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MEDIDAS DE POBREZA FGT DAS PESSOAS OCUPADAS COM ATIVIDADE PRINCIPAL NA AGRICULTURA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE LUIZ EDUARDO VASCONCELOS ROCHA; GILNEI COSTA SANTOS; PATRICIA DE MELO ABRITA BASTOS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI SÃO JOÃO DEL REI - MG - BRASIL [email protected] APRESENTAÇÃO SEM PRESENÇA DE DEBATEDOR REFORMA AGRÁRIA E OUTRAS POLÍTICAS DE REDUÇÃO DA POBREZA MEDIDAS DE POBREZA FGT DAS PESSOAS OCUPADAS COM ATIVIDADE PRINCIPAL NA AGRICULTURA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE Grupo de Pesquisa: 10 - Reforma Agrária e Outras Políticas de Redução da Pobreza FORMA DE APRESENTAÇÃO: Apresentação em sessão sem debatedor

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MEDIDAS DE POBREZA FGT DAS PESSOAS OCUPADAS COM ATIVIDADE PRINCIPAL NA AGRICULTURA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A POSIÇÃO NA

OCUPAÇÃO NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE

LUIZ EDUARDO VASCONCELOS ROCHA; GILNEI COSTA SANTOS; PATRICIA DE MELO ABRITA BASTOS;

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

SÃO JOÃO DEL REI - MG - BRASIL

[email protected]

APRESENTAÇÃO SEM PRESENÇA DE DEBATEDOR

REFORMA AGRÁRIA E OUTRAS POLÍTICAS DE REDUÇÃO DA POBREZA

MEDIDAS DE POBREZA FGT DAS PESSOAS OCUPADAS COM ATIVIDADE PRINCIPAL NA AGRICULTURA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A POSIÇÃO NA

OCUPAÇÃO NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE

Grupo de Pesquisa: 10 - Reforma Agrária e Outras Políticas de Redução da Pobreza

FORMA DE APRESENTAÇÃO: Apresentação em sessão sem debatedor

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MEDIDAS DE POBREZA FGT DAS PESSOAS OCUPADAS COM ATIVIDADE PRINCIPAL NA AGRICULTURA: UMA ANÁLISE SEGUNDO A POSIÇÃO NA

OCUPAÇÃO NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE

A modernização da agricultura nordestina intensificou-se, em 1974, com a criação do Programa de Agroindústria do Nordeste (PDAN). O trabalho, diante da forma desigual em que se deu o processo de modernização da agricultura brasileira entre regiões e produtores, tem o objetivo de analisar a evolução da pobreza das pessoas ocupadas na agricultura da região, no período de 1981 a 2003. A utilização da família de índices parametrizados FGT permitiu a decomposição das medidas de pobreza para os estados e para as posições na ocupação: empregados, autônomos e empregadores. Na década de 80, o nível de pobreza das pessoas com rendimento positivo aumentou em todas as medidas. Na década seguinte, a pobreza, em geral, apresentou tendência de queda, devido, principalmente, à estabilização econômica e à adoção de programas de desenvolvimento regional. A análise desagregada dos FGTs detectou que o Estado da Bahia detém o maior peso na composição dos índices de pobreza e o Estado de Sergipe o menor. Dentre as ocupações, os empregados apresentaram os maiores pesos em todos os indicadores de pobreza. Em síntese, pode-se concluir que o processo de modernização da agricultura nordestina, composta preponderantemente pela agricultura familiar, foi concentrador e excludente. Esperava-se, com a implantação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), na década de 90, reduções mais significativas nos indicadores de pobreza, contudo isto não foi verificado. Palavra-chave: Agricultura nordestina, Pobreza, Posição na Ocupação, FGT, Agroindústria.

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1. Introdução

A partir de 1970, a agricultura brasileira intensificou a sua modernização. Na região Nordeste, esse processo ganha força em 1974 com a criação do Programa de Agroindústria do Nordeste (PDAN), implantado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico. Segundo Graziano da Silva (1998), esse processo, conhecido como a passagem do complexo rural aos complexos agroindustriais, apresenta duas características fundamentais. A primeira refere-se à forma desigual da transição em relação à região, tipo de cultura e, principalmente, produtores, onde os menos favorecidos, que tiveram acesso limitado às facilidades de crédito (como por exemplo, o PRONAF) e inovações tecnológicas, apresentaram graus menores de evolução. A segunda característica refere-se à exclusão de parte significativa de agricultores do processo de modernização da agricultura.

O trabalho, diante da forma desigual em que se deu a modernização da agricultura brasileira entre regiões e produtores e às dificuldades inerentes aos agricultores nordestino em, por exemplo, obter acesso ao crédito rural, tem o objetivo de analisar o nível de pobreza das pessoas ocupadas na agricultura da região, no período de 1981 a 2003. Além das mudanças estruturais, decorrentes do processo de modernização, esse período também é caracterizado por importantes mudanças na conjuntura macroeconômica, tais como: redução de incentivos do governo, abertura comercial, sobrevalorização do câmbio, queda do preço dos produtos agrícola, as quais influenciaram de forma negativa a agricultura, diminuindo sua importância na geração de empregos. O trabalho, além dessa introdução e da conclusão, é constituído de mais duas seções. A segunda descreve de forma sucinta a metodologia para o cálculo da pobreza. Na terceira seção, são apresentadas as análises dos resultados.

2. Metodologia

2.1 Medidas de pobreza Um novo marco no desenvolvimento das medidas de pobreza é o trabalho de Foster,

Greer e Thorbecke (1984), que apresenta três etapas para o cálculo dessas medidas: a primeira etapa consiste em fixar o valor monetário das linhas de pobreza (zp). A determinação da linha de pobreza em estudos que utilizam a variável renda pode se dar de duas maneiras. Na primeira, utiliza-se o salário mínimo como referência para fixar a linha de pobreza. Na segunda, a linha é determinada exogenamente em função do nível de consumo das famílias, através de pesquisas de orçamento familiar como em Rocha (1997).

