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quinta-feira Ano II Número 251 31 de julho de 2008 JORNAL GRATUITO Portugal PUB PUB Edição especial Para o seu Verão prepará- mos duas edições com con- teúdos diferentes: a primei- ra é esta que tem nas mãos, a segunda estará consigo a 14 de Agosto. Boas férias! >Entrevista Uma conversa com António Barreto >Dossier Férias alternativas para além do mar >Desporto Pequim 2008: os atletas e o calendário 14» >Descobrir Festas e restaurantes na praia 15» >Hollywood As estrelas e os filmes que aí vêm 18» >Roteiro Espectáculos que animam este Verão 20» Festejar Agosto Director: Sérgio H. Coimbra GETTYIMAGES

Meia Hora

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Edição n.º 21 (Ano II, n.º 251), 31 de Julho de 2008. Site do Instituto Superior Miguel Torga: www.ismt.pt Visite outros sítios de Dinis Manuel Alves em www.mediatico.com.pt , www.slideshare.net/dmpa, www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/discover747 , http://www.youtube.com/camarafixa, , http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2 e em www.mogulus.com/otalcanal Ainda: http://www.mediatico.com.pt/diasdecoimbra/ , http://www.mediatico.com.pt/redor/ , http://www.mediatico.com.pt/fe/ , http://www.mediatico.com.pt/fitas/ , http://www.mediatico.com.pt/redor2/, http://www.mediatico.com.pt/foto/yr2.htm , http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/foto/index.htm , http://www.mediatico.com.pt/luanda/ , http://www.biblioteca2.fcpages.com/nimas/intro.html

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quinta-feiraAno II Número251

31de julhode2008

JORNALGRATUITO

Portugal

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Edição especialPara o seuVerão prepará-mos duas edições comcon-teúdos diferentes: a primei-ra é esta que temnasmãos,a segunda estará consigoa 14 deAgosto.Boas férias!

>EntrevistaUmaconversa comAntónio Barreto 2»

>DossierFérias alternativas para alémdomar 7»

>DesportoPequim2008: os atletas e o calendário 14»

>DescobrirFestas e restaurantes na praia 15»

>HollywoodAsestrelas e os filmes que aívêm18»

>RoteiroEspectáculos que animameste Verão 20»

Festejar Agosto

Director:SérgioH.Coimbra

GETTYIMAGES

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quinta-feira31deJulhode200802 l Meia Hora

Vê-se logo que é um homem que leva as coisas natural-mente a sério. A sério porque chegou às 12h30, precisa-mente à hora combinada – o que pode estar relacionado

com uns anos passados na Suíça, mas inclino-me mais para ofacto de compreender que o tradicional atraso português podenão passar por alguns. Naturalmente porque entrou com aque-le ar descontraído, sobre um altura de cerca de dois metros,calças de caqui, pólo e mochila ao ombro, como quem vai sen-tar-se a ler um livro à sombra dos seus jacarandás.

Falemos de Portugal. Há por cá coisas boas?Há. Por exemplo, a floresta. Digamos que estamos a negligen-ciar a floresta, seja na produção, com os incêndios, ao não re-palantar. Já pensou que Portugal tem 60% da produção de cor-tiça do mundo mas não tem um instituto da cortiça nem umorganismo do estudo da cortiça? Actualmente há duas pragas,no Alentejo sobretudo, que estão a matar um certo tipo de so-breiros e de azinheiras. Isto é importante e praticamente nin-guém estuda o assunto... E temos agora o bicho no pinheiroque está a afectar um certo tipo de árvores. Aqui, entre nós

que temos uma das maiores manchas de pinheiros da Europa,uma variadade de pinheiros muito interesante do ponto devista ecológico, botânico, ciêntifico, cultural. E pronto, está tu-do a acabar.

Ainda temos o azeite.Pois. Agora os espanhóis andaram ai a cheirar e disseram “ehpá!” e compraram tudo o que havia para comprar, juntaram-se, têm propriedades de milhares de hectares, produzem paraPortugal, para Espanha, para o mundo inteiro. Não sou nacio-nalista – é bom que produza a partir de cá, não quero saber sechegam da Galiza ou do Zimbabwe, o que quero é que o meupaís aproveite melhor o que tem, o que a natureza lhe deu, oque Deus lhe deu. Há muita coisa que se pode fazer. Toda afloresta... Olhe, alguns dos nossos arbustos, por exemplo, sãoóptimos para as essências, para a indústria milionária dosperfumes. A agricultura é que não dá nada. O nosso clima émuito mau porque é muito irregular: tem chuva a mais, calora mais, tem secura a mais e humidade a mais, tudo a mais. Aúnica regularidade do clima português é ser irregular. >>

António Barreto

“São os estrangeirosque trazem evolução”

PORSÉRGIOH.COIMBRAFOTOGRAFIASDELUÍSANICETO

>Almoçar com...

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quinta-feira31deJulhode200804 l Meia Hora

>> O que vejo no Alentejo, a região que tal-vez conheçamelhor, é que as pessoas quelá vivem podemusar telemóvel ou até terum filho com computador, mas não sabemo que são as novas tecnologias e, aomes-mo tempo, os campos estão ao abandono.Pois é. Eles depois vão servir para os cafésou para a indústria ou fogem para as cida-des. Portanto, nem apostamos na agricultu-ra nem conseguimos colocar estas pessoasem áreas mais desenvolvidas. E há uma po-pulação envelhecida, analfabeta. A maiorparte do dinheiro que vem para a agricultu-ra – e vem muito dinheiro – não é para aagricultura, é ao abrigo das coisas agrícolas.Pagou-se pensões, reformas, etc à custa dodinheiro para desenvolver a agricultura.

Pois, a agricultura. Qual?Mais uma vez foram os estrangeiros quevieram trazer tudo. Há um subaproveita-mente dos recursos. Não temos clima, nãotemos chuva mas podemos fornecer a Euro-pa em certos períodos fora de época porquetemos fruta, alfaces. Há alguns casos de em-presários cultos, a maior parte estrangeiros,que se instalam num pouco de terra e pro-duzem kiwi, maracujá e coisas assim. Masantes de começarem a plantar tratam domais importante: do circuito comercial. Umdos grandes agricultores do Alentejo é umdinamarquês. Ele não estava apaixonadopor Portugal, mas por uma senhora que que-ria viver cá. Fui falar com ele, disse-me quetinha encontrado o paraíso e em 15 anos pro-duz um dos melhores vinhos portugueses,exporta 70% e agora exporta 80% do azeiteque também produz. Não percebe por que éque os portugueses não fazem todos assim.Claro, trata o seu campo com a mais avança-da ciência e técnica. São os estrangeiros quetrazem evolução.

E nas pescas o panorama é idêntico.O mar é uma é uma fonte inesgotável sevocê pensar em tudo o que está directa ouindirectamente ligado ao mar: energia, re-cursos biológicos e botânicos. Mas passa-seo mesmo que na agricultura. Tudo isso su-gere investigação científica, laboratórios,cursos universitários e nós não fazemos es-sa aposta.

Como é que estamos no ensino universitá-rio e na investigação?Não queria que se pensasse que existe umacoisa chamada vocação universitária portu-guesa, isso não existe. Há vocações. A vo-cação principal é desenvolver a ciência, pro-curar saber, ensinar as pessoas a pensar, en-sinar as pessoas a pensar com método comrigor. Um dos meios é a investigação e o ou-tro é o ensino. A partir deste conceito verifi-ca-se que não há uma única universidadeportuguesa. Sei de algumas que estão naAmérica e na Alemanha, que são verdadei-ros pólos de criatividade universal, nas tec-nologias, na ciência. Mas também não é pre-ciso que sejamos todos universitários. Po-díamos ter institutos técnicos, como as anti-

gas escolas técnicas. Por exemplo, na Ale-manha de hoje um engenheiro do politécni-co ganha mais do que um engenheiro uni-versitário porque é mais procurado pelasempresas; um engenheiro universitário é soconversa teórica. Também queria dizer quesou defensor da autonomia da universidade:cada universidade faria a sua carta demissão e estabeleceria as suas vocações e osseus objectivos. Deve ser a universidade afazê-lo porque é mais qualificada intelectuale tecnicamente. E fazê-lo com uma in-tenção: cumprir as prioridades que o Estadoestabelece.

Onde é que situa o País nomundo? Somoseuropeus? Atlantistas? Africanistas?Acho que nos faz bem sermos um poucomais europeus, comparado com o passado.Até simpatizo com a versão um bocadinhoerrante dos portugueses como europeus,gosto mais de ver os portugueses interessa-dos no Mediterrâneo, em África.

Anossa pequenez traz vantagens?Quantas vezes somos apreciados porquenão somos uma ameaça. Os incovenientesde sermos muito pequenos é que não pode-mos dar aquilo que os outros querem: Ango-la, o Brasil têm mais vantagens por causa dopoder económico, do petróleo. Mas, real-mente, temos de aprender a tirar partido desermos pequenos.

Depois ainda há a língua portuguesa.Não sou nacionalista mas defendo a acei-tação do carácter dos povos e das nações. Alíngua é uma das marcas mas não tem de terqualquer regularidade. Quase todos os por-tugueses falam uma língua estrangeira eainda há a rádio, a televisão e há os outrospovos que também falam português. Cadaum fala como quer. O Acordo Ortográfico étotalmente inútil.

Ainda não percebi bem esses acordos,tenho de confessar.Muitas pessoas dizem que se não fizermosum acordo o português do Brasil continua aevoluir sozinho, por sua conta, arriscando--se a ser cada vez mais diferente do nossoportuguês. E isso permite que os moçambi-canos e angolanos falem outro português,em vez do português de Portugal ou do Bra-sil. Se não fosse as telenovelas, o portuguêsainda era hoje uma língua mais fechada,mais morta, uma coisa nunca vista num paísque viajou. >>

>Entrevista a António Barreto

“Cada um falacomo quer.O Acordo é inútil”

RestauranteClubedos JornalistasRuadasTrinas, 129 /Lisboa

Tel: 213977 138Abertodas 12h00às02h00

O nosso almoçoDois couverts, bacalhau assado combatatas,

salmãocomarroz selvagem, dois coposde vinhobranco, duas laranjas, dois cafés

Total €44,50

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Alguma vidaAntónio Miguel de Morais Barretonasceu no Porto, em 1942

Foi novoparaVila Real, ondeviveuatéà conclusãodoensino secun-dário. Frequentoudepois aUniver-sidadedeCoimbra – cidadeondeviria a tornar-semilitantedoPar-tidoComunistaPortuguês –quedeixou em1963para seexilarnaSuíça (na fotografia, na cidadefrancesadeHandayeapós tercru-zadoclandestinamenteapenínsuladecomboio. “Aminhaprimeira fotoem liberdade”, diz). Licenciou-seemSociologia naUniversidadedeGenebra. Foi investigadordaUniversidadeCatólicaPortuguesa,bemcomodo InstitutodePesqui-sas dasNaçõesUnidaspara oDe-senvolvimentoSocial emembrodoconselhodeadministraçãodo Ins-titutoNacional deEstatística.Acarreira política, iniciada noPCP,

avança em1974para oPartidoSocialista: foi deputadonaAssembleiaConstituinte enaAssembleia daRepública, secretá-rio deEstadodoComércioExterno,ministrodoComércio edoTurismoeministrodaAgricultura ePescasdo IGover-noConstitucional. Hojeé investiga-dorprincipal do Ins-titutodeCiênciasSociais daUni-versidadedeLisboa eprofessorcatedráticoconvidadoda Facul-dadedeDireitodaUniversidadeNova. Entreoutraspaixões, umaéenorme: a fotografia. Deváriasobras, destacadois livros sobreoseuDouro, rio agora nocentrodeumfilmeque realiza comJoanaPontes, amesmoprodutora que fezcomAntónioBarretoo famoso‘Portugal, UmRetratoSocial’, para

>> Há uma identidade portuguesa?Há-de haver. Mas não percebi aquela cam-panha publicitária que fizeram, com cartazescom jogadores de futebol e cantoras. Pagarama um fotógrafo inglês ou irlandês milhões parafazer aquilo, uma fortuna colossal...

