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Matriz de Densidade e sua Aplicação em Ressonância Magnética Nuclear Bathista, A. L. B. S. Instituto de Física de São Carlo – USP, Av. Trabalhador São Carlense 400, São Carlos – SP CEP 13560-970, Caixa Postal 369. Neste trabalho podemos ver as propriedades da matriz de densidade e a sua utilidade prática na descrição de experimentos de RMN

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Matriz de Densidade e sua Aplicação em Ressonância Magnética Nuclear

Bathista, A. L. B. S.

Instituto de Física de São Carlo – USP, Av. Trabalhador São

Carlense 400, São Carlos – SP CEP 13560-970, Caixa Postal 369.

Neste trabalho podemos ver as propriedades da matriz de densidade e a sua utilidade

prática na descrição de experimentos de RMN

DeboraFernanda
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1 Introdução ........................................................................................................................ 3

2 Identificação de Estados. ................................................................................................. 3

2.1 Estado Puro. .................................................................................................................. 3

3 Operador de Densidade.................................................................................................... 4

4 Matriz de Densidade ........................................................................................................ 6

5 Matriz de Densidade Truncada ........................................................................................ 9

6 Expansão da Matriz de Densidade................................................................................. 10

7 Matriz de densidade e a RMN ....................................................................................... 11

8 Aplicação da Matriz de densidade em RMN ................................................................. 13

8.1 Pulso 90º-x ................................................................................................................... 13

8.2 Seqüência Spin-Echo .................................................................................................. 17

8.3 Echo Sólido................................................................................................................. 19

11 Tratamento de Distortionless Enhanced Polarization Transfer – DEPT. .................... 24

13 INADEQUATE-2D: Coerência de duplo quantum. .................................................... 28

14 Polarização Cruzada e o Conceito de Temperatura de Spin ........................................ 30

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1 Introdução

Hoje, com as sofisticadas seqüências de pulsos da espectroscopia de Ressonância

Magnética Nuclear (RMN) é necessário que se saiba em detalhes como um sistema de

spin evolui no tempo. O que requer uma ferramenta adicional. A teoria da Matriz de

Densidade e Operador de Densidade é bem comportada para o tratamento de muitas

situações em RMN, é largamente utilizada nesta área, particularmente na descrição de

efeitos dos pulsos de r.f. sobre sistema de spin, além de descrever cada passo dado da

sequência de pulso (1), como também no tratamento de relaxação magnética nuclear (2).

2 Identificação de Estados. 2.1 Estado Puro.

Quando nós temos um estado perfeitamente conhecido, como por exemplo seus

números quânticos (n, l, j, ml), intensidade I ou freqüência v, este é conhecido como um

estado puro, o qual pode ser estudado a sua evolução temporal e a predição dos

resultados de várias medidas sobre este. Porém, na prática o estado de um sistema as

vezes não é bem determinado (3). Um exemplo ilustrativo disto é o tratamento de um

feixe de luz vindo de uma fornalha, o qual pode conter luz circularmente polarizada como

linearmente polarizada (4). Neste caso, este é um sistema que tem o mínimo de

informação ou informação incompleta, este é uma mistura de estado, o qual não pode ser

confundido com uma superposição de estado. Podemos aplicar sobre este uma ferramenta

matemática, a Matriz de Densidade, a qual facilita a aplicação simultânea dos postulados

da Mecânica Quântica e os resultados do cálculo da probabilidade. Sendo que a matriz de

densidade atua no espaço de estado do sistema dando a probabilidade deste.

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2.2 Mistura de Estados

Quando não dispomos da informação completa sobre um sistema recorremos ao

conceito de probabilidade. Por exemplo, um sistema em equilíbrio termodinâmico a uma

temperatura T apresenta uma probabilidade proporcional a nE kTe− de se encontrar em um

estado de energia nE . De uma forma mais geral, a informação incompleta de um sistema

é descrita em mecânica quântica do seguinte modo: o estado deste sistema pode ser o

estado 1Ψ com probabilidade 1p ou o estado 2Ψ com probabilidade 2p , etc...

Obviamente:

1 2 ... 1kk

p p p+ + = =∑ (1)

Neste caso, dizemos que estamos lidando com uma mistura estatística de estados

1 2, ,...Ψ Ψ com probabilidades 1 2, ,...p p É importante notar que um sistema descrito

por uma mistura estatística de estados, com probabilidade kp de um vetor de estado ser

kΨ , não deve ser confundido com um sistema cujo estado Ψ é uma superposição

linear de estados:

k kk

cΨ = Ψ∑

onde se pode afirmar que o sistema tem probabilidade 2kc de se encontrar no estado

kΨ .

