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1. INFECÇÃO HOSPITALAR E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Desde os primórdios das atividades referentes à área de saúde, o ser humano tem-se
batido com o fator infecção, sendo freqüentemente derrotado. Essas derrotas, porém, vêm,
através da história, diminuindo em número devido às atenções que gradualmente foram sendo
dispensadas à limpeza, à higiene, às boas condições ambientais e alimentares, evoluindo para
a desinfecção e a esterilização de materiais hospitalares, entre outros fatores não menos
importantes. (COSTA, 1994)
Consideram-se Infecções Hospitalares ou nosocomiais as adquiridas nesse ambiente,
mesmo que manifestas após a alta, desde que o período de incubação esteja relacionado à
internação prévia no mesmo hospital (MARTINS, 2001).
A infecção hospitalar (IH) representa importante problema de saúde pública mundial,
constituindo uma das principais causas de mortalidade e letalidade associadas a pessoas
submetidas a procedimentos clínicos e de assistência hospitalar (LACERDA, 2003).
No Brasil, as práticas de Controle de Infecção Hospitalar (CIH) são determinadas por
políticas públicas e sociais na área da saúde por meio da Lei nº 9.431/97 e da portaria nº
2.616/98 do Ministério da Saúde.
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH: grupo de profissionais da área
de saúde, de nível superior, formalmente designado para planejar, elaborar, implementar,
manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, adequado às características e
necessidades da Unidade Hospitalar, constituída de membros consultores e executores.
Controle de Infecção Hospitalar – CIH: ações desenvolvidas visando à prevenção e à
redução da incidência de infecções hospitalares Infecção Hospitalar – IH:. é a infecção
adquirida após a admissão do paciente na Unidade Hospitalar e que se manifesta durante a
internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos
hospitalares;
Membros Consultores – são os responsáveis pelo estabelecimento das diretrizes para o
Programa de Controle de Infecção Hospitalar, representando os seguintes serviços: médicos,
de enfermagem, de farmácia, de microbiologia e administração.
Membros Executores – representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e,
portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção
hospitalar;
Programa de Controle de Infecção Hospitalar – PCIH: conjunto de ações
desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, para a máxima redução possível da incidência e
da gravidade das infecções hospitalares.
2. DESINFECÇÃO
2.1 ÁLCOOL
São utilizados os álcoois etílico e isopropílico. São bactericidas rápidos, eliminando
também o bacilo da tuberculose, os fungos e os vírus, não agindo, porém, contra os esporos
bacterianos. Sua concentração ótima dá-se entre 60 e 90% por volume, sua atividade caindo
muito com concentração abaixo de 50%. Suas propriedades são atribuídas ao fato de
causarem desnaturação das proteínas quando na presença de água. Observa-se também ação
bacteriostática pela inibição da produção de metabólitos essenciais para a divisão celular
rápida. São usados como desinfetante de alto nível para alguns materiais semicríticos e para
os não críticos. Não se prestam à esterilização, por não apresentarem atividade contra esporos
bacterianos. (COSTA, 1994)
2.2 COMPOSTOS BICLORADOS
Geralmente usam-se os hipocloritos, de sódio ou cálcio, apresentando estes amplo
espectro de atividade antimicrobiana, com baixo custo e ação rápida. São fatores que levam à
sua decomposição, interferindo em suas propriedades, temperatura, concentração, presença de
luz e pH. Acredita-se que estes produtos agem por inibição de algumas reações enzimáticas-
chave dentro das células, por desnaturação de proteína e por inativação do ácido nucléico.
(TORTORA; FUNKE & CASE, 2000)
2.3 FORMALDEÍDOS
É usado como desinfetante ou esterilizante nas formas gasosa ou líquida. É
comumente encontrado como formalina, sendo esta sua diluição aquosa a 37%. A formalina é
bactericida potente, fungicida, agindo também contra vírus, bacilos da tuberculose e esporos
bacterianos. (NISENGARD & NEWMAN, 1997)
2.4 GLUTARALDEÍDEOS
Dialdeído saturado é largamente aceito como desinfetante de alto nível e
quimioesterilizador. Sua solução aquosa necessita de pH alcalino para eliminar esporos
bacterianos. (NISENGARD & NEWMAN, 1997)
3. ESTERILIZAÇÃO
3.1 ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR
O vapor quente sob pressão é o método mais usado para esterilização de materiais
médico hospitalares do tipo crítico. É não tóxico, de baixo custo e esporicida. Por esses
motivos, deve ser usado para todos os itens que não sejam sensíveis ao calor e à umidade. O
calor úmido destrói os microorganismos por coagulação e desnaturação irreversíveis de suas
enzimas e proteínas estruturais. Este tipo de processo é realizado em autoclaves. (TORTORA;
FUNKE & CASE, 2000)
3.2 ÓXIDO DE ETILENO
É quase que exclusivamente utilizado para esterilização de equipamento que não pode
ser autoclavado. A efetividade do processo depende da concentração do gás, da temperatura,
da umidade e do tempo de exposição. Age por alcalinização de proteínas, DNA e RNA.
