MEMORIAL TÉCNICO DESCRITIVO

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  • 7/22/2019 MEMORIAL TCNICO DESCRITIVO

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    MEMORIAL TCNICO DESCRITIVO

    Estudo de Proteo - Metodologia de Clculo

    Subestaes de 15kV

    1. Obteno dos dados1.1.Documentos necessrios:- Nveis de Curto-Circuito e Topologia da rede de distribuio

    - OAP (Ordem de Ajuste da Proteo), do rel da SE COELBA.

    1.2. Dados necessrios:

    Dos nveis de curto-circuito:

    - Curto-circuito trifsico- Curto-circuito bifsico

    - Curto-circuito monofsico

    - Curto-circuito monofsico mnimo

    Da OAP:

    - RTC de fase e neutro

    - TAPE de fase e neutro

    - Tipo de temporizao de fase e neutro (NI, MI ou EI).

    - Dial de tempo de fase e neutro (dt)

    2. Clculo do tempo de atuao do rel da COELBA2.1. Tempo de fase:

    Mltiplo de corrente de fase:

    onde:

    ICC3F = corrente de curto-circuito trifsico

    RTC = relao de transformao do TC da SE COELBA

    TAPE = tape de fase do rel da SE COELBA

    O tempo de atuao do rel ento, em segundos, ser:

    ( )onde:

    M = mltiplo de corrente j calculado

    dt = dial de tempo de fase

    As constantes k e dependem do tipo de temporizao, de acordo com a tabela abaixo:

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    2.2. Tempo de neutro:

    Mltiplo de corrente de neutro:

    Onde:

    ICC1F -M I N = corrente de curto-circuito monofsico mnimo

    RTC = relao de transformao do TC da SE COELBATAPE = tape de neutro do rel da SE COELBA

    O tempo de atuao do rel ento, em segundo, ser:

    ( ) onde:

    M = mltiplo de corrente de neutro j calculado

    dt = dial de tempo de neutro, valor da OAP.

    As constantes k e so igualmente determinadas de acordo com a tabela 1.

    3. Clculo da corrente primria nominal da subestao particularA corrente nominal em ampres dada por:

    onde:

    S = Potncia total da SE particular, em kVA.

    4. Clculo da corrente primria do TCA corrente primria do TC dever ser maior que a mxima corrente de curto-circuito

    dividida por 20, para que os TCs no entrem em saturao, ou seja:

    IPTC = Corrente primria do TC

    ICC-MAX = Corrente de curto circuito mxima no ponto de entrega.

    Logo, a relao de transformao (RTC) dos TCs do cliente ser dada por:

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    Onde:

    IPTC = Corrente primria do TC

    ISTC = Corrente secundria do TC

    5. Clculo dos Tapes do rel do cliente5.1. TAPE de fase do rel do cliente:

    Para calcular o TAPE de fase do rel do cliente, deve-se escolher o fator que

    representar a sobrecarga admissvel na instalao do cliente. Normalmente, escolhe-se este

    valor entre 1,2 e 1,5, fator de segurana (FS). A corrente nominal do cliente deve se

    multiplicada por este valor, para determinar a corrente mxima de sobrecarga entre as fases.

    Considerando que o rel ir enxergar a corrente que passa pelo secundrio dos TCs, o valor

    deste TAPE ser:

    Onde:

    FS = Fator de segurana (1,2 a 1,5)

    5.2. Verificao de no atuao para corrente de segurana:

    A corrente de segurana dada por:

    A corrente de Trip de fase dada por:

    O rel no deve operar para a corrente de segurana. Logo, imperioso que:

    De forma que o rel no entre em atuao para corrente de segurana.

    5.3. TAPE de neutro do rel do cliente:

    Para calcular o TAPE de neutro do rel do cliente, deve-se escolher o fator que

    representar a segurana na instalao do cliente, em relao corrente que passa pelo

    condutor neutro, que num circuito equilibrado deveria ser nula. Porm, dificilmente uma

    instalao ter circuitos perfeitamente equilibrados. Normalmente, escolhe-se este valor entre

    0,1 e 0,3, fator de desequilbrio (FDs).

    A corrente nominal do cliente deve ser multiplicada por este valor, para determinar acorrente mxima de desequilbrio entre as fases. Considerando que o rel ir enxergar a

    corrente que passa pelo secundrio dos TCs, o valor deste TAPE ser:

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    Onde:

    FDs = Fator de desequilbrio presumvel (0,1 a 0,3)

    5.4. Verificao de atuao para corrente de desequilbrio:

    A corrente de segurana dada por:

    A corrente de Trip de neutro dada por:

    O rel no deve operar para a corrente de segurana. Logo, imperioso que:

    De forma que o rel no entre em atuao para corrente de segurana.

    6. Clculo dos tempos de atuao para o rel do cliente6.1 Tempos de atuao de fase para o rel do cliente

    O tempo de operao para proteo de sobrecorrente de fase, do rel de um cliente,

    depende do valor do mltiplo, do dial de tempo e do tipo de temporizao, atravs da

    expresso abaixo:

    Onde:

    M = mltiplo de corrente de fase

    dt = dial de tempo de fase

    As constantes k e so igualmente determinadas de acordo com a tabela 1.

