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Seringueira Agropec., Belo Horizonte, 2. (98): 43-7, 1983. PLANO NACIONAL DA BORRACHA. Pra- gas das plantações de seringueira (Hevea brasiliensis Muell Arg.). Brasília, 1971. Anexo 5. REIS, P.R. Manual para o controle de pragas; 2i!-parte, Inf. Agropec., Belo Horizonte, ~ (58): 2 - 172, 1979. REIS, P.R.; BOTELHO, W. & WARQUIL, 1. M. Pragas do sorgo. Inf, Agropec., Belo Horizonte,~ (56): 27-35,1979. RODRIGUES, M.G. Ocorrência do "Manda- rová" (Erinnyis el/o) em seringal indus- trial no estado do Pará. B. FCAP, Be- lém, (ª-): 33-102,1976. RODRIGUES, M.G. (Curso de especialização em heveicultura. Belém , SUDHEVEA/ FCAP, 1977. RODRIGUES, M.G. VIII Curso de especiali- :tação em heveicultura. Belérn, SUDHE- VEA/FCAP, 1981. SALGADO, L.O_ Pragas das brássicas; carac- terísticas e métodos de controle Inf', Agropec., Belo Horizonte, 9 (98): 43-7, 1983. - SILVA, A.B. Aleurodicus cocois (Curtis, (846) atacando pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) no estado do Pará. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil. Ja- boticabal, ~ O): 136-7, 1977. SILVA, P. Pragas da seringueira no Brasil, problemas e perspectivas In: SEMINÁ- RIO NACIONAL DA SERINGUEIRA, L, Cuiabá, 1972. Anais. Cuíabá, 1972. Melhoramento genético de seringueira João Rodrigues de Paiva li Antonio Nascim Kalil Filho li São bem conhecidos os capitulas da história da produção da borracha no Brasil, desde quando, por muitos anos, desfrutou a condição de principal produ- tor e exportador, até o inicio dos anos cinqüenta deste século, quando passou a importador do produto. Então, com a evolução crescente da produção de borra- cha dos paises do sudoeste-asiático, estes assumiram o domtnio do mercado in- ternacional, marginalizando a produção dos seringais silvestres brasileiros. O caráter estratégico do produto, com a acelerada industrialização do mundo de pás-guerra, determinou uma demanda inelástica a curto prazo, e os passes desenvolvidos viram-se forçados a buscar alternativas que pudessem suprir suas exigências e diminuir a dependência da borracha asiática. A culminância da descoberta do sintético trouxe nova ordenação à economia e à indústria. O Brasil, por sua vez, embora tardiamente, tentava implantar também, o exemplo dos paises orientais, a heveicultura racional Além das tentativas de plantio da seringueira pela Companhia Ford, em Fordlândia e Belterra, empresá- rios do Sul da Bahia, e depois de São Paulo e de Mato Grosso, desenvolveram es- forços para estabelecer plantios de seringueira nessas regiões, chegando a plantar efetivamente áreas expressivas para a época. Também o governo participou desse esforço, através de projetos conhecidos como ETA - 54 e o PROHEVEA. Mas, além das mesmas dificuldades enfrentadas pela Companhia Ford, principalmente com a enfermidade conhecida por mal-das-folhas, outras exi- gências técnicas começaram a emergir nessas áreas, sem que o Pais tivesse respos- ta para equacioná-las. Dentre estas, citam-se técnicas de manejo de cultura e a performance das cultivares plantadas. O maior entrave à expansão da heveicultura no Brasil, contudo, ainda é a ocorrência do mal-das-folhas, doença causada pelo MicrocycIus ulei (P. Henn] V. Arx ''. E uma das estratégias para enfrentar esse problema é a obtenção e o plantio de cultivares resistentes ao patógenos e produtivos, só possivel de obter com trabalhos de melhoramento genético. As pesquisas de melhoramento genético no Brasil orientam-se principal- mente no sentido de criação de clones tolerantes a doenças e que ao mesmo tem- po apresentem produção satisfatoria de /átex. ~JEng<?Agr<?,M.S. - Pesquisador EMBRAPA/CNPSD - Caixa Postal 319 - 69.000 - Manaus-AM 52 ANTECEDENTES A primeira iniciativa de cultivo de seringueira no Brasil teria ocorrido na Bahia, no município de Una, no ano de 1908 (Banco da Amazônia 1967). Novas tentativas foram feitas em outros estados, como exemplo em 1914, segundo Camargo (1958), teria sido fei- ta a primeira plantação de seringueira no estado de São Paulo, em Gavião Peixo- to; nos arredores de Manaus, no local chamado por Aleixo, km 11 a 18, Cos- me Ferreira Filho iniciou, em 1931, o plantio de 100 ha de seringueira; em 1951 teria ocorrido a primeira tentativa de heveicultura em Mato Grosso, Feito- ria de Areão ; e no estado do Pará, além das antigas plantações da Ford Indus- trial do Brasil no vale do Tapajós, as pri- meiras referências sobre o cultivo da se- ringueira datam de 1943 e reportam a plantações na Escola' Agrícola do Pará, na Travessa Itororó, no Instituto Agro- pecuário do Norte e no Grupo Escolar Paulino de Brito, na época com 14, 25, 30 e 35 anos de idade, respectivamente (Camargo 1943). Em 1928 a Companhia Ford estabe- leceu os primeiros plantios em Fordlân- dia. O material plantado foi obtido de

