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MEDIDAS DE DESEMPENHO
LOGÍSTICO: UM LEVANTAMENTO NAS
INDÚSTRIAS DE GRANDE PORTE DOS
ESTADOS DO ESPÍRITO SANTO, MINAS
GERAIS E RIO DE JANEIRO
Carolina Souza Zon (UFES )
Nathalia Boa Tonini (UFES )
Julia Molino Porto (UFES )
Gisele Chaves (UFES )
A medição de desempenho é uma questão bastante discutida
atualmente, devido à necessidade de inserção das empresas no
mercado competitivo. Para avaliar o desempenho do seu processo, a
empresa deve adotar um sistema de medição de desempenho e, assim,
definir quais medidas serão consideradas na sua avaliação. Portanto,
o objetivo principal do trabalho é identificar quais as principais
medidas de desempenho que são utilizadas pelas indústrias de grande
porte dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
para avaliar suas atividades logísticas. Com os resultados contatou-se
que as indústrias de grande porte utilizam a medição de desempenho,
mesmo que não possuam um sistema de medição estruturado para
avaliar a atividade logística, conforme o mencionado pela literatura.
Palavras-chaves: Medidas de desempenho, Logística, Grandes
Empresas
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
A medição de desempenho é uma questão bastante discutida atualmente, devido à necessidade
de inserção das empresas no mercado competitivo. As informações ou resultados provenientes
da medição permitem a melhor avaliação do desempenho dos setores de uma empresa,
obtendo-se uma visão mais clara dos erros e de possíveis soluções para os problemas.
Para avaliar o desempenho do seu processo, a empresa deve adotar um sistema de medição de
desempenho e, assim, definir quais medidas serão consideradas na sua avaliação. Na literatura
já se encontram diversos sistemas de medição, com suas respectivas medidas. Porém, há
empresas que adotam sistemas de medição de desempenho desenvolvidos por elas mesmas,
onde são inseridas medidas de desempenho conforme suas necessidades. A partir das medidas
são gerados os indicadores de desempenho, que possibilitam às empresas avaliarem suas
atividades. Estes resultados funcionarão como base para o planejamento e para o controle da
organização (PERINI et al.,2011).
Como função de uma empresa e integrante também de uma cadeia de suprimentos, a logística
necessita de uma medição e avaliação de seu desempenho para colaborar com o sucesso da
empresa. A logística é considerada um dos principais pilares de uma organização e é
fundamental para o seu bom desempenho (ALVARENGA e NOVAES, 2000; BALLOU,
1993; BOWERSOX e CLOSS, 2004; CHOPRA, 2003). Perini et al. (2011) afirmam que a
correta avaliação das atividades logísticas de uma empresa contribui para a definição correta
dos custos, bem como das estratégias corporativas.
No entanto, o grande número de medidas de desempenho existentes para avaliar a logística,
tanto propostas pela literatura quanto desenvolvidas pelas próprias empresas, nem sempre
auxilia os gestores na definição de quais medidas são mais importantes e que devem ser
utilizadas. A etapa de definição das medidas de desempenho é a mais crítica do processo, pois
define a eficiência do processo de medição (DETERMINAÇÃO..., 2005). Determinar quais
medidas devem ser utilizadas depende da complexidade do processo que se deseja avaliar, da
sua importância em relação às metas estabelecidas pela empresa e da expectativa de uso
gerencial posterior destes dados (SCHMITT, 2002). Muitas são as variáveis que podem ser
medidas e avaliadas.
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Portanto, o problema que orienta este artigo é a necessidade de identificar as medidas que são
realmente utilizadas pelas empresas. Chaves (2009) afirma que apesar das intensas pesquisas
relacionadas à medição de desempenho, ainda não foi elaborada uma definição consensual
sobre as medidas mais indicadas para a avaliação da logística, o que justifica esta pesquisa.
O objetivo principal do trabalho é identificar quais as principais medidas de desempenho que
são utilizadas pelas indústrias de grande porte dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro para avaliar suas atividades logísticas. Como base para este trabalho, foi
utilizado um dos principais modelos utilizados atualmente para um sistema de medição de
desempenho logístico é o World Class Logistics (WCL). Por meio da identificação das
medidas mais utilizadas, este resultado poderá ser utilizado para orientar pesquisadores e
gestores na medição de desempenho das atividades logísticas.
2. Revisão Bibliográfica
2.1. Medidas de desempenho
A medição de desempenho pode ser vista por diferentes recortes como ilustra a Figura 1.
