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1 MEMÓRIAS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL UM OLHAR CRÍTICO E REFLEXIVO A COMPROMISSO DO SERVIÇO SOCIAL 1 Bruna Knierim Dornelles 2 Luana Rambo Assis 3 Resumo: O presente artigo constitui-se em parte do trabalho de conclusão de curso do curso de Serviço Social da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI Extensão São Luiz Gonzaga. Este projeto possui como objetivo contextualizar, de forma crítica e reflexiva, as memórias da Ditadura Militar no Brasil, e seu legado à sociedade contemporânea, a compromisso do Serviço Social. O Projeto de pesquisa aborda temas referentes à Ditadura Militar no Brasil, as transformações da profissão de Serviço Social em paralelo a este acontecimento histórico, e destacando a profissão como uma das profissões mais importantes dos últimos anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar direitos na busca de construir uma nova ordem societária. Palavras-chave: Ditadura Militar no Brasil; Nova Ordem Societária; Serviço Social. CONSIDERAÇÕES INICIAIS O presente artigo, possui como objetivo de pesquisa a contextualização reflexiva do Serviço Social acerca dos acontecimentos no período da Ditadura Militar no Brasil e como esse fenômeno sócio-político marcou a sociedade contemporânea. Vale salientar que a profissão de Serviço Social estava em paralelo ao período ditatorial, passando por grandes transformações, como o Movimento de Reconceituação, que marcou a transição da década de 60 para 70. O Serviço Social após anos de luta - entre a própria categoria e a sociedade para reconhecer sua real função -, revelou-se como uma das profissões mais importantes dos últimos anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar direitos. Apresentando então, propriedade para contextualizar um período de grande importância na história do Brasil. Sendo assim, o trabalho visa instigar à memória coletiva, fundamentada nos fenômenos históricos da Ditadura Militar no Brasil, tendo como cunho uma releitura crítica e reflexiva a 1 GT 06: Direito, Cidadania e Cultura 2 Acadêmica do Curso de Serviço Social - URI São Luiz Gonzaga. E-mail: [email protected] 3 Orientadora. Assistente Social. Mestra em Direitos Humanos UNIJUI. E-mail: [email protected].

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1

MEMÓRIAS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

UM OLHAR CRÍTICO E REFLEXIVO A COMPROMISSO DO SERVIÇO

SOCIAL1

Bruna Knierim Dornelles2

Luana Rambo Assis3

Resumo: O presente artigo constitui-se em parte do trabalho de conclusão de curso do curso

de Serviço Social da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI –

Extensão São Luiz Gonzaga. Este projeto possui como objetivo contextualizar, de forma crítica

e reflexiva, as memórias da Ditadura Militar no Brasil, e seu legado à sociedade

contemporânea, a compromisso do Serviço Social. O Projeto de pesquisa aborda temas

referentes à Ditadura Militar no Brasil, as transformações da profissão de Serviço Social em

paralelo a este acontecimento histórico, e destacando a profissão como uma das profissões mais

importantes dos últimos anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar direitos na busca de

construir uma nova ordem societária.

Palavras-chave: Ditadura Militar no Brasil; Nova Ordem Societária; Serviço Social.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente artigo, possui como objetivo de pesquisa a contextualização reflexiva do

Serviço Social acerca dos acontecimentos no período da Ditadura Militar no Brasil e como esse

fenômeno sócio-político marcou a sociedade contemporânea. Vale salientar que a profissão de

Serviço Social estava em paralelo ao período ditatorial, passando por grandes transformações,

como o Movimento de Reconceituação, que marcou a transição da década de 60 para 70.

O Serviço Social após anos de luta - entre a própria categoria e a sociedade para

reconhecer sua real função -, revelou-se como uma das profissões mais importantes dos últimos

anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar direitos. Apresentando então, propriedade

para contextualizar um período de grande importância na história do Brasil.

Sendo assim, o trabalho visa instigar à memória coletiva, fundamentada nos fenômenos

históricos da Ditadura Militar no Brasil, tendo como cunho uma releitura crítica e reflexiva a

1 GT 06: Direito, Cidadania e Cultura 2 Acadêmica do Curso de Serviço Social - URI – São Luiz Gonzaga. E-mail: [email protected] 3 Orientadora. Assistente Social. Mestra em Direitos Humanos – UNIJUI. E-mail: [email protected].

