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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO BIOMÉDICO DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA APLICADAS (MIP/PPGMPA) MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA, CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE NITERÓI 2016

MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA PARASITOSES INTESTINAIS … - Mayara Perlingeiro... · 2016 4 AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado a vida, por me abençoar e me guiar nas conquistas

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO BIOMÉDICO

DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM

MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA APLICADAS (MIP/PPGMPA)

MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA

PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,

CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE

NITERÓI

2016

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MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA

PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,

CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Microbiologia e Parasitologia

Aplicadas da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para a obtenção do Grau

de Mestre. Área de Concentração: Parasitologia.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior

Niterói

2016

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MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA

PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,

CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Microbiologia e Parasitologia

Aplicadas da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para a obtenção do Grau

de Mestre. Área de Concentração: Parasitologia.

Aprovada em 16 de Fevereiro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Otilio Machado Pereira Bastos – UFF – Presidente

Prof. ª Alynne da Silva Barbosa – UFF

Prof. ª Maria do Carmo Ferreira – UNIRIO

Prof. Alexander Sibajev – UFRR – Suplente

Prof. ª Danuza Pinheiro Bastos Garcia de Mattos – UFF – Suplente

Niterói

2016

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a vida, por me abençoar e me guiar nas conquistas de meus

ideais, sempre me dando forças para seguir em frente.

À minha orientadora, Prof. Claudia Uchôa, por ter me dado asas. Por toda atenção e

paciência. Pelos ensinamentos, que iam além do científico. Pelo carinho de mãe e

apoio incondicional, inclusive nos momentos mais difíceis. Por ser um grande

exemplo e inspiração como profissional.

Ao prof. Otilio Bastos pela revisão criteriosa. Por todo auxílio e ensinamento,

enriquecendo cada passo dado com sua experiência e sabedoria.

À Fundação Municipal de Educação de Niterói pela parceria durante todo o estudo.

À CAPES, PROPPI/FOPESQ – UFF, PROEX – UFF e PIBIC – UFF pela concessão

de bolsas e apoio financeiro.

À prof. Ana Beatriz Fonseca pela realização da análise estatística.

À prof. Alynne Barbosa por ter me aberto as portas da Parasitologia há quatro anos

atrás. Pelo imenso apoio em todos os momentos. Pelos muitos ensinamentos e pela

amizade construída ao longo desses anos.

À toda a equipe de alunos que participaram do projeto: Eduarda Peixoto, Élida

Almeida, Juliana Matos, Andreza Ramos, Stephanie Scarabelli, Dessirer Netto,

Mayra Correa, Thiago Pilotto, Juliana Torres, Jéssica Detrano e Anna Luisa

Finkelstein. Por muito terem me ensinado, ao mesmo tempo que aprendiam. Pela

dedicação e esforço, sem o qual o estudo não teria acontecido.

Às escolas, funcionários e estudantes participantes do estudo pelo acolhimento,

participação e interesse demonstrado.

Aos meus pais, Claudete Perlingeiro e José Damião de Siqueira, por estarem

sempre ao meu lado me dando amor, confiança, suporte e incentivo. Por me

ajudarem a dar todos os meus passos, segurando minha mão no sucesso e na

derrota.

Aos meus avós, Maria da Glória e Antônio Ariosto Perlingeiro (in memoriam), pela

minha criação. Por serem os amores da minha vida, meus heróis, meus ídolos e por

me tornarem a pessoa que sou hoje. Cada luta, cada conquista e cada vitória é para

vocês.

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Ao meu namorado e companheiro, Lucas Porto, pelo amor, carinho, apoio,

companheirismo e paciência. Por compreender minha ausência e nervosismo, por

me dar ombros e ouvidos e estar ao meu lado nos melhores e piores momentos.

À minha “filha peluda”, Flicka, por ser o meu anjinho de quatro patas, pela lealdade e

amor incondicional. Por ser minha fonte de consolo e alegria depois de um longo dia

de trabalho.

À minha “dinda”, Tania Roubier, por sempre me incentivar. Por suas sábias palavras

nos momentos de dificuldade e por ser minha segunda mãe.

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Microbiologia e Parasitologia

Aplicadas pelos ensinamentos transmitidos durante esse percurso, e à Anna Soares,

secretária do curso, por toda a paciência, carinho e pela pronta atenção.

Às minhas companheiras de turma do mestrado pelos momentos de alegria e

dificuldade que compartilhamos e pelo que juntas aprendemos.

A todos os meus amigos que direta ou indiretamente participaram do estudo, dando

força e incentivo para que o trabalho fosse concluído.

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“Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas! ”

Mario Quintana

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RESUMO

O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Coletiva no Brasil, principalmente pela sua correlação com o grau de desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares. Além das condições precárias de higiene e das dificuldades econômicas, o desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que as populações menos favorecidas e, em especial, as crianças, se tornem o principal grupo em frequência de parasitoses intestinais. Vários recursos têm sido propostos como instrumentos auxiliares no processo de ensino, aprendizagem em saúde e da educação em saúde, que representa uma das ferramentas indispensáveis ao trabalho do profissional de saúde, devendo ampliar seu enfoque à criança, aumentando as possibilidades de se tornarem, na idade adulta, indivíduos com consciência crítica e com autoridade sobre as questões de saúde. Baseado neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a frequência de parasitoses intestinais em estudantes e funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, identificar os saberes e implementar ações educativas. Foram realizadas atividades de sensibilização aos membros da comunidade escolar, seguido de assinatura de termo de consentimento e entrega de coletores fecais com orientações de coleta. As amostras fecais foram processadas pelas técnicas de Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modificada, Lutz e Kato-Katz. Foram coletados material subungueal, processados pela técnica de Ritchie modificada e aplicados questionários de identificação de saberes aos funcionários e estudantes do 3º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Ao final, foi apresentada uma feira educativa com dez dinâmicas. Aderiram ao estudo 630/2528 crianças e 111/460 funcionários, dos quais 263 crianças e 70 funcionários entregaram amostras fecais. Das amostras fecais, 72 (27,4%) de estudantes e 13 (18,6%) de funcionários estavam positivas para formas evolutivas de parasitos. Foi encontrada maior positividade para protozoários, principalmente não patogênicos. Das 494 amostras de material subungueal analisadas, um estudante apresentou positividade para Enterobius vermicularis. Dentre os 335 escolares que preencheram o questionário de saberes, observou-se conhecimento adequado sobre habitat (47,5%), formas de prevenção (48,4%) e sintomatologia (45,1%). Desses, 43,6% detinham conhecimento inadequado sobre transmissão. A maioria (50,7%) associou verminoses a vermes e 2,7% apresentaram conhecimento sobre protozoários. Dentre os 62 funcionários, observou-se conhecimento adequado sobre definição, exemplos, habitat, transmissão, sintomatologia e formas de prevenção. Na feira, que foi avaliada positivamente pelas equipes pedagógicas, observou-se grande interesse e participação das crianças, além de motivação em aprender. A baixa positividade, com predomínio de protozoários, pode estar associada a mudanças ambientais que inviabilizam a manutenção de alguns ciclos parasitários, bem como ser reflexo da baixa adesão ao trabalho proposto nessas escolas. A presença de informações fragmentadas sobre o tema reforça a necessidade de implementação de ações educativas estimulando a participação e a aquisição da informação por parte dos estudantes, assim como a importância do fortalecimento do conteúdo sobre parasitoses intestinais dentro do ensino de ciências, possibilitando a ampliação do conhecimento correto, o que poderá vir a interferir no empoderamento da comunidade alvo em relação a parasitoses intestinais e melhora na qualidade de vida. Palavras-chave: Enteroparasitoses. Crianças. Profissionais. Saberes. Orientação em saúde.

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ABSTRACT

The intestinal parasitism still constitutes one of the most serious Community Health problems in Brazil, mainly because of its correlation with the degree of malnutrition of populations, especially affecting the physical, psychosomatic and social development of students. In addition to the poor conditions of hygiene and economic difficulties, the lack of knowledge about preventive measures contributes to the underprivileged populations, especially children, to become the main group in frequency of intestinal parasites. Several resources have been proposed as auxiliary instruments in the teaching process, health learning and health education, which is one of the indispensable tools to the work of healthcare professionals, which should expand its focus to the child, increasing the chances of becoming, in adulthood, individuals with critical awareness and authority on health issues. Based on this context, this study aimed to evaluate the frequency of intestinal parasites in students and employees from seven municipal schools of Niterói, RJ, Brazil, to identify the knowledge and to implement educational activities. Awareness activities were held for members of the school community, followed by signing a consent form and delivery of fecal collectors with collection guidelines. Fecal samples were processed by Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modified, Lutz and Kato-Katz techniques. Subungueal material were collected and processed by Ritchie modified technique and knowledge identification questionnaires were applied to employees and students from 3rd to 7th year of elementary school. In the end, an educational fair was presented with ten dynamics. Joined the study 630/2528 children and 111/460 employees, of whom 263 children and 70 employees delivered fecal samples. Of fecal samples, 72 (27.4%) of students and 13 (18.6%) of employees were positive for evolutive forms of parasites. It was found higher rates of protozoa, mainly non-pathogenic. From 494 subungueal samples analyzed, one student was positive for Enterobius vermicularis. Among the 335 students who filled out the knowledge questionnaire, it was observed adequate knowledge about habitat (47.5%), forms of prevention (48.4%) and symptoms (45.1%). Of these, 43.6% had inadequate knowledge about transmission. Most (50.7%) associated verminosis to worms and 2.7% had knowledge about protozoa. Among the 62 employees was observed adequate knowledge about definition, examples, habitat, transmission, symptoms and prevention. At the fair, which was evaluated positively by the pedagogical teams, there was great interest and participation of children, besides motivation to learn. The low positivity, with predominance of protozoa may be associated with environmental changes that make it impossible to upkeep some parasitic cycles, as well as being a reflection of the low uptake to the proposed work in these schools. The presence of fragmented information on the subject reinforces the need for implementation of educational activities encouraging the participation and the acquisition of information by students, as well as the importance of strengthening the content of intestinal parasites in the teaching of science, enabling expansion of correct knowledge, which may interfere with the empowerment of the target community in relation to intestinal parasites and improved quality of life. Keywords: Enteroparasitosis. Children. Professionals. Knowledge. Health orientation.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................16

2. OBJETIVOS .........................................................................................................18

2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................18

3. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ................................................................................19

4. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................20

4.1 PARASITOS INTESTINAIS .................................................................................20

4.1.1 Principais parasitos intestinais responsáveis pela infecção humana .............23

4.1.1.1 Blastocystis sp. ..........................................................................................23

4.1.1.2 Giardia duodenalis ....................................................................................24

4.1.1.3 Amebídeos ................................................................................................25

4.1.1.4 Geohelmintos ............................................................................................26

4.1.1.5 Hymenolepis sp. e Taenia sp. ...................................................................28

4.1.1.6 Enterobius vermicularis .............................................................................30

4.1.2 Fatores de risco para aquisição de parasitoses intestinais ............................31

4.2 PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES ...............................................32

4.3 CONHECIMENTOS SOBRE PARASITOSES .....................................................37

4.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE .....................................................................................40

5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................45

5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO ...................................................................................45

5.1.1 Escola Municipal Anísio Teixeira ......................................................................46

5.1.2 Escola Municipal Santos Dumont .....................................................................46

5.1.3 Escola Municipal Noronha Santos ....................................................................46

5.1.4 Escola Municipal Dario de Souza Castello .......................................................47

5.1.5 Escola Municipal Levi Carneiro ........................................................................47

5.1.6 Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo ..............................................47

5.1.7 Escola Municipal Professor André Trouche .....................................................48

5.2 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO .........................................................................48

5.2.1 Sensibilização da população alvo ....................................................................48

5.2.2 Convite de participação e aceitação .................................................................48

5.2.3 Critérios de inclusão e exclusão .......................................................................49

5.3 COLETA DE AMOSTRAS ...................................................................................49

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5.3.1 Amostras subungueais .....................................................................................49

5.3.2 Amostras fecais ................................................................................................50

5.4 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ..............................................................50

5.4.1 Amostras fecais ................................................................................................50

5.4.1.1 Técnica de Ritchie (1948) modificada por Young et al. (1979) .....................51

5.4.1.2 Técnica de Faust et al. (1938) .......................................................................52

5.4.1.3 Técnica de Lutz (1919) modificada ...............................................................52

5.4.1.4 Técnica de Baermann (1917) - Moraes (1948) .............................................53

5.4.1.5 Técnica de Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e Pelegrino

(1972) ........................................................................................................................53

5.4.2 Amostras subungueais .....................................................................................54

5.5 ENTREGA DE RESULTADOS ............................................................................54

5.6 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO ................................................................54

5.7 QUESTIONÁRIO DE SABERES .........................................................................55

5.8 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................57

5.8.1 Feira educativa .................................................................................................57

5.8.1.1Características gerais dos parasitos ..............................................................57

5.8.1.2 Parasitos em Biscuit ......................................................................................58

5.8.1.3 Pescaria de parasitos ....................................................................................59

5.8.1.4 Estórias parasitológicas .................................................................................60

5.8.1.5 Jogo de trilha .................................................................................................61

5.8.1.6 Jogo da memória ...........................................................................................62

5.8.1.7 Higienização das mãos .................................................................................63

5.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA E PARÂMETROS DE ANÁLISE DESCRITIVA ...........64

6. RESULTADOS ......................................................................................................65

6.1 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO .........................................................................65

6.2 PARASITISMO INTESTINAL ..............................................................................66

6.3 MATERIAL SUBUNGUEAL .................................................................................73

6.4 QUESTIONÁRIO DE SABERES .........................................................................74

6.5 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................81

7. DISCUSSÃO .........................................................................................................83

8. CONCLUSÃO ........................................................................................................97

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................98

10. APÊNDICES ......................................................................................................116

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10.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ...........................116

10.2 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO ............................................................117

10.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE AMOSTRAS FECAIS ..........................119

10.4 LAUDO ENTREGUE AOS PARTICIPANTES .................................................120

10.5 QUESTIONÁRIO DE SABERES – ESTUDANTES .........................................121

10.6 QUESTIONÁRIO DE SABERES – FUNCIONÁRIOS .....................................122

10.7 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA ..........................123

11. ANEXOS ............................................................................................................124

11.1 PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE AO PROJETO ....................................124

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Mapa de Escolas Municipais e seus respectivos polos distribuídos pelo

Município de Niterói, RJ ............................................................................................45

Quadro 1 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de

saberes aplicado aos estudantes das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,

incluídas no estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

....................................................................................................................................55

Quadro 2 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de

saberes aplicado aos funcionários das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,

incluídas no estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

....................................................................................................................................56

Figura 2 – Banners com características gerais dos parasitos intestinais utilizados na

feira educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo

entre os meses de agosto de 2014 e outubro de 2015 .............................................58

Figura 3 – Observação de diferenças morfológicas e de tamanho entre as diversas

espécies de parasitos intestinais que ocorreu na feira educativa realizada nas

Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de

2014 e outubro de 2015 ............................................................................................59

Figura 4 – Pescaria de parasitos intestinais que ocorreu na feira educativa realizada

nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto

de 2014 e outubro de 2015 .......................................................................................60

Figura 5 – Leitura de textos literários sobre parasitologia que ocorreu na feira

educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre

os meses de agosto de 2014 e outubro de 2015 ......................................................61

Figura 6 – Trilha parasitológica que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas

Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e

outubro de 2015 ........................................................................................................62

Figura 7 – Jogo da memória que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas

Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e

outubro de 2015 ........................................................................................................63

Figura 8 – Lavagem de mãos com tinta guache que ocorreu na feira educativa

realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses

de agosto de 2014 e outubro de 2015 .......................................................................64

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Tabela 1 – Adesão de estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,

ao projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de

2015 ...........................................................................................................................65

Tabela 2 – Adesão de funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,

ao projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de

2015 ...........................................................................................................................66

Tabela 3 - Frequência de amostras positivas para protozoários e/ou helmintos

detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 263 estudantes

de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a

outubro de 2015 ........................................................................................................67

Tabela 4 – Análise de determinantes de risco dos 137 estudantes participantes de

quatro Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil que entregaram amostra fecal no

período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................68

Tabela 5 – Análise de determinantes de risco de 126 estudantes participantes de

três Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no

período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................69

Tabela 6 – Frequência de amostras positivas para formas evolutivas de parasitos

detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 70 funcionários

de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a

outubro de 2015 ........................................................................................................71

Tabela 7 – Análise de determinantes de risco de 42 funcionários participantes de

quatro Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no

período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................72

Tabela 8 - Análise de determinantes de risco de 28 funcionários participantes de três

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período

de agosto de 2014 a outubro de 2015 .......................................................................73

Tabela 9 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de

saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ,

Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

....................................................................................................................................74

Figura 9 – Gráfico representativo do número de respostas para cada pergunta

presente no questionário de saberes preenchidos por 335 estudantes de sete

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de

2015 ...........................................................................................................................76

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Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário

de saberes preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ,

Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

OMS – Organização Mundial de Saúde

CDC – Center for Disease Control as Prevention

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

EM – Escola Municipal

UMEI – Unidades Municipais de Educação Infantil

NAEI – Núcleo Avançado de Educação Infantil

AEE – Atendimento Educacional Especializado

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFF – Universidade Federal Fluminense

PVC – Policloreto de Polivinila

EVA – Etil Vinil Acetato

TNT – Tecido Não Tecido

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

SAA – Serviço de Abastecimento de Água

SES – Sistema de Esgotamento Sanitário

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1. INTRODUÇÃO

O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de

Saúde Coletiva no Brasil, principalmente pela sua correlação com o grau de

desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico,

psicossomático e social de escolares (FERREIRA & ANDRADE, 2005). As crianças,

principalmente as de baixa idade, representam a população onde o problema torna-

se mais grave (RODRIGUES et al., 2013).

Os distúrbios que os parasitos intestinais podem causar a seus portadores

incluem, entre outros agravos, dependendo da espécie parasitária, quadros de

diarreia e má absorção de nutrientes, obstrução intestinal, desnutrição e anemia

ferropriva, sendo as manifestações clínicas usualmente proporcionais à carga

parasitária albergada pelo indivíduo (SIQUEIRA et al., 2011).

No Brasil, os parasitos intestinais de maior ocorrência são Ascaris

lumbricoides, Trichuris trichiura, ancilostomídeos e Giardia duodenalis (BIASI et al.,

2010; VISSER et al., 2011; ANDRADE et al., 2013). Alguns estudos vêm apontando

aumento na frequência de Blastocystis sp., passando esse a ser o protozoário mais

comum nos inquéritos coproparasitológicos (NETO et al., 2004; MACEDO et al.,

2010; SANTOS et al. 2014).

No parasitismo, bem como em muitas outras infecções, a ocorrência é

decorrente do meio e das condições às quais as pessoas estão expostas

(BARBOSA et al., 2009).

Os enteroparasitos têm distribuição geográfica ampla, porém, com

prevalência variada nas diferentes regiões do mundo. Essa distribuição geográfica é

influenciada por vários fatores como condições sanitárias precárias, insuficiência de

ações educativas em saúde, práticas higiênicas inadequadas em manipuladores de

alimentos e utilização de água não tratada para o cultivo de hortaliças (GOMES et al,

2010).

Além das condições precárias de higiene e das condições socioeconômicas, o

desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que as populações

menos favorecidas e, em especial, as crianças, se tornem o principal grupo em

frequência de parasitoses intestinais (SIQUEIRA & FIORINI, 1999). Para Ribeiro et

al. (2004), quanto maior for o conhecimento sobre a doença, menores serão os

índices de infecção e evolução para formas mais graves.

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Ribeiro e Marçal-Junior (2003) afirmaram que o nível insatisfatório de

conhecimento representa um dos principais fatores de risco para a aquisição de

enteroparasitoses. Logo, fomentar ações que possibilitem a divulgação e

aprendizagem desses saberes torna-se essencial no controle, aliado ao saneamento

básico e tratamento. Nesse contexto, vários recursos têm sido propostos como

instrumentos auxiliares no processo de ensino, aprendizagem em saúde e na

educação em saúde (SCHALL et al., 1987; SCHALL et al., 1993; TOSCANI et al.,

2007).

A aproximação da intervenção educativa de métodos e técnicas pedagógicas,

em oposição aos modelos tradicionais de ensino, pelos quais a informação é

mediada ao indivíduo, pode potencializar a ação em saúde, favorecendo uma maior

participação dos sujeitos envolvidos, o debate e a autonomia, além de garantir o

exercício da cidadania (RIBEIRO et al., 2013).

Ferreira e Andrade (2005) sugeriram que as práticas educacionais bem

aplicadas possibilitam que as pessoas adquiram os conhecimentos necessários para

prevenir certas parasitoses, evidenciando o valor da orientação para a

conscientização da população.

Portanto, a educação em saúde representa uma das ferramentas

indispensáveis ao trabalho do profissional de saúde no controle de endemias, e deve

ampliar seu enfoque à criança, pois, ao se trabalhar os indivíduos nessa fase da vida

aumentam-se as possibilidades desses se tornarem, na idade adulta, pessoas com

uma maior qualidade de vida, com consciência crítica e com poder sobre as

questões de saúde (BARBOSA et al., 2009). Além disso, o estudo dos índices de

parasitismo qualitativos e quantitativos tem, dessa forma, grande relevância por

resultar em informações de interesse público, alertando e precavendo para a

manutenção das condições de saúde da população (COSTA et al., 2015).

Baseado nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi identificar as

espécies parasitárias, os conhecimentos sobre parasitoses intestinais entre

estudantes e funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, e desenvolver

ações educativas em saúde. Esses objetivos visaram contribuir para o entendimento

da epidemiologia desses agentes na comunidade em questão, bem como divulgar

as informações sobre os parasitos intestinais, possibilitando o empoderamento

desse grupo e possível melhora na sua qualidade de vida.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a frequência de parasitos intestinais e conhecimento sobre esse tema

entre estudantes e funcionários de Escolas Municipais de Niterói, desenvolvendo

ações educativas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar a frequência específica de parasitos intestinais nos escolares e

funcionários das escolas por técnicas coproparasitológicas.

- Identificar saberes dos escolares e funcionários sobre as parasitoses por

meio de questionário.

- Desenvolver ações educativas em saúde no campo das enteroparasitoses

junto à população alvo.

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3. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Esse é um subprojeto do projeto interinstitucional da Universidade Federal

Fluminense e Fundação Municipal de Educação de Niterói intitulado “Parasitoses

intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e profilaxia” que

obteve parecer favorável em 22 de abril de 2014 no Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro, possuindo registro de

identificação no CEP, CMM/HUAP nº 621.193 e CAAE nº 25061913.0.0000.5243

(Anexo 1).

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 PARASITOS INTESTINAIS

As doenças parasitárias, cujos agentes etiológicos podem ser helmintos e/ou

protozoários constituem-se uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em

muitos países localizados nos trópicos, sendo endêmicas nos países em

desenvolvimento (RIBEIRO et al., 2013).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de

Controle e Prevenção em Doenças dos Estados Unidos (CDC), essas infecções

afetam bilhões de indivíduos levando a óbito, anualmente, outros milhões, sendo

estimado que uma pessoa em cada quatro encontra-se infectada (WHO, 2004; CDC,

2015).

As enteroparasitoses com maior prevalência mundial são a ascaríase,

tricuríase, ancilostomíase e giardíase (VISSER et al., 2011). São cerca de 280

milhões de casos registrados por ano de infecção por Giardia duodenalis e uma

prevalência superior a 50% em países em desenvolvimento. Além dessas infecções,

a amebíase, presente em todos os países tropicais em desenvolvimento, representa

a terceira doença parasitária mais importante, causando aproximadamente 100.000

mortes por ano (WHO, 2004; CDC, 2015).

Segundo Rocha et al. (2000), no Brasil, as parasitoses intestinais encontram-

se bastante disseminadas e com elevada prevalência, ocorrendo, sobretudo, nas

regiões de baixa renda e com infraestrutura urbana deficiente (TOSCANI et al.,

2007).

