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Mediunidade Programa II

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  • Federao Esprita Brasileira

    Estudo e Prtica da MEDIUNIDADE

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  • CATALOGAO DE APOSTILAS

    Estudo e Prtica da Mediunidade Programa II. Orien-taes espritas e sugestes didticas direcionadas for-mao do trabalhador da mediunidade. Terceira edio, revisada e atualizada. Braslia [DF]: Federao Esprita Brasileira, janeiro de 2010.

    12 tiragem: 12.200 a 13.200 exemplares

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    Apresentao

    Em seqncia ao Programa I do Curso Estudo e Prtica da Mediu-nidade, colocamos disposio do Movimento Esprita, em maro de 2000, o Programa II do Curso, formatado em tomo nico. Posteriormente, em 2003, este Programa foi desdobrado em dois tomos, para facilitar o seu manuseio.

    Apresentamos, agora, em 2007, a segunda edio do Curso, totalmente revisada e atualizada. Os contedos espritas esto centrados nas atividades da reunio medinica, propriamente dita, desenvolvidos de forma mais objetiva e com maior coerncia semntica.

    A idia-sntese norteadora dos fi ns e dos objetivos do Curso foi mantida, que a de priorizar a formao do trabalhador da mediunidade que atua num grupo medinico ou que dele pretende participar, no futuro.

    Contamos que os confrades espritas concedam a este Curso a mesma receptividade que foi dada ao anterior.

    Braslia (DF), 8 de junho de 2007

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    Esclarecimentos

    O novo Curso de Estudo e Prtica da Mediunidade, Programa II, mantm a diviso dos seus contedos em quatro partes, assim especifi cadas:

    Fundamentao Esprita Prtica Medinica Atividade Complementar Culminncia do Mdulo

    A Fundamentao Esprita contm os roteiros do estudo terico, direcionados para a formao do trabalhador do grupo medinico.

    A Prtica Medinica contm sugestes relativas parte experimental da mediunidade, ou seja, reunio medinica, propriamente dita. Estas orientaes so transmitidas de forma gradual, cuidadosa, levando em considerao a inexperincia dos participantes inscritos no Curso.

    A Atividade Complementar difere, neste Programa II, da indicada no Programa anterior. Caracteriza-se pela avaliao da prtica medinica que foi realizada ao longo de cada Mdulo de Estudo.

    A Culminncia do Mdulo possui um roteiro denominado Conduta Esprita que abrange exerccios relacionados a textos que, por sua vez, se reportam s atitudes e ao comportamento do esprita.

    Inserimos, no incio de cada Mdulo, um quadro-geral dos assuntos das atividades previstas, assim como o tempo de durao de cada uma delas.

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    ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    PROGRAMA II

    SUMRIO

    Mdulo de Estudo n 1 ...................................................................................13Plano Geral do Mdulo ...................................................................................15Fundamentao Esprita: As reunies medinicasRoteiro 1: Reunies medinicas srias: natureza e caractersticas ..............17Roteiro 2: Condies de organizao e funcionamento ...............................25Roteiro 3: Etapas da reunio medinica .........................................................33Roteiro 4: Critrios de participao e afastamento .......................................39Roteiro 5: Avaliao da reunio medinica ...................................................43Prtica Medinica ............................................................................................51

    Atividade Complementar ................................................................................53

    Culminncia do Mdulo .................................................................................61

    Mdulo de Estudo n 2 ...................................................................................67Plano Geral do Mdulo....................................................................................69

    Fundamentao Esprita: Os participantes da reunio medinicaRoteiro 1: Os participantes desencarnados ....................................................71Roteiro 2: Os participantes encarnados .........................................................79Roteiro 3: Ausncias e impedimentos. Participantes eventuais ..................89Roteiro 4: Capacitao do trabalhador da mediunidade .............................95

    Prtica Medinica ............................................................................................101Atividade Complementar ...............................................................................105Culminncia do Mdulo .................................................................................111

    Mdulo de Estudo n 3 ...................................................................................117Plano Geral do Mdulo ...................................................................................119

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    Fundamentao Esprita: Mecanismos da MediunidadeRoteiro 1: O transe medinico ..................................................................121Roteiro 2: Mecanismos da comunicao medinica ..............................127Roteiro 3: Psicofonia ...................................................................................135Roteiro 4: Psicografi a ..................................................................................143Roteiro 5: Vidncia e audincia .................................................................149Roteiro 6: Intuio .......................................................................................155Roteiro 7: Tipos incomuns da mediunidade (1) .....................................161Roteiro 8: Tipos incomuns da mediunidade (2) .....................................167Prtica Medinica ......................................................................................175Atividade Complementar .........................................................................179Culminncia do Mdulo ...........................................................................181

    Mdulo de Estudo n 4 ..............................................................................187

    Plano Geral do Mdulo ................................................................................189

    Fundamentao Esprita: Os espritos comunicantesRoteiro 1: Manifestao medinica dos Espritos ...................................191Roteiro 2: Manifestao medinica dos bons Espritos .........................199Roteiro 3: Manifestao medinica dos Espritos imperfeitos (1) .......207Roteiro 4: Manifestao medinica dos Espritos imperfeitos (2) .......213Roteiro 5: Manifestao medinica dos Espritos imperfeitos (3) .......219Roteiro 6: Identidade dos Espritos comunicantes .................................227Prtica Medinica ......................................................................................235Atividade Complementar .........................................................................239Culminncia do Mdulo............................................................................241

    Mdulo de Estudo n 5 ..............................................................................249

    Plano Geral do Mdulo .............................................................................251Fundamentao Esprita: Atendimento aos Espritos comunicantesRoteiro 1: Caractersticas do dilogo com os Espritos .........................253Roteiro 2: Etapas do esclarecimento doutrinrio ...................................261Roteiro 3: Esclarecimento aos Espritos que sofrem (1) ........................271Roteiro 4: Esclarecimento aos Espritos que sofrem (2) ........................279Roteiro 5: Esclarecimento aos Espritos que sofrem (3) ........................285Roteiro 6: A prtica medinica e a infl uncia obsessiva .......................295

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    Roteiro 7: Recursos desobsessivos espritas ............................................301Prtica Medinica ......................................................................................309Atividade Complementar .........................................................................313Culminncia do Mdulo............................................................................315

  • ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    MDULO I

    AS REUNIES MEDINICAS

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    PLANO GERAL DO MDULO N 1 - AS REUNIES MEDINICAS

    Roteiro 1: Reunies medinicas - natureza e caractersticas.

    Estgio em reunies medinicas (4 semanas, no mximo).

    Avaliao do estgio: 1 reunio.

    FUNDAMENTAO ESPRITA PRTICA MEDINICA

    Roteiro 3: Etapas da reunio medinica.

    Roteiro 4: Critrios de participao e afastamento.

    Roteiro 5: Avaliao da reunio medinica.

    Tempo disponvel por reunio: 30 - 40 minutos.

    Roteiro 2: Condies de organizao e funcionamento.

    Tempo disponvel: conforme a forma de estgio selecionado.

    Culminncia do Mdulo: Conduta Esprita Tempo disponvel: 2 horas.

    Atividade Complementar: Orientaes para a prtica medinica. Tempo disponvel: 2 horas.

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    PROGRAMA II MDULO I

    ROTEIRO 1 Reunies medinicas srias: natureza e carac-tersticas

    Objetivos especfi cos

    Conceituar reunio medinica. Analisar a natureza e as caractersticas das reunies medinicas

    srias.

    Amados, no creiais em todo esprito, mas provai se os espri-tos so de Deus, porque j muitos falsos profetas se tm levantado no mundo. Joo (1 Joo, 4:1)

    1. CONCEITO

    A Reunio Medinica uma atividade privativa, na qual se realiza assis-tncia aos Espritos necessitados, integrada por trabalhadores que possuam co-nhecimento esprita e conduta moral compatvel com a seriedade da tarefa.

    2. NATUREZA DAS REUNIES MEDINICAS SRIAS

    Em O Livro dos Mdiuns, Allan Kardec informa que as reunies medi-nicas segundo o gnero ou natureza so classifi cadas em: frvolas, experimentais e instrutivas. 8

    As reunies frvolas se compem de pessoas que s vem o lado divertido das mani-festaes, que se divertem com as faccias [gracejos] dos Espritos levianos, aos quais muito agrada essa espcie de assemblia, a que no faltam por gozarem nelas de toda a liberdade para se exibirem. nessas reunies que se perguntam banalidades de toda sorte, que se pede aos Espritos a predio do futuro, que se lhes pe prova a perspiccia em adivinhar as idades, ou o que cada um tem no bolso, em revelar segredinhos e mil outras coisas de igual importncia. [...] O simples bom-senso diz que os Espritos elevados no comparecem s reunies deste gnero, em que os espectadores no so mais srios do que os atores. 9

    Outro inconveniente de tais reunies dar ao principiante esprita uma

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    FUNDAMENTAO ESPRITA: As Reunies Medinicas

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    falsa idia da Doutrina Esprita. Os que s tm freqentado reunies dessa espcie, no podem tomar a srio uma coisa que eles vem tratar irrefl etidamente pelos prprios que se dizem adeptos. Um estudo antecipado lhes ensinar a julgar do alcance do que vem, a separar o bom do mau. 17

    As reunies experimentais tm particularmente por objeto a produo das mani-festaes fsicas. Para muitas pessoas, so um espetculo mais curioso que instrutivo. [...] Nada obstante, as experincias desta ordem trazem uma utilidade, que ningum ousaria negar, visto terem sido elas que levaram descoberta das leis que regem o mundo invisvel e, para muita gente, constituem poderoso meio de convico. Sustentamos, porm, que s por s no logram iniciar a quem quer que seja na cincia esprita, do mesmo modo que a simples inspeo de um engenhoso mecanismo no torna conhecida a mecnica de quem no lhe saiba as leis. Contudo, se fossem dirigidas com mtodo e prudncia, dariam resultados muito melhores. 10

    oportuno lembrar que as reunies experimentais foram muito comuns poca de Kardec e logo aps a sua desencarnao. Sob a orientao de pessoas esclarecidas e srias, essas reunies produziram (e produzem) bons resultados. Somente a ttulo de exemplo, recomendamos a leitura do livro Fatos Espritas, edio FEB, que relatam experincias de efeitos fsicos, sobretudo as de materia-lizaes, realizadas pelo cientista ingls William Crookes. Tais reunies ainda persistem nos dias atuais, porm despojadas do carter experimental do passado, caracterizando-se pela doao fl udica (passe), irradiao mental, magnetizao da gua e prece.