Nem se percebia os anúncios...Nem percebo a campanha. Aquilo é o quefazem no terceiro mundo os países novos queestão a tentar mostrar que existem. Nunca viem lado algum outro país dos antigos a fazerdessas campanhas [de identidade].

Há outro aspecto: a insegurança. Parece quenão acreditamos que somos capazes defazer, que não conseguimos sair do buraco eportanto não vale a pena tentar.Já perdi horas a reflectir e a meditar sobreisso. Não acredito muito nessa ideia de que osportugueses são, colectivamente, pessimistas.Mas olhando para a rua, é verdade que descu-bro um grau de insatisfação ou de queixumeou frustação superior ao dos restantes países.Tudo isso são atitudes muito inseguras. Agra-deço, se mencionar esta parte da entrevista,

que sublinhe que não tenho a certeza de nadado que vou dizer.

Naturalmente.Bem, sinto de facto essa insegurança e pensoque há dois factores que podem explicar. pri-meiro, nos últimos 100 anos temos sido bom-bardeados com as glórias dos Descobrimen-tos. Isso pode ser uma fonte de algum descon-forto porque agora não descobrimos nada.Há-de reparar que desde o séc. XVIII que sefala, em Portugal, da falta de desenvolvimentoe do atraso. Primeiro, simplesmente com o es-tado da economia, depois no séc. XIX, tudoera pretexto para sublinhar o atraso portu-guês: não tinha minas, nem ferro, nem electri-cidade, nem dinheiro.

E o segundo aspecto?É já uma coisa do séc. XX. Esse Portugal anti-go começou a mudar, sobretudo com a tele-visão. Quando a televisão chegou a Inglaterra,70% das pessoas já sabia ler; quando chegou aPortugal, o analfabetismo era de 90%! Portan-to, a televisão começou a mostrar cada vezmais coisas que se passavam lá fora e de re-

>Entrevista a António Barreto

“Lamento nãoter ficado com aquinta da família”

pente as pessoas tiveram de dar um salto de 30anos. A partir dos anos 70, 80, 90, os portu-gueses sabem tudo o que se passa no mundo.Sai o iPod nos Estados Unidos e em Portugaljá se sabe; aparelhos médicos caríssimos quese inventa em Estocolmo no dia seguinte sabe-mos que existem. O que é que isto quer dizer?Portugal tem o mesmo grau de aspirações e deexpectativas dos noruegueses, suíços e ingle-ses, mas não tem nem metade da capacidadede organização ou do poder de aquisição. Issoé uma coisa terrível!

Pois...A malta pensa: “Então há um iPod e eu nãoconsigo ter um?” Ou fazer uma operação àscataratas?! É gente que não tem os carros quequeria ter ou as férias que gostaria de ter. Issogera um queixume permanente, uma espéciede lamúria constante.

Qual é o lugarmais bonito de Portugal?O único, o mais... não existe.

Então diga três.São Salvador do Mundo [Douro], Cabo Espichel,Gerês e um lugar para você um dia descobrir:Fisgas de Ermelo. Sabe onde é? Fica o desafio.

[Fisgas de Ermelo fica na Serra do Alvão]Nada nos Açores?!O Pico.

O Pico?! É realmente um homemque gostade lugares isolados. Esteve emigrado e osemigrantes têm aquela coisa de não saberbem qual o seu lugar.Houve uma vez ou duas que me apeteceu emi-grar de novo. Lembro-me de pensar “semprevivi lá fora, por que é que agora tenho de ficaraqui?” Agora não, porque aqui conheço os can-tos à casa, é mais cómodo.

Tem saudades de algo em particular?O que lamento mais na vida – vou contar-lheuma coisa muito pessoal – é não ter ficado coma quinta da família [no Douro], que pertencia amuita gente e depois com as partilhas, quem éque fica com o quê, quem é que paga as tornas,vendeu-se a quinta e hoje estou arrependidíssi-mo de não ter uma casa e um pedaço de terrano Douro.

Quer ter um pedaço de terra?O que estava a tentar dizer, porque não façonenhum romance com a terra, é que ando àprocura de raízes.

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que lhe propomos para ummerecido descanso.

Esqueça o bronze e partanuma viagem de autoconhe-cimento. Perca-se num dosvários retiros que apresenta-mos e dedique-se à medita-ção, à oração ou ao ioga. Como azul do mar como pano defundo ou embrenhado nasmontanhas, experimente fi-carmaispróximodeDeus,da

Aproveite este Verão para sedeixar ir para lá das ondasdomar e da areia da praia.Faça outro caminho comas estrelas, para libertaro espírito e lavar a alma

>Verão alternativo

Praia? Claro. Mas oresto não é paisagem

As férias estão aí e a pa-lavra de ordem é ape-nas uma: relaxar. Siga

as nossas sugestões e fuja dorebuliço das concorridaspraias do costume – onde ostress adopta outro estilo –optando pelas alternativas

POR:CRISTINAESPADA,MARIANOBRE,MARGARIDACASEIROERAQUELMADUREIRA

natureza ou, mais importan-te, de si mesmo.

Renda-se.Os locais que su-gerimosestãoabertosatodos,independentemente do cre-do. Se ainda não estiver pre-paradoparaestetipodeexpe-riência, os vários cursos quelhe propomos poderão ser oprimeiro passo para lhe abrirnovoshorizontes.Sejaatravés

>Retiro de Silêncio

Estácansadodostressdodia--a-dia e da azáfama do traba-lho? Nada melhor do que umrefúgio no cenário idílico dafamosaSerradaFreita, no ex-tremosudestedoconcelhode

>CasadaSenhoradaMóSerra da Freita – Arouca22 a 29 deAgostoInscrições abertas até 11deAgostoBANYAN:Oficina dasArtes doOriente, Rua doTaxa, nº 38, BragaTelefone: 969 762055

da arte japonesa dos arranjosflorais, do reiki ou do conhe-cimento das suas vidas passa-das, garantimos uma expe-riência única.

Se preferir, pode ainda ren-der-seàmúsica,envoltopelasmuralhas medievais de Óbi-dos ou numa viagem ao cora-çãodeMarrocos.NesteVerãonão seja mais um turista. Sejaum explorador do espírito.

>Universo orientalCinco noites para ouvir ossons e apreciar os objectos esabores de Marraquexe, umacidadeencantadaedeencan-tar. Numa viagem inesquecí-vel até ao coração de Marro-cos, as Noites de Marraquexevão proporcionar a partir deamanhãmuitaanimação,mú-sica, dançade ventre, caligra-fia árabe, artesanato e gastro-nomia. Nestas noites temáti-cas, destaca-se ainda a pre-sença de malabaristas e deum faquir.

>Noites deMarraquexePalácio de Cristal – Porto1 a 5 deAgosto, das 18h00 às02h00 nos Jardins do Palácio deCristal, Porto – Entrada livreRua DomManuel IIContacto: 225 430 360

>Desporto e paz interiorO ioga e o surfsão uma ópti-ma forma de recuperar ener-gias. Agora imagine que ospode juntar num só, fazendoum retiro de cinco dias pelaCosta Vicentina. De manhã eao fim do dia dedique-se àprática de ioga, com as maisbelas e bucólicas paisagenscomo pano de fundo. Depois,é claro, pratique surf até àexaustão, navegando peloAtlântico. Quanto ao aloja-mento, o que esta sugestãoaconselha é acampar.

>Retiro Surf & YogaEntre Praia da AmoreiraeMonte Clérigo – AlentejoSite: http://www.surfalgarve.comPacotesde5dias:€675porpessoa(inclui alojamentoempensãocomple-ta, aulasematerialdesurf, ioga,etc)

Arouca. Se não tem medo deexperimentar o silêncio e dese entregar à simplicidade e àpaz do ar da montanha, tireuns dias para relaxar a 1085metros de altitude, onde po-derá ainda apreciar duasatracçõesnaturais:aquedadeágua da Frecha da Mizarela eas Pedras Parideiras. Junte-seaos habitués destas aventu-ras, naquele que será o 15º re-tiro de silêncio por terrasarouquenses.

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>Música

Uma boa música faz maravi-lhas pelo estado de espírito.Em Óbidos pode deliciar-seaos sons de piano, uma vezque vai decorrer na vila a XIIISemana Internacional de Pia-

>Semana Internacionalde Piano de ÓbidosVila de Óbidos – OesteAté 5 deAgosto, às 21h00Auditório Casa daMúsica€5 por pessoaSite: http://www.cm-obidos.pt

no. Se está a passar férias nazonadoOestenãohesiteepre-senteie os seus sentidos comestas melodias. Assim sendo,hojemesmopodeouvirumre-cital de canto e piano a cargode Armando Possante e LuizaGama Santos. E até dia 4 deAgostopodeaindaouvirJorgeLuísPrats,PaulBaduraSkoda,HelenaRochav.OertzeneNa-táliaMarguliseAlissaMargu-lis,noviolonceloeviolino,res-pectivamente.

>SentidosOs espaços verdes de Serral-ves acolhem nesta estaçãoquente diversas actividadesdestinadas à família ou sim-plesmenteaquemquiserdes-contrair. No Jardim de Aro-mas, as plantas aromáticasdão o mote paraexperiênciasde extracção de cores e sabo-res – um programa que abreportas à biodiversidade doParque de Serralves traduzi-daem passeios que exploramos diferentes sentidos, chei-ros e texturas.

>Percursos no Parquee Jardim de AromasJardim de Serralves – PortoAté 30 de SetembroSábados das 15h00 às 18h00Domingos às 11h00Jardins de Serralves

>O despertar da mente

Comostressdotrabalhomui-tasvezesprecisamosdereser-varummomento para a refle-xão. Além das várias casas deretiro disponíveis, os jesuítasdisponibilizam exercícios es-pirituais para todos, onde

>Exercícios EspirituaisVila Verde –Minho16 deAgostoCasa da TorreTelefone: 253 310 0100Site: http://www.samaritano.infoPreço: €10,00

Meditação

Próxima das Caldas de Mon-chique, esta é uma casa demeditaçãoqueapostanosbe-nefíciosdosprazeressimples.Afastada das confusões dasgrandescidades,aCasaKaru-na procura ajudar os hóspe-des numa introspecção pes-soal, através da meditação.Disponibilizaactividades co-mo o ioga, massagens, acu-punctura, homeopatia, astro-logia e métodos índios natu-rais.Alémdacasa, temumes-paço para campistas, sauna euma nascente de água.

>Casa KarunaMonchique – AlgarveAberta a gruposResponsável: Dr. BalkrishnaTelefone: 282 912 784Site: http://www.portugalalgar-ve.net/karuna_p.htm

>Limpar o corpo

Com a Barragem da BravuranohorizonteeaspraiasdeLa-gos a dois passos, aqui o re-pouso,aliadoàsterapiasholís-ticas, é garantido. Mas aquiloquedistingueesterefúgiodosoutroséoprogramadedesin-toxicação do organismo e li-bertação da mente. Trata-sede uma dieta à base de jejuns,sumoseinfusõesesporádicas,aliada à prática de ioga, medi-tação, massagens e sauna, cu-josefeitossereflectemaosní-veis físico, mental, emocionale espiritual. Com duração va-riávelentreumaeduassema-nas,emalojamentoindividualou partilhado, o programa dedesintoxicação tem como ob-jectivo reabilitar o corpo e amente. Afinal, corpo sano,mente sana.

>Moinhos VelhosLagos – AlgarveProgramas semanais e quinzenaisPreço: de €1.375 a €3.100Telefone: 282 687 147Site:http://www.moinhos-velhos.com

>Vidas Passadas

Se sofre de fobias, tem víciosou lhe é difícil relacionar-secomosoutros,viajaratéàsuavida anterior pode ajudá-lo.Dividido em dois dias, o cur-so de Terapia de Vidas Passa-das ensina os princípios teó-ricosepráticosdecomofazerestaterapia.Opreçoincluial-moço e lanche. As inscriçõesestão abertas até ao início dasemana do curso.

