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Mesoterapia
INTRODUÇÃO
A intradermoterapia é um procedimento médico introduzido por
Pistor, em 1958, e consiste na aplicação, diretamente na região a
ser tratada, de injeções intradérmicas de substâncias
farmacológicas muito diluídas.
A história que impulsionou a técnica intradermoterápica é bastante
conhecida. Pistor recebeu um paciente com crise de asma e
ministrou-lhe procaína endovenosa, buscando obter
broncodilatação.
Além de asmático, esse doente apresentava um déficit auditivo
crônico. No dia seguinte, o paciente retornou e contou ao médico
que, após 40 anos de surdez, fora capaz de ouvir novamente o sino
da igreja, relacionando tal fato à injeção recebida.
O enfermo desejava uma nova injeção daquela substância, já que a
audição havia apresentado melhora por breve período.
O médico passou a ministrar injeções intradérmicas desse produto
na região do mastóide e o paciente apresentava recuperação
temporária da audição.
Ele prosseguiu com as injeções de procaína em vários pacientes e,
em 1958, publicou suas conclusões na La Presse Medicale, num
artigo intitulado: “Exposé sommaire des propriétés nouvelles de la
procaine local en pathologie humain” (Breve exposição de novas
propriedades da procaína aplicada localmente em patologia
humana).
Nesse artigo, ele descrevia a sua vivência em tratar surdez,
acúfenos, vertigens, presbiopia e cefaleia por meio de injeções
locais de procaína.
Ele supunha que os efeitos ocorriam em razão de uma estimulação
neurossensorial originada pela procaína, porém de curta duração.
Pistor acreditava que essa modalidade terapêutica baseada em
injeções intradérmicas era tão importante que merecia uma
denominação própria, mesoterapia, dada a origem embriológica da
derme.
Revisão da Literatura Apesar de ser esse o marco mais conhecido
no histórico da intradermoterapia, há que lembrar os experimentos
anteriores que embasaram a conduta de Pistor.
Eles foram mencionados por Rotunda e Kolodney, em 2006, em um
artigo de revisão: em 1884, Koller, um oftalmologista, relatou a sua
experiência no uso local de cocaína para manejo da dor.
Em 1904, Einhorn descobriu um novo anestésico com menor risco
de desencadeamento de dependência, a procaína. E
m 1925, Leriche aplicou injeções intradérmicas nos espaços
intercostais. Em 1937, Aron publicou um estudo sobre a injeção
intradérmica de uma solução de histamina e concluiu que a injeção
intradérmica de qualquer produto, em local dolorido, teria efeito
analgésico. Porém, foi a partir de Pistor que a intradermoterapia
recebeu mais atenção, sendo fundada a Sociedade Francesa de
Mesoterapia, em 1964.
Assim, a técnica difundiu-se pelo mundo. Pistor, em 1976, resumiu
a técnica com as seguintes palavras: “Pouco, poucas vezes, e no
local adequado”.
O próprio fundador da mesoterapia reconheceu que tais
recomendações eram empíricas e baseadas em sua experiência
clínica pessoal.
Ele afirmou ter percebido que, enquanto doses maiores não faziam
diferença para o resultado clínico, múltiplas puncturas pareciam
melhores que poucas injeções.
A intradermoterapia foi sempre descrita nos artigos como a injeção
intradérmica de fármacos altamente diluídos, próprios para essa via
de utilização. A derme tornar-se-ia, então, um reservatório a partir
do qual os produtos ativariam receptores dérmicos e se difundiriam
lentamente, utilizando a unidade microcirculatória.
Observa-se, porém, que essas explicações parecem mais
repetições das citações do seu precursor, já que são relatadas
sempre do mesmo modo nos artigos subsequentes.
O procedimento básico das injeções intradérmicas varia muito de
um estudo para outro, o que reflete a falta de um padrão
metodológico que sustente a mesoterapia.
Em comum, tais estudos descrevem que a mesoterapia consiste em
injeções intradérmicas ou subcutâneas de um fármaco ou de uma
mistura de vários produtos, chamada mélange.
Quanto à introdução da agulha na pele, isso varia de autor para
autor, e descreve-se que pode ser perpendicular ou formando um
ângulo de 30° a 60°.
Há, contudo, concordância entre esses autores de que a agulha
deve penetrar a uma profundidade máxima de 4mm. Para tanto,
preconiza-se o uso da agulha de Lebel (bisel com 4mm de
comprimento).
As injeções devem abranger somente a área a ser tratada e a
distância entre elas também é variável, podendo distar de 1cm (no
mínimo) até 4cm (no máximo) entre si.
As aplicações relatadas nos artigos são feitas com periodicidade
semanal ou mensal e o número de sessões mencionadas varia de
quatro a dez.
Sugere-se aplicar pequenos volumes por punctura. Além do
tradicional conjunto agulha e seringa, podem-se utilizar
instrumentos considerados mais sofisticados e mais caros: as
pistolas de mesoterapia.
Essas pistolas são injetores eletrônicos de múltiplos pontos que
permitem a quantificação do volume e da profundidade da
aplicação.
A desvantagem desse sistema é a dificuldade da esterilização de
todo o conjunto, uma vez que só a agulha é descartável. De todos
os parâmetros descritos, parece que apenas a profundidade da
injeção na mesoterapia foi definida a partir de estudos científicos.
Afirma-se que a via intradérmica conta com uma farmacocinética
própria e, por isso, são recomendáveis injeções a menos de 4mm
de profundidade. Por meio de um estudo de cintilografia, sugeriu-se
a teoria unificada da mesoterapia.
Os autores estudaram 60 pacientes com neuralgias e utilizaram
radioisótopos com o produto a ser injetado. As injeções foram feitas
manualmente, com profundidade de 1,5mm a 2mm. Eles concluíram
que, nesse nível, a atividade local do produto permanece por longo
tempo e afirmaram que há um reservatório persistente dérmico com
débil difusão local, mas também perceberam que os produtos
injetados na derme alcançam grandes distâncias (passam,
progressivamente, para a grande circulação).
A partir desses dados, concluíram que a ação da intradermoterapia
ocorre por dois fatores: a atividade de curta distância (estímulo de
receptores dérmicos in situ) e atividade de longa distância (alcance
de outros órgãos pela circulação).
Assim, demonstraram a difusão dos produtos mesoterápicos, porém
a explicação do mecanismo de ação da mesoterapia pelo estímulo
de receptores locais ou de receptores à distância continuou sendo
empírica. É essa, ainda, a teoria corrente e aceita pela Sociedade
Francesa de Mesoterapia.
Com base nessa teoria, desenvolveu-se um conceito sempre citado
em intradermoterapia, o de interface meso, que seria a superfície de
contato estabelecida entre os produtos injetados e o tecido injetado.
Quanto mais fragmentada a substância injetada (múltiplas
puncturas com menor quantidade possível do produto), maior a
interface meso e maior o número dos receptores dérmicos ativados.
Além desse estudo, realizado por Kaplan e Coutris, surgiram
outros, que avaliaram a importância da profundidade da injeção na
difusão do fármaco na mesoterapia.
