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Mestrado Integrado em Engenharia Quiacutemica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes
Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional
para Interior Automoacutevel
Tese de Mestrado
de
Ana Teresa Abreu Carneiro
Desenvolvida no acircmbito da unidade curricular de Dissertaccedilatildeo
realizado em
TMG Automotive ndash Tecidos plastificados e outros revestimentos para a induacutestria automoacutevel SA
Orientador na FEUP Professor Doutor Adeacutelio Mendes
Orientador na TMG Automotive Engenheiro Luiacutes Filipe Silva
Departamento de Engenharia Quiacutemica
fevereiro de 2016
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
Agradecimentos
Agrave Engenheira Elizabete Pinho Diretora do Departamento de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
da Empresa TMG Automotive pela oportunidade de realizar o estaacutegio curricular nesta
Empresa
Um particular e sincero agradecimento ao meu orientador da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto Doutor Adeacutelio Mendes por todos os conselhos tempo despendido e
conhecimentos transmitidos ao longo da dissertaccedilatildeo
Ao meu orientador na TMG Automotive Engenheiro Luiacutes Filipe Silva pelo tempo despendido e
conhecimento transmitido ao longo do estaacutegio
Agrave Professora Margarida Bastos pela ajuda e tempo disponibilizado
Agrave Diana Paiva Ceciacutela Mateus e agrave Doutora Isabel Antunes um especial agradecimento pela
ajuda prestada e conhecimentos transmitidos
Ao Joseacute Luiacutes Lamego Gloacuteria Doutor Ceacutesar Aacuteguia Sara Engenheira Faacutetima Engenheiro
Valeacuterio Engenheiro Joatildeo Mota Liliana Marisa Engenheira Alexandrina Engenheira Irene
Engenheiro Luiacutes Meireles Sr Jorge Ana Maria Ana Costa Maria Joseacute Ana Sofia Sr Albino
Soacutenia Anabela Diana Tiago e aos restantes funcionaacuterios da TMG Automotive agradeccedilo toda a
ajuda prestada disponibilidade e conhecimento transmitido durante a dissertaccedilatildeo Agrave Joana
Ventura um especial agradecimento pela amizade e boa disposiccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem agrave Ana
Sofia Ribeiro Ana Isabel e Ana Costa pelo companheirismo ao longo do estaacutegio
Ao Diogo Campelos Ana Castro Margarida Borges Ana Sousa Ana Coutinho Diogo Cunha
Luiacutes Martins Adriana Arauacutejo e a todos os meus amigos agradeccedilo a amizade e a motivaccedilatildeo
Ao meu irmatildeo Viacutetor Carneiro pela importacircncia na minha vida Aos meus pais Alberta Abreu
e Viacutetor Carneiro e agrave minha afilhada Margarida Carneiro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Resumo
A crescente preocupaccedilatildeo ambiental determinou o estudo e o desenvolvimento dos compoacutesitos
polimeacutericos reforccedilados com materiais naturais pela induacutestria em geral No caso particular do
setor automoacutevel as crescentes pressotildees ambientais ditaram a reduccedilatildeo das emissotildees de
dioacutexido de carbono pelos veiacuteculos automoacuteveis A utilizaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com
materiais naturais reduz o peso e consequentemente as emissotildees de CO2 dos mesmos A
presente dissertaccedilatildeo estuda a inclusatildeo de corticcedila e de fibras de kenaf nos revestimentos de
base polimeacuterica produzidos pela TMG Automotive seguindo a tendecircncia ecoloacutegica do setor
A corticcedila e o kenaf satildeo susceptiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respectiva
descoloraccedilatildeo Desta forma foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da corticcedila
revestimento com laca contendo HALS e UVA introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg e a
pigmentaccedilatildeo da corticcedila Verificou-se que a incorporaccedilatildeo de granulado de corticcedila pigmentado
em poliacutemero TPO (matriz 2XZEE) resulta num filme compoacutesito estaacutevel agrave luz e que o uso de
corticcedila preacute-descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor
Foram produzidos filmes compoacutesitos incorporando 1 e 20 em massa de granulado de
corticcedila na matriz polimeacuterica de TPO (matriz 2XZEE) A inclusatildeo de uma quantidade inferior ou
igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes apresentaram interesse esteacutetico e funcional e satildeo processaacuteveis durante o
processo de moldagem A principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo No entanto conclui-se que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC eacute
soluccedilatildeo para o problema
Relativamente agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos revestimentos da TMG a principal dificuldade
eacute a fraca dispersatildeo das mesmas na matriz polimeacuterica Neste sentido procedeu-se ao estudo
de diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica com o objetivo de aumentar a dispersatildeo e
a adesatildeo da mesma no poliacutemero Verificou-se que todos os tratamentos aplicados reduziram a
absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO O tratamento 1 por sua vez melhorou o
comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Os tratamentos 2 e 3 melhoraram a dispersatildeo da fibra tendo
sido possiacutevel aumentar a adiccedilatildeo da mesma para 3 em massa na matriz polimeacuterica Os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Por uacuteltimo foi
explorada a pigmentaccedilatildeo das fibras de kenaf e conclui-se que a pigmentaccedilatildeo das mesmas
melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes compoacutesitos polimeacutericos
Palavras-chave (Tema) Compoacutesitos TPO corticcedila kenaf extrusatildeo pigmentaccedilatildeo
tratamentos quiacutemicos
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Abstract
The growing environmental concern determined the study and development of reinforcing
materials in polymer composites for the general industry In the particular case of the
automotive industry the environmental pressures determined the reducing carbon dioxide
emissions from vehicles The application of reinforcement material in composites reduces
weight and therefore CO2 emissions from the vehicles This dissertation studies cork and
kenaf fibers inclusion in the polymer based coatings produced by TMG Automotive following
the environmental industry trend
Cork and kenaf are susceptible to photodegradation which causes the respective
discoloration For that reason different protection strategies have been studied coating
containing HALS and UVA pre-layer containing Hitoxreg and cork pigmentation It has been
found that the incorporation of pigmented granulated cork in TPO polymer (matrix 2XZEE)
results in a light-stable composite film and the use of pre-discolored cork minimize color
variation
Composite films were produced incorporating a mass fraction of 1 to 20 of granulated
cork in TPO (matrix 2XZEE) The inclusion of a mass fraction of cork not higher than 3 in the
polymer do not affect the mechanical behavior of the composite The films had aesthetic and
functional interest and are thermoformable The major limitation found in the composite
films was an annoying smell However one concludes that extrusion at temperatures below
160 ordmC is a solution to the problem
Concerning the addition of kenaf fibers in the TMG coatings the main difficulty is the poor
dispersion in the polymer matrix In this sense were studied different treatments of chemical
modification in order to increase the dispersion and the adhesion to the polymer It was found
that all treatments reduced the water absorption by the fibers in the TPO film The
Treatment 1 improved the mechanical behavior of the composite with a mass fraction of 1
although not improving the dispersion of the fiber in the polymer Treatments 2 and 3 have
improved fiber dispersion and it was possible to increase the addiction of the fibers up to the
mass fraction of 3 in the polymer matrix The composite films withstood the stretch during
molding without tearing Finally the pigmentation of the kenaf fiber was explored and it was
concluded that the pigmentation improves both thermal and light resistance of the composite
films
Keywords (Theme) Composites TPO cork kenaf extrusion pigmentation and
chemical treatments
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Declaraccedilatildeo
Declara sob compromisso de honra que este trabalho eacute original e que todas as
contribuiccedilotildees natildeo originais foram devidamente referenciadas com identificaccedilatildeo da fonte
Assinar e datar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
Agradecimentos
Agrave Engenheira Elizabete Pinho Diretora do Departamento de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
da Empresa TMG Automotive pela oportunidade de realizar o estaacutegio curricular nesta
Empresa
Um particular e sincero agradecimento ao meu orientador da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto Doutor Adeacutelio Mendes por todos os conselhos tempo despendido e
conhecimentos transmitidos ao longo da dissertaccedilatildeo
Ao meu orientador na TMG Automotive Engenheiro Luiacutes Filipe Silva pelo tempo despendido e
conhecimento transmitido ao longo do estaacutegio
Agrave Professora Margarida Bastos pela ajuda e tempo disponibilizado
Agrave Diana Paiva Ceciacutela Mateus e agrave Doutora Isabel Antunes um especial agradecimento pela
ajuda prestada e conhecimentos transmitidos
Ao Joseacute Luiacutes Lamego Gloacuteria Doutor Ceacutesar Aacuteguia Sara Engenheira Faacutetima Engenheiro
Valeacuterio Engenheiro Joatildeo Mota Liliana Marisa Engenheira Alexandrina Engenheira Irene
Engenheiro Luiacutes Meireles Sr Jorge Ana Maria Ana Costa Maria Joseacute Ana Sofia Sr Albino
Soacutenia Anabela Diana Tiago e aos restantes funcionaacuterios da TMG Automotive agradeccedilo toda a
ajuda prestada disponibilidade e conhecimento transmitido durante a dissertaccedilatildeo Agrave Joana
Ventura um especial agradecimento pela amizade e boa disposiccedilatildeo Agradeccedilo tambeacutem agrave Ana
Sofia Ribeiro Ana Isabel e Ana Costa pelo companheirismo ao longo do estaacutegio
Ao Diogo Campelos Ana Castro Margarida Borges Ana Sousa Ana Coutinho Diogo Cunha
Luiacutes Martins Adriana Arauacutejo e a todos os meus amigos agradeccedilo a amizade e a motivaccedilatildeo
Ao meu irmatildeo Viacutetor Carneiro pela importacircncia na minha vida Aos meus pais Alberta Abreu
e Viacutetor Carneiro e agrave minha afilhada Margarida Carneiro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Resumo
A crescente preocupaccedilatildeo ambiental determinou o estudo e o desenvolvimento dos compoacutesitos
polimeacutericos reforccedilados com materiais naturais pela induacutestria em geral No caso particular do
setor automoacutevel as crescentes pressotildees ambientais ditaram a reduccedilatildeo das emissotildees de
dioacutexido de carbono pelos veiacuteculos automoacuteveis A utilizaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com
materiais naturais reduz o peso e consequentemente as emissotildees de CO2 dos mesmos A
presente dissertaccedilatildeo estuda a inclusatildeo de corticcedila e de fibras de kenaf nos revestimentos de
base polimeacuterica produzidos pela TMG Automotive seguindo a tendecircncia ecoloacutegica do setor
A corticcedila e o kenaf satildeo susceptiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respectiva
descoloraccedilatildeo Desta forma foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da corticcedila
revestimento com laca contendo HALS e UVA introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg e a
pigmentaccedilatildeo da corticcedila Verificou-se que a incorporaccedilatildeo de granulado de corticcedila pigmentado
em poliacutemero TPO (matriz 2XZEE) resulta num filme compoacutesito estaacutevel agrave luz e que o uso de
corticcedila preacute-descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor
Foram produzidos filmes compoacutesitos incorporando 1 e 20 em massa de granulado de
corticcedila na matriz polimeacuterica de TPO (matriz 2XZEE) A inclusatildeo de uma quantidade inferior ou
igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes apresentaram interesse esteacutetico e funcional e satildeo processaacuteveis durante o
processo de moldagem A principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo No entanto conclui-se que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC eacute
soluccedilatildeo para o problema
Relativamente agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos revestimentos da TMG a principal dificuldade
eacute a fraca dispersatildeo das mesmas na matriz polimeacuterica Neste sentido procedeu-se ao estudo
de diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica com o objetivo de aumentar a dispersatildeo e
a adesatildeo da mesma no poliacutemero Verificou-se que todos os tratamentos aplicados reduziram a
absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO O tratamento 1 por sua vez melhorou o
comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Os tratamentos 2 e 3 melhoraram a dispersatildeo da fibra tendo
sido possiacutevel aumentar a adiccedilatildeo da mesma para 3 em massa na matriz polimeacuterica Os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Por uacuteltimo foi
explorada a pigmentaccedilatildeo das fibras de kenaf e conclui-se que a pigmentaccedilatildeo das mesmas
melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes compoacutesitos polimeacutericos
Palavras-chave (Tema) Compoacutesitos TPO corticcedila kenaf extrusatildeo pigmentaccedilatildeo
tratamentos quiacutemicos
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Abstract
The growing environmental concern determined the study and development of reinforcing
materials in polymer composites for the general industry In the particular case of the
automotive industry the environmental pressures determined the reducing carbon dioxide
emissions from vehicles The application of reinforcement material in composites reduces
weight and therefore CO2 emissions from the vehicles This dissertation studies cork and
kenaf fibers inclusion in the polymer based coatings produced by TMG Automotive following
the environmental industry trend
Cork and kenaf are susceptible to photodegradation which causes the respective
discoloration For that reason different protection strategies have been studied coating
containing HALS and UVA pre-layer containing Hitoxreg and cork pigmentation It has been
found that the incorporation of pigmented granulated cork in TPO polymer (matrix 2XZEE)
results in a light-stable composite film and the use of pre-discolored cork minimize color
variation
Composite films were produced incorporating a mass fraction of 1 to 20 of granulated
cork in TPO (matrix 2XZEE) The inclusion of a mass fraction of cork not higher than 3 in the
polymer do not affect the mechanical behavior of the composite The films had aesthetic and
functional interest and are thermoformable The major limitation found in the composite
films was an annoying smell However one concludes that extrusion at temperatures below
160 ordmC is a solution to the problem
Concerning the addition of kenaf fibers in the TMG coatings the main difficulty is the poor
dispersion in the polymer matrix In this sense were studied different treatments of chemical
modification in order to increase the dispersion and the adhesion to the polymer It was found
that all treatments reduced the water absorption by the fibers in the TPO film The
Treatment 1 improved the mechanical behavior of the composite with a mass fraction of 1
although not improving the dispersion of the fiber in the polymer Treatments 2 and 3 have
improved fiber dispersion and it was possible to increase the addiction of the fibers up to the
mass fraction of 3 in the polymer matrix The composite films withstood the stretch during
molding without tearing Finally the pigmentation of the kenaf fiber was explored and it was
concluded that the pigmentation improves both thermal and light resistance of the composite
films
