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Em 2015, a Norte Energia deu um dos mais importantes passos para começar a gerar energia para o Brasil: conquistou a Licença de Operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE Belo Monte). Concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Licença é um marco para que a Companhia inicie uma nova fase. Com a conclusão de 89% das obras civis, o cronograma prevê que as duas Casas de Força entrem em operação ainda no primeiro semestre de 2016. Além disso, a obtenção da Licença de Operação, a conclusão do barramento do Rio Xingu com 18 vãos e a finalização da segunda fase do desvio do Rio Xingu permitiram que a Norte Energia iniciasse o enchimento dos reservatórios que abastecerão as turbinas para a geração de energia. A UHE Belo Monte é hoje a maior obra em construção no Brasil. Os grandes números são prova disso: de 2011 a 2015, a Usina demandou 3.003.320 metros cúbicos de concreto, 698.988 toneladas de cimento, 127.596 toneladas de aço e o uso de 4.500 máquinas pesadas para auxiliar nas obras civis e na montagem eletromecânica. O processo de concretagem, que utiliza parte desse material e máquinas, é fundamental para a montagem dos componentes como as turbinas e geradores, que são integrados às estruturas da obra civil, tanto no Sítio Belo Monte, onde está localizada a Casa de Força Principal – responsável por 97% da geração de energia do empreendimento –, quanto no Sítio Pimental, Casa de Força Complementar, responsável por 3% da energia a ser gerada. Os avanços na montagem eletromecânica da UHE Belo Monte foram significativos em 2015 e exigiram um esforço adicional da mão de obra contratada. Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários do consórcio montador e de suas subcontratadas em empregos diretos. Devido ao ritmo acelerado da obra, em dezembro do ano passado os colaboradores da montagem já haviam montado 49,7 mil toneladas de equipamentos. Por meio de dezenas de vistorias técnicas e de mais de duzentos documentos enviados ao IBAMA de Janeiro a novembro de 2015 – que resultaram na Licença de Operação –, a Norte Energia comprovou o cumprimento das ações do Plano Básico Ambiental (PBA) e de suas obrigações legais, mantendo o compromisso com o desenvolvimento sustentável. Para isso, a Companhia seguiu rigorosamente o cronograma das condicionantes e já executou a maioria dos programas previstos no PBA, além de ter concluído obras estruturantes do PBA-Componente Indígena. Do montante previsto para as ações socioambientais, a Norte Energia já investiu cerca de R$ 3,9 bilhões. A consciência quanto ao seu papel, ao impacto de suas atividades e, por consequência, à sua responsabilidade socioambiental levaram a Companhia a destinar 13% do valor total do empreendimento a ações compensatórias. No início do projeto, a Companhia previa investir R$ 3,2 bilhões nas ações socioambientais. Em valores corrigidos, esse aporte chegará a mais de R$ 4,6 bilhões. A Norte Energia vem participando efetivamente do desenvolvimento da região do empreendimento com melhoria substancial da infraestrutura local. Por isso, como parte do PBA da Usina, a Companhia concluiu em 2015 uma série de ações voltadas para a saúde, o saneamento básico, a educação e o bem-estar das comunidades locais. Graças a essas ações, os casos de malária tiveram redução de 98% nos cinco municípios que constituem a Área de Influência Direta (AID) da Usina, se comparados aos índices de 2011. Foi também nesses cinco municípios que a Norte Energia concluiu 30 Unidades Básicas de Saúde e 54 obras de educação. Na área ambiental, a Companhia atuou para o cumprimento das condicionantes gerais e das 23 condicionantes ambientais específicas constantes na Licença de Instalação do empreendimento, concedida pelo IBAMA em 2011. Para isso, foram desenvolvidos diversos programas voltados à conservação da fauna e da flora locais, de modo a assegurar que os impactos ambientais do empreendimento sejam minimizados. Destaque importante cabe aos valores destinados ao Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), cujos investimentos envolvem 12 municípios da região da UHE Belo Monte. O PDRSX é composto por um Comitê Gestor, formado por membros dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de representantes da sociedade civil, que decidem sobre os projetos e ações que receberão os recursos anuais, conforme as regras do edital. Mais de R$ 218 milhões já foram aprovados e investidos em obras, projetos, equipamentos e insumos definidos nas Câmaras Técnicas do Plano. A UHE Belo Monte está sendo construída dentro do seu Plano de Negócios, aprovado pelas instâncias de governança da Norte Energia. Além disso, as Demonstrações Financeiras anuais da Companhia são auditadas e aprovadas por uma auditoria externa independente e por todas as instâncias de governança da Norte Energia S/A. Ainda em 2015, a Companhia contratou uma segunda empresa de auditoria para que verificasse todos os processos envolvidos nos maiores contratos da Companhia. De acordo com o cronograma inicial da obra, a Casa de Força Complementar da Usina deveria entrar em operação em 2015. No entanto, casos fortuitos e de força maior, como ações judiciais, perda da janela hidrológica, greves e invasões aos sítios da obra, impediram o avanço normal das obras e se caracterizam como excludentes de responsabilidade do empreendedor. Um documento contendo essas explicações está em análise pelo Ministério de Minas e Energia. Para 2016, é essencial que a Companhia inicie a operação da Usina, gere energia e continue a conquistar bons resultados. A UHE Belo Monte, quando concluída, em 2019, contribuirá com uma garantia física de 4.571 MW médios no Sistema Interligado Nacional (SIN), energia suficiente para suprir o consumo aproximado de 60 milhões de pessoas nos atuais padrões de consumo no Brasil. O empreendimento é vital ao desenvolvimento do nosso país e, por isso, agradecemos a todos que participam da sua construção: acionistas, colaboradores, agentes financiadores, agentes públicos, fornecedores e comunidade da região do Xingu. Duilio Diniz de Figueiredo Sidney do Lago Júnior Diretor-Presidente da Norte Energia Presidente do Conselho de Administração MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO ASSESSORIAS Em 2015, a Norte Energia reformulou as assessorias ligadas à Presidência da Companhia. A Assessoria de Planejamento e Gestão Orçamentária foi mantida e continuou a monitorar o andamento dos projetos da UHE Belo Monte por meio do Sistema de Gestão de Projetos (SGP). O cumprimento das condicionantes exigidas pelo IBAMA, após a Licença de Operação concedida pelo órgão, são o foco dessa Assessoria. Ela trabalha também na elaboração do Relatório de Acompanhamento Mensal, enviado ao Conselho de Administração, e na coordenação do Grupo de Trabalho do Orçamento. A Assessoria de Regulação passou a ser chamada de Assessoria Técnica em 2015. Ela manteve o acompanhamento dos órgãos reguladores e de suas exigências para o desempenho das atividades da Companhia, com o objetivo de garantir o cronograma para o início da operação da Usina. Para isso, a Assessoria mantém contato regular com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A fim de conferir mais transparência ao avanço das obras civis em Belo Monte, antes mesmo da criação da Assessoria Técnica, a Norte Energia notificava a Aneel sobre possíveis intervenções e paralisações na obra. Desde fevereiro de 2013 são enviados periodicamente comunicados de ações judiciais, greves de funcionários, bem como de invasões aos locais da obra. São casos fortuitos ou de força maior que impedem o avanço normal das obras e não são de responsabilidade do empreendedor. Em 2015, essa Assessoria monitorou, junto ao ONS, os dados necessários para acesso ao SIN, em conformidade com os procedimentos de rede do Sistema. Outras ações da área técnica foram o envio periódico de comunicados sobre o andamento das obras ao MME e o acompanhamento dos processos no DNPM, que envolvem a liberação de áreas para o projeto de Belo Monte. Em 2015, a Norte Energia criou uma nova Assessoria, a de Comercialização, que, com o suporte do Comitê de Regulação e Comercialização e com as demais áreas da Companhia, iniciou a implantação dos processos de comercialização de energia. A Assessoria trabalhou no desenvolvimento do módulo de vendas e distribuição no Sistema Integrado de Gestão Empresarial, o SAP. Outra ação dessa Assessoria recém-criada foi o cadastro da energia comercializada junto à CCEE. A melhoria constante dos processos de gestão da Companhia tem como objetivo garantir maior eficácia à transição pela qual a empresa passará em 2016: da fase pré-operacional para a operacional, quando a Norte Energia iniciará a operação da UHE Belo Monte e comercializará a energia gerada. 2.1.3. CONSELHO FISCAL Atuando em caráter permanente, o Conselho Fiscal da Norte Energia desempenha a função de órgão fiscalizador dos atos de gestão. É composto por cinco membros e suplentes em igual número, eleitos pela Assembleia Geral. O Conselho Fiscal analisa as demonstrações financeiras e opina sobre planos de investimentos, entre outras atribuições. Ao final de 2015, a Companhia contava com cinco conselheiros fiscais, os quais realizaram nove reuniões ao longo do ano. CONSELHO FISCAL (31 de dezembro de 2015) Conselheiros Membro Jésus Alves da Costa Presidente Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta Conselheira Fernando Paes Carvalho Conselheiro Hailton Madureira de Almeida Conselheiro Marcos Célio Santos Nogueira Conselheiro 2.2. APOIO À GOVERNANÇA 2.2.1. AUDITORIA INTERNA Ao longo de 2015, a Auditoria Interna da Norte Energia continuou trabalhando no modelo de gestão de riscos corporativos, baseado no COSO ERM (padrão mundial) e na Norma ISO 31000. Com isso, a Companhia consolidou a Matriz de Riscos, iniciada em 2013, que identifica, avalia e audita os processos operacionais com maior risco e impacto nos resultados. Paralelamente a esse trabalho da Auditoria Interna, a Norte Energia vem trabalhando no desenvolvimento de uma Matriz de Riscos Corporativa, com o intuito de agir preventivamente e mitigar possíveis impactos nos seus objetivos. Ainda em 2015, a Auditoria Interna da Companhia aprovou e lançou o Código de Conduta Ética da Norte Energia, baseado nas boas práticas de governança e na legislação vigente, em especial na lei anticorrupção. A fim de reafirmar seu compromisso com as boas práticas de gestão, a Norte Energia produziu, ainda, um Manual de Compliance e revisou seus normativos internos, que deverão ser aprovados e lançados em 2016. A Companhia criou uma Comissão de Ética e um Canal de Denúncias, com seus respectivos regulamentos, também em fase de aprovação pelos órgãos diretivos. 2.2.2. AUDITORIA EXTERNA A divulgação dos resultados da Norte Energia obedece às normas internacionais de contabilidade definidas pela International Financial Reporting Standards (IFRS). Os resultados passam, regularmente, pelo crivo de uma auditoria externa. As Demonstrações Financeiras do exercício de 2015 foram auditadas pela PriceWaterhouseCoopers. Este foi o primeiro ano em que as Demonstrações Financeiras foram auditadas pela PriceWaterhouseCoopers. A EY foi responsável pela auditoria nos três anos anteriores. A Norte Energia adota esse rodízio de auditores para reforçar o compromisso com a transparência e a credibilidade de seus processos contábeis e fiscais. 2.2.3. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL Para garantir uma gestão mais eficiente, a Norte Energia utiliza o Sistema Integrado de Gestão Empresarial, conhecido como R/3 SAP, que foi implementado em outubro de 2012 e consolidado ao longo dos últimos anos. Esse sistema garante que a Companhia atinja, de forma efetiva, seu objetivo de garantir integridade, confidencialidade, transparência, redução de custos e competitividade. O SAP fornece informações em tempo hábil para tomadas de decisão, tanto pelos gestores quanto pelos acionistas. A geração direta, pelo SAP, do arquivo da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é exemplo dessa eficiência. O documento é exigido pela Receita Federal desde 2014, após alteração da legislação tributária relativa ao imposto sobre a renda da pessoa jurídica. O Sistema Integrado é dividido em módulos e suporta todos os processos de formação e gestão de ativos, alinhados com as regras societárias, regulatórias (em conformidade com a Resolução Aneel n o 367/2009) e fiscais, proporcionando à alta administração uma visão clara e inequívoca dos processos organizacionais, com foco na eficiência operacional e financeira. Em 2015, a Companhia implementou um novo módulo: o de vendas e distribuição, que acompanha e controla o faturamento da venda de energia. Outro avanço nesse sentido foi a consolidação, a partir de 1º de janeiro de 2015, do plano de contas da Companhia, que seguiu a nova resolução normativa da Aneel para o setor elétrico. A adequação do plano de contas começou ainda em 2014. O trabalho da Norte Energia no aprimoramento dos processos de gestão tem como um de seus principais resultados um novo modelo de orçamento, que permite controlar investimentos e despesas com mais precisão e segurança. Para implementar esse modelo, a Companhia formou, em 2013, o Grupo de Trabalho do Orçamento, liderado pela Presidência e composto por colaboradores de diferentes áreas. Essa ação possibilitou o mapeamento de todos os processos que envolvem o orçamento da Norte Energia e criou uma lista de mais de 30 mil itens de compra para controle da Companhia. CAPÍTULO 3 A obra A conclusão de etapas importantes da construção da UHE Belo Monte e a obtenção da Licença de Operação foram as principais conquistas da Norte Energia em 2015. O avanço significativo das obras civis e da montagem eletromecânica vai possibilitar a entrada em funcionamento das primeiras turbinas da Usina no primeiro semestre de 2016. As obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte seguiram em ritmo acelerado ao longo de 2015, sendo que 89% do projeto está concluído. O início da operação comercial da Usina será ainda no primeiro semestre de 2016, conforme cronograma. Em 2015, cerca de 12 mil empregados contratados pelo Consórcio executor trabalharam nas obras em Belo Monte – número 40% menor em relação a 2014, quando mais de 20 mil trabalhadores estavam em atividade. Essa redução já estava prevista, pois grande parte das obras foi concluída. O grande desafio da Norte Energia na fase pré-operacional do empreendimento foi manter a obra em conformidade com o cronograma. Em 2015, destacam-se etapas cruciais já concluídas. Quando os trabalhos de montagem das turbinas forem finalizados, em 2019, a Usina funcionará com duas Casas de Força. A Principal, com 18 Unidades Geradoras, erguida no Sítio Belo Monte, terá potência instalada de 11 mil megawatts. A outra Casa de Força é a Complementar. Erguida no Sítio Pimental, terá seis Unidades Geradoras com capacidade de gerar 233,1 megawatts. OLHO DESTAQUE De 2011 a 2015, a UHE Belo Monte demandou 3.003.320 metros cúbicos de concreto, 698.988 toneladas de cimento e 127.596 toneladas de aço. No total, a UHE Belo Monte inundará uma área de 478 quilômetros quadrados no estado do Pará: 238 quilômetros quadrados no município de Altamira, 239,2 quilômetros quadrados em Vitória do Xingu e 0,8 quilômetro quadrado em Brasil Novo. Para diminuir o impacto ambiental e socioeconômico decorrente da inundação, a Norte Energia tomou uma série de medidas. A Companhia seguirá a exigência da Agência Nacional de Águas (ANA) de manter uma vazão mínima no Rio Xingu, visando à manutenção da qualidade da água e a navegabilidade no trecho conhecido como Volta Grande do Xingu. Com cerca de 100 quilômetros de extensão, esse trecho terá um nível de água variável ao longo dos anos de geração, já que a Norte Energia controlará a vazão por meio do barramento em Pimental. Outra medida foi a opção pelo projeto de usina a fio d’água – que não possui reservatório de acumulação e opera em quedas de água. Marcos da obra Janeiro: chegada do rotor da Unidade Geradora 2, da Casa de Força Principal. O rotor pesa 320 toneladas e foi produzido em Manaus (AM). Fevereiro: chegada do rotor da Unidade Geradora 1, também da Casa de Força Principal. Pesando 320 toneladas, o rotor foi produzido em Taubaté (SP). Março: descida do pré-distribuidor da Unidade Geradora 4, da Casa de Força Principal. Maio: descida do estator do gerador da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. Junho: início das obras do desvio do Rio Xingu, referente à segunda fase dos trabalhos. Agosto: fechamento da ensecadeira (pequena barragem provisória) de montante (rio acima), no vão entre a Ilha da Barra e a margem direita do Rio Xingu. Agosto: descida do rotor da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. Outubro: descida do primeiro rotor do gerador da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. A peça é a mais pesada da obra, com 1,2 mil toneladas, 2,5 metros de altura e 18,7 metros de diâmetro. Foi realizada também a descida do estator da Unidade Geradora 2, da Casa de Força Principal. Novembro: emissão da Licença de Operação, concedida pelo IBAMA, e início do enchimento do Reservatório Principal da UHE Belo Monte. Conclusão do revestimento do Canal de Derivação da UHE Belo Monte e lançamento da última virola do conduto forçado da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. Conclusão da escavação e do revestimento do Canal de Derivação e de todos os diques. Dezembro: abertura das comportas do Canal de Derivação, dando início ao enchimento do Reservatório Intermediário. 3.1. PREPARAÇÃO PARA A FASE OPERACIONAL Em agosto de 2015, a Norte Energia concluiu uma etapa fundamental para iniciar a fase operacional do empreendimento: o desvio do Rio Xingu. Essa ação fez com que todo o fluxo das águas do Xingu passasse a fluir através do vertedouro, construído no Sítio Pimental. Após a conclusão do desvio, a Companhia realizou monitoramentos constantes da qualidade da água e também da vazão do rio, em conformidade com as exigências da ANA e com o planejamento da obra. O principal marco de 2015 para o início da fase operacional foi a conquista da Licença de Operação. Concedida pelo IBAMA no dia 24 de novembro, a licença permitiu o início do enchimento dos reservatórios. Assim, logo após a emissão da Licença, a Norte Energia fechou as comportas do vertedouro do Sítio Pimental, já com o desvio do rio concluído, e iniciou o Plano de Enchimento dos Reservatórios (PER). Ainda em novembro, a Companhia encheu o Reservatório Principal, também chamado de Reservatório do Rio Xingu. A fase de implantação do empreendimento tem sido marcada pelo diálogo constante e pela transparência da concessionária com a comunidade local, que acompanha de perto o cumprimento das ações sociais e ambientais. A Licença Prévia da UHE Belo Monte foi concedida pelo IBAMA no dia 1º de fevereiro de 2010, tendo como um dos requisitos a realização de audiências públicas, que reuniram cerca de oito mil participantes. A Licença Prévia, conforme o nome indica, é o aparato legal que exige o cumprimento das condicionantes iniciais do empreendimento. Dessa forma, a Norte Energia produziu periodicamente relatórios que foram submetidos à avaliação do IBAMA, informando a evolução das ações solicitadas por essas condicionantes. O atendimento inicial a esse conjunto de ações exigidas na Licença Prévia garantiu à Norte Energia, ainda em 2011, a Licença de Instalação, concedida pelo mesmo órgão, para o início das obras. As condicionantes da Licença Prévia complementam o conjunto de propostas presentes no Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), consolidadas em 117 projetos, que abrangem as áreas de gestão ambiental e institucional, meio físico, meio biótico e meio socioeconômico. As ações compensatórias vão da preservação e do remanejamento da flora e da fauna até a construção de redes de saneamento básico, hospitais e escolas. Para isso, a Norte Energia se comprometeu a investir R$ 3,7 bilhões ao longo do período de implantação da Usina. Esse valor correspondia a 13% do valor total do empreendimento – R$ 25,8 bilhões – orçado no leilão de concessão, em abril de 2010. Do montante investido em ações socioambientais, R$ 500 milhões serão aportados no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX). Esse Plano conta com a participação de 15 representantes dos governos federal, estadual e dos municípios da região da UHE Belo Monte e de 15 representantes da sociedade civil, que, através das câmaras técnicas e do Comitê Gestor, decidem como e onde os recursos serão aplicados. Por meio dessas ações, a Companhia reitera o compromisso de respeitar o território e a cultura da comunidade local e dos povos indígenas. Com foco no atendimento aos direitos e demandas de toda a população afetada pelo empreendimento, a Norte Energia elaborou um Projeto Básico Ambiental (PBA), que envolve as condicionantes relacionadas à comunidade local, e um projeto específico, direcionado ao componente indígena (PBA-CI), aprovado em 2012 pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Essas iniciativas corroboram o entendimento e o respeito da Norte Energia em relação à população da região. Após comprovar o cumprimento de suas obrigações legais, mantendo o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a Norte Energia conquistou, em novembro de 2015, a Licença de Operação que viabiliza o início da geração de energia. Para isso, a Companhia cumpriu o cronograma das condicionantes e já desenvolveu a maioria das ações previstas no PBA, além de ter concluído obras estruturantes do PBA-CI. Do montante previsto para as ações socioambientais, a Companhia já investiu cerca de R$ 3,9 bilhões, incluindo as condicionantes ambientais, as ações nos municípios e as ações do componente indígena. CAPÍTULO 2 Governança corporativa A estrutura corporativa da Norte Energia é formada por Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal. Baseada na ética e na transparência para a gestão de seus negócios, a Companhia lançou, em 2015, um Código de Conduta Ética, baseado nas boas práticas de governança e na legislação vigente, com foco na Lei 12.846, de agosto de 2013. A Norte Energia baseia seu modelo de gestão na transparência e na sustentabilidade de seus negócios e, por isso, busca aprimorar constantemente suas práticas de governança corporativa. A Companhia adota uma série de ações que asseguram a conduta ética dos negócios, bem como o compartilhamento de decisões. A estrutura de governança da Norte Energia é formada pelo Conselho de Administração, pela Diretoria e pelo Conselho Fiscal. O Conselho de Administração é assessorado por oito Comitês, compostos por representantes dos acionistas. A Companhia presta contas periodicamente acerca de suas atividades e desempenho, apresentando dados revisados por auditoria externa permanente. Nesse sentido, a divulgação de resultados da Norte Energia segue as normas internacionais de contabilidade definidas pela International Financial Reporting Standards (IFRS). 2.1. ÓRGÃOS DE GOVERNANÇA 2.1.1. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Responsável por definir as estratégias de longo prazo da Norte Energia, o Conselho de Administração acompanha a execução pela Diretoria das ações estabelecidas e toma decisões sobre temas relevantes no âmbito dos negócios, em consonância com as atribuições conferidas pelo Estatuto Social da Companhia. O Conselho é composto por, no máximo, 12 membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assembleia Geral. Ao final de 2015, a Companhia contava com 10 Conselheiros de Administração, eleitos em Assembleia Geral Ordinária, realizada no mês de abril, para mandatos unificados de dois anos. Ao todo, o Conselho de Administração reuniu-se 24 vezes em 2015. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (31 de dezembro de 2015) Nome Cargo Sidney do Lago Júnior Presidente Antônio Augusto de Miranda e Souza Conselheiro Antônio José Ribeiro Neto Conselheiro Fernando Henrique Schuffner Neto Conselheiro José Ailton de Lima Conselheiro Maurício Muniz Barretto de Carvalho Conselheiro Moacir Carlos Bertol Conselheiro Orlando Vieira Sampaio Júnior Conselheiro Solange Maria Pinto Ribeiro Conselheira Wadi Charone Junior Conselheiro COMITÊS DE APOIO AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Oito comitês, dos quais participam representantes de cada acionista, apoiam o Conselho de Administração da Norte Energia na definição de diretrizes estratégicas e operacionais sobre temas específicos. São eles: Comitê Financeiro Responsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços financeiros e de estudos e propostas requeridos pelo Conselho de Administração relativos a serviços financeiros. Comitê Técnico Responsável pela análise dos processos de seleção dos fornecedores de engenharia, fornecimento e construção, e dos relatórios de avanços das obras civis, de fornecimento e de montagem. Comitê de Meio Ambiente Responsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços de meio ambiente e dos relatórios de avanço no cumprimento das condicionantes ambientais. Comitê de Gestão e Remuneração Responsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços administrativos e de políticas de remuneração e benefícios. Comitê de Saúde e Segurança Responsável pela análise das políticas de saúde e de segurança do empreendimento e dos relatórios relativos a esses assuntos. Comitê de Auditoria Responsável pela análise das políticas do plano anual de auditoria da Companhia, dos relatórios das auditorias externas e das demonstrações contábeis e respectivos pareceres. Comitê de Regulação e Comercialização Responsável por acompanhar e elaborar estudos, pareceres e notas técnicas sobre a regulamentação do setor elétrico, as regras de comercialização vigentes e suas alterações. Comitê de Seguros Responsável por assessorar o Conselho de Administração no processo de contratação e gestão de apólices de seguro. 2.1.2. DIRETORIA A Diretoria da Norte Energia é composta por sete áreas: Presidência, Construção, Financeira, Fornecimento e Montagem, Gestão, Relações Institucionais e Socioambiental. Todos os diretores são eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de dois anos. Assim como no Conselho, a reeleição é permitida. DIRETORIA (31 de dezembro de 2015) Nome Cargo Duilio Diniz de Figueiredo Diretor-Presidente Antonio Kelson Elias Filho Diretor de Construção Clarice Coppetti Diretora de Relações Institucionais/Financeira (em exercício) José de Anchieta dos Santos Diretor Socioambiental Marco Antonio Martins Fonseca Diretor de Gestão Wellington Lopes Ferreira Diretor de Fornecimento e Montagem CAPÍTULO 1 Perfil corporativo A Norte Energia S/A é responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte e conquistou, em 2015, a licença para iniciar a geração de energia. Esse é um grande marco para a Companhia e o início da transição da fase de obras para a operação efetiva do empreendimento. Belo Monte é a maior usina hidrelétrica em construção no mundo e quando estiver pronta, em 2019, produzirá energia suficiente para suprir a demanda de 18 milhões de residências – considerando os atuais padrões de consumo no Brasil. Constituída como Sociedade de Propósito Específico, a Norte Energia S/A venceu o leilão de concessão, em abril de 2010, e tornou-se responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE Belo Monte). O empreendimento tem uma capacidade instalada de 11.233,1 MW de energia, sendo 4.571 MW médios de garantia física. Em novembro de 2015, a Companhia conquistou a Licença de Operação da Usina, concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o que permite iniciar a geração de energia. Ao assumir o desafio de construir e operar a UHE Belo Monte, a Norte Energia firmou o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país, por meio da geração de energia elétrica limpa, renovável, confiável e a preço justo, utilizando o potencial hidrelétrico do Rio Xingu. A Usina é integrante, entre as obras prioritárias, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e trará maior segurança para o Sistema Interligado Nacional (SIN), em função, principalmente, do melhor aproveitamento das diferenças hidrológicas de cheia e seca registradas nas regiões do Brasil. O prazo de concessão da Usina, definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é de 35 anos. Em 2015, as atividades da Norte Energia continuaram distribuídas entre Brasília (DF), onde fica a sede administrativa da empresa; Altamira (PA), município-polo da região do empreendimento, e Vitória do Xingu, município onde estão os canteiros de obra. Ao final do ano, 347 colaboradores integravam o quadro funcional próprio e mais de 16 mil trabalhadores atuavam nas obras e na montagem das turbinas. 1.1. O EMPREENDIMENTO A capacidade instalada de 11.233,1 MW e a quantidade média de geração de energia de 4.571 MW fazem da UHE Belo Monte a maior hidrelétrica 100% brasileira e a quarta maior no mundo. A energia gerada pela Usina será destinada ao SIN, através de cinco linhas de transmissão, e será comercializada da seguinte forma: 70% no mercado regulado, para 17 estados, por meio de 27 distribuidoras; 10% para autoprodutores, sócios da Norte Energia, e 20% para o mercado livre. A conclusão da UHE Belo Monte, com a instalação da última das 24 turbinas do empreendimento, está prevista para janeiro de 2019. Já as primeiras turbinas entrarão em operação no primeiro semestre de 2016, nas Casas de Força Complementar e Principal. Para explorar esse potencial hidrelétrico, um bem considerado público, a Norte Energia recolherá à União o valor anual de R$ 16,6 milhões, a título de Uso de Bem Público (UBP). Somado a isso, a partir do início da geração será paga a Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFURH), que em valores atuais atinge o montante de R$ 238 milhões anuais – a serem pagos aos municípios abrangidos pelo reservatório da Usina, ao estado do Pará e à União. Conforme as regras do setor elétrico brasileiro, a Companhia também destinará valores para pesquisa e desenvolvimento. Com o intuito de reduzir o impacto ambiental do empreendimento, o projeto foi licitado considerando a operação da Usina a fio d’água. Assim, Belo Monte terá reservatórios com área total de 478 km 2 , dos quais 274 km 2 correspondem ao leito original do Rio Xingu no período da cheia. Em comparação com o projeto original da década de 1980, a área de inundação foi reduzida em 61%. Usina a fio d’água Esse tipo de usina não possui reservatório de acumulação, operando praticamente em queda de água constante em uma região com grande desnível natural – no caso da UHE Belo Monte, o desnível é de aproximadamente 100 metros. Assim, sua produção de energia varia de acordo com o regime hídrico do rio. A opção por uma usina a fio d’água, como Belo Monte, abre mão de parte do potencial energético do Rio Xingu para manter as populações indígenas em suas terras e o uso dos recursos do rio pelas comunidades ribeirinhas. A Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, por exemplo, tem potência para gerar 14 mil MW e uma área inundada de 1.350 mil km 2 . Já Belo Monte inundou uma área 2,8 vezes menor que essa, de 478 km 2 , e possui capacidade instalada de 11.233,1 MW. Evolução do projeto 1975 – A Eletronorte inicia os estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu. Foi realizado o primeiro mapeamento do rio e o projeto de localização de barramentos. 1980 – Concluído o inventário, começam os estudos para a construção do Complexo Hidrelétrico de Altamira, com as usinas Babaquara (6,6 mil MW) e Kararaô (11 mil MW) – esta segunda daria origem à UHE Belo Monte. Segundo o estudo daquele período, as usinas exigiriam deslocamento de 7 mil índios, de 12 terras indígenas. 1989 – Conclusão dos primeiros estudos de viabilidade da UHE Belo Monte. Divergências acerca do impacto socioambiental levam à suspensão do financiamento da obra. 1994 – Revisão dos Estudos de Viabilidade, com diminuição da área inundada e garantia de não inundação das terras indígenas. 2002 – Apresentação de novos levantamentos à Aneel. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é paralisado a pedido do Ministério Público. Julho de 2005 – O Congresso Nacional autoriza a Eletrobras a completar o EIA. Agosto de 2005 – A Eletrobras e as construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht assinam acordo de Cooperação Técnica para a conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Socioambiental da UHE Belo Monte. Janeiro de 2006 – A Eletrobras solicita ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a abertura do processo de licenciamento ambiental prévio. Começa a ser elaborado o EIA. Março de 2006 – O IBAMA realiza a primeira vistoria técnica na área do projeto. Agosto de 2007 – O IBAMA realiza vistoria técnica e reuniões públicas nos municípios de Altamira e Vitória do Xingu para discutir o Termo de Referência para o EIA. Dezembro de 2007 – O IBAMA emite o Termo de Referência para o EIA. Julho de 2008 – O Conselho Nacional de Política Energética define que o único potencial hidrelétrico a ser explorado no Rio Xingu será o da UHE Belo Monte. A Aneel aprova a atualização do Inventário com apenas a UHE Belo Monte na bacia do Rio Xingu. Março de 2009 – A Eletrobras solicita a Licença Prévia. Abril de 2009 – O IBAMA realiza nova vistoria técnica na área do projeto. Maio de 2009 – O EIA e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) são entregues ao IBAMA. Fevereiro de 2010 – O IBAMA concede a Licença Prévia da obra. Em contrapartida, faz 40 exigências de adequação, que, na época, adicionaram R$ 1,5 bilhão ao custo da construção. Abril de 2010 – O Governo Federal realiza o leilão de concessão para a construção e operação da UHE Belo Monte por 35 anos. Junho de 2011 – O IBAMA emite a Licença Ambiental nº 795/2011, que permite o início das obras da UHE Belo Monte. Nesta mesma data, as obras são iniciadas. Novembro de 2015 – O IBAMA concede a Licença de Operação da Usina. 1.2 ENERGIA LIMPA E SUSTENTÁVEL A exploração do potencial hídrico do Rio Xingu com a finalidade de gerar energia só foi possível após a definição das diversas ações socioambientais que condicionam, legalmente, a construção e o início de operação da UHE Belo Monte. Por meio de 117 programas e projetos, a UHE Belo Monte assume papel estratégico na preservação ambiental, no desenvolvimento e na inclusão social dos 11 municípios da área de influência. Cinco desses municípios são da Área de Influência Direta (AID) – Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Outros seis se localizam na Área de Influência Indireta (AII): Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz e Uruará. continua