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compromisso do Serviço Social e como esse fenômeno sócio-político marcou a sociedade

contemporânea.

1. NÃO CALO, GRITO! MEMÓRIAS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

1.1 RAÍZES DO GOLPE DE 1964

Um dos marcos históricos que antecederam o golpe de 1964, que teve grande

importância, foi intitulado de “O Golpe derrotado de 1961”, onde logo após a renúncia de Jânio

Quadros da presidência da República, os militares organizaram uma espécie de golpe de

Estado, para impedir que João Goulart (Jango) que era o vice-presidente, assumisse o poder.

Contudo, esse golpe fracassou quando Leonel Brizola, que era o governador do Rio Grande do

Sul na época, resolveu organizar um movimento popular de resistência, que ficou conhecido

como “O Movimento da Legalidade”, que contou com: Batalhões operários e populares; o

forte apoio da comunidade porto-alegrense; a UNE (União Nacional de Estudantes); dentre

outros.

Poucos anos depois de “O Golpe derrotado de 1961”, o regime militar acabou dando

certo em 1964, quando a Ditadura Militar se instaurou no Brasil. Se em 1961 o Movimento da

Legalidade obteve sucesso, em 1964, os grupos conservadores foram os que venceram a

batalha, e finalmente conseguiram derrubar a democracia.

Em abril de 1964, os militares não só derrubaram a democracia, mas também

conseguiram derrubar o presidente João Goulart e ocuparam o poder, erguendo no país um

poderoso sistema de repressão e controle. No mesmo momento da deposição de Goulart,

procurou-se apresentar a sucessão não como o que ela foi de fato, a derrubada de um

mandatário eleito pelo povo e sua substituição por um general indicado pelas Forças Armadas,

e sim como uma “eleição indireta”, levada a cabo pelo Legislativo. (COUTO, 1999, p.89)

Os militares tentaram impedir a posse de João Goulart, o que desencadeou uma ampla mobilização, dentro e

fora do Congresso, com vistas a assegurar a ordem Constitucional. Inicialmente, dois governadores - Mauro

Borges (GO) e Leonel Brizola (RS) – insurgiram-se contra o golpe e se colocaram, em seus estados, dispostos a

resistir pacífica ou militarmente, se fosse o caso, até as últimas consequências, em defesa da Constituição. Isso

leva a deflagrar o Movimento da Legalidade. A participação de Mauro Borges foi expressiva; com larga

experiência em estratégias militares, elaborou um plano minucioso e tático, inclusive de logística, aventando a

possibilidade de um confronto armado contra as forças golpistas. Face às pressões, como saída conciliatória

instituiu-se o parlamentarismo, e João Goulart toma posse como presidente do Brasil (1961). No entanto, os

desdobramentos políticos levam Mauro Borges a apoiar o golpe que levou a deposição de João Goulart do poder,

em 1964 (FAVARO, 2011).

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No dia 11 de abril, o Congresso elege o presidente da República, para completar o

mandato do presidente deposto, João Goulart, o marechal Humberto de Alencar Castello

Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, conspirador e coordenador do movimento.5

Nesse momento histórico, sai de cena a democracia e estreia o autoritarismo, com a

“propaganda” de ordem, da salvação da democracia e do fim da corrupção – cômico se não

fosse trágico!

1.2 A DITADURA MILITAR NO BRASIL

Logo após o golpe de 1964 que derrubou o governo de Jango, em 1º de abril do mesmo

ano, se instaura a Ditadura Militar no Brasil, de caráter autoritário, nacionalista,

desenvolvimentista e de oposição ao comunismo, período este, que teve término somente nos

anos 80.

Os crimes em nome da Ditadura Militar iniciaram nessa época, como enfatiza Amaral

(2011, p.43), o primeiro crime de sangue confirmado pela ditadura foi a tortura e o assassinato

do ex-sargento Manoel Raimundo Soares, no Rio Grande do Sul. O corpo dele foi encontrado

com as mãos amarradas numa ilha do rio Jacuí, em Porto Alegre, em agosto de 1966.

Em 25 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado, num antigo

prédio da rua Tomás Carvalhal, no Bairro do Paraíso, em São Paulo, onde funcionava o

Destacamento de Operações de Informações (DOI), departamento do Centro de Operações de

Defesa Interna, (CODI), órgão subordinado à Segunda Divisão de Exército, parte da

organização hierárquica do Comando Militar do Sudeste, sediado na capital paulista.

