Memória Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    EE SS CC OOLL AA SS UU PP EE RR IIOO RR DD EE EE DD UU CC AA OO JJEE AA NN PP IIAA GG EE TT AA LL MM AA DD AA

    MM EE MM RR IIAA FF IINN AA LL

    OO RR IITTMM OO CC OOMM OO EE LL EE MM EE NN TTOO BB AA SS EE DD EE EE DD UU CC AA OO MM UU SS IICC AA LL

    NN OO SS EE GG UU NN DD OO CC IICC LL OO

    Artur Piteira VicenteCurso Professores do Ensino Bsico 2 Ciclo - VarianteEducao MusicalAno: 4 Turma: A n: 1Orientador: Professora Doutora Paula Pina

    Almada, Agosto 2009

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    ..no se ensina impondo criana externamente um assunto. A

    aprendizagem activa. (...). De forma que literalmente devemos partir da criana e por ela

    nos dirigirmos. ela e no a matria de estudo o que determina a quantidade e a qualidade

    da aprendizagem. (John Dewey)

    A todos os meus alunos!

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    Resumo

    O ritmo como elemento base de educao Musical no segundo ciclo, o ttulo

    desta monografia, a qual tenta responder seguinte pergunta:

    De que forma encaram os alunos do 2 Ciclo as actividades rtmicas na

    disciplina de Educao Musical?

    Desta forma existir neste trabalho uma reviso de literatura, com base em

    diversos pedagogos de educao musical e suas principais ideias, tendo em

    ateno temas como, a educao rtmica na escola e qual o papel do ritmo nas

    diversas correntes pedaggicas.

    Posteriormente, surgir a metodologia, seguida da apresentao e anlise de

    resultados, baseada num inqurito por questionrio.

    Por fim, a anlise de dados levar a uma concluso respondendo pergunta

    de partida, e a uma sntese do trabalho e abertura de novas pistas de investigao.

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    NDICE

    I INTRODUO ...................................................................................................................................... 6

    II ENQUADRAMENTO TERICO:........................................................................................................ 9

    O RITMO COMO ELEMENTO BASE DE EDUCAO MUSICAL NO2CICLO...................................................... 9 O QUE A MSICA?............................................................................................................................... 9 O PAPEL DORITMOE A SUA IMPORTNCIA........................................................................................... 11 1 AABORDAGEM DO RITMO NAS CORRENTES PEDAGGICO-MUSICAIS..................................................... 12

    1.1 Orff .................................................................................................................................. 12 1.2 Willems ........................................................................................................................... 15 1.3 Dalcroze .......................................................................................................................... 18 1.4 Martenot .......................................................................................................................... 21

    2. AEDUCAO RTMICA NA ESCOLA..................................................................................................... 23 O PAPEL DA MSICA NA EDUCAO...................................................................................................... 23 3. O RITMO COMO CONTEDO NA ORGANIZAO CURRICULAR(MANHATTANVILLE& ORFF) ..................... 26

    III METODOLOGIA .............................................................................................................................. 29

    1.PLANO DE INVESTIGAO.................................................................................................................. 29 1.1 Objectivos do estudo ........................................................................................................... 29 1.2 Opes metodolgicas ........................................................................................................ 31 1.3 Questes e problemas ......................................................................................................... 32

    2.AMOSTRA /SUJEITOS DE ESTUDO....................................................................................................... 33 Caracterizao da amostra ........................................................................................................ 33

    3. JUSTIFICAO DOS MTODOS E TCNICAS UTILIZADOS....................................................................... 34 Procedimentos ............................................................................................................................ 34

    IV APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 35

    ANLISE E DISCUSSO DE RESULTADOS................................................................................................ 73

    V CONCLUSO................................................................................................................................... 80

    RESPOSTA PERGUNTA DE PARTIDA ECONFIRMAO DAS HIPTESES DE TRABALHO............................. 80 SNTESE DO TRABALHO E ABERTURA DE NOVAS PISTAS E PERSPECTIVAS DE INVESTIGAO POSTERIORES83

    BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................... 84

    ANEXOS ............................................................................................................................................... 87

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    I INTRODUO

    A msica est ligada ao ser humano desde muito cedo e sem ela o mundo

    seria vazio e sem esprito. uma arte bastante importante que deve ser retomada

    nas escolas, pois propicia ao aluno uma aprendizagem global, e emotiva com o

    mundo, e na sala de aula poder auxiliar de forma significativa a aprendizagem.

    necessrio que os professores se reconheam como sujeitos mediadores

    de cultura dentro do processo educativo e que levem em conta a importncia do

    ensino das artes no desenvolvimento e formao das crianas como indivduos

    produtores e reprodutores de cultura. S assim podero procurar e reconhecer todos

    os meios que tm em mos para criar, sua maneira, situaes de aprendizagem

    que dem condies s crianas de construir conhecimento sobre msica.

    A msica assim um instrumento facilitador do processo de ensino-

    aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso na sala de

    aula.

    A msica tem um importante papel na formao da criana, uma vez que,

    alm de esta adquirir sensibilidade aos sons, desenvolve tambm diversas

    qualidades, como concentrao, coordenao motora, socializao, respeito por si e

    pelo grupo, disciplina e outras caractersticas que colaboram na sua formaoenquanto indivduo.

    A criana precisa assim de ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois,

    pelo rgo da audio que ela possui o contacto com os fenmenos sonoros e com

    o som, e quanto maior for a sensibilidade da criana para o som, mais ela descobrir

    as suas qualidades. Portanto muito importante exercit-la desde muito pequena,

    pois esse treino ir desenvolver a sua memria e ateno. A msica quando bem

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    trabalhada desenvolve o raciocnio, criatividade e outros dons e aptides, por isso,

    deve aproveitar-se esta to rica actividade educacional dentro das salas de aula.

    A escola, enquanto espao institucional para transmisso de conhecimentossocialmente construdos, pode e deve ocupar-se em promover a aproximao das

    crianas com outras propriedades da msica que no aquelas reconhecidas por elas

    na sua relao espontnea com a mesma, e cabe desta forma aos professores criar

    situaes de aprendizagem nas quais as crianas possam estar em relao com um

    nmero variado de produes musicais no apenas vinculadas ao seu ambiente

    sonoro, mas se possvel tambm de origens diversas, como de outras famlias, de

    outras comunidades, de outras culturas de diferentes qualidades: folclore, msica

    popular, msica erudita e outros.

    As actividades musicais nas escolas devem partir do que as crianas j

    conhecem, e desta forma, desenvolverem-se dentro das condies e possibilidades

    de trabalho de cada professor.

    No aspecto de que a escola deve partir do que as crianas conhecem, para

    posteriormente desenvolverem maior apetncia e vontade para as aprendizagens,

    surge todo o meu interesse em aprofundar os conhecimentos atravs desta

    investigao, e verificar a possibilidade e o real interesse no ttulo do meu trabalho:

    O ritmo como elemento base de educao musical no segundo ciclo.Assim, nos dois primeiros captulos deste estudo, para alm da introduo ao

    mesmo, do que a msica ou o papel do ritmo e a sua importncia, procuro

    compreender e desenvolver as minhas ideias sobre as diversas correntes

    pedaggicas e os seus pressupostos e fundamentos, que sustentam muitas vezes o

    ritmo como elemento base no ensino da educao musical, algo que no se verifica

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    nas nossas escolas, e ainda entender o papel e importncia da Msica e do Ritmo

    na organizao curricular.

    Nesta linha de pensamento, e para ajudar ao desenvolvimento do meutrabalho, surge a pergunta de partida:

    De que forma encaram os alunos do 2 Ciclo as actividades rtmicas na

    disciplina de Educao Musical?

    No terceiro captulo teremos a Metodologia, que ter como pontos: 1-plano de

    investigao, onde explicarei os objectivos do estudo, as opes metodolgicas,

    bem como as questes e problemas; seguidamente o ponto 1.2-Amostra/ sujeitos de

    estudo, ou seja, a caracterizao da amostra; por ltimo o ponto 1.3-que ser a

    justificao dos mtodos e tcnicas utilizados neste trabalho.

    No quarto captulo surge a apresentao e anlise dos resultados, onde farei

    uma reflexo sobre os dados obtidos, tendo em conta a informao fundamentada

    nos dois primeiros captulos, de forma a obter respostas ao meu estudo, estudo este

    que ser concludo no quinto captulo, ou seja, o da concluso, no qual tentarei dar

    resposta pergunta de partida, e fazer uma sntese do trabalho tentando deixar

    novas pistas para investigaes posteriores.

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    II ENQUADRAMENTO TERICO:

    O ritmo como elemento base de educao musical no

    2Ciclo

    O que a msica?

    Segundo Brscia (2003), a msica uma linguagem universal, tendo

    participado da histria da humanidade desde as primeiras civilizaes. Conforme

    dados antropolgicos, as primeiras msicas seriam usadas em rituais, como:

    nascimento, casamento, morte, recuperao de doenas e fertilidade. Com o

    desenvolvimento das sociedades, a msica passou tambm a ser utilizada em

    louvor a lderes, como a executada nas procisses reais do antigo Egipto e na

    Sumria.

    Na Grcia Clssica o ensino da msica era obrigatrio, e h indcios de que j

    havia orquestras naquela poca. Pitgoras de Samos, filsofo grego da Antiguidade,

    ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias criavam reaces

    definidas no organismo humano. Pitgoras demonstrou que a sequncia correcta

    de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode mudar padres de

    comportamento e acelerar o processo de cura (Brscia, 2003).

    Actualmente existem diversas definies para msica, mas de um modo

    geral, ela considerada cincia e arte, na medida em que as relaes entre oselementos musicais so relaes matemticas e fsicas; a arte manifesta-se pela

    escolha dos arranjos e combinaes.

    Houaiss Apud (Brscia,2003:25) conceitua a msica como (...) combinao

    harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons,

    seguindo regras variveis conforme a poca, a civilizao etc.