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Page 1: MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO - norteenergiasa.com.brnorteenergiasa.com.br/site/wp-content/uploads/2016/03... · Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários

Em 2015, a Norte Energia deu um dos mais importantes passos para começar a gerar energia para o Brasil: conquistou a Licença de Operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE Belo Monte). Concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Licença é um marco para que a Companhia inicie uma nova fase. Com a conclusão de 89% das obras civis, o cronograma prevê que as duas Casas de Força entrem em operação ainda no primeiro semestre de 2016. Além disso, a obtenção da Licença de Operação, a conclusão do barramento do Rio Xingu com 18 vãos e a finalização da segunda fase do desvio do Rio Xingu permitiram que a Norte Energia iniciasse o enchimento dos reservatórios que abastecerão as turbinas para a geração de energia.A UHE Belo Monte é hoje a maior obra em construção no Brasil. Os grandes números são prova disso: de 2011 a 2015, a Usina demandou 3.003.320 metros cúbicos de concreto, 698.988 toneladas de cimento, 127.596 toneladas de aço e o uso de 4.500 máquinas pesadas para auxiliar nas obras civis e na montagem eletromecânica. O processo de concretagem, que utiliza parte desse material e máquinas, é fundamental para a montagem dos componentes como as turbinas e geradores, que são integrados às estruturas da obra civil, tanto no Sítio Belo Monte, onde está localizada a Casa de Força Principal – responsável por 97% da geração de energia do empreendimento –, quanto no Sítio Pimental, Casa de Força Complementar, responsável por 3% da energia a ser gerada.Os avanços na montagem eletromecânica da UHE Belo Monte foram significativos em 2015 e exigiram um esforço adicional da mão de obra contratada. Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários do consórcio montador e de suas subcontratadas em empregos diretos. Devido ao ritmo acelerado da obra, em dezembro do ano passado os colaboradores da montagem já haviam montado 49,7 mil toneladas de equipamentos.Por meio de dezenas de vistorias técnicas e de mais de duzentos documentos enviados ao IBAMA de Janeiro a novembro de 2015 – que resultaram na Licença de Operação –, a Norte Energia comprovou o cumprimento das ações do Plano Básico Ambiental (PBA) e de suas obrigações legais, mantendo

o compromisso com o desenvolvimento sustentável. Para isso, a Companhia seguiu rigorosamente o cronograma das condicionantes e já executou a maioria dos programas previstos no PBA, além de ter concluído obras estruturantes do PBA-Componente Indígena. Do montante previsto para as ações socioambientais, a Norte Energia já investiu cerca de R$ 3,9 bilhões.A consciência quanto ao seu papel, ao impacto de suas atividades e, por consequência, à sua responsabilidade socioambiental levaram a Companhia a destinar 13% do valor total do empreendimento a ações compensatórias. No início do projeto, a Companhia previa investir R$ 3,2 bilhões nas ações socioambientais. Em valores corrigidos, esse aporte chegará a mais de R$ 4,6 bilhões.A Norte Energia vem participando efetivamente do desenvolvimento da região do empreendimento com melhoria substancial da infraestrutura local. Por isso, como parte do PBA da Usina, a Companhia concluiu em 2015 uma série de ações voltadas para a saúde, o saneamento básico, a educação e o bem-estar das comunidades locais. Graças a essas ações, os casos de malária tiveram redução de 98% nos cinco municípios que constituem a Área de Influência Direta (AID) da Usina, se comparados aos índices de 2011. Foi também nesses cinco municípios que a Norte Energia concluiu 30 Unidades Básicas de Saúde e 54 obras de educação.Na área ambiental, a Companhia atuou para o cumprimento das condicionantes gerais e das 23 condicionantes ambientais específicas constantes na Licença de Instalação do empreendimento, concedida pelo IBAMA em 2011. Para isso, foram desenvolvidos diversos programas voltados à conservação da fauna e da flora locais, de modo a assegurar que os impactos ambientais do empreendimento sejam minimizados.Destaque importante cabe aos valores destinados ao Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), cujos investimentos envolvem 12 municípios da região da UHE Belo Monte. O PDRSX é composto por um Comitê Gestor, formado por membros dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de representantes da sociedade civil, que decidem sobre os projetos e ações

que receberão os recursos anuais, conforme as regras do edital. Mais de R$ 218 milhões já foram aprovados e investidos em obras, projetos, equipamentos e insumos definidos nas Câmaras Técnicas do Plano.A UHE Belo Monte está sendo construída dentro do seu Plano de Negócios, aprovado pelas instâncias de governança da Norte Energia. Além disso, as Demonstrações Financeiras anuais da Companhia são auditadas e aprovadas por uma auditoria externa independente e por todas as instâncias de governança da Norte Energia S/A. Ainda em 2015, a Companhia contratou uma segunda empresa de auditoria para que verificasse todos os processos envolvidos nos maiores contratos da Companhia.De acordo com o cronograma inicial da obra, a Casa de Força Complementar da Usina deveria entrar em operação em 2015. No entanto, casos fortuitos e de força maior, como ações judiciais, perda da janela hidrológica, greves e invasões aos sítios da obra, impediram o avanço normal das obras e se caracterizam como excludentes de responsabilidade do empreendedor. Um documento contendo essas explicações está em análise pelo Ministério de Minas e Energia.Para 2016, é essencial que a Companhia inicie a operação da Usina, gere energia e continue a conquistar bons resultados. A UHE Belo Monte, quando concluída, em 2019, contribuirá com uma garantia física de 4.571 MW médios no Sistema Interligado Nacional (SIN), energia suficiente para suprir o consumo aproximado de 60 milhões de pessoas nos atuais padrões de consumo no Brasil. O empreendimento é vital ao desenvolvimento do nosso país e, por isso, agradecemos a todos que participam da sua construção: acionistas, colaboradores, agentes financiadores, agentes públicos, fornecedores e comunidade da região do Xingu.

Duilio Diniz de Figueiredo Sidney do Lago JúniorDiretor-Presidente da Norte Energia Presidente do Conselho de Administração

MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃOASSESSORIASEm 2015, a Norte Energia reformulou as assessorias ligadas à Presidência da Companhia. A Assessoria de Planejamento e Gestão Orçamentária foi mantida e continuou a monitorar o andamento dos projetos da UHE Belo Monte por meio do Sistema de Gestão de Projetos (SGP). O cumprimento das condicionantes exigidas pelo IBAMA, após a Licença de Operação concedida pelo órgão, são o foco dessa Assessoria. Ela trabalha também na elaboração do Relatório de Acompanhamento Mensal, enviado ao Conselho de Administração, e na coordenação do Grupo de Trabalho do Orçamento.A Assessoria de Regulação passou a ser chamada de Assessoria Técnica em 2015. Ela manteve o acompanhamento dos órgãos reguladores e de suas exigências para o desempenho das atividades da Companhia, com o objetivo de garantir o cronograma para o início da operação da Usina. Para isso, a Assessoria mantém contato regular com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A fim de conferir mais transparência ao avanço das obras civis em Belo Monte, antes mesmo da criação da Assessoria Técnica, a Norte Energia notificava a Aneel sobre possíveis intervenções e paralisações na obra. Desde fevereiro de 2013 são enviados periodicamente comunicados de ações judiciais, greves de funcionários, bem como de invasões aos locais da obra. São casos fortuitos ou de força maior que impedem o avanço normal das obras e não são de responsabilidade do empreendedor. Em 2015, essa Assessoria monitorou, junto ao ONS, os dados necessários para acesso ao SIN, em conformidade com os procedimentos de rede do Sistema. Outras ações da área técnica foram o envio periódico de comunicados sobre o andamento das obras ao MME e o acompanhamento dos processos no DNPM, que envolvem a liberação de áreas para o projeto de Belo Monte. Em 2015, a Norte Energia criou uma nova Assessoria, a de Comercialização, que, com o suporte do Comitê de Regulação e Comercialização e com as demais áreas da Companhia, iniciou a implantação dos processos de comercialização de energia. A Assessoria trabalhou no desenvolvimento do módulo de vendas e distribuição no Sistema Integrado de Gestão Empresarial, o SAP. Outra ação dessa Assessoria recém-criada foi o cadastro da energia comercializada junto à CCEE.A melhoria constante dos processos de gestão da Companhia tem como objetivo garantir maior eficácia à transição pela qual a empresa passará em 2016: da fase pré-operacional para a operacional, quando a Norte Energia iniciará a operação da UHE Belo Monte e comercializará a energia gerada.

2.1.3. CONSELHO FISCALAtuando em caráter permanente, o Conselho Fiscal da Norte Energia desempenha a função de órgão fiscalizador dos atos de gestão. É composto por cinco membros e suplentes em igual número, eleitos pela Assembleia Geral. O Conselho Fiscal analisa as demonstrações financeiras e opina sobre planos de investimentos, entre outras atribuições.Ao final de 2015, a Companhia contava com cinco conselheiros fiscais, os quais realizaram nove reuniões ao longo do ano.

CONSELHO FISCAL (31 de dezembro de 2015)

Conselheiros MembroJésus Alves da Costa Presidente Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta ConselheiraFernando Paes Carvalho ConselheiroHailton Madureira de Almeida ConselheiroMarcos Célio Santos Nogueira Conselheiro

2.2. APOIO À GOVERNANÇA

2.2.1. AUDITORIA INTERNAAo longo de 2015, a Auditoria Interna da Norte Energia continuou trabalhando no modelo de gestão de riscos corporativos, baseado no COSO ERM (padrão mundial) e na Norma ISO 31000. Com isso, a Companhia consolidou a Matriz de Riscos, iniciada em 2013, que identifica, avalia e audita os processos operacionais com maior risco e impacto nos resultados.Paralelamente a esse trabalho da Auditoria Interna, a Norte Energia vem trabalhando no desenvolvimento de uma Matriz de Riscos Corporativa, com o intuito de agir preventivamente e mitigar possíveis impactos nos seus objetivos.Ainda em 2015, a Auditoria Interna da Companhia aprovou e lançou o Código de Conduta Ética da Norte Energia, baseado nas boas práticas de governança e na legislação vigente, em especial na lei anticorrupção. A fim de reafirmar seu compromisso com as boas práticas de gestão, a Norte Energia produziu, ainda, um Manual de Compliance e revisou seus normativos internos, que deverão ser aprovados e lançados em 2016. A Companhia criou uma Comissão de Ética e um Canal de Denúncias, com seus respectivos regulamentos, também em fase de aprovação pelos órgãos diretivos.

2.2.2. AUDITORIA EXTERNAA divulgação dos resultados da Norte Energia obedece às normas internacionais de contabilidade definidas pela International Financial Reporting Standards (IFRS). Os resultados passam, regularmente, pelo crivo de uma auditoria externa. As Demonstrações Financeiras do exercício de 2015 foram auditadas pela PriceWaterhouseCoopers.Este foi o primeiro ano em que as Demonstrações Financeiras foram auditadas pela PriceWaterhouseCoopers. A EY foi responsável pela auditoria nos três anos anteriores. A Norte Energia adota esse rodízio de auditores para reforçar o compromisso com a transparência e a credibilidade de seus processos contábeis e fiscais.

2.2.3. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIALPara garantir uma gestão mais eficiente, a Norte Energia utiliza o Sistema Integrado de Gestão Empresarial, conhecido como R/3 SAP, que foi implementado em outubro de 2012 e consolidado ao longo dos últimos anos. Esse sistema garante que a Companhia atinja, de forma efetiva, seu objetivo de garantir integridade, confidencialidade, transparência, redução de custos e competitividade. O SAP fornece informações em tempo hábil para tomadas de decisão, tanto pelos gestores quanto pelos acionistas. A geração direta, pelo SAP, do arquivo da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é exemplo dessa eficiência. O documento é exigido pela Receita Federal desde 2014, após alteração da legislação tributária relativa ao imposto sobre a renda da pessoa jurídica. O Sistema Integrado é dividido em módulos e suporta todos os processos de formação e gestão de ativos, alinhados com as regras societárias, regulatórias (em conformidade com a Resolução Aneel no 367/2009) e fiscais, proporcionando à alta administração uma visão clara e inequívoca dos processos organizacionais, com foco na eficiência operacional e financeira. Em 2015, a Companhia implementou um novo módulo: o de vendas e distribuição, que acompanha e controla o faturamento da venda de energia.Outro avanço nesse sentido foi a consolidação, a partir de 1º de janeiro de 2015, do plano de contas da Companhia, que seguiu a nova resolução normativa da Aneel para o setor elétrico. A adequação do plano de contas começou ainda em 2014.O trabalho da Norte Energia no aprimoramento dos processos de gestão tem como um de seus principais resultados um novo modelo de orçamento, que permite controlar investimentos e despesas com mais precisão e segurança. Para implementar esse modelo, a Companhia formou, em 2013, o Grupo de Trabalho do Orçamento, liderado pela Presidência e composto por colaboradores de diferentes áreas. Essa ação possibilitou o mapeamento de todos os processos que envolvem o orçamento da Norte Energia e criou uma lista de mais de 30 mil itens de compra para controle da Companhia.

CAPÍTULO 3A obra

A conclusão de etapas importantes da construção da UHE Belo Monte e a obtenção da Licença de Operação foram as principais conquistas da Norte Energia em 2015. O avanço significativo das obras civis e da montagem eletromecânica vai possibilitar a entrada em funcionamento das primeiras turbinas da Usina no primeiro semestre de 2016. As obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte seguiram em ritmo acelerado ao longo de 2015, sendo que 89% do projeto está concluído. O início da operação comercial da Usina será ainda no primeiro semestre de 2016, conforme cronograma.Em 2015, cerca de 12 mil empregados contratados pelo Consórcio executor trabalharam nas obras em Belo Monte – número 40% menor em relação a 2014, quando mais de 20 mil trabalhadores estavam em atividade. Essa redução já estava prevista, pois grande parte das obras foi concluída. O grande desafio da Norte Energia na fase pré-operacional do empreendimento foi manter a obra em conformidade com o cronograma. Em 2015, destacam-se etapas cruciais já concluídas. Quando os trabalhos de montagem das turbinas forem finalizados, em 2019, a Usina funcionará com duas Casas de Força. A Principal, com 18 Unidades Geradoras, erguida no Sítio Belo Monte, terá potência instalada de 11 mil megawatts. A outra Casa de Força é a Complementar. Erguida no Sítio Pimental, terá seis Unidades Geradoras com capacidade de gerar 233,1 megawatts.OLHO DESTAQUEDe 2011 a 2015, a UHE Belo Monte demandou 3.003.320 metros cúbicos de concreto, 698.988 toneladas de cimento e 127.596 toneladas de aço.No total, a UHE Belo Monte inundará uma área de 478 quilômetros quadrados no estado do Pará: 238 quilômetros quadrados no município de Altamira, 239,2 quilômetros quadrados em Vitória do Xingu e 0,8 quilômetro quadrado em Brasil Novo. Para diminuir o impacto ambiental e socioeconômico decorrente da inundação, a Norte Energia tomou uma série de medidas.A Companhia seguirá a exigência da Agência Nacional de Águas (ANA) de manter uma vazão mínima no Rio Xingu, visando à manutenção da qualidade da água e a navegabilidade no trecho conhecido como Volta Grande do Xingu. Com cerca de 100 quilômetros de extensão, esse trecho terá um nível de água variável ao longo dos anos de geração, já que a Norte Energia controlará a vazão por meio do barramento em Pimental. Outra medida foi a opção pelo projeto de usina a fio d’água – que não possui reservatório de acumulação e opera em quedas de água.Marcos da obraJaneiro: chegada do rotor da Unidade Geradora 2, da Casa de Força Principal. O rotor pesa 320 toneladas e foi produzido em Manaus (AM).Fevereiro: chegada do rotor da Unidade Geradora 1, também da Casa de Força Principal. Pesando 320 toneladas, o rotor foi produzido em Taubaté (SP).Março: descida do pré-distribuidor da Unidade Geradora 4, da Casa de Força Principal.Maio: descida do estator do gerador da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal.Junho: início das obras do desvio do Rio Xingu, referente à segunda fase dos trabalhos.Agosto: fechamento da ensecadeira (pequena barragem provisória) de montante (rio acima), no vão entre a Ilha da Barra e a margem direita do Rio Xingu.Agosto: descida do rotor da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal.Outubro: descida do primeiro rotor do gerador da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. A peça é a mais pesada da obra, com 1,2 mil toneladas, 2,5 metros de altura e 18,7 metros de diâmetro. Foi realizada também a descida do estator da Unidade Geradora 2, da Casa de Força Principal.Novembro: emissão da Licença de Operação, concedida pelo IBAMA, e início do enchimento do Reservatório Principal da UHE Belo Monte. Conclusão do revestimento do Canal de Derivação da UHE Belo Monte e lançamento da última virola do conduto forçado da Unidade Geradora 1, da Casa de Força Principal. Conclusão da escavação e do revestimento do Canal de Derivação e de todos os diques.Dezembro: abertura das comportas do Canal de Derivação, dando início ao enchimento do Reservatório Intermediário.

