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Meio ambiente e Políticas Energéticas na China

Meio ambiente e Políticas Energéticas na China · 2016-07-13 · pondo fim ao que chamam de Século Americano. Percebe-se ... A China esqueceu que as implicações ambientais citadas

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Meio ambiente e Políticas Energéticas na China

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Universidade Federal do Rio de Janeiro - IE - Instituto de Economia

Disciplina: Desenvolvimento Socioeconômico da China Professora: Isabela Nogueira de Morais Tutor: Bruno Hendler Alunos: Carolina Kochmanski Eduardo Rodrigues Felipe Costa Francisco Dantas

Tema do trabalho: Meio ambiente e Políticas Energéticas na China Este trabalho tem por objetivo analisar o início do debate da questão ambiental na China, como ocorreu seu crescimento econômico e populacional, os impactos ambientais causados pelo seu crescimento sustentado na exploração de combustíveis fósseis e as medidas que o governo chinês tem tomado para solucionar/minimizar os impactos negativos no meio ambiente. Além disso, apresentamos a composição da matriz energética e o crescimento expressivo da participação de energia renovável na China, e também destacamos a importância de petróleo. Finalizamos esse trabalho com uma reflexão baseada na leitura dos autores Silver e Arrighi, que nos faz questionar a necessidade de uma mudança no cenário global para um modelo social, geopolítico e ecológico diferente do modelo de desenvolvimento capitalista ocidental que o mundo experimentou até os dias de hoje.

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Rio de Janeiro Julho de 2016

SUMÁRIO Introdução ..................................................................................................... 4 Crescimento Econômico e Populacional (1978-2015) .................................. 5 Impacto Ambiental ........................................................................................ 8 Medidas do Governo Chinês ........................................................................ 10 Matriz Energética Chinesa ........................................................................... 13 Crescimento da Energia Renovável na China ............................................. 16 Importação e Exportação de Petróleo ......................................................... 19 Reflexão Teórica .......................................................................................... 22 Referências Bibliográficas ........................................................................... 23

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INTRODUÇÃO Com Thomas Robert Malthus se iniciou de forma mais branda, toda uma discussão sobre a relação entre o homem e o meio ambiente através do crescimento demográfico e econômico. Traçando um paralelo entre a teoria Neomalthusiana e o que ocorre hoje na China, pode-se observar toda a contemporaneidade da teoria, pois o que se pode perceber hoje, é um crescimento econômico junto com um crescimento demográfico levando ao esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Após a teoria Neomalthusiana, a discussão voltou à tona através da publicação do livro Os Limites do Crescimento em 1972 pelo Clube de Roma. O objetivo do livro era alertar sobre o desenfreado crescimento populacional e econômico pautado no uso deliberado de recursos naturais, o que acarretaria mais cedo ou mais tarde na escassez dos mesmos. Por consequência do livro, também em 1972, foi realizada a Conferência de Estocolmo, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que foi a primeira atitude mundial voltada para debater o crescimento populacional, poluição atmosférica, intensidade na exploração de recursos naturais e medidas para amenizar impactos negativos sobre as gerações futuras. A Conferência foi marcada pela divergência entre os países chamados de desenvolvidos e os em processo de desenvolvimento, que argumentavam enfrentar um trade-off entre priorizar o seu crescimento e garantir níveis adequados de vida as suas populações ou frear seu desenvolvimento por maior preocupação ambiental. Embora metas concretas não tenham sido tiradas do evento, esse teve importância fundamental na inserção da discussão da questão ambiental na problemática mundial. A China, país alvo deste estudo que se inicia, após ser estimulada pela Conferência das Nações Unidas em 1972, teve a sua primeira conferência sobre proteção do meio ambiente em território chinês em 1973 que resultou na formação de um grupo de proteção ao meio ambiente, legislação pertinente e em um documento publicado em 1974 que recomendada políticas ativas de proteção ambiental e não somente de controle dos níveis de poluição. Mesmo assim, a lei de proteção ao meio ambiente só passou a ser adotada em 1979 em resposta a poluição do ar, água, terra e disposição de resíduos sólidos. É importante lembrar que a partir da década de 70 tem-se presença ativa de organizações não governamentais de proteção ao meio ambiente e que a formação de uma legislação marcou o começo de um possível processo de proteção ambiental.