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    J Gainza (1988:22) ressalta que: A msica e o som, enquanto energia,

    estimulam o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no na aco e

    promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e grau.De acordo com Weigel (1988:10) a msica composta basicamente por:

    Som: so as vibraes audveis e regulares de corpos elsticos, que se

    repetem com a mesma velocidade, como as do pndulo do relgio. As vibraes

    irregulares so denominadas rudo;Ritmo: o efeito que se origina da durao de

    diferentes sons, longos ou curtos.Melodia: a sucesso rtmica e bem ordenada

    dos sons; Harmonia: a combinao simultnea, meldica e harmoniosa dos sons.

    De acordo com Willems, (Gainza,1988:36) cada um dos aspectos ou

    elementos da msica corresponde a um aspecto humano especfico, o qual se

    mobiliza com exclusividade ou mais intensamente, assim o ritmo musical induz ao

    movimento corporal, a melodia estimula a afectividade; a ordem ou a estrutura

    musical (na harmonia ou na forma musical) contribuindo activamente para a

    afirmao ou para a ordem mental no homem.

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    O papel do RITMO e a sua importncia

    O ritmo o tempo que demora a repetir-se um qualquer fenmeno repetitivo,

    mas a palavra normalmente usada para falar do ritmo quando associado msica,

    dana, ou a parte da poesia, onde designa a variao (explcita ou implcita) da

    durao de sons com o tempo (Berge,1996). Neste sentido, o ritmo quando

    orientado por regras, tambm referido como mtrica. Apesar de ser considerado

    como domnio principal dos bateristas e percussionistas, todos os outros msicos

    tm tambm de lidar com o mesmo, uma vez que algo de intrnseco em toda a

    msica.

    Relativamente criana, aprender a ouvir e a reconhecer os sons e interagir

    com o ritmo, algo que esta deve fazer imediatamente nos primeiros anos da sua

    aprendizagem ao nvel da linguagem musical, neste sentido Todo o trabalho a ser

    desenvolvido na educao infantil deve buscar a brincadeira musical, aproveitando

    que existe uma identificao natural da criana com a msica (Brito,2003). A

    actividade deve estar ligada descoberta e criatividade, sendo aqui que o ritmo

    tem um papel importantssimo, na medida em que msica sem o mesmo, no tem

    qualquer valor, sendo apenas notas dadas ao acaso.Segundo (Brito,2003) o ritmo assim uma importante questo a ser abordada

    com as crianas, uma vez que este organiza o som e o silncio.

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    1 A abordagem do ritmo nas correntes pedaggico-

    musicais

    1.1 Orff

    Um dos grandes estudiosos e pedagogos do sculo XX, cujas ideias

    continuam a ser amplamente difundidas, certamente Carl Orff. Este grande

    compositor alemo o conhecido autor da obra Orff-Schulwerk, Elementare

    Musikubung ou seja, Prtica Elementar Musical.

    A base de toda a sua pedagogia centra-se em trs elementos fundamentais, a

    palavra, a msica e o movimento, isto , msica unida dana e linguagem, na

    qual se participa activamente e no como espectador (Mena,1992:16). Para alm de

    um mtodo e de um amplo sistema para a educao, Orff tem tambm a

    preocupao de dar ideias para que os professores possam colaborar com a

    evoluo natural dos seus alunos, centrando-se sempre no desenvolvimento gradual

    da criana e na sua capacidade de apreciar e compreender, proporcionando a sua

    participao activa, atravs da utilizao de elementos musicais e da audio activa.

    Ao mostrar s crianas as caractersticas rtmicas da linguagem, procura emseguida que estas associem movimentos naturais alusivos s mesmas,

    transformando o prprio corpo num elemento percussivo, passando

    progressivamente das pequenas percusses para outras mais complexas, marcando

    desta forma o ritmo atravs de toda uma rtmica corporal (Mena,1992:16).

    Partindo essencialmente do Ritmo, e tendo em conta que a Schulwerk (obra

    escolar) significa oficina de experimentao de criao e de aprendizagem, as

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    ideias pedaggicas que Orff pretende dar a entender, podem assim resumir-se nos

    seguintes pontos (Maschat, 1998:8):

    A vivncia e o trabalho prtico esto em primeiro lugar, ou seja acriana ou adulto, tm que se mexer, sentir, brincar e desfrutar;

    Quando posteriormente se faz uma reflexo e se relacionam conceitos

    desenvolvidos, o trabalho activo torna-se mais rico;

    Cantar, danar e tocar em conjunto bem como escutar ou inventar

    msica em conjunto, cria um clima afectivo de grande interesse e

    eficcia para a aprendizagem, ou seja o factor social tem uma grande

    importncia, pois ...aprender e relacionar-se em grupo ganha um

    sentido especial nos nossos tempos, nos quais infelizmente, h cada

    vez menos actividades que fomentem a socializao do ser humano...

    (Maschat, 1998:8);

    Juntamente com as mos e os ps, o primeiro e principal instrumento

    expressivo o nosso prprio corpo, com o qual temos e

    desenvolvemos a capacidade de realizar ritmos e gestos sonoros,

    capazes de acompanhar a dana a linguagem e a cano;

    A msica deve ser praticada em conjunto e com instrumentos

    elementares, essencialmente de percusso, pelo facto de seremtecnicamente acessveis para principiantes, e por terem grande

    possibilidade de desenvolvimento tcnico e musical posterior;

    Relativamente a instrumentos elementares, temos os primeiros instrumentos

    de percusso, que surgiram para tornar audveis determinados movimentos do

    corpo, por exemplo percutindo dois paus de madeira, em vez de bater palmas, ou

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    batendo num tambor em vez de bater nas pernas ou bater os ps, quero com isto

    dizer, que existem diversos instrumentos tradicionais de todo o mundo que se usam

    de uma forma elementar: pequena percusso, tambores, instrumentos de lminas,etc... Neste sentido o grande valor de Orff consistiu em ter redescoberto esses

    instrumentos para o ensino da msica (Maschat, 1998:9).

    O gesto e a actividade fsica, so umas das portas para a msica, ou

    seja o movimento e a experimentao atravs dos sentidos, so a

    verdadeira fonte de conhecimento da criana, uma vez que existe uma

    verdadeira inclinao natural para os mesmos;

    A linguagem na sua vertente rtmica constitui um eixo fundamental na

    educao esttica;

    Por fim, so exemplos claros de actividades de desenvolvimento de

    personalidade e da capacidade artstica e afectiva do indivduo, criar

    ritmos quer a partir da improvisao quer da composio.

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    1.2 Willems

    Willems foi, a semelhana de outros, um dos grandes pedagogos dos nossos

    tempos, para o qual a msica e toda a natureza humana esto intimamente

    relacionadas, servindo a msica para o despertar e desenvolver das faculdades do

    ser humano. Neste sentido ele relaciona o homem e a msica da seguinte forma

    (Mena,1992:22):

    Homem Musica

    Instinto Ritmo

    Afectividade Melodia

    Intelecto Harmonia

    No seu plano geral para a educao podemos identificar quatro fases

    fundamentais, sendo elas:

    O desenvolvimento do sentido auditivo

    A audio e a prtica rtmica

    Canes escolhidas pedagogicamenteMarchas para desenvolver todo o sentido rtmico e de tempo

    Ainda segundo Willems (Mena,1992:23), a educao musical deve seguir as

    mesmas ideias psicolgicas do ensino da linguagem, isto , da mesma forma que se

    comea por escutar vozes, na msica devemos comear por escutar uma

    diversidade de sons e rudos do nosso meio envolvente, seguidamente, da mesma

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    forma que ao aprendemos a observar algum a falar, e comeamos a reter certos

    elementos da linguagem, na msica devemos observar as diversas fontes sonoras,

    e reter sons ou sucesses dos mesmos, por ltimo na msica devemos ser capazesde reter partes de melodias, como na linguagem as slabas ou as palavras.

    seguindo esta progressiva aprendizagem que a criana vai aprendendo a

    expressar-se na musica e a inventar as suas prprias melodias, tendo em conta

    sempre a motivao a partir da prpria natureza da msica e do aluno. Forar a

    criana a fazer algo que esta no quer, ou que no est preparada para fazer, pode

    lev-la a criar medo e desprezo pela actividade, tendo tambm a preocupao de a

    realizar mal. O educador dever pois ter um papel bastante importante na

    compreenso das capacidades e interesses das crianas, sendo desta forma capaz

    de desenvolver nas mesmas a sua imaginao criadora e a sua expressividade, e o

    consequente gosto e motivao para a msica (Mena,1992:23).

    Alguns dos exerccios rtmicos que podem ajudar o papel do educador, no

    desenvolvimento e nas aprendizagens dos alunos, so relatados no mtodo de

    Willems, podendo ser descritos da seguinte forma (Willems,1968):

    Tomar conscincia do nmero de batimentos dados com rapidez;

    Dar sucesses de batimentos rpidos ou lentos, tanto acelerando

    como retardando;

    Dar batidas longas ou curtas, para mais tarde se chegar ao valor das

    notas;

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    Marcar os ritmos de canes ou lengalengas, para se tentar adivinhar

    de qual se trata;

    Inventar ritmos, a partir dos quais se improvisar;Marcar o ritmo de uma cano com uma mo, e com a outra o tempo,

    chegando assim poliritmia;

    Fazer exerccios de pergunta e resposta.

    Como no podemos deixar de reparar, o Ritmo tem para a metodologia de

    Willems um papel muito importante, seno primordial, na educao musical das

    crianas, e neste sentido tambm o canto aliado ao ritmo surgindo assim algumas

    ideias de Willems, como por exemplo:

    Canes populares para principiantes;

    Canes mimadas, criando um vnculo entre a linguagem e a mmica,

    Canes ritmadas, para desenvolver o instinto rtmico, com

    movimentos naturais.

    Segundo Willems (Mena,1992:23), o nome das notas apenas servir de ajuda

    para a criana, depois de desenvolvido o sentido rtmico e o sentido auditivo,

    organizar e ordenar os sons, atravs de diversos exerccios com o nome das notas edos sons.

