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Ano 03 • Edição 7 • Novembro/2019 a essência do Brasil mazônia

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Ano 03 • Edição 7 • Novembro/2019

a essência do Brasilmazônia

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Gerente da Escola EETI: Angela T. Ninomia

Coordenacao: Suely de Medeiros Onofrio Gama

Corpo docente: Elisangela Ronconi Rodrigues e Kelly Cristina Melo

Projeto Gráfico: Gabriela Silva Souza(diagramação);

Luana Santos e Larissa Camargo(Identidade Visual).

Contatos: [email protected] | www.fmu.br

E proibida a duplicação ou reprodução desta revista, no todo ou em parte, sob quais-quer formas ou por quaisquer meios (eletronico, mecanico, gravação, fotocopia, dis-tribuição na internet e outros), sem permissão expressa da universidade.

Todo o desenvolvimento, fotos e imagens utilizadas nesta publicação são de respon-sabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a posição da universida-de, que apenas patrocina sua distribuição a classe academica.

2019 © Complexo Educacional FMU. Todos os direitos reservados.

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Espécies invasoras pela água de lastro e seus impactos ambientais

Erosão do solo e Métodos de Recuperação

31115Fragmentação de Habitats

Florestais

24Amazônia, a essência do Brasil

32Biocombustíveis: Beterraba e Mandioca

39O futuro da Energia - Projeto Integrado

47Virada Sustentável da Cidade de São Paulo

Sumário

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IntroduçãoA zona costeira brasileira é uma re-gião de grande extensão, onde se caracteriza como um dos ambien-tes mais vulneráveis do ecossiste-ma mundial em virtude de serem “espacos geográficos de interacao entre continentes, atmosfera e oce-ano, havendo assim, a integração de diversos sistemas ecologicos com-postos por uma fauna e uma flo-ra complexa e sensível” (Carvalho, 2011, p. 101).

A introdução de espécies exóticas em comunidades naturais nas quais elas não existiam é, geral-mente, mediada pela atividade

humana e pode afetar tanto a bio-diversidade – por causarem a perda de diversidade biológica podem ser considerados “poluentes biolócos”– quanto às atividades eco-nômicas, com danos à atividade pesqueira, riscos sanitários, gastos com manutenção de turbinas em hidroelétricas, entre outros (CALA-ZANS [et al], 1985, p. 35).

Diversos estudos realizados mos-tram que o descarte da água de lastro de embarcações vindas de diversas regiões do planeta cau-sam um impacto negativo ao meio ambiente, ecossistema local e eco-

Orientação: Prof° Marco Aurélio Gattamorta.

Espécies invasoras pela água de lastro e seus impactos ambientaisANTONY RODRIGUES DA SILVAELIANE DE JESUS SILVA ALVESTATIANA DE OLIVEIRA SANTOSTHIAGO SANTOS FERREIRA

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nomia, pois nessas águas descartadas foram encontrados diversos organismos e espécies exo-ticas originarias das regiões de onde vieram esses navios, gerando desequilíbrio ao ambiente e ativi-dades economicas “As consequencias negativas da introdução de outras espécies causam o desequilí-brio ecologico, perda da biodiversidade, prejuízos economicos e sociais e disseminação de outras es-pécies” (BARRELLA; FERREIRO, 2014, p. 139).

Água de LastroNavios de grande porte conhecidos como mer-cante realizam o transporte de grandes quan-tidades de carga, com o passar do tempo o desenvolvimento e o aumento da capacidade deste tipo de embarcação, os navios que inicial-mente eram de madeira passaram a ser fabri-cados de aço e metal. Este tipo de transporte é bastante especifico, pois quando saem do seu porto de origem geralmente estao completa-mente carregados de tal forma, que durante sua navegação, o navio consegue manter a estabi-lidade durante toda viagem. Porém, quando o mesmo chega ao seu destino para realizar a des-carga, a embarcação perde estabilidade devido a retirada do peso da carga transportada e uma forma de realizar essa compensação, é enchen-do os tanques de lastro do navio com a agua do mar.

Ocorre que os navios, quando não estão levan-do carga, para manter sua estanqueidade, ne-cessitam de tanques, hoje, cheios d’água, para manterem o equilíbrio. Tecnicamente, lastro consiste em qualquer material usado para dar peso e/ou manter a estabilidade de um objeto (BOTELHO, 2014, p. 40).

Sendo assim, mesmo que o novo transporte na volta seja realizado com menos carga do que na ida, a estabilidade será mantida e o navio não fica vulnerável as condições adversas da viagem, elimi-nando o risco de virar ou afundar LOGICAMBINE-TAL (2016).

Portanto, as águas que enchem os tanques são de-nominadas água de lastro que são trazidas através de sucção, processo este que também traz consi-go vida marinha. Levemos em consideração o se-guinte fato, cada região do globo terrestre tem sua particularidade climática, territorial e biotica, en-tão quando um navio bombeia agua para dentro do seu tanque de lastro do outro lado do planeta e libera essa agua aqui no Brasil, automaticamente, espécies marinhas incomuns para o nosso ecos-sistema serão introduzidas nas águas brasileiras, isso pode gerar um grande problema ambiental e de saúde pública.

Espécies Invasoras e Seus ImpactosA água de lastro contém uma grande quantidade de espécies de bactérias, organismos, plantas e animais que podem ser transportadas através da viagem de um navio, a maioria dessas espécies se adaptam e podem sobreviver na água de lastro com facilidade, essa introdução decorre da ativida-de inerente da operação do navio e para aconte-cer da espécie ser transportada não precisa muito, apenas que seja pequeno o suficiente para passar nos filtros da rede e das proprias bombas do lastro ou até animais na forma adulta podem ser trans-portados através do casco, se mantendo presos na parte externa do navio. Essas espécies não estan-do em seu local de origem ocasionam problemas

Figura 1 - Lastreamento e deslastreamento das embarcações. Fonte:https://image.slidesharecdn.com/aguadelastro-170519120122/95/gua-de-lastro-1-1024.jpg?cb=1495195361

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economicos, sociais e impactos no ecossistema. Com isso temos a perda de diversidade biologica e o habitat local pela não existencia de predado-res específicos, onde podem ocasionar uma gran-de praga na região acabando até com espécies endemicas.

Existem milhares de espécies marinhas que são suscetíveis de transporte, estas são carregadas junto com a água de lastro dos navios. Qual-quer organismo pequeno é um problema, já que pode passar através das entradas da água de lastro e bombas, incluindo assim bactérias e ou-tros micróbios pequenos invertebrados e ovos,

cistos e larvas de diversas espécies. (SILVA, 2004, pag.03).A água de lastro pode trazer para o sistema, espé-cies até então estranhas que ficam livres de seus predadores naturais e desta forma se proliferam com maior facilidade e rapidez, desencadeando uma serie de malefícios. “A água de lastro pode causar problemas ambientais e de saúde públi-ca, uma vez que pode conter esgoto e materiais toxicos, além de espécies animais e vegetais en-demicos” (GOMES apud ARAGUAIA, 2014 p. 94). Organismos patogenicos podem ser transporta-dos de qualquer região, com facilidade através de embarcações, por meio da agua de lastro.

Através de um estudo da ANVISA, realizado no início de 2001, foram detectadas a presenças de in-vasores como bacilos do Vibrio cholare 01 que é res-ponsável pela colera humana, podendo sobreviver durante 26 dias na água do mar, onde foram encon-trados também enterococos intestinais Escherichia coli, responsável por infecções intestinais e urinarias.

Mexilhão Dourado - Molusco bivalve de tres a quatro centímetros de comprimento, proveniente dos rios asiáticos, causa alterações nos substra-tos (processo de consolidação acelerado), danos a vegetação nativa (junco), alterações na compo-sição das espécies nos ecossistemas atingidos, al-terações na produção e distribuição de biomassa, quebra dos ciclos ecologicos e da resistencia dos ambientes naturais e eventualmente acumulação de organismos patogenicos, além de incrustações no sistema de resfriamento e obstrução de filtros nas usinas hidroelétricas e na pesca e aquicultura com a obstrução de tanques e redes. (KESSELRING apud HENKES; SERAFIN, 2007, p. 103).

O mexilhão dourado não cresce mais que dois centímetros, se proliferam com muita facilidade por nove meses no ano, suas larvas são facilmen-te levadas pela correnteza iniciando novas inva-sões, sem predadores naturais o prejuízo causado

Figura 2 – Mexilhão DouradoFonte:http://peixevivocemig.blogspot.com.br/2012/03/mexilhao-dourado-molusco-tem-causado.html

Figura 3 – Siri Índico-Pacífico.Fonte:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/07/bioinvasao-trazida-por-navios-desafia-cientistas-brasileiros.html.

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para a economia e ecossistema é grande, pois tem potencial para entupir encanamentos de usinas hidrelétricas e de águas para consumo humano,-também danificam barcos e redes de pescadores locais.

Siri - Conhecido como Siri Indo-Pacífico, originá-rio dos oceanos Indico e Pacífico, chegou ao Brasil provavelmente na água de lastro colhida no Cari-be. Os primeiros registros ocorreram nos Estados da Bahia, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná. (SILVA apud HENKES; SERAFIN, 2007, p. 103). Esta espé-cie de siri não representa importancia comercial, porém, compete com siris nativos das regiões in-vadidas, pois estes fazem parte da renda e subsis-tencia dos pescadores locais.

Salmonella – E um tipo de bactéria que entra no corpo pela boca, vai até o estomago e se aloja no intestino, em seguida invade a mucosa intestinal provocando uma espécie de feridas, causando di-versos sintomas como febre, mal estar, vomitos, dores abdominais intensas entre outros.

Um estudo realizado entre 2002 e 2003, em sete áreas portuárias brasileiras (Belém/PA; Fortaleza/CE; Recife/PE; Itaguaí/RJ; Santos/SP; Paranaguá/PR; e Rio Grande/RS) foram selecionados seis pontos de coleta para água, e seis áreas foram avaliadas para que se pudesse checar a qualidade da água do entorno e o perigo microbiologico do consumo “in natura” dos bivalves. Foi apontada a presença da subespécie I de Salmonella em 20% (18/90) das amostras de água (Belém/PA; Recife/PE; Santos/SP e Paranaguá/PR) e em 19% (04/21) dos bival-ves coletados em bancos naturais de proliferação proximos as regiões portuárias de Santos e Recife. (ONG ÁGUA DE LASTRO BRASIL, 2009, pg. 25).

Embarcações oriundas de diferentes regiões po-dem trazer microorganismos patogenicos, sendo transportados para regiões onde a água é fonte de recreação, ou áreas portuárias turísticas, com grande movimentação de pessoas que poderão ser contaminadas.

Organismos Vibrio cholerae – Bactéria conhecida como vibrião colérico que se manifesta através da ingestao de comida ou água contaminada que ao

serem consumidos atingem o intestino entrando nas células e impedindo a absorção intestinal pro-vocando desidratação severa, em muitos casos se não for tratado devidamente podem levar a obito. A Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária (ANVI-SA) divulgou  em 12 de julho 2002 as conclusões do projeto “Estudo para Identificação de Espécies Patogenicas em Água de Lastro” O micro-organis-mo conhecido cientificamente como Vibrio chole-rae “colera” foi detectado em amostras de água de lastro que foram coletadas para analises e estu-dos e segundo a (ANVISA) a presença do vibrião foi encontrada nas analises de cinco navios atracados nos portos Brasileiros.

Resolução A.868 (20) – IMOAtravés dos países membros do Comite de Prote-ção ao Meio Ambiente Marinho da IMO (Interna-tional Maritime Organization) (MEPC) em julho de 1991, diretrizes internacionais voluntárias para a prevenção da introdução de organismos e agen-tes patogenicos liberados pelo processo de troca de água de lastro e sedimentos de navios foram adotadas, onde alguns Estados iniciaram na pra-tica essas ações, pois já encontravam problemas relacionados a este processo de deslastreamento. Atendendo uma solicitação da Conferencia das Na-ções Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvol-vimento (UNCED), em 1993, a Assembleia da IMO

"Embarcações oriundas de

diferentes regiões podem trazer

microorganismos patogênicos..."

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adotou-se essas Diretrizes através da Resolução 774(18) e posteriormente a esse evento a MEPC tra-balha elaborando dispositivos legais que tratam do gerenciamento desta atividade e em 1997 a Assem-bleia da IMO por meio da Resolução A.868(20) adota Diretrizes para o controle e gerenciamento da agua de lastro dos navios. O documento sugere que os Governos adotem ações urgentes para aplicar es-sas novas Diretrizes no sentido de minimizar os im-pactos desta pratica, realizando a inclusão também da indústria de construção naval. O objetivo é que os Governos informem ao MEPC as experiencias adquiridas com as praticas das Diretrizes em rela-ção ao trabalho já realizado pelo Comite, visando a elaboração de dispositivos legais. Essas medidas incluem os seguintes pontos:

Minimizar a captação de organismos durante o car-regamento de lastro, evitando áreas no porto onde se tem conhecimento que populações de organis-mos nocivos ocorram, em águas rasas e na escu-ridão, quando organismos que vivem no fundo do mar podem subir na coluna d’água.

Limpar regularmente os tanques de lastro, remo-vendo o lodo e sedimentos acumulados que po-dem hospedar organismos nocivos.Evitar descarga desnecessária de água de lastro na área do porto.Assumir procedimentos de gerenciamento de água de lastro que envolvem:Realizar a troca da água de lastro em águas profun-das, recolocando água limpa de mar aberto. Quais-quer organismos marinhos colhidos proximos a costa são menos suscetíveis de sobreviver quando descarregados no meio do oceano, onde as con-dições ambientais são diferentes da costa e áreas proximas ao porto.Não liberação ou liberação mínima de água de lastro.Descarregar a água em instalações de recebimento e tratamento adequadas.Estas são algumas das diretrizes estabelecidas na Resolução A.868(20).

Portaria DPC nº 52 de 14/06/2005Este documento tem como objetivo estabelecer regras referentes a prevenção da poluição oriun-da do lastreamento marítimo em Águas Jurisdicio-nais Brasileiras (AJB) tendo como base, regras de

acordo com a Resolução de Assembleia da Orga-nização Marítima Internacional (IMO) A. 868(20), de 1997 e com a Convenção Internacional de Con-trole e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios, adotada em fevereiro de 2004 e assinada pelo Brasil em 25 de Janeiro de 2005, de tal forma que a regra será aplicada a todas as embarcações com potencial de descarga de água de lastro nas AJB, a diferença é que este documento preve pe-nalidades e sanções de acordo com a gravidade da infração para responsáveis de embarcações que descumprirem as leis.

Método de TratamentoPor a água de lastro conter muitos patogenicos e espécies invasoras, necessita de um tratamen-to para evitar contaminações e proliferações de animais marinhos. “A água de lastro pode causar problemas ambientais, assim como de saúde pú-blica uma vez que nesta água pode conter esgo-to, materiais toxicos e espécies animais e vegetais endemicas” (GOMES, 2004, p. 3).