>Curso de TerapiaFaro – Algarve9 e 10 de Agosto, das 10h00 às18h00 Centro Tibetano – EspaçoHimalaias R. Ataíde de Oliveira, nº79, r/c Tlf: 289 827 822/ 961 624490 Preço: €140,00

>Na calma do oceano

Quando se procura calma eem terra não se encontra, omelhor mesmo é dar umgrande mergulho no mar. O

>MergulhoPeniche – OesteBaptismo deMergulho (1 dia)FunpolisTelefone: 262 184593Site: http://www.funpolis.comPreço: €110,00

que lhe propomos é um bap-tismo de mergulho, onde pri-meiro mergulha na piscina esódepoisnomar(senuncati-ver mergulhado). Primeirotem um aula prática e só de-pois pode passar à acção. Na-dar entre peixes e ouvir nadamais do que o barulho rela-xante dos oceanos pode serum exercício muito pacifica-dor.

pode experimentar a oração eo discernimento ensinados epraticados segundo o métodode Santo Inácio de Loyola.Além de exercícios para osmais inexperientes, tambémhá para os consagrados.

>Arte floral>Curso de IkebanaRio deMouro – SintraQuartas-feiras, às 14h30Preço: €80 pormêsTambémworkshops pormarcaçãoTelefone: 210 191717Site: http://www.ikiru.pt

> Reiki>Universo AtmaSaldanha – LisboaCurso de Iniciação ao Reiki10h30 até às 18h00, comuma horapara almoçoContacto: AnaMota 962 257465Preço: €150,00

Esta terapia de origem japo-nesarevitalizaocorpoemen-te.Comumsimplestoquedasmãos restabelece-se o equilí-brio vital e elimina-se doen-ças. No curso pode aprendertudosobreasorigens,concei-to e princípios do Reiki. Cla-ro que ameditação e o estudodos Chakras não são esqueci-dos, assim como técnicas deautotratamento e de trata-mento a outros. Esta é, comcerteza, uma óptima opçãopara renovar energias.

Desengane-se quem pensaque se trata apenas de encherum vaso com flores. O Ikeba-na é uma forma de arte disci-plinada,ondeoarranjofloraléum ser vivo que reúne o serhumano com a natureza. Nas-cidonaChinahá12séculos,foilevado para o Japão onde, du-rantemuitotempo,foiumpri-vilégio de nobres e samurais,que relaxavam entre batalhas

montando delicados arranjosflorais.AindahojeapráticadoIkebanaservepararelaxar,aju-dandoospraticantesavivernomomento e a apreciar as coi-sas da natureza que antes pa-reciam insignificantes.

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> Principais figuras a observar

>Haile GebrselassieEtiópiaAtletismo

Oetíopetem35anose jávenceuos10milmetrosolímpicosporduasvezes.EmPequimvaiabdicardamara-tonapara fazerasuaprovadeeleição.

>Michael PhelpsEstados Unidos da AméricaNatação

ÉconsideradooherdeironaturaldolendárioMarkSpitz.Em2004ganhouoitomedalhas.Agora,Phelpsquerbaterorecordecomoitodeouro.

>Jeannie LongoFrançaCiclismo

Aos 49 anos, Longo é a atletamaisvelha a competir emPequim. Vaialcançar a sétima participação namaior prova desportiva da nova era.

>Pequim 2008

Os XXIX Jogos Olímpi-cosdaEraModernaco-meçam para a semana

em Pequim. Antes mesmo doinício–marcadoparaas08h08do dia 8 do mês 8 do ano de2008(o8édefinitivamenteumnúmero de sorte para os ladosda China) – os jogos da capitalchinesa já ultrapassaram tudoo que antes se viu no maiorevento desportivo do mundo.

OsJogosOlímpicosdePequimserãoosmaiscarosdaHistória.Aestimativamaisalta,daAsso-ciaçãodePesquisaOlímpicadePequim, aponta para 26,315 milmilhões de euros – valor ape-nas publicado na imprensa es-trangeiraenuncadivulgadonaChina.

População.Sendo a China opaís mais populoso do plane-ta, a organização dos Jogosconta com os milhões de chi-

neses para ajudar no que fornecessário e para apoiar aosseus atletas. Setenta e cincopor cento dos sete milhões debilhetes foram reservadospara o público chinês e ummês antes do prazo já todosestavam esgotados.

Atletas. São quase 10 500participantes, oriundos de204 países em 31 desportos,com um total de 302 eventos(165 provas masculinas, 127 fe-

mininas e 10 mistas). Há maisnove provas, incluindo duasde BMX, a nova disciplina dociclismo. Os três mil metrosobstáculos femininos serãodisputados pela primeira vezno atletismo olímpico. Comoparte dos eventos da natação,estreia-se os dez quilómetrosem águas abertas.

Substituição. Em algumasmodalidades há substituiçãode algumas provas: no ténis

de mesa será disputada a pro-va por equipas em vez de du-plas e na esgrima o florete e osabre feminino por equipasentrarão no lugar do floretepor equipas masculino e daespada por equipas feminino.

Aposta. A China apostouforte nos Jogos. Todo um paísjoga a sua evolução e moder-nidade no evento. O mundoestá atento e quer fazer parte.Let the Games begin!

A última grande pedaladaaté aos Jogos OlímpicosPOR:MAGALHÃ[email protected]

Amodernidade simbolizadapelo designdo logotipode

Pequim2008paredes-meiascomabicicleta, imagemdeumaChinamais tradicional

>Yao MingChinaBasquetebol

Aestrela dos Houston Rockets daNBA recuperou de uma lesão a tem-po de competir. É dos chinesesmaisconhecidos em todo o planeta.

>Usain BoltJamaicaAtletismo

Éaprincipal ameaça à armadanorte--americananos 100m.Afavor temorecordedomundo (9s72), alcançadoemMaiodeste ano.

>Yelena IsinbayevaRússiaAtletismo

Aprodígio russa detémo recorde domundo do salto em altura (5m03)e tem comoobjectivomelhorar orecorde olímpico de 2004 (4m91).

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>Calendário dos jogos

DESPORTO PORTUGUESES DIA 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24ABERTURA ENCERRAMENTO

Andebol 0 • • • • • • • • • • • • • • * *ATLETISMO 27 * * * * * * * * * *BADMINTON 2 • • • • • • * * *Basebol 0 • • • • • • • • *Basquetebol 0 • • • • • • • • • • • • • • * *Boxe 0 • • • • • • • • • • • • • * *CANOAGEM 4 • * • * • • • • * *CICLISMO 3 * * * * * * * * • * * *EQUESTRE 3 • • • * • * • • • * * *ESGRIMA 2 * * * * * * * * *Futebol 0 • • • • • • • • • • * • *GINÁSTICA 2 • • * * * * • * * * • • * *Halterofilismo 0 * * * * * * * * * *Hóquei emcampo 0 • • • • • • • • • • • • * *JUDO 5 * * * * * * *Luta livre 0 * * * * * * * *NATAÇÃO 10 • * * * * * * * * * *Natação sincronizada 0 • • * • *Pentatlomoderno 0 * *Polo aquático 0 • • • • • • • • • • • • * • *REMO 2 • • • • • • * *Saltos para a água 0 * * * * • • * • * • * • *Softbol 0 • • • • • • • • *TAEKWONDO 1 * * * *Ténis 0 • • • • • • * *TÉNISDEMESA 3 • • • • * * • • • * *TIRO 2 * * * * * * * * *TIROCOMARCO 1 • * * • • * *TRIATLO 3 * *VELA 8 • • • • • • • * * * * * *Voleibol 0 • • • • • • • • • • • • * * * *

Asmarcas assinaladas a• verde correspondemaos dias emque amodalidade temprovas de apuramento para as finais.Asmarcas * vermelhas indicamos dias emque são atribuídasmedalhas.

Os Jogos Olímpicos decorrem de 8 a 24 de Agosto, com excepçãodo futebol, que tem início dois dias antes. Portugal surge represen-tado emPequim em 16modalidades, destacadas a verde no calen-dário.

AFP/LUSA

Page 12: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode200812 l Meia Hora

“ParecechegadaahoradeFIFAeCOIajustaremregrasecalendários”

>Atletismo

O atleta nigeriano naturalizadoportuguês vai participar emPequim nos 100mnos 200meé uma dasmaiores esperançasnacionais, apesar dos resultadosrecentesmenos positivos.

>Francis ObikweluOnitscha – Nigéria29 anos (22/11/1978)Medalha de prata nos cemmetrosdos JO deAtenas, em 2004.

No século XV, Portugalpartiu à descoberta doOriente.Aambiçãodo

reiD. JoãoII levouoPaísade-linear uma estratégia paraconseguir monopolizar o co-mércio das especiarias semintermediários. Acabou porserD.ManuelIaconseguiral-cançar o objectivo de desco-brir o caminho marítimo paraa Índia, graças a Vasco daGama. Mais de 500 anos de-pois, é Vicente Moura, presi-

Portugal voltaà rota do Oriente

>PortugalEmPequim o País terá a quartamaior comitiva de sempre:78 atletas. Melhor sómesmo emAtenas 2004 (81), Barcelona 1992(101) e Atlanta 1996 (107)

POR:RUI [email protected]

A9de Julho a equipa olímpicaportuguesa que irá competir

em 17modalidades diferentesfoi recebida no Palácio deBelémpor Cavaco Silva

LUÍSANICETO

>Pequim 2008

>Triatlo

Dominadora no triatlo nos últi-mos anos, desiludiu no últimoMundial emVancouver (10ªclassificada). É filha do antigociclista Venceslau Fernandes.

>Vanessa FernandesVila Nova de Gaia22 anos (14/09/1985)Campeã da Europa em título,conquistado em Lisboa em2008.

>Judo

Apreparação para Pequim foiafectada por uma lesão,masainda assim a judoca apontapara um lugar nas três primeirasna categoria de -52kg.

>Telma MonteiroAlmada22 anos (27/12/1985)Campeã da Europa em -52kgemBelgrado, em 2007.

>Atletismo

Amenos de ummês de Pequim,fixou o recorde nacional em7m04e igualou amelhormarcado ano. Surge na China numexcelentemomento de forma.

>Naide GomesS. Tomé – S. Tomé e Príncipe28 anos (20/11/1979)Recorde nacional do comprimentoemelhormarca do ano (7m04).

>Atletismo

Após ter deixado o comprimen-to, tem conseguidomelhoresresultados no triplo salto.Repetir o resultado deOsakaseria ouro sobre azul.

>Nélson ÉvoraAbidjan – Costa do Marfim24anos (20/04/1984)Campeão domundo do triplo saltoemOsaka 2007, com 17m27.

dentemente domérito dadecisão.Por força daCartaOlímpica,os critérios de admissão dosatletas aos JogosOlímpicossão estabelecidos pelas fede-rações desportivas internacio-nais e aprovados peloCIO.Assim sendo, a FIFA temodireito de, através dos seusórgãos e regulamentos, regera elegibilidade dos futebolis-tas para os JO. De igualmodo,a FIFA temautonomia para, norespeito pelo direito aplicável,definir os critérios de cedênciaobrigatória de futebolistas

pelos clubes às selecçõesnacionais. Todavia, a lógicaregulamentadora tem-serevelado restritiva e discrimi-natória: apenas três futebolis-tas commais de 23 anos sãoelegíveis, sendoque de 1992 a1996o futebol nos JO foi sósub-23. Assim, no rei doseventos desportivos o despor-to-rei não envolve osmelho-res atletas. Ademais, a circularda FIFAde23 de Julho nãoafasta dúvidas sobre a razãopela qual os JO não constamda lista do calendário oficialda FIFA, o que até a forçou a

Escrevemos antes dadecisão daComissão doEstatuto de Jogadores da

FIFAno âmbito doMessigate,mas cremos que as linhas quese seguemvalem indepen-

Direito, futebol eJogosOlímpicos

>Pódio, por Alexandre Mestre

apelarao“direitoconsuetudi-nário”para sustentarcomoobrigatória acedênciade joga-doresemcasosquea regula-mentaçãoexpressamenteonãoprevê.Nacorrenteediçãoda ‘FIFAMagazine’ lê-sequeofutebol foi a “primeiramodali-dadedeexibição”emJOeconstitui “o ímandopúbliconos JO”.Blattervemapelandoaoespíritoolímpico. ParecemesmochegadaahoradeFIFAeCIOajustaremregrasecalen-dários, garantindoosmelhoresatletasnasdiversascompeti-ções–esemconflitos.