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    1.3 Dalcroze

    Dalcroze um dos mais conhecidos pedagogos musicais do sculo XX, e

    dele podemos ler frases como, O estudo da msica o estudo do conhecimento de

    si prprio ou uma afirmao bastante importante para este estudo: O ritmo e o

    movimento tm a sua origem no nosso organismo. Profundamente dotado para a

    msica, canto e movimento, sendo estes trs elementos a marca profunda da sua

    proposta educativa, demonstrou que atravs da improvisao e do dilogo com os

    alunos se pode exprimir a msica com o corpo, pelo seu ritmo e movimento

    (Abreu,1998:10).

    Durante o seu vasto percurso como professor, no pde deixar de notar na

    falta de sentido rtmico de diversos alunos, pois ao tentarem executar determinados

    ritmos mais complexos demonstravam-se incapazes. Neste sentido, e atravs da

    sua larga experincia e conhecimentos tcnicos, desenvolveu o seu prprio mtodo,

    que se baseia em reforar o conhecimento intelectual musical tendo como base a

    marcao do ritmo com o corpo e o movimento.

    Perante a incapacidade de diversos alunos manterem regularmente um

    determinado ritmo ou movimento, Dalcroze, ao tentar dar resposta a esta questo,determinou que, para alm de falta de ateno, o verdadeiro problema incidia no

    facto de os alunos no identificarem correctamente os ritmos musicais,

    demonstrando que o seu sistema nervoso no estaria perfeitamente equilibrado. O

    mtodo e sistema de Dalcroze, acabou assim por ter como base o ritmo e a

    importncia que tem o equilbrio do sistema nervoso, para a execuo dos

    movimentos rtmicos (Mena,1992:14).

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    Surge desta forma o Mtodo de Rtmica Dalcroze (Mena,1992:14), tendo com

    princpios elementares:

    Todo o ritmo movimento;

    Todo o movimento material;

    Todo o movimento tem necessidade de espao e tempo;

    O espao e o tempo esto unidos pela matria que os atravessa

    num ritmo eterno;

    Os movimentos das crianas so fsicos e inconscientes;

    a experiencia fsica que forma a conscincia

    A regularizao dos movimentos desenvolve a mentalidade

    rtmica.

    Dalcroze procurou remediar as lacunas existentes na educao musical

    tradicional, criando exerccios para desenvolver as capacidades auditivas, a

    sensibilidade nervosa, o sentido rtmico e facultar a exteriorizao espontnea das

    sensaes auditivas (Bachmann,1998:73).

    Ainda de acordo com Dalcroze, o ritmo desempenha na msica um papel toimportante como a sonoridade, e atravs do desenvolvimento dos ritmos naturais

    do nosso corpo que podemos amar a msica e apreciar as suas sonoridades. Do

    mesmo modo, defende que grande parte das crianas que no gostam de msica,

    muitas vezes devido ao facto de terem mau ouvido, poderiam facilmente apreci-la

    se desenvolvessem as suas faculdades rtmicas, uma vez que estas partem de

    movimentos familiares e naturais (Bachmann,1998:78).

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    Para finalizar resta ainda referir que a Rtmica de Dalcroze no se limita

    apenas a etapas de iniciao musical, pois um sistema que avana

    progressivamente na dificuldade, ao ponto de poder preparar msicos maisavanados (Mena,1992:15).

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    1.4 Martenot

    No trabalho, como no jogo, a criana capaz de desenvolver um esforo

    interno sustentado por impulsos espontneos, mas no ser capaz de manter esse

    esforo demasiado tempo, se no o intercalar com repousos relativos. Esta

    afirmao o ponto de partida para o trabalho de Maurcio Martenot, grande

    pedagogo musical de ascendncia francesa (Mena,1992:16).

    Martenot procura desenvolver essencialmente a educao do sentido rtmico

    e seguidamente a educao do ouvido, isto atravs de trs princpios bsicos

    baseados em trs fases de Montesori (pedagogo musical):

    1-Apresentao; 2-Reconhecimento; 3- Realizao.

    Martenot explica estes princpios da seguinte forma:

    atravs da apresentao de um conceito que um aluno produz a sua

    imitao;

    A fase do reconhecimento ou reflexo faz-se mediante o ditado ou a

    audio;

    A fase da realizao baseia-se na reproduo espontnea do ritmo no

    seu estado puro.Mostra-se pois bastante importante que os alunos se expressem livremente

    com os elementos rtmicos que adquirem, pois s assim se poder aperfeioar as

    estruturas rtmicas aprendidas, e se fomentar a participao dos alunos bem como

    o desenvolvimento das suas capacidades criativas.

    Ainda para Martenot (Mena,1992:17), a frase ou a expresso verbal dever

    ser o princpio para a realizao do ritmo, isto , imitar ou repetir uma frmula

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    desenvolve o rgo sensorial, condio necessria e indispensvel para se realizar

    um bom trabalho rtmico.

    Uma vez que o ritmo surge como elemento central, neste mtodo osexerccios de ecos rtmicos, ou seja, clulas rtmicas propostas, devem ser repetidas

    pelos alunos, tendo sempre em conta a pulsao. A leitura rtmica apenas comear

    quando o aluno for capaz de fazer vrias frmulas rtmicas em forma verbal

    simultaneamente com a marcao da pulsao (Mena,1992:18).

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    2. A educao rtmica na escola

    O papel da msica na educao

    Snyders (1992) comenta que a funo mais evidente da escola preparar os

    jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. Mas ela pode

    parecer aos alunos como um remdio amargo que eles precisam de engolir para

    assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante incerta. A

    msica pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorvel

    aprendizagem, afinal propiciar uma alegria que seja vivida no presente a

    dimenso essencial da pedagogia, e preciso que os esforos dos alunos sejam

    estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida

    no momento presente (Snyders, 1992:14).

    Alm de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, podendo ser

    usada para proporcionar uma atmosfera mais receptiva chegada dos alunos,

    oferecendo um efeito calmante aps perodos de actividade fsica e reduzindo a

    tenso em momentos de avaliao, a msica tambm pode ser usada como um

    recurso na aprendizagem de diversas disciplinas. O educador pode seleccionar

    msicas que falem do contedo a ser trabalhado na sua rea, tornando a auladinmica, atractiva, e ajudando a recordar as informaes. Mas, a msica tambm

    deve ser estudada como matria em si, como linguagem artstica, forma de

    expresso e um bem cultural. A escola deve ampliar o conhecimento musical do

    aluno, gerando a convivncia com os diferentes gneros, apresentando novos

    estilos, proporcionando uma anlise reflexiva do que lhe apresentado, permitindo

    que o aluno se torne mais crtico. Conforme Mrsico (1982:148) ..uma das tarefas

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    primordiais da escola assegurar a igualdade de hipteses, para que toda criana

    possa ter acesso msica e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o

    ambiente sociocultural de que provenha.As actividades musicais realizadas na escola no visam a formao de

    msicos, mas sim, atravs da vivncia e compreenso da linguagem musical,

    propiciam a abertura de canais sensoriais, facilitando a expresso de emoes,

    ampliando a cultura geral e contribuindo para a formao integral do ser. A esse

    respeito Katsch e Merle-Fishman, (Brscia, 2003:60) afirmam que ... a msica pode

    melhorar o desempenho e a concentrao, alm de ter um impacto positivo na

    aprendizagem de matemtica, leitura e outras habilidades lingusticas nas crianas.

    Alm disso, como j foi citado anteriormente, o trabalho com musicalizao

    infantil na escola um poderoso instrumento que desenvolve, alm da sensibilidade

    msica, factores como: concentrao, memria, coordenao motora,

    socializao, acuidade auditiva e disciplina.

    Conforme Barreto (2000:45), ligar a msica e o movimento, utilizando a dana

    ou a expresso corporal, pode contribuir para que algumas crianas, em situao

    difcil na escola, se possam adaptar (inibio psicomotora, debilidade psicomotora,

    instabilidade psicomotora, etc). Por isso, to importante a escola, tornar-se um

    ambiente alegre e favorvel ao desenvolvimento.Gainza (1988) afirma que as actividades musicais na escola podem ter

    objectivos profilticos, nos seguintes aspectos:

    Fsico: oferecendo actividades capazes de promover o alvio de tenses

    devidas instabilidade emocional e fadiga;

    Psquico: promovendo processos de expresso, comunicao e descarga

    emocional atravs do estmulo musical e sonoro;

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    Mental: proporcionando situaes que possam contribuir para estimular e

    desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organizao e compreenso.

    Para Brscia (2003:81) ... o aprendizado de msica, alm de favorecer odesenvolvimento afectivo da criana, amplia a actividade cerebral, melhora o

    desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivduo.

    Para finalizar, como j foi referido anteriormente, podemos dizer que, a

    msica afecta de maneiras distintas o corpo do indivduo: directamente, com o efeito

    do som sobre as clulas e os rgos, e indirectamente, agindo sobre as emoes,

    que influenciam vrios processos corporais provocando a ocorrncia de tenses e

    relaxamentos em vrias partes do corpo.

    Ainda segundo Gainza (1988), a msica um elemento de fundamental

    importncia, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformao e o

    desenvolvimento. A msica no substitui o restante da educao, ela tem como

    funo atingir o ser humano na sua totalidade. A educao tem como meta

    desenvolver em cada indivduo toda a perfeio de que capaz. Porm, sem a

    utilizao da msica no possvel atingir esta meta, pois nenhuma outra actividade

    consegue levar o indivduo a agir. A msica atinge a motricidade e a sensorialidade

    por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a afectividade.

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    3. O ritmo como contedo na organizao curricular

    (Manhattanville & Orff)

    Uma das questes que sinto necessidade de explicitar neste estudo, refere-se

    a alguns dos currculos de educao musical mais comuns nos dias de hoje, a partir

    dos quais foi criada a organizao curricular ao nvel da educao musical no nosso

    pas, mais concretamente, a importncia que damos ou deveramos dar ao Ritmo

    enquanto contedo da mesma.

