MENTOMAGNETISMO

E ESPIRITISMODISTONIAS MENTAIS E OBSESSÃO

VOLUME 2

Vitor Ronaldo CostaGustavo Henrique de Lucena

MENTOMAGNETISMO

E ESPIRITISMO

Matão, SP- 2019 -

1a edição

DISTONIAS MENTAIS E OBSESSÃO

VOLUME 2

Copyright © 2019 byCASA EDITORA O CLARIMPropriedade do Centro Espírita O Clarim

1ª edição: abril/2019, 6 mil exemplaresImpresso no formato 14x21 cm

ISBN 978-85-7357-184-4

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Capa e projeto gráfico: Equipe O ClarimRevisão: Cássio Leonardo Carrara

Catalogação na Publicação (CIP)

C837m Costa, Vitor Ronaldo; de Lucena, Gustavo Henrique Mentomagnetismo e Espiritismo: Distonias mentais e obsessão / Vi-

tor Ronaldo Costa e Gustavo Henrique de Lucena. Vol. 2 – 1.ed. – Matão: Casa Editora O Clarim, 2019.

176p.; 21 cm

ISBN 978-85-7357-184-4

1. Espiritismo. 2. Estudo doutrinário. I. Casa Editora O Clarim. II. Título.

CDD. 133.9

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Sumário

MENTOMAGNETISMO: UM TRABALHO DA ESPIRITUALIDADE ..........7

TUDO SE TRANSFORMA ..................................................................................15

PRECE: A PROFUNDIDADE DE SUA AÇÃO ................................................19

DISTONIAS MENTAIS .............................................................................25

1. DESENVOLVIMENTO DAS ESTRUTURAS MENTAIS ...........................27

2. REPERCUSSÕES MORAIS NO DECORRER DAS EXISTÊNCIAS .......35

3. ARTICULAÇÃO ENERGÉTICA ENTRE CAMPOS MENTAIS ................45

4. O MENTOMAGNETISMO EM FAVOR DA HARMONIA MENTAL ...55

5. SINGULARIDADES DE LIGAÇÕES ENTRE AS MENTES......................69

OBSESSÕES ESPIRITUAIS ......................................................................79

6. ÂNGULOS PARA SE OBSERVAR A OBSESSÃO .....................................81

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7. TRATAMENTO DOS ENVOLVIDOS NA TEIA OBSESSIVA ..................87

8. RAMIFICAÇÕES DO PROCESSO DE FASCINAÇÃO ............................95

9. CAMPOS MENTAIS DENSOS, DE ORIGEM MODULAR EXTERNA ...111

10. A MENTE EM CONEXÃO COM CAMPOS MAGNÉTICOS ........... 117

11. MEDIUNIDADE: UM TRABALHO DE COOPERAÇÃO ...................127

ESTADO ESQUIZOFRÊNICO ..............................................................137

12. LOUCURA: UM PRISMA DIFERENTE ..................................................139

13. ESQUIZOFRENIA: UM PROCESSO DE REEQUILÍBRIO .................147

14. COMPREENSÃO DO ESTADO ESQUIZOFRÊNICO ........................153

15. ESTADO ESQUIZOFRÊNICO: BASE DE OUTRAS DISTONIAS .... 161

GLOSSÁRIO COM AS ÁREAS MENTAIS ........................................167

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MENTOMAGNETISMO: UM TRABALHO DA ESPIRITUALIDADE

O mentomagnetismo é um projeto desenvolvido pela espiri-tualidade com o objetivo de oferecer ajuda e assistência ao equi-líbrio do universo mental. É um enfoque das informações já con-substanciadas no Espiritismo sobre interações energéticas.

Encontramos referências sobre o mentomagnetismo no tra-balho desenvolvido por Allan Kardec, na Revista Espírita. Há um registro significativo1, no qual um espírito superior, em reunião na Sociedade Espírita de Paris, orienta sobre um atendimento en-volvendo um difícil caso de obsessão: “Que cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos Espíritos bons que a assistam; que a vossa prece fervorosa seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental; para tanto, não tendes necessidade de estar junto a ela; ao contrário: pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

1. Revista Espírita de janeiro de 1863. 3ª edição. Ed. FEB. p. 19, 2007.

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Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve. Fazei isto; tende fé e confiança em Deus e esperai.”