3.1. PREPARAÇÃO PARA A FASE OPERACIONALEm agosto de 2015, a Norte Energia concluiu uma etapa fundamental para iniciar a fase operacional do empreendimento: o desvio do Rio Xingu. Essa ação fez com que todo o fluxo das águas do Xingu passasse a fluir através do vertedouro, construído no Sítio Pimental. Após a conclusão do desvio, a Companhia realizou monitoramentos constantes da qualidade da água e também da vazão do rio, em conformidade com as exigências da ANA e com o planejamento da obra.O principal marco de 2015 para o início da fase operacional foi a conquista da Licença de Operação. Concedida pelo IBAMA no dia 24 de novembro, a licença permitiu o início do enchimento dos reservatórios. Assim, logo após a emissão da Licença, a Norte Energia fechou as comportas do vertedouro do Sítio Pimental, já com o desvio do rio concluído, e iniciou o Plano de Enchimento dos Reservatórios (PER). Ainda em novembro, a Companhia encheu o Reservatório Principal, também chamado de Reservatório do Rio Xingu.

A fase de implantação do empreendimento tem sido marcada pelo diálogo constante e pela transparência da concessionária com a comunidade local, que acompanha de perto o cumprimento das ações sociais e ambientais. A Licença Prévia da UHE Belo Monte foi concedida pelo IBAMA no dia 1º de fevereiro de 2010, tendo como um dos requisitos a realização de audiências públicas, que reuniram cerca de oito mil participantes.A Licença Prévia, conforme o nome indica, é o aparato legal que exige o cumprimento das condicionantes iniciais do empreendimento. Dessa forma, a Norte Energia produziu periodicamente relatórios que foram submetidos à avaliação do IBAMA, informando a evolução das ações solicitadas por essas condicionantes. O atendimento inicial a esse conjunto de ações exigidas na Licença Prévia garantiu à Norte Energia, ainda em 2011, a Licença de Instalação, concedida pelo mesmo órgão, para o início das obras. As condicionantes da Licença Prévia complementam o conjunto de propostas presentes no Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), consolidadas em 117 projetos, que abrangem as áreas de gestão ambiental e institucional, meio físico, meio biótico e meio socioeconômico.As ações compensatórias vão da preservação e do remanejamento da flora e da fauna até a construção de redes de saneamento básico, hospitais e escolas. Para isso, a Norte Energia se comprometeu a investir R$ 3,7 bilhões ao longo do período de implantação da Usina. Esse valor correspondia a 13% do valor total do empreendimento – R$ 25,8 bilhões – orçado no leilão de concessão, em abril de 2010. Do montante investido em ações socioambientais, R$ 500 milhões serão aportados no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX). Esse Plano conta com a participação de 15 representantes dos governos federal, estadual e dos municípios da região da UHE Belo Monte e de 15 representantes da sociedade civil, que, através das câmaras técnicas e do Comitê Gestor, decidem como e onde os recursos serão aplicados.Por meio dessas ações, a Companhia reitera o compromisso de respeitar o território e a cultura da comunidade local e dos povos indígenas. Com foco no atendimento aos direitos e demandas de toda a população afetada pelo empreendimento, a Norte Energia elaborou um Projeto Básico Ambiental (PBA), que envolve as condicionantes relacionadas à comunidade local, e um projeto específico, direcionado ao componente indígena (PBA-CI), aprovado em 2012 pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Essas iniciativas corroboram o entendimento e o respeito da Norte Energia em relação à população da região.Após comprovar o cumprimento de suas obrigações legais, mantendo o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a Norte Energia conquistou, em novembro de 2015, a Licença de Operação que viabiliza o início da geração de energia. Para isso, a Companhia cumpriu o cronograma das condicionantes e já desenvolveu a maioria das ações previstas no PBA, além de ter concluído obras estruturantes do PBA-CI. Do montante previsto para as ações socioambientais, a Companhia já investiu cerca de R$ 3,9 bilhões, incluindo as condicionantes ambientais, as ações nos municípios e as ações do componente indígena.

CAPÍTULO 2Governança corporativa

A estrutura corporativa da Norte Energia é formada por Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal. Baseada na ética e na transparência para a gestão de seus negócios, a Companhia lançou, em 2015, um Código de Conduta Ética, baseado nas boas práticas de governança e na legislação vigente, com foco na Lei 12.846, de agosto de 2013.

A Norte Energia baseia seu modelo de gestão na transparência e na sustentabilidade de seus negócios e, por isso, busca aprimorar constantemente suas práticas de governança corporativa. A Companhia adota uma série de ações que asseguram a conduta ética dos negócios, bem como o compartilhamento de decisões.A estrutura de governança da Norte Energia é formada pelo Conselho de Administração, pela Diretoria e pelo Conselho Fiscal. O Conselho de Administração é assessorado por oito Comitês, compostos por representantes dos acionistas. A Companhia presta contas periodicamente acerca de suas atividades e desempenho, apresentando dados revisados por auditoria externa permanente. Nesse sentido, a divulgação de resultados da Norte Energia segue as normas internacionais de contabilidade definidas pela International Financial Reporting Standards (IFRS).

2.1. ÓRGÃOS DE GOVERNANÇA

2.1.1. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOResponsável por definir as estratégias de longo prazo da Norte Energia, o Conselho de Administração acompanha a execução pela Diretoria das ações estabelecidas e toma decisões sobre temas relevantes no âmbito dos negócios, em consonância com as atribuições conferidas pelo Estatuto Social da Companhia.O Conselho é composto por, no máximo, 12 membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assembleia Geral. Ao final de 2015, a Companhia contava com 10 Conselheiros de Administração, eleitos em Assembleia Geral Ordinária, realizada no mês de abril, para mandatos unificados de dois anos. Ao todo, o Conselho de Administração reuniu-se 24 vezes em 2015.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (31 de dezembro de 2015)

Nome CargoSidney do Lago Júnior Presidente Antônio Augusto de Miranda e Souza ConselheiroAntônio José Ribeiro Neto ConselheiroFernando Henrique Schuffner Neto ConselheiroJosé Ailton de Lima ConselheiroMaurício Muniz Barretto de Carvalho ConselheiroMoacir Carlos Bertol ConselheiroOrlando Vieira Sampaio Júnior ConselheiroSolange Maria Pinto Ribeiro ConselheiraWadi Charone Junior Conselheiro

COMITÊS DE APOIO AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOOito comitês, dos quais participam representantes de cada acionista, apoiam o Conselho de Administração da Norte Energia na definição de diretrizes estratégicas e operacionais sobre temas específicos. São eles:Comitê FinanceiroResponsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços financeiros e de estudos e propostas requeridos pelo Conselho de Administração relativos a serviços financeiros.Comitê TécnicoResponsável pela análise dos processos de seleção dos fornecedores de engenharia, fornecimento e construção, e dos relatórios de avanços das obras civis, de fornecimento e de montagem.Comitê de Meio AmbienteResponsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços de meio ambiente e dos relatórios de avanço no cumprimento das condicionantes ambientais.Comitê de Gestão e RemuneraçãoResponsável pela análise dos processos de seleção de fornecedores de serviços administrativos e de políticas de remuneração e benefícios.Comitê de Saúde e SegurançaResponsável pela análise das políticas de saúde e de segurança do empreendimento e dos relatórios relativos a esses assuntos.Comitê de AuditoriaResponsável pela análise das políticas do plano anual de auditoria da Companhia, dos relatórios das auditorias externas e das demonstrações contábeis e respectivos pareceres.Comitê de Regulação e Comercialização Responsável por acompanhar e elaborar estudos, pareceres e notas técnicas sobre a regulamentação do setor elétrico, as regras de comercialização vigentes e suas alterações. Comitê de Seguros Responsável por assessorar o Conselho de Administração no processo de contratação e gestão de apólices de seguro.

2.1.2. DIRETORIA A Diretoria da Norte Energia é composta por sete áreas: Presidência, Construção, Financeira, Fornecimento e Montagem, Gestão, Relações Institucionais e Socioambiental. Todos os diretores são eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de dois anos. Assim como no Conselho, a reeleição é permitida.

DIRETORIA (31 de dezembro de 2015)

Nome CargoDuilio Diniz de Figueiredo Diretor-Presidente Antonio Kelson Elias Filho Diretor de Construção

Clarice CoppettiDiretora de Relações Institucionais/Financeira (em exercício)

José de Anchieta dos Santos Diretor SocioambientalMarco Antonio Martins Fonseca Diretor de GestãoWellington Lopes Ferreira Diretor de Fornecimento e Montagem

CAPÍTULO 1Perfil corporativo

A Norte Energia S/A é responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte e conquistou, em 2015, a licença para iniciar a geração de energia. Esse é um grande marco para a Companhia e o início da transição da fase de obras para a operação efetiva do empreendimento. Belo Monte é a maior usina hidrelétrica em construção no mundo e quando estiver pronta, em 2019, produzirá energia suficiente para suprir a demanda de 18 milhões de residências – considerando os atuais padrões de consumo no Brasil.Constituída como Sociedade de Propósito Específico, a Norte Energia S/A venceu o leilão de concessão, em abril de 2010, e tornou-se responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHE Belo Monte). O empreendimento tem uma capacidade instalada de 11.233,1 MW de energia, sendo 4.571 MW médios de garantia física. Em novembro de 2015, a Companhia conquistou a Licença de Operação da Usina, concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o que permite iniciar a geração de energia. Ao assumir o desafio de construir e operar a UHE Belo Monte, a Norte Energia firmou o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país, por meio da geração de energia elétrica limpa, renovável, confiável e a preço justo, utilizando o potencial hidrelétrico do Rio Xingu. A Usina é integrante, entre as obras prioritárias, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e trará maior segurança para o Sistema Interligado Nacional (SIN), em função, principalmente, do melhor aproveitamento das diferenças hidrológicas de cheia e seca registradas nas regiões do Brasil.O prazo de concessão da Usina, definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é de 35 anos. Em 2015, as atividades da Norte Energia continuaram distribuídas entre Brasília (DF), onde fica a sede administrativa da empresa; Altamira (PA), município-polo da região do empreendimento, e Vitória do Xingu, município onde estão os canteiros de obra. Ao final do ano, 347 colaboradores integravam o quadro funcional próprio e mais de 16 mil trabalhadores atuavam nas obras e na montagem das turbinas.

1.1. O EMPREENDIMENTOA capacidade instalada de 11.233,1 MW e a quantidade média de geração de energia de 4.571 MW fazem da UHE Belo Monte a maior hidrelétrica 100% brasileira e a quarta maior no mundo. A energia gerada pela Usina será destinada ao SIN, através de cinco linhas de transmissão, e será comercializada da seguinte forma: 70% no mercado regulado, para 17 estados, por meio de 27 distribuidoras; 10% para autoprodutores, sócios da Norte Energia, e 20% para o mercado livre.A conclusão da UHE Belo Monte, com a instalação da última das 24 turbinas do empreendimento, está prevista para janeiro de 2019. Já as primeiras turbinas entrarão em operação no primeiro semestre de 2016, nas Casas de Força Complementar e Principal. Para explorar esse potencial hidrelétrico, um bem considerado público, a Norte Energia recolherá à União o valor anual de R$ 16,6 milhões, a título de Uso de Bem Público (UBP). Somado a isso, a partir do início da geração será paga a Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFURH), que em valores atuais atinge o montante de R$ 238 milhões anuais – a serem pagos aos municípios abrangidos pelo reservatório da Usina, ao estado do Pará e à União. Conforme as regras do setor elétrico brasileiro, a Companhia também destinará valores para pesquisa e desenvolvimento.Com o intuito de reduzir o impacto ambiental do empreendimento, o projeto foi licitado considerando a operação da Usina a fio d’água. Assim, Belo Monte terá reservatórios com área total de 478 km2, dos quais 274 km2 correspondem ao leito original do Rio Xingu no período da cheia. Em comparação com o projeto original da década de 1980, a área de inundação foi reduzida em 61%.

Usina a fio d’águaEsse tipo de usina não possui reservatório de acumulação, operando praticamente em queda de água constante em uma região com grande desnível natural – no caso da UHE Belo Monte, o desnível é de aproximadamente 100 metros. Assim, sua produção de energia varia de acordo com o regime hídrico do rio. A opção por uma usina a fio d’água, como Belo Monte, abre mão de parte do potencial energético do Rio Xingu para manter as populações indígenas em suas terras e o uso dos recursos do rio pelas comunidades ribeirinhas. A Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, por exemplo, tem potência para gerar 14 mil MW e uma área inundada de 1.350 mil km2. Já Belo Monte inundou uma área 2,8 vezes menor que essa, de 478 km2, e possui capacidade instalada de 11.233,1 MW.

Evolução do projeto1975 – A Eletronorte inicia os estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu. Foi realizado o primeiro mapeamento do rio e o projeto de localização de barramentos.1980 – Concluído o inventário, começam os estudos para a construção do Complexo Hidrelétrico de Altamira, com as usinas Babaquara (6,6 mil MW) e Kararaô (11 mil MW) – esta segunda daria origem à UHE Belo Monte. Segundo o estudo daquele período, as usinas exigiriam deslocamento de 7 mil índios, de 12 terras indígenas.1989 – Conclusão dos primeiros estudos de viabilidade da UHE Belo Monte. Divergências acerca do impacto socioambiental levam à suspensão do financiamento da obra.1994 – Revisão dos Estudos de Viabilidade, com diminuição da área inundada e garantia de não inundação das terras indígenas.2002 – Apresentação de novos levantamentos à Aneel. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é paralisado a pedido do Ministério Público.Julho de 2005 – O Congresso Nacional autoriza a Eletrobras a completar o EIA.Agosto de 2005 – A Eletrobras e as construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht assinam acordo de Cooperação Técnica para a conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Socioambiental da UHE Belo Monte.Janeiro de 2006 – A Eletrobras solicita ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a abertura do processo de licenciamento ambiental prévio. Começa a ser elaborado o EIA.Março de 2006 – O IBAMA realiza a primeira vistoria técnica na área do projeto.Agosto de 2007 – O IBAMA realiza vistoria técnica e reuniões públicas nos municípios de Altamira e Vitória do Xingu para discutir o Termo de Referência para o EIA.Dezembro de 2007 – O IBAMA emite o Termo de Referência para o EIA.Julho de 2008 – O Conselho Nacional de Política Energética define que o único potencial hidrelétrico a ser explorado no Rio Xingu será o da UHE Belo Monte. A Aneel aprova a atualização do Inventário com apenas a UHE Belo Monte na bacia do Rio Xingu.Março de 2009 – A Eletrobras solicita a Licença Prévia.Abril de 2009 – O IBAMA realiza nova vistoria técnica na área do projeto.Maio de 2009 – O EIA e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) são entregues ao IBAMA. Fevereiro de 2010 – O IBAMA concede a Licença Prévia da obra. Em contrapartida, faz 40 exigências de adequação, que, na época, adicionaram R$ 1,5 bilhão ao custo da construção.Abril de 2010 – O Governo Federal realiza o leilão de concessão para a construção e operação da UHE Belo Monte por 35 anos.Junho de 2011 – O IBAMA emite a Licença Ambiental nº 795/2011, que permite o início das obras da UHE Belo Monte. Nesta mesma data, as obras são iniciadas.Novembro de 2015 – O IBAMA concede a Licença de Operação da Usina.

1.2 ENERGIA LIMPA E SUSTENTÁVEL A exploração do potencial hídrico do Rio Xingu com a finalidade de gerar energia só foi possível após a definição das diversas ações socioambientais que condicionam, legalmente, a construção e o início de operação da UHE Belo Monte. Por meio de 117 programas e projetos, a UHE Belo Monte assume papel estratégico na preservação ambiental, no desenvolvimento e na inclusão social dos 11 municípios da área de influência. Cinco desses municípios são da Área de Influência Direta (AID) – Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Outros seis se localizam na Área de Influência Indireta (AII): Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz e Uruará.

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Page 2: MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO - norteenergiasa.com.brnorteenergiasa.com.br/site/wp-content/uploads/2016/03... · Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários

4.4.2. VILA RESIDENCIAL DE TRABALHADORES Além do quadro funcional próprio, a Norte Energia possui colaboradores terceirizados que trabalham no Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) e no Consórcio Montador Belo Monte (CMBM) e somavam, no final de 2015, mais de 16 mil pessoas, alocadas nas obras e na montagem dos Sítios Belo Monte, Pimental, Canais e Diques. Para abrigar os colaboradores que não residem nos alojamentos, o empreendedor iniciou, em 2013, a construção de uma Vila Residencial com 2.187 casas, sendo que, ao final de 2015, aproximadamente 1.531 famílias estavam instaladas – no auge da obra da UHE Belo Monte, a Vila Residencial chegou a abrigar 2.587 famílias. Além de residências, a Companhia construiu uma escola, um hospital e um centro ecumênico para atender essa comunidade.No contexto de contratação de mão de obra, para assegurar o desenvolvimento local sustentável, a Norte Energia dá preferência, sempre que possível, à utilização de fornecedores e prestadores de serviços localizados na região de abrangência da UHE Belo Monte. Do total de trabalhadores do CCBM, por exemplo, 43% é do Pará. O Consórcio Montador prioriza a contratação de colaboradores das Regiões Norte e Nordeste, que somadas representam 85% do quadro funcional do CMBM.

CAPÍTULO 5Gestão ambiental

O cumprimento das condicionantes legais e a execução dos programas socioambientais ao longo dos quatro anos de projeto da Usina garantiram à Norte Energia a Licença de Operação. Entre janeiro e novembro de 2015, a Companhia enviou ao IBAMA 202 documentos que comprovaram a realização de todas essas ações.A preservação do meio ambiente baliza todas as ações da Norte Energia para construir e operar a UHE Belo Monte na região do Rio Xingu. Devido ao cumprimento das ações previstos no Projeto Básico Ambiental (PBA) e das condicionantes ambientais, a empresa recebeu, em novembro de 2015, a Licença de Operação, emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Com a Licença, a Companhia deu início a uma etapa crucial do empreendimento: o enchimento dos dois reservatórios da Usina. Essa conquista garante a continuidade dos trabalhos para que a UHE Belo Monte inicie a geração de energia ainda no primeiro semestre de 2016.O processo para a emissão da Licença de Operação gerou um total de 202 documentos, encaminhados ao IBAMA ao longo de 2015. O documento emitido pelo Instituto atesta que a Norte Energia cumpriu as 23 condicionantes ambientais exigidas pelo órgão. Além disso, a Norte Energia seguiu atendendo aos compromissos socioambientais definidos pelo PBA, composto por 117 projetos.

5.1. SUPRESSÃO VEGETALO processo de supressão vegetal nas áreas das obras civis e dos reservatórios da UHE Belo Monte foi concluído em 2015. Essa ação, que foi acompanhada por trabalhos de conservação, desmatamento e limpeza de áreas determinadas, evita que a vegetação alagada gere gases de efeito estufa, já que as plantas submersas emitem gás carbônico durante a decomposição. Ao todo, a Norte Energia suprimiu 20.905,03 hectares de vegetação, distribuídos entre as áreas de formação dos reservatórios e as áreas de obras civis. Durante o processo de supressão, o IBAMA emitiu autorizações com a delimitação de polígonos para os locais de trabalho da Companhia. Essa foi a maior intervenção relacionada à retirada de remanescentes de vegetação já realizada em empreendimentos hidrelétricos no Brasil.Em alguns trechos, a Norte Energia precisou aumentar as áreas programadas para supressão. Foi o caso da Ilha do Capacete, além de outras ilhas menores, na região do Reservatório Principal, o que levou a uma supressão final 3,2% acima do previsto.

5.1.2. DESTINAÇÃO CORRETA DA VEGETAÇÃODesde o início das obras, a Norte Energia desenvolve um programa específico para a destinação adequada da madeira originada da supressão. As árvores extraídas são divididas em três grupos: resíduos grossos (raízes), madeira reaproveitável e resíduos finos (galhadas e folhas das copas).A Companhia instalou duas serrarias para a produção de tábuas, vigas e pranchas e também para a produção, a partir das raízes das árvores, de carvão vegetal. Parte desses produtos é comercializada na região. No caso das madeiras protegidas, que não podem ser comercializadas, como a castanheira, por exemplo, a Norte Energia doa o material às prefeituras e às comunidades indígenas, além de utilizá-lo nas obras sociais promovidas pelo empreendimento.Em relação aos resíduos finos, que não têm valor comercial, a Companhia desenvolveu uma ampla pesquisa para definir a melhor destinação, simulando cenários diferentes: um deles foi o aterramento do material e o outro envolve a queima do resíduo e aterro das cinzas nas ilhas alagadas. A segunda opção foi considerada a de menor impacto ao meio ambiente, por gerar menor quantidade de gás carbônico. Ao comprovar, por meio de estudos, que a queima era o método menos prejudicial, a Norte Energia obteve licença do IBAMA para aplicá-la.O processo evita que os resíduos finos sejam transportados, por embarcações, das ilhas até as margens do Xingu. Além disso, a queima do resíduo fino nas ilhas garante que o fogo não se alastre e atinja outras regiões. A Norte Energia realizou a destinação adequada dos resíduos por meio das seguintes etapas:- Delimitação das unidades de queima controlada- Disposição de equipamentos e equipes de apoio- Resgate e afugentamento da fauna- Trabalho de equipes de brigadas de incêndio e apoio- Queima- Aterramento das cinzas e resíduos da queima- Aterramento do material não queimado

5.2. FAUNA E FLORAA Norte Energia é responsável por uma série de ações que visam à conservação da flora e da fauna na região onde está localizada a Usina. As iniciativas estão todas previstas no PBA, desenvolvido pela Companhia desde o início do projeto da UHE Belo Monte, em 2010. O Programa de Conservação dos Ecossistemas Terrestres, por exemplo, é uma dessas ações, que orienta as equipes da Norte Energia no resgate e no monitoramento de animais e plantas da região do Xingu.O resgate da fauna envolve 207 profissionais, entre técnicos e biólogos, que trabalham diariamente para monitorar uma área de 150 km2. Do começo das obras até o fim de 2015, foram resgatados 219.550 animais silvestres. Os animais saudáveis (93,68%) foram devolvidos ao habitat natural, enquanto os demais foram encaminhados a instituições científicas ou mantidos sob os cuidados do Centro de Estudos Ambientais (CEA) da Norte Energia. Cerca de 80% dos resgatados são répteis e anfíbios. A fauna acolhida pelo CEA passa por uma avaliação da equipe veterinária, que verifica as condições físicas. Se comprovada a boa saúde do animal, ele é encaminhado às áreas de soltura. Esses locais são previamente estudados e devem apresentar condições adequadas a cada espécie.Para avaliar as condições do meio biótico para a soltura e evitar a superpopulação de determinadas espécies, os técnicos mapeiam as áreas com a ajuda de aparelhos de geolocalização.

