiva.
Cada indivíduo dispõe de particularidades para regulação de seu balanço energético,
portanto, não se pode correlacionar a atividade ovariana com a produção de leite, ou com
mudanças ocorridas no consumo de MS (BUTLER e SMITH, 1989).
Ocorre que no início da lactação há rápido aumento da utilização da glicose na
glândula mamária para a produção de lactose do leite, reduzindo assim a concentração de
glicose e insulina no plasma sangüíneo. O baixo nível de insulina tem como conseqüência
a lipólise do tecido adiposo e a produção de corpos cetônicos, responsáveis pela redução
da concentração de gonodotrofinas (GnRH) (BUTLER e SMITH, 1989). Conclui-se,
então, que a liberação de GnRH em vacas em balanço energético negativo é reduzida
(VASCANCELOS, 1992). O GnRH, por sua vez, é o responsável pela liberação do
hormônio luteinizante (LH) da hipófise, que tem como papel o restabelecimento da
atividade ovariana (BUTLER e SMITH, 1989). Desse modo o animal inicia a atividade
ovariana quando o banlaço energético atinge níveis próximos a zero. Portanto, quanto
mais acentuado o balanço energético negativo, mais demorado será o reinício do ciclo
estral. (BALSALOBRE et al.,1994).
BALSALOBRE et al. (1994), em trabalho realizado com vacas da raça Holandesa
e Pardo Suíço sob pastejo rotativo em capim-elefante verificaram que, em média, o início
da atividade luteal se realizava aos 52 dias pós-parto, não observando correlações entre o
20
dia de início da atividade luteal e o pico de lactação, ocorrida em média no trigésimo dia
pós-parto.
2.10 Efeito da Suplementação da Pastagem com Concentrado na Produção de Leite
No Brasil, a maioria dos solos das bacias leiteiras, dedicados à produção de
forrageiras, tanto para corte como para pastejo, se encontram degradados ou erodidos,
devido à intensa extração de nutrientes com as produções agrícolas do passado. Hoje, os
solos onde não são feitas as devidas correções e a reposição de nutrientes mantém apenas
gramíneas, como as braquiárias, pouco exigentes em fertilidade e, conseqüentemente, em
nutrientes. Para conseguir alguma produção de leite nessas condições, o produtor é
obrigado a utilizar alimentos concentrados para adequar a dieta de vacas em lactação.
Porém pastagens tropicais bem manejadas podem, potencialmente, suportar
produções diárias de leite de cerca de 12 kg/vaca, sem suplementação (STOBBS, 1971;
DERESZ et al., 1994). Mas forrageiras tropicais limitam a produção de vacas de alto
potencial, principalmente devido a baixa digestibilidade e baixo consumo (COWAN,
1996).
É necessário para qualquer sistema de produção animal a adequação da equação
entre suprimento e demanda por alimento, devendo haver sempre alimentos disponíveis e
em oferta, qualitativamente e quantitativamente, suficientes para a atender a demanda do
rebanho (SILVA e PEDREIRA, 1997). Para atender este aspecto, se faz necessário
lançar-se mão de técnicas que possibilitem o alcance deste objetivo, como por exemplo, a
suplementação animal a pasto. A suplementação consiste no fornecimento de rações
balanceadas em quantidades que atendam a demanda diária dos animais, devendo ser
realizada individualmente, respeitando o potencial genético de cada animal (PERES,
2002).
A suplementação com alimentos concentrados permite aumento sensível de
produção, tendo em vista que apresentam alta concentração energética em relação aos
alimentos volumosos e amplia a disponibilidade de proteína metabolizável, além de
possuir maior palatabilidade, apresentar baixos incrementos calóricos, oferecer
facilidades de manuseio e, quando utilizados coerentemente, também adquirem
21
competitividade econômica. A importância do concentrado na dieta das vacas em
lactação será maior ou menor conforme o potencial de produção de leite do animal, sendo
fundamental a suplementação com concentrados para animais cuja produção supere 4.500
kg/vaca/lactação. A utilização de alimentos concentrados como suplementação de
pastagens deve estar relacionada ao custo, a quantidade utilizada e a participação da
forragem na dieta, sendo sua maior utilização em ocasiões onde o preço do concentrado
for baixo, em regiões onde o leite é bem remunerado, aliado a uma maior produção de
leite/vaca/dia. A utilização de concentrados de boa qualidade também influi sobre o custo
de produção. O uso de concentrados na suplementação de pastagens tropicais vem a ser
economicamente viável quando relacionada à qualidade do pasto, com o potencial
genético do rebanho e com a duração do período de avaliação. COWAN (1995) observou
respostas de 1,0 a 1,4 kg de leite por kg de concentrado para lactações completas e apenas
0,3 a 0,6 kg de leite por kg de concentrado para avaliação de curta duração.
A produção de leite pode ter seus custos reduzidos, consideravelmente, quando
utilizados sistemas alternativos de uso de forrageiras, como o pastejo rotativo. As
diferentes alternativas de utilização de alimentos volumosos de alto valor nutritivo, em
combinação com diferentes formulações de concentrados, podem proporcionar aumento
na densidade energética da dieta total, reduzindo o déficit energético das vacas de alto
potencial de produção de leite no início da lactação.
Porém o consumo de alimento pode, muitas vezes, resultar na diminuição da
ingestão de forragem devido ao efeito substitutivo, onde a redução do consumo de
forragem é expressa como uma proporção da quantidade do alimento alternativo
consumido (REIS et al., 1997). Podemos, então, definir o coeficiente de substituição
como sendo a relação entre o decréscimo no consumo de forragem e a qualidade de
suplemento consumido.
VILELA et al. (1980) avaliaram os efeitos da suplementação sobre a produção de
leite de vacas manejadas em pastagem de capim-gordura (Melinis minutiflora), tendo
verificado aumento de produção no leite em animais suplementados com alimentos
concentrados. Observaram também que quando fornecido aos animais o farelo de soja
como alimento protéico, o consumo de forragem não foi afetado, porém o fornecimento
de milho desintegrado com palha e sabugo, puro ou associado a 20% de farelo de soja,
22
fez o consumo de forragem decrescer, apesar de não serem observadas diferenças
significativas entre os tratamentos. Concluíram que os coeficientes de substituição
calculados evidenciaram redução no consumo de capim gordura em resposta à inclusão
de milho desintegrado com palha e sabugo na dieta, enquanto o farelo de soja
proporcionou pequeno aumento no consumo. Este fato, provavelmente, foi devido à
elevação da digestibilidade do capim, acarretada pelo fornecimento de N suplementar
para os microrganismos do rúmen e ao suprimento de aminoácidos. Quando a
disponibilidade de forragem é alta, o fornecimento de suplemento energético aumenta o
consumo total, porém diminui a ingestão de forragem. Se a diminuição no consumo de
forragem for igual à quantidade do concentrado consumida, o coeficiente de substituição
será igual a um (1) e o suplemento terá pouco efeito na produção. Ao contrário, se o
suplemento não tem efeito no consumo de forragem, o coeficiente de substituição será
igual a zero e haverá benefício integral de seu uso (REIS et al., 1997). ROCHA (1988)
avaliou o consumo de nutrientes em pastagens de capim-elefante de 27 vacas mestiças
suplementadas com diferentes tipos de alimentos na época seca do ano. Os tratamentos
foram: T1, onde os animais receberam uma dieta básica composta por pastejo em capim-
elefante mais 2 kg/concentrado mais pastejo em capim angola; T2, dieta básica mais 20
kg de cana-de-açúcar com 1% de uréia; e T3, dieta básica e cana-de-açúcar com 1% de
uréia a vontade. As produções médias de leite, corrigido para 4% de gordura, foram de
11,2, 10,4 e 9,6 kg/vaca/dia, respectivamente, para cada tratamento. Concluiu-se que os
animais que consumiram capim angola tiveram produção significativamente maior do
que aqueles que consumiram cana-de-açúcar limitado a 20 kg/vaca/dia.
VILELA et al. (1996) compararam um grupo de vacas mantidas em pastagem de
coast-cross, recebendo 3 kg/vaca/dia de concentrado com outro grupo de vacas mantidas
estabuladas recebendo dieta completa com cerca de 6 kg/vaca/dia de concentrado. O
grupo mantido a pasto teve produção média de leite de 4.600 kg, em 280 dias, enquanto o
grupo confinado produziu 5.760 kg/leite/vaca. Neste ensaio, a margem bruta obtida com
o grupo sob pastejo foi 32% acima daquela obtida com o grupo confinado.
Comparando o fornecimento de 3 ou 6 kg/vaca/dia de concentrado para vacas da
raça Holandesa, manejadas em pastagem de coast-cross, com 30 dias de descanso, em
experimento realizado com as mesmas características do trabalho anterior, ALVIM et al.
23
(1996) obtiveram produções médias de leite de 16,6 e 19,6 kg/vaca/dia, respectivamente, na
época seca do ano, e 17,4 e 20,5 kg/vaca/dia na época chuvosa.
ALVIM et al. (1999) forneceram 1.620 kg de concentrado/vaca, distribuídos em 270
dias de experimento, onde um grupo de vacas da raça Holandesa recebeu uma quantidade de
concentrado fixa de 6 kg/vaca/dia, e um segundo grupo recebeu 9, 6 e 3 kg de
concentrado/vaca/dia no 1º, 2º e 3º trimestre da lactação, respectivamente. As produções
médias de leite não foram significativas: 18,5 e 19,8 kg/vaca/dia, respectivamente, para os
tratamentos com quantidade fixa e variável. O grupo que recebeu quantidades maiores no
início da lactação, apesar da maior produção de leite nessa fase inicial, mostrou menor
persistência em função da quantidade reduzida fornecida no final da lactação. É bom destacar
que neste experimento outros fatores que influenciam na vida produtiva do animal, como a
eficiência reprodutiva, não foram avaliadas, apesar de uma maior suplementação no período
inicial da lactação poder influenciar no desempenho reprodutivo.