3 Operador de Densidade

Existe em princípio, um operador para cada informação que se deseja sobre o

sistema como, por exemplo, os operadores que fornecem a energia, chamados de

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operadores Hamiltonianos que são denotados pelo símbolo H. Mas também há

operadores que nos informa a respeito da probabilidade de adquirir os resultados

desejados extraídos do espaço de estado qualquer.

Para o caso especial de um estado puro, onde a princípio toda informação

necessária sobre este é completamente conhecida, o operador de densidade )(tρ é

definido:

)()()( ttt ΨΨ=ρ [1]

e para os casos mais experimentais (reais), onde as circunstâncias de operacionalidade

influenciam a forma do operador de densidade é:

iii

iP ΨΨ=∑ρ [2]

onde iΨ é um conjunto completo de um estado quântico ortonormal de algum estado, e

nós temos uma distribuição estatística deste estado ortonormal governado pela

probabilidade iP de achar iΨ num ensemble de estado. Sendo que a probabilidade é de

0 a 1, e ∑ =i

iP 1. Note que o operador de densidade atua sobre um membro do ensemble

iΨ para produzir a probabilidade de achar o sistema em iΨ ,

∑ ΨΨΨ=Ψi

iiiii P1

ρ

iii P Ψ=Ψρ [3]

se todos os membros do ensemble estão no mesmo estado kΨ , dizemos então, o

operador de densidade se reduz a

kk ΨΨ=ρ [4]

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e o sistema é dito um estado puro com 1=kP . Esta é a forma irreduzível do operador de

densidade, ou operador irredutível, ou seja, a forma mais compacta que o operador de

densidade possa assumir.

O operador de densidade também pode ser expandido na forma de uma

superposição de estado.

ββααρ pp += [5]

4 Matriz de Densidade

4.1 definição

Freqüentemente temos de lidar com situações em que o vetor de estado do sistema não é

conhecido, mas apenas um conjunto possível de vetores iΨ , que ocorrem com

probabilidades ip . O conjunto ,i ip Ψ é chamado de ensemble estatístico. A

ferramenta matemática adequada para tratar desses casos é a matriz de densidade, ρ ,

definida como:

i i ii

pρ ≡ Ψ Ψ∑

onde 0ip > e 1iip =∑ .

4.2 Operador densidade e Matriz de densidade

O operador de densidade é representado na base nu por uma matriz chamada

de Matriz de Densidade, cujo elementos são:

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)()()()( * tctcutut nmnmmn == ρρ [6]

ou

)()()( * tctcuut nmnmmn =ΨΨ=ρ

onde )()(* tctc nm é uma média sobre todo o sistema. A média nos garante que os

coeficientes são dependentes temporais. O que pode ser adquiridos muitas vezes, gerando

uma média. E como qualquer outro sistema físico, este evolui no tempo. Sendo que a

evolução temporal do operador )(tρ pode ser deduzida a partir da equação de

Schrödinger

( )iidtdt

dtd

ΨΨ=)(ρ [7]

ΨΨ+Ψ

Ψ= iiii dt

ddtdt

dtd )(ρ

)()()()()()(1)()()(

tHtttttHi

tdtd

tt ρρ

ρ ΨΨ−ΨΨ=

( ))()()()(1)( tHtttHi

tdtd ρρρ −=

[ ])(),(1)( ttHi

tdtd ρρ =

[ ])(),()( ttHtdtdi ρρ = [8]

Esta é a evolução temporal do operador de densidade, conhecida como equação de

Liouville-Von Neumann. Se o Hamiltoniano não varia no tempo, a sua solução é

)()( tUitUdtd Η

−= [9]

∫∫Η

−=tU

U

dtitUUd

0

)(0

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titU UU

Η−=

0|)(ln

tieUtU )/(0)( Η−= [10]

considerando 10 =U

tietU )/()( Η−= [11]

este é o operador de evolução associado a matriz de densidade

HtiHti eet )/()/( )0()( +−= ρρ [12]

ou da forma compacta

)()0()()( 1 tUtUt HH−= ρρ [13]

Se agora temos um ket Ψ que é um autovetor de H.

nnn EH Ψ=Ψ [14]

0)( =tdtdi ρ [14]

( ))()()( ttdtdt

dtd

nm ΨΨ=ρ [15]