A IMO (International Maritime Organization) participa da convenção Internacional para Con-trole e Gerenciamento da Água de Lastro e Se-dimentos de Navios, e através de convenção entrou em vigor no Brasil no mes de setembro de 2017, a exigencia de tratamento da água de lastro para retirada dos organismos existentes.

Entre os sistemas para o controle e reducao dessas espécies, está a troca de água de lastro em alto mar (distantes mais de 200 milhas da costa e com profundidade superior a 500 me-tros), no momento esse é o mais bem-sucedi-do dos métodos, já que o oceano não serve de habitat para os organismos e espécies de ani-mais de costeira, mas este método de deslastre quase total do tanque compromete os limites de segurança dos navios e não é 100% eficien-te na remocao de organismos mesmo sendo o método mais utilizado, além do risco de insta-bilidade da embarcação e segurança de toda a tripulação, algumas entidades sugerem que ao se realizar esse procedimento também se con-tribui para a dispersão de espécies nocivas, co-locando em risco, ilhas situadas nas áreas onde acontece esta troca de agua de lastro. Então, para essa prática de procedimento é necessário

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o planejamento da execução, o conhecimento das condições de mar, da região afetada e toda a estrutura da embarcação.

Um tratamento Brasileiro para esse tipo de mé-todo de deslastre em alto mar que geralmente é realizado em navios de petroleiros é o uso de bombas extras para a água de lastro, assim fa-zendo o bombeamento de água para dentro do tanque por um lado e para fora pelo outro si-multaneamente. A Petrobrás que desenvolveu

esse sistema e foi submetido pela MEPC (Marine Environment Protection Committee), que o in-cluiu como método alternativo no gerenciamen-to da água de lastro.Muitos testes para prevenir

e diminuir essa invasão de espécies vem sendo realizados e analisados, entre estes testes o de filtração; o tratamento térmico; aplicação de biocidas; tratamento elétrico; ultravioleta; acús-tico; de oxigenação e biologico, cada navio obte-rá um plano de gerenciamento diferente tendo em vista que vem de lugares e possui embar-cações diferentes. Esse plano de gerenciamento visa eliminar os organismos e os animais exoti-cos e dentro de todas as diretrizes e elaboração desse gerenciamento a pratica de qualquer um dos métodos é estudada para que não cause da-nos ao meio ambiente e a saúde humana.

A filtração consiste no bloqueio do acesso aos tanques de organismos maiores que o tama-nho da malha dos filtros instalados nas tu-bulações de admissão do lastro, à montante destes tanques. O seu uso não provoca de-gradação ambiental, porém, o alto fluxo e o grande volume de água, nas operações de las-treamento e deslastreamento da embarcação, desafiam o uso deste método, uma vez que, “além da complexidade do equipamento a ser utilizado, é necessária a análise dos custos dos filtros, que aumentam com a quantidade de organismos removidos” (SANTOS; LAMONI-CA, 2008, p. 146).

Os biocidas é outro método de tratamento em-pregado para a água de lastro, onde o cloro é utilizado devido a facilidade de aplicação e efici-encia de resultado, além do custo que é baixo e trata grandes volumes de água. “A desvantagem é que, em altas concentrações e em contato com os microrganismos, o cloro gera substan-cias toxicas nocivas ao ambiente aquático, po-dendo causar cancer, o que coloca em risco a tripulação” (Pereira apud SOUSA, 2012, p. SN). 

Outros procedimentos são realizados como, por exemplo, tratamento por radiação ultravioleta, onde é realizada a irradiação de luz ultravioleta na água captada pelo navio através de lampa-das. “Esta luz provoca mudanças fotoquímicas no material genético dos micro-organismos, levando-os a morte decorrente de mutações nocivas” (MESBAHI, 2004 apud PEREIRA, 2012). Porém, não muito eficientes dependendo do ta-manho dos organismos.

"além da complexidade do equipamento a ser utilizado, é necessária a análise dos custos dos filtros, que aumentam com a quantidade de organismos removidos"

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Mais uma forma de tratamento é conhecida como desoxigenação, onde o oxigenio é retirado da água e mata os organismos aerobicos, porém, não mui-to eficientes para a eliminacao de cistos “injecao de gás inerte padrão, composto por nitrogenio, gás carbonico e oxigenio nas proporções de oiten-ta e quatro, quatorze e dois por cento, respectiva-mente, por orifícios de tubulações distribuídas nos fundo dos tanques” (HUSAIN et al., 2004 apud PE-REIRA, 2012, p. SN).

Considerações Finais

O presente trabalho apresentou os principais problemas que a água de lastro pode gerar ao meio ambiente e que muitas vezes se pas-

sam despercebidos, pois causam perda da diversida-de biologica local, onde esses “invasores” passam a predominar devido a falta de predadores específicos para cada espécie, onde ocorrem as mudanças no habitat ecologico, o que pode gerar impactos e gran-des transtornos para a população local que em gran-de parte, além de dependerem desse meio como forma de subsistencia economica, acabam sendo expostos aos microrganismos causadores de doen-cas como a Salmonella e o Vibrio cholerae.

Outro problema identificado é o desequilíbrio que pode ocorrer no meio marinho por causa de es-pécies invasoras, algumas das espécies que vivem onde os navios atracam são endemicas e por isso são sensíveis a outras espécies que invadem aque-la região, essas espécies podem ser portadoras de doenças endemicas o que gera outra preocupação no setor da saúde publica, pois uma determinada doença que tem o controle em seu país de origem, em outro, podem ser que ao menos exista, ou seja, esse país que recebe essas águas pode não estar preparado para combater essa determina doença, caso a mesma se prolifere.

A questão das águas de lastro merece uma aten-ção diferenciada, pois é um problema não muito perceptível, mas muito complexo, a fiscalização para que as água de lastro sejam descartadas de forma correta deve ser criteriosa e os procedimen-tos devem ser seguidos de forma rígida, caso con-trario, as formas de contaminação e desequilíbrio ambiental ocorrerá de varias formas.

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Orientação: Prof° Sergio Luiz Damiati.

ANTONY RODRIGUES DA SILVAELIANE DE JESUS SILVA ALVES

TATIANA DE OLIVEIRA SANTOSTHIAGO SANTOS FERREIRA

Erosão do soloe Métodos deRecuperação

IntroduçãoHistoricamente as atividades agrí-colas estao presentes no cotidiano humano, nos tempos atuais, mais da metade da populacao mundial trabalha interferindo diretamente nas mudanças das características fí-sicas do solo seja na agricultura ou pecuária.

Dentre os compartimentos am-bientais, o solo é a maior vítima da agricultura. Camadas compac-tadas resultante do uso de imple-mentos e máquinas são frequentes nos solos brasileiros, mas o fator que tem preocupado muito a co-munidade científica, principal-mente no que diz respeito a áreas declivosas, é o processo de erosão dos solos (SILVA, 2017, p. SN).

Porém, nas grandes cidades esta problemática fica evidente no cres-cimento desordenado de bairros periféricos, onde as pessoas não dis-põem de recursos suficientes para a

realização de um planejamento preventivo que determine a possi-bilidade de moradia no local. Ba-sicamente, o problema da erosão acontece apos a retirada da vegeta-ção do local fazendo com que o solo fique saturado ao receber as águas dos períodos chuvosos e ceda, for-mando grandes crateras ou desmo-ronando, gerando graves prejuízos socioeconomicos.

A ocupação desordenada de ter-ras, assim como a exploração in-devida dos recursos naturais tem acontecido desde há muito tem-po, e se intensificado nas últimas décadas. Isso acaba gerando des-matamento da vegetação nativa, o que aumenta a susceptibilidade ao processo erosivo. É por esta e ou-tras razões que se torna necessário conhecer os fatores condicionantes que levam a formação desses, pois muitos danos poderiam ser evita-dos (BRITO, 2012, p. 38).

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Apesar de o problema ser comum tanto em áreas urbanas quanto nas rurais, cada uma dispõe de técnicas diferentes para remediar ou recuperar a área afetada e alguns métodos bem utilizados são rotação de culturas, aração, plantio de arvores, cobertura do solo com nutrientes ou fertilizantes em áreas rurais, já em áreas urbanas muros de contencao e protecao das encostas pode ser uma alternativa.

Como Acontece o Processo ErosivoA erosão é basicamente o desgaste do solo e ro-chas que ao terem estruturas retiradas e que são integrantes do corpo do solo como areia, argila e oxidos, faz com que estes nutrientes e sais mi-nerais sejam transportados para camadas infe-riores. A mais conhecida e evidente é a erosão superficial “ela está associada ao transporte, seja das partículas ou agregados desprendidos do maciço pelo impacto das gotas de chuva, seja das partículas ou agregados arrancados pela força trativa desenvolvida entre a água e o solo” BRI-TO et al. (2012 p. 17). Quando o solo tem uma cobertura vegetal densa com plantas e arvores, esta age como uma espécie de defesa natural e a erosão tende a ser reduzida, porém, a ação do homem em retirar esta cobertura natural acelera o processo, tonando o solo exposto as ações do tempo como os ventos e a chuva, pois esta pri-meira camada é responsável por fazer a absor-ção dessas águas, além de servir de obstáculos diminuindo o arrasto da chuva. A partir daí, ini-cia-se um processo de desertificacao com a perda de nutrientes e a capacidade produtiva do solo e dependendo do declive do terreno e quantidade de água infiltrada torna a erosao no local mais ou menos impactante. Raízes de sustentação e raí-zes mortas tem um papel muito importante no processo de erosão, pois as mesmas desenvol-vem canais por dentro do solo, onde a água entra e a correnteza diminui.

Métodos de RecuperaçãoCom o avanço da tecnologia, desenvolvimento de estudos e com o passar do tempo ficou mais fácil o entendimento de como age o processo de erosão para que se estabeleça um plano de remediacao ou recuperacao de área degradada. Hoje essas técnicas são muito utilizadas visando a

qualidade funcional, estética da área ou minimizando os efeitos da erosão que possam prejudicar estrutu-ras do local, como por exemplo, vias de acesso como, pontes, avenidas ou até habitações, entre outros.

A escolha dos métodos e práticas de prevenção à erosão é feita em função dos aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade e região. Cada prática, aplicada isoladamente, previne ape-nas de maneira parcial o problema. Para uma prevenção adequada da erosão, faz-se necessária à adoção simultânea de um conjunto de práticas (GUERRA et al., 2007).

Porém, dentro deste cenário temos as medidas pre-ventivas, como o proprio nome sugere, são medidas adotadas antes que ocorra a erosão propriamente dita, evitando ou minimizando o processo, também temos as medidas corretivas, que nada mais são que um conjunto de ações adotadas com o objetivo de remediar danos já causados ou até mesmo interrom-per a evolução da erosão e neste cenário pode-se

"A ação do homem em retirar esta

cobertura natural acelera

o processo, tonando o

solo exposto as ações do

tempo como os ventos e a

chuva"

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adotar medidas de estabilização ou recuperação.Entre algumas técnicas conhecidas as mais utilizadas são rotação de culturas, para que o solo não perca nutrientes devido o excesso de uso por apenas um tipo de cultura, plantação em curva de nível no qual o solo de baixa declividade é utilizado, ajudando reter os elementos vivos do solo de tal forma que a produ-ção se intensifique. Além das técnicas mais utilizadas, atualmente a bioengenharia trabalha no sentido de desenvolver tecnologias aplicáveis neste setor.

A bioengenharia é uma associação de alternativas, envolvendo elementos biologicamente ativos, em obras de estabilização de solo e de sedimentos, junto com elementos inertes como, por exemplo, concretos, madeiras, ligas metálicas, polímeros e mantas confeccionadas com fibras vegetais, cha-madas de biotêxteis (RIBEIRO et al., 2010).

A bioengenharia tem um campo de aplicação mui-to extenso no controle de 1voçorocas, por conta do baixo custo, aplicação tecnologica, adaptação paisa-gística e algumas opções são 2biomantas, 3hidrosse-meaduras que contribuem estabilizando o processo erosivo.As biomantas são industrialmente confeccionadas e costuradas de maneira que se tornem uma trama re-sistente que é protegida por redes de polipropileno, sendo de fácil aplicabilidade e de rápido resultado ao proteger o solo assim que aplicado, até o estabe-lecimento da vegetação.A hidrossemeadura é uma técnica que auxilia o controle e a estabilização das voçorocas através da aplicação pastosa de sementes, fertilizantes e compostos organicos que vão agir fa-zendo a correção organica do solo, dependendo do tipo de relevo essa técnica é a mais adequada princi-palmente se for mais acidentado.

1 Voçorocas - Solo, sem a proteção vegetal, que sofre formação de grandes e extensos sulcos (fendas), provocados pelas chuvas intensas.2 Biomantas - Ou tela vegetal, é uma tela fabricada com fibras naturais de coco ou palha, ou ainda a uniao dos dois materiais.3 Hidrossemadura – Técnica de revegetação que consiste na projeção de uma mistura aquosa de sementes, mulches, fertilizantes, substancias aderentes e bio ativadores sobre o terreno.

Considerações FinaisO processo erosivo pode se tornar muito danoso principalmente quando envolve a ação humana, quando acelera esse processo, levando em conta não apenas os seus efeitos destrutivos, mas também os efeitos em longo prazo, tornando o solo impro-dutivo mesmo apos o trabalho de recuperação, pois com a perda vegetal da superfície, além do solo ficar exposto ao intemperismo, automaticamente, perde também nutrientes fundamentais para o desenvolvi-mento produtivo no meio agrícola, chegando ao pon-to de entrar em processo de desertificacao.

O fator que evidencia essa problemática, sem som-bra de duvidas são desastres naturais, como queda de barreiras, bloqueios de estradas e rodovias, difi-cultando a locomoção e travando o acesso de trans-porte de cargas essenciais, visto que o abastecimento do país em sua grande parte é dependente do trans-porte terrestre, além do deslizamento de encostas, este que é um problema muito comum em períodos de grandes volumes de chuva em áreas com presen-ça de habitações. Ou seja, a erosão do solo é um pro-blema a ser tratada de forma particular, estudando cada caso e regiao para adocao de praticas especifi-cas de remediacao ou reducao do dano.

Hoje, estudos e métodos específicos são aplicados nesse sentido, sempre de acordo com a particularida-de regional, porém, ainda não existe uma metodolo-gia totalmente eficaz, pois como dito anteriormente, em muitas situações, apesar do processo realizado de recuperacao o solo atingido pode nao recuperar sua capacidade produtiva.