O resultado da prática surtiu efeitos positivos e a ação ob-sessiva foi sanada. No mesmo tópico da referida Revista Espí-rita, comentando sobre o atendimento, Allan Kardec2 teceu o seguinte comentário sobre a importância do magnetismo se-cundado pela prece: “A prece não tem, pois, só o efeito de chamar, sobre o paciente, um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética. O que não se poderia, pois, pelo magnetismo secunda-do pela prece!” Ele mostra como a prece, aliada ao magnetismo, tem um efeito transformador, se dirigida com os sentimentos nobres do espírito.

Para compreendermos melhor o que foi exposto acima, acrescentamos o conceito de mentomagnetismo proferido por Vi-tor Ronaldo Costa3: “À guisa de conceito diríamos que mentomag-netismo, no contexto espírita, é o conjunto de fenômenos eletromag-néticos, com base no pensamento focado, na vontade persistente e na prece fervorosa, tudo em forma de irradiação mental, com o objetivo de facilitar os fenômenos anímicos, mediúnicos e de aperfeiçoar a terapia fluídica em favor dos enfermos de ambos os lados da vida.” Ficamos, dessa forma, com o conceito elaborado que nos oferece condições de refletir sobre a força de um grupo assistencial com-prometido com a causa do bem.

Por essa linha de pensamento, o mentomagnetismo nos foi apresentado e, no livro anterior, Mentomagnetismo e Espiritismo,

2. Revista Espírita de janeiro de 1863. 3ª edição. Ed. FEB. p. 19, 2007.3. Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXXIX, setembro de 2014. Casa Editora O Clarim.

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um grupo de espíritos pesquisadores detalharam os pormenores dessa ação conjunta. Para tanto, houve um estudo sobre a mediu-nidade relacionada às ações do pensamento, a constituição dela em nossa mente, como também a importância da prece como fio condutor de energias benéficas para equilibrar áreas mentais.

Nesse contexto, os benfeitores espirituais Carlos e Lancelin desenvolveram um modelo inicial básico sobre a mente, ao des-creverem os campos mentais e sua funcionalidade.

Destacamos, para exemplificar, uma área mental criada por Deus que ninguém pode acessar; ela é o campo consciência aler-ta, que Lancelin conceitua4: “... campo mental de consciência aler-ta, onde ficam armazenadas as experiências positivas amealhadas durante o transcorrer do jornadear evolutivo. Nesse campo, vibra o amor em potencial a definir o elo com a Divindade.” O dirigen-te, com uma prece, auxiliado pelo grupo mediúnico, pode fazer o campo consciência alerta vibrar possibilitando que as experiências com o bem reverberem na consciência de vigília. Este é um cami-nho basilar para vários tratamentos espirituais que estão desenvol-vidos neste novo trabalho, que dá continuidade aos estudos sobre o magnetismo mental.

Existem outras áreas mentais descritas no livro anterior Men-tomagnetismo e Espiritismo, e para se ter uma ideia das estruturas mentais básicas colocamos um glossário ao final, com a descrição das áreas mentais e como elas agem.

A perspectiva deste segundo livro é desenvolver uma prática assistencial fraterna com os caminhos do mentomagnetismo, vol-

4. Mentomagnetismo e Espiritismo. Cap. 13, p. 132. 1ª edição. Casa Editora O Clarim.

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tados para a harmonização das distonias mentais e dos processos obsessivos. Para tanto, houve um desenvolvimento do modelo es-truturado sobre a mente, amplificando sua abrangência e as rela-ções que a envolvem.