)()()()()()(1)()()(

tHtttttHi

tdtd

tt

nm

ρρ

ρ ΨΨ−ΨΨ=

( )nnmnmnnm EEi

tdtd ρρρ −=

1)(

( ) nmmnnm EEi

tdtd ρρ −=

1)(

( ) nmmnnm EEtdtdi ρρ −=)( [16]

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4.3 Propriedades importantes de Matriz de densidade

1. A matriz de densidade é um operador positivo, ou seja, possui autovalores reais não-

negativos. De fato, para qualquer ϕ ,

2

0i i i i ii i

p pϕ ρ ϕ ϕ ϕ ϕ= Ψ Ψ = Ψ ≥∑ ∑

2. O traço de ρ é igual a 1:

( )( ) 1i i i ii i

Tr p Tr pρ = Ψ Ψ = =∑ ∑

3. O estado será puro se e somente se 2( ) 1Tr ρ =

2

2

...

1

i j i i j ji j

i j ij i j ii j i

p p

p p p

ρ

δ

= Ψ Ψ Ψ Ψ =

= Ψ Ψ = ≤

∑∑

∑∑ ∑

a igualdade será satisfeita se somente se 0ip = , exceto para um índice 0i tal que 0

1ip = .

5 Matriz de Densidade Truncada

)exp()exp()0(j

iOpHTr

OpH−−

1TrOpHi )1()0( +

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onde NITr )12( +=1 e a matriz de densidade para um único spin é

Ni

IOpH

)12()1()0(

+

+=ρ

já para dois ou mais spins

∑ +

+= N

i

N

i

I

OpH

)12(

)1()0(ρ

6 Expansão da Matriz de Densidade

6.1 A evolução temporal

Tanto a matriz de densidade quanto o Hamiltoniano estão relacionadas através da

equação de von Neumann. Se ( )tΗ e ( )tρ comutam entre si [ ]( ), ( ) 0H t tρ = , a matriz de

densidade não se altera ao longo do tempo. Caso eles não comutem entre si e Η seja

independente do tempo ( 0t∂Η ∂ = ), a solução formal da equação de von Neumann é dada

por:

( ) ( )0i t i tt e eρ ρΗ − Η=

onde o operador U(t)

( ) iHtU t e−=

Esta solução pode ser confirmada inserindo na equação de von Neumann (use a regra do

produto para a derivada, sem mudar a ordem dos operadores) o qual “força” da matriz de

densidade a evoluir no tempo de acordo com a equação, é denominado propagador.

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No caso em que ocorrem evoluções sob Hamiltonianas distintas em intervalos de

tempos diferentes, podemos calcular facilmente a evolução temporal do operador ( )tρ da

seguinte forma:

( ) ( )3 3 3 32 2 1 1 1 1 2 2

1

2

3

... 0 ...n n n ni t i t i t i ti t i t i t i t

evento

evento

evento

n e simo evento

t e e e e e e e eρ ρΗ Η − Η − ΗΗ Η − Η − Η

′−

=

7 Matriz de densidade e a RMN

7.1 Matriz de Equilíbrio

Considerando um sistema de spin ½ colocado em um campo magnético. A um

tempo 0t o sistema está em equilíbrio e neste caso o operador de densidade é dado nas

bases −+ , pela distribuição de Boltzmann(3-5).

=−

+

e

e

KT

E

KT

E

eq

210

021

ρ [17]

onde

0BE Iγ−=+ e 0BE Iγ=−

sendo +E e −E a energia Zeeman do sistema de spin considerado. Substituindo em

[17] temos,

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=

e

eKT

B

KTB

eq I

I

0

0

210

021

γ

γ

ρ [18]

à temperatura ambiente e a um forte campo magnético a energia 0BkT Iγ>> e logo,

kTB

e IkTBI

00

1γγ

+≈ ; kT

Be IkT

BI0

0

1γγ

−≈−

por exemplo, a 298 kelvin (K) 21104 −≅ xkT joules (J) e a 100 MHz a energia de

transição do spin para prótons é .106 260 JxBE I

−== γ a razão E/kT é acima de 10-5.

Usando a definição da função exponencial ...!2/1 2 +++= xxe x , cada termo

exponencial kTBIe /0γ− é bem aproximadamente de ( )kTBI /1 0γ− .

+=

KTB

KTB

I

I

eq0

0

1210

0121

γ

γ

ρ

como podemos ver, a matriz de densidade é diagonal para o tempo 00 =t .

