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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
CLEUDSON CAMPOS DE ANCHIETA
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA): a sua
importância para as organizações
São Luís
2006
1
CLEUDSON CAMPOS DE ANCHIETA
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA): a sua
importância para as organizações
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA para obtenção do título de bacharel em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. MSc. Francismar Rodrigues
de Sousa.
São Luís
2006
2
CLEUDSON CAMPOS DE ANCHIETA
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA): a sua
importância para as organizações
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA para obtenção do título de bacharel em Engenharia Mecânica.
Aprovada em: _____ / _____ / _____
______________________________________________
Prof. MSc. Francismar Rodrigues de Sousa
(Orientador)
______________________________________________
Examinador
______________________________________________
Examinador
3
Anchieta, Cleudson Campos de. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): a sua
importância para as organizações / Cleudson Campos de Anchieta. – São Luís, 2006. 68 f.: il
Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) –
Universidade Estadual do Maranhão, 2006. 1. Segurança do Trabalho 2. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 3. Acidentes de trabalho 4. Organizações I. Título
CDU 331.452:658.115
4
Aos meus pais e irmãos.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus por pelo amor a mim concedido, pela força e coragem a mim
atribuído, dando-me entusiasmo para a solidificação deste meu objetivo: ser
engenheiro mecânico.
Aos meus pais, Maria Madalena Campos Anchieta e Francisco Alves de
Anchieta, pelo amor, além de sempre ajudarem-me e incentivarem-me a realizar os
meus objetivos. Minha eterna gratidão!
Aos meus queridos irmãos, Wilson, Wilma, Íris, Mirian, Célia, Vilson,
Gilson, Haydée, Akássio e Herberth, que sempre estiveram ao meu lado,
incentivando-me em meu capital intelectual.
Ao meu orientador, Prof.º MSc. Francismar Rodrigues de Sousa.
Ao amigo, Eng.º Esp. Lindemberg Alex Pereira Trindade, pelo
fornecimento de algumas das obras bibliográficas que foram de grande veemência
para a concretização deste trabalho monográfico.
A Universidade Estadual do Maranhão, em especial, ao reitor Prof.º MSc.
Waldir Maranhão Cardoso, pela sólida amizade, do mesmo modo aos docentes e
amigos discentes do Curso de Engenharia Mecânica.
Ao amigo, Eng.º Lídio Nojosa Lima Filho, pelo seu apoio em minha
jornada acadêmica, além do elo de uma grande e verdadeira amizade firmada em
nossas constantes lutas e vitórias na Universidade Estadual do Maranhão.
6
“O progresso é impossível sem as mudanças, e aqueles que não conseguem mudar a sua mente não conseguirão mudar nada.”
Geoge Bernard Slaw
7
RESUMO
Na Inglaterra, no século XVIII, surgiu um movimento que mudou a história da
humanidade: a Revolução Industrial. Nesta época passou a existir as primeiras
máquinas construídas pelo homem, na qual a energia térmica era transformada em
energia mecânica, como por exemplo, a máquina a vapor, além do aparecimento da
máquina de tear mecânico. Com o advento destas maquinas são iniciadas a
construção e instalações das primeiras fábricas. Diante deste fato, as fábricas do
século XVIII proporcionavam ambientes laborais não higiênicos e maquinários
desprovidos de proteções, tornando o local hostil para os trabalhadores, e assim
sendo havia o resultado de inúmeros acidentes do trabalho. Percebe-se que neste
século o maior capital de uma empresa não era valorizado e as crianças e mulheres
eram os mais prejudicados. O tempo passa e são iniciados no ano de 1786, por
Ramazzini – Pai da Medicina do Trabalho – os primeiros estudos das doenças do
trabalho. Já no Brasil o começo da valorização do trabalhador deu-se no governo de
Getúlio Vargas por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no governo
do General Garrastazu Médici pela Portaria 3.237, de 27 de junho de 1972, que
tornou a obrigatoriedade e a existência dos Serviços de Medicina do Trabalho e de
Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas com um ou mais
trabalhadores. Apesar destas legislações trabalhistas brasileiras preliminares a
década de 1970 foi à época com maior índice de acidentes do trabalho segundo as
estatísticas, mas de lá para cá estes índices começaram a terem uma declividade. A
despeito de todo este aparato de legislações, as empresas nacionais ainda
descartam a valorização do trabalhador, ou seja, se fazem de ‘vista grossa’ para
esta problemática: acidentes de trabalho. Como é sabido que a prevenção é a
8
melhor ação para o combate do acidente e as doenças ligadas às atividades
laborais, será abordado neste trabalho a veemência da necessidade da Comissão
de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA) nas organizações, conforme a NR-5,
referente a Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978.
Palavras-chave: Segurança do Trabalho, Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, Acidentes do Trabalho, Organizações.
9
ABSTRACT
In England, in century XVIII, a movement appeared that changed history of the
humanity: the Industrial Revolution. At this time it started to exist the first machines
constructed for the man, into which the thermal energy was transformed in energy
mechanics, as for example, the machine the vapor, beyond the appearance of the
machine of mechanical sewing press. With the advent of these you scheme are
initiated the construction and installations of the first plants. Ahead of this fact, the
plants of century XVIII provided not hygienical labor environments and machining
unprovided of protections, becoming the hostile place for the workers, and thus being
had the result of innumerable employment-related accidents. One perceives that in
this century the capital greater of a company was not valued and the children and
women were most wronged. The time passes and is initiated in the year of 1786, for
Ramazzini - Father of the Medicine of the Work - the first studies of the illnesses of
the work. No longer Brazil the start of the valuation of the worker gave in the
government of Getúlio Vargas by means of the Consolidation of the Laws of Trabalho
(CLT) and in the government of General Garrastazu Médici for Portaria 3,237, of 27
of June of 1972, that it more became the obligatoriness and the existence of the
Services of Medicine of the Work and Engineering of Security of the Work in all the
companies with one or workers. Although these working legislações Brazilian
preliminary the decade of 1970 were to the time with bigger index of employment-
related accidents according to statisticians, but these indices had since then started
to have a declivity. The spite of all this apparatus of legislações, the national
companies still discard the valuation of the worker, that is, if they make of `seen thick'
for this problematic one: industrial accidents. As it is known that the prevention is the
10
best action for the combat of the accident and the on illnesses to the labor activities,
the vehemence of the necessity of the Commission of Prevention of Accidents of
Work (CIPA) in the organizations will be boarded in this work, as the NR-5, referring
Laws nº 3,214 of 8 of June of 1978.
Word-key: Security of the Work, Internal Commission of Prevention of Accidents,
Employment-related accidents, Organizations.
11
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Estatísticas do número de acidentes de trabalho (típicos,
trajeto e doenças) entre os anos de 1970 - 1999.................... 41
GRÁFICO 2 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Sudeste no
ano de 2004............................................................................. 42
GRÁFICO 3 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Sul no ano
de 2004.................................................................................... 43
GRÁFICO 4 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Nordeste no
ano de 2004............................................................................. 43
GRÁFICO 5 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Centro-
Oeste no ano de 2004............................................................. 44
GRÁFICO 6 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Norte no
ano de 2004............................................................................. 44
12
LISTA DE SIGLAS
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
AIT – Agentes de Inspeção do Trabalho
CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho
CE – Comissão Eleitoral
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial de Saúde
PCMSO – Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho
SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 15
2 JUSTIFICATIVA..................................................................................... 17
3 OBJETIVOS........................................................................................... 18
3.1 Objetivo geral........................................................................................ 18
3.2 Objetivos específicos........................................................................... 18
4 METODOLOGIA..................................................................................... 19
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................. 20
5.1 Organizações........................................................................................ 20
5.2 Evolução da Segurança do Trabalho no mundo e Brasil................. 22
5.3 Considerações sobre de acidentes do trabalho................................ 31
5.3.1 Causas de acidentes de trabalho: ato inseguro e condição insegura.... 34
5.3.2 Classificação dos acidentes do trabalho quanto as suas
conseqüências........................................................................................ 36
5.3.3 Efeitos negativos dos acidentes do trabalho segundo os aspectos
humano, social e econômico.................................................................. 37
5.4 Estatísticas dos acidentes do trabalho no Brasil.............................. 40
5.5 NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes...................... 45
5.5.1 Organização da CIPA............................................................................. 47
5.5.2 Atribuições da CIPA, do empregador, dos empregados, do presidente
da CIPA, do vice-presidente da CIPA; do presidente e vice-presidente
da CIPA, em conjunto; e do secretário da CIPA..................................... 49
5.5.3 Funcionamento da CIPA......................................................................... 53
5.5.4 Treinamento dos membros da CIPA...................................................... 54
14
5.5.5 Processo eleitoral da CIPA..................................................................... 55
5.5.6 Contratantes e contratadas e a CIPA..................................................... 57
6 CONCLUSÃO........................................................................................ 59
7 BIBLIOGRAFIA..................................................................................... 62
ANEXOS................................................................................................ 64
15
1 INTRODUÇÃO
Com o advento das primeiras máquinas propriamente ditas há cerca de
três séculos na Inglaterra, na Revolução Industrial (RI), no qual houve destaque para
as máquinas a vapor e de tear mecânico, estas proporcionaram o aparecimento das
primeiras fábricas. Estes estabelecimentos do Século XVIII empregavam como força
de trabalho basal crianças e mulheres que realizavam jornadas de trabalho
elevadas. Nestas mesmas fábricas não havia higiene do ambiente laboral, bem
como a não proteção das partes móveis das máquinas – polias e engrenagens,
caracterizando-se assim um ambiente com um enorme índice de acidentes de
trabalho. (ARANHA et al., 1993; MENEZES, 2004).