5.2.1. QUELÔNIOSA população de répteis, como tartarugas, cágados e jabutis, também conhecida como quelônios, é monitorada constantemente pela Norte Energia. A Companhia utiliza um sistema de radiotelemetria via satélite para acompanhar 10 tartarugas-da-amazônia na região do Tabuleiro do Embaubal e 10 tracajás (espécie de tartaruga) às margens do barramento do Sítio Pimental. Cada um desses animais é cadastrado e carrega em seu casco aparelho para rastreamento e análise dos hábitos de vida e de migração. Devido ao monitoramento da Norte Energia, constatou-se que muitas das tartarugas-da-amazônia deslocam-se por grandes distâncias. Elas saem da 6 do município de Almeirim, no Pará, e também da foz do Rio Negro, no Amazonas, para desovar no Tabuleiro do Embaubal. Já os tracajás são residentes da região do Xingu e reproduzem-se nas praias e nos barrancos próximos aos locais de alimentação.

5.2.2. ICTIOFAUNAA alteração do regime das águas é um dos impactos mais significativos na construção da UHE Belo Monte. Em razão disso, o monitoramento da ictiofauna, antes e depois das obras serem concluídas, é fundamental para a mensuração e a avaliação das alterações no ciclo das espécies de peixes afetadas pelo empreendimento. A Norte Energia desenvolve um conjunto de medidas para minimizar esse impacto, como a construção do Sistema de Transposição de Peixes (STP), concluído em 2015.Integrado à barragem do Sítio Pimental, o STP é um canal de 1,2 mil metros de extensão formado por degraus. Cada degrau dessa estrutura é um tanque que permite aos peixes avançarem a montante do rio, passando pela barragem para migração e desova. As principais espécies migratórias do Xingu são a pirarara, a cachorra-larga e o tucunaré. Outra medida relacionada à preservação da ictiofauna foi a construção de dois laboratórios vinculados à Universidade Federal do Pará (UFPA) para o monitoramento e o desenvolvimento de atividades voltadas a atender a população ribeirinha do Xingu. O foco desse trabalho está na promoção da pesca como fonte de renda dessa comunidade, respeitando-se as relações culturais envolvidas.Previstos no PBA, os dois laboratórios estão localizados no Campus da UFPA em Altamira. O Laboratório de Análise de Identificação de Espécies de Peixes entrou em operação em 2014 e o Laboratório para o Desenvolvimento de Técnicas para Criação de Peixes Ornamentais em Cativeiro e Aquário teve suas obras concluídas em 2014 e começou a funcionar em 2015. Com o intuito de armazenar as informações sobre o monitoramento da ictiofauna, a Norte Energia mantém um banco de dados sobre as espécies de peixes ornamentais, migratórias e para consumo da região do Xingu. O acompanhamento dos hábitos das espécies migratórias é feito por meio de um sistema de rastreamento de telemetria acústica e de rádio, o que permite identificar qualquer mudança no comportamento dos peixes.As espécies ornamentais são muito comuns na região da Volta Grande do Xingu e têm um alto valor de mercado. Por isso, esses peixes são constantemente capturados e comercializados pelas comunidades ribeirinhas. Com a diminuição da vazão da Volta Grande essa prática ficará ainda mais fácil. Para evitar a extinção de determinadas espécies, é preciso desenvolver a técnica de criação em cativeiro e replicá-la entre a comunidade – objetivo de um dos laboratórios.Desde o início da construção da UHE Belo Monte, já foram catalogadas 428 espécies de peixes. Dessas, 82 espécies são classificadas como de consumo e outras 33 como ornamentais. Já o monitoramento feito com as espécies migratórias contou com a captura, marcação e soltura de 401 peixes. Além disso, a Norte Energia já resgatou 192.432,65 quilos de peixes durante as atividades das equipes nos quatro Sítios construtivos. Os animais resgatados foram soltos no leito do Rio Xingu ou nos igarapés.

5.2.3. FLORAA Norte Energia também concentra esforços para a conservação da flora da região do Xingu e, para isso, elaborou o Projeto de Salvamento de Aproveitamento Científico da Flora. O projeto tem como objetivo o estudo, a catalogação, a produção e o cultivo de plantas resgatadas das áreas atingidas pela Usina. Até o momento, foram identificadas 835 espécies vegetais. Nas áreas de supressão e de coletas demarcadas, a Norte Energia resgatou 3.406.440 sementes e propágulos. Também foram resgatadas 201.923 espécies de plantas e plântulas, das quais 97,8% foram reintroduzidas na natureza.O projeto também produziu 84.746 mudas para recuperar áreas já degradadas e para o plantio em canteiros na região do Xingu. Além disso, a Companhia produziu 19.475 exsicatas (amostras desidratadas e conservadas de maneira sistemática e organizada) para fins científicos. Desse total, 17.191 foram enviadas a instituições de ensino e pesquisa.

Doação de mudasEm 2015, a Norte Energia iniciou a doação de 10,8 mil mudas nativas da região do Xingu para 296 famílias de agricultores que moravam em áreas atingidas pelos reservatórios e foram reassentadas. Até o fim de 2015, o projeto atendeu 172 famílias de agricultores beneficiários da Relocação Assistida – que consiste na liberação de cartas de crédito para aquisição de novas propriedades –, 20 famílias que possuem propriedade no trecho da vazão reduzida e 28 famílias que optaram pelo Reassentamento Rural Coletivo.

5.2.4. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTEComo medida compensatória para a formação dos reservatórios, ficou estabelecido que o entorno dos trechos inundados deverá formar uma faixa de Área de Preservação Permanente (APP) contínua de 500 metros. Isso equivale a aproximadamente 26 mil hectares, o que corresponde a cinco vezes a área de supressão vegetal para a implantação dos reservatórios. A Norte Energia está investindo R$ 124 milhões para a viabilização dessas novas Unidades de Conservação na região amazônica.Desde 1970, essa área do entorno dos reservatórios passa pelo processo de desmatamento, devido à ocupação por assentamentos rurais, o que resultou na supressão de 60% da floresta nativa da região. Como o processo de reflorestamento contará com mudas e espécies nativas oriundas do resgate da flora e da fauna, a área que está hoje muito fragmentada será restaurada, com a manutenção e a recuperação da biodiversidade original. O uso múltiplo dos reservatórios é contemplado no Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatórios Artificiais (Pacuera) e pelo Plano de Uso dos Reservatórios (PUR) – ambos elaborados de acordo com os requisitos da ANA.

5.3. QUALIDADE DA ÁGUACom o compromisso de garantir a manutenção da vida da fauna, da flora e das comunidades ribeirinhas do Xingu, a Norte Energia desenvolve um contínuo trabalho de monitoramento e conservação da qualidade da água do rio. Desde o início das obras, foram coletadas 7.229 amostras de água superficial para análise dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos nas comunidades Ilha da Fazenda, São Francisco, Aldeia Paquiçamba e Aldeia dos Maias. Além disso, do total de amostras, 99 foram coletadas dos igarapés de Altamira.Desde 2010, foram realizadas 2.034 medições de níveis de água subterrânea em poços e cacimbas em 151 pontos diferentes. A Norte Energia também coletou 810 análises de plantas aquáticas em 45 pontos diferentes, com o objetivo de avaliar a qualidade da água.

5.4. EDUCAÇÃO AMBIENTALComplementando todo o trabalho de conservação da flora e da fauna locais, a Companhia busca conscientizar e informar a população de toda a região sobre a importância da preservação do meio ambiente, além de realizar esse mesmo tipo de trabalho junto a todos os funcionários do consórcio construtor.As iniciativas de conscientização da comunidade fazem parte do Programa de Educação Ambiental (PEA), composto por uma série de ações, como campanhas socioeducativas, cursos de formação, palestras, apresentações teatrais, oficinas e visitas às famílias. Já as atividades voltadas para os funcionários do consórcio compõem o Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT). O projeto atende primeiramente técnicos, gestores e líderes de equipe, que, depois de receberem a capacitação, multiplicam o aprendizado entre os demais colaboradores.

4.1.3. SANEAMENTO BÁSICOCom foco na promoção do bem-estar social, a Norte Energia já contratou R$ 485 milhões em projetos de saneamento básico nos municípios da AID da UHE Belo Monte. Os investimentos foram destinados à implantação de redes de água e esgoto, que melhoram a qualidade de vida dos moradores da região e contribuem para o controle e a prevenção de doenças.Entre as obras de saneamento realizadas em 2015, destacam-se os sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário – que começaram a ser implantados pela Norte Energia em 2013, na cidade de Altamira, e já estão concluídos. Foram instalados 220 quilômetros de rede de esgoto e 170 quilômetros de rede de água potável, com oito reservatórios. Em 2015, a Norte Energia, em parceria com a prefeitura do município, iniciou o processo de ligação dos sistemas de abastecimento aos imóveis de Altamira. Na sede municipal de Vitória do Xingu, a Companhia concluiu a implantação de 9,8 quilômetros de rede de esgoto, além de 5,6 quilômetros de rede de drenagem de águas pluviais e 12,8 quilômetros de rede de água. O aterro sanitário local, também construído pela Norte Energia, já tem duas células em operação.Dois distritos de Vitória do Xingu também foram beneficiados pelas obras de saneamento básico:• Belo Monte: a Norte Energia concluiu 220 metros da rede de drenagem pluvial e 2,3 quilômetros da rede de esgoto sanitário do distrito.• Leonardo da Vinci: a Companhia implantou 9,8 quilômetros de rede de esgoto, 5,6 quilômetros de drenagem pluvial, 12,8 quilômetros de rede de água tratada e 5,8 quilômetros de pavimentação.No distrito de Belo Monte do Pontal, no município de Anapu, a Companhia concluiu 320 metros da rede de drenagem pluvial e 4,3 quilômetros da rede de esgoto sanitário.Três comunidades de Senador José Porfírio também receberam obras de saneamento desde o início das obras da UHE Belo Monte. Na comunidade da Ressaca, a Norte Energia concluiu 1,3 quilômetro de rede de água e 2,2 quilômetros de rede de esgoto. Na comunidade Ilha da Fazenda foram concluídas 28 fossas sépticas, 28 unidades de sumidouro e implantados três filtros biológicos. Já a comunidade Garimpo do Galo recebeu cerca de 558 metros de rede de esgoto e 483 metros de rede de água.

4.1.4. EDUCAÇÃOA Norte Energia vem reforçando a estrutura de educação nos cinco municípios da AID da UHE Belo Monte. Como parte do PBA do empreendimento, a Companhia concluiu 54 obras relacionadas à área até o fim de 2015. São 286 salas de aula construídas e reformadas e outras 106 ampliadas, beneficiando diretamente 23,2 mil alunos. As unidades de educação construídas e reformadas pela Norte Energia dispõem de refeitórios, banheiros, salas de leitura, laboratórios de informática, salas de apoio aos professores e quadras poliesportivas.A Companhia disponibiliza transporte escolar gratuito para os moradores dos novos bairros de Altamira. Ao todo, 2.203 estudantes são transportados diariamente. Outras 10 escolas estão com obras em andamento e duas com os projetos em fase de elaboração.

4.1.5. SEGURANÇADesde o início da obra da UHE Belo Monte, a Norte Energia já investiu cerca de R$ 100 milhões em segurança pública. As ações beneficiam 11 municípios da área de influência do empreendimento e estão previstas no termo de cooperação técnica e financeira firmado com o governo do Pará em maio de 2011 e renovado em 2015 por mais dois anos.Ao todo, serão aportados R$ 120 milhões. Os investimentos serão destinados, principalmente, a equipar a força policial local. Incluem, assim, compra e aluguel de equipamentos e materiais, como caminhonetes, motocicletas, guinchos, ônibus, lanchas, sistemas de rádio e de vídeo, monitoramento, algemas e coletes à prova de bala.

4.1.6. ASSISTÊNCIA SOCIALComo parte do Projeto Básico Ambiental, a Norte Energia realiza uma série de ações de assistência social, voltadas especialmente para as famílias reassentadas nos novos bairros e também para a população migrante. Em Altamira e Vitória do Xingu destacam-se os serviços do Núcleo de Atendimento Social e Psicológico às Comunidades Interferidas e ao Migrante.Os serviços são prestados por equipes técnicas qualificadas, que têm em seus quadros profissionais assistentes sociais, pedagogos e psicólogos. A equipe contratada faz visitas domiciliares às famílias que serão reassentadas e acolhem os migrantes que não conseguem trabalho.Assim, esses profissionais atendem e acompanham famílias e migrantes em situação de vulnerabilidade social ou risco pessoal. Desde o início do projeto, foram visitadas mais de 6 mil famílias, com 5.345 atendimentos a situações de vulnerabilidade, e cadastradas 65.414 pessoas no monitoramento da população migrante – desse total, 60% era efetivamente de migrantes.A construção da UHE Belo Monte atrai para os municípios da AID do empreendimento uma população migrante significativa, em sua grande maioria composta por pessoas do sexo masculino, aumentando a taxa de gravidez na região. A Norte Energia é ciente do impacto social decorrente da obra e monitora esse fluxo de pessoas, promovendo ações de assistência social para apoiá-las. Além do Núcleo de Atendimento citado acima, a Companhia desenvolve, em parceria com o Ministério Público Estadual, um projeto de reconhecimento de paternidade, que já resultou em 368 reconhecimentos.A Companhia promove, também, ações em parceria com outras entidades de classe e de diferentes setores, a fim de aprimorar o trabalho de inclusão e reinserção social da população diretamente afetada pelo empreendimento. Entre essas ações estão as parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA) para auxiliar na estruturação da produção de pequenos produtores rurais das comunidades do entorno do empreendimento. A Norte Energia realiza trabalhos de capacitação em parceria com a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) para estimular o empreendedorismo, preparar fornecedores e incentivar o desenvolvimento da economia local. Desde o início do projeto, já foram capacitadas 1.794 pessoas. ASSISTÊNCIA NOS NOVOS BAIRROSA Companhia desenvolve dois programas de assistência social nos novos bairros de Altamira. O programa Bairro Cidadão realizou 30.123 atendimentos e auxilia os moradores na emissão de documentos de identificação e na inscrição em cursos profissionalizantes. Já o Bairro Limpo, Responsabilidade de Todos recolheu 68 toneladas de resíduos.

4.2. COMPONENTE INDÍGENA R$ 260 milhões foram investidos no PBA-CI.As ações do PBA-CI são executadas em 11 Terras Indígenas e em uma Área Indígena, compostas por 34 aldeias, que ocupam uma área de 5 milhões de hectares.Nessas aldeias vivem 3 mil indígenas de nove etnias.O PBA-CI é dividido em 10 programas: Programa de Gestão Territorial Indígena Programa de Educação Escolar Indígena Programa Integrado de Saúde Indígena Programa de Atividades Produtivas Programa do Patrimônio Cultural Material e Imaterial Programa de Supervisão Ambiental Programa de Fortalecimento Institucional Programa de Infraestrutura Programa de Realocação e Reassentamentos Programa de Comunicação para Não Indígenas

Cada uma das 34 aldeias recebeu: Unidades Básicas de Saúde, escolas e casas de farinha. Além disso, a Norte Energia construiu 756 casas de moradia nessas aldeias.Das 13 condicionantes do IBAMA previstas na Licença Prévia da UHE Belo Monte, a Norte Energia atendeu 12 e a última delas está em andamento.A Companhia conta com 129 profissionais alocados na Gerência de Assuntos Indígenas, entre colaboradores diretos e terceirizados.JURUNASEm 2015, a Companhia adquiriu uma área de aproximadamente 2,3 mil hectares no município de Senador José Porfírio para atender a comunidade Jurunas. A aquisição recebeu a anuência da Fundação Nacional do Índio (Funai) e beneficiará 31 famílias que hoje vivem na aldeia Boa Vista.

4.3. ABERTA AO DIÁLOGOA Companhia divulga suas ações periodicamente, por meio de diversos canais: site institucional, informativos mensais, notas à imprensa, relatórios, campanhas publicitárias e educativas e redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. Todos esses meios de comunicação permitem que a Norte Energia aplique sua política de transparência e acesso à informação de forma democrática e inclusiva. O Projeto Conheça Belo Monte, iniciado em julho de 2014, também reflete a disposição da Companhia em se aproximar de diferentes públicos. Por meio dele, os visitantes podem conhecer a obra e compreender sua importância para o desenvolvimento do país. O Conheça Belo Monte é voltado principalmente aos moradores dos municípios do entorno do empreendimento, professores e alunos. Em visitas guiadas, feitas às quartas-feiras e aos sábados, monitores conduzem os visitantes pelos Sítios Belo Monte, Pimental, Canais e Diques e ao Centro de Estudos Ambientais (CEA) da Norte Energia. Desde o início do projeto, foram recebidos mais de 4 mil visitantes – público composto principalmente por estudantes das escolas públicas dos cinco municípios da AID: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Devido ao sucesso do Conheça Belo Monte, a Norte Energia criou um perfil exclusivo para o projeto no Facebook: /conhecabelomonte, que já conta com 4 mil curtidas.O contato de estudantes com o empreendimento gerou uma nova ação de relacionamento com a comunidade: o Concurso de Redação da UHE Belo Monte. Em sua segunda edição, o concurso contou com a participação de 630 alunos, de 43 escolas dos cinco municípios da AID. Os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio que participaram do Conheça Belo Monte em 2015 produziram textos sobre a Usina. Em dezembro, foram premiadas as duas melhores redações.

4.4. COLABORADORES Em dezembro de 2015, o quadro próprio de colaboradores da Norte Energia aumentou 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior – passando de 315 para 347 funcionários. Desse total, 287 colaboradores estavam alocados em Altamira (PA) e 60 em Brasília (DF). Esses números mostram que a Companhia manteve a maioria dos funcionários (83%) trabalhando junto às obras da Usina – quadro semelhante ao de 2014, quando 82% dos colaboradores estavam em Altamira. Veja a evolução do quadro funcional da Norte Energia em 2015 no gráfico abaixo.

A Companhia acredita que o trabalho e oferta de serviços depende da qualificação e do desempenho de seus profissionais. Por isso, a empresa se dedica a proporcionar oportunidades de desenvolvimento e capacitação, além de um ambiente de trabalho saudável. Em 2015, a Norte Energia investiu R$ 143.930 em capacitação e desenvolvimento profissional.

4.4.1. SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO Na Norte Energia, Saúde e Segurança no Trabalho (SST) é assunto prioritário. A fim de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores envolvidos na obra, a Companhia exige de todos os seus contratados e terceirizados o cumprimento da legislação e de todas as normas relativas à SST. Assim, processos e riscos presentes nos ambientes de trabalho são devidamente identificados, enquanto empregados, prestadores de serviço, fornecedores e visitantes da obra são orientados sobre medidas de prevenção e controle. Em 2015, a Companhia registrou o óbito de sete funcionários terceirizados.

Em dezembro, a Norte Energia iniciou o enchimento do Reservatório Intermediário, formado pelos Diques e ligado ao Reservatório Intermediário pelo Canal de Derivação. Os dois reservatórios, quando concluído o PER, serão mantidos na cota constante de 97 metros acima do nível do mar. Eles serão responsáveis por ativar as 24 turbinas da UHE Belo Monte.

3.2. AVANÇO DA OBRAA obra da Usina está avançando simultaneamente em quatro sítios: Belo Monte, Pimental, Canal de Derivação e Diques. Cada sítio tem uma função específica dentro da estrutura de geração de energia. Quando a obra for concluída, funcionarão de forma conjunta e complementar.O Sítio Pimental teve 99% das obras concluídas em 2015 e a previsão é de que comece a operar no primeiro semestre de 2016. Nesse Sítio foi realizado o barramento do Rio Xingu, próximo ao Reservatório Principal – local de retenção da água que irá abastecer as Unidades Geradoras Casa de Força Complementar, em Pimental, e também o Reservatório Intermediário, responsável por alimentar a Casa de Força Principal (Belo Monte).Já no Canal de Derivação foram concluídas, em 2015, as escavações em terra e rocha, o que resultou na extração total de 110 milhões de metros cúbicos de material para a formação do canal artificial, que tem 16 quilômetros de extensão, 300 metros médios de largura e 25 metros de profundidade. O revestimento do Canal também foi concluído, com a utilização de 4,4 milhões de metros quadrados de rocha processada para o piso e 2,7 milhões de metros quadrados de rochas nos taludes. Todo o material usado é proveniente do reaproveitamento das escavações na própria área da UHE. No Sítio Belo Monte, a Norte Energia concluiu 85% das obras. Esse Sítio é formado pelas estruturas do circuito de geração: a tomada d’água e a Casa de Força Principal. Um marco em 2015 foi a chegada dos rotores das Unidades Geradoras 1 e 2, que começaram a ser transportados em 2014 e saíram de Manaus (AM) e de Taubaté (SP). A partir do Sítio Diques – complexo de 28 diques que formam o Reservatório Intermediário – a água será levada para as 18 Unidades Geradoras da Usina. O Sítio, com 96% das obras concluídas, tem 27 milhões de metros cúbicos de aterro e o dique mais elevado possui 68 metros de altura. O local abriga também um dique de dois quilômetros de extensão e cinco milhões de metros cúbicos de aterro compactado.

3.3. MONTAGEMNo início de 2015, os rotores das duas primeiras Unidades Geradoras de Belo Monte chegaram à obra. Pesando 320 toneladas cada um, esses equipamentos saíram de Manaus (AM) e de Taubaté (SP) para compor as duas primeiras turbinas da Casa de Força Principal. No total, serão 18 Unidades Geradoras no Sítio Belo Monte, com capacidade para gerar 11 mil megawatts de energia.Os avanços na montagem eletromecânica na UHE Belo Monte em 2015 foram significativos e exigiram um esforço adicional da mão de obra contratada. Havia uma previsão de que, no pico da etapa de montagem, fossem gerados 2 mil empregos diretos, mas esse número mostrou-se insuficiente. Ao final de 2015, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários do consórcio montador e de suas subcontratadas.O mesmo aconteceu com a previsão do peso total de equipamentos que chegaram na obra ao longo de 2015. Ela foi subestimada. Em 2014, previa-se que a equipe do consórcio montador receberia 36 mil toneladas de equipamentos. Devido ao ritmo acelerado, ao final de 2015 a equipe de montagem já havia descarregado 49,7 mil toneladas de equipamentos.No Sítio Belo Monte, o avanço da montagem atingiu 21%. Com 320 toneladas, 8,5 metros de diâmetro e 5 metros de altura cada, os rotores das duas primeiras turbinas do Sítio Belo Monte chegaram à obra no início de 2015. Uma das peças foi instalada e transportada da área de montagem para o poço da turbina por meio de uma ponte rolante, com capacidade de carga de 800 toneladas. No total, 30.799 toneladas de equipamentos já foram montadas no Sítio da Casa de Força Principal do empreendimento.

