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Pág. 2 Laboratório Ambiental - Pág. 5 Acompanhamento APAMB - Pág. 3 A Segurança do Futuro - Pág. 4 Desenvolvimento Sustentável - Pág. 6 - 9 MEGA PROJECTOS: MELHOR FUTURO OU PIOR AMBIENTE? Décadas de incerteza, de incredulidade, de «esperar para ver», de inactividade, estão já hoje a provocar perdas humanas e custos materiais desmesurados. Mas o que podem fazer as empresas para serem mais do que vítimas destas mudanças planetárias? A poluição atmosférica é um subproduto não desejado gerado nas instalações e nos processos industriais, e à qual se tem destinado meios e recursos visando evitá-la, quando não controlá-la dentro de determinados limites. Regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera Novo Regime para os Resíduos de Construção e Demolição... - Pág. 10

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Pág. 2

Laboratório Ambiental - Pág. 5

Acompanhamento APAMB - Pág. 3A Segurança do Futuro - Pág. 4

Desenvolvimento Sustentável - Pág. 6 - 9

MEGA PROJECTOS:MELHOR FUTURO OU PIOR AMBIENTE?

Décadas de incerteza, de incredulidade,de «esperar para ver», de inactividade,estão já hoje a provocar perdas humanase custos materiais desmesurados. Mas oque podem fazer as empresas paraserem mais do que vítimas destasmudanças planetárias?

A poluição atmosférica é umsubproduto não desejado geradonas instalações e nos processosindustriais, e à qual se temd e s t i n a d omeios e recursosvisando evitá-la,quando nãoc o n t r o l á - l aden t ro dedeterminadoslimites.

� Regime da prevenção e controlo dasemissões de poluentes para a atmosfera

� Novo Regime para os Resíduos deConstrução e Demolição... - Pág. 10

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MEGA PROJECTOS:MELHOR FUTURO OUPIOR AMBIENTE?

Segundo estabelece a Constituição da RepúblicaPortuguesa, “todos têm direito a um ambiente de vidahumano, sadio e ecologicamente equilibrado, e odever de o defender” (cf. art. 66º).A degradação ambiental causada pelas indústrias foirealidade no passado e ainda perdura no presente. Asituação é em alguns casos caótica, uma vez que aquiloque se apresenta como fonte de rendimento para unsé degradação das condições de vida para outros.Entretanto, com bom senso e boa vontade, a procuradesenfreada do lucro pode e deve ser conciliada coma defesa intransigente de um mundo sustentável ehabitável.A poluição de bacias hidrográficas por indústrias hámuito tempo vem sendo tema de debates e discussõesentre as mais variadas comunidades, quer científica,económica, política ou sociais. É uma questão complexaque exige análises profundas e atitudes conscientes,levando em consideração tudo e todos aqueles queestão envolvidos directa ou indirectamente na situação,seja de escala regional, nacional, continental ou global.Empresas e indústrias que conduzem suas actividadesem conflito e desrespeito com o Meio Ambiente e asleis, em especial a legislação laboral, no que respeitaà Saúde e Medicina do Trabalho e a Ambiental, queprevaricam no que se refere a tratamento de efluentes,poluição de rios reservas hídricas, merecem punição,sendo a melhor delas o desprezo do consumidor pelosprodutos oferecidos por empresas e indústrias poucoescrupulosas.Mais: vigilância sobre os mega projectos e as grandesobras públicas ou privadas é também uma imposição.A zona litoral de Portugal e o estuário do Tejo vãosofrer ao longo dos próximos anos profundos impactoscom as obras decorrentes do TGV e do novo aeroportode Lisboa. Todos nós somos responsáveis por garantirque estes projectos representem um passo para umfuturo sustentável e não um passo para o abismo.Também nós, associações ambientais somos co-responsáveis por esse desiderato e estamos disponíveispara colaborar com o Estado ou os consórciosresponsáveis pelas obras…assim não tenham elesmedo da nossa presença.Esperamos para ver.

FICHA TÉCNICA

DIRECTOR – Dr. JOÃO GONÇALVESCHEFE DE REDACÇÃO – TIAGO CALÓ GONÇALVESCOLABORADORES – PAULO ALEXANDRE DE ALMEIDA , V ITOR ALVES MONTEIRO,Eng.ª HELENA NEVES, Eng.ª HELENA LAMY, Dr. LARRY DUREI, Eng.º RICARDO CUNHA. FOTOGRAFIA e PAGINAÇÃO – APAMBIMPRESSÃO – CONSELHO GRÁFICO, LDA.

IMPRESSO EM PAPEL ISENTO DE CLORO

E-MAIL: [email protected]: www.apamb.pt

PROPRIEDADEAPAMB - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INSPECÇÃO E PREVENÇÃO AMBIENTAL

NIPC 507 613 686

ESCRITÓRIOS: Av. 5 de Outubro, 148 - 5ºH - Edifício Bocage - 2900-309 SETÚBALTEL.: 265 234 190 - FAX: 265 234 186

DELEGAÇÃO PORTO: R. da Cruz - C/v - 4200-246 PORTOTEL.: 225 025 391/2 - FAX: 225 025 393

E D I T O R I A LE D I T O R I A LJá tínhamos feito referência no nosso boletim à iniciativa deformação ambiental, orientada para as BRIPA – BrigadasAmbientais da P.S.P., de Setúbal, Almada e Barreiro.Em 2008, por iniciativa da APAMB, alargámos ao resto dopaís contactos junto dos Comandos da PSP e a receptividadefoi muito positiva.Em Fevereiro estivemos em Espinho, no Auditório da Junta deFreguesia, com a presença de 57 agentes.Em Faro tivemos a presença de 66 agentes e elementos daCCDR-Algarve, com quem foi possível debater algumas ques-tões sobre licenciamento e parques de sucata ilegais. Ocorreua acção no auditório da Biblioteca Municipal.No mês de Maio estivemos em Vila Real no dia 14 e naGuarda no dia 27. Embora com menos elementos presentes (8e 22 respectivamente) foi possível trabalhar as questõesambientais com um carácter mais prático e pessoal que foi doagrado dos presentes.A 16 de Julho levámos a cabo a formação em Viana doCastelo.Também o Porto, Beja e Santarém desenvolveram contactos e,oportunamente, serão objecto do nosso trabalho.