    O mltiplo de fase, por sua vez, dado por:

    De acordo com os parmetros de RTC e TAPE de fase escolhidos para o rel do

    cliente.

    Apesar de os rels digitais possurem uma tolerncia maior em relao ao valor

    mximo do mltiplo, em comparao aos rels eletromecnicos, recomenda-se configurar orel de forma que o valor do mltiplo de corrente no ultrapasse 100.

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    Aps calcular o tempo de atuao do rel do cliente, o prximo passo fazer a

    comparao com o tempo de atuao do rel da COELBA. Para haver condies eficientes de

    coordenao e seletividade, necessrio que, em caso de uma falta, o rel do cliente atue

    antes do rel da COELBA. Portanto:

    tCOELBA < tCLIENTE

    Caso tCOELBA < tCLIENTE, deve-se refazer os clculos, de forma a encontrar valores adequados

    aos parmetros para haver coordenao.

    6.2 Tempo de atuao de neutro para o rel do clienteO tempo de operao para proteo de sobrecorrente de neutro, do rel de um cliente,

    depende do valor do mltiplo de corrente, do dial de tempo e do tipo de temporizao, atravs

    da expresso abaixo:

    Onde:

    MN = mltiplo de corrente de neutro

    dt = dial de tempo de neutro

    As constantes k e so igualmente determinadas de acordo com a tabela 1.

    O mltiplo de neutro, por sua vez, dado por:

    De acordo com os parmetros de RTC e TAPE de neutro escolhidos para o rel docliente.

    Apesar de os rels digitais possurem uma tolerncia maior em relao ao valor

    mximo do mltiplo, em comparao aos rels eletromecnicos, recomenda-se configurar o

    rel de forma que o valor do mltiplo de corrente no ultrapasse 100.

    Aps calcular o tempo de atuao do rel do cliente, o prximo passo fazer a

    comparao com o tempo de atuao do rel da COELBA. Para haver condies eficientes de

    coordenao e seletividade, necessrio que, em caso de uma falta, o rel do cliente atue

    antes do rel da COELBA. Portanto:

    tCOELBA> tCLIENTE

    Caso tCOELBA < tCLIENTE , deve-se refazer os clculos, de forma a encontrar valores adequados

    aos parmetros para haver coordenao.

    7. Ajustes Instantneos7.1. Ajuste instantneo de fase

    As unidades instantneas recebem esse nome porque no obedecem s curvas inversas

    de mltiplo-tempo. Ou seja, atuam instantaneamente, a partir dos valores de suas respectivas

    correntes de Trip. So utilizadas, principalmente, para interromper correntes de valoreselevados imediatamente, de forma que no provoquem danos s instalaes eltricas ou ao

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    sistema de distribuio. Para o clculo da corrente de ajuste da unidade instantnea de fase,

    so levados em conta dois valores de correntes:

    ICC2FCorrente de curto-circuito bifsico

    IMAGCorrente de magnetizao dos transformadores.

    O valor de IMAG, para transformadores at 2500KVA, dado por:

    Esta corrente de magnetizao circula durante sua energizao nos enrolamentos do

    mesmo. Portanto, apesar de ser bem maior que a corrente nominal, no caracteriza sobrecarga

    ou curto-circuito. Logo, o rel no deve atuar para este valor de corrente, e sim, para os

    valores de corrente de curto-circuito bifsico e trifsico.

    Como o curto-circuito bifsico sempre menor que o trifsico, ele ser usado para o

    clculo da corrente de ajuste instantnea, pois se o rel atua para o curto-circuito bifsico,

    claro que, consequentemente, atuar tambm para o curto-circuito trifsico. Nessas condies:

    Considerando a corrente no secundrio dos TCs:

    Pois:

    Desta forma, possvel especificar um valor coerente para a corrente de ajuste da unidade

    instantnea de fase.

    7.2. Ajuste instantneo de neutro

    As unidades instantneas recebem esse nome porque no obedecem s curvas inversas

    de mltiplo-tempo. Ou seja, atuam instantaneamente, a partir dos valores de suas respectivas

    correntes de TRIP. So utilizadas, principalmente, para interromper correntes de valores

    elevados imediatamente, de forma que no provoquem danos s instalaes eltricas ou ao

    sistema de distribuio. Para o clculo da corrente de ajuste da unidade instantnea de neutro,

    levado em conta apenas o valor da corrente de curto-circuito monofsico mnimo, j que

    este sempre menor que o valor da corrente de curto-circuito monofsico franco. Logo, se o

    rel atua para a corrente de curto-circuito monofsico mnimo, atuar tambm para o curto

    circuito monofsico franco. Desta forma:

    Considerando a corrente que passa no secundrio dos TCs:

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    Pois:

    Desta forma, possvel especificar um valor coerente para a corrente de ajuste da

    unidade instantnea de fase.