Primeiramente as medidas de desempenho são vistas individualmente. Depois elas podem ser
agrupadas de maneira a formar um conjunto de medidas de desempenho que seguindo uma
lógica, pode formar um sistema de medição de desempenho. Por fim, o último nível de análise
da medição de desempenho é a interação do sistema de medição de desempenho com o
ambiente organizacional de um sistema de operações (NEELY et al., 1995).
Figura 1 - Visão sistêmica da Medição de Desempenho
Fonte: Neely et al., 1995, pg.81
Nesse sentido, a definição desses termos é proposta por Neely et al. (1995) como: Medida de
Desempenho, a métrica (qualitativa e quantitativa) utilizada para quantificar a eficiência e/ou
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efetividade de uma ação; Medição de Desempenho, o processo de quantificar a eficiência e a
efetividade de uma ação; e Sistemas de Medição de Desempenho, também chamado de
Sistemas de Mensuração de Performance (PMS), o conjunto de métricas utilizadas para
quantificar tanto a efetividade quanto a eficiência das ações.
Maskell (1989, apud NEELY, 1995) recomenda para a seleção de medidas de desempenho:
(1) a adoção de medidas relacionadas com a estratégia da empresa, (2) consideração de
medidas não-financeiras, (3) reconhecer que as medidas variam entre os departamentos, (4) as
medidas devem ser simples e fáceis de utilizar, (6) devem fornecer feedback rápido e (7) as
medidas devem ser concebidas de modo que estimulem a melhoria contínua.
2.2. Medidas de desempenho na logística
O desempenho logístico pode ser dividido em três fases distintas: pré-logística, logística
propriamente dita e neologística (LIMA JR., 2001 apud CÔRTES, 2006). Na fase pré-
logística, a grande questão era a redução dos custos do transporte, onde esta função era tratada
de forma independente das outras. Na segunda fase, logística propriamente dita, outros
componentes são incorporados ao conceito de desempenho, como estoque, qualidade e nível
de serviço. Por fim, no momento atual chamado de neologística, surge o conceito de cadeia de
suprimentos em que a logística é uma função integrada a toda organização e ao ambiente
externo.
Neste estudo, será considerado o conceito de logística dado por Ballou (1993, p. 24):
A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem,
que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o
ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço
adequados aos clientes a um custo razoável.
Bowersox e Closs (2004) afirmam que a relação entre excelência logística e medição de
desempenho é íntima e o monitoramento do desempenho logístico deve estar orientado para
processos e não para perspectivas funcionais. O principal objetivo da implementação de
Sistemas de Medição de Desempenho (SMD) é monitorar, controlar e direcionar as operações
logísticas.
2.3. WCL – World Class Logistics
Os pesquisadores do The Global Logistics Research Team (GLRT) da Michigan State
University desenvolveram um modelo de mensuração de desempenho logístico chamado
World Class Logistics (WCL) – Modelo de Logística de Classe Mundial (PAULA, 2012). Este
modelo buscou compreender quais eram as práticas que algumas empresas adotavam para
atender melhor os clientes exigentes do que os seus concorrentes, como estas empresas se
tornavam líderes em excelência operacional e como traduziam seu desempenho em vantagem
competitiva e valor superior para acionistas (CÔRTES, 2006).
Segundo Paula (2012), para o modelo apresentar um desempenho consistente ao conceito de
desempenho logístico de classe mundial, as empresas devem apresentar alto nível de
desempenho nas quatro competências simultaneamente: posicionamento, integração, agilidade
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e mensuração (Figura 2). Este mesmo autor afirma que as competências Posicionamento,
Integração e Agilidade somente serão monitoradas com o conhecimento do planejamento
estratégico da empresa e com o acesso a dados gerenciais, que não são divulgados aos
usuários externos das informações financeiras. Já o monitoramento dos dados da competência
Mensuração é possível através dos indicadores de desempenho.
Figura 2 - Modelo Word Class Logistics
Fonte: GLRT - The Global Logistics Research Team at Michigan State University (1995)
A competência Posicionamento descreve a forma pela qual a empresa compete, o tipo de
serviço ofertado, o grupo de consumidores alvo e a sua comparação à oferta dos concorrentes.