NOTÍCIAS BRIPA

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A esmagadora maioria dos nossos associados acolhe aequipa de inspectores preventivos sempre com grande satisfação.Afinal de contas, estão a usufruir do serviço mais visível daassociação: o acompanhamento directo, nas empresas, juntodos profissionais. Prescindir desta mais-valia é perder o comboioda competitividade e modernidade!No entanto ainda existem alguns focos de dúvidas, que importaesclarecer, e que procurarei neste artigo (nomeadamente coma chamada de atenção de alguns temas actuais) demonstrar aimportância de um acompanhamento em matéria ambiental enão só.A função da inspecção, e do preenchimento dos seusdocumentos de suporte, resume-se ao levantamento exaustivode falhas nas empresas cuja natureza passa despercebida aoempresário ou não é devidamente valorizada. É que a legislaçãonão é algo estático. As leis querem-se dinâmicas para que asempresas e economia também o sejam.Um exemplo tão simples (mas de complexa e importantechamada de atenção) pode ser encontrado ao nível dolicenciamento das empresas.Não basta ter ou não ter o processo tratado. Uma simplesmudança de denominação social acaba por “mexer” com oprocesso, com o Livro de Reclamações, com a inscrição noSIRER. Tudo isto a ter de ser tratado com prioridade.Nos tempos que correm, as obrigações de empresas e empresárioscruzam interesses tão aparentemente diversos tais como jurídicos,ambientais, segurança, saúde, qualidade, podendo enumerarainda muitos outros. Assim sendo o papel por vezes incómodomas sempre útil da associação é rever constantemente todasas modificações na empresa, desde desvios no seucomportamento como nas questões de crescimento e ampliaçãoe em último caso de encerramento.Pensa-se muitas vezes erradamente que “se isto der para otorto fecho a actividade” e acaba-se com as preocupações eproblemas! Nada mais errado! Continuam a existirresponsabilidades mesmo que seja necessário tomar a atitudedrástica de encerrar um estabelecimento.Ou então a posição confortável “enquanto não vier cá ninguémobrigar-me... Os outros também não cumprem!” Apoiamosque se copiem os bons exemplos, porque os maus exemplosnão são exemplo para ninguém!As finanças estão sempre no primeiro pensamento, e nunca(ou raramente) se dá atenção aos resíduos e desmantelamentode instalações com os correctos encaminhamentos para osoperadores licenciados, por exemplo.Ao nível do funcionamento regular nas empresas existem questõessimples que, quase de certeza, vamos encontrar em incumprimentodurante largos meses.Com a recente alteração do IVA para 20% muitos serão aquelesque se vão esquecer de actualizar preçários, tabelas, afixos demão-de-obra;Sobre o SIRER continuaram a existir senhas a não funcionar,guias Modelo A sem preenchimento por parte de destinatáriose sem um arquivo adequado;

Continuarão a existir empresas e empresários a resistir e nãoter serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho ou anão prestar qualquer tipo de atenção às avaliações de risco erelatórios que, quando feitos (e bem feitos!) são excelentesferramentas de prevenção na empresa;Existirão empresas que por força da sua actividade continuarãoa fechar os olhos perante a necessidade/obrigação legal de terequipamentos separadores de hidrocarbonetos ou equipamentosadequados para contentorizar os seus resíduos perigosos;Porque são um custo sem retorno imediato evidente, continuaremosa verificar a quase inexistência de bacias de retenção principalmentepara prevenir derrames de óleos, diluentes e outros líquidos;Por não existirem mecanismos de consulta simples para tirardúvidas aos empresários continuará a existir dúvida em muitosprofissionais se a sua actividade obriga a Cadastro Comercial;Os extintores continuarão a ser mantidos anualmente mas semos documentos que a legislação obriga na mão dos seusproprietários.Poderíamos continuar por muitos outros itens a enumerarsituações do nosso trabalho do dia-a-dia, e descobrir que nãoexiste um problema igual porque não existem duas empresasiguais.Estamos junto dos associados tentando fazer o nosso melhor.Por essa razão incrementámos visitas de acompanhamento,sem custos adicionais, sem obrigação de data fixa. E seránessa altura que esperamos que o trabalho já levado a cabo,nas visitas de inspecção, tenha levantado mais questõespertinentes por parte dos associados que, contando-nos osseus problemas e dificuldades, nos ajudam a crescer, acompreender como podemos melhorar o serviço que estamosa prestar.Também foi desenvolvido um esforço adicional, pelos serviçosde apoio, para melhorar o acompanhamento do SIRER edesenvolver algumas questões abordadas nos dossier ambientejá efectuados. Trata-se de apurar num contacto telefónico seestão a ser resolvidas com maior ou menor dificuldade itens derelevante importância.De acordo com a mais recente legislação iremos actuartambém ao nível do “Projecto de Prevenção e ReparaçãoAmbiental”, fomentando nos nossos associados maisuma ferramenta de cumprimento da lei sem custos acrescidos.Pergunte aos nossos serviços sobre esta matéria ou na visitados nossos inspectores preventivos.Não estamos inteiramente satisfeitos com o trabalho realizado,temos consciência que existem melhorias a realizar em todosos campos. Para que aconteçam é necessário tempo...O que pedimos é que nos dêem sempre um pouco mais detempo para continuar esta melhoria contínua, que é o nossoobjectivo em prol dos nossos associados.

A IMPORTÂNCIA DOACOMPANHAMENTO APAMB

PAULO ALMEIDADirector Técnico

Inspectora APAMBem visita a umAssociado.