De acordo com dados da OMS, nas últimas décadas, ocorreram importantes

melhoras nas condições de vida e saúde da população no Brasil, melhoras essas

associadas a mudanças nas políticas econômicas e sociais que resultaram em

benefício para o país (PAHO, 2013). Entretanto, as doenças, os atrasos em acordos

ambientais e a deficiência no saneamento, especialmente na área rural, ainda são

problemas enfrentados pelas autoridades em saúde como também pela sociedade

(HOLANDA & VASCONCELLOS, 2015).

O parasitismo intestinal ainda constitui um dos mais sérios problemas de

Saúde Coletiva, devido, em parte, a sua correlação com o grau de desnutrição das

populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e

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social de escolares (MORAES NETO et al., 2010; CAVAGNOLLI et al., 2015). As

infecções parasitárias estão associadas à falta de saneamento e acesso à água

potável, privando populações pobres de saúde e bem-estar e contribuindo para a

marginalização social, o que prejudica o progresso econômico (FERREIRA &

ANDRADE, 2005; MORAES NETO et al., 2010, DIAS et al., 2013, HOLANDA &

VASCONCELLOS, 2015).

Devido à transmissão, vinculada a mecanismos de infecção passivo oral e/ou

ativo cutâneo, bem como a outros fatores, os enteroparasitos têm distribuição ampla,

porém, com variação na prevalência nas diferentes regiões. Tanto em ambientes

rurais, como nos urbanos dos países em desenvolvimento, as parasitoses intestinais

são amplamente difundidas, influenciadas por vários determinantes, tais como

condições sanitárias precárias, insuficiência de educação em saúde, práticas

higiênicas deficientes em manipuladores de alimentos e utilização de água não

tratada para o cultivo de hortaliças (GOMES et al., 2010).

O clima tropical-úmido, associado à desnutrição, falta de assistência médica,

ingestão de verduras cruas e/ou água contaminadas por formas evolutivas

infectantes de parasitos, condições sanitárias precárias, presença de reservatórios e

vetores, inadequadas práticas de higiene pessoal e doméstica representam fatores

que promovem o desenvolvimento e a propagação das formas infectantes de

helmintos e de protozoários intestinais (KOMAGOME et al., 2007), propiciando

exposição dos hospedeiros suscetíveis.

A idade, o estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais,

profissionais e a resistência imunológica do hospedeiro são também fatores

predisponentes às parasitoses (BAPTISTA et al., 2013). Baptista et al. (2013)

afirmaram que a relação entre as condições ambientais e tais fatores favorece o

surgimento das infecções parasitárias.

Dessa forma, a população apresenta importante papel nos ciclos dessas

parasitoses, visto que são suas ações, ou não ações, em um meio ecológico

determinado, que vão permitir a transmissão de infecções ou seu controle

(BRICEÑO-LEON, 1996). Para a erradicação desse problema, tornam-se

necessárias melhorias nas condições socioeconômicas, no saneamento básico e na

educação em saúde, além de mudanças em hábitos culturais (VISSER et al., 2011;

CAVAGNOLLI et al., 2015).

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A interação entre o parasito intestinal e seu hospedeiro pode causar danos,

que variam clinicamente desde quadros oligossintomáticos, pouco específicos, com

desconforto abdominal a processos diarreicos, má absorção, obstrução intestinal,

desnutrição e anemia por deficiência de ferro, associado à espécie parasitária

presente. Pode também, haver interferências no desenvolvimento, na função

cognitiva e no desempenho escolar de crianças (FERREIRA, et al., 2000;

CARVALHO-COSTA et al., 2007, CARVALHO & GOMES, 2011, RODRIGUES et al.,

2013; CAVAGNOLLI, et al., 2015).

Melo et al. (2010) concluíram que crianças em idade escolar são as mais

atingidas e prejudicadas pelas doenças parasitárias. Para Costa et al. (2015), a

introdução das mulheres no mercado de trabalho tornou as creches ou pré-escolas

muito procuradas, sendo esse o primeiro ambiente externo frequentado pelas

crianças, tornando-se, por conseguinte, um ambiente favorável às infecções

parasitárias.

O diagnóstico, por meio do exame coproparasitológico, é importante para a

identificação etiológica e melhor seleção dos agentes terapêuticos utilizados. Assim,

torna-se necessário identificar, tratar e prevenir as infecções parasitárias, a fim de

evitar prováveis epidemias e formação de novas áreas endêmicas. Além disso, as

medidas preventivas utilizadas para o controle das doenças parasitárias contribuem

para a redução dos gastos anuais com o tratamento específico (MAGALHÃES et al.,

2013).

Diante dessa situação, no Brasil, em decorrência da sua diversidade

geográfica e da existência de diferentes classes socioeconômicas e culturais na

população de uma mesma cidade, é importante que se conheça a prevalência de

enteroparasitoses e as principais espécies encontradas em cada região, para que se

possa estabelecer as medidas curativas e profiláticas necessárias para a redução

significativa do número de pessoas infectadas (FONSECA et al., 2010).

Assim, torna-se inquestionável a necessidade de mais trabalhos de

sensibilização nas escolas e também entre a população em geral, de modo que

sejam evitadas possíveis infecções enteroparasitárias, assim como o uso

indiscriminado de medicação antiparasitária. Essa intervenção torna-se importante,

sobretudo, porque o setor de saúde sofre com a ausência de planejamento e

continuidade dos programas em Saúde Coletiva e, portanto, tais atitudes evitariam

consequências deletérias à saúde do indivíduo (CAVAGNOLLI et al., 2015).

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4.1.1 Principais parasitos intestinais responsáveis pela infecção humana

Os parasitos que vivem no trato gastrintestinal do ser humano pertencem aos

filos Protozoa, Stramenopiles, Platyhelminthes, Nemathelminthes e mais raramente

Acanthocephala. Condições de vida, moradia e saneamento básico são, em grande

parte, determinantes da transmissão de tais parasitos. Alguns como Entamoeba

histolytica, Giardia duodenalis, Blastocystis sp., Taenia sp., Hymenolepis nana,

Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e mais raramente Enterobius vermicularis

podem ser transmitidos por meio de água e alimentos contaminados com cistos ou

ovos. Outros parasitos, como os ancilostomídeos e estrongiloides, são transmitidos

principalmente por penetração cutânea de larvas presentes no ambiente (ANDRADE

et al., 2010).

4.1.1.1 Blastocystis sp.

Primeiramente considerado levedura, Blastocystis sp. foi posteriormente

classificado como um protozoário, estando, atualmente inserido no filo

Stramenopiles, a partir de análise filogenética (ADL et al., 2005). Blastocystis sp. tem

distribuição mundial, com frequência elevada, sendo muito frequente em países em

desenvolvimento, principalmente, devido à falta de saneamento (ROBERTS et al.,

2014).

A possibilidade de Blastocystis sp. ser um patógeno tem sido uma questão de

debate. Numerosos estudos realizados em todo o mundo objetivando identificar

caráter patogênico ao organismo humano têm produzido resultados contraditórios

(STENZEL & BOREHAM, 1996; LEELAYOOVA et al., 2004; TAN, 2008; SCANLAN,

2012). Apesar do acúmulo recente de evidências clínicas sugerindo o potencial

patogênico de Blastocystis sp., deve-se ter em mente que tal fato ainda não está

devidamente provado (SCANLAN, 2012; PARIJA & JEREMIAH, 2013).

Este protozoário apresenta ciclo monoxeno com participação de diversas

formas evolutivas com tamanhos e formas variadas sendo elas: forma vacuolar,

granular, ameboide e cística. O parasito é transmitido via fecal-oral e por meio de

água contaminada, alimentos contaminados e contato com animais. No diagnóstico,

a forma vacuolar é a relatada com maior frequência em amostras fecais (SALINAS &

GONZALES, 2007).

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Devido ao pouco conhecimento sobre esse protozoário, ainda há controvérsia

sobre o tratamento de infecções por Blastocystis sp., visto que os mesmos podem

ser simplesmente parasitos oportunistas. Além disso, a ausência de saneamento

básico desempenha um importante papel em sua transmissão (TAN, 2008;

SCANLAN, 2012; ROBERTS et al., 2014).

Na blastocistíase são descritos sinais e sintomas gastrintestinais

inespecíficos, como diarreia, dor abdominal, flatulência, náuseas, vômitos,

constipação, perda de peso ou fadiga e "urticária". A gravidade desses sintomas

varia de acordo com infecções agudas a crônicas. Uma hipótese para explicar as

diferenças na infecção causada por esse parasito é a sua diversidade genética,

embora estudos ainda não tenham evidenciado associação entre os sintomas e os

subtipos de Blastocystis sp. (WAWRZYNIAK et al., 2013).

4.1.1.2 Giardia duodenalis

Entre os principais parasitos intestinais que infectam o ser humano, o

protozoário G. duodenalis destaca-se como um dos mais frequentemente

observados nos inquéritos coproparasitológicos (CORADI, 2010). São cerca de 280

milhões de casos registrados por ano de infecção por G. duodenalis e uma

prevalência superior a 50% em países em desenvolvimento (CDC, 2015).

Esse protozoário tem sido bastante estudado devido às suas características

parasitárias e seu lugar na classificação de organismos unicelulares. G. duodenalis

é encontrado em todo o mundo, além de ser o parasito intestinal mais frequente

entre a população dos países em desenvolvimento (IVANOV, 2010).

A giardíase é considerada pela OMS como uma zoonose, sendo a infecção

condicionada à ingestão de cistos. Esses cistos, associados à transmissão entre

diferentes hospedeiros, podem permanecer viáveis em ambientes úmidos por um

período de três meses e resistem à cloração habitual da água (ANDRADE et al.,

2010).

A transmissão da giardíase ocorre por meio da água e alimentos

contaminados pelos cistos, pelos manipuladores de alimentos e mais raramente por

contato direto inter-humano (fecal-oral), principalmente em asilos, creches e clínicas

psiquiátricas. Considera-se, também, a transmissão por meio de artrópodes como

moscas e baratas, através de seus dejetos ou regurgitação (PEREIRA et al., 2007).

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A infecção por G. duodenalis apresenta um espectro clínico amplo, que varia

desde indivíduos assintomáticos até pacientes sintomáticos que podem apresentar

um quadro de diarreia aguda e auto limitante, ou um quadro de diarreia persistente.

Podem ocorrer alterações intestinais, cólicas, náuseas e anorexia. Os primeiros

sinais podem incluir febre de baixo grau e letargia. Os sintomas tardios incluem

diarreia aquosa de odor fétido, meteorismo e peristaltismo reforçado com vasta

flatulência e cólicas epigástricas (CORADI, 2010; IVANOV, 2010).

O maior impacto clínico da infecção por esse parasito tem sido observado em

indivíduos desnutridos, imunocomprometidos e em crianças. Nessas últimas, as

complicações decorrentes da giardíase, como a diarreia persistente e a má absorção

intestinal podem comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo (CORADI, 2010).

4.1.1.3 Amebídeos

Os amebídeos, de vida parasitária e outros de vida livre, constituem um grupo

de protozoários de ampla dispersão ambiental, isolados em praticamente todos os

ambientes da água, do solo e do ar (SILVA & ROSA, 2003, CASVASINI et al., 2008).

A maioria dos amebídeos de vida parasitária são destituídos de poder

patogênico, sendo incluídos nesse grupo Entamoeba coli, Entamoeba hartmanni,

Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Entamoeba gengivalis, encontrada somente

na boca, e Entamoeba polecki, amebídeo de suíno capaz de infectar a espécie

humana (DIAS, 2012).

Em diversos países, grande número de infecções são por amebídeos não

patogênicas. A detecção de amebas não patogênicas, como E. coli, E. nana e I.

butschlii indicam que foram ingeridos água ou alimentos contaminados com resíduos

fecais humanos e, portanto, os portadores estão sob risco de infecção por outros

enteropatógenos como a Entamoeba histolytica que, por sua vez, é patogênica

(MAGALHÃES e al., 2013).

Entamoeba histolytica é o enteroparasito de maior importância médica, devido

a seu alto grau de patogenicidade, visto que a amebíase, presente em todos os

países tropicais em desenvolvimento, representa a terceira doença parasitária mais

importante (WHO, 2004). Os cistos são a forma infectante e são veiculados e

disseminados por hortaliças e água contaminadas por fezes humanas,

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permanecendo viáveis durante um intervalo de tempo de cinco minutos nas mãos e

um período maior do que 45 minutos sob as unhas (CUNHA & AMICHI, 2014).

A amebíase intestinal caracteriza-se pela presença de úlceras locais,

principalmente no cólon, sigmoide e reto (ESPINOSA-CANTELLANO & MARTÍNEZ-

PALOMO, 2000). O abscesso amebiano hepático apesar de raro, é a forma mais

comum de amebíase extra intestinal. Decorre da migração do parasito através da

veia mesentérica superior até ao fígado, onde causa inflamação, degeneração e

necrose. Em países, como o México, onde a amebíase invasiva tem alta prevalência,

o abscesso hepático é mais frequente, constituindo uma grave complicação

(ANDRADE et al., 2010).

A OMS, em 1997, reconheceu a existência de Entamoeba dispar, não

patogênica, e recomendou o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico clínico

laboratoriais que apresentassem sensibilidade, especificidade e fossem capazes de

diferenciar E. histolytica e E. dispar, visto que as mesmas são morfologicamente

idênticas (SILVA et al., 2014).

4.1.1.4 Geohelmintos

Mais de cinco milhões de pessoas no mundo estão sob risco de infecções por

helmintos transmitidos pelo solo, os chamados geohelmintos, sendo essas infecções

causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, as duas espécies de

ancilostomídeos, Ancylostoma duodenale e Necator americanus, e Strongyloides

stercoralis (PULLAN & BROOKER, 2012) que parasitam o intestino do ser humano.

Os geohelmintos são um grupo de nematódeos que causam infecção em

humanos por meio da transmissão de formas evolutivas representadas por ovos ou

larvas do parasito, que se desenvolvem no solo quente e úmido de países tropicais e

subtropicais do mundo. Como helmintos adultos, algumas espécies podem viver

durante anos no trato gastrintestinal humano (BETHONY et al., 2006).

A ascaríase é a helmintíase de maior prevalência no mundo causada por

Ascaris lumbricoides. A maioria das infecções por esse helminto envolve pequeno

número de parasitos adultos e é assintomática, diagnosticada por meio de exames

coproparasitológicos ou através da eliminação de formas em desenvolvimento ou

adultos pelo hospedeiro. A manifestação dos sintomas e sinais da ascaríase

depende do número de parasitos adultos albergados pelo indivíduo. Infecções

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maciças podem resultar em bloqueio mecânico do intestino delgado, principalmente

em crianças (SILVA et al., 2011).

Trichuris trichiura é um parasito do ser humano que habita o intestino grosso.

Na maioria dos casos, a infecção decorre silenciosamente. Porém, os indivíduos que

contraem elevado número de parasitos podem apresentar sintomatologia intestinal,

cuja gravidade pode raramente levar ao óbito (SANTANA et al., 2014).

É comum ocorrer, a associação entre A. lumbricoides e T. trichiura. Essa

associação pode ser explicada devido à similaridade dos ciclos de vida desses dois

parasitos, pela grande eliminação de ovos pelas fêmeas e pela resistência desses

no meio ambiente, que pode atuar como um importante foco de manutenção e

transmissão dessas enteroparasitoses (BASSO et al., 2008).

A ancilostomíase humana é a infecção causada pelos nematódeos da família

Ancylostomatidae, que habitam o intestino delgado de seres humanos. As espécies

mais frequentemente envolvidas são Ancylostoma duodenale e Necator americanus

(CHIEFFI & FERREIRA, 2008). O parasitismo costuma ser assintomático, porém,

pode ocorrer o desenvolvimento de anemia em pacientes com infecções maciças,

especialmente quando há também certo grau de deficiência alimentar. A

sintomatologia também pode incluir manifestações pulmonares inespecíficas,

podendo haver tosse de longa ou curta duração, expectoração e febre. O

acometimento intestinal pode determinar dor epigástrica, náuseas, vômitos e

diarreia, às vezes sanguinolenta, ou constipação (ANDRADE et al., 2010).

Strongyloides stercoralis é um parasito de intestino delgado, de ciclo

monoxeno, que infecta seres humanos através do contato da pele com solo

contaminado com larvas infectantes. Esse parasito pode desenvolver ciclo direto ou

ciclo indireto com formação de adultos de vida livre. As fêmeas partenogenéticas,

que parasitam a mucosa intestinal, são capazes de produzir larvas, que podem

evoluir para o estágio infectante dentro do hospedeiro humano, possibilitando

aumento da carga parasitária (autoinfecção endógena), e resultar em uma infecção

de longa duração. Em indivíduos imunodeprimidos, a infeção intestinal pode resultar

na estrongiloidíase disseminada, na qual o parasito pode ser encontrado em

diversos órgãos, podendo levar ao óbito. Por outro lado, a estrongiloidíase intestinal,

sem complicações, pode apresentar sintomas gastrintestinais não específicos como

diarreia, dor abdominal e urticária. No entanto, na maioria dos casos, a infecção

permanece assintomática (SCHÄR et al., 2013).

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A transmissão dos geohelmintos envolve a contaminação do ambiente com

fezes humanas e desenvolvimento de ovos e larvas infectantes no solo. Ascaríase e

tricuríase são transmitidas por via fecal-oral, por meio da ingestão de água e/ou

alimentos contaminados com ovos larvados do parasito. Tendo em vista a

necessidade desses parasitos de passar pelo solo para completar o

desenvolvimento das formas evolutivas infectantes, o hábito de defecar direto no

solo, comum nas zonas rurais, onde instalações sanitárias são menos frequentes,

conduz a intensa contaminação dos terrenos de peridomicílio (ASAOLU & OFOEZIE,

2003; DOLD & HOLLAND, 2011).

A principal forma de transmissão da ancilostomíase e da estrongiloidíase

ocorre pela penetração da larva do parasito na pele do hospedeiro, assim, qualquer

ocupação ou atividade associada diretamente ao solo, especialmente se conta-

minado com fezes humanas positivas para esses parasitos, possibilitará a ocorrência

da infecção (CAMILLO-COURA, 1974; ASAOLU & OFOEZIE, 2003).

Apesar de métodos de prevenção e tratamento serem largamente

conhecidos, as doenças causadas pelos helmintos transmitidos pelo solo são

consideradas doenças tropicais negligenciadas (DOLD & HOLLAND, 2011).

4.1.1.5 Hymenolepis sp. e Taenia sp.

A himenolepíase é determinada por Hymenolepis nana, vulgarmente

conhecido como "tênia anã" e mais raramente por Hymenolepis diminuta. H. nana é

um parasito comum em crianças e adultos jovens. Esse parasito possui ampla

distribuição geográfica, sendo encontrado em climas tropicais e subtropicais

(HUGGINS et al., 1993).

A principal forma de transmissão da himenolepíase ocorre pela ingestão de

ovos embrionados, por meio de alimentos ou mãos contaminadas ou no leito

subungueal, sobretudo nas crianças, onde o parasito desenvolve um ciclo

monoxeno. Além disso, embora de maneira mais rara, o parasito pode desenvolver

ciclo heteroxeno e, nesse caso, os insetos coleópteros, conhecidos vulgarmente

como "carunchos" de cereais, infectados podem ser ingeridos acidentalmente,

resultando também na transmissão do agente para o hospedeiro humano

(GERMANO et al., 2009).

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Quase todos os indivíduos infectados são assintomáticos, no entanto,

infecções graves podem causar inflamação intestinal e pequenas ulcerações devido

à invasão das vilosidades da mucosa pelo escólex do parasito. Clinicamente, o

paciente apresenta diarreia, às vezes com muco, dor abdominal em cólica,

meteorismo, anorexia, perda de peso e cefaleia (MOTTA & SILVA, 2002).

A teníase é caracterizada pela presença do adulto de Taenia sp. no intestino

delgado do ser humano e pode ser adquirida pela ingestão de carne bovina ou suína

contendo a forma larvar do helminto, denominado cisticerco. A cisticercose é

caracterizada pela presença das larvas da Taenia sp. alojadas em tecidos do

hospedeiro intermediário. No ser humano, a cisticercose é determinada por larvas de

Taenia solium. Sua transmissão ocorre, principalmente, devido à ingestão de ovos

viáveis da solitária procedentes de mãos ou ambientes contaminados por fezes de

humanos portadores de teníase (NIETO, 2015).

Na teníase, os seres humanos são hospedeiros definitivos, sendo a infeção

determinada por duas espécies de Taenia sp., sendo elas Taenia solium e Taenia

saginata. Porém, na década de 1990, uma terceira espécie, denominada Taenia

asiatica, foi descoberta, sendo que a morfologia do adulto é semelhante à de T.

saginata, porém seu ciclo de vida é parecido com o de T. solium (GALÁN-

PUCHADES & FUENTES, 2013). Esse parasito tem sido relatado, principalmente

nos países asiáticos (EOM et al., 2009)

A teníase é geralmente assintomática ou apresenta sintomas leves, que

incluem dor na barriga, diarreia ou prisão de ventre, perda de peso, dor na cabeça,

anemia, cansaço (OLSON et al., 2002; GALÁN-PUCHADES & FUENTES, 2013). Já

a cisticercose é, principalmente, percebida quando o cisticerco se instala no sistema

nervoso central provocando distúrbios neurológicos, doença denominada

neurocisticercose. A infecção é capaz de desencadear sérios agravos, como

epilepsia, convulsões, dores de cabeça, desmaios e a morte do indivíduo (NIETO,

2015).

No que diz respeito à patogenicidade de T. asiatica, o quadro intestinal é igual

ao determinado pelas outras espécies de Taenia que infectam o humano. Por outro

lado, ainda não se sabe se essa espécie pode causar cisticercose em fígado

humano, tendo em conta seu tropismo hepático em suínos. Além dessa questão,

existem várias incertezas sobre T. asiatica, sendo necessário para responder a

essas perguntas, a realização de técnicas de diagnóstico com maior especificidade e

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sensibilidade nos procedimentos de rotina da inspeção para T. asiatica, tanto em

humanos quanto em suínos, bem como a maior divulgação sobre esse parasito

(GALÁN-PUCHADES & FUENTES, 2013).

4.1.1.6 Enterobius vermicularis

A enterobíase é uma parasitose intestinal causada pelo nematódeo

Enterobius vermicularis que tem elevada frequência e vasta distribuição geográfica.

Sua incidência é maior nos países de clima temperado, tanto na Europa como na

América do Norte, inclusive nos países ricos e com níveis de saneamento

adequados (CAMPOS et al., 2011).

A transmissão da enterobíase é variada, podendo ser de forma direta, quando

o indivíduo, ao coçar a região perianal, coloca a mão contaminada com ovos do

helminto na boca, sem necessidade de passar pelo solo para embrionamento dos

ovos. A infecção também pode acontecer indiretamente pela contaminação da água

ou alimento, ou por meio de mãos contendo ovos do parasito. É muito comum

encontrar ovos do parasito em roupas de cama, nas toalhas, no chão e nos objetos

da residência de indivíduos infectados, sendo frequente a infecção entre aqueles

que habitam a mesma residência (DIAS, 2012).

O parasitismo geralmente é leve e assintomático. Quando presente, a

manifestação clínica mais frequente é o prurido anal ou peri-anal causado pela

presença do parasito nessa região. A infecção por E. vermicularis só causa uma

morbidade mais severa quando o parasito se encontra em localizações ectópicas,

geralmente em indivíduos com a integridade das paredes intestinais comprometidas,

de onde o helminto migra para sítios extracolônicos (CAMPOS et al., 2011).

A enterobíase ectópica tem sido descrita em várias localizações, incluindo

vagina, trompas, área genital, fígado, trato genital masculino e pulmões. O parasito

tem sido associado também com casos agudos de apendicite, colite e gastrenterites.

Quando localizados no trato geniturinário, a infecção por E. vermicularis pode causar

a enurese noturna, entre outras complicações (NETO et al., 2009; CAMPOS et al.,

2011).

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4.1.2 Fatores de risco para aquisição de parasitoses intestinais

A prevalência de uma dada parasitose reflete frequentemente deficiências de

saneamento básico, nível de vida, higiene pessoal e coletiva (FREI et al., 2008). As

principais áreas endêmicas de parasitoses localizam-se nos países em

desenvolvimento, onde as condições de saneamento são geralmente precárias e a

poluição é intensa (RIBEIRO & MARÇAL JUNIOR, 2003).