    As reunies instrutivas apresentam carter muito diverso e [...] insis-tiremos mais sobre as condies a que devem satisfazer. A primeira de todas que sejam srias, na integral acepo da palavra. [...] No basta, porm, que se evoquem bons Espritos; preciso, como condio expressa, que os assistentes [participantes] estejam em condies propcias, para que eles assintam em vir. Ora, a assemblias de homens levianos e superfi ciais, Espritos superiores no viro como no viriam quando vivos [encarnados]. 11

    A instruo esprita no abrange apenas o ensinamento moral que os Espritos do, mas tambm o estudo dos fatos. Incumbe-lhe a teoria de todos os fenmenos, a pesquisa das causas, a comprovao do que possvel e do que no o ; em suma, a observao de tudo o que possa contribuir para o avano da cincia. Ora, fora erro acreditar-se que os fatos se limitam aos fenmenos extraordinrios; que s so dignos de ateno os que mais fortemente impressionam os sentidos. A cada passo, eles ressaltam das comunicaes inteligentes e de forma a no merecerem desprezados por homens que se renem para estudar. Esses fatos, que seria impossvel enumerar, surgem de um sem-nmero de circunstncias fortuitas. 13

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    Essas reunies so dirigidas, no plano espiritual, por Espritos esclareci-dos, que defi nem uma programao de trabalhos, s vezes francamente percebida pelos integrantes encarnados. comum a manifestao de benfeitores espirituais que comparecem para prestar orientaes e esclarecimentos aos encarnados, bem como acompanhar e auxiliar os sofredores, encarnados e desencarnados. H reunies instrutivas que podem ser voltadas exclusivamente para o atendimento aos Espritos desencarnados em estado de maior ou menor sofrimento. Ocorrem regularmente no Centro Esprita, representando a oportunidade para a educao das faculdades medinicas e da prtica da caridade, exercida de forma annima e desinteressada.

    3. CARACTERSTICAS DAS REUNIES MEDINICAS SRIAS

    Uma reunio s verdadeiramente sria, quando cogita de coisas teis, com excluso de todas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenmenos extraordinrios, por mera curiosidade, ou passatempo, talvez compaream Esp-ritos que os produzam, mas os outros [os srios] da se afastaro. Numa palavra, qualquer que seja o carter de uma reunio, haver sempre Espritos dispostos a secundar as tendncias dos que a componham. 12 A infl uncia do meio, assim como a infl uncia moral dos participantes, garantem ou no, a seriedade de uma reunio medinica.

    Fora erro acreditar algum que precisa ser mdium, para atrair a si os seres do mundo invisvel. Eles povoam o espao; temo-los incessantemente em torno de ns, ao nosso lado, vendo-nos, observando-nos, intervindo em nossas reunies, seguindo-nos, ou evitando-nos, conforme os atramos ou repelimos. A faculdade medinica em nada infl ui para isto: ela mais no do que um meio de comunicao [...]. Partindo deste princpio, suponhamos uma reunio de homens levianos, inconseqentes, ocupados com seus praze-res; quais sero os Espritos que preferentemente os cercaro? No sero decerto Espritos superiores, do mesmo modo que no seriam os nossos sbios e fi lsofos os que iriam passar o seu tempo em semelhante lugar. Assim, onde quer que haja uma reunio de homens, h igualmente em torno deles uma assemblia oculta, que simpatiza com suas qualidades ou com seus defeitos, feita abstrao completa de toda idia de evocao. [...] Se, numa assem-blia ftil, chamarem um Esprito superior, este poder vir e at proferir algumas palavras ponderosas, como um bom pastor que acode ao chamamento de suas ovelhas desgarradas. Porm, desde que no se veja compreendido, nem ouvido, retira-se, como em seu lugar o faria qualquer de ns, fi cando os outros com o campo livre. 5

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    Importa considerar que nem [...]sempre basta que uma assemblia seja sria, para receber comunicaes de ordem elevada. H pessoas que nunca riem e cujo corao, nem por isso, puro. Ora, o corao, sobretudo, que atrai os bons Espritos. Nenhuma condio moral exclui as comunicaes espritas; os que, porm, esto em ms condies, esses se comunicam com os que lhes so seme-lhantes [...]. 6 Percebe-se, pois, a enorme infl uncia do meio sobre a natureza das comunicaes medinicas. Em resumo: as condies do meio sero tanto me-lhores, quanto mais homogeneidade houver para o bem, mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de instruo, sem idias preconcebidas. 7

    A moral dos participantes imprime signifi cativa infl uncia na seriedade da reunio medinica. Os mdiuns fazemos referncias, aqui, a qualquer membro do grupo medinico, sem exceo moralizados fazem bom uso das suas faculdades psquicas. Em sentido oposto, os que [...] delas fi zerem mau uso, sero punidos duplamente, porque tm um meio a mais de se esclarecerem e o no aproveitam. Aquele que v claro e tropea mais censurvel do que o cego que cai no fosso. 2 A propsito, esclarece Allan Kardec:

    Se o mdium, do ponto de vista da execuo, no passa de um instrumento, exerce, todavia, infl uncia muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Es-prito desencarnado se identifi ca com o Esprito do mdium, esta identifi cao no se pode verifi car, seno havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim lcito dizer-se, afi nidade. A alma exerce sobre o Esprito livre uma espcie de atrao, ou de repulso, conforme o grau da semelhana existente entre eles. Ora, os bons tm afi nidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do mdium exercem infl uncia capital sobre a natureza dos Espritos que por ele se comunicam. Se o mdium vicioso, em torno dele se vm grupar os Espritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espritos evocados. As qualidades que, de preferncia, atraem os bons Espritos so: a bondade, a benevolncia, a simplicidade do corao, o amor do prximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam so: o orgulho, o egosmo, a inveja, o cime, o dio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixes que escravizam o homem matria. 4

    O mdium moralizado segundo as diretrizes evanglicas transforma-se em pessoa de bem, apta a exercer seus dons psquicos com retido e honradez, em benefcio prprio e da coletividade. por isso que [...] mediunidade e Evan-gelho tm que andar juntos. imprescindvel que assim seja, pois o mundo est subvertido pelo materialismo, convulsionado pelo egosmo, envenenado por teorias anticrists. A humanidade continua sofrendo e seus sofrimentos iro ao desespero, se no se voltar para o Cristo. 18

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    Nas reunies medinicas de atendimento a Espritos necessitados de aux-lio, usuais da Casa Esprita, manifestam Espritos portadores dos mais diferentes tipos de problemas, alguns graves (suicidas, homicidas, obsessores etc.). Entretanto, a seriedade de propsitos permite que o trabalho transcorra em clima harmnico, apesar da evidente perturbao dos comunicantes, uma vez que os integrantes do grupo medinico esto sintonizados com o bem, com o esprito de solidariedade e de fraternidade. O mdium psicofnico transmite o sofrimento, as carncias e necessidades do Esprito, guardando, porm, o equilbrio ao se exprimir, auxiliando o necessitado desencarnado com bondade e fi rmeza.

    O mdium, pois, que queira produzir em reunies medinicas srias deve estudar e melhorar-se moralmente, continuamente, segundo as seguintes eluci-daes do Esprito Emmanuel:

    O mdium tem obrigao de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua prpria iluminao. Somente desse modo poder habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confi ada, cooperando efi cazmente com os Espritos sinceros e devotados ao bem e verdade. 21

    A primeira necessidade do mdium evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar s grandes tarefas doutrinrias, pois, de outro modo poder esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua misso. 20

    Em sntese, podemos dizer que so caractersticas das reunies medinicas srias:

    Cogita de coisas teis, so exclusivamente voltadas para a prtica do bem, jamais so utilizadas para obteno de fenmenos extraordinrios, como passatempo ou diverso. 12

    H um esforo coletivo, no grupo, de neutralizar as ms infl uncias e as imperfeies pessoais, sobretudo o orgulho e o egosmo 3,11,4. Os participantes procuram instruir-se e desenvolver sentimentos elevados, favorveis homoge-neidade. 1,4

    A equipe tem conscincia da necessidade do estudo, a fi m de que os Esp-ritos encontrem no crebro do mdium recursos que lhes facilitem a manifestao, ainda que estas tragam a forma e o colorido pessoal de cada medianeiro. 1, 20

    A reunio privativa e sem nmero excessivo de participantes, onde possvel desenvolver um clima de recolhimento e comunho de idias. 16

    A reunio [...] um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades so

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    a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, esse feixe tanto mais fora ter, quanto mais homogneo for. 15

    Os mdiuns no devem se sentir constrangidos com a anlise das comuni-caes recebidas por seu intermdio. Todo mdium que sinceramente deseje no ser joguete da mentira, deve, portanto, procurar produzir em reunies srias [...], aceitar agradecido, solicitar mesmo o exame crtico das comunicaes que receba. Se estiver s voltas com Espritos enganadores, esse o meio mais seguro de se desembaraar deles, provando-lhes que no o podem enganar. 14

    As tarefas medinicas pedem assiduidade, pontualidade, fi delidade a Jesus e Kardec. 19

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    1. KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 78.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, segunda parte. Cap. 19, item 225, p. 278.

    2. ______. Cap. 20, item 226, pergunta 3, p. 295.3. ______.Item 226, pergunta 11, p. 298.4. ______. Item 227, p. 299. 5. ______. Cap. 21, item 232, p. 306-307.6. ______. Item 233, p. 307.7. ______. p. 308.8. ______. Cap. 29, item 324, p. 421.9. ______. Item 325, p. 442.10. ______. Item 326, p. 442-443.11. ______. Item 327, p. 443.12. ______. p. 443-444.13. ______. Item 328, p. 444.14. ______. Item 329, p. 446.15. ______. Item 331, p. 447.16. ______. Item 332, p. 448.17. ______. O que o espiritismo. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 2 (Noes

    elementares de Espiritismo), item 5 : Observaes preliminares, p. 169.18. MENDES, Idalcio. Rumos doutrinrios. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005.