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CRESCIMENTO ECONÔMICO E POPULACIONAL (1978-2015) A China tem ascendido como potencia econômica e seus efeitos podem ser sentidos para além de suas fronteiras. Como pode ser visto nos dois gráficos abaixo, a China teve taxas de crescimento econômico, na maior parte do período de 1980 a 2015, superiores a das potências econômicas de cada época. No ano de 2003, a China ocupava a 7ª posição no ranking das maiores economias mundiais. De acordo com o ranking feito pelo Banco Mundial, no ano de 2015 a China ocupou a 2ª posição de maior economia, estando atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, analistas preveem que em 2050 a China será a maior potência econômica mundial e deixará o segundo lugar para os EUA,

pondo fim ao que chamam de Século Americano. Percebe-se pelo seu crescimento acelerado, que a China tende a cada ano recuperar a posição que tinha até 1890, quando foi suplantada pelos EUA. O peso da

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economia chinesa internacionalmente começa de forma planificada com o Programa das 4 Modernizações (agricultura, indústria, defesa nacional e ciência técnica), assim que Deng Xiaoping assume a presidência da República Popular da China. O slogan do período em que Deng Xiaoping assume era: “não importa se o gato é branco ou preto, contanto que ele pegue o rato”. Assim, as reformas que se seguiram tinham por objetivo o desenvolvimento econômico traçando um processo de liberação econômica que preservasse a ideologia socialista e que continuasse com a liderança do Partido Comunista. Os Planos Quinquenais da época, respectivamente 5º e 6º Five-Year Plans, tinham como meta investimento por parte do governo em infraestrutura e produção de aço e petróleo, modernização, alcançar crescimento anual médio de 5% para produtos industriais e agrícolas, controle populacional e transformar a China de um país pobre (na época com mais de 60% da população vivendo com menos de US$1 por dia) em uma nação poderosa e rica no século XXI. Além disso, foi a primeira vez que um dos objetivos de um plano quinquenal, desde sua adoção a partir de 1953, era estimular e implementar tecnologia para economia de energia como prioridade e fortalecer a proteção ambiental. Para diminuição da pobreza houve a contribuição de diversos fatores. Um dos pilares foi a instalação de zonas econômicas especiais (ZEE), que foi uma forma de abertura da economia da China a partir da década de 80 para atrair investimentos estrangeiros que, em contra partida, introduziriam tecnologia e modernos métodos de administração. É importantíssimo abordar que mesmo que na década de 70 houve alguma mobilização no sentido de discussão de questões ambientais e o reconhecimento do papel ativo na proteção do meio ambiente e não somente no controle de poluentes, os investidores estrangeiros eram atraídos com oferta abundante de mão de obra barata, redução de impostos, infraestrutura moderna e principalmente pela vantagem comparativa da China que era atribuída a inexistência de regulação ambiental e superexploração do trabalho. A disponibilidade de mão de obra barata referida acima é resultado de um movimento migratório campo-cidade que está associado a política do filho único, mudanças culturais como o aumento radical do consumo de proteína (animal e vegetal) na alimentação. Acredita-se que em 2030 a população urbana na China será de um bilhão de pessoas. Além disso, sabe que a urbanização abre espaço para um ambiente propício a influenciar gostos e massificar tendências, eleva-se o número de consumidores com rendas mais altas, sobretudo a “nova classe média”. O crescimento econômico chinês resultou num aumento efetivo da demanda por combustíveis fósseis (carvão, gás natural e petróleo) para fomentar a industrialização tardia e o consumo interno da população de grandes centros urbanos que só cresceu ao longo do tempo. O carvão sempre ocupou posição de destaque na matriz energética chinesa e, ainda hoje, continua sendo o principal combustível usado correspondendo a cerca de 73,90% da matriz energética no ano de 2015. Há razões específicas para a superioridade do carvão desde 1980. A primeira diz respeito a abundância desta matéria-prima energética na China (com reservas provadas de 114,5*10^9 toneladas, BP 2011) principalmente na região centro e nordeste do país. A segunda razão diz respeito ao elevado consumo interno.