Já no Sítio Pimental, a montagem chegou a 75% do total e a previsão é que a primeira turbina da Casa de Força Complementar entre em operação ainda no primeiro semestre de 2016. As seis turbinas tipo Bulbo que compõem o Sítio são menores, menos eficientes que as de Belo Monte e terão capacidade para gerar 233,1 megawatts de energia. Os colaboradores do consórcio montador já iniciaram a montagem de todas as seis turbinas. Até o fim de 2015, já haviam sido montadas 12.836 toneladas de equipamentos no Sítio Pimental.

3.4. SISTEMA DE TRANSPOSIÇÃO DE EMBARCAÇÕESInaugurado em 2013, no Sítio Pimental, o Sistema de Transposição de Embarcações (STE) manteve a operação em 2015 e se tornou obrigatório após a conclusão do desvio do Rio Xingu. O sistema permite transpor embarcações de até 35 toneladas e garante a navegabilidade do rio mesmo durante as obras de Belo Monte. A navegação ocorre entre a Volta Grande do Xingu e o trecho a montante (rio acima) da barragem do empreendimento. As embarcações de maior porte são transpostas pelo STE por içamentos. Cada içamento é composto por dois elevadores de embarcações (pórticos sobre pneumáticos), que retiram e recolocam os barcos na água em cada um dos dois píeres. Já as embarcações que possuem menos de seis toneladas são movimentadas em carretas rebocadas por tratores. Os píeres são ligados por uma pista de concreto de 700 metros de comprimento.O STE é gratuito desde o início do seu funcionamento e já estava previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA) da UHE Belo Monte. Em 2015, atendeu 16.885 usuários em 3.978 transposições. Desse total, 2.365 transposições foram de embarcações miúdas, 1.399 de embarcações de pequeno porte e 214 de médio porte. Uma pesquisa de opinião realizada pela Norte Energia em outubro de 2015 constatou que 84% dos usuários aprovam o serviço.

CAPÍTULO 4Gestão social

Em 2015, a Norte Energia revisou seu investimento em ações socioambientais, que chegará a mais de R$ 4,6 bilhões. Desenvolvidas pela Companhia nos municípios da área de influência da UHE Belo Monte, essas iniciativas estão em andamento ou em processo de finalização. Até o fim de 2015, a empresa já havia investido 80% do valor total nas áreas de saúde, educação, habitação, saneamento básico, segurança e assistência social. A Norte Energia investiu R$ 3,9 bilhões em ações socioambientais, até o fim de 2015, nos municípios das áreas de influência direta e indireta da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Por meio dessas iniciativas, a Companhia reafirma seu compromisso com o desenvolvimento social e humano da região do Xingu. A consciência quanto ao seu papel e seu impacto na sociedade e, por consequência, sua responsabilidade socioambiental levaram a Norte Energia a destinar 13% do valor total do empreendimento, orçado no leilão de concessão, a ações compensatórias.No início do projeto, em 2010, a Companhia previa investir R$ 3,7 bilhões nas ações socioambientais. Em valores corrigidos, esse aporte chegará a mais de R$ 4,6 bilhões, que estão sendo destinados ao Projeto Básico Ambiental (PBA) e ao Projeto Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI). Além desse montante, a Companhia também investe no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), que beneficia 12 municípios da região da UHE Belo Monte e para o qual já foram destinados R$ 218, 8 milhões.

4.1. PROJETO BÁSICO AMBIENTALComposto por 117 projetos, o PBA atende os municípios da Área de Influência Direta (AID) e da Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento. Esses projetos envolvem ações nas áreas de saúde, educação, habitação, saneamento básico, segurança e assistência social.

Municípios da AID: Municípios da AII:Altamira UruaráVitória do Xingu PlacasBrasil Novo MedicilândiaAnapu PacajáSenador José Porfírio Porto de Moz

Gurupá

4.1.1. HABITAÇÃOA construção de cinco novos bairros em Altamira estava prevista no PBA e foi concluída em 2015. Jatobá, São Joaquim, Casa Nova, Laranjeiras e Água Azul abrigam 3,5 mil famílias reassentadas. Ao todo, serão ocupadas 4,1 mil casas, que possuem uma área de 63 metros quadrados, com três quartos, dois banheiros, uma sala e uma cozinha. As casas possuem piso e telhas de cerâmica, forro de laje e banheiros equipados. Os novos bairros contam com infraestrutura completa: saneamento, rede de água potável, energia elétrica, iluminação pública, ruas asfaltadas, calçadas especiais para portadores de deficiência, escolas, recolhimento de lixo e transporte escolar gratuito para filhos de moradores que estudam na rede pública. Além disso, a Norte Energia já entregou Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos bairros Jatobá, São Joaquim e Laranjeiras.

4.1.2. SAÚDENa área de saúde pública, a Norte Energia investe, desde 2011, no Plano de Ação para Controle da Malária (PACM). Nos cinco municípios que constituem a AID da UHE Belo Monte os casos da doença tiveram redução de 98% em 2015, se comparados com os de 2011. Com a inclusão de Pacajá na AID do empreendimento, a diminuição chega a 96% nos últimos quatro anos. No início do projeto da UHE Belo Monte, os municípios atendidos pelo PACM registraram 5.075 casos da doença. Em 2015, esse número foi de 205 casos. A redução é consequência de um conjunto de ações previstas no PACM, que destina cerca de R$ 36 milhões provenientes da Norte Energia, a serem aplicados até 2016.

COMBATE À MALÁRIA

Casos de maláriaLocalidade/Ano 2011 2012 2013 2014 2015Altamira 572 1.190 160 75 31Anapu 1.456 1.276 200 143 9Brasil Novo 28 60 5 0 0Senador José Porfírio 669 558 174 50 1Vitória do Xingu 41 97 31 3 1Subtotal AID 2.766 3.181 570 271 42Pacajá 2.039 1.356 649 302 163Total 5.075 4.537 1.219 573 205

A Companhia também investe na construção e na reforma de hospitais, como o de Anapu, que já foi entregue e equipado. Foram concluídas, também, as obras do Hospital Geral de Altamira, no Bairro Mutirão, com capacidade de 100 leitos para atendimento a casos de alta e de média complexidade. Além da construção do hospital, a Norte Energia também é responsável por equipá-lo. Tais iniciativas são resultado do acordo entre a Companhia, a Secretaria de Saúde do Pará e a prefeitura de Altamira.Além disso, foram entregues 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos municípios da AID da UHE Belo Monte. Cada uma das UBS tem capacidade de cobertura para 12 mil pessoas e é equipada, inclusive, com consultório odontológico completo. Com investimento de cerca de R$ 15 milhões, a Companhia entregou sete UBS em Altamira, seis em Vitória do Xingu, sete em Anapu, cinco em Senador José Porfírio e cinco em Brasil Novo.Adicionalmente, a Norte Energia firmou termos de cooperação técnica com os cinco municípios da AID da UHE Belo Monte, visando ao fortalecimento da assistência à saúde nas comunidades. Os recursos repassados e detalhados na tabela a seguir são destinados a ações como compra de medicamentos e material médico-hospitalar e também à contratação de equipes de Saúde da Família. Até dezembro de 2015, foram contratadas oito equipes em Altamira, duas em Vitória do Xingu e uma em Anapu.

ASSISTÊNCIA À SAÚDE (em R$ milhões)

Municípios

Incentivo à

saúde

Traumato-

ortopedia

Equipes de

saúde

Emergência

hospitalar Total

Altamira 6,48 2,52 4,74 1,38 15,17

Anapu 2,18 - 0,6 - 2,78

Brasil Novo 1,96 - - - 1,96

Senador José Porfírio 1,12 - - - 1,12

Vitória do Xingu 1,92 - 1,2 - 3,12

Total 13,66 2,52 6,54 1,38 24,1

continua

continuação

Page 3: MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO - norteenergiasa.com.brnorteenergiasa.com.br/site/wp-content/uploads/2016/03... · Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários

As campanhas socioeducativas abordam temas como as características da obra da UHE Belo Monte, biodiversidade e sustentabilidade, uso racional dos recursos hídricos, educação sanitária e conservação de fauna e flora. Até o final de 2015, o programa educativo voltado para a população atendeu 73.205 pessoas, sendo 500 professores e 12 mil alunos, de 73 escolas. Já o projeto voltado aos colaboradores do consórcio construtor realizou 424 palestras, 19 oficinas, 30 visitas ecológicas e 16 campanhas de conscientização.Também com o intuito de promover a conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente, a Norte Energia instalou três Núcleos de Educação Ambiental do Xingu (Nucleax) em reassentamentos urbanos de Altamira. Ao todo, 7.255 pessoas participaram de ações nesses espaços até dezembro de 2015. Além dos Nucleax, a Norte Energia instalou, no Bairro São Joaquim, o Centro Regional de Educação Ambiental do Xingu (Creax), estruturado por uma associação comunitária composta por 139 coletivos de educação ambiental e lideranças comunitárias dos municípios da Área de Influência Direta da UHE Belo Monte.

As campanhas socioeducativas abordam temas como as características da obra da UHE Belo Monte, biodiversidade e sustentabilidade, uso racional dos recursos hídricos, educação sanitária e conservação de fauna e flora. Até o final de 2015, o programa educativo voltado para a população atendeu 73.205 pessoas, sendo 500 professores e 12 mil alunos, de 73 escolas. Já o projeto voltado aos colaboradores do consórcio construtor realizou 424 palestras, 19 oficinas, 30 visitas ecológicas e 16 campanhas de conscientização.Também com o intuito de promover a conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente, a Norte Energia instalou três Núcleos de Educação Ambiental do Xingu (Nucleax) em reassentamentos urbanos de Altamira. Ao todo, 7.255 pessoas participaram de ações nesses espaços até dezembro de 2015. Além dos Nucleax, a Norte Energia instalou, no Bairro São Joaquim, o Centro Regional de Educação Ambiental do Xingu (Creax), estruturado por uma associação comunitária composta por 139 coletivos de educação ambiental e lideranças comunitárias dos municípios da Área de Influência Direta da UHE Belo Monte.

Apoio à pesquisaO incentivo à pesquisa e ao resgate histórico da região do Xingu também fazem parte das ações da Norte Energia para a operação da UHE Belo Monte. Um exemplo desse apoio é o salvamento paleontológico realizado pela Companhia. Até o momento, foram coletadas 3.120 amostras de fósseis, sendo 2.521 de macrofósseis e 599 de microfósseis. O material indica que, há cerca de 419 milhões de anos, a região do Xingu estava coberta por um mar gelado, habitado por seres invertebrados e peixes. Vários fósseis são considerados raros e alguns ainda sequer foram identificados. A maior parte do material coletado foi entregue aos cuidados do Museu Paraense Emílio Goeldi. A instituição recebeu 2.800 amostras.Outra pesquisa incentivada pela Norte Energia foi o levantamento realizado sobre espécies de abelhas. Em 2015, a equipe técnica da Companhia identificou 58 espécies de abelhas na região da UHE Belo Monte, o que equivale a 90% do total de espécies registradas na Amazônia brasileira até 2005. O levantamento foi considerado um dos maiores registros observados em um único estudo.

CAPÍTULO 6Desempenho econômico-financeiro

A operação da UHE Belo Monte vai compensar os investimentos realizados até agora pela Norte Energia para a construção do empreendimento. Desde 2010, a Companhia já aportou R$ 30,6 bilhões na fase pré-operacional. A Norte Energia manteve o investimento, em 2015, na construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, fase em que a Companhia custeia ações de organização, desenvolvimento e pré-operação. De acordo com as projeções, esses investimentos deverão ser compensados pelas receitas geradas na operação do empreendimento. Desde o início do projeto, em 2010, a Norte Energia já investiu R$ 30,6 bilhões. Apenas em 2015, esse valor foi de R$ 9,1 bilhões – 11% superior ao investido em 2014 (R$ 8,2 bilhões).O contrato de concessão previa que a UHE Belo Monte entrasse em operação no fim de 2015, mas, em função de manifestações de representações de comunidades, liminares judiciais, invasões e greves na região da construção do empreendimento, a Companhia não conseguiu cumprir o cronograma inicial. Por considerar que essas ações não são de responsabilidade da Norte Energia, a Companhia enviou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um pedido para que não fosse penalizada pelo atraso. O processo ainda está em análise pela Agência, mas a Companhia continua comprando energia no mercado de curto prazo para evitar quaisquer penalidades.Os gráficos a seguir apresentam a evolução dos investimentos da Norte Energia em 2015, assim como a decomposição desse investimento ao longo do ano e durante todo o projeto, que teve início em 2010.

O prejuízo líquido consolidado da Norte Energia foi de R$ 57,2 milhões em 2015, resultado 74%

inferior ao de 2014 (R$ 219,4 milhões). Os gráficos a seguir apresentam os principais índices do

desempenho financeiro da Norte Energia em 2015 e no acumulado de 2010 a 2015.

O prejuízo acumulado da Norte Energia é consequência da fase pré-operacional da UHE Belo Monte, com realizações de investimentos necessários à formação do ativo principal da Companhia. As despesas operacionais referem-se a gastos com as áreas de atuação da Norte Energia. O resultado financeiro é composto pelas receitas das aplicações, deduzidas as despesas financeiras, formadas basicamente pelos encargos dos empréstimos e dos financiamentos.

6.1. RESULTADO FINANCEIROAs receitas da Norte Energia resultam basicamente das aplicações financeiras (fundos de investimento em renda fixa e títulos emitidos por instituições financeiras confiáveis). As despesas compreendem os encargos da dívida provenientes de empréstimo concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de Nota Promissória.Considerando que os empréstimos e financiamentos junto ao BNDES – que foram de R$ 5,1 bilhões, em 2015, e somam R$ 23,4 bilhões nos últimos quatro anos – são integralmente vinculados à construção da usina hidrelétrica, os encargos incorridos estão sendo contrapostos, mensalmente, com as receitas financeiras (recursos de empréstimos aplicados temporariamente). Dessa forma, as despesas superam as receitas, gerando capitalização, mensalmente, no imobilizado em construção, conforme disciplina o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs) 20 e 27.Mesmo com o início da operação, a Companhia ainda dependerá de quantias significativas em custos de organização, desenvolvimento e pré-operação para a conclusão da Usina, as quais, de acordo com as estimativas e projeções, deverão ser absorvidas pelas receitas de operações futuras.

6.1.2. CAPITAL SOCIALEm março de 2015, foi aprovado pelos acionistas da Norte Energia o aumento do capital social em R$ 1,3 bilhão, passando a somar R$ 7,3 bilhões. Desse total, R$ 7,292 bilhões já foram integralizados pela Companhia nas ações para a construção da UHE Belo Monte.

continua

continuação

BALANÇOS PATRIMONIAIS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014

(Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOSEXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014

(Em milhares de reais, exceto resultado por ação)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Ativo Nota 31/12/2015 31/12/2014CirculanteCaixa e equivalentes de caixa 4 521 969.842Aplicações financeiras 5 27.902 197.488Contas a receber de clientes 6 103.938 –Tributos a recuperar 22.138 14.442Despesas antecipadas 7 27.967 27.967Depósitos judiciais e cauções 10 2.189 37.906Outros créditos 5.607 939

Total do ativo circulante 190.262 1.248.584Não circulante

Despesas antecipadas 7 72.084 65.905Imposto de renda e contribuição social diferidos 19.b 200.929 158.845Tributos a recuperar 8.f – 47.100Depósitos judiciais e cauções 10 7.108 3.700Outros créditos 3.340 3.339Imobilizado 8 30.397.490 21.289.011Intangível 9 281.266 247.042

Total do ativo não circulante 30.962.217 21.814.942Total do ativo 31.152.479 23.063.526

Passivo Nota 31/12/2015 31/12/2014Circulante

Fornecedores 11 394.149 621.816

Partes relacionadas 15 38.418 178

Provisões 13 1.297 6.666

Uso do Bem Público (UBP) 9 37.864 18.457

Outras contas a pagar 12 78.060 86.030

Total do passivo circulante 549.788 733.147

Não circulante

Empréstimos e financiamentos 14 23.449.980 16.759.221

Uso do Bem Público (UBP) 9 229.831 218.064

Total do passivo não circulante 23.679.811 16.977.285

Patrimônio líquido

Capital social integralizado 16 7.292.000 5.665.010

Prejuízos acumulados (369.120) (311.916)

Total do patrimônio líquido 6.922.880 5.353.094

Total do passivo e patrimônio líquido 31.152.479 23.063.526

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Nota 31/12/2015 31/12/2014Receita líquida de venda 17 129.466 –Custos da venda de energia:

Energia comprada para revenda 18 (130.005) –Encargos de transmissão, conexão e distribuição (1.558) –Serviços de operação e manutenção (39.258) –

(170.821) –Prejuízo bruto (41.355) –Despesas operacionais:

Administrativas 20 (94.125) (74.738)Outras receitas e despesas operacionais, líquidas 21 21.237 (255.716)

(72.888) (330.454)Prejuízo operacional antes do resultado financeiro (114.243) (330.454)Resultado financeiro:

Receitas financeiras 22 97.720 116.122Despesas financeiras 22 (82.766) (115.154)

14.954 968Prejuízo antes do imposto de renda e da contribuição social (99.289) (329.486) Imposto de renda e contribuição social diferidos 19.a 42.085 110.092Prejuízo do exercício (57.204) (219.394)Quantidade média de ações disponíveis no exercício (em lotes de mil) 6.671.583 5.665.010Prejuízo básico e diluído por ação atribuível aos acionistas da Companhia durante o exercício (em R$) (0,0086) (0,0443)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS ABRANGENTESEXERCÍCIOS FINDOS EM

31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014(Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXAEXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014

(Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕESDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014(Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO EXERCÍCIOS FINDOS EM

31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014(Em milhares de reais)

31/12/2015 31/12/2014Prejuízo do exercício (57.204) (219.394)Outros resultados abrangentes – –Resultado abrangente do exercício (57.204) (219.394)

Capital social integralizado

Prejuízos acumulados

Total do patrimônio líquido

Saldo em 31 de dezembro de 2013 4.300.010 (92.522) 4.207.488Integralizações de capital:janeiro de 2014 410.000 – 410.000julho de 2014 255.000 – 255.000novembro de 2014 700.000 – 700.000

Prejuízo do exercício – (219.394) (219.394)Saldo em 31 de dezembro de 2014 5.665.010 (311.916) 5.353.094Integralizações de capital:

janeiro de 2015 334.990 – 334.990abril de 2015 495.000 – 495.000maio de 2015 5.000 – 5.000julho de 2015 495.000 – 495.000novembro de 2015 297.000 – 297.000

Prejuízo do exercício – (57.204) (57.204)Saldo em 31 de dezembro de 2015 7.292.000 (369.120) 6.922.880

Nota 2015 2014 (Reapresentado)Fluxos de caixa das atividades operacionais:Prejuízo antes do imposto de renda e da contribuição social (99.288) (329.486)

Ajustes do prejuízo de itens sem desembolso de caixa:Depreciação e amortização 8 e 9 4.428 4.092Custo líquido dos imobilizados baixados 8 – 6Provisões 13 – 255.841Resultado financeiro 55.208 55.915

Resultado ajustado (39.652) (13.632)Variações em ativos e passivos das atividades operacionais:Contas a receber de clientes (103.938) –Tributos a recuperar 44.948 (31.538)Despesas antecipadas 7 (6.179) (7.999)Outros créditos (8.077) (3.786)Fornecedores (193.078) 23.622Outras contas a pagar (13.339) 49.572

Fluxo de caixa líquido gerados pelas atividades operacionais (319.315) 16.239Fluxos de caixa das atividades de investimento:Aumento de imobilizado (excluindo juros capitalizados não liquidados) 8 (7.610.703) (7.619.720)Aumento de ativos intangíveis (excluindo bens de utilização pública) 9 (2.209) (3.099)Aplicações financeiras 186.103 677.233Cauções 39.446 (4.200)Caixa líquido aplicado nas atividades de investimento (7.387.363) (6.949.786)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento:Captações de empréstimos e financiamentos 14 5.110.367 5.573.045Integralização de capital 16 1.626.990 1.365.000Caixa líquido gerado pelas atividades de financiamento 6.737.357 6.938.045Redução líquida de caixa e equivalentes de caixa (969.321) 4.498Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício 969.842 965.344Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 521 969.842

31/12/2015 31/12/2014Receita líquida de venda 129.466 –Crédito fiscal diferido 42.085 110.092Insumos adquiridos de terceirosCusto com energia elétrica (170.821) –

Material (1.726) (1.709)Serviços de terceiros (28.012) (19.001)Outros (15.120) (10.059)Depreciação e amortização (4.428) (4.092) Valor adicionado recebido em transferência - receitas financeiras 97.720 116.122Outros resultados operacionais 21.237 (255.716)

Valor adicionado a distribuir 70.401 (64.363)Distribuição do valor adicionado Pessoal e encargos (inclui remuneração dos administradores) 38.705 34.449Remuneração de capitais de terceirosAluguéis 6.134 5.428Despesa financeira 82.766 115.154Prejuízo do exercício (57.204) (219.394)Valor adicionado distribuído 70.401 (64.363)

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 DE DEZEMBRO DE 2015(Em milhares de reais, exceto quando de outra forma indicado)