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Formada em Outubro de 2007, a ACT (Autoridade para asCondições de Trabalho) actua no sentido da promoção damelhoria das condições de trabalho, prevenção, controlo,auditoria e fiscalização. As suas atribuições são as até entãoda IGT (Inspecção Geral do Trabalho) e do ISHST (Institutopara a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho). Cumpreagora à ACT o controlo do cumprimento das normas emmatéria laboral e a promoção das políticas de prevenção deriscos profissionais e controlo da legislação em matéria deSegurança e Saúde no Trabalho, com poderes de autoridadepública.A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalhopara o período 2008-2012, aprovada na sequência daestratégia adoptada pela Comissão Europeia, tem por objectivoa redução contínua e consolidada do número de acidentes detrabalho e de doenças profissionais. A elaboração destaestratégia pretende rebater os elevados índices de sinistralidadelaboral ainda hoje verificados em Portugal, que para além dese traduzirem em elevados custos para a sociedade no seutodo, são factores de reacção ao desenvolvimento do tecidoempresarial, sustentado na qualificação dos trabalhadores eno exercício das actividades profissionais sem por em causa asaúde, integridade física e bem-estar dos trabalhadores.No âmbito do desenvolvimento da prevenção de riscos profissionaisnas empresas, toma esta entidade como objectivo a promoçãoda aplicação efectiva da legislação de segurança e saúde notrabalho, em especial nas pequenas empresas, sem que este sereduza apenas ao mero cumprimento burocrático-administrativo.É neste sentido que foram propostas as seguintes medidas:

MEDIDA 1 - Em empresas até 10 trabalhadores e cujaactividade não seja de risco elevado, deverão ser revertidospara documentos explícitos: a identificação e avaliação deriscos, o planeamento da prevenção e o programa deprevenção de riscos profissionais;MEDIDA 2 - Disponibilização de manuais de auto-avaliação,sectorizados, e dando prioridade aos sectores que apresentammaior taxa de sinistralidade;MEDIDA 3 - Publicação de “Guias de Aplicação”, também delógica sectorial, especialmente dirigidos às pequenas emicro-empresas, que permitam divulgação de informações eorientações simples para o cumprimento das normas legais;MEDIDA 4 - Disponibilização de informação técnica sobre aaplicação da legislação de Segurança e Saúde no Trabalho;MEDIDA 5 - Concretizar os objectivos da Resolução daAssembleia da República n.º 24/2003 de 2 de Abril, sobre autilização de amianto em serviços públicos;MEDIDA 6 - Elaborar guias técnicos sobre actividadesespecíficas, nas quais os trabalhadores possam estar expostosa poeiras de amianto ou materiais que o contenham;MEDIDA 7 - Regular o processo de Certificação das empresaspara intervirem no processo de remoção do amianto;MEDIDA 8 - Incluir nos Planos de actividades da ACT, asacções preventivas e inspectivas adequadas ao controlo do

cumprimento das normas de segurança e saúde, dandoprioridade às empresas onde, nos últimos 3 anos, tenhaocorrido um acidente de trabalho grave, sob o ponto de vistadas causas, ou mortal.

Os diversos programas da ACT, para dar cumprimento àsmedidas propostas apresentadas anteriormente, têm já metasanuais definidas até ao ano de 2010. Assim, prevê-se que a campanha de Avaliação de Riscos eDesenvolvimento da Prevenção em Micro e PequenasEmpresas, a abranger actividades de sectores como a IndústriaTransformadora, o Comércio e os Serviços, desenvolva cercade 100 acções de sensibilização e informação, e que asacções de controlo inspectivo seja realizada em 3.400estabelecimentos.Prevê-se ainda que a Promoção da Segurança e Saúde nosLocais de Trabalho, a incidir em todos os sectores de actividademas com especial enfoque na Indústria Metalomecânica,Agricultura e Indústria Química, realize controlo inspectivo até2010 em 15.000 estabelecimentos, sendo o objectivo a partirde 2008 de 5.000 estabelecimento por ano.O Trabalho não Declarado ou Irregular, será também objectode apreciação da ACT, sendo os sectores dos Serviços,Comércio e os Centros de Lavagem Automóvel algumas dasactividades prioritárias, prevendo-se a realização de 36.000acções de controlo inspectivo até final de 2010. Relativamente à Organização e Controlo do Tempo deTrabalho, pretende a ACT garantir o respeito pelos limites daduração dos tempos de trabalho e a regularidade dasmodalidades de organização do tempo de trabalho praticadas.Os sectores preferencialmente avaliados serão, de entreoutros, os Centros de Lavagem Automóvel e as IndústriasTransformadoras, sendo metas para 2010 o controlo inspectivode 4.500 estabelecimentos.

Em traços gerais, os eixos estratégicos do Plano de AcçãoInspectiva 2008-2010 da ACT pretende dar seguimento aoeixo anterior (2003-2007), que anualmente detectou mais de13.200 infracções nas empresas visitadas, sendo que cerca de10% destas se prenderam com temas da Segurança, Higienee Saúde no Trabalho e cerca de 20% com os tempos de trabalho.

Importa neste momento alertar os nossos associados sobreeventuais falhas que detectem nas suas empresas e principaisdificuldades que possam sentir na implementação de algumasmedidas. Disponibiliza-se desde já a APAMB para apoiar asempresas nossas associadas na melhoria das suas condições,em que a componente ambiental é igualmente de extremaimportância, não devendo ser dissociada das questões deSegurança e Higiene no Trabalho.

A SEGURANÇA DO FUTURO

HELENA LAMYTécnica Superior de SHST

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A poluição atmosférica é um subproduto não desejado geradonas instalações e nos processos industriais, e à qual se temdestinado meios e recursos, ou seja, equipamentos, instalações eformas de gestão visando evitá-la, quando não controlá-ladentro de determinados limites.A poluição atmosférica resulta da emissão de gases poluentesou de partículas sólidas na atmosfera. Pode provocar umadegradação dos ecossistemas devido ao lançamento deinúmeras substâncias e não respeita fronteiras, por issopode-se tratar de um problema local e transfronteiriço. O meio directamente afectado é o atmosférico, isto é, a camadagasosa de apenas algumas dezenas de quilómetros que envolvea Terra e que, dada sua aparente magnitude, pode dar a pensarque os problemas sobre ele são de menor magnitude que osprovocados nos meios hídrico e litológico.