Na segunda etapa deve-se, a partir da linha de pobreza, dividir os indivíduos em pobres e não pobres. Como último passo se agrega à distância dos pobres à linha de pobreza, de forma a se dar mais ou menos peso aos indivíduos relativamente mais pobres da população. Os índices absolutos de pobreza de Foster, Greer e Thorbecke (FGT) podem ser calculados utilizando o grau de aversão à pobreza igual a 0, 1 e 2, respectivamente. A fórmula a seguir representa esse índice:

1

1 qp i

i p

z yFGT

n z

(1)

em que n é o número de indivíduos na população; q é o número de indivíduos abaixo das linhas de pobreza (zp); yi é a renda do indivíduo i e, por fim, é o grau de aversão à pobreza.

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Se for igual a zero o índice passa a representar apenas a extensão da pobreza, não captando a intensidade, como demonstra a equação a seguir:

0 q

F G Tn

(2)

no caso de igual a 1, o índice passa a incorporar à medida de extensão FGT0 a intensidade da pobreza. O índice FGT1, apresentado a seguir, conhecido como hiato da pobreza, corresponde ao valor médio da distância das rendas dos pobres em relação à linha de pobreza.

1

1

1

1 qp i

i p

z yFGT

n z

(3)

O índice FGT1 não é capaz de considerar os efeitos na mudança da distribuição da renda

entre os pobres. Para resolver esse problema basta assumir igual a 2, ou seja, atribuir mais peso para indivíduos com menor renda. O índice FGT2, descrito a seguir, corresponde à distância média quadrática dos pobres da linha de pobreza.

2

2

1

1 qp i

i p

z yFGT

n z

(4)

À medida que passamos de FGT0 para FGT2, os índices passam a atribuir maior peso aos

indivíduos mais pobres da população. No índice FGT0 todos os indivíduos situados abaixo da linha de pobreza entram com pesos idênticos. Para os índices FGT1 e FGT2 os indivíduos são ponderados de forma proporcional à distância e ao quadrado da distância de suas rendas em relação à linha de pobreza.

Uma propriedade importante dos índices FGT é a possibilidade de decompô-los. No caso do presente trabalho, o índice de pobreza calculado para a população ocupada no setor agrícola na região Nordeste do Brasil (N), poderá ser decomposto para os (k) grupos, segundo os estados da Região e a posição na ocupação em: empregados, empregadores e autônomos. Retomando a simbologia utilizada nas equações acima, vamos indicar a renda da i-ésima pessoa do r-ésimo grupo com yri, com i = 1,...,nr e r = 1,..., k. A participação do r-ésimo grupo na população total pode ser representada da seguinte forma:

rr

n

N (5)

Admitindo-se que a linha de pobreza (z) é a mesma para todos os grupos e que, dentro

de cada grupo as rendas estão ordenadas de maneira que:

yr1 yr2 ... z .... yrn (6)

Sendo que rq é o número de pobres dentro do grupo r. A partir desses dados, pode-se calcular o índice para cada grupo:

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1

1 rqri

rir

z yFGT

n z

(7)

Sendo assim, o índice para toda a população pode ser estimado pela seguinte equação:

1 1

1 rqkri

r i

z yFGT

N z

(8)

das expressões (7) e (8) observa-se, facilmente, que o índice FGT para o setor agrícola

do Nordeste é igual à soma dos valores do produto do índice de cada grupo pela respectiva participação na população, representado pela seguinte equação:

1

k

r rr

FGT FGT

(9)

A expressão acima demonstra que, fixada a distribuição da população ocupada com

atividade principal no setor agrícola do Estado em k grupos, alterações na renda das pessoas que causarem um aumento do índice FGT

r dentro de cada um ou mais grupos levarão a um aumento da medida de pobreza em toda a população ocupada.

2.2. Deflator da renda Para comparação de valores monetários de diferentes períodos utilizou-se como deflator

o INPC restrito (mesmo deflator adotado pelo IBGE nas divulgações da síntese de indicadores da PNAD). Com base nesse índice, foi calculado o número de salários mínimos correntes, para todos os períodos analisados, equivalente ao maior salário mínimo de agosto de 1980. A tabela atualizada para obter-se a equivalência de salários mínimos foi consultada em Rocha et al. (2005)1.

2.3. Fonte de dados O presente trabalho utilizou como base de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (PNAD) publicada anualmente pelo IBGE. Deve-se ressaltar algumas restrições dos dados sobre rendimentos provenientes da PNAD, quais sejam: o questionário procura captar tanto os rendimentos em dinheiro como em espécie, mas não considera o valor da produção para autoconsumo, que representa componente importante da renda real de pequenos agricultores. Esse efeito é ainda ampliado pelas características dos produtores do nordeste brasileiro, onde o setor agrícola apresenta parcela considerável de seus componentes na agricultura familiar. Outra restrição é a subdeclaração das rendas mais elevadas, ademais as datas de referência (1981 tem como mês de referência Outubro, e os demais anos estudados Setembro) das PNADs podem influenciar os resultados dos rendimentos, principalmente no setor agrícola, dada a existência de culturas sazonais. Estes fatores tendem a promover a subestimação, ou superestimação, dos resultados, contudo, não invalidam a análise de dados sobre rendimento a partir dos questionários da PNAD.

1 Elaborada a partir de Hoffmann (1992).

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Algumas adaptações metodológicas foram necessárias para compatibilizar os resultados inter-PNADs. A partir de 1992, o IBGE passa a adotar nova metodologia concernente ao conceito de trabalho. Para as PNADs anteriores a esse período, considerava-se ocupada a pessoa de 10 anos ou mais que realizou alguma atividade não remunerada por pelo menos 15 horas na semana de referência. A nova metodologia considera como ocupadas todas as pessoas de 10 anos e mais que exerceram alguma atividade não remunerada por pelo menos 1 hora na semana de referência. No que tange à posição na ocupação, as PNADs anteriores a 1992 não consideravam como ocupadas pessoas que desenvolviam atividades na produção para o próprio consumo e na construção para o próprio uso. Isto posto, optou-se por adequar os dados dos anos de 1992, 2001 e 2003, à metodologia empregada nas PNADs anteriores à mudança no conceito de trabalho, possibilitando o confronto dos resultados de 1981 com os demais anos.