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ReferenciasBibliográficasALMEIDA, F. W. et al. Abordagem de Praticas Conservacionistas na Recu-peração de Voçorocas, 2012. Dispo-nível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012a/ambientais/abor-dagem.pdf> Acesso em: 12/10/2018 as 20hs.ANGELIS, B. L. D. et al. Controle e Recu-peração de Áreas Degradadas, 2005. Disponível em: <http://observatorioge-ograficoamericalatina.org.mx/egal10/Procesosambientales/Impactoambien-tal/06.pdf> Acesso em: 10/09/2018 as 10hs20min.BRITO, A. O. Estudos da Erosão no Ambiente Urbano, Visando Plane-jamento e Controle Ambiental no Distrito Federal, 2012. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstre-am/10482/10876/1/2012_Annanery-deOliveiraBrito.pdf> Acesso em: 11/10/2018 as 16hs34min.FREITAS, E. Formas de Proteger o Solo Contra a Erosão, 2018. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geo-grafia/formas-proteger-solo-contra-ero-sao.htm> Acesso em: 29/09/2018 as 11hs30min.GRABOWSKI, L. Erosão do Solo Pela Ati-vidade Agrícola, 2018. Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/agricultura-pecuaria/erosao-so-lo-pela-atividade-agricola.htm> Acesso em: 20/09/2018 as 10hs40min.

GUERRA, A. J. T. et al. (Orgs.) Erosão e conservação dos solos: conceitos, te-mas e aplicações. Cap. 7, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.PENA, R. F. A. Erosões Urbanas, 2018. Disponível em: <https://alunosonline.uol.com.br/geografia/erosoes-urbanas.html> Acesso em: 02/10/2018 as 20hs12min.RIBEIRO, L. F.; HOLANDA, F. S. R.; ARAU-JO FILHO, R. N. Indicadores ambientais para estudo da contribuição da bioe-ngenharia na sucessão ecológica da mata ciliar da margem direita do Rio São Francisco. Caminhos de Geografia. Uberlandia. v.11, n. 35, p. 222-230, 2010.SILVA, S. A. Controle de Erosão, 2007. Dis-ponível em: <https://www.agrolink.com.br/colunistas/coluna/controle-da-erosao--na-agricultura-tecnificada_384805.html> Acesso em: 05/10/2018 as 16hs02min.Portal São Francisco. Erosão do Solo, 2015. Disponível em: <https://www.por-talsaofrancisco.com.br/geografia/ero-sao-do-solo> Acesso em: 01/10/2018 as 12hs25min.Portal Metálica Construção Civil. Controle de Erosão do Solo. Disponível em: <http://wwwo.metalica.com.br/artigos-tecnicos/controle-de-eros-o-do-solo> Acesso em: 09/10/2018 as 17hs45min.Sua Pesquisa.com. Degradação do Solo. Disponível em: <https://www.suapesqui-sa.com/geografia/degradacao_solo.htm> Acesso em: 06/10/2018 as 13hs20min.

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1 INTRODUÇÃO1.1 Definição e causasConsidera-se fragmentação vegetal como sendo a divisão de uma ma-triz de habitat em pequenas partes, transformando e/ou destruindo-o. Esse processo resulta no aumento da vulnerabilidade das espécies que habitam esses fragmentos, gerando consequencias ambientais significa-tivas. (PEREIRA et al., 2007)

Os fragmentos sao afetados por im-pactos diretos e indiretos relaciona-dos a fragmentação, sendo eles: Distancia entre os fragmentos (ou grau de isolamento); Tamanho e forma; Tipo de matriz circundante;Efeito de borda.A fragmentação é dividida em cau-sas naturais ou antropicas. A pri-meira ocorre a partir de um efeito climático em grande escala ou al

teração de relevo ao decorrer dos anos, causando barreiras entre os indivíduos, propiciando, graças a capacidade de cada espécie, mu-tações e adaptações que geram as chamadas espécies endemicas. Já no segundo caso, a ação huma-na é o agente transformador do meio. Não possui nenhum impacto positivo sobre a natureza, uma vez que causa danos severos e por ve-zes permanentes em um curto pe-ríodo de tempo. (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2003)

1.1.1 Fragmentação NaturalHabitats fragmentados ou ilhas de habitats diferenciados são produzi-dos por vários processos naturais. Alguns fragmentos mais antigos abrigam espécies endemicas devi-do ao longo tempo de isolamento,

BIANCA RODRIGUES DOS SANTOSBRENDA DE OLIVEIRA RESENDE

JULIE SECILIO RODRIGUESLEANDRO RAMATHÍS TRINDADE MICHELETTI

LUCAS RIBEIRO SERAVALI

Fragmentação de HabitatsFlorestais

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que permite que as gerações se adaptem a nova condição ambiental imposta, dependendo de sua resistencia ou sensibilidade. Os fatores e processos naturais, bem como seus efeitos, são:Flutuações climáticas: causam expansão ou retra-ção de determinados tipos de vegetação;Heterogeneidade de solos: restringe certos tipos de vegetação. Exemplo: matas calcárias;Processos de sedimentação e hidrodinamica em rios e no mar: isolam geograficamente espécies;Processos hidrogeologicos: produzem áreas tem-porariamente ou permanentemente alagadas, por exemplo;Topografia: forma ilhas em locais elevados ou vales profundos.

Esses fatores agem isoladamente ou combinados. Alguns fragmentos naturais são resultado combina-ção de flutuações climáticas do passado, altitude e tipo de solo. Esse processo é dinamico, porém ocor-re num período de tempo muito maior que aquele causado pelo homem. Em uma escala geologica de tempo, a fragmentação natural causa isolamento de populações, que pode levar a diferenciação ge-nética e especiação. A fragmentação natural é, por-tanto, fundamental na geração da biodiversidade. (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2003)

1.1.2 Fragmentação AntrópicaA fragmentação é uma das mais di-fundidas consequencias da dinamica de exploração da natureza pelo ser humano. A taxa de alteração é mi-lhares de vezes superior ao processo natural. Ao extrair os recursos natu-rais, não há uma preocupação com o modo como o processo é realizado, o que implica em impactos tão rápi-dos e poderosos que as espécies não são capazes de se adaptarem e aca-bam por entrar em processos de ex-tinção. (GASCON & TABARELLI, 2005)No Brasil, as maiores causas de frag-mentação antropica estão nas se-guintes atividades: Extração de madeira; Supressao da floresta por meio de queimadas;

Substituição da cobertura florestal nativa por re-florestamento com espécies exoticas; Exploração agropecuária, que substitui os rema-nescentes florestais por pastagens e áreas de cultivo; Práticas agrícolas cada vez mais mecanizadas;Padrão da estrutura fundiária existente que di-ficulta a proteção das florestas e propicia ações que geram perturbações nas áreas dos remanes-centes florestais; Urbanização desordenada; Pressão de turismo;Caça e captura de animais silvestres; Implantação de infraestrutura de transportes, energia e saneamento;Lançamento de poluentes;Mineração extrativista; Agropecuária.

1.2 Consequências da fragmentaçãoAs principais consequencias da quebra da conti-nuidade do ecossistema sao:Redução de habitat;Redução de biodiversidade;Efeito de borda;Isolamento Reprodutivo e metapopulações.

Figura 1: Esquema simplificado da fragmentação vegetal. Fonte: http://cerradotequerobem.blogspot.com.br/2015/03/o-que-e-fragmentacao-de-ecossistemas.html

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1.2.1 Redução de HabitatE a fragmentação física em si, também chama-da de perda de área. Ao reduzir uma determi-nada área, haverá um aumento na competição pelos recursos do meio (área, alimento, água, etc.). A consequencia direta disso é a redução das populações, uma vez que algumas espécies, principalmente as consideradas raras, possuem uma sensibilidade maior a profundas mudan-cas e estarao mais sujeitas a entrar em proces-so de extinção quando comparadas a espécies com uma capacidade adaptativa maior, que tam-bém sofrerão com perdas, porém a chance de adaptação é maior. (PINHEIRO & PINHO)

1.2.2 Redução de BiodiversidadeA redução de populações e espécies ocorrerá de acordo com a qualidade do fragmento ao qual elas estão inseridas. A regra geral é que fragmen-tos maiores possuem maior biodiversidade, por uma questão de área disponível para cada táxon. Contudo, isso não significa que os fragmentos possuem má qualidade. Uma área menor de ha-bitat de boa qualidade acarreta sim em menores populações, e os eventuais excedentes migram para outras áreas e passam a competir com as populações residentes do novo local. E essa mi-gração causará um desequilíbrio em fragmentos mais sensíveis e consolidados, podendo acarretar na perda de mais espécies. (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2003)

1.2.3 Efeito de bordaO processo de fragmentação implica também na criação de uma “borda” na mancha do habitat. Diferentemente de uma transicao natural da pai-sagem (os ecotonos), a borda ocorre de maneira abrupta, impondo condições extremas para as espécies que estão na área externa do fragmen-to, como alta quantidade de vento e luz solar e baixa umidade e matéria organica. Os indivíduos entao comecaram a morrer por conta das condi-ções extremas, o que causa uma redução de área e biodiversidade. Esse efeito é conhecido como Efeito de Borda.

O tamanho e a forma do fragmento influenciam na quantidade de efeito de borda que ele sofre-rá. Quanto menor for a mancha, mais o efeito será sentido, uma vez que a razão interior/margem é menor. Essa razão impõe restrições na manuten-ção de algumas populações dependentes de espa-ço para sobreviver (CEMIN et al., 2005)

1.2.4 Isolamento reprodutivo e metapopulaçõesO isolamento reprodutivo não apresentará seus efeitos de maneira instantanea. Porém, nas gera-ções vindouras, os impactos negativos começarão a surgir. Devido a separação, haverá uma ruptura no fluxo genético da população, uma vez que, com poucos indivíduos para se reproduzir, a tendencia é que o cruzamento consanguíneo passe a se tornar Número de indivíduos perdidos: considerando fauna

"É importante estar ciente dos macro e micro fatores que influenciam nos processos de fragmentação, sobrevivência das espécies e qualidade do fragmento"

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Figura 2: Demonstração do efeito de borda. Fonte: http://www.klimanaturali.org/2012/11/efeito-de-borda-em-ecologia.html

e flora, não diferenciando espécies, uma obra pro-voca perdas nas populações existentes;Fragmentação do habitat (ou perda de área vegetal): quantidade de indivíduos arboreos são removidos para dar lugar as instalações da obra.

Apenas tres variáveis serão consideradas uma vez que, conforme foi possível observar, a fragmentação é um processo complexo por causa da grande quan-tidade de variáveis e as fortes interações entre elas. Por isso, deixar o sistema menos complexo é um método simples e eficaz de tornar os cenários mais palpáveis, apesar da considerável perda de proximi-dade com a realidade que isso possa acarretar.

O modelo considera dois gráficos. No primeiro, podemos observar a fragmentação em função do tempo da obra, enquanto no segundo a perda de indivíduos no decorrer do tempo.

Pela análise dos gráficos, podemos notar que a fragmentação se estabiliza apos o término da obra, uma vez que cessa o processo antropico e apenas o natural passa a novamente ocorrer no meio.

No segundo gráfico é possível observar que existe uma pequena perda de indivíduos antes do início da obra, em decorrencia dos balanços negativos nas taxas de natalidade e mortalidade. No en-tanto, as taxas de perda aumentam drasticamen-te antes e durante a obra, decaindo até atingir estabilidade.

No entanto, somente quando cruzamos os dois gráficos podemos observar o fato mais curioso que o modelo evidencia:

Conforme observado, ao final da obra a área perdida se estabiliza. Porém, a perda de espé-cies continua. Isso ocorre pelos efeitos imediatos da fragmentação vegetal, ou seja, o aumento da competição e a disputa pelo espaço reduzido. Com isso, espécies mais sensíveis existentes na região que, considerando uma floresta ombrofila densa que levou séculos para chegar a sua condi-ção clímax, representam uma boa parte da comu-nidade, continuarão a perder indivíduos, ao passo que as espécies com capacidade de adaptação maior conseguirão, com o tempo, dominar o novo fragmento e fazer com que as taxas de perdas se estabilizem. Lembrando que o modelo não con-sidera quais são os táxons, apenas indivíduos e considerando que existe sensibilidade maior ou menor entre cada espécie.

Dessa forma, o modelo pode ser definido por: “Mesmo com o fim da ação antropica, as perdas de indivíduos continuarão a ocorrer devido aos efeitos imediatos da fragmentação dos habitats, que aumentarão a competição entre as espécies, prejudicando as mais sensíveis”.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃOO modelo proposto demonstra o quanto que a fragmentação vegetal impacta todos os tipos de espécies em termos de perda de indivíduos. En-tretanto, essas consequencias negativas podem ser minimizadas com projetos variados, sendo so-luções viáveis para essa problemática ambiental.

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Figura 3: Demonstração da situação-problema. Fonte: br.depositphotos.com/184598162/stock-video-flight-in-forest-between-trees.html

4.1 Projetos e soluções para a fragmentação ecológicaExistem alguns projetos referentes a fragmenta-ção. Um deles é o Projeto Dinamica Biologica de Fragmentos Florestais – PDBFF que é um projeto de cooperação bilateral entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (INPA) do Ministério da Ciencia e Tecnologia e o Smithsonian Institution (SI) dos Estados Unidos, e sua criação se deve a um acalorado debate científico de meados da dé-cada de 70, sobre a aplicabilidade da teoria da biogeografia de ilhas para o planejamento de uni-dades de conservação. Esse debate, conhecido in-ternacionalmente pela sigla “SLOSS” (Single large or several small reserves of equal area) procurava avaliar a importancia da manutenção de uma re-serva florestal grande ou de várias pequenas de igual tamanho. Naquela época, no entanto, os ar-gumentos sobre “SLOSS” eram mais sobre teoria ecologica do que dados e práticas no mundo real. Entretanto, sua discussão foi fundamental para o início de estudos em ecossistemas fragmentados. (PINHEIRO & PINHO)

O projeto tem uma dupla missao: determinar as consequencias ecologicas do desmatamento e da fragmentação florestal sobre fauna e flora na Amazonia, além de transferir a informação gerada para diferentes setores da sociedade a fim de fa-vorecer a conservação e o uso racional dos recur-sos florestais. Para cumprir sua missão, o projeto criou um programa de pesquisa para catalogar e monitorar a biodiversidade e suas respostas aos impactos provocados pela fragmentação.

4.2 Corredores ecológicos: a solução mais difundidaOutra solucao muito difundida pela ecologia de paisagens consiste na implantacao de corre-dores ecologicos, definidos pela Lei Federal N° 9.985/2000 como:

Porções de ecossistemas naturais ou seminatu-rais, ligando unidades de conservação, que possi-bilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sobrevivencia, áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.

Corredores ecologicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dis-persão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. São implantados com base em estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida e a distribuição de suas populações. A partir dessas informações, são estabelecidas as regras de utilização das áreas, com a possibilidade de manutenção do fluxo dos táxons entre fragmen-tos naturais e, com isso, a conservação dos recur-sos naturais e da biodiversidade. (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, 2003)

Os corredores ecologicos atuam positivamente na mobilidade dos indivíduos, reduzindo significati-vamente o isolamento e a distancia geográfica en-tre eles. Com isso, ocorre um aumento nas taxas migratorias, que traz como benefício a possibili-dade de uma troca genética maior entre os com-ponentes das espécies. Os corredores, portanto, aumentam as chances de sobrevivencia das me-tapopulações, minimizando os riscos de extinção.