A colaboração de Vitor Ronaldo Costa ocorreu ativamente neste livro, ao analisar as mensagens que o compõem. Ele tra-balhou mais especificamente na mensagem sobre distonias men-tais. Organizou e redigiu perguntas. Como era nossa prática, conversamos em várias ocasiões sobre os assuntos contidos na mensagem. Foram diálogos muito construtivos. Algumas vezes Vitor Ronaldo formulava questões no transcurso dos diálogos, com o objetivo de melhores esclarecimentos. Por conseguinte, as questões foram inseridas no texto por serem relevantes. É nesta mensagem sobre distonias mentais que se encontra o eixo con-dutor dos procedimentos descritos nas outras mensagens sobre obsessão e esquizofrenia.

Porém, os planos superiores designaram seu desencarne no dia 21 de novembro de 2015, por complicações de um câncer de pâncreas. Por este motivo, as demais mensagens ficaram somente com seu olhar arguto de pesquisador em analisá-las. Para prezar a metodologia já edificada neste trabalho, continuei com o mesmo processo de perguntas e respostas.

A mensagem sobre a prece foi psicografada depois de seu de-sencarne. Portanto, é a única que ele não teve contato antes da publicação. Esta mensagem é introdutória, porquanto sedimenta a prece como o caminho da atividade mentomagnética e explica como a ação agregadora e transformadora da prece atua no parti-cular, no específico e no plano geral do equilíbrio planetário.

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O livro é composto por uma organização textual em que os conteúdos estão distribuídos nos capítulos e os procedimentos de práticas assistenciais, que poderão ser utilizados pelos grupos mediúnicos, se encontram inseridos entre os conteúdos apresen-tados. Os benfeitores espirituais acharam mais construtivo este modo de construção do livro, por possibilitar que os leitores se apropriem do conhecimento para compreender melhor a prática do procedimento mentomagnético.

O estudo é que permite mais segurança na atividade medi-única, pois não existe substituto para o estudo na casa espírita. É necessário o aprendizado de cada participante da reunião medi-única, com uma sólida base nos conteúdos espíritas que estão nas obras básicas do Espiritismo e no vasto referencial mediúnico dos espíritos André Luiz, Emmanuel, Yvonne A. Pereira, Manoel Philo-meno de Miranda, entre outras fontes sólidas e seguras. Este é um pensamento corroborado por Vitor Ronaldo Costa, que sempre co-mentava sobre a importância de uma base doutrinária consistente para os que compõem um grupo mediúnico.

Percebemos, nesta trajetória envolvendo o mentomagnetis-mo, que ele é um trabalho de cooperação. O grupo mediúnico entra em conexão com uma rede de benfeitores espirituais de di-versas áreas. Nós, que estamos momentaneamente no corpo, nos vinculamos a um trabalho desenvolvido pelos planejamentos da espiritualidade superior. Somos contribuintes, entramos em har-monia pela prece para sermos, em conjunto, um aparato fraterno aos irmãos necessitados de ambos os lados da vida. Igualmente, os espíritos benfeitores Lancelin e Carlos são interlocutores de grupos de pesquisa na espiritualidade, o que torna o magnetismo

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mental um trabalho mais abrangente, por não conter somente um pensamento restrito.

Agradeço muito a oportunidade de, nesta encarnação, ter sido apadrinhado espiritualmente por Vitor Ronaldo. Foi uma oferta de Deus ter nascido na mesma família. Para mim ele foi um tio sempre presente nesta minha trajetória de vivência espírita. Quando tive os primeiros traços de eclosão mediúnica, ele orien-tou os caminhos de meus estudos na Doutrina Espírita, em visitas periódicas a Natal, pois residia em Brasília. Em nossos encontros, conversávamos muito sobre a prática mediúnica, diálogos que en-riqueceram imensamente minha compreensão sobre a vida espi-ritual. Com o advento do livro, intensificamos nossas conversas e ficávamos muito envolvidos. O tempo passa e só depois percebe-mos as coincidências orquestradas por Deus.