A primeira descrição de um pulso de RMN nos mostra que a matriz de densidade

inicia com um excesso de magnetização ao longo do eixo z em função do sistema de spin

estar mergulhado num campo magnético 0B do espectrômetro.

zI

Ieq kT

B

+

=

1001

1001

21 0γ

ρ [19]

012

Ieq Z

B IkTγρ = +1 [20]

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onde 1 é o operador unitário, representado pela matriz unitária, é invariante para qualquer

transformação, somente o segundo termo da matriz de densidade é de interesse para a

RMN. Logo temos

ZI

eq kTB

σγ

ρ 0= [21]

onde zσ é a matriz de Pauli, da mesma forma podemos associar os operadores xI e yI

com os observáveis xσ e yσ . Os operadores xσ e yσ são representados na base

−+ ,

=

0110

xσ e

−=

00i

iyσ

8 Aplicação da Matriz de densidade em RMN 8.1 Pulso 90º-x

Neste caso passaremos a chamar a matriz de densidade )0(ρρ =eq ; e somente

com o termo de interesse. Obtendo assim uma matriz de densidade parcial. E esta traduz

o Hamiltoniano de efeito Zeeman

ZI

kTB

σγ

ρ 0

21)0( = [22]

e para calcular o efeito do pulso de r.f., é necessário a introdução da matriz de rotação.

Na descrição específica da RMN em que os pulsos são dados nos eixos x e y, temos as

seguintes matrizes.

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−=

)2/cos()2/()2/()2/cos(

)2/( φφφφ

φ isenisen

U x [23]

−=

)2/cos()2/()2/()2/cos(

)2/( φφφφ

φ sensen

U y [24]

sendo estas Matrizes Hermitianas U-(φ/2)x = U†-(φ/2)x e U-(φ/2)y = U†-(φ/2)y.

90ºx

ρ(0) ρ(1) ρ(2)

Figura#: ilustração do pulso de r.f.

O Hamiltoniano que descreve o pulso de 90º é dado da seguinte forma

)()()( )2()1()0(º90 tHHHtH x ++= φ [25]

Explicitando o Hamiltoniano de cada termo

)()()( ...º90 tHHHtH relaxfrZeemanx ++= φ

Nos mostra que cada termo do hamiltoniano tem uma dependência sendo que H(0) é

aproximadamente uma constante, H(1) depende espacialmente e H(2) temporalmente.

Para o presente exemplo a matriz [23] é utilizada,

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−=

)2/cos()2/()2/()2/cos(

)2/( φφφφ

φ isenisen

U x

e o cálculo é realizado da seguinte maneira

1

)2/()2/( )0()1( −−−= ππ ρρ UU x [26]

substituindo o valor do pulso na matriz de rotação [23], temos

−−−−−−

=− )4/cos()4/sen()4/sen()4/cos(

)2/( ππππ

π ii

U x

= −

− 11

2 2/1)2/( i

iU xπ [27]

U-1-(π/2)x = U†-(π/2)x [28]

E aplicando na matriz inicial )0(ρ

=

11

1001

11

4)1( 0

ii

iiBIγρ

yII B

iiB

σγγ

ρ20

12

)1( 00 =

−=

yI B

σγ

ρ2

)1( 0= [29]

yI

kTB

σγ

ρ 0

21)1( =

Determinamos a matriz depois do pulso de 90º )1(ρ e a sua evolução da matriz )2(ρ ,

utilizando do operador de evolução descrito pela equação [11],

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)()1()()2( 1 tUtU −= ρρ

HtiHti ee )/()/( )1()2( +−= ρρ

=

− 2/

2/

2/

2/

00

00

00

2)2( ti

ti

ti

ti

ee

ii

eep

ω

ω

ω

ω

ρ

=

00

2)2( 2/

2/

ti

ti

eep

ω

ω

ρ [30]

onde kT

Bp I 0γ= . Como trabalhamos no sistema de referência (rotating frame) que está

rodando sobre o eixo z a uma freqüência 1−⋅Ω srad , o qual é aproximadamente igual

ao sinal de referencia de r.f., 1−⋅ sradω , logo podemos expressar )2(ρ nesta referencia

e para fazermos isso precisamos da matriz de rotação )(tDΩ ,

=

Ω

Ω−

Ω 2/)(

2/)(

00)( ti

ti

eetD [31]

então se deixarmos )(trρ representar ( ))()2( tρρ = nos eixo de coordenadas, logo temos

)()()()( 1 tDttDtr −ΩΩ= ρρ

=

Ω−

Ω

−Ω

Ω−

2/)(

2/)(

2/)(

2/)(

00

00

00

2)( ti

ti

ti

ti

ti

tir

ee

ieie

eept ω

ω

ρ

−=

−Ω

−Ω−

00

2)( )(

)(

ti

tir

ieiept ω

ω

ρ [32]

em resumo, a matriz de densidade dependente do tempo para um spin (I= ½) seguido de

um pulso de 90º-x no eixo de coordenadas girante é dado por:

)()0()()( 11 tDUUtDt HHr −

Ω−

Ω= ρρ

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tzIitzIitzIitzIir eeeet Ω−−Ω−= ωω ρρ )0()(

−=

−Ω

−Ω−

00

2)( )(

)(

ti

tir

ieiept ω

ω

ρ [33]

Tendo realizado todos os passos a partir da matriz de densidade, agora podemos

escrever o Hamiltoniano deste experimento.

−++=

−Ω

−Ω−

00

21

21

21)( )(

)(000

º90 ti

tiI

yII

x eie

kTB

kTB

kTB

tH ω

ωγσ

γγ

−++=

−Ω

−Ω−

001

21)( )(

)(0

º90 ti

ti

yI

x eie

kTB

tH ω

ω

σγ

−++=

−Ω

−Ω−

00

21)( )(

)(

10º90 ti

ti

yI

x eieBB

kTtH ω

ω

σγ

Ψ

−++=Ψ

−Ω

−Ω−

00

21)( )(

)(

10º90 ti

ti

yI

x eieBB

kTtH ω

ω

σγ [34]

e o seu valor esperado é

ρxx TrHH º90º90 =ΨΨ [35]

8.2 Seqüência Spin-Echo

90ºx

ρ(0) ρ(1) ρ(3)ρ(2)

180ºy

τ

ρ(4)

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ypipσρ

20110

2)1( =

−= , onde

kTB

p I 0γ=

−= −Ω

−Ω−

00

2)2( )(

)(

ti

tir

ieiep

ω

ωρ

mas como )3(ρ envolve um pulso de 180ºy temos que sanduichar )3(ρ

†º180º180 )2()3(xx UU ρρ =

= −Ω−

−Ω−

0110

00

0110

21)3( )(

)(

ti

ti

eep

ω

ωρ

−= −Ω−

−Ω−

00

2)3( )(

)(

ti

ti

ieiep

ω

ωρ

†H)3()4( UU H ρρ =

= −Ω−

−Ω

−Ω−

−Ω

−Ω

−Ω−

ti

ti

ti

ti

ti

ti

ee

ieie

eep

)(

2/)(

)(

)(

)(

2/)(

00

00

00

2)4( ω

ω

ω

ω

ω

ωρ

ypipσρ

20110

2)4( =

−=

(4) (1)2 ypρ σ ρ= =

+

−++= −Ω

−Ω−− yyti

tiyx

Iechospin B

eieBB

kTtH σσ

γω

ω1)(

)(10

00

21)(

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8.3 Echo Sólido

Temos agora um acoplamento dipolar entre spins e perguntamos como estes

evoluem no tempo, particularmente a resposta está de acordo com o pulso aplicado.

Utilizaremos aqui a representação de matriz de densidade para esta resposta.

Considere um estado triplete de dois spins homunecleares, a representação

matricial do Hamiltoniano é, 0t

z DH B I Hγ= − + , onde “t ” indica “truncado”

/ 4 0 00 / 2 00 0 / 4

KH K

K

ω

ω

− + = − + +

onde 2(1 3cos )DK ω θ= − e 3I S

D rγ γω = , o operador unitário de evolução é

exp( ( / 4) ) 0 00 exp( ( / 2) ) 00 0 exp( ( / 4) )

H

i K kTU i K kT

i K kT

ω

ω

− = − +

a matriz de densidade no t=0 neste caso será

exp(( / 4) ) 0 01(0) 0 exp(( / 2) ) 03

0 0 exp( ( / 4) )

K kTK kT

i K kT

ωρ

ω

− = − −

desde ( / 4)K kTω − << , nós podemos expandir a exponencial e aproximar:

1 (( / 4) ) 0 01(0) 0 1 (( / 2) ) 03

0 0 1 (( / 4) )

K kTK kT

K kT

ωρ

ω

+ − ≈ + − −

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1 0 01(0) 0 2 03 3 2

0 0 1z

KIkT kTωρ

− = + + + −

o primeiro termo é independente do tempo, ou seja, é uma constante. O terceiro termo

pode se relacionar com o segundo da forma que

1 0 0(0) 0 0 0

3 30 0 1

zP I

kTωρ = = −

onde /p kTω= . O operador para o pulso / 2π sobre os eixos –x e +y são

( / 2)

1 2 11 2 0 22

1 2 1x

i

U i i

iπ−

+ −

= + + − +

e

( / 2)

1 2 11 2 0 22

1 2 1yU π

= − −

agora evoluindo (0) (1)ρ ρ→ , seguimos como mostra a Figura #.

