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Que ninguém se iluda com a informalidade do professor Anselmo. Quando o assunto é tecnologia é um defensor formal e intransigente da evolução da in-dústria cerâmica brasileira

Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 �

Revista Mundo Cerâmico nº 126-127 – Agosto - Setembro 2007

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Acompanhe as novas tecnologias, máquinas, equipamentos, produtos, lançamentos e serviços para estar na vanguarda da indústria

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ENTREVISTA

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EXPORTAÇÕES

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ENCONTRO

CONGRESSO

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CERSAIE

EDITORIAL 04 PELO MUNDO 10 EVENTOS 16

Levantamento feito por An-tonio Liguori da consultoria D.Grosser & Associates, sobre desembarque de cerâmica nos portos norte-americanos, revela as forças e fraquezas dos vários ‘players’ naquele mercado

O II Congresso da Indústria Ce-râmica de Revestimentos busca uma identidade própria focada na busca de temas que sejam de real interesse do seu público-alvo que são os profissionais que atuam nas indústrias cerâmicas

Colorifícios e cerâmicas às ve-zes parecem estar em cantos opostos, fato até compreensível. Mas é vital para a sobrevivência de ambos a construção de uma agenda comum e a valorização de seu produto de subsistência

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Anicer realiza seu 36º Encontro na capital mineira e reúne cera-mistas de todo o Brasil, ávidos por debater e encontrar soluções para seus mais aflitivos proble-mas, como mineração, tecnolo-gia e mercado

GESTÃO

Renato Bernhoeft, presidente da Bernhoeft Consultoria, discute alternativas para capitalizar a empresa nacional

COLORIFÍCIOS

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A mais aguardada feira de ce-râmica deve apresentar este ano muitas novidades, principalmen-te em porcelanatos esmaltados e técnicos, que ditarão a moda cerâmica de todo o planeta em 2008

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� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico

Publisher: Lazzaro [email protected](jornalista responsável)

Conselho EditorialAdriano S. Lima.– pres. da ANFACER Luis Barbosa Lima – pres. da ANICER João O. Bergstron – pres. da ASPACERJosé O. A. Paschoal – pres. do CCBWalter G. Felix – pres. do SICCESP/FIESP

RedaçãoSelma Menasce [email protected] de PesquisaAlbino Cheganças [email protected]

Assistente AdministrativoCaroline Sperandio Florio [email protected]

Arte e DiagramaçãoOggi Estúdio Gráfico

PublicidadeBrasil – SP Marcel Israelfone +55 (11) 3822 [email protected]

Impressão: Prol Editora e GráficaDistribuição: Lobra Serv-PressPublicação mensal de

Alameda Olga, 422 cj. 108 – Barra Funda01155-040 – São Paulo – SPFone + 55 (11) 3822 4422 Fax +55 (11) 3663 5436e-mail: [email protected]: www.mundoceramico.com.br

Registro no INPI sob número 816494703As opiniões de Mundo Cerâmico não são necessariamente as de seus articulistas.Autorizada a reprodução de artigos desde que citada a fonte.Fotos de matérias editoriais: divulgação geral, de empresas e LMImagens, textos e opiniões de mensagens publicitárias são de responsabilidade dos respectivos anunciantes.

Associada à:

Para falar conosco:Al. Olga 422 cj. 108 – Barra Funda01155-040 – São Paulo – SP – BrasilTel: +55 (11) 3822 4422 Fax:+55 (11) 3663 [email protected]@[email protected]

EDITORIAL

circula em outubro 2007

Já imaginaram se, em suas empresas, as despesas não fossem uma restrição e bastaria buscar mais receitas para cobrir gastos sem nenhum controle? Ou colocado de outro modo: Não é ilógico que quem deva executar um orçamento solicite liberdade total para fixar seus próprios parâmetros? Pois é o que acontece com as despesas do estado brasileiro.

Como dizia Roberto Campos, não se define o tamanho do estado possível e desejável a financiar. Aumentam-se os impostos para cobrir ao passo as sempre crescentes despesas. Ora, quem é que fiscaliza o governo? Quem é que fiscaliza o Congresso? O Judiciário? Enquanto eles triangulam, falta um poder muito importante na República: o Povo.

Como é que o parlamentar pode presidir o seu próprio julgamento? Como é que o governo pode decidir sobre a reforma, ou melhor, sobre a redução tributária? Como podem os parlamentares reformar a Constituição em benefício próprio? Sem uma Assembléia Constituinte não-congressual , em que o Povo participe, não há muitas mudanças à vista.

LM

Perguntar não ofende

SYSTEM W.WIDE tra.fh11 17-07-2006 18:31 Pagina 1

Colori compositi

C M Y CM MY CY CMY K

Sou um acadêmico e estou reali-zando uma pesquisa de mercado e gostaria de contar com a ajuda da Revista Mundo Cerâmico.Quanto de porcelanato a China produz? Quanto deste vai para o mercado internacio-nal como exportação? Quais são os países e quanto importam de por-celanato chinês? E também o setor no Brasil? Quem importa? O quanto exporta?

Thiago [email protected]

Gostaria de saber o nome e o en-dereço de empresas que fabricam máquinas e equipamentos para pro-dução de cerâmica branca, tais como moinhos de disco, moinhos excêntri-cos, prensas para cerâmica, fornos para tratamento térmico, entre ou-tros. Já consultei algumas empresas da sua lista, mas estou com dificul-dades para fechar nosso orçamento.

Milene [email protected]

Agradecemos o envio do seguinte título: ‘’Mundo Cerâmico’’ ano XV, nº 123-124, Abril/Maio 2007. O tí-tulo recebido ficará à disposição de nosso usuários, cerca de 80 profes-sores e 750 alunos de graduação e pós-graduação.

Prof. Ricardo de Souza Campos Badaró, Diretor da Faculdade de Ar-quitetura e Urbanismo.

Poderiam me informar sobre em-presas que fazem decalques cerâmi-cos para vidro e azulejos?

Patricia [email protected]

Busco endereços de fábricas de fornos elétricos e de gás, como tam-bém tornos elétricos no Brasil.

Bruno [email protected]

Informações

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ENTREVISTA

Como cães e gatosQue ninguém se iluda com a informalidade do professor Anselmo. Quando se

trata de tecnologia é um defensor formal e intransigente da evolução da indústria brasileira que, se conseguir se unir, será uma das melhores do mundo

Anselmo O. Boschi, 54, natural de Dourado, SP, é formado em En-genharia de Materiais pela UFSCar, Universidade Federal de São Carlos, onde atualmente leciona. O profes-sor Anselmo, como gosta de ser cha-mado, é também Ph.D em Engenha-ria Cerâmica pela Universidade de Leeds, Inglaterra e tem Pós-Douto-ramento pelo Max Planck-Institute, em Stuttgart, Alemanha. Orientador de 27 doutores e mestres, publicou mais de 111 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, coordena o LaRC, Laboratório de Revestimentos Cerâmicos na UFS-Car, é assessor técnico da Abracolor e é editor chefe da revista Cerâmica Industrial da ABC, além de ter orga-nizado vários eventos e ter atuado em considerável número de projetos com as indústrias cerâmicas brasilei-ras. É seguramente um dos mais qua-lificados pesquisadores que o Brasil possui e um observador inigualável para relatar o desenvolvimento dos últimos 20 anos do estágio tecnoló-gico da indústria cerâmica brasileira.

A revista Mundo Cerâmico teve o privilégio de colher algumas impres-sões do professor sobre o tema:

MC- Que carências o Brasil apre-senta hoje em tecnologia?

Prof. Anselmo- Não creio que nossas indústrias de revestimentos tenham nenhuma deficiência tec-nológica. Em termos de equipa-mentos, boa parte de nossas indús-trias têm as máquinas e tecnologias mais modernas do mundo e em ter-mos de insumos, os principais for-necedores internacionais estão no Brasil bem como os fornecedores nacionais que também possuem um excelente nível técnico. No que se refere à tecnologia de fabricação, desenvolvemos a via seca brasilei-ra, que desperta interesse do mun-do todo por ser um processo que, além de ser mais barato, tanto no tocante aos investimentos iniciais como no custo de produção, é ener-geticamente mais econômico e usa menos água, dois fatores críticos no mundo todo.

MC- Que fatores fizeram com que Espanha e Itália tivessem uma evo-lução tão veloz e consistente?

Prof. Anselmo- A Itália sempre foi tida como a referência mundial, tanto em termos de produtos como de tec-nologia. Foi a Espanha que cresceu rapidamente (é hoje, depois da Chi-na, o maior produtor mundial) nas úl-timas décadas e se tornou o centro de referência em áreas estratégicas que sempre foram dominadas pelos italia-nos. Portanto, creio que temos mais a aprender analisando o que aconteceu com a Espanha. Para responder a essa pergunta, há vários anos convidei o Pedro Riaza, Secretário Geral da As-cer (equivalente à Anfacer, na Espa-nha), para dar uma palestra em um Congresso Brasileiro de Cerâmica, organizado pela Associação Brasilei-ra de Cerâmica. O fator que ele apon-tou como principal responsável pela espetacular evolução da Espanha foi a decisão das empresas de renovarem o setor. Note o plural, foram as empre-sas juntas que decidiram fazer essa renovação. Para isso investiram pe-

“Um dos principais problemas da indústria

brasileira é de gestão”

� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 �

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sadamente na melhoria das fábricas, e, segundo o Riaza, contrataram um grande número de profissionais espe-cializados de nível médio e superior e não foram miseráveis ao estabelecer os salários e condições de trabalho desses profissionais. Lembro muito bem dessa última parte. Estas mudan-ças transformaram os empregos nas cerâmicas, que eram tidos como os piores da região e, portanto ficavam sempre para os piores profissionais, nos melhores e mais disputados da região. Portanto, foram a disposição das empresas que investiram e a in-jeção de sangue novo bem qualifica-do que permitiram essa evolução da indústria espanhola. Um outro fator importante que o Riaza citou, foram os investimentos em pesquisa e de-senvolvimento, em colaboração com institutos de pesquisa, principalmente com o Instituto de Tecnologia Cerâ-mica (ITC) da Universidade Jaume I.

MC- Há algum modelo que possa ser adotado por nós?

Prof. Anselmo- Para mim, esse exemplo dos espanhóis seria o me-lhor modelo. Entretanto, na Espanha, foram as empresas que decidiram mudar as coisas e, infelizmente, acho pouco provável que as empresas bra-sileiras tenham atualmente esse grau de integração e até mesmo esse espí-rito associativo. Infelizmente o que se vê na prática é o “cada um por si”. Além disso, é preciso lembrar que o ITC percorreu um longo caminho até estar pronto para dar a sua contribui-ção tanto na formação dos recursos humanos especializados, como nos projetos de pesquisa e desenvolvi-mento que tiraram da Itália a supre-macia na área dos colorifícios. Nesse sentido, no Brasil, infelizmente, pa-rece haver uma enorme distância en-tre os centros de pesquisa e ensino e as necessidades da nossa indústria. E pior, as instituições de fomento, que poderiam mudar isso, vão no sen-tido oposto e privilegiam para seus investimentos projetos totalmente dissociados das reais necessidades das nossas indústrias. Prova disso é o fato que, se as instituições de fomen-

to fornecerem uma lista dos nossos principais pesquisadores em cerâ-mica, estou certo de que eles serão todos ilustres desconhecidos para os profissionais que, de fato, atuam em nossas indústrias e, por outro lado, se pedirmos para esses pesquisado-res falarem sobre a realidade da nos-sa indústria de revestimentos, eles certamente pouco terão a dizer.

MC- A divisão via seca, via úmida ajudou o país a se desenvolver?

Prof. Anselmo- Em termos de vo-

lume e capacidade de atender às re-ais necessidades do mercado interno, sem dúvida, a via seca desempenhou papel fundamental. De um modo geral os revestimentos cerâmicos produzidos no Brasil antes do sur-gimento da via seca, não refletiam as necessidades da população, pois eram de excelente qualidade e custa-vam relativamente caro, em compa-ração à nossa distribuição de renda. Os produtos de via seca vieram abas-tecer os consumidores de menor po-der aquisitivo que, por serem muitos, fizeram com que as empresas utili-zando essa rota de fabricação cres-

cessem a níveis inacreditáveis, ou seja, havia, por um lado uma enor-me demanda reprimida e, por outro, uma total falta de visão estratégica de alguns fabricantes que nunca ha-viam atentado para isso. Esse cresci-mento da participação dos produtos de via seca no mercado interno teve um impacto profundo sobre as tradi-cionais empresas de via úmida, prin-cipalmente por que, ao longo dos anos, a qualidade dos produtos de via seca melhorou muito e começou a roubar boa parte do mercado inter-no dos produtos de via úmida. Nesse cenário, os fabricantes de via úmida, consideravelmente descapitalizados porque demoraram muito a aceitar e reagir a essa nova realidade, se vi-ram obrigados a recorrer cada vez mais às exportações. Infelizmente, com a queda do dólar, mesmo essa alternativa ficou bastante prejudi-cada e colocou as empresas de via úmida, de um modo geral, em uma posição bastante difícil. O resultado disso foi a evolução do setor. Infeliz-mente, entretanto, algumas empresas demoraram a perceber

MC- A que você atribui esse cresci-mento espetacular da via seca?

