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AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 3º tri 2019 MERCADO DE TRABALHO DO

MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO - USP · MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 3º TRI DE 2019 CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP Tabela 2

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AGRONEGÓCIOBRASILEIRO3º tri 2019

MERCADO DE TRABALHO DO

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MERCADO DE TRABALHO

do MERCADO DE TRABALHODO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

O Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro é uma publicação trimestral, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), que aborda aspectos da conjuntura e da es-trutura do mercado de trabalho do setor. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A pesquisa do Cepea utiliza como prin-cipal fonte de informações os microdados da PNAD-Contínua e, de forma complementar, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-M-TE) e de outras pesquisas do IBGE. É importante mencionar que as análises do Cepea se baseiam na PNAD-Contínua, que não contempla indivíduos que atuam no setor produzindo apenas para próprio consumo. A descrição metodológica do cálculo e o acompanhamento do mercado de trabalho do agronegócio podem ser obtidos mediante solicitação: [email protected].

ELABORAÇÃO: CEPEA – CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA

APOIO FINANCEIRO: FEALQ - FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ

BARROS, G.S.C.; CASTRO, N.R.; MORAIS, A.C.P.; MACHADO, G.C.; ALMEIDA, F.M.S.; ALMEIDA, A.N. BOLETIM MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA) E FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ (FEALQ). PIRACICABA, N.3, 2019.

Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros.Equipe técnica: Dra. Nicole Rennó Castro, Bel. Ana Carolina de Paula Morais, Msc. Gabriel Costeira Machado, Msc. Felipe Miranda de Souza Almeida, Dr. Alexandre Nunes de Almeida. Jornalista responsável: Alessandra da Paz (MTb: 49.148)Revisão e diagramação: Bruna Sampaio (MTb: 79.466), Flávia Gutierrez (Mtb: 53.681) e Nadia Zanirato (MTb: 81.086)

Notas Metodológicas

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CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO | 3º TRI DE 2019

MERCADO DE TRABALHO

PESSOAL OCUPADO: ESTABILIDADE NO NÚMERO DE OCUPADOS NO AGRONEGÓCIO

A população ocupada no agronegócio brasileiro no terceiro trimestre do ano somou 18,33 milhões. Na comparação

entre o terceiro trimestre de 2019, frente ao mesmo período de 2018, o número de traba-lhadores segue estável, com ligeiro aumento de 0,13% (Figura 1). Vale destacar que o re-sultado do terceiro trimestre de 2019 apre-

sentou leve queda quando comparado ao se-gundo trimestre do mesmo ano (-0,15%). No caso do Brasil¹, na comparação entre terceiros trimestres, o aumento no número de ocupa-dos foi de aproximadamente 1,59%. Diante disso, a participação do agronegócio no mer-cado de trabalho brasileiro foi de 19,54% no terceiro trimestre de 2019 (Tabela 1).

Figura 1 - População ocupada no agronegócio no segundo trimestre de cada ano, entre 2012 e 2019

Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS.

¹ Considera-se o mercado de trabalho no Brasil todos os setores da economia, ou seja, inclui o agronegócio.

19,5519,38

19,1919,01

18,23 18,1918,31 18,33

20,00

19,50

19,00

18,50

18,00

17,503T2012 3T2013 3T2014 3T2015 3T2016 3T2017 3T2018 3T2019

Milh

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MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO | 3º TRI DE 2019

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

2018 2019% (a) % (b)

3º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

Insumos 229.183 232.889 231.889 1,18% -0,43%

Primário 8.466.710 8.414.492 8.287.245 -2,12% -1,51%

Agroindústria 3.821.125 3.822.442 3.900.579 2,08% 2,04%

Agrosserviços 5.790.453 5.890.421 5.912.089 2,10% 0,37%

Agronegócio 18.307.472 18.360.245 18.331.802 0,13% -0,15%

Brasil 92.332.801 93.341.826 93.800.646 1,59% 0,49%

Agronegócio/Brasil

19,83% 19,67% 19,54%

Tabela 1 - Número e variação da população ocupada (PO) no agronegócio, seus segmentos e no Brasil como um todo (2019/2018)

(a) Variação do 2º trimestre de 2019 em relação ao 2º trimestre de 2018.