DERESZ (2001), em experimento utilizando vacas mestiças Holandês x Zebu em
área exclusiva de capim-elefante com taxa de lotação de 4,5 vacas/ha e adubada com 200
kg/ha de N e de K2O, testou sob pastejo sem o fornecimento de suplementação e fornecendo
2 kg de concentrado/vaca/dia, não observando diferenças significativas entre eles. Foram
obtidos: 13,4 kg/vaca para os animais suplementados e 11,9 kg/vaca para aqueles que não
receberam suplementação durante a duração do experimento.
Esses resultados sugerem que o capim-elefante, quando utilizado em pastejo rotativo
durante a época chuvosa do ano e com altos níveis de adubação, possibilita a obtenção de
altas produções de leite por área e, conforme trabalhos já conduzidos anteriormente, é capaz
de suprir nutrientes para mantença e produção diária de até 12 kg de leite/vaca durante a
época chuvosa.
2.11 Fatores Relacionados à Composição Química e Digestibilidade do Capim-
Elefante
A definição mais adequada de qualidade da forragem é a que relaciona o
desempenho do animal com o consumo de alimento e, neste contexto, tem-se o valor
24
nutritivo referente ao conjunto formado pela composição química da forragem, sua
digestibilidade e a natureza dos produtos de digestão (REIS et al., 1993).
Forragens de alta qualidade devem fornecer energia, proteína, minerais e
vitaminas para atender às exigências dos animais em pastejo. A composição química
pode ser utilizada como variável de qualidade das espécies forrageiras, contudo deve-se
ter em mente que tal composição é dependente da idade da planta e de aspectos de
natureza genética e ambiental mas não deve ser utilizado como único determinante da
qualidade de uma pastagem.
A distribuição dos diversos componentes químicos nas plantas variam nos
diferentes tecidos e órgãos em razão de especificidade da organização física das células
vegetais. Entretanto, de um modo geral, os principais constituintes químicos das plantas
forrageiras podem ser divididos em duas grandes categorias: aqueles que compõem a
estrutura da parede celular, que são de menor disponibilidade no processo de digestão, e
aqueles contidos no conteúdo celular, de alta disponibilidade. Os componentes do
conteúdo celular envolvem substancias solúveis ou levemente solúveis em água, como
amido, lipídios e algumas proteínas que são digeridas tanto por enzimas de
microorganismos quanto por aquelas secretadas pelo aparelho digestivo dos animais. Já
os componentes da estrutura da parede celular incluem em sua maior parte carboidratos e
outras substâncias como a lignina cuja digestão é totalmente dependente da atividade
enzimática dos microorganismos do trato gastrointestinal dos ruminantes (VAN SOEST,
1994).
Para a obtenção de forragens de qualidade superior, é fundamental que sejam
conhecidos os efeitos dos diferentes fatores de meio, a fim de que se possa adequar
medidas de manejo visando atingir estes objetivos. Assim, aspectos como a
individualidade das espécies, o estágio de desenvolvimento da planta e a idade de corte,
além da influência de fatores ambientais como clima e solo, são decisivos para a
qualidade da forragem (HEATH et al., 1985).
Em temperaturas entre 30ºC e 35ºC há maior desenvolvimento das forrageiras
tropicais, resultando também em crescimento considerável dos colmos, ocasionando
diminuição na porcentagem de folhas, e que, por sua vez. resulta no aumento dos
carboidratos estruturais, diminuindo a digestibilidade da planta. Com o aumento da idade
25
de rebrota há também aumento no comprimento do colmo, no número de folhas mortas e
uma diminuição da relação folha/colmo. Condições ambientais e diferenças entre
espécies afetam a composição química da planta forrageira (NORTON, 1982).
Outrossim, com o aumento da idade da planta, sua atividade metabólica tende a
diminuir, reduzindo assim a síntese de compostos protéicos, ocasionando efeito negativo
no teor protéico e na DIVMS das espécies tropicais. Em gramíneas tropicais, utilização
de intervalos longos entre cortes resulta em maior produção de matéria seca, porém a
produção de colmos e o teor de fibra bruta na matéria seca produzida também aumentam
(OMALIKO, 1980). São observados também aumentos nos teores de FDN, FDA e
lignina, ocasionando redução de seu valor nutritivo.
A comparação feita por DERESZ (1999), entre diferentes trabalhos realizados por
Silveira et al. (1973), Grant et al. (1974) e Azevedo (1985), constatou que, aos 60 dias de
idade, os valores de DIVMS encontram-se em torno de 55 a 60% e os teores de PB
inferiores a 10,6%, concluindo sobre a rápida perda do valor nutritivo do capim-elefante
com aumento da idade. Pode-se observar também a composição química de outras
gramíneas, conforme os trabalhos de CASTRO et al., (1998) que avaliaram a produção
de matéria seca e o teor de proteína bruta da cultivar Florico (Cynodon nlemfuensis) em
seis diferentes idades de corte, donde podemos concluir que quanto menor o intervalo
entre cortes, menor a produção de matéria seca total, porém maior o seu valor nutritivo.
Segundo ARROYO-AGUILÚ et al. (1975), HERRERA (1980) e GOMIDE (1996), os
valores absolutos dos teores de carboidratos estruturas, que aumentam com a idade da
planta, estão relacionados com a espécie, o tipo de manejo e os fatores climáticos. A
síntese dos compostos estruturais pode ser favorecida pela ocorrência de elevação de
temperatura, e quando unidos, observa-se crescimento mais rápido da planta resultando
em aumento da fração da parede celular.
2.12 Fatores Relacionados ao Consumo de Matéria Seca de Capim-Elefante
As pastagens constituem a base da dieta dos ruminantes na grande maioria dos
sistemas de produção das regiões tropicais e a eficiência da utilização dessas plantas
forrageiras pelos animais está na dependência de vários fatores, entre os quais podemos
citar, como mais significativos, a qualidade e a quantidade de forragem disponível na
26
pastagem e o potencial do animal. Quando a disponibilidade de forragem e o potencial
animal não são limitantes, a qualidade da pastagem é definida pela produção por animal,
estando diretamente relacionada com o consumo voluntário e com a disponibilidade dos
nutrientes contidos na mesma (REIS et al., 1993). Os baixos níveis de produção animal
em pastagens tropicais têm sido associados com a baixa qualidade da forragem disponível
em termos de consumo voluntário e digestibilidade. As interações de características
químicas e físicas da forragem, com mecanismos de digestão, metabolismo e consumo
voluntário, determinam o consumo de energia e o desempenho animal (RODRIGUES,
1986).
Da qualidade nutritiva da forragem, 70% depende do consumo voluntário e
apenas 30% da digestibilidade, se consumo e digestibilidade forem considerados como
componentes do valor nutritivo. Por outro lado, os mecanismos que controlam estes
fatores são diferentes, podendo variar independentemente (CORSI, 1986). O consumo
potencial de forragem deve ser o fator mais importante na avaliação de uma forrageira.
Trabalhos realizados com capim-elefante revelam consumo potencial de 2,0 a
2,3% do peso vivo, correspondendo a cerca de 9 a 12 kg de matéria seca por dia para um
bovino adulto, consumo este baixo quando comparados a consumos de 3,5% relatados
para forrageiras temperadas, diferença esta devida a fatores da natureza e composição
celular das plantas tropicais (FARIA, et al., 1998).
O consumo de matéria seca pelo animal pode sofrer influência direta ou indireta
dos valores de PB, FDN e FDA, variáveis estas que se destacam na análise qualitativa das
espécies de gramíneas, e que são obtidos através da avaliação bromatológica e do valor
nutritivo das plantas forrageiras. (VAN SOEST et al., 1984). O consumo de MS de
forragem aumenta conforme aumentam do valores de DIVMS até aproximadamente 65%,
expresso em porcentagem do peso vivo do animal. A disponibilidade de forragem,
digestibilidade da MS e teor de FDN são fatores que afetam o consumo de MS
(DERESZ, 1999).
CARO-COSTAS et al.(1961) relatam o maior consumo do capim-elefante sob
pastejo em relação ao capim-elefante picado, com médias de 2,60% e 2,37%
respectivamente, demonstrando o potencial do capim-elefante para a produção de leite,
27
principalmente sob pastejo, visto que uma vaca de 500 kg de peso vivo pode consumir
13,0 kg/dia de MS.
DERESZ et al. (1993) avaliaram o efeito de diferentes períodos de descanso sobre
a produção de leite em pastagens de capim-elefante e estimaram também o consumo de
pasto ao longo do ano, por meio da técnica do óxido crômico. Na estação chuvosa foram
fornecidos aos animais apenas pasto como volumoso e 20 kg/vaca/dia de suplementação
volumosa constituída de cana-de-açúcar picada com 1% de uréia na estação seca do ano,
fornecida entre as ordenhas. Observaram consumo de capim-elefante na época chuvosa
(abril a maio) de 9 a 10,5 kg/vaca/dia de MS, nos piquetes pastejados a cada 30 dias,
reduzindo para cerca de 6 kg na época seca do ano (julho a agosto).