Prof. Anselmo- Principalmente ao fato de que os preços desses produtos cabem no bolso da grande maioria da população brasileira, que, diga-se de passagem, é o segundo maior mer-cado consumidor do mundo, depois da China, com níveis de qualidade plenamente compatíveis com suas expectativas. Nesse sentido cabe lembrar um levantamento do IBGE, de 2000, se não me engano, que mostrava que os 10% mais ricos da população brasileira detém 50% da nossa renda e os 90% restantes, mais pobres, detém os outros 50%! Essa é uma realidade assustadora, entretan-to, é a nossa realidade e precisa ser levada em consideração na definição dos produtos a serem produzidos.

MC- Você fala a respeito de uma via seca brasileira. Poderia explicar?

Prof. Anselmo- Me refiro à via seca brasileira porque ela pouco tem

a ver com a existente em outra países como a Itália e Espanha. A via seca brasileira foi desenvolvida para aten-der às necessidades de se fazer um produto barato utilizando as argilas daqui. Nesse sentido, os pioneiros da via seca brasileira tiveram muita sor-te, pois as argilas da região de Santa Gertrudes, da formação Corumbataí, são muito apropriadas a esse proces-so e permitiram alcançar excelentes índices de produtividade com custos bastante baixos e níveis de qualida-de muito acima das expectativas dos estrangeiros que chegavam a duvidar que as peças haviam sido feitas por via seca!

MC- O que o ceramista brasileiro ganha se empregar um tecnólogo?

Prof. Anselmo- Eu iria mais lon-ge. Eu diria que um dos principais problemas da indústria brasileira de revestimentos cerâmicos é de ges-tão. Infelizmente a administração da maioria das nossas empresas é familiar e baseada em princípios absolutamente arcaicos, quando comparados a outros segmentos da economia que foram obrigados a profissionalizar e modernizar suas administrações para sobreviver. Em nosso setor, infelizmente, vi muitas vezes decisões importantes serem tomadas pelos próprios donos ou fa-miliares sob a alegação de amizades, fidelidade, tradição, intuição, tino comercial, etc., quando estudos téc-nicos e econômicos, feitos por pro-fissionais extremamente capacitados à luz de uma série de informações, apontavam em outra direção. Nesse cenário, há relativamente pouco que profissionais capacitados, em todas as áreas, não só as técnicas, podem fazer. Ou seja, primeiro é preciso ha-ver uma mudança de mentalidade de nossos empresários para que depois eles possam se beneficiar devidamen-te de profissionais mais capacitados. Minha esperança é que essas mudan-ças ocorram em um futuro próximo.

MC- Em que pontos chave o Brasil evoluiu nos últimos 20 anos?

Prof. Anselmo- Para mim, o maior

avanço foi a geração de uma carteira de produtos que reflete a distribuição de renda do Brasil. Para isso a via seca brasileira teve de ser “inventa-da”. Um outro fator importante foi a espetacular melhoria da qualidade dos produtos de via seca. Nesse sen-tido cabe lembrar que os fornecedo-res de insumos tiveram papel funda-mental, pois, junto com os técnicos das nossas indústrias, tiveram de adaptar os insumos desenvolvidos, em sua grande maioria, para a reali-dade européia, que é muito diferente

da nossa. Dentre essas adaptações, por exemplo, lembre-se que os ci-clos de queima dos produtos de via seca se aproximam rapidamente dos 20 minutos com a manutenção de bons níveis técnicos dos produtos, condição considerada impossível para os europeus. No que se refere à via úmida, dentro desse novo cená-rio, os maiores esforços foram vol-tados para a redução dos custos de produção. Ações essas prejudicadas pela falta de capital para a aquisição de equipamentos mais modernos e a contratação e/ou permanência de profissionais mais capacitados.

MC- Em que devemos investir nos próximos 10 anos?

Prof. Anselmo- Um dos fatores que mais comprometem o futuro da nossa indústria é a falta de união e de entidades que possam efetiva-mente traçar metas e ações comuns que representem e tenham a adesão de considerável parte dos nossos industriais. Ações nesse sentido têm sido tentadas, entretanto, elas dependem de uma conscientização dos nossos industriais que, infeliz-mente, ainda preferem trabalhar, em sua maioria, na base do ‘cada um por si’ somado ao gosto por ‘levar vantagem’. Ou seja, não há união e sem união fica muito difí-cil estabelecer ações e planos para o setor como um todo. Por outro lado, enquanto o setor não se unir, o custo de qualquer ação fica muito elevado e as possibilidade dos re-sultados comprometidas. Esse é um grande diferencial da Itália e Espa-nha. Eles são muito mais unidos na hora de fazer o bolo crescer e são como cão e gato na hora de brigar por suas fatias. Nós só brigamos como cão e gato. Essa realidade não é muito agradável e muito menos conveniente para determinados in-divíduos e instituições que insistem em dourar a pílula. Entretanto, acho que essa situação é parecida com a pessoa com depressão que precisa admitir a doença para que possa dar início à cura. Sejamos realistas, por um lado, e por outro, reconheça-mos que isso está nos prejudicando e muito. Vamos portanto trabalhar no sentido de mudar essa realida-de. Além desse aspecto, como disse anteriormente, temos sérios proble-mas de gestão que precisam ser ata-cados imediatamente. Para finalizar, já que são só 10 anos, instituições de pesquisa e desenvolvimento e profissionais capacitados não dão em árvore e isto não se faz do dia para a noite. Se vão ser necessários no futuro, é preciso criar condições agora para que estejam lá quando forem realmente úteis, quando as empresas finalmente saberão o que fazer com eles.

“A via seca brasileira pouco tem a ver com a existente em outros países como a Itália e a Espanha pois foi desenvolvida aqui”

“Os europeus são muito unidos na

hora de fazer o bolo crescer e são como

cão e gato na hora de brigar por suas fatias”

ENTREVISTA

� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 �

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10 Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 11

A Leroy Merlin, em parceria com 30 fornecedores nacionais, vai promover cursos de hora em hora em todas as lojas do país, entre os dias 2 e 15 de novembro. Os cursos serão realizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais, Paraná e também no Distrito Federal. A duração será de 45 minutos à 1h45min, e abordará temas dos mais variados, indo des-

A primeira edição da Expocer, Feira de Fornecedores para a Indústria Cerâmica no Paraná, realizada pela Montebello Eventos e Sindicer Pa-raná aconteceu em Curitiba, entre 27 a 29 de julho, no Pavilhão de Exposições São Pedro no Umbará. Em relação a apoios, a Expocer teve o patrocínio da Federação das Indústrias do Paraná – Siste-

Wollastonita e potássio

A Energyarc, empresa especializada na impor-tação e distribuição de matérias-primas passa a fornecer também carbonato de potássio, além do car-bonato de bário em pó para a indústria cerâmica e de refratários. No entanto, seu principal produto continua sendo a wollastonita Ener-gyarc com malha 325 mesh, de ampla utilização pelas indústrias cerâmicas de pisos, sanitários e mesa, inclusive artesanal. Segun-do José Galico, diretor da empresa: ‘’A wollastonita faz com que os esmaltes cerâmicos tenham melhor aderência ao corpo cerâmi-co, melhorem a resistência da cor e evita a formação de pontos de agulha”. A wollastonita também é utilizada na indústria de refratários para aumentar a resistência mecânica das peças e suportar elevadas temperaturas.

A Asulcer, Associação Sul Brasilei-ra da Indústria de Cerâmica, para Revestimento, apresentou os dados referentes ao segundo trimestre de 2007. Nele consta que houve uma redução de 4,7% na produção total do segundo trimestre do ano pas-sado para este ano. Já para o mer-cado externo as vendas sofreram redução de quase 13% na compa-ração entre os mesmos períodos. Porém, para o mercado interno as vendas tiveram crescimento de 4%. Para Cláudio Ávila da Silva, pre-sidente da Asulcer, a redução de

Prêmio por desempenho em exportações

vendas no exterior é consequência da queda do dólar, e os empre-sários do setor estão focando o mercado interno. A pesquisa ainda aponta que houve um incremento em 8% nas vendas de porcelanato, enquanto que a produção de piso, parede e fachada teve redução média de 7,4%. “Esperamos que no próximo ano o crescimento chegue à parte dos acabamentos e aqueça a produção e venda de revesti-mentos cerâmicos”, declara Ávila, que está otimista para o segundo semestre deste ano.

Asulcer: otimismo apesar da redução dos números

de aplicação de papel de parede e renovação de banheiros até econo-mia de energia e limpeza e manu-tenção de pisos e porcelanatos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em qualquer loja da rede, como também no site www.leroy-merlin.com.br ou no telefone (11) 5506-1144. Durante os eventos, a Leroy Merlin colocará a disposição produtos com ofertas especiais.

Cursos de bricolagem na Leroy Merlin

Apex-Brasil lança Missão Empresarial para Big 5

ma FIEP, Sebrae-PR, Mineropar e Marombas Gelenski. A feira contou com a participação de 37 exposito-res, entre eles prestadores de ser-viços, fabricantes de maquinários, instituições financeiras, organiza-ções certificadoras e laboratórios universitários. A Expocer terá sua segunda edição de 29 de Maio a 1 de Junho de 2008, no mesmo local.

Feira nova de cerâmica vermelha no Paraná

Programa SER

A Portobello Shop, rede de franquias especializadas em revestimentos cerâmicos da Cerâmica Portobello, organi-za através do seu programa SER – Sistema de Especifi-cação e Relacionamento, um encontro de arquitetos que foi realizado em São Paulo, dia 21 de setembro, no Buffet Torres. O objetivo do Progra-ma SER, que está em sua 3a edição e possui 14 mil arqui-tetos cadastrados, é estreitar o relacionamento destes profissionais, que hoje repre-sentam 65% das vendas da empresa. No encontro foram eleitos os 95 profissionais que mais se destacaram em cada loja. A Portobello Shop contou ainda com a presença de 500 pessoas, sendo 350 arquitetos de oitenta cida-des do país.

Visita do Japão

A Nitori, empresa japonesa de varejo de cama, mesa e banho, com mais de 150 lojas no Japão, esteve durante 5 dias em nosso país em julho passado. Com o objetivo de comprar produtos de cerâ-mica, principalmente louças de mesa, os empresários ni-pônicos foram recebidos por Roberto Zullino, secretário executivo da ABC, Associa-

ção Brasileira de Cerâmi-ca e também vi-

sitaram a Gift Fair. No dias

seguintes puderam conhecer a Porcelana Schi-

midt e a Porcelana Pozzani. Segundo a Nitori, a visita foi feita para conhecer melhor as potencialidades nacionais em questões como matérias-primas e mercadorias, que possam servir como fonte para o mercado japonês.

No dia 16 de agosto, a Colorminas, empresa do Grupo SC Holding, recebeu o prêmio Top Exportação ADVB 2007, na categoria Perfil Exportador, no Centro de Eventos do Itajaí Shopping, na cidade de Itajaí, SC. A empresa iniciou suas exportações em 2001, ano em que

vendia matérias-primas somente para a Argentina. Hoje, os 10 % dedicados à exportação atingem outros países da América Latina, como Bolívia, Uruguai, México, Peru e Colômbia. A empresa afirma que não precisou modificar seus produtos que são adaptados para a realidade produtiva de cada cliente. A mudança foi feita nas embala-gens, para que estas suportem lon-gas viagens terrestres e marítimas. Segundo a Colorminas, a exporta-ção é importante, ao dar uma maior segurança em suas operações bem como proteção em relação a even-tuais variações cambiais.

Prêmio ADVB Top Exportação

A Apex-Brasil lançou em conjunto com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em 20 de setembro, a Missão Empresarial para The Big 5 Show, em Dubai, Emirados Árabes, visando o mercado de construção civil dos países do Golfo Arábico,

que tem crescido a uma taxa média de 11,6% ao ano. Cerca de 80 empresários brasileiros do setor da construção civil receberam informa-ções sobre investimentos dos seto-res públicos e privados no Kuwait,

Catar e Emirados Árabes Unidos, além de dados sobre as principais obras em andamento e projetos em desenvolvimento na região. Em 2006, 28 empresas brasileiras ex-portaram cerca de US$ 17 milhões para a região.A participação na

missão

é limitada

a 50 empresários. As inscrições para a missão vão até o dia 08 de outubro, no Departamento de Marketing da CCAB (e-mail [email protected] ou pelos telefones (11) 3147-4070 / 71 / 72).

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12 Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 1�

O “ Nosso livro de Cerâmica”, 94 pgs., editado por Caio e Paschoal Giardullo e Urames Pires dos Santos é dirigido a artistas cerâmicos, mas não exclui os leigos no assunto.

Segundo os autores a necessidade de se levar aos artistas plásticos e artesãos, os conceitos básicos e fundamentais da tecnolo-gia na área da cerâmica, para que a sua manifestação cultural possa crescer, fez com que reformulassem os artigos técnicos já publicados na Revista Mão na Massa, ouvíssem ceramistas experientes, e juntamen-te com suas próprias experiências

Solarium nordeste

A Solarium Revestimentos inaugura sua quinta unidade fabril em Recife, no nordes-te, cuja a meta é dobrar a participação da empresa na região que é de 5%. O local tem mil m2 e terá uma capaci-dade produtiva mensal de 10 mil peças, igual à matriz em Porto Alegre. Segundo Ana Cristina de Souza Gomes, presidente da Solarium, a nova unidade já recebeu um investimento em infra-estru-tura de R$ 600 mil, e a produ-ção deve aumentar em 10% até 2010, passando para 110 mil peças por mês. “Escolhe-mos Recife por estar melhor posicionada junto às demais capitais nordestinas, poden-do tanto atender Salvador como o Maranhão.