O crescimento demográfico não planejado das áreas urbanas resultou em

uma interface conhecida como peri-urbana ou periferia urbana, a qual representa um

espaço definido por sua "falta de definição", não estando nem no espaço rural nem

no urbano da cidade (ZONTA et al., 2014).

Dentre os aspectos epidemiológicos que mais se associam às condições

sanitárias de uma região, as parasitoses intestinais possibilitam refletir, além do perfil

socioeconômico de uma população, a magnitude de exposição ao risco ao qual pode

se encontrar, decorrente do iníquo acesso aos serviços de saneamento básico

(LIMA et al., 2015).

A prevalência de infecções por parasitos intestinais é um dos melhores

indicadores socioeconômicos de uma população alvo e pode estar associada às

condições ambientais em que vivem, além de outros determinantes, como

instalações sanitárias inadequadas, poluição fecal da água e de alimentos

consumidos, fatores socioculturais, contato com animais, ausência de saneamento

básico, além da idade do hospedeiro e da espécie de parasito (BELO et al.,

2012).Tais indicadores epidemiológicos são capazes de sinalizar o impacto da

deficiência ou inexistência de medidas de saneamento básico sobre a Saúde

Coletiva, bem como, a efetividade das intervenções sanitárias (CUNHA et al., 2013,

LIMA et al., 2015).

Ludwig et al. (1999) realizaram um levantamento prévio na cidade de Assis,

SP, correlacionando as condições de saneamento básico à ocorrência de

parasitoses intestinais. Além disso, foi estabelecida uma relação entre as condições

de saneamento básico, expressos pelo número de ligações de água e esgoto, e a

frequência de parasitoses. Os autores apontaram que houve queda na frequência de

parasitoses entre 1990 e 1992, coincidindo com o aumento do número de ligações

de água e esgoto nestas regiões. De um modo geral, os autores verificaram um

decréscimo na prevalência de enteroparasitoses no período analisado.

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Diante disso, Frei et al. (2008) apontaram que indicadores epidemiológicos

têm sido utilizados como importantes instrumentos para monitorar o progresso na

promoção da saúde. Por esta razão, os sistemas de estatísticas atuais precisam

fortalecer-se, sobretudo, nos países em desenvolvimento.

Cunha et al. (2013) estudaram a prevalência de infecções por enteroparasitos

e os fatores sociais, econômicos, culturais, sanitários e ambientais associados, em

comunidades extrativistas do Município de Cairu, BA. Os autores apontaram que os

resultados laboratoriais encontrados nas localidades estudadas comprovaram que a

soma dos fatores ambientais, socioculturais e demográficos, como baixa

escolaridade, utilização de fontes superficiais de água de abastecimento, defecação

a céu aberto e aglomeração de indivíduos nas residenciais, além de fatores

econômicos e sanitários, tais como baixa renda e carências ou inexistências de

serviços públicos de saneamento básico são favoráveis à transmissão de parasitos

intestinais.

Cavagnolli et al. (2015) realizaram um estudo sobre a prevalência das

enteroparasitoses e a análise socioeconômica de escolares de Flores da Cunha, RS.

A baixa prevalência de enteroparasitos encontrada pelos autores foi atribuída, dentre

outros fatores, às condições de saneamento básico no município, visto que 92,7%

possuíam água potável encanada, 57,2% tinham tratamento de esgoto e em 73,9%

das residências havia limpeza realizada pela prefeitura nas proximidades, sendo

considerada eficiente por 54,8% dos participantes.

Segundo Frei et al. (2008), é fundamental, para a melhoria das condições de

vida, aprimorar a cobertura, confiabilidade e desagregação de dados, especialmente

por grupo de renda e área geográfica. Para esses autores, é necessário, também,

aumentar a velocidade, a regularidade na coleta de dados e a disseminação de

informação para os usuários interessados.

4.2 PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES

A infecção por enteroparasitos pode ocorrer em qualquer idade, porém vários

relatos da literatura demonstram uma elevada frequência entre a população infantil,

sobretudo em ambientes de maior coletividade, principalmente entre escolares

(CHIEFFI et al., 1982; PEDRAZZANI et al., 1988; MOURA et al., 1997; MELO et al.,

2014; BIOLCHI et al. 2015) ou aquelas assistidas por creches (GURGEL et al., 2005;

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KOMAGOME et al., 2007; UCHÔA et al., 2009; GONÇALVES et al., 2011; COSTA et

al. 2015).

As crianças estão mais expostas à infecção em função de hábitos higiênicos

precários, seja por desconhecimento ou não consolidação. Outro elemento que

favorece a aquisição desses parasitos seria uma maior exposição a fatores de risco,

propiciada pela interação com o ambiente, já contaminado por cistos, ovos ou larvas

(RODRIGUES et al., 2013).

O aumento dos casos de infecções em crianças institucionalizadas tem sido

associado a fatores como a aglomeração e contato muito próximo com outras

pessoas, hábitos que facilitam a disseminação de infecções como levar as mãos e

objetos à boca, incontinência fecal e falta de higiene das mãos (SEIXAS et al., 2011;

PEDRAZA et al., 2014).

Gurgel et al. (2005) avaliaram creches de Aracaju, SE, com objetivo de

identificar se esse espaço seria um ambiente protetor ou propiciador para

parasitoses intestinais por meio de exame coproparasitológico de 468 crianças de

creche e grupo controle. Os autores detectaram maior positividade em crianças

frequentadoras de creche (63%), tanto para helmintos quanto para protozoários, em

comparação às crianças que não frequentavam creche (41,1%), fato justificado pela

aglomeração de crianças.

Estudando crianças assistidas em creche de Itambé, PR, Komagome et al.

(2007) verificaram frequência para parasitos intestinais de 37%, sendo as menores

de dois anos as mais acometidas.

Uchôa et al. (2009) estudaram amostras fecais de 372 crianças e 57

funcionários de oito creches comunitárias do município de Niterói, RJ. Os autores

obtiveram adesão média de participação de 62,9% (372/591) entre as crianças e de

46,7% (57/122) entre os funcionários, sendo a positividade para enteroparasitos em

51,6% das crianças. As espécies parasitárias mais frequentes foram Giardia

duodenalis em 123 amostras, Entamoeba coli em 32, Ascaris lumbricoides em 33 e

Trichuris trichiura em 21, sendo o monoparasitismo observado em 144 (75%).

Esses resultados demonstraram elevada prevalência do parasitismo intestinal

nas crianças de creche no município de Niterói e indicaram a necessidade de

melhoria das condições de saneamento nas comunidades, bem como a implantação

de programas e projetos de fomento à educação em saúde continuada (UCHÔA et

al., 2009).

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Costa et al. (2015), em seu estudo com crianças de pré-escolas de Xanxerê,

SC, analisaram material fecal de 99 delas. Destas, 34 (34,4%) foram negativas para

formas evolutivas de parasitos, enquanto que 65 (65,6%) apresentaram positividade.

Entre os parasitos mais encontrados, destacaram-se, segundo os autores, Ascaris

lumbricoides, presente em 32 amostras, ancilostomídeos, em 23, Entamoeba coli,

em 17 e Endolimax nana, em 15 amostras.

Por outro lado, segundo alguns autores, as parasitoses intestinais ocorrem

com maior frequência na faixa de 5 a 12 anos (CHIEFFI et al., 1982; PEDRAZZANI

et al., 1988; NGRENNGARMLERT et al., 2007; CARVALHO & GOMES, 2011).

Ngrenngarmlert et al. (2007) estudaram a prevalência de parasitoses

intestinais em oito escolas localizadas na Província de Nakhon Prathom, Tailândia.

Foram coletadas 1920 amostras fecais, as quais 242 (12,6%) foram positivas para

formas evolutivas de parasitos. Os autores apontaram que a baixa prevalência pode

ser explicada pela urbanização, investimentos públicos em saneamento básico,

investimentos em condições de vida e acessibilidade a serviços de saúde.

Östan et al. (2007) coletaram amostras fecais de 294 estudantes de duas

Escolas Primárias Privadas localizadas no Distrito de Manisa, Turquia. Desses, 91

(31%) estavam infectados com pelo menos uma espécie de parasito intestinal.

Segundo os autores, Giardia duodenalis foi o parasito mais observado, porém,

Blastocystis hominis também foi prevalente independentemente das condições

sanitárias. Os autores afirmaram que infecções por parasitos intestinais em

escolares representam um problema de Saúde Coletiva que aumenta conforme a

diminuição das condições socioeconômicas.

Já no Brasil, estima-se que 55,3% das crianças apresentem infecção por

enteroparasitos. A enteroparasitose na infância assume grande relevância não só

pela morbidade, mas também pela associação frequente com diarreia crônica e

desnutrição, condições que podem ocasionar déficit físico e cognitivo e até mesmo

óbito (PEDRAZA et al., 2014).

Moura et al. (1997) analisaram amostras de fezes de 146 crianças do 2º ano

do Ensino Fundamental de uma escola pública de Campinas, SP, e obtiveram

percentual de positividade de 30,8%, evidenciando Ascaris lumbricoides e Giardia

duodenalis.

Um estudo sobre parasitoses intestinais em 18.973 escolares de 7 a 14 anos,

realizado em algumas regiões de Minas Gerais, incluindo o Triângulo Mineiro, Alto

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Paranaíba, Noroeste de Minas e Sul/Sudoeste, demonstrou que em 82% dos

escolares, o exame parasitológico de fezes foi negativo. Entre os positivos, 15% dos

estudantes estavam monoparasitados e 3% poliparasitados. A prevalência para

Ascaris lumbricoides foi de 10,3%, Trichuris trichiura 4,7%, ancilostomídeos 2,9%,

Enterobius vermicularis 1,2%, Hymenolepis nana 0,4% e Taenia sp. de 0,2%

(CARVALHO et al. 2002).

Em um levantamento realizado com escolares de 6 a 14 anos de uma escola

pública do município de Araguaína, TO, Pereira-Cardoso et al. (2010) observaram

positividade de 55,3%, nas 76 amostras fecais analisadas, destacando Entamoeba

coli (28,9%), Endolimax nana (18,4%), Giardia duodenalis (11,8%) e Ascaris

lumbricoides (9,2%) como os parasitos mais frequentes.

Em Teresina, PI, Carvalho e Gomes (2011) investigaram a prevalência de

enteroparasitoses em amostras fecais de 40 crianças de 6 a 12 anos de uma escola

pública. Das amostras analisadas, 67,5% foram positivas para enteroparasitoses,

sendo os parasitos mais encontrados Endolimax nana (54%), Entamoeba coli (22%),

Giardia duodenalis (16%), Hymenolepis nana (2,7%), Ascaris lumbricoides (2,7%) e

Enterobius vermicularis (2,7%). Segundo os autores, para que se minimize o número

de indivíduos infectados, é necessária a aplicação de medidas de controle, capazes

de neutralizar os mecanismos de transmissão.

Gelatti et al. (2013) coletaram 201 amostras de fezes de escolares da rede

pública estadual de Uruaçu, GO. O estudo observou que 34,3% apresentaram

resultado positivo ao exame parasitológico de fezes para parasitos patogênicos e

não patogênicos. Entre os protozoários, o mais frequente foi Giardia duodenalis

(15,9%), seguido pelos parasitos não patogênicos Endolimax nana (15,4%) e

Entamoeba coli (14,4%). O helminto Enterobius vermiculares foi detectado em 0,5%

das amostras avaliadas.

Biolchi et al. (2015), em seu estudo com escolares de áreas rurais e urbanas

do município de Campos Novos, SC, coletaram 109 amostras. Dessas, 24 (58,5%)

amostras de estudantes da zona rural e 21 (30,9%) de área urbana, apresentaram

parasitos, indicando uma elevada prevalência de parasitos na área rural. Dentre os

parasitos identificados, ancilostomídeos (35%) e Ascaris lumbricoides (28,3%) foram

os mais frequentes, seguidos de Entamoeba coli (25%), Giardia lamblia (5%),

Balantidium coli (1,6%), Iodamoeda sp. (1,6%), Isospora belli (1,6%) e Trichuris

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trichiura(1,6%). Foi também identificado um caso de poliparasitismo (ancilostomídeo

e A. lumbricoides) em um estudante da zona rural, segundo os autores.

Cavagnolli et al. (2015) estudaram a prevalência de parasitoses e o perfil

socioeconômico da população escolar de Flores da Cunha, RS. Foram coletadas

amostras fecais de 341 alunos das quais 10,0% foram positivas, sendo observada a

presença de cistos de Endolimax nana (55,9%), Entamoeba coli (26,5%), Iodamoeba

butschlii (5,9%), Giardia lamblia (2,9%B) e ovos de Ascaris lumbricoides (2,9%),

além de indivíduos (5,9%) com poliparasitismo (Entamoeba coli e Endolimax nana).

Ao observar os inquéritos parasitológicos em crianças de várias regiões do

Brasil, é possível perceber que a prevalência dessas infecções apresenta grandes

variações de um local para outro, divergindo, também, em relação à idade (MOURA

et al., 1997; CARVALHO et al., 2002; GURGEL et al., 2005; PEREIRA-CARDOSO et

al., 2010; GELATTI et al., 2013, CAVAGNOLLI et al. 2015).

Além da coleta do material fecal, o exame do resíduo que se deposita sob as

unhas, também é importante para assinalar a presença de formas evolutivas de

parasitos (CAMPOS, 1974).

Campos (1974) afirmou que as crianças, devido aos hábitos higiênicos não

consolidados característicos da idade, podem carregar, nos resíduos que se formam

sob as unhas, uma ampla variedade de parasitos intestinais, disseminando

helmintos e protozoários por meio de mãos contaminadas.

Bezerra et al. (2013) coletaram material subungueal de 47 crianças de uma

creche de Fortaleza, CE. A positividade encontrada foi de 34%, sendo observados

os protozoários Entamoeba coli, Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis, além

dos helmintos Hymenolepis nana e Trichuris trichiura. Os autores assinalaram que a

elevada frequência desses parasitos, cuja transmissão também ocorre por meio de

mãos contaminadas, é um indicativo das condições socioeconômicas das famílias

que utilizam os serviços da creche.

Segundo Pedraza et al. (2014), não existe uma técnica capaz de diagnosticar,

simultaneamente, todas as formas parasitárias. Algumas técnicas são mais

sensíveis, permitindo o diagnóstico de várias espécies de parasitos intestinais,

enquanto outras são específicas, indicadas para uma espécie de parasito em

especial. Devido a esse fato, estudos sobre prevalência de enteroparasitoses devem

priorizar a utilização simultânea de técnicas com diferentes fundamentos, com o

objetivo de aumentar a acurácia diagnóstica e, consequentemente, diminuir os

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resultados falso-negativos (MELLO et al., 2000; CARVALHO et al., 2002; MENDES

et al., 2005).

Para Seixas et al. (2011), o levantamento coproparasitológico dos escolares

ainda é um procedimento de suma importância para o fornecimento de informações

epidemiológicas necessárias para promover medidas de intervenção. Porém, a

adesão, segundo alguns autores, pode ser um fator que dificulta tais levantamentos

coproparasitológicos (UCHÔA et al., 2009; NUNES, 2012; SANTOS et al., 2014).

Barbosa et al. (2009), em estudo realizado com moradores de um bairro da

periferia do município de Crato, CE, relataram que 47% (21/45) dos participantes

devolveram o recipiente com material fecal. Santos et al. (2014), estudando 240

escolares da cidade de Juazeiro, BA, afirmaram que 50 (20,8%) participantes se

submeteram a realização do exame de fezes. Segundo esses autores, essa baixa

adesão ao diagnóstico pode ser explicada porque os estudantes têm vergonha de

levar suas amostras fecais para a escola.

A escola pública é um elemento aglutinador da população carente e torna-se

importante reforçar o papel do setor saúde na prevenção de parasitoses intestinais,

no sentido de ampliar a informação sanitária, sempre na busca do melhor estado de

saúde e qualidade de vida. Nesse caso, também devem ser repassadas informações

sobre o parasitismo intestinal, bem como de outras doenças com mecanismo de

transmissão similar (MOURA et al., 1997; UCHÔA et al., 2009) propiciando o

“empowerment” da comunidade (BARBOSA et al, 2009).

4.3 CONHECIMENTOS SOBRE PARASITOSES

O desconhecimento ou nível insatisfatório de informações sobre

enteroparasitoses e sobre medidas de prevenção tem sido apontado por diversos

estudos como uma das principais causas de incidência de parasitoses e como fator

de risco para sua aquisição (RIBEIRO & MARÇAL-JUNIOR, 2003; SILVA et al.,

2011).

Um dos fatores, comumente citado nos discursos educacionais como causa

desse cenário referente à falta de informação da saúde, é a democratização do

ensino, ocorrida a partir dos anos de 1970, quando o Estado ampliou o número de

escolas e tornou o ensino de 1º grau gratuito e obrigatório para toda a população

brasileira, mas não garantiu sua adequação à nova clientela e, consequentemente,

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não possibilitou a democratização do saber (CORAZZA-NUNES & PEDRANCINI;

2006).

O sistema educacional reflete a organização política do país e atende às

mudanças que ocorrem na sociedade. Transformações ocorridas mundialmente no

âmbito da política e da economia, sobretudo a partir da década de 1950, expuseram

a importância da ciência para a sociedade a qual foi, aos poucos, ganhando mais

espaço nos currículos (NASCIMENTO et al., 2013). No Brasil, as temáticas

relacionadas à saúde ganharam destaque quando foram introduzidas nos

parâmetros curriculares nacionais (PCN). De acordo com os PCN, é importante

desenvolver, durante as aulas de Ciências, uma abordagem sobre as infecções e

doenças adquiridas por meio do convívio com o ambiente e decorrentes do ciclo de

vida, bem como doenças humanas causadas por outros seres vivos (BRASIL, 1997).

Para Ferreira e Pereira (2014), dada a natureza atual da condução da

ciência, o conhecimento se dá por meio da solução de problemas complexos que

atravessam inúmeras disciplinas. A partir desse cenário, a construção

coordenada e cooperativa do conhecimento pode ocorrer através da liderança de

uma instituição com pesquisadores que formam a base do projeto para, assim,

transcender espaços físicos.

De acordo com Ribeiro et al. (2004), quanto maior for o conhecimento sobre a

doença, maior poderá ser a adesão ao tratamento, incluindo controle de cura, e

menores serão os índices de reinfecção e evolução para formas mais graves da

doença. Por conta disso, esses autores sugeriram a avaliação dos conhecimentos

dos grupos sobre determinadas doenças, como as parasitoses intestinais, sendo

geralmente realizada através da elaboração de questionários, entrevistas ou grupos

focais.

Mello et al. (1988) avaliaram o conhecimento de 88 indivíduos, incluindo 32

responsáveis e 56 estudantes de uma escola estadual do município de São Carlos,

SP. Entre os entrevistados, 82 pessoas conheciam helmintos, codificando as

espécies por lombriga, solitária, bicha, verme, oxiúros, amarelão, entre outros. No

entanto, todos desconheciam a palavra verminose. Os resultados encontrados pelos

autores mostraram que a população detém uma codificação para identificação de

helmintíases, assim como conceituação própria sobre sinais e sintomas, aspectos

epidemiológicos e formas de tratamento. Esses resultados são de fundamental

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importância para o planejamento das campanhas e projetos educacionais em

verminoses.

Objetivando avaliar o conhecimento e as atitudes frente às parasitoses

intestinais, Siqueira e Fiorini (1999) aplicaram questionários em crianças em idade

escolar que envolveram os aspectos de etiologia, ciclo evolutivo, transmissão,

sintomatologia, diagnóstico, prevenção e controle de tais infecções. Os resultados

encontrados pelos autores apontaram que, embora a população em estudo tivesse

sido capaz de expressar conceitos corretos sobre parasitoses intestinais, a mesma

não mostrou relação desse conhecimento com atitudes cotidianas. Além disso, foi

observado nos sujeitos dificuldade em estabelecer diferenças entre sintomatologia,

diagnóstico e comportamentos preventivos com cuidados básicos de higiene pessoal

e da alimentação. Para os autores, tais medidas preventivas seriam capazes de

provocar mudanças comportamentais favoráveis ao combate das parasitoses

intestinais.

Ferreira e Andrade (2005) promoveram uma intervenção educativa em Estiva

Gerbi, SP, com 200 participantes, entre escolares e responsáveis. Desses, 75%

responderam questionário de conhecimentos sobre parasitoses, sendo observada

ampla assimilação de informações e mudanças nos hábitos e conceitos apontados,

após a intervenção. Segundo os autores, ainda que o município apresente boas

condições de saneamento, são encontradas parasitoses devido à falta de orientação

e higiene por parte da população, sendo necessária a implementação de ações que

viabilizem o controle das parasitoses na cidade.

Em processos educativos mais esclarecedores a respeito de prevenção de

parasitoses intestinais, como estudos voltados para uma abordagem mais

contextualizada, o conhecimento de medidas de prevenção pode abrir um leque de

possibilidades para a elaboração de estratégias que se aproximem de tal realidade,

interagindo o saber popular dos estudantes com práticas para a saúde na escola

(SILVA et al., 2011).

Segundo Frezza et al. (2015), crianças em idade escolar possuem um papel

importante, uma vez que ao aprenderem sobre as parasitoses e suas formas de

prevenção poderão contribuir como disseminadores e multiplicadores desse

conhecimento na escola e arredores, levando informação também aos seus

familiares, grupos de amigos e comunidade.

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Além disso, a sensibilização por meio da informação é uma das melhores

maneiras para que o cidadão conheça, identifique, eduque e se previna das doenças

que causam danos ao ser humano (DIAS et al., 2013).

Desse modo, é fundamental conhecer o comportamento, a percepção,

atitudes e conhecimentos das pessoas em relação ao tema, já que as informações

obtidas são fundamentais para a elaboração de eventuais ações e programas de

intervenção a serem organizados pelos serviços públicos de saúde (BUSATO et al.,

2015).

Diante disso, no processo de profilaxia, são necessárias ações envolvendo

toda a comunidade, para que a mesma se torne um elemento ativo para mudanças

na qualidade de vida do grupo (UCHÔA et al., 2001).

4.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

A saúde nunca ocupou lugar de destaque na política do Estado brasileiro,

sendo sempre deixada na periferia do sistema, tanto no que diz respeito à solução

dos grandes problemas que afligem a população, quanto na destinação de recursos

(BARBOZA et al., 2008).

O termo “educação sanitária” foi proposto em 1919, nos Estados Unidos, em

uma conferência internacional sobre a criança. A ênfase na educação de infantes

era ressaltada pela maior possibilidade de se criar hábitos saudáveis. Sendo assim,

com propostas de medidas preventivas, imunização e atitudes individuais

relacionadas a cuidados higiênicos, os programas de ensino e currículos passaram a

incluir, a educação sanitária (SCHALL et al., 1987).

Naquele momento, a educação sanitária era proposta pelas campanhas

higienistas partindo-se do princípio de que as doenças eram decorrentes da

ignorância da população, sendo fundamental educar e ensinar comportamentos

saudáveis. Com o desenvolvimento do capitalismo, o Estado sentiu a necessidade

de se reemparelhar para as novas exigências de uma sociedade em constante

mudança, surgindo, assim, uma preocupação com o educar para a vida e para a

saúde, emergindo o conceito de educação em saúde (MELLO, 1987).

A educação em saúde sobrepõe-se ao conceito de promoção da saúde, como

uma definição mais ampla de um processo que abrange a participação de toda a

população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas de pessoas sob o risco

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de adoecer (SCHALL & STRUCHINER, 1999). Se o estado de saúde está

diretamente relacionado ao comportamento das pessoas, deve-se procurar vias mais

adequadas para promover a adoção de hábitos saudáveis ou alteração de condutas

prejudiciais, por meio da educação em saúde (PRECIOSO, 2004).

Surge, então, a necessidade de repensar sobre as questões que envolvem a

educação, uma vez que no setor saúde, o ato de educar sempre esteve presente,

em diferentes conjunturas e com objetivos distintos, influenciando o cuidado dos

indivíduos e grupos. Além disso, sabe-se que no contexto histórico, no qual se

concebe a saúde como direito de todos, a educação em saúde se propõe a

contribuir para um cuidado mais amplo, por meio de uma perspectiva político-

pedagógica baseada em uma concepção abrangente de saúde (EBLING et al.,

2012).