As funções ambientais dos corredores ecologicos são as seguintes (MACEDO & PASSOS):

Habitat: exercendo a função de habitat, o corredor é uma área com a combinação apropriada de re-cursos (alimento, abrigo) e condições ambientais para a reprodução e sobrevivencia das espécies. Se um corredor propicia um habitat apropriado, facilitará também a dispersão. E importante que

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Gráficos 1 e 2: Demonstração do modelo. Fonte: acervo pessoal

Gráfico 3: Sobreposição dos gráficos 1 e 2, que demonstra o aumento na perda de espécies mesmo apos o final da obra. Fonte: acervo pessoal

os corredores sejam largos para sustentar uma ampla gama de espécies nas mais diversas escalas de tempo;

Condutor ou Dispersor: a habilidade dos animais se moverem através de um corredor de um local para outro é a função de condutor, que inclui o fluxo para a migração sazonal de determinadas espé-cies e a exploração e a procura de parceiro para a reprodução. Entretanto, corredores podem ao mesmo tempo em que atuam como facilitado-res, podem atuar como complicadores, depen-dendo de cada espécie envolvida no ecossistema estudado;

Filtro: está associado, geralmente, com a quali-dade da água. Uma “faixa filtro” é, por exemplo, a vegetação ciliar dos cursos d’água, destinada a

remoção de nutrientes, sedimentos e poluentes pro-venientes do escoamento superficial antes de atingi-rem os ecossistemas aquáticos.

Fonte e Sumidouro: a dinamica das populações de animais silvestres na paisagem depende de unida-des de habitat adequadas e inadequadas. O destino de uma populacao na paisagem pode depender do sucesso reprodutivo dos indivíduos que ocupam uni-dades de habitat de boa qualidade em sobrepujar o fracasso reprodutivo dos indivíduos que ocupam unidades de habitat de má qualidade. Esse conceito é chamado de dinamica de fontes e sumidouros. Cor-redores precariamente projetados podem agir como sumidouros de determinadas populações, devido a ampla exposição dos táxons nas bordas, deixando-os expostos.

Os corredores ecologicos são também uma das alter-nativas para conscientizar as pessoas sobre o risco de atropelamentos em rodovias e preservação da fauna local. Tomando a situação-problema utilizada na construção do modelo, é possível obter um pro-jeto de mitigação dos impactos da obra. A localidade (mata atlantica), com seus principais mamíferos: Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia);Mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara); Onça-pintada (Panthera onca); Irara (Eira barbara);

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Figura 4: Modelo esquematizado de aplicação de corredor ecológico em um projeto de rodovia. Fonte: acervo pessoal

Figura 5: Esquema de funcionamento dos stepping stones (pontos de ligação) que acabam por atuar de maneira semelhante a um corredor ecologico. Fonte: http://cmq.esalq.usp.br/Philodendros/doku.php?id=lcf0130:historico:2016:equipes:equipe07:start

Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla);Tatu-peludo (Euphractus villosus);Muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus); Gato-maracajá (Leopardus wiedii); Rato-do-mato (Wilfredomys oenax).Esses mamíferos, além de sujeitos aos já citados impactos, correm o risco do atropelamento e estao ainda mais isola-dos que os demais (como as aves). As-sim, com a construção de um corredor ecologico por cima da rodovia é possível promover a ligação segura entre os dois ecossistemas, sem que o animal passe pelas estradas, evitando assim os atro-pelamentos, além de unir novamente os ecossiste-mas que estavam separados

4.3 Stepping Stones: a solução no meio urbanoOs corredores ecologicos são fundamentais na liga-ção entre os fragmentos. Porém, se pensarmos em um ambiente urbano totalmente consolidado, será complexo implantar um projeto grande como um corredor. Para que a ligação entre habitats possa ser viabilizada em meio urbano, portanto, é necessária

uma nova alternativa: os stepping stones, ou trampo-lins ecologicos.

Esses trampolins, ou pontos de ligação nada mais são que pequenas áreas de habitat dispersas pela matriz da paisagem que promovem a ligação entre as man-chas (ou fragmentos). Pensando em um ambiente urbano, a matriz seria a cidade, as manchas as gran-des áreas de conservação e os trampolins as praças, parques menores e demais unidades menores de ha-bitat. (METZGER, 2001)

"Os corredores, portanto, aumentam as chances de sobrevivência das metapopulações, minimizando os riscos de extinção".

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Os stepping stones atuam aproximando os frag-mentos, beneficiando principalmente dispersores de sementes e polinizadores, garantindo uma manuten-ção da biodiversidade de localidades antes isoladas. E uma solução totalmente viável para grandes cen-tros urbanos, pois não é necessária uma estrutura retilínea e complexa quanto um corredor. Basta ape-nas de uma praça, ou mesmo uma espécie de flora em uma calçada que seja atrativa para polinizadores e dispersores de semente específicos dos fragmen-tos já existentes. Um estudo de similaridade florísti-ca se faz necessário para que as espécies escolhidas para compor os trampolins pertençam as manchas estudadas.

5. CONCLUSÃOO meio ambiente se encontra como uma verdadei-ra colcha de retalhos: totalmente fragmentado. As consequencias da ação antropica no meio já são co-nhecidas, mas pela otica da fragmentação vegetal

os estudos são recentes. Com isso, a ausencia de dados é alta, porém por observação cientistas já percebem a atuação dos efeitos de borda e dimi-nuição de populações apos uma intervenção hu-mana em certa área verde.

A modelagem de sistemas ambientais surge como auxílio para que dados mais precisos possam ser obtidos, além de realizar predições e monitorar o real impacto que a cisão de habitats provoca. Pelo desenvolvimento de modelos robustos, será pos-sível verificar, antes mesmo de uma obra se iniciar, o quanto de perdas podem ser esperadas apos o término da mesma.

E, com esses modelos e dados robustos, é possível prever medidas que mitiguem esse impacto; assim minimizando e evitando que o ambiente seja ain-da mais fragmentado do que atualmente está.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBARROS, Camila S.; FERNANDEZ, Fernan-do A. S.; PIRES, Alexandre S. Vivendo em um mundo em pedacos: efeitos da frag-mentação florestal sobre comunidades e populações animais. Essencias em Bio-logia da Conservação-Cap. 10.BRASIL. Lei n. 9.985, de 18 de jul. 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Con-servação da Natureza e dá outras provi-dencias. Presidencia da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília. 2000.CEMIN, Gisele et al. Efeitos da fragmen-tação de hábitats sobre comunidades animais: utilização de sistemas de infor-mação geográfica e de métricas de pai-sagem para seleção de áreas adequadas a testes. XII Simposio Brasileiro de Sen-soriamento Remoto. Goiania. 2005.FIGUEIREDO, Diogo F. Caeiro.; NEVES, Nuno A. G. de Sousa.; PEREIRA, Miguel A. da Silva. Considerações sobre a frag-mentacao territorial e as redes de cor-redores ecologicos. 2007. 20f. Artigo – Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociencias. Londri-na, 2007.GASCON, Claude.; TABARELLI, Marcelo. Lições da pesquisa sobre fragmenta-ção:aperfeiçoando políticas e diretrizes

demanejo para a conservação da biodi-versidade. Megadiversidade, Volume 1. 2005.MACEDO, Maria Esther.; PASSOS, Rafaela T. M. Pereira. A importancia dos corredo-res ecologicos na redução do número de atropelamentos de animais nas rodovias. Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Minas Gerais.METZGER, Jean Paul. O que é ecologia de paisagens?. Laboratorio de Ecologia de Paisagens e Conservação. Departamento de Ecologia, Instituto de Biociencias da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2001.MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE. Frag-mentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e reco-mendações de políticas públicas. Brasília. 2003.NASCIMENTO, Sandro Muniz do. Efei-tos da fragmentação de habitats em po-pulações vegetais. Pos-graduação em Ecologia. Departamento de Botanica do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas. Campinas.PINHEIRO, Renato Torres.; PINHO, Luis Antonio de. Fragmentação e ecologia de paisagens.TODA MATERIA. Animais da Mata Atlanti-ca. Disponível em: https://www.todama-teria.com.br/animais-da-mata-atlantica/. Acesso em: 30 abr. 2018.

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Audazes PortuguesesNão é de hoje que o fascínio pela Amazonia habita a mente de pes-soas pelo mundo todo, retratado como um Paraíso Terreal (HOLAN-DA, Sérgio. B. de, 1993). Desde os povos originários deste continente, que desenvolveram técnicas mile-nares para viverem em simbiose com a floresta, até os exploradores europeus, que lhe batizaram com esse nome mitologico, pois so podia mesmo ser a intransponível morada das mulheres guerreiras e podero-sas, a Amazonia sempre foi, e é, mo-tivo de admiração e de cobiça. Na magistral obra de Sergio Buarque de HOLANDA (1993), pode-se enten-der que a selva amazonica é a maior expressão da mãe natureza, uma mulher com a mais exotica das apa-rencias, forte, perigosa, e que impu-nha o respeito aos seres másculos, suados e empoeirados que eram os

exploradores – um mito legítimo, dada a perplexidade gerada na ca-beça dos viajantes. E um ambiente que tende a por os homens, em seu sentido amplo, em seu devido lugar.Durante a Era dos Descobrimentos e a partilha deste nosso continente, Portugal ainda era uma poderosa potencia marítima, mas se lançou com afinco na conquista da Bacia Amazonica, a despeito do limite das Tordesilhas, que com o tempo pro-vou ser uma linha desenhada em areia de praia. Os holandeses, in-gleses, franceses e espanhois logra-ram expedições, fizeram investidas, mas o domínio que realmente pre-valeceu foi o portugues, aceitando parar apenas para a imponencia an-dina. A hileia era tão fascinante que a potencia marítima que inventou as caravelas converteu seu espírito intrépido em uma ousada potencia anfíbia, no coração sul-americano.

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Antes do final do século XVII, os por-tugueses adentraram a Bacia Ama-zonica, fundando o forte de São José do Rio Negro (1669), que se tornaria na futura vila de Manaus (1832). Para se ter ideia desse feito, a distancia em linha reta de Belém, na foz do Amazo-nas até Tefé (1.817,22km), a oeste de Manaus é maior que a distancia em li-nha reta de Nova York até a Cidade do Kansas (1.761,07km), no centro dos EUA. Ocorre que somente no século seguinte é que os recém-indepen-dentes EUA adentrariam além dos 1.500km em seu vasto continente, pois ainda eram impedidos pela Cor-dilheira dos Apalaches, isso enquanto os portugueses já se aproximavam ra-pidamente dos dois mil quilometros dentro da Bacia Amazonica. A Selva Amazonica podia contar com a vasta rede fluvial, mas era tomada por uma floresta vigorosa, civilizações indíge-nas antigas e integradas ao ambien-te, conjunto que impunha diversas limitações as incursões e a defesa. E assim o Brasil herdou, anos depois, um territorio praticamente “pronto”, precisando apenas de alguns ajustes e a manutenção de sua defesa, mas quase no formato do mapa que co-nhecemos tão bem.

O Mapa do BrasilO mapa do Brasil é curioso. Além de vir pronto, era a delimitação prévia de um futuro, um territorio do porvir.

Os EUA não nasceram prontos como territorio, mas certamente como ideia revolucionária, que se justificaria ex-pansiva rumo ao Pacífico. O Brasil não era revolucionário, aliás, nasce-ria como um império, em que a me-tropole e a colonia se encontravam dentro da mesma extensão de terras. Enquanto os EUA emergiam em seu futuro ao conquistarem e comprarem territorios, com base em seu “Destino Manifesto”, o Brasil nasceu com todo seu potencial pronto e, para todos os

efeitos, o seu proprio territorio era a materialidade de seu destino. Ou seja, o Brasil nasceu com todo o seu poten-cial preestabelecido, e, como império, deveria se lançar a conquista de si mesmo, a exemplo de uma pessoa que se lança ao autoconhecimento para entender os seus proprios limi-tes. Dessa forma, a propria configura-ção territorial do Brasil define o papel que o País deveria exercer para si e para o mundo. E o resultado é que, ti-rando a autopercepcao de outros pa-íses que compartilham a floresta com o Brasil, o toponimo “Amazonia” é virtual sinonimo deste país diante do Mundo. Afinal, 60% do País encontra--se neste super bioma, perfazendo-o, também, como o maior detentor de suas áreas. O General Meira Mattos, em seu livro “Uma Geopolítica Pan--Amazonica” (1980), nos lembra que a Amazonia concentra “um quinto da disponibilidade mundial de água doce e um terço das reservas mundiais de floresta latifoliadas”. O Brasil é tão amazonico e a Amazonia é tão brasi-leira que para a maior parte do mun-do trata-se, virtualmente, da mesma coisa. Não devemos esquecer que todo país se define pela sua geogra-fia e pela sua historia, e o Brasil não é exceção: A Amazonia é a essencia do Brasil, e por isso é uma região prota-gonista em muitos aspectos.

Nesse sentido, pensando em Geo-política, uma grande dominação ter-ritorial como a do Brasil sempre traz grandes desafios. De todos os países do mundo, o Brasil tem o maior nú-mero de vizinhos, depois da Repúbli-ca Popular da China, com a diferença que, por razões historicas, geopolí-ticas e de latitude, fazemos fronteira com uma grande potencia europeia, a França (pelo Departamento da Guia-na Francesa). São ao todo 11.000km apenas de fronteiras em regiao ama-zonica, o que sozinho já consiste em um desafio de grandes proporções.

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De forma mais ampla, nossas frontei-ras são mais bem consolidadas que as do gigante asiático. Foi, realmen-te, uma belíssima obra de tecelagem promovida por grandes diplomatas como Alexandre de Gusmão e o Ba-rão do Rio Branco, apenas para citar os mais famosos. Em outras palavras, o que herdamos dos conquistadores portugueses, conseguimos cristalizar no Atlas Universal logo depois. Infe-lizmente, ainda que a fronteira esteja em grande medida pacificada, é bas-tante porosa nessa região, o que per-mite muitas atividades ilícitas, mesmo depois de o Brasil instalar o poderoso Sistema de Vigilancia da Amazonia (SI-VAM-SIPAM), na década de 1990.

Reafirmações, Vigilância e ExpansãoA ideia de territorio invoca o domínio sobre todos os recursos naturais, ou seja, sobre as potencialidades do país. O entendimento da criticidade dessa região motivou o mapeamento ainda na década de 1970 pelos radares ae-rotransportados do Projeto RADAM

(os aerolevantamentos começaram em 1971). As potencialidades tem a ver tanto com o contexto presente, mas, criticamente, com o futuro. Os recursos devem catapultar para o fu-turo e sustentar ao máximo o Poder conquistado nesse futuro também. O territorio é para ser pensado, conheci-do, respeitado, estudado, normatiza-do e responsavelmente diligenciado. Sem conhecer a si mesmo, como se pode tomar decisões apropriadas? O Projeto RADAM veio a esteira disso.