1. Informações geraisA Norte Energia S.A. (“Companhia” ou “Norte Energia”) é uma Sociedade de Propósito Específico, de capital fechado, constituída em 21 de julho de 2010. A Companhia é controlada por meio de Acordo de Acionista (“Acordo”), do qual todos os acionistas fazem parte, conforme disposto no artigo 118 da Lei nº 6.404/76. Os acionistas constituíram a Companhia com propósito específico de conduzir todas as atividades necessárias à implantação, à operação, à manutenção e à exploração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (“UHE Belo Monte”), no Rio Xingu, localizada no Estado do Pará, e das instalações de transmissão de interesse restrito à central geradora. A sede da Companhia está localizada no Setor Comercial Norte, quadra 4, bloco B, salas 904 e 1004, Centro Empresarial Varig, Asa Norte, Brasília - DF.Em 26 de agosto de 2010, a Companhia assinou Contrato de Concessão nº 001/2010 com a União através do MME - Ministério de Minas e Energia, para exploração dos serviços de geração de energia elétrica, cujo prazo é de 35 anos a partir da assinatura do referido contrato. Ainda de acordo com o referido contrato, 70% da energia assegurada será destinada ao mercado regulado, 10% para os autoprodutores e 20% destinada ao mercado livre (“ACL”). A data do enchimento do reservatório principal foi no dia 24/11/2015, permitindo o cumprimento do cronograma da Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”) e demais marcos estabelecidos do Contrato de Concessão para a Casa de Força Principal da Usina (Belo Monte) sendo previsto o pleno funcionamento para 2019. Há previsão de entrada em operação da Casa de Força Complementar (Pimental) para fevereiro de 2016. Os gastos incorridos na fase pré-operacional são acumulados nas Ordens de Imobilização nas rubricas específicas do imobilizado em curso, desde que diretamente vinculados ao empreendimento. Tais gastos contemplam os custos de aquisição e os encargos financeiros dos financiamentos identificados com a aquisição dos ativos, conforme disciplinado pelos CPCs 20 e 27 (Nota 2.5). Conforme Nota 14, em novembro de 2012, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”) aprovou o financiamento de longo prazo no valor de R$22.500.000. As liberações estão ocorrendo conforme previsto no contrato. Em 2012 foi liberado o montante de R$3.137.882, no ano de 2013 R$ 6.680.281, em 2014 R$5.573.045 e em 2015 R$5.110.367.A Companhia ainda dependerá de quantias significativas em custos de organização, desenvolvimento e pré-operação para conclusão da Usina Hidrelétrica, as quais, de acordo com as estimativas e projeções, deverão ser absorvidas pelas receitas de operações futuras. A Companhia possui capital social subscrito no total de R$7.300.000 (Nota 16), sendo que as deliberações das subscrições são pela Assembleia Geral Extraordinária e das integralizações pelo Conselho de Administração.A garantia física de energia da UHE para o exercício em que as unidades geradoras forem instaladas é de 4.418,9 MW médios (8ª turbina) para a casa de força principal e de 152,1 MW médios (5ª turbina) para a casa de força complementar.Coube ao Governo regular a exploração, pela Companhia, do potencial de energia hidráulica no Rio Xingu, Município de Vitória do Xingu, Estado do Pará, denominada Usina Hidrelétrica Belo Monte, com potência instalada mínima de 11.000 MW, na casa de força principal, e 233,1 MW, na casa de força complementar.Em 6 de junho de 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (“IBAMA”) concedeu Licença de Instalação, contemplando as atividades a serem desenvolvidas dentro dos sítios construtivos de Belo Monte, Pimental, do Canal e Bela Vista, compreendendo a construção de barragens, diques, casas de força, canal de derivação, vertedouro, tomada de água principal, sistema de transposição de embarcações e sistema de transposição de peixes. Essa licença compreende, ainda, as seguintes atividades associadas ao empreendimento, conforme Relatório do Processo de Licenciamento: implantação das linhas de transmissão para fornecimento de energia aos quatro sítios construtivos; linhas de transmissão que escoarão a energia a ser gerada pelas casas de força principal e complementar até as SEs Xingu e Altamira, respectivamente; canteiro de obras dos

sítios Pimental, Bela Vista, Belo Monte e do Canal; jazidas minerais e áreas de bota-fora associadas à construção das obras principais; e estradas secundárias de acesso aos canteiros e às frentes de obra da usina.A Companhia obteve a emissão da Licença de Operação, em 24 de novembro de 2015 junto ao IBAMA, para viabilizar o enchimento do reservatório do rio Xingu. A Norte Energia tem mantido gestões junto ao IBAMA, ANA, IPHAN e FUNAI comprovando a continuidade do cumprimento das condicionantes. Nesta data as obras civis ultrapassaram os 88,68% de execução física e a montagem eletromecânica já atingiu 43.635 toneladas.Em função de manifestações de representações de comunidades, liminares judiciais, invasões e, greves na região da construção do empreendimento, a Companhia encaminhou para a ANEEL, o pedido de “Excludente de Responsabilidade”, solicitando consideração de pleito em favor da Norte Energia de todas as paralisações dos eventos ocorridos que impactaram efetivamente na execução do cronograma originalmente estabelecido.Em 07 de abril de 2015, a Companhia obteve decisão liminar que determinou à ANEEL: “até a análise do pleito liminar formulado no processo de origem, que se abstenha de (a) aplicar à agravante quaisquer penalidades ou sanções em decorrência da não entrada em operação da UHE Belo Monte na data estabelecida no cronograma original do projeto incluindo aquelas previstas na Resolução Normativa da ANEEL nº 595/2013 e no Contrato de Concessão 01/2010-MME-UHE Belo Monte”.Com base nessa liminar e na avaliação de riscos de perda pelos assessores jurídicos como possível foram suspensos todos os registros e as provisões contábeis inerentes ao cumprimento das determinações do Contrato de Concessão, porém a Companhia continua comprando a energia no mercado de curto prazo para evitar quaisquer penalidades futuras, o valor estimado em uma possível recontabilização é de R$79.603. Quaisquer alterações no cenário existente terão seus impactos refletidos prospectivamente nas demonstrações financeiras.Em 31 de dezembro de 2015 o capital circulante líquido está negativo, devido ao fato a Companhia estar em fase pré-operacional e a captação de recursos – aporte de acionistas e financiamento do BNDES – somente é feita conforme necessidade de caixa.Os dados não financeiros incluídos nesta informação financeira tais como, geração de energia em MW e aspectos qualitativos para determinar a cobertura de seguros, não foram auditados pelos auditores independentes.A diretoria da Companhia autorizou a conclusão dessas demonstrações financeiras em 19 de janeiro de 2016. 2. Resumo das principais políticas contábeisAs principais políticas contábeis aplicadas na preparação e apresentação destas demonstrações financeiras estão definidas a seguir. Essas políticas vêm sendo aplicadas de modo consistente nos exercícios apresentados.2.1. Base de preparaçãoAs demonstrações financeiras da Companhia estão sendo apresentadas em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil, emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (“CPCs”) e validadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (“CFC”), bem como em conformidade com as normas internacionais de contabilidade (“IFRS”), emitidas pelo International Accounting Standards Board (“IASB”).A preparação das demonstrações financeiras requer o uso de certas estimativas contábeis e também o exercício de julgamento por parte da Administração da Companhia no processo de aplicação das suas políticas contábeis. Aquelas áreas que requeiram maior nível de julgamento e possuem maior complexidade, bem como as áreas nas quais premissas e estimativas são significativas para as demonstrações financeiras, estão divulgadas na Nota 3.

2.2. Moeda de apresentaçãoAs demonstrações financeiras estão apresentadas em milhares de Reais, que é a moeda funcional da Companhia, exceto quando de outra forma indicado.2.3. Reclassificação de saldos nas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2014A Administração da Companhia, no processo de elaboração das demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2015, revisou sua prática contábil para classificação das variações ocorridas na conta de “Fornecedores”, da demonstração dos fluxos de caixa e também fez o mesmo para período findo em 31 de dezembro de 2014. Como consequência, a demonstração dos fluxos de caixa daquele período, incluídas como informações comparativas destas demonstrações financeiras, teve o montante de R$24.164, apresentado originalmente como fluxo de caixa das atividades de financiamento, reclassificado para o grupo das atividades operacionais.A reclassificação não teve qualquer outro impacto sobre as demonstrações financeiras da Companhia.2.4. Caixa e equivalentes de caixaCaixa e equivalentes de caixa incluem o caixa e títulos privados de instituições financeiras de primeira linha, de curto prazo com alta liquidez, com risco insignificante de mudança de valor. 2.5. Aplicações financeirasAs aplicações financeiras da Companhia são classificadas como ativos financeiros a valor justo por meio do resultado. A Companhia determina a classificação dos seus ativos financeiros no momento do seu reconhecimento inicial, quando ele se torna parte das disposições contratuais do instrumento.2.6. Contas a receberAs contas a receber de clientes correspondem aos valores liquidados e provisionados para o mercado de curto prazo. Como prazo de recebimento é equivalente a um ano ou menos as contas a receber são classificadas no ativo circulante. 2.7. ImobilizadoO imobilizado é mensurado pelo seu custo de aquisição ou construção, que inclui os custos de financiamento relacionados com a aquisição de ativos qualificados, e está em fase pré-operacional. Os custos de empréstimos, deduzidos das receitas financeiras inerentes a esses recursos e vinculados ao empreendimento, são capitalizados durante o exercício em que as atividades relacionadas ao desenvolvimento estiverem sendo executadas, conforme disciplinam os CPCs 20 e 27.Os custos subsequentes serão incluídos no valor contábil do ativo ou reconhecidos como um ativo separado, conforme apropriado, somente quando for provável que fluam benefícios econômicos futuros associados ao item e que o custo do item possa ser mensurado com segurança.Tendo em vista a fase pré-operacional em que se encontra a Companhia, tanto a vida útil quanto o eventual valor residual dos ativos relacionados à Usina Hidrelétrica ainda não foram estabelecidos para fins de reconhecimento da depreciação dos bens. Os demais bens do imobilizado estão sendo depreciados de acordo com suas estimativas de vidas úteis mencionadas na Nota 8.2.8. IntangívelAtivos intangíveis com vidas úteis definidas, adquiridos separadamente, são registrados ao custo, deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. A amortização é reconhecida linearmente com base na vida útil estimada dos ativos.Os montantes relacionados ao Uso do Bem Público (UBP) foram determinados com base no valor presente do fluxo de pagamentos desse direito de exploração do potencial hidráulico. A amortização será iniciada quando da entrada em operação da Usina.Os softwares corporativos são capitalizados com base nos custos incorridos para aquisição e para torná-los prontos para serem utilizados, amortizados durante sua vida útil estimável.Os gastos associados à manutenção de softwares são reconhecidos como despesa, conforme incorridos.2.9. FornecedoresAs contas a pagar aos fornecedores são obrigações por bens ou serviços que foram adquiridos no curso normal dos negócios, sendo classificadas no passivo circulante se o pagamento for devido no exercício de até 12 meses (quando aplicável). Elas são, inicialmente, reconhecidas ao valor da fatura correspondente e trazidas a valor presente quando for o caso.2.10. Empréstimos e financiamentosOs empréstimos e financiamentos são reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, líquido dos custos incorridos na transação e são, subsequentemente, demonstrados pelo custo amortizado. Qualquer diferença entre os valores captados (líquidos dos custos da transação) e o valor de liquidação é reconhecida na demonstração do resultado durante o exercício em que os empréstimos estejam em aberto, ou capitalizados (conforme o caso), utilizando o método da taxa efetiva de juros.Os empréstimos e financiamentos são classificados como passivo circulante e não circulante, caso a Companhia tenha o direito incondicional de diferir a liquidação do passivo por, pelo menos, 12 meses após a data do balanço. Os custos de empréstimos e financiamentos, diretamente relacionados com a aquisição ou construção de um ativo que requeira um tempo significativo para ser concluído para fins de uso, são capitalizados de forma líquida como parte do custo do correspondente ativo.

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Todos os demais custos de empréstimos e financiamentos são registrados em despesa no exercício em que ocorrerem. Custos de empréstimos e financiamentos compreendem juros e outros custos incorridos por uma entidade em conexão ao empréstimo.2.11. Outras contas a pagarOutras contas a pagar são provisões reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) em consequência de um evento passado; é provável que benefícios econômicos sejam requeridos para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do valor da obrigação possa ser feita. As provisões são apresentadas no balanço patrimonial e na demonstração de resultado. Esta rubrica compreende, principalmente, os tributos e contribuições a recolher e obrigações estimadas da folha de pagamento.2.12. Demais ativos e passivos circulantes e não circulantesSão apresentados ao valor de custo ou de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações monetárias auferidas. Quando requerido, os elementos de ativos e passivos decorrentes de operações de longo prazo são ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.2.13. Capital socialO capital social é todo composto por ações ordinárias não incorrendo custo na emissão. 2.14. Imposto de renda e contribuição social corrente e diferido Os encargos de imposto de renda e contribuição social do exercício compreendem o imposto corrente e diferido. Os impostos sobre a renda são reconhecidos na demonstração do resultado, exceto na proporção em que estiverem relacionados com itens reconhecidos no patrimônio líquido ou no resultado abrangente. Nesse caso, o imposto também é reconhecido no patrimônio líquido ou no resultado abrangente. O imposto de renda e contribuição social corrente são calculados com base nas leis fiscais, ou substancialmente promulgados, na data do balanço. A Administração avalia, periodicamente, as posições assumidas pela Companhia nas declarações de impostos de renda com relação às situações em que a regulamentação fiscal aplicável dá margem a interpretações. Estabelece provisões, quando apropriadas, com base nos valores estimados de pagamento às autoridades fiscais.O imposto de renda e a contribuição social diferidos são reconhecidos sobre os prejuízos fiscais acumulados e base negativa da contribuição social, assim como sobre as diferenças temporárias (quando aplicável), decorrentes de diferenças entre as bases fiscais dos ativos e passivos e seus valores contábeis nas demonstrações financeiras. O imposto de renda e a contribuição social diferidos são determinados usando alíquotas de imposto promulgadas, ou substancialmente promulgadas, na data do balanço, e que devem ser aplicadas quando o respectivo imposto diferido ativo for realizado ou quando o imposto diferido passivo for liquidado.O imposto de renda e a contribuição social diferidos ativos são reconhecidos somente na proporção da probabilidade de que o lucro tributável futuro esteja disponível e contra o qual as diferenças temporárias possam ser usadas.O imposto de renda e a contribuição social diferidos ativos e passivos são compensados quando há um direito exequível legalmente de compensar os ativos fiscais correntes contra os passivos fiscais correntes e quando os impostos de renda diferidos ativos e passivos se relacionam com os impostos de renda incidentes pela mesma autoridade tributável sobre a entidade tributária ou diferentes entidades tributáveis em que há intenção de liquidar os saldos em uma base líquida. 2.15. Receita financeiraA receita financeira é reconhecida conforme o prazo decorrido, usando o método da taxa efetiva de juros.2.16. Redução do valor recuperável dos ativos - CPC 01 (R1)A Administração revisa o valor líquido dos ativos com o objetivo de avaliar eventos ou mudanças nas circunstâncias econômicas, operacionais ou tecnológicas que possam indicar deterioração ou perda de seu valor recuperável. Quando tais evidências forem identificadas e o valor contábil líquido exceder o valor recuperável, é constituída provisão para desvalorização, ajustando o valor contábil líquido ao valor recuperável, quando aplicável. O valor recuperável de um ativo ou de determinada unidade geradora de caixa é definido como sendo o maior entre o valor em uso e o valor líquido de venda.2.17. Resultado por açãoO cálculo básico do resultado por ação é feito por meio da divisão do resultado líquido do exercício, atribuído aos detentores de ações ordinárias, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias disponíveis durante o exercício. O resultado básico por ação equivale ao resultado por ação diluído, haja vista que não há instrumentos financeiros com potencial dilutivo.2.18. Instrumentos financeirosOs instrumentos financeiros da Companhia incluem, principalmente:(a) Caixa e equivalentes de caixa: apresentados ao seu valor de mercado, que equivale ao seu valor contábil (Nota 4).(b) Aplicações financeiras: o valor de mercado está refletido nos valores registrados nos balanços patrimoniais. As aplicações financeiras estão classificadas pelo valor justo por meio de resultado (Nota 5).(c) Clientes: valores provisionados para liquidação no mercado de curto prazo e valores liquidados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (“CCEE”) (Nota 6).(d) Fornecedores: encontram-se reconhecidos pelo seu custo amortizado, por meio da utilização do método da taxa efetiva de juros e são classificados como outros passivos financeiros (Nota 11).(e) Empréstimos e financiamentos: o principal propósito deste instrumento financeiro é gerar recursos para financiar os programas de construção da Companhia e eventualmente suprir as necessidades de seus fluxos de caixa no curto prazo (Nota 14). Os empréstimos e financiamentos em moeda nacional são classificados como passivos financeiros, mensurados inicialmente ao valor justo e, subsequentemente, demonstrados pelo custo amortizado com seus valores atualizados de acordo com as taxas contratadas. Os valores de mercado destes empréstimos são equivalentes aos seus valores contábeis por se tratarem de instrumentos financeiros com características exclusivas oriundas de fontes de financiamento específicas.(f) O valor justo de instrumentos financeiros ativamente negociados em mercados financeiros organizados é determinado com base nos preços de compra cotados no mercado no fechamento dos negócios na data do balanço, sem dedução dos custos de transação (Nota 23).

2.19. Pronunciamentos novos ou revisadosOs novos pronunciamentos ou aplicados pela primeira vez até 31 de dezembro de 2015 não trouxeram efeitos às demonstrações financeiras da Companhia.Para os novos pronunciamentos emitidos e que não entraram em vigor até 31 de dezembro de 2015, a Companhia não espera impactos materiais em suas demonstrações financeiras advindos dos pronunciamentos.3. Estimativas e julgamentos contábeisA preparação das demonstrações financeiras requer que a Administração faça julgamentos e estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos e passivos, bem como as divulgações de passivos contingentes, na data-base. As estimativas e os julgamentos contábeis são continuamente avaliados e baseiam-se na experiência histórica e em outros fatores, incluindo expectativas de eventos futuros, consideradas razoáveis para as circunstâncias. 3.1. Estimativas e premissas contábeisCom base em premissas, a Administração da Companhia faz estimativas com relação ao futuro. Por definição, as estimativas contábeis resultantes raramente são iguais aos respectivos resultados reais. A incerteza relativa a essas premissas e estimativas poderia levar a resultados que requeiram um ajuste significativo ao valor contábil do ativo ou passivo afetado em exercícios futuros. Itens significativos sujeitos a essas estimativas e premissas incluem, principalmente, a determinação do valor recuperável dos ativos, avaliação dos ativos financeiros pelo valor justo, assim como da análise dos valores e prognósticos de perda relacionados com demandas judiciais e administrativas.4. Caixa e equivalentes de caixa

31/12/2015 31/12/2014Recursos em banco e em caixa 252 279Depósitos bancários de curto prazo: 269 969.563 CDB 269 625.891 Operação Compromissada – 343.672

521 969.842Compreendem valores em caixa ou equivalentes, aplicados em títulos emitidos por instituições financeiras de primeira linha, com ratings de crédito atribuídos pelas agências internacionais de rating, com alta liquidez, resgatáveis em qualquer momento sem perda efetiva.5. Aplicações financeiras

31/12/2015 31/12/2014Fundo de Aplicação – CEF 19.755 72.922Fundo de Aplicação – BTG Pactual 8.147 124.566

27.902 197.488A Companhia faz a maior parte da gestão de seu caixa por meio da aquisição de cotas de Fundos Exclusivos de Renda Fixa de Crédito Privado, cujo regulamento atende a critérios definidos pela gestão da Companhia, em que é permitida unicamente a aquisição de títulos de renda fixa (públicos e privados). A aquisição dos títulos privados segue uma rígida política de crédito que permite a aquisição de títulos emitidos por instituições de primeira linha (Rating com Grau de Investimento - Agência Internacional). Os fundos possuem tratamento fiscal diferenciado, pelo fato de sua carteira ser composta por títulos de renda fixa de longo prazo, contudo, com carência máxima de 90 dias, implicando em risco insignificante de alteração de valor, pois são todos títulos pós-fixados indexados à SELIC ou CDI. O valor do patrimônio do fundo é resultado da soma do saldo de cada um dos títulos que compõe a sua carteira, sendo o valor da cota calculada pelo administrador do fundo. O valor de mercado dos títulos públicos na carteira do fundo é marcado a mercado, conforme critérios estabelecidos pela ANBIMA. Os títulos privados são avaliados a valor de mercado por meio de metodologia de precificação, adotada pelo administrador dos fundos. A composição da carteira dos Fundos pode ser observada na tabela abaixo:

Exposição (%)Instituições financeiras privadas 34,40%Instituições financeiras públicas 56,15%Títulos públicos 9,45%6. Contas a receber de clientesO valor de R$103.938 é referente a provisão de faturamento de venda de energia devido a compra de energia no mercado de curto prazo para evitar quaisquer penalidades futuras (Nota 1).7. Despesas antecipadas

31/12/2015 31/12/2014Prêmios de seguros 100.051 93.872Circulante 27.967 27.967Não circulante 72.084 65.905

Seguradora Risco Cobertura Prêmio Amort. Mensal VigênciaJ. Malucelli Engenharia (concessão) 1.045.996 31.867 303 08/10 a 04/19MAPFRE Engenharia 19.967.728 223.506 1.961 08/11 a 01/21ACE Resp. Civil 90.000 2.826 30 03/11 a 01/19MAPFRE Resp. Civil (Empregador) 10.000 3.495 37 03/11 a 01/198. Imobilizado

31/12/2015 31/12/2014Taxa média

anual de Descrição depreciação Custo Depreciação Valor líquido Valor líquido Imobilizado em serviço 28.586 (7.084) 21.502 21.555 Geração 6,20% a.a. 13.314 (2.203) 11.111 11.028 Administração 6,84% a.a. 15.272 (4.881) 10.391 10.527Imobilizado em curso 30.375.988 – 30.375.988 21.267.456 Geração 30.375.988 – 30.375.988 21.267.456

30.404.574 (7.084) 30.397.490 21.289.011

O valor reconhecido pela Companhia como passivo contingente refere-se à aquisição e indenizações de benfeitorias de terrenos litigiosos na região atingida pela construção da Usina e ações trabalhistas. A provisão teve como contrapartida o grupo de contas de imobilizado e resultado. O valor de R$6.521 foi revertido em virtude do término da ação pelo acordo entre as partes no valor de R$4.405. As demais demandas judicias estão apresentadas na Nota 27.14. Empréstimos e financiamentos

Descrição 31/12/2015 31/12/2014Empréstimos e financiamentos - BNDES 23.449.980 16.759.221 23.449.980 16.759.221Os empréstimos e financiamentos estão atualizados pelos juros e encargos financeiros, determinados em cada contrato, incorridos até a data das demonstrações financeiras. Os referidos encargos são apropriados, líquidos das receitas geradas pelas aplicações financeiras que excedem o caixa, no ativo imobilizado, pois são decorrentes de financiamentos utilizados exclusivamente para aquisição de imobilizado em formação (Nota 8).Empréstimos e financiamentos – BNDESEm 2011 ocorreu a primeira captação do empréstimo ponte (parcela direta) com o BNDES e da nota promissória com o Banco BTG Pactual. Em 2012 ocorreu a segunda captação do empréstimo ponte (parcela indireta) com o BNDES, através dos repasses da CEF - Caixa Econômica Federal e do Banco ABC Brasil, e da nota promissória com o Banco BTG Pactual.No dia 21 de novembro de 2012, o BNDES aprovou um financiamento de R$22.500.000, sendo R$3.685.300 relativos à linha de crédito FINAME - PSI e R$18.814.700 à linha de crédito do FINEM, esse valor será repassado da seguinte forma: R$9.814.700 serão repassados diretamente pelo BNDES, R$7.000.000, pela Caixa Econômica Federal e outros R$2.000.000, pelo Banco de Investimentos BTG Pactual. Conforme detalhado a seguir:

Financiamentode longo prazo

Empréstimo aprovado (em

milhões de R$) Encargos (a.a.) Garantia

BNDES - FINEM - parcela direta 9.814,7 TJLP + 2,25%Fiança corporativa, penhor e

recebíveis (*)BNDES - FINEM - parcela indireta:

Banco BTG 2.000,0 TJLP + 2,65%Fiança corporativa, penhor e

recebíveis (*)

Banco CEF 7.000,0 TJLP + 2,65%Fiança corporativa, penhor e

recebíveis (*) 9.000,0

BNDES - PSI - parcela direta 3.685,3 5,5%Fiança corporativa, penhor e

recebíveis (*) 22.500,0

(*) Os recebíveis serão oferecidos como garantias após a entrada em operação da UHE Belo Monte.O crédito será destinado para implantação: UHE Belo Monte, Sistema de transmissão associado e Investimentos do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu. O contrato está dividido nos seguintes subcréditos e prazos de amortização:

Descrição Encargos (a.a.)Início da liberação

Início de pagamento

Término do pagamento

Parcela direta – FINEMSubcrédito A TJLP + 2,25% dez/12 fev/17 jan/42Subcrédito B TJLP + 2,25% dez/12 dez/17 jan/42Subcrédito C TJLP + 2,25% mar/14 out/18 jan/42Subcrédito D TJLP + 2,25% dez/14 out/19 jan/42Parcela indireta – FINEMSubcrédito A TJLP + 2,65% jan/13 fev/17 jan/42Subcrédito B TJLP + 2,65% jan/13 dez/17 jan/42Subcrédito C TJLP + 2,65% jun/14 out/18 jan/42Subcrédito D TJLP + 2,65% dez/14 out/19 jan/42Parcela direta – PSISubcrédito A 5,50% dez/12 mai/17 mar/41Subcrédito B 5,50% set/15 out/19 mar/41O crédito será posto à disposição, parceladamente, em função das necessidades para a realização do projeto.A liberação do empréstimo teve início em 2012 no valor de R$3.137.882 e durante o exercício de 2013 foram liberadas 3 parcelas segregadas em 5 liberações nos meses de janeiro, maio, junho, agosto e dezembro totalizando o valor de R$6.680.281. No primeiro trimestre de 2014 foi liberada uma parcela no valor total de R$1.215.000, no segundo trimestre foram liberadas duas parcelas, de R$58.045 e R$1.400.000, no terceiro trimestre foi liberada a sétima parcela no valor de R$1.400.000 e no quarto trimestre foi liberada a oitava parcela no valor de R$1.500.000, totalizando R$5.573.045 no ano.No primeiro trimestre de 2015 foi liberado o valor total de R$941.853, no segundo trimestre foi liberado o valor total de R$ 2.167.317, no terceiro trimestre R$1.500.000 e no quarto trimestre R$501.197 totalizando R$5.110.367 no ano.O resumo das liberações conforme as linhas de créditos estão demonstradas na tabela abaixo:Descrição ValorLiberação direto BNDES A1 1.550.643Liberação direto BNDES B1 730.640Liberação direto BNDES PSI A 856.599Total liberações 2012 3.137.882Total Juros em 2012 1.892Saldo em 2012 3.139.774Liberação direto B1 2.154.563Liberação direto PSI A 598.453Liberação indireto BTG B1 961.104Liberação indireto CEF B1 1.490.161Liberação indireto BTG A1 328.000Liberação indireto CEF A1 1.148.000Total liberações 2013 6.680.281Total Juros em 2013 478.555Saldo em 2013 10.298.610Liberação direto PSI 764.063Liberação direto FINEM B1 398.715Liberação direto FINEM C1 2.181.049Liberação indireto CEF B1 524.668Liberação indireto CEF C1 1.209.168Liberação indireto BTG B1 149.906Liberação indireto BTG C1 345.476Total liberações 2014 5.573.045Total Juros 2014 887.566Total liberações 15.391.208Total Juros 1.368.013Saldo em 2014 16.759.221Liberação direto PSI 1.466.199Liberação direto FINEM D1 1.599.465Liberação indireto CEF C1 385.276Liberação indireto BTG C1 110.080Liberação indireto CEF D1 1.205.048Liberação indireto BTG D1 344.299Total liberações 2015 5.110.367Total Juros 2015 1.580.392Total liberações 20.501.575Total Juros 2.948.405Saldo em 31 de dezembro de 2015 23.449.980O contrato possui cláusula restritiva (covenant) que determina a manutenção durante todo o exercício do financiamento, índice de capitalização (Patrimônio Líquido/Ativo Total) igual ou superior a 15% e manutenção de índice financeiro ICD (Índice de Cobertura da Dívida) mínimo de 1,2, a ser calculado após a entrada em operação da UHE, quando deverá, inclusive, ser auditado.O cálculo será realizado da seguinte forma: ICD = (A)/(B)Sendo:(A) Geração de caixa(+) EBITDA(–) Imposto de renda(–) Contribuição social(B) Serviço da dívida(+) Amortização de principal(+) Pagamento de jurosAté a data de aprovação destas demonstrações financeiras, a Companhia estava adimplente com todas as obrigações contratuais.Adicionalmente o contrato prevê as seguintes garantias:Pré-operacionais: Fiança corporativa dos sócios; Penhor de ações da SPE; Pacote de Seguros e Garantias associados aos contratos de construção e fornecimento de

equipamentos.Após entrada em operação: Penhor de ações da SPE; Recebíveis (CCEARs) e demais direitos emergentes da concessão; Conta reserva de 3 meses do serviço da dívida e dos custos de O&M.