Quem conviveu com ele, percebia a vontade que ele tinha em ajudar ao próximo e a confiança que possuía na espirituali-dade. Era comum ouvi-lo falar: “Tantos necessitados, como vamos ajudar? A gente precisa encontrar um caminho para ajudar tantos irmãos nossos.” E, neste pensar, além da reunião mediúnica que participava, desenvolveu um trabalho diário de vibração aos ne-cessitados. Cada dia da semana ele direcionava suas preces para um grupo de assistidos. Eram doentes do corpo e do espírito, aos quais ele se dedicava diariamente. Foi um trabalho edificado na confiança e na vontade de Vitor Ronaldo em ajudar o próxi-mo. Este é só um olhar sobre sua atuação no campo vibracional energético de assistência. Ele também agia em outras formas de auxílio fraterno.

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É no trabalho cooperativo que a estrutura do mentomagne-tismo cresceu. Cada um compõe uma rede de trabalhadores, todos importantes na sua tarefa fraterna. Nestes novos tempos, o que vigora como nota de harmonia é a cooperação, o trabalho sedi-mentado no conjunto. Precisamos cada vez mais nos unir para ex-pandir a força do bem.

Gustavo Henrique de Lucena

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1DESENVOLVIMENTO DAS

ESTRUTURAS MENTAIS

De átomo a átomo, organizam-se os cor-pos astronômicos dos mundos e de pequeni-na experiência em pequenina experiência, in-finitamente repetidas, alarga-se-nos o poder da mente e sublimam-se-nos as manifestações da alma que, no escoar das eras imensuráveis, cresce no conhecimento e aprimora-se na vir-tude, estruturando, pacientemente, no seio do espaço e do tempo, o veículo glorioso com que escalaremos, um dia, os impérios deslum-brantes da Beleza Imortal. (Emmanuel/Francis-co C. Xavier. Roteiro, p. 25, 8ª edição, FEB).

VRC — A reencarnação, muito embora se constitua uma bên-ção da Divindade, chega a assustar espíritos dotados de certo grau de conhecimento, quando, em cumprimento dos desígnios traçados pela Lei de Evolução, preparam-se para enfrentar os desafios terre-

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nos por meio do mergulho na carne. Penso, no entanto, que Deus sempre disponibilizou o instrumental necessário ao melhor entendi-mento da vida, estimulando-nos ao aprofundamento das reflexões sobre a realidade espiritual do ser. A busca do autoconhecimento é uma dessas iniciativas ao nosso alcance, que se melhor exercitada nos permitiria um amplo domínio de pensamentos e atitudes condi-zentes com as próprias necessidades evolutivas. Infelizmente, pare-ce-nos que poucos se predispõem a exercitar o conhecimento de si. O que nos diz a respeito?

Carlos — Caros trabalhadores da Causa, há mais de 150 anos recebemos a visita do Consolador Prometido por Jesus. Naquela época, o incansável e digno codificador da Doutrina, Allan Kardec, dedicou anos e muita energia vital ao trabalho da codificação, capítulo do conhecimento espiritualista reple-to de informações alvissareiras homologadas por sua inques-tionável sabedoria. E nessa vasta enciclopédia doutrinária há um elo desafiador e ainda pouco trabalhado pela criatura en-carnada, o autoconhecimento.

Não obstante, o assunto ser destaque na pauta dos estudiosos do comportamento humano, o autoconhecimento realmente se reveste da máxima importância por parte da espiritualidade su-perior, ao considerá-lo a base do soerguimento do espírito com-prometido. Conhecer-se é ainda a melhor iniciativa a ser cultivada pela criatura em busca da autoiluminação. Apesar dos saberes ad-quiridos, esse critério não tem merecido a devida atenção, por-quanto, para bem analisá-lo é preciso desprender-se das amarras e da força que nos impulsionam a repetir as mesmas atitudes rema-nescentes do instinto de conservação.

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VRC — A força dos instintos, ainda por muito tempo, servi-rá como alicerce do nosso arcabouço mental. Somos hoje, em nos-sa maneira de ser, o reflexo daquilo que produzimos, realizamos de útil e das maldades cometidas nas experiências transatas. O arquivo da memória perene, profundamente interconectado ao instinto de conservação, parece influenciar o nosso psiquismo de superfície ao induzir-nos tendências e impulsos no decorrer de cada existência. Assim sendo, poderia o caríssimo irmão ilustrar um pouco mais a respeito das influências que marcam o nosso componente psíquico e até mesmo o organismo físico?