Porém, o assassinato brutal, por espancamento, não era o limite a que podiam chegar

os feitores do regime ditatorial. Esquivar-se da responsabilidade pelo crime forjando uma cena

de suicídio seria o próximo passo dos torturadores. Com uma tira de pano, amarraram o corpo

pelo pescoço à grade de uma janela e convocaram um perito do Instituto Médico Legal para

fotografar a “prova” de que o preso dera fim à própria vida, em um surto de enlouquecido

arrependimento por ter escrito uma confissão que aparecia rasgada, no chão, na imagem

divulgada pelos órgãos de repressão. Na pressa para montar esse circo macabro, ignoraram

detalhes como o fato de Vladimir ser mais alto do que a janela com grade onde supostamente

5 COUTO, 1999, p.96.

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enforcou-se e a rotina de encarceramento que tira dos presos qualquer instrumento com o qual

se possam enforcar, cintos e cadarços entre eles, criando assim, uma mentira deslavada para

mascarar mais um crime em nome da Ditadura Militar.6

Em 2 de março de 1983, a proposta de emenda constitucional apresentada pelo deputado

federal Dante de Oliveira, propõe o restabelecimento de eleições diretas para a Presidência da

República em dezembro do ano seguinte. A aprovação da emenda é apoiada por diversas

categorias da sociedade – e chega às ruas, que pedem eleições "Diretas Já". Comícios e

passeatas reúnem mais de um milhão de pessoas. Apesar da mobilização, em 25 de abril de

1984, por uma diferença de apenas 22 votos e muitas abstenções, o país manteve as eleições

indiretas.7

Ao fim da ditadura, 20 anos depois, 379 pessoas tinham sido mortas em ações policiais,

combates de rua, sob tortura nas cadeias, em locais clandestinos de extermínio ou simplesmente

dadas como “desaparecidas”, segundo a Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos.

O projeto Brasil: Nunca Mais, catalogou 7.367 réus da Justiça Militar no período, dos

quais 1.918 ousaram denunciar que tinham sido torturados. Outras dez mil pessoas, pelo menos,

foram presas sem processo na ditadura. Não é possível calcular quantas foram presas sem

registro. (AMARAL, 2011, p.43-44).

Tabela 1

Governos na Ditadura Militar no Brasil:

GOVERNANTES DURANTE O

REGIME MILITAR

FATORES HISTÓRICOS

CASTELO BRANCO (1964-1967)

“Intervenção corretiva temporária”

COSTA E SILVA (1967-1969)

Início da repressão

EMÍLIO MÉDICI (1969-1974)

“Anos de chumbo”

6 BIOGRAFIA de um jornalista. s.d. Disponível em: <http://vladimirherzog.org/biografia/>. Acesso em: 03 jun.

2016

7 ÉPOCA. 50 fatos para entender a ditadura. 2014. Disponível em:

<http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/03/b50-fatosb-para-entender-ditadura.html>. Acesso em 25 Ago.

2015.

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ERNESTO GEISEL (1974-1979)

Abertura política lenta

FIGUEIREDO (1979-1985)

Declínio da Ditadura Militar

1.3 “PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”: EFERVESCÊNCIA NO MEIO

CULTURAL E NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Neste liame, torna-se imprescindível ressaltar que a década de 1960 foi expressamente

marcada pela efervescência cultural mundial, e o Brasil não ficou para trás. Esta efervescência

contou com diversos artistas vinculados à música, ao cinema, ao teatro, movimentando a

história cultural, bem como, criticando de forma hostil e inteligente o autoritarismo e a

repressão da Ditadura Militar no Brasil.

Na esfera musical, surgiram os festivais de música popular, que se tornaram um dos

principais fatores históricos de resistência aos militares. Nesses festivais, surgiram várias

músicas de protesto, a mais conhecida é "Pra não dizer que não falei das flores", também

chamada de “Caminhando”, escrita e interpretada por Geraldo Vandré. Ficou em segundo lugar

no Festival Nacional da Canção de 1968.8

A melodia da música remete ao ritmo de um hino, e sua letra possui versos de uma rima

fácil de ser cantada (quase todas as partes terminadas em “ão”), o que facilitou o povo

memorizá-la. Respectivamente tornou-se um hino resistente ao regime militar, sendo assim,

entonada nas ruas.