(TORTORA; FUNKE & CASE, 2000)
3.3 ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO
Este método é reservado somente aos materiais sensíveis ao calor úmido. Guarda suas
vantagens na capacidade de penetração do calor e na não corrosão dos metais e dos
instrumentos cortantes, sendo porém método que exige tempo de exposição para alcançar seus
objetivos, por oxidação dos componentes celulares. (TORTORA; FUNKE & CASE, 2000)
4. FISIOTERAPIA E ESTERILIZAÇÃO
No Brasil a pneumonia hospitalar ocorre de sete a quarenta e seis por cada mil
admissões em adultos (MARTINS, 2001). Fernandes et al (2000) afirmam que as pneumonias
são a principal causa de morte nos países em desenvolvimento. Também constituem a mais
importante causa de infecção nosocomial em pacientes internados em UTI. Os riscos de
pneumonia ocorrem mais em pacientes submetidos a ventilação mecânica, sendo o risco de
três a vinte uma vezes maiores do que em pacientes não ventilados artificialmente.
O contato com vários pacientes no mesmo dia faz com que a necessidade de cumprir
com normas básicas de prevenção não seja esquecida ou ignorada pelos fisioterapeutas, pois
falhas nesse sentido colocariam em risco tanto o paciente quanto o fisioterapeuta
(OLIVEIRA; TRINDADE, 2002).
A limpeza, a desinfecção e a esterilização adequadas de materiais utilizados no
nosocômio são alicerces da prevenção das infecções hospitalares, tornando o tema
fundamental para os profissionais do ambiente hospitalar.
Os materiais existentes no mercado brasileiro são empregados de forma coletiva, ou
seja, por mais de um paciente, enquanto que em outros países sua utilização é individual,
conforme evidencia, em seus manuais, a expressão single use: uso individual (GÜTZ;
TRINDADE, 1998).
Levando em conta a variedade de materiais que compõem os equipamentos
fisioterapêuticos utilizados no nosocômio, como silicone, plástico, borracha e metal, devem -
se levar em consideração rotinas de procedimentos de desinfecção ou esterilização adequados
aos materiais, visando à segurança do paciente.
5. A UTILIZAÇÃO DO ALCOÓL PELO FISIOTERAPEUTA
Na pratica fisioterapeutica é comum utilizar o álcool, ou álcool 70% para que seja feita
a limpeza de alguns tipos de silicones, eletrodos, macas.
Denomina-se anti-sepsia ao conjunto de medidas empregadas com a finalidade de
destruir ou inibir o crescimento de microrganismos existentes nas camadas superficiais
(microbiota transitória) e profundas (microbiota residente) da pele e de mucosas, pela
aplicação de agentes germicidas, classificados como anti-sépticos. (KRIEG et al, 1996)
Na assistência à saúde, a principal função dos anti-sépticos é o preparo da pele, na
higienização das mãos ou antecedendo alguns procedimentos como cirurgias, aplicações de
injeções, punções venosas e arteriais, cateterismos vesicais e outros procedimentos invasivos,
onde ocorre o rompimento das barreiras normais de defesa do indivíduo.
Os anti-sépticos que mais satisfazem as exigências para aplicação em tecidos vivos são
o álcool diluído em água e compostos alcoólicos ou aquosos de iodo e clorexidina. Soluções
aquosas de permanganato de potássio e formulações à base de sais de prata também são
empregadas com esta finalidade. Formulações preparadas com mercuriais orgânicos, acetona,
quaternário de amônio, líquido de Dakin, éter ou clorofórmio não possuem atividade
microbicida ou apresentam toxicidade excessiva quando aplicados à pele e não devem ser
usados para a anti-sepsia. (KRIEG et al, 1996)