(b) Variação do 2º trimestre de 2019 em relação ao 1º trimestre de 2019Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS.

No que se refere aos segmentos que compõem o agronegócio, a agroindústria e os agrosserviços foram os que apresentaram desempenho positivo nas duas comparações apresentadas na Tabela 1. Na comparação entre o terceiro trimestre de 2019 e o segun-

do trimestre do mesmo ano, os crescimen-tos foram de 2,04% para agroindústria e de 0,37% para agrosserviços. Já os segmentos de insumos e primário apresentaram quedas no número de ocupados (-0,43% e -1,51%, respectivamente) – ver Tabela 1, coluna (b).

Especificamente para a agroindús-tria, a maior contribuição paro o aumento de postos de trabalho no segmento adveio das agroindústrias de base pecuária, com cres-cimento de 2,30% na comparação entre o terceiro e o segundo trimestre de 2019, en-quanto as de base agrícola contribuíram com avanço de 1,95% para o mesmo período. Dentre as atividades, agroindústrias de óleos e gorduras, de etanol e de abate de animais apresentaram maiores incrementos, na com-paração entre o terceiro trimestre de 2019 frente ao trimestre anterior. Vale ressaltar que a maior demanda por proteína animal pela China, devido aos casos de Peste Suína Africana (PSA) no país, contribuiu para o au-mento de postos de trabalho nesta atividade. Já para o segmento de insumos, as atividades que mais influenciaram a que-da no número de ocupados no segmento foram fertilizantes e defensivos (-18,72%). Possivelmente, o menor aporte na geração de postos de trabalho destas atividades de-

corre da reduzida quantidade de negocia-ções de fertilizantes e defensivos no período de julho a setembro, uma vez que as nego-ciações ocorrem anteriormente à produção. No caso do segmento primário, a que-da apresentada no desempenho ocorre via de-créscimo de 3,86% no primário de base agrí-cola, uma vez que o primário de base pecuária apresentou aumento de 2,70% na compara-ção entre o terceiro e segundo trimestre de 2019. Dentre as atividades, aquelas que se destacam são as atividades relacionadas às la-vouras de cacau (-23,68%) e café (-17,48%). A safra 2019/20 de café, apesar da alta pro-dução em ciclo de bienalidade negativa, so-freu com adversidades climáticas que prejudi-caram substancialmente a qualidade do grão e consequentemente os preços. Diante disso, a menor qualidade do café e os baixos pata-mares de preços desestimularam a geração de postos de trabalho na atividade. Vale destacar que as atividades que se destacaram de for-ma positiva foram algodão, laranja e suínos.

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CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO | 3º TRI DE 2019

PERFIL: DIMINUIÇÃO NA PARTICIPAÇÃO FEMININA EM RELAÇÃO AO TRIMESTRE ANTERIOR

No que tange ao perfil dos trabalhadores do agronegócio brasileiro, ao considerar as categorias distintas que os caracte-

rizam em relação (i) à posição na ocupação e categoria de emprego, (ii) ao nível de instrução e (iii) ao gênero, ressalta-se a perenidade de alguns movimentos como de aumento no ní-vel de informalidade dos empregos e, ao mes-mo tempo, a melhora no nível médio de qua-lificação da população ocupada. No entanto, na comparação entre o terceiro e o segundo trimestre de 2019, verifica-se crescimento da mão de obra masculina em detrimento da fe-minina, embora na análise entre terceiros tri-mestres de 2019 frente 2018, a tendência do aumento da participação da mulher no campo se manteve. Na Tabela 2 estão apresentados os principais resultados da evolução da dinâ-mica de postos de trabalho no agronegócio. Relativamente ao perfil dos ocupa-dos quanto às posições na ocupação e ca-tegorias de emprego, na comparação entre o terceiro trimestre de 2019 e o anterior, o número de ocupados na categoria de empre-