2.13 Fatores Relacionados à Disponibilidade de Matéria Seca do Capim-Elefante
A disponibilidade de matéria seca total expressa em kg/ha é definida pela
produtividade de matéria seca determinada por amostragem na área de pastagem antes da
entrada dos animais nos piquetes. Essa medição serve como importante variável para a
determinação da taxa de lotação de pastagem que permita o máximo desempenho animal,
sem comprometer o estado vegetativo da forrageira para pastejos subseqüentes
(HILLESHEIM, 1987).
PERES (2002) cita os experimentos de Silva (1993) que avaliou a disponibilidade
de capim-elefante anão sob pressão de pastejo média, a uma altura de 20 cm do solo. Os
valores médios encontrados foram de 3.835 + 983 kg/ha de MS para um ciclo de 19 dias.
Resultados superiores foram encontrados por Stradiolli Júnior (1995) que, em trabalho
semelhante ao realizado por Silva (1993), encontrou valores de disponibilidade de 7.168
+ 3.424,6 kg/ha de MS de forragem após a área experimental ter sido roçada e adubada.
Obviamente, a disponibilidade após o segundo pastejo reduziu, sendo os valores de
6.367, 5.331 e 3.296 kg MS/ha para pressões de pastejo baixa, média e alta,
respectivamente. Esses resultados demonstram que, com a utilização de maiores pressões
de pastejo, podem resultar em um menor resíduo pós-pastejo, o qual pode influenciar a
quantidade de forragem a ser produzida no ciclo seguinte, mas, por outro lado, se a
amostragem da disponibilidade não considerou apenas o material verde, pode ter sido
28
proporcionados valores de maior disponibilidade para os resíduos mais elevados.
Resultados superiores foram relatados por Veiga (1985), que obteve, para o capim-
elefante anão, valores de até 10.705 kg/ha de MS, considerando um período de descanso
de 56 dias.
Diferenças de disponibilidade durante o ano são resultados da sazonalidade de
produção do capim-elefante como mostrado por SOARES et al. (1999), que observaram
disponibilidade média de matéria seca de 2.299 kg/ha durante os meses de janeiro a
março e 473 kg/ha no mês de julho. OLIVO et al. (1992) observaram disponibilidade
média de 1.842 e 2.816 kg/ha nos meses de dezembro a janeiro, respectivamente.
AROEIRA et al. (1998) encontraram valores médios de 1.745 kg/ha de matéria seca para
o capim-elefante manejado com 30 dias de descanso e adubado com 200 kg/ha/ano de
nitrogênio. Entretanto, foram observadas variações de disponibilidades entre 600 e 3.000
kg/ha, respectivamente, no inverno e verão.
DAHER et al. (1997), avaliando a produção de MS de quinze clones do capim-
elefante, provenientes do programa de melhoramento da espécie Pennisetum purpureum,
obtidos na Embrapa Gado de Leite, e mais duas cultivares de capim-elefante (Mineiro e
Taiwan A-146), obtiveram, na região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro,
produções de MS variando de 3.480 a 6.862 kg/ha/corte da gramínea com produções de
14.235 a 28.663 kg/ha/6 cortes, compreendendo as épocas da seca e das chuvas, para o
clone menos produtivo e o mais produtivo, respectivamente.
29
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização Geográfica e Características Climáticas da Área Experimental
O experimento foi conduzido no Campo Experimental de Santa Mônica
(CESM), Embrapa Gado de Leite, situado em Barão de Juparanã, distrito do município de
Valença, estado do Rio de Janeiro, durante o período de outubro de 2000 a julho de 2001.
O distrito de Barão de Juparanã localiza-se na Zona da Mata do estado do Rio de
Janeiro, situada a 22º21’ de Latitude Sul e a 43º 42’de Longitude Oeste e a uma altitude
de 446 m do nível do mar. A região se caracteriza por apresentar precipitação
pluviométrica anual de 1.225 mm (média dos últimos dez anos), com temperatura média
anual de 23ºC, sendo registrada a média das máximas de 30ºC e a média das mínimas de
17ºC e umidade relativa do ar de 72%. O clima da região, segundo a classificação de
Koppen é do tipo Cwa, tropical de altitude.
Na Tabela 1 são apresentados os dados climáticos de temperatura, umidade
relativa do ar e precipitação pluviométrica registrados pela estação meteorológica do
CESM.
Tabela 1. Precipitação pluviométrica (mm), temperaturas médias mensais, médias de
máximas e mínimas e umidade relativa do ar (UR), coletados na estação metereológica
do CESM (Embrapa Gado de Leite), durante o período de outubro de 2000 a julho de
2001.
Temperatura Média Umidade Relativa do Ar
Mês
Precipitação pluviométrica
(mm) Média Mínima Máxima 12 h 18 h 21 h Média
Out./2000 21,1 23,2 15,7 30,6 70 56 75 67 Nov./2000 76,0 21,5 15,0 27,9 73 65 80 73 Dez./2000 295,6 22,7 16,4 29,0 75 66 80 74 Jan./2001 108,1 24,5 18,1 30,9 70 56 72 66 Fev./2001 150,9 18,8 18,8 - 76 55 83 71 Mar./2001 49,0 25,2 19,5 30,9 77 62 87 75 Abr./2001 2,3 22,4 15,3 29,4 76 62 78 72 Mai./2001 46,8 19,2 13,4 25,0 83 64 80 76 Jun./2001 Zero 18,0 10,9 25,0 81 63 79 74
30
3.2 Caracterização da Área Experimental
A área destinada à implantação do experimento era composta por 66 piquetes de
909 m2 cada, totalizando 6,00 hectares, já formada com capim-elefante cultivar Napier
(Pennisetum purpureum, Schumacher). A demarcação da área periférica foi feita por
cerca convencional com cinco fios de arame farpado. Os piquetes foram demarcados por
cerca elétrica com um fio. Todos os piquetes possuem tronqueira de acesso a um corredor
central, sendo todas tronqueiras formadas por fios eletrificados.
Diariamente, os animais eram ordenhados pela primeira vez por volta das 8h,
onde, durante a época chuvosa do ano (outubro a abril), os animais dos tratamentos T60 e
T120 recebiam suplementação com concentrado, sendo levados de volta aos piquetes, e
trazidos ao curral de ordenha novamente por volta das 16h. Após a ordenha da tarde os
animais eram levados aos piquetes. Durante a época seca do ano (maio a junho) os
animais recebiam suplementação volumosa com capim-elefante picado fornecida a
vontade no intervalo entre as ordenhas. A suplementação com concentrado para os
tratamentos T60 e T120 começaram no momento em que a produção de leite atingia 10
kg/vaca/dia e na proporção de 1 kg de concentrado para cada 2 kg de leite produzidos. O
concentrado foi balanceado para 20% de PB e 70% de NDT, o que proporcionou
nutrientes em termos de proteína bruta e energia para 2 kg de leite a 4% de gordura, ou
seja, 85g de PB e 320g de NDT por litro de leite.
A sala de ordenha foi adaptada de uma sala de ordenha manual para uma sala de
ordenha mecânica, composta por oito canzis, sendo quatro de cada lado, com quatro
pontos de ordenhadeira mecânica. O fornecimento da suplementação de concentrado foi
individualmente na sala de ordenha. O curral foi dividido em seis seções (uma para cada
repetição) com cochos coletivos em cada uma delas.
31
3.3 Caracterização do Experimento
3.3.1 Tratamentos
Os tratamentos avaliados foram: T0, onde os animais não receberam nenhum tipo
de suplementação com concentrado; T60, no qual os animais receberam suplementação
com concentrado até 60 dias pós-parto; e, T120, os animais receberam suplementação
concentrada até 120 dias pós-parto. Para receberem a suplementação concentrada, os
animais foram identificados com cordas de cores diferenciadas, amarradas ao pescoço.
3.3.2 Delineamento experimental
Foram utilizadas 24 vacas mestiças Holandês x Zebu, sendo oito por tratamento,
distribuídas em blocos ao acaso formados com base na produção de leite da lactação
anterior, peso vivo do período pré-parto, data de parto e grau de sangue. A maioria das
parições ocorreu entre outubro e novembro de 2000. A taxa de lotação utilizada no
experimento foi de 4 vacas/ha.
O período de ocupação dos piquetes foi de três dias, com 30 dias de descanso,
perfazendo um total de 11 piquetes por tratamento, com duas repetições de área,
distribuídos conforme a Figura 1.
T0 R1 P1 P7 P13 P19 P25 P31 P37 P43 P49 P55 P61 T0 R2 P4 P10 P16 P22 P28 P34 P40 P46 P52 P58 P64 T60 R1 P2 P8 P14 P20 P26 P32 P38 P44 P50 P56 P62 T60 R2 P5 P11 P17 P23 P29 P35 P41 P47 P53 P59 P65 T120 R1 P3 P9 P15 P21 P27 P33 P39 P45 P51 P57 P63 T120 R2 P6 P12 P18 P24 P30 P36 P42 P48 P54 P60 P66
Figura 1. Croquis da divisão dos piquetes em relação aos tratamentos e repetições.
32
3.3.3 Análises estatísticas das variáveis analisadas
Foram realizadas as análises de variância pelo método de quadrados mínimos,
considerando o delineamento em blocos completamente ao acaso, através do programa
SAS (versão 8.1, 2001).
Os dados de produção diária de leite, teor de gordura e proteína do leite, peso
vivo, escore corporal e intervalo parto primeiro cio foram analisados utilizando
delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos (T0, T60 e T120) e duas
repetições de área e três estádios de lactação (sendo o primeiro até 60 dias, o segundo de
60 a 120 dias e o terceiro, após 120 dias de lactação), com o objetivo de avaliar a
interação dos tratamentos com as fases da lactação para as variáveis estudadas. As médias
foram comparadas através do teste t de Student a 5% de probabilidade.