Alguns estudos preliminares aludidos às doenças do trabalho foram
realizados, e dentre estes, antes do século XVIII, o do médico Ramazzini, declarado
como o Pai da Medicina do Trabalho (MENEZES, 2004).
Tratando-se do Brasil, a valorização do trabalhador deu-se há seis
décadas, quando Getúlio Vargas outorgou a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) (BRASIL, 1943). Sendo que mais tarde, na década de 1970 foi criada a
Portaria nº 3.237, de 27 de junho de 1972, que tratou da obrigação e existência de
Serviços de Medicina do Trabalho e de Engenharia de Segurança do Trabalho em
todas as empresas com um ou mais trabalhadores (SEGURANÇA NO TRABALHO,
[201-?]). Mais tarde, no ano de 1978 é promulgado a Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, que aprovou as Normas Regulamentadoras (NR’s) (MANUAIS DE
LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005).
Os acidentes do trabalho que são causados por dois motivos – atos ou
16
condições inseguras, quando ocorrem, as suas conseqüências são sentidas tanto
pelos próprios trabalhadores que se incapacitam parcialmente ou total,
temporiamente ou permanente para a atividade, quanto pelas organizações que
perdem a sua força de trabalho, fazendo com que haja uma ascendência dos seus
custos operacionais, assim como ser mal vista perante a sociedade. Por sua vez, a
própria sociedade e o governo sentem os aspectos negativos de um acidente
laboral, pois, estes perdem com a elevação do número de inválidos e dependentes
da previdência social.
Mas, como pode em pleno Terceiro Milênio algumas organizações ainda
não se darem conta do grande valor da Segurança do Trabalho, ou seja, a
prevenção de acidentes e doenças oculpacionais no local de trabalho? Pois é. Se
dão conta ou não, muitas destas, às vezes, exercem suas atividades econômicas
sem nenhum comprometimento com o seu maior capital – o trabalhador. Assim, este
fato caracteriza-se por inumeros prejuizos para a própria organização, quanto para o
governo, a nação, e, notadamente, o próprio trabalhador .
Como é percebido, por muitos especialistas da área de Engenharia de
Segurança, como é o caso do engenheiro Menezes (2004) que cita o ser humano
ser o maior prejudicado em conseqüência de um acidente de trabalho. Como é
notório, os danos materiais podem ser reparados com a compra e/ou reposição de
máquinas, ferramentas e acessórios danificados, entretanto, o ser humano não pode
ser recuperado com a mesma facilidade, e em alguns dos casos, nem havendo
possibilidades: morte. Menezes (2004) ainda afirma que a família também do
acidentado é bem prejudicada, apesar de toda assistência que a empresa possa
oferecer e os benefícios do governo, os danos na vida familiar são dolorosos.
17
2 JUSTIFICATIVA
Justifica-se, por razão de levantamentos de dados estatísticos da
quantidade de acidentes do trabalho nas organizações no Brasil, segundo o
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e como foi ressaltado anteriormente que
estes causam perdas tanto para o âmbito governamental, empresarial, familiar e
social, torna-se extraordinariamente relevante estas organizações valorizar o seu
maior patrimônio – capital humano, sendo para que este fato seja concretizado, é
inegável o emprego da Segurança do Trabalho, aplicando-se de maneira eficiente e
eficaz o emprego das NR´s que previnem os acidentes do trabalho.
18
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Por motivo da problemática e justificativa relatadas a pouco, é que este
presente trabalho tem o escopo geral de realizar estudos científicos, ou seja,
pesquisas bibliográficas e descritivas, sobre a importância da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), para as organizações, satisfazendo à
regulamentação da CLT, segundo o Capítulo V, do Título II, dos artigos 162 e 165 e
pela NR-5, contida na Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
3.2 Objetivos específicos
Partindo-se para os desígnios específicos do trabalho, destacam-se:
realizar um levantamento histórico da Segurança do Trabalho no mundo e Brasil;
expor as estatísticas dos acidentes do trabalho entre nos últimos vinte e cinco anos;
e por fim contextualizar sobre a CIPA.
19
4 METODOLOGIA
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) será consolidado através de
pesquisa quanto ao objetivo do tipo bibliográfica e quanto à forma de estudo em
descritiva, de maneira que ambas referem-se sobre a veemência da CIPA para as
organizações, em conformidade com a NR-5. Assim, a pesquisa bibliográfica foi
empregada predominantemente de informações de livros, artigos científicos, revistas
especializadas, monografias, Internet, etc; enquanto a pesquisa descritiva referiu-se
ao registro, análise e interpretação que o pesquisador realizou sem qualquer
interferência. (Prestes, 2003).
20
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 Organizações
Nesta sessão secundária serão enfatizadas as definições de
organizações através de renomeados pesquisadores do assunto, como também
suas peculiaridade.
Chiavenato (2002) descreve em sua obra que as organizações ao longo
dos tempos vêm sofrendo transformações, especialmente, com o surgimento de
novas tecnologias, modificações de produtos e serviços, alterações do
comportamento humano, mudanças no processo interno, dentre outras. Este mesmo
autor fomenta que foi no século passado, XX, que as organizações atravessaram
por três fases de mudanças: industrialização clássica, fase da industrialização (1900
a 1950) neoclássica (1950 a 1990) e fase da informação (1990 aos dias de hoje).
A sociedade humana é constituída de organizações que fornecem os
meios para o atendimento de necessidades das pessoas, por exemplo, serviços de
saúde, água e energia, segurança pública, controle de poluição, alimentação,
diversão, educação em todos os níveis, isto é, na prática todos os serviços carecem
das organizações.
Chiavenato (2002, p. 25 apud BARNARD, 1971) define organizações
como sendo “um sistema de atividades conseqüentemente coordenadas de duas ou
mais pessoas”.
Uma organização somente existe quando há pessoas capazes de se
21
comunicarem, que estão dispostas a contribuir com ação conjunta e com a finalidade
de alcançarem um objetivo comum. (CHIAVENATO, 2002).
Para Maximiano a organização é definida como “um sistema que procura
realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”.
Com argúcia Maximiano cita que:
As organizações fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas. Salários abonos, lucros distribuídos, e outras formas de remuneração são fornecidos às pessoas, em retribuição ao seu trabalho ou seu investimento. São esses rendimentos do trabalho e investimentos que permitem às pessoas adquirir os bens e serviços de que necessitam. O desempenho das organizações é importante para os clientes e usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e para a comunidade em geral. Para atender todas essas expectativas, as organizações devem ser bem administradas. É a administração que faz as organizações serem capazes de utilizam corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. (MAXIMIANO, 2004, p. 26).
As pessoas passam uma boa parte de suas vidas no trabalho das
organizações, e que estas dependem deste capital humano para funcionarem e
alcançar seus objetivos, e por outro lado às pessoas dependem das organizações
para sua subsistência e sucesso pessoal.
Os principais componentes das organizações segundo Maximiano (2004,
grifo nosso) são:
a) objetivos – produtos e/ou serviços.
b) recursos – humanos, materiais, financeiros, informação, espaço,
tempo;
c) processos de transformação;
d) divisão de trabalho.
22
As organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para
realização de objetivos, que geralmente traduzem o fornecimento do produto e
serviço.
O capital humano é o principal recurso das organizações, além de que
este é um grupo de pessoas que usam os recursos: materiais, por exemplo, espaço,
instalações, maquinários, equipamentos, ferramentas, mobília; e intangíveis, por
exemplo, tempo e conhecimento.
5.2 Evolução da Segurança do Trabalho no mundo e Brasil
Esta sessão secundária será conferida especial ênfase aos fatos
históricos acentuados na Segurança do Trabalho, com dimensões tanto em nível de
globo quanto de Brasil.
• Segurança do Trabalho no mundo
Alguns estudos preliminares surgiram sobre doenças ligadas aos
trabalhadores, uma delas foi concedida no século XVI, precisamente, no ano de
1556, por George Bauer, popularmente conferido a ele a denominação latina de
Georgius Agrícola, cujo publicou a sua obra De Re Metálica, na qual expressava os
diversos tipos de problemas alusivos à extração de minerais argentíferos (prata) e
auríferos (ouro). Assim, nos últimos capítulos desta obra de Georgius Agrícola,
foram discutidos os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os
mineiros, com destaque a denominação da “asma dos mineiros”, provocada por
poeiras denominadas por ele de “corrosivas”, devido sua descrição e dos sintomas
23
imediato do desenvolvimento da doença, comprovaram em tratar-se de casos de
silicose1. (MENEZES, 2004, grifo nosso e grifo do autor).
Menezes (2004, grifo nosso) afirma que o primeiro trabalho monográfico
referente sobre as relações entre trabalho e doenças foi de autoria de Aureolus
Theophastus Bembastus Von Hohenheim, cognominado de Paracelso.
Apesar destes trabalhos científicos que apontam estudos sobre doenças
laborais, por mais de cem anos foram permanentemente esquecidos e não
apresentaram qualquer influência diante a saúde do trabalhador. (MENEZES, 2004).