Diante disso, a educação em saúde representa um processo de ensino-

aprendizagem que objetiva a promoção da saúde. O educador em saúde é capaz de

facilitar descobertas e reflexões dos sujeitos sobre a realidade, sendo que os

mesmos têm o poder e a autonomia de escolher as alternativas (BARBOSA et al.,

2009).

As práticas educativas, quando bem aplicadas, levam as pessoas a

adquirirem conhecimentos necessários para prevenção de parasitoses, alcançando

objetivos propostos e evidenciando o valor da orientação como forma de

conscientizar a população (FERREIRA & ANDRADE, 2005). Além disso, atividades

de educação em saúde, quando realizadas na escola, distinguem-se das demais

instituições, por ser um espaço que possibilita educar por meio da construção de

conhecimentos resultantes do confronto de diversos saberes (SILVEIRA et al.,

2015).

Pezzan et al. (2009) implementaram e avaliaram um plano de ações

destinadas a reduzir as parasitoses em uma cidade rural na província de Buenos

Aires, Argentina. Os autores coletaram amostras fecais de 522 pessoas e realizaram

atividades de educação em saúde com a população. Os resultados apontaram que a

frequência de parasitoses intestinais foi de 43,9% de positividade para protozoários

e de 35,2% para helmintos antes da intervenção educativa. Após a intervenção,

houve uma redução na positividade para 38,9% para os protozoários e 20,3% para

os helmintos. Os autores concluíram, então, que a intervenção educativa reduziu a

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frequência de parasitos na comunidade estudada, principalmente as infecções

causadas por helmintos.

Pereira et al. (2012) realizaram um estudo que implementou estratégias de

educação em saúde para promover medidas preventivas em Campos dos

Goytacazes, RJ. O objetivo desses autores foi avaliar a influência da educação em

saúde sobre a prevalência de infecções parasitárias intestinais na região, em um

esforço para fortalecer as políticas públicas para o controle dessas doenças no

Brasil. Os resultados, segundo os autores, demonstraram que o estudo exibiu uma

consciência aumentada da população quanto à importância das infecções

parasitárias intestinais e, dessa forma, atitudes e práticas relacionadas à prevenção

foram significativamente melhoradas após a atividade de educação em saúde.

Silveira et al. (2015) realizaram atividades de educação em saúde em uma

escola pública de um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Nos

encontros abordaram-se temáticas sobre educação em saúde, riscos do uso

indiscriminado e inadequado de piercing e tatuagens, além de higiene bucal.

Segundo os autores, o trabalho direcionado aos escolares promoveu a troca de

conhecimentos, esclareceu dúvidas, além de ter atuado na prevenção de doenças e

agravos.

Dessa forma, a escola tem representado um importante local para o encontro

entre saúde e educação abrigando amplas possibilidades de iniciativas tais como:

ações de diagnóstico clínico e/ou social, estratégias de triagem e/ou

encaminhamento aos serviços de saúde especializados ou de atenção básica;

atividades de educação em saúde e promoção da saúde (CASEMIRO et al., 2014).

Gomes dos Santos et al. (p. 574, 1993) sugeriram que:

Um programa de educação em saúde, incluído de modo sistemático e criativo no currículo escolar, pode conscientizar a criança em relação à saúde, estimulando o seu espírito crítico e responsabilidade na condução de sua vida de uma forma profilática, ciente de seus direitos e da importância de sua participação.

Os programas de educação em saúde disponíveis para a sociedade,

principalmente no Nordeste do Brasil, vêm contribuindo de forma primária no tocante

à assistência básica em saúde. As universidades, com perfis extensionistas, vêm

tentando contribuir com a sociedade principalmente com a difusão de técnicas que

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minimizem os agravos em saúde. Além de contribuir com o aspecto

socioeconômico, favorece a docentes e discentes o campo de prática para a

consolidação de seus cursos e disciplinas, junto às reais necessidades da

comunidade onde estão inseridas (RODRIGUES et al., 2013).

A educação é comprovadamente uma medida profilática efetiva e tem sido

utilizada por vários pesquisadores no processo de prevenção às parasitoses

(MELLO et al., 1988; FERREIRA & ANDRADE, 2005; BARBOSA et al., 2009). Dessa

forma, por meio da realização de atividades relacionadas à educação em saúde

busca-se uma interação com os alunos, colocando-os como agentes conhecedores

e disseminadores de informações sobre as parasitoses, na comunidade em que

vivem (GELATTI et al., 2013).

A educação em saúde é um processo de ensino-aprendizagem que visa a

promoção da saúde. O educador em saúde tem o papel de facilitador das

descobertas e reflexões dos sujeitos sobre a realidade, sendo que os indivíduos têm

o poder (empowered) e a autonomia de escolher as alternativas. Tal processo deve

superar a conceituação biomédica de saúde e abranger objetivos mais amplos, uma

vez que a saúde deixa de ser apenas a ausência de doenças para ser uma fonte de

vida (BARBOSA et al., 2009).

A aproximação da intervenção educativa de métodos e técnicas pedagógicas,

em oposição aos modelos tradicionais de ensino em que a informação é

simplesmente fornecida ao indivíduo, pode potencializar a ação em saúde,

favorecendo a maior participação dos sujeitos envolvidos, o debate e a autonomia,

além de garantir o exercício da cidadania (RIBEIRO et al., 2013).

Por meio dos programas de educação em saúde, deve-se preparar o

estudante para que, ao deixar a escola, seja capaz de cuidar da sua própria saúde e

de seus semelhantes e, sobretudo, adotar um estilo de vida que comporte o objetivo

da chamada “saúde positiva” e que constitui o desenvolvimento de todas as suas

possibilidades físicas, mentais e sociais (PRECIOSO, 2004).

O âmbito escolar passa a ser, portanto, uma possibilidade de construir e

fortalecer vínculos entre a universidade, escola e serviço de saúde. Além disso, essa

tríade possibilita a conscientização de que a atuação transdisciplinar de forma

interdisciplinar deve ser contínua, cujos saberes devem ser mediados considerando

aspectos sociais de cada sujeito. Assim, não existe um saber absoluto, mas a

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construção de um saber que emerge da coletividade, de forma horizontal que

incorpora os aspectos sócio culturais de todos os envolvidos (SILVEIRA et al., 2015).

Dessa forma, a educação em saúde precisa ser vista em uma perspectiva

construtiva de cidadãos participativos e autônomos, deixando a posição de meros

expectadores, conquistando uma atitude de sujeitos sociais conscientes de seus

direitos (EBLING et al., 2012). Nesse sentido, é importante que se busque

ativamente parceria com autoridades a níveis distritais, nacionais e internacionais a

fim de que uma estratégia desejada tenha um maior alcance e efetividade, uma vez

que a promoção da saúde envolve a responsabilidade de vários participantes da

sociedade: estado, comunidade, família e indivíduo (RIBEIRO et al., 2013).

Assim, torna-se necessário o desenvolvimento de ações educativas na busca

pelo “empowerment” comunitário, bem como a publicação de suas práticas

desenvolvidas no cotidiano de trabalho. Portanto, pode-se conhecer e avaliar a

eficácia das ações executadas e, assim, servirem de exemplo no direcionamento de

outros profissionais na execução dos processos educativos (BARBOSA et al., 2009).

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO

O projeto foi realizado em Escolas Municipais de Niterói, localizadas na região

metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, no período de agosto de 2014 a

outubro de 2015. As atividades propostas foram realizadas por um período de cerca

de um mês em cada escola.

A Fundação Municipal de Educação de Niterói apresenta, segundo

informações disponibilizadas na página virtual (http://www.educacaoniteroi.com.br):

46 Escolas Municipais (EM), 29 Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEI) e

um Núcleo Avançado de Educação Infantil (NAEI), organizadas em sete polos do

município. Foram incluídas no estudo uma escola de cada polo, totalizando sete

escolas. As escolas estudadas foram indicadas pela Fundação Municipal de

Educação de Niterói, sendo elas: E.M. Anísio Teixeira, E.M. Santos Dumont, E.M.

Noronha Santos, E.M. Dario de Souza Castello, E.M. Levi Carneiro, E.M. Antônio

Coutinho e E.M. Professor André Trouche (Figura 1).

O número total de estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano

do Ensino Fundamental II e funcionários das sete escolas foi de, respectivamente,

2528 e 460.

Figura 3 - Mapa de Escolas Municipais e seus respectivos polos distribuídos pelo Município de

Niterói, RJ

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5.1.1 Escola Municipal Anísio Teixeira

A Escola Municipal Anísio Teixeira (Escola A) está localizada no bairro São

Domingos e foi a primeira a fazer parte de um projeto piloto para implantação de

tempo integral nas escolas de ensino fundamental do município.

Possuía 208 estudantes inscritos, distribuídos em oito turmas de 1º ao 5º ano

do Ensino Fundamental I, em horário integral, e possuía 53 funcionários. A escola

apresentava nove salas de aula, laboratório de informática e ciências, sala de leitura,

refeitório com cozinha industrial, uma quadra, além de três salas de recursos e

banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais.

5.1.2 Escola Municipal Santos Dumont

Localizada no Bairro de Fátima, a Escola Municipal Santos Dumont (Escola B)

possuía 278 estudantes matriculados em dez turmas de 1º ano do Ensino

Fundamental I ao 9º ano do Ensino Fundamental II, divididos em turnos da manhã e

tarde, além de 66 funcionários.

A instituição contava com dez salas de aula, laboratório de informática e

ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional

Especializado (AEE), quadra de esportes coberta e dois pátios, sala de leitura,

banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, um refeitório

com cozinha, sala de leitura e auditório.

5.1.3 Escola Municipal Noronha Santos

A Escola Municipal Noronha Santos (Escola C) está localizada nas Palmeiras,

no bairro Fonseca e é uma unidade de Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

Estavam inscritos na instituição 195 alunos distribuídos em oito turmas de 1º

ao 5º ano do Ensino Fundamental I, divididos em turnos da manhã e tarde, e 70

funcionários. A escola possuía nove salas de aula, laboratório de informática,

refeitório com cozinha, sala de leitura, parque infantil, banheiro adequado à

educação infantil e a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, dependências

e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, quadra e pátio

coberto.

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5.1.4 Escola Municipal Dario de Souza Castello

A Escola Municipal Dario de Souza Castello (Escola D) localiza-se em Itaipu,

na Região Oceânica e contava com 252 alunos matriculados em dez turmas do 1º

ao 5º ano do Ensino Fundamental I, somente no turno da manhã, além de 34

funcionários.

O prédio apresentava dez salas de aula, amplo auditório, pátio, sala de

recursos, sala de artes, biblioteca, laboratórios de ciências e informática, refeitório

com cozinha, dois vestiários, banheiro nos três andares, além de um ginásio

poliesportivo. Todos os espaços atendiam às condições de acessibilidade para os

alunos com necessidades especiais.

5.1.5 Escola Municipal Levi Carneiro

A Escola Municipal Levi Carneiro (Escola E) está localizada no bairro do Sapê

e possuía 796 alunos matriculados em 28 turmas de 2º ano do Ensino Fundamental I

ao 9º ano do Ensino Fundamental II, além de 115 funcionários.

A escola apresentava dois prédios que somavam 14 salas de aula,

laboratórios de ciências e informática, salas de artes, de recursos e de leitura,

quadra coberta, pátio e refeitório com cozinha.

5.1.6 Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo

Até o ano de 2004, a Escola Estadual Antônio Coutinho de Azevedo pertencia

ao Estado do Rio de Janeiro. Porém, visando suprir a demanda excessiva de alunos

para cursar os anos iniciais do Ensino Fundamental, ocorreu sua municipalização,

tornando-se, então, a Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo (Escola F).

Localizada em Santa Bárbara, a escola contava com 568 alunos matriculados em

turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, além de 64 funcionários.

A escola possuía onze salas de aula, laboratório de informática, refeitório com

cozinha, sala de recursos multifuncionais para AEE, quadra de esportes coberta,

sala de leitura, despensa, almoxarifado, banheiro adequado a alunos com

deficiência ou mobilidade reduzida e dependências e vias adequadas a alunos com

deficiência ou mobilidade reduzida.

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5.1.7 Escola Municipal Professor André Trouche

A Escola Municipal Professor André Trouche (Escola G) encontra-se

localizada no Barreto. Possuía 385 alunos matriculados em turmas do 1º ao 5º ano

do Ensino Fundamental I e 58 funcionários.

Além de oito salas de aula, a escola contava com refeitório com cozinha, sala

de recursos multifuncionais para AEE, laboratório de informática, sala de leitura,

despensa, almoxarifado, pátio descoberto, banheiro com chuveiro, banheiro

adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida e dependências e vias

adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

5.2 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO

5.2.1 Sensibilização da população alvo

Para sensibilização do grupo alvo foi enviada circular aos responsáveis

convidando-os a comparecer na escola, onde foi realizada a divulgação do projeto

por meio de palestra ou sensibilização em grupos, em data definida junto à direção

da escola. Durante a abordagem, houve uma breve explicação do projeto, com o

suporte de um banner, sobre conceitos de parasitoses intestinais, sintomatologia e

diagnóstico. No caso de palestra utilizou-se uma apresentação em mídia. Em

seguida, foi explicado como seria a realização do estudo, objetivos e benefícios

esperados, sendo os sujeitos deixados livres para a escolha de participação. A

sensibilização dos funcionários da escola foi realizada mediante abordagem de

pequenos grupos ou de forma individual, em dia diferente, também definido junto à

direção.

5.2.2 Convite de participação e aceitação

Todos os funcionários e estudantes das escolas foram convidados a participar

do estudo. O aceite de participação no projeto foi voluntário mediante assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice 1) pelo participante, no

caso dos funcionários ou pelo responsável no caso dos escolares. O TCLE foi

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emitido em duas vias: uma foi entregue ao sujeito da pesquisa ou seu representante

legal e a outra arquivada pelo responsável pelo projeto.

Foi entregue aos funcionários e responsáveis dos estudantes um questionário

epidemiológico (Apêndice 2), para o levantamento dos aspectos socioeconômicos,

culturais e saberes. Estes foram preenchidos pelo próprio ou com auxílio de um dos

membros da equipe. Procedeu-se então a distribuição dos recipientes para coleta de

material fecal, sendo informadas datas e horários para entrega das amostras fecais

na escola.

Todos os participantes receberam orientação prévia relacionada aos cuidados

necessários para manipulação dos coletores e procedimento de coleta, de forma oral

e impressa (Apêndice 3).

Posteriormente, foi realizado o preenchimento de questionário para

identificação dos saberes e práticas dos estudantes e funcionários em dias

marcados com a direção da escola.

5.2.3 Critérios de inclusão e exclusão

Foi utilizado como critério de inclusão ser aluno do 1º ano do Ensino

Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II, membro do corpo administrativo

ou docente da devida Escola Municipal e aceitar participar voluntariamente das

atividades propostas pelo projeto, com posterior assinatura do TCLE e termo de

assentimento quando pertinente.

Já como critérios de exclusão foram considerados a inviabilidade de

diagnóstico parasitológico em amostra fecal e/ou subungueal, o não preenchimento

do questionário epidemiológico e a recusa de participação nas atividades

educativas.

O estudante que não obteve autorização dos pais e/ou responsáveis para

participar do projeto pôde participar das atividades educativas, porém não

preencheu os questionários de avaliação de saberes, não sendo considerado na

amostra estudada.

5.3 COLETA DE AMOSTRAS

5.3.1 Amostras subungueais

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A coleta do material subungueal foi realizada por turma em dias também

definidos junto à direção. O protocolo utilizado foi o estabelecido por Lourenço et al.

(2002), no qual utiliza-se raspagem do leito subungueal com palitos de madeira, e

acondicionamento do material em frascos plásticos contendo solução de formol-

glicerina a 5%.

O material, após a coleta, foi encaminhado para o Laboratório de

Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) para processamento.

5.3.2 Amostras fecais

As amostras fecais foram recolhidas seguindo cronograma estabelecido junto

à direção da escola e responsáveis, sendo duas com conservante Raillet & Henry,

como preconizado por Goulart & Leite (1978), e uma amostra fresca, sem

conservante. A coleta múltipla de amostras, em diferentes dias aumenta a eficácia

do diagnóstico (CARTWRIGHT, 1999; MELLO et al., 2000). Os coletores possuíam

etiquetas para identificação.

Posteriormente, as amostras foram encaminhadas para o Laboratório de

Parasitologia do Instituto Biomédico da UFF.

5.4 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS

5.4.1 Amostras fecais

Cada amostra fecal fresca, entregue em pote coletor sem o líquido

conservante, foi processada segundo a técnica de Baermann-Moraes (MORAES,

1948). Após a execução da técnica, as três amostras de cada indivíduo foram

unificadas para o processamento pelas demais técnicas parasitológicas. Uma porção

da amostra fecal unificada foi separada para a realização da técnica quantitativa de

Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e Pelegrino (1972) e outra porção

foi homogeneizada em água destilada, filtrada em tamis com gaze dobrada quatro

vezes, e transferida para cálice de vidro de fundo cônico. O filtrado foi aliquotado em

tubos de centrífuga com volume de 15 mL de fundo cônico para a realização das

técnicas coproparasitológicas qualitativas que seguem abaixo:

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7 mL em tubo de centrífuga de fundo cônico para realização da técnica de

centrífugo sedimentação de Ritchie (1948) modificada por Young (1979);

15 mL em tubo de centrífuga de fundo cônico para realização da técnica

de centrífugo flutuação de Faust et al. (1938);

Uma parte do filtrado foi deixada sedimentar em cálice de fundo cônico por

24 horas para realização da técnica de Lutz (1919).

A leitura das lâminas obtidas de cada técnica foi realizada no microscópio

óptico binocular Olympus® BX 41, inicialmente, em aumento de aproximadamente

100 vezes e, para confirmação, se necessário, em 400 vezes, acoplado a câmera

digital Samsung® SDC415 com software de captura Honestech® PVR. Para

morfometria das formas evolutivas de parasitos foi utilizado o microscópio óptico

uniocular Olympus® CH30 em 400 vezes com uma ocular micrométrica Olympus®

SWH.

Considerou-se como positividade para a amostra o encontro de formas

evolutivas de parasitos intestinais em, pelo menos, uma das técnicas utilizadas.

5.4.1.1 Técnica de Ritchie (1948) modificada por Young et al. (1979)

Esta técnica tem como fundamento a centrífugo-sedimentação e foi utilizada

seguindo o protocolo preconizado por Cerqueira (1988). Acrescentou-se aos tubos

plásticos cônicos de centrifugação, contendo 7 mL do material filtrado, uma gota de

detergente (Ypê® neutro) e 3 mL de acetato de etila P.A. (Vetec®). Procedeu-se

homogeneização seguida por centrifugação durante 2 minutos a 814 g (2000

R.P.M.). Desprezou-se o sobrenadante e acrescentou-se ao sedimento água

destilada até completar o volume de 7 mL. Após a homogeneização, o material foi,

novamente, centrifugado por 2 minutos a 814 g. O sobrenadante foi descartado e,

com uma pipeta do tipo Pasteur descartável primo utilizada, foi colocada uma gota

de água destilada no tubo, procedendo-se nova homogeneização. Transferiu-se uma

gota desse material para uma lâmina de microscopia, e adicionou-se uma gota de

água destilada na amostra na lâmina, com o intuito de facilitar a leitura. O material foi

coberto por uma lamínula (24 x 32 mm), procedendo a leitura.

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5.4.1.2 Técnica de Faust et al. (1938)

Essa técnica baseia-se na pesquisa de formas evolutivas de parasitos por

centrifugo-flutuação com solução de sulfato de zinco. A amostra no tubo plástico de

centrífuga de fundo cônico foi submetida à centrifugação por 1 minuto a 1272 g

(2500 R.P.M.) O sobrenadante foi descartado, acrescentou-se ao sedimento água

destilada até completar 15 mL, homogeneizou-se o material e o mesmo foi,

novamente, centrifugado por 1 minuto a 1272 g. Esse procedimento foi repetido

diversas vezes, até que o sobrenadante ficasse límpido. Após a lavagem, o

sobrenadante foi descartado, sendo o sedimento suspenso com solução de sulfato

de zinco - ZnSO4.7 H2O (Proquímios®) com densidade 1,180 g/mL. O material foi

homogeneizado e centrifugado por 1 minuto a 1272 g, objetivando formar uma

película de flutuação. Em seguida, os tubos foram dispostos, cuidadosamente, em

estantes. Utilizando-se uma alça de platina dobrada em ângulo de 90 graus, a

película de flutuação foi coletada e transferida para lâmina de microscopia, repetindo

esse procedimento por quatro vezes. Após as quatro alçadas, cobriu-se o material

com uma lamínula (tamanho 22 x 22 mm) e procedeu-se a leitura.

5.4.1.3 Técnica de Lutz (1919)

Essa técnica fundamenta-se na sedimentação espontânea de formas

evolutivas de parasitos em cálice de fundo cônico. Parte do material obtido após

homogeneização em água e filtração foi depositado em um cálice de fundo cônico

com capacidade de 250 mL. Adicionou-se água destilada até completar o volume do

mesmo, que foi coberto com filme de policloreto de polivinila (PVC) transparente e

mantido em repouso para sedimentação por 24 horas. Após esse período, com uma

pipeta descartável do tipo Pasteur primo utilizada, coletou-se uma alíquota do

sedimento e transferiu-se uma gota do mesmo para uma lâmina de microscopia.

Essa foi coberta com lamínula (24 x 32 mm) que, então, foi encaminhada para

leitura.

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5.4.1.4 Técnica de Baermann (1917) - Moraes (1948)

Para a realização dessa técnica, que objetiva a pesquisa de larvas de

nematódeos por termohidrotropismo seguida por sedimentação espontânea, utilizou-

se amostras fecais frescas. Para processamento da amostra ocluiu-se a extremidade

da borracha localizada na parte inferior do funil com uma pinça de Mohr. Após este

procedimento, acrescentou-se água destilada na temperatura de 42°C no funil de

vidro do aparelho de Baermann. Colocou-se então, um tamis de fundo reto sobre o

funil, de forma que o fundo tocasse levemente na água e sobre este, gaze dobrada

quatro vezes. O material fecal fresco foi homogeneizado e transferido para a gaze.

Após 60 minutos retirou-se a porção final da água retida na mangueira de borracha

por meio da abertura da pinça de Mohr e esta foi colocada em vidro de relógio. O

material foi observado em microscópio estereoscópico com aumento de 20 a 30

vezes.

5.4.1.5 Técnica de Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e

Pelegrino (1972)

A presente técnica objetiva a pesquisa e contagem de ovos de helmintos em

fezes, principalmente de Schistosoma mansoni. Utilizou-se o Kit Helm Teste Bio-

Manguinhos®. Uma pequena porção da amostra fecal foi colocada sobre uma tela

fina e comprimida para passagem de ovos de helmintos e detritos menores do que

os ovos. Em seguida, as fezes peneiradas foram raspadas e transferidas com o

auxílio de um palito plástico para o orifício (6 mm de diâmetro) de um cartão

retangular de plástico, colocado sobre uma lâmina de microscopia. Após encher

completamente o orifício, o cartão foi retirado, cuidadosamente, deixando sobre a

lâmina cerca de 1 g de material fecal. As fezes foram, então, cobertas com lamínula

de papel celofane embebidas em solução clarificante fornecida no kit. A lâmina foi

invertida, sobre uma folha de papel absorvente e comprimida. Foi aguardada uma

hora para ocorrer clarificação fecal procedendo exame ao microscópio. Todos os

ovos presentes na preparação foram contados. Finalmente, foi realizada contagem

do número total específico de ovos para cada helminto com objetiva de 10 vezes e,

em seguida, foi multiplicado o número achado pelo fator 24 que, então, determinou o

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número de ovos por parasito em 1 g de fezes, sendo esse o fator de correção para

cálculo de Ovos Por Grama (OPG).