    Captulo: Do mdium e da mediunidade, item: Mediunidade viga mestra do Espiritismo, p.113.

    19. PERALVA, Martins. Mediunidade e evoluo. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Item: Evangelho, espiritismo e mediunidade, p. 17.

    20. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Questo 387, p. 215.

    21. ______. Questo 392, p. 218.

    REFERNCIAS

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    Os Espritos atestam sua presena de diversas maneiras, conforme sua aptido, vontade e maior ou menos grau de eleva-

    o. A l l a n K a r d e c R e v i s t a E s -

    p r i ta . Janeiro de 1858 , p . 28 .

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    ROTEIRO 2 Condies de organizao e funcionamento

    Objetivo especfi co

    Relacionar as principais caractersticas de organizao e funcionamento da reunio medinica.

    Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, ex-pulsai os demnios; de graa recebestes, de graa dai. Jesus (Mateus, 10:8)

    As condies de organizao e funcionamento de uma reunio medinica abrangem aspectos gerais, caractersticas do recinto das reunies medinicas (local, mobilirio, equipamentos) e etapas de realizao da sesso medinica. Neste roteiro estudaremos os dois primeiros aspectos. Importa considerar, todavia, que um [...] grmio esprita cristo deve ter, mais que tudo, a caracterstica familiar, onde o amor e a simplicidade fi gurem na manifestao de todos os sentimentos. 16

    1. CONDIES GERAIS

    1.1 Privacidade

    As reunies medinicas devem ser privativas, tendo as portas chaveadas para se evitar a entrada de participantes atrasados ou de pessoas estranhas ao trabalho. No se justifi ca retardar o comeo da reunio para aguardar a chegada de algum atrasado, visto que a equipe espiritual j est presente e no se atrasa. Partindo do princpio que a atuao da equipe dos encarnados necessita ser feita em conjunto, os retardatrios no devem ser aceitos porque, alm de no terem participado da preparao inicial, ainda podero interferir na concentrao dos de-mais, com rudos e movimentao. Doutrina Esprita, na essncia, universidade de redeno. E cada um dos seus profi tentes ou alunos, por fora da obrigao no burilamento interior, obrigado a educar-se para educar. 19 Assim, o fechamento da porta da reunio ocorrer no horrio determinado para o incio da reunio,

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    Programa II Mdulo I Fundamentao Esprita Roteiro 2

    antes da leitura preparatria. recomendvel que todo participante da equipe chegue mais cedo, cerca de quinze minutos antes do incio da reunio. 14

    1.2 Os participantes da reunio

    fundamental que o trabalhador do grupo medinico esteja integrado em outra atividade regular na Casa Esprita. Faz-se necessrio tambm que tenha sido previamente preparado para a execuo da tarefa e seja conhecedor das fi -nalidades da reunio medinica. Deduz-se, portanto, que os participantes devam ter conhecimento e preparao evanglico-doutrinria. O aprimoramento moral contribui para que, na condio de mdiuns, de receptores da Espiritualidade, afi nizemos com princpios elevados. O estudo e a fi xao do ensino esprita coloca-nos em condies de mais amplo discernimento da vida, dos homens e dos Espritos. 10

    A quantidade de participantes est limitada ao tamanho da sala, no excedendo, porm, a 25 pessoas. Andr Luiz recomenda o nmero de catorze pessoas. 15 J Lon Denis sugere dez a doze participantes 4, sobretudo nos grupos iniciantes. 4 Sendo o recolhimento e a comunho dos pensamentos as condies essenciais a toda reunio sria, fcil de compreender-se que o nmero excessivo dos assistentes constitui uma das causas mais contrrias homogeneidade. [...] Mas, tambm evidente que, quanto maior for o nmero, tanto mais difcil ser o preenchimento dessas condies. 2

    No se permitir a presena de encarnados necessitados de auxlio espi-ritual durante a fase de manifestao dos Espritos. O participante acometido de processo obsessivo deve ser afastado das atividades medinicas e encaminhado ao servio de atendimento espiritual da Casa Esprita ou pessoa responsvel, na Instituio, por este gnero de tarefa , devendo retornar ao grupo medinico quando se revelar reequilibrado.

    fundamental que o grupo seja constitudo de elementos simpticos entre si, unidos pela busca de objetivos superiores e pelo desejo de se aperfeioarem moral e intelectualmente. Uma reunio um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades so a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais fora ter, quanto mais homogneo for. 1

    1.3 Horrio, durao e frequncia

    Pode-se defi nir o horrio de at 2 horas para a realizao da reunio, abran-gendo neste espao de tempo a prece de abertura, estudo (se houver), irradiaes,

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    mensagens de benfeitores espirituais, manifestao de Espritos que sofrem, prece de encerramento e avaliao da reunio. No se recomenda mais de 60 minutos para a prtica medinica, propriamente dita. As reunies sero realizadas, sempre, nos mesmos dias e horrios, pr-estabelecidos, com periodicidade defi nida pela direo da Casa Esprita: semanal ou quinzenal. A freqncia ou nmero de reu-nies, geralmente, de uma vez por semana. importante lembrar que o transe uma alterao da conscincia, que no deve ser provocado com muita freqncia, para no causar desgastes fsico e psquico aos mdiuns. 3, 6

    medida de bom senso evitar a realizao de reunies extemporneas ou ocasionais, apenas realizando-as, em carter excepcional, em atendimento a situao especial, defi nida pela direo da Casa Esprita e por orientao espiritual pertinente. A conduo de uma reunio nos padres evanglico-doutrinrios deve pautar pela simplicidade.

    1.4 Renovao, assiduidade e pontualidade da equipe

    A renovao freqente da equipe, [...] reclamando contnuo trabalho de fuso e assimilao da parte dos Espritos, compromete ou pelo menos demora os resultados. 4 desejvel [...] que ao menos um ncleo de antigos membros permanea compacto e constitua invarivel maioria. 4 Essa questo precisa ser vista com cuidado e bom senso: nem abrir excessivamente as portas do grupo, permitindo um vai e vem de pessoas, nem bloquear ou difi cultar a entrada de novos trabalhadores. 7 Pode-se programar a entrada de novos participantes, de tempos em tempos, analisando caso a caso, considerando as possveis excees.

    H outro ponto que merece ser analisado com critrio: diz respeito evaso, falta de assiduidade e impontualidade de alguns participantes da reunio. necessrio investigar as causas que esto produzindo estas ocorrncias, com lucidez e esprito de fraternidade.

    Algumas hipteses podem ser levantadas: talvez existam rivalidades, auto-ritarismo, indisciplinas acentuadas, prticas doutrinrias incorretas etc. preciso estar atento que o [...] que garante a estabilidade de um bom grupo medinico [...] o equilbrio psquico, emocional, daqueles que o compem. 8

    O responsvel pela reunio, no plano fsico, deve, ento, conversar em parti-cular com o participante faltoso, impontual ou que abandonou o grupo, ouvindo-o atentamente para, em seguida, tomar uma deciso em que se considere o trabalho da equipe, como um todo. As ausncias e atrasos sistemticos indicam que alguma coisa deve estar fora de controle, precisando ser reajustada, uma vez que a adeso

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    a qualquer trabalho esprita sempre de natureza voluntria. Compreende-se, vista desses fatos, quanto necessrio aplicar uma ateno rigorosa composio dos grupos e s condies de experimentao. 5

    2. O RECINTO DAS REUNIES MEDINICAS

    ideal que a reunio medinica seja realizada num espao especifi ca-mente reservado para esta fi nalidade. O local da reunio deve ser preservado de movimentao constante, ou de rudos, de forma a favorecer a calma, o recolhi-mento, a concentrao, o transe, e o intercmbio medinico, elementos favorveis manifestao e atendimento de Espritos necessitados de auxlio. Durante a reunio, os telefones, BIPs e pages devem ser desligados, evitando perturbar a concentrao ou sintonia medinicas. Deve ser preservada, sempre que possvel, de rudos de trfego ou gritos vindos da rua, sons de televiso ou rdios ligados nas redondezas. 9

    prefervel que as reunies medinicas sejam realizadas no Centro Es-prita. No se aconselha prtica medinica no lar, visto que nem sempre o am-biente familiar se mantm favorvel s manifestaes dos Espritos. As reunies de desobsesso, em especial, devem ocorrer na Casa Esprita.

    medida que se nos aclara o entendimento, nas realizaes de carter medi-nico, percebemos que as lides da desobsesso pedem o ambiente do templo esprita para se efetivarem com segurana. Para compreender isso, recordemos que, se muitos doentes conseguem recuperar a sade no clima domstico, muitos outros reclamam o hospital. Se no lar dispomos de agentes empricos a benefcio dos enfermos, numa casa de sade encontramos toda uma coleo de instrumentos selecionados para a assistncia pronta. No templo esprita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avanados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razo por que, tanto quanto nos seja possvel, a, entre as paredes respeitveis da nossa escola de f viva, que nos cabe situar o ministrio da desobsesso. 11

    O mobilirio do local destinado reunio medinica deve ser constitudo, basicamente, de mesa e cadeiras. Tais cadeiras no devem ser incmodas, ao ponto de causarem desconfortos fsicos queles que ali permanecero por perodo de tempo superior a uma hora. No conveniente que sejam excessivamente con-fortveis porque podem favorecer o sono. De uma maneira geral, o [...]recinto das reunies pede limpeza e simplicidade. 12 Qualquer tentativa de realizar uma decorao mais sofi sticada, como a colocao de tapetes, quadros, espelhos, e

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    outras peas semelhantes, deve ser evitada. A disposio dos mveis deve favorecer o deslocamento da equipe de apoio, de forma silenciosa e sem riscos de se esbarrar em objetos ou pessoas.