Mas não basta consolidar o territorio pelo encerramento das fronteiras com os vizinhos, e dilapidar os seus re-cursos olhando exclusivamente para o hoje. E extremamente necessário diligenciar esse domínio pensando no destino que toda nação visa ter: o do poder perene. O General Golbery do Couto e SILVA escreveu em sua “Ge-opolítica do Brasil” (1967) que era ne-cessário “inundar de civilização a Hileia amazônica, [...], partindo de uma base avançada constituída no Centro-Oeste”. Contudo, a proposta estava pautada

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ainda na mentalidade dos explora-dores portugueses de outrora. Ao nosso ver, podemos reinterpretar a frase, nos distanciando da percepção do eminente pensador geopolítico em sua obra: não se “inunda” de ci-vilização um lugar que já possui uma conjuntura de civilizações, que efeti-vamente fazem parte do nosso patri-monio nacional há quase 520 anos. Basta abraçar as potencialidades que essas civilizações podem oferecer a si mesmas e ao Brasil, naturalizando-as como parte de uma civilização brasi-leira, realizando um longo sonho dos teoricos do País perante os desafios de seu reconhecimento no Mundo. Trata-se de integrar o modo de pro-dução que o conjunto de civilizações originárias da Amazonia já criou e con-solidou ao longo de séculos, articulan-do-o como uma forte engrenagem ao restante da economia brasileira, sem modificações.

E um privilégio aos brasileiros contar com uma segunda via, um modo de produção amazonico, pronto e benéfico ao proprio bioma e ao país inteiro, o que justifica o seu estudo detalhado. A tal “base avançada cons-tituída no Centro-Oeste”, sugerida pelo General Golbery não deveria ser um sinal automático de extensão das práticas economicas para cima do bioma, até porque as variedades e propriedades dos solos sao diferentes entre a Amazonia e o Centro-Oeste, o que constitui uma barreira natural para se por em prática a reprodução dessas atividades na “Ilha Amazonica” (emprestando um termo do General Golbery).

Recursos da Floresta e uma Civilização BrasileiraConvenhamos, a Amazonia não é qualquer territorio também. Não é como cercar e dominar uma área

desértica ou uma extensa pradaria, ou mesmo uma floresta de regiao subtropical ou temperada. Estamos falando de um bioma extremamen-te complexo, de difícil incursão, com recursos que competem ou até su-peram a tão celebrada riqueza do pré-sal, que se resume aos seus vastos depositos de hidrocarbone-tos. Sim, a Amazonia é mais estraté-gica que o pré-sal. Bem, em termos de biodiversidade, sem dúvida es-tamos falando de um super bioma. Espécies do reino vegetal e animal pouco estudados ou desconhecidos podem produzir sínteses bioquími-cas que poderiam potencializar um projeto científico nacional, com im-pactos globais. Existem animais e vegetais que vivem em recantos es-pecíficos da Amazonia, e cada extin-ção é, por certo, uma oportunidade perdida para o Brasil, e, por conse-guinte, para a humanidade. Como dissemos aqui, o territorio brasilei-ro é muito caro para o seu povo, e sinonimo de seu Estado e de sua historia. A Amazonia praticamente define o Brasil, pois, cortar qualquer

A Amazônia é a essência do Brasil, e

por isso é uma região

protagonista em muitos

aspectos.

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estado brasileiro do nosso mapa é o mesmo que decepar o braço de alguém, mas extrair a Amazo-nia, é como cortar a cabeça, ou o coração. E preciso explorá-la com a mentalidade coerente com este momento historico, usufruindo-se das boas práticas já desenvolvidas pelos povos originários, aliando-as as tecnologias de ponta e o conhe-cimento científico detalhado, sem dúvida, nacional. Tudo visando a otimização e, portanto, sem des-perdícios, o que configura uma vi-são estratégica. Mas se a forma de exploração não concilia com o di-namismo desse bioma, trata-se de uma irresponsabilidade, e, sem dú-vidas, um flagrante atentado contra as potencialidades futuras do País.

Ocupar a Amazonia com pastagens e vender a madeira derrubada é desperdiçar as potencialidades que foram retiradas daquelas terras violadas de forma egoísta e crimi-nosa. Além disso, é preciso ressal-tar que o ato de querer “civilizar” povos já civilizados em seus termos também é um atentado as nossas potencialidades, e sem dúvida um genocídio, sem medo de exageros nesta afirmacao. Essa atitude re-produz modelos de colonialismos há muito abandonados pelas po-tencias do passado, que buscaram suprimir tradições e conhecimen-tos ancestrais que foram perdidos para sempre. Será que estamos fa-dados a cometer todos os mesmos erros das potencias coloniais? Ou será que não podemos pensar em um modelo brasileiro de expansão “daquele império” que herdamos dos intrépidos lusitanos, e inovar-mos? Pessoalmente, tendemos a gostar da frase “integrar para nao entregar”, porém, a palavra “inte-grar” para nos, tem mais a ver com “abraçar”, do que “inundar”, como eternizada pelo General Golbery em

sua obra. E o aprendizado de como as antigas civilizações aprenderam a viver e até contribuírem para que a floresta mantivesse sua exuberan-cia, permitindo que seus recursos fossem explorados por milenios sem prejuízo. Trata-se de compre-ender como as ações humanas po-dem potencializar os benefícios de uma floresta amazonica exuberan-te em prol da sociedade deste país continental. O Brasil poderia resga-tar, já que pretende se alinhar aos preceitos da Civilização Ocidental no sentido de Samuel HUNTINGTON (1997), a nobre noção aristotélica de que o Estado deve prezar pelo bem-estar humano. Esse bem-estar pode advir dos benefícios que os nossos ricos biomas podem prover, sem destruí-los, mas diligenciando a sua constante regeneracao. Essa oportunidade nenhuma civilização ocidental levou a cabo, muito pelo contrário; mas nos, o Brasil, ain-da temos tempo para empreender nessa linha de ação estratégica.

Já sabemos o que aconteceu em outras partes do mundo. Em contra-partida, levamos o que há de mais poderoso e nobre da ciencia brasi-leira, para que se promova entre to-dos o sentido de pertencimento ao Brasil. Podemos praticar uma forma brasileira de diligencia do territorio nacional, com base no conceito de “temas” provenientes do Império Romano do Oriente, abraçando a diversidade dos modos de produ-ção dos povos originários contidos no territorio brasileiro. Conquistar a última fronteira do Brasil, por com-pleto, não deveria perpassar pela mera ocupação militar, mas pela nobreza da cultura, da boa vontade e da conducao de uma integracao natural, e, logicamente, a percepção de uma ostensiva defesa militar de nosso gigante quinhão amazonico. O que pensaria o General Rondon

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a esse respeito? Basicamente, é fazer com que os corações e as mentes dos seres humanos dessas civilizações contidas na Amazonia funcionarem no batimento e no alinhamento de um Brasil indivisível, mas com respei-to as suas heranças e crenças.

Isso é estratégico e coerente. Trata-se de elaborar uma liga para forjar um escudo poderoso, totalmente brasilei-ro. Isso torna a conquista duradoura, e nao uma mera ocupacao territorial convencional. O Império Romano do Oriente sobreviveu por mais mil anos depois do fim do tão celebrado Impé-rio Romano do Ocidente. Quem voce acha que tinha a melhor administra-ção de domínios tão diversos?

O Desmatamento em um Sistema DinâmicoO Planeta Terra é um sistema dina-mico. Por mais que se discorde ou se desconfie de qualquer proposta vinda de ambientalistas, há de se convir que mexer em qualquer porção do Plane-ta imprime consequencias por todo esse sistema, em maior ou menor in-tensidade, sejam estas positivas e ne-gativas. Isso a ciencia já provou, não é uma questão de opinião ou ideologia. Há não ser que se negue por completo o funcionamento sistemico do Plane-ta, negando a interdependencia das espécies, e entenda-se tudo agindo em uma aleatoriedade. Assim como mãos destreinadas podem mexer em molas e engrenagens de um relogio, e podem causar problemas de funcio-namento no aparelho, mexer em um bioma sem o devido conhecimento e respeito por sua dinamica pode de-sencadear consequencias por vezes desconhecidas.

Nos precisamos manter ao menos o equilíbrio dinamico dos ecossiste-mas dentro do territorio brasileiro, a fim de tirarmos o melhor de nossos recursos, e isso inclui a operaciona-

lidade da atmosfera sobre nossas cabeças. O Centro-Oeste e o Sudeste brasileiros dependem, estrategica-mente, do bom funcionamento do regime hídrico da Amazonia para ter seus proximos recordes de safra, in-dependentemente de qualquer ar-gumento que se possa ter contra ou a favor das mudanças climáticas. Em 2003, Peter SCHWARTZ e Doug RAN-DALL empreenderam um estudo de cenário com o proposito de “imaginar o impensável”, nas palavras deles, ex-trapolando as tendencias das mudan-ças climáticas de forma relativamente conservadora, tendo em vista que desafios estratégicos possíveis os EUA enfrentariam no século XXI. Os auto-res descreveram que “Climaticamente, a visão gradual da mudança do futuro pressupõe que a agricultura continuará a prosperar e as estações de crescimen-to se prolongarão. O norte da Europa, a Rússia e a América do Norte prospe-rarão [no campo] agrícola, enquanto o sul da Europa, África e América Central e do Sul sofrerão com aumento da secura, calor, escassez de água e produção re-duzida” (SCHWARTZ, P. e RANDALL, D. 2003, pg. 4). Ora, se houver supressão ainda mais intensa de porções vastas da Amazonia, por quem quer que seja e por qualquer agente que seja, estar--se-á, basicamente, colocando o Brasil sob uma ameaça existencial, mesmo a luz de um cenário conservador, pois desmatar apenas acentua o possível cenário descrito por SCHWARTZ e RANDALL (2003).

Mesmo que o cenário desses auto-res não se concretize, o fato de haver crescente supressao pode causar um colapso da producao agropecuária do Sudeste. Se há necessidade de eleger um verdadeiro “inimigo interno”, en-tendemos que é aquele que ameaça a integridade economica e o vigor do territorio brasileiro, tanto em termos emergentes como potenciais. Ade-mais, desde meados do século XX se

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tem conhecimento a respeito de um dado importante: o General Carlos de Meira Mattos, em sua “Geopolítica e Tropicos” (1984) corroborou o estudo do geografo frances Pierre Gourou, que escreveu em 1953 que “os solos das regiões tropicais são mais pobres e mais fracos do que os das zonas tempe-radas, sendo necessário grande cuidado na sua utilização a fim de evitar um pos-terior enfraquecimento e destruição da frágil camada de humus que os cobre”, e que estas condições “tornam o solo tropical precário para o uso agrícola”, e que a exuberancia das florestas tro-picais “pouco pedem do solo, mas da matéria orgânica que se desprende das árvores constituindo a camada de hu-mus que as alimenta” (MEIRA MATTOS, Carlos de. 1984, pgs. 12-13). Ou seja, desmatar a Amazonia ou mesmo ou-tra floresta tropical assentada sobre bacias sedimentares, para qualquer que seja a atividade, já é uma atitude nao recomendada desde antes de meados do século passado, portanto, trata-se de uma estratégia fracassa-da. Não adianta expandir as custas de um bioma que so é rico enquanto há reciclagem da flora e da fauna que ali estao instalados. O General Meira Mattos ainda atesta ao seu leitor que Pierre Gourou exemplifica esse con-texto com as experiencias malsuce-didas dos desmatamentos na Ilha de Trinidad e na atual República Demo-crática do Congo. Ou seja, já temos até mesmo os precedentes que moti-variam a mudança de curso de nossa forma de conquista amazonica, mas parece haver uma audição seletiva por parte dos governos desta nação. O desmatamento da Amazonia confi-gura, sabidamente, em um ato incon-sequente já antes do surgimento dos primeiros movimentos ambientalistas que tanto insistem nesse fato nos dias de hoje. De novo: será que estamos fadados a cometer os mesmos er-ros, mesmo que tenhamos o conhe-cimento estratégico que nos permite

alterar o curso? Queremos mesmo fazer aflorar a areia improdutiva da bacia sedimentar que se encontra por baixo da vigorosa floresta proveitosa? Queremos mesmo que o celeiro de toda a agropecuária brasileira vire um equivalente tropical do “dust bowl” es-tadunidense dos anos 1930?

Enxergar ou Ser ExpectadorHá mais de vinte anos trabalhamos com cenas do sensor LANDSAT, o primeiro das famílias de sensores remotos voltados para o monitora-mento ambiental por parte das agen-cias civis. Criado em 1972 em comum acordo entre a NASA e o Serviço Ge-ologico dos EUA (USGS), a plataforma foi sendo aperfeicoada ao longo das décadas, e em 2013 foi lançada a sua oitava versão, com incríveis aperfei-coamentos em termos de fatiamento do espectro eletromagnético (subdivi-sões da energia refletida pelo plane-ta) e radiometria (profundidade de tonalidades). Graças a esse e outros

Não adianta expandir às custas de um bioma que só é rico enquanto há reciclagem da flora e da fauna que ali estão instalados.

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sensores remotos, como o CBERS (projeto conjunto do Brasil através do INPE, com a República Popular da Chi-na, desde 1999), os cientistas do Bra-sil e do Mundo hoje conhecem mais sobre padrões da natureza e seus embates diante da ocupação humana do que em toda a historia científica que os antecederam. Não há muito o que errar em termos de percepção do que vem sendo empreendido na Amazonia quando se olha diversas datas sucessivas dessas imagens de satélite: o fato é que há uma marcha de subsequentes desperdícios de re-cursos naturais da nação, por parte de verdadeiros “inimigos internos”, e a resolução do pixel não atenua em nada a gravidade dessas atitudes anti-patrioticas, nem faz a imagem do Bra-sil parecer melhor ou pior no Exterior. Por falar em imagem, a resolução do pixel permite enxergarmos um pouco melhor aquela mesma desgraça, sem os efetivos benefícios no combate ao crime, e seguimos sendo criticados justamente por aqueles que tem co-nhecimento de causa dos mesmos erros.

Ao mesmo tempo em que autorida-des estrangeiras tornam públicas sua indignação diante das queimadas na Amazonia, veladamente defendendo, em paralelo, posições populares para agradar seus eleitorados, além de nos lembrar o quanto ela, a Amazonia, é uma beldade tão cobiçada, essas mesmas autoridades escancaram um dado essencial, de forma bastan-te didática: o Brasil tem exemplos a não serem seguidos, espalhados pelo mundo, exatamente o deles. E isso inclui sistemas político-economicos, o colonialismo (o Sudeste age como potencia colonizadora do Norte), bem como políticas ambientais. Portanto, as críticas estrangeiras, por mais do-lorosas que sejam, são legítimas e até mesmo úteis para nos mesmos. Ora, não se pode agir com a Amazonia fei-

to um ser misogino, que, por se sentir proprietário de uma pessoa do sexo feminino, pode maltratá-la impune-mente, e que ainda fica indignado por ter sido denunciado por um vizinho que tenha testemunhado tal atitude. O tal vizinho enxerido pode ter seus anseios escusos também, talvez te-nha até fantasias com a linda Ama-zonia, e queira colocar suas mãos em suas belas curvas perfeitas e usufruir de sua abundante hidrografia e da seiva de suas árvores, mas isso não o desqualifica por completo como de-nunciante. Ademais, se a Amazonia é a morada das lendárias mulheres tão poderosas e guerreiras, talvez não demore muito para que elas travem uma batalha decisiva na porta da casa de seus inimigos, sitiando-os em suas cidades do Centro-Sul do Brasil, ma-tando-os de fome e de sede até que se arrependam de sua negligencia e maus tratos, até seus últimos fios de cabelo.