"Em seus versos, Vandré cita a luta armada e a imobilidade das pessoas que defendiam

a diplomacia, critica os movimentos que pregavam ‘paz e amor’, mostrando que de nada

adiantava ‘falar de flores’ àqueles que atacam com armas."9

A música foi composta em pleno auge da Ditadura Militar, que prendia, torturava,

matava e exilava. Por esse motivo, a canção foi proibida e Geraldo Vandré teve que ir para a

Europa e durante anos foi completamente esquecido pelo público. Sendo que, a censura no

8 SANTANA, Adriana Alves, et.al. Artigo "O contexto e o intertexto na música Pra não dizer que não falei

das flores, de Geraldo Vandré”. Publicado na Revista Graduando nº2, de jan. /jun. 2011. p. 3-4. 9 Idem, p. 4.

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meio cultural era extremamente forte, impossibilitando a propagação de uma cultura livre e

crítica.

É nesse cenário de horror, que a música tornou-se um importante objeto de protesto,

sendo utilizada nas manifestações como um grito de democracia, socorro e resistência.

1.4 OS MOVIMENTOS SOCIAIS DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL

As manifestações e protestos ganharam forças nas ruas em quase todas as principais

cidades do Brasil nos primeiros anos após o golpe militar, e se arrastaram durante toda

Ditadura. Na segunda metade da década de 1970, permeou-se um processo de fortalecimento

das manifestações populares e contou com vários movimentos sociais, entre os mais

importantes estão: o movimento estudantil e o movimento sindical urbano.

Os estudantes foram grandes protagonistas de uma nova forma de fazer política, através

das entidades estudantis, que tinham cunho inovador em radicalizar os protestos em nome da

democracia e da liberdade de expressão.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), principal entidade estudantil brasileira, já

tinha lutado no Movimento da Legalidade, em 1961, estando ao lado de João Goulart antes do

golpe e defendendo as reformas de base. Com a ditadura, a UNE passa a ser perseguida, e tem

sua sede incendiada. Em 1968, tentam realizar o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP). A

presença de estudantes na cidade alerta as autoridades, que fazem um cerco à fazenda onde o

congresso seria realizado e prendem centenas de estudantes; entre eles, os principais líderes do

movimento estudantil.

Em março do mesmo ano, policiais militares matam a tiros o estudante Edson Luís de

Lima Souto, sua morte desencadeou uma série de mobilizações do movimento estudantil contra

a ditadura. Essas passeatas são reprimidas pela polícia, e resultam em dezenas de mortos e

centenas de estudantes presos. Após uma das manifestações mais violentas, o regime ditatorial

decide então, autorizar uma passeata dos estudantes fluminenses no dia 26 de junho de 1968,

na cidade do Rio de Janeiro. Estima-se que mais de cem mil pessoas integram a manifestação,

ESPECIAL 1964: 50 FATOS PARA ENTENDER A DITADURA, 2014. Disponível em:

<http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/03/b50-fatosb-para-entender-ditadura.html>. Acesso em: 25 ago.

2015.

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a maior até então contra a ditadura, com a participação de políticos, artistas e intelectuais, entre

outros setores da sociedade brasileira. Conhecida como a efervescente “Passeata dos 100

mil”.11

A movimentação estudantil tornou-se um exemplo de resistência ao regime ditatorial,

sendo seguido por outros setores e organizações da sociedade civil. O movimento sindical

urbano, juntamente ao movimento estudantil, tomou grandes proporções e passou a ter

visibilidade nacional, tornando-se um dos principais movimentos pela luta da

redemocratização.

Várias categorias foram mobilizadas e aderiram ao movimento com fervor e

promoveram ondas sucessivas de greves, confrontando de forma categórica o sistema ditatorial,

reivindicando por melhorias no âmbito trabalhista, bem como, salários dignos.

O movimento sindical ganhou forças, tornando-se assim, um protagonista ativo na

construção de novos partidos e centrais sindicais. Anos depois, surge a CUT – Central Única

dos Trabalhadores, fundada em 28 de agosto de 1983, e também, na mesma época surge o PT

– Partido dos Trabalhadores, fundado em 10 de fevereiro de 1980, que era formado por

militantes de oposição à Ditadura Militar, sindicalistas, intelectuais e artistas, sendo fruto dos

principais movimentos sindicais e das greves promovidas entre 1978 a 1980 (RODEGHERO;

GUAZZELLI; DIENSTMANN, 2013, p. 173).