Bartolomeo Vultaggio é o novo diretor financeiro do grupo Nuova Fima. Com 39 anos tem 15 anos de experiência em gerência financeira.

Após iniciar sua carreira na Ernst & Young e ganhar experiência em ou-tras grandes empresas de auditoria, ele mudou-se para a Arthur Ander-sen. Ali trabalhou em um grande

número de projetos com empresas tais como a Star Alimentari e a Fiat. Em seu último trabalho Vultaggio passou 5 anos como diretor finan-ceiro para a International Paper Italia S.p.A., empresa com 600 emprega-dos e faturamento de 200 milhões de euros. Em seu último ano mu-dou-se para trabalhar como auditor interno do European Papers division em Bruxelas. Stefano Mele, CEO da Nuova Fima comentou: “ Eu acredito que a experiência e conhecimento de Bartolomeo serão cruciais para consolidar a organização financeira de todo nosso grupo”.

Vultagio: novo CFO

Nuova Fima tem novo diretor financeiro

Como parte de sua nova estratégia de aproximação dos clientes, a Villagres, traz uma série de lan-çamentos. Um dos destaques da empresa é possuir um portfólio variado que oferece um projeto completo de decoração. Dessa forma, o cliente tem a opção de ad-quirir revestimentos, complementos e acabamentos em combinações personalizadas para o seu projeto arquitetônico. A Cerâmica Buschi-nelli Ltda., fundada em 1930, atua com as marcas Villagres, Lineart e sua coligada Studio Marmo em nichos específicos de mercado de todo o Brasil, optando por uma es-tratégia de negócio com ênfase na qualidade de seus produtos. Hoje

a produção da empresa está em 550 mil m2/mês, com duas unida-des fabris e 480 funcionários. No mercado internacional exporta 15% da produção para EUA, Austrália, México e países do Mercosul e América Central. A empresa inves-tiu cerca de 20 milhões de reais até 2007 na modernização do parque industrial, o que aumentará o mix de produtos. A Villagres projeta para o segundo semestre de 2007 o início da produção de porcela-nato esmaltado, com a recente aquisição de duas novas prensas e possibilidade de criar formatos mais nobres, já que o mercado aponta a tendência de rápida popularização desse produto.

Villagres também aposta no porcelanato

Artista cerâmica brasileira no exterior

A artista plástica Rosa Pinc traduz todo o seu conhecimen-to em pintura, desenho e formas no uso da ce-

râmica. O envolvimento com o uni-verso das artes plásticas começou na década de 80, com a gravura em metal, mas Rosa sentiu neces-sidade de experimentar outro tipo

de suporte e, por uma amiga, foi apresentada à cerâmica, fazendo dela a sua mais forte expressão. “A cerâmica evidencia as peculiarida-des de cada época e isso fica claro quando pensamos nas pesquisas arqueológicas feitas com base em utensílios utilizados no passado”, explica. Em 2004, foi convidada pela Câmara de Comércio Brasilei-ra para expor suas peças na Feira Internacional de Montpellier, que recebeu artistas brasileiros para o Ano do Brasil na França.

Após ter organizado delegações para as maiores feiras internacio-nais de máquinas e equipamen-tos para a indústria cerâmica, Tecnargilla em 2004 e Ceramitec em 2006, no próximo mês de novembro a Anicer, em conjunto com seus Sindicatos e Associa-ções de todo o Brasil, levará uma delegação de associados para a Batimat 2007, em Paris, Fran-ça, considerada o maior e mais importante evento da construção civil mundial. A ser realizada entre os dias 5 e 10 de novembro, con-forme a programação de viagem, a Batimat ocupará uma área de

no setor compusessem a obra. Neste livro, abordam as sete princi-pais áreas da cerâmica artística: as Matérias-primas, a Preparação das massas cerâmicas, a Conformação das peças, a Secagem, a Queima, os Esmaltes e a Decoração. Ao final a publicação busca orientar arte-sões de um atelier e as normas de segurança recomendáveis. O livro também visa o leigo: “Recomen-damos para pessoas sem conhe-cimentos técnico, como também para alunos de faculdades”, diz Caio Giardullo, ressaltando que o livro não traz uma fórmula ou um pas-so-a-passo. Os autores pretendem editar em 2008 versões específicas abordando temas como fabricação de fornos, esmaltes, entre outros.

mais de 220 mil metros quadrados, divididos em 11 áreas distintas (mais detalhes na pg.16). Em sua última edição participaram perto de 2700 expositores de 49 países e mais de 400 mil visitantes de 141 países. No dia 8 de novembro, quinta-feira, serão realizadas visi-tas técnicas a cerâmicas francesas fabricantes de blocos e telhas cerâmicas, partindo e retornando para o hotel da delegação. Para atender à delegação a Associação realizou uma licitação entre agên-cias com experiência em viagens à Paris. Foi contratada a Françatur Operadora, do Rio de Janeiro, RJ.

Anicer leva grupo para a Batimat, França

Livro para ceramistas técnicos e amadores Fornos FBP

Fruto da atualização funcional e estética de seus fornos, a Sacmi, desenvolveu produtos com economia energética e redução de resíduos. Assim a empresa lança uma nova gama de fornos bicanal FBP que apresentam caracterís-ticas de funcionalidade e desempenho. Toda a carpin-taria foi projetada para tornar as manutenções mais rápidas e aumentar o desempenho pneumático na queima. Em especial, na zona dos rolos, foram eliminados os tubos de sustentação da estrutura faci-litando a troca dos mesmos. Também é possível obter o aproveitamento da zona de resfriamento (150°C) para ali-mentar os queimadores com economia de combustível em torno de 6%. O objetivo é permitir o uso como se fos-sem dois fornos com gestões individuais.

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De olho no consu-midor que deseja um produto de bom preço com qualidade e bele-za, a Cecafi lança a marca Idealle, que combina qua-lidade, preço e

design moderno utilizando esmaltes nobres. Segundo o gerente comer-cial da empresa, Vanderlei Caetano de Casto: “Com investimento e tecnologia, conseguimos oferecer ao consumidor mais exigente um

Idealle visa consumidor exigente, de baixa renda

produto que reúne qualidade e sofisticação por um preço bastante acessível”, explica. Outro diferen-cial é o fato de oferecer uma linha de produtos retificados, que apre-sentam um visual mais nobre e requintado, permitindo sua aplica-ção com juntas menores. A linha, desenvolvida por Celso Gomes, contará também com uma linha de mosaicos de sua empresa Livre Revestimentos. Idealle chega ao mercado, através de seus 40 repre-sentantes, com 65 produtos entre pisos e revestimentos.

Assopiastrelle agora é Cofindustria Ceramica

Itália nos EUA

De acordo com o Departa-mento de Comércio dos EUA de 2006, a indústria italiana de cerâmica manteve sua liderança. As importações italianas têm um volume total de 61.4 milhões de m2, 19.4% do total das vendas ameri-canas. Embora 4.1% menos do que 2005, estão 6 pontos percentuais na frente do segundo maior exportador, a América Central. Em termos de valor foram 820,4 milhões (aumento de 1.7%), de placas italianas que representaram 42.8% do total das importa-ções. O aumento do preço médio é resultado do euro forte face ao dólar nos recen-tes meses, mas também um sinal de qualidade, inovação e status da cerâmica italiana.

A Assopiastrelle, Associação Italia-na dos Produtores de Revestimen-tos Cerâmicos e Refratários, atende agora desde o começo do ano pelo nome Cofindustria Ceramica, a

Associação Italiana de Cerâmica. O mote foi criar uma entidade com maior abrangência que agora abri-ga também os setores de cerâmica decorativa e louça sanitária.

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EVENTOS

FEIRA INTERNACIONAL DE REVESTIMENTOS

11-14março

Transamérica Expo Center

São Paulo • Brasil

O maior evento

de revestimentos

da América Latina

[email protected] (11) 3289 7555

Apoio

www.apexbrasil.com.brwww.anfacer.org.br

Promoção Eventos conjuntos

A principal vitrine do setor

Materiais e soluções inovadoras

Oportunidades de negócios

Tendências e debates com

experts mundiais

edição

www.exporevestir.com.br

AF Anu ncio Revestir 2008 Portug1 1 8/3/07 11:46:42 AM

CERSAIE 2007de 02 a 06 de outubro

Bolonha, Itáliawww.cersaie.com

A maior feira de cerâmica do mundo promete muitas novidades na apresentação de produtos e ino-vações tecnológicas. O grupo brasi-leiro já é bastante tradicional neste eventos.

BATIMAT 2007de 05 a 10 de novembro

Paris, Françawww.batimat.com

A maior feira de construção do mundo, da Reed Exhibitions tem uma área de 225 mil m2 com 2.700 expositores em 11 pavilhões de ex-posição, cada em deles com um setor da construção civil. Recebe mais de 400 mil visitantes, sendo que 80 mil provenientes de 141 países.

BIG 5 2007De 25 a 29 de novembro

Dubai, Emirados Árabes Unidoswww.thebig5exhibition.com

Realizada em Dubai, a BIG 5 é a maior feira de construção do Orien-te Médio com a presença de mais de 2.000 empresas de 67 países.

SURFACES 2008de 29 de janeiro a 1 de fevereiro

Las Vegas, Estados Unidoswww.surfaces2008.com

O evento já virou referência para o mercado de distribuidores ameri-canos e a cada edição vem atraindo mais a indústria de cerâmica. No Sands Expo & Convention Center, terá também programa de palestras.

CEVISAMA 2008de 5 a 9 de fevereiroValencia, Espanha

http://cevisama.feriavalencia.comEsta é a segunda mais importante

feira para o grupo brasileiro visitar. Cobre todos os aspectos do revesti-mento cerâmico. Neste ano a Cevi-sama comemora 26 anos, anteceden-do a Qualicer 2008 que vai acontecer entre os dias 10 e 13 de Fevereiro na cidade de Castellón de La Plana.

QUALICER 2008De 10 a 13 de fevereiro

Castellón, Espanhawww.qualicer.org

O evento, realizado de dois em dois anos, é referência para os ceramistas que querem ficar a par das novidades de equipamentos e materiais.

REVESTIR 2008de 11 a 14 de Março

São Paulo, SPwww.exporevestir.com.br

A feira brasileira destinada aos revestimentos cerâmicos e rochas conquistou outros tipos de revesti-mentos como laminados, madeiras e parte, em sua sexta edição, para a consolidação definitiva.

FEICON BATIMAT 2008de 8 a 12 de abril

São Paulo, SPwww.feicon.com.br

A Alcântara Machado e a Reed Exhibitions prometem um dos maio-res eventos do setor da construção da América Latina. Um dos destaques da Feicon é o setor de cerâmica ver-melha, que na edição passada atraiu setores governamentais para a cons-trução civil.

COVERINGS 2008de 29 de abril a 2 de maioOrlando, Estados Unidos

www.coverings.comUm ano depois, a Coverings,, volta

a ser realizada na cidade de Orlando, no Orange County Convention Cen-ter. São esperados 37.00 visitantes.

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1� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 1�

COLORIFÍCIOS

Colorindo a cerâmicaColorifícios e cerâmicas às vezes parecem estar em cantos opostos, fato até

compreensível. Mas é vital para a sobrevivência de ambos a construção de uma agenda comum e a valorização de seu produto de subsistência

De grande importância para a in-dústria cerâmica, os colorifícios, estão cada vez mais próximos. Ma-teriais como esmaltes, engobes, fri-tas, corantes e pastas serigráficas são agentes que fazem parte do acaba-mento final de um revestimento ce-râmico, ao serem determinantes, até, em questões como design. Aspecto esse privilegiado pelas empresas de cerâmica que buscam sempre alcan-çar um diferencial em seus produtos, tendo em vista um melhor posiciona-mento no mercado interno e externo, no qual o Brasil está à procura de uma melhor consolidação. O Brasil conta com 25 colorifícios, sendo que 11 destes fazem parte da Abracolor, As-sociação Brasileira de Colorifícios, entidade fundada em 1999, e com sede em Campinas, SP. As empresas associadas da Abracolor respondem por 85% da produção nacional do se-tor, que tem como meta alavancar o desenvolvimento de seus associados através de uma maior representação perante os órgãos públicos, e de uma maior união das empresas que fa-zem parte desse mercado. Segundo Amândio Araújo, vice-presidente da Abracolor, a indústria nacional de colorifícios produziu, em 2006, 320 mil toneladas de fritas, compos-tos e corantes, 26,6 mil toneladas mensais, que contabilizaram R$ 420

milhões no ano. As empresas asso-ciadas à Abracolor representam 70% da produção nacional, com uma re-ceita, em 2006, de R$ 280 milhões. Os associados da Abracolor respon-deram no ano passado pelo forneci-mento de 192 mil toneladas de fritas, 3,6 mil toneladas de corantes e 40 mil toneladas de pastas serigráficas e granilhas. Estes números indicam um declínio da produção em compa-ração à 2005, quando os associados da Abracolor responderam por 268 mil toneladas de fritas, 3,2 mil tone-ladas de corantes e 31 mil toneladas de pastas serigráficas e granilhas. Esta queda, segundo Araújo, deveu-se a diversos fatores, entre eles à saí-da de um associado. Mesmo assim a indústria nunca esteve tão junto aos colorifícios no desenvolvimento de seus produtos para enfrentar os mer-cados nacional e internacional.