AFP

AFP

DR

AFP

AFP

dente do Comité OlímpicoPortuguês, quem lidera umanova expedição para o Orien-te. No entanto, desta feita nãosãoasespeciariasquemovemo espírito português, mas simo ouro, a prata e o bronze.

Qualidade. Apesar de nãoser a comitiva mais numerosade sempre (78 atletas estãoaindalongedos107deAtlantaem1996),osresponsáveistêmmanifestadograndeconfiançana qualidade dos atletas e napossibilidade de se alcançar amelhorprestaçãodesempreanível de medalhas.

Há quatro anos, em Atenas,Portugal conseguiu o melhorfeito a nível de classificações.Mesmo sem ter conquistadoqualquer medalha de ouro (aúltimafoiadeFernandaRibei-ronosdemilmetrosdosJOde

1996), a comitiva portuguesasaiu do Olimpo com duas me-dalhas de prata (Sérgio Pauli-nho no ciclismo e FrancisObikwelu nos 100m), uma debronze(RuiSilvanos1500me-tros) e com vários atletas emlugares de finalistas.

Desta feita Portugal tem umexcelentelequedeparticipan-tes com aspirações legítimaspara sair da China com meda-lhas ao pescoço.

Favoritos.FrancisObikwelu,Vanessa Fernandes, TelmaMonteiro,NaideGomeseNél-son Évora (ver quadros ao lado) são os principais favori-tos, mas Portugal conta aindacom outros atletas em bommomento de forma e que po-dem alcançar um lugar nostrês primeiros, como, porexemplo, João Costa (tiro) e

João Rodrigues (vela).Outroaspectoateremcontaéacapacidadedosportuguesesde se superarem e de alcança-rem bons resultados ondepouco se espera – como acon-teceu com a medalha de pratade Sérgio Paulinho no ciclis-mo, em Atenas.

Diversidade. Os 78 portu-gueses qualificados para Pe-quim estão divididos por 17modalidades.Oatletismovol-taaseraprovamaisrepresen-tada, com 27 atletas, sendoquepelaprimeiravezhámaismulheres (14).

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quinta-feira31deJulhode2008 Meia Hora l 13

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>Entrevista a Vicente Moura, presidente do COP

Vicente Moura, presidentedo Comité Olímpico de Por-tugal (COP), fala com entu-siasmo sobre a participaçãolusa em Pequim, mas tambémcom a reserva de quem sabeque ainda há muito trabalhopela frente para manter o altonível.

Quais as expectivas para osJogos Olímpicos de Pequim?São bastante optimistas. Háquatroanoscomeçámosapre-parar o projecto olímpico edessaformagarantimosapos-sibilidade de uma boa partici-pação.Osresultadosestãoaci-madasOlimpíadasanteriores:unimos esforços, evitandoconflitosestéreis,controlandoa entrada e saída dos atletas,elevando a qualidade. 2006 e2007 foram os melhores anosdesempreemtermosderesul-tados desportivos e temosquase20modalidadesdiferen-tes em lugares medalháveis.Por tudo isto, estamos muitooptimistas para Pequim.

Como foi a preparação?Ascoisascorrerammuitobem,

masnãoestamosisentosdeer-ros porque os critérios de pre-sençadasfederaçõessãocom-plicados.Danossaparteascoi-sas têm corrido bem, emborahaja uma ou outra discordân-cia, entretanto ultrapassada.Os apoios financeiros por par-te do Estado chegaram atem-padamente e nós cumprimosescrupulosamente as nossasobrigações. É ainda de salien-tar que as verbas de apoio aoprojectoolímpicoforamentre-guessempredentrodosprazosàs federações, o que foi bompara todo o processo.

Os apoios foram suficientes?Têm sido suficientes mas de-viam ter sido disponibiliza-dos de uma forma diferente.Os apoios totais de 14milhões de euros para quatroanos foram divididos em qua-tro tranches: nós gastámosmenos dinheiro no primeiroano – porque o número deatletas com mínimos era mui-to menor do que é hoje – e as-sim houve uma desconformi-dade no financiamento: tive-mos dinheiro a mais quando

não precisávamos e agoraprovavelmente teremosdinheiro a menos quandoprecisamos. Os atletas têm-sequeixado de que as bolsas de-viam ser aumentadas e euconcordo com eles, mas tam-bém sei que estamos a atra-vessar uma situação econó-mico-financeira difícil no Pa-ís e por isso temos de dar onosso contributo não exigin-do aquilo que não é exigível.

Em relação à participaçãoportuguesa: 78 atletas em 17modalidades, mas só umacolectiva. É uma deficiênciaestrutural?Não.Émaisfácilaparticipaçãoindividual de uma federaçãocom um ou dois atltetas de ex-cepção do que em termos co-lectivos. Aí tem de ser umaequipa de nível europeu oumundial. Porque há aqui umproblema: em termos compe-titivos, dos desportos colecti-vos só estão 12 nos Jogos e des-ses 12 apenas três países euro-peus.Émuitodifícil em49paí-ses uma classificação até aoterceiro lugar.

Há algum objectivo que o Co-mité Olímpico de Portugal seproponha atingir?O nosso é objectivo é provarque é possível obter melhoresresultados com menos dinhei-ro.Se tivermososmelhoresre-sultados desportivos de sem-pre vai-se verificar que a verbagasta para Pequim foi inferioràs verbas gastas nos Jogos de2000 e 2004. 14 milhões de eu-ros é menos do que se gastouem Atenas e em Sidney. Signi-fica que fizémos melhor commenos dinheiro. É a primeiravez que em Portugal nós esta-mos a fazer uma preparação aoito anos. É assim que é possí-vel preparar uma equipa de jo-vens esperanças paraumapar-ticipação de alto nível.

Como é que está o COP?Estamos bem. Hoje o COP éuma entidade apreciada pelageneralidade da opinião públi-ca,écredíveljuntodospoderespúblicos e das empresas e temumconjuntodeiniciativasparaalém da preparação para os Jo-gos. Temos aliado a inovação àexperiência.

“Onossoobjectivoéprovarqueépossível obtermelhores resultados commenosdinheiro” LU

ÍSANICETO

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quinta-feira31deJulhode200814 l Meia Hora

>Pequim 2008

OMonte da Ravasquei-ra,emArraiolos, juntoa Évora, foi o local es-

colhido pela FederaçãoEquestre Portuguesa paraproceder à apresentação doscavaleiros que vão estar pre-sentes nos Jogos Olímpicosde Pequim. Curiosamente,devido a vários argumentosapresentados pela organiza-ção chinesa, nomeadamenterelacionadoscomasaúdepú-blica, Daniel Pinto, CarlosPinto e Miguel Ralão Duarte

Cavaleirosqueremrecuperara tradição>EnsinoDaniel Pinto, Carlos PintoeMiguel Ralão Duarte sãoos representantes portuguesesnas provas dos JogosOlímpicos.

vão ter de competir em HongKong. O trio de cavaleiros lu-sitanos – composto por trêsamigosdeinfânciaquecome-çaram a montar no Picadeirodo Lumiar em Lisboa, pro-priedade do avô de MiguelRalão Duarte – conseguiu aproezadevoltarafazerrepre-sentar Portugal nos JO 56anos depois.

Longe do fulgor evidencia-do noutros tempos, em queumaequipadeEnsinovenceua medalha de bronze nos Jo-gos de Londres (1948), Portu-gal espera agora um lugar nasmeias-finais da competição(25 apurados).

Naapresentaçãohouveain-da uma demonstração dosquatro cavalos que ganharamo Mundial de Atrelagem emAachen, disputado em 1996.

Àesquerda: O tratamento e ascondições emque vivemosanimais são as principaispreocupações dos queconvivemcomos cavalos.

Emcima: Daniel Pinto (àesquerda) eMiguel RalãoDuarte (à direita) estão felizescomo apuramento.

À esquerda: Os cavaloscampeões domundo deAtrelagem forammotivo deorgulho na Ravasqueira.

TEXTOPOR:RUI SILVAFOTOSPOR: LUÍSANICETO

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Extra31 de Julho de 2008

Hora

Sumo de maçã, cenourae gengibre

>Ingredientes(para 10 pessoas)4maçãs16 cenouras5 fatias de gengibre

>Modo de PreparaçãoColocartodosos ingredientesnumacentrifugadora.Beberfresco.

Legumes crus commolhode limão e queijo de cabra>Ingredientes (para uma travessa)100 gr de sortido de legumes (couve-flor, espargos,cenoura, aipo em rama e pepino)200 gr de queijo cabra (temperatura ambiente)150 gr de crème fraîche2 colheres de sopa de sumo de limão2 colheres de sopa de pinhões tostados

>Modo de preparaçãoArranje os legumes numprato, tape compelículae deixe a refrigerar.Molho: misture numa taça oqueijo cabra, o creme fraîchee o sumode limão até ficarcremoso. Tempere com sal epimenta. Transfira para umatigela, decore compinhões esirva comos legumes.

Gelado de abóbora e gengibre>Ingredientes (para um litro)500ml de natas frescas2 colheres de chá de gengibre ralado4gemas125 gr de açúcar125 gr de puré de abóbora (bem escorrido)1 colher de chá de sumode limão

>Modo de PreparaçãoLevante fervura às natas. Assimque ferverponha departe. Bata as gemas comoaçúcaraté ficaremesbranquiçadas. Adicione umpoucodemistura dasnatas às gemas. Leve a lumemuito brando a cozer,mexa bemecoza até obtera espessura das natassemibatidas (cerca de seisminutos). Retire do lume,arrefeça e adicione o gengibre, a abóbora e o sumodelimão. Incorpore tudomui-to bem. Leve ao frio cercade quatro a seis horas.Coloque numamáquina defazergelados e bata atéobtera consistência de umgelado cremoso. Sirva comchocolate derretido.