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Figura #: seqüência de pulso eco sólido.

1 2 1 1 2 11 0 0(1) 2 0 2 0 0 0 2 0 2

120 0 11 2 1 1 2 1

i ip i i i i

i i

ρ

+ − − − = + + − − − − + − −

que se reduz a

0 1 02(1) 1 0 1

12 31 1 0

yp pi Iρ

− = + − = + − +

(1)3 yp Iρ = +

agora nós retornamos ao operador evolução nas coordenadas girantes a uma freqüência

ω , nós temos.

/ 4

/ 2 1

/ 4

0 00 00 0

iKt

iKtH H

iKt

eU e U

e

= =

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a matriz de densidade a um tempo t depois do primeiro pulso,

/ 4

/ 2 1

/ 4

0 00 00 0

iKt

iKtH H

iKt

eU e U

e

= =

/ 4 / 4

/ 2 / 2

/ 4 / 4

0 0 0 1 0 0 02(2) 0 0 1 0 1 0 0

60 0 0 1 0 0 0

iKt iKt

iKt iKt

iKt iKt

e eip e e

e eρ

− = −

o qual se reduz a

3 / 4

3 / 4 3 / 4

3 / 4

0 02(2) 0

60 0

i Kt

i Kt i Kt

i Kt

eip e e

= −

a transformação de (2) (3)ρ ρ→ deve ser feita por um segundo pulso de / 2π , mas

agora com fase em y, e a sua evolução é

3 / 4

3 / 4 3 / 4

3 / 4

1 2 1 1 2 10 02(3) 2 0 2 0 2 0 2

240 01 2 1 1 2 1

i Kt

i Kt i Kt

i Kt

eip e e

− − = − − −

3 / 4

3 / 4 3 / 4

3 / 4

0 4 02(3) 4 0 4

240 4 0

i Kt

i Kt i Kt

i Kt

eip e e

= −

agora depois da evolução da seqüência de pulso podemos ver a matriz de densidade do

Eco (4)ρ :

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/ 4 3 / 4 / 4

/ 2 3 / 4 3 / 4 / 2

/ 4 3 / 4 / 4

0 0 0 0 0 02(4) 0 0 0 0 0

60 0 0 0 0 0

iKt i Kt iKt

iKt i Kt i Kt iKt

iKt i Kt iKt

e e eip e e e e

e e eρ

− −

− −

= −

3 / 4

0 1 02(4) 0 1 (1)

6 30 1 0

i Kty

ip pe Iρ ρ−

= − = + =

(4) (1)ρ ρ=

então nós temo um eco, como podemos ver que (4) (1)ρ ρ= são iguais e isso significa

que ao final da seqüência pulso conseguimos o mesmo estado inicial (1)ρ . Note que se o

segundo pulso tem sido yπ , como para um spin eco de Hahn, nós temos

1( ) ( )

0 0 10 1 01 0 0

y yU Uπ π−

= =

tendo que

3 / 4

3 / 4 3 / 4

3 / 4

0 0 1 0 0 0 0 12(3) 0 1 0 0 0 1 0

61 0 0 0 0 1 0 0

i Kt

i Kt i Kt

i Kt

eip e e

− = −

3 / 4

3 / 4 3 / 4

3 / 4

0 02(3) 0 (2)

60 0

i Kt

i Kt i Kt

i Kt

eip e e

eρ ρ

= − = − −

tal pulso de yπ inverte o sinal de ρ , mas não altera a sua evolução, isso não produz um

eco. Isto porque o pulso (não-seletivo) de yπ inverte as fases (como um eco de Hahn) e

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inverte o campo local casado por eles. Nós temos um inversão tôo may,que não é um eco

neste caso, somente para um pulso de / 2π . Um para heteronuclear não terá este

problema se somente um spin é invertido(2).