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É conveniente ressaltar que a grande utilização do carvão como fonte energética está associado a grandes problemas ambientais que se colocam dentro e fora da China. Os impactos ambientais serão analisados na próxima seção. .

A migração e o aumento da população urbana foram consequências, em alguma medida, da criação das ZEEs o que impactou ainda mais a demanda por energia e combustíveis fósseis na China, pois, para sustentar o imaginário de "desenvolvimento" autoriza-se a submissão da natureza, povos, populações e modos de vida para alimentar “a cidade”, mesmo que o processo de reprodução ecológica seja insustentável. IMPACTO AMBIENTAL Feita uma breve apresentação dos dados econômicos e populacionais da China, pode-se demonstrar como esse crescimento sustentado pelo uso de combustíveis fósseis afetou o meio ambiente e quais são as suas implicações. O crescimento econômico acelerado baseado no uso de combustíveis não-renováveis e a emigração massiva da população rural para áreas urbanas causou externalidades para o meio ambiente chinês. Como sua matriz energética foi fortemente baseada nos combustíveis fósseis e a atividade econômica e o consumo interno aumentaram a demanda por energia, a China se viu num dilema: ou sustentava o desenvolvimento econômico elevado através de combustíveis fósseis (mais baratos e, no caso do carvão, em abundância), mesmo causando externalidades negativas ou tomariam medidas para um desenvolvimento econômico num ritmo mais lento, pautado na preocupação ambiental. A escolha da China foi bastante clara, manter um crescimento econômico elevado e esperar as externalidades para só assim tomar medidas mais ecológicas.

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Vejamos abaixo alguns impactos negativos no meio ambiente:

Poluição do ar: a China atualmente é o maior emissor de CO2 do mundo, o que ocasionou o aumento dos casos de câncer na China tornando a partir de 1990 a principal causa de morte no país, segundo a publicação financeira Caijing. Além de trazer implicações internas, a emissão de gases poluentes na China atravessa as fronteiras e afeta outros países, o que resulta numa maior pressão internacional;

Contaminação da água: esse é um dos piores problemas causado pela degradação do meio ambiente chinês. A maioria dos poços subterrâneos está contaminado com produtos químicos que são usados em herbicidas, segundo matéria publicada pelo The New York Times;

Chuvas ácidas, tempestade de areia e desertificação;

Mudança climática e efeito estufa: além de ter implicações internas, a poluição na China afeta a camada de ozônio, o que reflete no clima de todos os países do mundo.

A China esqueceu que as implicações ambientais citadas acima têm impacto econômico e social que podem ser medidos em valores monetários. A base de dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revela que os custos econômicos na China aumentaram mais de 90% no período de 2005-2010. As perdas econômicas são estimadas em 1,4 trilhão de dólares por ano. Nestas perdas estão inclusos os gastos com políticas de saúde pública e sociais, já que a China não se preveniu. Reportagens do site ChinaDaily deste ano (2016) relatam que o meio ambiente tem se deteriorado na província de Hebei no norte da China e que quatro rios, incluindo Canglangqu River, Shibei River, Liaojiawa River e Cha River estão fortemente poluídos com média de concentração de poluentes acima de 30% em 2015. Além disso, a mesma reportagem afirma que uma série de projetos ilegais foram descobertos e inspetores atribuem essas violações ambientais a supervisão ineficiente dos reguladores locais. Durante a inspeção, 200 empresas foram fechadas e 123 pessoas foram levadas pelas autoridades policiais. Uma outra reportagem também deste ano informa que 265 das 338 cidades pesquisadas falharam em alcançar o padrão nacional da qualidade do ar. Em 2014, das 161 cidades monitoradas somente 9,9% alcançaram o padrão nacional de qualidade e há 972 centros de monitoramento da qualidade da água na China e cerca de 8,8% delas relataram estado da água tão pobre que não poderia ser utilizada para nada. O ministério responsável pela preservação do meio ambiente relatou que expandirá para mais de 2.500 centros de monitoramente até o fim do atual plano quinquenal (13th Five-Year Plan) e que fará esforços para diminuir a poluição e melhorar a qualidade da água.