    Como j foi referido anteriormente, o trabalho de Carl Orff teve um papel

    fundamental no ensino da msica, nomeadamente na nfase que dava educao

    atravs da percusso e seus instrumentos, dando assim mxima importncia ao

    Ritmo.

    Em 1924 fundou uma escola vocacionada para o ensino da ginstica, arte e

    msica, pois acreditava que a msica, o movimento e a fala eram partes integrantes

    de um conceito a que ele chamava de msica elementar. Este conceito significa,

    basicamente, a msica, o movimento e a fala feita por crianas sem qualquer treino

    especial, ou seja, sem fazer qualquer esforo no-natural.

    Mais uma vez mtodo Orff, acredita que uma criana similar, musicalmente,ao homem primitivo, isto , ambos no possuem qualquer base musical, baseiam-se

    apenas em movimentos e sons naturais para fazerem msica (Frazee, 1987:33).

    Na linha educacional de Orff, a msica deve ser aprendida pela criana da

    mesma forma que ela aprende uma lngua, ou seja atravs da observao e

    imitao, e s mais tarde deve surgir a interpretao de smbolos que representem

    aquilo que aprendeu. Posto isto, a msica que uma criana aprende inicialmente

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    deve ser simples e envolver muito ritmo e movimento, Orff acreditava que o ritmo a

    parte mais importante da msica, pois um factor que msica, fala e movimento tm

    em comum, ou seja o ritmo une os factores chamados musica elementar.Tendo em conta estes aspectos, surge assim uma das organizaes

    curriculares da msica, utilizada em certos pases, ou seja, uma forma de

    aprendizagem, onde Orff desenvolve um projecto musical, representado numa

    grelha com 5 nveis de aprendizagem dos contedos musicais, Ritmo, Melodia,

    Textura, Harmonia, e Forma, sendo que em cada nvel coloca sempre como primeiro

    ponto de aprendizagem, o Ritmo, como podemos ver na tabela em (Anexo I).

    O Manhattanville Music Curriculum Project , criado pelo gabinete de educao

    dos Estados Unidos entre 1965 e 1970, no seu programa de Artes e Humanidades,

    surge como outro modelo alternativo de educao musical, em resposta ao

    desinteresse por parte dos alunos ao nvel da msica. Este projecto surgiu para

    contrariar a rejeio da educao musical no ambiente escolar, uma vez que fora da

    escola as crianas continuavam a gostar de educao musical e msica no geral

    (Thomas,1970).

    Os principais objectivos doManhattanville Music Curriculum Project , eram

    desenvolver nos alunos comportamentos positivos em relao msica, atravs dacriao e apresentao da sua prpria msica. Estes comportamentos eram assim

    encorajados atravs de quatro nveis sendo eles:

    Cognitivo o aluno motivado a resolver os seus problemas;

    Atitude motivar o aluno a entender o seu potencial de criao e

    sensibilidade para a msica;

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    Competncia desenvolver no aluno comportamentos de audio execuo e

    leitura de msica;

    Esttico o aluno deve conhecer e entender o verdadeiro significado damsica.

    Para atingir os seus objectivos, oManhattanville Music Curriculum Project ,

    desenvolveu o chamado currculo em espiral, onde novos conceitos vo sendo

    introduzidos numa espiral, como podemos verificar em (Anexo II), medida que o

    aluno os vai desenvolvendo. Como contedos musicais deste currculo temos:

    Ritmo, Altura, Dinmica, Timbre e Forma, mas contrariamente ao mtodo Orff, o

    Ritmo neste modelo no surge como ponto de partida para as aprendizagens

    (Thomas,1970).

    Este modelo de currculo no entanto, um dos mais utilizados no mundo,

    nomeadamente uma adaptao do mesmo foi feita para o nosso pas, encontrando-

    se ainda hoje e passado praticamente 30 anos, em vigor.

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    III METODOLOGIA

    1.Plano de investigao

    1.1 Objectivos do estudo

    Que resposta pretendo dar ao meu estudo? Onde pretendo chegar,

    relativamente ao Tema? Para dar resposta a estas questes existe a necessidade

    de formular um objectivo relacionando-o com as respostas a serem dadas ao

    problema de pesquisa, isto , o Objectivo da investigao responder pergunta

    de partida. Para este efeito, o investigador formula hipteses e procede s

    observaes que elas exigem.(Quivy,1998)

    Assim, a pesquisa a ser realizada tem por objectivo geral, responder minha

    pergunta de partida:

    De que forma encaram os alunos do 2 Ciclo as actividades rtmicas na

    disciplina de Educao Musical?

    O mtodo mais correcto para atingir ou alcanar o objectivo a que meproponho neste projecto, consiste na criao de algumas hipteses capazes de dar

    resposta minha pergunta de partida, pois A organizao de uma investigao em

    torno de hipteses constitui a melhor forma de a conduzir com ordem e rigor (...) as

    hipteses apontam o caminho da procura, fornecendo um fio condutor

    investigao e fornecendo o critrio para a recolha de dados que confrontar as

    hipteses com a realidade (Quivy,1998:119).

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    Assim terei como hipteses:

    Hiptese 1: As actividades rtmicas despertam nos alunos interesse e motivao pela educao musical.

    Hiptese 2: A utilizao quase constante da flauta, demonstra ser um

    instrumento/actividade pouco eficaz, perante muitos outros

    instrumentos/actividades possveis, para o ensino da msica nas escolas de 2

    Ciclo.

    Hiptese 3: A aprendizagem do ritmo difcil para os alunos, dando

    desta forma o currculo de educao musical do 2 Ciclo, preferncia a outras

    actividades musicais.

    Para finalizar segundo Quivy, uma hiptese uma proposio provisria, que

    deve ser verificada, podendo apresentar-se como uma antecipao de uma relao

    entre um fenmeno e um conceito capaz de o explicar(Quivy,1998:136). Atravs da

    articulao das minhas hipteses, irei constituir o meu modelo de anlise.

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    1.2 Opes metodolgicas

    A metodologia utilizada neste trabalho, para alm de toda a reviso deliteratura e de toda a minha observao participante ao longo de dois anos como

    professor de educao musical no 1 Ciclo, centrada num dos principais mtodos

    de recolha de informaes, o Inqurito por questionrio (Anexo III), que ..consiste

    em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma

    populao, uma srie de perguntas relativas (...) s suas opinies (...) s suas

    expectativas, ao seu nvel de conhecimentos... (Quivy,1998:188). Deste modo,

    estamos perante um mtodo de observao indirecta, onde ao responder s

    perguntas os sujeitos intervm na produo da informao. Ainda segundo Quivy,

    neste mtodo, uma vez que o investigador se dirige ao sujeito para obter a

    informao procurada, existem dois intermedirios entre a informao procurada e a

    obtida, ou seja, o inquirido e o inqurito.

    Relativamente ao tipo de inqurito utilizado neste estudo, as questes so

    quase todas realizadas atravs de perguntas fechadas. No entanto, ao solicitarem

    Porqu?, procuram razes conscientes nos participantes, sobre as suas crenas e

    atitudes de forma aberta, ou seja, ...so seguidas de perguntas dependentes,

    informativas descritivas sobre situaes vivenciadas pelo participante(Gillham,2000), algo que demonstrou ser bastante til para a realizao deste

    estudo, uma vez que apenas a resposta Sim ou No muitas vezes no resulta em

    grandes concluses.

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    1.3 Questes e problemas

    No desenvolvimento deste trabalho, foram encontradas algumas dificuldadese problemas metodolgicos. Um desses problemas prende-se com o facto de nem

    todos os alunos responderem s questes ou, mesmo tendo respondido, o terem

    feito de forma incompleta ou incorrecta. Outras falhas podem surgir neste tipo de

    inqurito, como a disperso e falta de objectividade que pode por vezes existir no

    tratamento de dados das mesmas, e o facto de os enganos no poderem ser

    corrigidos, uma vez que os inquiridos ficam impedidos de esclarecer dvidas durante

    o processo de responder ao questionrio, levando a crer que algumas das questes

    poderiam ter sido colocadas de outra forma.

    Acredito tambm, que atravs de uma pequena entrevista ou questionrio aos

    professores, sobre a forma como encaram o ritmo, e como o enquadram

    relativamente organizao curricular da disciplina de educao musical, poderia ter

    obtido um leque mais variado de respostas e concluses, para a resposta minha

    pergunta de partida, pois este tipo de inqurito, pode levar a recusas em responder

    ou a respostas enganadoras. Da que, segundo Quivy, o mtodo da entrevista,

    seguido de uma anlise de contedo, seguramente o que mais se utiliza, em

    paralelo com os mtodos de observao (Quivy,1998:200) No entanto, para esteestudo no houve hiptese de optar por esta variante. Ainda assim penso conseguir

    apresentar um grau de validade satisfatrio.

    Por ltimo, o facto de alguns dos alunos poderem no ter ainda vivenciado

    algumas das actividades na disciplina de educao musical, ou explorado alguns

    dos seus instrumentos ou materiais, pode contribuir para a tendncia de responder

    incorrectamente ou simplesmente no responder.

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    2.Amostra/Sujeitos de estudo

    Caracterizao da amostra

    Uma vez que a quantidade de sujeitos que pretendo estudar algo elevada,

    (estudantes de educao musical do 2 Ciclo), e no me sendo possvel estud-la na

    sua totalidade, procurei apenas trabalhar com uma amostra representativa desses

    mesmos alunos. Desta forma a minha amostra representativa para este trabalho,

    consiste num grupo de 400 alunos, das escolas EB 2/3 da Costa da Caparica, e

    Escola Secundria Paulo da Gama, instituies onde realizei os meus estgios,

    conhecendo deste modo a sua mecnica e facilitando o meu estudo. Assim foram

    estudados, 166 alunos do 5 ano e 234 alunos do 6 ano de escolaridade, no

    existindo diferenciao entre escolas, uma vez que ambas tm caractersticas e

    contextos socioculturais e econmicos muito semelhantes.