Keywords (Theme) Composites TPO cork kenaf extrusion pigmentation and
chemical treatments
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Declaraccedilatildeo
Declara sob compromisso de honra que este trabalho eacute original e que todas as
contribuiccedilotildees natildeo originais foram devidamente referenciadas com identificaccedilatildeo da fonte
Assinar e datar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Referecircncias 48
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Resumo
A crescente preocupaccedilatildeo ambiental determinou o estudo e o desenvolvimento dos compoacutesitos
polimeacutericos reforccedilados com materiais naturais pela induacutestria em geral No caso particular do
setor automoacutevel as crescentes pressotildees ambientais ditaram a reduccedilatildeo das emissotildees de
dioacutexido de carbono pelos veiacuteculos automoacuteveis A utilizaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com
materiais naturais reduz o peso e consequentemente as emissotildees de CO2 dos mesmos A
presente dissertaccedilatildeo estuda a inclusatildeo de corticcedila e de fibras de kenaf nos revestimentos de
base polimeacuterica produzidos pela TMG Automotive seguindo a tendecircncia ecoloacutegica do setor
A corticcedila e o kenaf satildeo susceptiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respectiva
descoloraccedilatildeo Desta forma foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da corticcedila
revestimento com laca contendo HALS e UVA introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg e a
pigmentaccedilatildeo da corticcedila Verificou-se que a incorporaccedilatildeo de granulado de corticcedila pigmentado
em poliacutemero TPO (matriz 2XZEE) resulta num filme compoacutesito estaacutevel agrave luz e que o uso de
corticcedila preacute-descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor
Foram produzidos filmes compoacutesitos incorporando 1 e 20 em massa de granulado de
corticcedila na matriz polimeacuterica de TPO (matriz 2XZEE) A inclusatildeo de uma quantidade inferior ou
igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes apresentaram interesse esteacutetico e funcional e satildeo processaacuteveis durante o
processo de moldagem A principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo No entanto conclui-se que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC eacute
soluccedilatildeo para o problema
Relativamente agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos revestimentos da TMG a principal dificuldade
eacute a fraca dispersatildeo das mesmas na matriz polimeacuterica Neste sentido procedeu-se ao estudo
de diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica com o objetivo de aumentar a dispersatildeo e
a adesatildeo da mesma no poliacutemero Verificou-se que todos os tratamentos aplicados reduziram a
absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO O tratamento 1 por sua vez melhorou o
comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Os tratamentos 2 e 3 melhoraram a dispersatildeo da fibra tendo
sido possiacutevel aumentar a adiccedilatildeo da mesma para 3 em massa na matriz polimeacuterica Os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Por uacuteltimo foi
explorada a pigmentaccedilatildeo das fibras de kenaf e conclui-se que a pigmentaccedilatildeo das mesmas
melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes compoacutesitos polimeacutericos
Palavras-chave (Tema) Compoacutesitos TPO corticcedila kenaf extrusatildeo pigmentaccedilatildeo
tratamentos quiacutemicos
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Abstract
The growing environmental concern determined the study and development of reinforcing
materials in polymer composites for the general industry In the particular case of the
automotive industry the environmental pressures determined the reducing carbon dioxide
emissions from vehicles The application of reinforcement material in composites reduces
weight and therefore CO2 emissions from the vehicles This dissertation studies cork and
kenaf fibers inclusion in the polymer based coatings produced by TMG Automotive following
the environmental industry trend
Cork and kenaf are susceptible to photodegradation which causes the respective
discoloration For that reason different protection strategies have been studied coating
containing HALS and UVA pre-layer containing Hitoxreg and cork pigmentation It has been
found that the incorporation of pigmented granulated cork in TPO polymer (matrix 2XZEE)
results in a light-stable composite film and the use of pre-discolored cork minimize color
variation
Composite films were produced incorporating a mass fraction of 1 to 20 of granulated
cork in TPO (matrix 2XZEE) The inclusion of a mass fraction of cork not higher than 3 in the
polymer do not affect the mechanical behavior of the composite The films had aesthetic and
functional interest and are thermoformable The major limitation found in the composite
films was an annoying smell However one concludes that extrusion at temperatures below
160 ordmC is a solution to the problem
Concerning the addition of kenaf fibers in the TMG coatings the main difficulty is the poor
dispersion in the polymer matrix In this sense were studied different treatments of chemical
modification in order to increase the dispersion and the adhesion to the polymer It was found
that all treatments reduced the water absorption by the fibers in the TPO film The
Treatment 1 improved the mechanical behavior of the composite with a mass fraction of 1
although not improving the dispersion of the fiber in the polymer Treatments 2 and 3 have
improved fiber dispersion and it was possible to increase the addiction of the fibers up to the
mass fraction of 3 in the polymer matrix The composite films withstood the stretch during
molding without tearing Finally the pigmentation of the kenaf fiber was explored and it was
concluded that the pigmentation improves both thermal and light resistance of the composite
films
Keywords (Theme) Composites TPO cork kenaf extrusion pigmentation and
chemical treatments
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Declaraccedilatildeo
Declara sob compromisso de honra que este trabalho eacute original e que todas as
contribuiccedilotildees natildeo originais foram devidamente referenciadas com identificaccedilatildeo da fonte
Assinar e datar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
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Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
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Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
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Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
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Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
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Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
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Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
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Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
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Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
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Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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A Mendes ldquo Inclusatildeo de corticcedila e fibras naturais no interior automoacutevelrdquo Dissertaccedilatildeo de
Mestrado FEUP Porto 2015
M Bastos ldquoQuiacutemica Orgacircnica Irdquo Documentaccedilatildeo Teoacuterica Departamento de Engenharia
Quiacutemica FEUP Porto 20112012
M Troedec D Sedan C Peyratout J Bonnet A Smith R Guinebretiere ldquoInfluence of
various chemical treatments on the composition and structure of hemp fibresrdquo
Composites Part A vol 39 pp 514-522 2008
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Abstract
The growing environmental concern determined the study and development of reinforcing
materials in polymer composites for the general industry In the particular case of the
automotive industry the environmental pressures determined the reducing carbon dioxide
emissions from vehicles The application of reinforcement material in composites reduces
weight and therefore CO2 emissions from the vehicles This dissertation studies cork and
kenaf fibers inclusion in the polymer based coatings produced by TMG Automotive following
the environmental industry trend
Cork and kenaf are susceptible to photodegradation which causes the respective
discoloration For that reason different protection strategies have been studied coating
containing HALS and UVA pre-layer containing Hitoxreg and cork pigmentation It has been
found that the incorporation of pigmented granulated cork in TPO polymer (matrix 2XZEE)
results in a light-stable composite film and the use of pre-discolored cork minimize color
variation
Composite films were produced incorporating a mass fraction of 1 to 20 of granulated
cork in TPO (matrix 2XZEE) The inclusion of a mass fraction of cork not higher than 3 in the
polymer do not affect the mechanical behavior of the composite The films had aesthetic and
functional interest and are thermoformable The major limitation found in the composite
films was an annoying smell However one concludes that extrusion at temperatures below
160 ordmC is a solution to the problem
Concerning the addition of kenaf fibers in the TMG coatings the main difficulty is the poor
dispersion in the polymer matrix In this sense were studied different treatments of chemical
modification in order to increase the dispersion and the adhesion to the polymer It was found
that all treatments reduced the water absorption by the fibers in the TPO film The
Treatment 1 improved the mechanical behavior of the composite with a mass fraction of 1
although not improving the dispersion of the fiber in the polymer Treatments 2 and 3 have
improved fiber dispersion and it was possible to increase the addiction of the fibers up to the
mass fraction of 3 in the polymer matrix The composite films withstood the stretch during
molding without tearing Finally the pigmentation of the kenaf fiber was explored and it was
concluded that the pigmentation improves both thermal and light resistance of the composite
films
Keywords (Theme) Composites TPO cork kenaf extrusion pigmentation and
chemical treatments
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Declaraccedilatildeo
Declara sob compromisso de honra que este trabalho eacute original e que todas as
contribuiccedilotildees natildeo originais foram devidamente referenciadas com identificaccedilatildeo da fonte
Assinar e datar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
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Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
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Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Declaraccedilatildeo
Declara sob compromisso de honra que este trabalho eacute original e que todas as
contribuiccedilotildees natildeo originais foram devidamente referenciadas com identificaccedilatildeo da fonte
Assinar e datar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
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Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
i
Iacutendice
1 Introduccedilatildeo 1
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto 1
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa 3
13 Contributos do Trabalho 4
14 Organizaccedilatildeo da Tese 4
2 Estado da Arte 5
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural 5
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel 6
212 Matrizes polimeacutericas 7
213 Corticcedila 7
214 Fibras naturais 10
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos 13
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais 13
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta 14
223 HALS ndash Aminas com desempenho esteacuterico 15
224 Pigmentaccedilatildeo 15
3 Materiais e Meacutetodos 16
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive 16
311 TPO ndash Extrusatildeo 16
312 PVC ndash Recobrimento 17
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 17
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG 19
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO 19
33 Ensaios realizados 21
331 Massa voluacutemica 21
332 Ensaio de traccedilatildeo 21
333 Resistecircncia ao rasgado 21
334 Moldagem por vaacutecuo 22
335 Cheiro 22
336 Envelhecimento ao calor 22
337 Solidez agrave luz 22
338 Espectrofotometria 23
339 Microscopia oacutetica 24
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
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Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
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212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
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A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
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Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
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Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
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Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
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Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
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Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
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Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
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Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
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Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
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Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
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Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
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Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
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Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Quiacutemica FEUP Porto 20112012
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
ii
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento) 24
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red) 25
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada 25
4 Resultados e discussatildeo 26
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV 26
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo 32
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo 39
5 Conclusotildees 45
51 Outros trabalhos realizados 46
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro 46
53 Apreciaccedilatildeo final 47
Referecircncias 48
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iii
Iacutendice de Figuras
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada 1
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2 dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu 2
Figura 21 ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito 5
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita 7
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varredurada direccedilatildeo natildeo
radial da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila 8
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) 9
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais 10
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor 14
Figura 27 - Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotria
zol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) 14
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) 15
Figura 29 - Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov 15 Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1 17