Mrejen (1992) realizou estudos para estabelecer se havia diferença
entre a difusão de produtos injetados na derme em até 4mm e a
10mm de profundidade. Ele concluiu que o produto injetado em até
10mm difunde-se mais depressa e atinge rapidamente a circulação
sistêmica, sendo, também, eliminado com maior rapidez do que
quando a injeção é em até 4mm.
Devido a esse estudo, sugere-se que as injeções na
intradermoterapia sejam realizadas em até 4mm de profundidade
(para que o produto permaneça mais tempo no local).
Quanto mais superficial a injeção, mais lenta a difusão,
permanecendo o produto mais tempo no local desejado.
Cinquenta por cento da quantidade de fármacos injetados a menos
de 4mm de profundidade permaneceriam no ponto de injeção após
dez minutos, enquanto que 16% dos fármacos injetados a mais de
4mm de profundidade permaneceriam no local após dez minutos.
Concluiu-se que a difusão de um produto em intradermoterapia
depende da profundidade em que é injetado.
Pode se ilustrar essa diferença de distribuição com curvas de
eliminação: a via intradérmica superficial teria uma curva de
elimina98 Herreros FOC, Moraes AM, Velho PENF An Bras
Dermatol.
O tipo mono exponencial, ao passo que a via intradérmica profunda
teria uma curva biexponencial (uma eliminação inicial mais rápida,
correspondendo, quase, a uma injeção intravenosa, seguida de
uma eliminação mais lenta por um reservatório dérmico). Como
citado anteriormente, a maioria dos trabalhos sobre
intradermoterapia em revistas indexadas relata as suas
complicações.
A mais temida e frequentemente registrada é a infecção por micro
bactérias, que exige meses de tratamento com drogas múltiplas e,
geralmente, resulta em cicatrizes inestéticas.
Aparentemente, a infecção secundária descrita em tais trabalhos
poderia ser explicada por uma assepsia inadequada pré-
procedimento ou pela contaminação do produto utilizado.
Outras complicações relatadas são: erupção liquenoide, indução de
psoríase, urticária, necroses cutâneas, lúpus eritematoso sistêmico,
paniculite, acromia e atrofia.
Tais complicações são atribuídas ao uso de técnica inadequada ou
ao efeito do medicamento em si. Segundo Tennstedt e Lachapelle
(1997) existem produtos injetáveis que são proscritos para o uso
mesoterápico, pelo risco de necrose cutânea.
São as substâncias alcoólicas ou as oleosas. Inicialmente, os
trabalhos sobre mesoterapia versavam mais sobre o tratamento das
doenças dolorosas.
Assim, há relatos do uso da intradermoterapia com benefício no
tratamento de tendinite,11 cervicobraquialgia,44 doenças
musculoesqueléticas,15 dor oral e periodontal.
Há relato de estudo randomizado que compara a eficácia da
mesoterapia em relação ao laser no tratamento da dor lombar
subaguda com disfunção sacroilíaca, com resultado positivo das
injeções.
Outro registro é sobre a substituição da prescrição de anti-
inflamatórios por uma única sessão de mesoterapia no pós-
operatório de cirurgia odontológica, com aparente controle da dor.
Também existe um artigo de revisão que cita a mesoterapia como
alternativa para tratamento de dores articulares.
Tais estudos têm em comum o fato de apresentarem a
intradermoterapia como uma alternativa no arsenal terapêutico da
dor, mas frisam que há necessidade de mais investigações para
aumentar o conhecimento dessa terapêutica.
A partir de 2001, surgiram trabalhos indexados no MedLine sobre o
uso da intradermoterapia para as dermatoses inestéticas. Há relatos
sobre a injeção de uma substância lipolítica (deoxicolato ou
fosfatidilcolina) no subcutâneo, com o nome de mesoterapia, para
tentar diminuir a camada de gordura em localizações como
abdômen, pálpebra inferior, pescoço, glúteo ou coxas.
Alguns estudos são revisões sobre o papel da mesoterapia na
lipodistrofia ginoide; outros, sobre o papel da mesoterapia na
lipólise.
Tais revisões concluem que, teoricamente, a injeção subcutânea de
determinados produtos pode funcionar, mas faltam publicações
científicas indexadas para embasar essa técnica. Em 2004,
Rotunda et al. publicaram um estudo em que injetaram os dois
principais componentes do produto lipolítico (fosfatidilcolina e
deoxicolato de sódio) usado para injeções subcutâneas.
Com o uso de tecido gorduroso suíno, concluíram que a fração
ativa do produto é o deoxicolato de sódio e que este age como um
detergente, causando lise não específica da parede celular adiposa.
Em 2005, Rose e Morgan publicaram um estudo mostrando os
exames anatomopatológicos de biópsias de um paciente após o
tratamento com fosfatidilcolina e deoxicolato de sódio.
A histologia mostrou inflamação e necrose no tecido adiposo.
Conceitualmente, é discutível se a técnica empregada seria
mesoterapia, já que o número de puncturas e o volume injetado no
subcutâneo não correspondem ao tradicionalmente utilizado na
intradermoterapia.
Apesar de a injeção subcutânea encaixar-se na definição de
mesoterapia, já que o subcutâneo também deriva da mesoderme,
as doses maiores e a menor quantidade de pontos de punctura
diferem do apregoado pelo introdutor da técnica, Pistor. Em 1992,
Aumjaud, também em uma publicação não indexada, preconizou o
uso de um silício orgânico para o uso intradérmico em estrias
antigas e para peles com rítides e fotoenvelhecimento.
No estudo, utilizou-se silício orgânico associado a outras
substâncias, e o autor não mencionou qualquer estudo científico
que apoiasse tal recomendação, referindo tratar-se de sua
experiência.
Maya, em um artigo de revisão publicado em 2007, citou o silício
orgânico como uma medicação intradérmica capaz de estimular a
síntese de colágeno.
Os alimentos ricos em fibras, como vegetais e grãos integrais, são
a maior fonte de silício na dieta, e experimentos com o uso de
doses de até 50mg ao dia de suplemento com silício orgânico não
relataram efeitos colaterais.
Em 2007, um estudo publicado em revista indexada comparou,
histologicamente, a pele de mulheres com fotoenvelhecimento
moderado, submetidas a injeções intradérmicas de salicilato de
silanol e a injeções intradérmicas de soro fisiológico, e analisou a
densidade das fibras colágenas e elásticas na derme injetada com
salicilato de silanol em relação à densidade das fibras na derme que
recebeu soro fisiológico.
Avaliou, ainda, a textura da derme que recebeu salicilato de silanol
em comparação com a derme que recebeu soro fisiológico. A
intradermoterapia com silício orgânico aumentou o número de fibras
elásticas e colágenas na derme injetada com o produto e tornou a
textura do colágeno mais homogênea, no lado que recebeu silício.
O estudo criterioso da intradermoterapia ainda é incipiente. O
estudo de Herreros et al. (2007) é, até onde os autores sabem, o
primeiro trabalho com metodologia mais rigorosa publicado em uma
revista médica indexada, que avalia as consequências histológicas
de um procedimento mesoterápico e demonstra um aumento
significativo no número de fibras elásticas e colágenas e a melhora
da textura dérmica após intradermoterapia.