O modelo estatístico utilizado para analise das variáveis, produção diária de leite,
peso vivo corporal, escore corporal e intervalo parto primeiro cio foi o seguinte:
Yijk = µ + Bi + Tj + Ek + eijk
onde, Yijk = valor observado por característica (produção de leite, peso vivo, escore
corporal, teor de gordura, teor de proteína e intervalo entre parto/ primeiro
cio), da iª vaca que pastejou o Piquete no jº tratamento, na Ka época;
µ = média geral;
Bi = efeito do bloco i (i = 1, 2, 3, 4, 5, 7, e 8);
Tj = efeito do tratamento j (j = 1, 2 e 3);
Ek = efeito da época k (k = 1, 2 e 3);
eijk = erro residual aleatório.
Para a análise de variância dos teores de matéria seca, proteína bruta, fibra em
detergente neutro, fibra em detergente ácido, digestibilidade in vitro da matéria seca e
disponibilidade de matéria seca por área (kg/ ha) e por animal (kg/vaca/dia) foi utilizado
o seguinte modelo estatístico:
Yijk = µ + Bi + Tj + Ek + eijk
onde,
33
Yijk = valor observado por característica (teor de matéria seca e disponibilidade de matéria
seca por área e por animal), do iª piquete no tratamento jº, na Ka época;
µ = média geral;
Bi = efeito do bloco i (i = 1, 2, 3, 4, 5, 7, e 8);
Tj = efeito do tratamento j (j = 1, 2 e 3);
Ek = efeito da época k (k = 1, 2 e 3);
eijk = erro residual aleatório.
Ainda, para se ajustar os dados das curvas de lactação, utilizou-se a metodologia
de estimação não linear (COBBY e LE DU, 1978) de mínimos quadrados para os
parâmetros da função gamma incompleta, cujo modelo é o seguinte:
Yn = a nb exp (-cn)
onde,
Yn = produção diária no n-ésimo período de 15 dias pós parto;
a = (parâmetro a ser estimado) constante associada com a produção média no início da
lactação;
b = (parâmetro a ser estimado) taxa média de ascensão da produção até atingir a
produção máxima da lactação;
c = (parâmetro a ser estimado) taxa média de declínio da produção após atingir o pico
de lactação.
3.3.3 Amostragem do solo
Foram realizadas três amostras de solo composta na área experimental, a uma
profundidade de 0-20 cm para caracterização da fertilidade do solo, representadas nas
Tabelas 2 e 3.
Após a avaliação dos resultados obtidos na análise de solo, realizou-se a calagem,
sendo feitas as recomendações necessárias da quantidade de calcário a ser aplicado.
34
Tabela 2. Resultados de análises químicas, das amostras de solos coletados a 20 cm de
profundidade, no local do experimento.
pH H20 Al Ca Mg Na K H+Al P S T V Amostra 1:2,5 Cmolc/dm
3 mg/dm3 cmolc/dm
3 mg/ dm3 cmolc/dm3 (%)
01 4,7 0,8 0 0,5 0 43 5,6 3,1 0,6 6,2 10 02 4,6 0,9 0,5 0,5 0 47 6,6 3,7 1,1 7,7 15 03 4,5 0,8 0,5 0,8 0 101 7,1 5,4 1,6 8,7 18
Tabela 3. Resultado das análises de carbono e matéria orgânica, das amostras de solos
coletados a 20 cm de profundidade, no local do experimento.
Carbono Matéria Orgânica Amostra (g/kg)
01 13,2 22,8 02 18,3 31,5 03 17,8 30,7
3.3.4 Adubação de manutenção
A adubação de cobertura vem sendo realizada na área experimental desde 1993,
com a aplicação de 200 kg/ha/ano de N e de K2O e 50 kg/ha/ano de P2O5, na forma de
sulfato de amônio, cloreto de potássio e superfosfato simples, aplicados em três parcelas
de um terço cada no início da época das chuvas (outubro/novembro) outra, parte no meio
da estação chuvosa (dezembro/janeiro) e a última parcela aplicada em março.
A partir do início deste período experimental, vem sendo aplicados 1.000
kg/ha/ano da fórmula 20-05-20, em três aplicações, semelhantes as descritas acima.
3.3.5 Animais
No experimento foram utilizados 24 animais, com grau de sangue variando entre
1/2 a 7/8, provenientes de cruzamentos entre animais da raça Holandesa e animais das
raças Zebuínas Gir ou Guzerá. Os animais tinham idade variando entre 5 a 10 anos e
pesavam em média 478 + 80,3 kg de peso vivo. Foram selecionados dentre os animais do
próprio rebanho do CESM, Embrapa Gado de Leite, adotando-se como critério da seleção
35
no momento da avaliação, número de crias, produção média da lactação anterior, peso
vivo corporal, grau de sangue, data prevista de parto e escore corporal.
3.3.6 Suplementação concentrada
A quantidade de concentrado oferecido nos tratamentos T60 e T120 foram
balanceados para teores de PB de 20% e 70% de NDT, sendo fornecidos aos animais, 1
kg para cada 2 kg de leite produzidos acima de 10 kg/dia.
Na Tabela 4 são apresentados os dados de composição bromatológica do
concentrado fornecido aos animais dos tratamentos T60 e T120. Sua composição era
composta dos seguintes ingredientes, 65% de milho grão, 20% de farelo de trigo, 10% de
farelo de algodão, 2% de uréia, 2% de calcário e 1% de mistura mineral.
Tabela 4. Resultado da análise bromatológica da ração suplementar utilizada durante o
período experimental.
MS PB FDN EE DIVMS Frações (%)
Concentrado 85,8 20,1 21,7 4,5 84,2
3.4 Análises Bromatológicas da Forragem
As análises bromatológicas das amostras de forragem colhida por meio da
técnica do pastejo simulado, observando-se a altura do resíduo pós-pastejo do ciclo
anterior de pastejo. Foram colhidas três amostras de touceiras classificadas como alta,
média e baixa disponibilidade de forragem em cada repetição de área (duas). As amostras
foram pesadas, obtendo-se a média de forragem das duas repetições nos tratamentos nos
períodos observados. Subamostras foram retiradas para a determinação da composição
química e a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS). O número de touceiras foi
contado em uma área de 49 m2 e o peso médio das touceiras foi multiplicado para se
obter a disponibilidade de forragem por área e depois calculado para produção por
hectare, foram realizadas observando-se a metodologia descrita por SILVA (1998). Para a
determinação da matéria seca (MS) realizou-se após uma pré-secagem da forrageira em
36
estufa de ventilação forçada (55ºC/72 h), seguida de secagem definitiva da forrageira em
estufa a 105ºC durante 24 h. A análise de nitrogênio foi realizada pelo método de
Kieldahl, e depois multiplicado por 6,25 para obter o teor de PB. As análises de fibra em
detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram determinadas pelo
método de Van Soest.
3.5 Variáveis Avaliadas nos Animais, no Leite e Nas Plantas
3.5.1 Produção de leite
Foram utilizadas oito vacas por tratamento, sendo quatro por repetição de área,
totalizando 24 animais no experimento. A produção de leite foi medida individualmente e
diariamente em duas ordenhas, sendo uma pela manhã, das 7:30 as 8:30 h, e outra a tarde,
entre 14:30 e 15:30 h. Os animais tinham acesso aos piquetes na parte da manhã, das 8:30
as 12 h e a tarde das 15:30 as 7 h da manhã seguinte, sendo então levados para a sala de
ordenha para a realização da primeira ordenha e o fornecimento de concentrado para os
animais dos tratamentos T60 e T120, e posteriormente ao curral de descanso onde tinham
acesso à água. Por volta das 15:30 h eram novamente levados a sala de ordenha onde
realizava-se a segunda ordenha, e daí levados aos piquetes.
Para padronização da produção de leite observada o leite foi corrigido para o teor
de 4% de gordura através da fórmula:
P(4%) = P x 0,4 + 15 x (G x P ÷ 100)
onde,
P(4%) = produção de leite corrigida para 4% de gordura;
P = produção de leite observada;
G = teor observado de gordura no leite.
37
3.5.2 Teor de gordura de proteína do leite
Os teores de gordura e de proteína do leite foram determinados em laboratórios da
Embrapa Gado de Leite, situados em Juiz de Fora, MG, por meio de amostras coletadas
individualmente a cada quatorze dias.
As coletas foram realizadas em frascos apropriados, divididos em três partes. Na
ordenha da manhã, 2/3 da capacidade do frasco era preenchido, o terço final recebia
amostras do leite tirado na ordenha da tarde, levando-se em consideração que a ordenha
da manhã representava 2/3 da produção diária de leite.
Nos frascos eram depositadas pastilhas de dicromato de potássio, e após sua
dissolução no leite, os frascos eram refrigerados até o envio ao laboratório.
3.5.3 Peso vivo e escore corporal
A pesagem dos animais foram realizada a cada sete dias em balança apropriada
para a pesagem individual de bovinos, localizada próxima ao curral de ordenha. Os
animais não ficavam em jejum antes da pesagem, sendo pesados em torno das 8 horas da
manhã, após a ordenha da manhã.