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon 17
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound 18
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento 18
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita 19
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf 20
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 20
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf 21
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab 23 Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW 27
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) 28
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta 30
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem) 32
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacuteptica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times) 32
Figura 46 ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila 34
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
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Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
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Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
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Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
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Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
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Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
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Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
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Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
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Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
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Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
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Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
iv
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 34
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama 35
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1 36
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times) 39
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama 41
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme F_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita 42
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos 43
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo 51
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ 51
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 51
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacuteptica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times) 54
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 55
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1 55
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1 56
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 57
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1 58
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1 58
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60
Figura A210 - Filme pigmentado de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada 60 Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf 61
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento 61
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos 62
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1 62
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2 63
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
v
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3 63
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado 64
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado 64
Figura A4 1ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf 65
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e Tratamento 1 67
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento 68
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1 69
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 71
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3 72
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
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Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
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Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vi
Iacutendice de Tabelas
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior automoacutevel 6
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10 aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) 8
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila 9
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas 11
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1 16
Tabela 32 ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183 22
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma NP EN ISO 105-A05 24
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4 direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg) 26
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila 30
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de pigmento no empastado 31
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S 33
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel) 36
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 47 ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada 38
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado 43
Tabela 410 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado 44
Tabela A11 -Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC 2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada) 52
Tabela A12 -Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a pasta 2PLDB 53
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1 59
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf 66
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
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Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
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Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
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Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
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Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
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Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
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Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
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Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
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Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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various chemical treatments on the composition and structure of hemp fibresrdquo
Composites Part A vol 39 pp 514-522 2008
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
vii
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento e apoacutes o Tratamento 1 70
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 9
Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Estado da Arte 10
Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Estado da Arte 11
Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 12
Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Estado da Arte 13
Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 14
Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 15
Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
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Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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NP EN ISSO 105-A05 1998 ldquoTecircxteis Solidez dos Tintos ldquoParte A05 Meacutetodo para a
avaliaccedilatildeo instrumental da alteraccedilatildeo da cor para determinaccedilatildeo do iacutendice da escala de
cinzentosrdquo 1997
A Mendes ldquo Inclusatildeo de corticcedila e fibras naturais no interior automoacutevelrdquo Dissertaccedilatildeo de
Mestrado FEUP Porto 2015
M Bastos ldquoQuiacutemica Orgacircnica Irdquo Documentaccedilatildeo Teoacuterica Departamento de Engenharia
Quiacutemica FEUP Porto 20112012
M Troedec D Sedan C Peyratout J Bonnet A Smith R Guinebretiere ldquoInfluence of
various chemical treatments on the composition and structure of hemp fibresrdquo
Composites Part A vol 39 pp 514-522 2008
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
viii
Notaccedilatildeo e Glossaacuterio
m Massa num determinante instante kg
m0
T ρ l M e V A L a b ΔE t
Massa no instante inicial Temperatura Massa voluacutemica Comprimento Massa por unidade de superfiacutecie Espessura Volume Aacuterea Coordenada de cor luminosidade Coordenada de cor Coordenada de cor Variaccedilatildeo total da cor Tempo
kg ordmC kgm-3
m kgm-2
m L m2 h
Lista de Siglas
ATR
BP
BSE
BTZ
CO2
CIELab
EU
FT-IR
HALS
HPT
IampD
IV
LLDPE
MEK
PIB
Attenuated Total Reflectance
2-hidroxifenil-benzofenona
Backscattering electrons
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
Dioacutexido de Carbono
International Commission on Illumination (L a b)
Uniatildeo Europeia
Fourier Transformed ndash Infra Red
Hindered Amine Light Stabilizers
2-hydroxifenil-s-triazina
Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento
Infravermelho
Low linear density polyethylene (Polietileno linear de baixa densidade)
Methyl ethyl ketone (Butanona)
Produto Interno Bruto
OEM
PP
PUR
PVC
SE
SEM
TMG
TPE
PS
TPO
TPV
UPTEC
UV
UVA
Original Equipment Manufacturers
Polipropileno
Poliuretano
Polyvinyl chloride(Policloreto de vinilo)
Secondary electrons
Scanning electron microscope
Tecircxtil Manuel Gonccedilalves
Elastoacutemero termoplaacutestico
Poliestireno
Elastoacutemero termoplaacutestico olefiacutenico
Elastoacutemero termoplaacutestico vulcanizado
Parque de Ciecircncia e Tecnologia da Universidade do Porto
Ultravioleta
Absorvedor UV
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 1
1 Introduccedilatildeo
11 Enquadramento e Apresentaccedilatildeo do Projeto
A Uniatildeo Europeia eacute o segundo maior produtor de veiacuteculos automoacuteveis com 15 milhotildees
produzidos em 2014 ficando apenas atraacutes da China que fabricou cerca de 17 milhotildees [1] A
induacutestria automoacutevel eacute por isso particularmente relevante para a prosperidade da Europa
Tem uma importacircncia acrescida enquanto empregadora de matildeo-de-obra qualificada e
contribui significativamente para o PIB e para as receitas fiscais da UE A induacutestria automoacutevel
representa 12 milhotildees de postos de trabalho empregando cerca de 6 da comunidade
europeia Em 2014 gerou 396 milhotildees de euros em contribuiccedilotildees fiscais e representa cerca de
6 do PIB da UE [2] O setor automoacutevel eacute o principal investidor privado em Investigaccedilatildeo e
Desenvolvimento IampD investindo aproximadamente 42 milhotildees de euros e registando
6 000 patentes anualmente[2]
Nos uacuteltimos anos embora se tenha registado um aumento na produccedilatildeo de veiacuteculos
automoacuteveis na UE a induacutestria automoacutevel ainda se encontra em recuperaccedilatildeo mantendo-se
abaixo do que se verificava no iniacutecio do seacuteculo XXI tal como se pode analisar na Figura 11
Figura 11 ndash Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de veiacuteculos automoacuteveis na Uniatildeo Europeia na uacuteltima
deacutecada (adaptado de [3])
A quebra no mercado automoacutevel durante a uacuteltima deacutecada deveu-se agrave crise internacional e
aos mercados emergentes como a China Iacutendia Meacutexico e Brasil que tecircm vindo a ganhar
destaque em termos de produccedilatildeo e consumo [4]
Portugal acompanha a tendecircncia verificada na Uniatildeo Europeia Em 2014 registou-se a venda
de 172 milhares de veiacuteculos automoacuteveis que traduz um crescimento de 36 face ao ano de
2013 [5] O setor automoacutevel eacute um dos mais importantes para a economia portuguesa uma vez
que as receitas fiscais geradas pela venda e circulaccedilatildeo automoacutevel ascendem os 6 mil milhotildees
de euros e representa cerca de 4 do PIB nacional [4]
+10 -13
+06
+45
-92
-131
+86
+22
-58 +07
+45
13
14
15
16
17
2003 2005 2007 2009 2011 2013
Auto
moacuteveis
pro
duzid
os
na U
E
milhotildees
de
unid
ades
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 2
Embora se verifique uma tendecircncia evolutiva favoraacutevel do setor automoacutevel eacute imperativa a
aposta na Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento IampD e na Inovaccedilatildeo com vista a enfrentar as
dificuldades ainda existentes e tornar o mercado europeu mais competitivo Uma vez que o
setor eacute condicionado por pressotildees ambientais uma parte significativa de IampD eacute direcionada
para alcanccedilar as metas de emissotildees de dioacutexido de carbono CO2 definidas pelas entidades
reguladoras [4] Em 2009 o Parlamento Europeu aplicou o Regulamento 4432009 que
determinou a reduccedilatildeo da emissatildeo de CO2ateacute 130 gkm-1 nos automoacuteveis novos vendidos na
Uniatildeo Europeia ateacute ao ano de 2015 e ateacute 95 gkm-1ateacute ao ano de 2020 [6] como eacute possiacutevel
constatar na Figura 12
Figura 12 ndash Emissatildeo de CO2dos veiacuteculos automoacuteveis na Europa e metas definidas pelo
Parlamento Europeu (adaptado de[7])
Pela anaacutelise da Figura 12 verifica-se que em 2013 as emissotildees de CO2foram de127 gkm-1
tendo-se nesse ano cumprido o objetivo previsto para 2015Embora se verifique uma reduccedilatildeo
significativa das emissotildees de CO2 ao longo dos anos os veiacuteculos automoacuteveis satildeo ainda
responsaacuteveis por 12 das emissotildees de CO2 na UE [6] Para alcanccedilar a meta definida para o
ano de 2020 eacute fundamental desenvolver novos produtos que visam a diminuiccedilatildeo do consumo
de combustiacutevel dos automoacuteveis
A introduccedilatildeo de materiais ldquolevesrdquo no interior automoacutevel diminui o peso do veiacuteculo o consumo
de combustiacutevel e consequentemente as emissotildees de CO2 [8]A corticcedila e as fibras naturais
apresentam densidades inferiores agraves dos materiais normalmente utilizados no interior
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 3
automoacutevel pelo que surgiu o interesse da sua inclusatildeo nas folhas termoplaacutesticas As fibras
naturais apresentam ainda outras propriedades vantajosas tais como resistecircncia mecacircnica
baixo custo baixa abrasatildeo e biodegrabilidade [8]
A TMG Automotive eacute o segundo maior fabricante europeu de materiais flexiacuteveis para o
revestimento do interior automoacutevel e procura constantemente o desenvolvimento de produtos
com conteuacutedo inovador elevada qualidade e que respeitem o meio ambiente A presente
dissertaccedilatildeo de mestrado tem como objetivo incluir materiais de origem natural nos produtos
TMG Automotive visando duas vertentes principais a esteacutetica e a funcional Relativamente agrave
vertente esteacutetica pretende-se que o material de origem natural seja visiacutevel na superfiacutecie do
interior automoacutevel e quanto agrave vertente funcional eacute necessaacuterio que apresente caracteriacutesticas
equivalentes agraves dos materiais atuais Eacute ainda objetivo solucionar os problemas derivados da
sua inclusatildeo tais como a descoloraccedilatildeo da corticcedila devido agrave exposiccedilatildeo agrave luz solar ou a fraca
dispersatildeo das fibras naturais na matriz polimeacuterica Por uacuteltimo pretende-se a exploraccedilatildeo de
novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais bem como a sua funcionalizaccedilatildeo
12 Apresentaccedilatildeo da Empresa
A TMG Automotiveeacute uma Empresa que se destina agrave produccedilatildeo de tecidos plastificados e outros
revestimentos para a induacutestria automoacutevel representando uma das aacutereas estrateacutegicas de
negoacutecio da Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA
A Empresa Tecircxtil Manuel Gonccedilalves SA foi fundada em 1937 sob a designaccedilatildeo de Faacutebrica de
Fiaccedilatildeo e Tecidos do Vale de Manuel Gonccedilalves e transformada em 1965 em Sociedade
Anoacutenima No ano de 2006 o Grupo TMG sofreu um processo de reestruturaccedilatildeo sendo
reorganizado em vaacuteria aacutereas independentes de negoacutecio designadas por TMG Yarns TMG
Fabrics TMG Decor TMG Finishing TMG Fasttrack e TMG Automotive
A TMG Automotive eacute muitas vezes nomeada diretamente por empresas como BMW
Mercedes-Benz e Volvo apesar de ser considerada Tier 2 na escala de valor na induacutestria
automoacutevel Os principais materiais desenvolvidos pela Empresa satildeo diferentes soluccedilotildees de
folhas agrave base de policloreto de vinilo (PVC) poliuretano (PUR) e termoplaacutesticos elastoacutemeros
(TPE) Atualmente a Empresa eacute certificada em Gestatildeo da Qualidade (NP EN ISO 90012008)
Gestatildeo do Ambiente (NP EN ISO 140012004) Investigaccedilatildeo Desenvolvimento e Inovaccedilatildeo
(NP 44572007) e Qualidade Especiacutefica da Induacutestria Automoacutevel (ISO TS 169492002)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Introduccedilatildeo 4
13 Contributos do Trabalho
A presente dissertaccedilatildeo explorou uma nova vertente de incorporaccedilatildeo de corticcedila nos
revestimentos polimeacutericos da TMG Automotive atraveacutes do processo de extrusatildeo Foram
estudados diferentes foto-estabilizantes no problema da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila Foi
proposta a preacute-oxidaccedilatildeo da corticcedila como possiacutevel soluccedilatildeo do problema O processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila desenvolvido na empresa foi otimizado e posteriormente
foi estudado o mesmo processo na pigmentaccedilatildeo do kenaf Foram estudados diferentes
tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras de kenaf e aumentada a sua
incorporaccedilatildeo em massa num filme polimeacuterico de TPO
Durante o estaacutegio foram produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de
corticcedila de kenaf e de madeira para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e
Yanfeng Foi ainda estudada a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira nos revestimentos
polimeacutericos da Empresa
14 Organizaccedilatildeo da Tese
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado encontra-se estruturada em 5 capiacutetulos
Introduccedilatildeo ndash Neste primeiro capiacutetulo eacute feito o enquadramento e a apresentaccedilatildeo do
trabalho desenvolvido assim como a apresentaccedilatildeo da Empresa TMG Automotive e os
contributos do trabalho dados agrave mesma
Estado de Arte ndash No segundo capiacutetulo eacute feita a revisatildeo bibliograacutefica dos materiais de
origem natural usados no trabalho Satildeo tambeacutem descritos os problemas da sua
incorporaccedilatildeo em matrizes polimeacutericas bem como possiacuteveis soluccedilotildees para a resoluccedilatildeo
dos mesmos
Materiais e meacutetodos ndash Nesta secccedilatildeo satildeo descritos os materiais utilizados e os meacutetodos
empregues no desenvolvimento do trabalho experimental
Resultados e discussatildeo - Satildeo apresentados os principais resultados obtidos durante a
realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo e feita a sua discussatildeo
Conclusotildees ndash O capiacutetulo final inclui as principais conclusotildees retiradas do
desenvolvimento da dissertaccedilatildeo bem como perspetivas para o trabalho futuro
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Estado da Arte 5
2 Estado da Arte
21 Material compoacutesito reforccedilado com materiais de origem natural
O material compoacutesito consiste num material multifaacutesico em que as fases satildeo quimicamente
distintas e separadas por uma interface Maioritariamente os materiais compoacutesitos satildeo
constituiacutedos por apenas duas fases a matriz e o elemento de reforccedilo Na Figura 21 encontra-
se a representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito
Figura 21ndash Representaccedilatildeo esquemaacutetica de um material compoacutesito (adaptado de[9])
O elemento de reforccedilo ou fase dispersa pode ser particulado ou fibroso As partiacuteculas
apresentam igual geometria em todas as direccedilotildees enquanto as fibras apresentam uma
elevada razatildeo entre o comprimento e o diacircmetro As fibras podem estar orientadas
paralelamente agrave direccedilatildeo longitudinal ou podem ser distribuiacutedas aleatoriamente conferindo a
propriedade isotroacutepica ao material[9]
A matriz ou a fase contiacutenua envolve a fase dispersa protegendo-a contra danos superficiais
como a abrasatildeo mecacircnica ou agressotildees quiacutemicas do ambiente A matriz atua como o meio
atraveacutes do qual uma tensatildeo aplicada externamente eacute transmitida e repartida pela fase
dispersa Para que ocorra um reforccedilo eficaz as partiacuteculasfibras devem estar distribuiacutedas
homogeneamente por toda a matriz [9]
A quantidade de partiacuteculasfibras eacute um aspeto importante no comportamento mecacircnico do
material As suas propriedades mecacircnicas melhoram com o aumento da fraccedilatildeo maacutessica da
fase de reforccedilo ateacute uma dada quantidade maacutexima Atingido este valor a matriz perde a
capacidade de envolver todas a fibras de forma eficaz levando assim a um decreacutescimo das
propriedades mecacircnicas finais do material compoacutesito[9]
Tipicamente as propriedades mecacircnicas da fase dispersa satildeo superiores agraves do poliacutemero que
elas reforccedilam permitindo melhorar as propriedades mecacircnicas da matriz polimeacuterica Para
que o reforccedilo da matriz polimeacuterica seja eficaz eacute fundamental que as diferentes fases do
compoacutesito sejam compatiacuteveis e que formem uma forte adesatildeo entre si
Interface
Matriz Fase contiacutenua
Elemento de reforccedilo
Fase dispersa
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Estado da Arte 6
211 Aplicaccedilatildeo de compoacutesitos reforccedilados com materiais naturais no setor automoacutevel
A induacutestria automoacutevel eacute a principal precursora do desenvolvimento de compoacutesitos reforccedilados
com fibras naturais sendo a Europa liacuteder de mercado [10] Segundo a Lucitel liacuteder em
consultoria de gestatildeo e pesquisa de mercado eacute previsto um crescimento anual de 11 do
mercado de compoacutesitos de fibras naturais entre 2014 e 2019 no setor automoacutevel[10]
Os compoacutesitos reforccedilados com fibras naturais satildeo utilizados em vaacuterios componentes
automoacuteveis tais como paineacuteis de portas e instrumentos compartimentos de armazenamento
e encostos de bancos A aplicaccedilatildeo da corticcedila no interior automoacutevel ainda eacute escassa no
entanto tem vindo a ser explorada Na Tabela 21apresentam-sediferentes aplicaccedilotildees de
fibras naturais e de corticcedila em veiacuteculos automoacuteveis
Tabela 21 ndash Aplicaccedilatildeo de materiais naturais no revestimento de elementos do interior
automoacutevel (adaptado de[8][11] [12]e[13])
Fabricante e modelo automoacutevel Aplicaccedilatildeo de materiais naturais
Mercedes-Benz
F700
Aplicaccedilatildeo de corticcedila no
revestimento do travatildeo de
matildeo paineacuteis de portas painel
de instrumentos teto entre
outros
BMW
i3
Aplicaccedilatildeo de fibra de kenaf
nos paineacuteis das portas e no
painel de instrumentos
Aplicaccedilatildeo de madeira de
eucalipto no painel de
instrumentos
Lotus
Eco Elise
Aplicaccedilatildeo de fibra de cacircnhamo
nos paineacuteis de corpo
exteriores
Revestimento em fibra de latilde
dos paineacuteis de portas e
assentos
Tecido do tapete em fibra de
sisal
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Estado da Arte 7
212 Matrizes polimeacutericas
Tal como referido anteriormente a matriz eacute a fase que envolve a fase de reforccedilo
protegendo-a do meio envolvente Existe uma grande variedade de matrizes polimeacutericas
utilizadas no fabrico de materiais compoacutesitos de origem natural que satildeo divididas em dois
grupos considerando o seu comportamento e estrutura matrizes termoplaacutesticas e matrizes
termoendureciacuteveis- Figura 22
Figura 22 ndash Representaccedilatildeo da estrutura macromolecular de um termoplaacutestico agrave esquerda e
de um termoendureciacutevel agrave direita [14]
Os poliacutemeros termoplaacutesticos satildeo constituiacutedos por macromoleacuteculas lineares e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fracas Suportam vaacuterios ciclos teacutermicos sem
que ocorra perda das suas propriedades [15] Os poliacutemeros termoplaacutesticos mais utilizados satildeo
o polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) o policloreto de vinilo (PVC) o polipropileno
(PP) e o poliestireno (PS) [16] Os principais meacutetodos utilizados para a produccedilatildeo de
compoacutesitos termoplaacutesticos satildeo a extrusatildeo a moldagem por compressatildeo e a moldagem por
injeccedilatildeo [16]
Os termoendureciacuteveis quando processados assumem a sua forma definitiva natildeo podendo
voltar a ser submetidos a um aquecimento sem que ocorra a deterioraccedilatildeo das suas
propriedades Satildeo formados por estruturas polimeacutericas muito ramificadas e a coesatildeo
intermolecular eacute garantida por ligaccedilotildees quiacutemicas fortes [15]
213 Corticcedila
A corticcedila eacute um material natural obtida pelo descorticcedilamento da camada mais externa do
sobreiro (Quercus suber L) [17] O primeiro descorticcedilamento ocorre apoacutes os 25 anos de idade
da aacutervore e ao longo da sua vida pode ser descorticcedilado entre 15 a 18 vezes em intervalos
de nove anos Do primeiro descorticcedilamento eacute obtida a corticcedila virgem e do segundo eacute obtida a
corticcedila secundeira Ambas apresentam estrutura irregular e extrema dureza condicionando a
sua utilizaccedilatildeo apenas em aglomerados de corticcedila aplicados em pavimentos e em isolamentos
Somente a corticcedila amadia proveniente da terceira e das extraccedilotildees seguintes apresenta
qualidade para aplicaccedilatildeo noutros materiais tal como em rolhas [18]
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Estado da Arte 8
A estrutura da corticcedila eacute alveolar e anaacuteloga a um laquofavo de melraquo na qual as ceacutelulas estatildeo
arranjadas sem que haja espaccedilos intercelulares As paredes celulares satildeo finas e riacutegidas com
a forma de um prisma hexagonal O interior celular eacute gasoso e corresponde a cerca de 60 da
constituiccedilatildeo do material [17] Na Figura 23satildeo apresentadas fotografias obtidas por
microscopia eletroacutenica de varredura da corticcedila
Figura 23 ndash Fotografias obtidas por microscopia eletroacutenica de varrimento direccedilatildeo natildeo radial
da estrutura 3D e da direccedilatildeo radial da corticcedila (adaptado de [19])
A composiccedilatildeo quiacutemica da corticcedila depende de diversos fatores tais como origem geograacutefica
geneacutetica condiccedilotildees climateacutericas e do solo dimensotildees e idade da aacutervore [20] Na Tabela 22 eacute
sumarizada a composiccedilatildeo quiacutemica ( em massa) da corticcedila virgem e da corticcedila amadia
determinada num total de 10 aacutervores em Portugal
Tabela 22 - Composiccedilatildeo quiacutemica de corticcedila virgem e corticcedila amadia determinada em 10
aacutervores em Portugal (entre parecircnteses o desvio padratildeo) [20]
Componente Corticcedila Virgem Corticcedila Amadia
Suberina ( em massa) 352 (31) 394 (17)
Lenhina ( em massa) 224 (11) 230 (08)
Polissacariacutedeos ( em massa) 213 (24) 199 (26)
Extrataacuteveis ( em massa) 169 (25) 230 (08)
A suberina eacute o principal constituinte quer da corticcedila virgem quer da corticcedila amadia A
suberina eacute uma macromoleacutecula de caraacutecter alifaacutetico constituiacuteda por uma longa cadeia de
aacutecidos gordos cuja funccedilatildeo consiste em minimizar as perdas de aacutegua controlar as
transferecircncias gasosas e impedir a passagem de moleacuteculas ou microrganismos de elevado
tamanho na corticcedila [20] O segundo principal componente eacute a lenhina um poliacutemero de
natureza aromaacutetica associado agrave celulose e que confere rigidez agraves paredes celulares [20] A
remoccedilatildeo de um destes constituintes destroacutei irreversivelmente a estrutura celular das paredes
da corticcedila
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Os polissacariacutedeos presentes na corticcedila satildeo a celulose e hemicelulose e conferem rigidez
celular No grupo dos extrativos incluem-se as ceras os taninos as pectinas e outros
compostos fenoacutelicos que natildeo se encontram quimicamente ligados agrave restante estrutura
podendo facilmente ser extraiacutedos com solventes [20]
Como resultado da composiccedilatildeo quiacutemica e da estrutura morfoloacutegica a corticcedila apresenta
diversas propriedades importantes na sua utilizaccedilatildeo enumeradas na Tabela 23
Tabela 23 - Propriedades da corticcedila (adaptado de [17]e [20])
Propriedades da corticcedila
Baixa massa voluacutemica
Capacidade de isolamento teacutermico acuacutestico e eleacutetrico
Retardacircncia agrave chama
Elasticidade compressibilidade resistecircncia ao atrito e amortecimento
Enumeradas as vantagens da corticcedila eacute tambeacutem importante referiras caracteriacutesticas que se
assumem como potenciais problemas da sua incorporaccedilatildeo em poliacutemeros como por exemplo a
elevada capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua A corticcedila absorve a humidade presente no meio
envolvente aumenta de volume e ocorre a diminuiccedilatildeo das suas propriedades mecacircnicas [17]
A corticcedila degrada termicamente originando o escurecimento do material e a reduccedilatildeo das
propriedades mecacircnicas [21] Na Figura 24eacute apresentada a evoluccedilatildeo da perda de massa da
corticcedila em funccedilatildeo da temperatura e da taxa de aquecimento
Figura 24 ndash Variaccedilatildeo da massa adimensional da corticcedila em funccedilatildeo da temperatura para duas
velocidades de aquecimento 100 ordmCh-1 (---) e 300 ordmCh-1 (mdash) (adaptado de [20])
mm
0-1
T ordmC
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Quando aquecida a temperaturas inferiores a 200 ordmC regista-se uma perda meacutedia de 6 em
massa associada agrave reduccedilatildeo do teor de aacutegua e de volaacuteteis da corticcedila [21] A partir desta
temperatura inicia-se a degradaccedilatildeo da hemicelulose o componente quiacutemico menos
resistente ao calor O componente mais estaacutevel eacute a suberina cuja degradaccedilatildeo ocorre agrave
temperatura de 300 ordmC [20] Com o aquecimento as paredes celulares inicialmente
onduladas expandem-se e tornam-se lisas devido agrave pressatildeo interna provocada pelos gases
resultantes da degradaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos O aumento de volume acompanhado
pela perda de massa determina a diminuiccedilatildeo da densidade do material [21]
Aproximadamente a 450 ordmC ocorre a completa carbonizaccedilatildeo da corticcedila [21]
A foto-degradaccedilatildeo representa a principal limitaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo da corticcedila no automoacutevel
uma vez que os materiais estatildeo sujeitos a uma duraccedilatildeo prolongada de radiaccedilatildeo UV A lenhina
eacute o principal constituinte quiacutemico responsaacutevel pela foto-degradaccedilatildeo dado o elevado nuacutemero
de cromoacuteforos na sua estrutura tais como ligaccedilotildees duplas grupos carbonilo e grupos
hidroxilo Estes absorvem a radiaccedilatildeo UV incidente e causam descoloraccedilatildeo (amarelecimento)
do material [22] Devido a sua importacircncia o fenoacutemeno eacute descrito em detalhe na secccedilatildeo 22
214 Fibras naturais