5.4.2 Amostras subungueais

O material subungueal coletado em 5 mL de solução de formol-glicerina a 5%,

foi transferido para tubo de centrífuga de fundo cônico, sendo o volume completado

com água destilada até completar 7 mL O material foi processado pela técnica de

Ritchie modificada por Young et al. (1979), porém a lâmina foi coberta com lamínula

22 x 22 mm, procedendo a leitura.

5.5 ENTREGA DE RESULTADOS

Os resultados obtidos foram entregues para aos pais e/ou responsáveis e

funcionários participantes da pesquisa em laudo individual (Apêndice 4) e foram

entregues para a escola e para a Fundação Municipal de Educação de Niterói, em

relatório geral.

5.6 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO

Foram tabuladas as informações do respectivo questionário epidemiológico

para avaliação das condições de vida e fatores de risco nas diferentes escolas

estudadas.

Quanto a residência, considerou-se como residência sem risco aquelas que

não tinham quintal ou possuíam quintal de cimento. Já as que tinham quintal de terra

ou jardim foram consideradas como de risco.

Considerou-se também o grau de escolaridade da mãe, sendo classificado

em não letrada; baixo grau, quando a mãe tinha até Ensino Fundamental II

incompleto; médio grau, quando a mãe tinha Ensino Fundamental II completo até

Ensino Médio completo; alto grau, quando tinha Ensino Superior incompleto ou

completo; e não respondeu.

Quanto ao abastecimento de água, considerou-se rede de abastecimento do

governo, água sem tratamento, incluindo água de poço ou fonte natural e a categoria

não respondeu.

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55

Em relação à água consumida, as respostas foram classificadas em água da

torneira/fonte natural/mineral como água sem tratamento; água tratada quando as

respostas envolviam uso de filtro ou fervura; e não respondeu.

A questão do esgoto foi categorizada em rede geral de esgoto/fossa; sem

tratamento quando a resposta se relacionava a encanamento jogando para rio ou

vala; e não respondeu.

Foram consideradas essas categorias por serem as mais relacionadas a

aquisição de parasitoses intestinais.

5.7 QUESTIONÁRIO DE SABERES

O questionário de saberes foi aplicado aos estudantes do 3º ano do Ensino

Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II (Apêndice 5), sendo os alunos do

1º e 2º ano excluídos do preenchimento devido ao seu baixo grau de letramento.

O questionário consistia de sete perguntas abertas e os alunos podiam

responder por escrito ou em forma de desenho. As respostas esperadas para cada

pergunta se encontram no Quadro 1.

Quadro 1 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de saberes

aplicado aos estudantes das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, incluídas no estudo

no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

Perguntas Respostas Esperadas

O que é verminose? Doenças causadas por vermes.

O que é protozoose? Doenças causadas por protozoários.

Como a pessoa “pega”/adquire

vermes/protozoários?

Por água e alimentos contaminados, mãos

contaminadas, através da pele, andando

descalço.

Ondem vivem esses “bichinhos” nas

pessoas?

Na barriga/intestino.

O que a pessoa sente quando tem

esses “bichinhos”?

Dor na barrriga, vômitos, enjoo, diarreia, perda de

peso, desânimo, coceira anal.

Para onde vão esses “bichinhos”

quando saem da pessoa?

Para o cocô/para o esgoto/para outra pessoa/para

o ambiente.

O que deve ser feito para não ter esses

“bichinhos”?

Lavando as mãos/lavando os alimentos/ bebendo

água filtrada/não andar descalço/higiene

pessoal/limpeza da casa/tratamento.

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56

Já o questionário formulado para os funcionários da escola consistia de 11

perguntas abertas. As respostas esperadas para cada pergunta se encontram no

Quadro 2.

Quadro 2 - Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de saberes

aplicado aos funcionários das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, incluídas no

estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

Perguntas Respostas Esperadas

O que são parasitoses intestinais? Doenças causadas por vermes e protozoários.

Parasito intestinal e verme são

sinônimos?

Não, o verme é um tipo de parasito intestinal.

Qual verme/parasito intestinal você

conhece?

Lombriga, tênia, giárdia, ameba, oxiúro, dentre

outros.

O que são verminoses? Verminoses são infecções/doenças causadas

por vermes.

Quem causa as parasitoses intestinais? Vermes/Parasitos.

Onde vivem os parasitos intestinais nas

pessoas?

Vivem na barriga, mais especificamente no

intestino delgado ou grosso.

Como as pessoas adquirem os parasitos

intestinais?

Por meio de mãos, água e alimentos

contaminados com cistos de protozoários ou

ovos de helmintos/vermes.

O que a pessoa sente quando tem

parasitos intestinais?

Dor de barriga, diarréia, vômitos, perda de

peso.

Os parasitos intestinais são perigosos

para a nossa saúde? Por quê?

Sim, pois quando não tratados podem gerar

casos graves e, algumas vezes, levar o

indivíduo a óbito.

O que devemos fazer quando temos

parasitos intestinais?

Ir ao médico, fazer o diagnóstico e tomar o

medicamento que o médico passar.

O que podemos fazer para evitar e/ou

controlar as parasitoses intestinais?

Lavar as mãos antes das refeições, lavar as

mãos após o uso de banheiros, beber água

filtrada ou fervida, lavar bem as verduras e

legumes.

Para a análise das respostas dos estudantes e funcionários, as mesmas

foram avaliadas como: adequadas, incompletas, inadequadas, não soube

responder ou não respondeu.

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57

5.8 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Ao término da identificação dos parasitos encontrados, foram aplicadas

atividades de educação em saúde objetivando divulgação da informação e

prevenção das enteroparasitoses detectadas. A intervenção de educação em saúde

foi precedida pela identificação dos saberes e práticas dos estudantes e

funcionários, por meio do questionário de saberes prévios, que foi preenchido pelo

próprio ou com auxílio de um membro da equipe.

Foram desenvolvidas dinâmicas com as crianças, objetivando divulgação do

conhecimento sobre parasitoses intestinais, sua transmissão e profilaxia. Foi

realizada mostra de parasitos em banners, a lavagem de mãos utilizando marcador

colorido (FERREIRA & ANDRADE, 2005; UCHÔA, 2008; SANTOS, 2008),

visualização de formas evolutivas em microscópios (lâminas com estruturas

parasitárias), observação de helmintos adultos em frascos, construção de modelos

em massas de biscuit, pesca e pintura de parasitos, leitura de textos literários sobre

parasitos, jogo de trilha e jogo da memória.

Após as atividades foi entregue a coordenação pedagógica um questionário

(Apêndice 7) para avaliação da atividade.

5.8.1 Feira educativa

Ao todo foram desenvolvidas dez dinâmicas. As mesmas foram divididas em

sete estações de acordo com características gerais, morfologia e profilaxia, descritas

abaixo.

5.8.1.1 Características gerais dos parasitos

Foram confeccionados sete banners com 80 cm de largura e 100 cm de

comprimento com informações sobre os parasitos: Entamoeba histolytica, Giardia

duodenalis, ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius

vermicularis e Taenia sp (Figura 2).

Nos banners foram apresentadas fotos dos parasitos, relacionando habitat,

tamanho, formas evolutivas, além das formas de transmissão e infecção.

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58

Figura 4 - Banners com características gerais dos parasitos

intestinais utilizados na feira educativa realizada nas Escolas

Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de

agosto de 2014 e outubro de 2015

5.8.1.2 Parasitos em Biscuit

Esta atividade trabalhou as diferenças morfológicas e de tamanho entre as

diversas espécies de protozoários e helmintos intestinais (Figura 3).

Os estudantes puderam visualizar alguns parasitos intestinais em

microscópios, contendo lâminas com estruturas parasitárias. Além disso, foi

apresentado um recurso chamado “caixoscópio”, no qual uma caixa de papelão foi

colocada sobre um computador portátil da marca Positivo®, apresentando slides

com imagens de formas evolutivas de diferentes parasitos intestinais (NUNES,

2012).

Nessa estação, também foi incluída a observação de parasitos adultos das

peças da coleção da Disciplina de Parasitologia da UFF que foram levadas até a

escola.

Em seguida, foi proposto que cada estudante participante desenvolvesse

modelos a partir dos parasitos apresentados utilizando massa de porcelana fria

(Biscuit).

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59

Figura 5 - Observação de diferenças morfológicas e de tamanho

entre as diversas espécies de parasitos intestinais que ocorreu na

feira educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ,

incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e outubro de

2015

5.8.1.3 Pescaria de parasitos

Nessa estação, que também objetivou trabalhar a morfologia das espécies, foi

realizada a pesca de parasitos (Figura 4).

Desenhos de formas evolutivas de parasitos foram espalhados em uma

piscina inflável cheia de palha. Os alunos, com o auxílio de uma vara de bambu,

pescavam determinada figura e o identificava de acordo com as imagens expostas

na parede, relacionadas ao material pescado. Nas imagens da parede eram

apresentadas informações sobre o parasito em questão.

Após a pescaria, o estudante foi convidado a pintar desenhos iguais aos

dispostos na parede com giz de cera ou lápis de cor.

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60

Figura 6 - Pescaria de parasitos intestinais que

ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas

Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo

entre os meses de agosto de 2014 e outubro de

2015

5.8.1.4 Estórias parasitológicas

Nesse momento da oficina, foi realizada leitura de livros contendo textos

literários sobre parasitos de autoria da professora Cláudia Uchôa, publicados pela

Eduff, 2013 (Figura 5).

As imagens do texto eram mostradas às crianças. Em alguns grupos,

estimulou-se a leitura pelos próprios estudantes, de acordo com a faixa etária dos

alunos.

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61

Figura 7 - Leitura de textos literários sobre parasitologia

que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas

Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os

meses de agosto de 2014 e outubro de 2015

5.8.1.5 Jogo de trilha

Este jogo teve como objetivo abordar formas de transmissão e prevenção das

parasitoses intestinais para reforço no aprendizado de conteúdos a esse respeito.

Nunes (2012) confeccionou um jogo de tabuleiro de chão com placas de Etil

Vinil Acetato (EVA) de 10 mm, tamanho 48x48 cm, aplicadas com vinil autoadesivo

com película de proteção. Cada placa apresentava uma imagem e uma descrição de

um fato e ação a ser seguida, relacionada a parasitoses intestinais. As placas

possuíam seis cores diferentes, totalizando 30 peças com encaixe para serem

acopladas. O jogo apresentava também um dado de espuma, revestido de pano, de

tamanho 30 x 30 cm para nortear as jogadas (Figura 6).

Os estudantes foram divididos em grupos e orientados a eleger um integrante

que iria andar no tabuleiro, enquanto os outros tinham que participar da execução

das tarefas, bem como jogar o dado. O dado foi lançado e o jogador deveria andar o

número de casas que havia sido designado. Ao parar sobre uma casa, ele fazia a

leitura do que estava escrito e deveria obedecer à tarefa discriminada. Além dele,

seus companheiros de grupo também deveriam fazer as atividades designadas.

O vencedor foi o grupo que chegou primeiro na última casa do tabuleiro.

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62

Figura 8 - Trilha parasitológica que ocorreu na feira

educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói,

RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de

2014 e outubro de 2015

5.8.1.6 Jogo da memória

Este jogo teve como objetivo trabalhar formas de prevenção de parasitoses

intestinais por meio da visualização de figuras com informações de ações que

previnem ou possibilitam a infecção por parasitos.

O jogo é constituído por bases de borracha E.V.A. com medidas de 11 cm x 9

cm, texto “Jogo da memória” impresso em papel A4 e cortado de forma circular e

imagens impressas em duplicata em folha A4, cortadas em tamanho aproximado de

10 cm x 8 cm (Figura 7). As imagens apresentavam mensagens como: lavar as

mãos após ir ao banheiro, não defecar no ambiente, não andar descalço no solo,

beber água filtrada, não conduzir o esgoto para rio ou lagoa, dar destino adequado

para o esgoto das casas, ferver a água de consumo, não permitir que moscas

pousem em alimentos, lavar verduras e frutas, cortar as unhas (NUNES, 2012).

Os alunos foram dispostos em roda e as peças foram colocadas no chão

sobre Tecido Não Tecido (TNT), com as imagens viradas para baixo. Cada

estudante escolhia duas peças e virava para ver se as imagens eram iguais e neste

momento era verbalizado o que a imagem representava. Se não fossem

semelhantes, o aluno as virava novamente e o próximo podia jogar. Caso as

imagens fossem iguais, ele as recolhia e colocava ao seu lado para contagem ao

final do jogo e repetia a jogada.

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Figura 9 - Jogo da memória que ocorreu na feira

educativa realizada nas Escolas Municipais de

Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de

agosto de 2014 e outubro de 2015

5.8.1.7 Higienização das mãos

Esta atividade objetivou trabalhar com a importância da correta lavagem de

mãos. Após colocar uma venda sobre os olhos do estudante, foi adicionada sobre

suas mãos tinta colorida de baixo potencial alergênico e foi solicitado que o mesmo

lavasse as mãos como de costume (Figura 8). Após o término da lavagem, foi

retirada a venda dos olhos e todos puderam constatar se a lavagem foi ou não

eficiente através do grau de espalhamento da tinta pela superfície das mãos. Áreas

sem tinta foram consideradas como não lavadas. Em seguida, foi feita uma

discussão sobre a importância da lavagem das mãos e foi explicada a forma correta

de lavagem.

Finalmente, após essa atividade, foi pedido aos participantes que

encostassem as mãos em um TNT branco. As marcas das mãos foram identificadas

com os respectivos nomes e o mesmo foi entregue à direção da escola como

registro da atividade.

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Figura 10 - Lavagem de mãos com tinta

guache que ocorreu na feira educativa

realizada nas Escolas Municipais de Niterói,

RJ, incluídas no estudo entre os meses de

agosto de 2014 e outubro de 2015

5.9 ANÁLISE ESTATÍTICA E PARÂMETROS DE ANÁLISE DESCRITIVA

Os resultados obtidos foram analisados de forma descritiva. A análise de

significância em relação à positividade para parasitos intestinais foi realizada pelo

Teste Exato de Fisher, enquanto a análise dos fatores epidemiológicos foi feita por

meio do Teste Qui-Quadrado. Em ambos os testes, o intervalo de confiança foi de

0,05.

Na análise dos percentuais de participação e positividade, considerou-se

como excelente as taxas entre 90 – 100%, como muito bom as taxas entre 70 –

89,9%, bom entre 50 – 69,9%, moderada em entre 30 – 49,9%, baixa de 10 – 29,9%

e muito baixa ente 0,1 – 9,9%.

Em relação aos questionários de saberes, optou-se, pela realização da

análise descritiva devido ao baixo número de questionários obtidos em cada escola

participante.

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65

6 RESULTADOS

6.1 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO

A adesão geral ao projeto mediante assinatura do TCLE foi de 24,9%

(630/2528) para crianças e 24,1% (111/460) para funcionários. Quanto à entrega da

amostra fecal, houve devolução do material de 263/630 (41,7%) crianças e 70/111

(63,1%) profissionais.

As participações no projeto de estudantes e funcionários de cada escola

estão apresentadas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1 - Adesão de estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, ao

projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

Escola Bairro Polo Total de crianças*

Total de

TCLEs

N0 de amostras

subungueais

Total de questionários de saberes**

N0 de amostras

fecais

Total de amostras

fecais positivas

A São Domingos

6 208 109 (52,4%)

90 41 53 (48,6%)

10

B Bairro de Fátima

1 246 65 (26,4%)

10 38 36 (55,4%)

11

C Fonseca 2 195 57 (29,2%)

36 24 18 (31,6%)

5

D Itaipu 7 252 60 (23,8%)

54 18 30 (50%)

8

E Sapê 4 674 133 (19,7%)

117 97 47 (35,3%)

17

F Santa Bárbara

3 568 139 (24,5%)

121 78 63 (45,3%)

17

G Barreto 5 385 67 (17,4%)

66 39 16 (23,9%)

4

Total 2528 630 (24,9%)

494 335 263 (41,7%)

72

*Total de crianças matriculadas do 1º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II.

**Total de questionários de saberes preenchidos pelos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano

do Ensino Fundamental II.

A taxa de adesão relacionada ao aceite de participação e à entrega de

amostras fecais variou entre as sete escolas, tanto entre os escolares quanto nos

funcionários.

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66

Tabela 2 - Adesão de funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, ao

projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de 2015 Escola Total de

funcionários Total de TCLEs

assinados

Número de amostras

fecais

Número de amostras

subungueais

Total de questionários

de saberes

Total de amostras fecais

positivas

A 53 23 (43,4%)

13 (56,5%)

12 12 3

B 66 16 (24,2%)

14 (87,5%)

11 17 2

C 70 16 (22,8%)

7 (43,8%)

9 8 0

D 34 8 (11,4%)

8 (100%)

7 8 5

E 115 29 (25,2%)

22 (75,9%)

16 8 2

F 64 14 (21,9%)

3 (21,42%)

5 6 0

G 58 5 (8,6%)

3 (60%)

4 3 1

Total 460 111 (24,1%)

70 (63,1%)

64 62 13

6.2 PARASITISMO INTESTINAL

Das amostras entregues por estudantes, 72/263 (27,4%) foram positivas.

Dentre as positivas, 51 (70,8%) apresentaram monoparasitismo e 21 (29,2%)

possuíam poliparasitismo. Observou-se associação entre Blastocystis sp. e

complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em dois estudantes, Entamoeba

coli e complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em seis, Ascaris

lumbricoides e Trichuris trichiura em um, Trichuris trichiura e Entamoeba coli em

outro, Endolimax nana e Blastocystis sp. em dois, Entamoeba coli e Blastocystis sp.

em cinco, Blastocystis sp. e Iodamoeba butschlii em um, Entamoeba coli e

Iodamoeba butschlii em outro e Entamoeba coli, Blastocystis sp. e complexo

Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em dois estudantes.

Do grupo de 70 profissionais que entregaram amostras, 13 (18,6%) estavam

positivas e todas apresentaram monoparasitismo.

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67

A frequência de amostras positivas para protozoários e helmintos detectados

entre os estudantes, está apresentada na Tabela 3, sendo observada maior

frequência de protozoários.

Tabela 3 - Frequência de amostras positivas para protozoários e/ou helmintos detectados

por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 263 estudantes de sete Escolas

Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

Escola Total Positivas

G. d. E. c. E.h./E. d. I.b. E.n. B. sp A.l. T.t. E.v

A 10 2 20%

2 20%

3 30%

1 10%

1 10%

3 30%

2 20%

1 10%

0

B 11 1 9,1%

2 18,2%

0

0 1 9,1%

3 27,3%

2 18,2%

4* 36,4%

0

C 5 2 40%

1 20%

0 0 0 3 60%

0 0 0

D 8 1 12,5%

0 0 0 2 25%

6** 75%

0 0 0

E 17 0 8*** 47,1%

3 17,6%

1 5,9%

0 14**** 82,4%

0 0 0

F 17 3 17,6%

4 23,5%

4 23,5%

0 1 5,9%

11***** 64,7%

0 0 1 5,9%

G 4 0 1 25%

2 50%

0 0 2 50%

0 0 0

Total 72 9 12,5%

18 25%

12 16,7%

2 2,8%

5 6,9%

42 58,3%

4 5,6%

5 6,9%

1 1,4%

G.d. – Giardia duodenalis, E.c. -. Entamoeba coli, E.h./E.d. – Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar, I.b. Iodamoeba butschilii, E.n. – Endolimax nana, B.sp – Blastocystis sp, A.l. - Ascaris lumbricoides, T.t. -Trichuris trichiura, E.v. – Enterobius vermicularis Teste Exato de Fisher P<0,05 significativo *P=0,0011, ** P=0,0499, *** P=0,0047, ****P=0,0001, ***** P=0,0140

Foi observada diferença estatisticamente significativa quanto à positividade

por Blastocystis sp. nas escolas D, E e F, para presença de E. coli na Escola E e

para T. trichiura na Escola B quando comparados com a positividade geral.

Ao serem analisadas as condições de abastecimento de água, tipo de água

consumida e escolaridade da mãe pôde-se observar que as crianças que

frequentavam as escolas B (baixo/médio grau escolaridade da mãe, bebe água de

torneira), D (residência com risco, baixo/médio grau de escolaridade da mãe e bebe

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água de torneira), E (baixo/médio grau de escolaridade da mãe, bebe água de

torneira) e F (residência com risco, baixo/médio grau de escolaridade da mãe)

apresentaram condições de maior risco para aquisição de parasitoses intestinais

(Tabelas 4 e 5).

Tabela 4 – Análise de determinantes de risco dos 137 estudantes participantes de quatro

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil que entregaram amostra fecal no período de agosto de

2014 a outubro de 2015

Determinantes A

B

C

D

Total

T n=53

+ n=10

T n=36

+ n=11

T n=18

+ n=5

T n=30

+ n=8

T n=137

+ n=34

Tipo de residência Com risco 11

20,8% 1

10% 8

22,2% 1

9,1% 7

38,9% 2

40% 16

53,3% 4

50% 42

30,7% 8

23,5%

Sem risco 35 66%

9 90%

18 50%

7 63,6%

10 55,5%

3 60%

11 36,7%

3 37,5%

74 54%

22 64,7%

Não respondeu 7 13,2%

0 10 27,8%

3 27,3%

1 5,5%

0 3 10%

1 12,5%

21 15,3%

4 11,8%

Grau de escolaridade da mãe Não letrada 0 0 1

2,8% 1

9,1% 0 0 0 0 1

0,7% 1

2,9%

Baixo grau 14 26,4%

2 20%

15 41,7%

2 18,2%

2 11,1%

1 20%

7 23,3%

1 12,5%

38 27,7%

6 17,6%

Médio grau 18 34%

6 60%

8 22,2%

2 18,2%

12 66,7%

2 40%

15 50%

5 62,5%

53 38,7%

15 44,1%

Alto grau 10 18,9%

1 10%

2 5,5%

0 1 5,5%

0 5 16,7%

0 18 13,1%

1 2,9%

Não respondeu 11 20,8%

1 10%

10 27,8%

6 54,5%

3 16,7%

2 40%

3 10%

2 25%

27 19,7%

11 32,4%

Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo

44 83%

8 80%

23 63,9%

7 63,6%

17 94,5%

5 100%

20 66,7%

4 50%

104 75,9%

24 70,6%

Água sem tratamento 3 5,7%

2 20%

3 8,3%

1 9,1%

0 0 7 23,3%

2 25%

13 9,5%

5 14,7%

Não respondeu 6 11,3%

0 10 27,8%

3 27,3%

1 5,5%

0 3 10%

2 25%

20 14,6%

5 14,7%

Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 11

20,7% 3

30% 20

55,6% 4

36,4% 4

22,2% 2

40% 12

40% 4

50% 47

34,3% 13

38,2%

Água tratada 36 68%

7 70%

10 27,8%

4 36,4%

13 72,2%

3 60%

15 50%

2 25%

74 54%

16 47,1%

Não respondeu 6 11,3%

0 6 16,6%

3 27,3%

1 5,5%

0 3 10%

2 25%

16 11,7%

5 14,7%

Esgoto Rede geral de esgoto/fossa 39

73,5% 7

70% 27

75% 6

54,5% 17

94,5% 5

100% 22

73,3% 4

50% 105

76,6% 22

64,7%

Sem tratamento 3 5,7%

1 10%

1 2,8%

0 0 0 1 3,3%

1 12,5%

5 3,6%

2 5,9%

Não soube informar 2 3,8%

0 2 5,6%

1 9,1%

0 0 4 13,3%

1 12,5%

8 5,8%

2 5,9%

Não respondeu 9 17%

2 20%

6 16,6%

4 36,4%

1 5,5%

0 3 10%

2 25%

19 13,9%

8 23,5%

T – Total de crianças participantes; + – Crianças positivas

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69

Tabela 5 – Análise de determinantes de risco de 126 estudantes participantes de três

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015

Determinantes E F G Total

T n=47

+ n=17

T n=63

+ n=17

T n=16

+ n=4

T n=126

+ n=38

Tipo de residência Com risco 16

34% 6

35,3% 24

38,1% 8

47,1% 6

37,5% 2

50% 46

36,5% 16

42,1%

Sem risco 24 51,1%

11 64,7%

32 50,8%

7 41,2%

10 62,6%

2 50%

66 52,4%

20 52,6%

Não respondeu 7 14,9%

0 7 11,1%

2 11,8%

0 0 14 11,1%

2 5,3%

Grau de escolaridade da mãe Não letrada 1

2,1% 1

5,9% 0 0 0 0 1

0,8% 1

2,6%

Baixo grau 16 34%

4 23,5%

8 12,7%

3 17,6%

5 31,3%

4 100%

29 23%

11 28,9%

Médio grau 21 44,7%

11 64,7%

37 58,7%

9 52,9%

9 56,3%

0 67 53,2%

20 52,6%

Alto grau 2 4,3%

1 5,9%

11 17,5%

3 17,6%

2 12,5%

0 15 11,9%

4 10,5%

Não respondeu 7 14,9%

0 7 11,1%

2 11,8%

0 0 14 11,1%

2 5,3%

Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo 33

70,2% 14

82,4% 50

79,4% 12

70,6% 16

100% 4

100% 99

78,6% 30

78,9%

Água sem tratamento 7 14,9%

3 17,6%

6 9,5%

3 17,6%

0 0 13 10,3%

6 15,8%

Não respondeu 7 14,9%

0 7 11,1%

2 11,8%

0 0 14 11,1%

2 5,3%

Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 11

23,4% 10

58,8% 21

33,3% 6

35,3% 3

18,8% 1

25% 35

27,8% 17

44,7%

Água tratada 29 61,7%

7 41,2%

35 55,6%

9 52,9%

13 81,2%

3 75%

77 61,1%

19 50%

Não respondeu 7 14,9%

0 7 11,1%

2 11,8%

0 0 14 11,1%

2 5,3%

Esgoto Rede geral de esgoto 25

53,2% 9

52,9% 41

65,1% 10

58,8% 14

87,5% 3

75% 80

63,5% 22

57,9%

Sem tratamento 8 17%

4 23,5%

8 12,7%

4 23,5%

0 0 16 12,7%

8 21,1%

Não soube informar 7 14,9%

3 17,6%

6 9,5%

0 2 12,5%

1 25%

15 11,9%

4 10,5%

Não respondeu 7 14,9%

1 5,9%

8 12,7%

3 17,6%

0 0 15 11,9%

4 10,5%

T – Total de crianças participantes, + – Crianças positivas

Observou-se que três crianças positivas para A. lumbricoides residiam em

casa com quintal de terra batida. Um dos estudantes com T. trichiura também

morava em casa com quintal de terra batida, enquanto outras duas, positivas para

esse helminto, não possuíam filtro na residência, utilizando água da torneira para

beber e cozinhar.