    Em seguida fi la dos assentos, colocar-se- pequena acomodao, seja um simples banco ou algumas cadeiras para visitas eventuais. Um relgio ser colocado vista ou mo, seja numa parede, no bolso ou no pulso do dirigente, para que o horrio e a disciplina esta-belecida no sofram distores, e o aparelho para gravao de vozes, na hiptese de existir no aposento, no dever perturbar o bom andamento das tarefas e ser colocado em lugar designado pelo orientador dos trabalhos. 13

    recomendvel a existncia de dispositivo eltrico que permita a graduao da luminosidade na sala, que deve ser obscurecida durante as comunicaes medinicas. Evitar, no entanto, a obscuridade total. O vasilhame com gua a ser fl uidifi cada ser mantido afastado da mesa dos trabalhos medinicos a fi m de se evitar qualquer incidente durante as manifestaes dos Espritos. 15 Colocados sobre a mesa da reunio, ou em local apropriado, estaro papis, lpis, cadernos de freqncia, livros para consulta ou estudo, de preferncia O Livro dos Espritos, O Evangelho segundo o Espiritismo e um volume que desenvolva o pensamento kardequiano, conjugados aos ensinamentos do Cristo. 17

    A reunio medinica sria no comporta, a rigor, improvisaes por parte dos dirigentes e colaboradores, nem descontinuidade da tarefa. Trata-se de uma atividade esprita de grande responsabilidade, direcionada ao amparo espiritual dos que sofrem, encarnados e desencarnados. Na prtica medinica esprita h [...] necessidade do Cristo no corao e na conscincia, para que no estejamos desorientados ao toque dos fenmenos. Sem noo de responsabilidade, sem devoo prtica do bem, sem amor ao estudo e sem esforo perseverante em nosso prprio burilamento moral, impraticvel a peregrinao libertadora para os Cimos da Vida. 18

    Sendo a mediunidade um instrumento de progresso moral e intelectual, no deve ser relegado ao abandono, a merc dos acontecimentos fortuitos. A prtica medinica requer, ao contrrio, cuidados permanentes, caracterizados pelo estudo e pela dedicao, a fi m de que se possa colaborar, ainda que de forma simples e humilde, com a tarefa de regenerao da humanidade. Assim como qualquer trabalho terrestre pede a sincera aplicao dos aprendizes que a ele se dedicam, o servio de aprimoramento mental exige constncia de esforo no bem e no conhecimento. 19

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    Todos ns que estamos envolvidos com essa atividade esprita devemos, na verdade, ser praticantes da palavra e no simples ouvintes, enganando a ns mesmos, consoante o alerta existente na epstola de Tiago, captulo 1, versculo 22.

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    1. KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 78.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 29, item 331, p. 447.

    2. ______. Item 332, p. 448.3. DENIS, Lon. No invisvel. Traduo de Leopoldo Cirne. 24 ed. Rio de Janeiro:

    FEB, 2006. Primeira parte. (O espiritismo experimental: as leis), cap. 9 (Con-dies de experimentao), p. 89-90.

    4. ______. p. 101.5. ______. p. 102.6. MIRANDA, Hermnio C. Dilogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,

    2006. Cap. 1 (A instrumentao), item: O grupo, p. 27-49.7. ______. p. 28-29.8. ______. p. 38.9. ______. p. 39.10. PERALVA, Martins. Mediunidade e evoluo. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.

    Cap. 7 (Estudar sempre), p. 34.11. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Desobsesso. Pelo Esprito

    Andr Luiz. 26.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 9 (Templo esprita), p. 47-48.

    12. ______. Cap. 10 (Recinto das reunies), p. 51.13. ______. p. 51-52.14. ______. Cap. 14 (Pontualidade), p. 64.15. ______. Cap. 17 (Iluminao), p. 73.16. ______. Cap. 20 (Componentes da reunio), p. 85.17. ______. Cap. 27 (Livros para leitura), p. 111.18. XAVIER, Francisco Cndido. Nos domnios da mediunidade. Pelo Esprito

    Andr Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Raios, ondas, mdiuns, mentes... (mensagem de Emmanuel), p.10.

    19. ______. Po Nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 167 (Entendimento), p. 350.

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    de notar que as pro-vas de identidade [dos Espritos] vm quase sempre espontanea-mente, no momento

    em que menos se pense.

    Allan Kardec. Revista Esprita.Julho de 1866, p. 295.

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    ROTEIRO 3 Etapas da reunio medinica

    Objetivo especfi co

    Esclarecer a respeito das etapas da reunio medinica.

    Ora, h diversidade de dons, mas o Esprito o mesmo. E h diversidade de ministrios, mas o Senhor o mesmo. E h diversidade de operaes, mas o mesmo Deus que opera tudo em todos. Paulo (1 Corntios, 12: 4-6)

    As etapas da reunio medinica podem ser resumidas no seguinte: leitura preparatria breve, prece inicial objetiva, estudo (se necessrio), comunicao dos Espritos e esclarecimento evanglico-doutrinrio, irradiaes, prece fi nal e breve avaliao das atividades desenvolvidas. Para compreender corretamente o funcionamento dessas etapas importante saber quais so as fi nalidades de uma reunio medinica sria.

    1. FINALIDADES DA REUNIO MEDINICA

    Em qualquer estudo da mediunidade, no podemos esquecer que o pensamento vige na base de todos os fenmenos de sintonia na esfera da alma.[...] Verifi camos no smile, que a energia mental, inelutavelmente ligada conscincia que a produz, obedece vonta-de. E, compreendendo-se no pensamento a primeira estao de abordagem magntica, em nossas relaes uns com os outros, seja qual for a mediunidade de algum, na vida ntima que palpita a conduo de todo o recurso psquico. [...] O pensamento , portanto, nosso carto de visita. Com ele representamos ao p dos outros, conforme nossos prprios desejos, a harmonia ou a perturbao, a sade ou a doena, a intolerncia ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a sombra dos carregadores do mal. 11

    A par desses esclarecimentos importante que os componentes do grupo

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    medinico estejam conscientes das seguintes fi nalidades da reunio medinica:

    Exercitar a faculdade medinica de forma saudvel e segura, em perfeita harmonia com os princpios da Doutrina Esprita e do Evangelho de Jesus.

    Manter intercmbio medinico com Espritos desencarnados, partici-pando do trabalho espiritual de auxlio aos que sofrem e aos que fazem sofrer, assim como refl etir a respeito das orientaes e esclarecimentos transmitidos pelos benfeitores da Vida Maior.

    Auxiliar encarnados e desencarnados envolvidos em processo de reajuste espiritual.

    Cooperar com os benfeitores espirituais no trabalho de defesa do Centro Esprita, ante as investidas de Espritos descompromissados com o Bem.

    Exercitar a humildade, a fraternidade e a solidariedade no trato com encarnados e desencarnados em sofrimento, exemplifi cando, assim, o esforo de transformao moral.

    2. PARTICIPANTES Dirigente e substituto(s). Mdiuns ostensivos (psicofnicos, psicgrafos, videntes). Mdiuns esclarecedores (dialogador ou doutrinador). Equipe de apoio (aplicar passe, faz prece e irradiao mental).

    3. ETAPAS DE REALIZAO DE UMA SESSO MEDINICA

    As atividades de uma reunio medinica comportam trs etapas bsicas: abertura, desenvolvimento e encerramento. A abertura comporta algumas ativi-dades necessrias harmonizao da equipe, no incio do trabalho. O desenvol-vimento da reunio est relacionado manifestao dos Espritos e ao dilogo com eles. O encerramento o momento de fechamento da reunio, caracterizado por uma irradiao mental, prece fi nal e avaliao do trabalho realizado. Pode-se defi nir o horrio de at 2 horas para a realizao da reunio. No se recomenda mais de 60 minutos para a prtica medinica propriamente dita. 6

    3.1 Fase preparatria Leitura inicial de uma pgina evanglico-doutrinria, sem comentrios.

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    O Livro dos Mdiuns e obras tcnicas correlatas no devem ser lidos nas reunies de desobsesso, mas sim em oportunidades adequadas [reunies de estudos me-dinicos e encontros de capacitao do trabalhador do grupo medinico, ambos realizados em dia diferente da prtica medinica]. 2

    Prece de abertura da reunio, clara, simples, concisa, [...] no se alon-gando alm de dois minutos. 4

    Leitura e breve comentrio de pequeno trecho de uma obra esprita de referncia, [...] que no ultrapassar o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-, preferentemente, de um dos itens de O Evangelho segundo o Espiritismo, seguindo-se-lhe uma das questes de O Livro dos Espritos [...]. 3

    3.2 Fase da manifestao dos Espritos

    o momento da manifestao dos Espritos e o dilogo que com eles se realiza. Por ser a fase mais importante da reunio, so canalizados todos os esfor-os da equipe espiritual e a do plano fsico para o seu xito. O tempo destinado a todas as comunicaes deve fi car em torno de sessenta minutos, repetimos. importante observar tambm:

    a) Os mdiuns psicofnicos devem alternar as comunicaes medinicas entre si, evitando monopolizaes. De uma maneira geral, devem limitar em duas o nmero de comunicaes psicofnicas de Espritos sofredores.

    b) Controlar o tom da voz nas comunicaes psicofnicas, no falando excessivamente alto ou baixo.

    c) Os mdiuns esclarecedores devem evitar dilogos longos ou muito rpidos.

    d) Evitar evocaes diretas dos Espritos, optando pela sua manifestao espontnea. Freqentemente, as evocaes oferecem mais difi culdades aos mdiuns do que os ditados espontneos [...]. 1 Sendo assim, a prtica medinica deve primar pela espontaneidade, evitando-se a evocao de entidades espirituais. Cabe direo espiritual a seleo de desencarnados que devero manifestar-se na reunio.

    e) Essa fase pode ser iniciada e encerrada pela manifestao espontnea de um benfeitor espiritual. Percebemos, entretanto, que nas reunies de desobsesso, sobretudo nas em que o trabalho se reveste de certa complexidade, comum a transmisso de mensagem psicofnica de um orientador espiritual, logo no incio da prtica medinica, que esclarece a respeito do trabalho em questo.