Até o final do século da Revolução Industrial, os trabalhadores das
fábricas suportaram sem nenhuma acolhida, os efeitos dos acidentes do trabalho e
as moléstias profissionais. Porém, no começo do Século XVIII, em 1700, era
publicado, na Itália, uma obra que iria ter uma considerável repercussão por todo o
Planeta, cujo versava a literatura De Morbis Artificum Diatriba de autoria do médico
Bernardino Ramazzini, conhecido popularmente por Ramazzini, e designado de Pai
da Medicina do Trabalho. Neste célebre tratado Ramazzini descreveu com
formidável culminância uma série de doenças relacionadas concernentes a cerca de
cinqüenta profissões diversas, e, às perguntas hipocráticas2 e imperativas na
anamnese3 da época, este médico acrescentava uma nova, na qual de notável valor
podia ser bem avaliado: “Qual é a sua ocupação?” (MENEZES, 2004, grifo nosso).
No século XVIII, na Inglaterra, houve um movimento que mudou toda a
1 Patologia – pneumoconiose produzida pela inalação de pó de pedra ou de areia. (FERREIRA,
1999). 2 Pertencente ou relativo a Hipocrates, célebre médico da Grécia antiga – 4060-377 a. C.
(FERREIRA, 1999). 3 O relato dos padecimentos feito pelo doente à cordialidade inquisidora do médico. (FERREIRA,
1999).
24
história da humanidade, cujo foi um conjunto de transformações econômicas,
tecnológicas e sociais, denominada de Revolução Industrial (FARIA; MARQUES;
BERUTTI, 1993, SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
Faria, Marques e Berutti (1993) discorrem que nesta época, a Revolução
Industrial, fez brotar as primeiras máquinas mecânicas, e a exemplo, têm-se o
aprimoramento da máquina a vapor, por James Watt, e a invenção do tear
mecânico, por E. Cartwright, e consequentemente fizeram surgir o sistema de
produção fabril. Ainda descrevendo a respeito da Revolução Inglesa, outra
denominação da Revolução Industrial apontada pelos historiadores, os
pesquisadores acima citados mais Aranha et al. (1993) e Menezes (2004) tecem que
neste período a força de trabalho se concentrava, principalmente, nas crianças e
mulheres que exerciam jornadas de trabalhos superiores a doze horas diárias, além
de se apresentarem dispostas em ambientes laborais sem nenhuma higiene e
segurança, em que, em muitos dos casos, resultavam inúmeros acidentes do
trabalho, especialmente, por apresentar maquinários sem proteção de suas partes
móveis, como exemplo, as polias, eixos e engrenagens expostas, emanando
mutilações de membros superiores e inferiores.
Para que se possa ter uma idéia da exploração da força de trabalho na
Revolução Industrial, Faria, Marques e Berutti descrevem essa problemática em sua
obra da seguinte maneira:
O juiz do condado de Broughton, presidindo uma reunião na Prefeitura de Nottingham, em 14 de janeiro de 1860, declarou que naquela parte da população empregada nas fábricas de renda da cidade, reinavam sofrimentos e privações em grau desconhecido no resto do mundo civilizado... Às duas, três e quatro da manhã, as crianças de 9 e 10 anos são arrancadas de camas imundas e obrigadas a trabalhar até às 10, 11 ou 12 horas da noite, para ganhar o indispensável à mera subsistência. Com isso, seus membros definham, sua estatura se atrofia, suas faces se tornam lívidas, seu ser mergulha em um torpor pétreo, horripilante de se
25
contemplar... Não nos surpreendemos que o Sr. Mallet e outros fabricantes se levantem para protestar contra qualquer discussão... O sistema como o descreveu o reverendo Montagu Valpy, constitui uma escravidão em sentido social, físico, moral e intelectual... que pensar de uma cidade onde se realiza uma reunião pública para pedir que o tempo de trabalho para os homens se limite a 18 horas por dia!... Protestamos contra os senhores de escravos da Virgínia e da Carolina. Mas o mercado negreiro, com os horrores do látego e do tráfico de carne humana é por acaso mais ignóbil do que esta lenta imolação dos seres humanos, praticada a fim de si produzirem véus e gotas para maior lucro dos capitalistas? (FARIA; MARQUES; Berutti, 1993, p. 147, grifo do autor apud KARL, 1975, p. 275-276).
Os historiadores Faria, Marques e Berutti relatam também como era a
situação da classe trabalhadora na Inglaterra na época da Revolução Industrial:
A) Mais desagradável ainda do que o próprio advento da fábrica foram às condições humanas que esse advento acarretou. O trabalho, por exemplo, eram habituais e, ás vezes, começava aos quatro anos de idade; o horário de trabalho se estendia do amanhecer ao anoitecer, e abusos de toda a natureza eram por demais freqüentes. Uma comissão parlamentar designada em 1832 para examinar tais condições, obteve o seguinte depoimento do administrador de uma fábrica: P: A que horas da manhã, com tempo bom, essas moças chegam à fábrica? R: Com tempo bom, durante cerca de seis semanas, chegam às três da manhã e saem as dez ou dez e meia da noite. P: Que intervalos existem durante essas dezenove horas de trabalho para a alimentação e descanso? R: Quinze minutos, respectivamente para o almoço, lanche e jantar. P: Alguns desses intervalos são utilizados para a limpeza das máquinas? R: Quase sempre as moças são obrigadas a fazer o que chamam de ‘pausa seca’; às vezes, a limpeza toma todo o intervalo do almoço ou do lanche. P: Não há dificuldades para acordar esses jovens depois de um trabalho exaustivo como esse? R: Há sim; de madrugada é preciso sacudi-las para que acordem. P: Tem havido acidentes com elas em conseqüência desse trabalho? R: Sim, minha filha mais velha esmagou o dedo na engrenagem. P: Perdeu o dedo? R: Teve de ser cortado na segunda falange. P: Ela recebeu pagamento durante o acidente? R: No dia em que aconteceu o acidente, o pagamento foi suspenso. Tempos sombrios aqueles... [...]. (FARIA; MARQUES; Berutti, 1993, p. 147, grifo do autor apud HEILBRONER, p. 108-109).
Segundo apontamentos dos slides Segurança no Trabalho ([201-?])
mostram que este fenômeno tipicamente inglês, a Revolução Industrial, foi,
especialmente, a passagem de um sistema de produção com característica agrário e
artesanal para um outro de cunho industrial, dominado pela fábrica e maquinaria
26
como visto no início desta sessão. Todo este acontecimento ocorreu mediante as
sucessivas inovações tecnológicas, que podem ser assim sintetizadas em:
aparecimento de máquinas modernas, que eram rápidas, regulares e precisas,
substituindo a força humana, que antes as atividades eram realizadas
artesanalmente; emprego da energia térmica – vapor – para acionamento de
máquinas, em substituição da energia muscular; e, aquisição e trabalho de novas
matérias primas, em particular os minerais, que deram impulso à metalurgia e a
indústria química (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
No início do século XVIII, foram concedidos os primeiros passos para
proteger e aliviar os trabalhadores das pesadas cargas, quando, em 1802, o
Parlamento Britânico após longa e tenaz ação conseguiu que fosse aprovada a
primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”,
que estabelecia o limite de doze horas de trabalho diário, proibia o trabalho no
período noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes da fábrica duas
vezes anualmente, além de obrigar a ventilação destas. Esta lei foi seguida de
outras “complementares surgidas em 1819, em geral pouco eficientes devido à forte
oposição dos trabalhadores”. (MENEZES, 2004, grifo nosso).
A respeito da questão da evolução da Segurança do Trabalho no século
XIX, este período também foi caracterizado por condições de trabalho das crianças
ainda péssimo, e no ano de 1830, diante esta situação, um proprietário de uma
fábrica britânica sentindo-se incomodado perante estas condições desumanas de
seus pequenos trabalhadores, buscou Robert Baker, um ilustre médico inglês, com o
intuito de pedir-lhe recomendações sugestivas sobre a melhor maneira de proteger a
saúde destas crianças trabalhadoras. Como Robert já havia bastante tempo se
27
interessado pela problemática da saúde dos trabalhadores, além de ser um
conhecedor da obra do Pai da Medicina do Trabalho, dedicou-se uma grande
parcela do seu tempo a visitar fábricas e analisar as reações entre trabalho e
doenças, o que possibilitou o governo inglês, no ano de 1834, a indicá-lo como
Inspetor Médico de fábrica, e a pedido do empregador da fábrica, aconselhou a
contratar um médico local próximo da fábrica, com a finalidade de realizar todos os
dias o ambiente laboral e estudar a sua possível influência sobre o bem-estar deles.
Com isto, houve a possibilidade da criação do primeiro serviço médico industrial no
mundo, no ano de 1834. (MENEZES, 2004).
Antes deste acontecimento acima citado, em 1831, também na Inglaterra,
houve uma Comissão parlamentar de inquérito, sob o comando de Michael Saddler,
que elaborou um cuidadoso relatório, concluindo como era o trabalho desta época:
assim sendo:
“Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninos e meninas, abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana, cada um deles era clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade humana do homem para o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes.” (MENEZES, 2004, p. 5, grifo do autor).
A repercussão deste relatório sobre a opinião pública foi profunda e desta
forma, em 1833, surgia na Inglaterra a “Lei das Fábricas” (Factory Act), que deve ser
considerada como a primeira legislação realmente eficiente no campo de proteção
do trabalhador. Esta Lei era empregada a todas as fábricas têxteis em que usavam a
força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de dezoito anos
e restringia as horas de trabalho destes a doze horas diárias e sessenta e nove por
semana; as fábricas precisavam ter escolas, devendo ser freqüentadas por todos os
28
trabalhadores menores de treze anos; a idade mínima para o trabalho era de nove
anos e um médico devia atestar se o desenvolvimento físico da criança correspondia
a sua cronologia. (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?], grifo nosso).