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    3. Justificao dos mtodos e tcnicas utilizados

    Procedimentos

    A investigao deste trabalho tem como base um inqurito por questionrio

    (Anexo III), realizado a 400 alunos do 2 Ciclo, inquiridos com perguntas fechadas,

    na sua grande maioria, existindo no entanto algumas perguntas dependentes. Este

    tipo de inqurito segundo Gillham (2000) tem diversas vantagens, uma vez que nos

    d a facilidade em obter informaes de uma forma rpida sobre grandes grupos,

    como o caso da nossa amostra. Relativamente anlise das respostas, uma vez

    que na sua maioria so perguntas fechadas, bastante directa existindo tambm a

    garantia do anonimato das mesmas, e no existindo grande presso para uma

    resposta imediata, uma vez que o entrevistador no interfere nas mesmas, para

    alem disso liberta o entrevistador e entrevistado de serem influenciados por

    consideraes pessoais. As desvantagens desta ferramenta, segundo Gillham

    (2000), so problemas na objectividade dos dados (perfeio e preciso), a

    necessidade para brevidade e perguntas relativamente simples, uma vez que os

    enganos no podem ser corrigidos, pois os entrevistados ficam impedidos de

    esclarecer dvidas durante o processo de responder ao questionrio, e por vezestorna-se tambm impossvel conferir a seriedade ou honestidade das respostas.

    De qualquer forma, o inqurito por questionrio, demonstrou ser uma boa

    ferramenta para este estudo, limitado apenas pelos problemas metodolgicos

    referenciados anteriormente neste captulo no ponto 1.3 Questes e problemas.

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    6Ano

    59%

    41% MasculinoFeminino

    IV APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    Foram inquiridos no total, um grupo de 400 alunos, das escolas EB 2/3 da

    Costa da Caparica e Escola Secundria Paulo da Gama, sendo 166 dos alunos do

    5 ano e 234 alunos do 6 ano de escolaridade. Os dados dos inquritos realizados

    aos alunos destas escolas sero seguidamente apresentados, quantitativamente,

    em forma de tabela (nmero de alunos) e grfico (percentagem):

    1.1 - Sexo

    5 Ano 6 Ano Total

    Masculino 102 137 239

    Feminino 64 97 161

    Total 166 234 400

    5Ano

    61%

    39%MasculinoFeminino

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    Podemos verificar atravs da tabela e dos grficos, que estamos perante uma

    amostra representativa de 400 alunos do 2 Ciclo, onde no total 40% dos inquiridos

    so do sexo feminino e 60% do sexo masculino.

    Total

    60%

    40%MasculinoFeminino

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    1.2 - Idade

    10 11 12 13 14 15 Total5 Ano 68 62 25 9 2 0 1666 Ano 0 95 73 33 23 10 234Total 68 157 98 42 25 10 400

    Neste grfico, podemos verificar que as idades dos alunos variam entre os 10

    e os 15 anos, verificando-se a maior percentagem para alunos com 11 anos 38%

    relativo a 157 alunos, e a menor 3% para inquiridos com 15 anos, apenas 10 alunos.

    6Ano

    41%

    31%

    14%

    10% 4% 0% 101112131415

    Total

    17%

    38%25%

    11%6% 3%

    10

    11

    12

    13

    14

    15

    5Ano

    42%

    37%

    15% 5% 1%0%

    101112131415

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    38

    1.3 - Ano de escolaridade:

    5 Ano 6 Ano TotalNmero de Alunos 166 234 400

    Este grfico representa o total de 400 alunos, sendo que 166 so do 5 ano e

    234 alunos pertencem ao 6 ano. Traduzindo em percentagens, temos 42% contra

    58% respectivamente.

    Nmero de Alunos

    42%

    58%

    5Ano

    6Ano

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    2 - Estudas msica ou algum instrumento numa colectividade ou noutraescola?

    5 Ano 6 Ano TotalSim 13 22 35No 153 212 365Total 166 234 400

    Verificamos neste grfico, que a percentagem de alunos que estuda um

    instrumento numa colectividade ou noutra escola, bastante inferior dos que no

    estudam, tendo assim no total, 91% de alunos que no estudam msica fora da sua

    escola e 9% de alunos que estudam.

    5Ano

    8%

    92%

    SimNo

    6Ano

    9%

    91%

    SimNo

    Total

    9%

    91%

    SimNo

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    40

    Se sim, que instrumento?

    5 Ano 6 Ano TotalGuitarra 5 9 14Piano 5 2 7

    Bateria 2 4 6Trompete 1 1 2

    Violino 0 1 1Clarinete 0 1 1NS/NR 0 4 4Total 13 22 35

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    39%

    38%

    15%8% 0%0%0% Guitarra

    PianoBateriaTrompeteViolinoClarineteNS/NR

    6Ano

    40%

    9%18%

    5%5%

    5%

    18%GuitarraPianoBateriaTrompeteViolinoClarineteNS/NR

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    Nestes grficos, relativamente aos 9% de alunos que responderam

    afirmativamente na questo 2, temos no total, como instrumentos estudados pelos

    inquiridos: 40% Guitarra, 20% Piano, 17% Bateria, 6% Trompete, 3% estudam

    Violino e Clarinete, 11% dos inquiridos no respondeu questo. A Guitarra surge

    como o mais estudado, provavelmente devido ao facto de ser um instrumento

    bastante prtico, acessvel e com grande potencial.

    Total

    40%

    20%

    17%

    6%

    3%3%

    11%

    GuitarraPianoBateriaTrompeteViolino

    ClarineteNS/NR

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    Relativamente aos alunos que estudam um instrumento:

    H quanto tempo estudam?

    Alunos6 Meses 8

    1 Ano 112 Anos 33 Anos 44 Anos 1

    5 ou mais Anos 3NS/NR 5Total 35

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    Neste grfico, associado tambm questo 2, podemos verificar h quanto

    tempo estudam os inquiridos msica fora da sua escola. Deste modo, temos com

    maiores percentagens, alunos que estudam 1 ano ou 6 meses, respectivamente

    31% e 23%, com menores percentagens 9% quem estuda 5 ou mais anos, e

    apenas 3% para os que estudam 4 anos.

    Alunos

    23%

    31%9%

    11%

    3%

    9%

    14%

    6 Meses1 Ano2 Anos3 Anos4 Anos5 ou mais AnosNS/NR

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    3 - Regra geral, gostas das aulas de Educao Musical?

    Porqu?

    5 Ano 6 Ano TotalSim 150 158 308No 16 76 92Total 166 234 400

    Verificamos atravs destes grficos, que existe gosto pelas aulas de

    educao musical, uma vez que no total de inquiridos 77% respondeu Sim

    contrariamente a 23% que respondeu No.

    5Ano

    90%

    10%

    SimNo

    6Ano

    68%

    32%

    SimNo

    Total

    77%

    23%

    SimNo

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    44

    Razes dadas pelos alunos que responderam gostarem das aulas de

    Educao Musical:

    5 Ano 6 Ano TotalAs aulas de Msica

    so divertidas37 52 89

    Aprendemosmsicas e coisas

    novas

    30 29 59

    Gosto de tocarinstrumentos

    diversos

    25 40 65

    Gosto de tocar flauta 15 16 31O professor

    porreiro8 3 11

    NS/NR 35 18 53Total 150 158 308

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    20%

    17%

    10%

    5%

    23% 25%

    As aulas de Msicaso divertidas

    Aprendemos msicas ecoisas novasGosto de tocarinstrumentos diversosGosto de tocar flauta

    O professor porreiro

    NS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    45

    Atravs destes grficos, podemos verificar que, no total dos 77% de alunos

    que responderam Sim questo 3, surgiram como principais razes apontadas:

    29% que considera as aulas de msica como divertidas, seguidamente 21% de

    alunos, que respondeu gostar de tocar diversos instrumentos. No entanto, 17% dos

    alunos no respondeu.

    Total

    29%

    19%21%

    10%

    4%

    17%As aulas de Msica sodivertidas

    Aprendemos ms icas ecoisas novasGosto de tocarinstrumentos diversosGosto de tocar flauta

    O professor porreiro

    NS/NR

    6Ano

    34%

    18%25%

    10%

    2%11% As aulas de Msica so

    divertidasAprendemos ms icas ecoisas novasGosto de tocarinstrumentos diversosGosto de tocar flauta

    O professor porreiro

    NS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    46

    Razes dadas pelos alunos que responderam, No gostarem das aulas

    de Educao Musical:

    5 Ano 6 Ano TotalNo gosto do quefazemos nas aulas

    5 12 17

    No tenho jeito paraa msica

    3 9 12

    No gosto de tocarflauta

    5 19 24

    No gosto deinstrumentos

    2 0 2

    No gosto doprofessor

    0 20 20

    NS/NR 1 16 17Total 16 76 92

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    31%

    19%

    31%

    13%

    0% 6%No gosto do quefazemos nas aulasNo tenho jeito para amsica

    No gosto de tocarflautaNo gosto deinstrumentosNo gosto doprofessorNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    47

    Neste grfico e respectiva tabela, podemos ver no total dos argumentos

    apresentados, pelos 23% de alunos que responderam No questo 3, que a sua

    maioria 27%, respondeu no gostar de tocar flauta, seguidamente, algo tambm

    importante de destacar, os 22% que apontam como razo o facto de no gostarem

    do professor, percentagem esta apenas demonstrada por alunos de 6 ano.