Para reencontrosestivais Nas muitas casas que banham

a nossa privilegiada costaatlântica, propomos demorados

reencontros estivais. Alémdas sugestões frescas

do chef Henrique Sá Pessoa,fica ainda um kit em tons

de Verão para enaltecer o espaçode cor e de boa energia

>Festejar

>Para enaltecer o espaçoCopo para velasMarrakesh (4 cores)€2,3

Lanternas de bambu Sunset (branca)€7,9 e €9,5Lanterna Ibiza (5 cores)€3,9Lanterna Raj (2 cores) €1,9

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POR: SANCHATRINDADE

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quinta-feira31deJulhode200816 l Meia Hora

>8 Lugares a não perder

>AlgarveOnde quer que esteja no Algarve, não deixe devisitar o novo bar de ostras de Tavira. Um espaçolounge, com ostras divinais e com a ria Formosacomo cenário é ideal para o fim de tarde.Pérolas a PorcosVila Galé Albacora, Quatro Águas, Antigo Arraial Ferreira Neto,

Tavira; Tel. 281 380 800; A partir de €20

>EriceiraPor cima da praia dos pescadores está o Marà Vista. O nome é apetecível mas a ementa nãolhe fica atrás. Não deixe de provar qualquer dospeixes frescos e o arroz de feijão commarisco.Mar à VistaRua de Santo António, 16, Ericeira, Tel. 261 862 928

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>Viana do CasteloSobre a praia de Afife, o Praia é um restauranteque goza de uma esplanada que nos envolveno mar. A não perder as saladas, o arroz demarisco e os camarões-tigre.PraiaPraia de Afife, Viana do Castelo, Tel. 258 981 314

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Um perfil mais dourado

>Praia GrandeUmrestaurante privilegiadopelo conjunto: apaisagemé linda, o planeamento urbanoqueo rodeiaperfeito, o peixe fresquíssimoe as sobremesasdivinais. Reserve amesa para varanda coberta.Azenhas do Marwww.azenhasdomar.com, Tel. 21 928 0739

Apartir de €20

>Descobrir

Page 17: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode2008 Meia Hora l 17

>ComportaLindo e sobre a praia, tem umpôr-do-sol obrigatório.A experimentar: carnes biológicas, como a grelhadamista de porco preto, amêijoas do Sado, choquinhosde Setúbal e omelhor bolo de chocolate domundo.Praia do PeixePraia do Pego, Carvalhal, Comporta, Tel. 91 306 1256

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>Costa alentejanaOmais apetecível jantarda costa alentejana.Apenas pormarcação, pode sergourmet. Provecarpaccio de salmão, feijoada de gambas, arrozde polvo emousse de chocolate com laranja.Herdade da MatinhaCasa de Campo, Cercal do Alentejo, Tel. 932 944285

www.herdadedamatinha.com; Apenas pormarcação

>São Martinho do PortoCom influências belgas, este restaurante rústicotenta-nos com foie gras commaçã ePorto,camarão comcaril e vegetais e pizzas cozidas noforno a lenha. Prove crepes belgas comgelado.OMeu JardimPonte da Barca, Barca, Nazaré

Tel. 262 551 667/969 034817; A partir de €12

Sancha [email protected]

Osmeses quentestransportam-me sempre,numvoo suave, emdirecçãoà frase do livroDe Igual paraIgual, de JoséTolentinoMendonça. É que “oVerão éfeito de coisas que não

>AçoresNumedifício histórico,muito trendye cominfluências escandinavas, francesas e de fusão,deve provara tosta de camarão, o carneiro assadoe, dizem, omelhorbife de atumdomundo.Colégio 27RuaCarvalhoAráujo, 27,PontaDelgada, Tel. 296288930

Apartir de€ 15

precisamdenome”. Perante aimensa costa atlântica, o abraçoaomaré de agradecimento,pelo privilégio damorada.Sempre plenas de sensaçõescontrastantes e reflexosluminosos, as luzes doVerão

recortamcomserenidade, umperfilmais dourado. Porque amorada de dádiva tambémpode serem terra, não deixede experimentaros oitorestaurantesmais apetecíveisdesteVerão.

Page 18: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode200818 l Meia Hora

Afasta-te para lá, JimmyChoo. Os sapatos usa-dos pelas meninas de

‘Sexo e a Cidade’ não conse-guem fazer sombra à histeriaque tem rodeado a Hyper-dunk – a bota desportiva quea Nike fabricou para os bas-quetebolistasamericanosquevão disputar as Olimpíadasem Pequim. A Hyperdunk éfeitacomfibrasmaisfortesdoque o aço e para absorver oschoques da altíssima compe-

Nike, a Deusada Vitória

>HyperdunkBota para basquetebolDisponível em cinco coresUSD $110,00

POR: JOHN-MIGUELSACRAMENTOem Hollywood

STREE

TBALL.COM

tição conta com várias cama-das de esponja lunar, criadapela NASA. Kobe Bryant, queelevou os Lakers de Los An-geles às finais nacionais, játem um par das Hyperdunk.Vamos ver se consegue der-rotar a China. A campanhapublicitária americana tempordísticomuitoapropriado:This Is Our Game.

>Hollywood meu amor

>Kevin CostnerNunca cansado do estatuto de outsider, aparece depois delonga ausência no filme ‘Swing Vote’, outra vez a fazertão bem aquilo que faz habitualmente: é cidadão normalmeio desencantado com a vida e que as circunstâncias em-purram para um dilema gigantesco que pode mudar o mun-do. Desta vez há uma eleição que depende do voto dele. So-bre as eleições no mundo real, disse que achava absurdo queambos os candidatos à Casa Branca estivessem há dois anosa trabalhar para a nomeação quando deveriam estar no em-prego que têm, no Senado, a trabalhar para o povo.

>Palavra novaBromance. Junção das palavrasBro e Romance. Camarada-gementre dois amigalhaços do sexomasculino, ambos cientesde que há umverdadeiro afecto entre ambos.Muito emvoga,agora que os homens se casammais tarde. Popular emcomédiasdo tipo ‘Superbad’, ‘WeddingCrashers’ ou na amizade entreMattDamon eBenAffleck.

Que estranho ter visto to-dos os filmes de guerra à pro-cura de público, sem suces-so. Grande derrota da Holly-wood liberal, foi o que acon-teceu. Robert Redford – aolado de dois outros canhõesportentosos: Meryl Streep,Tom Cruise – só tarde demais percebeu que ninguémestava interessado no ‘Lionsfor Lambs’, o seu grito anti-Bush. Paul Haggis, o realiza-dor que ganhou um Óscarpelo filme ‘Crash’, deparou-se com uma recepção igual-mente fria nas bilheteiraspara o ‘No Vale de Elah’. Mes-

>Bisbilhotices

> Amuse BoucheOs cientistas gostam de dizer que se o mundo fosse oblitera-do por uma guerra nuclear as únicas sobreviventes seriamas baratas. Em Hollywood, contudo, ninguém duvida de quemesmo nummundo em cinzasMeryl Streep continuariaa ter imenso sucesso. Para o filme ‘Mamma Mia!’, basea-do no musical contagioso feito com canções dos Abba,Streep cantou, dançou, chorou e, mais espantoso, superouas críticas raivosas da imprensa nova-iorquina. As receitasvão em 150 milhões de dólares. Não pensem, no entanto,que a actriz quer tirar férias. Para os Óscares, uma cerimóniada qual Meryl já faz parte, está garantido que a corrida con-tará com o seu desempenho no ‘Doubt’, em que faz de freirasem piedade enfrentando um caso disciplinar, talvez sexual,entre um padre e um seminarista. Não, não é tudo. Acaboude filmar ‘Julie and Julia’, com Amy Adams, sobre uma meni-na que decide fazer todas as receitas divulgadas pela guruJulia Childs, a cozinheira que através de livros e de um pro-grama de TV caricato introduziu a cozinha francesa nos laresamericanos.

DR

DR

>Patriotismo no armário

mo Kimberly Pearce, realiza-dora de ‘Boys Don’t Cry’, ar-guivelmente uma das tragé-dias mais chocantes dos últi-mos tempos, deu-nos algosem rima ou razão, o filme‘Stop-Loss’ sobre o recru-tamento forçado de jovensque não querem ir para o Mé-dio Oriente lutar numa guer-ra que não pediram.

No lado oposto, outro fenó-meno curioso: o novo‘Batman – O Cavaleiro dasTrevas’ tem um subtextopró--americano e está a baterrecordes de bilheteira. Nahistória, a superpotência que

reina sobre Gotham faz facede um mal que não segue re-gras civilizadas mas está au-sente o triunfalismo dos su-per-heróis de antigamente.Numa célula feita para inter-rogatórios, Batman agride oJoker, numa referência àsviolações dos Direitos Hu-manos vistos em Abu Ghraibe em Guantanamo. O públi-co parece preferir ver filmesem que o líder continua a serum de nós, mesmo que, pe-rante o caos absoluto nummundo cada vez mais perigo-so, se cometa algumas falhaséticas.

Page 19: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode2008 Meia Hora l 19

Talvez se engane quempensa que BrendanFraser é apenas outro actor com qualidadede pastilha elástica, mais um que só apare-ce nos filmes que se suporta tendo ao ladouma sacola de pipocas. Quando lhe dãouma chance, mostra que émuitomais doque um corpo bem feito e aparece em fil-mes que se guarda tão bem na estante dosestimáveis – ‘O Americano Tranquilo’,‘Crash’, ‘Gods andMonters’. Além disso,quemais tem ele de provar quando até jáconseguiu subir aos palcos da Broadway,autênticas plataformas sobre ummar detubarões, para fazer o papel do PaulNewman no ‘Gata em Telhado de ZincoQuente’? Este Verão, omenino de Indiana-polis retoma as vestes de explorador eapresenta duas guinadas de quebrar o pes-coço: o novo ‘AMúmia, O Túmulo do Impe-rador Dragão’ e, mais empolgante ainda,uma versão a três dimensões (3D) do clás-sico ‘Viagem ao Centro da Terra’.

Depoisdeumaausênciapenosa,duasgran-desaventurasnoscinemas!Deveandararra-sado.Faz ideiadeporqueéqueosestúdiosresolveramdistribuirosdois filmesagora?O ‘Viagem ao Centro da Terra’, porque foi todofilmado em 3D, demorou algum tempo até es-tar pronto. As filmagens, essas, já tinhamos fei-to há dois anos. É a primeira aventura inteira-mente filmada no novo formato e tecnologia.É o melhor que se pode fazer hoje em termostécnicos. Foi preciso um ano só para juntar opuzzle. Não quero soar a pedinte, mas já viu ofilme tal como deve ser visto, em 3D?

Sim,háunstemposemLasVegas.Óptimo, até porque só há 1500 cinemas nosEUA que estão equipados com projectores 3D.Mas ainda bem que viu, o que prova que estatecnologia já não é apenas mais um truque nasfranjas do mercado. É uma força com que a in-dústria vai ter de lidar. A Dreamworks andamuito empenhada em fazer filmes com estacompleta gama de efeitos especiais e mais pal-páveis nas suas três dimensões. Desculpe estediscurso técnico mas, sabe como é, nos últi-mos dois meses tenho andado pelo país fora eaté pela Europa a falar com os donos dos cine-mas para os convencer de que temos aqui anova vaga do cinema. E nem vale a pena men-cionar, tenho olheiras enormes, de tanto viajar.no último voo queriam considerar as minhasolheiras bagagem de porão. Acho que aindatenho os talões algures aqui no bolso. Mas oesforço valeu a pena. Sobretudo quando tenho

de enfrentar os mais cépticos. É uma delíciapara as crianças e para as famílias, que chegamsempre ao cinema com ar de “ai sim, é cinemaainda mais excitante? Então prova!” Depois,colocam os óculos especiais, as luzes apagam--se, as imagens aparecem e, de facto, é comoregressar de novo à experiência do cinema!

Paraosseusfilhosdeveserumadelíciaopaiapareceremdoisgrandesfilmesdeaventuras.É mesmo. Não há fome sem fartura. Para o‘Túmulo do Imperador Dragão’ sei que o reali-zador Rob Cohen estava muito interessado emabordar as relações familiares através da histó-ria que contamos. Há naturalmente o lado pi-rotécnico dos efeitos especiais perante a

ameaça milenária. Mas há também a relaçãoentre pai e filho ou, como ele disse, entre o ra-paz mais velho e o rapaz mais novo, os doiscom os chifres entrelaçados numa luta cerra-da. Até que chega a mãe, atira um balde deágua fria na situação – agora tu vais de castigopara aquele canto e tu para o canto oposto– e,pronto, fica assim resolvida não só a dinâmicafamiliar mas também o problema de enfrentaros mortos-vivos! Agora, se vamos a falar dosmeus filhos, é difícil coordenar o que faço coma atenção que tenho de lhes dar. Pessoalmente,sinto-me melhor quando passo tempo comeles. Sabem quem é o pai embora não façamideia de como ganho a vida. Acho que estãomais interessados no Sponge Bob. São muito

pequenos ainda. Para eles, o cinema é irrele-vante. O que eles querem é ler livros, comerchocolate em quantidades gigantescas, saltarna cama elástica ou dar uns chutos na bola.