Ao mesmo tempo, era feita a avaliação da condição corporal dos animais por
meio do escore, realizado visualmente pelo próprio tratador, observando a presença de
gordura armazenada principalmente nas costelas posteriores, inserção da cauda, vértebras
lombares, proeminências ósseas, massa muscular e ancas. Para a avaliação do escore
corporal utilizou-se uma escala de 1 a 5 pontos, onde.se atribuía o valor 1 para animais
muito magros; 2 para animais magros; 3 para os animais em condições regulares; 4 para
animais considerados bons; e, 5 para animais muito gordos, como descrito por WOOD
(1967).
3.5.4 Detecção do primeiro cio pós-parto
A observação do cio foi realizada a partir da data do parto. Diariamente foram
feitas observações visuais do comportamento das vacas. Convencionou-se, como variável
38
de identificação de cio, as vacas que se deixassem montar por outra vaca e pelo aspecto
visual da produção do muco vaginal.
3.5.5 Disponibilidade de forragem
As estimativas de disponibilidade de matéria seca de capim-elefante cv. Napier
foram feitas mensalmente um dia antes da entrada dos animais nos piquetes por meio da
metodologia do pastejo simulado (CÓSER et. al., 2002), observando-se a altura do
resíduo dos piquetes recém pastejados e observando a altura do resíduo do ciclo anterior.
O pastejo simulado foi feito em três touceiras representativas, com
disponibilidade de forragem alta, média e baixa, realizada em cada repetição de área
(duas) dos piquetes de cada tratamento.
As folhas e caules tenros, provenientes da rebrota foram retiradas para a
estimativa da produção de forragem. A disponibilidade de forragem (kg/ha) foi estimada
pela produção média das três touceiras e multiplicado pelo número de touceiras do tipo
alta, média e baixa contidas em uma área de 49 m2, o resultado era multiplicado por
10.000 m2 para obter a produção por hectare. Além das amostras de forragem para a
avaliação da produção de matéria seca, foram coletadas amostras para análise químico
bromatológica e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS).
Após a coleta das amostras, fez-se a pesagem do material em balança analítica
de precisão, determinando-se o peso fresco da forragem, sendo acondicionadas em sacos
de papel. Posteriormente, foram colocadas em estufa de ventilação forçada, a 55ºC, por
72 h. Depois deste período, o material foi retirado da estufa, esfriando durante uma hora,
sendo determinado o peso seco da amostra (ASA). Após essa determinação, cada amostra
foi moída em moinho tipo Willey com peneira de 30 mesh e retirando-se uma alíquota
previamente homogeneizada que foi hermeticamente acondicionada em vidros, para
posterior avaliação da composição bromatológica e DIVMS.
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Disponibilidade de Forragem de Capim-Elefante Durante o Período
Experimental
4.1.1 Teor de matéria seca da forragem
Os teores médios de matéria seca presente nas amostras de capim-elefante cv.
Napier são apresentados na Tabela 7.
Tabela 7. Médias mensais dos teores de matéria seca (MS) obtidos através do pastejo
simulado do capim-elefante, no período de outubro de 2000 a junho de 2001.
Teor de MS (%) Meses T0 T60 T120 Média1
Novembro/ 2000 24,4 29,2 24,9 26,2 a Dezembro/ 2000 16,7 17,7 16,8 17,1 e Janeiro/ 2001 21,2 19,8 21,0 20,6 c d Fevereiro/ 2001 18,0 20,0 19,4 19,2 d e Março/ 2001 20,4 20,5 20,5 20,4 c d Maio/ 2001 23,7 24,9 22,8 26,8 b Junho/ 2001 23,5 22,9 22,9 23,1 b c
Média2 21,1 A 22,2 A 21,2 A CV%: 8,6 1dms: 2,2 (2); 2,7 (3); 3,0 (4); 3,2 (5); 3,4 (6); 3,5 (7) 2dms: 4,6 (2); 6,3 (3)
Médias seguidas da mesma letra na linha ou na coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student. T0 = sem concentrado; T60 = com concentrado até 60 dias pós-parto; T120 = com concentrado até 120 dias pós-parto.
Não foi determinada diferença (P<0,05) entre os tratamentos. Contudo, foi
observada diferença (P>0,05) entre as épocas estudadas.
O teor médio de matéria seca foi de 21,1; 22,2 e 21,2% para os tratamentos T0,
T60 e T120, respectivamente. A maior média mensal obtida foi no mês de novembro,
26,2% e a menor para o mês de dezembro, 17,1%. Isto provavelmente pode ser explicado
pelo fato de haver uma dinâmica na população de perfilhos entre os ciclos de pastejo, que
em determinado ciclo ocorre maior número de perfilhos de maior idade e posteriormente,
perfilhos mais novos, e assim sucessivamente entre os ciclos de pastejo.
40
Os teores de matéria seca obtidos neste trabalho foram aparentemente superiores
aos encontrados por LUCCI et al. (1969), que reportaram teores de matéria seca de
20,8%, LUCCI et al. (1972) com teores de 19,3% para o capim-elefante pastejado por
vacas leiteiras e por DERESZ (1994), encontrou teores médios de MS de 17,5% e 18,3%
para capim-elefante em pastagens com período de descanso de 30 e 45 dias,
respectivamente. Contudo, ERBESDOBLER (1999), reportou valores semelhantes aos
descritos no presente trabalho, de 20,6% de MS presente nas folhas de capim-elefante.
4.1.2 Disponibilidade por área de matéria seca de capim-elefante manejado em sistema rotativo com 30 dias de descanso
A quantidade de matéria seca disponível por área (t/ha), foi avaliada a cada
ciclo, sendo a produção média no período avaliado apresentada na Tabela 8.
Tabela 8. Médias mensais da disponibilidade de matéria seca (MS), em toneladas por
hectare (t/ha) para o capim-elefante, obtidas através de pastejo simulado na época
chuvosa de outubro de 2000 a junho de 2001.
Disponibilidade de MS (t/ha) Meses T0 T60 T120 Média1
Novembro/ 2000 1,08 1,38 1,38 1,28 b Dezembro/ 2000 2,09 2,63 2,60 2,44 a Janeiro/ 2001 2,26 2,46 2,88 2,53 a Fevereiro/ 2001 2,02 2,70 2,72 2,48 a Março/ 2001 2,05 2,21 2,20 2,15 a Maio/ 2001 0,30 0,40 0,61 0,44 c Junho/ 2001 0,58 0,58 0,66 0,61 c
Média2 1,48 A 1,76 A 1,87 A Total 10,39 12,34 13,06
CV%: 18,5 1dms: 382,2 (2); 464,3 (3); 514,2 (4); 550,1 (5); 578,2 (6); 601,2 (7) 2dms: 344,59 (2); 471,78 (3)
Médias seguidas da mesma letra mesma linha ou na mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste
de Student.
T0 = sem concentrado; T60 = com concentrado até 60 dias pós-parto; T120 = com concentrado até 120 dias
pós-parto.
41
Não houve diferença (P<0,05) para disponibilidade média de matéria seca por
hectare entre os tratamentos. Mas observam-se diferenças (P<0,01) entre as médias
mensais. Pode-se observar declínio da disponibilidade de MS a medida em que os dias
vão ficando mais curtos.
A disponibilidade média de matéria seca do capim-elefante obtida antes da
entrada dos animais nos piquetes foi de 1,48; 1,76; e, 1,87 t/ha, respectivamente para os
tratamentos T0, T60 e T120. A maior disponibilidade média de todos os tratamentos de
forragem por hectare foi observada no mês de janeiro de 2001, 2,53 t/ha e a menor no
mês de maio de 2001, 0,44 t/ha, quando além de dias mais curtos, temperaturas menores e
redução severa das precipitações pluviométricas.
Considerando que a época das chuvas se inicia no mês de outubro, atingindo seu
ápice entre os meses de dezembro e janeiro, e finaliza em meados do mês de maio,
podemos atribuir a este fato a variação da disponibilidade de forragem observada neste
estudo.
Observa-se também tendência de maior disponibilidade de forragem nos
tratamentos onde se utilizou o fornecimento de suplementação concentrada, evidenciando
que para o tratamento T60, a disponibilidade encontrada até 60 dias foi numericamente
superior ao do tratamento sem suplementação, assim como o tratamento T120 apresentou
valores maiores em relação ao tratamento T0 e que o tratamento T60 até o mês de maio.
Fica a dúvida se o efeito é substitutivo, sobrando mais forragem para os
tratamentos recebendo suplementação com concentrado, T60 e T120, o que facilitaria a
rebrota em função da maior quantidade de material fotossinteticamente ativo, ou o efeito
do concentrado promovendo aumento do consumo de forragem, podendo estimular maior
perfilhamento com reflexos sobre a produção de forragem.
A disponibilidade média de forragem encontrada no presente trabalho pode ser
considerada representativa para uma pastagem de capim-elefante adubada com 200
kg/ha/anode N e de K2O.
Produções inferiores foram apresentadas por ERBESDOBLER (1999) que
reportou 1,13 t de MS/ha para as folhas de capim-elefante manejados com 4 dias de
ocupação do piquete e 32 dias de descanso, e por ANDRADE e GOMIDE (1971), 1,17
t/ha de MS de capim-elefante aos 28 dias. Resultados superiores foram apresentados por
42
ANDRADE et al,. (2000), 2,55 a 4,73 t/ha de MS, utilizando diferentes doses de
nitrogênio e CÓSER et. al., (1998), 2,86 t/ha quando utilizaram resíduo de pós-pastejo de
100 a 130cm para vacas mestiças. Resultados semelhantes foram apresentados por
CÓSER et. al., (2001) que observaram disponibilidades de 1,83 t/ha utilizando vacas
mestiças Holandês x Zebu na época das águas com resíduo de pós-pastejo de 70 a 100cm.