Apesar da utilização da pele de mulheres com fotoenvelhecimento
moderado, não foi o objetivo desse estudo avaliar a
intradermoterapia como um tratamento para essa condição.
A escolha da aplicação em pele fotoenvelhecida ocorreu por já
haver publicação anterior que sugeria o emprego de
intradermoterapia com silício orgânico nessa condição.
Mesmo assim, os resultados do estudo sugerem que mulheres com
menor conteúdo de fibras elásticas foram as que tiveram ganho
maior de fibras no antebraço que recebeu silício.
Isso foi demonstrado no cálculo da correlação de Spearman, já que
mulheres com menos fibras elásticas no antebraço que recebeu o
soro fisiológico foram as que mais apresentaram aumento de fibras
elásticas no lado do silício.
Os autores conseguiram dissociar o efeito da punctura do efeito da
medicação em mesoterapia. Tradicionalmente, apregoa-se que o
efeito terapêutico dessa modalidade é devido ao conjunto
medicamento e estímulo da agulha e que não se pode separar o
efeito de um e de outro.
Aplicando-se silício orgânico em um lado e soro fisiológico no outro
e obtendo-se um aumento de fibras no lado injetado com silanol,
comprovou-se que o efeito do silício é mais importante que o efeito
da punctura.
Com mais de três anos do término da pesquisa, não houve qualquer
complicação nas mulheres voluntárias. Como mencionado, existe
um estudo anterior publicado em periódico não indexado sobre o
benefício da mesoterapia para lipodistrofia ginoide, porém, o autor
usou uma mistura de produtos e seu critério de avaliação de
melhora foi a perda de medidas (avaliação clínica e pelo número de
manequim de roupas), o que dificulta uma análise mais rigorosa.
Pode - se questionar se a perda de medidas é adequada para
avaliar a lipodistrofia ginoide, assim como a possibilidade de avaliar
um tratamento baseado numa mistura de produtos, em razão da
dificuldade de se determinar qual produto da mistura seria o
responsável pelo resultado. Park et al. (2008) não puderam
demonstrar a eficácia da mesoterapia no contorno corporal.
Eles usaram cortes transversais de tomografia computadorizada
para medir as áreas e a espessura da gordura injetada com uma
solução definida.Lacarruba et al.(2008) realizaram um estudo
preliminar para avaliar os efeitos sobre o rejuvenescimento cutâneo
promovidos por mesoterapia na camada subepidérmica (de baixa
ecogenicidade) com ultrassom do modo B.
O exame foi realizado após múltiplas injeções intradérmicas
semanais de ácido hialurônico por quatro semanas e demonstrou-
se que isso poderia ser um tratamento efetivo para envelhecimento
actínico.Brown (2006) ressaltou que os efeitos da mesoterapia
ainda não foram cientificamente avaliados e chamou a atenção para
o fato de não haver dosagens padronizadas ou protocolos de
tratamento.
O único trabalho anterior metodologicamente mais adequado é o
estudo de Amin et al. (2006), em que os autores não encontraram
benefício clínico em quatro sessões mensais de mesoterapia para
tratar o fotoenvelhecimento facial; entretanto, encontraram um
aumento de colágeno na área tratada, o que foi encarado como
uma zona de reparo.
Esse aumento, porém, não foi estatisticamente significativo. Apesar
da boa metodologia para avaliação dos resultados, cabe uma crítica
à técnica desenvolvida pelos autores: não se sabe qual o produto
utilizado, já que afirmam ter aplicado uma mistura de ácido
hialurônico e “multivitaminas”.
Além disso, o número de sessões (quatro) e o tempo decorrido
entre a última aplicação e a biópsia (dois meses) foram diferentes
dos empregados no estudo de Herreros et al. (2007) – dez sessões
semanais e biópsia duas semanas após a última sessão.
A conclusão do estudo sobre silício e intradermoterapia levou à
utilização do silanol em cicatrizes atróficas de paciente tratada com
doxiclina para micobacteriose atípica que se desenvolveu nos locais
de aplicação de hidrolipoclasia por ultrassom, com resultados
clínicos parciais e satisfatórios para a paciente que não queria se
submeter à cirurgia corretiva.Como Atiyeh et al. (2008), conclui-se
que, até que novos estudos sejam realizados, pacientes que
estejam considerando a mesoterapia para fins cosméticos devem
ser informados de que as substâncias usualmente injetadas não
estão completamente avaliadas quanto a sua segurança e eficácia.
Com tão poucos estudos indexados sobre o papel da
intradermoterapia e tantos sobre as suas complicações, é natural a
desconfiança dos dermatologistas em relação a essa técnica.
Há necessidade de mais estudos com metodologia adequada para
mostrar o real valor da intradermoterapia como procedimento útil no
tratamento dermatológico.
O que é?
A mesoterapia é um tratamento estético e terapêutico que consiste
na aplicação de substâncias liporedutoras directamente na pele ou
subcutâneo através de micro-injecções localizadas.
As micro-agulhas (com uma espessura que varia entre 1 e 3
milímetros), bem como as substâncias liporedutoras administradas,
são escolhidas de acordo com cada cliente e respectiva área a
tratar.
Cada vez mais popular, a mesoterapia deve grande parte do seu
sucesso à sua acção tripla lipolítica, circulatória e drenante – que
contribui para uma pele mais lisa e um corpo mais tonificado.
Para que serve?
Terapia localizada, a mesoterapia actua superficialmente sobre a
pele, tecido subcutâneo, músculo, articulações e tendões, sendo
especialmente indicada para combater rugas, celulite, gordura e
volume.
Dependendo do caso e área específica a tratar, a combinação de
medicamentos é escolhida (até um máximo de 4 fármacos) e
administrada na pele ou subcutâneo, atingindo uma profundidade
que pode variar entre os 3 e os 8mm.
Algumas das substâncias injectáveis incluem a alcachofra (com
propriedades desintoxicantes, tem um efeito diurético); a L-carnitina
(um aminoácido que devora as gorduras, actuando ainda sobre o
excesso de líquido e toxinas que formam a celulite); e o silício
orgânico (regulador do metabolismo, reduz a acumulação de
toxinas).
Como funciona?
Para começar, as próprias injecções – por serem administradas
repetidamente – provocam um efeito tensor na pele, estimulando a
cicatrização e, consequentemente, a produção de colagénio, mas a
acção tripla da mesoterapia é o grande segredo deste tratamento.
A acção lipolítica é a responsável pela degradação das células
gordas armazenadas e a circulatória estimula a circulação
sanguínea que beneficia a oxigenação e a eliminação de toxinas
acumuladas. Por último, a acção drenante permite contrariar a
retenção de líquidos.
Em simultâneo, estas acções produzem um efeito surpreendente ao
nível da pele, que se torna mais lisa e firme; mas também na
gordura superficial que é dissipada.
Mesoterapia sem agulhas Para quem receia o tratamento
precisamente por causa das agulhas, existe ainda uma versão de
mesoterapia sem agulhas, que utiliza um aparelho “roll-on” para
deslizar sobre a pele.
A libertação de ondas electromagnéticas penetra profundamente
para melhorar o efeito “casca de laranja” e contribuir para a perda
de alguns centímetros.
