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Mensagem

Anlise de poemas da 3 Parte da Mensagem: O Encoberto

Trabalho elaborado por: Daniela Moreira n5 Gil Barbosa n8 Henrique Martins n9 Patrcia Nunes n16

Escola Secundria de Vilela 26 de Maro de 2009 Ano lectivo: 2008/2009

Anlise de poemas da 3 Parte da Mensagem: O Encoberto

Ano lectivo: 2008/2009

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Anlise de poemas da 3 Parte da Mensagem: O Encoberto

Docente: Professor Nuno Costa

Escola Secundria de Vilela 26 de Maro de 2009 Ano lectivo: 2008/2009

Anlise de poemas da 3 Parte da Mensagem: O Encoberto

Ano lectivo: 2008/2009

ndice1. Introduo 2. Anlise de poemas da 3parte da Mensagem: O Encoberto 2.1. 2.2. 2.3. Quinto Imprio Antnio Vieira Nevoeiro 4 5 5 8 10 13

3. Concluso

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1. IntroduoEste trabalho foi proposto no mbito da disciplina de portugus, leccionada pelo Professor Nuno Costa. O assunto central deste trabalho a anlise dos poemas: Quinto Imprio, Antnio Vieira e Nevoeiro. Estes trs poemas esto inseridos na terceira parte da mensagem designada por Encoberto. A Mensagem foi a nica obra publicada durante a vida de Pessoa, publicada em 1934. Podemos designar a Mensagem como sendo um poema simblico e mtico, neste poema o poeta tenta exprimir a essncia da ptria desde a sua formao at a actualidade

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2. Anlise de poemas da terceira parte da Mensagem: O EncobertoA terceira parte da Mensagem inicia-se com a frase: Pax in Excelsis, que significa Paz nos cus que marcar o Quinto Imprio.

2.1 Quinto ImprioTriste de quem vive em casa, Contente com o seu lar, Sem que um sonho, no erguer de asa Faa at mais rubra a brasa Da lareira a abandonar! Triste de quem feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lio da raiz Ter por vida a sepultura. Eras sobre eras se somem No tempo que em eras vem. Ser descontente ser homem. Que as foras cegas se domem Pela viso que a alma tem! E assim, passados os quatro Tempos do ser que sonhou, A terra ser teatro Do dia claro, que no atro Da erma noite comeou. Grcia, Roma, Cristandade, Europa os quatro se vo5

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Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu D. Sebastio?Fernando Pessoa

Tpicos de Analise O poema inicia-se atravs de uma anttese Triste de quem vive em casa, / Contente com o seu lar, atravs da qual o sujeito potico dirige-se a todos aqueles que no tenham um sonho nem um objectivo de vida. Na 2. estrofe podemos encontrar a descrio feita pelo eu potico, tentando mostrar como so as pessoas que vivem porque simplesmente existem, sem possuindo nenhuma grandeza, ficando espera da morte, como podemos comprovar no verso 9 e 10 Mais que a lio da Raiz / Ter por vida a sepultura., Na 3. estrofe o sujeito potico fala-nos do tempo que passa, tornando os homens descontentes com o caminho que escolheram. Atravs dos versos 15 e 16, a ideia central o desejo que as foras cegas sejam dominadas pela alma, isto , temos que encontrar a grandeza da alma, do nosso sonho. Na 4. estrofe est indicada a passagem dos 4 imprios anteriores: Imprio da Grcia Imprio de Roma Imprio da Cristandade Imprio da Europa

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No verso 20 e 21, podemos verificar que ir vir um dia claro que anunciar o inicio do 5. Imprio. Na ltima estrofe, constatamos que os anteriores imprios caram no esquecimento com a chegada do Quinto Imprio. Com os ltimos 2 versos, devemos acreditar no mito Sebastianista, ou seja, o sonho no morre com as pessoas, no com a morte que os sonhos terminam, outras pessoas haveram de os continuar (acreditar em ns).

