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A expectativa para a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia tem servido para consagrar um projeto idealizado pela Confede- ração Brasileira de Futebol em 2016. O Canarinho, mascote criado às vésperas das Olimpíadas do Rio, parece ter caído no gosto popular. Com o time brasileiro na espoera do jogo contra a Suíça, cabe ao mascote a fun- ção de se relacionar com torcedores na Rússia. Por meio de vídeos com o passeio do Canarinho pela sede da Copa, a CBF tem conseguido popularizar o mascote. “O Canarinho faz parte do trabalho de aproximação da seleção brasileira com o torcedor. Planejamos trabalhar com um mascote que fale com todos os tipos de torcedores, mas em especial com o público jovem”, afirmou Gilberto Ratto, diretor O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO EDIÇÃO 1019 - SEXTA-FEIRA, 15 / JUNHO / 2018 POR ERICH BETING 3 bi de dólares é o quanto a Fifa prevê que vá faturar com venda dos direitos de mídia da Copa de 2018; é quase 60% do faturamento total no torneio Canarinho ganha status de celebridade na Copa 1 NÚMERO DO DIA O FE R E C I M E N T O

O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVOmaquinadoesporte.uol.com.br/jornal/download/1049/boletim01021.pdf · meia hora do cantor inglês Robbie Williams e bem distante de polêmicas, especialmente

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A expectativa para a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia tem servido para consagrar um projeto idealizado pela Confede-ração Brasileira de Futebol em 2016. O Canarinho, mascote criado às

vésperas das Olimpíadas do Rio, parece ter caído no gosto popular. Com o time brasileiro na espoera do jogo contra a Suíça, cabe ao mascote a fun-

ção de se relacionar com torcedores na Rússia. Por meio de vídeos com o passeio do Canarinho pela sede da Copa, a CBF tem conseguido popularizar o mascote.

“O Canarinho faz parte do trabalho de aproximação da seleção brasileira com o torcedor. Planejamos trabalhar com um mascote que fale com todos os tipos de torcedores, mas em especial com o público jovem”, afirmou Gilberto Ratto, diretor

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

EDIÇÃO 1019 - SEXTA-FEIRA, 15 / JUNHO / 2018

POR ERICH BETING

3bi de dólares é o quanto a Fifa prevê que vá faturar com venda dos direitos de mídia da Copa de 2018; é quase 60% do faturamento total no torneio

Canarinho ganha status de celebridade na Copa

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N Ú M E R O D O D I A

O

FE R E C I M E N

TO

de marketing da CBF, em entrevista exclusiva para a Máquina do Esporte. Pouco antes do início da Copa, a entidade lançou a loja oficial do Canarinho. A

“Meu Canarinho” vende a versão em pelúcia do mascote, que já foi vista no colo de Bruna Marquezine durante os treinos da seleção, e outros itens licenciados.

“O sucesso do Canarinho aqui na Rússia, bem como a venda dos produtos li-cenciados, mostram o quanto o brasileiro é apaixonado pela seleção e o quanto a seleção cativa as pessoas mundialmente”, complementou Ratto.

A cara de bravo do mascote, que ganhou o apelido de “Pistola”, ajudou na construção da personagem. Tanto que isso tem levado à produção de diversos “memes” que acabam compartilhados em redes sociais. O sucesso é tanto que até os clubes começam a entrar na onda. Com a abertura da Copa do Mundo, o São Paulo mudou a feição do seu mascote, o Santo Paulo, e fez a versão “pistola”, em homenagem ao colega de seleção brasileira. O post foi rapidamente compartilha-do pelos torcedores e gerou bastante mídia para o clube paulista. Até mesmo na mídia o sucesso do Canarinho começa a gerar pauta.

Tudo isso tem feito com que o Mascote passe a ganhar um planejamento especí-fico por parte da CBF. Após a Copa, ao que tudo indica ele terá bastante trabalho.

“O plano é não parar nunca com o Canarinho. Até porque ano que vem tem Copa América no Brasil, depois tem a Copa do Mundo feminina, no ano seguinte Olimpíadas, Eliminatórias e daí já chega a Copa no Qatar”, finalizou Ratto.

Ao que tudo indica, o Canarinho vai ter de voar bastante nos próximos anos.

C A F É P E L É VA I A B U E N O S A I R E S E P R O V O C A R I VA I S

S K O L C R I A A Ç Ã O PA R A ‘ S E C A R ’ A R G E N T I N A

O Café Pelé usou a Copa do Mundo para criar uma provocação aos argen-tinos. A marca de café foi até Buenos Aires para realizar um teste cego de seu produto com a população local.

Quando os argentinos elogiavam a qualidade do produto, era revelado a eles que a marca era “Café Pelé”. Al-guns dos torcedores levaram a história na brincadeira, mas muito deles mostr-aram claramente que ficaram contrari-ados com a provocação.

A iniciativa foi filmada e gerou a produção de um vídeo, que está sendo compartilhado pelo Café Pelé em suas redes sociais. Até o momento, o vídeo conta com cerca de 500 visualizações.