Melhoramento genético deseringueira

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Page 1: Melhoramento genético deseringueira

Seringueira

Agropec., Belo Horizonte, 2. (98): 43-7,1983.

PLANO NACIONAL DA BORRACHA. Pra-gas das plantações de seringueira (Heveabrasiliensis Muell Arg.). Brasília, 1971.Anexo 5.

REIS, P.R. Manual para o controle de pragas;2i!-parte, Inf. Agropec., Belo Horizonte,~ (58): 2 - 172, 1979.

REIS, P.R.; BOTELHO, W. & WARQUIL, 1.M. Pragas do sorgo. Inf, Agropec., BeloHorizonte,~ (56): 27-35,1979.

RODRIGUES, M.G. Ocorrência do "Manda-rová" (Erinnyis el/o) em seringal indus-trial no estado do Pará. B. FCAP, Be-lém, (ª-): 33-102,1976.

RODRIGUES, M.G. (Curso de especializaçãoem heveicultura. Belém , SUDHEVEA/FCAP, 1977.

RODRIGUES, M.G. VIII Curso de especiali-:tação em heveicultura. Belérn, SUDHE-VEA/FCAP, 1981.

SALGADO, L.O_ Pragas das brássicas; carac-

terísticas e métodos de controle Inf',Agropec., Belo Horizonte, 9 (98): 43-7,1983. -

SILVA, A.B. Aleurodicus cocois (Curtis,(846) atacando pimenta-do-reino (Pipernigrum L.) no estado do Pará. Anais daSociedade Entomológica do Brasil. Ja-boticabal, ~ O): 136-7, 1977.

SILVA, P. Pragas da seringueira no Brasil,problemas e perspectivas In: SEMINÁ-RIO NACIONAL DA SERINGUEIRA,L, Cuiabá, 1972. Anais. Cuíabá, 1972.

Melhoramento genéticode seringueira

João Rodrigues de Paiva liAntonio Nascim Kalil Filho li

São bem conhecidos os capitulas da história da produção da borracha noBrasil, desde quando, por muitos anos, desfrutou a condição de principal produ-tor e exportador, até o inicio dos anos cinqüenta deste século, quando passou aimportador do produto. Então, com a evolução crescente da produção de borra-cha dos paises do sudoeste-asiático, estes assumiram o domtnio do mercado in-ternacional, marginalizando a produção dos seringais silvestres brasileiros.

O caráter estratégico do produto, com a acelerada industrialização domundo de pás-guerra, determinou uma demanda inelástica a curto prazo, e ospasses desenvolvidos viram-se forçados a buscar alternativas que pudessem suprirsuas exigências e diminuir a dependência da borracha asiática. A culminância dadescoberta do sintético trouxe nova ordenação à economia e à indústria.

O Brasil, por sua vez, embora tardiamente, tentava implantar também, oexemplo dos paises orientais, a heveicultura racional Além das tentativas deplantio da seringueira pela Companhia Ford, em Fordlândia e Belterra, empresá-rios do Sul da Bahia, e depois de São Paulo e de Mato Grosso, desenvolveram es-forços para estabelecer plantios de seringueira nessas regiões, chegando a plantarefetivamente áreas expressivas para a época. Também o governo participou desseesforço, através de projetos conhecidos como ETA - 54 e o PROHEVEA.

Mas, além das mesmas dificuldades enfrentadas pela Companhia Ford,principalmente com a enfermidade conhecida por mal-das-folhas, outras exi-gências técnicas começaram a emergir nessas áreas, sem que o Pais tivesse respos-ta para equacioná-las. Dentre estas, citam-se técnicas de manejo de cultura e aperformance das cultivares plantadas.