Tecnologia

Com uma grande presença no mercado internacional, Itália e Es-panha são hoje os vanguardistas do setor, ao investirem principalmente em pesquisa e tecnologia. Conse-qüentemente, empresas desses dois países são quem determinam modas e tendências, pois segundo Celso Joaquim de Oliveira, gerente indus-

trial da Villagres, a grande concor-rência é o que impulsiona um maior avanço tecnológico por parte desses colorifícios. Para que as empresas brasileiras, do setor, cheguem no pa-tamar dos concorrentes espanhóis e italianos, a conciliação entre inves-timento e união tem quer ser o lema para José Zimmermann Jr, diretor de operações da Cecrisa Portinari. “Os investimentos de forma cooperativa, o aperfeiçoamento em conjunto de novas técnicas de produção, os in-centivos governamentais e a criação de centros de pesquisa e desenvolvi-mento, igual aos “clusters” cerâmi-cos espanhóis e italianos, reduzem drasticamente os custos e os resulta-dos de desenvolvimento tecnológico caminham sempre na vanguarda”, conclui. Essas são as recomendações de boa parte das empresas cerâmicas, para que a indústria brasileira possa sair da sombra das ‘potências’ euro-péias e também para que possamos deixar de importar a transferência de tecnologia vinda desses dois países líderes no fornecimento de insumos para esmaltes, corantes e produtos auxiliares, que são, em grande parte, vinculados com um efeito estético ou técnico diferenciado. E esses por sua vez associados com novos equi-pamentos. Mas qual a opinião das empresas nacionais de colorifícios

em relação à transferência tecnoló-gica? A verdade é que existe uma unanimidade sobre o assunto, no que diz respeito à importância das feiras internacionais. “Através das feiras internacionais do setor, se observam as grandes vantagens que as novas técnicas apresentam e nosso depar-tamento técnico adapta as condições de nossas matérias-primas e parque fabril’’, diz Ilbo Geremias Formen-tin da Vidrados BS de Içara, SC. Já a Ferro Enamel, possui um centro de pesquisa e aplicação de novos produtos na Espanha, cujo nome é Central Lab. Francisco Bortoni, da Ferro Enamel Brasil, ressalta que a escolha pelo país das touradas deve-se ao fato dos espanhóis analisarem o cenário cerâmico de forma global, porém buscando atender as neces-sidades particulares dos diferentes países onde atua. Diante desta macro necessidade, a alta direção determi-na as prioridades, investimentos e estratégias para cada país. A Ferro Enamel, empresa sediada nos Esta-dos Unidos, possui filiais em 20 pa-íses e vende seus materiais para 100 países. A empresa conta com 6.800 empregados. Com uma ampla rede, colorifícios como Ferro Enamel, fa-zem uso de intercâmbios como uma forma de agilizar e reproduzir conhe-cimento no setor que é cada vez mais dependente das novas tecnologias.

Desafios

A questão de acompanhar a in-dústria cerâmica tendo em vista o mercado interno e principalmente o externo, é a principal reivindica-ção das cerâmicas. Para que esse acompanhamento possa acontecer é necessário uma atualização tec-nológica, segundo Zimmermann Jr. da Cecrisa Portinari, que informa a importância de se buscar a vanguar-da em ciência dos materiais (ramo da ciência que estuda propriedades, estrutura, performance, formas de caracterização e processamento). Outra questão levantada foi a da atu-alização das tendências, que deve ser alcançada através de uma comunica-

ção e atualização rápidas em relação às tipologias, cores e aplicações de produtos nos países sede: “A infor-mação é fundamental para fortale-cer as decisões que serão tomadas com relação à novos produtos, o elo pode ser fortalecido com os colorifí-cios, que se acomodaram muito nes-te aspecto nos últimos anos, dando espaço inclusive aos fabricantes de equipamentos avançarem, ofertando soluções para o incremento de novas tipologias e por conseqüência novos produtos”, explica Gilmar Menegon, gerente industrial da Ceusa. Por sua vez, Otmar Josef Müller, diretor in-dustrial da Eliane, diz que os desa-fios dos colorifícios para atenderem adequadamente a indústria cerâmica caem na questão da dosagem de ofer-ta. Müeller explica que na Revestir 2006 as empresas apresentaram li-nhas de produtos muito parecidas, sinalizadas como tendências. “Isso mostrou a fragilidade das empresas frente a forte influência que os co-lorifícios possuem’’, conclui Müller, que alerta para a necessidade de di-minuir problemas relacionados com patologias. Gláuber Recco, diretor industrial da Moliza, lembra que os colorifícios precisam ajudar a indús-tria cerâmica, já que após o porce-lanato, não conseguiu desenvolver e mostrar para os consumidores pro-dutos inovadores, que não alcançam a indústria plástica, eletrônica e cos-mética. Segundo Celso Joaquim, da Villagres, falta prática tecnológica: “Na minha opinião, tanto os colori-fícios como as empresas não domi-nam o processo de fabricação como os italianos e os espanhóis. Há vários casos de lindos e inovadores protó-tipos que viram verdadeiros ‘rascu-nhos’ por não conseguirmos reprodu-zí-los. Não basta ter equipamentos de última geração e desenhos, ou peças italianas”, diz ele. Por sua vez, João Celso, da Batistella, acredita que deve existir uma cultura de venda de servi-ço que, segundo ele, implica no pós-venda colaborativo, que pode ajudar na elaboração de catálogos e estra-tégia de vendas de revestimentos. Por outro lado, os colorifícios têm o

desafio interno de recuperar as mar-gens de lucratividade dos produtos, que podem ser obtidos através de um ganho de escala de produção ou por incremento de preços. No cenário ex-terno, os colorifícios buscam ajustes nos processos internos de produção em níveis internacionais. Bortoni, da Ferro Enamel, culpa a alta carga tributária brasileira, e também a re-valorização do real frente à moedas como o dólar e o euro. Já Formentin, da Vidrados BS, recomenda um me-lhor serviço por parte dos fornecedo-res de matérias-primas que, segundo ele, possuem um baixo controle de qualidade, por causa da exigência do mercado por preços baixos.

Desenvolvimento

A busca pelo desenvolvimento na maioria das cerâmicas, passa inevi-tavelmente também pela influência dos colorifícios, como cita Mene-gon, da Ceusa, ao afirmar que não se pode abrir mão da participação dos colorifícios, pois estes pos-suem informações que auxiliam o desenvolvimento dos produtos, já que participam nos principais pólos produtores mundiais de cerâmica de revestimentos, fato que não ocorre com as principais empresas cerâmi-cas nacionais. Mas, grandes nomes nacionais como a Eliane, contam com a ajuda dos colorifícios devido à quantidade de fábricas com distância considerável entre elas. Por isso, as cerâmicas contam com o auxílio dos colorifícios no processo de desen-volvimento, tendo como meta uma maior rapidez, que segundo Mül-ler faz com que a empresa reduza o prazo de realização dos projetos. Para João Celso, gerente industrial da Batistella, a atuação dos colori-fícios pode influenciar diversos de-partamentos de uma empresa como marketing, técnico, de engenharia e manutenção, exportação e vendas. Devido à influência dos colorifícios, a indústria está sujeita a enfrentar o “fantasma’’ da pasteurização, ou seja, as empresas podem produzir produtos parecidos, o que ocasiona

Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 1�1� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico

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a famosa guerra dos preços. Para grande parte da indústria a receita é simples. É necessário a existência de uma equipe interna de pesquisa e de-senvolvimento para dar uma ‘perso-nalidade’ para as linhas de produtos, como sugere Jovani Fernandes, dire-tor industrial da Gyotoku. Fernandes também concorda que a semelhança dos produtos é algo difícil de ser mu-dado: “Imaginando que cerca de 10 colorifícios tenham que desenvolver

produtos para todos os fabricantes, acreditamos ser muito difícil ter criatividade e recursos suficientes a ponto de desenvolver produtos per-sonalizados, para todo este univer-so’’, conclui. Já na Cecrisa Portinari, cerca de 80% das coleções lançadas pela empresa são oriundas de de-senvolvimentos internos, utilizando as matérias-primas dos colorifícios. O 20% restantes são desenvolvidos por estes fornecedores sob orien-tação dos profissionais da Cecrisa, conforme informa Zimmermann. Mas quem são os culpados pela se-melhança dos produtos? Para Edson Roberto Viana, diretor industrial da Lanzi, a pasteurização é conse- qüência do aumento da produção na-cional, a falta de estúdios nacionais especializados na criação de novos produtos e a inexistência de uma re-muneração justa pelos produtos ce-râmicos. Por sua vez, Nilton Torres de Bastos Filho, diretor industrial da Portobello, afirma que este é um pro-blema que não atinge as cerâmicas

preocupadas com inovação, “Sempre haverá espaço para criar algo distin-to que gere, aos olhos do cliente, um diferencial’’, enfatiza.

Remuneração

Quando o assunto é remuneração do investimento por parte dos colo-rifícios, as empresas devem se atua-lizar. “Atualmente existe uma super oferta de fritas no mercado. Sendo

Gresteram_legno02 (PT) trc 29-06-2007 17:55 Pagina 1

Colori compositi

C M Y CM MY CY CMY K

Araújo: as empresas asso-ciadas à Abracolor repre-sentam 70% do mercado

Müller: linhas parecidas mostram a fragilidade das empresas face a colorifícios

COLORIFÍCIOS

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assim, o investimento para se iniciar um novo negócio fica muito mais barato, pois não é necessário para os novos ‘players’ um grande inves-timento, visto que os produtores de fritas e corantes, se propõem a co-mercializar com seus próprios com-petidores e o resultado é este que estamos assistindo, o famoso tiro no pé”, diz Bortoni, que explica a situa-ção confortável dos colorifícios que não possuem sua própria produção de fritas. A atual remuneração dos colorifícios para Luiz Cláudio Faus-tini, diretor comercial da Esmalglass, deriva da atual situação do mercado: “A situação do mercado não é sim-ples e isto se deve a diversos fato-res, entre eles, a entrada de novos concorrentes. Porém não podemos nos acomodar e assimilar esta con-corrência, devemos sim, concentrar nossos esforços em inovação, design, serviços diferenciados e assistência técnica de qualidade, para continu-armos sendo reconhecidos pelo setor

cerâmico, crescendo e tornando o in-vestimento viável’’, conclui. Por sua vez, os ceramistas afirmam que os colorifícios vão bem, principalmen-te aqueles que investem fortemente em tecnologia, “Os colorifícios que investem fortemente em tecnologia apresentam uma rentabilidade mui-to acima da média setorial, pois o mercado reconhece e paga por um produto diferenciado na sua tecno-logia de produção e na apresentação estética’’, afirma José Zimmermann, diretor de operações da Cecrisa Por-tinari, que possui opinião parecida com a do gerente industrial Celso Joaquim da Villagres, que afirma que a rentabilidade dos colorifícios não é baixa, pois segundo Joaquim, “eles nunca vão para a falência ou concor-data”. Apesar da situação dos colo-rifícios ser boa, sob a ótica dos ce-ramistas, estes últimos afirmam que a grande concorrência existente no mercado cerâmico, que é três vezes mais competitivo do que o dos colo-rifícios, segundo João Celso, da Ba-tistella, é responsável pelas reclama-ções dos principais fornecedores da indústria cerâmica. Opinião parecida tem Gilmar Menegon, gerente indus-trial da Ceusa, que responsabiliza o excesso de oferta e a forte concor-rência asiática. Por sua vez, Otmar Müller solidariza-se e culpa também as cerâmicas pelas reclamações dos colorifícios, “Os colorifícios apenas sentem as conseqüências dos nossos insucessos. A cada reajuste de preço há um reflexo imediato na quantida-de consumida para os colorifícios

quando, para nós fabricantes, há muita oferta. Portanto, a dificuldade para repassar preços é semelhante à nossa. O sacrifício das margens tem sido, infelizmente, uma ação tomada por todos. Dessa forma, reconhece-mos a dificuldade vivenciada pelos colorifícios, assim como entende-mos que chegaram num equilíbrio dos custos difícil de ser sustentado’’, conclui Müller.