Vantagens e desvantagens
Por ser uma terapia altamente localizada, a mesoterapia permite a
utilização de micro-injecções o que, por sua vez, permite uma
elevada concentração de lipolíticos e regeneradores que, ao
actuarem directamente sobre a região afectada, obtêm resultados
rápidos, sem os efeitos secundários que a ingestão oral de os
mesmos tipos de medicamentos pudesse provocar.
Em termos de desvantagens, saiba que a mesoterapia não deve ser
praticada por mulheres grávidas ou em período de amamentação.
As micro-injecções podem provocar vermelhidão e comichão no
final de cada sessão, mas estes são sintomas passageiros. O preço
elevado de cada sessão – que pode variar entre os €55 e os €80 –
também é visto muitas vezes como uma das grandes desvantagens
deste tratamento.
Tratamento contínuo
A mesoterapia é um tratamento semanal que implica um mínimo de
10 sessões e um máximo de 15 (nomeadamente no caso da
mesoterapia sem agulhas).
No final da terapia, será bem visível a firmeza e suavidade da pele,
o atenuamento do efeito “casca de laranja” provocada pela celulite,
a redução da gordura localizada e a diminuição de alguns
centímetros de volume.
No caso de quem quer emagrecer, a mesoterapia (por ser um
tratamento específico e localizado) deve ser aliada a uma deita e
regime de exercício físico adequados.
Preenchimentos faciais
Nos últimos anos, presenciamos o aparecimento de grande
variedade de preenchimentos dérmicos. Eles permitiram que
aumentasse nossa variedade de escolha, nunca tida antes. Neste
artigo abordaremos algumas novas opções de preenchedores.
Histórico
O homem já utiliza substâncias para o tratamento cosmético há
milhares de anos.
Inicialmente essas substâncias consistiam de pigmentos de fonte
animal e vegetal aplicados topicamente. Com o advento da
anestesia e com a melhora nos procedimentos cirúrgicos, na
metade do século XIX, os procedimentos estéticos se tornaram
cada vez mais invasivos. Inicialmente a gordura era enxertada para
preencher volumes após traumas.
No século XX, a gordura autóloga se transformou no preenchedor
mais comum.
Entretanto, retirar a gordura e transplantá-la é um procedimento
invasivo, demorado e que, em muitos casos, não tem efeito
duradouro.
Com a demanda crescente por procedimentos estéticos que iniciou
nos anos 70, a pesquisa na produção de colágeno resultou numa
formulação de colágeno bovino que pode ser colocada numa
seringa e aplicada num determinado paciente para tratamento de
linhas, sulcos e rugas.
A natureza temporária do implante com colágeno bovino e a
necessidade de duplo teste cutâneo antes de seu uso levaram a
continuada pesquisa na procura de um produto cujas características
se aproximassem do que se considera como implante cutâneo
ideal1-7 (Tabela1).
Dentre todas as substâncias que surgiram tentando englobar a
maior parte das características citadas, os hilanos – derivados dos
ácido hialurônico – são as substâncias preenchedoras que se
enquadram melhor nessas características (Tabela 2).
O envelhecimento e os preenchedores faciais
Tipos de preenchedores faciais
Existem diferentes tipos de substâncias utilizadas como
preenchedores faciais e as mais utilizadas são:
• Colágeno: semelhante a fibra natural do organismo que compõe o
tecido conjuntivo
• Preenchedores sintéticos com microesferas
• Preenchedores de ácido hialurônico.
Embora possamos classificar os preenchedores de acordo com
suas substâncias, eles são geralmente classificados de acordo com
a duração do seu efeito (Tabela 3).
Não permanentes
1. Absorvíveis
A. Curta duração: geralmente com duração de até um ano, o efeito
é temporário e induzem pequeno processo inflamatório. Exemplos:
colágeno, ácido hialurônico.
B. Curta duração ou semipermanentes: geralmente com duração
entre um e dois anos, também apresentam efeitos temporários,
porém com maior duração devido à formação de colágeno
resultante de processo inflamatório mais intenso e prolongado. Os
preenchedores com microesferas absorvíveis estão nessa
categoria.
2. Permanentes ou não absorvíveis
Em geral, apresentam efeito permanente. Também englobam os
preenchedores com microesferas não absorvíveis.
Preenchedores e processo inflamatório
É importante saber que quando um preenchedor é injetado na pele,
sempre ocorre uma reação inflamatória decorrente do trauma da
injeção (trauma mecânico) e/ou da resposta do organismo à
substância. Essa reação inflamatória provoca edema, eritema, calor
e dor no local de aplicação.
Após quatro a cinco dias o estímulo inflamatório decorrente do
trauma local está em regressão, passando as reações locais serem
predominantemente decorrentes da presença e da degradação da
substância. Esse processo pode durar períodos variados,
dependendo da substância injetada, do local aplicado e do
metabolismo de cada paciente. O que varia entre as substâncias é
a intensidade desse processo inflamatório. Quanto mais intenso o
processo inflamatório, maior o risco de eventos adversos.
Preenchedores absorvíveis com duração de até um ano
Nesta categoria encontram-se o colágeno e o ácido hialurônico
(AH).
Colágeno
O colágeno é a proteína mais abundante no organismo humano,
base do tecido conjuntivo, representando cerca de 7% do peso
corpóreo total. Sua principal função é conferir suporte e sustentação
aos tecidos. Por ser a base do tecido conjuntivo, o colágeno é
encontrado em alta concentração nas camadas da pele, sendo
diretamente responsável por sua aparência de firmeza, elasticidade
e juventude. O colágeno ajuda a manter a textura, forma e
resistência da pele.
Durante o processo de envelhecimento a produção de várias
substâncias – como o colágeno e o ácido hialurônico – diminui,
diante dessa diminuição de colágeno, ácido hialurônico, fibras
elásticas e à ação dos radicais livres, a pele se torna menos
resistente, perde o tônus e se torna mais fina, o que resulta na
formação de linhas e rugas, principalmente ao redor dos olhos e da
boca.
Os primeiros produtos à base de colágeno para preenchimento de
rugas eram de origem bovina e foram o Zyderm®1, Zyderm®2 e
Zyplast®. Eles ainda são comercializados em alguns países, mas
não no Brasil, são uma mistura de colágeno bovino, solução salina
e lidocaína.
Esses produtos são eficazes para o tratamento de sulcos
nasolabiais, boca e cicatrizes de acne, porém, também,
apresentavam alto potencial de reações alérgicas, razão pela qual é
obrigatória a realização de testes de alergia antes do procedimento,
podendo gerar um intervalo de quatro a seis semanas entre a
consulta inicial e a realização do tratamento. Além dessa grande
desvantagem, os efeitos são de curta duração (aproximadamente
quatro meses).
Em alguns países da Europa está aprovado para uso estético o
colágeno suíno modificado que é comercializado sob o nome
Evolence. O colágeno suíno passa por um processo em que são
removidos os componentes antigênicos e posteriormente é
realizado um processo de crosslinking, que aumenta a longevidade
do implante para cerca de 12 meses.
Preenchedores de ácido hialurônico
O Hylaform® surgiu no mercado como um ácido hialurônico de
origem animal, com mínimo risco de reações alérgicas, mas com
curta duração de efeito.