O maior entrave à expansão da heveicultura no Brasil, contudo, ainda é aocorrência do mal-das-folhas, doença causada pelo MicrocycIus ulei (P.Henn] V. Arx ''. E uma das estratégias para enfrentar esse problema é a obtençãoe o plantio de cultivares resistentes ao patógenos e produtivos, só possivel deobter com trabalhos de melhoramento genético.

As pesquisas de melhoramento genético no Brasil orientam-se principal-mente no sentido de criação de clones tolerantes a doenças e que ao mesmo tem-po apresentem produção satisfatoria de /átex.

~JEng<?Agr<?,M.S. - Pesquisador EMBRAPA/CNPSD - Caixa Postal 319 - 69.000 - Manaus-AM

52

ANTECEDENTES

A primeira iniciativa de cultivo deseringueira no Brasil teria ocorrido naBahia, no município de Una, no ano de1908 (Banco da Amazônia 1967).

Novas tentativas foram feitas emoutros estados, como exemplo em 1914,segundo Camargo (1958), teria sido fei-ta a primeira plantação de seringueira noestado de São Paulo, em Gavião Peixo-to; nos arredores de Manaus, no localchamado por Aleixo, km 11 a 18, Cos-me Ferreira Filho iniciou, em 1931, oplantio de 100 ha de seringueira; em1951 teria ocorrido a primeira tentativade heveicultura em Mato Grosso, Feito-ria de Areão ; e no estado do Pará, alémdas antigas plantações da Ford Indus-trial do Brasil no vale do Tapajós, as pri-meiras referências sobre o cultivo da se-ringueira datam de 1943 e reportam aplantações na Escola' Agrícola do Pará,na Travessa Itororó, no Instituto Agro-pecuário do Norte e no Grupo EscolarPaulino de Brito, na época com 14, 25,30 e 35 anos de idade, respectivamente(Camargo 1943).

Em 1928 a Companhia Ford estabe-leceu os primeiros plantios em Fordlân-dia. O material plantado foi obtido de

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Seringueira

sementes da regiao do Rio Tapajós.Mais tarde foram introduzidas sementesoriginárias do estado do Acre, dos riosSolimões e Machado e da região de8elém. A tentativa foi, porém, frustra-da em razão da ocorrência freqüente dadoença chamada mal-das-folhas, pro-vocada pelo fungo Microcyclus ulei.Essa doença já tinha sido diagnosticadaem 1911 pelos holandeses no Suriname,mas tudo indica que dela não teve co-nhecimento a Companhia Ford, antes delançar-se ao cultivo da seringueira noTapajós.

Fracassado o empreendimento emFordlândia, suspenso em 1933, come-çaram, então, os plantios em Belterra,.que também, como em Fordlândia, vi-riam sofrer as conseqüências domal-das- folhas.

Embora o mal-das-folhas fosse ob-servado nas plantações de Fordlândiadesde os primeiros anos de desenvolvi-mento, o prejuízo não foi consideradosério até 1933. Acreditava-se que o lo-cal era a razão principal do aparecimen-to do Microcyclus ulei, daí porque aCompanhia Ford transferiu, em 1934,seu projeto para Belterra. Nos fins de1942, um total de 6.570 ha havia sidoplantado naquela região, utilizando osmelhores clones do Oriente introduzidos(em princípios de 1934) em Fordlândia.

Apesar de grande incidência de M.Ulei, os 3.000 hectares plantados emFordlândia não foram abandonados, de-vido a algumas plantas mostrarem grausvariáveis de resistência à doença. Asplantas (pés-francos), originários de se-mentes da região do Tapajós, eram bas-tantes susceptíveis, enquanto que as ori-ginárias da região de Belém ou do AltoAmazonas apresentavam certa resistên-cia.

Apesar do fracasso desses empreen-dimentos, os primeiros clones brasileirossão resultantes de trabalhos de cruza-mentos e seleções iniciados em Fordlân-dia e Belterra. A pesquisa com a serin-gueira no Brasil praticamente tem aí oseu marco inicial.

Os primeiros cruzamentos e sele-ções para resistência ao M. ulei foramrealizados pela própria CompanhiaFord. Durante os anos de 1942 e 1945o programa se expandiu, sendo conduzi-do em cooperação entre a própria Com-

panhia Ford, o então recém-criado Ins-tituto Agronômico do Norte (IAN) e oDepartamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos.