4.1.3 Disponibilidade de matéria seca de capim-elefante por animal por dia
Na Tabela 9 podemos observar a quantidade matéria seca disponível por vaca por
dia, avaliada a cada ciclo de pastejo, a partir da disponibilidade de matéria seca por área.
Tabela 9. Médias mensais da disponibilidade de matéria seca (MS), em quilos de matéria
seca por vaca por dia (kg/vaca/dia) para o capim-elefante, obtidas através do pastejo
simulado, na época das águas entre outubro de 2000 e junho de 2001.
Disponibilidade de MS (kg/vaca/dia) Meses T0 T60 T120 Média1
Novembro/ 2000 9,02 11,50 11,51 10,7 b Dezembro/ 2000 17,44 21,92 21,69 20,3 a Janeiro/ 2001 18,81 20,46 24,03 21,1 a Fevereiro/ 2001 16,83 22,49 22,65 20,7 a Março/ 2001 17,11 18,38 18,36 18,0 a Maio/ 2001 2,53 3,31 5,08 3,6 c Junho/ 2001 4,84 4,81 5,51 5,1 c
Média2 12,37 A 14,70 A 15,55 A CV % 18,5 1dms: 3,185 (2), 3,87 (3), 4,28 (4), 4,58 (5), 4,82 (6) e 5,01 (7) 2dms: 2,87 (2) e 3,93 (3).
Médias seguidas da mesma letra mesma linha ou na mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student. T0 = sem concentrado; T60 = com concentrado até 60 dias pós-parto; T120 = com concentrado até 120 dias pós-parto.
Não houve diferença (P>0,05) entre as médias dos tratamentos em relação à
disponibilidade média de matéria seca por vaca por dia. Porém as médias mensais
apresentam diferenças (P<0,05).
A disponibilidade de matéria seca por vaca por dia tende a variar conforme a
variação da disponibilidade por área, sendo os valores absolutos de disponibilidade
semelhantes entre os tratamentos T60 e T120 até os primeiros 60 dias de experimento,
43
quando o tratamento T120 apresenta maior disponibilidade em relação aos demais
tratamentos. A média da disponibilidade de matéria seca por vaca por dia variou de 12,4;
14,7; e, 15,6 kg/vaca/dia para os tratamentos T0, T60, T120, respectivamente. A maior
média obtida foi no mês de fevereiro, 20,7 kg/vaca/dia, e a menor no mês de maio, 3,6
kg/vaca/dia.
Não houve diferença (P>0,05) entre os tratamentos na disponibilidade média de
matéria seca por vaca por dia. Observa-se que durante os meses de dezembro de 2000,
janeiro, fevereiro e março de 2001, os valores médios de disponibilidade de matéria seca
por vaca por dia não limitaram o consumo de matéria seca dos animais em nenhum dos
tratamentos.
Resultados inferiores foram encontrados por DERESZ (2001), 11,1 e 10,4
kg/vaca/dia de disponibilidade média de matéria seca em pastagem de capim-elefante, em
experimento com e sem utilização de suplementação com concentrado, respectivamente,
durante a estação das chuvas.
4.1.4 Composição bromatológica da forragem
Nas análises bromatológicas da forragem estudada, não foram encontradas
diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para os teores de PB, FDN, FDA e DIVMS,
porém foram observadas diferenças (P<0,05) nas médias dos meses observados em todos
as variáveis bromatológicas, como demonstrado na Tabela 17.
Tabela 17. Médias mensais dos teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), matéria seca (MS) e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) para o capim elefante, obtidas através do pastejo similado, entre outubro de 2000 e junho de 2001.
Teores na MS (%) Meses PB1 FDN2 FDA3 DIVMS4
Novembro/ 2000 11,23 c 72,95 a 38,63 a 64,78 b Dezembro/ 2000 13,75 b 62,96 c 37,34 a 68,74 a Janeiro/ 2001 12,81 b 68,75 b 41,37 a - Fevereiro/ 2001 14,23 b 74,08 a 41,99 a 59,06 a Março/ 2001 13,65 b 73,75 a 37,98 a - Abril/ 2001 15,83 a 62,33 c - 62,51 ab
Média 13,58 69,14 39,47 63,77 1CV % 5,32% dms: 1,32 (2), 1,62 (3), 1,81 (4), 1,94 (5) e 2,05 (6) 2CV % 2,76% dms: 3,48 (2), 4,28 (3), 4,78 (4), 5,14 (5) e 5,42 (6) 3CV % 4,68% dms: 3,47 (2), 4,31 (3), 4,82 (4) e 5,20 (5) 4CV % 2,88% dms: 3,67 (2), 4,60 (3) e 5,19 (4)
Médias seguidas da mesma letra mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
44
4.1.4.1 Teor de proteína bruta (PB)
O teor médio de PB encontrado durante o experimento foi de 13,58%, estando
abaixo dos valores esperados para o capim-elefante adubado com 200 kg/ha de N e
manejado com 30 dias de descanso.
Os teores de PB encontrados no presente experimento para o capim-elefante estão
acima valor mínimo de limitação de consumo voluntário, que é de 7%, segundo
MILFORD e MINSON (1966).
Pode-se observar que os valores de PB alternaram-se, sendo na seqüência dos
meses acima ou a baixo do mês anterior, a exemplo do ocorrido com o teor de matéria
seca. Este fenômeno pode ser atribuído a dinâmica de perfilhamento onde ocorrem ciclos
com maior número de perfilhos com menor idade, e conseqüentemente, com maior teor
de proteína bruta.
Valores semelhantes foram relatados por DERESZ (2001), de 13,0% quando
utilizou vacas holandês x Zebu em pastagem de capim-elefante, manejadas com 30 dias
de descanso sem a utilização de concentrado e de 12,1% sem a utilização de concentrado
e GOMIDE et al. (1969) que reportaram valores de 13,1% de PB para o capim-elefante
com oito semanas de idade. Teores superiores foram encontrados por DERESZ (1994)
que observou valores de 15,5% de PB aos 30 dias de idade, GOMIDE et al. (1969) que
reportaram valores de 20,1% de PB para o capim-elefante com quatro semanas de idade e
CÓSER et al. (1996) que encontraram 14,9% de PB para o capim-elefante manejado e
sistema rotacionado com 30 dias de descanso. COSTA (1995) encontrou valores
inferiores aos do presente, 8,74% de PB para o capim-elefante, adubado com 100
kg/ha/ano de N, assim como AROEIRA et al. (1999), que obtiveram teores médios de
12,4%; 11,3%; 12,5% e 12,6% de PB para as estações do ano outono, inverno, primavera
e verão, respectivamente.
45
4.1.4.2 Teor de fibra em detergente neutro (FDN)
O teor médio de FDN encontrado no presente trabalho foi de 69,14%,
variando entre 74,08% no mês de fevereiro e 62,33% no mês de abril.
Não houve uma relação entre os teores de PB e FDN como possivelmente
esperado nos meses experimentais, sendo apresentada esta relação apenas no mês de
abril, quando o maior teor de PB correspondeu ao menor teor de FDN.
ERBESDOBLER (1999) encontrou valores inferiores, 63,68% de FDN para o
capim-elefante com 32 dias de desncanso, assim como DERESZ (1994), que obteve
66,3% de FDN para pastagem de capim-elefante com 30 dias de idade e SOARES et al.
(1998), que encontraram valores variando entre 64,08 e 65,59% de FDN para o capim-
elefante manejado em sistema de pastejo intensivo com 30 dias de descanso, no período
de maio a outubro. Valores semelhantes também foram descritos por SOARES et
al.(1998), utilizando o mesmo sistema de pastejo, no período de novembro a março,
67,33% a 69,47% de FDN. AROEIRA et al. (1999) encontraram valores médios de
71,0%, 70,9%, 72,6% e 73,8% no outono, inverno, primavera e verão, respectivamente.
4.1.4.3 Teor de fibra em detergente ácido (FDA)
O teor médio de FDA encontrado neste trabalho foi de 39,47%, variando de
37,34% a 41,99%, nos meses de dezembro e fevereiro, respectivamente.
Valores semelhantes foram obtidos por DERESZ (1994) 38,6% de FDA para o
capim-elefante com 30 dias de descanso e SOARES et al. (1998) que obtiveram durante o
período de janeiro a março valores de 39,63% e 38,65% de FDA, utilizando o mesmo
período de descanso. Teores superiores foram descritos por DERESZ (1994), 42,5% de
FDA para o capim-elefante com 45 dias de descanso, AROEIRA et al. (1999) que
encontraram no outono, inverno, primavera e verão valores de 41,9%, 39,5%, 39,8% e
42,2% de FDA, respectivamente, e inferiores, descritos por SOARES et al. (1998) que no
período de julho a outubro obtiveram valores de 34,89 e 33,97% de FDA e SILVEIRA et
al. (1973) que obtiveram valores de 30,0% de FDA para o capim-elefante com 45 dias de
idade.
46
4.1.4.4 Teor de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS)
O teor médio de DIVMS foi de 63,77%, variando entre 59,06% no mês de
fevereiro e 68,74% no mês de dezembro.
Devido a problemas ocorridos nas análises bromatológicas, não foram relatados os
teores médios de DIVMS nos meses de janeiro e março, o que nos impede de analisarmos
o comportamento da gramínea estudada em relação a esta variável.