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    Essa medida necessria, porquanto existem situaes e problemas, estritamente relacionados com a ordem doutrinria do servio, apenas visveis a ele, e o amigo espiri-tual, na condio de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisar dirigir-se ao conjunto, lembrando minudncias e respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas. Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, indispensvel harmonizao dos agentes e fatores de servio, ainda mesmo que o mentor se utilize do medianeiro to-s para uma simples orao que, evidentemente, signifi car tranqilidade em todos os setores da instrumentao. 5

    Aps a palavra desse benfeitor, reserva-se um tempo para a manifestao dos Espritos necessitados. Simultaneamente, podem ocorrer as manifestaes psicogrfi cas.

    Nos grupos medinicos ainda iniciantes ou que no apresentem carac-tersticas de desobsesso, a manifestao de um orientador espiritual ocorre, em geral, ao fi nal da reunio.

    H grupos medinicos que preferem destinar um espao de tempo para a psicografi a, antes da manifestao psicofnica dos Espritos necessitados. Da mesma forma, h grupos que preferem realizar irradiaes mentais antes das comunicaes medinicas, propriamente ditas. Neste roteiro, julgamos por bem colocar as irradiaes como uma atividade de encerramento da reunio, conforme orienta Andr Luiz no livro Desobesso. 7

    3.3 Encerramento

    Concludas as manifestaes dos Espritos, realizam-se as vibraes (irra-diaes mentais), pelo dirigente ou por algum por ele indicado, seguidas da prece fi nal, no ultrapassando o horrio de funcionamento da reunio. No momento das irradiaes os participantes podem solicitar mentalmente auxlio dos Benfeitores a favor de algum. Evitar a realizao de irradiaes e de preces longas.

    Rogando aos companheiros reunidos vibraes de amor e tranqilidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas as tarefas da desobsesso propriamente ditas, suspender a palavra, pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fi m de que ele mesmo e os integrantes do crculo formem correntes mentais com as melhores idias que sejam capazes de articular, seja pela prece silenciosa, seja pela imaginao edifi cante. Todo pensamento onda de fora criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituiro adequado clima de radiaes benfazejas, facultando aos amigos espirituais presentes os recursos precisos formao de socorros diversos, em benefcio

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    dos companheiros que integram o crculo, dos desencarnados atendidos e de irmos outros, necessitados de amparo espiritual a distncia. Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do conjunto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na orao, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencarnados que participaram silenciosa-mente da reunio, os doentes dos hospitais e os irmos carecentes de socorro e de alvio, internados em casas assistenciais e instituies congneres. 7

    A avaliao uma etapa da reunio que no deve, sob qualquer justifi cativa, ser dispensada por oferecer subsdios melhoria do trabalho. Deve estar isenta de qualquer julgamento, mas movida por um sentimento de respeito e fraternidade. Recordamos, a propsito, a orientao de Paulo, o apstolo: Quem s tu que julgas o servo alheio? [...] Cada um esteja inteiramente seguro em seu prprio nimo. [...] De maneira que cada um de ns dar conta de si mesmo a Deus. (Romanos, 14: 4-5; 12)

    A fi nalidade precpua da avaliao, transcorrida num clima harmnico, promover uma refl exo sobre o contedo das comunicaes medinicas, troca de experincias e outras caractersticas prprias do trabalho. interessante que dirigente, assessores, mdiuns psicofnicos e integrantes da equipe, fi nda a reunio, analisem, sempre que possvel, as comunicaes havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos vulnerveis dessa ou daquela transmisso. 10

    A prece fi nal semelhante que foi realizada no incio, [...] proferida pelo dirigente da reunio, obedecer conciso e simplicidade. 8 , porm, oportu-nidade para agradecer o aprendizado e o convvio fraterno. Terminada a prece fi nal, o diretor, com uma frase breve, dar a reunio por encerrada e far no recinto a luz plena. Vale esclarecer que a reunio pode terminar, antes do prazo de duas horas, a contar da prece inicial, evitando-se exceder esse limite de tempo. 9

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    1. KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 25. Item 272, p. 362-363.

    2. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Desobsesso. Pelo Esprito Andr Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 27 (Livros para leitura), p. 111.

    3. ______. Cap. 28 (Leitura preparatria), p. 113. 4. ______. Cap. 29 (Prece inicial), p. 117. 5. ______. Cap. 30 (Manifestao inicial do mentor), p. 119-120. 6. ______. Cap. 32 ( Manifestao de enfermo espiritual-1), p. 125. 7. ______. Cap. 51 (Radiaes), p. 179-180. 8. ______. Cap. 56 (Prece fi nal), p. 197. 9. ______. Cap. 57 (Encerramento), p. 199. 10. ______. Cap.60 (Estudo construtivo das passividades), p. 209. 11. XAVIER, Francisco Cndido. Seara dos mdiuns. Pelo Esprito Emmanuel.

    18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Carto de visita, p. 17-18.

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    ROTEIRO 4 Critrios de participao e afastamento

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    Analisar os principais critrios de participao e de afastamento do trabalhador da reunio medinica.

    Porque, assim como o corpo um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, so um s corpo, assim Cristo tambm. [...] Para que no haja diviso no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro honrado, todos os membros se regozijam com ele. Paulo (1 Corntios, 12: 12; 25-26)

    1. CRITRIOS DE ADMISSO DO TRABALHADOR REUNIO MEDI-NICA

    Estar integrado em atividades da Casa Esprita e ter realizado cursos regulares e sistematizados, semelhantes ao Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita e Estudo e Prtica da Mediunidade. O estudo esprita tem a vantagem, como nos alerta Allan Kardec, de [...] fundar a unidade de princpios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as idias espritas e de desenvolver grande nmero de mdiuns. 4

    Revelar hbito de estudo e orao, realizando inclusive a reunio do evan-gelho no lar. O mdium tem obrigao de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua prpria iluminao. 10 O trabalhador do grupo medinico por reconhecer os benefcios da orao, sabe que o [...] culto do Evangelho no abrigo domstico equivale a lmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual. 8

    Participar de atividade de assistncia e promoo social. Outro aspecto de servio que os obreiros da desobsesso no podem olvidar, sem prejuzo, a assistncia aos necessitados. 9 Os servios de amor ao prximo so atividades complementares prtica medinica. Neste sentido recordemos Jesus:

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    Ento, dir o Rei aos que estiverem sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possu por herana o Reino que vos est preparado desde a fundao do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na priso, e fostes ver-me.[...] E, respondendo o Rei, lhes dir: Em verdade vos digo que, quando o fi zestes a um destes meus pequeninos irmos, a mim o fi zestes. (Mateus, 25: 34-36; 40)

    Estar em condies fsicas, emocionais e psquicas para participar da reunio medinica. A infl uncia moral e do meio interferem sobremaneira na prtica medinica, como esclarece Allan Kardec em O Livro dos Mdiuns. 3 ne-cessrio tambm verifi car se a pessoa revela sinais de infl uncias obsessivas, fator que desaconselha a prtica medinica at que a difi culdade seja sanada. O captulo 23, da obra citada, traz preciosas informaes sobre o assunto. Na verdade, esses trs captulos de O Livro dos Mdiuns merecem ser relidos com ateno.

    Ter disciplina, pontualidade e assiduidade com o compromisso assumido. Neste sentido, deve aprender a superar os impedimentos naturais, como chuvas, visitas de ltima hora e outros contratempos. 5 As suas ausncias, comunicadas ao dirigente da reunio, so limitadas a motivos de fora maior. 7 A pontualidade deve ser naturalmente observada. Pontualidade sempre dever, mas na desob-sesso assume carter solene. 6

    Esforar-se na busca da transformao moral pela vivncia do Evange-lho luz do entendimento esprita. Reconhece-se o verdadeiro esprita pela sua transformao moral e pelos esforos que emprega para domar suas inclinaes ms. 1

    No estar vinculado reunio medinica de outra Casa Esprita.

    Comprometer-se com a preservao da harmonia do grupo, cultivando, incessantemente, as disposies estabelecidas por Allan Kardec em O Livro dos Mdiuns, segunda parte, item 341: 2

    __ Perfeita comunho de vistas e de sentimentos.__ Cordialidade recproca entre todos os membros.__ Ausncia de todo sentimento contrrio verdadeira caridade crist.__ Um nico desejo: o de se instrurem e melhorarem, por meio dos ensinos

    dos Espritos e do aproveitamento de seus conselhos.__ Excluso de tudo o que, nas comunicaes pedidas aos Espritos, apenas

    exprima o desejo de satisfao da curiosidade.

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    __ Recolhimento e silncio respeitosos, durante as confabulaes com os Espritos.

    __ Unio de todos os assistentes [participantes], pelo pensamento, ao apelo feito aos Espritos que sejam evocados.

    __ Concurso dos mdiuns da assemblia [reunio], com iseno de todo sentimento de orgulho, de amor-prprio e de supremacia e com o s desejo de serem teis.

    2. CRITRIOS RELACIONADOS AO AFASTAMENTO DO TRABALHADOR DA REUNIO MEDINICA

    Considerar a possibilidade de afastamento do trabalhador do grupo me-dinico em situaes especfi cas, quais sejam:

    __ falta moral ou comportamento social, incompatveis com a seriedade da reunio;

    __ desarmonia fsica ou mental (psquica) grave;__ ausncia de compromisso com a tarefa voluntariamente assumida;__ faltas contnuas sem justifi cativa. Neste sentido, o dirigente da reunio

    medinica dever entrar em contato com o participante, procurando identifi car as causas de sua ausncia.

    O afastamento do trabalhador do grupo medinico uma situao que deve ser encaminhada com bom senso e esprito de fraternidade, analisando caso a caso. O dirigente e demais integrantes do grupo devem ser colocados disposio do participante, auxiliando-o no que for possvel. Acolh-lo de volta assim que cessar a causa que provocou o seu afastamento.

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    1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Traduo de Guillon Ri-beiro. 126. ed. Rio de Janeiro: 2006. Cap. 17, item 4, p. 311.

    2. ______. O livro dos mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Ja-neiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 29, item 341, p. 456-457.

