Luciano Bento da SilvaSilvana Maria Laquini Moro

A Pedagogia da Alternância e sua importância para o Município de

Castelo e região

Se, na verdade, não estou no

mundo para simplesmente

a ele me adaptar, mas para

transformá-lo; se não é

possível mudá-lo sem um

certo sonho ou projeto de

mundo, devo usar toda

possibilidade que tenha

para não apenas falar de

minha utopia, mas

participar de práticas com

ela coerentes.

Paulo Freire

PEDAGOGIA

Teoria da Ciência da Educação e do EnsinoALTERNÂNCIA

Que alterna, fazer suceder, dispor em ordem alternada, em espaços diferenciados.

=Consiste na organização da formação em espaços de tempo

diferenciados, alternando períodos no centro educativo e períodos no meio sócio – profissional familiar e comunitário, interagindo

com a ESCOLA – FAMÍLIA – COMUNIDADE, tendo sua realidade como ponto de partida e de chegada no processo de ensino e

aprendizagem

TRABALHO-VIVÊNCIA NA FORMAÇÃO

Dinâmica da Pedagogia da Alternância

Sessão

reflexão

Estadia

ação

Sessão

Estadia

ESTUDO – VIVÊNCIA – TRABALHO

TRABALHO – VIVÊNCIA – ESTUDO

ALTERNÂNCIA

Estadia

ação

Sessão

reflexão

EFA’s

FAMÍLIA

MONITOR

ESTUDANTE

Protagonismo na Formação

Trabalho de extensão

Integração com Movimentos Sociais

Função Pedagógica

Parceria para Manutenção

Gerenciamento Político

Orientação Pedagógica

Trabalho em Equipe

Assessoria a Organização das

Famílias e do Estudante

Auto Organização da Vida de Grupo

Aprender a dispor

Aprender a

orientarAprender a

responder

Os pilares da Pedagogia da Alternância

Pedagogia da Alternância...

...Uma educação voltada para o campo

Meio Sócio Familiar

Meio Sócio Comunitário

Meio Sócio Escolar

Dinâmica da Pedagogia da Alternância

ESCOLA - É um espaço de ensino, aprendizagem, formação de opinião e valores. Nela, os indivíduos se socializam, brincam e experimentam a vivência com a diversidade humana.

FAMÍLIA - Pessoas aparentadas ou não, que vivem na mesma casa, se socializam e trocam experiências. É na família que se inicia a verdadeira educação, pautada em princípios e valores morais e éticos.

COMUNIDADE - Qualidade de comum, grupo de pessoas submetidas a uma mesma regra, conjunto de uma população de uma mesma região, que se socializam e compartilham experiências e formam opiniões.

ESCOLA + FAMÍLIA + COMUNIDADE = Pedagogia da Alternância

Novas Interrogações

e Pesquisas

Análise da realidade

Pesquisa participativa sobre a

realidade

Casa Comunidade EFA

Casa Comunidade

Observar Refletir Experimentar

Na Pedagogia da Alternância não há prática por prática, ou teoria por teoria!

 A preocupação com o desenvolvimento do meio rural sempre norteou o trabalho das Escolas Famílias Agrícolas, pois, seu objetivo primordial é proporcionar ao homem do campo, por meio da educação, condições para que ele desenvolva seu entorno e dele sobreviva dignamente.

É a Pedagogia do encontro, da participação e do engajamento social.

A Pedagogia da Alternância tem como base o conhecimento e as

experiências das famílias e estudantes para concretização

do conhecimento.

Associação de famílias e instituições.- Unem-se para promover o desenvolvimento rural.

- Promove a formação integral.

- Ligação entre a teoria e prática.

- Ações educativas são desenvolvidas por uma equipe denominada “monitores”.

- Conhecem o meio rural e tem formação específica na Pedagogia da Alternância.

Ensino Integrado: Ensino Médio e Técnico Agrícola.

Para formar jovens e adultos nas dimensões: humano-social, intelectual-profissional, espiritual-ético-ecológico dentro de uma

dimensão da solidariedade.

Para contribuir para a promoção e o desenvolvimento sustentável do estudante, da

família e do meio rural.