Carlos — Tal instinto, presente e atuante desde os primórdios da animalidade, ainda subsiste nos arcanos da memória arquetípi-ca, ao responsabilizar-se pela estrutura existencial do corpo e pe-los detalhes de sua construção, especialmente o desenvolvimento da teia energética de filamentos do sistema nervoso. Essa moda-lidade de memória extrafísica, também resguarda, em seus refo-lhos, tanto os impactos psicológicos sofridos pelo sujeito, quan-to as áreas do corpo mais comprometidas em virtude de atitudes desequilibradas. Ela tem dois caminhos distintos, duas faces que repercutem nos campos mentais e no corpo físico. Particularize-mos, então, as propriedades da memória arquetípica da razão e da memória arquetípica instintiva.

Memória arquetípica da razão — É a memória arquetípica superior. Ela está vinculada aos registros comportamentais que re-verberam em algumas áreas do campo físico. Inúmeras doenças da humanidade se devem a este mecanismo, que na verdade, não tem a função de provocar enfermidades, mas sim, promover reajustes energéticos no perispírito e nos campos mentais. Tudo o que fi-

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zemos fica devidamente registrado, como também toda ação que sofremos. Obviamente, o registro de memória arquetípica da ra-zão é um conceito abstrato singularizado, para que se compreenda melhor a dinâmica dos registros mentais, os quais, em verdade, não são simples registros, a exemplo de um papel em que apenas se grafa um fato.

Os registros mentais são vórtices energéticos que permutam experiências com outros registros e campos mentais. Portanto, não ficam restritos a uma determinada área, pois agem a exemplo de substâncias energéticas ativas que integram o dinamismo da vida, a tal ponto, que se o indivíduo não souber lidar de forma equilibrada com as próprias edificações mentais, ele pode gerar diversos transtornos enfermiços. Como se percebe, estamos falan-do de registros mentais reverberantes, os quais de alguma forma se comunicam com a consciência em vigília. Para melhor enten-dimento recorremos à literatura espírita, quando relata casos de deformidades perispirituais responsáveis pela má-formação de órgãos e membros.

“— Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Tomemos, por exem-plo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros re-cursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcio-nar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que ofe-recem...” (Francisco C. Xavier/André Luiz. Nos Domínios da Me-diunidade. cap. 15, p. 139, 8ª edição, 1976, FEB).

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Aquilo que se considera comprometimento genético tem de expressar, de certa forma, uma acomodação vibratória com o campo mental. O reencarnante não manifesta doenças que não se encaixem nas acomodações vibratórias dos tecidos energéti-cos de seu próprio organismo espiritual. Somente existe exceção quando operários do mundo maior, com a permissão específica de espíritos superiores, induzem determinados arranjos magné-ticos, cujos resultados se fazem sentir no campo físico ou mental do reencarnante.

A memória arquetípica da razão é um registro mental de ligação. Assim afirmamos em virtude dela promover a conexão entre campos mentais e o aglomerado. Utilizamos o vocábulo “ra-zão”, pelo fato deste tipo de memória servir de elo entre os cam-pos mentais superiores imantados ao intelecto e os registros mais densificados da própria mente. O objetivo deste mecanismo sutil é transformar as áreas mais densificadas do corpo mental em esta-dos vibracionais mais elevados. Aliás, estes mecanismos de cone-xão energética não são meros ajustes de energias, com a regência simples das leis físicas. Na mente, as leis físicas estão intimamente conjugadas à essência do ser. Ou seja, aquilo que se pensa é aquilo que realmente se é. Quanto mais nos cientificamos a respeito da potencialidade do nosso universo mental, maior a certeza de que, para existir equilíbrio das energias, é preciso a vivência harmônica daquilo que se é. Não existe melhor caminho para isto do que o exercício do amor.

“O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao úl-timo, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.” (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. cap.11, n.9).