O grau de escolaridade da mãe dos estudantes positivos foi médio, tendo a

maioria Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto e apenas cinco possuíam

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70

Ensino Superior incompleto. O baixo grau de letramento coincidiu com um estudante

infectado por G. duodenalis, cuja mãe apresentava Ensino Fundamental incompleto,

e com outro aluno com positividade para complexo E. histolytica/E. dispar, no qual a

responsável era não letrada. Essa última criança não possuía filtro e utilizava água

da torneira para beber e cozinhar, assim como outros dois estudantes positivos para

G. duodenalis.

O abastecimento de água de dois alunos com Blastocystis sp. era por meio de

poço artesiano. O de um aluno com E. coli e I. butschlii era realizado por captação

de fonte natural, com encanamento próprio trazendo água de mina ou de rio direto

para casa. Além disso, o esgoto sanitário era descartado em tubulação jogando-o

atrás da casa.

O esgoto sanitário de dois estudantes com E. coli e complexo E.histolytica/E.

dispar era descartado por meio de fossa de alvenaria, assim como três estudantes

com Blastocystis sp. Dois alunos positivos para G. duodenalis tinham esgoto

descartado em tubulação jogando-o em rio ou mar.

Cinco estudantes com E. nana, oito com Blastocystis sp. e duas com G.

duodenalis não possuíam filtro na residência, utilizando a água para beber e

cozinhar vinda direto da torneira. O mesmo foi observado em outras dez crianças

com poliparasitismo, sendo esses Blastocystis sp./E. nana, E. coli/Blastocystis sp.,

E. coli/complexo E. histolytica/E. dispar e Blastocystis sp./complexo E. histolytica/E.

dispar.

Observou-se diferença estatisticamente significativa entre a positividade e o

tipo de água consumida (P=0,036) e o tipo de residência com risco (P=0,015) do

total de estudantes de todas as escolas participantes.

Dentre os funcionários participantes do estudo foram observados

exclusivamente protozoários, sendo os mesmos apresentados na Tabela 6.

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71

Tabela 6 - Frequência de amostras positivas para formas evolutivas de parasitos

detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 70 funcionários de

sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de

2015

Escola Total Positivas

Entamoeba coli Endolimax nana Blastocystis sp

A 3 0 1 33,3%

2 66,7%

B 2 2* 100%

0 0

C 0 0 0 0

D 5 0 0 5** 100%

E 2 0 0 2 100%

F 0 0 0 0

G 1 0 0 1 100%

Total 13 2 15,4%

1 7,7%

10 76,9%

Teste Exato de Fisher P<0,05 significativo * P=0,0128, ** P=0,0359

Foi observada diferença estatisticamente significativa quanto à positividade

para E. coli na escola B e para Blastocystis sp. na D quando comparado à

positividade geral. A análise dos determinantes de risco não permitiu identificar

elemento de maior risco de infecção (Tabelas 7 e 8).

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72

Tabela 7 – Análise de determinantes de risco de 42 funcionários participantes de quatro

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015

Determinantes A

B

C

D

Total

T n=13

+ n=3

T n=14

+ n=2

T n=7

+ n=0

T n=8

+ n=5

T n=42

+ n=10

Tipo de residência Com risco 3

23,1% 0 4

28,6% 1

50% 6

85,7% 0 3

37,5% 1

20% 16

38,1% 2

20%

Sem risco 9 69,2%

3 100%

7 50%

1 50%

1 14,3%

0 5 62,5%

4 80%

22 52,4%

8 80%

Não respondeu 1 7,7%

0 3 21,4%

0 0 0 0 0 4 9,5%

0

Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo

12 92,3%

3 100%

4 28,6%

1 50%

7 100%

0 4 50%

2 50%

27 64,3%

6 60%

Água sem tratamento 0 0 7 50%

1 50%

0 0 3 37,5%

2 50%

10 23,8%

3 30%

Não respondeu 1 7,7%

0 3 21,4%

0 0 0 1 12,5%

1 20%

5 11,9%

1 10%

Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 2

15,4% 2

66,7% 4

28,6% 0 0 0 1

12,5% 0 7

16,7% 2

20%

Água tratada 9 69,2%

1 33,3%

7 50%

2 100%

7 100%

0 7 87,5%

5 100%

30 71,4%

8 80%

Não respondeu 2 15,4%

0 3 21,4%

0 0 0 0 0 5 11,9%

0

Esgoto Rede geral de esgoto/fossa 6

46,2% 2

66,7% 11

78,6% 2

100% 6

85,7% 0 8

100% 5

100% 31

73,8% 9

90%

Sem tratamento 3 23,1%

0 0 0 0 0 0 0 3 7,1%

0

Não soube informar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Não respondeu 4 30,8%

1 33,3%

3 21,4%

0 1 14,3%

0 0 0 8 19%

1 10%

T – Total de funcionários, + – Funcionários positivos

Dentre os funcionários, foi observado que um profissional positivo para

Blastocystis sp. também utilizava água da torneira para beber e cozinhar, visto que

não possuía filtro na residência.

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73

Tabela 8 – Análise de determinantes de risco de 28 funcionários participantes de três

Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015

Determinantes E

F

G

Total

T n=22

+ n=2

T n=3

+ n=0

T n=3

+ n=1

T n=28

+ n=3

Tipo de residência Com risco 1

4,5% 0 1

33,3% 0 2

66,7% 1

100% 4

14,3% 1

33,3%

Sem risco 20 90,9%

2 100%

1 33,3%

0 1 33,3%

0 22 78,6%

2 66,7%

Não respondeu 1 4,5%

0 1 33,3%

0 0 0 2 7,1%

0

Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo

19 86,4%

2 100%

2 66,7%

0 3 100%

1 100%

24 85,7%

3 100%

Água sem tratamento 2 9,1%

0 0 0 0 0 2 7,1%

0

Não respondeu 1 4,5%

0 1 33,3%

0 0 0 2 7,1%

0

Água consumida Torneira/fonte natural/mineral

7 31,8%

0 1 33,3%

0 1 33,3%

0 9 32,1%

0

Água tratada 14 63,6%

2 100%

1 33,3%

0 2 66,7%

1 100%

17 60,7%

3 100%

Não respondeu 1 4,5%

0 1 33,3%

0 0 0 2 7,1%

0

Esgoto Rede geral de esgoto 14

63,6% 2

100% 2

66,7% 0 3

100% 1

100% 19

67,9% 3

100%

Sem tratamento 3 13,6%

0 0 0 0 0 3 10,7%

0

Não soube informar 2 9,1%

0 0 0 0 0 2 7,1%

0

Não respondeu 3 13,6%

0 1 33,3%

0 0 0 4 14,3%

0

T – Total de funcionários, + – Funcionários positivos

6.3 MATERIAL SUBUNGUEAL

Dos 630 estudantes participantes, foram analisados materiais subungueais de

494 deles (78,4%). Já dentre os 111 funcionários participantes, a coleta do material

foi realizada em 64 (57,7%).

Dentre as amostras analisadas, apenas uma (0,2%), de um estudante,

apresentou positividade, com a presença de ovos de Enterobius vermicularis.

A maioria das crianças apresentavam unhas curtas ou roídas.

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74

6.4 QUESTIONÁRIOS DE SABERES

Foram preenchidos 335 questionários de saberes por estudantes. A Tabela 9

apresenta o percentual de adequação às respostas, por escola, referente a cada

pergunta presente no questionário.

Tabela 9 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes

preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015

Pergunta Resposta A B C D E F G Total

Número de estudantes n=41 n=38 n=24 n=18 n=97 n=78 n=39 n=335

O que são verminoses?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

18 43,9%

1

2,4%

16 39%

6

14,6% 0

18 47,4%

3

7,9%

15 39,5%

1

2,6% 1

2,6%

7 29,2%

4

16,7% 5

20,8% 7

29,2% 1

4,2%

12 66,7%

1

5,6% 3

16,7% 1

5,6% 1

5,6%

52 53,6%

6

6,2%

27 27,8%

11

11,3% 1

1%

43 55,1%

2

2,6%

16 20,5%

17

21,8% 0

20 51,3%

1

2,6% 9

23,1% 9

23,1% 0

170 50,7%

18

5,4%

91 27,2%

52

15,5%

4 1,2%

O que são protozooses?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

0 5

12,2%

12 29,3%

24

58,5% 0

1 2,6%

3

7,9%

16 42,1%

16

42,1% 2

5,3%

0 3

12,5%

11 45,8%

8

33,3% 2

8,3%

0 2

11,1%

13 72,2%

1

5,6% 2

11,1%

4 4,1%

5

5,2%

32 33%

47

48,5% 9

9,3%

3 3,8%

0

17 21,8%

57

73,1% 1

1,3%

1 2,6%

0

11 28,2%

27

69,2% 0

9 2,7%

18

5,4%

112 33,4%

180

53,7%

16 4,8%

Como a pessoa “pega”/adquire vermes

e protozoários?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

3 7,3%

7

17,1%

18 43,9%

13

31,7% 0

9 23,7%

2

5,3%

19 50%

5

13,2% 3

7,9%

3 12,5%

5

20,8%

12 50%

3

12,5% 1

4,2%

5 27,8%

3

16,7% 7

38,9% 1

5,6% 2

11,1%

19 19,6%

12

12,4%

56 57,7%

8

8,2% 2

2,1%

21 26,9%

18

23,1%

20 25,6%

19

24,4% 0

8 20,5%

10

25,6%

14 35,9%

7

17,9% 0

68 20,3%

57

17%

146 43,6%

56

16,7%

8 2,4%

Page 75: MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA PARASITOSES INTESTINAIS … - Mayara Perlingeiro... · 2016 4 AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado a vida, por me abençoar e me guiar nas conquistas

75

Tabela 9 - Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de

saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ no

período de agosto de 2014 a outubro de 2015 (continuação)

Pergunta Resposta A B C D E F G Total

Número de estudantes n=41 n=38 n=24 n=18 n=97 n=78 n=39 n=335

Onde vivem esses “bichinhos” nas

pessoas?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

22 53,7%

2

4,9%

12 29,3%

2

4,9% 3

7,3%

20 52,6%

6

15,8% 7

18,4% 3

7,9% 2

5,3%

8 33,3%

4

16,7% 7

29,2% 4

16,7% 1

4,2%

5 27,8%

3

16,7% 8

44,4% 1

5,6% 1

5,6%

50 51,5%

15

15,5%

25 25,8%

6

6,2% 1

1%

35 44,9%

3

3,8%

36 46,2%

4

5,1% 0

19 48,7%

3

7,7%

17 43,6%

0 0

159 47,5%

36

10,7%

112 33,4%

20 6%

8

2,4%

O que a pessoa sente quando tem esses

“bichinhos”?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

14 34,1%

16

39% 7

17,1% 4

9,8% 0

12 31,6%

10

26,3%

12 31,6%

3

7,9% 1

2,6%

3 12,5%

12

50% 5

20,8% 4

16,7% 0

0

10 55,6%

6

33,3% 2

11,1% 0

50 51,5%

28

28,9%

14 14,4%

5

5,2% 0

48 61,5%

3

3,8%

16 20,5%

11

14,1% 0

24 61,5%

2

5,1% 7

17,9% 5

12,8% 1

2,6%

151 45,1%

81

24,2%

67 20%

34

10,1%

2 0,6%

Para onde vão esses “bichinhos” quando saem da pessoa?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

8 19,5%

5

12,2%

19 46,3%

9

22% 0

11 28,9%

5

13,2%

15 39,5%

3

7,9% 4

10,5%

5 20,8%

3

12,5% 7

29,2% 9

37,5% 0

3 16,7%

2

11,1%

12 66,7%

1

5,6% 0

52 53,6%

6

6,2%

29 29,9%

9

9,3% 1

1%

42 53,8%

0

12 15,4%

24

30,8% 0

15 38,5%

1

2,6%

14 35,9%

9

23,1% 0

136 40,6%

22

6,6%

108 32,2%

64

19,1%

5 1,5%

O que deve ser feito para não ter esses

“bichinhos”?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

17 41,5%

7

17,1%

13 31,7%

4

9,8% 0

17 44,7%

10

26,3% 6

15,8% 1

2,6% 4

10,5%

5 20,8%

7

29,2% 7

29,2% 5

20,8% 0

7 38,9%

7

38,9% 2

11,1% 1

5,6% 1

5,6%

46 47,4%

16

16,5%

23 23,7%

11

11,3% 1

1%

43 55,1%

9

11,5%

16 20,5%

10

12,8% 0

27 69,2%

3

7,7% 8

20,5% 1

2,6% 0

162 48,4%

59

17,6%

75 22,4%

33

9,9%

6 1,8%

Foi observado, entre os escolares, variação da resposta para as perguntas

entre as sete escolas participantes (Figura 9). As escolas E e F foram as que

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76

apresentaram maior percentual de respostas adequadas e a escola C a com maior

percentual de respostas inadequadas e menor adesão.

Figura 9 – Gráfico representativo do número de respostas para cada pergunta

presente no questionário de saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas

Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015

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77

Dos 335 questionários analisados, 43,6% detinham conhecimento inadequado

sobre transmissão dos parasitos intestinais, afirmando que ocorria por meio de

sujeira ou comendo doces.

Quando perguntados sobre o habitat, 47,5% dos estudantes responderam

adequadamente, afirmando que vivem na barriga/intestino. Dentre as respostas

inadequadas foi indicado que os “bichinhos” vivem no estômago e, também, nas

unhas.

Quanto as formas de prevenção das parasitoses, 48,4% dos estudantes

responderam de forma adequada, citando “tomar remédio”, “se cuidar/ter higiene”,

“lavar as mãos” e “não andar descalço”. Dentre as respostas inadequadas, a mais

observada foi não comer doce para evitar parasitoses.

Já em relação à sintomatologia, 45,1% dos alunos do presente estudo

responderam adequadamente, afirmando que a pessoa sente dor/dor na barriga,

enjoos, coceira no bumbum e “passa mal”. Outra manifestação clínica apontada foi

“coceira”, o que foi considerado como resposta incompleta.

A associação entre vermes e verminose ocorreu na resposta de 50,7% dos

estudantes e 2,7% associaram protozooses a protozoários.

Entre os 62 funcionários, houve pouca variação de respostas de uma escola

para outra, sendo observadas respostas adequadas quanto à definição, exemplos,

habitat, transmissão, sintomatologia e formas de prevenção/controle. Foram

observadas poucas respostas em branco ou “não sei”. Os resultados do questionário

aplicado aos funcionários são apresentados na Tabela 10.

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78

Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes

preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015 Pergunta Adequação A B C D E F G Total

Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62

O que são parasitoses intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

7 58,3%

2

16,7% 2

16,7% 1

8,3% 0

8 47,1%

3

17,6% 5

29,4% 0 1

5,9%

3 37,5%

3

37,5% 2

25% 0 0

6 75%

1

12,5% 0 1

12,5% 0

6 75%

2

25% 0 0 0

4 66,7%

2

33,3% 0 0 0

2 66,7%

1

33,3% 0 0 0

36 58,1%

14

22,6% 9

14,5% 2

3,2% 1

1,6%

Parasito intestinal e vermes são sinônimos?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

1 8,3%

1

8,3%

10 83,3%

0

0

0 1

5,9%

16 94,1%

0

0

0 1

12,5% 6

75% 0

1

12,5%

0 1

12,5% 7

87,5% 0

0

3 37,5%

0 5

62,5% 0

0

0 0 6

100% 0

0

0 0 3

100% 0

0

4 6,5%

4

6,5%

53 85,5%

0

1

1,6%

Qual verme/parasito intestinal você conhece?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

9 75%

0 2

16,7% 1

8,3% 0

13 76,5%

1

5,9% 1

5,9% 0 2

11,8%

7 87,5%

0 0 0 1

12,5%

5 62,5%

0 1

12,5% 1

12,5% 1

12,5%

7 87,5%

0 0 1

12,5% 0

6 100%

0 0 0 0

3 100%

0 0 0 0

50 80,6%

1

1,6% 4

6,5% 3

4,8% 4

6,5%

O que são verminoses?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

5 41,7%

0 5

41,7% 2

16,7% 0

8 47,1%

2

11,8% 5

29,4% 0 2

11,8%

5 62,5%

2

25% 1

12,5% 0 0

4 50%

0 2

25% 1

12,5% 1

12,5%

5 62,5%

0 2

25% 0 1

12,5%

4 66,7%

0 2

33,3% 0 0

2 66,7%

0 1

33,3% 0 0

33 53,2%

4

6,5%

18 29%

3

4,8% 4

6,5%

Quem causa as parasitoses intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

10 83,3%

0 2

16,7% 0 0

13 76,5%

0 4

23,5% 0 0

8 100%

0 0 0 0

6 75%

0 2

25% 0 0

8 100%

0 0 0 0

5 83,3%

0 1

16,7% 0 0

2 66,7%

0 1

33,3% 0 0

52 83,9%

0

10 16,1%

0 0

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79

Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de

saberes preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ no período de

agosto de 2014 a outubro de 2015 (continuação)

Pergunta Adequação A B C D E F G Total

Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62

Onde vivem os parasitos intestinais nas pessoas?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

10 83,3%

1

8,3% 1

8,3% 0 0

15 88,2%

1

5,9% 0 0 1

5,9%

8 100%

0 0 0 0

7 87,5%

0 0 0 1

12,5%

8 100%

0 0 0 0

6 100%

0 0 0 0

3 100%

0 0 0 0

57 91,9%

2

3,2% 1

1,6% 0 2

3,2%

Como as pessoas adquirem os parasitos

intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

9 75%

1

8,3% 2

16,7% 0 0

15 88,2%

0 2

11,8% 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

4 50%

2

25% 2

25% 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

4 66,7%

1

16,7% 1

16,7% 0 0

2 66,7%

1

33,3% 0 0 0

48 77,4%

7

11,3% 7

11,3% 0 0

O que a pessoa sente quando tem parasitos

intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

11 91,7%

0 1

8,3% 0 0

16 94,1%

0 1

5,9% 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

5 62,5%

2

25% 0 1

12,5% 0

8 100%

0 0 0 0

6 100%

0 0 0 0

3 100%

0 0 0 0

56 90,3%

3

4,8% 2

3,2% 1

1,6% 0

Os parasitos intestinais são perigosos para nossa

saúde? Por quê?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

5 41,7%

6

50% 1

8,3% 0 0

16 94,1%

1

5,9% 0 0 0

2 25%

5

62,5% 1

12,5% 0 0

4 50%

3

37,5% 0 1

12,5% 0

6 75%

2

25% 0 0 0

6 100%

0 0 0 0

2 66,7%

1

33,3% 0 0 0

41 66,1%

18

29% 2

3,2% 1

1,6% 0

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80

Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes

preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ no período de agosto de

2014 a outubro de 2015 (continuação)

Pergunta Adequação A B C D E F G Total

Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62

O que devemos fazer quando temos parasitos

intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

11 91,7%

0 1

8,3% 0 0

16 94,1%

0 1

5,9% 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

7 87,5%

0 0

1

12,5% 0

8 100%

0 0

0 0

6 100%

0 0 0 0

3 100%

0 0 0 0

58 93,5%

1

1,6% 2

3,2% 1

1,6% 0

O que devemos fazer para evitar e/ou controlar as parasitoses intestinais?

Adequada

Incompleta

Inadequada

Não sei

Em branco

10 83,3%

0 2

16,7% 0 0

17 100%

0 0 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

6 75%

0 2

25% 0 0

7 87,5%

1

12,5% 0 0 0

5 83,3%

1

16,7% 0 0 0

2 66,7%

1

33,3% 0 0 0

54 87,1%

4

6,5% 4

6,5% 0 0

Na definição de parasitoses intestinais houve relação a parasitos que vivem

no intestino, sem explicitar se seriam vermes ou protozoários. Na definição de

verminoses houve associação direta com vermes.

Conhecimentos inadequados foram obtidos quando os funcionários foram

questionados se parasito intestinal e vermes são sinônimos, visto que 85,5% dos

participantes responderam inadequadamente, afirmando que seriam sinônimos. As

justificativas mais observadas foram: “verme é o nome popular do parasito” e “verme

e parasitos são da mesma espécie”. Quando questionados quais parasitos

intestinais/vermes conheciam, foram citados como exemplo “lombriga”, “ameba”,

“giárdia” e “solitária”.

6.5 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

As ações de educação em saúde foram realizadas, ao final da coleta de

materiais e entrega de resultados, em cada escola por meio de uma feira educativa,

sendo realizadas, ao todo, as 10 dinâmicas propostas.

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81

Em todas as escolas participantes pôde-se observar grande interesse das

crianças. Vale destacar que nas escolas C (Noronha Santos) e G (André Trouche)

os alunos mostraram-se mais interessados e participativos, inclusive as turmas

consideradas mais agitadas, pelos professores da escola, as quais apresentaram

maior concentração e empenho nas atividades.

Conforme os estudantes iam passando para a próxima estação, os instrutores

questionavam o aprendizado e o grau de satisfação dos participantes, obtendo,

todas as vezes, uma resposta positiva dos mesmos.

Como as atividades realizadas nas escolas estudadas foram durante as

aulas, os responsáveis não participaram da feira educativa. Houve pouca

participação dos funcionários e dos professores, com exceção da escola G (André

Trouche). Nas outras escolas, os professores limitaram-se apenas a acompanhar os

estudantes nas atividades da feira.

A avaliação da feira educativa, realizada pela coordenação pedagógica de

cada escola, foi positiva e elogiosa. Na Escola C (Noronha Santos) as atividades

foram apontadas como “oportunas devido às condições sanitárias no entorno da

escola”. A escola G (André Trouche) parabenizou a equipe pelo “excelente trabalho

e pela organização das atividades realizadas durante a feira educativa”.