A partir do Plano de Formação... Plano de estudo

Caderno da realidade Visitas e viagens de estudo

Cursos e palestras Visitas às famílias

Caderno de acompanhamento Contrato de formação

Estágios Projetos profissionais

Avaliações. (disciplinas, conselho de classe e habilidade e convivência)

Atividades de retorno/experiência Atividades práticas

Aulas

- França (1935): Necessidades do meio rural e que ajudasse a ampliar as possibilidades dos

conhecimentos dos jovens do campo.

- Convicção de um grupo de camponeses e de um pároco.

- Romper com o paradigma urbano rumo a uma nova perspectiva educacional que transformasse seu

entorno.

- Foi a partir da sua lida com a terra, com os problemas que o meio rural enfrentava que surgiu

a ideia de uma escola que atendesse às necessidades do campo.

Foi a ideia de uma Escola realmente para o meio rural e do meio rural; uma Escola que rompesse radicalmente com o modelo urbano, não nascida

de um estudo teórico, nem de uma tese pedagógica, nem de um levantamento sociológico.

 

Uma das primeiras iniciativas de Abbé Granereau foi fundar em 1911 um sindicato

rural com o objetivo de contribuir com o camponês no sentido de superar o isolamento e

o individualismo.

No entanto, entendeu que era preciso mais e que a questão passava pela formação, pela necessidade de uma escola que formasse o

jovem no seu meio e para ele.

Foi, de fato, nesta luta íntima com a terra, neste trabalho diário nos campos que, pouco a pouco,

entendi o que havia de potencialmente grande na vida do homem do campo e também o que lhe

faltava... (Pe Abbé GRANEREAU) Os filhos de camponeses tinham que optar entre

continuar os estudos e sair da família e do meio rural para as cidades ou permanecer junto à

família e o trabalho rural e interromper o processo escolar. As famílias precisavam da presença e

trabalho dos filhos e ao mesmo tempo não tinham condições de mantê-los nas cidades. (QUEIROZ,

1997: 41).

Destaca-se o diálogo de um pai, Jean Peyrat, com seu filho Yves, que contesta sua ordem de continuar os estudos, ao afirmar: Papai, eu quero muito te obedecer em tudo, mas sobre os cursos complementares está decidido; eu não voltarei mais lá, eu quero trabalhar contigo! Esse diálogo mobiliza o pai em busca de uma solução pensada juntamente com o padre da aldeia, 'Abbé Granereau, o filho Yves e outros agricultores que também enfrentavam o mesmo problema. A iniciativa dos pais com o auxílio do pároco da aldeia está na origem da criação da primeira Maison Familiale Rurale (MFR), em 1935, em Lot-et-Garone, região Sudoeste da França. 

Desta forma, no dia 21 de novembro de 1935, a casa paroquial de Sérignac-Péboudou recebeu quatro jovens com o desafio de mudarem o cenário rural francês a partir de uma Maison Familiale Rurale (Escola Família Agrícola).

O período de 1945 a 1960 foi, portanto, o período da expansão e da sistematização da Experiência. As “Maisons Familiales” passaram de 30 para 500 e sua literatura pedagógica foi aumentando cada vez mais.

A partir dos anos 50 esse modelo pedagógico passou a ser propagado a diversos países e continentes: Itália,

Espanha, Portugal, Continente Africano, Continente Asiático, América do Norte,

Canadá.

No Brasil a Pedagogia da Alternância se propaga a partir dos anos 60.

Essa experiência chega ao Brasil nos anos 60 com o padre jesuíta

Humberto Pietrogrande e sob a influência das

Scuole Della Famiglia Rurale da região de Veneto,

na Itália, local de origem do jesuíta.

No dia 26 de abril de 1968 foi criado o Movimento de Educação Promocional do

Espírito Santo (MEPES), cujo objetivo principal é promover o homem por meio da melhoria da

qualidade de vida no meio rural.

MEPES: Educação, Saúde e ação Comunitária

A partir do trabalho do MEPES, em março de 1969 surge a primeira Escola Família Agrícola

da América Latina em Olivânia – Anchieta.