Os vencimentos das parcelas de longo prazo do financiamento estão distribuídos como segue:Exercícios Valor

2017 268.3992018 673.5662019 863.714A partir de 2020 21.644.301

23.449.98015. Partes relacionadasEm 31 de dezembro de 2015, o saldo de R$38.418 (R$178 em dezembro de 2014) refere-se a contas a pagar do serviço de comunicação entre Brasília e Altamira e serviço de operação e manutenção da usina pela Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.(“ELETRONORTE”), do serviço de encargo do sistema de transmissão pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (“CHESF”) e fornecimento de aço pela Siderúrgica Norte Brasil (“SINOBRAS”). A ELETRONORTE, CHESF e SINOBRAS participam do quadro acionário da Companhia, com 19,98%, 15% e 1% respectivamente, do capital da Norte Energia. A Administração da Companhia avalia que as compras envolvendo partes relacionadas são efetuadas a preços normais de mercado. Em 2015 a remuneração do pessoal-chave da administração da Companhia foi de R$9.400 (R$ 10.766 em dezembro de 2014).16. Capital socialEm março de 2015 foi aprovado na 16ª Assembleia Geral Extraordinária o aumento do capital social subscrito no valor de R$1.300.000, passando o capital subscrito de R$6.000.000 para R$7.300.000, sendo integralizados R$7.292.000 que compreendem 7.292.000 ações ordinárias (R$5.665.010, correspondente a 5.665.010 ações ordinárias em 31 de dezembro de 2014). As integralizações de capital foram aprovadas pelo Conselho de Administração, nas seguintes datas:

Assembleia para aprovação DataQuantidade de ações

(em lotes de mil)Constituição 21/07/2010 101ª Reunião 28/07/2010 80.0004ª Reunião 25/08/2010 100.0005ª Reunião 09/12/2010 980.00014ª Reunião 18/10/2011 300.00021ª Reunião 22/05/2012 300.00025ª Reunião 18/09/2012 550.00025ª Reunião 18/09/2012 470.00027ª Reunião 27/11/2012 600.00031ª Reunião 28/02/2013 920.00039ª Reunião 18/10/2013 410.00045ª Reunião 16/06/2014 255.00048ª Reunião 07/10/2014 700.00049ª Reunião 05/01/2015 334.99057ª Reunião 24/03/2015 500.00062ª Reunião (a) 26/05/2015 500.00070ª Reunião (a) 01/10/2015 300.000

7.300.000(a) O valor aprovado na 62ª e na 70ª Reunião para integralização foi de R$800.000, sendo que R$792.000 foram integralizados nos meses de julho e novembro e R$8.000 não foram integralizados pelo acionista SINOBRAS. Em 31 de dezembro de 2015 e 31 de dezembro de 2014, a estrutura societária da Companhia é assim representada:

31/12/2015 31/12/2014Integra- A Inte- Partici- Integra- Partici-

Acionista lizado gralizar pação lizado paçãoCentrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte 1.458.540 – 19,98% 1.131.869 19,98%Centrais Elétricas Brasileiras S.A.- Eletrobras 1.095.000 – 15,00% 849.751 15,00%Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF 1.095.000 – 15,00% 849.751 15,00%Belo Monte Participações S.A. 730.000 – 10,00% 566.501 10,00%Fundação Petrobras de Seguridade Social - PETROS 730.000 – 10,00% 566.501 10,00%Fundação dos Economiários Federais - FUNCEF 730.000 – 10,00% 566.501 10,00%Amazônia Energia Participações S.A. 713.210 – 9,77% 553.472 9,77%Aliança Norte Energia Participações S.A. 657.000 – 9,00% 509.851 9,00%Siderúrgica Norte Brasil S.A. - SINOBRAS 65.000 8.000 1,00% 56.650 1,00%J. Malucelli Energia S.A. 18.250 – 0,25% 14.163 0,25%

7.292.000 8.000 100,00% 5.665.010 100,00%

(a) De acordo com o CPC 27 (Ativo Imobilizado), a depreciação de ativos que geram benefícios econômicos futuros absorvidos para a produção de outros ativos deve ser capitalizada. Desta forma, a depreciação de itens do ativo imobilizado (Geração em Serviço) reconhecida no resultado foi capitalizada para itens do ativo imobilizado (Geração em Curso). Até 31 de dezembro de 2015, a Companhia capitalizou R$2.203 de depreciação, sendo R$808 no ano de 2015.(b) Referem-se, substancialmente, aos investimentos iniciais realizados nas fases de gastos com engenharia, inventário e viabilidade realizados na UHE Belo Monte, considerados como custo da obra, estabelecidos no contrato de concessão, em consonância com as regras contábeis, societárias e regulatórias.(c) Parte substancial dos valores classificados na rubrica de “Geração em curso” refere-se a adiantamentos feitos para a IMPSA - Wind Power Energia S.A. e Consórcio ELM (Alstom Brasil Energia e Transporte Ltda., Andritz Hidro Inepar do Brasil S.A. e Voith Hydro Ltda.), para fornecimento de equipamentos eletromecânicos e para o Consórcio CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), responsável pela obra civil da construção da Usina. Devido a incerteza na recuperação em 2014 foi provisionado para perda o montante de R$255.841 referente a R$3.955 do contrato dos equipamentos hidromecânicos com a “IESA PROJETOS MONTAGENS E EQUIPAMENTOS S.A.”, que está em recuperação judicial, em razão do não cumprimento de cláusulas e marcos contratuais, sendo que a Companhia foi relacionada no processo como credora e R$251.886 do contrato com o Consórcio IMPSA Belo Monte que por razões do não cumprimento de cláusulas e marcos contratuais por parte do Contratado, que impactariam na conclusão do fornecimento e comprometeriam o empreendimento, o contrato foi rescindido unilateralmente pela Norte Energia. O valor de R$21.207 foi revertido em 2015 face da entrega de materiais, sendo R$253 pelo contrato com a IESA e R$20.954 pelo contrato com a IMPSA.(d) A rubrica “A ratear” destina-se ao reconhecimento dos custos incorridos em benefício da obra que não sejam passíveis de alocação direta ao respectivo bem ou direto pelo sistema de Ordem de Imobilização (ODI). A Administração entende que a alocação dos custos será realizada na iminência de entrada em operação da Usina, sendo rateados proporcionalmente aos custos diretos atribuídos a cada ativo, salvas as particularidades e naturezas dos custos a ratear.Composição da rubrica “A ratear”

Descrição 31/12/2014 31/12/2015Mobilização e canteiro de obras 3.033.543 3.406.821Juros capitalizados 1.422.685 2.922.080Projetos e consultorias de engenharia 701.584 961.510Encargos financeiros, comissões bancárias e seguros 173.355 218.522Outros 424.020 670.667

5.755.187 8.179.600

(e) A rubrica destina-se ao reconhecimento dos depósitos efetuados para fins de emissão de liminar de posse, em ações de desapropriação de áreas destinadas às imobilizações em curso, pelo sistema de Ordem de Imobilização (ODI).

(f) O valor de R$47.100 de 2014 era referente a ICMS a recuperar pelo controle do CIAP dos equipamentos que foi incorporado ao ativo imobilizado de cada bem original, devido a uma revisão do Planejamento tributário considerando as necessidades do cenário atual do mercado do Pará para venda de crédito de ICMS.

A vida útil estimada e o método de depreciação seguem os critérios previstos na Resolução ANEEL nº 474, de 7 de fevereiro de 2012. A Administração da Companhia entende que as estimativas de vidas úteis e os métodos de depreciação determinados pela ANEEL são adequados.

Em 31 de dezembro de 2015, a Companhia não possuía bens penhorados ou bloqueados judicialmente.

Como a Companhia tomou emprestados recursos específicos para obter um ativo qualificável particular, os custos dos empréstimos e financiamentos são diretamente atribuíveis ao ativo qualificável que podem ser identificados prontamente. Dessa forma, a Companhia determinou o montante dos custos dos empréstimos e financiamentos elegíveis à capitalização como sendo aqueles efetivamente incorridos sobre tais empréstimos e financiamentos, menos qualquer receita financeira decorrente de investimentos temporários dos recursos tomados. As referidas capitalizações tiveram início em julho de 2011. No exercício findo em 31 de dezembro de 2015, foram capitalizados R$1.499.395 (R$1.422.684 até 31 de dezembro de 2014).

9. Intangível9.1. Composição

DescriçãoTaxas anuais de

amortização CustoAmortização acumulada

Valor líquido 31/12/2015

Valor líquido 31/12/2014

Intangíveis em serviço 15.207 (8.584) 6.623 8.141 Administração 15.207 (8.584) 6.623 8.141 Licença de uso de software 15,17% a.a. 15.176 (8.584) 6.592 8.110 Marcas e patentes 31 – 31 31 Intangível em curso 274.643 – 274.643 238.901 Geração 273.210 – 273.210 236.900 Uso do Bem Público (UBP) 271.345 – 271.345 236.521 Servidão 1.546 – 1.546 379 Depósitos judiciais 319 – 319 – Administração 1.433 – 1.433 2.001 Licença de uso de software 1.433 – 1.433 2.001

289.850 (8.584) 281.266 247.042

9.2. Movimentação

Saldos em 31/12/2013

Movimentações 2014

Saldos em 31/12/2014

Movimentações 2015

Saldos em31/12/2015Adições

Transfe-rências Adições

Transfe-rências

Intangível em serviço: 12.828 528 559 13.915 – 1.292 15.207 Marcas e patentes 31 – – 31 – – 31 Licença de uso de software 12.797 528 559 13.884 – 1.292 15.176 (-) Amortização acumulada (3.076) (2.698) – (5.774) (2.810) – (8.584) Intangível em curso: 164.017 75.443 (559) 238.901 37.034 (1.292) 274.643Uso do Bem Público (UBP) 163.649 72.872 – 236.521 34.824 – 271.345Licença de uso de software 368 2.192 (559) 2.001 724 (1.292) 1.433Servidão – 379 – 379 1.167 – 1.546Depósitos judiciais – – – – 319 – 319 173.769 73.273 – 247.042 34.224 – 281.266Uso do Bem PúblicoA Companhia pagará à União o valor anual de R$16.617, em parcelas mensais equivalentes a 1/12, a partir da operação comercial da primeira unidade geradora da UHE, atestada pela fiscalização da ANEEL, ou a partir do início da entrega da energia objeto do CCEAR, o que ocorrer primeiro, até o 35º ano da Concessão, conforme cláusula 6ª do Contrato de Concessão. Esta obrigação está reconhecida no passivo circulante no montante de R$37.864 e R$229.831 no não circulante, totalizando R$267.695 em 31 de dezembro de 2015 (R$236.521 em 31 de dezembro de 2014), em contrapartida do ativo intangível, atualizada pelo IPCA mensal e descontada a valor presente pela taxa interna de retorno do projeto. Em 2015 foram pagas duas parcelas que totalizaram R$3.651 antes da liminar judicial (Nota 1).10. Depósitos judiciais e cauções

31/12/2015 31/12/2014Cauções (a) 2.189 37.906Depósito Judicial - Tributário (b) 6.918 3.564Outros 190 136

9.297 41.606Circulante 2.189 37.906Não circulante 7.108 3.700(a) Contrato de caução firmado em 15 de abril de 2013 por Norte Energia S.A., CISA Trading S.A. e Banco BTG Pactual S.A. exigido pelo contrato de compra e venda de mercadorias por encomenda. A Companhia celebrou em 25 de fevereiro de 2013 um contrato de compra e venda por aquisição de mercadorias importadas para o atendimento ao Termo de Cooperação Técnico-Financeiro assinado junto ao Governo do Pará no que diz respeito às metas estabelecidas no Projeto Básico Ambiental (PBA), dentro das condicionantes da área de segurança pública, parte dos equipamentos foram entregues em 2015 e os demais serão entregues em 2016.(b) Exigência jurídica vinculada a ação movida contra Prefeitura Municipal de Altamira, referente a recolhimento mensal do ISS. Discussão pertinente a incidência de ISS sobre inclusão na base de cálculo dos materiais aplicados e terceiros contratados, pelos serviços tomados junto ao CCBM. Em setembro de 2014 foi registrado o resgate dos alvarás emitidos para a Prefeitura Municipal de Altamira referente à parte incontroversa.11. FornecedoresEm 31 de dezembro de 2015, o grupo de fornecedores é composto por faturamento e provisões relacio- nadas à construção da UHE Belo Monte e a manutenção das atividades administrativas da Companhia.

31/12/2015 31/12/2014Consórcio Construtor de Belo Monte 264.533 550.390Outros fornecedores de investimento 96.531 69.428Compra de energia (a) 25.743 –Encargo da transmissão, conexão e distribuição (a) 454 –Outros fornecedores de materiais e serviços 6.888 1.998

394.149 621.816(a) Os valores em aberto são referentes as provisões dos encargos da transmissão, conexão e distribuição e para compra de energia no mercado de curto prazo para evitar quaisquer penalidades futuras.12. Outras contas a pagar 31/12/2015 31/12/2014Tributos retidos na fonte 2.260 1.831

Tributos a recolher 49.467 64.301ISS (a) 28.114 29.935INSS 3.543 2.829PIS/COFINS/CSLL 7.794 1.192

ICMS 8.011 28.540Outros 2.005 1.805Obrigações trabalhistas 23.560 17.594Outros 2.773 2.304 78.060 86.030(a) Conforme Nota 10 item (b) a parte controversa do recolhimento mensal do ISS retido do CCBM no Município de Altamira está sendo depositado em juízo, totalizando R$6.918.13. Provisões para litígios

Contingências Cíveis

Contingências Trabalhistas

Contingências Tributárias Total

Em 31 de dezembro de 2013 6.692 – – 6.692Constituída durante o exercício 172 – – 172Reversão de valores (198) – – (198)Em 31 de dezembro de 2014 6.666 – – 6.666Constituída durante o exercício 100 1.052 – 1.152Reversão de valores (6.521) – – (6.521)Em 31 de dezembro de 2015 245 1.052 – 1.297

Saldos em 31/12/2013

Movimentações 2014 Saldos em 31/12/2014

Movimentações 2015 Saldos em31/12/2015Adições Baixa Transferências Adições Baixa Transferências

Geração em Serviço:Edificações, obras civis e benfeitorias 3.218 – – – 3.218 – – – 3.218Máquinas e equipamentos 6.257 – (6) 146 6.397 – – 885 7.282Veículos 2.797 – – – 2.797 – – – 2.797Móveis e utensílios 5 – – 6 11 – – 6 17

12.277 – (6) 152 12.423 – – 891 13.314(-) Depreciação Acumulada:Edificações, obras civis e benfeitorias (a) (95) (107) – – (202) (108) – – (310)Máquinas e equipamentos (a) (191) (294) – – (485) (299) – – (784)Veículos (a) (308) (400) – – (708) (399) – – (1.107)Móveis e utensílios – – – – – (2) – – (2)

(594) (801) – – (1.395) (808) – – (2.203)Geração em Curso:Terrenos 345.139 91.373 – – 436.512 437.367 – – 873.879Reservatório, barragens e adutoras 5.123.967 4.354.659 – – 9.478.626 3.560.527 – 41.834 13.080.987Edificações, obras civis e benfeitorias 901.673 1.230.109 – – 2.131.782 850.139 – 185.727 3.167.648Máquinas e equipamentos 213.876 772.564 – (144) 986.296 555.746 – 1.149.816 2.691.858Veículos – – – – – – – – –Móveis e utensílios – 8 – (8) – 143 – (143) –A ratear (d) 4.066.614 1.688.573 – – 5.755.187 2.424.413 – – 8.179.600Adiantamento a fornecedores (c) 2.294.186 249.963 (255.841) – 2.288.308 1.271.704 – (1.378.125) 2.181.887Desenvolvimento de projetos (b) 161.390 – – – 161.390 – – – 161.390Material em Depósito – – – – – – – – –Depósitos judiciais (e) 27.250 2.105 – – 29.355 9.384 – – 38.739

13.134.095 8.389.354 (255.841) (152) 21.267.456 9.109.423 – (891) 30.375.988Administração em Serviço:Edificações, obras civis e benfeitorias 1.004 – – – 1.004 – – – 1.004Máquinas e equipamentos 6.018 3.680 – 71 9.769 1.081 – – 10.850Móveis e utensílios 2.179 821 – 16 3.016 402 – – 3.418

9.201 4.501 – 87 13.789 1.483 – – 15.272(-) Depreciação Acumulada:Edificações, obras civis e benfeitorias (95) (33) – – (128) (33) – – (161)Máquinas e equipamentos (1.447) (1.205) – – (2.652) (1.391) – – (4.043)Móveis e utensílios (326) (156) – – (482) (195) – – (677)

(1.868) (1.394) – – (3.262) (1.619) – – (4.881)Administração em Curso: Edificações, obras civis e benfeitorias – – – – – – – – –Máquinas e equipamentos – 71 – (71) – – – – –Móveis e utensílios – 16 – (16) – – – – –

– 87 – (87) – – – – –13.153.111 8.391.747 (255.847) – 21.289.011 9.108.479 – – 30.397.490

Page 5: MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO - norteenergiasa.com.brnorteenergiasa.com.br/site/wp-content/uploads/2016/03... · Ao final do ano, a equipe de montagem contava com 4.072 funcionários

continuação

Conforme previsto nas 39ª, 45ª, 48ª, 49ª, 57ª, 62ª e 70ª reuniões do Conselho de Administração foi integralizado no ano de 2014 o valor de R$1.365.000 e em 2015 o valor de R$1.626.990.17. Receita operacional líquida

31/12/2015 31/12/2014Receita de energia elétrica 144.089 –Tributos sobre venda: (13.328) –PIS (2.377) –COFINS (10.951) –Outras deduções da receita (1.295) –

129.466 –Os valores da receita e despesas estão sendo provisionados conforme compra de energia no mercado de curto prazo para evitar quaisquer penalidades futuras.18. Custos da venda de energiaO valor de R$130.005 é referente ao custo de compra de energia, que estão sendo registrados confor-me compra no mercado de curto prazo, para evitar quaisquer penalidades futuras (Nota 1).19. Imposto de renda e contribuição socialO imposto de renda e a contribuição social do exercício são calculados sob o regime de lucro real trimestral respectivamente à alíquota de 15% sobre o lucro tributável, acrescida do adicional de 10% e à alíquota de 9% sobre o lucro tributável. a) Reconciliação do imposto de renda e contribuição social

31/12/2015 31/12/2014Prejuízo antes do IRPJ e da CSLL (99.289) (329.486)Exclusões temporárias - Reversão prov. p/ Perdas 23.857 (255.841)Base de Cálculo do IRCS (75.432) (585.327)Alíquota do IRPJ e CSLL 34% 34%IRPJ e CSLL à alíquota nominal - 34% 25.647 199.011Adições e exclusões permanentes: 16.438 (88.919)Crédito fiscal diferido ativo reconhecido 42.085 110.092b) Composição do imposto de renda e contribuição social diferidos ativos

31/12/2015 31/12/2014Imposto Contribuição Imposto Contribuição

de renda social de renda socialPrejuízo fiscal e base negativa 358.985 358.985 211.350 211.350Diferenças temporárias (Nota 8.c) 231.984 231.984 255.841 255.841

590.969 590.969 467.191 467.191Alíquota 25% 9% 25% 9%Imposto de renda diferido 147.742 53.187 116.798 42.047

200.929 158.845O imposto de renda e contribuição social diferidos ativos resultantes dos prejuízos fiscais e base nega-tiva foram registrados com base na probabilidade de realização, por meio de lucros tributáveis futuros, oriundos das operações de venda de energia que se iniciarão em 2016. Conforme pleito encaminhado para a ANEEL essa data poderá sofrer alteração. Tal probabilidade baseou-se em plano de negócios, elaborado pela Administração da Companhia e aprovado por seus órgãos de administração, de forma que o aproveitamento fiscal dos prejuízos acumulados no modelo poderão se iniciar a partir de 2016.O imposto de renda e contribuição social diferidos ativos decorrentes de diferenças temporárias serão re-alizados à medida que estas sejam liquidadas ou realizadas. O período de liquidação ou realização de tais diferenças é impreciso e está vinculado a diversos fatores que não estão sob o controle da Administração.20. Despesas administrativas, por natureza