11 Tratamento de Distortionless Enhanced Polarization Transfer – DEPT.

Nesta representação temos:

/ 2 0 0 00 / 2 0 00 0 _ / 2 020 0 0 / 2

A X

A X

A X

A X

f f Jf f JhH

f f Jf f J

− − + − + − = + − + + +

se nós escrevermos

4A Xf f=

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que é um fato empírico aproximado

/ 4Xp hf kT=

então

5 0 0 00 3 0 0

(0)0 0 3 00 0 0 5

ρ

≈ − −

[ ] [ ]exp ( / ) exp (2 )( / )HU i Ht i H h tπ= =

isto deixa

2 / 4

2 / 4

2 / 4

2 / 4

0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 00 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0

iJt i

iJt i

H iJt i

iJt i

e ee e

Ue e

e e

π θ

π θ

π θ

π θ

− −

+ +

+ +

− −

= =

onde podemos escrever

2 / 4Jtθ π= (B)

a população inicial pode ser achada usando

012z zA σ σ= ⊗

0 (0) 8zA Tr A pρ= 0 (0) 2zX Tr X pρ= =

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deixe-nos agora o sistema AX a uma seqüência de pulso que será deixada DEPT. a

seqüência na freqüência de ressonância de ambos A e X aparecem como na Figura #. O

valor de θ é definido na equação (B). Usando a Tabela 1

5 0 0 00 3 0 0

(0)0 0 3 00 0 0 5

= − −

08zA p A= = 02zX p X= =

0A X+ += =

1 0 4 00 1 0 4

(1)4 0 1 00 4 0 1

ii

pi

i

ρ

− − − = −

0zA = 0zX X=

0A iA+ = 0X + =

1 0 4 00 1 0 4

(2)4 0 1 00 4 0 1

− − − = −

0zA = 0zX X=

0A+ = 0X + =

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0 0 40 1 4 0

(3)0 4 14 4 0

i ii

pi i

i i

ρ

− − − − = − − −

0z zA X= =

0A+ = 0X iX+ ×

0 1 0 41 0 4 0

(4)0 4 0 14 0 1 0

ii

pi

i

ρ

− − − = −

0z zA X= =

0A X+ += =

0 4 0 14 0 1 0

(5)0 1 0 41 0 4 0

ii

pi

i

ρ

− − − = − − −

0z zA X= =

0A X+ += =

0 4 0 14 0 1 0

(6)0 1 0 41 0 4 0

− − = − − −

0z zA X= =

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0A+ = 08X p A+ = =

indicando uma transferência de polarização do sistema A para o sistema X.

13 INADEQUATE-2D: Coerência de duplo quantum.

Nesta seção analisaremos o comportamento de um sistema AX homonuclear de spins

acoplados em equilíbrio térmico sob a ação da seqüência de pulsos INADEQUATE-2D.

Esta seqüência de pulso pode ser vista no livro do Victor Gil página 714.

Figura JJ

1( / 2)

1 11 111 12

1 1

x

i ii i

Ri i

i i

π−

− − − − − − = − − − − − −

e ( / 2)

1 11 111 12

1 1

x

i ii i

Ri i

i i

π

− − = − −

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1( ) ( )

0 0 0 10 0 1 010 1 0 021 0 0 0

y yR Rπ π−

− = = −

1( / 2)

1 1 1 11 1 1 111 1 1 12

1 1 1 1

yR π−

− − = − − − −

e ( / 2)

1 1 1 11 1 11

1 1 1 121 1 1 1

y

iR π

− − − = − − −

A matriz de densidade no equilíbrio térmico é

1 0 0 0 1 0 0 00 1 0 0 0 1 0 01 1(0) ( / 4)0 0 1 0 0 0 1 04 40 0 0 1 0 0 0 1

p

p

p

ρ

+ = = + − −

1

sendo / 2Ap h kTω= , Aω é a freqüência de larmor do spin A, e / 1A Xω ω . Uma vez que

todos os operadores de rotação comutam com o operador unidade 1, esta parte da matriz

de densidade não se altera durante o experimento, podendo ser omitida. Verifica-se que:

1( / 2) ( / 2)

1 0 0 00 1 0 0

(1) (0) ( / 8 )0 0 1 0 40 0 0 1

x x yPR R p i Fπ πρ ρ−

= = = ⋅ −

1312

21 24

31 34

4342

0 00 0

(2) ( / 8 )0 0

0 0

ii

i i

i i

ii

e ee e

p ie e

e e

ω τω τ

ω τ ω τ

ω τ ω τ

ω τω τ

ρ

− = − − − −

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12 X Jω ω π= − , 21 X Jω ω π= − + como mostrado na Figura JJ

14 Polarização Cruzada e o Conceito de Temperatura de

Spin

Em 1973 Pines, Gibby e Waugh divulgaram um trabalho no Journal of Chemical Physics

59, o qual tratava em relatar o ganho de sensibilidade de um dado núcleo raro S através

da transferência de polarização de um núcleo abundante I [24]. A técnica Polarização