    Total

    18%

    13%

    27%2%

    22%

    18% No gosto do quefazemos nas aulasNo tenho jeito para amsicaNo gosto de tocarflautaNo gosto deinstrumentosNo gosto doprofessorNS/NR

    6Ano

    16%

    12%

    25%0%

    26%

    21%

    No gosto do quefazemos nas aulas

    No tenho jeito para amsicaNo gosto de tocarflautaNo gosto deinstrumentosNo gosto doprofessorNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    4 - Enumera as seguintes actividades das aulas de Educao Musical,

    colocando-as por ordem crescente, sendo a nmero 1 a que mais te interessa

    Actividade escolhida como 1:5 Ano 6 Ano Total

    Cantar 25 24 49Danar 21 28 49

    Tocar Instrumentos 53 74 127Apresentar peas

    Musicais2 6 8

    Ouvir msica 22 50 72Inventar Ritmos 7 5 12Aprender Teoria

    Musical2 2 4

    Jogos Musicais 8 15 23Marcar ritmos de

    canes0 4 4

    Tocar msicas com

    flauta

    15 13 28

    NS/NR 11 13 24Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    15%

    13%

    32%1%

    13%

    4%1%5%0%

    9%7%

    CantarDanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canesTocar msicas com flautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    49

    Relativamente a este grfico, devido ao elevado nmero de inquiridos que

    no respondeu, ou respondeu de forma incompleta ou incorrecta questo, apenas

    considerei a actividade que estes colocaram como sendo a sua preferida, verificando

    assim que na sua maioria 32% dos alunos, ou seja, 127 inquiridos responderam

    gostar de Tocar instrumentos. De referir tambm que apenas 4 alunos, 1% gosta

    de Aprender Teoria Musical.

    Total

    12%

    12%

    32%2%

    18%

    3%1%

    6%1%

    7%6% Cantar

    DanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canesTocar msicas com flautaNS/NR

    6Ano

    10%

    12%

    31%

    3%

    21%

    2%1%

    6%

    2%6% 6%

    CantarDanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canes

    Tocar msicas com flautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    50

    Actividade escolhida como 10, ou seja, a menos interessante para o

    aluno:

    5 Ano 6 Ano TotalCantar 2 7 9Danar 22 30 52

    Tocar Instrumentos 1 1 2Apresentar peas

    Musicais15 17 32

    Ouvir msica 2 0 2Inventar Ritmos 8 5 13Aprender Teoria

    Musical22 45 67

    Jogos Musicais 4 8 12Marcar ritmos de

    canes20 24 44

    Tocar msicas com

    flauta

    35 55 90

    NS/NR 35 42 77Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    1% 13%

    1%

    9%

    1%

    5%

    13%

    2%12%

    22%

    21%CantarDanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canesTocar msicas com flauta

    NS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    51

    Neste grfico registei as actividades que os alunos menos gostam, tendo

    deste modo a maioria 22%, respondido no gostar de Tocar msicas com flauta,

    seguido dos 17% que responderam que o que menos gostam de Aprender Teoria

    Musical. A actividade que menos alunos assinalaram, como sendo a que menos

    gostam foi Tocar instrumentos 1%.

    6Ano

    3%

    13%

    0%

    7%

    0%

    19%

    3%10%

    25%

    18%

    2%

    CantarDanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canesTocar msicas com flauta

    NS/NR

    Total

    2%13%

    1%8%

    1%

    3%

    17%

    3%11%

    22%

    19%Cantar

    DanarTocar InstrumentosApresentar peas MusicaisOuvir msicaInventar RitmosAprender Teoria MusicalJogos MusicaisMarcar ritmos de canesTocar msicas com flautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    52

    5 - Dos instrumentos que conheces, quais gostas mais? Coloca-os por ordem

    de preferncia, sendo o nmero 1 para o teu instrumento preferido:

    Instrumento escolhido como 1:5 Ano 6 Ano Total

    Clavas 6 1 7Piano 35 56 91

    Xilofone 4 17 21Jogo de sinos 6 5 11

    Tambor 52 84 136

    Flauta 32 30 62NS/NR 31 41 72total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    4%

    21%

    2%

    4%

    31%

    19%

    19%

    ClavasPianoXilofoneJogo de sinos

    TamborFlautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    53

    No total da tabela e dos grficos, verifica-se que o instrumento que os alunos

    mais gostam o Tambor 33%, seguido do Piano com 23%.

    6Ano

    0%24%

    7%

    2%

    36%

    13%

    18%

    ClavasPianoXilofoneJogo de sinosTamborFlautaNS/NR

    Total

    2%

    23%

    5%

    3%

    33%

    16%

    18%

    ClavasPianoXilofoneJogo de sinosTamborFlautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    54

    Instrumento escolhido como 6, ou o menos preferido do aluno:

    5 Ano 6 Ano TotalClavas 45 61 106Piano 8 13 21

    Xilofone 5 12 17Jogo de sinos 18 29 47

    Tambor 4 11 15Flauta 37 44 81NS/NR 49 64 113total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    27%

    5%3%

    11%2%22%

    30% Clavas

    PianoXilofoneJogo de sinosTamborFlautaNS/NR

    6Ano

    26%

    6%5%

    12%5%19%

    27% ClavasPianoXilofoneJogo de sinosTamborFlautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    55

    Relativamente ao instrumento que os alunos menos gostam, verificamos

    atravs do total dos grficos que so as Clavas 27%, seguido da Flauta com

    20%. No entanto, 28% no respondeu ou respondeu de forma errada ou incompleta.

    Total

    27%

    5%

    4%

    12%4%20%

    28%ClavasPianoXilofoneJogo de sinosTamborFlautaNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    56

    Outros, quais?

    Relativo questo: Outros, quais?, ou seja, de que outros instrumentos

    gostas mais, obtive as seguintes respostas das turmas de 5 e 6 Ano:

    Alunos 5 e 6 AnoGuitarra

    (Clssica, Elctrica, Portuguesa)81

    Viola Baixo 2Violino 12

    Harpa 6Bandolim 1

    Banjo 1Trompete 1Fagote 2

    Clarinete 1Saxofone 2

    Flauta transversal 2Flauta de p 2Flauta 3

    Sintetizador 1Bateria 53Jamb 5Cajon 2

    Berimbau 4

    Pequena percusso(Maracas, Pratos, Tringulo, Metalofone, Bombo,Tamborim, Congas Sinos, Guizeira, Pandeireta,

    Pandeiro, Timbalos, Caixa chinesa)

    22

    Total 203

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    57

    Embora possa no parecer muito claro, devido elevada quantidade de

    dados (quantidade, percentagem), podemos verificar neste grfico 203 respostasrelativas a outros instrumentos de que gostam os alunos. Sendo o mais mencionado

    a Guitarra 40%, seguido da Bateria 26%, e ainda a pequena percusso, com uma

    percentagem relativamente significante 11%.

    Alunos 5 e 6 Ano

    81; 40%

    53; 26%

    5; 2%

    22; 11%

    1; 0%

    12; 6%

    2; 1%

    2; 1%

    1; 0%

    2; 1%

    1; 0%

    1; 0%

    2; 1%2; 1% 3; 1%

    6; 3%

    2; 1%

    4; 2%

    1; 0%

    GuitarraViola BaixoViolinoHarpaBandolimBanjoTrompeteFagoteClarineteSaxofoneFlauta transversalFlauta de pFlautaSintetizadorBateriaJambCajonBerimbauPequena percusso

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    58

    6 - Habitualmente, acompanhas msicas e fazes Ritmos com instrumentos e

    com o corpo?

    5 Ano 6 Ano TotalSim 124 119 243No 39 112 151

    NS/NR 3 3 6Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    De acordo com estes grficos, podemos verificar que 60% dos alunos tem por

    hbito fazer ritmos, com instrumentos ou com o corpo a acompanhar msicas, contra

    38% que respondeu no ter esse hbito. no entanto curioso, o facto de no 6 anono existir grande diferena entre as respostas.

    5Ano

    75%

    23% 2%

    SimNoNS/NR

    6Ano

    51%

    48%1%

    Sim

    No

    NS/NR

    Total

    60%

    38%2%

    SimNoNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    59

    7 - Este tipo de Actividades Rtmicas so para ti:

    5 Ano 6 Ano TotalMuito interessantes 36 40 76

    Interessantes 87 95 182Razoavelmenteinteressantes

    25 46 71

    Pouco interessantes 10 22 32Nada interessantes 3 20 23

    NS/NR 5 11 16Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    22%

    52%

    15%

    6% 2% 3%Muito interessantesInteressantesRazoavelmente interessantesPouco interessantesNada interessantesNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    9 - Quando realizas ou aprendes Ritmos, sentes que :

    5 Ano 6 Ano TotalMuito fcil 18 28 46

    Fcil 59 77 136Mais ou Menos 76 108 184

    Difcil 7 8 15Muito difcil 2 11 13

    NS/NR 4 2 6Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    11%

    36%46%

    4% 1%2% Muito fcilFcilMais ou MenosDifcilMuito difcilNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    63

    Relativamente dificuldade deste tipo de actividades, podemos verificar na

    tabela e no grfico Total que a maioria 45% dos alunos, sente que Mais ou

    menos fcil, 34% considera Fcil, 12% Muito fcil, 4% Difcil e apenas 3% as

    considera Muito difcil.

    6Ano

    12%

    33%46%

    3% 5% 1% Muito fcilFcilMais ou MenosDifcilMuito difcilNS/NR

    Total

    12%

    34%45%

    4% 3% 2% Muito fcilFcilMais ou MenosDifcilMuito difcilNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    64

    10 - Os professores de educao musical que tiveste, dinamizaram aulas com

    o Ritmo Musical?

    5 Ano 6 Ano TotalNunca 7 7 14

    Poucas vezes 20 37 57Algumas vezes 64 120 184Muitas vezes 49 45 94

    Sempre 18 13 31

    NS/NR 8 12 20Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    4% 12%

    38%30%

    11% 5%NuncaPoucas vezesAlgumas vezesMuitas vezesSempreNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    65

    Podemos verificar atravs deste grfico que maior parte dos casos, o ritmo

    musical dinamizado nas aulas, uma vez que: 45% ou seja a maioria dos alunos,

    considerou que o ritmo era dinamizado Algumas vezes, 24% respondeu Muitas

    vezes, 14% considerou Poucas vezes, 8% Sempre, e apenas 4% respondeu

    Nunca, tivemos ainda 5% de alunos que optou por no responder ou no sabia.