Com o grande desenvolvimento industrial britânico, fez com que
estabelecesse uma série de medidas legislativas, destacando-se a criação da
Inspetoria das Fábricas (Factory Inspectorate), órgão do ministério do trabalho, cujo
seu papel era proceder ao exame médico pré-admissional, ao exame médico
periódico ao estudo dos casos de doenças causadas por agentes químicos4
potencialmente perigosos, e a notificação e investigação de doenças profissionais,
sobretudo, em fábricas pequenas, que não dispõem de serviço próprio (MENEZES,
2004, grifo nosso).
A ampliação da Revolução Industrial, no resto da Europa, decorreu
também no advento progressivo dos serviços médicos da empresa industrial em
diversos países, sendo que alguns deles foi oferecido tal valor a esses serviços
médicos, que sua existência deixou de ser voluntária a sua existência, como na Grã-
Bretanha, para tornar-se obrigatória (MENEZES, 2004).
No século XX, na França, a Lei de 11 de outubro de 1946, substituído
pelo Decreto de 27 de novembro de 1952 e Circular Ministerial de 18 de dezembro
de 1952, tornou obrigatória a existência de Serviços de Saúde Ocupacional em
estabelecimentos, tanto industrial como comercial, de qualquer tamanho – inclusive
naqueles onde trabalhavam no mínimo de dez empregados. Nos países onde a
industrialização ainda era incipiente, por exemplo, a Espanha, exigências legais
4 São substâncias químicas ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho,
classificados segundo as suas características físico-químicas em: aerodispersóides e gases e vapores.
29
(Ordem de 22 de dezembro de 1956, substituída pelo Decreto nº 1.036 de 18 de
junho de 1959), também tornaram obrigatória a existência de Serviços de Saúde
Ocupacional em empresas que tinham, pelo menos, 500 empregados, o mesmo
tendo ocorrido com Portugal. (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
Nos Estados Unidos da América, apesar da industrialização ter-se
desenvolvido de forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os
Serviços de Saúde Ocupacional permaneceram praticamente desconhecidos. No
entanto, o aparecimento, no início do século XX, a legislação sobre indenizações em
casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a estabelecerem os
primeiros Serviços de Saúde Ocupacional naquele país, com objetivo basilar de
reduzir o custo das indenizações. (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
Evidentemente, a relevância da proteção dos trabalhos atinge a todos os
povos, e não poderia deixar de interessar a duas grandes organizações de âmbito
internacional:
a) Organização Internacional do Trabalho (OIT)
b) Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 21 de junho de 1958, a 42ª Conferência Internacional do Trabalho, em
Genebra, decidiu, por 192 votos a favor, nenhum contrário e uma abstenção,
inscrever, na ordem do dia da próxima reunião ordinária, a questão da organização
de Serviços de Saúde Ocupacional nas empresas. O fato, por si só, nos mostra a
importância do assunto. No ano seguinte, esta Conferência – 43ª Conferência
Internacional do Trabalho – estabeleceu a sua Recomendação nº 112, que tomou o
nome de “Recomendação para os Serviços de Saúde Ocupacional, 1959”.
30
(MENEZES, 2004; SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?], grifo do autor).
• Segurança do Trabalho no Brasil
No Brasil, os serviços médicos das empresas são de existência
relativamente recente, e foram criados por livre iniciativa dos empregadores, que
recebendo trabalhadores do campo e com condições frequentemente pouco
satisfatório de saúde, procurava proporcionar-lhes uma assistência médica gratuita
no interior das próprias fábricas, porém, do ponto de vista mais profundo de
estudiosos do assunto, isto tinha apenas o significado curativo e assistencial, e não
de pose preventivo recomendado pela a OIT (MENEZES, 2004).
Diversas vezes foram os movimentos, científicos e legislativos que
fizeram o governo brasileiro a seguir a Recomendação nº 112, no entanto não
tiveram êxito (MENEZES, 2004, grifo nosso).
No Governo de Getúlio Vargas é aprovado a CLT, em conformidade ao
Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, que foi a primeira legislação nacional de
valorização do trabalhador (BRASIL, 1943).
Por motivo do alto índice de doenças profissionais e, maiormente, de
acidentes do trabalho, ocorreu no Governo do General Garrastazu Médici,
integrando o Plano de Valorização do Trabalhador, baixar a Portaria 3.237, de 27 de
junho de 1972, que tornou obrigatória a existência de Serviços de Medicina do
Trabalho e de Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas com
um ou mais trabalhadores. Cria-se, assim, uma nova era no Brasil, que, fiel aos seus
compromissos internacionais, e seguindo o exemplo dos países altamente
industrializados, no qual se dispõe a dar aos trabalhadores a devida proteção que
31
eles têm direito. (MENEZES, 2004; SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
Anos mais tarde, no Governo de Ernesto Geisel foi criada a Lei n° 6.514,
de 22 de dezembro de 1977, que sancionou a obrigatoriedade do empregador e
empregados cumprirem à Segurança e Medicina do Trabalho, conforme a CLT, em
seu Capítulo V, do Título II, com seus respectivos artigos. Somando-se a este
episódio preventivo foi aprovado através da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de
1978, as NR´s, destaca-se no presente trabalho a NR-5, isto é, a CIPA. (BRASIL,
1943; MENEZES, 2004, MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005).
5.3 Considerações sobre de acidentes do trabalho
Tanto se relatou sobre o termo acidentes do trabalho no capítulo
introdutório e na sessão secundária 2.2, porém não os definimos, nem tão pouco
mostramos quais são os motivos que os causam, como estão classificados segundo
suas conseqüências e seus efeitos negativos conforme os aspectos humano, social
e econômico. Portanto, presentemente, nesta sessão serão esclarecidos todos
esses pontos, quando, também ao incidente.
Menezes (2004, p. 31) enuncia de maneira simples o conceito de acidente
de trabalho: “são todas as ocorrências indesejáveis, que interrompem o trabalho e
causam ferimentos em alguém ou algum tipo de perda à empresa, ou ambos ao
mesmo tem.” Por outro lado, Menezes define de maneira legal acidente do trabalho,
conforme a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, como sendo:
“Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou perda, redução permanente ou temporária, da
32
capacidade para o trabalho”. (MENEZES, 2004, p. 27, grifo do autor apud BRASIL, Lei nº 8.213, 25/07/1991).
Já a definição de acidente do trabalho do ponto de vista legal, conforme
Decreto-lei nº 79.037, de 24 de dezembro de 1976, que trata do Regulamento do
Seguro de Acidentes do Trabalho, em seu artigo 2º, é:
[...] aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a perda, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (BRASIL. Ministério da Previdência Social, 2006; SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?], slide 34).
É importante salientar a diferença entre acidentes do trabalho e incidentes
ou quase-acidentes, o primeiro já definido, agora, define-se o segundo termo, que
“são as ocorrências que tiveram características e potencial para causar um dano”.
Sintetizando incidentes, este por sua vez, “não deixam sinais de lesão em alguém ou
de prejuízo à empresa”. (MENEZES, 2004, p. 31).
Do ponto óptico estrutural os acidentes do trabalho podem ser: acidentes-
meio – “são reações ou movimentos estranhos dos meios e dos processos de
trabalho que podem, dadas às circunstâncias, causar lesões em alguém e, em geral,
causam algum tipo de prejuízo à empresa”; e acidente tipo – “é a maneira como a
pessoa é atingida por um agente agressivo que lhe ocasiona uma lesão, em outras
palavras é a forma como se dá o contato entre o agente e a vítima da lesão”
(MENEZES, 2004, p. 31).
São consideradas também como acidentes do trabalho de acordo com o
site do Ministério da Previdência do Trabalho (2006) a doença profissional e a
doença do trabalho. Também são igualadas ao acidente do trabalho: o acidente
ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
33
diretamente para a ocorrência da lesão; certos acidentes sofridos pelo segurado no
local e no horário de trabalho; a doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade; e o acidente sofrido a serviço da empresa
ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.
Entende-se por doença profissional “a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar ou determinada atividade inerente à atividade”,
enquanto doença do trabalho é “a adquirida ou desencadeada em função das
condições especiais em que o trabalhado é realizado e com ele se relaciona
diretamente”. (CAPACITAÇÃO..., 2005, s. 6).
Advertir-se que no parágrafo 2º do Regulamento do Seguro de Acidentes
do Trabalho que não serão consideradas acidentes do trabalho, para efeitos do
Parágrafo 1º, a doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarrete
incapacidade para o trabalho (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
O parágrafo 3º do Regulamento do Seguro de Acidentes do Trabalho
alude que não será considerada agravação ou complicação do acidente do trabalho
a lesão que, resultante de outro acidente, se associe ou se superponha às
conseqüências do anterior (SEGURANÇA NO TRABALHO, [201-?]).