Movimentos estes, que forçaram lentamente, através de muita luta, resistência e

persistência - de forma brilhante - o início do processo de redemocratização do Brasil,

enfraquecendo o regime militar que estava encruado no país até então.

2. A TRANSFORMAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL E O CONTEXTO HISTÓRICO NA

DITADURA MILITAR: RUMO A UMA NOVA ORDEM SOCIETÁRIA

2.1 O SERVIÇO SOCIAL E O CONTEXTO HISTÓRICO NA DITADURA MILITAR

No contexto histórico ditatorial que se instaurava no Brasil, em paralelo, no Serviço

Social, na década de 1960, inicia-se o Movimento de Reconceituação, que foi um processo de

11 Idem, Ibidem.

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crítica e ruptura com o Serviço Social tradicional conservador, que atuava a partir da

metodologia de caso, grupo e comunidade17, sendo uma autocrítica à profissão, buscando uma

reelaboração da mesma.

Reconceituar significa “conceituar de novo”, e isto supõe a existência de conceitos

“antigos” que necessitam ser revistos ou substituídos. Inicialmente o Movimento de

Reconceituação nasceu da vontade de superar o Serviço Social tradicional, vindo da Europa e

dos Estados Unidos, e adequá-lo à realidade latino-americana. Para Ander-Egg (1974, p. 214),

o Movimento de Reconceituação em termos de América Latina nasceu de dois fatores: esforços

de integrar a profissão na problemática da América Latina e evolução das ciências sociais, que

gradativamente vão se desvinculando do caráter colônia. A Reconceituação decorre também

da rebelião estudantil e do questionamento da profissão nas escolas de Serviço Social.

A partir do Movimento de Reconceituação, surge uma disputa entre projetos políticos

que divergem na profissão. Tal disputa, cunhada por Netto (2002, p. 157) apresenta-se em três

vertentes teórico-metodológicas.

Tabela 2

As três vertentes teórico-metodológicas, segundo Netto:

17 O serviço social iniciou seu embasamento teórico com a influência norte-americana do modelo de

caso, grupo e comunidade, sob a influência do pensamento de Mary Elly Richmond. Nesse princípio, a ação profissional, sob a ótica do ideário de Richmond, inscreve uma metodologia pautada numa análise médica das expressões da questão social, na qual essas expressões eram passiveis de diagnóstico e tratamento como uma “doença”. Essa análise era verificada com um método genérico, enfatizando o sistema cliente e a situação social problema e estabelecia uma relação entre a individualidade e o meio social (Material virtual UNIP, s.d). O Serviço Social de Caso é o processo que desenvolve a personalidade através de um ajustamento consciente, indivíduo por indivíduo, entre os homens e seu ambiente. O Serviço Social de Grupo era, então, definido como: um método do Serviço Social que ajuda os indivíduos a aumentarem o seu funcionamento social, através de objetivas experiências de grupo e a enfrentarem, de modo mais eficaz os seus problemas pessoais, de grupo ou de comunidade. A organização de comunidade, posteriormente chamada de Desenvolvimento de Comunidade, também apresenta características semelhantes à dos dois processos anteriormente descritos. Objetivava o ajustamento social do indivíduo, ao mesmo tempo em que realizava um trabalho assistencial. Serviço Social & Realidade, Franca, v. 17, n. 1, p. 268-299, 2008.

MODERNIZADORA

Foi uma adequação do Serviço Social como

instrumento do regime, na qual se buscavam

técnicas que atendessem às exigências do

mesmo. Marcada por dois seminários de

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2.2 A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL A UMA NOVA ORDEM SOCIETÁRIA

A Ditadura Militar, que durou longos 21 anos, considerada um período terrível da

história do Brasil, por consequência, acarretou uma profunda crise econômica e o agravamento

das expressões da questão social, sendo que, os brasileiros ficaram à mercê da sorte, sendo

marginalizados, tendo que conviver com o forte desemprego e a falta de acesso aos direitos.

Nesse período histórico, ocorreu uma reorganização do país, que atingiu diretamente a

formação profissional dos Assistentes Sociais, fazendo com que o Serviço Social assumisse

uma prática de cunho modernizador, sendo transformada sua forma de atuação, referente à

profissão.