Embora já todaagentesaibaqueéumactoríntegro,pareceterumagrandeatracçãopelacomédiachaplinesca, física,emquehásem-prealguémacair redondonochão.Geralmen-te,você.Porqueéqueenveredaporaí?Acho que tem a ver com ter sido o mais novode quatro rapazes. Ou então com meter muitorapidamente comida na boca antes de ela desa-parecer. Compreedi muito cedo que se barrar oprato com doce de framboesa na noite da se-mana em que a mãe serve batatas fritas o nojocriado é tanto que, no fim, ninguém me rouba acomida e sou eu quem acaba por comer maisbatatas fritas. Além disso, fazer de palhaço éuma válvula de segurança essencial à sobrevi-vência. Se não fosse eu a humilhar-me tinha acerteza de que alguém se encarregaria disso.Gosto de tomar as rédeas da situação.

Quandoéqueregressaaosfilmesmaissérios,comofoiocasodo ‘GodsandMonsters’?Esses filmes não podem ser continuados emvários episódios. As histórias são contadas eficam-se por aí. O que eles oferecem é equilí-brio, face aos outros filmes maiores em queparticipo. Há quanto tempo já faço isto? Vinteanos? Puxa, passou depressa. Mas tenho sidocapaz de falar as duas linguagens e encontrardiversidade nos filmes de efeitos especiais e asoutras histórias mais intimistas. Não é uma es-tratégia que possa ser prevista. Quando estavaa fazer o segundo filme da série ‘A Múmia’ re-cebi um telefonema do Phil Noyce. Estava nodeserto australiano a fazer o ‘Rabbit ProofFence’ e só me disse que se eu quisesse embar-car no projecto tencionava fazer a seguir ‘OAmericano Tranquilo’. Não havia tempo a per-der porque a Paramount já estava à espera de-le para filmar outro drama terrorista escritopelo Tom Clancy. E foi isso que aconteceu. Umsalto no escuro. Fui logo comprar o livro doGraham Greene, comparei-o ao guião que mefoi enviado, disse que sim e pronto. No caso de‘Crash’, quem sabia que ia ser o filme do ano?Havia boatos que estava tudo desorganizado,ia ser um desastre, que não havia orçamento,mas ao menos sabíamos que o texto era sólidoe os actores eram de qualidade. Há filmes quefazemos por dinheiro, outros que fazemos poramor e há ainda os que fazemos para afagar aalma. Estes, quando aparecem, temos de osagarrar sem pensar muito nos riscos. JMS

Anna Paquin Lembram-se dela?Tão nova, ganhou um Óscar poraquilo que mostrou ao mundo nofilme ‘O Piano’, um festival sump-tuoso de arte dramática. A meninacresceu. Mas, ao contrário de ou-tros fenómenos infantis queHollywood quase come ao peque-no-almoço para mais tarde deitarfora, ela veio para ficar. Fosse no ‘ALula e a Baleia’, no ‘Hurly Burly’ ou

no ‘The 25th Hour’ de Spike Lee, aactriz neozelandesa surpreende econfirma. Longe das luzes da ribal-ta, uma trajectória infalível. Agoraprotagoniza a série de televisão‘True Blood’, como se soubesseque é sempre bem-vinda em nossacasa, tanta é a sua sensibilidade einteligência. Aparece como empre-gada de bar loira que serve àmesa, vive em Nova Orleães e évampira. Consegue ler mentes, àexcepção da do homem que ama,ou estaria disposta a amar se elenão fosse tão misterioso. A sérievem com produção do Alan Ball.Alem de sangue terá, naturalmen-te, sedução e muito sexo. À vistano canal da HBO, para quem Alan

Ball já fizera o bíblico ‘Six Feet Un-der’. Beba ‘True Blood’: é de mor-der e sangrar por mais. ArnoldSchwarzenegger EnquantoChristian Bale repega na saga do‘Exterminador Implacável’ (estáneste preciso momento a filmar noNovo México o 4º episódio, intitu-lado ‘Terminator Salvation’) come-çaram os boatos de que o governa-dor da Califórnia aparece breve-

mente no filme. Quentin Taran-tino Vingança. Brutalidade. Horrorcoreografado. Monstros humanoscom sentido de humor. Massacresem que os vários assassinos dãoconsigo a apontar as armas unsaos outros num silêncio sem saída.Em suma, atenção que vem aí onovo filme de Quentin Tarantino,‘Inglorious Bastards’, sobre um ba-talhão de soldados judeus aos

quais é dada permissão de percor-rer a França recém-libertada à pro-cura de todos os alemães que pos-sam ser mortos sem piedade. BradPitt foi mencionado para o papelde Aldo, o Apache, por causa dohábito de tirar o escalpe às víti-mas. Toni Collette Foi ela, em ‘OSexto Sentido’, a mãe do meninoque conseguia falar com os mor-tos. Deu ao filme, com o seu olharpor vezes inquieto e por vezes cal-mo, um coração. Hoje, continua aser a australiana mais subestimadade Hollywood mas, pelo menos, vaisendo redescoberta de cinco emcinco anos. Desta vez une-se à os-carizada Diablo Cody, a amazonaque ganhou o troféu de melhor ar-

gumento original pela comédia ‘Ju-no’. A parceria mágica poderá servista em 2009, na TV, canal Show-time. O título da série existencialfaz ainda mais sentido quando tra-duzido para português: ‘EstadosUnidos da Tara’, ideal para uma sé-rie sobre uma mulher afligida pormúltiplas personalidades. JMS

>Entrevista a Brendan Fraser

“Há filmesque fazemospordinheiro,outrosque fazemosporamorehá aindaosque fazemospara afagara alma.Estes, quandoaparecem, temosdeosagarrarsempensarmuitonos riscos”

>Futuro mais que perfeito: nomes do além que vão dar que falar na sua terra... em breve

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Allgarve ouo reino doespectáculo

>Roteiro para Agosto

Amúsica e a arte con-temporânea são duasdas mais relevantes

componentes do amplo e di-versificado programa deeventos Allgarve, que desdeMaio último tem levado atéao sul do País nomes de pri-meiríssimalinhaemambasasáreas. Muito embora estejaaindaparadurar (o programasó termina em Outubro), ofestival tem em Agosto o seuponto alto, não fosse este omês em que o turismo algar-vio fica ao rubro. De Albufei-ra a Castro Marim, passandopor Faro, Lagos, Portimão eTavira, a música vai aqueceraindamaisasnoites locaise jáa partir de amanhã com os in-glesesSimplyRed.Celebriza-da por temas como HoldingBack the Years ou If YouDon’t Know me By Now, abanda de Mick Hucknall, que

>AllgarveAlbufeira, Carvoeiro, CastroMarim, Faro, Lagos, Loulé,Portimão, Silves e Tavira.Todo omês€30,00

POR:[email protected]

Propostas para osmaisvariados gostos vão

suceder-se umpouco portoda a região algarvia

Espectáculos pirotécnicos,mergulhosacrobáticos,acon-ferência 2008 – Ano Interna-cional do Planeta Terra e umaexperiência interactiva numambientepolar integramosu-percartaz do Festival dosOceanos, que decorrerá entreos dias 2 e 16. Pela quinta vezesta iniciativa promete levarmuitas surpresas e animação

>Festival dos OceanosEixo ribeirinhoDe 2 a 16 deAgostowww.festivaldosoceanos.com

CapitalmergulhanoFestivalOceanos

>Centro

Animação e acrobaciainundama cidade

aoeixoribeirinho.Ainaugurarofestival,concebidoparadife-rentes públicos, estará OceanParade, cortejo festivo com fi-guras marinhas insólitas.

Programa.De 7 a10 de Agos-tooParquedasNaçõesrecebeum espectáculo protagoniza-do por cinco atletas especiali-zados em saltos acrobáticosparaaágua.Jádia11ficarámar-cado pelarealização daconfe-rência 2008 – Ano Internacio-nal do Planeta Terra, procla-mado pela ONU, enquanto osdias 15 e 16 estão reservadospara o espectáculo Utopia.

paraoanocompletará25anosdecarreira,actuaráaovivonoHerdadedosSalgadosResort,em Abufeira. Segue-se, dia 6,no Estádio da Restinga, emAlvor, um concerto conjuntodocantorecompositor italia-no Paolo Conte com a Or-questra do Algarve, ao passoque a 8 deste mês se pode vere ouvir no Lake Resort, situa-do em Vilamoura, a brasileiraVanessa da Mata. Ainda paraVilamoura, mas no dia 11 noCampo de Râguebi, anuncia--se uma noite revivalista pro-tagonizada pelos Waterboys,autores de clássicos comoThe Whole of the Moon eThe Pan Whitin. Mas nem sóde sucessos passados viveráeste concerto, sendo que abandairlandesairácentrar-seno último álbum de originais,Book ofLightning.

Portugueses. No Carvoeirovão ser os músicos portugue-ses a brilhar e no palco mon-tado do Tivoli Almansor vãojuntar-se, no próximo dia 14,três pesos pesados: o fadistaCamané, o pianistaMário La-ginhaeocantorDavidFonse-ca. Os últimos dois espectá-

culos agendados para Agostoserão também na língua na-cional, com Rui Reininho aactuar dia 23 no Jardim de Al-te, em Loulé, e a fadista Mari-za a 29 em Vale do Lobo.

Exposições. No que à artecontemporânea diz respeito,muitasexposiçõescontinuamainda disponíveis para visita,assumindo um destaque par-ticular Mundos Locais – Es-paços, Visibilidade e FluxosTransculturais, em exibiçãono Centro Cultural de Lagosaté 7 de Setembro e que reú-neumavariedade internacio-naldeobrascontemporâneas,sejamelas instalações,video-projecções ou perfomances.No Museu de Portimão pros-segue entretanto uma das ex-posições oficiais da PhotoEs-paña2008,dedicadaaumdosmaisdestacadosartistasespa-nhóis contemporâneos, deseu nome Ignasi Aballí.

Comumcartazcompostoparaagradaraosmaisdedicadosfãsdo rock e do indie, o festivalHeineken Paredes de Couraestá de volta para quatro diasrepletosdeboamúsica.Odes-file de bandas começa hojecom um concerto único emPortugal:osSexPistolsviajamatéaoNorteparabrindaropú-blico com os temas de um dosálbuns mais importantes dahistória da música, Never-mindTheBollock,Here’sTheSex Pistols. O dia prosseguirácom música non stop e as ac-

>Heineken Paredesde CouraParedes de CouraDe 31de Julho a 3 deAgosto

SexPistolsemconcertoúnico>Norte

SexPistols, íconesdo punk

tuações de Mando Diao, TheBelrrays,X-Wifeetambémdosportugueses Bunnyranch.

Sem parar. Primal Scream,Editors, The Sounds, TheRakes, Two Gallants, TheMarsVolta,dEUS,Wraygunn,The Teenagers e SpiritualFront serão os responsáveis

pelasanimaçõesdosegundoeterceiro dias do festival, napraia fluvial do Tabuão. Já oencerramento ficará a cargodeThieveryCorporation,TheLemonheads, Biffy Clyro, AuRevoir Simone e Ra Ra Riot.

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quinta-feira31deJulhode2008 Meia Hora l 21

do, que acontece em cima do públi-co e ao seu redor. Uma viagemqueexplora o tempo e o espaço.

Pleno Out JazzParque Eduardo VIIDomingos deAgosto, 17h00Ao longo de todo omês, o ParqueEduardoVII irá recebervários nomes do jazz portu-guês. Groove 4tet e OvelhaNegra inauguramoprogra-ma, composto por cincoconcertos. Seguem-seZuruguru (dia 10) e JKQuartet (17). Entrada livre.

The Song BandMuseu Oriente1 de Agosto, 19h00Os concertos de Verão con-tinuamnoMuseu doOriente comoQuartetoLaurent Filipe. O trompe-tista português será acom-panhado ao piano porRodrigoGonçalves,no contrabaixo porMassimoCavalli ena bateria porPaulo Bandeira.

Laurent FilipeAmaleabilidadeprópria do quartetode jazz revela umapoéticamusical, porvezes cinematográfica, daqual resulta um reportório sur-preendente, composto por temasoriginais, comoMorna Brisa.

>NORTE

Rock às sextasCais de Gaia31de Julho a 2 deAgosto, 22h00ChemicalWire eOrangotango (dia31). Come na Rua eMAU (dia 1),KarmaCola eMundoCão, formaçãoque junta letras deAdolfo LuxúriaCanibal e voz do actorPedroLaginha (dia 2).