Nos slides da CAPACITAÇÂO/QUALIFICAÇÃO DOS MÉDICOS
PERITOS DO INSS cita que são equiparadas também os acidentes do trabalho:
O acidente ligado ao trabalho que, embora não tendo sido a causa única, haja contribuindo diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzindo lesão que exija atenção médica para sua recuperação. O acidente sofrido pelo segurado no local horário de trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem, terrorismo praticado por terceiros ou
companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiros ou companheiro de
34
trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes
de força maior. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização do serviços sob a autoridade da
empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagens a serviço da empresa , inclusive para estudo , quando
financiada por esta , dentro de seus planos para melhorar a capacitação de mão-de-obra, independente do meio de locomoção utilizado, até mesmo com veiculo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela , qualquer que seja o meio de locomoção , inclusive veículo de propriedade do segurado , desde que o segurado por interesse pessoal não tenha interrompido ou alterado o percurso. (CAPACITAÇÃO..., 2005, s. 8-11, grifo do autor).
5.3.1 Causas de acidentes de trabalho: ato inseguro e condição insegura
Os acidentes de trabalho são causados por dois motivos, que são: atos
inseguros e condições inseguras.
Para Menezes (2004, p.52) atos inseguros são as “causas de acidentes
de trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que
decorrem da execução das tarefas de forma contrária as normas de segurança”, e
condições inseguras “são aqueles que, presentes no ambiente de trabalho, colocam
em risco a integridade física e ou mental do trabalhador, devido à possibilidade do
mesmo acidentar-se”.
Alguns fatores que pode proporcionar os empregados a praticarem
atos inseguros são mencionados por Menezes (2004, grifo do autor), logo abaixo:
a) inadaptação do homem e função por fatores constitucionais como:
35
sexo; idade; tempo de reação aos estímulos; coordenação motora;
estabilidade versus instabilidade emocional; agressividade,
impulsividade; problemas neurológicos; nível de inteligência; grau de
atenção; percepção e coordenação visual/motora, dentre outras;
b) fatores circunstanciais, isto é, fatores que estão influenciando o
desempenho do: indivíduo no momento; problemas familiares; abalos
emocionais; discussão com colegas; alcoolismo; grandes
preocupações; doença; estado de fadiga; etc;
c) desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los,
causados por: seleção ineficaz; falhas de treinamento e falta de
treinamento;
d) desajustamento, isto é, relacionamento com certas condições
específicas do trabalho como: problemas com a chefia; problemas com
colegas; política salarial imprópria; política promocional imprópria;
clima de insegurança, etc;
e) fatores que fazem parte das características das personalidades do
empregado e que se manifestam por comportamentos impróprios: o
desleixo; “o machão’’; o exibicionista calado; o exibicionista falador; o
desatento e o bricalhão.
Quanto às condições inseguras, estas são manifestadas por deficiências
técnicas, podendo apresentar-se, conforme aponta Menezes:
a. na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações; falta de ordem e limpeza, instalação elétrica imprópria ou com defeitos, falta de sinalização;
b. na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes móveis, e pontos de agarramento, máquinas apresentando defeitos;
c. na proteção do trabalhador: na proteção insuficiente ou totalmente
36
ausente, roupas e calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeitos. (Menezes, 2004, p. 54).
É notório como já citado antes, que estas são algumas das causas
responsáveis pela maioria dos acidentes nas organizações, porém, é oportuno
lembrar que, às vezes, os acidentes do trabalho são causados pela presença tanto
por atos e condições inseguras ao mesmo instante.
5.3.2 Classificação dos acidentes do trabalho quanto as suas conseqüências
Segundo o Ministério da Previdência Social (BRASIL, 2006) a
classificação dos acidentes de trabalho quanto as suas conseqüências, conforme a
legislação brasileira trabalhista e previdenciária estão presentes duas categorias:
sem afastamento e com afastamento.
Definindo-se acidente sem afastamento o acidente cujo acidentado pode
exercer sua função normalmente, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no
horário regulamentar. Contudo, não entra nos cálculos das taxas de freqüências e
gravidade. Já o acidente com afastamento é o acidente que provoca a incapacidade
temporária, incapacidade permanente ou a morte do acidentado. (MENEZES, 2004).
O acidente com afastamento do tipo incapacidade temporária
compreende os segurados que ficaram temporariamente incapacitados para o
exercício de sua atividade laborativa. Durante os primeiros quinze dias consecutivos
ao do afastamento da atividade, que caberá à empresa pagar ao segurado
empregado o seu salário integral. Após este período, o segurado deverá ser
37
encaminhado à perícia médica da Previdência Social para requerimento de um
auxílio-doença acidentário - espécie 91. (BRASIL, 2006).
O acidente com afastamento do tipo incapacidade permanente faz
referência aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados para o
exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser ainda classificada em dois
tipos: parcial e total. (BRASIL, 2006).
Entende-se por incapacidade permanente parcial o fato do acidentado em
exercício laboral, após o devido tratamento psicofísico-social, apresentar seqüela
definitiva que implique em redução da capacidade. Esta informação é segurada a
partir da concessão do benefício auxílio-acidente por acidente do trabalho, espécie
94. O outro tipo, incapacidade permanente total, ocorre quando o acidentado em
exercício laboral apresentar incapacidade permanente e total para o exercício de
qualquer atividade laborativa. Esta informação é captada a partir da concessão do
benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho, espécie 92. .
(BRASIL, 2005).
Os óbitos correspondem à quantidade de segurados que faleceram em
função do acidente do trabalho (BRASIL, 2006).
5.3.3 Efeitos negativos dos acidentes do trabalho segundo os aspectos humano,
social e econômico
Menezes (2004) explanar que os efeitos negativos do acidente do
trabalho são sentidos tanto pelos acidentados incapacitados parcial ou total,
38
temporária ou permanente para o trabalho; quanto pelas organizações com a perda
do seu capital humano e material, dentre outros, caracterizando elevação dos custos
operacionais; e pela sociedade com o aumento da quantidade de inválidos e
dependentes da previdência social, a nação como um todo, a partir da soma de
todos os efeitos, que se tornam barreira para seu progresso.
Com o propósito de melhores esclarecimentos dos efeitos negativos dos
acidentes de trabalho, Menezes (2004), apresenta-os de maneira bem límpida,
levando em consideração os aspectos humano, social e econômico.
• Aspecto Humano
Em consonância a existência de estudos estatísticos oficiais é imensa a
quantidade de pessoas incapacitadas e de óbitos em função dos acidentes do
trabalho. Por esse motivo é que o aspecto humano é o mais evidenciado, devido
valorizar a personagem humana de todas as formas.
É notório lembrar que por menor que seja um acidente do trabalho, as
suas conseqüências são sinistras e necessitam de cuidados especiais e seu
tratamento é geralmente doloroso e com o tempo de recuperação lento, chegando a
afetar o acidentado psicologicamente. Por esses motivos e outros, o empregador
acidentado precisa de paciência para a reabilitação e dependendo do tipo de lesão
necessita da reintegração à sociedade.
Ainda abordando-se o aspecto humano, a família é outra componente que
sempre padece por acompanhar o episódio da incerteza da recuperação da vítima
acidentada.
39
• Aspecto Social
Um outro aspecto envolvente é o social, pois, uma sucinta análise agora
se faz chegar à conclusão de que os resultados dos acidentes com o trabalhador se
constituem num sério ofensivo aos problemas sociais, já existentes no País, devido
ocasionarem desemprego, mendicância, delinqüência, dentre outros.
A situação problemática referente ao acidente do trabalho diante o
exposto – aspecto social – é bastante preocupante quanto ás lesões que deixam o
acidentando permanentemente incapacitado para exercer, seja qual for a atividade
laboral, é o desemprego. Este fato ocorre devido ao desencadeamento de inúmeras
outros problemas, por exemplo, a descendência da renda familiar, cujo faz com que
esta se veja obrigada a diminuir o padrão de vida mantido até aquele instante. Essa
transformação brusca poderá acarretar nos familiares do acidentado uma gama de
comportamentos desajustados, inclusive por motivo de encontrarem-se em um
cenário de barreiras necessárias a sua sobrevivência.
• Aspecto Econômico
Quanto ao aspecto econômico, este atinge o trabalhador, à empresa, a
sociedade e a nação, e, assim é considerado como um dos fatores mais negativos
decorrentes do acidente do trabalho.
O empregado acidentado sofre pelo fato de nem sempre a assistência e
indenizações recebidas garantirem a ele o mesmo padrão de vida a que estava
acostumado antes do acidente. Além disso, mesmo que seja o caso de receberem
os melhores benefícios, estes não cobrem o peso de uma invalidez ou da perda de
uma vida.
40
A empresa por sua vez, com o acidente do trabalho afeta os custos dos
produtos ou serviços de várias formas, seja interferindo na quantidade e qualidade,
como também atrasando os prazos estabelecidos para a produção e dessa forma
contribuindo para a elevação dos custos operacionais finais.
A nação e sociedade, as horas de trabalho perdidas, os gastos com o
restabelecimento do acidentado e os encargos previdenciários concedidos às
vítimas dos acidentados, propiciam dificuldades no desenvolvimento da economia do
País.
De acordo com que foi ratificado a propósito dos efeitos negativos dos
acidentes do trabalho segundo os aspectos humano, social e econômico, é relevante
e fundamental à presença da CIPA nas organizações, dependendo do número de
empregados, como será explanado mais adiante.
5. 4 Estatísticas dos acidentes do trabalho no Brasil
Na presente sessão secundária será abordada a questão dos acidentes
do trabalho no Brasil no que se referem as suas estatísticas.