O Serviço Social após anos de luta – entre a própria classe e a sociedade para reconhecer

sua real função -, passou por um processo lento, introspectivo e profundo de renovação,

ganhando forças na sociedade contemporânea, revelando-se como uma das profissões mais

importantes dos últimos anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar direitos.

teorização do Serviço Social: Araxá e

Teresópolis. Contudo, essa visão não rompeu

com o Serviço Social tradicional, só o

modernizou.

REATUALIZAÇÃO DO

CONSERVADORISMO

Confere à profissão um pequeno legado das

suas raízes, de intervenção, embasado nos

fundamentos da Igreja Católica (Positivismo).

INTENÇÃO DE RUPTURA

Ao contrário das anteriores, esta vertente possui

uma crítica ao Serviço Social tradicional,

manifestando a pretensão de romper com a

herança teórico-metodológica do pensamento

conservador, traçando lentamente seu

embasamento pautado na teoria social de Marx.

Sua inicial aparição foi no célebre “Método de

BH”.

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Esse longo processo de consolidação da profissão, se materializa com o Código de Ética

profissional, bem como, a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93) sendo uma

grande conquista para a categoria.

O Código de ética do/a Assistente Social elenca onze princípios fundamentais, sendo

que entre eles está o VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de

construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e

gênero;

Portanto, idealizar, construir uma nova ordem societária, sem dominação, exploração

de classe, etnia e gênero, faz parte dos princípios éticos que conferem a profissão. Sendo assim,

a categoria assume um compromisso ético-político na luta intransigente pela efetivação integral

dos direitos humanos, visando sempre a democracia12 plena, bem como, possuindo propriedade

na contribuição efetiva referente a construção de uma nova ordem societária.

Os princípios destacados no Código de Ética do/a Assistente Social divergem da atual

conjuntura política vivenciada pelo país, que possui a mesma propaganda do golpe de 1964: da

salvação da democracia e do fim da corrupção, sendo esse “lema” proclamado pelo atual

governo ilegítimo, que assumiu o poder após o pedido de impeachment inconstitucional, contra

a atual Presidente do Brasil Dilma Rousseff, que atualmente encontra-se afastada de seu

mandato, aguardando o término do processo do mesmo.

Diante da atual conjuntura política pelo qual o País atravessa, José Eduardo Cardoso

(2016) enfatiza que, o afastamento de um presidente fora de condições constitucionais, é golpe.

[...] E um novo governo que vier a nascer nessas condições, não nascerá das urnas nem da

Constituição. Será um governo ilegítimo. Ressaltando que, o Artigo 85 da Constituição Federal

é muito claro quando preconiza, para que possa ocorrer o impeachment de um presidente, é

necessário ter um atentado à Constituição. Mesmo que houvesse ilegalidade — e no caso não

há, em relação aos fatos invocados —, eles não são graves o suficiente para que se possa afastar

12 Significado de Democracia:

a) Governo em que o povo exerce a soberania direta ou indiretamente.

b) Sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas.

c) Regime em que há liberdade de associação e de expressão e no qual não existem distinções ou privilégios de

classe hereditários ou arbitrários.

d) p.ext. País em que prevalece um governo democrático.

(Do grego demokratía, de dêmos 'povo' + * kratía 'força, poder')

Substantivo feminino.

DEMOCRACIA, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em:

<https://www.priberam.pt/DLPO/democracia>. Acesso em: 08 Jun. 2016.

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um presidente da República. [...] Só uma situação muito traumática, um crime muito forte,

violador de princípios constitucionais é que pode ensejar o afastamento. E no caso, esses fatos

não só não se verificaram, como mesmo que se tivessem verificados, não seriam suficientes

para justificar uma medida extrema como essa.

Evidenciando-se assim, que o Brasil vivencia atualmente um novo golpe mascarado de

uma falsa e hipócrita democracia, desencadeando um retrocesso inestimável no que condiz às

conquistas dos direitos inerentes de cada cidadão brasileiro, bem como, um atentado contra a

democracia, sendo uma ruptura grave, que deixará cicatrizes horrendas, assim como, as

deixadas pelo golpe de 1964 se o mesmo de fato se concretizar.