    APLICAO

    Dos nveis de curto-circuito e da OAP da COELBA, foram obtidos os seguintes dados:

    - Curto-circuito trifsico=1590A

    - Curto-circuito bifsico=1377A

    - Curto-circuito monofsico=1202A

    - Curto-circuito monofsico mnimo=182A

    Da OAP:

    - RTC de fase e neutro= 400:5

    - TAPE de neutro=0,5s

    - TAPE de fase=4,5s

    - Tipo de temporizao de fase e neutro= NI

    - Dial de tempo de fase (dt)=0,2s

    - Dial de tempo de neutro (dt)=0,22s

    - ajuste instantneo de fase =12s

    - ajuste instantneo de neutro =10s

    Clculo da corrente de TRIP para o rel da COELBA (Fase):

    360AClculo do tempo de operao para o rel da COELBA (Fase):

    Clculo da corrente de TRIP para o rel da COELBA (Neutro):

    = 40A

    Clculo do tempo de operao para o rel da COELBA (Neutro):

    Clculo da corrente de TRIP da unidade instantnea para o rel da COELBA

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    (Fase):

    Clculo da corrente de TRIP da unidade instantnea para o rel da COELBA

    (Neutro):

    Determinao dos parmetros do cliente:

    Corrente primria nominal do cliente, para transformador equivalente de 525KVA:

    - Potncia =525KVA.

    - Tenso do primrio = 13,8KV.

    - Rel Pextron URPE6104 In=5A.

    - Disjuntor Mdia Tenso PVO Beghim 500MVA 630A.

    Corrente primria do TC:

    = 21,96ALogo, o TC ser de:

    RTC=80/5 =16

    Clculo do TAPE de fase do cliente:Fator de sobrecarga adotado: 1,2

    1,6473ALogo:

    1,7ADesta forma:

    26,36A

    27,2A

    Logo, a condio est satisfeita.

    Clculo do TAPE de neutro do cliente:

    Fator de desequilbrio adotado: 0,2

    0.2746ALogo:

    =0.28ADesta forma:

    Logo, a condio est satisfeita.

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    Tempo de operao do rel de fase do cliente:

    Valores adotados:Temporizao NI

    Dial=0,1seg (adotado)

    Tcliente< tCoelba

    Logo, a condio est satisfeita.

    Tempo de operao do rel de neutro do cliente:

    Valores adotados:

    Temporizao MI

    Dial=0,1seg (adotado)

    3,54 x 10-4sTcliente< tCoelba

    Logo, a condio est satisfeita.

    Ajuste instantneo de fase:

    Corrente de magnetizao:

    Desta forma:

    Desta forma:

    Logo, a condio est satisfeita.

    Ajuste instantneo de neutro:

    Desta forma:

    Logo, a condio est satisfeita.

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    Analisando os dois clculos, pode-se constatar que, de fato, a coordenao das

    protees est eficaz, pois para qualquer valor de corrente (desde a corrente de partida at a

    corrente mxima de curto-circuito) o rel do cliente atuar antes do rel da COELBA, para

    protees de fase e neutro.

    ESTUDO DE SATURAO NA ESCOLHA DOS TCs

    Os transformadores de corrente utilizados para proteo exibem algumas

    diferenas em relao aos utilizados para medio, principalmente em relao classe

    de exatido e aos materiais com quais os TCs so feitos. A tabela a seguir ilustra as

    principais diferenas:

    Devido a essa diferena em relao aos materiais com os quais so feitos os ncleos

    dos TCs, os para medio entram em saturao mais rapidamente que os TCs para proteo,

    como ilustra o grfico abaixo:

    De acordo com o grfico, observa-se que os TCs de medio entram em saturao

    rapidamente para valores de correntes no enrolamento primrio prximos a 4 vezes o valor de sua

    corrente nominal. No entanto, os TCs para proteo s iro saturar para valores muito superiores

    ao valor da sua corrente nominal, da ordem de 20 vezes. Desta forma, deve-se especificar um TC

    que, de acordo com o nvel de curto-circuito no ponto de entrega do cliente e as caractersticas

    nominais do TC, no entre em saturao, e possa comprometer o funcionamento do sistema de

    proteo.

    Seja um ponto de entrega onde o nvel de curto-circuito mximo de 1590A. Nesta

    subestao, deseja-se instalar um TC de proteo, para associar um rel de sobrecorrente a um

    disjuntor. O TC est especificado da seguinte forma: 10B60. Ou seja, tem classe de exatido de

    10%, baixa impedncia e satura a 60V. Usando um critrio conservativo para dimensionar o TC,

    seria:

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    No entanto, deseja-se saber se poderia, neste caso, instalar um TC com relao. 80/5A.

    Logo, deseja-se saber se esse TC ir saturar. Usando as expresses mostradas acima. Sabendo:

    Ztc=0,075Zcond=2,63Zrel=0,007Logo:

    =15VA

    =3VA = 72,8VA

    ( )

    Portanto, o TC no ir saturar, e poder ser utilizado nesse caso.