HILLESHEIN (1987) trabalhando com capim-elefante manejado com período
descanso de 45 dias encontrou 64,5% de DIVMS, valor este semelhante aos descritos no
presente trabalho assim como os observados por CÓSER et al. (2001) que obtiveram
valores de DIVMS variando de 63,4% a 66,8% quando avaliaram duas alturas de resíduo
pós-pastejo, 70-100 cm e 100-130 cm. Valores mais elevados foram apresentados por
DERESZ (1994) que encontrou valores de DIVMS de 68,5% e 65,1% utilizando 30 e 45
dias de descanso respectivamente e CÓSER et al. (1999) quando relataram valores de
DIVMS de 65,1%, 66,3% e 64,9% quando utilizou sistemas de manejos de 1, 3 e 5 dias
de ocupação.
4.2 Produção de Leite
Não houve diferença (P>0,05) para a variável produção média diária de leite
corrigido a 4% de gordura entre tratamentos, nem entre as interações de tratamentos e os
estádios de lactação. Porém, foram observadas diferenças (P<0,01) para os estádios de
lactação, conforme demonstrado nas Tabelas 10 e 11. Entretanto, também não houve
efeito de tratamentos na persistência da lactação, indicando que para as condições deste
estudo, não há necessidade de suplementação da pastagem com concentrado durante a
época chuvosa do ano para este nível de produção de leite dos animais.
47
Tabela 10. Produção média de leite (kg/vaca/dia) corrigida para 4% de gordura de vacas
Holandês x Zebu manejadas em pastagem de capim-elefante durante o período de
outubro de 2000 a junho de 2001, usando diferentes estratégias de suplementação com
concentrado.
Tratamento Produção média de leite corrigido a 4% (kg)
T0 10,99 a T60 11,64 a T120 12,33 a Média 11,65
CV%: 21,3 dms: 1,4 (2); 1,7 (3) Médias seguidas da mesma letra não apresentam diferença (P<0,05) pelo teste de Student.
A ausência de resposta (P<0,05) na produção de leite nos tratamentos nas
diferentes estratégias de suplementação com concentrado pode ser atribuída à oferta de
nutrientes provenientes da forragem, ou ainda, pelo fato dos animais serem geneticamente
incapazes de atingir produções mais elevadas. Um outro fator importante pode estar
relacionado a mobilização de reservas corporais dos animais. Sabe-se que ⅓ da produção
de leite no terço inicial da lactação pode provir da mobilização de reservas corporais
(NRC, 1989).
DERESZ (2001), concluiu que vacas mestiças Holandês x Zebu, com potencial de
produção de leite de até 15 kg/dia, no início da lactação, podem ser manejadas em
patagem de capim-elefante com taxa de lotação de até 4,5 vacas/ha, sem a utilização de
suplementação concentrada durante a época chuvosa.
Tabela 11. Produção média de leite corrigida para 4% de gordura, de vacas Holandês x
Zebu, manejadas em pastagem de capim-elefante durante o período de outubro de 2000 a
junho de 2001, usando diferentes estratégias de suplementação com concentrado.
Estádio de lactação Leite (4%) kg/vaca/dia Até 60 dias 15,1 a 60 a 120 dias 11,6 b > 120 dias 8,2 c Média 11,6
CV%: 21,3% dms: 1,4 (2) e 1,7 (3) Médias seguidas da mesma letra não apresentam diferença (P<0,05) pelo teste de Student.
48
As diferenças nos diferentes estágios de lactação podem ser atribuída a fatores
fisiológicos que ocorrem durante a lactação.
Resultados semelhantes foram observados, por CÓSER et. al. (2001) quando
testaram duas alturas de resíduos pós-pastejo na época das chuvas 70-100 cm e 100-130
cm, com vacas suplementadas com 2 kg/vaca/dia de concentrado, obtendo produções de
11,2 e 10,9 kg/vaca/dia, respectivamente; CARO-COSTAS e VICENTE-CHANDLER
(1969) obtiveram produções de 10,5 kg/vaca/dia, utilizando lotações de 2,5 vacas/ha; e,
DERESZ (2001), reportou produções de 11,9 kg/vaca/dia quando utilizou vacas mestiças
Holandês x Zebu sob pastejo em capim-elefante sem o fornecimento de concentrado e
inferior aos 13,4 kg/vaca/dia empregando o mesmo sistema de pastejo com o
fornecimento de 2 kg/concentrado/vaca/dia. Produções superiores foram observadas por
DERESZ et al. (1994), entre 12 e 14 kg/vaca/dia de leite sem o fornecimento de
concentrado em pastagem de capim-elefante manejado em sistema de pastejo rotativo
com período de 30 dias de descanso.
4.3 Curva de Lactação
A análise de variância não mostrou diferença (P>0,05) para as curvas de lactação
dos diferentes tratamentos utilizados. Na tentativa de ajustá-las a um modelo não linear, e
de se verificar a persistência da lactação, foi utilizado o modelo matemático de ajuste de
estimativa não linear de mínimos quadrados utilizando a função gamma incompleta, cuja
apresentação se encontra na Figura 2. Foram utilizados os valores médios de produção de
leite de todos os tratamentos para a elaboração de uma curva de lactações usando valores
estimados.
49
Yn = 26,08307.n0,076969 exp (-0,005387n)
5
8
11
14
17
20
0 50 100 150 200 250 300Dias de lactação
Produção de leite a 4% (kg)
Valores observados
Valores estimados
Figura 2. Curva de lactação média de vacas mestiças Holandês x Zebu manejadas em
pastagem de capim-elefante durante o período de outubro de 2000 a junho de 2001
submetidas a diferentes estratégias de suplementação com concentrado, valores
observados e estimados pelo método de WOOD (1967).
Apesar do modelo matemático ter ajustado bem aos valores observados, observa-
se que o ajuste não foi bom para o pico da lactação, pois a representação gráfica dos
valores estimados não contempla um pico de produção, tal como verificado na curva dos
valores observados.
4.4 Teores de Gordura e Proteína do Leite
Não houveram diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para o teor de gordura,
bem como a interação entre tratamentos e estádio de lactação. Contudo, houve efeito
(P<0,05) para os estádios de lactação estudados (P<0,01). Resultados semelhantes foram
observados para o teor de PB do leite. Os teores de gordura e de proteína do leite são
apresentados nas Tabelas 12 e 13.
50
Tabela 12. Médias dos teores percentuais de proteína e gordura do leite nos diferentes
tratamentos, em vacas mestiças Holandês x Zebu, manejadas em pastagens de capim-
elefante, na época chuvosa de outubro de 2000 a junho de 2001.
Tratamento Gordura (%)1 Proteína (%)2 T0 3,73 a 3,12 a T60 3,66 a 3,18 a T120 3,58 a 3,19 a Média 3,66 3,16
1CV%: 12,9 dms: 0,275 (2); 0,331 (3) 2CV%: 6,3 dms: 0,116 (2); 0,139 (3)
Médias seguidas da mesma letra mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
Embora, os valores dos teores de gordura do leite não apresentem diferenças
estatísticas entre os tratamentos, verificou-se uma tendência de valores gradativamente
maiores para os tratamentos com menor utilização de concentrado. Isso pode estar
relacionado ao fato do fornecimento de concentrados poder causar alterações na
fermentação ruminal, proporcionando uma maior produção de ácidos graxos voláteis, que
por sua vez, reduzem o pH do rúmen, como conseqüência, redução na degradação da
porção fibrosa da dieta. Com a redução na digestão da porção fibrosa da dieta, reduz-se
também a produção de ácido acético, que é um dos principais precursores da gordura do
leite (CARAVALHO, 2000a).
Assim como no presente trabalho, DERESZ (2001) não encontrou diferença
(P>0,05) entre os teores de gordura, entretanto observou teores de proteína mais elevados
quando utilizou suplementação concentrada para vacas mestiças Holandês x Zebu em
pastagem de capim-elefante.
51
Tabela 13. Médias dos teores percentuais de proteína e gordura do leite nos diferentes estádios de lactação, em vacas mestiças Holandês x Zebu, manejadas em pastagens de capim-elefante, na época chuvosa de outubro de 2000 a junho de 2001.
Estádio de lactação Gordura (%)1 Proteína (%)2 Até 60 dias 3,42 b 3,01 b 60 a 120 dias 3,50 b 3,02 b > 120 dias 4,06 a 3,45 a Média 3,66 3,16
1CV%: 12,9 dms: 0,275 (2); 0,331 (3) 2CV%: 6,3 dms: 0,116 (2); 0,139 (3)
Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
Os teores médios de gordura foram de 3,42; 3,50; e, 4,06, enquanto os teores de
proteína variaram de 3,01; 3,02; e, 3,45%, respectivamente para os diferentes estádios de
lactação estudados.
Mesmo não se observando diferenças (P<0,05) entre os teores de proteína do leite,
houve tendência de aumento de seu valor nos tratamentos com utilização de concentrados
(T60 e T120). Pode-se atribuir tal fato a dois fatores: o incremento protéico proveniente
do concentrado; e a relação entre o consumo de concentrados e a produção de ácido
propiônico o qual por sua vez aumenta a disponibilidade de aminoácidos, para a glândula
mamária, pela menor utilização desses no processo de neoglicogênese BACHMAN
(1992).
4.5 Peso e Escore Corporal
Os valores médios de ganho de peso e escore corporal dos tratamentos são
apresentados na Tabela 14.
Tabela 14 .Ganho médio diário (g/dia) e escore corporal de vacas mestiças Holandês x Zebu , manejadas em pastagens de capim-elefante, na época chuvosa de Outubro de 2000 a Junho de 2001, nos diferentes tratamentos.