Porém, quando questionado sobre se as informações adquiridas na atividade

seriam consolidadas pelos estudantes, a resposta da Escola A (Anísio Teixeira) foi

que “para serem consolidadas de maneira mais efetiva, seriam necessários recursos

que, em geral, as escolas não possuem”. Segundo a Escola D (Dario Castello),

“muitos alunos são pequenos e não possuem a mesma orientação em casa, o que

pode leva-los a não tornar as informações obtidas, hábitos”. Já para a Escola C

(Noronha Santos), “as informações serão aproveitadas, mas a consolidação exigiria

maior contato com o assunto”.

Foi ressaltada, também, pela Escola A (Anísio Teixeira) a “importância das

parcerias entre essas escolas e outras instituições da sociedade civil, dentre elas as

universidades, uma vez que a experiência dos profissionais das escolas tem

apontado que essas parcerias são formativas, tanto para os alunos e professores

quanto para os elaboradores/executores do projeto”.

Quanto aos pontos positivos e negativos sobre a feira educativa, foram

apontados positivamente pelas escolas os materiais apresentados e também os

feitos pelos estudantes, complementados por explicações e intervenções pertinentes

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82

dos instrutores integrantes do projeto. Tais observações puderam ser vistas na

participação das crianças durante as atividades pedagógicas propostas e na

motivação das mesmas em aprender aquilo que foi trabalhado na ocasião. A

pertinência da temática pôde, também, ser ressaltada como um aspecto positivo da

feira e do projeto como um todo, uma vez que foi possível sensibilizar os alunos para

a adoção de hábitos saudáveis, conscientizando-os em relação ao cuidado com o

seu bem-estar físico. Foi ressaltado que esse conteúdo é extremamente importante

para ser trabalhado ao longo de suas trajetórias escolares de modo que eles

possam adquirir atitudes saudáveis e sustentáveis para além da escola.

Como pontos negativos, foi destacada a pouca participação dos responsáveis

e a brevidade temporal do projeto. Segundo os avaliadores, a temática das

parasitoses poderia desdobrar-se em outros assuntos de igual importância, como,

por exemplo, cuidados com relação ao meio ambiente e a educação sanitária.

Dentre as sugestões apontadas para melhorar as atividades desenvolvidas,

foi citado, maior tempo para a realização da feira educativa, além de diversificar um

pouco mais as atividades de acordo com as diferentes faixas etárias.

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83

7 DISCUSSÃO

A adesão geral ao estudo mediante assinatura do TCLE foi de 24,9% para

crianças e 24,1% para funcionários, o que foi considerado como baixa. Porém,

quanto à entrega da amostra fecal, houve devolução do material de 41,7% das

crianças e 63,1% dos profissionais. Barbosa et al. (2009), em estudo realizado com

moradores de um bairro da periferia do município de Crato, CE, relataram que 47%

(21/45) dos participantes devolveram o recipiente com material fecal. Nunes (2012),

em estudo realizado com escolares da Ilha de Marambaia, Mangaratiba, RJ,

observou que 62,5% (45/72) dos estudantes e 37,5% (6/16) dos funcionários que

aderiram ao estudo forneceram amostras fecais. Já Santos et al. (2014) estudando

240 escolares da cidade de Juazeiro, BA, afirmaram que 50 (20,8%) participantes se

submeteram a realização do exame de fezes. Segundo esses autores, essa baixa

adesão ao diagnóstico ocorreu, provavelmente, porque os estudantes tinham

vergonha de levar suas amostras fecais para a escola.

Nunes (2012), em estudo realizado com escolares da Ilha de Marambaia,

Mangaratiba, RJ, relatou que, em conversas informais com os escolares, os mesmos

comentaram ter vergonha de levar as amostras de fezes coletadas para a escola.

Para alguns autores, a dependência do auxílio dos pais para a coleta das amostras

pode ser um fator que dificulta a tarefa (KUNZ et al., 2008; BIASI et al., 2010). No

presente estudo pensa-se que esses, também, tenham sido fatores limitantes para a

entrega do material fecal. Outro elemento que pode ter determinado a baixa adesão,

tanto na assinatura do TCLE quanto na entrega de amostras, pode ter sido o tempo

de ação do projeto dentro de cada instituição, que foi de cerca de um mês. Esta

questão pôde ser percebida, pois muitas vezes no último dia de atividade do projeto

alguns participantes ainda entregavam amostras ou perguntavam se ainda poderiam

levar. Outro fator preponderante no retorno das amostras baseia-se em aspectos

culturais da sociedade, traduzidos pela resistência dos pais e estudantes em coletar

amostras de fezes, por esse material ser percebido como sujo, causador de repulsa

e vergonha.

Essa baixa adesão não possibilitou que o estudo estimasse a prevalência de

parasitismo intestinal entre os escolares atendidos pela rede pública de ensino de

Niterói, RJ e, talvez, seja uma informação omitida nos demais estudos

disponibilizados na literatura.

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84

Das amostras entregues por estudantes, 72/263 (27,4%) foram positivas para

enteroparasitos. Resultados semelhantes foram encontrados por Belloto et al.

(2011), que relataram 30,3% de positividade em 310 crianças de uma Escola

Municipal de Mirassol, SP e por Pereira et al. (2010) em amostras de 523 alunos de

quatro escolas de Ensino Fundamental da cidade de Divinópolis, MG com

positividade de 26,77%. Resultados superiores foram observados por Biolchi et al.

(2015) que descreveram positividade de 58,5% entre escolares de área rural de

Campos Novos, SC e por Seixas et al. (2011) que relataram 94% de positividade

entre 200 escolares de uma área peri-urbana de Salvador, BA. Já resultados

inferiores foram encontrados por Cavagnolli et al. (2015) com positividade de 10%

em amostras de 341 escolares de Flores da Cunha, RS e Ponciano et al. (2012) com

18,12% entre 171 amostras de escolares de 6 a 12 anos da cidade de Alfenas, MG.

O índice de positividade para parasitos intestinais obtido no presente estudo

pode estar abaixo do real, pois foi vista a adesão apenas de responsáveis que

demonstravam comprometimento com a escola e provavelmente também com a

saúde de seus filhos, o que pode estar associado a adoção de cuidados profiláticos

e tratamento. Provavelmente, as crianças com pais menos comprometidos e

possivelmente expostas a maior risco não participaram do estudo. Por outro lado,

aquelas com pais que relataram cuidado extremo consideraram a participação

desnecessária. Em algumas escolas, a participação nas atividades de sensibilização

foi extremamente reduzida, chegando a ter, numa reunião programada para 200

pais, apenas 11 participantes. Observou-se também que a maioria dos escolares ia

para a escola e retornava para casa sem a supervisão de um adulto ou com

transporte escolar, o que reduziu o contato com os responsáveis.

No presente estudo, o monoparasitismo ocorreu em 70,8% (51/263) e o

poliparasitismo em 29,2% (21/263) das amostras, com associação de duas ou mais

espécies. Uchôa et al. (2009), estudando crianças e funcionários de creches de

Niterói, RJ, relataram que, dentre as crianças parasitadas, a infecção por um agente

ocorreu em 144/192 (75%) e o poliparasitismo em 53 (27,6%), sendo observada a

associação entre dois agentes em 34 (17,7%). Carvalho e Gomes (2011), em seu

estudo com escolares de 6 a 12 anos de uma escola pública de Teresina, PI,

apontaram que 20/30 (66,7%) das amostras estavam monoparasitados, enquanto a

associação entre dois agentes foi vista em nove (30%).

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Do grupo de 70 profissionais que entregaram amostras, 13 amostras estavam

positivas (18,6%) e todas apresentaram monoparasitismo. Uchôa et al. (2009)

encontraram resultados superiores, visto que evidenciaram positividade em 22/57

(38,6%) das amostras fecais dos funcionários de creches de Niterói, RJ. Segundo os

autores, o monoparasitismo foi observado em 15 (68,2%) funcionários, ocorrendo a

associação entre dois parasitos em quatro funcionários e entre três agentes em um.

Não foi encontrado na literatura propostas para explicar tal fato. Pensa-se que a

maior frequência de monoparasitismo, tanto em crianças quanto em funcionários,

pode estar relacionada a dispersão das espécies de parasitos no ambiente onde

essas pessoas circulam, o que favoreceria a menor exposição à diversidade de

espécies, o que pode ser apontado como reflexo de tratamentos periódicos e

condições sanitárias mais adequadas.

O parasito intestinal mais frequente no presente estudo, tanto em amostras de

crianças quanto de funcionários, foi Blastocystis sp., evidenciado em 42 (58,3%)

estudantes e 10 (76,9%) funcionários. Nunes (2012) também observou elevada

frequência desse protozoário entre escolares e funcionários da Ilha de Marambaia,

Mangaratiba, RJ. Essa elevada frequência de Blastocystis sp. também foi relatada

por Neto et al. (2004) em escolares de São Paulo, SP, Macedo et al. (2010) em

pacientes de um hospital de Niterói, RJ, e Santos et al. (2014) em uma creche

comunitária de Florianópolis, SC. Em todos esses estudos a frequência obtida foi

superior à do presente estudo.

Segundo Tan (2008), a prevalência de Blastocystis sp. em diferentes regiões

de um mesmo país pode variar amplamente e esse protozoário é encontrado mais

frequentemente em estudos epidemiológicos. Por outro lado, o autor aponta que a

natureza pleomórfica do parasito e a falta de padronização nas técnicas para sua

detecção têm gerado resultados controversos e, em alguns casos, levado a

interpretações erradas dos mesmos. Esse mesmo autor, associa a elevada

prevalência de Blastocystis sp. com falta de higiene, exposição a animais e consumo

de água e alimentos contaminados. Também nesse estudo, em alguns indivíduos

positivos, evidenciou-se consumo de água direto da torneira, o que pode ter

possibilitado a infecção. A maior frequência desse parasito em todas as escolas

pode ser explicada devido ao maior treinamento dos microscopistas para o

diagnóstico, bem como estar associada à maior dispersão desse parasito no

ambiente, favorecendo a infecção de um maior número de hospedeiros suscetíveis.

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Complexo E. histolytica/E. dispar e G. duodenalis foram evidenciados em,

respectivamente, 12 (16,7%) e nove (12,5%) amostras no presente estudo.

Resultados semelhantes foram encontrados por Gelatti et al (2013) para G.

duodenalis (15,9%) e superiores por Santos et al. (2014) para o complexo E.

histolytica/E. dispar (25%).

E. coli foi observada em 18 (25%) amostras de estudantes e duas (15,4%) de

funcionários. Tais resultados são superiores aos detectados por Ferreira e Andrade

(2005) que visualizaram esse protozoário em 5,2% das amostras de escolares de

Estiva Gerbi, SP. Os resultados do presente estudo são semelhantes aos obtidos

por Gomes et al. (2010), que identificaram E. coli em 20% das 115 amostras de

estudantes de uma Escola Municipal do Distrito de Águas de Miranda, Bonito, MS.

Assim como no presente estudo, Biolchi et al. (2015) também relataram a presença

de protozoários não patogênicos dentre os estudantes de Campos Novos, SC, como

Endolimax nana (55,9%), Entamoeba coli (26,5%) e Iodamoeba butschlii (5,9%). Os

protozoários não patogênicos servem de indicadores das condições sócio-sanitárias

e da contaminação fecal, a qual as pessoas estão expostas (BRITO et al., 2013).

A observação de protozoários não patogênicos no presente estudo deve ser

destacada, pois apesar desses parasitos não determinarem doença, os mesmos

apresentam uma importante implicação na epidemiologia das doenças parasitárias,

visto que possuem os mesmos mecanismos de transmissão de outros protozoários

patogênicos como E. histolytica e G. duodenalis. Essa positividade pode estar

associada ao consumo de água sem tratamento, bem como a hábitos higiênicos

pouco adequados.

Cinco amostras (6,9%) apresentaram T. trichiura e quatro (5,6%) A.

lumbricoides, havendo associação entre esses dois helmintos em uma amostra.

Fonseca et al. (2010), estudando 2523 crianças de Municípios de baixo Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) do Norte e Nordeste observaram que a proporção

de geohelmintos para o total de crianças examinadas foi de 36,5%, sendo superior à

obtida no presente estudo. Resultados diferentes do presente estudo também foram

encontrados por Cavagnolli et al. (2015), que encontraram elevada frequência de

ancilostomídeos (35%) e A. lumbricoides (28,3%) dentre as 109 amostras de

estudantes de Flores da Cunha, RS. Nunes (2012) encontrou baixa frequência de

geohelmintos dentre os estudantes e funcionários da Ilha de Marambaia, associando

essa baixa positividade a condições ambientais modificadas pela interferência do ser

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humano, como compactação do solo, redução de áreas verdes e substituição de

áreas de gramíneas por cimento. No caso dos estudantes participantes do presente

estudo, a maioria residia em comunidades próximas à escola, o que também implica

em áreas urbanas modificadas pela ação antrópica, dificultando o ciclo dos

geohelmintos. Outros fatores que podem estar associados a essa baixa frequência é

a realização de tratamento com anti-helmínticos e a redução do consumo de

hortaliças cruas por crianças, principalmente as de menor poder aquisitivo, como

elemento cultural, onde a alimentação baseia-se principalmente em arroz, feijão e

batata.

Em relação à busca de formas evolutivas de parasitos intestinais em material

subungueal, no presente estudo, apenas uma das 494 amostras coletadas (0,2%)

apresentou positividade, com a presença de ovos de Enterobius vermicularis. Nunes

(2012) também encontrou positividade em apenas uma amostra, dentre os

participantes da escola da Ilha de Marambaia. Para a autora, a ausência de formas

evolutivas nas amostras de material subungueal, associada à observação de que

muitos escolares mantinham suas unhas curtas, fato também observado nesse

estudo, sugere boa consciência em relação à higiene pessoal. Resultados diferentes

foram evidenciados por Bezerra et al. (2013) que obtiveram positividade de 34% em

material subungueal de 47 crianças de uma creche de Fortaleza, CE. Os autores

assinalaram que a elevada incidência desses parasitos, cuja transmissão também

ocorre por meio de mãos contaminadas, é um indicativo das condições

socioeconômicas das famílias que utilizam os serviços da creche. Além de unhas

cortadas, nesse estudo também se observou, durante a coleta do material, que

grande parte das crianças roía unha, o que pode ter interferido na positividade,

gerando resultados falso negativos.

Em relação à análise do questionário epidemiológico, foi visto que três

crianças positivas para A. lumbricoides residiam em casa com quintal de terra batida.

Além disso, um dos estudantes com T. trichiura também morava em casa com

quintal de terra batida, enquanto outras duas, positivas para esse helminto, não

possuíam filtro na residência, utilizando água da torneira para beber e cozinhar.

Esses fatores, nos estudos de Moraes Neto et al. (2010) e Ludwig et al. (1999) foram

correlacionados com a infecção por parasitos intestinais.

O grau de escolaridade da mãe dos estudantes positivos foi médio, tendo a

maioria Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto e apenas cinco possuíam

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Ensino Superior incompleto. Segundo alguns autores, o baixo grau de escolaridade

da mãe pode influenciar a presença de parasitoses intestinais nas crianças

(FERREIRA et al., 2000; MACHADO et al., 1999). O baixo grau de letramento

coincidiu com um estudante infectado por G. duodenalis, cuja mãe apresentava

Ensino Fundamental incompleto, e com outro aluno com complexo E. histolytica/E.

dispar, no qual a responsável era não letrada. Além disso, essa última criança

também não possuía filtro e utilizava água da torneira para beber e cozinhar, assim

como outros dois estudantes positivos para G. duodenalis. Observou-se na análise

geral das informações que a maioria dos estudantes, independente da escola,

possuía responsáveis com grau de escolaridade baixo ou médio o que pode

representar maior risco.

Alguns estudos correlacionaram o tipo de abastecimento de água e a

precariedade do sistema de esgotamento sanitário à presença de parasitos

intestinais em escolares (FERREIRA et al., 2000; FERREIRA & ANDRADE, 2005;

MACHADO et al., 1999; MORAES NETO et al., 2010, LIMA et al., 2015). O

abastecimento de água da residência de um aluno com E. coli e I. butschlii era

realizado por captação de fonte natural, com encanamento próprio trazendo água de

mina ou de rio direto para casa. Além disso, o esgoto sanitário era descartado em

tubulação jogando-o atrás da casa. Cinco estudantes com E. nana, oito com

Blastocystis sp. e dois com G. duodenalis não possuíam filtro na residência,

utilizando a água para beber e cozinhar vinda direto da torneira. O mesmo foi

observado em outras dez crianças com poliparasitismo, sendo esses Blastocystis

sp./E. nana, E. coli/Blastocystis sp., E. coli/complexo E. histolytica/E. dispar e

Blastocystis sp./complexo E. histolytica/E. dispar.

Dentre os funcionários, um profissional positivo para Blastocystis sp. também

utilizava água da torneira para beber e cozinhar, visto que não possuía filtro na

residência. Tan (2008) relacionou a transmissão desse parasito ao consumo de água

e/ou alimentos contaminados. Apesar desses fatos, foi relatado que a maioria das

crianças participantes, apresentava em casa água de rede de abastecimento do

governo, assim como esgoto sanitário ou fossa. Esses dois fatores representam

determinantes associados à proteção para aquisição de parasitoses.

Belo et al. (2012), em seu estudo com escolares de São João Del-Rei, MG,

analisaram os fatores associados às infecções por parasitos intestinais. Os autores

observaram que o uso do filtro de água nas residências mostrou-se fortemente

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associado à redução da prevalência geral de helmintos e protozoários. A maior

frequência de protozoários no presente estudo pode ser explicada pela ausência de

filtro na residência de alguns estudantes, visto que a poluição fecal da água está

associada à prevalência de infecções por enteroparasitos e o filtro, dependendo do

grau de porosidade do elemento filtrante, pode reter formas evolutivas de parasitos.

Nas sete escolas participantes, houveram relatos de uso de água direto da torneira,

havendo associação com positividade. Talvez o não uso de filtro esteja relacionado

a presença de abastecimento de água por subsidiária autorizada pelo governo, o

que leva a crença de que a água fornecida estaria livre de contaminantes.

Lima et al. (2015) realizaram um estudo que relacionou o atendimento por

Serviço de Abastecimento de Água (SAA) e Sistema de Esgotamento Sanitário

(SES) em Limoeiro do Norte, CE, entre os anos de 2010 e 2013. Segundo os

autores, a taxa de prevalência enteroparasitária na população observada apresentou

decaimento significativo ao longo dos anos e a progressiva expansão dos serviços

de água e esgoto demonstraram ser fatores de proteção a esse agravo, apontando

que as infecções parasitárias podem ser utilizadas como indicador epidemiológico de

referência para a implantação de equipamentos sanitários, como preconizado na Lei

de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico. A baixa positividade no presente

estudo foi relacionada às boas condições de saneamento básico relatada pela

população alvo, como rede geral de esgoto, presença de filtros domésticos e água

canalizada.

Observou-se entre as escolas estudadas diferentes condições de

infraestrutura básica e hábitos, estando tal fato associado em algumas à maior

positividade parasitária. Embora o número de participantes tenha sido reduzido, o

que inviabilizou conclusões de maior amplitude, pôde-se associar o tipo de água

consumida e o grau de escolaridade da mãe à maior frequência para

enteroparasitos, porém, observou-se diferença estatisticamente significativa apenas

entre a positividade e o tipo de água consumida (P=0,036).

Por meio do questionário de saberes, a análise permitiu identificar

desconhecimento de questões referentes a parasitoses intestinais, pois muitos

estudantes responderam inadequadamente. Dos 335 questionários analisados,

43,6% detinham conhecimento inadequado sobre transmissão dos parasitos

intestinais, afirmando que ocorria por meio de sujeira ou comendo doces. Resultados

diferentes foram apontados por Siqueira e Fiorini (1999) em estudo realizado com

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escolares do município de Alfenas, MG, onde as crianças em idade escolar e seus

pais relataram corretamente a transmissão de verminoses associando à falta de

hábitos higiênicos.

Quanto ao habitat, forma de prevenção e sintomatologia evidenciou-se

conhecimento adequado em cerca de 50% dos estudantes, embora tenha ocorrido

informações incompletas em um pequeno grupo. O principal habitat apontado foi à

barriga/intestino, embora erroneamente tenha sido também citado o estômago e as

unhas. Siqueira e Fiorini (1999) observaram respostas indicando corretamente a

localização dos parasitos no intestino e também a indicação incorreta de estômago,

como no presente estudo.

Dentre as respostas inadequadas relacionadas à prevenção, a mais citada foi

não comer doce para evitar as parasitoses. Moraes Neto et al. (2010), estudando

duas comunidades de Campos dos Goytacazes, RJ, observaram a associação entre

doces e parasitoses intestinais, o que também foi citado por Siqueira e Fiorini (1999).

A associação de ingestão de doces e parasitoses é apresentada por diversos

autores, embora não haja em nenhum desses uma explicação para tal fato. Pensa-

se que essa crença ocorre no espaço não formal devido ao quadro diarreico que é

observado em algumas crianças após ingestão de grande quantidade de doces e

que tenha sido associado pelos pais ao quadro diarreico, que também pode ocorrer

nas infecções por parasitos intestinais. Dessa forma, os pais passaram a utilizar

esse discurso, que foi incorporado culturalmente, sendo transmitido pela oralidade a

gerações sucessivas.

Em relação à sintomatologia muitos estudantes apontaram “coceira” como um

dos sintomas, o que pode ser relacionado à coceira perianal característica da

parasitose causada pelo helminto Enterobius vermicularis. O correto conhecimento

sobre sintomatologia foi apresentado nos estudos de Moraes Neto et al. (2010) que

citaram respostas como dor de barriga, náuseas e vômitos e de Siqueira e Fiorini

(1999) que relataram também sintomas bastante específicos, como coceira no ânus,

o que está de acordo com os resultados obtidos no presente estudo. Nesse estudo,

supõe-se que essa sintomatologia pode ter sido informada de maneira incompleta

devido à vergonha dos estudantes em informar que tal sintoma ocorre na região

perianal.

De forma geral, as crianças das escolas E e F apresentaram conhecimentos

com maior percentual de acerto e da C com respostas mais inadequadas. Além

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disso, tais escolas foram as que obtiveram maiores e menor adesão,

respectivamente, o que levou ao questionamento se o maior nível de conhecimento

individual estaria associado ao maior retorno de amostras fecais.

O percentual médio de respostas corretas pode estar relacionado à aquisição

de informações difundidas no espaço escolar, embora Mello et al. (1988) discutam

que apesar da escola ser um espaço onde as informações são mediadas, outros

meios de comunicação podem influenciar o aprendizado relacionado à saúde, como

televisão, internet, jornal, dentre outros. Considerando que o sujeito se apropria de

informações oriundas de diversas fontes, torna-se difícil estabelecer a origem do

conhecimento expresso pelos participantes desse estudo.

Siqueira e Fiorini (1999) apontaram que, embora as crianças sejam capazes

de expressar conceitos corretos sobre parasitoses intestinais, como no presente

estudo, as mesmas não mostram relação desse conhecimento com atitudes

cotidianas. Além disso, foi observada dificuldade em estabelecer diferenças entre

sintomatologia, diagnóstico e comportamentos preventivos com cuidados básicos de

higiene pessoal e da alimentação. A transformação do saber em ação representa um

dos principais problemas relacionados à promoção da saúde e as atividades

educativas em saúde.

A maioria dos alunos das sete Escolas Municipais de Niterói (50,7%)

associaram verminoses a vermes. Mello et al. (1988) avaliaram o conhecimento de

88 indivíduos de uma Escola Estadual do município de São Carlos, SP, e verificaram

que 82 pessoas conheciam helmintos, codificando as espécies por lombriga,

solitária, verme, oxiúros, amarelão, entre outros. No entanto, todos desconheciam a

palavra verminose. No presente estudo, apesar de ter ocorrido a associação entre

verminoses e vermes, nenhum exemplo foi citado pelos estudantes, demonstrando a

fragmentação do saber.