A primeira marca de ácido hialurônico não animal disponível no
mercado foi Restylane, aprovado em 1996. Desde então, o ácido
hialurônico se tornou a substância mais utilizada como preenchedor
facial, devido às suas características e vantagens oferecidas em
relação ao colágeno:
• Origem não animal
• Praticidade: procedimento pode ser realizado no mesmo dia, sem
necessidade de testes de alergia
• Longa duração dos resultados (em relação ao colágeno)
• Eficácia do tratamento e superioridade dos resultados.
Atualmente existem diversas marcas de ácido hialurônico
disponíveis no mercado, que diferem entre si em vários aspectos,
como concentração de ácido hialurônico, processo de reticulação
(crosslinking), capacidade de oferecer volume, resistência à
degradação (enzimas e radicais livres), podendo oferecer diferentes
resultados. Estudo histopatológico recente com ácido hialurônico
demonstraram que seu uso estimula a neocolagênese9.
Preenchedores absorvíveis com longa duração ou
semipermanentes
(duração entre um e dois anos)
Os preenchedores semipermanentes geralmente apresentam maior
duração de efeito, porém também apresentam em sua composição
microesferas ou polímeros sintéticos.
A microesfera é uma esfera microscópica frequentemente utilizada
pelas indústrias e, como polímeros sintéticos, uma longa cadeia de
moléculas produzidas sinteticamente.
Ou seja, falamos de componentes que podem ser degradados por
intensa e prolongada reação inflamatória, que também pode
estimular o que chamamos de reação de corpo estranho, ou seja,
uma reação de defesa do organismo que isola a substância
formando uma cápsula. No caso dos preenchedores, essa reação
se manifesta como um nódulo palpável.
Dessa forma, ao mesmo tempo que oferecem maior duração dos
efeitos, também estão associados a maior risco de eventos
adversos que podem ser observados muito tempo depois da
aplicação do material.
Esses eventos são observados quando há qualquer alteração
durante o processo de degradação da substância ou mesmo pela
intensidade do processo inflamatório, desencadeando a formação
de nódulos, granulomas, extrusão, infecção.
Produtos mais conhecidos
Hidroxiapatita de cálcio
A hidroxiapatita de cálcio10,11 é uma substância natural do
organismo, um componente presente nos ossos e dentes.
Os preenchedores com hidroxiapatita de cálcio também apresentam
em sua formulação celulose, glicerina e solução salina. Uma vez
injetado no organismo, todas essas substâncias serão rapidamente
absorvidas, permanecendo somente as partículas que serão
degradadas mais lentamente (em aproximadamente 10 a 14
meses).
Ao ser degradada, a partícula estimula a formação de novo
colágeno localmente, o que justifica o efeito total de 18 a 24 meses.
Desse modo, esse tipo de preenchedor promete maior duração de
efeito por meio do estímulo à formação de novo colágeno.
A principal complicação relatada na literatura é a formação de
nódulos, que podem ser apenas acúmulo do produto ou
simplesmente uma tentativa do organismo de isolá-lo (granulomas).
Eles podem manifestar-se desde uma massa palpável sob a pele,
indolor, até uma intensa reação inflamatória, com ou sem infecção
associada. Quando isso ocorre é necessária a realização de um
procedimento cirúrgico para remoção do material.
Por ser um componente dos ossos e dentes, é um material
radiopaco (pode aparecer na imagem do exame de raios X ou na
tomografia computadorizada), duro e pesado que não deve ser
injetado superficialmente e também não é recomendado para o
tratamento dos lábios. Sua aplicação só deve ser realizada sob a
derme e subcutâneo, ou seja, profundo. Isso porque, se injetado
superficialmente, pode ficar visível na pele pelo aparecimento de
nódulos brancos, que nada mais são do que um acúmulo do próprio
material.
Radiesse® é a marca mais conhecida e aprovada pelo FDA para
uso cosmético e terapêutico (em pacientes HIV) desde 2006. A
aprovação cosmética pelo FDA (tratamento de sulcos nasolabiais
moderado-grave) indica duração de seis meses, sendo que todos
os dados de maior duração de efeito são obtidos em pacientes HIV.
Segundo testes clínicos, a incidência de formação de nódulos, de
maneira geral pode ocorrer em aproximadamente 40% dos
pacientes tratados.
Ácido poli-L-láctico (PLLA)
O ácido poli-L-láctico12,13 é um polímero (sequência de moléculas)
sintético produzido a partir da fermentação da dextrose (açúcar) do
milho. Seu efeito de preenchimento está associado à resposta
inflamatória do paciente que estimula a formação de novo colágeno.
Sculptra® (conhecido como Newfill® na Europa) é indicado para
plano profundo e como agente de “escultura” para aplicação facial,
sendo necessário de três a cinco sessões de tratamento para
obtenção de resultados satisfatórios, com duração aproximada de
até dois anos12-14. Os produtos oferecem longa duração através
da formação de novo colágeno decorrente do processo inflamatório.
O produto vem em pó liofilizado e precisa ser reconstituído antes da
aplicação, sendo que esse processo deve ocorrer entre 2 e 72
horas antes do procedimento.
Partículas e Sephadex® (dextrana)
Sephadex® é uma microesfera com carga positiva que tem como
objetivo estimular a formação de colágeno. Trata-se de material
sintético que, ao ser injetado, estimula um processo inflamatório
intenso e prolongado, com consequente formação de colágeno.
Além das partículas de Sephadex® (dextrana), os preenchedores
também apresentam na sua composição o ácido hialurônico com
concentrações variando entre 17 mg/ml e 25 mg/ml. Os produtos
comercializados no Brasil com dextrana são o Redexis®,
Reviderm® e Matridex®.
Preenchedores não absorvíveis ou permanentes
Assim como os preenchedores semipermanentes, os
preenchedores permanentes também são produzidos a partir de
microesferas que não são degradáveis, ou seja, seus efeitos serão
permanentes. Isso significa que um resultado não satisfatório
também será permanente.
O aparecimento de complicações, incluindo a formação de
granulomas, poderá acontecer vários anos depois do tratamento,
mesmo que nada tenha ocorrido no momento ou no período
imediatamente depois do procedimento.
A seguir as marcas mais conhecidas desta categoria.
Polimetilmetacrilato (PMMA)
O uso de polimetilmetacrilato ou PMMA é observado na prática
médica desde 1945, sendo utilizado mais comumente como um
cimento ósseo (fixação de próteses de quadril e preenchimento de
vértebra óssea). Como preenchedor facial se apresenta em
microesferas, suspensas em diferentes veículos (colágeno, ácido
hialurônico ou carboximetilcelulose), dependendo de sua marca
comercial.
A substância é indicada principalmente para planos profundos.
Quando injetado na pele o veículo é degradado lentamente e
substituído por novo colágeno produzido a partir do processo
inflamatório.
Tanto o veículo como o novo colágeno são responsáveis pela
fixação do implante no local de aplicação. Esse processo
inflamatório e cicatricial se estabiliza em aproximadamente seis
meses, sendo que essa mesma reação pode causar complicações
mesmo depois de vários anos de sua aplicação. Entre as
complicações mais comuns estão as decorrentes da reação de
corpo estranho, com a formação de nódulos e inflamações locais.