Anti-Pop MusicViana do castelo31de Julho a 3 deAgostoO Forte de S. Tiago da Barra recebe-

>Lisboa

Jazz em AgostoFundação GulbenkianInício dos espectáculos, 21h30OtomoYoshihide New JazzOrchestra (dia 1), SatokoFujiiMin-YohEnsemble (dia2), JohnZorn (dia3), TaylorHoBynumSextet (dia7), SylvieCourvoisierLonelyville (dia8), PeterBrötzmannChicagoTentet (dia9).

OtomoYoshihide New JazzOrchestraLogo no arranque do incontorná-vel festival ao ar livre a orquestrado guitarista japonês vai evocarumdosmaiores inovadores dojazz: Eric Dolphy.

GlobalC. Cultural de BelémInício dos espectáculos, 22h00TonyAllen (dia 1), ToumaniDiabaté (dia 2), Rabih Abou-Khalil (às 19h00) e EliadesOchoa, de Cuba (dia 3).FestivalWorldMusic

Super RatonesHard RockCafé4Agosto, 23h00Rockargentino

Ala dos NamoradosCasino Estoril7Agosto, 23h30Adupla constituída pelo cantorNunoGuerreiro e pelo pianistaManuel Paulo sobe ao palco paramais um concerto da série DuArte Lounge.

Alliance FestCarcavelosInício dos espectáculos, 16h30Na Praia dos Lombos vão passarMoonspell, Finntrol, Exodus, 3Inchest ofBlood, Kalashnicov,Shadowshere (dia 8); ArchEnemy, Anathema,Marduk,WeAre the Damned, Blacksunrise,Echidna (dia 9).

Nofit StateC.CulturaldeBelém8 a 31deAgosto, 22h00Aprestigiada companhia inglesaaterra emBelémcomoespectá-buloTabú, umaviagemao ladomais negrodecadaumdenós.Circo, performance,música aovivoevídeo.

TabúAprodução de Tabú é umaexplosão de emoções intensas.Umverdadeiro caos coreografa-

Louds, Jorge Palma, Tara Perdida,Led On (dia 10).Palco Planeta Sudoeste:Coldfinger, RoyPaci, TounamiDiabaté, José James, ArnaldoAntunes, Roberta Sá (dia 7).Moinho, Tetine, Rosalia de Sousa,Nneka, Cidinho&Doca (dia 8).Pontos Negros, AlexiaBomtempo, Deolinda, Camané,Tiago Bettencourt (dia 9).Fanfarlo, Vinicious Five, JunhioNoys, Cut Copye Jamie Lidell(dia 10).

BjörkCantora, performer, visionária, aislandesa Björk é, sem dúvida,uma das artistasmais originaisda última década e (re)vê-la aovivo é sempre incomparável.

Julio IglesiasEstádioMunicipalPortimão5Agosto, 22h00

Julio IglesiasMarcado pela voz e detalhismonas canções, além do grandecarisma, tornou-se numdosmais bem sucedidos artistas lati-nos de todos os tempos, comnúmeros impressionantes: 250milhões cópias vendidas e 2600discos de ouro e de platina.

Super Bock Surf FestSagresInício dos espectáculos, 18h00Na Praia do Tonel,MassiveAttack, Morgan Heritage, Asa,Dub Pistols, Manif3stos (dia 14).EmirKusturica &TheNoSmoking Band, GroundationJahcoustix&DubiosNeighbourhood, José Gonzalez,Troplet e Doces Cariocas (dia 15).

Massive AttackOs inglesesMassive Attack, con-siderados os pais do trip hop,estão de volta a Portugal e aquiirão desvendar parte do seu novoálbum.

ráMarcoCarola, JoshWink, GabrielAnanda, Expander, Miguel Rendeiro,Full Metal Funk, Heartbreakerz,Henriq (dia 31). Andre Galluzzi, MarcHoule, Modeselektor&Pfadfinderei,Freshkitos, Sleeparchive, Invaders,Micro AudioWaves, Grobas& Ino,Magazino, Nuno F (dia 1).Supermayer, Rui Vargas,MathewJohnson, Tifsch-warz, BillyDalessandro, Yen Sung, NunoDiRosso, Ana Feel (dia 2). Sasse ePedro Ricciardi (dia 3).

Festival Ollin KanVila do Conde31de Julho a 2 deAgostoInício dos espectáculos, 18h00Percurtir, Cadencia, Dazkarieh,

Adjabel, Radaid,PiboMarquez,MarquesMenos Calientes (dia 31).Conversa Ribeira, MU, Dites 34,Atlantida, Leones Negros, ReevelBrix, CheikTidiance Seck, Pabandas Baul (dia 1). Banda Tlaycapan,Trio Carapia, Bototo Yetu, GalandunGalundaina, Freia Fado d’el Rei,Xarnege, Costo Rico, DJ Gringo daPrada (dia 2).FestivalWorldMusic

PiboMarquezConsiderado umdosmelhores per-cussionistas de jazz latino, as capa-cidades de PiboMarquez comocompositor e performer colocam--no entre asmais importantes figu-ras da cena jazz internacional, sen-do presença habitual nosmais pres-tigiados festivais demúsica euro-

peus e constantemente aclamadopelo público que assiste aos espec-táculos.

Noites de ÓperaAmarante1 e 2 deAgosto, 22h00.Nos Claustros doMuseu AmadeoSouza Cardoso vai poder ouvirBarbeiro de Sevilha (dia 1), de cujoelenco fazemparte a sopranoKatarzyna Haras e os barítonos LuísRodrigues, DiogoOliveira e BrunoPereira, para além doCoro eOrquestra do Norte. Seguir-se-áJulieta e Romeu (dia 2), comos can-tores líricos Antonella Rondinone eJosé Corvelo e a Companhia deDança Amalgama.

Orquestra do NorteComcerca de 15 anos de actividade,a Orquestra doNorte conta já nocurrículo commais de doismil con-certos. Dirigida pelomaestro JoséFerreira Lobo, a formação tem-seapresentado ao lado de grandesnomes nacionais e estrangeiros.

Música do MundoTeatro de Vila Real2 a 30 deAgosto, 22h30Bernies’s Lounge (dia 2), Juan deDios (dia 9), Deolinda (dia 16), LaSelva Sur (dia 23) e Slâinte (dia 30).

PortoBlueJazzPalácio de Cristal3 a 23 deAgostoO pianista e compositorHerbie

Hancock ao vivo como contrabai-xista DaveHolland, o bateristaVinnie Colaiuta, o saxofonista Chris

Potter e o guitarrista Lionel Loueke,para além das cantoras SonyaKitchell e AmyKeys (dia 3). MárioLaginha, BernardoMoreira eAlexandre Frazão (dia 9). ThePostcard Brass Brand, comosmúsi-cosMárioMarques, Ruben Santos,Sérgio Carolino eMichael Lauren

(dia 16). Jacinta, RuiCaetano, Bruno Pedrosa(dia 23).

Herbie HancockPianista e compositor nor-te-americano, Hancockéconsiderado umdosmes-tres do jazz. Ummúsicofundamental que tocou aolado dosmaiores ícones,comdestaque para a cola-boração comMiles Davisnos anos sessenta, até setornar ele próprio umnomede referência.

MatosinhosVerãoLeça da Palmeira4, 8 e 9 deAgostoO cartaz é compostopor actuações dabrasileira VanessadaMata (dia 4) etambémdosWraygunn (dia 8)e Canta Bahia (9).

Um Porto de FadoCasa daMúsica8 a 10 deAgosto, 22h00Lula Pena, FernandoM. Soares eGuitarras de Coimbra (dia 8)marca-rão o arranque da iniciativa, queapresentará aindaMaria da Fé eRicardo Ribeiro (dia 9) e JoanaAmendoeira e Rodrigo (dia 10).

Baía Azul Summer FestS.Martinho do Porto9 e 10 deAgostoSummer Jazz Orchestra e RãoKyao(dia 9), dedicando-se o dia seguintea Sérgio Godinho.

>SUL

Festival SW TMNZambujeira doMarIníciodos espectáculos, 18h00Palco TMN: Tinariwen,Björk, Clã,Natiruts (dia 7). Chemical Brothers,Goldfrapp, Tindersticks, Yael Naim,Rita Red Shoes (dia 8). NitinSawhney, Vanessa daMata, DavidFonseca,Melee (dia 9). Xutos&Pontapés&The Rock’n’Roll BigBand, Franz Ferdinand, Shout Out

Cartaz

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Page 22: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode200822 l Meia Hora

>As próximas estreias perto de si

>Roteiro para Agosto

Orealizador Manoel deOliveira, o actor Joa-quim de Almeida e o

produtorPauloBrancovãoas-segurar as participações por-tuguesasnaMostradeVeneza,cuja 65ª edição acaba de serapresentadapeloseudirector,Marco Müller. A decorrer en-tre 27 de Agosto e 6 de Setem-bro,ofestivalabrirácomapro-jecção,emantestreiamundial,deBurnAfterReading,deJoele Ethan Coen, com GeorgeClooney, Brad Pitt, FrancesMcDormand e John Malko-vich – estrelas que vão passarpelo Lido de Veneza. Este anoumjúri oficial muitosui gene-ris, presidido por Wim Wen-

Veneza játem eleitos

>Festival de CinemaVenezaLido de Veneza, ItáliaDe 27 deAgosto a 6 de Setembro

POR: JOSÉVIEIRAMENDESCrítico de cinema

ders, vai ter de decidir a quementrega o Leão de Ouro e osoutros prémios do certame –numa selecção de peso ondemarcam presença grandesrealizadores da cinematogra-fiamundialcomoDarrenAro-nofsky (The Wrestler), PupiAvati (Il Papà di Giovanna),Kathryn Bigelow (HurtLocker), Semih Kaplanoglu(Süt), Takeshi Kitano (Akirestokame/AchillesandtheTor-toise) e Barbet Schroeder (In-ju, la Bête dans L’ombre).

Na ribalta. Portugal estarásimbolicamenterepresentadocomacurta-metragemDo Vi-sível ao Invisível, de Manoelde Oliveira, e em competiçãovão estar Noite de Cão, deWerner Schroeter, filme ba-seado no romance do escritoruruguaio Juan Carlos Onetti eproduzidoporPauloBranco,eJoaquim de Almeida, que sur-girá com o protagonista deThe Burning Plain, a estreia

como realizador do oscariza-do argumentista de Babel,Guillermo Arriaga.

Arte e indústria. Destaqueainda para um surpreendenteregresso de Debra Winger,umas das actrizes da décadade 80 que deixou boas memó-rias em Rachel Getting Mar-ried. Recorde-sequeVenezaéo festival de cinema europeuque melhor tem conciliado,pelo menos desde a direcçãode Müller (com mandato re-novadopormaisquatroanos),aartecomaindústria.Aprovadisso é que na edição de 2007os cerca de 22 filmes apresen-tadosestiveramdepoisnasno-meações para os Óscares deHollywood.

Veneza temvindo a impor-secomoumapassadeira

para osÓscares

>Aventura

AsagaAMúmiasofre umare-viravolta, agora com acção naÁsia. O explorador O’Connellregressa para combater o res-suscitado imperador Hannum épico que abarca desdeas catacumbas da antiga Chi-na até aos gélidos Himalaias.

>Drama

Umfilmeestónioqueretrata ahistória de seis habitantes quevivememblocosdeapartamen-tos e cujas vidas se tocam porumsentimentodesolidão.Dis-tinguido em vários festivais,como o de Bratislava, em quevenceuacategoriaderealizador.

>AMúmia – O Túmulodo Imperador DragãoRob CohenCom: Brendan Fraser, Jet LiA partir de 31 Julho

>Baile de OutonoVeiko ÕunpuuCom: Rain Tolk, Tavi Eelma, SuleviPeltola, Tina Tauuraite, Juhan UlfsakApartir de 31de Julho

>Crime

Foi um encontro com o desti-noeseráparasempreumdosepisódios mais trágicos dahistória da cena musical. A 8de Dezembro de 1980, o soli-tário Mark Chapman dispa-rou cinco vezes contra JohnLennon. Por que razão o fez?