    3. ______. Captulos 20 e 21, p. 294-304, e p. 305-308.4. ______. Obras pstumas. Traduo de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro:

    FEB, 2006. Segunda parte, item: Projeto 1868 (Ensino esprita), p. 376.5. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Desobsesso. Pelo Esprito

    Andr Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Captulos 5 (Superao de im-pedimentos: chuva), 6 (Superao de impedimentos: visitas), 7 (Superao de impedimentos: contratempos) e 8 (Impedimento natural), p. 37-45.

    6. ______. Cap. 14 (Pontualidade), p. 64.7. ______. Cap. 22 (Ausncia justifi cada), p. 93-94.8. ______. Cap. 70 (Culto do evangelho no lar), p. 239.9. ______. Cap. 71 (culto da assistncia), p. 241.10. XAVIER, Francisco Cndido. O consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 26 ed.

    Rio de Janeiro: FEB, 2006, questo 392, p. 218.

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    ROTEIRO 5 Avaliao da reunio medinica

    Objetivo especfi co

    Esclarecer como se realiza a avaliao da reunio me-dinica.

    Mas o que sai da boca procede do corao, e isso contamina o homem. Porque do corao procedem os maus pensamentos, mortes, adultrios, prostituio, furtos, falsos testemunhos e blasfmias. Jesus (Mateus, 15:18-19)

    1. CONCEITOS SOBRE AVALIAO

    Essencialmente, avaliar emitir juzo de valor. Este juzo, porm, s con-fi vel se fundamentado em informaes vlidas e imparciais. A avaliao no um fi m, mas um meio que permite verifi car at que ponto os objetivos ou as fi nalidades de um trabalho esto sendo alcanados. A avaliao da prtica medinica deve focalizar aspectos doutrinrios espritas do trabalho e a conduta dos participantes perante a manifestao dos Espritos.

    No permita que suscetibilidades lhe conturbem o corao. D aos outros a li-berdade de pensar, tanto quanto voc livre para pensar como deseja. Cada pessoa v os problemas da vida em ngulo diferente. Muita vez, uma opinio diversa da sua pode ser de grande auxlio em sua experincia ou negcio, se voc se dispuser a estud-la. Melindres arrasam as melhores plantaes de amizade. Quem reclama, agrava as difi culdades. No cultive ressentimentos. Melindrar-se um modo de perder as melhores situaes. No se aborrea, coopere. Quem vive de se ferir, acaba na condio de espinheiro. 17

    2. FINS E BENEFCIOS DA AVALIAO

    Avaliamos para estimular uma refl exo crtica sobre as aes desencadea- das num trabalho ou atividade. Os resultados da avaliao permitem correo de

    SUBSDIOS

    FUNDAMENTAO ESPRITA: As Reunies Medinicas

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    rumos e melhoria de processos, desde que decises efetivas sejam tomadas. Revela tambm precioso instrumento de auxlio mtuo numa equipe, se utilizado com responsabilidade. Emmanuel, a propsito, nos esclarece com sabedoria:

    Abraando na Doutrina Esprita o clima da prpria f, lembra-te de Jesus, frente do povo a que se propunha servir. No se localiza o Divino Mestre em tribuna garantida por assessores plenamente identifi cados com os seus princpios. Ele algum que caminha diante da multido. Chama aoitada pela ventania das circunstncias adversas... rvore sublime batida pelas varas da exigncia incessante... Ningum o v rodeado de colabora-dores completos, mas de problemas a resolver. E, renteando com os doentes e afl itos que lhe solicitam apoio, todas as personalidades que lhe cruzam a senda representam atitudes diversas, reclamando-lhe pacincia. [...] Assim tambm, na instituio em que transitas, encontrars em quase todos os companheiros oportunidades de aprender ou de auxiliar. [...] Entretanto, se conheces o caminho exato, preciso ajudes aos que se transviam; se te equilibras, preciso socorras os que se perturbam; se te mantns fi rme, preciso sustentar os que caem, e, se j entesouraste leve migalha de luz, preciso auxilies os que se debatem nas trevas. 13

    3. A PRTICA MEDINICA: CRITRIOS DE AVALIAO

    Como foi dito no roteiro trs, a avaliao no deve ser dispensada, uma vez que sempre importante fazer uma refl exo sobre o contedo das comunicaes medinicas recebidas e as percepes e sensaes captadas pelos integrantes do grupo.

    Neste aspecto, so considerados critrios bsicos da avaliao de um grupo medinico: a) impessoalidade; b) autocrtica; c) esforo de cada participante para transformar o grupo num todo coletivo e homogneo, unidos como num feixe de varas; 2 d) anlise das comunicaes recebidas pelos mdiuns.

    So indicadores de avaliao da prtica medinica sria:

    Tem base na orientao esprita existente nas obras editadas por Allan Kardec e nas complementares a estas, de autores fi is Codifi cao, assim como nos preceitos morais do Evangelho de Jesus. Na reunio medinica [...] h que considerar a excelncia da codifi cao kardequiana; contudo, ser sempre til a lembrana de que as reunies doutrinrias devem observar o mximo de sim-plicidade, como as assemblias humildes e sinceras do Cristianismo primitivo [...]. 9

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    H sigilo quanto ao contedo das comunicaes medinicas relacionadas a pessoas conhecidas ou no do grupo, evitando-se manifestaes de curiosidade e cuidando-se para no expor a intimidade das pessoas. por isso que, em nossas atividades, precisamos todos de obrigao cumprida e atitude exata, humildade vigilante e f operosa, com a caridade e a tolerncia infatigveis para com todos, sem desprezar a ningum. 14

    H conscientizao de que os acontecimentos ocorridos durante a reunio medinica no devem ser comentados com pessoas estranhas ao trabalho.

    Necessrio, assim, saibamos reconhecer por ns mesmos o que seja es-sencial a fazer pelo rendimento digno da atividade geral. 8

    Revela compromisso com a tarefa pela pontualidade e assiduidade de-monstradas.

    Diante das obrigaes naturais que a mediunidade impe em sua prtica, muitos companheiros trazem baila desculpas diversas que lhes justifi quem a fuga, embora demonstrem vivo interesse na aquisio de poderes psquicos. [...] No admitas possa haver construo til sem estudo e atividade, ateno e suor. [...] Mediunidade na lavoura do esprito igual a planta nobre na lavoura comum. Deus d a semente, mas, para que a semente produza, no prescinde do esforo de nossa mos. 16

    Considera medida de bom senso no fazer registros de assuntos ou acontecimentos relacionados a pessoas, em fi chas ou cadernos. Ningum alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razo para desentendimentos com os irmos da Terra. 3

    Identifi ca difi culdades que possam impedir o bom andamento do trabalho, assim como as respectivas solues. Se queres que Jesus venha santifi car as tuas atividades, endireita os caminhos da existncia, regenera os teus impulsos. Desfazes as sombras que te rodeiam e senti-Lo-s, ao teu lado, com a sua bno. 4

    Desestimula o excesso de entusiasmo pelo fenmeno medinico. As manifestaes medinicas no so a base essencial do Espiritismo. Descentralizar a ateno das manifestaes fenomnicas [...] para deter-se no sentido moral dos fatos e das lies. Na mediunidade, o fenmeno constitui o envoltrio externo que reveste o fruto do ensinamento. 5

    Difi culta, fi rmemente, manifestaes de vaidade e evidncia pessoal. A primeira necessidade do mdium [aqui entendido como todo trabalhador do grupo medinico] evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar s grandes atividades doutrinrias [...]. 10

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    Analisa e organiza as mensagens transmitidas pelos Espritos, somente divulgando-as sob aval da direo da Casa Esprita. Kardec aconselha submeter todas as comunicaes medinicas [...] a um exame escrupuloso, em se lhes perscrutando e analisando o pensamento e as expresses, como de uso fazer-se quando se trata de julgar uma obra literria, rejeitando-se, sem hesitao, tudo o que peque contra a lgica e o bom senso, tudo o que desminta o carter do Esprito que se supe ser o que se est manifestando [...]. 1

    Observa atentamente o comportamento e atitudes dos participantes, so-bretudo os dos mdiuns ostensivos, quanto ao controle das prprias manifestaes medinicas (bocejos, tom de voz alterado alto ou baixo demais gesticulao exagerada, respirao ofegante, uso de palavras rudes ou inconvenientes etc.). A [...] mediunidade, acima de tudo, precisa levantar-se e esclarecer-se, edifi car-se e servir, com bases na educao. 15

    Reconhece a inconvenincia de consultas contnuas aos Espritos ben-feitores ou das seguidas orientaes que, supostamente, tais orientadores trans-mitem aos companheiros encarnados. Admitamos que os benfeitores espirituais, por mais dedicados e evoludos, no devem interferir nos mecanismos de mani-festao da lei de causa e efeito dos seus protegidos.

    O costume de tudo aguardar de um guia pode transformar-se em vcio detestvel, infi rmando as possibilidades mais preciosas da alma. Chegando-se a esse desvirtuamento, atinge-se o declive das mistifi caes e das extravagncias doutrinrias, tornando-se o m-dium preguioso e leviano responsvel pelo desvio de sua tarefa sagrada. 11

    Impede a utilizao de prticas e mtodos exticos ou estranhos Doutrina Esprita no atendimento aos desencarnados. Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec esto perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina. Jesus, a porta. Kardec, a chave. 12

    Considerando os fi ns e os benefcios do processo avaliativo, podemos represent-lo por meio deste esquema:

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    4. AVALIAO DA PRTICA MEDINICA

    4.1 Quando deve ser realizada a avaliao no grupo medinico?

    A avaliao da prtica medinica deve ser realizada em dois momentos especfi cos: a) aps a prece fi nal de cada reunio; b) em dias, horas e locais espec-fi cos, previamente estipulados. importante que os participantes, dirigente, asses-sores, mdiuns psicofnicos e demais integrantes da equipe, [...] fi nda a reunio, analisem, sempre que possvel, as comunicaes havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos vulnerveis dessa ou daquela transmisso. 6 Esta avaliao deve ser breve, cerca de 15 minutos, no se prendendo a detalhes.