Além dessas, infecções, migração e extrusão do material podem
levar a alterações significativas da face, tendo muitas vezes a
retirada cirúrgica como única opção.
Artefill® e Artecoll® apresentam suas partículas de PMMA
suspensas em colágeno. No caso de Artefill® sabemos que esse
colágeno ainda é de origem bovina, o que requer teste de alergia
pré-procedimento.
Os desejos estéticos de um paciente podem não ser permanentes,
razão pela qual um procedimento de longa duração, porém 100%
biodegradável, é interessante.
Gel de poliacrilamida
Os preenchedores de poliacrilamida são compostos por altas
quantidades de água e pequenas quantidades de gel de
poliacrilamida, formando um gel com características viscoelásticas e
capacidade de reter água.
Aquamid® é composto por 2,5% de poliacrilamida reticulada e
97,5% de água, o que lhe confere também um gel de textura
uniforme e macia que pode ser aplicado em vários planos e é capaz
de oferecer resultados naturais. Casos de reações alérgicas são
bastante raros, devido à biocompatibilidade do material. Seu efeito
é classificado como permanente, porém alguns experimentos de
laboratório demonstram que há reabsorção do material, o que
requer maior número de estudos e pode levar a resultados não
satisfatórios.
No período imediatamente pós-aplicação também se observa perda
de aproximadamente 10% do volume por troca de osmolaridade, o
que torna um procedimento pouco previsível. Alguns pacientes
podem perder mais e outros menos volume, requerendo novas
sessões de tratamento e uso de produto adicional. Em alguns casos
é necessário de duas a três sessões para obtenção de excelentes
resultados.
Estudos demonstram que a reação inflamatória provocada pela
poliacrilamida é mais intensa, quando comparada com o ácido
hialurônico. Em caso de reação inflamatória intensa e necessidade
de remoção do implante, estudos demonstram que o gel é invadido
(se mistura) pelo tecido, tornando sua remoção cirúrgica
tecnicamente mais complicada.
Outro tipo de preenchedor –
Gordura Autóloga
Outra opção de preenchedor bastante utilizada pelos cirurgiões
plásticos é a gordura autóloga, ou seja, do próprio paciente. Essa
gordura é obtida por lipoaspiração de determinada região do corpo
e por ser do próprio paciente apresenta excelente perfil e de custo
bastante baixo.
Sendo do próprio organismo do paciente é biocompatível e não
alergênica, porém o risco de contaminação do material durante seu
processo de preparo antes da aplicação existe, embora seja raro.
O grande problema desse material está relacionado à
imprevisibilidade dos resultados. Segundo a literatura científica, de
25% a 80% do material será integrado e conferirá volume. Dessa
forma, fica complicado precisar quanto de volume será atingido e
quanto tempo durará o procedimento.
Uma vantagem mencionada pelo cirurgião plástico é a possibilidade
de realização desse procedimento durante outros procedimentos,
com a paciente já anestesiada. Essa não é uma vantagem exclusiva
da gordura, sendo que outros preenchedores faciais também
podem ser combinados com o procedimento cirúrgico.
Com o passar do tempo a quantidade de ácido hialurônico natural
presente na pele diminui, favorecendo o aparecimento de rugas e
sulcos. O uso de preenchedores com ácido hialurônico sintético
para tratamento dessas rugas é um tratamento indicado para
preenchimento de linhas, sulcos e rugas remodelamento do
contorno facial e/ou reposição de volume em áreas alteradas pelo
processo de envelhecimento.
O ácido hialurônico sintético pode ser de origem animal (geralmente
da crista-de-galo) ou de origem não animal (fermentação
bacteriana).
Se falarmos em termos de evolução, os produtos de origem não
animal são considerados uma evolução em comparação aos de
origem animal, pois não transmitem doenças infecciosas, nem
virais.
O ácido hialurônico também pode ser monofásico ou bifásico e isso
está relacionado com o processo de fabricação do produto. Em
termos de evolução, o produto monofásico é uma evolução do
produto bifásico, resultando em um produto mais homogêneo que é
mais biocompatível (ou seja, acomoda-se melhor entre as células e
entre o ácido hialurônico que já existe no nosso organismo) e isso é
um dos fatores importantes que faz com que o produto se acomode
melhor no local implantado, dando um aspecto mais natural e
propiciando maior duração do efeito.
No entanto, existem numerosas marcas de ácido hialurônico no
mercado. Cada marca apresenta características específicas e
diferenças importantes que precisam ser conhecidas, pois podem
ter impacto nos resultados do tratamento.
Substâncias de preenchimento são todas aquelas utilizadas,
independentemente de sua procedência ou composição química,
com o objetivo de preencher rugas, oferecer contorno ou volume
facial.
Ácido hialurônico
O ácido hialurônico (AH) é uma substância absorvível, aprovada
pelo FDA para uso em tratamentos cosméticos desde 1996.
O ácido hialurônico in natura
Ácido hialurônico, hialuronan, hialuronato são sinônimos de um
polissacarídeo que contém 200 até 100.000 unidades repetidas de
dissacarídeos (ácido D-glicurônico e N-acetil-D-glicosamina) com
peso molecular de 1 x 105 até 5 x 105 daltons. Seu nome remete ao
seu histórico isolamento a partir do Humor Vítreo do olho bovino por
Meyer e Palmer, em 1934, derivando do nome do tecido do qual foi
descoberto (hyalos = brilhante) e um de seus açúcares (ácido
urônico).
A quantidade de ácido hialurônico no indivíduo adulto normal é de
15g, com um turn-over diário de aproximadamente um terço desta
quantidade. No plasma sua concentração varia de 10 a 100 µg/l,
sendo excretado a partir de sua metabolização nos capilares
hepáticos em mossacarídeos.
É sintetizado na membrana plasmática de fibroblastos e outras
células, sendo sua produção estimulada por vários mediadores
inflamatórios e fatores de crescimento. Especificamente em
queratinócitos sua síntese pode ser inibida pelo cloreto de cálcio e
fortemente estimulada pelo ácido retinoico.
Encontramos ácido hialurônico no músculo (7,8% do total de ácido
hialurônico do organismo), esqueleto e estruturas de suporte
(26,8%), trato gastrointestinal (0,8%) e na pele (55,9%). Na pele
está distribuído pela derme e epiderme. Na epiderme sua
distribuição é compartimentalizada com uma grande quantidade
disposta na camada espinhosa média e uma pequena na camada
basal, sendo totalmente ausente das camadas granulose e na
camada córnea. Na derme o ácido hialurônico é correlacionado com
as microfibrilas de colágeno, sendo encontrado entre as fibras
colágenas e elásticas.
Este padrão de distribuição tecidual varia de acordo com a idade,
sendo que quantidade total de ácido hialurônico declina com o
passar dos anos. Nas peles envelhecidas encontramos uma
redução da concentração de ácido hialurônico em todas as
camadas com exceção da derme papilar que mantém sua
concentração.
Sua função é dada pelas suas características físico-químicas e sua
interação com outras macromoléculas. Como a molécula mais
volumosa da matriz extracelular o ácido hialurônico está totalmente
relacionado com os processos de proliferação, regeneração e
reparação tecidual.