Tratamento
Ganho de Peso (g/dia) 1
Escore Corporal2
T0 54 a 2,9 a b T60 50 a 2,7 b T120 -19 a 3,0 a
1CV%: 598,6 dms: 0,183 (2); 0,223 (3) 2CV%: 9,1 dms: 0,157 (2); 0,189 (3) Médias seguidas da mesma letra mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
52
Para ganho de peso, a análise de variância não apresentou diferenças significativas
(P<0.05) entre os tratamentos. Isso pode ser atribuído ao alto coeficiente de variação
encontrado (598,5%).
Em média, as vacas tenderam a ganhar peso durante o período experimental, com
exceção das vacas do tratamento com maio período de suplementação, onde houve uma
pequena perda de peso, sendo as médias de 0,054; 0,050; e, -0,019 kg para os tratamentos
T0, T60 e T120, respectivamente.
Os valores médios de ganho de peso e escore corporal nos diferentes estádios de
lactação podem ser observados na Tabela 15.
Foram encontradas diferenças (P>0,05) entre os diferentes estádios de lactação
tanto para ganho de peso, quanto para escore corporal.
DERESZ (2001), não observou diferenças (P>0,05) para ganho médio de peso
entre tratamentos quando avalio vacas mestiças Holandês x Zebu sob pastejo em capim-
elefante com e sem o fornecimento de suplementação, entretanto, verificou que os
animais ganharam peso durante o experimento.
ROCHA (1988) observou ganhos de peso no período da seca de 147,90; 247,92;
e, 324,51 gramas por vaca quando suplementou vacas mestiças Holandês x Zebu
pastejando em capim-elefante com pastejo em capim-angola, 20kg de cana-de-açucar
com 1% de uréia e cana-de-açucar com 1% de uréia a vontade, respectivamente.
CÓSER et. al. (2001) observaram ganho de peso para vacas mestiças Holandês x
Zebu submetidas a resíduos de pós-pastejo de 70 a 100cm e de 100 a 130cm tanto na
época chuvosa quanto na época seca do ano.
Tabela 15. Ganho médio diário (g/dia) e escore corporal de vacas mestiças Holandês x Zebu , manejadas em pastagens de capim-elefante, na época chuvosa de Outubro de 2000 a Junho de 2001, nos diferentes estádios de lactação.
Estádio de lactação Ganho de Peso (g/dia)1
Escore Corporal2
Até 60 dias - 130 a 2,7 b 60 a 120 dias 100 a b 2,9 a > 120 dias 160 b 2,9 a
1CV%: 2521,9 dms: 0,221 (2); 0,266 (3) 2CV%: 9,1 dms: 0,157 (2); 0,189 (3)
Médias seguidas da mesma letra mesma coluna não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
53
Pode-se observar que nos primeiros sessenta dias após o início da lactação há uma
queda da média do peso corporal dos animais dos três tratamentos que pode ser atribuída
a fatores fisiológicos que ocorrem no pós-parto, logo, o peso médio retorna a normalidade
e assim se mantém até próximo o fim da lactação, que coincide ao período de escassez de
forragem (época de estiagem), mas não há perda de peso pela possível prenhez dos
animais.
4.6 Intervalo Parto Primeiro Cio
Os resultados médios de intervalo parto primeiro cio são apresentados na Tabela
16.
Tabela 16. Médias dos intervalos entre parto e primeiro cio por repetição, em dias, dos
tratamentos.
Tratamentos Intervalo médio entre parto/ 1º cio (dias) T0 111 a T60 84 a T120 72 a Média 89
CV%: 78,8 Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Student.
Apesar de não terem sido observadas diferenças (P<0,05) entre os tratamentos
para a variável intervalo parto primeiro cio, podemos observar uma tendência de um
menor intervalo parto primeiro cio nos tratamentos cujos os animais receberam
suplementação concentrada.
A maior média de intervalo parto primeiro cio foi de 111 dias, encontrada para o
tratamento T0, enquanto que o tratamento T120 mostrou o menor intervalo, 72 dias. Isso
pode ser um indicativo de que vacas mestiças Holandês x Zebu manejadas em pastagens
de capim-elefante suplementadas com 1 kg de concentrado para cada 2 kg de leite
produzido acima de 10 kg até 120 dias pós-parto podem reduzir o intervalo parto
primeiro cio em relação a vacas não suplementadas.
54
Porém são necessários maiores estudos para verificar se este tipo de manejo
possui alguma influência sobre a repetição de cios.
VILELA et. al., (2002) observaram resultado superiores de manifestações do
primeiro cio pós-parto em média aos 102 dias para vacas Holandesas em pastagens de
coast-cross suplementadas com 3 kg de concentrado e 96,3 dias quando forneceram 6 kg
de concentrado por dia.
BALSALOBRE et. al. (2002) observaram que vacas das raças Holandês e Pardo
Suiço sob pastejo rotacionado em capim-elefante, suplementadas com 8kg de
concentrado/dia reiniciam a atividade luteal ovariana em média aos 52 dias.
4.7 Interações entre Produção de Leite, Disponibilidade de MS e Peso Vivo.
0
5
10
15
20
25
0 50 100 150 200 250 300Dias de lactação
Prod. de leite 4% (kg)/ Consumo de Conc.
(kg)/ Dispon. de MS (kg/vaca/dia)
465
475
485
495
505
515
525
535
Peso Corporal (kg)
Disponibilidade
Prod. de leite
Peso corporal
Figura 4. Médias de produção de leite corrigido para 4% de gordura (kg/vaca/dia),
disponibilidade de MS por vaca por dia (kg/vaca/dia), peso corporal (kg).
Na Figura 4 pode-se observar o comportamento interativo entre as variáveis
média da disponibilidade de forragem por vaca por dia, média da produção de leite
corrigida para 4% de gordura, média do peso corporal e média do consumo de
concentrado dos tratamentos T60 e T120.
55
Verifica-se que a curva da disponibilidade de forragem (kg/vaca/dia) tende a
aumentar a partir de dezembro, devido ao atraso no início das chuvas que ocorreu a partir
de novembro, interagindo com a disponibilidade de forragem. Observa-se que a curva de
peso vivo, acompanhou, com uma certa defasagem a curva de disponibilidade de
forragem, a partir de 90 dias de lactação. Também podemos atribuir a perda de peso
inicial a fatores fisiológicos pós-parto, como o balanço energético negativo que ocorre
neste período, mas que se dissipa à medida que a oferta de forragem é suficiente. Outro
fator que pode interferir na curva de peso vivo é a sua manutenção próxima ao fim da
lactação, mesmo com a queda da disponibilidade, é a suplementação volumosa da
pastagem com silagem de milho à partir de maio de 2001, assim como, provavelmente
devido a gestação seguinte e desenvolvimento do feto.
A curva de lactação teve comportamento normal, apresentando um pico de
lactação nas primeiras semanas, por volta do qüinquagésimo e trigésimo até o sexagésimo
dia de lactação queda na produção com o passar do tempo de lactação.
0
5
10
15
20
25
30
0 50 100 150 200 250 300
Dias de lactação
Disponibilidade de MS (kg/vaca/dia)
Temperatura média (ºC)
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
Precipitação pluviométrica (mm)
Disponibilidade
Temperatura Média
Precipitação
Figura 5. Média da disponibilidade de matéria seca do capim-elefante (kg/vaca/dia), a
precipitação pluviométrica (mm/mês) e a temperatura média (ºC) medidas durante o
período de outubro de 2000 a junho de 2001.
56
Na Figura 5 observa-se a relação entre as precipitações pluviométricas,
temperaturas médias e a disponibilidade de matéria seca por vaca por dia, observadas
durante o período experimental. Observa-se que as variações das curvas de precipitação e
disponibilidade se comportam de forma semelhante. É válido lembrar que o reflexo da
precipitação pluviométrica podendo ser verificado em um intervalo de tempo posterior na
disponibilidade de forragem. A brusca queda ocorrida na curva de disponibilidade de
matéria seca entre os 150 e 200 dias se devem a não observação dos valores de matéria
seca disponíveis no mês de abril de 2001.
57
5 CONCLUSÕES
Os valores de disponibilidade de matéria seca por hectare e a qualidade da
forragem selecionada durante a época das chuvas foram suficientes para atender as
exigências de mantença e produção de leite de vacas mestiças Holandês x Zebu com
potencial de produção média de leite de até 12 kg/vaca/dia durante a lactação.
A suplementação estratégica da pastagem de capim-elefante com concentrado, no
período inicial da lactação, não foi vantajosa para vacas mestiças Holandês x Zebu
manejadas em pastagem de capim-elefante com pastejo rotativo com três dias de
ocupação dos piquetes e trinta dias de descanso.
Os teores de gordura e de proteína do leite não sofreram alterações em função do
período de suplementação após o parto.
Vacas mestiças Holandês x Zebu, manejadas em pastagem de capim-elefante cv.
NApier adubado com 200 kg/ha/ano de N e de K2O e durante a época das chuvas, podem
ser alimentadas exclusivamente com pastagem de capim-elefante sem afetar a produção
de leite ou o intervalo parto primeiro cio em relação àquelas suplementadas com
concentrado acima de 10 kg/vaca/dia durante os primeiros 60 ou 120 dias de lactação.
A suplementação da pastagem com concentrado por até 120 dias pós-parto, para
vacas mestiças Holandês x Zebu acima de 10 kg/vaca/dia de leite com 1 kg de
concentrado para cada 2 kg de leite, não afetou o intervalo parto primeiro cio das vacas.
Não houve diferença no intervalo parto primeiro cio entre as vacas que foram
suplementadas com concentrado acima de 10 kg/vaca/dia na base de 1 kg de concentrado
para cada 2 kg de leite durante os primeiros 60 ou 120 dias da lactação.
58
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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