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MEDIDAS DO GOVERNO CHINÊS Após a discussão em torno do desenvolvimento econômico baseado na responsabilidade ambiental que começa em 1972, a China só vai começar a adotar um discurso para tal tema em 1998 quando a Agência Nacional de Proteção Ambiental foi promovida para nível de agência ministerial e foi até renomeada, passando a se chamar Administração Estatal de Proteção Ambiental. Apesar de manter um discurso de que está convergindo com os interesses globais de proteger o mundo das mazelas do aquecimento global, a China não toma nenhuma medida eficaz para reduzir a poluição, mesmo com pressão internacional. A grande expectativa foi que com a Olimpíada de Pequim a poluição estaria com seus dias contados, pois a China teria que reduzir a emissão de gases poluentes para que atletas olímpicos tivessem o mínimo de condições para competir. No entanto, as medidas tomadas foram momentâneas como, por exemplo, reduzir e/ou paralisar a produção industrial nas áreas ao redor e em Pequim para assim reduzir a poluição.

Em 2012 na cidade de Shifang a população chinesa mostrou todo seu descontentamento com o descaso do governo chinês para com a poluição, tanto que protestou durante três dias seguidos e invadiu a sede do mesmo em protesto contra um fábrica de liga de cobre, argumentando que a fábrica iria envenená-los. O governo local acabou desistindo do projeto que prometia acabar com o desemprego da região.

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Apesar dos planos quinquenais a partir de 2001 conterem políticas públicas mais claras visando a despoluição e/ou redução da poluição, a China enfrenta problemas para colocar ações ambientais em prática. Como os governos provincianos tem certa “autonomia” para perseguir o crescimento econômico, estes buscam de qualquer forma, inclusive desrespeitando leis ambientais. Tanto que no ano de 2007 a China ultrapassou os E.U.A na emissão de CO2. Em 2014 a China criou seu ministério do meio ambiente, apesar de ter uma legislação ambiental desde 1979 e alterada em 1989. Verificou-se a necessidade de reformular essa legislação através de uma emenda após 25 anos, que prometeu endurecer e fechar o cerco para poluidores. A lei prevê que autoridades de companhias que desrespeitarem artigos que compõem a lei ou se recusarem a obedecê-la, terão que cumprir detenção de 15 dias, além de punições mais severas a quem degrade de alguma forma o meio ambiente. Além da nova legislação, o atual Presidente Xi Jinping já alcançou outras conquistas notáveis. Ao final de 2014 a China já havia construído 10,5 bilhões de metros quadrados de edifícios de baixo consumo energético em zonas urbanas e aumentou a produção de novos veículos menos poluentes em 45 vezes entre 2011 e 2015. Outra política que o governo vem adotando é limpar sua matriz energética. A China a partir de 2015 assume a liderança dos investimentos mundiais em energias renováveis, investindo cerca de US$ 102,9 bilhões.

De acordo com o último plano quinquenal (2016-2020), a grande aposta chinesa é a ecocivilização. Os principais objetivos explicitados no plano são:

Ter crescimento médio da economia de 6,5% e dobrar a renda per capta até 2020;

Reduzir emissão de gases poluentes por unidade de GDP de 40% para 45% até 2020;

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Limitar o consumo total de energia primária a 4,8 milhões de toneladas equivalentes de carbono em 2020, além de alcançar o pico de emissões de (CO2) no ano de 2030.