A competência Integração lida com o que e como fazer para criar uma operação logística de
excelência. A seguir vem a competência Agilidade, que é a capacidade da empresa em reagir
às mudanças das necessidades dos clientes, de tal modo que estes não apenas se mantêm fiéis,
mas também proporcionam oportunidades de crescimento. E por fim, a competência
Mensuração, que através de medidas de avaliação proporciona base para a realização de
ajustes nas outras três competências logísticas.
De acordo com o modelo WCL, as medidas de desempenho empregadas pelas empresas de
classe mundial na competência Mensuração pertencem a quatro áreas: (1) Serviço ao
cliente/qualidade, (2) Custos, (3) Produtividade e (4) Gerenciamento de ativos. Um trabalho
desenvolvido por Hijjar, Gervásio & Figueiredo (2005) reuniu várias medidas de desempenho
logístico, propostas por diversos autores. Estas medidas estão apresentadas na Figura 3 e
Figura 4. Estes trabalhos orientaram a elaboração do questionário utilizado nesta pesquisa.
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Figura 3 - Medidas de desempenho do modelo WCL: serviço ao cliente
TIPO SERVIÇO AO CLIENTE
Disponibilidade
Freqüência de falta de estoque por item (Bowersox, 2001); Porcentagem de pedidos
completos (Mentzer et al. apud Emerson e Grimm, 1996), (Bowersox, 2001); Precisão
dos pedidos enviados (Lambert e Harrington apud Emerson e Grimm, 1989);
Porcentagem dos itens fora de estoque (Bowersox, 1986); Número de pedidos com um
ou mais itens fora de estoque (Bowersox et al, 1986); Número médio de itens fora de
estoque por pedido (Bowersox et al, 1986); Tempo de espera para recebimento de
pendências (Fleury e Lavalle, 1997).
Velocidade de Ciclo
de Pedido
Tempo de ciclo de pedido (Fleury e Lavalle, 1997); Tempo médio decorrido em cada
atividade envolvida no ciclo do pedido (Bowersox et al, 1986); Variância do tempo
médio decorrido em atividade do ciclo do pedido (Bowersox et al, 1986);
Consistência do
Prazo de Entrega
Consistência do ciclo do pedido (Mentzer et al. apud Emerson e Grimm, 1996); Tempo
de atraso médio (Fleury e Lavalle, 1997).
Flexibilidade do
Sistema de
Distribuição
Esforço para alterar de pedidos e habilidade da empresa em atender as solicitações
(Bowesox et al, 1986); Porcentagem de solicitações por condições especiais de entregas
atendidas (Fleury e Lavalle, 1997).
Recuperação de
Falhas
Número de pedidos com problemas (Bowersox et al, 1986); Porcentagem de pedidos
que resultem em reclamação (Bowersox et al, 1986) (Fleury e Lavalle, 1997); Custo
incorrido para correção dos problemas (Bowersox et al, 1986); Ação tomada para
resolução do problema (Bowersox et al, 1986); Motivos de reclamação (Fleury e
Lavalle, 1997); Tempo para resolução de problemas (Fleury e Lavalle, 1997).
Sistema de
Informação de
Apoio
Informação da data de entrega no momento da colocação do pedido (Mentzer et al apud
Emerson e Grimm, 1996); Fornecimento da informação sobre disponibilidade no
momento da colocação do pedido (Levy apud Emerson e Grimm, 1996); Informação
antecipada de cancelamento ou atraso (Fleury e Lavalle, 1997); Qualidade do
atendimento (pedido facilitado, confirmação ágil, cordialidade, presteza) (Fleury e
Lavalle, 1997); Porcentagem das solicitações de informação de status atendidas (Fleury
e Lavalle, 1997); Precisão no faturamento e documentação (Frazelle, 2001); Tempo de
demora para fornecer informação sobre status dos pedidos (Fleury e Lavalle, 1997).
Suporte ao Produto
Porcentagem das solicitações de informações sobre produtos atendidas (Fleury e
Lavalle, 1997); Tempo de demora para fornecer informação sobre produtos (Fleury e
Lavalle, 1997).
Qualidade na
Entrega
Porcentagem de itens incorretos em um pedido (Bowersox et al, 1986) (Fleury e
Lavalle, 1997); Envio de pedidos para o local errado (Bowersox et al, 1986);
Integridade da mercadoria (Coyle et al. apud Collins et al, 2001); Correção da
embalagem (Frazelle, 2001); Cooperação do motorista na entrega (Emerson e Grimm,
1996); Cordialidade, presteza na entrega (Fleury e Lavalle, 1997); Fidelidade das
transportadoras (Cooper et al. apud Emerson e Grimm, 1996).