A marca de cerveja Skol, da Ambev, criou uma ação para se aproximar da Copa do Mundo e do torcedor brasileiro. Tendo as “irmãs” Brahma e Bud como patroci-nadoras do evento, a Skol decidiu provocar a Argentina.

Caso a Islândia consiga vencer a seleção argentina, a Skol promete dar cerveja de graça para os islandeses. As duas seleções se enfrentam neste sábado, às 10h. A marca criou uma campanha de mídia para brincar com a ini-ciativa, que logicamente caiu nas graças dos brasileiros.

O P I N I Ã O

Uma Copa morna. Mas só até domingo!

Eis que após quatro anos de espera começa mais uma Copa do Mundo. Em 2014, trabalhava como gerente de marketing esportivo e estive profunda-mente envolvido em diversos aspectos deste evento, tendo voado de um

lado ao outro em 15 dos 64 jogos nos 32 dias de Mundial. Lembro dos protestos de “não vai ter Copa”, do Hino Nacional cantado à capela, da empolgação crescente até o fatídico jogo no Mineirão reiniciar o processo, que recomeça logo mais na Rússia.

O clima da Copa, exceto para os mais fanáticos, continua morno. Em linha com os cinco gols russos, destacaria cinco razões para isso:

1. Efeito 7 a 1: Pesadelo? Vexame? Tragédia? Sem dúvida nosso último capítulo em Copas foi um balde de água fria num tema que deveria estar fervendo.

2. Efeito êxodo precoce: na seleção titular, poucos tornaram-se ídolos antes de cruzarem o oceano em busca de euros ou yuans. Tite é uma exceção e, também por isso, sucesso popular.

3. Efeito condomínio: quando crian-ça, minha turma pintava o asfalto e pen-durava bandeiras verdes e amarelas pra decorar a rua. Esta mesma rua tem hoje casas com muros com arame farpado, sem crianças jogando bola ou enfeitando ruas.

4. Efeito gourmetização: ir no estádio pra ver o Brasil jogar é para poucos. Nas Eliminatórias, o estádio não lotava mesmo

com a campanha irretocável da era Tite devido aos altos preços dos ingressos. Já nos últimos dez amistosos, apenas um foi no Brasil: o jogo da Amizade contra a Colôm-bia, sem os principais jogadores e na pré-temporada. Resultado: Engenhão vazio...

5. Efeito Fifa: Quando criança, poucas eram as lojas e marcas que não surfavam o tema Copa: figurinhas em chiclete, bolões com prêmios, TVs com garantia até a Copa seguinte, jingles, tudo ajudava a entrar no clima. Como a Fifa reduziu essa farra para proteger seus patrocinadores, caberia a Adidas, Coca, Hyundai, Visa, Bud e Mc Donald´s ativarem a Copa por aqui, “apoiados” por Nike, Itaú, Vivo, Brahma/Gua-raná, Mastercard, Gol, Ultrafarma, English Life e Cimed jogando confete na seleção. Por razões diversas, estas marcas estão mais quietas do que em 2014.

Apesar destes efeitos, começou a 21ª Copa do Mundo. E quando o Brasil entrar em campo domingo, num passe de mágica teremos ruas vazias, turmas reunidas, parecendo que todo o Brasil deu a mão, ligado na mesma emoção, num só coração!*David Pinski é louco por futebol há 42 anos, marketeiro há 21 e está indo pra sua 2ª Copa do Mundo

Dos 7 a 1 à proteção da Fifa com os

seus parceiros, temos cinco razões para

ainda não ter aquele clima de Copa

POR DAVID PINSKI

executivo de marketing

Clima político ameno marca

abertura da Copa

Cristiano Ronaldo é o novo em-baixador da SleepScore, marca es-pecializada em medição e melhoria do sono. O atacante português, que estreia hoje na Copa, vai promover o novo aplicativo para dispositivos móveis produzido pela empresa.

Aos 33 anos, Cristiano Ron-aldo coleciona marcas importantes como patrocinadoras pessoais. En-tre as mais conhecidas estão Nike, Clear (da Unilever), Herbalife e Tag Heuer. Recentemente, o português também tornou-se embaixador da montadora chinesa Wey.

Ele é o jogador mais midiático desta Copa, contando com mais de 320 milhões de seguidores no Face-book, Instagram e Twitter.

C O M C O PA , C R I S T I A N O R O N A L D O F E C H A PAT R O C Í N I O

Após uma longa novela, a Lega Serie A, que organiza o Campeoanto Italiano, definiu que a Sky, na TV, e do DAZN, plataforma de streaming do grupo Perform, vão exibir o tor-

neio nos próximos três anos.Com a decisão, será a primeira

vez que o Italiano terá jogos só no streaming. O pacote incluirá a partida

de sábado às 20h30, e os jogos aos domingos às 12h30 e às 15h, além de três jogos exclusivos para cada rodada

de jogos no meio da semana.

ITÁL IA VENDE D IREITOS

DE MÍD IA DE TORNEIO PARA O STREAMING

POR REDAÇÃO

Após uma esteticamente questionável festa de abertura em 2014, a Copa do Mundo voltou neste ano com show de meia hora do cantor inglês Robbie Williams e bem distante de polêmicas, especialmente na política. O presidente russo, Vladimir Putin, teve destaque no evento, em diferente de Dilma Rousseff, que foi vaiada e nem discursou em 2014.