31/12/2015 31/12/2014Pessoal (33.308) (28.495)Administradores (5.397) (5.954)Material (1.726) (1.709)Serviços de terceiros (28.012) (19.001)Depreciação e amortização (4.428) (4.092)Arrendamentos e aluguéis (6.134) (5.428)Seguro (558) (324)Passagens (2.054) (1.892)Internet (1.582) (1.530)Provisão (1.052) –Outros (9.874) (6.313)

(94.125) (74.738)21. Outras receitas e despesas operacionais, líquidas

31/12/2015 31/12/2014Provisão para perdas (a) – (255.841)Recuperação de despesas (b) 21.244 –Outras receitas e despesas (7) 125

21.237 (255.716)(a) O valor R$255.841 é referente a provisão para perda dos contratos com a “IESA PROJETOS MON-TAGENS E EQUIPAMENTOS S.A.” e com o consórcio IMPSA (vide Nota 8.c).(b) O valor de R$21.207 é referente a recuperação de despesa em face da entrega de materiais, sendo R$253 pela IESA e R$20.954 pelo IMPSA, provisionados para perda em novembro de 2014 (vide Nota 8.c) e o valor de R$37 é referente a recuperação de despesas com depósitos judiciais de processos trabalhistas de subcontratadas.22. Resultado financeiro

31/12/2015 31/12/2014Juros sobre aplicações financeiras 80.997 114.146Outras receitas financeiras 16.723 1.976Receitas financeiras 97.720 116.122Juros sobre empréstimos e financiamentos (a) (1.580.392) (887.566)(-) Capitalização de empréstimo (b) 1.499.395 773.420Outras despesas financeiras (1.769) (1.008)Despesas financeiras (82.766) (115.154)Resultado financeiro líquido 14.954 968(a) O aumento do valor dos juros sobre empréstimos e financiamentos é devido as liberações do financiamento (vide nota 14)(b) O valor dos juros capitalizados é líquido das receitas financeiras geradas pelas aplicações.23. Instrumentos financeirosEm 31 de dezembro de 2015, a Companhia não mantinha qualquer contrato envolvendo operações com derivativos em aberto.Os valores contábeis dos instrumentos financeiros, ativos, quando comparados com os valores que poderiam ser obtidos na sua negociação em um mercado ativo ou, na ausência deste, com valor presente líquido ajustado com base na taxa vigente de juros no mercado, aproximam-se substancial-mente de seus correspondentes valores de mercado.a) RiscosA Companhia encontra-se em fase pré-operacional e os riscos inerentes à sua fase atual podem ser assim identificados: (i) Risco de créditoNo ano de 2016 está previsto o inicio da operação comercial, todavia, a Companhia ainda não de-pende dos recebíveis de sua carteira de clientes nesse momento, os valores atuais são com base em provisões para liquidação no mercado de curto prazo (Nota 1). Contudo, está exposta a riscos

PARECER DO CONSELHO FISCAL

Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta ConselheiraFernando Paes Carvalho Conselheiro

Antônio Augusto de Miranda e Souza ConselheiroAntônio José Ribeiro Neto ConselheiroFernando Henrique Schuffner Neto ConselheiroJosé Ailton de Lima Conselheiro

DIRETORIADuilio Diniz de Figueiredo - Diretor-Presidente

Marcus de Castro MeloSuperintendente de Controladoria - DF

Contador CRC-DF 012006/O-6

Antonio Kelson Elias Filho Diretor de ConstruçãoClarice Coppetti Diretora de Relações Institucionais/Financeira (em exercício)José de Anchieta dos Santos Diretor SocioambientalMarco Antonio Martins Fonseca Diretor de GestãoWellington Lopes Ferreira Diretor de Fornecimento e Montagem

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOSidney do Lago Júnior - Presidente

Hailton Madureira de Almeida ConselheiroMarcos Célio Santos Nogueira Conselheiro

CONSELHO FISCALJésus Alves da Costa - Presidente

Maurício Muniz Barretto de Carvalho ConselheiroMoacir Carlos Bertol ConselheiroOrlando Vieira Sampaio Júnior ConselheiroSolange Maria Pinto Ribeiro ConselheiraWadi Charone Junior Conselheiro

financeiros associados a sua carteira de aplicações financeiras.A Administração tem política de gestão financeira que limita determinadas exposições ao risco de crédito e cuja exposição é monitorada individual e coletivamente levando em consideração a soli-dez financeira da contraparte. A Administração também se utiliza de conhecimento, informações e experiências de mercado para assumir determinadas posições de risco de crédito. Adicionalmente, a Companhia busca diversificar suas aplicações em várias contrapartes, visando garantir retorno de capital compatível ao risco, sem concentrar sua exposição a um ente específico. (ii) Risco de preçoAs receitas da Companhia, quando do início de suas operações comerciais, serão, nos termos do contrato de concessão, reajustadas anualmente pela ANEEL, pela variação do IPCA. (iii) Risco de taxas de jurosA Companhia está limitada aos efeitos da volatilidade de indexadores de preços e moeda no seu fluxo de caixa esperado, uma vez que, aproximadamente, 80% de seus compromissos contratuais estão atrelados ao índice de preço (IPCA), bem como 100% de seus contratos de venda de energia futura comercializados no Ambiente de Comercialização Regulado, gerando um casamento de indexadores entre receitas e custos/despesas. No que tange ao risco de taxas de juros de seus contratos de fi-nanciamento, a Companhia já contratou os empréstimos para financiamento do projeto pelo BNDES, com as seguintes condições: prazo de 30 anos, taxa de juros de 5,5% a.a. (linha - PSI), TJLP + 2,25% (FINEM - Direto) e TJLP + 2,65% (FINEM - Indireto). As condições desses financiamentos são majo-ritariamente atreladas a juros pré-fixados, tornando o passivo financeiro da Companhia pouco exposto às oscilações (volatilidade) de taxas de juros de mercado. (iv) Risco de liquidezUma das principais fontes de caixa da Companhia é proveniente de integralizações de capital de acio-nistas. Os atuais acionistas da Companhia estão entre os maiores de cada um de seus ramos no Bra-sil. O quadro de acionistas é formado por Companhias líderes no setor elétrico, mineração, fundos de pensão e siderurgia. O prazo das aplicações financeiras respeita as necessidades previstas no Plano de Negócios da Companhia e nenhum ativo emitido por instituição privada, investido pela Companhia, extrapola a carência máxima de 90 dias. Os títulos e valores mobiliários adquiridos pela Companhia com vencimento superior a 90 dias são de elevada liquidez e negociados diariamente a mercado. b) Gestão de capitalOs objetivos da Companhia ao administrar seu capital são os de salvaguardar a sua capacidade de continuidade para oferecer retorno aos acionistas e benefícios às outras partes interessadas, além de manter uma estrutura de capital ideal que proporcione a maximização da criação de valor para os acionistas.Condizente com outras companhias do setor, a Companhia monitora o capital com base no índice de alavancagem financeira. Esse índice corresponde à dívida líquida dividida pelo capital total. A dívida líquida, por sua vez, corresponde ao total de empréstimos, subtraído do montante de caixa e equivalentes de caixa.24. Análise de sensibilidade dos ativos e passivos financeirosO passivo financeiro da Companhia está atrelado majoritariamente à variação da TJLP, índice de re-ajuste dos contratos de financiamento junto ao BNDES. Contudo, uma parcela do financiamento está atrelada à taxa de juros pré-fixada de 5,5% a.a., linha FINAME – PSI.Os CPCs 38, 39 e 40, dispõem sobre a apresentação de informações sobre instrumentos financeiros, em nota explicativa específica, e sobre a divulgação do quadro demonstrativo de análise de sensibilidade. Com a finalidade de verificar a sensibilidade do indexador nas dívidas ao qual a Companhia está exposta com o BNDES na data base de 31 de dezembro de 2015, foram definidos 3 cenários diferen-tes, considerando somente a parcela do financiamento atrelada a indexador pós-fixado (TJLP). Com base nos valores da TJLP vigentes em 31 de dezembro de 2015, foi definido o cenário provável para os próximos 12 meses e a partir deste calculadas variações de 25% (Cenário II) e 50% (Cenário III).Para cada cenário foi calculada a despesa financeira bruta não levando em consideração incidência de tributos e o fluxo de vencimentos de cada contrato programado para 2015. A data base utilizada para os financiamentos foi 31 de dezembro de 2015 projetando os índices para um ano e verificando a sensibilidade destes em cada cenário.

CenárioRisco Provável I Cenário II Cenário III

Financiamento - BNDES (pós-fixado) 19.437.158 19.437.158 19.437.158Taxa sujeita à variação TJLP + Spread (a) 7% + 2,46% 8,75% + 2,46% 10,5% + 2,46%Despesa Financeira Projetada 1.904.415 2.257.768 2.610.695Variação - R$ – 353.353 706.280

CenárioRisco Provável I Cenário II Cenário III

Financiamento - BNDES (pré-fixado) 4.012.822 4.012.822 4.012.822Taxa sujeita à variação Pré 5,50% 5,50% 5,50%Despesa Financeira Projetada 220.705 220.705 220.705Variação - R$ – – –

CenárioRisco Provável I Cenário II Cenário III

Financiamento - BNDES (Integral)

TJLP + Spread (a) + Pré 23.449.980 23.449.980 23.449.980

Despesa Financeira Projetada 2.125.120 2.478.473 2.831.400Variação - R$ – 353.353 706.280(a) Os repasses diretos e indiretos estão sujeitos a um spread de 2,25% e 2,65% respectivamente, sendo a alíquota efetiva de 2,46%.O ativo financeiro da Companhia está atrelado majoritariamente à variação do CDI. Com a finalidade de verificar a sensibilidade das possíveis alterações no CDI, adotando a data base de 31 de dezembro de 2015, foram definidos 3 cenários diferentes, projetados para o período de 12 meses, com base nos valores do CDI vigentes em 31 de dezembro de 2015, o qual foi definido o cenário provável para os próximos 12 meses e a partir destes calculadas variações de 25% (Cenário II) e 50% (Cenário III).

Risco Cenário Provável I Cenário II Cenário IIIAplicações 30.360 30.360 30.360Taxa sujeita à variação CDI 14,14% 17,68% 21,21%Receita Financeira Projetada 6.218 7.824 9.450Variação - R$ – 1.606 3.23225. Cobertura de segurosA Companhia é contratante de gestora dos seguintes seguros:(a) Risco de engenharia;(b) Atraso de partida - DSU;(c) Riscos operacionais;(d) Lucros cessantes - BI; e(e) Responsabilidade civil.Em setembro de 2011, a Mapfre Vera Cruz Seguradora, líder do Painel de Seguro, emitiu um Certifi-cado de Seguro de Risco de Engenharia informando que se encontra coberto o risco e que foi emitida a apólice de risco de engenharia, com vigência de 31 de agosto de 2011 a 31 de janeiro de 2021. Da mesma forma e no mesmo mês, a ACE Seguradora S.A. emitiu outro Certificado de Seguro atestando a aceitação do seguro que cobrirá reclamações por danos decorrentes da Responsabilidade Civil do Segurado com importância segurada de R$90.000 em excesso a R$10.000 para cada e toda ocorrên-cia, com vigência de 1º de março de 2011 até 31 de janeiro de 2019.Quanto a resseguro, vale destacar que todas as resseguradoras estão entre as líderes de cada um de seus mercados e todas possuem rating mínimo de A, tendo como líder do Painel de Resseguro a

Munich Re, líder mundial e no Brasil no ramo de Riscos de Engenharia. O valor total em risco para fins da cobertura de seguros é de aproximadamente R$20.000.000 com limite máximo de indenização por evento de R$2.000.000. A cobertura do seguro de risco de enge-nharia contratada engloba: erro de projeto, manutenção ampla (24 meses), afretamento de aerona-ves, desentulho, tumulto, greves, honorários de peritos e despesas de salvamento e contenção. Os segurados desse seguro são Norte Energia e respectivos subcontratados operando no sítio da obra.Adicionalmente não está incluído no escopo dos trabalhos de nossos auditores, a revisão sobre a suficiência da cobertura de seguros, a qual foi determinada e avaliada quanto a adequação pela Administração da Companhia.26. Compromissosi) Os valores abaixo referem-se aos principais contratos da Companhia ligados diretamente à cons-trução da Usina e estão demonstrados por valores originais contratados, atualizações e reajustes.

Valor do contrato Valores incorridos Saldo dos contratosConstrução - CCBM e outros - (a) 19.663.348 17.155.727 2.507.621Fornecimento e montagem 6.428.041 4.676.407 1.751.634Serviço de operação e manutenção (b) 1.800.863 39.258 1.761.605Seguros Mapfre e J. Malucelli 255.373 221.227 34.146

28.147.625 22.092.619 6.055.006a) Em 31 de dezembro de 2015, a Companhia detinha contratos de construção no valor de R$19.663.348 sendo R$18.870.177 com o Consórcio Construtor Belo Monte – CCBM, responsável pela construção da Usina, esse contrato é corrigido conforme cláusula contratual com data base maio.Em 01 de agosto de 2014 foi assinado, entre a Companhia e o CCBM, o 2º termo aditivo no valor atu-alizado de R$1.025.626. O contrato consolidou em empreitada global as obras civis da Usina Hidrelé-trica de Belo Monte e confere a total quitação quanto a quaisquer pendências anteriores à data de ce-lebração deste aditivo. Deste valor, R$903.147 já foram pagos e o restante no montante de R$122.479 serão liquidados mediante a conclusão de etapas da construção, conforme previsto no referido aditivo.Em 17 de dezembro de 2015 foi assinado o 3º termo aditivo com o CCBM, no valor atualizado R$274.205 em função de novos escopos de serviço de engenharia. Deste valor, R$121.160 já foram faturados e o restante no montante de R$153.046 serão liquidados posteriormente conforme previsto no referido aditivo.b) Em 29 de outubro de 2015 foi assinado o contrato com a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.(“ELETRONORTE”) para prestação do serviço de operação e manutenção da usina no valor de R$1.800.863 para o período da concessão.ii) Os valores abaixo referem-se aos contratos de venda de energia (70% no mercado regulado e 10% para os autoprodutores) da Companhia na data base das contrações.Exercícios Quantidade MWh Valor2016 11.314 909.2442017 30.644 2.471.6802018 32.034 2.585.870a partir de 2019 836.153 67.548.832

910.145 73.515.62527. Demandas judiciais e administrativasEm 15 de fevereiro de 2012, em 24 de setembro de 2013, 1º de outubro de 2013, 06 de junho de 2014 e 26 de novembro de 2015, a Companhia foi autuada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (“IBAMA”) em relação a possíveis descumprimentos de condicionantes da Li-cença Ambiental de Instalação (“LI”) da UHE, sendo adotados todos os procedimentos administrativos cabíveis, inclusive interposição de recurso administrativo. De acordo com as autuações, os processos estão avaliados em R$7.000, R$3.000, R$2.700, R$2.501 e R$5.808, respectivamente. Adicionalmen-te, existem outros processos administrativos com o referido instituto avaliados em R$637.O assunto não implica qualquer suspensão da referida licença, que continua válida, e, por isso, as obras e demais atividades do empreendimento seguem seu curso normal. Vale ressaltar que o próprio IBAMA, nos documentos que embasam a autuação, destacou que as desconformidades apontadas não implicam “reflexos ambientais negativos”. Em 31 de dezembro de 2015, a Companhia teve uma ação intentada pela Defensoria Pública do Estado do Pará, que pleiteia indenização por perdas e danos decorrentes do suposto atraso nas obras de reforma, ampliação e construção de escolas. O valor proposto na ação é de R$100.000. Os autos permanecem conclusos com decisão liminar favorável a Norte Energia. Os referidos processos acima citados foram avaliados pelos assessores jurídicos e possuem prognós-tico de perda remota, contudo, devido a relevância do assunto, a Administração optou por divulgá-los.Existem ainda, ações nas quais a Companhia é parte envolvida, que com base em análises prepara-das pela Administração e seus assessores jurídicos possuem prognóstico de perda possível:a) Ação movida pelo Ministério Público Federal do Pará no qual solicita a suspensão da Licença de Instalação por alegar o suposto não cumprimento das condicionantes da Licença Prévia nº 342/2010, valor estimado da perda é de R$500;b) Ações referentes a indenizações pela desocupação, avaliações de benfeitorias nas propriedades desapropriadas e outras indenizações no valor de R$ 57.947;c) Ações de indenizações em decorrência de suposto impacto ambiental na atividade de pesca, valor estimado de R$301; ed) Ações trabalhistas onde a Norte Energia foi incluída no polo passivo na qualidade de responsável subsidiária, valor estimado de R$2.125.Portanto, como determina o CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, não foram reconhecidas quaisquer provisões sobre as demandas descritas anteriormente, haja vista que, mesmo vindo a ser julgadas procedentes, em nenhuma hipótese os valores iniciais serão mantidos, constituindo-se os tais em mero exercício dos autores, sem qualquer fundamentação legal.28. Riscos relacionados a conformidade com leis e regulamentosA Administração da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, acionista da Norte Energia S.A., tomou conhecimento, através de notícias veiculadas na mídia, de supostos atos ilegais vinculados a empresas contratadas para a construção do empreendimento UHE Belo Monte, em conexão com o processo de investigação pelas autoridades públicas federais. Em decorrência do descrito acima, a Eletrobras discutiu e acordou com a Administração a condução de investigação na Companhia relacionada com as mencionadas notícias e eventuais descumpri-mentos de leis e regulamentos no contexto da legislação do Brasil e, para isso, contratou o escritório de Advocacia Hogan Lovells, para conduzir a investigação. Adicionalmente, a Eletrobras criou uma Comissão Independente para gestão e supervisão dos trabalhos de investigação em andamento, con-duzidos pela empresa independente contratada.Atualmente, como as ações relacionadas à investigação ainda estão em andamento, não foi possível iden-tificar e refletir nestas Informações Financeiras eventuais impactos, se houver, relacionados a este tema.Em 14 de julho de 2015, a 66ª Reunião do Conselho de Administração da Companhia aprovou a contratação de empresa para a realização de Auditoria Independente nos principais contratos da obra da UHE Belo Monte. Em setembro de 2015 foi contratada empresa de auditoria para a realização dos trabalhos. Em 31 de dezembro de 2015 os trabalhos de auditoria nos principais contratos da obra ainda estavam em execução.29. Eventos SubsequentesEm 2016 foram realizadas a 19ª e 20ª Assembleia Geral Extraordinária e aprovada as subscrições de capital no valor de R$1.100.000 (um bilhão e cem milhões de reais) e R$ 600.000 (seiscentos milhões de reais). O Capital Social da Companhia passou para R$9.000.000 (nove bilhões de reais). O Con-selho de Administração aprovou na reunião 76º a integralização de R$590.000 (quinhentos e noventa milhões de reais) que foram integralizados R$ 584.100 (quinhentos e oitenta e quatro milhões e cem mil de reais) em janeiro de 2016, na 77º a integralização de R$510.000 (quinhentos e dez milhões de reais) que foram integralizados R$ 504.900 (quinhentos e quatro o milhões e novecentos mil reais) em fevereiro de 2016 e na 80º integralização de R$600.000 (seiscentos milhões de reais) que foram integralizados R$ 504.000 (quinhentos e quatro milhões de reais) em março de 2016.

O Conselho Fiscal da Norte Energia S.A., no uso de suas atribuições legais e estatutárias, em reunião realizada nesta data, examinou as Demonstrações

Financeiras, complementadas pelas Notas Explicativas e pelo Relatório da Administração, referentes ao exercício social encerrado em 31.12.2015.

Com base nos exames efetuados, bem como considerando o Relatório dos Auditores Independentes – PriceWaterhouseCoopers, que foi emitido com

a seguinte ressalva: “Conforme mencionado na Nota Explicativa 28 às demonstrações financeiras, por iniciativa de um de seus acionistas, no caso a

acionista Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, foi iniciada investigação na Companhia relacionada com eventuais descumprimentos de leis e

regulamentos. Considerando que as ações relacionadas à investigação estão ainda em andamento, portanto, sem quaisquer resultados conclusivos, os

possíveis impactos decorrentes da resolução final deste tema, sobre as demonstrações financeiras da Companhia, relativas ao exercício findo em 31 de

dezembro de 2015, não são conhecidos e não puderam ser estimados pela Companhia. Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia a

necessidade de ajustes ou divulgações em decorrência destes assuntos nas referidas demonstrações financeiras”, datado de 30 de março de 2016, opina

que os referidos documentos retratam adequadamente a situação financeira, patrimonial e de gestão da Companhia, recomendando que estes sejam

submetidos à deliberação dos Senhores Acionistas, em Assembleia Geral Ordinária (AGO).

Brasilia-DF, 30 de março de 2016

Jésus Alves da Costa Presidente do Conselho Fiscal

Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta Conselheira

Fernando Paes Carvalho Conselheiro

Hailton Madureira Almeida Conselheiro

Marcos Célio Santos Nogueira Conselheiro

vem despendendo quantias significativas em custos de organização, desenvolvimento e pré-operação, os quais, de acordo com as estimativas e projeções, deverão ser absorvidos pelas receitas de operações futuras. A conclusão das obras de construção da Usina, e consequente início das operações e geração de tais receitas, por sua vez, dependem da capacidade da Companhia em continuar cumprindo o cronograma de obras previsto, bem como a obtenção dos recursos financeiros necessários, seja dos seus acionistas ou de terceiros. Nossa opinião não está ressalvada em virtude desse assunto.Outros assuntosInformação suplementar - demonstração do valor adicionadoExaminamos também a demonstração do valor adicionado (DVA), referente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2015, preparada sob a responsabilidade da administração da Companhia e apresentada como informação suplementar. Essa demonstração foi submetida aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, exceto pelos possíveis efeitos do assunto descrito no parágrafo “Base para opinião com ressalva”, está adequadamente apresentada, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto.Auditoria dos valores correspondentes ao exercício anteriorO exame das demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, foi conduzida sob a responsabilidade de outros auditores independentes, que emitiu relatório de auditoria, com data de 02 de fevereiro de 2015, com parágrafo de ênfase relacionado à dependência de recursos financeiros, dos acionistas e de terceiros, para cumprimento do cronograma das obras previsto.Brasília, 30 de março de 2016PricewaterhouseCoopersAuditores IndependentesCRC 2SP000160/O-5 “F” DFGuilherme Naves ValleContador CRC 1MG070614/O-5 “S” DF

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASAos Administradores e AcionistasNorte Energia S.A.Examinamos as demonstrações financeiras da Norte Energia S.A. (a “Companhia”) que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2015 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo das principais políticas contábeis e as demais notas explicativas.Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeirasA administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou por erro.Responsabilidade dos auditores independentesNossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelo auditor e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante.Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou por erro.Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expressar uma

opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui também a avaliação da adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião com ressalva.Base para conclusão com ressalvaRiscos relacionados a conformidade com leis e regulamentosConforme mencionado na Nota 28 às demonstrações financeiras, por iniciativa de um de seus acionistas, no caso a acionista Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras (“Eletrobras”), foi iniciada investigação na Companhia relacionada com eventuais descumprimentos de leis e regulamentos. Considerando que as ações relacionadas à investigação estão ainda em andamento, portanto, sem quaisquer resultados conclusivos, os possíveis impactos decorrentes da resolução final deste tema, sobre as demonstrações financeiras da Companhia relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2015, não são conhecidos e não puderam ser estimados pela Companhia. Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia a necessidade de ajustes ou divulgações em decorrência destes assuntos nas referidas demonstrações financeiras.Opinião com ressalvaEm nossa opinião, exceto pelos possíveis efeitos do assunto descrito no parágrafo “Base para opinião com ressalva”, as demonstrações financeiras anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Norte Energia S.A. em 31 de dezembro de 2015, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.Ênfase - Fase pré-operacionalChamamos a atenção para a Nota 1 às demonstrações financeiras, que descreve que a Companhia