Global Pedido perfeito (Frazelle, 2001).
Fonte: Hijjar, Gervásio e Figueiredo (2005)
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Figura 4 – Medidas de desempenho do modelo WCL: custos, gerenciamento de ativos e
produtividade
TIPO CUSTOS
Custo Total
Custo total (CLM, 1995), (Bowersox e Closs, 2001); Custo total como percentual de
vendas (CLM, 1995); Valor real versus orçado do custo total (CLM, 1995); Análise
das tendências do custo total (CLM, 1995).
Custos
Funcionais
Custo do frete de suprimentos (CLM, 1995), (Bowersox e Closs, 2001); Custo do
frete de distribuição (CLM, 1995), (Bowersox e Closs, 2001); Custo de carregar
estoque (CLM, 1995), (Bowersox e Closs, 2001); Custos administrativos (CLM,
1995), (Bowersox e Closs, 2001); Custo de processamento de pedidos (CLM, 1995),
(Bowersox e Closs, 2001); Custo com mão-de-obra (CLM, 1995), (Bowersox e
Closs, 2001); Custo das mercadorias devolvidas (CLM, 1995); Custo dos produtos
estragados (CLM, 1995); Custo das falhas na prestação de serviços (CLM, 1995);
Custo de backorder (CLM, 1995); Custo como percentual das vendas (CLM, 1995),
(Bowersox e Closs, 2001); Valor real versus orçado de cada custo (CLM, 1995),
(Bowersox e Closs, 2001); Análise das tendências de cada custo (CLM, 1995),
(Bowersox e Closs, 2001).
Custeio ABC Rentabilidade por cliente ou segmento de clientes (CLM, 1995); Rentabilidade
direta do produto (CLM, 1995) (Bowersox e Closs, 2001).
TIPO GERENCIAMENTO DE ATIVOS
Indicadores para
gestão de ativos
Nível de estoque (CLM, 1995, Bowersox e Closs, 2001); Giro de estoque (CLM,
1995, Bowersox e Closs, 2001); Obsolescência (CLM, 1995, Bowersox e Closs,
2001).
TIPO PRODUTIVIDADE
Produtividade no
nível micro
Produtividade de mão-de-obra do armazém (CLM, 1995); Unidades expedidas por
funcionários (Bowersox e Closs, 2001) (CLM, 1995); Unidades por unidade
monetária de mão-de-obra (Bowersox e Closs, 2001) (CLM, 1995); Produtividade
de mão-de-obra no transporte (CLM, 1995); Ociosidade de equipamento (CLM,
1995); No de pedidos por representantes de vendas (Bowersox e Closs, 2001) (CLM,
1995);
Produtividade no
nível macro
Total de despesas operacionais / valor total das mercadorias processadas (Bowersox
e Closs, 2001); Total de despesas operacionais / valor total das mercadorias
recebidas ou despachadas (Bowersox e Closs, 2001); Receita de vendas – valor
consumido na operação ( Stainer, 1997); Output total / ( Input total de mão-de-obra
+ material + capital + energia + outros) ( Stainer, 1997);
Fonte: Hijjar, Gervásio e Figueiredo (2005)
4. Metodologia
Este trabalho é definido como uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Para
atingir seus objetivos, foi realizada uma pesquisa de levantamento com a aplicação de um
questionário estruturado às indústrias de grande porte dos estados Espírito Santo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro. O questionário de pesquisa foi elaborado por meio das medidas de
desempenho logístico retiradas do trabalho desenvolvido por Hijjar, Gervásio e Figueiredo
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(2005), onde reuniram várias medidas propostas por diversos autores, com base no modelo
World Class Logistics.
As indústrias de grande porte são aquelas com mais de 500 empregados, seguindo o critério
por número de empregados desenvolvido pelo IBGE. A população da pesquisa seria indústrias
de grande porte contidas nos cadastros industriais elaborados e fornecidos pelas federações
das indústrias de cada estado, FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro), FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), FIEMG (Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais) e FINDES (Federação das Indústrias do Estado do
Espírito Santo). A não inclusão do estado de São Paulo na pesquisa se deve ao fato de que o
cadastro industrial fornecido pela FIESP não estão classificadas pelo porte, ficando inviável a
sua identificação. No estado do Espírito Santo, o FINDES não realiza o cadastro desde 2002.