As emissões gasosas têm sido um dosaspectos ambientais mais relevantes naindústria, apresentando-se quer sob aforma de emissões difusas quer sob aforma de fontes fixas pontuais.

Assim, em resposta a este problema, oLaboratório Ambiental da APAMB realizaanálises a ef luentes gasosos, indis-pensáveis no controlo da poluiçãoambiental. O actual quadro legislativo,determina a necessidade de caracterizarperiodicamente os efluentes gasososemitidos através de fontes fixas (chaminés).A caracterização dos efluentes gasosostem por base, quantificar os efluentesque são emitidos para a atmosfera, deforma a verificar o cumprimento dosvalores limite de emissão, de acordocom o estipulado nos normativos legislativosnacionais. Para proceder àcaracterização de efluentes gasosos emfontes fixas, é necessário que estaspossuam adequadas condições deacesso, trabalho e segurança.

O acompanhamento das emissões depoluentes atmosféricos por fontes fixas,bem como a definição das condições eregimes de monitorização que lhes sãoaplicáveis, são actualmente definidos noDecreto-Lei n.º 78/2004.

O Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 deAbril estabelece o regime da prevençãoe controlo das emissões de poluentespara a atmosfera, fixando os princípios,objectivos e instrumentos apropriados àgarantia de protecção do recurso natural

ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dosoperadores das instalações abrangidas, com vista a evitarou reduzir a níveis aceitáveis a poluição atmosférica ori-ginada nessas instalações.

A Portaria n.º 80/2006, de 23 de Janeiro, fixa os limiaresmássicos mínimos e os limiares mássicos máximos quedefinem as condições de monitorização das emissões depoluentes para a atmosfera, previstas nos artigos 19.º e 20.ºdo Decreto-Lei acima referido.

O referido Decreto-Lei estabelece ainda, a obrigatoriedadedas instalações industriais, estabelecimentos comerciais ou deserviços, incluindo os de prestação de cuidados de saúde, osde ensino e instituições do Estado fazerem o autocontrolo dasemissões gasosas sujeitas aos valores limites de emissão,devendo ser feito por medição contínua nas condições do artigo20°, ou por medições pontuais nas condições do artigo 19° domesmo Decreto-Lei, pelo menos duas vezes por ano, com umintervalo mínimo de dois meses entre as medições.

Além da caracterização das emissões gasosas, o LaboratórioAmbiental da APAMB, realiza trabalhos de dimensionamentodas chaminés (para garantir uma boa dispersão dos poluentes)e trabalhos relativos à dispensa de monitorização (de acordocom os requisitos estabelecidos).

LABORATÓRIO AMBIENTAL

RICARDO CUNHAEngº do Ambiente

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Os tempos estão difíceis para quem não esconda a cabeçana areia. Agora é mais evidente do que nunca a gravidade dacrise global do ambiente, em particular do complexo processode consequências cada vez mais dantescas, designado poralterações climáticas.Décadas de incerteza, de incredulidade, de «esperar para ver»,de inactividade, estão já hoje a provocar perdas humanas ecustos materiais desmesurados. Desde as ondas de calor naEuropa, com dezenas de milhares de mortes prematuras, atéaos custos do “Katrina”, nos EUA, avaliados em quatro vezesmais do que as perdas materiais causadas por todas ascatástrofes naturais ocorridas no mundo durante todo o anode 1998 (o pior da década de 1990!). Mas o que podem fazeras empresas para serem mais do que vítimas destas mudançasplanetárias? Como podem elas contribuir para alterar esteplano inclinado que nos aproxima da barbárie, enveredando,pelo contrário, rumo ao desenvolvimento sustentável?

A resposta passa pelo assumir de cinco desafios cruciais.

Primeiro Desafio: A Economia de Mercado Precisa deRegulaçãoUm dos principais perigos para o ambiente, mas também paraa competitividade das empresas em todo o mundo, é a actualcrise de regulação das actividades económicas. Depois dedécadas em que a economia de mercado foi ameaçada pelaideologia bolchevista, que tentou realizar, com uma impressionanteineficiência burocrática, uma utopia igualitária, parece queestamos hoje avassalados por um novo extremismo, umaespécie de “fundamentalismo do mercado livre”, que ameaçadestruir o tecido empresarial e os empregos em vastas zonasdo planeta. O velho bolchevismo acreditava cegamente nosentido inelutável da história, o novo fundamentalismo acreditapiamente que o mercado livre é capaz de se autoregular daforma mais eficiente, praticamente sem intervenção dosEstados e dos seus normativos jurídicos.

O resultado desta nova ideologia é dramático. Por exemplo: aausência de disciplina no mercado energético conduziu àmaior e mais prolongada carestia dos combustíveis fósseis; aausência de critérios de equidade no comércio internacionalameaça produzir uma nova vaga de proteccionismo. Osgovernos mostram-se hoje impotentes para apresentar edefender uma estratégia de longo prazo. A própria qualidadeda liderança política não ultrapassa a nota medíocre naEuropa, e é francamente má nos EUA.

Para muitas empresas a demissão dos governos e a ausênciade uma regulação económica e comercial clara significa:

- Incapacidade de colocar a economia de mercadoverdadeiramente ao serviço dos objectivos de umasociedade melhor, que só os governos democráticos elegítimos podem determinar.

- Competição desleal favorecendo as empresas que nomercado nacional ou mundial causam externalidadesnegativas, tanto ambiental como socialmente.

- Ausência de estímulo nas políticas públicas para as empresasque investem na inovação, nas tecnologias limpas e numaatitude de responsabilidade social para o interior dasempresas e nas comunidades onde estas se inserem:

Segundo Desafio: Repensar a Natureza do Capital

Empresas sustentáveis são aquelas que conseguem valorizar oseu capital em todas as suas dimensões. Sobretudo nas duasdimensões mais esquecidas, a humana e a natural (Ver Tabelanº1).