Em 2012, o MEPES completa 44 anos de atuação. Podemos dizer que são mais de quatro décadas de luta por uma educação diferenciada, preocupada com a família do campo e com a promoção da vida humana. Seus princípios continuam reafirmando como projeto educacional do campo uma pedagogia que resgata os valores culturais, que proporciona elementos de reflexão na e sobre a realidade dos educandos e que age em defesa de uma agricultura orgânica e ecologicamente correta.

Outros exemplos de Pedagogia da Alternância estão sendo disseminados em algumas escolas da Rede Estadual e Municipal.

Surge a partir da necessidade de uma educação que atenda os anseios do homem do campo.

Unem-se poder público, lideranças comunitárias e MEPES.

Implanta-se em 2006 a EFA Castelo – Uma proposta de educação voltada ao homem do

campo. Atende aos filhos de agricultores familiares do

município e região. Formação: Técnico em Agropecuária, integrado ao

Ensino Médio.

Formação: Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio.

Cadastro no CREA/ES A escola foi inaugurada em 2007, com

autorização para funcionamento em 2006. Resolução CEE 1403/2006 publicada no D. O. de

07/02/2007 Processo de reconhecimento concluído em 2009:

Resolução CEE 2524/2011 Equiparação às escolas públicas Lei Estadual nº

7875 publicada no D. O. de 26/11/2004

Assembleias de pais Castelo Rural Jornadas nacionais do Jovem Rural Intercâmbios Festival de Inverno Pastoral da Juventude Rural Formações Eventos diversos

A EFA Castelo vem trazendo uma nova visão de valorização ao homem do campo.

Visa o amplo conhecimento.

Técnicos Agrícolas qualificados e aptos a desenvolver um ótimo trabalho em todo o espaço de atuação.

A EFA desempenha o seu trabalho através de parceiras, que juntos promovem uma educação que valorize e atenda os princípios e valores do homem do campo.

Funcionários – 07 Manutenção da escola - Pensionato - Conservação do Prédio - Carro - Insumos para a propriedade - Materiais de secretaria - Água, energia, telefone, internet - Usa-se Laboratório de Piscicultura e viveiro

da prefeitura para aulas práticas - Outros

Prefeitura fornece também: - Transporte de Castelo a escola.

- Jantar para formatura - Seresta para festa junina

- Transporte para eventos e visitas de estudo (Micro ônibus)

Equipe de trabalho na escola: 07 monitores pelo MEPES, mais os professores de Educação Física e Espanhol.

Convênio/ Subvenção Social - Prefeitura- R$ 6.500,00 (mensal)

- R$ 65.000,00 (anual)

Elaborar plano de trabalho para 2013 Dar sequência as parcerias existentes,

fortalecendo-as. Continuar com um bom relacionamento nas

secretarias municipais, Câmara de Vereadores e demais parceiros.

Solicitar mais abertura a Secretaria de Educação Fazer parte do Conselho de Educação no Município. Incluir no Município uma gerência ou conselho de

Educação do Campo. Ampliar e regularizar o convênio Garantia de transporte, inclusive para visitas de

estudos Garantia da merenda escolar, inclusive pelo PAA E

PNAE

Construção de quadra poliesportiva Alojamento feminino Sala de professores Salas de aula Laboratórios Banheiros adaptados Biblioteca Asfaltamento de Aracuí a EFA Castelo. Outros

“Encontrar-se para se conhecerConhecer-se para caminhar juntos

Caminhar juntos para crescerCrescer para amar-se mais”.

Pe Humberto Pietrogrande

BEGNAME, J. B. Formação Pedagógica das Escolas Famílias Agrícolas e Alternâncias. Dissertação

de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 2004. JESUS, Janinha Gerke de. Formação de Professores na Pedagogia da Alternância – Saberes e Fazeres do Campo.

Espírito Santo: GM; 2011. 189 p. ZAMBERLAN, S. Pedagogia da alternância – Escola Família Agrícola. Piúma: Centro de Formação do MEPES, 1995. (Coleção

Francisco Giust). CALIARI, Rogério Omar. Pedagogia da Alternância e Desenvolvimento Local. Minas Gerais: UFLA; 2002. 212p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Obrigada!!!

Silvana Maria Laquini MoroLuciano Bento da Silva

Email: defatur.mepes@hotmail.comefa.castelo@gmail.com

(28) 8111 5321(28) 99357254(28) 33106721

“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda”. (Paulo

Freire)