A partir de 1945, quando as plan ta-ções da Ford foram vendidas ao Gover-no brasileiro, os trabalhos de cruzamen-to tiveram prosseguimento através de es-forços cooperativos dos governos brasi-leiro e americano. Uma nova fase depesquisa iniciou-se, então, principalmen-te marcada pela ampliação da produçãode novos clones e permuta de materialclonal com outros institutos de pesquisainternacionais.

O melhoramento genético da serin-gueira, iniciado em Fordlândia e Belter-ra, foi depois grande mente ampliado eintensificado em outros locais poroutras instituições, principalmente peloInstituto de Pesquisa Agropecuária doNorte (IPEAN), Instituto de PesquisaAgropecuária do Leste (IPEAL) e Insti-tuto Agronômico de Campinas (IAC).

IPEAN, IPEAL e CEPLAC (que estáatendendo a seu programa de diversifi-cação de culturas na área cacaueira), so-mente a partir de 1972, sob a chamadaSuperintendência da Borracha, amplia-ram os trabalhos de pesquisa da serin-gueira e de fomento da produção deborracha, quando a SUDHEVEA, esta-belecendo convênios com as diversas ins-tituições atuantes no setor, concedeu re-cursos financeiros e tentou coordenaruma nova programação disciplinada emprojetos.

A vitalização do setor de pesquisase fez sentir a partir de 1975, quando aEmpresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária - EMBRAPA, em consonânciacom a nova política organizacional es-tabelecida pelo Governo Federal, criouum centro específico de pesquisa paraa seringueira, o Centro Nacional de Pes-quisa de Seringueira (CNPSe), localizadoem Manaus, o e a_partir de 1980. CentroNacional de Pesquisa de Seringueira eDendê (CNPSD).

o GÊNERO HEVEA

O gênero Hevea é um membro dafarmlia Enphorbiaceae que inclui outrosimportantes gêneros de culturas tropi-cais, tais como Ricinus (mamona), Ma-

Informe Agropecuário, Belo Horizonte,!.!. (121) janeiro de 1985

nihot (mandioca) e Açenrites (oiticica).Os mais recentes estudos taxonômi-

cos são aqueles conduzidos por Baldwinlunior (1947), Seibert (l9~7), Pires(1973) & Schultes (1977). Baldwin lu-nior (l947), baseado em levantamentoacurado de Hevea nativa da Amazônia,combinando as observações citológicas,chegou a conclusão de que o gênero He-vea possuía nove espécies. No Peru, Sei-bert (!947) reconheceu oito espécies.Os estudos de Schultes (l977) levaram-no a reconhecer nove espécies e quatrovariedades, e finalmente Pires (l973) re-conheceu onze espécies com a inclusãono grupo da mais nova espécie, a H. ca-margoana, encontrada na ilha de Marajó(Pires 1981).

A classificação atual das espéciesdo gênero Hevea é baseada nos estudosconduzidos por Bailon e Mueller - Ar-goviensis, citados por Albuquerque(!978); por Hubber, Pax e Ducke, cita-dos em Brasil (!971) e Schultes (1977).Pires (!973 a 1981) e Gomes (!981) or-denaram as espécies e hoje no Brasil sãoreconhecidas as 11 a seguir:

Hevea brasiliensis (Willd. ex. A.luss.) Muell. Arg.; Hevea guianensisAnb.; Hevea benthamiana Muell. Arg.;Hevea nitida Mart. ex Muell. Arg.: Heveapauciflora (S. pn. ex. Bth) Muell. Arg.;Hevea rigidifolia (s. pn. ex. Bth) MuellArg.; Hevea camporum Ducke ; Heveaspruceana (Bth) Muell. Arg.; Hevea mi-cropltylla ule; Hevea camargoana pires;Hevea paludosa ule. jahrb.

As espécies de maior interesse atual-mente para o melhoramento são: I) H.brasiliensis - apresenta maior capacida-de produtiva e variabilidade genéticapara resistência ao M. ulei; 2) H. ben-thamiana - apresenta resistência ao M.ulei e variabilidade genética para produ-ção de borracha; 3) H. pauciflora -apresenta uma certa imunidade ao M.ulei; 4) H. camargoana e H. camporum- apresentam características de portebaixo.

Futuramente, a H. guianensis pode-rá ser utilizada por apresentar o caráterde ascendência dos folíolos, que podedeterminar maior absorção de energiasolar, refletindo em uma maior capaci-dade fotossintética da planta.

Além dos estudos mencionados,outros de refinamento da metodologiade obtenção de clones poliplóides são

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Seringueira

também desenvolvidos, como uma linhade pesquisa de apoio ao programa demelhoramento genético.