Tabela n.º1: A estrutura interna do capital2

O contributo das empresas para o desenvolvimento sustentávelda sociedade e para a sua própria durabilidade como agenteseconómicos implica uma radical valorização do capital natural,o que só é possível através da investigação, da inovação, daformação constante dos quadros e colaboradores da empresa.A aprendizagem de novas metodologias e de novos processosde trabalho é, no fundo, a aposta, também, na valorização docapital humano.

Terceiro Desafio: Colocar o Foco na Produtividade dosRecursos

A demanda pela sustentabilidade deve traduzir-se, também,num repensar do conceito de produtividade. Se colocarmos oacento tónico na produtividade dos recursos, poderemos alargaro nosso olhar para realidades que só mais dificilmente sãocompreendidas quando nos limitamos, como é tradicional, a

C INCO D ESAFIOS CRUCIAIS PARA O D ESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL DAS EMPRESAS

Viriato Soromenho-Marques

Professor catedrático da Universidade de Lisboa e Coordenador Científico do

Programa Gulbenkian Ambiente. Ver www.viriatosoromenho-marques.com

Capital humano: trabalho, inteligência, cultura e organização

Capital financeiro: recursos monetários e instrumentos deinvestimento

Capital manufacturado: infraestruturas, máquinas, instrumentos,instalações.

Capital natural: recursos naturais, sistemas vivos, ecossistemase respectivos serviços

R. Gil Vicente, 7 – Loja B 2700-422 Amadora

Tel: 214 928 300 / Fax: 214 928 302

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pensar na produtividade do trabalho.

Há mais de uma década que assistimos à produção de ensaiose experiências inovadores e com um potencial verdadeiramenterevolucionário, que nos alertam para o escândalo da sociedadede desperdício em que nos encontramos3. Existem hoje condiçõespara, tendo em conta o actual valor da riqueza produzida,reduzir em quatro, ou mesmo em dez vezes, a quantidade dematérias-primas e energia consumidas, bem como a quantidadede resíduos para destino final, não só nos nossos processosindustriais, mas também na agricultura e nos transportes.

Mas para isso é necessário:

- Um sistema fiscal que penalize os desperdícios e estimulea eficiência e inovação.

- A generalização de taxas, fiscalmente neutras, que aliviemo trabalho e o lucro, em detrimento do desperdício decapital natural.

- Redução do desperdício através da adopção do quepoderemos designar como biodesign , a imitaçãointeligente dos processos naturais, compreendendo todoo ciclo do produto e da produção, favorecendo avalorização do capital natural através da criação demateriais que sejam duráveis, reutilizáveis e recicláveis.

- Favorecimento dos produtos multifuncionais, como, porexemplo os edifícios que são capazes não só de oferecerhabitação como produzir energia, oxigénio e água.

Quarto Desafio: Do Paradigma da Mercadoria para oParadigma do Fluxo de Serviços

Vivemos de tal modo amarrados à economia das coisas quenos esquecemos que o essencial para o bem-estar humanosão os serviços associados às coisas. A máquina de lavar sóimporta por nos permitir usar roupa lavada, o automóvel valesobretudo por nos possibilitar uma deslocação rápida.

Não é fácil imaginar na sua plena amplitude o conjunto deconsequências positivas para o nosso estilo de vida se osprodutores – em muitos domínios da vida quotidiana - em vezde apenas venderem produtos aos consumidores, vendessemsobretudo um fluxo contratualizado de serviços associados aosprodutos, sem jamais perderem, no decurso da vigência doreferido contrato, o direito de propriedade sobre os mesmos.

Isso significaria, entre outros resultados, que a aposta dosprodutores seria sobretudo na qualidade e durabilidade dosprodutos, com uma extraordinária diminuição dos incentivos àlógica do desperdício. Para além disso, essa mudança doparadigma da mercadoria para o paradigma do fluxo deserviços, estabilizaria de modo extraordinário as relações entreprodutores e consumidores, introduzindo mais previsibilidade eracionalidade no ciclo económico, com vantagens para oambiente, as empresas, os trabalhadores e os consumidores4.

Quinto Desafio: Compreender o Desenvolvimento Sustentávelcomo um Processo

Ao contrário do que é habitualmente afirmado o essencial noconceito de desenvolvimento sustentável não é traduzido pelaimagem de um triângulo em que os três vértices são constituídospelas dimensões ambiental, económica e social, estabelecendoentre si uma relação concorrencial do tipo dos jogos de somanula.

Tanto na sociedade como nas empresas, torna-se imprescindívelcompreender a sustentabilidade como um processo decooperação activa em que os diferentes elementos intervenientesparticipam em soluções sinergéticas de “ganhador-ganhador”(ver Tabela n.º2).

Tabela nº 2: Desenvolvimento Sustentável como Processo deTransformação

Para o efeito torna-se indispensável introduzir uma quartadimensão que é, no plano social, a capacidade político-institucionale nas empresas a capacidade de gestão estratégica nadeterminação do rumo, e na manutenção de uma culturaempresarial aberta aos desafios da sustentabilidade.

Com efeito, só com uma liderança forte e esclarecida poderemosesperar uma transição segura para o desenvolvimentosustentável. Tanto na sociedade como nas empresas.

1 Robert U. Aires (ed.), Eco-restructuring: Implications for Sustainable Development,Tokyo/New York/Paris, United Nations University Press, 1998, pp. 46-49.

2 Paul Hawken, Amory B. Lovins e L. Hunter Lovins, Natural Capitalism. The NextIndustrial Revolution, London, Earthscan, 2004, p. 4 e segs.

3 Ernst von Weizäcker, Amory B. Lovins e L. Hunter Lovins, Factor Four. DoublingWealth, Halving Resource Use, London, Earthsan, 1998.