Na Figura 25 encontra-se esquematizada a classificaccedilatildeo das fibras naturais relativamente agrave
sua origem bem como a listagem das principais fibras utilizadas no setor automoacutevel
Figura 25 - Classificaccedilatildeo das principais fibras naturais (adaptado de [12] [23] e [24])
No que diz respeito agrave composiccedilatildeo quiacutemica das fibras naturais as de origem lignoceluloacutesica satildeo
constituiacutedas maioritariamente por celulose hemicelulose e lenhina enquanto as de origem
animal satildeo constituiacutedas essencialmente por proteiacutenas [24] A composiccedilatildeo quiacutemica das fibras
de origem lignoceluloacutesica varia conforme a espeacutecie idade condiccedilotildees climateacutericas e
mineralizaccedilatildeo do solo e eacute apresentada na Tabela 24
Fibra Natural
Animal
Latilde
Couro
Seda
Lignoceluloacutesica
Caule
Linho
Cacircnhamo
Juta
Kenaf
Folha
Sisal
Semente Fruto
Algodatildeo
Fibra de coco
Oacuteleo de palma
Madeira
Coniacutefera (Softwood)
Caduca (Hardwood)
Mineral
Amianto
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Tabela 24 - Composiccedilatildeo quiacutemica das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado de [8] [12]
e [24])
Fibra Celulose
( em massa)
Hemicelulose
( em massa)
Lenhina
( em massa)
Pectina
( em massa)
Ceras
( em massa)
Juta 510-780 120-130 100-150 02-44 05
Cacircnhamo 670-780 160-224 35-57 08 07-08
Kenaf 450-570 215 80-130 06 08
Sisal 600-800 100-140 60-140 08-100 03-20
Softwood 430-470 250-350 160-240 - -
Hardwood 400-440 250-290 250-310 - -
Pela literatura foi possiacutevel fazer o levantamento das propriedades fiacutesicas bem como das
propriedades mecacircnicas das fibras naturais Os valores estatildeo organizados na Tabela 25
Tabela 25 - Propriedades fiacutesicas e mecacircnicas das principais fibras lignoceluloacutesicas (adaptado
de [8] [12] [23] [24] e [25])
Fibra
Massa voluacutemica
(gcm-3)
Comprimento (mm)
Diacircmetro (μm)
Deformaccedilatildeo agrave rotura ()
Tensatildeo de rotura (MPa)
Moacutedulo de Young (GPa)
Juta 130-149 10-60 50-250 12-31 1870-8000 130-265
Cacircnhamo 147-151 50-550 100-510 16 6900 350-700
Kenaf 098-145 14-110 40-360 16 2950-9300 220-600
Sisal 120-140 08-80 70-470 19-70 4680-8550 94-220
Hardwood 030-088 33 160 - 510-1207 52-156
Softwood 030-150 10 300 44 455 ndash 10000 36-400
A escolha da fibra natural mais adequada para reforccedilo de compoacutesitos eacute realizada pela
avaliaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas que apresenta no entanto eacute importante ter em
consideraccedilatildeo outros fatores relevantes tais como a disponibilidade no mercado a
compatibilidade com a matriz e o preccedilo Analisando a Tabela 25 verifica-se que a fibra de
kenaf exibe um conjunto de propriedades adequado para a sua incorporaccedilatildeo em matrizes
polimeacutericas nomeadamente baixa densidade pequeno diacircmetro elevada tensatildeo de rotura e
elevado moacutedulo de Young
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Genericamente as fibras naturais reforccedilam eficazmente as matrizes termoplaacutesticas no
entanto a sua natureza apresenta determinadas limitaccedilotildees Por exemplo como consequecircncia
das suas propriedades hidrofiacutelicas apresentam fraca resistecircncia agrave humidade sendo a celulose
o principal componente responsaacutevel pelo fenoacutemeno [26] A absorccedilatildeo de aacutegua compromete a
ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz e consequentemente as propriedades mecacircnicas e a
estabilidade dimensional do compoacutesito [8]
A temperatura de processamento de compoacutesitos com fibras naturais eacute limitada porque a
termo-oxidaccedilatildeo das fibras ocorre na ordem dos 150 ordmC para processos de longa duraccedilatildeo e na
ordem dos 220 ordmC em processos curtos [16] Na presenccedila de radiaccedilatildeo UV ocorre o fenoacutemeno
da foto-degradaccedilatildeo caracterizada pela descoloraccedilatildeo da fibra [16] O mecanismo eacute descrito
em detalhe na secccedilatildeo 22
Por uacuteltimo a principal limitaccedilatildeo reside na sua natureza polar e nas caracteriacutesticas hidrofiacutelicas
das fibras naturais visto que a maioria dos termoplaacutesticos possui caracteriacutesticas apolares e
hidrofoacutebicas [23] Como resultado a adesatildeo fibramatriz eacute comprometida e as propriedades
mecacircnicas do material satildeo afetadas
2141 Modificaccedilatildeo da superfiacutecie de fibras naturais
Para aumentar a dispersatildeo e adesatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica satildeo aplicados
tratamentos de modificaccedilatildeo da superfiacutecie das fibras naturais Os tratamentos melhoram a
dispersatildeo e a adesatildeo da fibra na matriz bem como reduzem a sua capacidade de absorccedilatildeo de
aacutegua melhorando assim as propriedades mecacircnicas do compoacutesito [23] Os tratamentos mais
comuns satildeo a alcalinizaccedilatildeo a acetilaccedilatildeo e o tratamento com isocianatos silanos
permanganato de potaacutessio e anidrido maleico [23]
Alcalinizaccedilatildeo
A alcalinizaccedilatildeo ou mercerizaccedilatildeo eacute o tratamento mais utilizado na modificaccedilatildeo de fibras
naturais devido agrave sua elevada eficaacutecia e baixo custo A fibra eacute imersa numa soluccedilatildeo alcalina
com a finalidade de solubilizar e remover impurezas bem como vestiacutegios de lenhina
hemicelulose e ceras da superfiacutecieCom o tratamento a rugosidade da fibra aumenta
melhorando assim a sua adesatildeo agrave matriz [24]A soluccedilatildeo alcalina reage com o grupo hidroxilo
da fibra ionizando a sua superfiacutecie ndash Equaccedilatildeo 21
A eficaacutecia do tratamento eacute determinada por diferentes fatores tais como a concentraccedilatildeo da
soluccedilatildeo alcalina o tempo do tratamento e a temperatura Caso as condiccedilotildees do tratamento
sejam superiores agraves condiccedilotildees oacutetimas ocorre a deteorizaccedilatildeo das fibras [24]
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Tratamento com anidrido maleico
O anidrido maleico eacute quimicamente ligado agrave superfiacutecie da fibra reduzindo a sua
hidrofilicidade e criando uma ponte de ligaccedilatildeo entre a fibra e a matriz polimeacuterica [27] A sua
reaccedilatildeo com o grupo hidroxilo das fibras naturais eacute apresentada na Equaccedilatildeo 22
Tratamento com permanganato de potaacutessio
O permanganato de potaacutessio eacute um oxidante bastante forte e a elevada reatividade dos iotildees
Mn3+ eacute responsaacutevel por iniciar o grafting entre a fibra natural e a matriz polimeacuterica [28] A
reaccedilatildeo do permanganato de potaacutessio com as fibras naturais eacute apresentada de seguida
Joseph et al estudaram o efeito da concentraccedilatildeo de uma soluccedilatildeo de permanganato de
potaacutessio em acetona nas propriedades mecacircnicas de um compoacutesito de LLDPE reforccedilado
30 em massa de fibras naturais e concluiacuteram que a concentraccedilatildeo oacutetima eacute de 0055 [29]
22 Fotoestabilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos
221 Mecanismo de foto-oxidaccedilatildeo de materiais naturais
O mecanismo de oxidaccedilatildeo dos materiais envolve as trecircs etapas processuais iniciaccedilatildeo
propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo O mecanismo eacute induzido quer por accedilatildeo da luz (Passo 1) quer por
accedilatildeo teacutermica (Passo 2) e denomina-se de foto-oxidaccedilatildeo e de termo-oxidaccedilatildeo respetivamente
e eacute apresentado na Figura 26
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Figura 26 - Mecanismo de oxidaccedilatildeo induzido por radiaccedilatildeo UV e por calor (extraiacutedo de [30])
Predominantemente o mecanismo eacute desencadeado pela accedilatildeo da luz (fotoacutelise) e ocorre
quando um cromoacuteforo CH absorve radiaccedilatildeo UV O cromoacuteforo eacute elevado a um estado
excitado CH e por quebra de ligaccedilotildees forma um radical livre R (Passo 3) Os radicais livres
reagem com moleacuteculas de oxigeacutenio O2 e formam radicais peroacutexido ROO (Passo 4) que por
sua vez atacam a cadeira polimeacuterica e removem aacutetomos de hidrogeacutenio formando
hidroperoacutexidos instaacuteveis ROOH (passo 5) A energia da ligaccedilatildeo O-O dos hidroperoacutexidos eacute
bastante baixa e eacute quebrada agrave temperatura ambiente dando origem a mais radicais livres
(Passo 6) sendo o processo autocataliacutetico [30] A foto-oxidaccedilatildeo ocorre em condiccedilotildees
ambiente na presenccedila de luz e de oxigeacutenio e resulta na descoloraccedilatildeo dos estratos orgacircnicos
No sentido de proteger os materiais orgacircnicos da foto-oxidaccedilatildeo satildeo aplicados aditivos
fotoestabilizantes que satildeo classificados conforme o modo de atuaccedilatildeo
222 UVA - Absorvedor de radiaccedilatildeo ultravioleta
Os UVA satildeo filtros de radiaccedilatildeo UV e impedem a etapa de fotoacutelise As principais moleacuteculas
utilizadas como UVA satildeo o 2-hidroxifenil-benzofenona (BP) 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol
(BTZ) e 2-hydroxifenil-s-triazina (HPT) [30] e satildeo apresentadas na Figura 27
Figura 27 -Estrutura dos UVA 2-hidroxifenil-benzofenona (BP)
2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ) e 2-hidroxyfenil-s-triazina (HPT) (extraiacutedo de [30])
Os UVA absorvem a radiaccedilatildeo ultravioleta e libertam-na sob forma de energia teacutermica Durante
a absorccedilatildeo ocorre o rearranjo eletroacutenico para um estado excitado Apoacutes libertar a energia o
UVA retoma ao estado inicial sem danificar a estrutura [30] O mecanismo de accedilatildeo do BTZ eacute
apresentado na Figura 28
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Figura 28 - Mecanismo de accedilatildeo do UVA 2-(2-hidroxifenil)-benzotriazol (BTZ)(extraiacutedo
de [30])
223 HALS ndash Aminas com impedimento esteacuterico
Os fotoestabilizantes HALS satildeo aminas que inibem a foto-oxidaccedilatildeo dos poliacutemeros atraveacutes da
desativaccedilatildeo dos radicais livres formados durante a foto-oxidaccedilatildeo O mecanismo de accedilatildeo
traduzido pelo ciclo de Denisov eacute apresentado na Figura 29
Figura 29 -Mecanismo de accedilatildeo do HALS ndash Ciclo de Denisov (extraiacutedo de [30])
De acordo com o ciclo de Denisov o HALS (moleacutecula 1) reage na presenccedila de O2 e de radiaccedilatildeo
UV dando origem a um radical NO (moleacutecula 2) O radical NO capta o radical livre R e
origina uma estrutura aminoeacutester N-OR (moleacutecula 3) Por sua vez a estrutura N-OR reage
com os radicais peroacutexido ROO e retoma ao radical NO [30] O mecanismo de estabilizaccedilatildeo
do HALS eacute por isso auto-regenerativo e proporciona uma proteccedilatildeo eficaz dos poliacutemeros por
um longo periacuteodo de tempo [31] Geralmente a utilizaccedilatildeo de UVA e HALS eacute feita em
simultacircneo uma vez que a aplicaccedilatildeo dos estabilizantes promove um sinergismo que contribui
para uma proteccedilatildeo UV mais eficaz [31]
224 Pigmentaccedilatildeo
Pigmentos inorgacircnicos tais como o dioacutexido de titacircnio TiO2 o oacutexido de ferro FeO e o negro
de fumo satildeo partiacuteculas que agrave semelhanccedila dos estabilizantes UVA atuam como filtro da
radiaccedilatildeo UV [31] As partiacuteculas inorgacircnicas absorvem os fototildees incidentes dando origem a
moleacuteculas excitadas que posteriormente retomam ao estado inicial de energia por
libertaccedilatildeo de energia caloriacutefica
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 16
3 Materiais e Meacutetodos
Na TMG Automotive jaacute se encontravam disponiacuteveis diferentes granulados de corticcedila assim
como trecircs tipos de fibras naturais nomeadamente kenaf linho e juta pelo que natildeo foi
necessaacuterio o contacto com fornecedores
31 Inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG Automotive
A inclusatildeo de corticcedila nos materiais TMG foi realizada atraveacutes de dois processos distintos
recobrimento e extrusatildeo A corticcedila utilizada foi o granulado de Corticcedila 1 cujas
caracteriacutesticas satildeo apresentadas na Tabela 31
Tabela 31 ndash Massa voluacutemica e distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da Corticcedila 1
Massa Voluacutemica (kgm-3) Distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica
55-70
Crivos ASTM (mm) Percentagem maacutexima de
retidos ( em massa)
0425 5
018 90
Fundo 10
311 TPO ndash Extrusatildeo
A introduccedilatildeo do granulado de corticcedila em matrizes polimeacutericas atraveacutes do processo de
extrusatildeo natildeo tinha sido ateacute ao momento estudada pela Empresa Um dos objetivos da
dissertaccedilatildeo foi a exploraccedilatildeo de novas vertentes de incorporaccedilatildeo dos materiais naturais nos
revestimentos polimeacutericos pelo que se investigou a viabilidade do processo A matriz
polimeacuterica de TPO utilizada foi a 2XZEE constituiacuteda 100 por um copoliacutemero de
etileno-buteno A escolha deste poliacutemero deveu-se agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e
tambeacutem devido agrave sua temperatura de fusatildeo (165 ordmC) Visto que a temperatura de operaccedilatildeo
natildeo deve ser superior agrave temperatura de termo-oxidaccedilatildeo da corticcedila (200 ordmC) considerou-se
que este poliacutemero seria o ideal para iniciar o processo de extrusatildeo A homogeneizaccedilatildeo da
matriz polimeacuterica e da corticcedila foi realizada por agitaccedilatildeo manual em sacos de plaacutestico Os
filmes compoacutesitos polimeacutericos foram produzidos numa mini-extrusora de mono-fuso Na
Figura 31 eacute esquematizado o processo de produccedilatildeo de um filme polimeacuterico de TPO com
Corticcedila 1
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Materiais e Meacutetodos 17
Figura 31 ndash Processo de extrusatildeo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com Corticcedila 1
312 PVC ndash Recobrimento
O artigo Pelgon eacute um material de pele artificial agrave base de PVC constituiacutedo por 3 camadas
camada compacta de PVC camada expandida de PVC e camada com espuma de colagem e
malha As camadas satildeo aplicadas em papel que serve de suporte ao processo industrial Os
filmes de PVC compacto foram realizados pelo processo de recobrimento na Werner
Mathis AG A esteacutetica do material foi desenvolvida atendendo agraves especificaccedilotildees da BMW e a
pasta de PVC utilizada foi a 2PLDB com tonalidade cinzenta Na Figura 32 eacute apresentado o
processo de recobrimento da camada compacta do artigo Pelgon
Figura 32 ndash Processo de produccedilatildeo da camada compacta do artigo Pelgon
313 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Como jaacute foi descrito no capiacutetulo 2 a corticcedila eacute suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo o que origina a sua
descoloraccedilatildeo Com o objetivo de reduzir este fenoacutemeno foram exploradas diferentes teacutecnicas
de proteccedilatildeo da mesma contra a radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e Absorvedores UV
O Cork Compound foi um projeto desenvolvido pela TMG Automotive em parceria com a BMW
e consistiu no desenvolvimento de uma folha de corticcedila revestida com laca em trecircs cores
distintas a cor natural da corticcedila cinzento carumgrau e o preto antracite O laminado de
corticcedila com suporte de malha eacute fornecido pela empresa Amorim A principal limitaccedilatildeo
encontrada no desenvolvimento do artigo foi como seria de esperar a suscetibilidade agrave foto-
oxidaccedilatildeo
Mistura manual da matriz
2XZEE com Corticcedila 1
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme polimeacuterico de TPO
com corticcedila
Mistura sob o
efeito de
vaacutecuo durante
30 minutos
Mistura da
pasta 2PLDB
com Corticcedila 1
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 5
minutos agrave
velocidade de
1 300 rpm
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Filme da camada
compacta