PROGRAMA DEMELHORAMENTO

De modo resumido, a pesquisa naárea de melhoramento genético da serin-gueira, no âmbito da EMBRAPA/CNPSD, está orientada no sentido dedar origem a novos clones que apresen-tem características desejáveis de produ-ção e tolerância a doenças, através decruzamentos controlados, bem como deobter clones com porte reduzido; testar,nas diferentes condições ecológicas, osclones já obtidos; avaliar e selecionarmaterial alienígena e autóctone introdu-zido; reunir, preservar e caracterizar todoo germoplasma de seringueira disponí-vel, em banco de germoplasma; e obser-var, adaptar e testar novas metodologiasde estudo.

TÉCNICA DEPOLlNIZACÃO CONTROLADA

No geral, a seringueira flora simulta-neamente com o lançamento das folhasnovas, existindo somente uma floraçãoanual. O tempo de florescimento variaentre clones, ocorrendo no período deabril a julho de cada ano.

As flores são unissexuais e mo nó i- .caso A inflorescência é do tipo panícula,sem folha, com flores masculinas e femi-ninas na mesma inflorescência, geral-mente de cor amarelada. A flor femini-na ocorre nas extremidades do áxil pri-mário e as masculinas ao longo dos áxeissecundários.

A técnica de polinização controladafoi primeiramente conduzida por Maas(1919), e mais tarde modificada poroutros pesquisadores (Morris 1929;Jacob 1931 e' Ehret 1948). A técnica

Ide polinização normal, utilizada noCNPSD, é aquela descrita por Dijkman(1951), que consiste no seguinte:

a) emasculação das flores masculi-nas das inflorescências dos galhos do pa-ternal feminino. Somente as flores fe-mininas, amadurecidas e fechadas, são,utilizadas no processo de polínízação.

54

Seis a oito flores femininas são políniza-das em cada inflorescência para que pelomenos dois frutos desenvolvam em cadainflorescência. Experiência prática(Dijkman 1951) e análise estatística(Ross 1960) mostraram que esse é o nú-mero ideal de flores a serem polinizadas;

b) a coluna estaminal ou o "andró-foro" da flor masculina do paternal éextraído e inserido sobre o estigma daflor feminina;

c) a flor feminina polinizada é ve-dada com um pequeno chumaço de al-godão colocado sobre o estigma onde seencontra o andróforo, e sobre este colo-ca-se uma gota de látex, a fim de preve-nir contra pólen não desejado;

Fig. 1 - Polínização controlada -A última etapa consiste em manter

a flor polinizada vedada com pequenochumaço de algodão no seu interior

d) antes do amadurecimento, três aquatro meses após a polinização, o frutoé ensacado com o objetivo de preservara legitimidade da semente. (Fig. 2).

A porcentagem média de sucesso dapolinização obtida na Malásia e Indoné-sia gira em torno de 5% a 30%. A gran-deza do sucesso dependerá do paternalfeminino utilizado e das condições doclima (Dijkman 1951). Percentagem emtorno de 15% foi relatado por Ehret(1948) no Vietnã, provavelmente devidoàs condições de clima e solo favoráveis.No CNPSD o percentual médio de pega-mento gira em torno de 2% a 2,5%.

Fig. 2 - Frutos obtidos de polínízaçãocontrolada, devidamente identificados

ESCOLHA DOS PATERNAIS

Na escolha dos clones paternaispara um esquema de cruzamento é con-siderado o seguinte:

a) performance do fenótipo dosclones nos experimentos e também nosplantios comerciais;

b) caracteres de produção, vigor, es-galhamento e tolerância a doenças;

c) valor genético dos paternais.Nos últimos anos, a escolha dos pa-

ternais está-se tornando mais complexa,devido à multiplicidade de caracteres en-volvidos no programa, desde quandoalta produção deixou de ser o únicoobjetivo e incluíram-se outras caracte-rísticas secundárias, citadas anterior,mente. Devido a esse fato, os estudosde parâmetros da genética biométricaem relação aos paternais têm objetivadoboa esquematização de programas demelhoramento.

SELEÇÃO

A seleção partindo da polinizaçãocontrolada ao experimento em grande.escala tem sido a mola mestra do melho-ramento genético da seringueira na ob-tenção de clones.

Em geral, os objetivos têm sido aobtenção de clones de alta produção evigor, bom esgalhamento na formaçãoda copa, tolerantes a doenças e de adap-tabilidade a uma ampla gama de am-bientes.