Marca Brasil e Norma

Sobre a conquista de uma futura ‘Marca Brasil’, que retrate toda ri-queza cultural de nossa terra, os colo-rifícios estão otimistas. Eles afirmam que é necessário uma maior união que traga um padrão que seja identi-ficado e reconhecido mundialmente, como diz Faustini, da Esmalglass. Ele considera a inovação em texturas e complementos, ferramentas neces-sárias para a conquista de tal objetivo. Outra recomendação vem de Francis-

Fernandes: é muito difícil desenvolver produtos per-sonalizados para todos

Zimmermann: toda nossa produção é orientada internamente

COLORIFÍCIOS

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co Bortoni, ao sugerir uma relação de benefício, “A maior dificuldade que vejo nesse posicionamento do merca-do nacional é construir uma relação de benefício, respeito e fidelidade entre os fabricantes nacionais de cerâmica

e suas entidades de classe’’, finaliza. Em tempos de ‘invasão chinesa’, os colorifícios acreditam que uma norma

que fiscalize os porcelanatos, prin-cipalmente vindos do ‘gigante asiá-tico’ podem ajudar principalmente o consumidor. Faustini, da Esmalglass, afirma ainda que normas reguladoras serão benéficas pois podem aumen-tar a competitividade dos produtos nacionais e desestimular eventuais importações oportunistas. Já Bortoni, possui opinião parecida com as cerâ-micas ao explicar que normas podem ser, segundo ele, apenas um pequeno fato inibidor para alguns importado-res. Alguns ceramistas acreditam que as normas técnicas não são a única salvação, como diz Zimmermann da Cecrisa Portinari: “Uma norma técni-ca em si não é uma barreira à entrada de produtos de determinado país. Na China como em todo o mundo exis-tem fabricantes com um bom nível tecnológico e de produto. Defende-mos a idéia da qualificação da impor-tação em todos os seus âmbitos. Os produtos provenientes de qualquer país que entram em nosso mercado devem ser qualificados no aspecto técnico, mas também é necessário que sejam tomadas medidas de padroni-zação e regulação desse mercado no âmbito governamental internacional. Embora a China seja afiliada à OMC, ela não está observando regras de co-mércio internacional no que se refere à segurança dos locais de trabalho e proteção ambiental’’, conclui Zim-mermann. Ainda sobre a importação do produto chinês, outros se mostram frustrados, como Menegon, da Ceu-sa, que se diz inconformado com o aval que as indústrias cerâmicas es-

tão dando aos produtores chineses quando elas próprias comercializam o porcelanato técnico. “É lamentável este tipo de postura, pois temos que lutar pelos interesses do setor e mais uma vez, os interesses particulares se

sobressaem. Pergunto: Como a cerâ-mica brasileira vai combater algo que ela mesma comercializa?”, conclui o gerente industrial da Ceusa.

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Viana: faltam estúdios nacionais especializados e remuneração adequada

Joaquim: lindos e inova-dores protótipos viram verdadeiros ‘rascunhos’

Faustini: inovação em tex-turas e complementos para reconhecimento mundial

Menegon: como o Brasil vai combater algo que ele mesmo avaliza?

COLORIFÍCIOS

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2� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 2�

A patente, solicitada anterior-mente à apresentação da tecno-logia InkCid na Cevisama 2005, pela qual recebeu o Premio Alfa de Ouro concedido pela Sociedade Espanhola de Cerâmica e Vidro, su-perou com êxito todos os tramites requeridos e foi concedida definiti-vamente no mês de julho de 2007. Com esta patente se concretiza a novidade mundial das tintas desen-volvidas, ficando protegidas frente à possíveis cópias que se preten-dam introduzir no mercado.

As tintas pigmentadas, objeto da patente, abrangem qualquer to-nalidade e fica incluída no projeto global de decoração digital, InkCid, desenvolvido pela Torrecid e que já supõe uma “revolução” dentro do setor cerâmico no pouco tempo de implementação. Esta tecnologia

apresenta numerosas vantagens de produto, processo e gestão, que su-peram as limitações das técnicas que vinham sendo empregadas até o momento. Entre essas vantagens, cabe destacar a extraordinária defi-nição, a qualidade de imagem, a ob-tenção de um número ilimitado de peças diferentes, a decoração das bordas das peças e nos baixo-rele-vos, a adequação das necessidades de fornecimento com as de produ-ção e a rapidez no desenvolvimento de novos modelos.

Todas essas facilidades abrem novos campos de aplicação da ce-râmica, facilitando uma estreita colaboração, inclusive via inter-net, de especificadores como ar-quitetos, decoradores, consumi-dores finais e outros que podem participar diretamente no dese-

nho e fabricação de produtos que atendem mercados de maior valor agregado, que podem ocupar no-vos espaços e superf ícies, como fachadas, tetos e demais espaços. Na realidade, se trata de uma so-lução definitiva à decoração de revestimento cerâmicos no geral e supõe a “revolução” que o setor necessitava.

Atualmente, mais de 40 empre-sas, das maiores do setor cerâmico mundial, estão trabalhando com esta tecnologia de maneira contí-nua, com confiança total e colhen-do grandes êxitos comerciais com o produto que foi desenvolvido. Tan-to é assim que muitas destas em-presas, que na atualidade já contam com duas ou três máquinas, não duvidam em ampliar seu número de unidades.

Graças a esta “revolução”, o setor cerâmico está pronto para compe-tir com grande vantagem frente a outros materiais tais como a pedra natural, o mármore, o vidro, a ma-deira, o vinil, etc., uma vez que as possibilidades estéticas e técnicas conseguidas com os produtos cerâ-micos aportam um valor agregado muito superior ao destes outros materiais.

Durante a próxima Feria da Cer-saie, que ocorrerá no mês de outu-bro na Itália, as empresas líderes do setor apresentarão um grande número de tendências e produtos que somente se podem conseguir com esta tecnologia. Até então, são numerosas as empresas que dia-a-dia demonstram seu interesse pela mesma e se prevê para depois da Feira uma projeção exponencial na implementação desta tecnologia. Todo isto mostra como Torrecid, uma empresa globalizada é mais uma vez líder no I+D+i (Investiga

ção+Desenvolvimento+inovação) mundial, dando um salto espetacu-lar com uma verdadeira inovação de ruptura.

Nesta linha, um claro exemplo de como Torrecid se encontra na vanguarda na hora de marcar ten-dências dentro do setor cerâmico, tem sido sua participação no ato da apresentação do projeto orga-nizado pelo Círculo de Moda para definir as Tendências Outono – In-verno 2008/2009, que teve lugar no Muvim (Museu Valenciano da Ilustração e da Modernidade). Tra-ta-se de uma iniciativa com a qual se pretende agilizar as respostas que dão os setores empresariais e profissionais do desenho das novas demandas de mercados vanguar-distas, utilizando a moda como um valor diferenciado para que nos tornemos mais competitivos. A Torrecid apresentou peças cerâ-micas decoradas com InkCid, todas elas diferentes e com uma definição

e qualidade de imagem que não se pode alcançar com as tecnologias de decoração habituais, criando um ambiente em que se demons-trava como se pode associar moda e tecnologia para satisfazer as ne-cessidades do mercado.

Em definitivo, esta patente repre-senta a conclusão da grande tarefa de investigação realizada pela equi-pe de Torrecid e mostra uma vez mais a contínua atitude inovadora da empresa, assim como sua capa-cidade de antecipar-se à mudança para oferecer a seus clientes maior valor agregado, tal como está evi-denciado em sua Missão: “Alcançar e consolidar a liderança mundial em inovação de produto, proces-so e serviço para proporcionar a seus clientes as melhores vantagens competitivas”.

Informações de responsabilida-de do departamento técnico da Torrecid Brasil.

Informe técnico

TORRECID CONSEGUE A PATENTE DAS TINTAS PIGMENTADAS PARA IMPRESSÃO DIGITAL

COLORIFÍCIOS

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2� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 2�

Os dados forne-cidos pelo Departa-mento de Comércio dos Estados Unidos relativos ao desem-barque nos portos ofereceu um quadro de quais são as maio-res áreas de consu-mo de cerâmica nos Estados Unidos. Devido aos eleva-dos custos de transporte terrestre, na maior parte dos casos, é inviável transportar os revestimentos cerâmi-cos por mais de 250 a 300 milhas; uma regra que não se aplica aos revestimentos provenientes do Mé-xico via ferrovia, transportados por distâncias ainda maiores. A análise aqui feita se refere aos sete maiores exportadores de revestimentos para os Estados Unidos (Itália, México, Brasil, China, Espanha, Turquia e Indonésia), que representam cerca de 90% do total das importações norte-americanas de revestimentos em 2006.

As áreas de consumo

As maiores áreas geográficas de importação de revestimentos dos Estados Unidos são o Sudeste, cujos

portos principais são Miami e Sa-vannah, e o Oeste, cujos maiores portos são Los Angeles e São Fran-cisco. A parte restante do território norte-americano pode ser dividida em três áreas geográficas remanes-centes: Nordeste (portos principais: Nova York e Boston), Sul (Houston e Nova Orleans) e Centro-norte (De-troit e Chicago). As principais áreas de consumo são a costa ocidental (e em particular o estado da Cali-fórnia), Flórida e Geórgia (respecti-vamente com os portos de Miami e Savannah) e o Estado de Nova York – Nova Jersey – Connecticut e Texas. Estes estados representam as maio-res áreas de consumo não só devido à presença dos maiores portos norte-americanos, mas também porque é justamente nestas regiões que estão localizadas as maiores áreas metro-politanas dos Estados Unidos.

Portos por país

Em 2006, cerca de 60% da cerâmica ita-liana foi alfandegada em quatro portos: Los Angeles (11,0 milhões de metros quadrados), Houston (10,1 milhões m2),

Nova York (8,3 milhões m2) e Miami (7,2 milhões m2). A região na qual foi alfandegado o maior percentual de cerâmica italiana foi o Sudeste com 17,9 milhões m2 (29% das ex-portações italianas de cerâmica aos EUA). O México, que exportou 42 milhões m2, diferentemente dos de-mais fornecedores dos EUA, efetua a maior parte das próprias exportações por trem, os distritos aduaneiros em que são alfandegados os revestimen-tos mexicanos são Laredo e El Paso, respectivamente com 30,6 milhões m2 e 9,3 milhões m2. Os principais portos de alfândega para os revesti-mentos provenientes do Brasil, que em 2006 alcançaram 40 milhões de m2, foram Miami com 11,9 milhões de m2 (29,7% das exportações bra-sileiras) e Houston com 7,6 milhões m2. Para a China (32,2 milhões de m2 em 2006) o principal porto é Los An-

A importação dos EUA de cerâmica em 2006, por região geográfica e tipologia em milhões de m2

EXPORTAÇÕES

Os portos americanosLevantamento feito por Antonio Liguori da consultoria D.Grosser & Associates de Nova York, a partir dos dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos

revelam as forças e fraquezas dos vários ‘players’ naquele mercado

por Antonio Liguori – D. Grosser and Associates, Ltd. New York

Fonte: Elaborado por D. Grosser &Associates a partir dos dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.* A importação proveniente dos 6 países exportadores presentes na tabela representa 72,5% do total da importação norte-americana de cerâmica.

REGIÃO TIPOLOGIA ITÁLIA BRASIL CHINA ESPANHA TURQUIA INDONÉSIA TOTAL 6 PAÍSES*

Sudeste

Esmaltado 15876 20648 7482 13546 3308 1866 62726

Não esmaltado 1951 70 120 370 25 67 2603

Mosaico 34 34 156 9 6 0 239

Oeste

Esmaltado 11202 2518 14644 4165 899 4875 38303

Não esmaltado 1466 33 319 225 1 326 2370

Mosaico 39 2 386 5 0 30 462

Nordeste

Esmaltado 8263 4072 1897 4266 2577 780 21855

Não esmaltado 963 16 29 23 19 7 1057

Mosaico 20 16 10 3 30 159 238

Sul

Esmaltado 8378 8169 3087 4049 866 230 24779

Não esmaltado 2465 8 50 17 37 6 2583

Mosaico 21 5 5 5 0 28 64

Centro-Norte

Esmaltado 5209 801 1351 1404 1056 530 10351

Não esmaltado 970 3 26 22 15 0 1036

Mosaico 4 0 40 0 3 0 47

Outros Portos 4530 3579 2589 4053 370 176 15297

Total 6 países* 61391 39974 32191 32162 9212 9080 184010

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Ciclos de queima mais rápidosCustos de produção reduzidosMelhoria de qualidade no produtoMaior flexibilidadeInvestimento com retorno mais rápido

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mentos dos principais países forne-cedores foram Los Angeles, Miami, Houston e Nova York. No porto de Los Angeles foram alfandegados 36,2 milhões de m2 de revestimentos cerâmicos, dos quais 37% chineses e 30% italianos. Ao porto de Miami chegaram 33,0 milhões de m2 dos quais 36% do Brasil, 30 % da Espa-nha e 22% da Itália. Houston e Nova York registraram 24,2 milhões de m2 e 21,0 milhões de m2. Em ambos portos cerca de 40% foi proveniente da Itália.

Importação por tipologia

Os revestimentos importados no mercado norte-americano são divi-didas em oito categorias aduaneiras, reagrupadas em três tipologias: re-vestimentos esmaltados, revestimen-tos não esmaltados e mosaicos cerâ-micos. Em primeiro lugar vêm os re-vestimentos esmaltados, adquiridos em quantidades nitidamente superio-res em relação às outras tipologias.

geles (13,5 milhões m2), seguido por Savannah, Miami e Houston. Miami representou o principal porto para a cerâmica espanhola com 9,8 milhões de m2 (em queda comparados aos 11 milhões de m2 em 2005); a parte restante das exportações espanholas, que foi de 32,2 milhões m2 em 2006, foi desembarcada nos portos de Los Angeles, Nova York, Porto Rico e Houston. Os revestimentos prove-nientes da Turquia em 2006 (9,2 mi-lhões de m2), vieram principalmente na região Sudeste e Nordeste, que representaram 36% e 29% das ex-portações turcas de cerâmica. Para a Indonésia, bem como para a China, a principal área de exportações foi o Oeste americano, na qual foram al-fandegados 58% dos revestimentos da Indonésia (5,2 milhões m2 dos 9,1 milhões m2 totais).