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Por outro lado, aquilo que denominamos de memória ar-quetípica instintiva funciona como uma segunda ramificação, verdadeiro contraponto à memória arquetípica da razão, por es-tar arraigada aos instintos mais básicos vinculados à existência, à sobrevivência, à proteção, contudo, em um sentido ainda muito primitivo. A tendência é que essa memória se atrofie com a evo-lução do espírito humano e que perca sua funcionalidade. A nos-so ver, há particularidades a respeito da memória e dos registros mentais, merecedores de mais alguns comentários pertinentes ao estudo ora elaborado.

O registro mental, em sentido amplo, é a forma pela qual se processa a gravação, ao passo que a memória encontra-se relacio-nada à ação dinâmica. Toda memória é um registro mental, entre-tanto existem registros relacionados à ação; informações relativas aos sentimentos e às causas que dão origem aos pensamentos. Os mecanismos vitais do aparelho neurofisiológico também são re-gistros evolutivos. A memória é o viver em ação, o registro mental é o todo. Assim, toda memória é uma forma de registro. No uni-verso mental encontra-se devidamente delineada a construção do nosso ser. Nele temos o registro integral da trajetória evolutiva do espírito. Por essa razão é tão importante conhecermos um pouco mais sobre o registro e a memória.

Memória arquetípica instintiva — Descrevemos em breves linhas a memória arquetípica da razão, também rotulada de me-mória superior, pelo fato dela encontrar-se vinculada aos registros vibráteis do pensamento em ação. Em contraponto, possuímos a memória arquetípica instintiva, esta é a parte neurossimpática das memórias, em alusão ao sistema nervoso do campo físico. É na

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memória arquetípica instintiva que se fixam os registros evoluti-vos da matéria energética densa que compõe o nosso corpo. Nela se encontram devidamente marcados todos os passos do cami-nhar evolutivo do ser. Embora seja uma memória característica de imantação, sem que repercuta no pensamento de forma direta, ela é concebida dentro de uma relação íntima com o estado mental, mesmo no período de vida ainda embrionário.

O desenvolvimento da matéria em torno do espírito ocorre passo a passo com o desenvolvimento mental. Assim, quando um organismo desperta para o milagre da vida, nele também despon-tam os primórdios da mente. De acordo com esta tese, aferimos que a memória arquetípica instintiva equivale a um verdadeiro re-gistro dos estágios evolutivos da matéria, a emprestar-lhe a forma e permitir ao espírito a possibilidade plena de interação com o mundo material. A memória arquetípica instintiva é de extrema importância na trajetória evolutiva da vida. Com a influência dos registros orgânicos da matéria, podem alterar-se as rotas e pros-seguir com determinada conformação do corpo físico, de acordo com os impulsos indutores da mente e também com a influência do meio ambiente que nos abriga. Além desta função primordial, a memória arquetípica instintiva exerce outras, deveras importantes para o nosso estudo.

Pelo fato de estabelecer laços estreitos com a memória arque-típica da razão e sofrer a influência desta, a memória arquetípica instintiva acaba por sofrer uma influência direta dos pensamen-tos, daquilo que somos e do que fizemos. Por isso, com o tempo, o perispírito, que é matéria sutil de extrema plasticidade, se adéqua morfologicamente ao nosso universo mental. A memória arque-

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típica instintiva sofre ação dos campos mentais e do aglomerado energético, entre outras forças propulsivas, que vibram em nosso universo mental.

Assim sendo, pode-se afirmar que a forma perispiritual é moldada à custa dos impulsos construtores da memória arque-típica instintiva. Por conseguinte, a morfologia do corpo espiri-tual decorre invariavelmente da energia vibrátil procedente do campo mental, em função daquilo que pensamos e do que ver-dadeiramente somos. Tal discussão nos remete ainda ao seguinte raciocínio: um expressivo número de doenças físicas mais com-plexas provém deste mecanismo interativo, a envolver o campo mental e o perispírito. Em resumo: as formas ideoplásticas que irrompem de uma mente em desequilíbrio podem exercer pres-são na referida memória arquetípica instintiva e, consequente-mente, causar danos na construção do arcabouço perispirítico em determinada existência.