Informe Agropecuário, Belo Horizonte,.!l. (121) janeiro de 1985

Page 4: Melhoramento genético deseringueira

A próxima edição

do INFORME

AGROPECUÃRIO

vai tratar de Doenças

de Plantas, enfocando

os seguintes aspectos:

./

Perdas ocasionadas por doenças de plantasConceito de doenças em plantasSintomatologia de doenças de plantasDoenças causadas por fungosBactérias como fitopatógenosDoenças causadas por nematódeosDoenças causadas por virus e por patógenos que causam sintomassemelhantes às virosesDoenças não infecciosas das plantasPatologia de sementesPatologia pós-colheitaEpidemiologiaMicroorganismos úteis à agriculturaCombate às doenças das plantasControle químicoMelhoramento visando à resistênciaCombate cultural e biológico das doenças das plantas

o IEF e o Reflorestamento em MinasUm total de 2.880 novos agriculto-

res engajados em projetos de refloresta-mento em n/vet de propriedade rural, oreflorestamento de mais de 4.341 ha deterras impróprias para a agricultura emfazendas mineiras, e a realização de16.819 vistorias técnicas (recorde histó-rico), visando a racionalizar a explora-ção florestal no Estado e coibir odesmatamento, são os resultados maisexpressivos alcançados pelo IEF - Insti-tuto Estadual de Florestas em 1984.

O Instituto divulgou os resultadosde seu trabalho, em 1984, destacando aperformance dos programas especiais dereflorestamento que beneficiam as pe-quenas e médias propriedades rurais mi-neiras. Estes programas, incluídos noMG-II, PRODEMA TA, PLANOROESTEe executados ainda no Vale do RioDoce, com o apoio da CVRD e outrasregiões em convênio com o IBDF, atin-giram, nesse ano, um marco significati-vo: 20.903 agricultores beneficiados euma área global reflorestada da ordemde 39.719 ha, ou seja, maior que todo oParque Florestal do Rio Doce, o maisimportante de Minas Gerais.

Segundo o presidente do IEF, JoséCarlos Carvalho, "o desempenho do pes-soal de campo no sentido de orientar os

agricultores para a utilização dos recur-sos naturais renováveis - especialmenteos florestais - constitui um fator impor-tante, vital mesmo para a economia eecologia do Estado, pois é através dessecontato direto com o homem do campoque vamos conscientizando-o do valorde suas matas e florestas e construindoas bases de uma exploração agrossilvo-pastoril sem os vícios deprededores".

- "Além do recorde de vistorias rea-lizadas, prestamos em 1984, 14_572 ser-viços de assistência técnica a produtores,exploradores e a Prefeituras Municipais.Junto com elas, arborizamos mais 230cidades e vilas, plantando um total de141.024 árvores que vão melhorar ascondições ambientes de vida de nossagente" - disse José Carlos Carvalho.

OUTROS RESU LTADOS

O IEF possui, atualmente, 180 vi-veiros de produção de mudas cobrindotodas as regiões do Estado. Em 1984,estes viveiros produziram 12,9 milhõesde mudas de essências exóticas e nativasutilizadas em reflorestamento e erbori-zação. Para sustentação desta atividade,seus técnicos coletaram um total de

7.120,4 kg de sementes.Paralelamente, os escritórios flores-

tais do IEF realizaram, nas comunidadesem que atuam, várias atividades na áreade Educação Conservacionista, envol-vendo crianças, jovens, lideranças ruraise agricultores: 64 aulas práticas, 15 diasflorestais (dias de campo), 32 excursões,62 exposições, 27 mutirões de arboriza-ção, 1.017 palestras e 1 seminário.

O reflorestamento de pequenas emédias propriedades rurais - que visa aocontrole da erosão, à recuperação deterras "censédes" e a tornar as proprie-dades auto-suficientes em lenha emadeira para benfeitorias - atingiu osseguintes resultados setoriais em 1984:no MG-II, mais .681 agricultores forambeneficiados plantando 784,62 ha; noPRODEMATA, 1.037 agricultores, com1.479,53 ha; no PLANOROESTEIImais 147 agricultores com 195,68 haplantados. Já o REPEMIR - Programade Reflorestamento de Pequenos e Mé-dios Imóveis Rurais, executado em con-vênio com o IBDF, atingiu este ano maisde 814 agricultores conseguindo reflo-restar mais 1.332,53 ha e oPRODEFLOR, em convênio com a Cia.Vale do Rio Doce, mais 201 agricultoresque plantaram 548,75 ha.

Page 5: Melhoramento genético deseringueira

Seringueira.