Testes laboratoriais realizados em tecidos fetais (ricos em ácido
hialurônico) demonstram reparos sem cicatrizes. Da mesma forma
que testes in vivo com administração de hialuronidase aos
ferimentos de tecidos fetais levou a intensa fibrose, inflamação e
angiogenese.
O processo de envelhecimento demonstra uma diminuição total da
quantidade dos tecidos conectivos. É sabido que o ácido hialurônico
consegue reter até 100 vezes o seu peso molecular em água ao
seu redor, esta propriedade produz uma expansão da matriz
extracelular facilitando a difusão de moléculas hidrossolúveis. A
diminuição da quantidade de ácido hialurônico como
envelhecimento leva a um encolhimento desta matriz, alterando a
quantidade de água e a capacidade de transporte de substâncias. A
perda do turgor, a desidratação, alterações da elasticidade, a
diminuição do suporte a microvasos e a formação de rugas, todos
sinais de envelhecimento, podem ser consequência desta
diminuição do ácido hialurônico e o encolhimento da matriz
extracelular.
O ácido hialurônico como implante cutâneo
Usar o ácido hialurônico como implante cutâneo esbarrou em um
grande problema: uma vez aplicado na derme, o ácido hialurônico
era rapidamente metabolizado, não oferecendo, assim, resultado
seguro e duradouro, como o implante cutâneo para, historicamente,
substituir o colágeno amplamente utilizado.
A evolução histórica do uso de ácido hialurônico como implante
cutâneo está totalmente relacionada com a capacidade técnica das
indústrias em produzir um ácido hialurônico que pudesse garantir o
preenchimento das rugas por um tempo aceitável, sem, contudo,
deixar de ser biocompatível. O advento dos implantes cutâneos foi
concretizado pela assim divulgada estabilização do produto, que
garantia um gel viscoso que possuía capacidade de levantar a pele
ou preencher a ruga.
Chegamos assim a tecnologias dispares que criavam assim ditas
ligações intermoleculares ou crosslinks que asseguravam um
resultado estético de longa duração (quando comparado aos
estabilizados) e mantendo a biocompatibilidade. Estas ligações
desfavorecem a ação da hialuronidase, dificultando a quebra do
ácido hialurônico em produtos finais simples como o dióxido de
carbono e a água, porém este efeito estabilizador era temporário
até a absorção lenta e progressiva das moléculas de ácido
hialurônico, mantendo a característica temporária do implante
cutâneo.
A terminologia degradação isovolêmica dos géis de ácido
hialurônico é veemente defendida e aceitada dados as suas
características hidrofílicas. Uma vez aplicado na derme, este gel
consegue reter um volume de água que consolida o seu efeito
implante cutâneo de rugas. Este bloco de ácido hialurônico + água
mantém seu volume efetivo mesmo com perdas de algumas
moléculas. Ao atingir sua meia-vida, estima-se que metade das
moléculas de ácido hialurônico injetadas ainda lá se apresentam
sendo a partir deste ponto uma degradação mais rápida.
O ácido hialurônico: produção
Os implantes cutâneos de ácido hialurônico possuem dois tipos de
origem: animal (a partir da crista-de-galo) e biotecnologia
(fermentação bacteriana). Atualmente o tipo mais comumente
utilizado no mercado é o ácido hialurônico de origem não animal,
que é obtido através de cultura e uma bactéria não patogênica
(Streptococus equi ou S. zooepidermus), um organismo unicelular,
sem secreção de clorofila e cultivado em açúcar e aminoácidos.
Qualquer que seja a fonte de obtenção, o ácido hialurônico é
submetido a uma série de procedimentos químicos visando à
obtenção do produto final, o hialuronato de sódio, com a menor
concentração possível de proteínas (quer sejam de origem animal
ou bacteriana) ou ainda de endotoxinas bacterianas.
Estes processos físico-químicos envolvem, de um modo geral,
distintas fases: tratamento pelo calor, alcalinização (NaOH),
proteólise, dissecação, purificação, pecipitação, diálise. Os passos
variam de fabricante para fabricante.
Ao final deste processo de purificação é obtido o produto final na
forma de gel de ácido hialurônico (hialuronato de sódio) purificado.
O ácido hialurônico: estabilização (Figuras 1 e 2)
Quaisquer que sejam as terminologias utilizadas pelas diversas
indústrias fabricantes de implantes cutâneos de ácido hialurônico,
todos os processos são químicos com a utilização de diferentes
substâncias que garantem esta estabilização do gel a base do ácido
hialurônico.
As mais comuns alteram a estrutura espacial do ácido hialurônico,
criando pontes intermoleculares ou crosslinks que dificultam a ação
da metabolização da hialuronidase endógena.
Os implantes de ácido hialurônico: estrutura próxima ao
natural
Não podemos classificar os implantes de ácido hialurônico como
produtos totalmente naturais. Em primeiro plano, o ácido
hialurônico, mesmo na forma mais purificada, contém traços e
resíduos de proteínas e endotoxinas. Da mesma forma, todo
processo de purificação destes produtos é feito através da utilização
de agentes químicos, como o hidróxido de sódio, etanol e metanol,
e por isso devem ser filtrados adequadamente e altamente
purificados antes da obtenção do produto final.
A estrutura espacial do ácido hialurônico é modificada com a
criação de pontes de carbono (pela utilização do agente
estabilizados BDDE) ou de radicais sulfonados (pela utilização de
vinilsulfonas). Para serem produtos muito semelhantes ao “natural”
os resíduos desta linha de produção e a presença de endotoxinas
bacterianas ou proteínas não humanas devem ser filtradas para que
o implante não provoque reações inflamatórias, mantendo, assim, a
linha de pensamento de Scales, descrita anteriormente.
Para garantir o máximo de biocompatibilidade com os tecidos
humanos, o implante de HÁ deve ser produzido com tecnologia que
minimize a presença de endotoxinas e de proteínas bacterianas no
produto final acabado.
A quantidade de endotoxina bacteriana deve ser muito baixa (os
produtos atuais giram em torno de <0,2 EU/g), a farmacopeia
europeia exige que não ultrapasse 12,5 EU/g, o benefício é a
redução dos riscos de reação inflamatória (eritema, edema) após a
aplicação.
A quantidade de proteínas deve ser baixa, inferior a 5 µg/g, para
diminuir o risco de reações de hipersensibilidade (formação de
granulomas).
Figura 1 - Ligação cruzada entre as moléculas de ácido hialurônico
(crosslinking).
O cross-linking permite a formação de pontes entre as cadeias de
ácido hialurônico, aumentando a duração do efeito do gel in situ. A
biocompatibilidade não é modificada. BDDE é utilizado como agente
de cross-linking por ser o mais seguro
Os implantes de ácido hialurônico: segurança2-7
Está plenamente estabelecido na literatura médica que os implantes
cutâneos à base de ácido hialurônico possuem alto nível de
segurança em sua utilização, muito maior que a observada na
utilização dos implantes cutâneos não biodegradáveis, como o
polidimetilmetacrilato, silicone, poliacrilamida ou a hidroxiapatita.