Notícias recentes mostram a liberação do comércio de crédito de carbono por parte do governo chinês. A China ganha bilhões com a venda de carbon-offset ou crédito de carbono, instrumento financeiro criado com a finalidade de diminuir a emissão de gases poluentes que causam o efeito estufa. Empresas teriam um limite para emitir gases poluentes com objetivo de não exceder o limite estabelecido. Quem não usar esse limite em sua totalidade, poderá vender para aquela que já excedeu o limite mensal. As verbas geradas deveriam estimular projetos de energia verde. No entanto, há indícios que mostram manipulação do mercado de crédito de carbono, pois, já descobriu-se projetos de usina na China que teriam sido realizados sem as rendas obtidas com o s crédito e isto mostraria que a venda de carbono não estaria incentivando a produção de energia limpa. A China atualmente ocupa o posto de nação mais poluidora do mundo e sua atual estratégia é que até 2017 o Partido Comunista colocará em prática um sistema conhecido como "cap and trade", que libera o comércio de crédito de carbono entre governos, instituições e empresas permitindo assim, a negociação dos direitos à exploração de recursos. Vale ressaltar aqui um aspecto extremamente interessante a respeito da China atual que é o fato de até sua liberalização, que seria uma aposta nas forças livres de mercado, ideologia capitalista, está subordinada a um plano central e muito bem articulado do Partido Comunista Chinês. Há uma tese que argumenta que a China seria responsável pelo incentivo a competição de recursos naturais estimulando a poluição e o desperdício devido a deficiência no estabelecimento dos direitos de propriedade. Muitas vezes seria impossível definir o proprietário de determinado recurso natural e, por isso, ninguém teria interesse em preservá-los. Planejadores ambientais sugerem que o conceito de propriedade deve ser separado do conceito de quem pode usar o recurso natural.

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MATRIZ ENERGÉTICA CHINESA Até o início dos anos 90, a China era uma das nações que mais exportavam petróleo no mundo. Com a reforma das 4 modernizações, iniciou-se um processo de investimento em agricultura, indústria, C&T e educação. A partir dos anos 90, quando

começou o processo de privatização e abertura econômica gradual, os chineses começaram a consumir mais energia e passaram de grandes exportadores de petróleo para serem atualmente os maiores consumidores de energia e possuírem as maiores taxas de consumo de petróleo (em termos físicos a China ainda está atrás dos EUA). Tal foi o aumento do consumo de petróleo, que a EIA (Energy Information Administration), em seu relatório de 4 de fevereiro de 2014, registrou que no ano de 2013, o país foi responsável por 1/3 do consumo de petróleo no mundo e projetava que em 2014 superaria os Estados Unidos como maior importador de petróleo, devido ao acentuado aumento do consumo da matéria-prima no país. No entanto, vemos que embora a importação de petróleo da China tenha sido maior em termos percentuais que a dos Estados Unidos, porém em termos físicos, os estadunidenses continuam importando mais que os chineses. Nas tabelas abaixo, com os dados tirados do Annual Statical Bulletin da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de 2016, percebe-se esta clara diferença entre a importação percentual e a importação física desses dois países.

Data EUA (consumo Físico

em barris por dia) China (consumo físico

em barris por dia)

2011 2.501.000 1.011.300

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EUA

China

2012 2.071.000 1.017.900

2013 2.129.000 1.093.100

2014 1.897.000 957.700

2015 2.050.000 1.150.900 Tabela 1: Importações físicas de petróleo, dados da OPEP Gráfico de Crescimento Percentual das importações de petróleo, dados da OPEP A mesma situação se repete com relação ao consumo de petróleo, onde segundo dados do BP – Statistical Review of World Energy de Junho de 2016, no final do ano de 2015, os Estados Unidos haviam consumido aproximadamente 13.396.000 barris de petróleo por dia, enquanto o consumo de petróleo da China batia 11.968.000 barris de petróleo por dia.