    A outra avaliao, ao contrrio, abrange um perodo maior de tempo, necessrio anlise das mensagens, da troca de idias a respeito do trabalho desenvolvido, das difi culdades surgidas e das propostas de melhoria do trabalho. Segue um calendrio previamente defi nido pelo grupo, ou se rene sempre que se fi zer necessrio. H situaes especfi cas que no necessitam a presena de todos os participantes nessas reunies. Andr Luiz destaca, nesse sentido, a reunio de mdiuns esclarecedores (dialogadores), os quais, reunidos periodicamente, ana-lisam tpicos do trabalho ou apresentam [...] planos entre si com o objetivo de melhoria e aperfeioamento do grupo. Semelhantes reunies so absolutamente necessrias para que se aparem determinadas arestas da mquina em ao e se ajustem providncias a benefcio das obras em andamento. Esses ajustes, maneira de sodalcios doutrinrios, constituem, ainda, meios de atuao segura e direta dos mentores espirituais do grupo para assumirem medidas ou plasmarem advertn-cias, aconselhveis ao equilbrio e ao rendimento do conjunto. 7

    4.2 O que avaliar?

    Contedos e signifi cncia das comunicaes medinicas.

    Habilidades, atitudes e comportamentos dos participantes, em relao ao atendimento dos Espritos comunicantes.

    Mtodos e critrios utilizados pelo dirigente da reunio, pelos mdiuns, pelos dialogadores e pela equipe de apoio.

    Relaes interpessoais.

    Nvel de comprometimento do participante com o trabalho medinico.

    De semelhante providncia, efetuada com apreo recproco que neces-sitamos sustentar uns para com os outros, resultar que todos os componentes da

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    reunio se investiro, por si mesmos, na responsabilidade que nos cabe manter no estudo constante para a efi cincia do grupo. 6

    4.3 Quem deve avaliar?

    Os integrantes da reunio: dirigente, assessores, dialogadores, mdiuns e equipe de apoio. 6

    4.4 Como avaliar?

    O processo avaliativo comporta, em sntese, trs etapas: avaliao de si mesmo (auto-avaliao), avaliao da conduta ou aes do outro (no se avalia a pessoa) e a avaliao que o outro faz, da nossa conduta ou das nossas aes. Assim:

    Legenda: 1. Auto-avaliao 2. Avaliar o outro 3. Ser pelo outro avaliado

    A avaliao realizada no grupo medinico deve, necessariamente, ter um carter fraterno. As observaes fraternas e desapaixonadas, nesse sentido, alertaro os companheiros da mediunidade quanto a senes que precisem evitar e recordaro aos encarregados do esclarecimento pequenas inconvenincias de atitude ou palavras nas quais no devem reincidir. 6

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    1. KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 24, item 266, p. 344.

    2. ______. Cap. 29, item 331, p. 447. 3. XAVIER, Francisco Cndido. Caminho, verdade e vida. Pelo Esprito Emmanuel.

    27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8 (Jesus veio), p. 32.4. ______. Cap. 16 (Endireitai os caminhos), p. 48.5. VIEIRA, Waldo. Conduta esprita. Pelo Esprito Andr Luiz. 30. ed. Rio de

    Janeiro: FEB, 2006. Cap. (Perante o fenmeno), p. 106.6. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Desobsesso. Pelo Esprito

    Andr Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 60 (Estudo construtivo das passividades), p. 209.

    7. ______. Cap. 65 (Reunies de mdiuns esclarecedores), p. 225.8. XAVIER, Francisco Cndido. Educandrio de luz. Por diversos Espritos. 2. ed.

    So Paulo: IDEAL, 1988. Cap. 5 (Conjunto: mensagem do Esprito Emmanuel), p. 22.

    9. _______. O consolador. Pelo esprito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, questo 373, p. 209.

    10. ______. Questo 387, p. 215.11. ______. Questo 392, p. 218.12. XAVIER, Francisco Cndido e VIEIRA, Waldo. Opinio esprita. Pelos Espritos

    Emmanuel e Andr Luiz. 4. ed. Uberaba: Comunho Esprita Crist, 1973. Cap. 2 (O mestre e o apstolo mensagem do Esprito Emmanuel), p. 25.

    13. XAVIER, Francisco Cndido. Seara dos mdiuns. Pelo Esprito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Em tarefa esprita, p. 37-38.

    14. ______. Item: caridade e tolerncia, p. 117.15. ______. Item: Mediunidade e alienao mental , p. 136. 16. ______. Item: Mediunidade e trabalho, p. 229-230. 17. ______. Sinal verde. Pelo Esprito Andr Luiz. 50. ed. Uberaba: Comunho

    Esprita Crist, 2002. Cap. 23 (Melindres), p. 56-57.

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    A mediunidade cura-dora uma aptido iner-ente ao indivduo, como todos os gneros de me-

    diunidade.

    Allan Kardec. Revista Esprita.Setembro de 1865, p. 351.

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    PROGRAMA II PRTICA MEDINICA - Mdulo I

    Atividade Prtica 1: Observao da prtica medinica

    Objetivo especfi co

    Oferecer aos participantes inscritos no Programa II a opor-tunidade de acompanharem, como observadores, a realizao de reunies medinicas.

    aconselhvel que os participantes inscritos Programa II, Curso de Estudo e Prtica da Mediunidade, observem como funciona, efetivamente, uma sesso medinica esprita. Neste sentido, a direo do Curso planeja um programa de estgio que ser desenvolvido durante quatro a cinco semanas consecutivas.

    Os estudos tericos do Mdulo (Fundamentao Esprita), a Atividade Complementar e a Culminncia sero ministrados normalmente, independente-mente dessa atividade prtica.

    A coordenao do Curso seleciona a melhor forma de estgio, a que for considerada mais adequada s caractersticas da Casa Esprita, onde o Curso realizado.

    importante que se faa uma avaliao do estgio, ao fi nal. Apresentamos, a propsito, algumas sugestes: 1. Dividir a turma em pequenos grupos que devero participar de sesses

    medinicas existentes na Casa Esprita. Nesta situao, o coordenador do Curso de Estudo e Prtica da Mediunidade elabora, em conjunto com dirigentes de gru-pos medinicos, o cronograma de visita, instrues que devam ser repassadas aos visitantes (por exemplo, no lhes ser facultada a manifestao de Espritos) etc.

    2. Outra possibilidade seria o grupo medinico da Casa Esprita ir at os participantes do Curso: o coordenador do Estudo e Prtica da Medinica convida integrantes experientes das reunies medinicas da Casa Esprita para realizarem algumas sesses medinicas, no local onde ocorrem os estudos da mediunidade. Or-ganizam-se, ento, com antecedncia, todos os detalhes da execuo do trabalho.

    3. Uma terceira alternativa seria a realizao do estgio nas turmas que se encontram na fase de concluso do Programa II do Curso. A desvantagem, neste caso, a de que nem sempre se pode contar com a presena de mdiuns ou trabalhadores da mediunidade experientes, mas com principiantes em processo de educao da prpria mediunidade.

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    A mediunidade facul-dade inerente natureza do

    homem; nem uma exceo, nem um favor, e faz parte do

    grande conjunto humano.

    Allan Kardec. Revista Esprita.Maio de 1865, p. 212.

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    PROGRAMA II ATIVIDADE COMPLEMENTAR - Mdulo I

    Roteiro: Orientaes para a prtica medinica

    Objetivo especfi co

    Listar orientaes para a realizao da prtica medinica.

    Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais [...]. Paulo (1 Corntios,14:1)

    1. INTRODUO

    A Atividade Complementar, deste Mdulo, destaca os principais itens que devem ser considerados no desenvolvimento da prtica medinica proposta no Curso e que, efetivamente, comea no prximo Mdulo de Estudo.

    Essa prtica tem como fi nalidade proporcionar condies de desenvolvi-mento harmnico das faculdades psquicas, como a da mediunidade, em pessoas que ofeream condies para tal. O indivduo que tem mediunidade-tarefa (me-diunidade de efeitos patentes, no dizer de Kardec) renasce com uma sensibi-lidade mais apurada e uma organizao fsica favorvel plena manifestao do fenmeno medinico. de notar-se, alm disso, que essa faculdade no se revela, da mesma maneira, em todos. 1

    As pessoas, nas quais a mediunidade no se revela to evidente, podem, entretanto, desenvolver suas faculdades perceptivas e intuitivas, transformando-se em instrumentos de grande valia na prtica medinica. desta forma que surgem os bons mdiuns esclarecedores (dialogadores) e os bons transmissores de energias magnticas e irradiantes. So mdiuns que muito benefi ciam os Espritos enfermos, comuns nas reunies medinicas. A palavra fraterna e esclarecedora lhes alcana o entendimento, confortando-os. As irradiaes mentais e as vibraes magn-ticas da prece e do passe lhes amenizam as dores, cicatrizando feridas, refazendo leses perispirituais. Entretanto, no esqueamos: Quem d o bem o primeiro benefi ciado, quem acende uma luz o que se ilumina em primeiro lugar. 18

    Percebe-se, assim, que o aperfeioamento da faculdade medinica no privilgio dos mdiuns chamados ostensivos (psicofnicos, psicgrafos, videntes

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    Programa II Mdulo I Atividade Complementar Orientaes para a prtica medinica

    etc.), mas de todos os integrantes do grupo medinico. O Espiritismo cristo a revivescncia do Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui de um seus fundamentos vivos. A mediunidade, porm, no exclusiva dos chamados mdiuns. Todas as criaturas a possuem, porquanto signifi ca percepo espiritual que deve ser incentivada em ns mesmos. 17

    Apresentamos, em seguida, algumas orientaes que devem ser observadas em relao organizao e ao funcionamento da reunio medinica, na forma como prevista nas atividades prticas do Programa II do Curso de Mediunidade.

    2. ORIENTAES PARA A PRTICA MEDINICA

    A parte prtica do Curso de Mediunidade realizada imediatamente aps os 30 - 40 minutos do estudo terico. Trata-se de uma reunio medinica que apresenta caractersticas especfi cas, onde os participantes, inscritos no Programa II do Curso Estudo e Prtica da Mediunidade, iro constatar se possuem algum tipo de mediunidade, aprender como educ-la e saber utiliz-la como recurso de melhoria espiritual.