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1 INTRODUÇÃODe acordo com a Lei 9.478 de 6 de Agosto de 1997, que trata da Política Energética Nacional, biocombustível é uma substancia derivada de biomas-sa renovável que, por regulamento da Agencia Nacional de Petroleo, Gás Na-tural e Biocombustíveis (ANP), pode ser utilizada diretamente ou com alte-rações em motores a combustão ou geradores de energia elétrica, substi-tuindo parcial ou totalmente os com-bustíveis de origem fossil. Ou seja, através de processos físico-químicos é possível converter matéria organica um combustível com eficiencia ener-gética capaz de substituir os derivados de petroleo, em especial, a gasolina e o diesel por etanol e biodiesel.

1.2 BenefíciosO diferencial dos biocombustíveis está no seu menor índice de poluição, desde o processamento até a queima,

uma vez que seus principais expoen-tes liberam menores quantidades de dioxido de carbono para a atmosfe-ra, quando comparados com seus concorrentes fosseis. Além disso, por serem obtidos de plantas oleagino-sas, possuem caráter renovável, pois basta cultivar sua matéria prima. Esse cultivo, o beneficiamento do material e a produção promovem geração de empregos que, por sua vez, inserem no mercado um produto de alta qua-lidade ambiental e potencial energé-tico, diminuindo a dependencia de combustíveis fosseis das nações que investem nessa tecnologia, sendo um produto por vezes mais barato que a gasolina no preço da bomba (AZEVE-DO; LIMA, 2016).

1.3 Processo produtivoOs biocombustíveis podem ser obti-dos de duas maneiras distintas: pela

BiocombustíveisBeterraba e mandioca

BIANCA RODRIGUES DOS SANTOSBRENDA DE OLIVEIRA RESENDE

JULIE SECILIO RODRIGUESLEANDRO RAMATHÍS TRINDADE MICHELETTI

LUCAS RIBEIRO SERAVALI

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fermentação ou por reações químicas. Da fermen-tação é gerado o bioetanol, enquanto que das rea-ções químicas é obtido o biodiesel.

Através da fermentação da celulose encontrada na cana-de-açúcar ou no milho, é possível obter o bioetanol, que apresenta ausencia de enxofre quando queimado e emissão mínima de Gases de Efeito Estufa, sejam eles monoxido ou dioxido de carbono (CHAVES; GOMES, 2012).

Já o biodiesel é obtido pela mistura de ésteres mono-alquílicos e ácidos graxos, em um proces-so conhecido como transesterificação, ou seja, a reação de triglicerídeos (gordura) com um álcool na presença de um catalisador. Esse biocombus-tível possui taxas de poluentes muito inferiores se comparado ao seu semelhante fossil (AGUIAR et al, 2008).

1.4 Potencial das plantasComo citado anteriormente, o bioetanol e o biodiesel são os principais representantes dos biocombustíveis e ambos são obtidos por uma grande variedade de biomassas encontradas no Brasil e no mundo. O etanol é obtido utilizando como matéria-prima: cana-de-açúcar, milho, be-terraba, mandioca ou batata. Já o biodiesel usa oleos vegetais obtidos do girassol, coco, soja, den-de, canola ou mamona.

Através de alguns estudos foi possível verificar algumas plantas com o potencial para a geracao de biocombustíveis, especificamente o bioetanol, utilizando como matéria prima as culturas de be-terraba e mandioca.

1.4.1 BeterrabaNo Brasil a principal matéria prima utilizada para produção de etanol é a cana-de-açúcar, pois ela apresenta grandes teores de sacarose. O Brasil é o maior produtor mundial de cana (33,9%), açúcar (18,5%) e etanol (36,4%). Porém, a beterraba saca-rina (Beta vulgaris) também apresenta altos teores de sacarose, se comparado a cana-de-açúcar. A beterraba utilizada para a produção de bicombus-tível é a branca ou açucareira originária da Europa e o biocombustível gerado através dela é o etanol. Seu maior cultivo é em países de clima temperado. Países como a Alemanha já utilizam ela como sua

principal matéria-prima para obtenção de bio-combustível. No Brasil, seu cultivo concentra-se em São Paulo, Minas Gerais e nos Estados do Sul. A cultura da beterraba é mais adaptada ao clima ameno com temperatura media entre 15ºC a 18ºC, tolerando variações de 4ºC a 24ºC. Os melhores solos para o cultivo da beterraba são os profun-dos, bem drenados soltos e com alto teor de ma-téria organica. E uma hortaliça sensível a acidez, devendo o solo apresentar pH de 6 a 7. (BEGNINI et al, 2017).

1.4.2 MandiocaA mandioca (Manihot esculenta) além de ser uma planta de fácil cultivo, possui alta taxa de calo-rias e a maior eficiencia biologica como fonte de energia, apresentando um elevado teor de ami-do. No Brasil, essa espécie é cultivada em todas as regiões, frequentemente em solos de textura superficial média a arenosa, com baixos teores de nutrientes e de matéria organica. A mandioca tem papel importante na alimentação humana e animal, assim como matéria-prima para diversos derivados industriais, além da expressiva parti-cipação na geração de emprego e renda, espe-cialmente para pequenos produtores (OTSUBO; FARIAS, 2002).

Os maiores produtores do país são os Estados do Pará e da Bahia, destinada basicamente para pro-dução de farinha para consumo humano. O Esta-

"Como citado anteriormente, o bioetanol e o biodiesel são os principais representantes dos biocombustíveis no Brasil e no mundo"

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Figura 1: Dados comparativos de produtividade. Fonte: MANOCHIO, 2010

34FMU - FIAMFAAM

do do Paraná destaca-se como maior produtor de amido com 70,1% da produção nacional, seguido pelo Estado do Mato Grosso Sul com 20,3%, São Paulo com 8,7%, e os Estados de Bahia, Pará e Santa Catarina com apenas 0,3% (ABAM, 2014).

Alguns subprodutos são gerados a partir do processamento da mandioca sendo o farelo o mais importante, por ser uma fonte amilácea que pode ser convertida em açúcares para a obtenção de biocombustível-etanol. No Brasil, a utilização da mandioca como matéria-prima para producao de etanol sempre foi discutida tomando-se como referencial a cultura da cana--de-açúcar que lhe concorre com vantagens eco-nomicas nada desprezíveis (SALLA; CABELLO, 2008).

2 OBJETIVOSIdentificar o potencial de producao de man-dioca e beterraba no Brasil, para produção de biocombustível;Comparar a rentabilidade da produção do bio-combustível entre mandioca e beterraba.

3 MATERIAIS E MÉTODOSAtravés de levantamento bibliográfico em fon-tes como SciElo, Google Academico e o site da Embrapa, encontrar bases de dados e informa-ções coerentes que possam auxiliar no cumpri-mento dos objetivos, referente ao potencial e rentabilidade dos biocombustíveis, em especial o bioetanol, obtidos através da beterraba e da mandioca, comparando-os com a já consagrada cana-de-acúcar.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1 Geração de biocombustível pela beterrabaO processo de producao do etanol a partir da beterraba açucareira é o mesmo que o etanol de cana-de-açúcar, uma vez que a beterraba é uma matéria-prima sacarínea ou açucarada, portanto, o etanol é produzido a partir da saca-rose (MAGALHÃES; SERRA; OLIVEIRA, 2012).

O que diferencia os dois processos são as eta-pas que antecedem a chegada da matéria-pri-ma a usina: do plantio e preparo do solo até o transporte; o preparo da beterraba para que se obtenha o melaço e a quantidade de etanol pro-duzida por hectare. Ao chegar a usina, a beterra-ba açucareira passa por processo de limpeza e é fracionada em fatias finas. Essas fatias são lava-das em água quente em difusor para a extração do açúcar. A partir de então, o processo se torna análogo ao da cana-de-açúcar, uma vez que o líquido resultante contém em torno de 16% de solidos solúveis. A torta fibrosa resultante do processo de produção é utilizada como alimento para animais (BNDES; CGEE, 2008).

Tanto no seu cultivo, como na sua colheita, exis-tem gastos energéticos relacionados com o ma-quinário necessário para limpar o terreno, arar a terra, plantar sementes, colocar fertilizantes, pulverizar pesticidas e herbicidas e colher a be-terraba. Dessas operações, a colheita é a que apresenta maior consumo energético, devido a

utilização de colhedeiras mecanicas que cortam a coroa das folhas, reti-ram a raiz do solo e agitam-na para retirar a maior parte da terra agarra-da. Apos essa operação, a beterraba é transportada para a fábrica de eta-nol, e lá são novamente lavadas para retirar a terra remanescente, sendo depois cortada em palitos, a fim de aumentar a superfície de extração da sacarose. Em seguida, os palitos são enviados para um difusor, ou seja, um tanque no qual beterraba e água quente circulam em contracorrente,

aumentando o tempo de contato e, consequen-

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35FMU - FIAMFAAM

temente, a concentração de açúcar na solução aquo-sa resultante. Ao final, o sumo que sai do difusor é então submetido ao processo de evaporação para aumentar a concentração de açúcar, formando um xarope espesso. O xarope é fermentado, originando dois produtos apos centrifugação: o caldo fermenta-do, que constitui a fase líquida na qual se encontra o etanol; e as leveduras responsáveis pela fermen-tação, que são novamente introduzidas no tanque de fermentação, reciclando material e diminuindo o consumo energético do processo (MARTINS, 2015).

O rendimento do etanol proveniente da beterraba açucareira é de 100 litros por tonelada de beterraba colhida. A raíz contém aproximadamente 17% de sacarose em massa. No entanto, as modificações genéticas, irrigação e reprodução seletiva podem aumentar seu teor em até 21%. Em média, 97% da sacarose presente na beterraba pode ser recuperada para a fermentação (MANOCHIO, 2010).

Apesar de seu rendimento ser semelhante a da cana--de-açúcar, a beterraba tem a necessidade de ser re-plantada anualmente por sementes, enquanto que a cana deve ser renovada apenas de 6 em 6 anos. Isso faz com que o custo da produção de etanol via beterraba seja mais elevado (MONTEIRO, 2011).

O etanol a partir da beterraba apresentou resulta-dos semelhantes aos obtidos para a cana-de-açúcar e assim, mais vantajosa que o milho em termos de rendimento (desconsiderando a vertente economi-ca), alcançando uma média de 7500 L de etanol por hectare de beterraba cultivada.As vantagens de se utilizar bioetanol proveniente de beterraba são:Generosa produção de etanol por hectare de terre-no agrícola, ou seja, maior rendimento por hectare já

que os níveis de açúcar são grandes;Aproveitamento dos produtos secundários obtidos durante o processo, como a polpa prensada em pele-tes e enriquecida com melaço;As peletes sao usadas como forragem para gado bovino, suíno e equino, graças ao seu conteúdo ener-gético elevado;O melaço pode ser vendido para fabricação de fer-mento e ou ate mesmo para produção de bebidas alcoolicas;O álcool hidratado é adequado para veículos movi-dos exclusivamente a álcool;Contribuição na diminuição de impactos ambientes por ser fonte de energia renovável.Já as desvantagens são:

Gastos energéticos relacionados com maquinários para a limpeza do terreno, arar terra, plantar se-mente, colocar fertilizantes, pulverizar, pesticidas e herbicidas;

As necessidades nutritivas da beterraba exigem ana-lises prévias do solo para que não sejam gastos ferti-lizantes desnecessariamente. Sendo assim, a área de plantio é menor;

Enquanto os canaviais são renovados a cada seis anos, a beterraba faz-se necessário renovar o plantio de sementes todos os anos.

4.2 Geração de biocombustível pela mandiocaO processo de producao do etanol a partir da man-dioca é feito através do amido que constituí em uma fonte abundante de energia renovável, seguindo uma linha industrial semelhante a fabricação do álcool a partir de cereais. As principais operações unitárias envolvidas na manufatura do álcool etílico industrial

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Matéria-prima Produtividade Plantio Custo

Mandioca

Cana-de-açúcar

Baterraba

1 Tonelada de man-dioca, com 20% de

amido, pode produ-zir 104 litros

1 Tonelada de Ca-na-de-acúcar Pro-

duz 85 Litros

Uma tonelada de beterraba possa render cerca de

100L

A produtividade de aproximada-mente 20 t/ha

A produtividade de aproximada-mente 80 t/ha

A produtividade de aproximada-mente 70 t/ha

Custo de R$ 5.800 por hec-

tare

Custo de R$ 5.211,19 por

hectare

Custo de R$ 7.928,00 por

hectare

Tabela 1: Tabela comparativa com informações referentes aos biocombustíveis. Fonte: Autoria propria

36FMU - FIAMFAAM

a partir da mandioca pelo processo ácido e enzímico de hidrolise de amido são (MARTINEZ, 2016):

Pesagem – Lavagem – Descascamento: Apos a pesagem, as raízes de mandioca são lavadas e des-cascadas em descascadores para a eliminacao de impurezas como terra e areia, que afetam negativa-mente o processo.

Desintegração: A raiz é ralada para aumentar a super-fície especifica e facilitar a penetração do calor, a gelifi-cação e o ataque das enzimas amiloliticas ou do ácido, durante a sacarificação do amido. Se a raspa de man-dioca é usada como matéria prima, dispensam-se as operações de lavagem – descascamento. Nesse caso a raspa é moída em moinhos de martelo.

Sacarificação: É realizada através do uso do acido mineral (HCl) ou enzimas comerciais (alfaamilase e amiloglicosidase).

Fermentação: A fermentação alcoólica é o proces-so bioquímico que ocorre no citoplasma da levedura alcoólica, responsável pela transformação de açúcar em álcool etílico.

Destilação: Processo de separação de componentes de uma mistura, baseado na volatilidade de cada um deles em uma determinada temperatura e pressão.

Misturas hidro alcoólicas apresentam à pressão atmosférica uma temperatura de ebulição entre 78,35 e 100°C, respectivamente a temperatura de ebulição de etanol e água. A temperatura de ebulição da mis-tura hidro alcoólica será tão mais próxima de 78,35 quanto maior sua riqueza em etanol. No processo de fabricação de álcool a partir de mandioca, o liquido a ser destilado é o mosto fermentado ou vinho.

Em termos de produção, a mandioca supera a cana considerando o rendimento por tonelada. Confor-me  pesquisas  no  Departamento  Agroindústria  e Tecnologia de Alimentos da Esalq, uma tonelada de cana-de-açúcar, com 140 kg de Açúcar Total Recu-perável (ATR), produz 85 litros de álcool, enquanto que uma tonelada de mandioca, com rendimento de 20% de amido, pode produzir 104 litros de álco-ol, ou seja, a mandioca produz 19 litros a mais.