>Cap.27-O Assassinatode John LennonJarrett SchaeferCom: Jared Leto, Judah FriedlanderA partir de 31 de Julho

>Fic. Científica

Mulder e Scully estão de vol-ta. Esta é uma história isola-da e segue a tradição de al-guns dos episódios maisaclamados e preferidos dapopular série de televisão.Aqui, a relação complicadade Mulder e Scully segueuma direcção inesperada.

>Comédia

Nesta comédia de acção,Maxwell Smart tem comomissão contrariar a últimatentativade dominaçãomun-dial, feita pelo sindicato docrime – KAOS. Com techgadgets e entusiasmo, tem dederrotar a KAOS se quisersalvar o dia.

>Ficheiros Secretos:Quero AcreditarChris CarterCom: David Duchovny, Gillian Anderson

A partir de 7 de Agosto

>GetSmart–OlhoVivoPeter SegalCom: Steve Carell, Anne HathawayA partir de 7 de Agosto

>Animação Após centenas de anos sozi-nho a fazer aquilo para quefoi programado, o robô Walldescobre um sentido na suaexistência para além de reco-lher desperdícios. Tudo mu-da quando conhece a atraen-te Eve.

>Wall EAndrew StantonCom: (vozes) Carlos Freixo, CarlaGarcia, João de CarvalhoA partir de 7 de Agosto

>Comédia

Rick vai viver com os tios de-poisdamortedospais.Estáse-cretamente apaixonado porJill, mas ela já tem namorado.Duranteumavisitaaumlabo-ratóriodeinvestigação,épica-do por uma libélula genetica-mente modificada. E ganhauma nova identidade.

>Drama

Este filme retrata a históriade William, um jovem actormuito instável que, certanoi-te, encontra a bela e talento-sa Sara. Surge de imediato apaixão, mas ao amor à pri-meira vista sucede-se o de-sespero de um sentimentodemasiado intenso.

>Superhero Movie:Um Estrondo de Filme!CraigMazinCom: Drake Bell, Sara PaxtonApartir de 14deAgosto

>O Estado Mais QuenteEthan HawkeCom: Mark Webber, Jesse HarrisA partir de 14 de Agosto

Page 23: Meia Hora

quinta-feira31deJulhode2008 Meia Hora l 23

>Leitura

Pré-publicaçãodeumexcertodonovoromancedanorte-americanaAnitaShreve, ‘ACasanaPraia’

Trêshoras,ahoramorta.Aleve irritaçãodosgrãozinhosdeareia entre os pés descalços e as tábuas do chão. Toalhasmolhadas penduradas nos pés das camas e nas balaustra-

dasdosalpendres.Umarajadadeventofazbaterumaportaeal-guém,ali aopé, soltaaesperadaexclamaçãodesurpresa.Oven-to que sopra de sudoeste, o que não é normal mesmo em Agos-to, cria uma atmosfera abafadiça nos inúmeros quartos da velhacasa de Verão. A esperança é de que o vento sopre de leste, dolado do mar, o que é repetido periodicamente por alguém.

Oventode lesteseriaagoraumabênçãodosCéus.

A energia da manhã dissipou-se em caminhadas rápidas e li-çõesparticulares,emleiturasvigorosaseociosos jogosdeténis.E até numabreve expedição aumsalão de exposições emPorts-mouth para ver os Audi Quattros. Sydney foi informada de queMrs. Edwards precisa de um carro novo para o próximo Outo-no.

Na casa, há hóspedes para atender. Está-se sempre à espera devisitantes com espírito de iniciativa como um refrescante ven-to de leste. Mas Sydney não tem de se preocupar com isso. Temas tardes livres. Toda a sua vida, com excepção de algumas ho-ras diárias de aulas particulares muito bem pagas, é desconcer-tantemente livre.

Enfia um fato de banho preto com o elástico lasso nas pernas.Tem vinte e nove anos e está em boa forma física. O cabelo é deumacorquenuncafoicapazdedescrever.Nãoénemlouranemmorena, mas qualquer coisa intermédia, deslavada em Janeiro eque renasce em Agosto. Reflexos dourados na translucidez.

Sydneyfoicasadaduasvezes:divorciou-seumaeenviuvouou-tra. As pessoas, ao ouvirem esta informação pela primeira vez,ficamsurpreendidos como se este facto fosse o aspecto mais in-teressante acerca dela.

Noalpendre, o vermelhodosgerânios contrasta artisti-camente com o verde-lima da vegetação das dunas e o azul daágua. Não são cores primárias, mas tonalidades que só se vêemna natureza.

Lâminas de erva perfuram as ripas de madeira do passadiço.Aservilhas-de-cheiroelevam-seacimadotelhadodecolmo.Ma-ciços indesejados de cardos brotam da areia. Na pequena plata-formaaofundodapassadeiradetábuasestãoduascadeirasbran-casAdirondack,difíceisderemover,comumchapéu-de-soldes-botado atrás. Vêem-se num canto duas bases de ferro para cha-péus-de-sol, ferrugentas e extremamente pesadas, e Sydneyapercebe-se de que nenhuma delas jamais sai do estrado.

Uns degraus de madeira sem corrimão levam a uma praia emforma de crescente, à esquerda, e ao litoral escarpado, à direita.Sydney atravessa a correr a areia quente até à beira de água. Arebentação exibe uma série de ondas sinuosas e, quando fechaos olhos, consegue ouvir os borrifos de água. Prepara-se para asensaçãodefrio.ComoMr.Edwardscostumadizer,émelhordoque a terapia de choques eléctricos para desanuviar a cabeça.

>RomanceACASANAPRAIA, de Anita Shreve *Edições ASA (Disponível a 22 de Setembro)Resumo:Quando se casou, Sydneyestava apaixo-nada por, Andrew, um carismático e aventureiro pilo-to de aviões.Mas omedo de o perder num acidentequase a leva à loucura, deixando-lhe uma alternativa:o divórcio. Quando voltou a casar-se, Sydneyacredi-tou que nada tinha a temer: Daniel era umpacatomédico.Mas o destino prega-lhe uma partida.

Ochoquedaáguagélida e uma agitação de bolhas brancas.O ardor do sal nos maxilares quando vem à superfície. Levanta--se, cambaleia, volta a levantar-se e sacode-se como um cão.Aperta o peito com as mãos e só se descontrai quando começaa sentir os pés dormentes. Volta a mergulhar e quando vem àtona para respirar, vira-se de costas, e deixa que as ondas, maisfortes e mais altas do que parecem quando vistas da praia, a er-gam na sua crista para depois a voltarem a descer. É um destro-ço flutuante.

Faz body surfno oceano e fica com areia no decote do fato debanho. Em miúda, quando despia o fato de banho, este estavacheio de areia. Baixa-se dentro de água para limpar as manchasdeixadas na zona do estômago, mas nesse mo mento vê aproxi-mar-se uma boa onda. Endireita-se, vira-se de costas e lança-separaacrista.Osegredoestáemconseguirapanharacrista.Comasmãosestendidaseosolhosfechadostrespassaaespumabran-ca como uma bala. Roça a anca e a coxa no fundo.

Rasteja sobre a areia, enquanto o recuo da onda escava umacavidadedebaixodascanelas.Umaondaimprevistaatinge-anodorso e no pescoço. Afasta da cara a massa confusa dos cabelose limpa a água dos olhos. Avista um vulto na praia que não esta-va lá antes. Um tronco bronzeado, uma mancha vermelha. Umhomem de calções de banho segura diante dela um pano cor-de-rosa desmaiado.

— Pediram-me para te trazer uma toalha. És a Sydney, não és?Seriaextraordinárioquenãofosse.Nãoseviaoutrocorpoden-

tro de água num raio de mil metros.Dentro de casa, o mobiliário é branco, uma excelente ideia na

teoria,masnãonaprática.Asprotecçõesdosdoissofásrevelam

manchasténueseoutrasmaispersistentes,unsquantosfiossol-tos de uma camisola de lã azul. Os finos grãos de areia esfola-ram repetidamente a superfície do sobrado de madeira de bor-do como se tivesse sido levemente areado.

Nas escadas para a cave repousa um cesto com jornais velhos,uma caixa de vime para guardar objectos que não fazem parteda decoração neutra mas que podem vir a ser úteis. Uma trelacor de púrpura. Um pequeno bloco de Post-it cor-de-rosa vivo.Umcolete salva-vidas laranjafosforescente. Espalhados, vêem-se objectos práticos e de desporto, de cores artificiais.

MuitoemboraMrs.Edwardsdêaimpressãode habitara casa há décadas, se não mesmo gerações (já há rituais familia-res, recordações repetidas vezes semconta, velhas latas de con-servacheiasdecacosdevidroapanhadosnapraiaeusadascomocunhas de portas), só têm a casa desde 1997. Antes disso, confi-denciou Mr. Edwards, costumavam alugar outras casas nas pro-ximidades. Em contraste com a mulher, parece um homem des-tituído de artifícios.

Sydney partilha uma casa de banho com os hóspedes, um ca-sal de Nova Iorque que veio à procura de antiguidades. De ma-nhã, há salpicos de pasta de dentes no lavatório e manchas ro-sadas de maquilhagem no espelho. Atrás das torneiras, lençosdepapelusados.Todososdias,Sydneylavaolavatóriocomumatoalha de mãos antes de se servir dele. Ao voltar para o quarto,deixa a toalha no cesto da roupa, no corredor.

Tornou-se desde logo óbvio para Sydney que a filha dosEdwards, Julie, umaraparigade dezoito anos, eraatrasadae quepor mais acompanhamento que tivesse não estaria devidamen-te preparada para o último ano do liceu como Mrs. Edwards es-perava. Era um ano que, na opinião de Sydney, ia ser quase decerteza uma frustração para a rapariga. Mrs. Ed wards fala comconhecimento de causa de Mount Holyoke e de Swarthmore.Skid more oferece uma certa segurança. Sydney não pode fazeroutra coisa senão pestanejar de espanto. Julie é dó cil, ansiosapor agradar e extraordinariamente bonita, com uma tez clara erosada e os olhos de um azul-brilhante. Sydney percebe que arapariga, que parece disposta a estudar o dia inteiro, vai desa-pontar a mãe e destroçar o coração do pai, e a este não por nãoconseguir entrar nas universidades que Mrs. Edwards parececonhecer tão bem, mas porque apesar de todo o esforço vai aca-bar por fracassar.

Há incrustações de sal nas janelas da casa, em diagonal, comose tivessem atirado água contra os vidros. As janelas que dãopara o alpendre têm de ser lavadas duas vezes por semana paranão prejudicarem a vista, que é espectacular.

Por vezes, Sydney sente que a sua presença perturbou o equi-líbrio da família. Procura estar disponível sempre que necessá-rio, presente mas silenciosa quando não.

Osirmãosdormemnumquartoa que chamam o «dormi-tório dos rapazes». Julie tem um quarto virado para o mar. OquartodeMr.eMrs.Edwardsdáparaospântanos.Oshóspedes,comoSydney, foramrelegadosparaumquartocomduascamas.

Mr. e Mrs. Edwards convidaram Sydney a tratá-los pelo nomepróprio. No entanto, sempre que tenta dizer Anna ou Mark, aspalavras engasgam-se-lhe na garganta. Recorre a outros subter-fúgios para se referir ao casal, como por exemplo o seu marido,ele e o teu pai.

* Ex- professora de liceu, Anita Shreve enveredou pelo jornalismo. Em 1989,abandonou o jornalismo e passou a escrever a tempo inteiro. Recebeu doisprémios: o PEN/L.L.Winship Award e oNewEngland Book for Fiction. As suasobras vendemmais de 7milhões de exemplares. Vive noMassachusetts, EUA.

“Umromancecalorosoeconvincente,comaimagemdemarcadaautora”TheTimes

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