3. Análise empírica

3.1. População As pessoas com ocupação principal na agricultura nordestina podem ser divididas em

dois grupos: com rendimentos positivos, que inclui as pessoas que obtiveram alguma remuneração financeira; e com declaração de rendimento, que acrescenta ao primeiro grupo as pessoas com declaração de rendimento que não receberam contrapartida financeira, as quais referem-se, em geral, aos membros das famílias de pequenos proprietários, arrendatários e parceiros. A Tabela 1 demonstra que entre 1981 e 2003 ocorreram profundas modificações na estrutura da população agrícola da região Nordeste. Através da amostra foi possível estimar a população com declaração de rendimentos, que, entre 1981 e 1992, cresceu 20,4%, passando de 5.349 mil para 6.438 mil. Entretanto, grande parte desse crescimento se deu em função de ocupações sem remuneração, já que em 1981 os trabalhadores não remunerados eram aproximadamente 1.385 mil, elevando em 1992 para cerca de 2.360 mil, aumentando em cerca de 70%. Ademais, nesse mesmo período, o número de pessoas com remuneração positiva, cresceu apenas 1,37% passando de 3.963 mil para 4.018 mil.

No período de 1992 a 2001, a população ocupada em atividades agrícolas decresceu. Deve-se destacar, no entanto, que os com declaração de rendimento decresceram cerca de 9,29%, enquanto os com rendimento positivo apresentaram redução, por volta de 3,07%. Apesar do percentual das pessoas sem rendimento na população total aumentar de 25,90% em 1981, para 32,24% em 2003, a partir de 1992 esses valores vêm decrescendo continuamente até o ano de 2003, nesse intervalo os valores apresentaram a seguinte composição, conforme tabela 1: 37,59%, 33,31% e 32,24%. Essa tendência segue os resultados encontrados para Minas Gerais em Rocha et al. (2005).

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Tabela 1. Pessoas ocupadas com atividade principal no setor agrícola de acordo com rendimento de todos os trabalhos Nordeste do Brasil, 1981 a 2003.

Analisando a região Nordeste, subdividida segundo seus estados, e considerando o foco

da pesquisa como sendo os indivíduos ocupados com atividade principal no setor agrícola com rendimento positivo, nota-se que parte dos estados não acompanham as tendências de expansão e contração da PEA agrícola para a região Nordeste. Os estados que compõem este grupo são: Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Maranhão mostra relação inversa com as tendências apresentadas para o Nordeste, enquanto o estado do Piauí as pessoas ocupadas no setor agrícola tem crescimento em todos os anos. No que diz respeito aos ocupados no setor agrícola em Alagoas e Pernambuco, estes apresentam características semelhantes entre si no que concerne ao comportamento do número de ocupados no setor agrícola. Ou seja, a população destes estados apresenta redução nos anos de 1981, 1992, 2001, recuperando parte dessa perda em 2003. Por fim, Sergipe tem um incremento nos indivíduos ocupados no setor agrícola entre 1981 e 1992, decrescendo continuamente no resto do período, a níveis inferiores a 1981.

O restante dos estados acompanha a tendência da região. Destaca-se, contudo, que a Bahia, sendo o maior estado do nordeste, detém aproximadamente 32% da população ocupada na agricultura nordestina, apresentando, desta forma, grande influencia no comportamento da População Economicamente Ativa da região.

Tabela 2. Pessoas ocupadas com atividade principal no setor agrícola de acordo com

rendimento de todos os trabalhos, Nordeste do Brasil, 1981 a 2003*.

* Pessoas com rendimento positivo.

PESSOAS NA AMOSTRA

PESSOAS NA POPULAÇÃO

PESSOAS NA AMOSTRA

PESSOAS NA POPULAÇÃO

% SEM RENDIMENTO

1981 16.256 5.349.238 12.121 3.963.785 25,901992 11.701 6.438.258 7.406 4.018.295 37,592001 11.579 5.839.712 7.774 3.894.761 33,312003 12.682 6.299.171 8.659 4.268.005 32,24

Fonte: Elaboração dos autores a partir das PNADs 1981-2003.

COM RENDIMENTO POSITIVOCOM DECLARAÇÃO DE

RENDIMENTO

ANO

Estado\Ano 1981 1992 2001 2003MARANHAO 657.176 530.883 622.886 580.251PIAUI 246.654 266.113 307.502 374.239CEARA 427.418 514.066 513.265 590.061RIO GRANDE NORTE 158.168 163.634 143.024 169.515PARAIBA 198.500 295.884 188.134 228.414PERNAMBUCO 587.923 520.454 464.906 559.782ALAGOAS 282.397 278.683 268.314 269.682SERGIPE 130.814 153.098 115.461 115.274BAHIA 1.274.735 1.295.480 1.271.269 1.380.787NORDESTE 3.963.785 4.018.295 3.894.761 4.268.005Fonte: Elaboração dos autores a partir das PNADs 1981-2003.

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3.2. Medidas de pobreza das pessoas ocupadas na agricultura da região nordeste

3.2.1. Evolução dos indicadores de pobreza FGT

A tabela 3 apresenta os índices de pobreza FGT para as pessoas ocupadas na agricultura nordestina. O índice FGT0, como foi demonstrado na metodologia, mede a extensão da pobreza, o FGT1 a intensidade e, finalmente, o FGT2 a desigualdade entre os pobres. A linha de pobreza adotada é o maior salário mínimo de agosto de 1980, deflacionado pelo INPC restrito do IBGE.

Tabela 3. Classe FGT de medidas de pobreza para pessoas ocupadas com atividade

principal no setor agrícola no Nordeste brasileiro, de 1981 a 2003*. ANO 1981 1992 2001 2003 FGT0 0,71 0,86 0,830 0,831 FGT1 0,36 0,49 0,41 0,42 FGT2 0,22 0,33 0,26 0,28

Fonte: Elaboração dos autores a partir das PNADs 1981-2003. *pessoas com rendimento positivo.