4 William McDonough e Michael Braungart, Cradle to Cradle: Remaking the WayWe Make Things, New York, North Point Press, 2002.

Dimensão Político-Institucional: Traduz o consenso e avontade política e operacional de mudança.

Dimensão Económica: Traduz a mudança na reproduçãoquotidiana das condições de vida numa perspectiva da suacontinuação e qualificação.

Dimensão Ambiental: Traduz o quadro de conhecimentocomplexo que deve modelar a mudança (incluindo os limitese possibilidades abertos pela aplicação da nossa representaçãodas leis naturais).

Dimensão Social: Traduz o projecto de futuro onde asrelações humanas (e dos seres humanos com as outrascriaturas e ecossistemas) ocupam um lugar central.

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Era uma vez…A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente eDesenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 ondese ouviram pela primeira vez as palavrasDESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL. Adoptar esta filosofia de desenvolvimentoimplica tomar decisões de gestão considerando, não só osproveitos económicos, mas também os impactes ambientais esociais, positivos e negativos. Reflecte, ainda, uma preocupaçãoadicional; a de não pôr em causa o bem-estar das geraçõesfuturas. O programa de base para atingir o desenvolvimento sustentávelfoi materializado sob a forma de um documento denominado“Agenda 21”, que incentivou os estados a adoptarem estratégiasnacionais de desenvolvimento sustentável e à criação de políticasnacionais para a economia, as questões sociais e o ambiente. Seguiram-se outras iniciativas como o Conselho Europeu deGotemburgo, em 2001, ao nível da União Europeia, paradiscutir e implementar políticas que de forma prática permitissemaplicar esta filosofia ao normal funcionamento das instituições(governos, tecido empresarial, serviços, agricultura, exploraçãoagro-pecuária, entre outros. A “Estratégia Europeia para oDesenvolvimento Sustentável”, revista no Conselho Europeu de

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECO-EFICIÊNCIA

HELENA NEVESEngª do Ambiente

Figura 1 – Inter relações empresa cadeia de valor produto/serviço

Emissões Gasosas (CO2) Efluentes líquidosÁguas Residuais

Resíduos Sólidos Urbanosou Industrais

SUBSTÂNCIAS NOCIVAS

RECURSOS NATURAISEnergia Renovável/Fóssil, Água, Matérias Primas

EMPRESA

Administração

Colaboradores

Subcontratações

PARCEIROS

Fornecedores

Accionistas

Clientes

Comunidade Local

ProcessoIndustrial

Serviços

I & D

9 de Julho de 2006, tem sete objectivos chave a atingir parao período (2001-2010) e que passam por preocupaçõesfundamentalmente ambientais como as alterações climáticas eadopção de fontes de energia limpas, transportes sustentáveis,consumo e produção sustentáveis, conservação e gestão dosrecursos naturais, saúde pública, inclusão social, demografia emigração e combate à pobreza.Estes princípios norteiam igualmente a “Estratégia Nacional deDesenvolvimento Sustentável (ENDS – 2015)”, ENDS, publicadaa 20 de Agosto de 2007 e que transpõe para a escala nacional,os objectivos enumerados para a “Estratégia Europeia para oDesenvolvimento Sustentável”.Na prática a Sustentabilidade assenta em três componentespráticas fundamentais:

- Económica - gestão responsável, clara e prestação deinformação detalhada, o suficiente para permitir a comparaçãocom decisões tomadas por outras empresas;

- Ambiental - definição de objectivos concretos, que possamser monitorizados com indicadores simples, mensuráveis ecomparáveis;

- Social – envolver todas as partes interessadas, o Estado,Accionistas, Colaboradores, Clientes, Fornecedores, entreoutros, que se relacionam com a empresa, de modogarantir que as decisões tomadas são vantajosas para acomunidade.

No mundo empresarial a forma de tornar prática a visão deum desenvolvimento sustentável tomou a forma do conceito deECOEFICIÊNCIA, que tenta harmonizar o desenvolvimentoeconómico com as boas práticas ambientais, ou seja, aumentaros lucros com a diminuição do impacte ambiental e a melhoriada qualidade de vida.Em geral todas as empresas utilizam algum tipo de matéria--prima, energia eléctrica, água e outros consumíveis como opapel, ou tinteiros, no desempenho das actividades quotidianas(Figura 1). A utilização dos mesmos recursos naturais épartilhada por fornecedores, clientes e comunidade local ondeestá enquadrada a empresa (Figura 1).

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Todos estes intervenientes produzem substâncias nocivas no meio ambiente que necessitam ser minimizados. Estes resíduosincluem, entre outros, resíduos sólidos (embalagens, papel, resíduos de matérias primas, produtos finais rejeitados) ou gases comefeito estufa, resultantes da frota automóvel ou do processo produtivo.Em termos práticos na empresa um projecto de ecoeficiência pode ser implementado trabalhando as seguintes áreas chave(Figura 2):

- Eco inovação ou redesenho de produtos - como por exemplo a produção de veículos automóveis que quando desmanteladosoriginem menos resíduos não recicláveis.

- Reengenharia de processos - como por exemplo a redução do consumo de água no processo de fabrico, redução doconsumo de energia eléctrica, reaproveitamento de águas da chuva.

- Revalorização de subprodutos/resíduos - por exemplo a utilização dos resíduos do bagaço da azeitona, resultante do processode produção de azeite, como biomassa em central de produção energética.

- Repensar mercados - por exemplo a substituição o fabrico e venda de fotocopiadoras pelo aluguer dos equipamentos,assistência técnica e pagamento porfotocópia. Em termos de ecoeficiênciaeste tipo de abordagem permite agestão dos resíduos de consumíveis egestão dos equipamentos em fim devida.

A empresa encontrará, certamente, emalgum ou vários destes aspectos, váriasoportunidades de melhoria.Aos técnicos responsáveis pelo projecto deecoeficiência compete:

1.Fazer o ponto da situação em que seencontra a empresa;

2.Encontrar oportunidades de melhoriatendo por base a análise aspectosacima referidos;

3. Indicar as melhores soluções ecalcular o retorno de eventuaisinvestimentos;

4. Quantificar os resultados da adopçãodas soluções sob o ponto de vistaecoeficiente, ou seja, comparar ocus to da so lução com o va loracrescentado para o produto/serviço.