SELEÇÃO EM VIVEIRO

As sementes obtidas, através da po-línização controlada, são plantadas emsacos de polietileno. Após quatro a seismeses de plantio, quando as plantasapresentam três lançamentos foliares,são levadas para o viveiro de plântulasde polinízação controlada, obedecendoao espaçamento de 1,0 m x 1,0 m, semdelineamento experimental. Para efeitode identificação dos paternais na futuraseleção do plantio, as plântulas sãogrupadas em famílias.

Até 1978, todas as plântulas legí-timas no viveiro eram clonadas paraserem testadas em campo de prova.Considerando os recursos e a disponibi-lidade de áreas, outros procedimentosestão sendo conduzidos na seleção deplantas no viveiro.

A seleção de plântulas é baseadaprincipalmente em dados preliminaresde produção e vigor e incidência dedoenças.

Os dados preliminares de vigor sãobaseados no diâmetro e circunferênciado tronco e são feitos à altura de 15 eme 50 em ao fmal de cada dois anos.

O método que tem sido utilizadopara determinação na produção precoceé o teste de produção em viveiros outeste Hamaker-Morris-Mann (HMM)(Hamaker 1914; Morris 1932 e Mann1932), modificado por Tan & Subrama-niam (1976), e o miniteste de produçãoou teste de Mendes (1971). (Figs. 3 e 4).

Seleção Preliminar de Clones - Experi-mento em Pequena Escala

As plântulas selecionadas são elo-nadas e em seguida testadas em experi-mentos de pequena escala. Estes experi-mentos são normalmente estabelecidosno campo, com duas repetições e oitoplantas por parcela. Em ,cada bloco doexperimento existe urna parcela do elo-ne testemunha, inclusive os paternaisdos clones em observação.

Durante o período de imaturidadedo ensaio, mensurações anuais são feitasa partir do primeiro ano. Dados de pro-dução são registrados quando mais de50% das plantas estão com circunferên-cia ideal para a sangria. Normalmente osistema utilizado é oS/2, d/2, e o regis-tro é feito pelo látex coagulado nas tíge-

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Fig. 3 - O "mini-teste de produção",permite a avaliação da produção precoce

em plantas de 1 ano de idadeIas ("biscoitos") uma vez ao mês, onde éseco em condições normais de sombra eventilação por um período de um mês e,então, pesado. O peso total dos 12 me-ses é então dividido pelo número de"biscoitos"; o resultado é expresso emgramas/árvore/ano de corte.

Após três anos de sangria, os clonespromissores são selecionados baseadosna produção. As seguintes característi-cas são levadas em consideração ao se se-lecionar um clone para os testes futuros;a) produção, b) vigor, c) formato da ár-vore, e d) incidência de doenças, taiscomo Microcyc1us ulei, Phythophtoraspp etc.

Os clones que apresentarem boaprodução e caracteres secundários acei-táveis são multiplicados e plantados emexperimento em grande escala, e reco-mendados para o plantio em pequena es-cala.

Experimento em Grande EscalaO objetivo desses experimentos é

obter informações sobre a perforrnancedos clones sob diferentes condições am-bientais antes de ser efetuada qualquerrecomendação para plantios comerciaisem grande escala. Os tratamentos quefazem parte dele são constituídos declones promissores de outras instituiçõesde pesquisa, quer estrangeira ou nacio-nal, juntamente com os clones seleciona-

- -:." -. , .', ... '\....

.r,... , .-.:_Fig.4 - O teste Hamaker-Morris-Mann (HMM)permite a avaliação de produção precoce em

plântulas vigorosas de dois anos de idade

dos no ensaio de pequena escala.Parcelas de aproximadamente 42 a

60; plantas são recomendadas. São in-cluídos no experimento clones de per-formance conhecida como testemunha.Delineamento em blocos casualizadosou látice pode ser utilizado em três re-petições.

Durante o período de imaturidadesão feitas observações sobre o vigor edoenças prevalentes na área. No finalserão conhecidos os locais onde a serin-gueira melhor se desenvolve e os clonesde melhor comportamento em relaçãoa produção, vigor e resistência a doen-ças, tanto para as novas regiões comopara as tradicionais.

O tempo que se leva da polínízaçãoà recomendação final para plantio co-mercial em grande escala é de cerca de30 anos.

Coleta, Conservação e Utilização de Re-cursos Genéticos

Na Amazônia brasileira, "habítat"natural do gênero Hevea, extensas áreasestão sendo desmatadas, em conseqüên-cia da expansão da agricultura, no Acre,Rondônia e Mato Grosso do Norte.Esta substituição gradativa dos seringaisnativos por áreas de cultivo e pastagenscondena ao desaparecimento inúmeraspopulações locais de Hevea, de riquezagenética de valor imensurável.