A pobreza apresentou comportamento bastante desfavorável na década de 80. Entre os anos de 1981 e 1992, o nível de pobreza do grupo de pessoas com rendimento positivo aumentou em todas as medidas, tabela 3. Entre 1992 e 2003, o nível de pobreza, tem tendência de queda, isso porque, com a implantação do plano de estabilização econômica em 1994 (Plano Real) o “imposto inflacionário”, que tende a incidir principalmente sobre as camadas mais pobres da população que apresentam menor capacidade de se proteger da inflação, é praticamente anulado, elevando o poder de compra destas pessoas. A medida de extensão da pobreza, FGT0, neste período, passou de 0,86 para 0,831; a intensidade, FGT1, decresceu de 0,49 para 0,42; e a desigualdade, FGT2, cai de 0,33 para 0,28 demonstrando o comportamento cíclico da pobreza na região, expandido em períodos de crise e reduzindo em anos de crescimento econômico. É importante destacar que o decréscimo da pobreza, verificado na década 90, não foi suficiente para diminuir o nível de pobreza, em todas as medidas, para os patamares vigentes no ano de 1981.

Uma característica favorável à região nordeste é a sensibilidade da proporção de pobres em relação às variações no rendimento médio, ou seja, quando existe um incremento na renda o número de pobres apresenta redução, conforme Figura 1 abaixo. O período de 2001 a 2003 parece não atender a essa relação, esse fato pode ser explicado pela redução de 17%, aproximadamente, da renda média dos empregadores, categoria que não é marcada por representar parcela significativa dos indivíduos considerados pobres. Denotando que a renda na agricultura nordestina não se encontra tão concentrada como em outras regiões do Brasil.

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Figura 1 - Relação da renda média e FGT0, no período de 1981-2003.2

Por exemplo, caso os rendimentos estivessem muito concentrados um aumento na renda dos indivíduos ocupados na agricultura poderia ser acompanhado de elevação do número de pobres no setor. Segundo dados de Corrêa (1998), tal característica é encontrada na região centro-oeste do país na década de 80, em que incrementos na renda são acompanhados de elevações no número de pobres na agricultura, ademais, segundo a mesma autora, o índice de Gini para essa região eleva-se de 0,511 para 0,625 de 1981 a 1990, ratificando essa relação. Retomando o foco no nordeste, de acordo com dados de Corrêa (1998) e Corrêa et al. (2003), o índice de Gini para a região, no período de 1981 a 1999, encontra-se em média por volta de 0,503, o menor valor dentre todas as regiões brasileiras. Essas características podem ser explicadas, pelo menos em parte, se considerado que a agroindústria da região tem como base a fruticultura, setor intensivo em mão-de-obra. Em suma, esses aspectos tendem a contribuir para valores elevados nos indicadores de pobreza e reduzidos em concentração de renda.

Nas próximas seções a Pobreza nordestina será desagregada, primeiramente, segundo os Estados da região, tentando demonstrar qual ou quais destes exercem maior influência nos indicadores do nordeste como um todo. Em seqüência as famílias de índices parametrizados, FGT, serão decompostas segundo a posição na ocupação, determinando suas características dentro de cada Estado.

3.2.2. Evolução da pobreza segundo os estados da região nordeste

A desagregação da classe de medidas FGT, demonstrada na metodologia, tem como importante função determinar a parcela de pobreza total atribuída a cada subgrupo da população. As pessoas com ocupação principal na agricultura foram dividas, primeiramente,

2 onde: NE-81 = Região Nordeste no ano de 1981; NE-92= Região Nordeste no ano de 1992; NE-01 = Região Nordeste no ano de 2001; e NE-03 = Região Nordeste no ano de 2003. 3 O índice de Gini varia de zero a um. Quando uma única pessoa apropria-se de toda renda, o índice assume valor unitário, representando a concentração máxima da renda em uma dada população. Quando a renda é perfeitamente distribuída entre a população, o índice assume valor zero.

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em nove subgrupos representados pelos estados da região nordeste do Brasil: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Entre 1981 e 2003, a Bahia foi o principal contribuinte para a pobreza da região, isso é explicado principalmente pelo fato do estado responder, em média, por 32% da população ocupada em atividades agrícolas no nordeste do país. Destaca-se o período de 1981 a 1992 em que a proporção de pobres explicada na Bahia, elevou-se de 26,55% para 30,87%, essa elevação tão significativa provém basicamente da expansão da extensão da pobreza. Os pobres na agricultura baiana em 1981 correspondiam a 59% da população ocupada em atividade agrícolas do Estado, em 1992 ocorre um salto em que o indicador alcança 83%. A intensidade da Pobreza e a desigualdade entre pobres, seguem a mesma relação apresentando expansão de: 0,25 para 0,42 (FGT1) e de 0,14 para 0,26 (FGT2). No período seguinte, que vai de 1992 a 2003, os indicadores tem leve redução: o FGT0 reduz de 0,83 para 0,80; o FGT1 passa de 0,42 para 0,36; e o FGT2 decresce de 0,26 para 0,21. O Estado ainda detém a segunda posição no que concerne à variações positivas nos indicadores de pobreza FGTα, ou seja, segunda maior expansão nos índices de pobreza, sendo menor apenas do que a de Pernambuco. Entre 1981 e 2003 a proporção de pobres aumentou em 36,40%; a intensidade da pobreza cresceu 42,13%; e a desigualdade entre os pobres apresentou expansão de 55%, conforme figura 2.