Os 4 principais portos

Em 2006, os portos que receberam as maiores quantidades de revesti-

EXPORTAÇÕESEm 2006, a Itália, principalmente via portos de Los Angeles, Houston, Nova York e Miami, foi o primeiro país fornecedor de cerâmica esmal-tada e não esmaltada, enquanto que o México foi o principal exportador para os Estados Unidos de mosaicos (a quase totalidade através do distin-to aduaneiro de Laredo). Como no-tado por todos os principais expor-tadores de revestimentos, a cerâmica esmaltada representou em média 95% das exportações para os EUA; o único país para o qual os revesti-mentos não esmaltados representam um percentual superior à média é a Itália (15%), e isto é devido à grande quantidade de porcelanato técnico exportado para os EUA, tipologia pela qual a Itália se vangloria de ter uma liderança inconteste.

[email protected]

Matéria publicada em CER, il giornale della Ceramica, edição março/abril 2007 - pgs 40-41

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�2 Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 ��

Com aproximadamente 1.800 par-ticipantes e visitantes, o 36º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha aconteceu entre 21 e 24 de agosto, paralelamente ao Minascon, no Expominas, em Belo Horizonte, MG. O evento foi uma iniciativa da Anicer e contou com o apoio do Sin-dicer/MG, do Sindicato das Indús-trias de Cerâmica e Olaria do Triân-gulo e Alto Paranaíba, da Associação dos Ceramis-tas de Monte Carmelo e da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Igaratinga. A programação contou com o Fórum “A qualida-de como ferramenta para o crescimento sustentável”, o 5º Encontro Nacional dos Laboratórios de Cerâ-mica Vermelha do Senai, o 3º Encontro Nacional de Representantes do Sebrae para Cerâmica Vermelha,

ENCONTRO

Ceramistas em Minas Gerais

Anicer realiza seu 36º Encontro na capital mineira e reúne ceramistas de todo o Brasil, ávidos por debater e encontrar soluções para seus mais

aflitivos problemas, como mineração, tecnologia e mercado

as Clínicas Tecnológicas Senai/Ani-cer e as Visitas Técnicas. A edição contou ainda com a Expoanicer e o Prêmio João-de-Barro 2007.

Abertura

A Solenidade de Abertura do 36º Encontro, dia 21 de agosto, reuniu mais de seiscentas pessoas no auditó-

rio central do Expominas e teve dis-cursos do presidente da Anicer, Luis Carlos Barbosa Lima, do presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamotto, do presidente da Fiemg, Robson Bra-ga de Andrade e do presidente da Câ-mara da Indústria da Construção da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargo. Foi apresentado o vídeo institucional da Anicer, que mostrou as particulari-

dades e a importância da indústria de cerâmi-ca vermelha brasileira. O momento também registrou a entrega dos títulos de sócio benemérito para Nel-son Ely Filho e César Vergílio Oliveira Gon-çalves, ex-presidentes da Anicer. Luis Lima, presidente da Anicer, destacou o setor como grande fornecedor para a cadeia da cons-trução civil e ressaltou

a importância do evento, que anu-almente congrega os ceramistas de diversas regiões para momentos de qualificação e negócios. Coube a Amyr Klink a pa-lestra muito espe-rada para encerrar a noite. Na apre-sentação, o nave-gador comentou a necessidade de superar obstáculos e de empreender sempre. Ele também mostrou em detalhes o planejamento de suas viagens e as percepções de vida obtidas em suas aventuras.

Fórum

Em dois dias, o Fórum “A Quali-dade como ferramenta para o cresci-mento sustentável”, contou com 300 participantes e 16 apresentações de profissionais de todo o País, que mos-traram novas leituras sobre a susten-tabilidade dentro da indústria de ce-râmica vermelha. Na edição 2007, a

ocasião teve formato inovador e per-mitiu debate ainda maior. Abaixo os resumos das palestras ministradas.

Painel I Meio Ambiente e Mineração A representação da indústria em

fóruns ambientais - Maria Luiza Werneck dos Santos, CNI

A palestrante mostrou a atuação institucional da indústria nos con-selhos e foros ambientais, como o Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, e indicou os pontos a serem aperfeiçoados para maior participação das empresas no processo de construção do po-sicionamento do setor produtivo, em relação aos diversos temas da área ambiental.

Indústria Cerâmica: Reflexões sobre melhorias e oportunidades sustentáveis - Ângelo José Rodri-gues Lima, ONG WWF Brasil

Foi apresentado o contexto atual,

em que os seres humanos devem ter uma postura pró-positiva e ati-va em relação à interferência no ambiente. Tam-bém destacou que os homens inte-gram o ambiente e, por isso, são afetados pelas mudanças causa-das. Trouxe ainda iniciativas de su-cesso e destacou

ações das cerâmicas para minimizar os impactos ambientais.

As implicações e os desafios para a indústria de Cerâmica Vermelha - César Vergílio Oliveira Gonçalves, Anicer

Temas como a visão errônea que muitos têm sobre a mineração, as leis e os organismos fiscalizadores fizeram parte desta apresentação, que conscientizou o ceramista sobre seu papel como minerador e o seu dever constitucional de recuperar as áreas extraídas.

Solenidade de abertura em 21 de agosto de 2007, no Expominas

Estande da Anicer: muita movimentação durante todo o evento

Aloisio e Collado: curso básico Menasce, Amyr Klink e Nelson Ely

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A visão jurídica da mineração - Maria Luiza Werneck dos Santos, CNI

A palestra destacou a extração das substâncias minerais de acordo com a legislação brasileira, sobretudo na Constituição da República, e a rela-ção com o meio-ambiente. Também abordou a Resolução Conama 369/06, que conferiu diferenciação gratuita à areia, argila, saibro e cascalho, em re-lação às outras substâncias minerais.

Painel II Qualidade e Competitividade

Os PSQs como ferramentas de competitividade - Carlos André Fois Lanna, Cerâmica Selecta, e Ed-valdo Costa Maia, Anicer

Os Programas Setoriais da Quali-dade de Blocos e Telhas Cerâmicos são importantes ferramentas para o alcance da conformidade dos produ-tos diante de um exigente mercado consumidor. Nesta apresentação, fo-ram mostrados os diferenciais com-petitivos que ocorrem nos produtos, nos processos e na gestão da empre-

sa ao fazer a adesão à iniciativa.Do ensino à qualificação e à cer-

tificação na cerâmica vermelha - Silvia Helena Carabolante, Senai/SP

O Senai tem gestão que alinha os serviços técnicos e tecnológicos com a educação profissional. Assim, man-tém-se articulado com a indústria brasileira e seus atores, e acompanha a evolução da certificação na cerâmi-ca vermelha. Para isso, a Escola Se-nai Mario Amato realiza ensaios em laboratório acreditado pelo Inmetro e adota ferramentas para a formação de técnicos.

Os avanços da certificação Inmetro no setor - Maria Luiza Salomé, CCB

Foi apresentada a evolução da cerâmica vermelha nos processos de certificação, desde o início, em 2001, para produtos até a chegada da ISO 9001, em 2006. Também foram mostrados programas de qualidades de outros segmentos e as vantagens obtidas com o procedimento pelas empresas, pelos consumidores e pelo País.

Apoio do BNDES às Micro, Pe-quenas e Médias Empresas – Car-los David Guevara

A palestra abordou a missão e atu-

ação do BNDES, destacando as principais formas de financiamento destinadas à indústria de cerâmi-ca através das operações diretas e indiretas disponíveis. Por exemplo, as operações diretas, as empresas da indústria de cerâmica têm possibili-dades de financiamento a empreen-dimentos, apoio à inovação.

Painel III Gestão, Saúde e Responsabilidade Social

A Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas: um novo tempo para os pequenos negócios – André Silva Spínola, Sebrae Nacional

A Lei prevê tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favore-cido às empresas do segmento, com o objetivo de promover a sua compe-titividade. Trata-se de um importante instrumento para o país, na estraté-gia de geração de emprego, na distri-buição de renda, na inclusão social, na redução da informalidade, no in-centivo à inovação tecnológica e no fortalecimento da economia.

As mudanças na NR 10 e o im-pacto na indústria de cerâmica vermelha – Clóvis Barbosa Siquei-ra, Sesi

A NR 10 é uma Norma Regula-mentadora do Ministério do Trabalho e Emprego, voltada para a prevenção de riscos relacionados à eletricidade. Foram abordados os perigos à saúde

dos trabalhadores que interagem com instalações elétricas e como o em-presário pode atuar visando contro-lar estes riscos e garantir a segurança e a saúde dos seus funcionários.

Práticas de sucesso na vacinação - Paulo Soares de Azevedo, ANA-MT/AMB

Entre as dez maiores descobertas da medicina neste último milênio, a vacina está em 4º lugar. Antes das vacinas, a média de idade do homem era de 40 anos e agora é de 70 anos. A apresentação destacou que este é o procedimento que agrega maior va-

ENCONTRO

Senai: braço direito da cerâmica vermelha

Simone da Morandotti Brasil

Clínicas: participantes interessados

Monte Carmelo: certificação

Perrupato e o novo siste-ma para encaixe fácil de manilhas utilizando um anel o’ring, além de manilhas gigantes que podem ser utilizadas em obras de saneamento com vantagens sobre outros produtos

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�� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 ��

lor a vida, já que cada vacina aumen-ta a proteção da coletividade.

Projeto Morrinho, uma propos-ta de inserção social brasileira - Fábio Gavião e José Carlos Pereira, ONG Morrinho

O Morrinho é uma gigante maque-te a céu aberto feita com tijolos (blo-cos cerâmicos) quebrados ao meio e restos de madeira por crianças da comunidade do Pereirão, no Rio de Janeiro, que inventaram a brinca-deira para se afastar da violência. A iniciativa já foi elogiada por críticos de arte em todo o mundo e se tor-nou ONG, em 2005, com o intuito de

trazer benefícios para a comunidade em que foi criada.

Painel IV Novos Combustíveis, Eficiência Energética e a Utilização de Bio-massa

Os desafios da cerâmica verme-lha frente às dificuldades energé-ticas – Luis Carlos Barbosa Lima, Anicer

A apresentação mostrou as ações dos fabricantes de blocos, telhas e tubos para alcançar novos horizontes na busca por combustíveis que abas-teçam os fornos. Destacou ainda o cenário atual e as possíveis soluções, colocando a busca por energia den-tro do contexto de desenvolvimento sustentável.

Aumento da produtividade com o uso eficiente da energia - Ricardo Wargas de Faria, Sebrae/RJ

As pequenas indústrias de cerâ-mica vermelha vêm passando por uma série de transformações em seus processos produtivos bastante

pressionadas pelas questões energé-ticas e ambientais. Na apresentação, foi demonstrado o uso eficiente da energia como prática para garantir a sustentabilidade da empresa em um mercado cada vez mais competitivo.

O Programa Procel e o estímulo à Eficiência Energética na Indús-tria – Roberto Piffer, Procel/Eletro-brás

A apresentação destacou a imple-mentação do Programa Nacional de Eficiência Energética com dois pi-lares: ações para médias e grandes indústrias focadas em sistemas mo-trizes e na pequena indústria com a

parceria do Sebrae.A biomassa e as mudanças cli-

máticas - Marcos Freitas, Copee/UFRJ

Cerca de 45% da energia produ-zida no Brasil provêm de fontes renováveis sendo que a biomassa provê 28% do consumo primário de energia. A imensa superfície do território nacional, quase toda localizada em regiões tropicais e chuvosas, oferece um excelente local para a produção de biomassa em larga escala para uso energético.

Clínicas e laboratórios

As manhãs do Encontro Nacional foram voltadas para a qualificação técnica e gerencial através das Clí-nicas Tecnológicas Senai/Anicer que contaram com 260 participantes. A programação foi dividida em quatro momentos que abordaram: Extração e Preparação de Massa; Conforma-ção do Produto Cerâmico; Secagem e Queima; e Controles de Processo e

os Programas de Qualidade. Na pri-meira Clínica, Maura Núcia Franco, professora do Senai/PI, destacou os primeiros passos para a produção das peças cerâmicas. Já a segunda apresentação teve como foco a con-formação do produto cerâmico e foi ministrada por Amando Alves de Oliveira, professor da Escola Senai Mario Amato. Os temas da terceira apresentação foram secagem e quei-ma dos produtos cerâmicos através de palestra ministrada por Oscar Ru-bem Klegues Montedo. Fechando a

edição 2007 das Clínicas Tecno-lógicas, Emerson Marcos Dias, assessor técnico e de qualidade da Anicer, apresentou os controles de processos e os programas de qua-lidade. Os laboratórios do Senai congregaram vinte profissionais. O evento reuniu técnicos de di-versas partes do país para a troca de experiências e a elaboração de estratégias conjuntas. O trabalho também delineou ações para res-ponder com eficiência as deman-

das da construção civil e atender as empresas do setor cerâmico que buscam a melhoria contínua de seus produtos e processos.