    6Ano

    3%16%

    51%

    19%

    6% 5%NuncaPoucas vezesAlgumas vezesMuitas vezesSempreNS/NR

    Total

    4%14%

    45%

    24%

    8%5%

    NuncaPoucas vezesAlgumas vezesMuitas vezesSempreNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    66

    11 - Que avaliao fazes sobre as aulas com actividades sobre o Ritmo

    Musical?

    5 Ano 6 Ano TotalMuito boa 35 27 62

    Boa 64 95 159Razovel 61 77 138

    M 2 17 19Muito m 2 11 13

    NS/NR 2 7 9Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    21%

    39%

    37%

    1%1%1%Muito boaBoaRazovelMMuito mNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    67

    Quanto avaliao feita pelos alunos, acerca das actividades rtmicas,

    verifica-se atravs do grfico que esta positiva, uma vez que a grande maioria 39%

    respondeu ser Boa, 35% razovel, 16% Muito boa.

    6Ano

    12%

    40%33%

    7% 5%3%

    Muito boaBoaRazovelMMuito mNS/NR

    Total

    16%

    39%

    35%

    5% 3% 2%Muito boaBoaRazovelMMuito mNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    68

    12 - Sentes que seria melhor para ti se desenvolvesses mais actividades, em

    que trabalhes principalmente o Ritmo, nas aulas de Educao Musical?

    Porqu?5 Ano 6 Ano Total

    Sim 124 157 281No 40 73 113

    NS/NR 2 4 6Total 166 234 400

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    Podemos verificar atravs do total dos grficos, que seria melhor desenvolver

    mais actividades ligadas ao ritmo nas aulas de educao musical, uma vez que na

    sua maioria, 70% dos alunos respondeu Sim, contra apenas 28% que respondeuNo.

    5Ano

    75%

    24% 1%SimNoNS/NR

    Total

    70%

    28%

    2%

    Sim

    No

    NS/NR

    6Ano

    67%

    31%2%

    SimNoNS/NR

  • 8/8/2019 Memria Final 2009 Artur Piteira Vicente

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    69

    Relativamente aos alunos que responderam Sim na questo nmero 12,

    surgiram como razes:

    5 Ano 6 Ano TotalGosto de Msica e

    de Ritmo13 17 30

    Seria mais fcil paramim/ gosto de fazer

    ritmos

    7 7 14

    O ritmo muitoimportante na

    msica

    7 22 29

    Para aprender maissobre msica

    52 36 88

    Gostava de realizaractividades

    diferentes da teoria eda flauta

    0 11 11

    NS/NR 45 64 109Total 124 157 281

    (NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    10%6%

    6%

    42%0%

    36%

    Gosto de Msica e de Ritmo

    Seria mais fcil para mim/ gosto de fazer ritmosO ritmo muito importante namsicaPara aprender mais sobremsicaGostava de realizar actividadesdiferentes da teoria e da flautaNS/NR

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    No total destes grficos apresentam-se, relativamente questo 12, como

    razes apontadas pelos alunos que responderam Sim: na sua maioria Para

    aprender mais sobre msica 31% dos alunos inquiridos, seguidamente 11% que

    respondeu Gosto de msica e de Ritmo. No entanto, 39% uma grande

    percentagem dos alunos que respondeu Sim, no justificou a sua escolha.

    Total

    11%5%

    10%

    31%4%

    39%

    Gosto de Msica e de Ritmo

    Seria mais fcil para mim/ gostode fazer ritmosO ritmo muito importante namsica

    Para aprender mais sobremsica

    Gostava de realizar actividadesdiferentes da teoria e da flauta

    NS/NR

    6Ano

    11%4%

    14%

    23%7%

    41%

    Gosto de Msica e de Ritmo

    Seria mais fcil para mim/ gosto de fazer ritmosO ritmo muito importante namsicaPara aprender mais sobremsicaGostava de realizar actividadesdiferentes da teoria e da flautaNS/NR

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    Relativamente aos alunos que responderam No na questo nmero 12,

    estes justificaram com as seguintes razes:

    5 Ano 6 Ano TotalNo gosto e notenho jeito para a

    msica

    12 17 29

    J trabalhamos oritmo

    5 5 10

    Prefiro tocar flauta 1 0 1Existem coisas mais

    importantes0 8 8

    No gosto de ritmos 1 3 4NS/NR 21 40 61

    Total alunos 40 73 113(NS/NR: no sabe ou no responde)

    5Ano

    29%

    13%3%

    52%

    3%

    No gosto e no tenho jeito paraa msicaJ trabalhamos o ritmo

    Prefiro tocar flauta

    Existem coisas maisimportantesNo gosto de ritmos

    NS/NR

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    Nesta ltima tabela e respectivos grficos, podemos verificar sobre os alunos

    inquiridos que responderam No questo 12, que a sua grande maioria 53% no

    apontou nenhuma razo, seguidamente 26% dos alunos respondeu No gosto ou

    no tenho jeito para a msica.

    Total

    26%

    9%1%

    7%4%

    53%

    No gosto e no tenho jeito

    para a msicaJ trabalhamos o ritmo

    Prefiro tocar flauta

    Existem coisas maisimportantesNo gosto de ritmos

    NS/NR

    6Ano

    23%

    7%0%

    11%4%

    55%

    No gosto e no tenho jeitopara a msicaJ trabalhamos o ritmo

    Prefiro tocar flauta

    Existem coisas maisimportantesNo gosto de ritmos

    NS/NR

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    Anlise e discusso de resultados

    Neste ponto irei analisar cada questo e tabela correspondente,separadamente das restantes, de forma a obter uma fcil interpretao de cada

    grfico, para posterior definio dos interesses e gostos dos inquiridos relativamente

    msica e educao musical, dando abertura mais frente a uma verificao das

    hipteses condutoras do estudo.

    Questo 1 - Esta questo meramente identificativa, como podemos verificar

    atravs da tabela e dos grficos, temos uma amostra representativa de 400 alunos

    do 2 Ciclo, e onde podemos facilmente constatar no grfico de Total dos dois anos

    de escolaridade, que 40% dos alunos inquiridos so do sexo feminino e 60% do

    sexo masculino. A percentagem de alunos do sexo feminino e masculino para o 5 e

    6 anos separadamente, tambm muito prxima dos valores registados na mdia

    total.

    Questo 1.2 Ainda relativo identificao dos alunos inquiridos, verificamos

    que as idades variam entre os 10 e os 15 anos: 3% dos alunos tem 15 anos, 6% tem

    14 anos, 11% tem 13 anos, 25% tem 12 anos, 38% tem 11 anos e por fim 17% dos

    alunos tem 10 anos. A maior percentagem verifica-se nos alunos com 11 anos

    38% relativo a 157 alunos, e a menor 3% com 15 anos, apenas 10 alunos.Questo 1.3 - Verificamos no total de 400 alunos, que 166 so do 5 ano e

    234 alunos so do 6 ano, que traduzindo em percentagens obtemos 42% contra

    58% respectivamente.

    Questo 2 - Verificamos neste grfico, que em ambos os anos de

    escolaridade, a percentagem de alunos que estuda um instrumento numa

    colectividade ou noutra escola, bastante inferior dos que no estudam. Assim

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    temos no Total 91% de alunos que no estudam msica fora da sua escola, e 9% de

    alunos que estudam. Relativamente aos 9% de alunos que responderam

    afirmativamente, temos como instrumentos que estudam: 40% Guitarra, 20% Piano,17% Bateria, 6% Trompete, 3% estudam Violino e Clarinete, 11% dos inquiridos no

    respondeu questo. A Guitarra surge como o mais estudado, provavelmente

    devido ao facto de ser um instrumento bastante prtico, acessvel e com bastante

    potencial. Podemos ainda verificar na seguinte tabela e grfico associados tambm

    questo 2, h quanto tempo estudam os inquiridos msica fora da sua escola.

    Deste modo, temos com maiores percentagens alunos que estudam 1 ano ou 6

    meses, respectivamente 31% e 23%, temos 11% para os que estudam 3 anos,

    seguidamente 9% para os que estudam 2 anos, e tambm 9% para quem estuda

    5 ou mais anos, por ltimo apenas 3% para os que estudam 4 anos. No entanto,

    no responderam 14% dos inquiridos.

    Uma vez que so alunos com idades relativamente novas, compreensvel

    que sejam em maior nmero os que estudam sensivelmente um ano, uma vez que

    esto agora a entrar em boa idade para comear a estudar um instrumento.

    Questo 3 - No total dos alunos do 5 e 6 ano, verificamos que existe gosto

    pelas aulas de educao musical, sendo que 77% respondeu Sim contrariamente a

    23% que respondeu No. Podemos ainda verificar que a percentagem de alunosdo 6 ano que respondeu que no gosta 32%, significativamente superior aos

    alunos do 5 ano que responderam da mesma forma, apenas 10%, pressupondo que

    os primeiros podem possivelmente estar a perder a motivao na disciplina. Dos

    77% de alunos que responderam Sim na questo anterior, surgiram as razes que

    apresento tambm em tabela e grfico, tendo: 29% considerado as aulas de msica

    como divertidas, 21% gosta de tocar diversos instrumentos, 19% gosta porque

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    aprende musicas e coisas novas, 10% gosta de tocar flauta e 4% respondeu que

    gosta porque o professor porreiro, 17% dos alunos no respondeu. Mais curiosos

    foram os argumentos apresentados pelos 23% de alunos que responderam No questo 3. Assim temos: com a maior percentagem, 27% dos alunos que

    responderam no gostar de tocar flauta, seguidamente alunos que no gostam das

    aulas de msica porque no gostam do que fazem nas aulas 18%, temos ainda,

    alunos que dizem no ter jeito para a msica 13%, os 2% que no gostam de

    instrumentos, e 18% no respondeu. Por fim gostaria de destacar os 22% que

    apontam como razo o facto de no gostarem do professor, razo apontada apenas

    por alunos de 6 ano.