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Materiais e Meacutetodos 18
Dado o problema incorporou-se 08 partes de TINUVIN na laca O TINUVIN eacute um
fotoestabilizante que combina UVA e HALS normalmente utilizado pela TMG Automotive O
HALS eacute uma estrutura N-alquilo e eacute esquematizado na Figura A11 no Anexo 1O UVA absorve
radiaccedilatildeo com comprimento de onda na regiatildeo UV entre 290 e 390 nm como se pode visualizar
na Figura A12 no Anexo 1A laca eacute aquosa (L5033) e foi escolhida pelo toque que proporciona
ao artigo pela BMW Foi aplicada em quatro direitos consecutivos com espessura de 5 μm -
Figura 33
Figura 33 ndash Esquema dos diferentes direitos de laca (Versatildeo A) do artigo Cork Coumpound
Na Figura 34 eacute apresentado o processo de rotogravura pelo qual eacute aplicado o revestimento
Figura 34 ndash Processo de rotogravura para aplicaccedilatildeo de revestimento
Os pigmentos utilizados nas lacas satildeo constituiacutedos por oacutexido de ferro dioacutexido de ferro e negro
de fumo pelo que conferem proteccedilatildeo ao material uma vez que satildeo opacos e atuam como
filtros UV
Aplicaccedilatildeo de preacute-camada com HITOXreg
Procurou-se intensificar a proteccedilatildeo da corticcedila aplicando uma preacute-camada com HITOXreg um
pigmento constituiacutedo maioritariamente por partiacuteculas de dioacutexido de titacircnio rutilo com 15 μm
de diacircmetro de tonalidade bege A sua aplicaccedilatildeo foi sugerida por um fornecedor dadas as
suas propriedades de absorvedor UVO pigmento (4 partes) foi disperso numa emulsatildeo de
oacuteleos naturais utilizada na proteccedilatildeo da madeira A preacute-camada foi aplicada por rotogravura
com o cilindro M40 e a secagem foi realizada na Werner Mathis AG a 120 ordmC durante 15 s
Para melhor interpretaccedilatildeo as amostras sem a preacute-camada de HITOXreg satildeo denominadas de
Versatildeo A e as amostras com a preacute-camada de Versatildeo B
Aplicaccedilatildeo do
direito 1(12 g
m-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 2
(12 gm-2) com
o cilindro M40
e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 3(12 gm-
2) com o cilindro
M40 e secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 15 s
Aplicaccedilatildeo do
direito 4
(12 gm-2) com o
cilindro M40 e
secagem na
Werner Mathis
AG a 120 ordmC
durante 40 s
Laminados de
corticcedila lacados
Direito 4 L5033 + 08 partes TINUVIN
Direito 3 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 2 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
Direito 1 L5033 pigmentada + 08 partes TINUVIN
5 μm
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Materiais e Meacutetodos 19
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Na dissertaccedilatildeo de Heacutelder Sousa [32] foi desenvolvido um processo de pigmentaccedilatildeo da
Corticcedila 1 descrito na Figura A13 no Anexo 1 Na altura 1 em massa de corticcedila pigmentada
foi adicionada agrave pasta 2PLDB e apoacutes submeter o filme agrave solidez agrave luz conclui-se que o
pigmento protege a corticcedila da foto-degradaccedilatildeo ndash Figura 35
Figura 35 ndash Resultado do ensaio de solidez agrave luz do artigo Pelgon com 1 em massa de
Corticcedila 1 pintada agrave esquerda e natildeo pintada agrave direita
A anaacutelise dos filmes de PVC ao microscoacutepio permitiu observar que a coloraccedilatildeo da corticcedila
reduziu as de bolhas de ar formadas um dos principais problemas de incorporaccedilatildeo da corticcedila
na pasta ateacute ao momento No seguimento do trabalho procedeu-se agrave incorporaccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila na pasta 2PLDB com o objetivo de aferir a reprodutibilidade dos
resultados
32 Inclusatildeo de fibras naturais nos materiais TMG
Sem qualquer tratamento apenas eacute possiacutevel adicionar 1 em massa de fibras naturais nos
materiais polimeacutericos produzidos na TMG Automotive Dado isto a Empresa procura
desenvolver um tratamento de modificaccedilatildeo de superfiacutecie das fibras para promover a sua
dispersatildeo e consequentemente aumentar a sua quantidade maacutessica na matriz polimeacuterica Ateacute
ao momento desta dissertaccedilatildeo tinha sido estudado pela Empresa o tratamento de acetilaccedilatildeo
que possibilitou a adiccedilatildeo de 6 em massa de kenaf na matriz polimeacuterica 2XAKJ (constituiacuteda
por 25 partes de LLDPE e 75 partes de TPV) No entanto natildeo foi possiacutevel obter uma peccedila
moldada do filme polimeacuterico porque este rasgou nas zonas de estiramento ndash Figura A31 no
Anexo 3
321 Inclusatildeo de fibra de kenaf em TPO
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido procedeu-se agrave adiccedilatildeo de fibras de kenaf nos
revestimentos da TMG pelo processo de extrusatildeo Recorreram-se a dois tratamentos distintos
de modificaccedilatildeo de superfiacutecie quiacutemica das fibras tratamento com anidrido maleico e
tratamento com permanganato de potaacutessio
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Materiais e Meacutetodos 20
A matriz polimeacuterica utilizada foi a 2XZEE devido agrave sua aptidatildeo para suportar cargas e devido agrave
sua temperatura de fusatildeo ser inferior agrave temperatura de degradaccedilatildeo teacutermica das fibras Os
filmes compoacutesitos de TPO com kenaf foram produzidos na mini-extrusora de mono-fuso pelo
processo descrito na Figura 36
Figura 36 ndash Processo para a produccedilatildeo de filmes de TPO com kenaf
Preacute-tratamento das fibras
As fibras foram preacute-tratadas atraveacutes da alcalinizaccedilatildeo O preacute-tratamento tem como finalidade
remover as impurezas e gorduras da superfiacutecie da fibra e aumentar a rugosidade da mesma
promovendo assim a sua adesatildeo agrave matriz polimeacuterica Para melhor compreensatildeo o tratamento
seraacute apelidado de Tratamento 1 e eacute descrito na Figura 37
Figura 37 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 1 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de [33])
Tratamento com anidrido maleico
Finalizado o preacute-tratamento procedeu-se ao tratamento com anidrido maleico promovendo
a reaccedilatildeo 22 O tratamento cujo procedimento experimental eacute apresentado na Figura 38
seraacute denominado por Tratamento 2
Figura 38 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de[34] e [35])
Tratamento quiacutemico
das fibras
Extrusatildeo agrave temperatura
maacutexima de 190 ordmC
Filme de TPO com
kenaf
Mistura manual da
receita 2XZEE com fibra
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com aacutegua
destilada
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
NaOH durante
2 horas
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de NaOH
(6 em massa) em
aacutegua destilada
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de anidrido
maleico
(20 em massa) em
propanona
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Lavagem com
propanona
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
anidrido maleico
durante 1 hora
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 21
Tratamento com permanganato de potaacutessio
Paralelamente ao Tratamento 2 estudou-se o tratamento com recurso a uma soluccedilatildeo de
permanganato de potaacutessio que promove a reaccedilatildeo apresentada na Equaccedilatildeo 23 Seraacute
denominado por Tratamento 3 e eacute descrito na Figura 39
Figura 3 9 ndash Descriccedilatildeo do Tratamento 2 aplicado nas fibras de kenaf (adaptado de
[34] e [29])
33 Ensaios realizados
331 Massa voluacutemica
A massa voluacutemica foi determinada nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e nos filmes
com kenaf segundo o meacutetodo interno TMG008 Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas
amostras com aacuterea de 1 dm2 com o cunho F060 Numa balanccedila de precisatildeo determinou-se a
massa por unidade de superfiacutecie da amostra M e com um medidor de espessuras
determinou-se a espessura e A massa voluacutemica ρ do material foi calculado em gcm-3 pela
seguinte equaccedilatildeo
120588 =119872
119890 (31)
332 Ensaio de traccedilatildeo
O ensaio de traccedilatildeo foi realizado segundo a norma ISO 527-3 no dinamoacutemetro Instron 4302
com o auxiacutelio de um extensoacutemetro Para a realizaccedilatildeo do ensaio foram cortadas amostras em
teia e em trama com as medidas do provete F066 O ensaio foi realizado nos filmes
polimeacutericos de TPO com corticcedila TPO com kenaf O ensaio indica o valor da tensatildeo de rotura
e o valor do alongamento ateacute agrave rotura
333 Resistecircncia ao rasgado
O ensaio de resistecircncia ao rasgado foi realizado segundo a norma ISO 34-1 no dinamoacutemetro
Instron 4302 O ensaio determina a forccedila aplicada no material por miliacutemetro de espessura
ateacute agrave rotura Os provetes utilizados foram cortados com o molde F067Foi determinada a
resistecircncia ao rasgado nos filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com kenaf
Secagem das fibras
em estufa ventilada
a 80 ordmC durante
24 horas
Imersatildeo das fibras
na soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio durante
1 minuto
Preparaccedilatildeo de uma
soluccedilatildeo de
permanganato de
potaacutessio
(0055 em massa)
em propanona
Lavagem com
propanona
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Materiais e Meacutetodos 22
334 Moldagem por vaacutecuo
A moldagem por vaacutecuo foi aplicada em filmes polimeacutericos de TPO com corticcedila e TPO com
kenaf Este meacutetodo de processamento consiste em transformar um filme numa peccedila de forma
definida atraveacutes de um molde com o recurso a calor e a vaacutecuo O filme foi aquecido a 140 ordmC
durante a moldagem e posteriormente arrefecimento ateacute temperatura ambiente para que o
filme retenha a forma do molde
335 Cheiro
Os ensaios de cheiro foram realizados em filmes de LLDPE com corticcedila segundo o meacutetodo
TMG 183 Para cada ensaio preparou-se uma amostra de 50 cm3 Para tal foram cortados
vaacuterios provetes com o molde F061 de 50 cm2 completando uma espessura total de 1 cm A
amostra foi acondicionada num frasco de vidro fechado com a capacidade de 1 L agrave
temperatura ambiente durante 24 h Apoacutes o ensaio foi realizada a classificaccedilatildeo do cheiro
segundo a Tabela 32
Tabela 32ndash Classificaccedilatildeo do cheiro pelo meacutetodo TMG 183
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5 Grau 6
Sem
cheiro
Cheiro natildeo
incomodativo
Cheiro forte mas
natildeo
incomodativo
Cheiro
incomodativo
Cheiro
fortemente
incomodativo
Cheiro
insuportaacutevel
336 Envelhecimento ao calor
O meacutetodo de ensaio realizou-se em amostras dimensotildees 10 times 10 cm2 numa estufa com
circulaccedilatildeo de ar segundo o meacutetodo interno TMG 147 O ensaio foi executado nas amostras de
filme polimeacuterico de TPO com corticcedila a 100 ordmC durante 240 h
337 Solidez agrave luz
O meacutetodo simula o envelhecimento dos artigos quando expostos agrave luz solar permitindo assim
avaliar sua resistecircncia agrave exposiccedilatildeo da radiaccedilatildeo UV O ensaio foi realizado nos filmes de TPO
com corticcedila bem como nos filmes de PVC com corticcedila e nas folhas de corticcedila laminada Os
ensaios foram realizados segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW ou
da Mercedes Nas condiccedilotildees da BMW o ensaio eacute realizado no equipamento Atlas Xenotest
Alpha + durante um ciclo (69 horas) ou durante trecircs ciclos Pelas condiccedilotildees da Mercedes um
ciclo tem a duraccedilatildeo de 50 horas O equipamento utilizado nas condiccedilotildees da Mercedes eacute o
Atlas Ci35A A radiaccedilatildeo UV dos equipamentos tem como comprimento de onda 300-400 nm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 23
338 Espectrofotometria
O meacutetodo de anaacutelise de cor foi realizado no espectrofotoacutemetro Datacolor 650 em amostras
apoacutes serem submetidos aos ensaios de solidez agrave luz e de envelhecimento teacutermico O aparelho
utiliza o sistema tridimensional CIELab que quantifica a cor de um material atraveacutes das
coordenadas tridimensionais L a e b [36] Na Figura 310 eacute apresentada a convenccedilatildeo
utilizada pelo sistema de coordenadas cromaacuteticas CIELab
Figura 310 ndash Sistema tridimensional CIELab (Adaptado de [37])
A coordenada L refere-se agrave luminosidade e varia entre 0 (preto) e 100 (branco) A
coordenada a indica o grau da tonalidade vermelha (+a) e verde (-a) enquanto b retrata a
tonalidade amarela (+b) e azul (-b) [36] No espaccedilo CIELab a diferenccedila de cor ΔE eacute obtida
pela seguinte expressatildeo
Δ119864lowast = radic(∆119871lowast)2 + (∆119886lowast)2 + (∆119887lowast)2 (32)
Os valores de ∆119871lowast ∆119886lowaste ∆119887lowast satildeo determinados pelas seguintes equaccedilotildees
∆119871lowast = 1198711lowast minus 1198710
lowast (33)
∆119886lowast = 1198861lowast minus 1198860
lowast (34)
∆119887lowast = 1198871lowast minus 1198870
lowast (35)
Em que 1198711lowast 1198861
lowast e ∆119887lowast satildeo as coordenadas da amostra analisada e 1198710lowast 1198860
lowast e 1198870lowast satildeo as
coordenadas da amostra de referecircncia
O grau de alteraccedilatildeo de cor obtido pelo sistema CIELab eacute relacionado com a escala de
cinzentos segundo a Norma NP EN ISO 105-A05pela relaccedilatildeo apresentada na Tabela 33
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 24
Tabela 33 ndash Relaccedilatildeo entre ΔE e o grau de alteraccedilatildeo da cor na escala de cinzentos ndash Norma
NP EN ISO 105-A05 (adaptado de [38])
Valor de ΔE Grau de alteraccedilatildeo de cor
(Escala de cinzentos)
lt 040 5
040 le ΔElt 125 4-5
125 le ΔElt 210 4
210 le ΔElt 295 3-4
295 le ΔElt 410 3
410 le ΔElt 580 2-3
580 le ΔElt 820 2
820 le ΔElt 1160 1-2
ge 1160 1
A escala de cinzentos eacute um auxiliar de avaliaccedilatildeo constituiacutedo por nove pares de tiras de cor
cinzento neutro e sem brilho e eacute utilizada na induacutestria automoacutevel para quantificar a variaccedilatildeo
de cor sofrida por uma amostra apoacutes trecircs ciclos de solidez agrave luz e apoacutes o envelhecimento
teacutermico Apoacutes um ciclo de solidez agrave luz a variaccedilatildeo da cor eacute apenas determinada pela escala
de azuis constituiacutedo por trecircs pares de cor A alteraccedilatildeo sofrida varia entre 5 e 7 em que 5
representa a maior descoloraccedilatildeo e 7 a menor
339 Microscopia oacutetica
Esta teacutecnica foi utilizada para observar a presenccedila de bolhas de ar nos filmes de TPO com
corticcedila e foi realizado no microscoacutepio oacuteptico Nikon SMZ-2T disponiacutevel na TMG Automotive
3310 SEM (microscopia electroacutenica de varrimento)
A microscopia eletrocircnica de varrimento foi utilizada para produzir imagens de alta ampliaccedilatildeo
e de resoluccedilatildeo da superfiacutecie das fibras de kenaf apoacutes a aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos
de modificaccedilatildeo quiacutemica Foi utilizado o microscoacutecopio eletroacutenico Phenom XL disponiacutevel no
UPTEC A imagem eletroacutenica de varrimento fornece detalhes da superfiacutecie do material em
tons de cinza e eacute obtida atraveacutes dos eletrotildees secundaacuterios (SE) e dos eletrotildees retrodispersos
(BSE) emitidos pela superfiacutecie do material ionizado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Materiais e Meacutetodos 25
3311 FT-IR (Fourier Transformed ndash Infra Red)
A espectroscopia de infravermelhos (IV) eacute uma teacutecnica de caracterizaccedilatildeo quiacutemica que permite
a identificaccedilatildeo dos grupos orgacircnicos presentes numa dada mostra O ensaio foi realizado no
equipamento FT-IR Spectrometer Frontier com a ceacutelula ATR Pike GladiATR Technologies
com cristal de diamante que operou com 8 scans e com uma resoluccedilatildeo de 4 cm-1 Esta
teacutecnica permitiu avaliar a eficaacutecia dos tratamentos quiacutemicos nas fibras de kenaf atraveacutes dos
espectros de transmitacircncia obtidos numa gama de comprimento de onda entre os