Data Estados Unidos China

2012 18.490.000 10.229.000

2013 18.961.000 10.732.000

2014 19.106.000 11.201.000

2015 19.396.000 11.968.000 Tabela 4: Consumo de petróleo em milhões de barris por dia, dados da Statistical Review of World Energy.

Ainda segundo o BP – Statistical Review of World Energy, o consumo de energia na China cresceu em 1,5%. Embora tenha tido uma taxa de crescimento menor que a média dos últimos 10 anos (5,3%) e tenha obtido a menor taxa de crescimento desde 1998, o país ainda se manteve como maior consumidor de energia do mundo, representando 23% do consumo de energia global e 34% do consumo de energia líquida do mundo. Desse consumo, a maior parte ainda é representada por combustíveis fósseis. Destes, o petróleo é o mais consumido e no último registro de 2015, registrou um aumento de 6,3% do seu consumo, seguido pelo gás natural que registrou aumento de 4,7%. A grande surpresa foi a queda do consumo de carvão, que é responsável por 64% do consumo de energia e teve um decréscimo de 1,5% (a maior registrada desde 2000). Em 2015, a produção de carvão na China caiu em 2% (segunda queda de produção desde 1998. A primeira foi em 2012, onde foi registrada uma queda de 4%), por outro lado a produção de gás natural cresceu em 4,8% e a produção de óleo cresceu em 1,5%.

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A produção de energia renovável cresceu 20,9% em 2015. A China que é o maior produtor de energia renovável, representa 17% do mundo. Em 2015, ultrapassaram a Alemanha e os Estados Unidos, se tornando o maior gerador de energia solar, tendo um acréscimo de 69,7%. A produção de energia nuclear chinesa dobrou a média dos últimos 10 anos, crescendo em 28,9%. Houve também aumentos na produção de energia eólica (15,8%) e o aumento de 5% na produção de energia hidroelétrica, sendo esse o pior registro desde 2012. Outro avanço chinês foi no que diz respeito as emissões de Óxido de Carbono (CO2), onde no ano de 2015, o país apresentou a primeira queda de emissão de CO2 desde 1998, caindo em 0,1%.

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CRESCIMENTO DA ENERGIA RENOVÁVEL NA CHINA Ao final de 2015, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), a produção de energia chinesa chegava a um total de 2.570.000 Mtoe (tonelada equivalente de petróleo). A produção de carvão chegou a 73,9%, seguida de energias renováveis (energia solar, eólica, hidrelétrica, nuclear que iremos abordar com mais detalhes em seguida) que produziu 12,6% do total de energia chinesa. O petróleo e seus derivados possuem apenas 8,2% da produção, um dos motivos que impulsiona bastante a importação da matéria-prima. Por fim, temos o gás natural com 3,9% e outras fontes de energia que complementam com 1,4%. Segundo Gómez (2012), a matriz energética em 2009 se dividia dessa forma:

Matriz energética Chinesa - 2009; Carvão; 69,39%;

69%

Matriz energética Chinesa - 2009;

Renováveis; 3,81%; 4%

Matriz energética Chinesa - 2009;

Petróleo; 14,18%; 14%

Matriz energética Chinesa - 2009;

Gás Natural; 3,11%; 3%

Matriz energética Chinesa - 2009; Outros; 9,51%;