Próximo evento

No último dia do encontro 250 participantes realizaram as visitas técnicas às cerâmicas Marbeth/ Gru-po Braúnas e Setelagoana. Agora é aguardar o 37º Encontro da Anicer já marcado para a semana de 15 de se-tembro de 2008 em Salvador, BA.

ENCONTRO

Colodete da Verdés recebe clientes Man: prensa rotativa para o Brasil

CCB certificou várias cerâmicas no 36º Encontro

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�� Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 ��

Toda a ação deve ter por objetivo produzir uma mudança para me-lhor. Nesse contexto en-tende-se por ação desde uma reunião com um pequeno grupo de pes-soas, a atuação sobre o processo produtivo, um projeto de pesquisa, a publicação de uma re-vista, uma palestra, um congresso, etc.

No que se refere ao setor cerâmico e, mais especificamente os con-gressos tradicionais vol-tados para esse setor, de um modo geral, infelizmente, a rea-lidade é que eles não são agentes de mudança e muito pouco contribuem para o desenvolvimento do setor.

Analisando criticamente nossos congressos, nota-se que a seleção dos trabalhos praticamente não tem um objetivo claro e não leva em con-sideração os interesses do público alvo. Ou seja, os congressos atuais privilegiam quem quer falar e rara-mente se preocupam em verificar, dentro o público alvo, quantos que-rem ouvir o que os que quem querem falar têm a dizer. Como uma conse-qüência dessa formatação os con-gressos tradicionais tem muitas salas praticamente vazias e contribuem muito pouco para o desenvolvimen-to do setor.

Nesse contexto a Aspacer em parceria com a Abracolor, buscou, através do I Congresso da Indústria

Cerâmica de Revestimento em 2006 fazer um congresso diferente. Um congresso que representasse de fato uma contribuição para o desenvolvi-mento do setor de revestimentos ce-râmicos, nos moldes do exposto na abertura deste artigo. Assim, estabe-leceu-se que o objetivo do congresso seria contribuir para o aprimoramen-to e atualização dos profissionais que atuam no setor e as palestras foram escolhidas com base nos interesses do público alvo, que neste caso, por se tratar de um “Congresso da Indús-tria”, eram os profissionais que atu-am no setor produtivo.

Assim, de 23 a 27 de outubro de 2006, na sede da Aspacer, em Santa Gertrudes, foi realizado o I Congres-so da Indústria Cerâmica de Reves-timento.

O número de participantes, aproxi-madamente 2.000, superou em muito

as expectativas. Entre-tanto, esse fato por si só não é um bom indicador do sucesso do evento. A avaliação real deveria ser baseada no grau de satisfação dos partici-pantes, levando-se em consideração o objetivo do evento. Nesse sen-tido, se as palestras em um determinado período não tivessem atingido seus objetivos, os pre-sentes voltariam para as fábricas contando isso e o número de presentes cairia ao longo dos três

dias de congresso. O que se viu foi que, a cada período, a cada novo dia, tínhamos cada vez mais participan-tes. Essas evidências de fato indicam que o evento foi um sucesso. Além disso, nas conversas durante e após o evento, todos os comentários sobre a contribuição do congresso foram extremamente elogiosos, inclusive com várias sugestões de melhorias para as próximas edições.

II Congresso da Indústria Cerâmica de Revestimento

Será realizado de 22 a 26 de outu-bro de 2007 na sede da Aspacer, em Santa Gertrudes o II Congresso que continua sendo uma realização da Aspacer e Abracolor. A formatação geral será a mesma da primeira edi-ção, 3 dias com palestras de 25 mi-nutos sobre todos os temas relacio-

Fazendo diferente

CONGRESSO

O II Congresso da Indústria Cerâmica de Revestimentos busca uma identidade própria focada na busca de temas que sejam de real interesse do seu público-alvo

que são os profissionais que atuam nas indústrias cerâmicas

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Anselmo O. Boschi é assessor técnico da Abracolor

II Congresso será realizado de 22 a 26 de outubro 2007

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�0 Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 �1

nados ao setor. Os objetivos também continuam os mesmos e a seleção dos trabalhos obedecerá aos mesmos critérios. Como novidade esta segun-da edição deverá contar com alguns mini-cursos sobre temas de grande relevância para os profissionais que atuam no setor. Dentre os temas que estão sendo considerados para os mini-cursos estão: acordo massa-es-malte, reologia de sistemas argilo-sos, esmaltes e tintas, colorimetria e variação de tonalidade, desenvol-

Mundo Cerâmico - Junho/Julho 2006 1

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vimento de produtos, entre outros.

Mais informações sobre o evento pode-rão ser encontradas no site da Aspacer (www.aspacer.com.br), que trará as últimas in-formações sobre o mesmo, ou através da Ana Lúcia Brandão, tel (19)3545 1145.

Os que q u i s e -

rem submeter traba-lhos, poderão fazê-lo através do e-mail [email protected] (sem o tradicional “.br” no final) ou entrando em contato com a Ana Lúcia, na As-pacer até 07/10. As submissões deverão trazer as seguintes informações:

• Título• Autores• Apresentador• Empresa / Instituição• Resumo (até 300 palavras)’• E-mail, telefones (inclusive

celular) e fax, para contatoA Comissão Organizadora infor-

mará o aceite, ou não, até 15/10.Sugestões, comentários, etc. são

muito bem vindo e também podem ser enviados para o mesmo e-mail.

I Congresso: palestra precursora sobre porcelanato

I Congresso: questões sobre comércio exterior

CONGRESSO

Page 22: mc capa com lombada 213x280.indd1 1 20/9/2007 23:57:36 - web.pdf · Que ninguém se iluda com a informalidade do professor Anselmo. Quando o assunto é tecnologia é um defensor formal

�2 Agosto - Setembro 2007 - ShowRoom ShowRoom - Agosto - Setembro 2007 ��

Tendo em vista, um maior inter-câmbio comercial, tecnológico e cultural, o Centro Cerâmico de Bo-logna, em cooperação com a Con-findustria Ceramica, a Cersaie terá um intenso calendário de seminários técnico-científicos, que serão reali-zados na área do Centro de Serviços. Os temas são os seguintes:

Quarta-feira3 de outubro, 10h:30min

Azulejos e pisos de cerâmica: a marca CE dois anos depois

O seminário pretende dar uma vi-são atualizada de todos os documen-tos de referência e traçar as linhas de tendência na evolução normativa, constituindo um momento de inter-câmbio de opiniões e experiências.

Quinta-feira4 de outubro, 10h:30min

Os Sanitários de cerâmica: nor-mas internacionais e marcado CE

O seminário analisará a situação atual, dará uma visão geral das pró-ximas normas aplicáveis e discutirá as implicações comerciais e técnicas desta marca no setor dos sanitários de cerâmica.

Sexta-feira5 de outubro, 10h30min

Azulejos, pisos e sanitários de ce-râmica: as fronteiras da investigação

O seminário pretende apresentar e discutir os objetivos, as linhas estra-tégicas, os recursos destacados e as previsíveis repercussões, em que se concentram os esforços conjuntos da indústria e das estruturas de inves-tigação, no âmbito dos programas nacionais e internacionais de apoio a investigação, como o VII Programa Marco da União Européia.

Sexta-feira5 de outubro, 15h00min

Placas cerâmicas e eficiência de energia nas edificações

O seminário é indicado em parti-cular para arquitetos e designers, que terão a oportunidade de trocar opini-ões e discutir as diferentes necessi-dades sobre o tema.

Sábado6 de outubro, 10h00min

Padrões da telha cerâmica na perspectiva do colocador: das es-pecificações técnicas até a quali-dade da telha

Abordará temas como caracterís-ticas dimensionais, características mecânicas de volume e as caracte-rísticas mecânicas e químicas das superfícies. O seminário terá apre-sentação de análises críticas e dados de casos específicos.

A Cersaie, maior feira especiali-zada em cerâmica do mundo, será realizada em Bolonha, Itália, de 2 a 6 de outubro. Para sua 25a edição os organizadores esperam superar o nú-mero de visitantes, em relação à edi-ção anterior, que recebeu mais de 90 mil profissionais. Em 2006 por volta de 25 mil pessoas vieram de fora da Itália, dos quatro cantos do planeta,

principalmente da Ásia que compa-receu com 2.552 visitantes. Outros continentes e regiões também mar-caram forte presença, como a Amé-rica do Norte, com 947 visitantes, o Oriente Médio, com 937 visitantes, e a América Latina com 775 visi-tantes. Esses números mostram que a Cersaie é um ponto-de-encontro para fornecedores e fabricantes de

cerâmica que querem acompanhar as tendências que o mundo irá seguir no próximo ano. Com área de160 mil metros quadrados, a Cersaie irá rece-ber as grandes empresas mundiais de revestimentos cerâmicos, ferramen-tas de colocação, equipamentos para cerâmica e publicações especializa-das, entre elas a Tile Brasil, Mundo Cerâmico e ShowRoom.

Seminários

Estado de arte em cerâmicaA mais aguardada feira de cerâmica deve apresentar este ano muitas

novidades, principalmente em porcelanatos esmaltados e técnicos, que ditarão a moda cerâmica de todo o planeta em 2008

Revista ShowRoomedição 62-2007

�2 Agosto - Setembro 2007 - ShowRoom ShowRoom - Agosto - Setembro 2007 ��

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IngressoCOSTITUZIONE

IngressoCALZONI

IngressoALDO MORO

IngressoNORD

IngressoMICHELINO

Piastrelle di ceramicaBicottura - Clinker - Cotto - Gres porcellanato - Gres rosso - Monocottura chiara - Monocottura rossa - Mosaico - Battiscopa, listelli, tozzetti, altri pezzi speciali - Frangisole e grigliati in ceramica - Pezzi speciali per piscine - Tegole ceramicate - Pareti ventilate - Pavimenti sopraelevati

Apparecchiature igienico-sanitarieApparecchi igienico-sanitari - Cabine doccia - Vasche da bagno e idromassaggio - Rubinetteria sanitaria - Termoarredo - Saune

Arredamenti per ambiente bagnoComplementi ed oggettistica per il bagno - Mobili per bagno - Specchi e specchiere - Tende, tappeti e coordinati in genere - Lavelli - Top di marmo, pietre naturali e composite

Arredoceramica e CaminettiCaminetti per interni - Stufe in ceramica - Cucine piastrellate

Materie prime, attrezzature per prodotti ceramiciSupporto (biscotto) - Coloranti, smalti e fondenti - Prodotti per serigrafia, decalcomanie

Attrezzature e materiali per la posa e l’esposizione di prodotti ceramiciMacchine ed attrezzi - Adesivi, impermeabilizzanti e sigillanti - Prodotti per finiture e per il trattamento delle superfici - Mobili espositori, espositori per campionari, arredi per sale mostra

Editoria tecnica

Spedizionieri

2 - 6 O T T O B R E 2 0 0 7

SETTORI ESPOSITIVI

Cecrisa/ Portinari, Hall 19 estande C1 apresenta suas novas linhas de porcelanatos esmaltados e técnicos.

Eliane, Hall 16 estande B61-B66, apresenta seus novos produtos metá-licos e a linha Laminum

Ceusa, Hall 36 estande D16, além de seus porcelanatos e produtos vitrosos, vários complementos

Portobello, Hall 16 estande A56-B51, variedade de porcelanatos como madeira, metais e têxteis

Gyotoku, Hall 18 estande D12, coleções de porcelanato com os efeitos Chroma

Na 25a edição da maior feira ita-liana do setor, o Brasil será repre-sentado por cinco empresas: Cecrisa Portinari, Eliane, Ceusa, Gyotoku e Portobello. Uma a menos, já que na edição passada a Incepa esteve pre-sente. O porcelanato será o foco da Cerâmica Eliane, que vai apresentar na feira italiana três linhas. A pri-meira delas é a ‘Contemporânea’, inspirada no conceito urbano com predominância das aparências meta-lizadas e cimentadas, esta linha virá em sete cores. Por sua vez, a coleção de porcelanato ‘Matéria’, é inspirada na aparência dos metais oxidados, e

é recomendada em lojas comerciais, salas e ambientes integrados. Sua textura possui detalhes em brilho re-produzindo o efeito de lapatura. Por fim, a linha ‘Millenium’ de porcela-nato esmaltado terá toques futuristas, que contará com efeitos metalizados em ouro, prata e cobre. A Cerâmica Portinari, que participa desde 1998, terá na Cersaie 2007, um espaço de 96m2 , em que irá divulgar suas no-vas coleções de porcelanatos, além de três coleções que já foram vistas na última edição da Revestir. Entre as novidades estão as linhas Resin, Re-volution, Stellar e Connection.