450 e 4000 cm-1 A ceacutelula de ATR foi limpa com etanol entre as leituras no sentido de evitar
erros de leitura associados a contaminaccedilotildees
3312 Determinaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua destilada
O ensaio foi realizado pelo meacutetodo TMG 371 aos filmes polimeacutericos com kenaf O objetivo foi
determinar a capacidade de absorccedilatildeo dos filmes quando mergulhados num volume excessivo
de aacutegua Foram utilizadas amostras com as dimensotildees 4 times 4 cm2 preacute-acondicionados numa
estufa ventilada durante 2 horas a 70 ordmC Determinou-se a massa e mergulharam-se os
provetes em 100 mL de aacutegua durante 4 horas O excesso de aacutegua foi removido com papel
absorvente e procedeu-se novamente agrave determinaccedilatildeo da massa A capacidade de absorccedilatildeo ()
de aacutegua foi calculada de acordo com a seguinte equaccedilatildeo
Capacidade de absorccedilatildeo () =119898apoacutes absorccedilatildeo de aacuteguaminus119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacutegua
119898amostra antes da absorccedilatildeo de aacuteguatimes 100 (36)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 26
4 Resultados e discussatildeo
O trabalho desenvolvido foi organizado em trecircs temas principais proteccedilatildeo dos materiais
naturais do efeito da foto-oxidaccedilatildeo inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos polimeacutericos da TMG
Automotive e inclusatildeo da fibra de kenaf nos mesmos revestimentos
41 Proteccedilatildeo da corticcedila do efeito da radiaccedilatildeo UV
Aplicaccedilatildeo de HALS e de absorvedores UV na laca e introduccedilatildeo da preacute-camada com HITOXreg
A folha de corticcedila foi revestida com a laca L5033pelo processo de rotogravura As lacas
contecircm TINUVIN e foram pigmentadas em trecircs tonalidades diferentes Procurou-se intensificar
a proteccedilatildeo da corticcedila atraveacutes da introduccedilatildeo de uma preacute-camada de Hitoxreg Apoacutes a etapa de
produccedilatildeo as amostras foram sujeitas ao ensaio de solidez agrave luz durante 3 ciclos ndash norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da BMW Os resultados satildeo ilustrados na Tabela 41
Tabela 41 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 BMW) das amostras
de corticcedila revestidas com laca (Versatildeo A ndash 4 direitos de laca com TINUVIN Versatildeo B - 4
direitos de laca com TINUVIN e preacute-camada de HITOXreg)
Eacute importante referir que devido agrave reduzida disponibilidade do aparelho as diferentes
amostras foram testadas no ensaio de solidez agrave luz no mesmo provete Dessa forma o
reduzido tamanho das amostras natildeo permitiu a sua anaacutelise no espectrofotoacutemetro O grau de
alteraccedilatildeo da cor foi determinado com o auxiacutelio da escala de cinzentos
1 Ciclo ndash Alteraccedilatildeo da cor
escala de azuis (5 ndash 7)
7 melhor
2 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala de cinzentos
(1 ndash 5) 5 melhor
3 Ciclos - Alteraccedilatildeo da cor escala cinzentos
(1 - 5) 5 melhor
Sem Laca ndash
Referecircncia 5
1
1
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo A 6
2 2
ldquoNaturalrdquo
Versatildeo B 6
2
2
Cinza
Versatildeo A 6
2 2
Cinza
Versatildeo B 6
2 2
Preto
Versatildeo A 7
4
4
Preto
Versatildeo B 7
4 4
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Resultados e discussatildeo 27
Analisando os resultados da Tabela 41 eacute possiacutevel verificar diversos aspetos e tirar conclusotildees
importantes
Dado o grau de alteraccedilatildeo de cor da amostra sem revestimento verifica-se que a
aplicaccedilatildeo da laca contribuiu para a diminuiccedilatildeo da foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila
As versotildees A e B das diferentes amostras natildeo aparentam diferenccedilas significativas Com
isto eacute possiacutevel concluir que a preacute-camada de HITOXreg natildeo contribui para proteccedilatildeo da
corticcedila Este facto deveraacute dever-se por um lado ao tamanho elevado das partiacuteculas de
dioacutexido de titacircnio (rutilo 15 microm) e por outro a uma dispersatildeo insuficiente deste no filme
de revestimento aplicado [31]
As amostras revestidas nas cores cinza e ldquonaturalrdquo natildeo resistiram agrave foto-oxidaccedilatildeo apoacutes os
3 ciclos de solidez agrave luz A amostra preta por sua vez apresenta um grau de alteraccedilatildeo
de cor relativamente satisfatoacuterio Este resultado eacute um forte indicativo de que o TINUVIN
natildeo providenciou a proteccedilatildeo prevista e que a opacidade e a cobertura do revestimento na
amostra preta determinaram o resultado obtido A ineficaacutecia dos HALS e UVA pode dever-
se ao facto de serem aplicados nas lacas e natildeo impregnados diretamente na corticcedila Por
outro lado podem natildeo ser os foto-estabilizantes mais adequados para proteger a corticcedila
da foto-oxidaccedilatildeo No capiacutetulo 5 eacute sugerido um estabilizante que se adequa agrave estabilizaccedilatildeo
de lenhina o constituinte quiacutemico da corticcedila mais suscetiacutevel de foto-oxidaccedilatildeo
Analisando as amostras com atenccedilatildeo verificou-se que a principal alteraccedilatildeo de cor ocorre
ao fim do primeiro ciclo o que sugere que a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila poderia estabilizar
apoacutes determinada exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV
A BMW natildeo aprovou a esteacutetica da amostra preta uma vez que pretendia uma maior
quantidade de corticcedila visiacutevel Dado isto a amostra foi retificada ndash Figura 41
Figura 41 ndash Folha de corticcedila revestida em trecircs tonalidades diferentes ldquonaturalrdquo cinza e
preto apoacutes a retificaccedilatildeo de cor requerida pela BMW
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Resultados e discussatildeo 28
Procurou-se apurar a veracidade da tese sugerida pelo que se procedeu agrave monitorizaccedilatildeo da
alteraccedilatildeo da cor das amostras ao longo da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes de leitura no
espectrofotoacutemetro Devido agrave indisponibilidade do aparelho que implementa a norma da BMW
o ensaio foi realizado no equipamento Atlas Ci35A nas condiccedilotildees da Mercedes durante
7 ciclos de 50 h A evoluccedilatildeo da cor ao longo do tempo eacute apresentada na Figura 42
Figura 42 ndash Evoluccedilatildeo da alteraccedilatildeo da cor das amostras desenvolvidas no projeto Cork
Compound durante ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02)
Verifica-se que a amostra lacada em preto foi a mais suscetiacutevel agrave foto-oxidaccedilatildeo Este
resultado realccedila que a amostra preta apresentada na Tabela 41 resistiu ao UV apenas porque
o revestimento proporcionou uma maior cobertura e deixou uma menor quantidade de
corticcedila visiacutevel Nesta nova situaccedilatildeo verificou-se que a amostra de cor ldquonaturalrdquo eacute a que
apresenta maior resistecircncia agrave radiaccedilatildeo UV
Os resultados apontam para uma estabilizaccedilatildeo na mudanccedila de cor ao fim de cerca de 250 h de
exposiccedilatildeo Desta forma sugere-se o condicionamento da corticcedila agrave radiaccedilatildeo UV durante este
periacuteodo de tempo A corticcedila assim tratada deveraacute ter uma mudanccedila significativamente menor
nos testes de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV No caso das amostras analisadas o ensaio realizado
pela norma DIN EN ISO 20 105-A02 durante 3 ciclos deveraacute ter os seguintes resultados
ldquoNaturalrdquo ΔE= 072 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Cinza ΔE= 099 Grau (escala cinzentos)= 4-5
Preto ΔE= 139 Grau (escala cinzentos)= 4
Dados estes resultados todas as amostras atendiam os padrotildees de qualidade exigidos pelas
OEM No entanto eacute importante referir que a utilizaccedilatildeo deste preacute-tratamento estaraacute
condicionada pelos requisitos esteacuteticos do cliente uma vez que a tonalidade da amostra
produzida poderaacute natildeo corresponder agrave tonalidade natural da corticcedila
0
2
4
6
8
10
12
14
0 50 100 150 200 250 300 350
ΔE
t h
Cinzento carumgrau Corticcedila natural Preto antracite
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Resultados e discussatildeo 29
Pigmentaccedilatildeo da corticcedila
Dadas as limitaccedilotildees das estrateacutegias discutidas optou-se por pigmentar o granulado de corticcedila
pelo processo desenvolvido na TMG e incorporar 3 em massa do mesmo na pasta de PVC
2PLDB O objetivo inicial seria aferir a eficaacutecia do processo aumentando a concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila no filme polimeacuterico e analisando o filme no ensaio de solidez agrave luz No
entanto e imediatamente apoacutes a mistura da corticcedila na pasta de PVC observou-se que
mistura exibia uma tonalidade amarela provocada pela migraccedilatildeo do pigmento usado na
corticcedila Este fenoacutemeno natildeo foi percetiacutevel durante a introduccedilatildeo de 1 em massa do granulado
de corticcedila pigmentada tendo sido por isso excluiacuteda a possibilidade de migraccedilatildeo do pigmento
A adiccedilatildeo de uma maior concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila envolveu necessariamente uma maior
quantidade de pigmento Desta forma a quantidade de pigmento migrado na pasta eacute superior
e por isso o fenoacutemeno eacute facilmente identificaacutevel
Na tentativa de reduzir o problema surgiu a necessidade em estudar e otimizar o processo de
pigmentaccedilatildeo da corticcedila e o processo produccedilatildeo do filme PVC com corticcedila O ponto de partida
foi o estudo da interacccedilatildeo da corticcedila pigmentada com as mateacuterias-primas da pasta 2PLDB
Introduziu-se a corticcedila em tubos de ensaio sob as diferentes mateacuterias-primas e analisaram-se
visualmente as alteraccedilotildees ao longo do tempo Os resultados encontram-se na Tabela A11 no
Anexo 1Durante o estudo natildeo houve qualquer alteraccedilatildeo na corticcedila ou nas mateacuterias-primas
Estudou-se tambeacutem a influecircncia da temperatura no processo aquecendo os tubos de ensaio
a uma temperatura de 40 ordmC simulando a temperatura maacutexima atingida durante a etapa de
agitaccedilatildeo em vaacutecuo Como natildeo houve qualquer variaccedilatildeo conclui-se que a temperatura natildeo
seria importante no fenoacutemeno de migraccedilatildeo
Despistadas estas duas hipoacuteteses procedeu-se ao estudo da velocidade de agitaccedilatildeo da
mistura da corticcedila com a pasta Adicionou-se a corticcedila pigmentada ao plastificante e
procedeu-se ao estudo de diferentes velocidades agitaccedilatildeo da mistura Os resultados satildeo
apresentados na Tabela A12 no Anexo 1Pela anaacutelise dos mesmos pode-se concluir que a
etapa de mistura eacute determinante no fenoacutemeno da migraccedilatildeo do pigmento da corticcedila na pasta
de PVC A agitaccedilatildeo da mistura aumenta os choques entre os gracircnulos de corticcedila e promove a
separaccedilatildeo do pigmento da sua superfiacutecie tingindo desta forma a pasta de PVC Dado isto
procedeu-se agrave otimizaccedilatildeo do processo de produccedilatildeo do filme polimeacuterico descrito na Figura 32
diminuindo a velocidade da mistura para 1 000 rpm durante 1 min Com estes paracircmetros de
agitaccedilatildeo eacute garantida a homogeneizaccedilatildeo da mistura e reduzido o tingimento da pasta
Satildeo sugeridas duas hipoacuteteses para a soluccedilatildeo por completo do problema Na primeira
pressupotildee-se que o pigmento introduzido na corticcedila esteja em excesso e que a reduccedilatildeo da sua
quantidade no processo de pigmentaccedilatildeo reduziria o tingimento da pasta Uma segunda
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 30
hipoacutetese passaria por alterar o pigmento utilizado por um com uma maior adesatildeo agrave corticcedila
No entanto devido agrave escassez do tempo apenas se procedeu ao estudo da hipoacutetese 1 Na
Tabela 42 eacute sumarizado o plano de experiecircncias executado
Tabela 42 ndash Estudo da quantidade de pigmento no empastado de corticcedila
Empastado MEK (g) Corticcedila 1 (g) Pigmento (g)
1 200 50 10
2 193 50 08
3 187 50 06
4 180 50 04
5 173 50 02
Apoacutes a pigmentaccedilatildeo os diferentes gracircnulos de corticcedila pigmentados foram adicionados na
pasta 2PLDB e produziram-se os respetivos filmes O processo de pigmentaccedilatildeo e o processo de
produccedilatildeo do filme de PVC com corticcedila (retificado) satildeo descritos em simultacircneo na Figura 43
Figura 43 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de Corticcedila 1 e processo de produccedilatildeo do
filme da camada compacta
Verificou-se que agrave medida que a quantidade maacutessica de pigmento no empastado diminui o
tingimento da pasta tambeacutem diminui No sentido de averiguarem que modo a quantidade de
pigmento afeta a foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila as diferentes amostras foram estudados pelo
ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02 pelas condiccedilotildees da
Mercedes Os resultados satildeo organizados na Tabela 43
Aplicaccedilatildeo de
350 gm-2 da
pasta na Werner
Mathis AG
durante 1 min a
185 ordmC
Mistura sob o
efeito de vaacutecuo
durante
30 minutos
Homogeneizaccedilatildeo
da mistura
durante 1 min
agrave velocidade
de 1 000 rpm
Mistura da pasta
2PLDB com
Corticcedila 1
Filme da camada
compacta
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel
absorvente
Mistura de MEK
com o pigmento
amarelo
(oacutexido de ferro)
no misturador
durante 1 min a
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo 5 g do
granulado de
Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada 1
2
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Resultados e discussatildeo 31
Tabela 43 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) dos filmes
polimeacutericos de PVC com 3 em massa de corticcedila pigmentada com diferentes quantidades de
pigmento no empastado
Corticcedila 1
natildeo
pigmentada
Filme 1
Corticcedila 1
Empastado 1
Filme 2
Corticcedila 1
Empastado 2
Filme 3
Corticcedila 1
Empastado 3
Filme 4
Corticcedila 1
Empastado 4
Filme 5
Corticcedila 1
Empastado 5
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
6-7
7
7
7
7
6-7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5
melh
or
2-3
(ΔE=513)
3
(ΔE=352)
3
(ΔE=347)
3
(ΔE=377)
3
(ΔE=377)
2-3
(ΔE=435)
Os resultados indicam que eacute possiacutevel reduzir a massa de pigmento na corticcedila ateacute 04 g sem
afetar o grau de cor do filme No entanto apoacutes os trecircs ciclos constatou-se que a accedilatildeo do
pigmento enquanto filtro da radiaccedilatildeo UV pode natildeo ser suficiente para proteger a corticcedila de
foto-oxidaccedilatildeo Como jaacute foi referido no trabalho anterior conclui-se que o pigmento protegia
a corticcedila quando incorporada numa concentraccedilatildeo de 1 em massa no filme de PVC Dado
isto pode-se concluir que o pigmento protege a corticcedila em quantidades inferiores a
3 em massa Este facto pode ser devido agrave quantidade de corticcedila disposta na superfiacutecie do
filme uma vez que uma maior concentraccedilatildeo da mesma resulta numa maior variaccedilatildeo de cor
Por fim analisou-se o filme 4 no microscoacutepio oacutetico para identificar a presenccedila de possiacuteveis
bolhas de ar (Figura A14 Anexo 1) Verificou-se que a pintura da corticcedila reduz a quantidade
de bolhas de ar formadas e como tal eacute soluccedilatildeo para o problema
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 32
42 Inclusatildeo de corticcedila em TPO ndash Extrusatildeo
No trabalho realizado pela A Mendes [39] foi feita a anaacutelise termogravimeacutetrica ao granulado
de Corticcedila 1 (Figura A21 Anexo 2) Pela anaacutelise da mesma verificou-se que aos 110 ordmC
ocorre uma diminuiccedilatildeo de 25 pontos percentuais em massa que corresponderaacute agrave perda de
aacutegua e de volaacuteteis indicando a necessidade de secar a corticcedila