10%

Matriz energética Chinesa - 2009

Carvão

Renováveis

Petróleo

Gás Natural

Outros

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Comparando os gráficos, pode-se ver um forte investimento em fontes de energia renováveis, principalmente em energia solar, eólica e hidroelétrica (embora tenha apresentado baixos números de crescimento recentemente). Segundo a ENF Solar, a China possui o maior número de empresas produtoras de materiais para captação de energia solar (547) e dessas, 16 configuram no top 20 de produção desses materiais. O sucesso no ramo é tão grande, que os painéis solares chineses são vendidos no mundo todo, a ponto de países da União Europeia e os Estados Unidos colocarem barreiras aos produtos oriundos da China. Outros ramos de energia renovável que têm crescido muito no país são a eólica e a hidrelétrica. Com relação a energia eólica, as regiões mais propensas para sua produção se localizam no noroeste chinês, perto do Cazaquistão e da Mongólia. No entanto, essas regiões se localizam longe dos grandes centros chineses, o que causa problemas de logística para o transporte de energia. Regiões como Xinjiang que além de muito afastadas do centro, também enfrentam problemas políticos e sociais por conta da grande população muçulmana que habita nessas regiões. Para resolver essa questão, a construção de novas usinas eólicas fez com que a produção chinesa aumentasse, ajudando a suprir a alta demanda por energia. Segundo o Global Wind Energy Council (GWEC), em 2015, o país foi responsável por 48,5% do total de capacidade instalada de energia eólica no mundo.

Produção de energia na

China (Mtoe) - 2015; Carvão; 73,90%; 74%

Produção de energia na China

(Mtoe) - 2015; Renováveis; 12,60%; 13%

Produção de energia na China

(Mtoe) - 2015; Petróleo; 8,20%; 8%

Produção de

energia na China (Mtoe) -

2015; Gás

Natural; 3,90%; …

Produção de energia na China (Mtoe) -

2015; Outros;

1,40%; 1%

Produção de energia na China (Mtoe) - 2015

Carvão

Renováveis

Petróleo

Gás Natural

Outros

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Gráfico com os 10 países que mais possuem capacidade de energia eólica instalada, segundo a GWEC.

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O investimento em hidrelétricas na China é o mais antigo e o maior símbolo desses investimentos, foi a construção da barragem das Três Gargantas, localizada em Yichang, no maior rio do país, o Yang-Tsé. Em 2014, foi a maior produtora de energia hidrelétrica do mundo, superando a barragem de Itaipu. No entanto, em 2015, com o aumento dos investimentos em outros tipos de energia (em especial a solar), não teve o mesmo desempenho do ano anterior. A energia nuclear chinesa evoluiu intensamente nesses últimos anos. De 2012 para 2016, o número de usinas cresceu de 2 para 30 e possui mais 24 em construção. A fim de expandir a produção de energia nuclear, os chineses buscam expandir suas usinar nucleares para outro países do globo. A estatal CNNC (China National Nuclear Corporation) que é uma das maiores empresas produtoras de energia nuclear do mundo, visa construir sua primeira usinar nuclear fora do país, no Sudão, de acordo com a gigante estatal, a ideia é expandir para outros países como Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Quênia, além da iniciativa de colaboração com França e Reino Unido. Recentemente, a Companhia de Energia Nuclear Geral da China (CGN) e o grupo CEZ da República Tcheca firmaram um acordo para cooperação de novas tecnologias no setor nuclear, além do ambicioso projeto da CNNC de criar uma usina nuclear flutuante marinha.

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IMPORTAÇÃO DE PETRÓLEO O boom de crescimento econômico da China trouxe consequências como o aumento na demanda por energia, fazendo com que a China necessitasse importar uma grande quantidade de fontes de energia, como petróleo e gás natural, fontes essas que outrora eram exportadas pela mesma China. É importante destacar a mudança nos padrões de consumo da população chinesa após o forte crescimento da economia chinesa para um padrão de vida mais intensivo em consumo, que possibilita a população padrões de vida semelhantes aos ocidentais. A crescente necessidade da China de importar petróleo é uma questão que preocupa os governantes sobre a dependência energética e consequente dependência econômica da China perante seus países parceiros exportadores. Essa dependência energética chinesa não poderia vir desacompanhada de uma questão geopolítica, principalmente quando falamos de um comércio que movimenta bilhões de dólares. A China é vista pelos EUA como único país que pode ameaçar sua hegemonia, e por isso os EUA se preocupam em reforçar relações com todos os países que tem fronteira terrestre com a China. A relação que vem se fortalecendo entre China e Rússia também preocupa os americanos. A Rússia recentemente, em dezembro de 2015 ultrapassou a Arábia Saudita na exportação de petróleo para a China (4,81 milhões de toneladas frente a 4,47 milhões da Arábia Saudita. Um dos fatores para o sucesso do comércio entre China e Rússia pode se explicar pela aceitação da Rússia do pagamento em Yuan, moeda chinesa e não mais exclusivamente em dólar. Além da Rússia e Arábia Saudita, a China importa petróleo expressivamente também de países como Angola, Irã, Iraque e Venezuela e realiza investimento em outros países do continente africano e da América do Sul, buscando uma estratégia de diversificação das importações, que mais uma vez reforça o medo chinês de tornar-se refém de qualquer um dos países. China National OffShore Oil Co (CNOOC), Sinopec, Sinochem entre outras estatais chinesas investiram mais de $100 bilhões em ativos de petróleo e gás para aumentar as importações. Como exemplo tem-se o interesse dessas empresas em explorar o pré-sal brasileiro.