Informe Agropecuário, Belo Horizonteç Ll (121) janeiro de 1985

Page 6: Melhoramento genético deseringueira

Seringueira

Ano Polinização BANCO DE GERMOPLASMA

Plàntulas plantadasno viveiro

Mensuração do Vigor I(Teste MTP)

Teste Precoce deAvaliação da Produção

(Teste HMMI

As "ptãnwres" mais produtivaspelo MTP e de pobre vigor serão

1----.., danadas e avaliadas em outras

regiões

As melhores "plântulas"em vigor e produção serãoelo nadas e testadas em exp.de pequena escala

Ensaio de Produtores

13Os melhores dones serãoselecionados para teste emgrande escala

Os quatro a seis melhores clonesdos melhores cruzamentos serãomultiplicados e plantados em par-celas e no mrnímc de 40 plantascom duas repetições em áreas deprodutores em diferentes locais.Os clones rcttnetrcs serão utiliza-dos como testemunha

I14

------lAvallação em outrosI estados

Recomendação em pequena escalaem nrvet regional15

21

24Recomendação para planHoem pequena escala em nr-vettccet

IRecomendação para plantio emgrande escala em n(vel regional

IIRecomendaçio para plantio 1- -11 Recomendação de clones em

~:carande escala em nrve! IL-"_'·0_'_"'_'_'O_"8_' .-J30

Fig. 5 - Esquema de obtençãode clones a partir de polinização controlada

Novas fontes de resistência a doen-ças e de maior produção são procuradasna natureza, objetivando introduzirmaior variabilidade genética para essescaracteres nos programas de melhora-mento.

A conservação do material coletadotem sido efetuada pela forma mais prá-tica, "ex situ", isto é, coleções vivas, nobanco de germoplasma, subdivididasem coleções de base e coleção ativa.

Os materiais introduzidos na cole-ção de base serão avaliados, caracteriza-dos e preservados indefmidamente, en-quanto que aqueles constantes da cole-ção ativa servirão de fontes para envio àinstituições de pesquisa ou como apoiobásico inicial a programas de fomentopara formação de outros jardins clonaise produção de mudas para a expansãoda heveicultura no país.

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Sangria earmazenamento

de krtexWaldemar P. Mathias Filho 1/

Cirtaca A.F. Santana do Carmo 1/

1.1 Eng'?Agr'? - Pesquisador SUDHEVEA - Rua Caetés, 753 - 30.000 - Belo Horizonte-MG~I Eng'?Agr'?, M.S. - Pesquisadora EMBRAPA/EPAMIG - Caixa Postal 216 - 36.570 - Viçosa-MG

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INTRODUÇÃOA sangria constitui-se em uma das

operações mais importantes realizadqsnum seringal, uma vez que se trata dacolheita do produto final (borracha).Normalmente em uma exploração agri-cola a colheita é representada pela cole-ta de frutos, sementes, raizes etc. e nãonecessita obrigatoriamente de mão-de-obra especializada para realizá-Ia. Noentanto, em uma exploração hevetcola,a figura do seringueiro é de extrema im-'portância para a coleta do látex, já quese ele não for suficientemente treinado,habilidoso e dedicado; poderá acarretarinúmeros prejuizos ao heveicultor eatédanificar totalmente o seringal. A se-ringueira reconstrói em pouco tempo olátex retirado após uma operação desangria, devido a isso sua exploraçãoprocessa-se continuamente durante oano inteiro.

A operação de sangria da serin-gueira consiste na prática de uma inci-são na casca do tronco para seccionaros vasos laticiferos e permitir o escoa-mento de um liquido branco-leitoso,às vezes amarelado, quegenerícamentese chama látex, fluido no qual estácontida a borracha natural. Considera-se que o escorrimento do látex porocasião da sangria é provocado pelapressão interna reinante dentro dos va-sos laticiferos (Pinheiro 1983). Inicial-mente por ocasião da sangria, o látexescorre rapidamente tomando-se lentoem seguida, em geral passa de 2 a 3 ho-ras escorrendo. O rendimento de umaoperação de sangria está na dependên-cia de vários fatores, dentre os quaispodem-se citar comprimento e profun-didade do corte, direção dos vasos lati-ciferos e inclinação da incisão, regimehidrico e hora da sangria, freqüênciada sangria e ciclo vegetativo da serin-gueira.

Informe Agropecuário, Belo Horizonte, .!! (121) janeiro de 1985