No outro extremo encontra-se o Estado de Sergipe com a menor participação na pobreza da região nordeste, devido basicamente à pequena população ocupada em atividades agrícolas, que representa apenas 3% da população envolvida em atividades neste setor. Em 1981 o Estado respondia por: 3,57% da proporção de pobres; 3,54% da intensidade da pobreza (FGT1) e; 3,35% do (FGT2). No ano de 2003, esses valores decrescem: o FGT0 atinge 2,39%; FGT1 2,21% e o FGT2 alcança 1,89%. Uma característica interessante deste estado é que, entre 1981 e 1992, ocorre considerável expansão dos índices de pobreza: o número de pobres eleva-se de 0,77 para 0,87, aumento na ordem de 13%; o hiato de pobreza passa de 0,39 para 0,49, incremento de, aproximadamente, 26%; e a desigualdade entre pobres apresenta elevação de 45% alternando de 0,22 em 1981 para 0,32 em 1992. Nos anos seguintes, ocorre uma redução contínua dos indicadores. De 1992 a 2003, a proporção de pobres na agricultura sergipana reduz, FGT0, de 87% para 74% da população ocupada com atividade principal no setor agrícola. A distância média destes indivíduos considerados pobres à linha de pobreza também apresenta redução passando de 0,49 em 1992 para 0,35 em 2003, e por fim a desigualdade de renda entre os pobres decresce de 0,26 para 0,19. Para todo período, de acordo com a figura 2, a redução dos indicadores de pobreza superou os resultados de 1981, nestes anos constata-se redução em cerca de 3,33% da proporção de pobres, 9,50% da intensidade de pobreza e 13% da desigualdade entre pobres, FGT0, FGT1 e FGT2 respectivamente, demonstrando que a população agrícola no Estado encontrava-se em melhor situação em 2003 comparativamente ao ano de 1981. Ademais, no mesmo ano, a pobreza em Sergipe, era a menor dentre os estados componentes da região nordeste. Contudo, deve-se destacar que, entre 1981 e 2003, decresceu o número de indivíduos ocupados na agricultura em aproximadamente 12%, ou seja, a população em 1981 encontrava-se em 130.814 diminuindo em 2003 para 115.274 pessoas (tabela 2), sendo assim o arrefecimento da pobreza pode ser explicado, em parte, pela redução considerável no número de pessoas ocupadas com atividade principal no setor agrícola do estado de Sergipe, onde se observa uma relação de subsistência.

Outro Estado de destaque, na desagregação dos índices de pobreza, é o Piauí devido basicamente à magnitude da pobreza, em todo período o estado apresenta os maiores índices (de acordo com a figura 2), excetuando o ano de 1992 em que a Paraíba assume a primeira posição. Em 1981, 94% da população ocupada em atividades agrícolas eram consideradas pobre, estas estavam distante em média da linha de pobreza em cerca de 61% e a desigualdade

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de renda entre pobres era de 44% em média. Em 2003 esses indicadores pouco mudaram, ademais a intensidade da pobreza e a desigualdade entre pobres sofreram incrementos. Neste ano o FGT0, correspondia a 92% da população ocupada com atividade principal no setor agrícola, a intensidade da pobreza aumenta para 62% e a desigualdade de renda entre pobres é de 48% em média. Em suma, entre 1981 e 2003 no Piauí, a proporção de pobres apresenta redução, no entanto, os que ainda são considerados pobres estão ainda mais distantes da linha de pobreza do que em 1981 e a distribuição de renda entre estes é ainda mais desigual.

Torna-se importante destacar a variação dos índices de pobreza nos Estados da Bahia e Pernambuco entre 1981 a 2003. Neste período, no estado de Pernambuco o FGT0 apresenta elevação de 46%, passando de 0,60 para 0,85; a intensidade da pobreza também sofre incrementos, elevando-se de 0,28 para 0,41, expansão de 46% no período; a desigualdade entre pobres tem a maior variação, em cerca de 61%, onde o índice aumenta de 0,16 para 0,27. Para a Bahia, as variações dos índices apresentam a mesma tendência, porém em menor magnitude.

Este fato pode ser explicado, em parte, pelas inovações tecnológicas implantadas no pólo frutícola de Petrolina/Juazeiro, bem como pelas normas sanitárias elaboradas em função das grandes empresas e também a assistência gerencial e técnica que são voltadas aos mesmos, que alijam empresas e produtores de menor porte, principalmente os com características de agricultura familiar, do mercado. Outro ponto concerne ao crédito para investimento e capital de giro que são escassos e de difícil acesso, ademais, o crédito disponibilizado através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) na linha PRONAF-C é destinado, em maior magnitude, aos agricultores da região Centro-Sul e as liberações de recursos por produto indicam uma maior destinação a culturas como as do fumo e soja, Silva (2005). Outrossim, Moraes (2005) identificou indícios de que, no semi-árido baiano, o PRONAF-C passa por um processo de apropriação de agentes financeiros e empresas privadas que utilizam o programa para viabilização de seus interesses, em que as ações servem como ferramenta de manutenção de relações sociais atrasadas baseadas no clientelismo, de forma a manipular e controlar os agricultores beneficiados pelo programa.

3.2.3. Participação das ocupações na evolução da pobreza nos estados.

No presente item, pretende-se analisar a forma pela qual as posições na ocupação afetam

cada um dos indicadores de pobreza nos estados, e também investigar o comportamento dos índices durante o período incorporado na pesquisa.

Identificou-se no caso da Bahia que os empregados são os “grandes responsáveis” pelos elevados indicadores do Estado (Figura 3). De um modo geral, o peso dos empregados para a pobreza baiana decorre principalmente da composição das ocupações, ou seja, os indivíduos que se declararam empregados estão em maior número, dentre as três categorias, no entanto o ano de 1981 apresenta comportamento diferente dos demais. Neste ano, o número de autônomos representa a maior parte da população ocupada em atividades agrícolas, correspondendo a 52% das pessoas ocupadas no setor, enquanto os empregados são 45% da população (os empregadores são cerca de 3% dos ocupados na agricultura) e ainda sim estes são os grandes contribuintes para pobreza baiana, onde explicam 60,32% da extensão da pobreza (FGT0), 61,34% da intensidade de pobreza (FGT1) e 60,79% da desigualdade entre pobres (FGT2). Esta peculiaridade decorre da grande diferença existente entre os índices das três ocupações.