    O estudo terico, realizado na forma de uma explanao, com ou sem apoio de recursos visuais, favorece a livre participao dos inscritos. Por ser um trabalho que antecede uma prtica medinica, deve ser conduzido num clima harmnico, favorecedor de refl exes, jamais de debates ou discusses acaloradas.

    Devido seriedade do empreendimento, o trabalho deve contar com a assistncia direta de monitores e de colaboradores espritas, mais experientes, integrados a um grupo medinico da Casa Esprita. desejvel que a equipe conte tambm com o apoio de um mdium psicofnico e um esclarecedor (dialogador) que fazem parte de grupos medinicos da Instituio.

    A direo deste grupo deve ser cuidadosamente selecionada. conduzida por algum que tenha intimidade com o trabalho medinico, podendo, inclusive, ser o mesmo monitor do estudo terico. Este cooperador deve possuir condies morais, psicolgicas e doutrinrias bsicas para saber dirigir a reunio com pro-veito: liderana, disciplina, tato, bondade, pacincia e conhecimento evanglico-esprita.

    O diretor da tarefa prtica estar atento quanto diviso do tempo des-tinado reunio: incio, meio e fi m. No incio da prtica medinica faz-se breve prece, com ou sem msica suave de fundo. Segue-se o momento da manifestao dos Espritos e o dilogo com eles. No encerramento faz-se breve irradiao (no

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    mais que trs minutos), seguida da prece fi nal, objetiva e concisa. Terminada a prece, faz-se a avaliao da reunio (cerca de 10-15 minutos).

    Nada impede de que a reunio seja realizada no mesmo local onde ocor-reu o estudo terico, desde que existam condies mnimas de funcionamento: silncio favorvel introspeco e concentrao mental dos participantes; baixa luminosidade; uma mesa (para possveis pisicgrafos) e cadeiras. (Veja os roteiros 2 e 3, Mdulo I).

    Enfatiza-se observncia rigorosa do horrio de incio e trmino da reunio, que no deve ultrapassar o total de duas horas. Se a teoria e a prtica ocorrerem no mesmo local, importante que o responsvel pela parte terica limite a sua explanao em quarenta minutos. Caso a parte prtica seja realizada em outro cmodo, dever reduzir-se o tempo da teoria para 30 minutos, a fi m de que os participantes possam se deslocar sem correrias ou atropelos.

    No que diz respeito ecloso da mediunidade, os participantes so conve-nientemente alertados de que o processo pode provocar-lhes alteraes orgnicas e psicolgicas: Reaes emocionais inslitas. Sensao de enfermidade, s aparente. Calafrios e mal-estar. Irritaes estranhas. 13 comum a pessoa ter vontade de chorar, num momento. Noutro tomada por uma sensao de angstia ou de tristeza. Aborrece-se com facilidade, alternando a impacincia com a calma e a serenidade. H mdiuns iniciantes que sentem dores de cabea ou presso na nuca. Outros, sobretudo os propcios a doar energias radiantes, sentem mal-estar gstrico ou dores estomacais.

    necessrio conferir se, efetivamente, h ecloso da mediunidade, pois a problemtica pode ser de outra natureza: doenas orgnicas, infl uncias espirituais, situao provacional, estresse existencial etc. A prece, o passe, o servio em bene-fcio do prximo so, em quaisquer situaes, recursos de auxlio valoroso. Neste sentido, os participantes do Programa II da Mediunidade so orientados a:

    Desenvolver o hbito dirio da orao.

    Freqentar assiduamente uma das reunies de explanao evanglico-doutrinria (palestras pblicas) da Casa Esprita.

    Receber passe sempre que sentir necessidade (em geral, aps as palestras pblicas h servio de passe).

    Realizar reunio do Evangelho no lar, sistematicamente, ainda que so-zinho.

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    Integrar-se a uma reunio de assistncia e promoo social e ou espiritual, quais sejam: confeco de vestimentas; preparo ou entrega de alimentos; apoio a doentes, idosos e crianas; aulas para a infncia, juventude ou adultos etc.

    Fazer leituras edifi cantes, usualmente.

    A equipe deve estar convencida da assistncia espiritual vigilante, orien-tadora e esclarecida, proporcionada pelos benfeitores desencarnados que, previa-mente, assumiram compromissos com o grupo e com a tarefa. Esta convico, dever ser continuamente lembrada durante as reunies, proporcionando um ambiente de paz e serenidade, propcio manifestao dos Espritos necessitados e ao desenvolvimento ou educao da mediunidade.

    3. APOIO AO MDIUM PRINCIPIANTE

    As orientaes doutrinrias que se seguem, existentes em O Livro dos Mdiuns, so referenciais para todos os participantes do grupo medinico, inde-pendentemente do tipo ou grau de mediunidade que possuam.

    O desenvolvimento da mediunidade guarda relao com o desenvol-vimento moral dos mdiuns?

    No; a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral. O mesmo, porm, no se d com o seu uso, que pode ser bom, ou mau, conforme as qualidades do mdium. 2

    Os mdiuns, que fazem mau uso das suas faculdades, que no se ser-vem delas para o bem, ou que no as aproveitam para se instrurem, [...] sero punidos duplamente, porque tm um meio a mais de se esclarecerem e o no aproveitam. Aquele que v claro e tropea mais censurvel do que o cego que cai no fosso. 3

    Os Espritos, que considerais como personifi caes do bem, no aten-dem de boa vontade ao apelo dos que trazem o corao manchado pelo orgulho, pela cupidez e pela falta de caridade. 4

    Falsssima idia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua fora lhe vem da prtica das manifestaes materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestaes, se lhe ter minado a base. Sua fora est na sua fi losofi a, no apelo que dirige razo, ao bom-senso. 10

    importante, pois, que os participantes que, no futuro, desejam fazer parte de um grupo medinico entendam que, antes [...] de se entrar em comunicao

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    com o mundo invisvel, so indispensveis estudo prvio, preparo moral e mtodo que habilite o pesquisador [participante ou membro da equipe medinica] a um trabalho dedicado exclusivamente ao bem geral dos Espritos sofredores, quer encarnados, quer desencarnados, a fi m de fi car isento do perigo das obsesses, to freqentes na atualidade. 12

    sempre oportuno lembrar que no existe meio confi vel de saber, pre-viamente, que tipo de mediunidade a pessoa possui. Kardec esclarece:

    Infelizmente, at hoje, por nenhum diagnstico se pode inferir, ainda que aproxi-madamente, que algum possua essa faculdade. Os sinais fsicos, em os quais algumas pessoas julgam ver indcios, nada tm de infalveis. Ela se manifesta nas crianas e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de sade, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. S existe um meio de se lhe comprovar a existncia. experimentar. 5

    Tambm no existe regra ou receita que especifi que como desenvolver a mediunidade. Afi rma, o Codifi cador, a respeito:

    Tm-se procurado processos para a formao dos mdiuns, como se tm procurado diagnsticos; mas, at hoje nenhum conhecemos mais efi caz do que os que indicamos. Na persuaso de ser uma resistncia de ordem toda material o obstculo que encontra o des-envolvimento da faculdade, algumas pessoas pretendem venc-la por meio de uma espcie de ginstica quase deslocadora do brao e da cabea. [...] Se no existirem rudimentos da faculdade, nada poder produzi-los, nem mesmo a eletrizao, que j foi empregada, sem xito, com o mesmo objetivo. 6

    O dirigente da reunio deve fi car atento aos possveis sinais fsicos de manifestao medinica, comuns aos mdiuns principiantes. Nos psicofnicos observa-se respirao ofegante, movimentao ou toro das mos e ou do cor-po, bocejos, gemidos etc. Estes sinais desaparecem no mdium educado. Para os psicgrafos, Kardec sugere:

    O primeiro indcio de disposio para escrever uma espcie de frmito no brao e na mo. Pouco a pouco a mo arrastada por uma impulso que ela no logra dominar. [...] Alguns mdiuns escrevem desde o princpio correntemente com facilidade, s vezes mesmo desde a primeira sesso, o que muito raro. Outros, durante muito tempo, traam riscos e fazem verdadeiros exerccios caligrfi cos. Dizem os Espritos que para lhes soltar a mo. [...] Se, apesar de tudo, nenhuma alterao houver, deve o mdium parar, uma vez reconhea que nada de srio obtm. [...] A estas observaes, acrescenta um Esprito: H mdiuns cuja faculdade no pode produzir seno esses sinais. Quando, ao cabo de alguns

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    meses, nada mais obtm do que coisas insignifi cantes, ora um sim, ora um no ou letras sem conexo, intil continuarem, ser gastar papel em pura perda. So mdiuns, mas mdiuns improdutivos[...]. 7

    Kardec destaca a grande difi culdade que os mdiuns principiantes enfren-tam: [...] o de terem de haver-se com Espritos inferiores e devem dar-se por felizes quando so apenas Espritos levianos. Toda ateno precisam por em que tais Espritos no assumam predomnio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes ser fcil desembaraar-se deles. ponto este de tal modo capital, sobretudo em comeo, que, no sendo tomadas as precaues necessrias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades. 9

    A ao desses Espritos pode ser neutralizada se o participante se cercar dos cuidados bsicos, relacionados no penltimo pargrafo do item 2 deste Roteiro (Orientaes para a prtica medinica).

    O dialogador principiante deve ter conscincia que a intuio o tipo de mediunidade utilizada pelos benfeitores espirituais no aprimoramento da capaci-dade de esclarecer os Espritos que sofrem, freqentadores comuns das reunies medinicas. Falar aos comunicantes perturbados e infelizes, com dignidade e carinho, entre a energia e a doura, detendo-se exclusivamente no caso em pauta. Sabedoria no falar, cincia de ensinar. 14

    Os doadores de energias magnticas, pelo passe, e irradiantes (irradiao mental e prece) desenvolvero, com apoio seguro e inestimvel dos orientado-res da Vida Maior, a capacidade de expandir o seu fl uido vital em benefcio dos necessitados, encarnados e desencarnados, ao longo do tempo. Reconhece