Então, para a localização das indústrias deste estado utilizou-se a Revista 200 Maiores
Empresas do Espírito Santo, edição de 2011.
Dentre as indústrias aptas a participarem da pesquisa, foram excluídas as que não foram
possíveis fazer o contato pelas informações fornecidas pelos cadastros e as que se recusaram a
participar da pesquisa, conforme Figura 5.
Figura 5 – Amostra
Quantidade de indústrias
Estado Aptas a
participar
Não
contactadas
Recusaram
a participar
Receberam
questionário
Participantes
da pesquisa
%
Participantes
Espírito
Santo 38 7 3 28 6 3,8
Minas
Gerais 99 31 10 58 12 7,6
Rio de
Janeiro 150 67 12 71 11 7,0
TOTAL 287 105 25 157 29 18,4
Fonte: Elaborado pelos autores
5. Apresentação e análise de dados
A análise dos dados evidencia que 18 indústrias possuem um sistema de medição de
desempenho para avaliar suas atividades logísticas, representando a maioria (62%) das
indústrias participantes. As outras 11 indústrias (38%) responderam que não possuem um
sistema de medição de desempenho logístico, embora façam uso de diversas medidas,
mostrando assim o interesse em medir o desempenho. Neste sentido, pode-se perceber que há
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uma preocupação das indústrias quanto ao gerenciamento e monitoramento das atividades
logísticas, mesmo que este não esteja estruturado por um sistema de medição.
Dentre os sistemas de medição de desempenho adotados, o SAP® (Systems, Applications, and
Products in Data Processing) foi o mais citado, sendo utilizado por 5, ou seja, 17,2% das
participantes. O SAP® é a empresa líder no mercado de ferramentas de Business Intelligence
segundo dados divulgados pelo IDC (International Data Corporation), com uma participação
de 20% no mercado em 2009 (POSSEBON e PERIOTTO, 2010). Em segundo lugar, está o
Lean Manufacturing, citado por 2 indústrias. Vale ressaltar que 2 empresas, uma de
Fabricação de móveis e a outra de Fabricação de bebidas, utilizam um sistema desenvolvido
por elas mesmas, onde adotam medidas de acordo com sua necessidade.
Quanto à utilização das medidas de desempenho, a Figura 6 (dimensão Gerenciamento de
Ativos), Figura 7 (dimensão Serviço ao cliente), Figura 8 (dimensão Custos) e Figura 9
(dimensão Produtividade) apresentam os resultados.
Figura 6 - Frequência de utilização das medidas na dimensão Gerenciamento de ativos
Medida Sim Relevante Não % de
utilização
Nível de estoque 25 2 2 86,2
Giro de estoque 23 4 2 79,3
Obsolescência 21 6 2 72,4
Retorno sobre o capital próprio (ROE) 18 4 7 62,1
Retorno sobre o investimento (ROI) 21 3 5 72,4
Retorno sobre ativos (ROA) 20 3 6 69
Curva ABC 21 3 5 72,4
TOTAL 149 25 29 73,4
Fonte: Elaborado pelos autores
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Figura 7 - Frequência de utilização das medidas na dimensão Serviço ao cliente
Medida Sim Relevante Não % de
utilização
Frequência de falta de estoque por item 22 5 2 75,9
% de pedidos completos 21 4 4 72,4
Precisão dos pedidos enviados 17 9 3 58,6
% dos itens fora de estoque 15 6 8 51,7
Nº de pedidos com um ou mais itens fora de estoque 13 7 9 44,8
Nº médio de itens fora de estoque por pedido 12 7 10 41,4
Tempo de espera para recebimento de pendências 17 4 8 58,6
Tempo de ciclo de pedido 20 7 2 69
Tempo médio decorrido em cada atividade envolvida no ciclo
do pedido 17 6 6 58,6
Variância do tempo médio decorrido em atividade do ciclo do
pedido 11 6 12 37,9
Consistência do ciclo do pedido 17 6 6 58,6
Tempo de atraso médio 19 6 4 65,5
Esforço para alterar pedidos e habilidade da empresa em
atender as solicitações 14 9 6 48,2
% de solicitações por condições especiais de entregas
atendidas 15 8 6 51,7
Nº de pedidos com problemas 17 6 6 58,6
% de pedidos que resultem em reclamação 19 6 4 65,5
Custo incorrido para resolução de problemas 11 7 11 37,9
Ação tomada para resolução de problemas 21 5 3 72,4
Motivos de reclamação 20 7 2 69
Tempo para resolução de problemas 15 7 2 51,7
Informação da data de entrega no momento da colocação do
pedido 23 2 4 79,3