Em 1981 a proporção de pobres na agricultura baiana atingia 79% dos empregados, estes estavam distantes da linha de pobreza 34%, em média, e a desigualdade entre pobres era de 0,18. Por outro lado, estes mesmos indicadores para os autônomos apresentavam

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resultados bem inferiores, o FGT0 era de 0,44, ou seja, 44% dos autônomos eram considerados pobres, o FGT1 era de 0,18 e a desigualdade entre pobres era igual a 0,10. Em 2003 os índices de pobreza, FGT0, FGT1 e FGT2, para os empregados eram de: 0,89, 0,36 e 0,20; para os autônomos: 0,75, 0,37 e 0,23; enquanto os empregadores apresentavam os seguintes resultados: 0,20, 0,09 e 0,05, segundo os dados da Figura 3. Destarte, a parcela da pobreza atribuída aos empregados era de 55,95% da proporção de pobres no estado (FGT0), 50,92% da intensidade de pobreza (FGT1) e 47,96% da desigualdade entre pobres, neste último os autônomos têm maior peso na pobreza do estado.

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FIGURA 2

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

MA PI CE RN PB PE AL SE BA NORDESTE

FG

T(0

)

1981 1992

2001 2003

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

MA PI CE RN PB PE AL SE BA NORDESTE

FG

T(1

)

1981 1992

2001 2003

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

MA PI CE RN PB PE AL SE BA NORDESTE

FG

T(2

)

1981 1992

2001 2003

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

MA PI CE RN PB PE AL SE BA NORDESTE

Var

iaçã

o p

erce

ntu

al F

GT

s 20

03/1

981

FGT(0)

FGT(1)

FGT(2)

Índices absolutos de pobreza FGT desagregados segundo os Estados da Região Nordeste

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Apesar da pobreza dos empregadores ser menor dentre os três grupos de ocupação, estes apresentaram grandes variações nos indicadores, assim como os autônomos, devido, principalmente, ao processo de modernização da agricultura nordestina. Entre 1981 e 2003, a extensão da pobreza dos empregadores, FGT0, apresentou crescimento de 85,46%; a intensidade, FGT1, elevou-se em 67,64%; e a desigualdade entre os pobres, FGT2, aumentou 76,76%.

Feita a desagregação dos índices, segundo a posição na ocupação, identificou-se que os empregados também representam maior peso sobre a pobreza em Sergipe. Para todo período o maior peso dos empregados sobre a pobreza sergipana deve-se primeiramente à composição das ocupações sendo, em média, 55% da população. O segundo fator refere-se ao elevado indicador de pobreza deste grupo de ocupação. Entre 1981 e 2003, a pobreza atribuída aos empregados sofre reduções, porém estes continuam tendo o maior peso sobre a pobreza. Em 1981, de acordo com a extensão da pobreza (FGT0), os empregados respondiam por 69,79% neste indicador; 72,70% da intensidade da pobreza (FGT1); e 73,47% da desigualdade entre pobres (FGT2), onde os indicadores, FGT0, FGT1 e FGT2 apresentam a seguinte composição: 0,93, 0,49 e 0,28, segundo os dados da figura 4. No ano de 2003, ocorre redução na parcela de pobreza atribuída aos empregados, no índice (FGT0) o peso caí para 61,42% da extensão da pobreza; 63,48% do hiato de pobreza (FGT1); e 62,72% do (FGT2). Contudo, neste ano, o número de empregados pobres eleva-se para 94% dos indivíduos ocupados com atividade principal no setor agrícola, por outro lado estes pobres estão em média mais próximos à linha de pobreza relativamente a 1981 em que o índice (FGT1) reduz para 0,46, cerca de 6% mais baixo do que no início do período em análise, e (FGT2) igual a 0,25.

Outro fator de similaridade com a pobreza baiana é a expansão dos indicadores concernentes aos empregadores. Diferente do comportamento da pobreza dos empregados e autônomos, que acompanhou os ciclos macroeconômicos, aumentando no período de recessão e decrescendo em períodos de expansão, a pobreza entre os empregadores em Sergipe aumentou continuamente até 2001, no ano seguinte ocorre grande redução porém mantendo níveis muito superiores a 1981, Figura 4. Entre 1981 e 2003, a extensão da pobreza dos empregadores, FGT0, passou de 0 para 0,204; a intensidade, FGT1, elevou-se de 0 para 0,04; e a desigualdade entre os pobres, FGT2, apresenta crescimento de 0 para 0,01. É importante destacar que o número de empregadores no período apresentou crescimento considerável na ordem de 1.320%, passando de 340 em 1981 para 4.830 empregadores em 2003.

Considerando agora o estado mais pobre da região nordeste, o Piauí (Figura 5), constata-se importante diferença na composição das ocupações, comparativamente aos demais estados. A agricultura piauiense baseia-se principalmente em atividades de conta-própria, estes indivíduos correspondem a 73%, em média, dos ocupados em atividades agrícolas, enquanto os empregados não passam de 21% e os empregadores com um contingente considerável de cerca de 6%. Essa diferença na composição das ocupações entre empregados e autônomos acaba por, concomitantemente aos elevados índices de pobreza dos autônomos, determinar os últimos como os principais contribuintes para a pobreza do Estado. Como, por exemplo, em 2003 a parcela da pobreza atribuída aos autônomos nos índices, FGT0, FGT1 e FGT2, era de 76,70%, 79,78% e 80,78%.

4 Em 1981 não foram identificados empregadores abaixo da linha de pobreza.

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FIGURA 3

Índices absolutos de pobreza FGT desagregados segundo a posição na ocupação, Bahia 1981 a 2003.

0,79

0,44

0,11

0,59

0,93

0,74

0,19

0,83

0,91

0,78

0,23

0,83

0,89

0,75

0,20

0,80

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR BAHIA

EX

TE

NS

ÃO

DA

PO

BR

EZ

A (

FG

T0)

1981 1992

2001 2003

0,34

0,05

0,25

0,36

0,42

0,11 0,09

0,18

0,48

0,08

0,37

0,39 0,380,36 0,36

0,37

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR BAHIA

INT

EN

SID

AD

E D

A P

OB

RE

ZA

(F

GT

1)

1981 1992

2001 2003

0,18

0,10

0,03

0,14

0,30

0,22

0,05

0,26

0,21

0,23

0,07

0,22

0,20

0,23

0,05

0,21

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR BAHIA

DE

SIG

UA

LD

AD

E E

NT

RE

PO

BR

ES

(F

GT

2)

1981 1992

2001 2003

12,54

69,44

85,46

36,38

4,98

102,83

67,64

42,14

8,83

131,55

76,76

55,04

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

EMPREGADO AUTÔNOMO EMPREGADOR BAHIA

Var

iaçã

o %

FG

Ts

2003

/198

1

FGT0FGT1FGT2

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O que mais impressiona na análise dos resultados do Piauí é a extensão da pobreza para empregados e autônomos, chegando próxima da unidade, além da extrema distância destes pobres da linha de pobreza bem como da desigualdade de renda entre estes. Ademais os empregadores do Piauí apresentam os mais elevados índices de pobreza dentre todos empregadores dos demais estados.