As vantagens de se utilizar bioetanol proveniente de mandioca sao:

A intensificação da utilização da raiz pode incenti-var o consumo do alimento, tornando os processos mais intensivos, produtivos e rentáveis, reduzindo o custo e também gerando mais resíduo, que pode vir a ser utilizado para geração de energia;

Usar a mandioca para fins de etanol em locais onde a produção de biocombustível através da cana não seja economicamente viável;

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Diminuir impactos que o campo de cana-de-açúcar gera;O resíduo gerado pode servir como ciclagem de nu-trientes em campos;A energia adquirida através da raiz da mandioca equipara-se ao uso de cana-de-açúcar.Já as desvantagens são:

Tem cinzas com alto teor de oxidos básicos quando queimado, o que pode criar uma camada de isolan-te térmico em vez de proporcional energia térmica;

Energia competindo com o alimento, se de fato comprovado o grande potencial dessa energia, a demanda da mandioca tende a crescer em grande escala, o que traz competição entre o uso de ener-gia quanto o uso alimentício;

Os custos de producao da cana sao menores se comparados aos da mandioca. Fazendo com que a produção desse tipo de biocombustível demanda um custo maior.

4.3 Tabela comparativaCom base nas pesquisas realizadas durante todo o desenvolvimento do artigo, foi possível chegar as informações abaixo, em tabela comparativa. A ca-na-de-açúcar, por ser a matéria prima principal para produção de biocombustíveis no Brasil, foi utilizada como base.

5. CONSIDERAÇÕES FINAISConforme foi possível verificar, a mandioca e a beterraba possuem um potencial similar ao da propria cana-de-açúcar, sendo as primeiras mais eficazes em determinadas situações do que o bio-etanol de cana. Portanto, a viabilidade é positiva, mas para que os resultados sejam ainda mais sa-tisfatorios, é necessário realizar diversos estudos prévios de implantação das monoculturas, a fim de já economizar recursos monetários e energia já nessa etapa. Com isso, o mercado de bioetanol tende a crescer, a medida que novas tecnologias surjam no mercado e, gradativamente, os com-bustíveis fosseis sejam substituídos.6.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASABAM – Associação Brasileira dos Produ-tores de Amido de Mandioca. Estatística de Produção. Disponível em: http://www.abam.com.br/estatisticas-producao.php. Acesso em 15 de set. 2018.AGUIAR, Paula Fernandes de. et al. Me-todologia analítica para quantificar o teor de biodiesel na mistura biodie-sel:diesel utilizando espectroscopia na região do infravermelho. Química Nova, Vol. 31, No. 2, 421-426. Brasil. 2008.AZEVEDO, Adriana N. Gomes de.; LIMA, Bruna G. de Azevedo. Biocombustíveis: desenvolvimento e inserção interna-cional. Revista Direito Ambiental e socie-dade, v. 6, n. 1, 2016 (p. 77-100). Minas Gerais. Brasil. 2016.BEGNINI, M. L. et al. Produção de etanol á partir da sacarose extraída da beter-raba sacarina. XII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Cien-tífica. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos. Brasil. 2017.BNDES E CGEE. (Org.). Bioetanol de ca-na-de-açúcar: energia para o desen-volvimento sustentável. Rio de Janeiro: Bndes, 2008. 316 p. DC, 2007. Disponível em: http://www.cei.org/pdf/5774.pdf. Acesso em: 19 set. 2018.BRASIL. Lei nº 9.478, de 6 de ago. de 1997. Dispõe sobre a política energéti-ca nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Con-selho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Brasília. 1997.CABELLO, Cláudio.; SALLA, Diones A.. Análise energética de sistemas de pro-dução de etanol de mandioca, cana--de-açúcar e milho. Revista Energia na Agricultura. Brasil. Botucatu. 2008.CHAVES, Maria C. de Carvalho.; GOMES,

Carlos F. Simões. Avaliação de biocom-bustíveis utilizando o apoio multicri-tério à decisão. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brasil. 2012.LORENZI, José O.; OTSUBO, Auro A. Cul-tivo da Mandioca na Região Centro-Sul do Brasil. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Dourados. Mato Grosso do Sul. 2002.MACEDO, Isaias C. Situação atual e pers-pectivas do etanol. Estudos avançados 21 (59), 2007. Universidade Federal de Campinas. Brasil. 2007.MAGALHÃES, Karine B.; SERRA, Juan. C. Valdés; OLIVEIRA, Lucas Mendes. Estu-do comparativo das diferentes tec-nologias utilizadas para produção de etanol. Geoambiente On-line: Revista Eletronica do Curso de Geografia, Jataí, v. 19, p.1-23, jul./dez. 2012.MANOCHIO, Carolina. Produção de bioe-tanol de cana-de-açúcar, milho e beter-raba: uma comparação dos indicadores tecnologicos, ambientais e economicos. Trabalho de Conclusão de Curso. Univer-sidade Federal de Alfenas. Poços de Cal-das. 2014.MARTINEZ, Daiana G. Produção de eta-nol de segunda geração a partir de resí-duos do processamento da mandioca. Dissertação (Pos-Graduação). Universida-de do Oeste do Paraná. Cascavel. Paraná. Brasil. 2016.MARTINS, Rhodiney Vaz. Etanol de beter-raba. Intr@ciencia Revista Científica. Fa-culdade do Guarujá. Edição 10. Dezembro de 2015. Guarujá. Brasil. 2015. MONTEIRO, André F. da Silva. Avaliação das potencialidades de produção de bioetanol em Portugal. 2011. 118 f. Dis-sertação (Mestrado) - Curso de Mestrado Integrado em Engenharia Mecanica, Fa-culdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2011.

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OResumo O desenvolvimento global é cons-tante e cada vez mais acelerado e dinamico, o país que não acom-panha na mesma velocidade e di-namismo acaba perdendo espaço dentro do cenário economico. Jun-to com esse desenvolvimento vem também o aumento do consumo de recursos naturais, pois trata-se em sua grande maioria da utilização de combustíveis não renováveis e poluentes, como petroleo e carvão mineral para a produção de energia, porém, este cenário tende a mudar com o passar do tempo, caso essa mudança não ocorra, o planeta en-trará em colapso gerando proble-mas muito maiores nao apenas na economia mundial, mas na vida de todos, por conta da poluição gera-da, consequencia desse desenvol-vimento desenfreado, de tal forma, que esse assunto tem sido muito debatido em eventos como ECO-92

e Rio +10. O pensamento de quebra de paradigma já é evidente e muito compartilhado dentro da sociedade, hoje, fontes renováveis como ener-gia solar, eolica e biomassa, estão sendo discutidas e introduzidas gra-dualmente pelos governos, dessa forma o desenvolvimento sustentá-vel e energia limpa está começando a tomar lugar no cenário mundial. O desenvolvimento sustentável esta li-gado ao uso de energias renováveis e que tenham menor impacto ao meio ambiente, então o artigo em questão irá apresentar uma des-tas fontes de energia, a solar, ex-plicando o que é, como funciona e suas utilizações apontando vanta-gens e desvantagens desta fonte de energia.

Palavras chave: Ener-gia solar. Meio ambiente. Sustentabilidade.

O futuro da energia

Projeto Integrado

ANTONY RODRIGUES DA SILVA

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40FMU - FIAMFAAM

IntroduçãoA energia solar é obtida através da captação de energia luminosa e térmica provenientes do sol e consiste em uma fonte de energia limpa e renovável.

Consta-se que a historia da utilização de energia solar para fins específicos começou ainda na era antes de Cristo. Em 1839, o físico frances Alexan-dre Edmond Becquerel observou que placas me-tálicas, de platina ou prata, quando mergulhadas em um eletrolito e expostas a luz produziam uma pequena diferença de potencial, este fenomeno foi denominado de efeito fotovoltaico. Em 1884, Charles Fritts produziu a primeira célula foto-voltaica usando selenio, a característica de foto-condutividade deste material foi descoberta por Smith em 1873. Existem dois tipos de técnicas so-lares, ativa e passiva.

A técnica ativa utiliza painéis fotovoltaicos e as técnicas passivas utilizam materiais com massa térmica favorável ou propriedades translúcidas. A energia solar já vem sendo muito utilizada em alguns países como Estados Unidos, Japão e Ale-manha. Carros, casas, prédios e até mesmo usi-nas estão sendo criadas com energia alternativa. No Brasil o custo ainda é muito alto, mas cientis-tas preveem que em 2050 todos irão utilizar des-ta fonte energética.

1. A descoberta da Energia SolarA energia solar é utilizada desde a antiguidade. Arquimedes 212 a. C. aplicou feixes de raios so-lares com a utilização de espelhos para incendiar as velas dos navios inimigos. Nos séculos XVII e XVIII, muitos cientistas começaram a concentrar os raios solares em espelhos ou lentes para der-reter metais.

A partir dos estudos de Becquerel, alguns cientistas como Charles Fritts começaram a pesquisar méto-dos de converter a energia solar em energia elétrica produzindo a primeira célula fotovoltaica usando selenio, a característica de fotocondutividade deste material foi descoberta por Smith em 1873. A eficiencia da célula de selenio não chegava a 1%, mas com a evolução científica do início do sé-culo XX, principalmente a explicação do efei

to fotoelétrico por Albert Einstein em 1905, a mecanica quantica com a teoria das bandas de energia, física dos semicondutores com os pro-cessos de purificacao e dopagem aplicadas aos transmissores, em 1954 foi anunciada a primeira célula fotovoltaica usando silício (com eficiencia de 6%), desenvolvida pelos pesquisadores Calvin Fuller (químico), Gerald Pearson (físico) e Daryl Chapin (engenheiro), todos do laboratorio da Bell em Murray Hill, Nem Jersey, nos Estados Unidos da América.

A corrida espacial acelerou o desenvolvimento tecnologico para utilização da energia solar no espaço. Os satélites, a estação espacial e o teles-copio Hubble utilizam energia elétrica a partir da conversão de energia solar.

(http://www.donodanoticia.com/satelite-da-nasa-vai--estudar-mudancas-climaticas-no-planeta-101835.html)

A primeira célula solar moderna foi apresentada em 1954. Tinha apenas dois centímetros quadra-dos de área e uma eficiencia de 6%, gerando 5 mW de potencia elétrica. Em 2004, foram pro-duzidos cerca de mil milhões de células, com eficiencias da ordem dos 24,7%, alcançando a capacidade instalada mundial de energia solar superior a 8,2 GW em 2008, cerca de 57% da ca-pacidade instalada de Itaipu. Os principais países produtores, curiosamente, estão situados em lati-tudes médias e altas. O maior produtor mundial é a Alemanha (com 3,86 GW instalados), seguido do Japão (com 1,91 GW) e Estados Unidos (830 MW).  Células solares com configurações mais com-plexas, as chamadas células em cascata que consistem na sobreposição de várias células se-micondutoras, cada uma para um dado compri-mento de onda da radiação, permitem atingir rendimentos de conversão superiores a 34%.

SEGUNDO AMBIENTE BRASIL:“Em 2007 pesquisadores da Universidade de De-laware, Estados Unidos, conseguiram bater o re-corde de eficiencia energética das células solares cristalinas, atingindo um rendimento de 42,8% de conversão sob condições normais de iluminação. As células solares cristalinas são o tipo mais tra-

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Figura 01 – Satélite Glory da NASA utilizado para estudos climáticos (http://www.donodanoticia.com/satelite-da-nasa-vai-estudar-mudancas-climaticas-no-planeta-101835.html)

41FMU - FIAMFAAM

dicional de célula fotovoltaica, o mesmo material com que são feitos os chips de computador.” Por-tanto, as perspectivas vem crescendo muito so-bre a energia solar e as indústrias fotovoltaicas. Com base no JORNAL ESTADÃO “até 2031 a ener-gia mais utilizada será a solar’’.

2. Células solares2.1. Efeito fotoelétrico Este fenomeno descrito por Albert Einstein em 1905 explica a emissão de elétrons por determi-nados metais ao serem expostos por radiação eletromagnética de certo comprimento de onda e frequencia, Einstein determinou que a luz se comporta como onda em alguns momentos e como partícula em outros, a esta partícula com esse duplo comportamento ele chamou de foton, onde a energia do foton pode ser medida mul-tiplicando-se a constante de Planck (h) pela fre-quencia (f) da luz incidente h x f , conforme REIS (2010, p.445), se o foton tiver energia suficiente para superar a energia de adesão dos elétrons com os átomos do metal, esses elétrons poderão ficarem livres nesse metal criando um diferencial de potencial elétrico, se o comprimento de onda

for pequeno o suficiente para adquirir essa ener-gia os elétrons também irão superar a energia de adesão criando a diferença de potencial, já que o comprimento de onda e inversamente proporcio-nal a frequencia. 2.2. Células fotovoltaicas (FV)As células fotovoltaicas são feitas de metais semi-condutores como telúrio, arsenio e principalmente silício pela sua abundancia sendo facilmente encon-trado no nosso planeta, este elemento não é um bom condutor de eletricidade sendo utilizado em alguns casos como isolante, mas devido ao processo deno-minado “dopagem” ele muda suas propriedades elé-tricas, onde apos a dopagem irão ser formados uma camada de silício tipo (n) negativa e outra tipo (p) po-sitiva, a dopagem para formação da camada tipo n acontece acrescentando um outro elemento no pro-cesso de formacao do cristal para formacao da cama-da, esse outro elemento deve ter mais elétrons que o silício para que o cristal tenha elétrons livres forman-do uma camada negativa, o processo de dopagem da camada tipo p é acrescentado um elemento com menos elétrons que o silício ou outro semicondutor que estiver sendo feita a célula, este elemento com menos elétrons que é adicionado, forma locais no

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cristal sem carga elétrica devido a baixa densidade eletronica, estes locais são chamados de “buracos”, formando assim uma camada p positiva. A maioria das células fotovoltaicas é formada por esse tipo de junção de duas camadas, chamadas de juncao p-n.

Este tipo de junção se for exposta a luz solar e esti-ver conectado a um circuito elétrico pelas camadas p e n, irá formar uma diferença de potencial entre as camadas devido ao efeito fotoelétrico, fazendo a energia circular pelo sistema, a corrente produzi-da é uma corrente continua de aproximadamente 0,5 V e a amperagem é diretamente proporcional a quantidade de luz incidente na célula.

2.3. Sistema fotovoltaico de ge-ração de eletricidade Os sistemas fotovoltaicos tem um aproveitamen-to da energia solar em torno de 30 % nos me-lhores sistemas e células existentes a eficiencia parece baixa, mas a muitos fatores que influen-ciam no rendimento deste sistema, como a ra-diação da luz solar que incide sobre a terra em diversos comprimentos de onda, onde para que ocorra o efeito fotoelétrico nas células fotovoltai-cas precisam ser irradiadas por determinada fai-xa de comprimento de onda a radiação incidente e na realidade a soma de todos os tipos de radia-ções atingidas pela terra, radiação direta, refleti-da e difusa, alguns sistemas utilizam espelhos e lentes para melhorar a capitação e o rendimento dos raios solares, outro fator que influencia no rendimento e o clima e a geografia do local, onde para que os sistemas tenham maior rendimento o tempo e a intensidade de luz solar influencia diretamente na eficiencia, locais altos, planícies e regiões litoraneas tem boa incidencia de luz solar sendo os melhores locais para montagem destes sistemas solares algumas regiões do globo como o nordeste Brasileiro é privilegiado, tendo boa in-cidencia de radiação solar.