Fornecimento da informação sobre disponibilidade no
momento da colocação do pedido 20 6 3 69
Informação antecipada de cancelamento ou atraso 20 6 3 69
Qualidade do atendimento (pedido facilitado, confirmação
ágil, cordialidade, presteza) 17 9 3 58,6
% das solicitações de informação de status atendidas 16 7 6 55,1
Precisão no faturamento e documentação 19 6 4 65,5
Tempo de demora em fornecer informação sobre status dos
pedidos 15 8 6 51,7
% das solicitações de informações sobre produtos atendidas 17 6 6 58,6
Tempo para fornecer informação sobre produtos 17 3 9 58,6
% de itens incorretos em um pedido 14 7 8 48,2
Envio de pedidos para o local errado 14 5 10 48,2
Integridade da mercadoria 22 4 3 75,9
Integridade da mercadoria 22 4 3 75,9
Correção da embalagem 16 3 10 55,1
Cooperação do motorista na entrega 16 7 6 55,1
Cordialidade, presteza na entrega 16 6 7 55,1
Fidelidade das transportadoras 18 5 6 62,1
Pedido perfeito 14 6 8 48,2
TOTAL 627 224 216 58,8
Fonte: Elaborado pelos autores
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Figura 8 - Frequência de utilização das medidas na dimensão Custos
Medida Sim Relevante Não % de
utilização
Custo total 23 5 1 79,3
Custo total como percentual de vendas 19 7 5 65,5
Valor real X Valor orçado do custo total 23 4 2 79,3
Análise das tendências do custo total 20 6 3 69
Custo do frete de suprimentos 21 4 4 72,4
Custo do frete de distribuição 23 2 4 79,3
Custo de carregar estoque 21 4 4 72,4
Custos administrativos 22 4 3 75,9
Custo de processamento de pedidos 15 6 8 51,7
Custo com mão de obra 22 4 3 75,9
Custo das mercadorias devolvidas 20 5 4 69
Custo dos produtos estragados 18 5 6 62,1
Custo das falhas na prestação de serviços 17 6 6 58,6
Custo de backorder 12 7 10 41,4
Custo como percentual das vendas 16 6 7 55,1
Valor real X Valor orçado de cada custo 20 4 5 69
Análise das tendências de cada custo 17 6 6 58,6
Rentabilidade por cliente ou segmento de clientes 17 7 5 58,6
Rentabilidade direta do produto 18 7 4 62,1
TOTAL 364 99 90 65,8
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 9 - Frequência de utilização das medidas na dimensão Produtividade
Medida Sim Relevante Não % de
utilização
Produtividade de mão de obra do armazém 17 6 6 58,6
Unidades expedidas por funcionário 14 7 8 48,3
Unidades por unidade monetária de mão de obra 14 7 8 48,3
Produtividade de mão de obra no transporte 11 8 10 37,9
Ociosidade de equipamento 13 8 8 44,8
Nº de pedidos por representante de vendas 11 9 9 37,9
Total de despesas operacionais / Valor total das
mercadorias processadas 17 4 8 58,6
Total de despesas operacionais / Valor total das
mercadorias recebidas ou despachadas 17 3 9 58,6
Receita de vendas – Valor consumido na operação 20 3 6 69
Output total / (Input total de mão de obra + material
+ capital + energia + outros) 18 4 7 62,1
TOTAL 152 59 79 52,4
Fonte: Elaborado pelos autores
Pode-se observar a grande utilização das medidas de desempenho pelas indústrias
participantes, visto que a maioria das porcentagens de respostas afirmativas foram superiores
às negativas. As medidas de desempenho na dimensão Gerenciamento de ativos são apontadas
como as mais utilizadas, com um total de 73,4% de utilização, seguida da dimensão Custos
(65,8%), Serviço ao cliente (58,8%) e por último a dimensão Produtividade (52,4%).
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Bowersox et al. (1989, apud PAULA, 2012) afirmam que geralmente as empresas mensuram
o desempenho nas dimensões Custos e Serviço ao cliente com maior frequência, o que
contraria o resultado obtido. A produtividade só é considerada simples de se medir quando o
sistema possuir resultados claramente avaliáveis e insumos identificáveis e mensuráveis. Se
houver dificuldade de obter esses dados ou se a combinação ou o tipo de insumos e resultados
mudarem constantemente, a avaliação da dimensão Produtividade pode ser difícil e frustrante
(BOWERSOX e CLOSS, 2004). Esta pode ser a razão de a dimensão Produtividade ser
indicada como a menos utilizada na pesquisa.