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Nova Rota da Seda - “um cinturão, uma estrada” Projeto de Xi Jinpiang que é rebatizado com o mesmo nome de uma expansão de sucesso ocorrida no período da Dinastia Han. É um plano para investir o enorme superávit chinês em obras de infra-estrutura e melhorias no transporte que irão favorecer o comércio junto a países na Ásia, na África e na Europa. Apesar do discurso chinês de que todos os países da chamada “Nova Rota da Seda” serão mutuamente beneficiados, sabe-se que a maior beneficiada será a própria China. Além de ampliar seu mercado consumidor, facilitando o escoamento de excedentes, as regiões da fronteira oeste da China e vizinhos da Ásia Central são ricas em reservas de petróleo e gás natural. O transporte através da nova rota da seda será uma saída para a China lidar com a vulnerabilidade que sofre no estreito de Malaca, pelo qual 80% das importações de petróleo tem que passar. As regiões de maior foco da nova Rota da Seda podem ser compreendidas por: Ásia Central, Rússia, Índia, Paquistão e Europa. Por terra, a estratégia seria se aproveitar de rotas de transporte internacionais ao longo dos corredores econômicos China-Mongólia-Rússia, China-Ásia Central- Oeste Asiático e China-Península da Indochina. Por mar, os principais corredores econômicos seriam o China-Paquistão e o Bangladesh-China-India-Myanmar. Só no Paquistão, Xi Jinping anunciou o investimento de U$45 bilhões para a construção de oleodutos, estradas e ferrovias. Essa região é de extrema importância para a China, pois as construções permitirão que se abra um novo acesso marítimo ao Oriente Médio, de onde vem metade do petróleo que o país importa.

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REFLEXÃO TEÓRICA O texto de Silver e Arrigi (The end of the long twentieth century- Chapter 1) nos apresenta uma linha do tempo de todas as hegemonias ao longo dos séculos e a evolução de seus padrões de acumulação. Ao nos contar um pouco sobre a história de Gênova, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos, os autores mostram como cada uma dessas hegemonias evolui de um século para outro. Porém, ao final do texto eles chegam a uma conclusão que é interessante para o nosso estudo, de que nenhuma dessas hegemonias internalizaram os custos de reprodução do trabalho e da natureza, ou seja, elas se basearam em um modelo de uso intensivo dos recursos naturais, principalmente ao longo do século XX com um modelo de produção associado ao American way of life, e com a ideia de que desenvolver-se é alcançar o “American way of life”. Os autores concluem apresentando a ideia de que esse modelo de acumulação que nos levou a expansão material ao longo do século XX é insustentável para o futuro. Ou seja, qualquer novo modelo de expansão pressupõe mudanças nas áreas sociais, geopolíticas e ecológicas. Esse modelo deve ter maior preocupação com os trabalhadores, menor desperdício de recursos e não deve ser baseado na exclusão da vasta maioria da população mundial dos seus benefícios, modelo este que ainda não aconteceu até os dias de hoje.

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