Em conformidade com as estatísticas de acidentes registrados5 do MTE,
que se encontra divulgado no site ÁreaSeg (2005), menciona que na década de
1970 foi o período com maior número de acidentes do trabalho – típicos6, trajeto7 e
5 Acidentes registrados - correspondem ao número de acidentes cuja Comunicação de Acidentes do
Trabalho (CAT) foi cadastrada no INSS. Não são contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados anteriormente ao INSS. .( BRASIL. Ministério de Previdência Social, 2005).
6 Acidentes típicos – são os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. (Id).
41
doenças8 – e logo após da criação e conscientização da Segurança do Trabalho
este índice teve um declive significativo até o ano de 1999, segundo exibição do
Gráfico 1.
Fonte: Adaptado da ÁREASEG, 2006.
Gráfico 1 – Estatísticas do número de acidentes de trabalho (típicos, trajeto e doenças) entre os anos de 1970 - 1999.
Analisando-se o Gráfico 1, de início observa-se que o ano de 1975 houve
um registro de 1.916.187 acidentes, isto é, maior índice, por outro lado o ano de
1999 houve 378.365 acidentes, ou seja, o de menor índice, que correspondeu uma
redução 19,74% ((378.365X100)/1.916.187), nestes vinte e quatro anos. Ainda no
Gráfico 1, pode-se obter o resultado do somatório do número de acidentes entre
estes vinte e nove anos, 1970 - 1999, e, exibe-nos um total de 31.655.968.
Aludindo-se ainda ao site ÁreaSeg (2006), este informa-nos que os
7 Acidentes de trajeto – são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho
do segurado e vice-versa. (Id). 8 Acidentes devidos à doença do trabalho – são os acidentes ocasionados por qualquer tipo de
doença profissional peculiar a determinado ramo de atividade constante na tabela da Previdência Social. (Id).
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
acidentes
42
acidentes típicos durante os anos de 1970 a 1999 resultaram em 30.039.594, os
acidentes de trajeto igual a 1.319.722 e às doenças ocupacionais corresponderam a
296.652.
Segundo o engenheiro Carlos Morangon, o responsável pelo site
ÁreaSeg, que trata da questão da Segurança do Trabalho, e em uma de suas
explanações sobre as estatísticas dos acidentes nacionais dar o seu seguinte
parecer:
Enquanto o número de acidentes diminui, o número de mortes se mantém constante. Aventa-se a hipótese de que isso seja devido à possibilidade de não se registrar os acidentes enquanto que as mortes não podem passar sem que se registrem. (ÁREASEG, 2005)
Com relação à quantidade de acidentes do trabalho mais hodiernos, isto
é, registrados no ano de 2004, nas regiões e unidades da federação brasileira, estas
se apresentam conforme os Gráficos 2, 3, 4, 5 e 6.
Fonte: Adaptado da Revista CIPA, 2006. Gráfico 2 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Sudeste no ano de
2004.
Analisando-se o Gráfico 2, a Região Sudeste foi a que apresentou o maior
índice de acidentes do trabalho no ano de 2004 a nível nacional (276.240). Quanto à
unidade da federação nesta região com maior índice, destacou-se o Estado de São
10.326
51.08733.966
180.861
020.00040.00060.00080.000
100.000120.000140.000160.000180.000200.000
Espirít
o San
tos
Minas G
erais
Rio de Ja
neiro
São P
aulo
43
Paulo (180.861), enquanto o de menor o Estado de Espírito Santos (10.326). Ainda
a respeito da análise gráfica, o Estado de São Paulo foi o campeão em número de
acidentes do trabalho no Brasil em 2004.
Fonte: Adaptado da Revista CIPA, 2006. Gráfico 3 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Sul no ano de 2004.
Analisando-se o Gráfico 3, a Região Sul foi a que apresentou o segundo
maior índice de acidentes do trabalho no ano de 2004 a nível nacional (114.427).
Quanto à unidade da federação nesta região com maior índice, destacou-se o
Estado do Rio Grande do Sul (46.994), enquanto o de menor o Estado de Santa
Catarina (32.248).
Fonte: Adaptado da Revista CIPA, 2006. Gráfico 4 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Nordeste no ano de
2004.
4.784
16.375
5.899
2.244 2.216
9.697
1.0283.766
1.936
02.0004.0006.0008.000
10.00012.00014.00016.00018.000
Aagoa
sBah
iaCea
rá
Maranh
ão
Paraíba
Pernan
buco
Piauí
Rio Gran
de do N
orte
Sergipe
35.185
46.994
32.248
05.000
10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.00045.00050.000
Paraná
Rio Gran
de do S
ul
Santa
Catarin
a
44
Analisando-se o Gráfico 4, a Região Nordeste foi a que apresentou o
terceiro maior índice de acidentes do trabalho no ano de 2004 a nível nacional
(47.945). Quanto à unidade da federação nesta região com maior índice, destacou-
se o Estado do Bahia (16.375), enquanto o de menor o Estado do Piauí (1.028).
Fonte: Adaptado da Revista CIPA, 2006. Gráfico 5 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Centro-Oeste no ano de
2004.
Analisando-se o Gráfico 5, a Região Centro-Oeste foi a que apresentou o
quarto maior índice de acidentes do trabalho no ano de 2004 a nível nacional
(31.945). Quanto à unidade da federação nesta região com maior índice, destacou-
se o Estado de Goiás (12.034), enquanto o de menor o Distrito Federal (5.947).
Fonte: Adaptado da Revista CIPA, 2006.
Gráfico 6 – Quantidade de acidentes do trabalho na Região Norte no ano de 2004.
4.784
16.375
5.899
2.244 2.216
9.697
1.0283.766
1.936
02.0004.0006.0008.000
10.00012.00014.00016.00018.000
Aagoa
sBah
iaCea
rá
Maranh
ão
Paraíba
Pernan
buco
Piauí
Rio Gran
de do N
orte
Sergipe
5.947
12.034
7.391 6.573
02.0004.0006.0008.000
10.00012.00014.000
Distrito
Fed
eral
Goiás
Mato G
ross
o
Mato G
ross
o do S
ul
399 348
4.443
9.028
2.621
137
1.991
01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.0009.000
10.000
Acre
Amapá
Amazon
asPará
Rondô
nia
Roraím
a
Tocanti
ns
45
Analisando-se o Gráfico 6, a Região Norte foi a que apresentou o menor
índice de acidentes do trabalho no ano de 2004 a nível nacional (18.967). Quanto à
unidade da federação nesta região com maior índice, destacou-se o Estado do Pará
(9.028), enquanto o de menor o Estado de Roraima (137), caracterizando-o também
como o menor do Brasil em acidentes do trabalho.
No que tange a respeito a quantidade de acidentes do trabalho, por
motivo, segundo o Setor de Atividade Econômica de 2002 a 2004, a Indústria se
encontra no ápice, em segundo a Agricultura e terceiro a Construção Civil.
(REVISTA CIPA, 2006).
A Revista CIPA (2006), aponta a quantidade de acidentes do trabalho
registrados, por motivos, segundo a parte do corpo atingida no ano de 2004: em
primeiro lugar – dedo (109.856); segundo – mão (40.409); e em terceiro – pé
(33.329).
5.5 NR-5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
A referida sessão secundária tratará agora a respeito de maneira sucinta
e objetiva a CIPA.
Partindo-se para legislação da CIPA, no dia 1º de maio de 1943 foi criado
o Decreto-Lei nº 5.452, que aprovou a CLT e em seu Capítulo V, que tratou da
questão da Segurança e da Medicina do Trabalho, na Seção III, dos Órgãos de
Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas, em seu artigo 163, tornou
obrigatório a constituição da CIPA, de conformidade com instruções expedidas pelo
46
MTE, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas, e em seu artigo
165, relatou que os titulares da representação dos empregados nas CIPA´s de não
poderem sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar
em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro (BRASIL, 1943).
Segundo a Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978, aprovou as NR´s, e
dentre as trinta e uma, conforme a última revisão desta portaria encontra-se aquela
que rege a CIPA, que é a NR-5 (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005).
A CIPA é um grupo constituído por representantes do empregador e dos
empregados, que “tem por objetivo prevenir os acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, de modo a tornar compatível permanente o trabalho com a preservação da
vida e preservação da saúde do trabalhador”, conforme a NR-5, item 5.1 (MANUAIS
DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005, p. 64).
Segundo a NR-5, em seu item 5.2, que trata da constituição, relata que:
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, bem como outras instituições que admitem trabalhadores como empregados. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64).
A NR-5, em seu Quadro I, que relata o Dimensionamento de CIPA (ver
Anexo A), é bem claro quando afirma que somente é consolidada quando o número
de empregados de uma organização estiver acima de dezenove empregados.
(MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATAS, 2005, p. 70-73).
A NR-5, nos itens 5.4 e 5.5, citam que:
5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais
47
estabelecimentos, deverá garantir a integração da CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. 5.5 As empresas instaladas em centros comercias ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com o objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64).
5.5.1 Organização da CIPA
A organização da CIPA é composta por representantes do empregador e
do empregado, conforme o Quadro I - Dimensionamento de CIPA - exposto no
Anexo A: efetivos e suplentes.
Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão
indicados por eles mesmos, diferentemente dos representantes dos empregados,
que serão eleitos por voto secreto e sua posse será no primeiro dia útil após o
término do mandato anterior da CIPA.