A ecoeficiência contribui para odesenvolvimento do negócio e dodesempenho ambiental; permite aintegração das melhores práticas emtermos de mercados e tendênciasregulamentares; maximiza a redução decustos; proporciona acréscimos decompetitividade; potencia a rentabilidadee sustentabilidade de longo prazo.Mais ainda, é motor de inovação e decriatividade na procura de novas formasde fazer as coisas, não se limitando àsfronteiras da empresa mas estendido atoda a cadeia de valor do produto/serviço.

Figura 2 – Áreas Chave a trabalhar num projecto de Ecoeficiência

Reengenharia de Processos

Eco Inovação ou redesenho deprodutos

Revalorização desubrpodutos/resíduos

Novos Serviços/Repensar mer-cados

Ecoeficiência

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Regime da prevenção e controlo das emissões depoluentes para a atmosfera

Decreto-Lei nº 78/2004 de 3 de Abril

O presente regime veio fixar os principais objectivos einstrumentos apropriados à garantia da protecção do recursonatural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigaçõesdos operadores das instalações abrangidas, com vista a evitarou reduzir a níveis aceitáveis a poluição atmosférica originadanessas mesmas instalações.As actividades que são abrangidas pelo presente diploma legalsão todas as actividades de carácter industrial, de produção deelectricidade e ou de vapor, manutenção e reparação deveículos, pesquisa e exploração de massas minerais, instalaçõesde combustão integradas em estabelecimentos industriais,comerciais ou de serviços, entre os quais os de prestação decuidados de saúde, os de ensino e instituições do Estado,assim como as actividades de armazenagem de combustíveis. A actividade que mais tem sido surpreendida por acções defiscalização de entidades públicas, nomeadamente dasComissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e daInspecção Geral do Ambiente, coadjuvadas pelos Serviços deProtecção da Natureza e Ambiente da G.N.R., tem sido amanutenção e reparação automóvel.Acontece que a grande maioria das oficinas de manutenção ereparação automóvel no nosso país dispõem de uma estufa depintura ou instalação semelhante, sem que esta esteja devidamenteautorizada ou licenciada, e que a estas estejam a ser efectuadasmonitorizações das respectivas emissões gasosas. O cumprimento destas exigências legais são da inteiraresponsabilidade dos operadores!Quanto ao autocontrolo das emissões sujeitas a valores limitede emissão (VLE), o Decreto-Lei nº 78/2004 de 3 de Abrilestabelece no seu artigo 18º que este é obrigatório e daresponsabilidade do operador, devendo ser efectuado nostermos fixados na respectiva autorização ou licença da instalação,mas sempre no respeito pelas disposições constantes dorespectivo diploma legal ou de acordo com o estipulado nosartigos 19.º a 22.º.Em termos práticos, as estufas de pintura ou instalaçõessemelhantes deverão ser sujeitas a uma monitorização pontual,a realizar duas vezes em cada ano civil, com um intervalo mínimode dois meses. Existem evidentemente algumas excepções àpresente regra, sendo a mais relevante aquela em que ooperador se poderá encontrar dispensado da monitorização,caso a sua instalação funcione menos de 25 dias por ano oupor um período anual inferior a quinhentas horas.Chama-se à atenção para o facto da dispensa de monitorizaçãosó produzir efeitos após a comunicação à CCDR competentepor parte do operador, de que as fontes pontuais se encontramnas condições acima descritas, devendo aquele, no entanto,proceder à realização de pelo menos uma medição pontual.O operador encontra-se ainda obrigado a possuir um registoactualizado do número de horas de funcionamento e consumode combustível anual para todas as instalações.

Os resultados da monitorização pontual são sempre remetidosà CCDR competente num prazo de 60 dias seguidos contadosda data da sua realização.O incumprimento por parte dos operadores das obrigaçõesacima mencionadas constitui contra-ordenação grave, punívelcom coima de EUR 500 a EUR 3 700, no caso de pessoassingulares, e de EUR 5 000 a EUR 44 800, no caso de pessoascolectivas.Actualmente existem várias empresas que levam a cabo estegénero de serviços, efectuando o autocontrolo das emissõesgasosas, elaborando posteriormente um relatório.Caso seja este o seu caso, por favor, informe-se!

ESTUFAS DE PINTURA E EQUIPAMENTOS OU INSTALAÇÕESSEMELHANTES

LARRY DUREYAdvogado

O Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, veioestabelecer o regime das operações de gestão de resíduosresultantes de obras ou demolições de edifícios ou dederrocadas, abreviadamente designados por resíduos deconstrução e demolição (RCD), compreendendo a prevençãoe reutilização e as operações de recolha, transporte,armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminaçãodeste tipo de resíduos.O actual regime de transporte de resíduos, regulamentadopela Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio, tem reveladoalgum desajustamento em relação às especificidades dosector da construção. Neste contexto, numa lógica deadaptação ao sector e também de simplificação, desideratotransversal a todo o actual processo legislativo, o Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, prevê no seu artigo12.º a definição de uma guia específica para o transportede RCD, a aprovar por portaria do membro do Governoresponsável pela área do ambiente.Assim:Ao abrigo do n.º 2 do artigo 12.º do Decreto -Lei n.º 46/2008,de 12 de Março, manda o Governo, pelo Ministro doAmbiente, do Ordenamento do Território e doDesenvolvimento Regional, o seguinte:1 - O transporte de resíduos de construção e demolição

(RCD) deve ser acompanhado de guias de acompanhamentode resíduos, cujos modelos constam dos anexos I e IIà presente portaria, da qual fazem parte integrante.

2 - O modelo constante do anexo I deve acompanhar otransporte de RCD provenientes de um único produtorou detentor, podendo constar de uma mesma guia oregisto do transporte de mais do que um movimentode resíduos.