    Questo 4 - Nesta questo, devido ao elevado nmero de inquiridos que no

    respondeu ou respondeu de forma incorrecta, apenas considerei a actividade que

    estes colocaram como sendo a nmero 1, ou seja a sua preferida. Assim por ordem

    decrescente e no total dos dois anos temos: 32% gosta de tocar instrumentos, 18%

    ouvir musica, com igual valor 12% temos alunos que preferem danar, e alunos

    que preferem cantar, com 7% tocar musicas com a flauta, 6% jogos musicais,

    3% inventar ritmos, 2% gosta de apresentar peas musicais, e por fim 1% gosta

    de marcar ritmos de canes e tambm 1% gosta de aprender teoria musical.

    Alunos que no responderam 6%.No grfico seguinte, ainda ligado questo anterior, apenas considerei a

    actividade que os alunos colocaram como sendo a nmero 10, ou seja, a que menos

    gostam: assim apenas 1% escolheu tocar instrumentos, tambm 1% escolheu

    danar como sendo o que menos gosta, 2% cantar, 3% jogos musicais e

    tambm 3% para inventar ritmos, 8% apresentar peas musicais, 11% marcar

    ritmos de canes, 13% no gosta de danar, 17% aprender teoria musical, e

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    com a maior percentagem 22% tocar flauta. Alunos que no responderam ou

    responderam de forma errada ou incompleta 19%. Podemos aqui verificar que uma

    das formas mais utilizadas para o ensino da msica nas nossas escolas, a Flauta, escolhida pelos alunos como a actividade de que menos gostam.

    Questo 5 Nesta questo devido ao elevado nmero de inquiridos que no

    respondeu, ou respondeu de forma incompleta ou incorrecta, apenas considerei o

    instrumento que estes colocaram como nmero 1, ou seja, o que mais gostam,

    temos desta forma: Tambor 33%, Piano com 23%, 16% Flauta, 5% Xilofone, 3%

    Jogo de sinos, e apenas 2% para as Clavas. A percentagem de inquiridos, que no

    responderam ou responderam de forma errada ou incompleta, 18%.

    Relativamente ao instrumento que os alunos escolheram como sendo o que

    menos gostam, temos com a mais alta percentagem 27% as Clavas, seguido da

    Flauta com 20%, temos depois com 12% o Jogo de sinos, 5% respondeu o Piano, e

    4% responderam o Xilofone e o Tambor ambos com as percentagens mais baixas.

    Relativamente percentagem de inquiridos, que no responderam ou responderam

    de forma errada ou incompleta, esta foi bastante elevada 28%.

    Quando questionados sobre que outros instrumentos gostam, foram dadas as

    mais diversas respostas. Embora nem todos os alunos tenham respondido,

    obtivemos os seguintes dados: Guitarra 40%, a Bateria com 26%, as PequenasPercusses com 11%, o Violino 6%, a Harpa 3% e com 2% o Jamb e o Berimbau.

    Ainda com exactamente o mesmo valor 1% temos o Cajon, Viola Baixo, Saxofone,

    Fagote, as Flautas (Transversal, Bisel e de P). Por fim com valores abaixo dos 1%

    temos o Clarinete, Trompete, Sintetizador, o Banjo e o Bandolim. Podemos constatar

    que os gostos dos alunos se dispersam pelos mais diversos instrumentos,

    nomeadamente mais para a Guitarra e para os instrumentos de percusso.

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    8% Sempre, e apenas 4% respondeu Nunca, tivemos ainda 5% de alunos que

    optou por no responder ou no sabia. No podemos deixar no entanto de lembrar,

    que esta apenas a ptica dos alunos, no tendo em conta a opinio dosprofessores.

    Questo 11 - Quanto avaliao feita pelos alunos acerca das actividades

    rtmicas, verifica-se que a grande maioria 39% respondeu Boa, 35% Razovel,

    16% Muito boa, 5% respondeu M, 3% Muito m, e apenas 2% no respondeu

    ou no sabe. As respostas levam a crer mais uma vez, que este tipo de actividades

    deveria ser mais explorado e tido em linha de conta, no ensino da msica.

    Questo 12 - Quando questionados sobre se seria melhor desenvolver mais

    actividades viradas para o ritmo nas aulas de educao musical, as respostas dos

    alunos foram bastante evidentes, para alm de serem muito prximas relativamente

    ao 5 e 6 ano em separado. Assim no total temos, 70% dos alunos com a resposta

    Sim, contra apenas 28% que responderam No, e os 2% que no sabem ou no

    responderam.

    Quanto s razes apresentadas pelos alunos que responderam Sim, estas

    foram tambm quantificadas e analisadas em grfico, obtendo como principal razo

    apontada 31% Para aprender mais sobre msica, seguidamente 11% que

    respondeu Gosto de msica e de Ritmo, como terceira razo mais apontada com10% responderam o Ritmo muito importante na msica, 5% dos alunos

    responderam que seria mais fcil para mim/ gosto de fazer ritmos e 4% respondeu

    que gostava de realizar actividades diferentes da teoria e da flauta, no entanto 39%

    dos que escolheram sim, no justificaram a sua escolha.

    Por ltimo, para os alunos inquiridos que responderam No a esta questo,

    as justificaes foram as seguintes: na sua grande maioria 53% no apontou

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    nenhuma razo, seguidamente 26% dos alunos respondeu no gosto ou no tenho

    jeito para a msica, 9% disse que j trabalhamos o ritmo, seguidamente 7%

    justificou que existem coisas mais importantes, apenas 4% disse no gosto deritmos, e 1% justificou prefiro tocar flauta.

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    independente, poderemos confirmar, relativamente minha primeira hiptese de

    trabalho, que esta se confirma defendendo deste modo a minha opinio, pois as

    actividades rtmicas demonstram ser de grande interesse para os alunos do 2 ciclo.Analisando os vrios indicadores descritos na anlise e discusso dos

    resultados, podemos verificar atravs da questo sete do inqurito, que a grande

    maioria respondeu que as actividades rtmicas so para os alunos, interessantes

    ou muito interessantes, assim como, quando questionados sobre se gostariam de

    desenvolver mais actividades a este nvel, podemos verificar que 70% dos alunos,

    ou seja, a sua grande maioria respondeu Sim.

    A segunda hiptese tambm confirma mais uma vez as minhas ideias, pois

    muitos dos alunos para alm de no gostarem de tocar flauta, demonstram

    preferncia por outros instrumentos ou actividades ao nvel da msica. Analisando

    por exemplo as razes descritas pelos inquiridos, na questo doze do questionrio,

    estas foram na sua grande maioria, de que gostariam de realizar actividades

    diferentes da teoria e de tocar flauta, e quando questionados tambm sobre a

    actividade que menos gostavam de realizar nas aulas de educao musical, a

    resposta foi tocar msicas com flauta, deixando desta forma depreender que a

    actual utilizao da flauta, muitas vezes excessiva, no ensino da msica deveria ser

    repensada, devendo-se procurar ir mais ao encontro dos gostos e motivaes dosalunos. Para finalizar, e relativamente hiptese trs, podemos facilmente constatar

    atravs das respostas questo nove, que a mesma no se confirma, valorizando

    assim o meu estudo, uma vez que para os alunos a aprendizagem de ritmos apenas

    difcil para 3% e muito difcil para 5%, sendo que a maioria considera esta

    actividade como mais ou menos fcil ou fcil. Fica por confirmar a preferncia do

    currculo por outras actividades, podendo apenas dar a minha opinio, enquanto

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    professor de educao musical, relativamente ao contacto com os alunos ao longo

    de mais de dois anos e aos manuais escolares da disciplina, onde a primazia

    dada, a maior parte das vezes, ao ensino da msica atravs da flauta, com peasmusicais desmotivadoras e quase sempre com pouca qualidade.

    Deste modo, enquanto professores de educao musical, no nos devemos

    deixar levar pelo comodismo, utilizando apenas o material existente nos manuais,

    fraco e sem interesse musical, lembrando muitas vezes que simples ideias como por

    exemplo a utilizao de um simples tambor ou do nosso corpo como instrumento

    musical ou forma de expresso musical e artstica, podemos explorar a msica de

    forma motivadora e interessantes para as crianas e para ns prprios.

    Aps este estudo, acredito poder dizer que O Ritmo pode e deve ter um lugar

    de destaque no ensino da educao musical, uma vez que atravs de formas

    criativas e divertidas de aprendizagem, mostra-se capaz de motivar e ensinar os

    alunos a crescer com e na msica, levando-os a desenvolver mais tarde e por

    opo, o seu prprio caminho.

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    Sntese do trabalho e abertura de novas pistas e

    perspectivas de investigao posteriores

    Tentei ao longo deste trabalho fundamentar algumas das minhas convicespessoais, quer atravs de uma reviso de literatura de diversos pedagogos de

    educao musical, quer atravs de metodologias de investigao que se

    encontravam ao meu alcance tais como a observao e inquritos, contemplando

    estes uma amostra que acredito ser bastante representativa.

    Embora me tenha deparado com alguns problemas, acredito que no mbito

    geral, o estudo foi capaz de responder s minhas questes, sentindo no entanto que

    muitas outras opes ficam em aberto, deixando deste modo a possibilidade de

    continuidade deste trabalho, quer atravs de mtodos mais objectivos, quer

    aprofundando o estudo tambm aos professores de educao musical de 2 e 3

    Ciclo, ou mesmo abrangendo tambm os alunos e professores das Actividades de

    Enriquecimento Curricular do 1 Ciclo.

    Para finalizar, outra perspectiva de investigao que gostaria de deixar em

    aberto, prende-se com a possibilidade de uma anlise e potencial reestruturao do

    currculo de educao musical no nosso pais, uma vez que esta disciplina provou

    ser importantssima na formao do carcter do indivduo, relacionando-se em reas

    como por exemplo a Matemtica; Cincia; Actividade Fsica e Social;Arte/Tecnologia e Linguagem.

    Como sabemos, a msica tem sido meio de importantes permutas culturais,

    bem como suporte de diversas artes. Deste modo, atravs de tudo aquilo que o

    passado e o presente nos ensinam, seria um desperdcio no proporcionarmos no

    futuro das nossas escolas, o ensino de to sublime e universal linguagem.

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