PRESENÇA BRASILEIRA NA CERSAIE 2007

Total de visitantes 90.345

Italianos 64.204

Estrangeiros total 26.141

Estrangeiros por país (136 países):

Europa (UE) 15.637

Europa (outros países) 4.483

América do Norte 947

América Latina 775

Oriente Médio 937

Ásia 2.552

Oceania 301

África 509Fonte: Cersaie 2006

Total de expositores 1.061

Revestimentos 531

Banheiro 380

Materiais e ferramentas 59

Matérias-primas e equipamentos 24

Revistas especializadas e serviços 67

Expositores italianos 850

Expositores estrangeiros (32 países) 211Fonte: Cersaie 2006

CERSAIE EM NÚMEROS - VISITANTES E EXPOSITORES

�� Agosto - Setembro 2007 - ShowRoom ShowRoom - Agosto - Setembro 2007 �5

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�� Agosto - Setembro 2007 - ShowRoom ShowRoom - Agosto - Setembro 2007 ��

A Confindustria Ceramica promo-verá, na Cersaie, a exposição Crea-tivitiles que será coordenada pelo Professor Enrico Manelli, diretor da Academia de Belas Artes de Ravena. O objetivo é mostrar o produto cerâ-mico em âmbitos inexplorados, que demonstram os revestimentos como produtos completos e polivalentes que podem ser usados para compor os mais diversos ambientes. Para isso, serão utilizados produtos cerâ-micos que irão recriar o ambiente de famosas obras históricas ao misturar arte, técnica e indústria. Entre as 16 obras, apresentadas em uma área de 600 m2 estarão: O Beijo, de Frances-co Hayez, Retrato de Fritza Riedler,

de Gustav Klimt, Noite estrelada, de Vincent Van Gogh, A Pérgola, de Sil-vestro Lega, Emoção, de Ferdinand Hodler, Vênus de Urbino (detalhe), de Tiziano Vecelli, Jeanne Hebuter-ne, de Amedeo Modigliani, Humo, de Georges Barbier, Natureza mor-ta, de Pierre Auguste Renoir, Solda-do de primeira divisão, de Kazimir Malevic. Dirigida a especificadores e projetistas, assim como ao usuário final, esta exposição visa valorizar as aplicações versáteis dos revestimen-tos cerâmicos ampliando os horizon-tes e inspirando novos usos deste mi-lenar material nas edificações.

A exposição será aberta quarta-feira, 3 de outubro às 11h00min.

Creativitiles

�� Agosto - Setembro 2007 - ShowRoom ShowRoom - Agosto - Setembro 2007 ��

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�� Agosto - Setembro 2007 - Mercado Cerâmico Mercado Cerâmico - Agosto - Setembro 2007 ��

Acompanhe aqui as novas tecnologias, máquinas, equipamentos, produtos, lançamentos e serviços para estar na vanguarda da indústria

Para anunciar: + 55 (11) ��22-��[email protected]

Mer

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Ano

05

- nº

36

Ago

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2007

Máquina de corte Rebolo para retífica Moinho micronizador

EIRICH

Rolo refratárioMáquina de corteAntidesgaste

Motoredutor

SEW Eurodrive

A SEW Eurodrive oferece uma linha completa de motoredutores com diversas opções de engrenagens como: helicoidais, helicoidais com eixos paralelos, cônicas, de rosca sem fim, ortogonais e para monovias eletrificadas. Esses equipamentos possuem acabamento ondulado em sua carcaça, um projeto que os distinguem dos demais, alta capacidade de sobrecarga, potência superior admissível e uma grande variedade de construções.

SUPORT

A Máquina de corte manual da Suport tem as seguintes c a rac te r ís t i c as téc n i c as : Diâmetro do Disco:300mm. Capacidade de Cor te : até 450mm. Potência do Motor: 3 cv. Tensão:220380 v –Trifásico. Rotação do Motor:3.400 rpm. Dimensões:1.150 x 1.100 x 1.500 mm. Peso: 150 Kg. É um equipamento utilizado para corte de diversos tipos de produtos como: porcelanato, mármore, vidro e grês.

FERROVALE

Rolo refratário

RPA

Os rolos da RPA proporcionam excelente resistência à deformação, característica essencial para atender a exigência de alinhamento dos pisos nos atuais fornos de alta produtividade. Atenta às inovações tecnológicas, a nova composição 1040 BT fo i desenvolv ida especificamente para trabalhar na zona de resfriamento rápido onde os rolos tendem a empenar. Esta nova composição garante o alinhamento das peças nesta região devido à sua distinta característica mineralógica.

Empresas Produto Fone Fax Home Page e-mail País

Dec Rebolo (11) 4531 8000 (11) 4531 8001 decsuperabrasivos.com.br [email protected] Brasil

Durum Antidesgaste (11) 4043 2121 (11) 4043 3101 durum.com.br [email protected] Brasil

Eirich Moinho micronizador (11) 4619 8900 (11) 4619 8927 eirichbrasil.com.br [email protected] Brasil

Ferrovale Máquina de corte (48) 3263 2193 (48) 3263 2193 ferrovale.com [email protected] Brasil

Incer Rolo refratário (11) 4702 4800 (11) 4702 4141 incer.com.br [email protected] Brasil

RPA Rolo refratário (19) 3861 2656 (19) 3861 2060refratariospaulista.com.br

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Sew Eurodrive Motoredutor 0800 7700496 (11) 6480 4618 sew-eurodrive.com.br [email protected] Brasil

ServitechRebarbador automático

(48) 3626 0211 (48) 3626 0211 servitech.com.br [email protected] Brasil

Suport Máquina de corte (48) 3263 5118 (48) 3263 5118suportequipamentos.com.br

[email protected]

Brasil

Garra, fabricada pela Ferrovale, é uma máquina para o corte de peças em pequenos formatos. Utiliza disco diamantado 0110mm. É compacta e tem excelente controle dimensional. Proporciona qualidade no acabamento, é de fácil operação e tem baixo custo de manutenção.

A Incer Morumbi, desenvolveu um Rolo Refratário à base de SiC, para fornos à rolo de alta produtividade, até 165 mts de comprimento e ciclos mais cur-tos, em que os rolos da zona de resfriamentos tendem a aumen-tar seu empenamento. Foi de-senvolvido um rolo refratário com base SiC, denominado R3,com alta resistência a choque térmico e alta resistência mecânica.

INCERDURUM

Falta de homogeneidade na extrusão, pode ser desgaste da hélice e camisa da maromba. A aplicação de eletrodos e arames tubulares no revestimento de componentes da maromba reduz o desgaste de componentes. A idéia é obter melhor rendimento das hélices e camisas, sem aquecimento excessivo da argila e portanto, um processo de extrusão mais homogêneo

DEC

A Servitech oferece as mais variadas novidades em controle de qualidade e automações para linha de esmaltação e Laboratór io. Disponibi l iza um de seus mais novos lançamentos para a indústria cerâmica, o Rebarbador Via Seco Automático, que dispensa operador. Este equipamento estará em exposição na Feira Revestir 2007.

Rebarbador automático

SERVITECH

Os rebolos em liga metálica fa-bricados pela Dec Superabrasi-vos são ideais para retífica de porcelanato, vitrificado e mono-porosa em diversos formatos, apresentando um alto poder de corte, baixo Set-up de máquina com uma excelente relação de custo e benefício.

O moinho micronizador MaxxMill é empregado para moagem contínua a seco ou úmido de material granulado obtendo produto fino ou ultra fino. O material é moído em meio a bolas de pequeno diâmetro movimentadas por agitador de alta energia revestido de acordo com a aplicação. Em via seca, a extração é pneumática e, em via úmida, bombeada através de filtro.Sua alta flexibilidade permite atender aplicações específicas

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50 Agosto - Setembro 2007 - Mundo Cerâmico

Anuncio Pagina.indd 1 13/8/2007 20:11:03

A queixa constante do empresário na-cional que o custo do dinheiro para capital de giro no Brasil é muito elevado proce-de. Como também é real a voracidade das instituições financeiras e investidores estrangeiros ou nacionais, que continuam interessados no mercado de empresas bra-sileiras. E neste cenário aquelas de contro-le e gestão familiar são as “presas” mais cobiçadas e, muitas vezes, as mais interes-santes e baratas.

Mas, gradativamente, começam a sur-gir e merecem ser analisadas alternativas de capitalização mais flexíveis, ou até de investimento temporário. Nestas hipóteses é que se enquadram os recursos oriundos dos “private equity” ou “ “venture capi-tal”. Ambos permitem alavancar processos de expansão, internacionalização, liquidez para os sócios e profissionalização, tanto dos acionistas como dos gestores.

O que raramente se avalia, ou discute, é que muitos empresários nacionais não possuem liquidez para capitalizar seus ne-gócios porque adotaram por muitos anos uma estratégia patrimonialista. Não agi-ram como investidor, que procura agregar valor ao seu capital.

Paralelamente a esta situação avizinha-se, em muitos grupos nacionais, de contro-le familiar, um processo sucessório que vai pulverizar a participação acionária.

Diante deste cenário existem inúmeras alternativas, preventivas, para o empresá-rio nacional capitalizar seu negócio. Elas vão desde desmobilizar recursos próprios até associar-se com algum novo investi-dor. Para os casos mais graves, onde já se possam antever conflitos entre os herdei-ros, quem sabe as soluções possam ser a cisão ou a venda da empresa, antes de ser comprado.

É importante lembrar que o uso de ca-pital de terceiros vai exigir algumas mu-danças de hábito muito arraigadas nas em-presas de capital fechado, ou familiares. Mas elas podem ser positivas. Como por exemplo: Criar mecanismos de prestação de contas e avaliação dos resultados e de-sempenho da gestão; Profissionalizar os sistemas de governança com a inserção de conselheiros independentes; Educar os fa-miliares para o desempenho do seu papel de acionistas; Desenvolver possibilidades de uma gestão que possa combinar profis-sionais tanto familiares como não-familia-res; Estimular os herdeiros a considerarem que a empresa possa ser um “investimen-to” e não apenas um lugar para trabalhar no futuro; Reduzir o grau de dependência financeira dos familiares, exclusivamente, dos rendimentos dos negócios.

Considerando estas alternativas relacio-no algumas questões como pontos para re-flexão inicial, e uma posterior decisão:

a) Avalie o futuro de seu negócio “Vis-à-vis” com o número de herdeiros e o grau de dependência financeira e profis-sional dos mesmos em relação à empresa e o capital. Quanto maior o grau de depen-dência maior o risco futuro.

b) Tenha certeza que tanto você quanto seus futuros sócios-herdeiros estão preparados para separar os conceitos de propriedade e gestão dos negócios. Não se iluda imaginando que um organograma de posições na empresa possa resolver futu-ros conflitos de poder e interesse de ordem financeira.

c) Avalie as perspectivas do seu ne-gócio com base no crescimento das opor-tunidades do mercado. O futuro do seu empreendimento se situa num patamar de grande, médio ou pequeno porte?

d) Analise, com bastante cautela, que tipo e origem de recursos a sua empre-sa necessita. Saiba que no mercado exis-tem inúmeras ofertas. Sócios com visão eminentemente capitalista que procuram um bom retorno para o seu risco. Grupos que oferecem além do capital também tec-nologia e capacidade de gestão. Ou ainda recursos oriundos do exterior ou bancos de investimentos.

e) Invista longo tempo e interes-se no conhecimento mútuo de seu novo sócio, ou investidor, para assegurar-se de que existem algumas afinidades do ponto de vista dos valores, interesses e questões em comum. Mas também discuta as dife-

renças. Não esqueça que boa parte da nova relação pode se fortalecer exatamente no conhecimento mútuo e naquilo que cada uma das partes agrega ao conjunto e aos negócios. Uma sociedade não se consolida apenas pelo simples desejo de que “juntos podemos ganhar muito mais dinheiro”. Existem outros pontos que a constroem e que, caso não tratados podem destruir tudo, apesar das oportunidades de lucro.

f) Independente da sua decisão – seja associar-se ou venda do controle – procure desenvolver, paralelamente, um planejamento para sua vida futura. A nossa experiência indica que o fato de ter uma noção mais clara do “que vou fazer no dia seguinte”, ajuda muito nas negociações. Saiba que em muitos casos você não está perdendo apenas o controle do seu negó-cio. Mas também sua identidade frente à comunidade em geral. E nada desagrada mais um fundador do que ser chamado de “ex-empresário”. Isto é bem mais grave que ser vice de algo. Não esqueça que este novo projeto deve envolver, acima de tudo, poder. Nesta altura da vida sua relação com dinheiro já deve estar bem resolvida. Mas abrir mão do poder exige algo que o substitua à altura.

g) Avalie também o grau de com-plexidade que seu negócio terá no futuro e o nível de preparo dos familiares para compreender e administrar estes desafios. E não apenas do ponto de vista tecnoló-gico, mas também no que se refere a ca-pacidade para lidar com conhecimento e relações que envolvem uma visão de in-vestidor-acionista.

h) Considere que legado, além do patrimônio, pretende deixar aos seus her-deiros. Investir no preparo de cada um para a vida, seus sonhos e o papel de acionistas pode ser feito através de uma associação com investidores que os afastem da opera-ção dos negócios, mas abrem outras alter-nativas de realização e melhor qualidade de vida familiar e pessoal.

Enfim, estas são apenas algumas idéias. Procure ampliá-las na medida em que es-tiver envolvido em processos de associa-ções ou venda.

Alternativas para capitalizar a empresa nacional

GESTÃO

Renato Bernhoeft, consultor de empresas é pre-sidente da Bernhoeft Consultoria Societária, que representa o FBCGi - The Family Business Con-sulting Group International na América Latina [email protected] - www.bernhoeft.com

por Renato Bernhoef