Estes últimos relacionados com alta incidência de reações tipo
corpo estranho, reações alérgicas a seus componentes protéicos,
migração, oclusão vascular e extrusão.
Figura 2 - BDDE.
Os hilanos trazem uma enorme contribuição ao campo da estética e
continuam sendo mais seguros em seu uso que os preenchimentos
à base de substâncias não biodegradáveis. Entretanto, os pacientes
devem ser informados que, apesar dos riscos de hipersensibilização
neste tipo de reação, o tratamento medicamentoso mais adequado
(tópico e/ou sistêmico com antibióticos, corticosteroides e
hialuronidase) pode tornar-se mandatório.
Também, devem ser alertados sobre a possibilidade de intervenção
mais agressiva na ocorrência de cistos ou granulomas para
diagnósticos mais precisos de infecções concomitantes ou de
formação de lesões estéreis.
Preenchedor monofásico x preenchedor bifásico
Atualmente, reconhecem-se dois processos de fabricação que
resultam em produtos com características distintas: o monofásico e
o bifásico.
Figura 3 - Representação da ação dos ânions OH-, respectivamente
no gen de ácido hialurônico monofásico e bifásico.
Também é reconhecido e observado que um produto monofásico é
mais homogêneo e que um produto bifásico é mais heterogêneo.
Os produtos monofásicos são considerados uma evolução em
comparação aos produtos bifásicos, porque são mais homogêneos
e fáceis de serem injetados.
Os produtos monofásicos propiciam menor superfície de contato no
organismo, portanto a degradação do ácido hialurônico é menor e,
consequentemente, sua duração é maior.
No gel de ácido hialurônico monofásico encontramos somente
molóculas de ácido hialurônico, no produto bifásico encontramos
partículas de ácido hialurônico dispersas num veículo (Figura 3).
O melhor preenchedor cutâneo
Não existe um produto que possa ser considerado um preenchedor
ideal. Os diferentes produtos disponíveis para uso médico têm
características únicas que conferem a cada um vantagens e
desvantagens. Quando decidir fazer um preenchimento facial, deve-
se considerar: o local a ser tratado, sua familiaridade com o produto
utilizado e com a técnica de implante, as expectativas do paciente,
o custo, em quanto tempo teremos o resultado, o número de
sessões e outras variáveis. Alguns produtos são mais indicados
para linhas superficiais e rugas finas, enquanto outros são indicados
para sulcos e reposição de grande volume. O dermatologista deve
aliar conhecimento técnico científico ao bom senso estético para
obter melhores resultados.
LASER X LUZ INTENSA PULSADA
Fototerapia é definida como uma modalidade terapêutica que se
utiliza de luz, um tratamento através de luz ou por radiação dentro
do espectro solar – isso também inclui os raios ultravioletas.
Pode ser aplicado dos pelos, cicatrização, estrias entre outros. A
fototerapia utiliza-se de diferentes tipos de equipamentos: desde
laser, luz intensa pulsada (LIP) e diodo emissor de luz (LED). A
potência dos aparelhos e a eficiência dos mesmos, variam, de
acordo com o comprimento das ondas, a penetração das mesmas e
o calor produzido.raios de luz na pele para o tratamento de rugas,
vasos, rosácea, acne, manchas, tratamentos de calvície, remoção
LASER
O termo laser significa Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation ou Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de
Radiação e pode ser classificado como monocromático por ter
apenas emissão de uma só cor de luz, emite sempre o mesmo
comprimento de onda, então para cada tipo de laser teremos uma
cor específica.
A luz branca emite vários comprimentos de onda que significa que
dá origem a várias cores. A luz de laser é coerente que quer dizer
que elas se encontram na mesma fase de tempo e espaço e elas
caminham em uma única direção paralelamente entre si efeito
chamado de colimação.
A ação do laser na estética é de ação superficial e não é invasiva.
Ele age nos cromóforos das células, realizando uma estimulação e
aumento de ATP ou desaceleração de suas funções.
Ocorrem vários efeitos fisiológicos na utilização do laser que foram
comprovados cientificamente, dentre eles a fotoestimulação dos
fibroblastos, que consequentemente produz mais colágeno,
aumenta a vascularização, elimina bactérias e age no sistema
imune.
Atualmente uma das principais utilidades do laser é para a
cicatrização de feridas, pois diferentemente de outras luzes comuns
o laser pode penetrar no tecido. Os efeitos que se deseja atingir
dependem da dosagem, podendo estimular as células ou inibir. A
absorção de luz nas células é influenciada pela quantidade de água
presente na região.
Existem lasers de baixa potência em torno de 1 a 500mW, média
potência de 500 à 1000mW e de Alta potência de 1000mW em
diante.
O Laser é indicado para cirurgias, remoção de tumores, terapias
fotodinâmicas, fotopuntura, tratamentos fisioterápicos, cicatrização
de feridas, inibição da formação de queloides, analgesia, efeito anti-
inflamatório, tratamento de lesões vasculares, tratamento de lesões
pigmentadas, foto rejuvenescimento ablativo ou não, tratamento de
gordura localizada com laserlipólise, tratamento de psoríase,
tratamento de acne, queda de cabelo, seborréia, para normalização
do crescimento dos fios de cabelo, para clareamentos dentais,
aftas, para epilação, etc.
As contraindicações do laser são: gestantes, pacientes
fotossensíveis, pacientes que usam medicamentos
fotossensibilizantes, não irradiar a luz diretamente nos olhos.
Existem diversos tipos de laser e cada um tem uma finalidade,
necessário consultar as demais contraindicações e indicações.
LUZ INTENSA PULSADA
A luz Pulsada utiliza a fototermólise seletiva, que significa que a
energia é absorvida pelo cromóforo com uma seleção e no caso da
luz pulsada é a melanina que se concentra na haste do pelo, é por
este motivo que esta técnica não consegue atingir os pelos mais
claros, ou mesmo os pelos brancos. A energia luminosa atinge a
pele e outra parte é absorvida pela haste do pelo e uma outra parte
se desfaz em energia térmica que se espalha ao redor da haste do
pelo e também no epitélio do folículo.
Para conseguir obter a fototermólise seletiva, temos que combinar
três coisas: o comprimento da onda, a duração do pulso e a fluência
de energia.
.
A luz pulsada é indicada para epilação em todas as pessoas que
querem remover os pelos, mas também em pessoas com
complicações de excesso de pelos como foliculites por exemplo, ou
complicações com métodos convencionais de depilação como as
ceras e lâminas de barbear que muitas vezes causam alergia. O
tipo de pele (cor), a cor dos pelos e a espessura irão determinar a
luz intensa pulsada mais adequada.
DICA: Peles negras não devem ser tratadas com luz pulsada.
A LIP também é indicada para tratamento de manchas, acne,
estrias, vasinhos, rosácea, rejuvenescimento.
A luz pulsada não é considerada um laser porque ela emite um
feixe de luz que não é coerente como o laser, ele é divergente, e
policromático, o comprimento de onda da luz pulsada gira em torno
de 590 a 1200nm, de acordo com o filtro utilizado diferente dos
lasers que o comprimento de onda é fixo. A luz pulsada divide seus
pulsos com sincronização e em milissegundos com intervalos de
relaxamento térmico para proteger a melanina da epiderme.