De acordo com a figura 5 (índices absolutos FGT, desagregados segundo a posição na ocupação no Piauí), entre 1981 e 2003 ocorre poucas mudanças para empregados e autônomos no que concerne à pobreza. Em 1981, cerca 93% dos empregados encontravam-se abaixo da linha de pobreza, estes estavam, em média, distantes em 49% da linha de pobreza e o indicador (FGT2) apresentava valor de 0,29. No ano de 2003, o número de pobres permanece o mesmo por volta de 93% dos ocupados em atividades agrícolas, porém estes se tornam ainda mais pobres pois o hiato de pobreza (FGT1) eleva-se para 0,53, ou seja, os pobres estão distantes, em média, agora em 53% e a renda entre os mesmo está dividida de forma mais desigual devido ao (FGT2) aumentar para 0,49. O comportamento da pobreza entre autônomos é similar à dos empregados porém em maior magnitude. Em 1981, a pobreza atribuída aos autônomos, era composta da seguinte forma, para as medidas FGT0, FGT1 e FGT2: 0,95, 0,65 e 0,49; expandindo, em 2003, com exceção do (FGT0), para 0,95, 0,66 e 0,52. Mostrando que, apesar de não ocorrer alterações na extensão de pobreza no período, os indivíduos abaixo da linha de pobreza estão ainda mais pobres e com a renda distribuída de forma mais desigual do que em 1981.

Analisando os empregadores no setor agrícola piauiense, entre 1981 e 2003, a extensão da pobreza destes, FGT0, passou de 0,57 para 0,71, crescimento na ordem de 24,5%; o hiato de pobreza, FGT1, elevou-se em 59,26%, alternando de 0,27 para 0,43; e a desigualdade entre os pobres, FGT2, passa de 0,17 para 0,31, aumentando 82,35%, Figura 5. Estes resultados demonstram o intenso processo de empobrecimento na agricultura do estado do Piauí onde nem os empregadores, categoria marcadamente com melhores níveis de rendimento, são excluídos deste processo. Um dos fatores que podem ser identificados como promotores da expansão dos índices de pobreza, é a modernização da agricultura que, principalmente para o grupo de empregadores, promoveu a concentração da renda e exclusão de parte desses produtores do processo produtivo, na medida em que a mecanização do campo permuta trabalho por capital, ou seja, indivíduos antes empregados ou empregadores são forçados a se deslocar para outras atividades.

3.2.4. Evolução da pobreza segundo as categorias de ocupação.

Entre 1981 e 2003, lembrando que o grupo de pessoas com rendimento positivo é o foco da pesquisa, a composição da mão de obra ocupada na agricultura nordestina apresentou pouca variação, tendo, em média, a seguinte distribuição: empregados 44%, autônomos 52% e empregadores 4%. Destaca-se, entre 1981 e 2001, importante modificação na composição da população, com os empregados diminuindo a participação de 46 para 41%, os empregadores de 3 para 4%, e os autônomos aumentando a participação de 51 para 54%. Essa modificação da composição se deve ao crescimento da população, no período, de pessoas com dedicação em atividades de subsistência, que compõem a categoria dos autônomos. Novamente a modernização da agricultura nordestina pode ser uma das promotoras do aumento desse tipo de ocupação, na medida em que a mecanização do campo permuta trabalho por capital.

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0,93

0,80

0,24

0,87

0,68

0,40

0,82

0,94

0,60

0,20

0,750,77

0

0,56

0,97 0,96

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR SERGIPE

EX

TE

NS

ÃO

DA

PO

BR

EZ

A (

FG

T0

)

1981 1992

2001 2003

0,49

0,00

0,390,41

0,49

0,21

0,04

0,25

0,58

0,06

0,39

0,47

0,30

0,46

0,35

0,27

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR SERGIPE

INT

EN

SID

AD

E D

A P

OB

RE

ZA

(F

GT

1)

1981 1992

2001 2003

0,28

0,14

0,00

0,22

0,39

0,25

0,02

0,32

0,27

0,18

0,13

0,23

0,25

0,15

0,01

0,19

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR SERGIPE

DE

SIG

UA

LD

AD

E E

NT

RE

PO

BR

ES

(F

GT

2)

1981 1992

2001 2003

1,08

7,14

0,00

-2,60

-6,12

8,00

0,00

-10,26-10,71

7,14

0,00

-13,64-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

EMPREGADO AUTÔNOMO EMPREGADOR SERGIPE

Va

ria

çã

o %

FG

Ts

20

03

/19

81

FGT0FGT1FGT2

FIGURA 4

Índices absolutos de pobreza FGT desagregados segundo a posição na ocupação, Sergipe 1981 a 2003.

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0,930,95 0,94

0,89

0,73

0,900,86 0,86

0,930,95

0,71

0,92

0,57

0,960,90

0,67

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR PIAUÍ

EX

TE

NS

ÃO

DA

PO

BR

EZ

A (

FG

T0

)

1981 1992

2001 2003

0,49

0,27

0,610,60 0,60

0,400,43

0,650,69

0,33

0,530,53

0,55

0,53

0,62

0,66

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR PIAUÍ

INT

EN

SID

AD

E D

A P

OB

RE

ZA

(F

GT

1)

1981 1992

2001 2003

0,29

0,49

0,17

0,44

0,53

0,45

0,19

0,46

0,37

0,40

0,27

0,380,36

0,52

0,31

0,47

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

EMPREGADO AUTONÔMO EMPREGADOR PIAUÍ

DE

SIG

UA

LD

AD

E E

NT

RE

PO

BR

ES

(F

GT

2)

1981 1992

2001 2003

FIGURA 5

Índices absolutos de pobreza FGT desagregados segundo a posição na ocupação, Piauí 1981 a 2003.