Putin foi, na verdade, bastante aplaudido. Com semblante menos sério do que o de costume, o presidente fez discurso amistoso, dizendo “amar” receber o público. “Temos que defender essa força do futebol para as novas gerações. Te-mos que defender também a compreensão entre os povos”.

Em seguida, foi a vez de o presidente da Fifa, Gianni In-fantino, fazer seu discurso protocolar, sem ser achincalhado como foi Joseph Blatter na Arena Corinthians em 2014.

Putin ainda ganhou protagonismo posteriormente, quando fez, sem querer, o técnico da Rússia interromper a coletiva de imprensa após a goleada sobre a Arábia Saudita. O presi-dente ligou para o treinador para parabenizá-lo.

No show de abertura, houve uma série de referências à Rússia, da soprano Aida Garifullina a uma encenação de bola que caia do espaço, em lembrança ao programa espacial do país, um dos orgulhos do povo. Não houve, porém, um tom nacionalista exacerbado. Uma amostra disso foi a presença do brasileiro Ronaldo nos gramados de Moscou.

A única polêmica foi com Robbie Williams, que apontou o dedo do meio para a câmera em meio à apresentação.

POR ERICH BETING

Os Estados Unidos receberão a Copa do Mundo de 2026, em parceria com Mé-xico e Canadá, mas o país ainda está longe de ter grande familiaridade com o torneio. No início do Mundial da Rússia, a mídia americana tenta inteirar os torce-dores locais com o evento que parece parar o mundo inteiro, menos a América do Norte. E as manchetes são no mínimo curiosas para públicos fãs de futebol.

O melhor símbolo desse esforço está justamente no mais famoso jornal do país: “Como falar sobre a Copa do Mundo e parecer razoavelmente inteligente”, publi-cou o “New York Times” na quinta-feira. “Não sabe nada sobre futebol, mas sabe que você será forçado a se importar? Nós te ajudaremos!”, completa o jornal para apresentar então um guia bastante básico sobre o torneio na Rússia.

Os outros dois jornais de maior renome no mercado americano, o “Washington Post” e o “Boston Globe”, apostaram na ajuda em escolher um time para torcer, já que os EUA nem se classificaram. “Um guia americano para escolher um time”, disse o jornal de Boston, que chamou a seleção brasileira de “escolha previsível, mas precisa”. Já a publicação da capital americana exaltou o talento de Neymar.

Grandes canais de publicação seguiram a linha do “New York Times”, ainda que sem o tom escrachado. O site da revista “Time” fez uma publicação para detalhar fatores que passavam pelo principal estádio de Moscou, o momento de Cristiano Ronaldo e até os problemas com hooligans. O canal CBS fez algo semelhante em seu site, com um guia em que o primeiro item esclarece bem a relação entre os americanos e o Mundial: “O que é a Copa do Mundo?”.

Aparentemente, as lições de 1994 ficaram para trás, mas ainda há tempo até 2026. Pelo menos dessa vez há a companhia dos mexicanos para “passar cola”...

Mídia nos EUA cria ‘tutorial’ para a Copa

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POR DUDA LOPES, DE BOSTON (EUA)

O primeiro dia de Fan Fest em Moscou mostrou que o torcedor russo está ligado na Copa do Mundo. Segundo a Fifa, 67 mil pessoas estiveram presentes no local.

Já em campo, o McDonald’s fez festa para Polina Haeretdinova, menina apoiada por um programa social da marca e que levantou pela primeira vez da cadeira de rodas ao lado de Akinfeev, goleiro russo.

Vai ter copo! Dentro do estádio

Luzhniki, em Moscou, a Coca-Cola anuncia a venda de seus produtos

junto do copo da partida, personalizado

com os nomes dos dois times, o local e a data

do jogo. Criado para a Copa Mundo de 2006,

ausente da África do Sul em 2010 e sucesso de vendas em 2014, o

copo personalizado foi reeditado pela marca neste ano na Rússia

Sicieriorte, se aucia notabus sum movem quistis viverfecere acepes vis critanum ius At con horbi

DO

E S P E C I A L

N A

Confira aqui algumas das ativações que acontecem tanto na Rússia quanto em outras partes do mundo nesta Copa

Na China, a Wanda Group levou temas da Copa do Mundo a shoppings, celebrando o patrocínio ao torneio (dir.)

Já no estádio em Moscou, a Qatar fez ação para pintar os torcedores (abaixo).

Políticos peruanos no lançamento da Casa Peru, espaço criado em Moscou para o relacionamento e divulgação de produtos e da cultura do Peru durante a Copa.

A fachada do Teatro Bolshoi, em Moscou, foi personalizada pela Adidas para celebrar a chegada da Copa do Mundo. A marca fez uma projeção de imagens que remetem ao Mundial e também à campanha “Here to Create” que tem norteado suas ações. Imagens de Messi e Gabriel Jesus também ilustraram a frente do teatro de Moscou

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