2.3 O LEGADO CAPITALISTA DA DITADURA MILITAR E O SERVIÇO SOCIAL

COMO ENFRENTAMENTO A ESTE SISTEMA

Após 21 anos de Ditadura Militar instaurada na história do Brasil, o Estado cresceu, e,

juntamente com ele, a crise econômica, ou então: “Traumatismos econômicos” com se refere

(NETTO, 2002, p. 26). Fator histórico que abriu as portas para grandes empresas estrangeiras,

que se aproveitaram da situação vulnerável em que o Brasil se encontrava: mão de obra barata

e a repressão sobre a classe trabalhadora.

A partir de 1964, o Brasil teve um proclamado e constantemente buscado engajamento

com os Estados Unidos e com o Ocidente. Em decorrência desse fator, o Brasil passou a receber

e a incentivar a entrada de grandes contingentes de capital estrangeiro, para o crescimento da

produção industrial brasileira. Como Furtado (1974, p.103) destaca, a alta de crescimento da

produção industrial brasileira, alcançada a partir de 1968, foi obtida através de uma política

governamental muito bem-sucedida que visa atrair as grandes empresas internacionais e

fomentar a expansão das subsidiárias destas já instaladas no país.

Logo, tornando-se um ambiente propício para a inserção no mercado nacional de

trabalho para os assistentes sociais. Sendo que um dos diversos desafios do Serviço Social, é

desvendar a contradição da relação Capital X Trabalho, sendo esta causadora de um efeito

dominó quase que impossível de invertê-la.

É neste processo contraditório que o Serviço Social está inserido, tendo como objeto de

estudo a questão social. Nesta conjuntura, Netto (1992, p.13) enfatiza que, o surgimento do

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Serviço Social como profissão, está vinculado à emergência da “questão social”. Esta é

conceituada pelo autor como o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que

reclamados pela classe operária no curso da consolidação do capitalismo; portanto a “questão

social” está atrelada aos conflitos da relação Capital X Trabalho.

Nesta conjuntura, Aguiar (1982, p.146) nos diz que, o Serviço Social aceita, justifica e

legitima na prática e na teoria uma sociedade capitalista; reconhece as imperfeições da ordem

social vigente, tanto que pretende melhorá-la.

Sendo assim, o desafio do Assistente Social atualmente é desenvolver propostas de

trabalho, criativas e inovadoras, que sejam capazes de efetivar direitos sociais da população

usuária de seus serviços e dos serviços sociais públicos, buscando deste modo a instauração de

uma nova ordem societária, livre de discriminação, repressão e tortura, contribuindo desta

forma com o processo de fortalecimento da democracia.

CONSIDERAÇÕES TRANSITÓRIAS

Inicialmente, gostaria de realçar que realizar esta pesquisa foi um grande desafio,

prazeroso, instigante e interessante, na medida em que a mesma ia se transformando em

apreensão de conhecimento e surpresa com tamanha descoberta acerca de acontecimentos

históricos que o país atravessou, bem como, a notória transformação que a profissão de Serviço

Social claramente apresentou durante anos de luta, entre a própria categoria e a sociedade para

reconhecer sua real função.

Ao aprofundar estudos em materiais bibliográficos – ainda que raros acervos

bibliográficos referentes à temática em conjunto: Serviço Social e Ditadura Militar –, assim

como, documentários, filmes, músicas e todo tipo de fonte, que contribuiu de forma reflexiva,

tornando a pesquisa mais ampla e precisa. Foi possível vislumbrar que a Ditadura Militar no

Brasil, foi um marco histórico infeliz, que durou longos 21 anos, considerado um período

terrível da história do país, acarretando uma profunda crise econômica e o agravamento das

expressões da questão social.

Nesse período histórico, ocorreu uma reorganização do País, que atingiu diretamente a

formação profissional dos Assistentes Sociais, fazendo com que o Serviço Social assumisse

uma prática de cunho modernizador, sendo transformada sua forma de atuação referente à

profissão.

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É nessa conjuntura histórica, que a profissão de Serviço Social se revela como uma das

profissões mais importantes dos últimos anos, no âmbito de ampliar cidadania e viabilizar

direitos. Constatando-se, que o Serviço Social possui ampla especificidade – como confere o

Código de Ética, bem como, a Lei que regulamenta a profissão –, propriedade para ser uma

profissão transformadora, sendo de vasta importância no desenvolvimento, construção, e

transformação de uma nova ordem societária na história do Brasil, através do seu trabalho

cotidiano, na luta intransigente pela justiça social.

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