Quanto ao número de titulares e suplentes da CIPA, é considerada a
ordem decrescente de votos recebidos, segundo observação do Quadro I -
Dimensionamento de CIPA (ver Anexo A), ressalvado as alterações disciplinares em
atos normativos de setores econômicos específicos. Caso, o estabelecimento não se
enquadra neste Quadro 1, à organização designa um responsável pelo cumprimento
dos objetivos da NR-5, no qual pode ser adotados mecanismos de participação dos
empregados, através de negociação coletiva.
O tempo de duração do mandato dos membros eleitos da CIPA será de
um ano e sua reeleição é permitida.
48
É proibida a dispensa arbitrária ou mesmo por justa causa do empregado
eleito para o cumprimento da direção da CIPA durante o seu mandato
Serão garantidas aos membros da CIPA condições de que não
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo proibida a
transferência destes para outros estabelecimentos sem a sua concordância,
ressalvado do disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 469 da CLT, conforme citado
abaixo:
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. (BRASIL. 1943).
O empregador garantirá que seus indicadores tenham a representação
necessária para a discussão e encaminhamento das soluções da segurança e saúde
das atividades laborais avaliadas pela CIPA.
Ao empregador cabe indicar dentre seus representantes, o presidente da
CIPA e aos representantes dos empregados, escolhem o vice-presidente dentre
seus titulares.
Os membros eleitos da CIPA serão empossados no primeiro dia útil após
o fim do mandato anterior.
Os componentes da CIPA indicarão, em consenso, um secretário e seu
substituto, que poderão ou não estar entre os membros da Comissão, e se
estiverem nesse último caso, deverão contar com a aprovação do empregador.
49
Depois que os membros da CIPA forem empossados, a empresa deverá
protocolizar as cópias das atas de eleição e posse, na unidade descentralizada do
MTE, no prazo de dez dias. Após esse ato não será permitida a redução do número
de representantes, bem como a desativação dos mesmos pelo empregador até que
termine o mandato, mesmo que o número de empregados seja reduzido.
5.5.2 Atribuições da CIPA, do empregador, dos empregados, do presidente da
CIPA, do vice-presidente da CIPA; do presidente e vice-presidente da CIPA,
em conjunto; e do secretário da CIPA
Segundo a legislação NR-5, citada nos Manuais de Legislação Atlas
(2005), estabelece as seguintes atribuições para a CIPA e seus constituintes, como
a seguir:
• Atribuições da CIPA (item 5.16)
fazer a identificação dos riscos presentes no ambiente de trabalho e
elaborar o mapa de riscos (Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994),
que deve contar com a participação do maior número possível de
trabalhadores e ter a acessória dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT);
elaborar um plano de trabalho, no intuito de viabilizar ações preventivas
nas áreas de segurança e saúde do trabalho;
participar da prática e do controle da qualidade dos métodos de
prevenção necessários e eleger os locais de trabalho que devem ter
prioridade de ação;
50
verificar, periodicamente, os ambientes e condições de trabalho,
procurando identificar situações que sejam danosas à saúde e
segurança do trabalhador;
avaliar, em cada reunião, se as metas fixadas no plano de trabalho
estão sendo cumpridas e debater sobre as atuais situações de riscos;
disseminar todo tipo de informação que diga respeito à segurança e
saúde do trabalho entre os empregados;
avaliar, juntamente com o SESMT, os impactos de alterações no
ambiente de trabalho e processo de trabalho relacionados à segurança
e saúde dos empregados;
requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquinas ou setor da empresa onde há presença de risco grave e
iminente à segurança e saúde dos empregados;
colaborar para o desenvolvimento de programas que promovam o bem
estar dos trabalhadores, tais como Programa de Controle Médico em
Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) e outros programas relacionados à segurança e
saúde no trabalho;
divulgar e promover o cumprimento das NR´s, assim como cláusulas de
acordo e convenções coletivas de trabalho, referentes à segurança e
saúde no trabalho;
participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador da análise das causas das doenças e acidentes de
trabalho e propor medidas de soluções de problemas identificados;
requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que
51
tenham interferido na segurança e saúde dos empregados;
requisitar à empresa as cópias das Comunicações de Acidentes do
Trabalho (CAT) emitidas;
promover, todo ano, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT);
participar, todo ano, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
• Atribuições do empregador (item 5.17)
Realizar em tempo hábil o cumprimento das tarefas estabelecidas no
plano de trabalho, sendo para isso necessário que forneçam meios adequados ao
perfeito desempenho das atribuições delegadas aos membros da CIPA.
• Atribuições dos empregados (item 5.18)
participar das eleições dos seus representantes;
colaborar com a administração da CIPA;
indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto
à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
• Atribuições do presidente da CIPA (item 5.19)
solicitar os membros para reuniões da CIPA;
coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao
SESMT, quando houver, as decisões da comissão;
52
manter informado o empregador sobre os trabalhos da CIPA;
coordenar e supervisionar as atividades do secretário;
delegar atribuições ao vice-presidente da CIPA.
• Atribuições do vice-presidente da CIPA (item 5.20)
executar atribuições que lhe forem delegadas;
substituir o presidente da CIPA nos seus impedimentos eventuais ou
nos seus afastamentos temporários.
• Atribuições do presidente e vice-presidente da CIPA, em conjunto
(item 5.21)
zelar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, cuidando para que os
desígnios propostos sejam alcançados;
delegar atribuições aos membros da CIPA;
promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
divulgar as decisões da CIPA a todos os empregados da empresa;
encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
constituir a comissão eleitoral.
• Atribuições do secretário da CIPA (item 5.22)
acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as
para aprovação e assinatura dos membros presentes;
preparar as correspondências e;
53
outras atribuições que lhe forem delegadas.
5.5.3 Funcionamento da CIPA
A CIPA deverá convocar mensalmente reuniões ordinárias, segundo
calendário preestabelecido e estas deverão dar-se durante o expediente normal de
trabalho da empresa em um local apropriado. As decisões adotadas pela CIPA
serão tomadas de preferência em comum acordo, contudo quando isso não for
possível, deverá se recorrer à votação e tal acontecimento deve ser registrado em
ata, que ficará à disposição dos Agentes de Inspeção do Trabalho (AIT).
Há alguns casos em que serão necessárias reuniões extraordinárias na
CIPA, tais como:
a) em casos de denúncia de situações que levem risco grave e que por
isso precisam da tomada de medidas urgentes de correção;
b) quando ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c) quando uma das representações solicitar expressamente.
As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso, porém, se
não houver concordância e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata
da reunião.
Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante
requerimento justificado.
54
É relevante ressaltar que se o membro titular faltar a mais de quatro
reuniões ordinárias e não justificar será desligado da CIPA e substituído pelo
suplente. No caso de vacância definitiva do cargo, o suplente que tiver obtido maior
número de votos na eleição, obedecendo à ordem decrescente de votação.
Caso haja afastamento definitivo do presidente, caberá ao empregador
indicar um substituto, que de preferência participe da CIPA, num prazo de dois dias.
Se o mesmo ocorrer com o vice-presidente, caberá aos membros titulares dos
empregados escolherem um substituto que esteja entre seus titulares, respeitando
também o prazo de dois dias.
5.5.4 Treinamento dos membros da CIPA
Antes dos membros da CIPA tomarem posse de seus cargos, deverão
passar por treinamento, que se for o caso de mandato inicial, deverá dar-se em até
trinta dias a partir da data da posse.
Este treinamento deverá ter por objetivo a abordagem dos seguintes
temas:
a) estudo das condições de trabalho e do ambiente, enfocando os riscos
que podem ser originados por eles;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho;
c) noções sobre os tipos de acidentes e doenças do trabalho mais
comuns, incluindo-se também conceitos sobre a AIDS, além das
55
medidas para sua prevenção;
d) conhecimentos sobre as legislações trabalhistas e previdenciárias
relativas à segurança e saúde do empregado;
e) noções gerais de higiene do trabalho e métodos de controle de riscos;
f) a estruturação da CIPA e sua organização e outros temas que forem
necessários, além das atribuições que cabem a Comissão.
Os treinamentos deverão ser ministrados pelo próprio SESMT da
empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por qualquer profissional
que conheça os temas propostos, obedecendo à carga horária de vinte horas,
distribuídas em no máximo oito horas diárias durante a jornada de trabalho.
5.5.5 Processo eleitoral da CIPA
É papel do empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados da CIPA, que devem atender ao prazo de sessenta
dias antes do término do mandato em curso.
Caberá à empresa promover a divulgação do início do processo de
eleição ao sindicato da categoria profissional.
A Comissão Eleitoral (CE) deverá ser constituída pelo presidente e vice-
presidente da CIPA, que deverão obedecer ao prazo de cinqüenta e cinco dias antes
do encerramento do mandato em curso, em casos de não existir CIPA, a CE será
constituída pela empresa.
O processo eleitoral será realizado, observando as seguintes condições:
56
a) publicação e divulgação de edital, em local de fácil acesso e
visualização, no prazo máximo de quarenta e cinco dias antes do
término do mandado em curso;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para a
inscrição será de quinze dias;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados, independentemente
do setor ou local de trabalho, com fornecimento de comprovante;
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo de trinta dias antes do término
do mandato da CIPA, quando houver;
f) realização da eleição em dia normal de trabalho, respeitados os turnos
e horários que viabilizem a participação da maioria dos empregados;
g) voto secreto;
h) a apuração dos votos será realizada em horário normal de expediente
e deverá contar com a fiscalização de representante do empregador e
dos empregados, que terão seu número definido pela CE;
i) facultado a eleição por meio eletrônico;
j) guardar, pelo empregador, de todos os documentos relativos à
eleição, por um período mínimo de cinco anos.