Cruzada - CP, consiste em otimizar os problemas relacionados com baixa abundância

natural de núcleos raros. O efeito do CP é provocar um aumento da magnetização de

núcleos raros do tipo 13C em favor de núcleos abundantes, 1H, facilitando (diminuindo)

a relaxação spin-rede (T1) e melhorando (aumentando) a relação sinal/ruído num fator

/ 4H Cγ γ ≈ [1, 2, 16, 23, 33, 35-37]. Neste caso os núcleos abundantes I aproximam-se

de um reservatório térmico, e a sua transferência de polarização para o núcleo raro S se

dá por processo favorável, de natureza termodinâmica. Favorecendo um sistema de alta

magnetização alinhada a um baixo campo magnético B0 [1, 16]. Este contato térmico é

estabelecido no chamado sistema girante de coordenadas, quando a condição de

Hartmann-Hahn, CCHH BB 11 γγ = é satisfeita através da aplicação de campos de r.f. para

o núcleo I e S simultaneamente [38]. A Figura 15 apresenta uma demonstração hipotética

deste reservatório térmico.

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Figura 15: Representação de um reservatório térmico nuclear

de prótons

Quando ambos os sistemas de spins apresentarem as mesmas freqüências

angulares ω1 (= γB1), obtidas através do ajuste da intensidade B1 no sistema de

coordenadas girantes, a condição de Hartmann-Hahn é satisfeita, e a transferência de

polarização é permitida[38]. O sistema girante de coordenadas é um sistema que gira com

a freqüência de ressonância de cada núcleo em particular em torno de B0 . Em tal sistema,

a freqüência de precessão de Larmor γB0 é eliminada, o que significa o desaparecimento

de B0 . O único campo magnético que age sobre cada spin é o campo de RF estático,

neste referencial, e tem o mesmo papel de B0 no sistema de referência do laboratório.

Neste caso, pode-se observar que a condição de Hartmann-Hahn significa que os dois

núcleos terão a mesma freqüência de Larmor em seus respectivos sistemas girantes de

coordenadas, ω ω1 1H C= . Veja a ilustração da seqüência de pulso do processo na Figura

16.

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Figura 16: Sequência de pulso Polarização cruzada estabelecimento da condição de Hartmann-Hahn ω ω1 1H C= . Tc é o tempo de contato térmico, Ta é o tempo de aquisição.

ZL

ZI p

kTB

σσγ

ρ22

1)0( 0 ==

onde

L

IL kT

Bp 0γ

= e S

IIS kT

Bp 1γ

=

S

I

L TBB

T11

0

1 ⋅= [1]

substituindo [1] em pL temos

SS

I

L

IL p

TBB

kTB

p =⋅⋅=1

0

10γ

IISS

IIS B

kTB

p 11 ωβ

γ==

IISS Bp 1ωβ=

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ySS pipσρ

20110

2)1( =

−=

ySp σρ

2)1( =

o termo )1(ρ relembra que a técnica Cross Polarization depende exclusivamente das

propriedades do núcleo I.

e para determinar )2(ρ

1)1()2( −= HH UU ρρ

e mostrando que )2(ρ no referencial girante )(trρ representa ))()(2( tρρ =

111)0()( −Ω

−−Ω= DUUUUDt HH

rφφ ρρ

−= −Ω

−Ω−

00

2)( )(

)(

ti

tiSr

ieiept ω

ωρ

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Referências:

(1) Cerf, C. Concepts in Magnetic Resonance, Vol. 9 (1) 17-41 (1997)

(2) Stejskal, E. O., Memory, J. D. High Resolution NMR in the Solid State. 1994, Osford

Press

(3) Cohen-Tannouidji C, Diu B, Lalöe F. Quantum Mechanics, Vol. I. New York: John

Wiley and Sons; 1977. P 898.

(4) Fano, U. Phys. Rev. Vol. 29, 74-93 (1957)

(5) Farrar, T. C., Concepts in Magnetic Resonace, Vol. 2, 1-12 (1992)

(6) Farrar, T. C., Concepts in Magnetic Resonace, Vol. 2, 55-61 (1992)

(7) Blum, K. Density Matrix Theory and Applications. Plenum Press, New York, 1981.

(8) Weiner, J., Ho, P. T. Light-Matter Interaction: Fundamentals and Applications, 2002.

(9) McWeeny, R. Reviews of Modern Physics, Vol. 32, 335-369 (1960)

(10) Mehring, M. High Resolution NMR in Solids. Springer-Verlag, New York, 1983.