3 - O modelo constante do anexo II deve acompanhar otransporte de RCD provenientes de mais do que umprodutor ou detentor.

(extracto da Portaria 417/2008. Fonte: INCM )

Para informações mais detalhadas não hesite contactar oDepartamento Técnico da APAMB.

NOVO REGIME PARA OSRESÍDUOS DE CONSTRUÇÃOE DEMOLIÇÃO...

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Ribeiro & Filhos, Lda.

Dá gosto visitar as novas instalações do nosso associadono Parque Industrial do Feijó.Fruto de um grande investimento está montada esta uni-dade de reparação e manutenção automóvel com todos osrequisitos que lhe são exigíveis. Nada foi esquecido ou dei-xado ao acaso!Podemos associar-nos em muito a este exemplo uma vez quea APAMB contribuiu para que não existissem dúvidas porparte deste profissional para arrancar com a actividade.O resto, as fotografias falam por si...

ASSOCIADOS REFERÊNCIA

Infelizmente ainda é possível ver verdadeiros atentados navia pública.A fotografia que publicamos foi tirada em finais de Junhonum parque industrial e foi objecto de denúncia por parteda APAMB às autoridades. É que a escassos metros está umassociado de reparação e manutenção automóvel, quenada tem a ver com esta situação, e que pode vir a serincomodado pelas entidades fiscalizadoras.

MAU EXEMPLO

A Socorsul – Comércio e Revalorizaçãode Embalagens, Lda., fundada em 12 de Maio de1986, para continuar e desenvolver a actividade comerciale industrial, iniciada pelo seu sócio gerente AnselmoGaspar em Outubro de 1980, norteando os seus objectivospara vectores de mercado que contribuem para uma melhore eficaz protecção do meio ambiente e uma ajudasaudável na economia do País, sendo que a reciclagem ea recuperação evita a importação ou exploração denovas matérias primas, o que significa uma grandepoupança de divisas aoscofres públicos e um menorcusto das embalagens quandoreutilizadas.A Socorsul tem sabido aolongo da sua existênciapercorrer um trajecto decrescente desenvolvimentoapoiado em honestidade ecompetência, lealdade eclareza, confiança e qualidade,poder de resposta e tecnologiaadequada à resolução dosproblemas dos seus clientes,procurando idealizar semprea melhor solução para quetudo se torne mais simples eeficiente, contando actualmentecom um ficheiro superior a900 clientes e dedicandoespecial atenção aos cuidados ambientais, uma vez que asembalagens até chegarem à Socorsul são consideradasum resíduo, deixando de o ser com as operações introduzidas,permitindo ainda concentrar os remanescentes residuais vindos noseu interior, de forma a possibilitar o seu encaminhamento legalpara empresaslicenciadas eespecializadas,o que nos per-mite ter umaposição deliderança nos e c t o r d arecuperação ereciclagem deemba l agen sindustriais.

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NOTÍCIASTIAGO GONÇALVES

CUMPRE-SE APOSTA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

Em 2009, Portugal já terá atingido a meta definida pelaComissão Europeia em relação às energias renováveis. Aaposta não ficará por aqui e já se vislumbra novo objectivo:em 2020, os órgãos comunitários pretendem que as fontesalternativas produzam 20% da energia consumida nosEstados-membros. Recentemente, durante um debateparlamentar, o Primeiro-ministro José Sócrates anunciou, noâmbito do plano de eficiência energética, que Portugal iráreduzir em 10%, até 2015, o consumo de energia.

Fontes: Jornais “Público” e “Diário de Notícias; site “ Ambienteonline.pt “

MERCADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS

PERIGOSOS REGISTA CRESCIMENTO

No último ano, Portugal viu o seu mercado de gestão deresíduos perigosos apresentar um volume de 132 milhõesde euros, tendo aumentado mais de 20% em relação a2006. O estudo, relativo a 2007, é da autoria da consultoraespanhola DBK. Os responsáveis da empresa afirmam queo mercado, em consequência da produção de legislação,revelou grande dinamismo. Prevê-se ainda um crescimentode 15ª em relação ao biénio 2008/2009, existindo aperspectiva de se alcançar, no próximo ano, um volume de180 milhões de euros.

PORTUGAL ULTRAPASSA LIMITES DE QUIOTO

Segundo dados avançados pela Convenção das NaçõesUnidas sobre as Alterações Climáticas, Portugal não cumpriuos objectivos traçados pelo Protocolo de Quioto relativamenteà emissão de gases de efeito estufa. Em relação a 1990, asemissões subiram 40%, estando o limite exigido fixado nos27%.A Quercus (Associação Nacional de Conservação daNatureza) afirma que esta situação revela uma enormedificuldade em implementar as medidas previstas no ProgramaNacional para as Alterações Climáticas, principalmente aonível do transporte rodoviário.

ENERGIA SOLAR: OS PROBLEMAS

DA ESCALA DE PRODUÇÃO

A escala de produção do solar fotovoltaico é apontadacomo o grande dilema no aproveitamento de energiasolar. Quem o refere é António Sá da Costa, presidente daAssociação de Energias Renováveis, afirmando que «aaposta na vertente fotovoltaica não deve ser feita emprojectos de grande escala, da mesma maneira que abicicleta não dá para ser um transporte de massas».Portugal é um dos países mais ricos no plano da energiasolar, beneficiando, por ano, de um número entre 1800 e3100 horas de sol. Por cá, o investimento no fotovoltaicoronda os 600 milhões de Euros.O futuro dos projectos de energia solar passará, segundoa Sociedade Portuguesa de Energia Solar, pela muitopequena, pequena e média dimensão. O seu presidente,Nuno Ribeiro da Silva, estabelece mesmo um curiosoparalelismo: «É negativo e contraproducente investirmosem projectos megacentralistas. Não faz sentido praticaruma cultura intensiva de painéis solares. É como termosum mono, um elefante perdido num monte alentejano».