É valido lembrar que a eleição só será válida se contar com a participação
de pelo menos a metade mais um do número de empregados, caso contrário, outra
votação deverá se realizar no prazo de até dez dias.
Quando se tratar de denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser
protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da
57
posse dos novos membros da CIPA.
Compete à unidade descentralizada do MTE, confirmadas irregularidades
no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder à anulação quando for
o caso.
No caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de
cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.
Serão designados membros titulares e suplentes da CIPA, aqueles que
obtiverem mais votos e nos casos de empate, aquele que tiver maior tempo de
serviço na empresa. Aqueles que não forem eleitos serão relacionados na ata de
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, para uma possível nomeação
em caso de vacância de suplentes.
5.5.6 Contratantes e contratadas e a CIPA
Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus
empregados estiverem exercendo suas atividades.
Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto
58
com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e
de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA
existentes no estabelecimento.
A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento,
deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, decorrentes da NR-5, de maneira de garantir o mesmo nível de
proteção em matéria de segurança e saúde a todos os empregados do
estabelecimento.
A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos
ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.
A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.
59
6 CONCLUSÃO
No século XVIII, com o surgimento de um conjunto de transformações
econômicas, tecnológicas e sociais, ocorrida na Europa, precisamente na Inglaterra,
designada de Revolução Industrial, fez brotar às primeiras fábricas, no qual o
homem que se encontrava no campo se destinar as cidades, isto é, passou do modo
de produção artesanal para o industrial, de maneira que este comercializava a sua
força de trabalho. Assim, neste período foi marcado com aparecimento das
máquinas de tear mecânico e de vapor e como decorrência deste pioneirismo, as
fábricas, força de trabalho e da mecanização, fizeram originar um número alto de
acidentes do trabalho por causa da deficiência da proteção das máquinas
(engrenagens, eixos e polias), bem como o manifestação de doenças ocupacionais,
por conseguinte havia também um ambiente que não apresentava qualquer higiene.
A mão-de-obra, era formada, sobretudo, por mulheres e crianças que faziam
jornadas de trabalho acima de doze horas.
Antes mesmo da Revolução Industrial, em 1700, o médico Ramazzini,
realizou seus primeiros estudos sobre as doenças relacionadas a aproximadamente
cinqüenta profissões diversas. Com esta proeza Ramazzini ficou conhecido como o
Pai da Medicina do Trabalho e com passar dos tempos, outros estudiosos partiram
para o conhecimento da Medicina e Engenharia do Trabalho.
Em 1802, o Parlamento Britânico sancionou a primeira lei que protegia os
trabalhadores, denominada de “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que foi um
grande passo para a segurança dos empregados e possibilitando o advento de
outras legislações oportunas apropriadas pelos trabalhadores, como a “Lei das
Fabricas”, de 1833, que para muitos pesquisadores das áreas de Medicina e
60
Engenharia do Trabalho foi a primeira legislação propriamente dita de valorização da
proteção do trabalhador.
Em 1959, na 43ª Conferência Internacional do Trabalho foi estabelecida a
Recomendação nº 112, nomeada de “Recomendação para os Serviços de Saúde
Ocupacional, 1959”.
No Brasil, a primeira vez que se teve a valorização da segurança do
trabalhador foi no ano de 1943, com a CLT. Mas, embora este acontecimento, foi
percebido um alto índice de acidentes do trabalho a nível nacional, conforme terce
com argúcia os especialistas da área de Engenharia de Segurança do Trabalho.
Devido a isto, no Governo Federal do General Garrastazu Médici em
unificação com o Plano de Valorização do Trabalhador, aprovou a Portaria 3.237, de
27 de junho de 1972, que tornou a obrigatoriedade e a existência do Serviços de
Medicina do Trabalho e de Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as
empresas com um ou mais empregados. Mais tarde, ou seja, em 1977, no Governo
de Ernesto Geisel foi criada a Lei n° 6.514 que aprovou a obrigação do empregador
e empregados cumprirem à Segurança e Medicina do Trabalho, conforme a CLT, em
seu Capítulo V, do Título II, nos artigos 162 e 165 estabelecendo as NR´s.
O acidente do trabalho presente em uma empresa, apesar de que seja
qual for a sua classificação, favorece inúmeros efeitos negativos tanto para os
aspectos humano, social e econômico do País.
Além de tudo, os empregadores devem ter a consciência de que por trás
de qualquer máquina ou equipamento há o trabalhador, seu maior capital, não
deixando de lado que um acidente do trabalho proporcione enormes custos para a
61
organização, além desta ser mal vista pela sociedade, pois caracterizará a não
valorização da Política de Segurança do Trabalho. Perante isto, é veemente se fazer
promover a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, e assim é
estabelecido que todas as instituições que admitem empregados têm a
obrigatoriedade de constituir a CIPA, órgão representante de empregados e
empregador, segundo a NR-5, Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Com isto, a
CIPA em sinopse deve abordar as relações entre o homem e o trabalho, objetivando
a constante melhoria das condições de trabalho para prevenção de acidentes.
Contudo, para que haja a existência da CIPA em uma empresa, ela é só
concretizada quando a mesma constituir dezenove ou mais empregados conforme a
NR-5 (Quadro de dimensionamento da CIPA)..
Diante o exposto que o presente trabalho é enfocado – COMISSÃO
INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA): a sua importância para as
organizações – é oportuno salientar que este é uma formidável fonte de pesquisa
para técnicos, acadêmicos e especialistas das áreas de Engenharia de Segurança
do Trabalho, assim como as áreas afins, como é o caso da Administração, isto é,
Recursos Humanos, que desejam aprimorar seus conhecimentos referentes a CIPA.
Com o designo de prosperar novos desafios para futuros engenheiros,
com relação a trabalhos monográficos inerentes a área da Segurança do Trabalho,
coloca-se a disposição alguns assuntos, tais como: acidentes de trabalhos nas
indústrias, legislações referentes aos acidentes de trabalho e a prevenção de
acidentes do trabalho.
62
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SEGURANÇA NO TRABALHO. Revolução Industrial: histórico. [S.l.], [201-?]. 75
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64
ANEXOS
0
ANEXO A - Quadro I - Dimensionamento de CIPA.
b
*GRUPOS
Nº de empregados no estabelecimento Nº de membros da
CIPA
0 a
19
20a
29
30 a 50
51 a 80
81 a
100
101a
120
121a
140
141 a
300
301 a
500
501 a
1000
1001 a
2500
2501 a
5000
5001 a
10.000
Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500
acrescentar
C-1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
C-1a Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
C-2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
C-3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2
C-3a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-4 Efetivos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1 Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1
C-5 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2
C-5a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-6 Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2
C-7 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
C-7a Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
C-8 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
C-9 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1 Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
1
GRUPOS
Nº de empregados no estabelecimento
Nº de membros da CIPA
0 a
19
20a
29
30 a
50
51 a
80
81 a
100
101a
120
121a
140
141 a
300
301 a
500
501 a
1000
1001 a
2500
2501 a
5000
5001 a
10.000
Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500
acrescentar
C-10 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
C-11 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
C-12 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2
C-13 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-14 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2
C-14a Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C-15 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2
C-16 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
C-17 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
C-18* Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 2 2 3 3 3 4 5b 7 8 10 2
C-18a* Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
* Portaria nº 24, de 27-05-1999, e Portaria nº 33, de 27-10-1953.
2
*GRUPOS
Nº de empregados no estabelecimento
Nº de membros da CIPA
0 a 19
20a
29
30 a
50
51 a 80
81 a
100
101a
120
121a
140
141 a
300
301 a
500
501 a
1000
1001 a
2500
2501 a
5000
5001 a
10.000
Acima de 10.000 para cada grupo
de 2.500 acrescentar
Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2 C-20 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 C-21 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-22 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
C-23 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
C-24* Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2
C-24a* Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
C-24b* Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
C-24c** Efetivos 1 1 2 2 2 2 4 5 7 7 1 Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 7 1
C-24d** Efetivos 1 1 2 2 2 3 4 5 7 9 1 Suplentes 1 1 1 1 2 2 4 5 7 9 1
C-25 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
C-26 Efetivos 1 2 3 4 5 1 Suplentes 1 2 3 4 5 1
* Portaria nº 24, de 27-05-1999, e Portaria nº 33, de 27-10-1953. ** Redação dd pela portaria nº 16, de 10-5-2001.
3
*GRUPOS
Nº de empregados no estabelecimento
Nº de membros da CIPA
0 a 19
20a 29
30 a
50
51 a
80
81 a
100
101a
120
121a
140
141 a
300
301 a
500
501 a
1000
1001 a
2500
2501 a
5000
5001 a
10.000
Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500
acrescentar
C-27 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Suplentes 1 1 2 3 3 4 5 5 1
C-28 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Suplentes 1 1 2 3 4 5 5 5 1
C-29 Efetivos 1 2 3 4 5 1 Suplentes 1 2 3 3 4 1
C-30 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2 Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1
C-31 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-32 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C-33 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1 Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1
C-34 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2
C-35 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
FINTE: MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005, p. 70-73.
OBS.: Os membros Efetivos e Suplentes terão representantes dos Empregadores e Empregados.
* As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE nos QUADROS II e III.
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