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2.2 Antnio VieiraO cu strela o azul e tem grandeza. Este, que teve fama e glria tem, Imperador da lngua portuguesa, Foi-nos um cu tambm. No imenso espao seu a meditar, Constelado de forma e de viso, Surge, prenncio claro do luar, El-rei D. Sebastio. Mas no, no luar: luz do etreo. um dia; e, no cu amplo de desejo, A madrugada irreal do Quinto Imprio Doira as margens do Tejo.Fernando Pessoa

Tpicos de Anlise O Padre Antnio Vieira visto como sendo um outro profeta do quinto imprio, que trar a Portugal paz; O sujeito potico refere-se ao Padre Antnio Vieira como sendo o Este, que designado como sendo o imperador da lngua portuguesa; Na segunda estrofe, o terceiro verso Surge, prenncio claro do luar, significa que o Padre Antnio Vieira visto como um smbolo desejado que tirar Portugal da decadncia. Na ltima estrofe o Quinto Imprio essencialmente espiritual como podemos ver atravs da palavra irreal, onde a cabea Portugal.

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Anlise Externa O poema composto por 3 quadras; Rima cruzada: ABAB

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2.3 NevoeiroNem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor bao da terra Que Portugal a entristecer Brilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-ftuo encerra. Ningum sabe que coisa quer. Ningum conhece que alma tem, Nem o que mal nem o que bem. (Que nsia distante perto chora?) Tudo incerto e derradeiro. Tudo disperso, nada inteiro. Portugal, hoje s nevoeiro a hora!Fernando Pessoa

Tpicos de Anlise O poema Nevoeiro o ltimo poema da Mensagem. Enquadra-se na terceira parte do livro, dedicada ao Encoberto. O ttulo Nevoeiro visto como smbolo da incerteza, da obscuridade, escurido e promessa de um novo dia; Na primeira estrofe podemos encontrar a situao que Portugal se encontrava, como o sujeito potico diz: Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, o pas estava a viver uma crise poltica, de valores e de entidade. uma crise to profunda, to sedimentada, que no haver nenhuma mudana pelo governo dos homens. Nem a guerra mudana das mudanas poder demover Portugal do seu triste estado.

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Portugal estava com uma perturbao, a confuso, a tristeza, a melancolia (uma indefinio politica). O verso cinco e seis, Brilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-ftuo encerra indicam que o sujeito potico estava descontente com o presente exprimindo-se essencialmente palavras de sentido negativo; A comparao existente nestes versos sugere a morte de Portugal. A segunda estrofe inicia-se com uma anfora. Esta anfora refere o presente que se estava a viver. No nono e dcimo verso encontramos duas antteses; A expresso entre parnteses , o momento de viragem do poema. Embora ele seja essencialmente triste, neste momento comea a exortao mudana. Isto porque a descrio que Pessoa faz positiva, mesmo que use de negatividade para enfatizar o seu discurso. No dcimo primeiro e dcimo segundo verso podemos encontrar duas figuras de estilo, uma anfora e um oximoro. O sujeito potico tenta atravs destas figuras de estilo Nesta perspectiva o passado no mais do que uma ponte para o futuro. Os grandes triunfos no mar, as conquistas materiais, tiveram o seu tempo e existiram para serem passageiras, foram uma lio de humildade. A recompensa no da terra, dos cus e deve nos cus ser procurada. Seno as conquistas no teriam feito do pas Nevoeiro. No verso 13 encontramos um vocativo, um apelo, que demonstra o renascer de Portugal; O ltimo verso do poema, o sujeito potico diz que hora de traar novos rumos, de tomar a iniciativa e de cumprir a misso que nos foi confiada. Poema velado, de grande intensidade dramtica, embora dolosa.11

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Anlise Externa Catorze versos: Octossilbicos distribudos por uma sextilha e uma sptilha e um verso isolado de trs slabas.

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3. ConclusoAps a realizao da anlise destes trs poemas da terceira parte da Mensagem, podemos concluir que foi muito benfico e interessante. Atravs desta anlise compreendemos como deveramos analisar um poema, retirando os tpicos essenciais de cada poema. Fernando Pessoa j no tem Imprio em que ter esperana e a sua exortao necessariamente interior, espiritual. O que parecido entre os Lusadas a Mensagem a esperana positiva na mudana, no h um determinismo triste, como se costuma julgar. Ambos esperam a mudana para melhor, acreditam num futuro melhor.

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