Dentro da dimensão Serviço ao cliente, a medida de desempenho mais utilizada foi
“Informação da data de entrega no momento da colocação do pedido” (79,3%), seguida de
“Integridade da mercadoria” e “Frequência de falta de estoque por item” (ambas com 75,9%),
“Ação tomada para resolução de problemas” e “% de pedidos completos (ambas com 72,4%),
conforme demonstrado na Figura 7. Além de bastante utilizadas, estas medidas foram
consideradas relevantes por outras empresas e, se somado o percentual de utilização e de
relevância, temos altos índices de aceitação das medidas indicadas para avaliar a dimensão
Serviço ao Cliente na logística.
Na dimensão Custos, tem-se em primeiro lugar como mais utilizadas (Figura 8) “Custo total”,
“Valor real x Valor orçado do custo real” e “Custo do frete de distribuição”, com 79,3%,
seguidas de “Custos administrativos” e “Custo com mão de obra”, ambas com 75,9%. Estas
medidas foram consideradas relevantes por outras empresas e, se somado o percentual de
utilização e de relevância, temos altos índices de aceitação destas medidas. Este resultado
corrobora o indicado pela literatura de que as medidas financeiras, relacionadas à dimensão
Custos, são normalmente as mais utilizadas.
Na dimensão Produtividade, as medidas de desempenho mais utilizadas (Figura 9) foram
“Receita de vendas – Valor consumido na operação” (69%) e “Output total / (Input total de
mão de obra + material + capital + energia + outros)” com 62,1%. O alto índice de utilização
da medida de output total pode estar ligado ao fato desta medida fornecer uma visão ampliada
dos custos incorridos, abrangendo os custos de todos os fatores de produção, incluindo a
depreciação (PAULA, 2011).
A dimensão Gerenciamento de ativos teve como medidas mais utilizadas (Figura 6) “Nível de
estoque” (86,2%), seguida de “Giro de estoque” (79,3%). As medidas “Nível de estoque” e
“Giro de estoque” além de serem as mais utilizadas na dimensão Gestão de Ativos também
estão entre as mais utilizadas dentre todas as medidas propostas no modelo. Isso evidencia a
preocupação com o gerenciamento e controle do estoque, atividade chave para o sucesso da
organização. Ballou (1993) afirma que o controle do estoque é parte vital do composto
logístico e exerce grande influência sobre a rentabilidade da empresa, podendo absorver cerca
de 25 a 40% dos custos totais do capital de uma empresa.
Vale destacar que a medida “Giro de estoque” é considerada uma medida popular (BALLOU,
1993) e também um indicador estratégico pelo fato de medir a performance no ciclo de
produção, refletindo a efetividade das medidas implementadas para otimizar a produção
(PAULA, 2012). No entanto, as duas empresas pesquisadas que não utilizam as medidas
“Nível de estoque” e “Giro de estoque”, são do setor de Obras de Infra-estrutura,
demonstrando que este setor não mensura seus estoques de forma efetiva.
Em relação às medidas de desempenho que não estavam no questionário, mas que eram
utilizadas pelas empresas, várias foram citadas, desde medidas de desempenho logísticas e até
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medidas que não se enquadram a essa atividade. As medidas que não se enquadravam no
escopo deste trabalho foram descartadas e as demais foram classificadas de acordo com as
dimensões do modelo WCL, conforme Figura 10.
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Figura 10 - Medidas de desempenho logísticas citadas pelas indústrias
Dimensão Medida
DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora)
FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora)
DIC (Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora)
FIC (Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora)
DMIC (Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora)
Índice de calibragem de pneus
Revisões preventivas de cavalos e tritem
% de produto avariado no embarque
Nível de recolhimento de pedidos x Pedidos aceitos
Renegociação por inadimplência
Índice de atendimento ao cliente
Pedidos suspeitos
Verificação por amostragem com clientes sobre horário e qualidade da entrega
Verificação rotineira de final de rota sobre horário de chegada
Marketing metrics
Retenção pelo setor de relacionamento
Serviço ao cliente
Atendimento do Call Center
Acuracidade de inventários
% de variação do produto em estoque
Cobertura de estoque
% de ocupação dos equipamentos
Gerenciamento de
ativos
Disponibilidade de equipamento
Peso líquido por viagem transportada
Rendimento de consumo de combustível por km rodado
Tonelada programada x Tonelada expedida
Produtividade na operação
Produtividade
% de efetividade
Custo por setor Custos
Custo x Orçamento
Fonte: Elaborado pelos autores
É possível perceber a presença de um maior número de medidas referente à dimensão Serviço
ao cliente, representando 58,7% do total das medidas citadas. Em seguida, têm-se as medidas
enquadradas na dimensão Gerenciamento de ativos (17,2%), Produtividade (17,2%) e Custos
(6,9%).