Os sistemas são constituídos basicamente de pai-nel solar, sistema de armazenamento de energia geralmente baterias, regulador de voltagem e conversor de corrente contínua em corrente al-ternada, segundo REIS (2011, p.154) este ultimo é a peça que gera maior valor ao sistema, e apesar

de estar diminuindo de preço gradualmente devi-do a pesquisas de novos materiais como constru-ção de células com outros elementos químicos, o preco de um sistema para geracao de energia elétrica através da energia solar ainda é muito caro, o preço é o grande entrave para que as pes-soas comecem a utilizar em grande escala esta fonte de energia que ainda tem um percentual pequeno em relação as outras fontes de energia utilizadas.

(http://www.portal-energia.com/dimensio namento--do-controlador-de-carga-para-um-sistema-solar/)

3. A viabilidade da energia solar A energia solar nos dias de hoje, poderá su-prir diversas necessidades da nossa sociedade como um todo, tanto no lado economico quan-to no socioambiental. Há diversos projetos que aplicam a energia solar em arquipélagos e cida-des, com o investimento do governo e a ajuda de diversos meios, pode se criar uma sociedade abastecida inteiramente por energia solar.

O acesso a energia fotovoltaica é muito pequeno no Brasil, pelo fato de ser uma fonte que preci-sasse de um investimento inicial razoavelmente elevado comparada a outros tipos de energia não renováveis. Em casas movidas a energia solar, em media o tempo de retorno economi-

"A energia solar nos dias de

hoje, poderá suprir diversas

necessidades da nossa sociedade

como um todo..."

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Figura 02 – Diagrama de um sistema fotovoltaico (http://www.portal-energia.com/dimensio namento-do-controlador-de-carga-para-um-sistema-solar/)

43FMU - FIAMFAAM

co sobre o investimento para se comprar e instalar as placas de captura, esta entre 6 a 7 anos, mas isto varia muito por diversos fatores, como tamanho da casa, quantidade de moradores, gasto médio e etc. Também pode se citar o carro elétrico como um dos integrados a energia solar, mas quase igualmente a casa o acesso ao carro é muito difícil para uma família de classe media alta, no Brasil um carro elétrico custa entorno de R$200 mil, por não ser produzido aqui os juros cobrado encima do valor, faz com que o veiculo não seja viável economicamente no momento. Em outros países como Japão investem massivamente em projetos ligados a energia renovável, as monta-doras japonesas apostam que, em um futuro proxi-mo, os carros elétricos movidos a bateria estarão por toda a parte. O principal entrave é o preço. Um carro elétrico custa, no Japão, o equivalente a R$ 70 mil.

Com o incentivo do governo, cai para R$ 53 mil. Mes-mo assim, é mais caro que um carro do mesmo pa-drão movido a gasolina, que sai por cerca de R$ 40 mil.

Toquio tem dois pontos onde táxis elétricos, chamados de ecologicos, podem parar, assim como os híbridos. O porta-voz da associação

de taxistas, Toshihiro Akiyama, diz que o prin-cipal entrave ainda é o preço, mas não faltam passageiros.

Os taxis ecologicos tem na porta um selo verde para que sejam facilmente identificados pelos

passageiros, e uma grande vantagem em rela-ção ao táxi tradicional: não fazem barulho

4. Energia do Futuro Um futuro com energia sustentável: iluminando o caminho. (http://russas.ce.gov.br/destaque/russas-tera-o-maior-parque-de-energia-solar-da-america-latina/)

A Energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de energia luminosa, proveniente do sol, e posterior transformação dessa em algu-ma forma utilizável pelo homem, seja diretamente para aquecimento de água ou ainda como energia eléctrica ou mecanica.

Para a produção de energia elétrica (energia so-lar fotovoltaica) são necessários equipamentos designados por painéis fotovoltaicos, que podem ser integrados em qualquer sistema eléctrico. Esta tecnologia tem como base um fenomeno físico ao qual chamamos efeito fotoelétrico, e, através da interpretação do mesmo, conseguimos criar corrente eléctrica através da incidencia de raios solares (introdução de energia) num painel com características específicas. O painel solar contém um sistema de baterias que permite armazenar a energia que não está a ser utilizada e a sua capa-cidade de armazenamento é variável, de acordo com as necessidades.

4.1 O início do futuroA energia solar FV, porém, há muito ocupava um importante nicho, em aplicações fora da rede, for-necendo energia em áreas sem acesso a rede elé-trica. Até recentemente, a energia solar FV estava concentrada no Japão, Alemanha e Estados Uni-dos, onde é apoiada por vários incentivos governa-mentais. Juntos, estes países respondem por mais de 85% da capacidade fotovoltaica solar instalada nos países da organização para a cooperação do desenvolvimento economico (OCDE).

(http://www.ciclovivo.com.br/noticia/minha_casa_minha_vida_pode_ter_sistema_de_energia_solar)Também se espera que a energia solar FV se ex-panda rapidamente na China, onde a capacidade instalada – atualmente, de cerca de 100 megawatt-

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Figura 03 – Parque de energia solar do município de Russas (CE) (http://russas.ce.gov.br/destaque/russas-tera-o-maior-parque-de-energia-solar-da-america-latina/)

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s� aumentará para 300 megawatts. Cada vez mais, a energia solar FV está sendo utilizada em aplica-ções integradas, onde modulos FVs são incorpora-dos a telhados e fachadas de edifícios e conectados a rede, para que se possa dirigir o fluxo de energia em excesso de volta para o sistema.

Estimativas sobre a contribuição futura da energia solar variam amplamente e, como todas as proje-ções ou previsões, dependem muito dos pressu-postos de políticas e de custos. Tal como acontece com a energia eolica, a base de recursos poten-ciais é grande e amplamente distribuída em todo o mundo, embora, obviamente, as perspectivas sejam melhores em alguns países do que em ou-tros. Na medida em que os modulos FVs possam ser integrados ao ambiente construído, alguns dos desafios de localização que se aplicam a outras tecnologias de geração são evitados.

4.2. O Obstáculo O principal obstáculo as aplicações dessa tecnolo-gia em conexões com a rede é o custo elevado. Os custos da energia solar FV variam de acordo com a qualidade do recurso e do modulo solar utilizado, mas são normalmente mais altos do que o custo da geração de energia convencional e substancial-mente mais elevados do que os custos atuais de geracao de energia solar.

Outra questão importante, tal como acontece com

outras opções renováveis, como a energia eolica, é a intermitencia. Diferentes parametros econo-micos e de confiabilidade se aplicam a utilizações fora da rede, onde a energia solar fotovoltaica cos-tuma ser menos onerosa do que outras alternati-vas, especialmente quando as alternativas exigem investimentos substanciais na rede.

4.2.1. O investimento Conseguir novas reduções no custo da energia solar provavelmente irá exigir aperfeiçoamentos tecnologicos adicionais e pode eventualmente envolver novas tecnologias inovadoras (tais como células solares sensibilizadas por corante) Opor-tunidades para reduções de custo no curto prazo incluem o aperfeicoamento da tecnologia da pro-dução de células, o desenvolvimento de tecnolo-gias de filmes finos que reduzam a quantidade de material semicondutor necessário, a concepção de sistemas que usem luz solar concentrada e a substituição do silício por semicondutores mais eficientes.

No médio e no longo prazo, propostas ambicio-sas foram apresentadas para se construírem usi-nas de energia solar FV em escalas de megawatts em áreas desérticas e transmitir a energia por li-nhas de transmissão de alta tensão ou por dutos de hidrogenio. Nesse meio tempo, é provável que a energia solar fotovoltaica continue a ter um im-portante potencial, no curto prazo, em aplicações dispersas, de �geração distribuída�.

4.3. Energia e meio ambienteA energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois não poluí e não prejudica o ecossistema. O sol é fonte de energia renovável, o aproveitamento desta energia é uma das alterna-tivas energéticas mais promissoras para enfren-tarmos os desafios do novo milenio. Ao utilizar a energia solar o consumo de energia por métodos convencionais irá reduzir, junto com a emissão de dioxido de carbono (grande responsável pelo au-mento do efeito de estufa) e geração de lixo radioa-tivo em usinas nucleares.

Contribuir para um planeta sustentável é a missão da energia solar e evitar o aumento da poluição do planeta. Irá também reduzir a poluição com origem

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na extração dos recursos minerais, nos transportes, na preparação da matéria-prima e no descarte final do produto. A necessidade de criar uma sociedade saudável, reduzindo os gastos energéticos é uma obrigação que todos devemos ter.

4.4. O futuroEm menos de vinte anos o consumo de eletricida-de originária de fontes renováveis de energia vai dobrar. “No mundo todo acabou a era da energia barata e do descaso com o meio ambiente. Por isso, o uso de fontes energéticas renováveis terá de se expandir nos proximos anos”. As usinas so-lares térmicas devem ter um papel de destaque nesse novo cenário energético global. Já é possível vislumbrar no futuro proximo, o armazenamento

de energia em pequena escala nos locais de con-sumo por meio de baterias, o que trará outras quebras de paradigmas do setor elétrico e maior autonomia ao consumidor. Levando-se em conta todos os pontos citados, é impossível não elen-car a energia solar fotovoltaica como uma grande aposta no futuro proximo.O Brasil deve levar a sério mais essa oportunida-de que se apresenta agora de forma necessária e definitiva no setor elétrico. O país possui todos os fundamentos necessários para o crescimento in-terno da energia solar e pode colher os frutos de sua promoção, como a criação de novos empre-gos, industrialização dos equipamentos, além de todo o pioneirismo tecnologico que a fonte trará.

Figura 04 – Programa minha casa minha vida, casas projetadas com sistema de energia solar (http://www.ciclovivo.com.br/noticia/minha_casa_minha_vida_pode_ter_sistema_de_energia_solar)

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5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCAPELLI, A; Energia elétrica. São Paulo, Erica, 2013.CICLO VIVO. Menino de 13 anos revolucio-na captacao de energia solar. 2011 . Disponível em: <http://ciclovivo.com.br/noti cia/ menino_de_13_anos_revolucio-na_captacao_de_energia_solar>. Acesso em: 20. Fev. de 2014.COMMONER, B; Energias alternativas; Rio de Janeiro, Record, 1986. ESTADÃO. Cientistas avançam na busca por energia limpa e inesgotável. São Pau-lo 2014. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,cientistas--avancam-na-busca-por-energia-limpa-e--inesgotavel,1129613,0.htm> Acesso em: 12 de Fev. de 2014.HAMMOND, A; METZ, W; MAUGH, T; O fu-ture energético do mundo. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.

HINRICHS, A; KLEINBACH, M; REIS, L. B; Energia e meio ambiente. São Paulo, Cen-gage learning, 2010.HODGE, B. K; Sistemas e aplicações de energia alternativa. Rio de Janeiro, Grupo editorial nacional, 2011.PALZ, W; Energia Solar e fontes alternati-vas. São Paulo, Hemus, 2002.PEREIRA, M. J; Energia eficiencias e alter-nativas. Rio de Janeiro, Ciencia moderna, 2009.REIS, L. B; Geração de energia elétrica. 2 ed. Barueri, Manole, 2011.TERRA. Primeiro painel solar do mundo é recuperado apos 60 anos. 2010 Disponível em : <http://tecnologia.terra.com.br/eletro-nicos/primeiro-painel-solar-do-mundo-e--recuperado-apos-60-anos,7b385668d69e-a310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> . Acesso em: 13. Fev. de 2014.

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Pelo segundo ano consecutivo, os cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e Gestão ambiental or-ganizaram atrações para compor a agenda de atividades da virada sustentável da cidade de são Pau-lo, uma iniciativa da prefeitura municipal para promover a cultura da sustentabilidade na sociedade.

Nos dias 22 e 23 de agosto, os alunos foram convidados a visi-tar o Pátio de Compostagem da Lapa. A visita foi uma promoção da Scania, que levou os alunos em um veículo movido a biogás. No dia 24 de agosto, no centro tec-nologico do campus brigadeiros, os alunos do décimo semestre de engenharia ambiental e sanitá-ria promoveram a I MOSTRA DE SUSTENTABILIDADE, apresentan-do diversos projetos de educação ambiental para levar ao público

ao questionamento dos seus há-bitos de vida, como alimentação e consumo de materiais descartá-veis, além de apresentar diversos projetos de conscientização, como o descarte correto de oleo de co-zinha, medicamentos e resíduos eletronicos. Já um grupo de alu-nas egressas do curso de Gestao Ambiental promoveram a OFICINA “PLANTA-AÇÃO” que ensinou aos participantes como cultivar hortas em pequenos espaços e utilizando garrafas PET.

De acordo com as alunas, o re-aproveitamento dessas embala-gens é fundamental, uma vez que a coleta seletiva e a reciclagem desse material é muito pequena e evitar o descarte é fundamental para reduzir os impactos no meio ambiente, além de promover o cul-tivo de plantas livre de produtos

ViradaSustentável da Cidade de São Paulo

24 de Agosto

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químicos, mais saudá-veis e com baixo custo Nos dias 16 e 17 de se-tembro, como parte da agenda da semana de responsabilidade so-cial da FMU, aconteceu a palestra: POLUIÇÃO DO AR NA MEGACIDA-DE DE SÃO PAULO, com o pesquisador da USP convidado, Dr. Julio Barboza Chiquetto. Na ocasião, os alunos tive-ram a oportunidade de debater sobre as cau-sas e consequencias da poluição atmosférica na cidade e como a cir-culação atmosférica re-gional pode impactar a qualidade do ar em são Paulo, como aconte-

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ceu no evento em que queimadas na Amazonia transformaram o dia em noite na cidade.

Na terça tivemos uma roda de conversa sobre a importancia dos catadores para a reciclagem na cidade, com a presença da egressa, engenheira ambiental Brenda Dias e catadores da Sefras Reciclagem, um programa de assistencia social que acolhe pessoas em situação de rua e ofere-ce trabalho e renda por meio da separação de resíduos. Os alunos tiveram a oportunidade de ouvir as diversas historias de vida dos catadores

e compreender a importancia da reciclagem não apenas para o meio ambiente, mas como instru-mento de inclusao social e de geracao de renda.

COLAÇÃO DE GRAUDesejamos sorte e sucesso para todos os for-mando de 2019.1. A colacao de grau aconteceu no dia 02 de setembro no Expo Barra Funda... parabéns aos novos gestores ambientais, enge-nheiros ambientais, engenheiros de petroleo e tecnologos em segurança do trabalho.