Por outro lado, em relação aos protozoários apenas 2,7% dos estudantes

apresentaram algum conhecimento sobre tais parasitos. Resultado semelhante foi

observado por Nunes (2012) em estudantes da Ilha de Marambaia. A autora sugere

que a dificuldade de visibilização desse grupo de agentes, por serem microscópicos,

interfere no aprendizado do conteúdo, uma vez que os estudantes não conseguem

materializar o agente parasitário. Outro fato que pode estar associado a essa falta

de conhecimento pode ser devido a uma abordagem superficial do tema no ensino

dos conteúdos de ciências, uma vez que esses são contemplados de forma

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superficial nos livros didáticos (NUNES, 2012). O tema é pouco contemplado nos

livros do sexto ano e abordado de forma superficial com poucos exemplos nos livros

de sétimo ano, quando são apresentados aos estudantes as questões relativas à

classificação dos seres vivos. No currículo escolar, a ampla diversidade de

conteúdos e, muitas vezes, a dificuldade dos estudantes no aprendizado leva a

equipe pedagógica a reduzir o conteúdo, e, provavelmente, esses temas podem ser

excluídos, determinando ausência desse saber.

O fato de algumas crianças terem deixado perguntas em branco pode sugerir

uma resistência dos mesmos para responder ao questionário. Resultado semelhante

foi encontrado por Nunes (2012), ao trabalhar com escolares da Ilha de Marambaia,

no qual a ausência de respostas foi entendida como indisposição de responder às

perguntas. Essa resistência pode ser associada, nas escolas participantes desse

estudo, aos diferentes graus de letramento dos estudantes e de interpretação das

perguntas. Pode-se verificar que em várias escolas do município de Niterói as

turmas apresentavam-se heterogêneas e com turmas de aceleração, com presença

de estudantes inseridos no respectivo ano de ensino, porém com dificuldade para ler

e escrever. A vergonha de não saber pode ter contribuído para esse tipo de

resposta.

Entre os funcionários, houve pouca variação de respostas de uma escola para

outra. Além disso, a análise dos 62 questionários permitiu evidenciar que os

profissionais participantes do estudo detinham conhecimento mais corretos referente

às parasitoses intestinais, tais como definição, exemplos, habitat, transmissão,

sintomatologia e formas de prevenção/controle, visto que quando questionados,

respondiam de forma mais completa do que as crianças. Ocorreu menor número de

respostas “não sei” ou em branco. Esse fato pode estar associado à escolha

voluntária em participar do estudo, já que dentre as crianças, mesmo com anuência

individual, a escolha parte mais dos pais do que do escolar.

Busato et al. (2015) apontaram que as pessoas conhecem a temática das

parasitoses como, por exemplo, lugares que podem ser contaminados com

parasitos, como a água, a terra e os alimentos. Porém, para os autores, a população

não é capaz de relacionar a eliminação dos parasitos à contaminação ambiental ou

ainda à contaminação fecal-solo-doença, o que concorda com os resultados do

presente estudo. Na pergunta para onde iam os parasitos quando saem das

pessoas, mais da metade dos estudantes relacionaram para o ambiente, embora tal

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informação não tenha sido associada à transmissão, o que pode favorecer

exposição ao risco.

Apesar de terem definido corretamente parasitose intestinal, o que pode ter

sido induzido pela própria pergunta, verificou-se que os funcionários participantes

apresentaram conhecimentos inadequados quando questionados se parasito

intestinal e vermes são sinônimos. As justificativas mais observadas foram “verme é

o nome popular do parasito” e “verme e parasitos são da mesma espécie”. Esse fato

pode refletir que os mesmos desconheciam o que são protozoários, embora tenham

citado nos exemplos, alguns protozoários como ameba e giárdia. Outra suposição

para essa questão é a dificuldade em definir termos utilizados na rotina. No relatado

acima, os funcionários podiam conhecer os nomes, porém não sabiam a que grupo

cada um desses agentes pertencia.

Moraes Neto et al. (2010) relataram que em duas comunidades de Campos

dos Goytacazes a população tinha sua codificação própria para parasitos intestinais

sendo as mais comuns: “lombriga, ”, “giárdia, ” “solitária” ou “tênia, ” o que foi similar

ao do presente estudo. Segundo Mello et al. (1988), a indicação de nomes vulgares

de parasitos mostrou que a população detém uma codificação para identificação de

helmintoses, assim como conceituação própria sobre sinais e sintomas, aspectos

epidemiológicos e formas de tratamento. Essas informações são de fundamental

importância para o planejamento das campanhas e projetos educacionais em

verminoses. Muitas vezes, observa-se na prática de diversos profissionais da área

de saúde a falta de tempo e interesse em explicar detalhadamente as informações, o

que favorece a aquisição de saberes fragmentados que são internalizados pelo

sujeito e propagados de forma incorreta.

Para Busato et al. (2015), é necessário atuar com medidas que estimulem

mudanças comportamentais em relação ao autocuidado, prevenção e profilaxia das

parasitoses, no intuito de melhorar a qualidade de vida da população e, dessa forma,

minimizar a infecção por parasitos. Segundo os autores, faz-se necessário o

desenvolvimento de atividades de educação em saúde pelos profissionais da área,

além de um maior enfoque sobre o tema em escolas e grupos comunitários para que

as pessoas, famílias e comunidades busquem meios de enfrentar as

vulnerabilidades presentes no ambiente em relação às enteroparasitoses. A prática

educativa desenvolvida nesse estudo procurou difundir entre as crianças o hábito de

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lavar as mãos, filtrar a água para beber, não defecar diretamente no solo, dentre

outras ações.

Quanto à realização das atividades de educação em saúde, por meio da feira

educativa, pôde-se observar grande interesse das crianças. Esse fato foi percebido

quando turmas consideradas mais agitadas, pelos professores, apresentaram maior

concentração e empenho nas atividades. Resultados semelhantes foram

encontrados por Nascimento et al. (2013), que utilizaram ferramentas didáticas

lúdicas para promover a aprendizagem das parasitoses pelos estudantes de uma

Escola Municipal de Aracaju, SE. Os autores constataram que o desenvolvimento

das atividades lúdicas despertou nos alunos uma notável motivação, o que tornou a

aula mais dinâmica e agradável e resultou numa maior eficácia do processo de

ensino e aprendizagem. Nesse estudo, tem-se a certeza de que as atividades

propostas e realizadas estimularam a participação. Porém, apresentaram como

objetivo maior a sensibilização quanto ao tema, por seu caráter pontual.

Barbosa et al. (2009) realizaram uma intervenção educativa com moradores

de um bairro da periferia do município de Crato, CE, e apontaram que as crianças

demonstraram ter compreendido a mensagem educativa, transmitida em linguagem

acessível à idade, sobre o que são parasitoses e quais os cuidados higiênicos e

preventivos para enteroparasitoses. De acordo com os autores, os resultados

encontrados mostram que as estratégias de interação e abordagens da temática

foram adequadas, acompanhando os requisitos estruturais para educação em

saúde, com uma atenção metodológica pertinente a especificidades do público alvo,

bem como atendendo as necessidades do mesmo. Observou-se no grupo

participante desse estudo retenção das informações apresentadas, que foram

evidenciadas durante a própria atividade nas estações subsequentes, porém não

houve intenção de avaliar o aprendizado efetivo a longo prazo, até porque seria

necessário retorno posterior e, mesmo assim, não seria possível determinar que a

feira seria a origem desse saber, uma vez que o aprendizado ocorre num continuum,

mediante contatos múltiplos com a informação.

Como as atividades realizadas no presente estudo foram durante o período

de aulas, os responsáveis não participaram da feira educativa. Além disso, houve

pouca participação dos funcionários e dos professores, visto que em algumas

escolas, os professores limitaram-se apenas a acompanhar os estudantes nas

atividades da feira. Para Casemiro et al. (2014), a participação da família e da

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comunidade nas ações de saúde escolar faz parte do repertório de ações tanto de

estratégias pautadas pela higiene escolar quanto de promoção da saúde, caso com

ênfase na responsabilização dos sujeitos por sua saúde e a de seus familiares. A

pouca participação dos professores foi associada à jornada intensa e desgastante

de trabalho dos mesmos, que viram na feira educativa uma oportunidade para

relaxar. Quanto aos outros funcionários, como não houve obrigatoriedade de

participação nem liberação de suas atividades rotineiras, pensa-se que esses

preferiram seguir com sua rotina, para não atrasar a demanda diária de trabalho.

Silveira et al. (2015) realizaram atividades de educação em saúde em uma

escola pública de um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Nos

encontros, abordaram-se temáticas sobre educação em saúde, riscos do uso

indiscriminado e inadequado de piercing e tatuagens, além de higiene bucal.

Segundo os autores, o trabalho direcionado aos escolares promoveu a troca de

conhecimentos e esclareceu dúvidas, assim como observado no presente estudo.

A avaliação da feira educativa, realizada pela coordenação pedagógica de

cada escola participante, foi positiva e elogiosa. Porém, quando questionados sobre

se as informações adquiridas na atividade seriam consolidadas pelos estudantes, a

resposta foi que para isso, seria importante um maior tempo para a realização da

feira educativa e, além disso, seriam necessários recursos que, em geral, as escolas

não possuem, sendo ressaltada a importância das parcerias entre essas escolas e

outras instituições da sociedade civil, como as universidades.

Casemiro et al. (2014) afirmaram que a opção por efetivar as estratégias de

promoção da saúde nas instituições de ensino significa eleger uma proposta de ação

participativa que se desenvolve nas escolas envolvendo a comunidade educativa em

um processo de melhoria contínua, visando à criação de condições para uma

educação integral que se adapta às características do meio, tornando a escola um

lugar agradável para aprender e viver. Observou-se que nenhum professor

demonstrou interesse em dar continuidade as atividades propostas, nem em

desenvolver atividades com os estudantes sobre o tema, após a feira. Talvez, em

estudos futuros, seja interessante identificar multiplicadores dentro da escola, bem

como propor atividades a longo prazo com diversas oportunidades ofertadas em

momentos diferentes para propiciar a fixação da informação. Sabe-se que nesse

fazer será de extrema importância a integração com a escola, provavelmente, por

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meio de um projeto a ser executado durante todo o ano letivo, o que demandará

esforço e interesse de todos os envolvidos.

Sugere-se que a baixa frequência parasitária com predomínio de protozoários

pode estar associada a mudanças ambientais que inviabilizam a manutenção de

alguns ciclos parasitários, bem como serem reflexo da automedicação, condições

sanitárias adequadas ou da baixa adesão. A presença de informações fragmentadas

sobre parasitoses intestinais reforça a necessidade de implementação de ações

educativas lúdicas estimulando a participação e a aquisição da informação por parte

dos estudantes. Torna-se importante despertar o professor para trabalhar essas

questões em sala de aula, possibilitando o fortalecimento desse conteúdo dentro do

ensino de ciências, e com isso, a ampliação do conhecimento correto e sólido, o que

poderá vir a interferir no empoderamento da comunidade alvo em relação a

parasitoses intestinais e melhora na qualidade de vida.

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8 CONCLUSÃO

Foi encontrada baixa frequência de parasitos intestinais em escolares e

funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, participantes do projeto.

Verificou-se presença de informações sobre parasitoses intestinais

fragmentadas entre os estudantes e adequadas entre os funcionários de sete

Escolas Municipais de Niterói, RJ, participantes do projeto.

A feira educativa desenvolvida promoveu a divulgação do tema parasitoses

intestinais entre os escolares das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ,

participantes do projeto, com ênfase em prevenção.

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116

10 APÊNDICES

10.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PAIS E/OU RESPONSÁVEIS E FUNCIONÁRIOS

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e profilaxia. Responsável: Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior Endereço: Disciplina de Parasitologia/UFF Rua Prof Hernani de Melo, 101 – 2 andar. São Domingos Niterói, RJ. Cep 24210-130. tel (21) 26292426 Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense Nome da Instituição: __________________________________________________________ Endereço: ____________________________________________________________________. Nome do Participante: ____________________________________________________. Idade: _______ RG: nº_________________________ Órgão Emissor: _______________. Nome do Responsável: _________________________________________________. Idade: _______ Endereço: ___________________________________________________________________. RG: nº_________________________ Órgão Emissor: _______________. O(A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ:

frequência, conhecimentos e profilaxia”, de responsabilidade da pesquisadora Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior.

Declaro ter pleno conhecimento que:

O projeto tem como objetivo: conhecer a prevalência dos parasitos intestinais nos escolares e funcionários das escolas, identificar saberes dos escolares, funcionários e responsáveis sobre as parasitoses e desenvolver ações educativas em saúde junto à população alvo.

Será solicitada a coleta de amostras fecais pelo participante e de coleta de material debaixo da unha pela equipe, para o diagnóstico dos parasitos; preenchimento de questionário em papel e participação nas oficinas. Será realizado o registro da situação por fotografia e filmagem de situações que serão utilizadas apenas no contexto do projeto, sem divulgar nomes.

Autorizo a participação acima qualificada no presente projeto de pesquisa;

Este estudo não fará nenhum mal a minha saúde ou de crianças dessa Instituição;

Esta pesquisa tem por objetivos conhecer a prevalência de parasitoses intestinais, identificar saberes circulantes sobre parasitoses e desenvolver ações em educação e saúde com estudantes e funcionários desta Instituição;

Os benefícios esperados serão o resultado de exames coproparasitológicos/subungueal e o esclarecimento dos funcionários, crianças e pais e/ou responsáveis sobre parasitos que atingem crianças, objetivando conscientizá-los quanto ao que causam e como evitá-los;

Autorizo a realização de exames coproparasitológicos em fezes e material subungueal, preenchimento de questionários, gravação de entrevistas, falas e imagens, necessárias para a coleta de informações/dados para realização do estudo, as quais só poderão ser utilizadas no contexto do projeto ou em artigos relacionados ao mesmo.

Não gastarei nada para participar dessa pesquisa;

As amostras fecais e de material sub-ungueal serão descartadas após o processamento;

Terei a liberdade de retirar meu consentimento e deixar de participar do estudo a qualquer momento;

Nenhum nome será divulgado durante as etapas desse estudo ou ao seu término;

Poderei obter informações gerais sobre o estudo quando desejar. Os pesquisadores poderão ser contatados por meio do telefone (21)26292426.

Eu, _____________________________________,RGnº______________________, responsável legal por _______________________,RGº_______________________, declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.

, de 20___.

Local dia mês

Assinatura do responsavel Assinatura do resp. pelo projeto

Assinatura 1ª testemunha Assinatura 2ª testemunha

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117

10. 2 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e educação em saúde

Nome da Instituição: ________________________________________________________

Nome do responsável: _______________________________________________________

Nome do estudante: _________________________________________________________

Endereço: ________________________________________________________________

________________________________________________________________________

1 – Tipo de residência:

( ) casa sem quintal

( ) casa com quintal de terra batida ( ) casa com quintal de terra batida e jardim

( )casa com quintal de cimento e jardim

( )casa com quintal de cimento e sem jardim

2 – Grau de escolaridade do pai:

( ) não letrado ( ) ensino fundamental I incompleto (antiga 1 a 4 série do

1grau)

( ) ensino fundamental I completo (antiga 1 a 4 série do 1grau) ( ) ensino fundamental II incompleto (antiga 5 a 8 série do

1grau)

( ) ensino fundamental II completo (antiga 5 a 8 série do 1grau) ( ) ensino médio incompleto (antigo 2 grau)

( ) ensino médio completo (antigo 2 grau)

( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo

3 – Grau de escolaridade da mãe:

( ) não letrado

( ) ensino fundamental I incompleto (antiga 1 a 4 série do

1grau) ( ) ensino fundamental I completo (antiga 1 a 4 série do 1grau)

( ) ensino fundamental II incompleto (antiga 5 a 8 série do

1grau)

( ) ensino fundamental II completo (antiga 5 a 8 série do 1grau)

( ) ensino médio incompleto (antigo 2 grau) ( ) ensino médio completo (antigo 2 grau)

( ) ensino superior incompleto

( ) ensino superior completo

4 – Abastecimento de água:

( ) captação de fonte natural (encanamento próprio trazendo a água da mina ou rio direto para casa)

( ) água obtida por baldes em fonte natural e utilizada

imediatamente ( ) água obtida por baldes em fonte natural e mantida em

reservatório

( ) rede de abastecimento a partir de caixa d’água central ( ) rede de abastecimento do governo ( canalizada)

( ) poço superficial

( ) poço artesiano

5 – Tipo de água consumida na residência (beber e

cozinhar):

( ) direto da torneira

( ) fervida

( ) filtros domésticos ( ) direto da fonte natural (rio, mina, etc)

6 –Tipo de filtro utilizado em casa:

( ) não possui filtro

( ) filtro de barro

( ) filtro de carvão

( ) Outro. __________________________

7 –Esgoto sanitário utilizado:

( ) fossa seca com banheiro fora da casa (parede de alvenaria e

fundo de solo, sem volume de água)

( ) rede geral de esgoto com tratamento ( ) tubulação jogando o esgoto em rio ou no mar

( ) tubulação jogando o esgoto atrás da casa

( ) fossa de alvenaria com diversos compartimentos ( ) não sei informar

8– Renda familiar (soma de ganhos dos membros da

família):

( ) inferior a R$ 300,00

( ) de R$ 300,00 a 600,00 ( ) de R$ 600,00 a 1000,00

( ) de R$ 1000, 00 a 2000,00

( ) superior a R$ 2000,00

9 – Número de moradores na casa:

( )1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) outro: _________

10- Número de crianças na casa:

( )1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( )

outro: _________

definir idades: ______________________

11 – Outras informações:

( ) possui animal em casa. Quantos? _______ Espécie: ( )cão

( )gato ( ) outro ____

( ) tem horta em casa ( ) utiliza hortaliças cruas na alimentação. Quais?

____________________________

( ) consome carne de suíno Com que freqüência? ( ) inferior a 1 vez na semana ( ) mais

de 1 vez na semana ( ) 1 vez ao mês ( ) 1 vez ao ano.

12) Alterações intestinais nos moradores da casa:

( ) dor de barriga

( ) diarréia ( ) gases

( ) vômito

( ) prisão de ventre ( ) Outros. _________________________

13) Aspecto das fezes:

( ) normais

( ) moles

( ) liquefeitas ( ) constipadas

14) Tratamento contra parasitoses intestinais nas crianças:

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( ) faz sob conta própria de 6 em 6 meses ( ) faz sob prescrição médica

( ) utiliza produtos naturais quando tem sintoma

( )não faz há mais de um ano

15 - Hábitos da criança:

( ) mão na boca ( ) objetos na boca

( ) contato direto com o chão

( ) tem cuidador

16 – Mora com:

( ) mãe ( ) pai

( ) irmão(s)

( ) padrasto ( ) madrasta

( ) outro: _____________

17 – Sabe o que são parasitoses intestinais?

( ) sim ( ) não

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

18 – Tem informações sobre como pega parasitoses intestinais?

( ) sim ( ) não

_________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

19 – Exemplo de parasitoses intestinais:

( ) sim ( ) não _________________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

20 – Como evitar pegar parasitoses intestinais?

( ) sim ( ) não

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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10.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE AMOSTRAS FECAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - INSTITUTO BIOMÉDICO

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: freqüência, conhecimentos e educação

em saúde

Pesquisadores responsáveis: Cláudia M. A. Uchôa Souto Maior, Otilio Machado Pereira Bastos,

Mayara Perlingeiro de Siqueira.

INSTRUÇÕES PARA COLETA DE FEZES

PRIMEIRA COLETA – Coletar parte das fezes com palito de madeira e colocar no pote com

líquido conservante transparente. Descartar o palito no lixo. Fechar bem o pote.

SEGUNDA COLETA – Em outro dia, coletar parte das fezes com palito de madeira e colocar

no outro pote com líquido conservante transparente. Descartar o palito no lixo. Fechar bem o pote.

TERCEIRA COLETA – Coletar outra amostra, na noite anterior ou na manhã que você

entregará o material. Com o palito de madeira coloque parte das fezes no pote que não possui liquido

no interior. Descartar o palito no lixo. Feche bem o pote.

- Colocar os potes dentro do saco plástico e verificar se todos os potes tem o nome completo

da pessoa que terá as fezes analisadas.

- Se não conseguir coletar a amostra no pote sem o liquido no interior, entregar as amostras

coletadas no frasco com liquido no interior. Não esquecer de entregar a amostra do pote sem o

liquido em outro dia de coleta.

OBS: As amostras não precisam ser colocadas em geladeira

Cuidados: No caso de contato do líquido conservante com a pele, lavar em água abundante

e com sabão ou detergente. Em caso de contato com mucosa ocular ou ingestão lavar em água limpa

abundante e procurar atendimento médico. Apesar da baixa toxicidade do conservante, informar ao

médico contato com solução contendo formol (5%) e ácido acético (2%).

A coleta deverá ser realizada por um adulto.

MANTER OS FRASCOS FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS.

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10. 4 LAUDO ENTREGUE AOS PARTICIPANTES

LAUDO PARASITOLÓGICO

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e educação em saúde

Nome: Data de coleta/recebimento:

Parasitológico de Fezes Resultado

Protozoários Helmintos

Métodos: Baermann & Moraes; Ritchie modificado por Young et al; Faust e cols, Lutz e Kato-Katz.

Niterói, _______ de ______________________ de 2015

Cláudia M. A. Uchôa Souto Maior

Siape 0312149

Universidade Federal Fluminense - Departamento de Microbiologia e Parasitologia Rua Prof. Hernani de Mello, 101 – sala 212c. São Domingos, Niterói – RJ. Tel: (21) 2629-2426

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10. 5 QUESTIONÁRIO DE SABERES – ESTUDANTES

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e

profilaxia

Nome da Instituição: _______________________________________________

Nome do estudante: ________________________________________________

Idade: ______________ Série: __________________

Responda e/ou desenhe:

1 – O que é uma verminose?

2 – O que é uma protozoose?

3 – Como a pessoa “pega” / adquire

vermes /protozoários?

4 – Onde vivem esses “bichinhos” nas

pessoas?

5- O que a pessoa sente quando tem esses

“bichinhos”?

6 – Para onde vão esses “bichinhos”

quando saem da pessoa?

7 – O que deve ser feito para não ter esses

“bichinhos”?

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10.6 QUESTIONÁRIO DE SABERES – FUNCIONÁRIOS

Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e

educação em saúde

Nome da Instituição: ___________________________________________________

Nome: ________________________________________________________________

QUESTIONÁRIO SOBRE PARASITOSES INTESTINAIS – Funcionários

1- O que são parasitoses intestinais?

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

2- Parasito intestinal e verme são sinônimos?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3- Qual verme/parasito intestinal você conhece?

______________________________________________________________________

4- O que são verminoses?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

5- Quem causa as parasitoses intestinais?

( ) Bactérias ( ) Fungos ( ) Vírus ( ) Verme/Parasitos

6- Onde vivem os parasitos intestinais nas pessoas?

______________________________________________________________________

7- Como as pessoas adquirem os parasitos intestinais?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

8- O que a pessoa sente quando tem parasitos intestinais?

______________________________________________________________________

9- Os parasitos intestinais são perigosos para a nossa saúde? Por quê?

______________________________________________________________________

10- O que devemos fazer quando temos parasitos intestinais?

______________________________________________________________________

11- O que podemos fazer para evitar e/ou controlar as parasitoses intestinais? __________________________________________________________________________________

__________________________________________________________

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10.7 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA SOBRE PARASITOSES INTESTINAIS

1- Qual sua opinião sobre a feira educativa sobre parasitoses intestinais?

2- Por favor, avalie os seguintes aspectos da feira educativa:

Excelente Bom Nem bom, nem ruim

Ruim Péssimo

Organização das estações: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Organização dos instrutores: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Domínio do conteúdo e clareza demonstrado pelos instrutores:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Conteúdo programado apresentado nas estações:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Estímulo à participação dos alunos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Didática e capacidade de compartilhar o conteúdo pelos instrutores:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Divertimento dos alunos durante a feira educativa:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

3-Você diria que os alunos adquiriram conhecimentos sobre as parasitoses intestinais, bem como as formas de transmissão e prevenção? ( ) Sim ( )Não 4- Você acha que esses conhecimentos adquiridos pelos alunos serão consolidados? ( ) Sim ( )Não 5-Cite os principais pontos positivos e negativos sobre a feira educativa:

6-Você tem alguma sugestão para nos ajudar a melhorar as atividades desenvolvidas durante a feira educativa?

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11. ANEXOS

11.1 PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE AO PROJETO