As medidas DEC, DIC, FIC e DMIC, são medidas de qualidade definidas pela ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica), especificamente para empresas do ramo de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica. Por serem indicadores de qualidade, foram
agrupadas à dimensão Serviço ao cliente.
As medidas “Marketing Metrics”, “Retenção pelo setor de relacionamento” e “Atendimento
do Call Center” são medidas relacionadas às atividades de marketing. Elas foram inseridas na
dimensão Serviço ao cliente pela ligação entre estes conceitos. Um dos objetivos principais da
logística é atender as necessidades dos clientes e que por sua vez também é o objetivo da
atividade de marketing. Bowersox e Closs (2004, p. 64) afirmam que o conceito de marketing
está fundamentado na “[...] identificação de necessidades específicas do cliente e, em seguida,
busca corresponder essas necessidades, vinculando os recursos disponíveis para satisfazê-las,
de maneira individualizada.” Assim, a logística se enquadra na estratégia de marketing de
uma empresa pela forma como afeta as três ideias fundamentais do seu conceito: “[...] as
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necessidades do cliente vêm antes de produtos ou serviços, os produtos e serviços tem valor
apenas quando disponíveis e posicionados considerando a perspectiva do cliente, e
rentabilidade é mais importante que volume” (BOWERSOX e CLOSS, 2004, p. 64).
6. Considerações Finais
Este trabalho procurou investigar características gerais acerca da utilização de medidas de
desempenho logístico nas indústrias de grande porte do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro. Com os resultados constatou-se que as indústrias de grande porte utilizam a medição
de desempenho, mesmo que não possuam um sistema de medição estruturado para avaliar a
atividade logística, conforme o mencionado pela literatura.
Com os resultados contatou-se que as indústrias de grande porte utilizam a medição de
desempenho, mesmo que não possuam um sistema de medição estruturado para avaliar a
atividade logística, conforme o mencionado pela literatura. Além disso, as medidas da
dimensão Custo são mais utilizadas que as medidas das dimensões Serviço ao cliente e
Produtividade, porém não mais utilizadas que as medidas da dimensão Gerenciamento de
ativos.
Verificou-se que nem todas as empresas possuem pelo menos uma medida dentro de cada
dimensão para avaliar a atividade logística. Pela abrangência da atividade logística, que
envolve a integração de informações, transporte, estoque, armazenamento, fluxo de materiais
e embalagem e possui o objetivo de fornecer ao cliente um serviço superior, ao menor custo
possível (BOWERSOX e CLOSS, 2004), esperava-se que as medidas contidas em todas as
quatro dimensões fossem utilizadas para caracterizar este papel multifuncional da atividade
logística, considerando que as empresas participantes são de grande porte. O número de
indústrias que utilizam medidas de desempenho para avaliar a atividade logística, segundo
esse critério adotado é 22. Somente a dimensão custos é avaliada por todas as empresas,
revelando ainda uma preocupação maior com medidas financeiras também para a avaliação da
logística.
No entanto, estes resultados são obtidos de apenas 29 indústrias, apesar do esforço realizado
pelas pesquisadoras. Em função da dificuldade de acesso às indústrias aptas a participarem da
pesquisa e do baixo retorno de repostas, não foi possível obter uma amostra mais
representativa para essa pesquisa.
Desta forma, propõe-se futuras pesquisas com um número maior de indústrias para o alcance
de resultados mais abrangentes. Além disso, sugere-se abranger empresas de outros estados,
de forma a verificar se existe diferença na avaliação de desempenho da logística em relação a
outros fatores, tal como a região.
No entanto, apesar das limitações, este trabalho contribui no fornecimento de medidas mais
utilizadas e pode servir como orientação para as empresas na avaliação de suas atividades
logísticas.
REFERÊNCIAS
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