0,00 0,00

24,56

-2,13

8,161,54

59,26

1,646,12

82,35

6,82

24,14

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

EMPREGADO AUTÔNOMO EMPREGADOR PIAUÍ

Va

ria

çã

o %

FG

Ts

20

03

/19

81 FGT0

FGT1FGT2

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Analisando o gráfico 1, observa-se que, entre 1981 e 2003, a parcela da pobreza atribuída aos empregados decresce e a dos autônomos aumenta. Em 1981, a parcela de pobreza correspondente aos empregados, para as medidas FGT0, FGT1 e FGT2, era de, respectivamente, 51,35%, 48,35% e 44,81%; decrescendo, em 2003, para 45,97%, 39,16% e 35,17%. Para os autônomos observa-se o contrário, a parcela de pobreza, nas medidas FGT0, FGT1 e FGT2, que, em 1981, era, respectivamente de 47,84%, 51,03% e 54,62%; em 2003, aumenta para 52,26%, 59,02% e 63,01%.

Apesar da pobreza dos empregadores ser menor dentre os três grupos de ocupação, seu comportamento foi também afetado pelo processo de modernização da agricultura na região nordeste do país, destacando a fruticultura como setor mais dinâmico nesse processo. Diferente do comportamento da pobreza dos grupos de ocupação de empregados e autônomos que apresentaram reduções contínuas após 1992, a pobreza entre os empregadores aumentou entre 1981 e 1992. No ano seguinte, 2001, ocorre uma leve queda, expandindo-se novamente no final do período com resultados consideravelmente mais elevados do que em 1981, sendo maiores que o dobro dos encontrados neste ano. Entre 1981 e 2003, a extensão da pobreza dos empregadores, FGT0, passou de 0,19 para 0,39, apresentando crescimento de 105%; a intensidade, FGT1, elevou-se em 186%, passando de 0,07 para 0,20; e a desigualdade entre os pobres, FGT2, aumentou 225%. Estes resultados demonstram que a modernização da agricultura nordestina, para o grupo de empregadores, promoveu a concentração da renda e exclusão de parte dos produtores. Os grandes empresários que conseguiram modernizar a sua produção foram beneficiados, e os pequenos, que por uma série de fatores, entre eles, o limitado acesso ao crédito agrícola, foram excluídos do processo de modernização.

Gráfico 1- Variação percentual dos FGTs da região nordeste segundo a posição na

ocupação, 1981 e 2003.

11,6821,92

102,17

16,50

1,12

29,19

172,37

16,59

3,67

36,30

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4. Conclusões

Embora a população ocupada na agricultura nordestina apresente tendência de queda, a

relação de pessoas sem rendimento na população total aumentou de 25,90%, em 1981, para 32,24%, em 2003, demonstrando que o processo de desenvolvimento da agricultura na região tem segmentado o mercado de trabalho em detrimento das ocupações sem remuneração, em que observa-se uma relação de subsistência. No nordeste, a parcela predominante da PEA agrícola é de autônomos, representados principalmente por pequenos agricultores familiares. Entre 1981 e 2003 esses passaram de 51% da população ocupada com atividade principal na agricultura para 53%. Em suma, esses aspectos tendem a contribuir para valores elevados nos indicadores de pobreza e reduzidos em concentração de renda.

No que concerne aos indicadores de pobreza, entre 1992 e 2003, todas as medidas apresentaram decréscimo. Esse comportamento pode ser explicado, em parte, pela estabilização monetária verificada a partir de 1994 que, ao eliminar o imposto inflacionário, elevou o poder de compra, principalmente, da população de menor renda. No entanto, o nível de pobreza no nordeste ainda mantém-se extremamente elevado. Para se ter uma idéia mais precisa da dimensão da pobreza na agricultura nordestina, em 2003, do total de 4.268.005 de pessoas ocupadas com rendimento positivo, 3.546.712, ou seja, 83,1%, têm rendimento inferior a um salário mínimo equivalente ao maior salário de agosto de 1980. Soma-se a isso o fato de que essas pessoas estão distantes em média da linha de pobreza, como demonstra a medida FGT1, em aproximadamente 42%.

Desagregando os índices de pobreza para os estados da região nordeste e segundo a posição na ocupação, verificou-se que, em um extremo, a Bahia teve a maior participação na composição dos índices, no outro, encontra-se o Estado de Sergipe com a menor participação. Sendo que para ambos os estados, a ocupação dos empregados é a que detém maior peso nos índices.

Analisando as ocupações, percebe-se que, apesar da pobreza dos empregadores ser menor dentre os três grupos de ocupação, seu comportamento foi também afetado pelo processo de modernização da agricultura. Entre 1981 e 2003, a extensão da pobreza dos empregadores, apresentou crescimento de 105%; o hiato de pobreza elevou-se em 186%; e a desigualdade entre os pobres, aumentou 225%. Estes resultados demonstram que a modernização da agricultura nordestina, para o grupo de empregadores, promoveu a concentração da renda e exclusão de parte dos produtores. Os grandes empresários que conseguiram modernizar a sua produção foram beneficiados, e os pequenos, que por uma série de fatores, entre eles, o limitado acesso ao crédito agrícola, foram excluídos do processo de modernização.

Em síntese, a partir das análises que foram desenvolvidas no trabalho, pode-se concluir que o processo de modernização da agricultura nordestina foi concentrador e excludente, deixando um expressivo contingente de pessoas abaixo da linha de pobreza. Dada as características da agricultura dessa região, onde prevalece a produção familiar, esperava-se, na década de 90, após a implantação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), decréscimos mais significativos nos índices de pobreza, contudo isto não foi verificado. O setor público, não apenas visando a obtenção do aumento da produção, mas levando em consideração atualmente a multifuncionalidade da agricultura e as características da agricultura nordestina, deve implementar políticas que permitam a incorporação dos produtores tradicionais à dinâmica da agricultura moderna, promovendo a expansão da renda, a redução da pobreza e a sua melhor distribuição.

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