gado sem carteira assinada aumentou 1,38%. Na comparação entre o terceiro trimestre de 2019 frente ao mesmo período de 2018, este crescimento é de 1,58%. De forma se-melhante, a categoria de empregado com carteira apresentou crescimento na compara-ção entre períodos seguintes (+0,51%) e de mesmo período variando-se o ano (+0,32%). As categorias empregador (-0,54%) e conta-própria (-0,60%) apresentaram que-da no número de pessoas ocupadas na com-paração entre terceiro e segundo trimestres, porém, verificou-se crescimento de 1,20% quando comparados terceiro contra o mes-mo trimestre do ano anterior. Na comparação entre terceiro e segundo trimestres de 2019, as categorias que apresentaram crescimen-to no Brasil foram empregados sem carteira (+2,79%) e conta-própria (+1,21%). Este movimento de maior informalidade não é exclusivo de atividades relacionadas ao agro-negócio, sendo tendência nacional, ocasiona-da principalmente pelo momento econômi-co de elevado nível de desemprego no País.

Foto: Bento Viana/Senar

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MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO | 3º TRI DE 2019

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Tabela 2 - Número e variação na PO do agronegócio por classes de posição na ocupação e categorias de emprego, de níveis de instrução e por gênero

(2019/2018)

Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. * ou com até um ano de estudo; ** completo ou incompleto;

*** não inclui a CNAE 01999.

(a) Variação do 3º trimestre de 2019 em relação ao 3º trimestre de 2018.

(b) Variação do 3º trimestre de 2019 em relação ao 2º trimestre de 2019.

Categoriais2018 2019

% (a) % (b)3º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

Posição na ocupação e

categorias de emprego

Empregado c/ carteira

6.473.056 6.460.663 6.493.644 0,32% 0,51%

Empregado s/ carteira

3.188.604 3.194.902 3.239.138 1,58% 1,38%

Empregador 819.542 802.645 798.275 -2,60% -0,54%

Conta própria 5.907.132 6.014.137 5.978.163 1,20% -0,60%

Outros 1.919.138 1.887.895 1.822.584 -5,03% -3,46%

Níveis de instrução

Sem instrução* 932.746 900.159 878.523 -5,81% -2,40%

Fundamental** 8.541.684 8.344.573 8.304.562 -2,78% -0,48%

Médio** 6.171.958 6.360.985 6.393.276 3,59% 0,51%

Superior** 2.661.085 2.754.524 2.755.444 3,55% 0,03%

Gênero*** Masculino 12.600.458 12.556.510 12.582.917 -0,14% 0,21%

Feminino 5.693.517 5.793.328 5.735.545 0,74% -1,00%

No tocante ao nível de escolaridade destaca-se a queda no número de trabalha-dores sem instrução e apenas com ensino fun-damental, caindo 2,40% e 0,48% na compa-ração entre segundo e terceiro trimestres de 2019. O número de trabalhadores com ensino médio e superior aumentou na comparação entre trimestres (0,51% e ligeiros 0,03%, res-pectivamente), já na comparação entre anos, o aumento no número de trabalhadores com ensino superior foi de 3,55%. Ao analisar o comportamento do Brasil, quanto ao nível de escolaridade, os resultados são semelhantes, de modo que existe um aumento da escola-

ridade dos trabalhadores e queda no núme-ro de trabalhadores com baixa escolaridade. No que se refere à participação por gênero no mercado de trabalho do agronegó-cio, de forma divergente ao boletim anterior, o número de mulheres atuando no agronegócio recuou 1,00% na comparação entre o terceiro e segundo trimestre de 2019, enquanto a par-ticipação masculina aumentou 0,21%. No en-tanto, na comparação entre o terceiro trimestre de 2019, frente ao mesmo período de 2018, o resultado segue o movimento encontrado em análises anteriores de aumento, ainda que modesto, na participação feminina no setor.

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