Procedeu-se ao estudo do impacto da secagem da corticcedila na qualidade do filme polimeacuterico de
TPO Para tal foram produzidos dois filmes com iguais quantidades de Corticcedila 1 No filme C
adicionou-se 3 em massa de corticcedila apoacutes a secagem e no filme S adicionou-se 3 em massa
de corticcedila sem qualquer tratamento A temperatura de secagem foi de 80 ordmC durante 12 h
Na Figura 44satildeo apresentados os filmes obtidos pelo processo de extrusatildeo
Figura 44 ndash Filmes compoacutesitos da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (S Corticcedila 1
sem secagem C Corticcedila 1 com secagem)
Observou-se que a secagem da corticcedila eacute determinante na vertente esteacutetica do filme dada a
dispersatildeo verificada da mesma no filme polimeacuterico C Sem a secagem satildeo visiacuteveis
aglomerados de corticcedila no filme Na Figura 45encontram-se as fotografias dos filmes obtidas
atraveacutes do microscoacutepio oacutetico
Figura 45 ndash Fotografias obtidas por microscopia oacutetica dos filmes polimeacutericos de TPO com
3 em massa de Corticcedila 1 sem secagem (S) e com secagem (C) (Ampliaccedilatildeo 15times)
C S
Bolhas de ar
1 mm 1 mm C S
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 33
O processo de extrusatildeo realizou-se numa gama de temperaturas entre 170 ordmC e 190 ordmC e
como tal presumiu-se que o filme S poderia apresentar bolhas de ar resultantes da ebuliccedilatildeo
da aacutegua Tal hipoacutetese foi fundamentada por comparaccedilatildeo das fotografias da Figura 44 Como
se verificam bolhas de ar apenas em S pode-se concluir que o processo de secagem da corticcedila
eacute fundamental para impedir a formaccedilatildeo de bolhas de ar no filme polimeacuterico de TPO
Em seguida avaliaram-se as propriedades mecacircnicas e determinou-se a massa voluacutemica dos
filmes C e S Os resultados satildeo organizados na Tabela 44
Tabela 44 ndash Propriedades mecacircnicas e massa voluacutemica dos filmes polimeacutericos C e S
Filme com 3 em
massa de Corticcedila 1
Massa Voluacutemica
(kgm-3)
Tensatildeo de
rotura (MPa)
Alongamento agrave
rotura ()
Resistecircncia ao
rasgado (Nmm-1)
C ndash com
secagem
Teia 8818
235 3562 882
Trama 133 6668 616
S ndash sem
secagem
Teia 8647
192 2174 833
Trama 104 6120 563
Como esperado os resultados obtidos evidenciam que a secagem da corticcedila eacute fundamental no
comportamento mecacircnico do filme compoacutesito uma vez que todas as propriedades mecacircnicas
aumentaram com a secagem A presenccedila de aacutegua condiciona a interface corticcedilamatriz
polimeacuterica e afeta o comportamento mecacircnico do compoacutesito A massa voluacutemica eacute menor no
filme S possivelmente devido agrave presenccedila de bolhas de ar
Finalizado o estudo do efeito da secagem da corticcedila decidiu-se determinar qual seria a
concentraccedilatildeo maacutexima de corticcedila possiacutevel de adicionar na matriz polimeacuterica Foram
produzidos 5 filmes polimeacutericos com diferentes concentraccedilotildees de Corticcedila 1 Nas Figuras A22
A23 A24 A25 e A26 no Anexo 2 encontram-se as fotografias dos mesmos A concentraccedilatildeo
maacutessica de corticcedila incorporada na matriz de TPO foi de 20 em massa A extrusatildeo desta
formulaccedilatildeo resulta num filme com quebras de melt Como a massa voluacutemica da corticcedila
(50-70 kgm-3) eacute significativamente inferior agrave massa voluacutemica do poliacutemero (888 kgm-3) o
volume ocupado por 20 em massa satura a matriz polimeacuterica - Figura A27 no Anexo
2Verificou-se que o filme apresenta zonas com diferentes concentraccedilotildees de corticcedila dado
que as quebras de melt soacute ocorreram numa fase avanccedilada da extrusatildeo A soluccedilatildeo para este
problema passaria pela incorporaccedilatildeo de um agitador na tremonha que garantiria a dispersatildeo
homogeacutenea da corticcedila na matriz polimeacuterica
Foram realizados ensaios no laboratoacuterio de forma a avaliar o comportamento mecacircnico e
fiacutesico dos filmes A massa voluacutemica eacute apresentada na Figura 46
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 34
Figura 46ndash Massa voluacutemica dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 em comparaccedilatildeo com a matriz 2XZEE sem corticcedila
Segundo os resultados pode-se afirmar que a incorporaccedilatildeo de Corticcedila 1 leva a uma reduccedilatildeo
da massa voluacutemica do filme embora essa diminuiccedilatildeo natildeo seja significativa A introduccedilatildeo de
3 em massa de corticcedila diminui o peso do filme em 15
As propriedades mecacircnicas dos diferentes filmes encontram-se nas Figuras 47 48 e 49 A
anaacutelise das mesmas permitiu verificar que o comportamento mecacircnico do poliacutemero 2XZEE eacute
melhorado com a introduccedilatildeo de 1 em massa de corticcedila A introduccedilatildeo de 3 em massa por
sua vez natildeo prejudica as propriedades mecacircnicas do poliacutemero 2XZEE Com quantidades
superiores a matriz polimeacuterica perde a capacidade de envolver de forma eficaz a corticcedila e o
comportamento mecacircnico eacute afetado De um modo geral o desempenho mecacircnico diminui
com o aumento da concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila com a exceccedilatildeo do filme polimeacuterico com
20 em massa Esta exceccedilatildeo evidencia que o filme analisado poderia de facto ter uma menor
concentraccedilatildeo de corticcedila pelas razotildees jaacute explicadas
Figura 47 ndash Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
750
800
850
900
950
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Mass
a V
oluacute
mic
a
kgm
-3
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 35
Figura 48 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Figura 49 ndash Resistecircncia ao rasgado dos filmes de matriz 2XZEE com diferentes concentraccedilotildees
maacutessicas de Corticcedila 1 no sentido teia e trama
Procedeu-se agrave moldagem por vaacutecuo dos diferentes filmes Na Figura 410 encontra-se a
fotografia do molde obtido do filme polimeacuterico com uma incorporaccedilatildeo de 3 em massa de
corticcedila O filme compoacutesito mostrou resistir bem ao estiramento durante a moldagem sem
romper Na Figura A28 no Anexo 2 satildeo apresentadas as fotografias das moldagens dos
restantes filmes Todos eles moldaram no entanto os filmes com a introduccedilatildeo de 10 e de
20 em massa rasgaram nas zonas de maior estiramento O ensaio permitiu concluir que a
moldagem dos filmes polimeacutericos com corticcedila eacute aplicaacutevel em filmes com uma composiccedilatildeo
maacutessica de corticcedila ateacute 6 em massa
0
150
300
450
600
750
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE 1 Corticcedila 3 Corticcedila 6 Corticcedila 10 Corticcedila 20 Corticcedila
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
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Resultados e discussatildeo 36
Figura 410 ndash Moldagem por vaacutecuo do filme de TPO com 3 em massa de Corticcedila 1
Ateacute ao presente momento a principal limitaccedilatildeo encontrada nos filmes compoacutesitos foi o cheiro
incomodativo Como jaacute foi referido a gama de temperaturas usada no processo de extrusatildeo
(170 ordmC -190 ordmC) foi escolhida apoacutes a anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 dado que o
material natildeo mostrava degradar-se a estas temperaturas No entanto o tempo de exposiccedilatildeo
ao calor tambeacutem eacute um paracircmetro determinante no fenoacutemeno de degradaccedilatildeo teacutermica da
corticcedila [20] Durante a extrusatildeo o tempo de retenccedilatildeo da corticcedila no interior do fuso teraacute
resultado na sua degradaccedilatildeo teacutermica e provocado o cheiro desagradaacutevel Dado isto estudou-
se a temperatura maacutexima de processamento sem que ocorra degradaccedilatildeo da corticcedila
Foram extrudidos quatro filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de corticcedila a diferentes
temperaturas A matriz escolhida deveu-se ao ponto de fusatildeo (109 ordmC) uma vez que permitiu
a extrusatildeo a temperaturas mais baixas do que a receita 2XZEE Os filmes extrudidos bem
como o filme de 2XZEE com 3 em massa de corticcedila foram sujeitos ao ensaio de cheiro Os
resultados obtidos satildeo organizados na Tabela 45
Tabela 45 - Ensaio de cheiro (TMG 183) dos filmes de matriz LLDPE com 3 em massa de
Corticcedila 1 e do filme de 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 (1- Sem cheiro 2-Cheiro natildeo
incomodativo 3- Cheiro forte mas natildeo incomodativo 4- Cheiro incomodativo 5- Cheiro
fortemente incomodativo 6- Cheiro insuportaacutevel)
Matriz polimeacuterica Temperatura de
extrusatildeo Cheiro
LDPE
130 2
140 2-3
150 3
160 4
2XZEE 190 4
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 37
Da anaacutelise da Tabela 45 verificou-se que a extrusatildeo a 160 ordmC tal como a 190 ordmC resultou
num filme com cheiro incomodativo Da extrusatildeo a temperaturas iguais e inferiores a 150 ordmC
resultaram filmes cujo cheiro natildeo eacute incomodativo Dado isto caso seja imperativo reduzir o
grau do cheiro do filme deveraacute utilizar-se uma matriz como um ponto de fusatildeo inferior ao da
receita 2XZEE para que seja processaacutevel durante a extrusatildeo Eacute ainda importante salientar
que em determinadas condiccedilotildees atmosfeacutericas um automoacutevel pode atingir temperaturas
bastante elevadas Eacute por isso importante ter este fator em conta na escolha da matriz
Os filmes compoacutesitos foram avaliados no ensaio de solidez agrave luz pela norma
DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da Mercedes Os resultados satildeo apresentados na
TabelaA21 no Anexo 2Como esperado devido agrave foto-oxidaccedilatildeo da corticcedila nenhum dos filmes
resistiu ao ensaio Estudou-se tambeacutem o envelhecimento teacutermico dos diferentes filmes ndash
Tabela A22 no Anexo 2 Conclui-se que o envelhecimento aumenta gradualmente com a
concentraccedilatildeo maacutessica de corticcedila no filme
Introduccedilatildeo de corticcedila pigmentada
Como se tinha verificado que filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa de
corticcedila pigmentada ateacute 3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo conclui-se que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado em poliacutemero TPO deveria originar um filme extrudido
estaacutevel agrave luz Dado isto procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo da corticcedila e estudou-se a sua adiccedilatildeo no
filme polimeacuterico 2XZEE Foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa
de 3 de corticcedila pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com
introduccedilatildeo de 3 partes de pigmento O pigmento utilizado no filme foi escolhido pelo
departamento de Design de forma a evidenciar a corticcedila Nas Figura A29e Figura A210 no
Anexo 2 satildeo apresentadas fotografias dos filmes extrudidos
Os filmes foram testados no ensaio de solidez agrave luz segundo a norma DIN EN ISO 20 105-A02
nas condiccedilotildees da Mercedes e foram comparados com o filme polimeacuterico com corticcedila natildeo
pigmentada - Tabela 46 Verificou-se que ao fim de 1 ciclo a pigmentaccedilatildeo da corticcedila
melhorou 1 grau no ensaio de solidez agrave luz do filme polimeacuterico Apoacutes os 3 ciclos o ΔE dos
filmes com corticcedila pigmentada eacute significativamente inferior ao filme com a corticcedila natildeo
pigmentada Dados estes resultados eacute pertinente concluir que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila num
filme polimeacuterico de TPO protege-a contra a radiaccedilatildeo UV Verificou-se tambeacutem que a
pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico melhorou consideravelmente o resultado do ensaio de
solidez agrave luz Isto deveu-se ao facto de o pigmento ter na sua constituiccedilatildeo um conjunto de
foto-estabilizantes Dado isto tambeacutem se pode concluir que o pigmento utilizado no filme
polimeacuterico eacute determinante no ensaio de solidez agrave luz e por este motivo a escolha de um
outro pigmento poderaacute melhorar o resultado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 38
Tabela 46 ndash Ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 condiccedilotildees da Mercedes) dos
filmes de matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila
pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5
6
6
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
-5)
5 m
elh
or
1
(ΔE= 2422)
1
(ΔE= 1734)
2
(ΔE= 660)
Foi tambeacutem estudado o efeito da pigmentaccedilatildeo da corticcedila no ensaio de envelhecimento
teacutermico TMG 147 a 100 ordmC durante 240 horas e comparado com o filme polimeacuterico com
corticcedila natildeo pigmentada - Tabela 47 Os resultados indicam que a pigmentaccedilatildeo da corticcedila eacute
determinante no aumento da resistecircncia teacutermica do filme compoacutesito A pigmentaccedilatildeo do filme
tambeacutem eacute fundamental tal como se verificou no ensaio de solidez agrave luz
Tabela 47ndash Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos filmes de
matriz 2XZEEcom 3 em massa de Corticcedila 1 pigmentada
3 corticcedila 3 corticcedila pigmentada
3 corticcedila
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s
(1-5
) 5
melh
or
3
(ΔE=406)
3-4
(ΔE= 263)
4-5
(ΔE= 125)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 39
43 Inclusatildeo de fibras de kenaf em TPO - Extrusatildeo
Apoacutes aplicar os diferentes tratamentos agraves fibras procedeu-se agrave anaacutelise visual da textura e da
tonalidade das mesmas - Figura A32 Anexo 3 Constatou-se que embora apresentem uma
tonalidade dourada e uma textura mais seca aparentemente nenhum dos tratamentos foi
demasiado agressivo e em nenhum ocorreu a deteorizaccedilatildeo das fibras Com a finalidade de
estudar com maior pormenor a morfologia da sua superfiacutecie procedeu-se agrave anaacutelise atraveacutes da
microscopia eletroacutenica de varrimento As imagens obtidas estatildeo organizadas na Figura 411
Figura 411 ndash Imagens das fibras naturais apoacutes aplicaccedilatildeo dos diferentes tratamentos obtidas
por microscopia eletroacutenica de varrimento (Ampliaccedilatildeo 2 100 times)
O ensaio permitiu visualizar impurezas na superfiacutecie das fibras sem tratamento bem como
apoacutes o Tratamento 1 Uma vez que o objetivo deste tratamento seria a remoccedilatildeo de impurezas
da superfiacutecie o resultado sugere que natildeo foi eficazCom a aplicaccedilatildeo do Tratamento 2 a
rugosidade da fibra aumentou No entanto satildeo visiacuteveis aglomerados de partiacuteculas na
superfiacutecie da mesma que natildeo existiam antes do tratamento Dado isto pressupotildee-se que
seratildeo resiacuteduos de anidrido maleico que natildeo foram devidamente removidos durante a etapa de
lavagem O Tratamento 3 conferiu rugosidade agrave fibra e removeu as impurezas que
inicialmente revestiam a sua superfiacutecie
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 40
A eficaacutecia dos diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo quiacutemica foi analisada por
espectroscopia de infravermelhos (FT-IR) Foram registados os espectros de transmitacircncia das
fibras apoacutes os diferentes tratamentos e a respetiva anaacutelise permitiu identificar possiacuteveis
alteraccedilotildees na sua estrutura ndash Anexo 4 Apoacutes o tratamento 1 verificou-se que a banda
correspondente agrave ligaccedilatildeo C=O caracteriacutestica de eacutesteres eacute eliminada e a intensidade das
bandas COO- e C-O-C vem reduzida Estes resultados indicam que parte da hemicelulose e da
pectina foi removida atraveacutes do tratamento e que este poderaacute ter sido demasiado agressivo
Seria de esperar que apoacutes o Tratamento 2 ocorresse a intensificaccedilatildeo das ligaccedilotildees C=O e C=C
como resultado da reaccedilatildeo do anidrido maleico com as fibras No entanto esta tese natildeo foi
verificada Relativamente ao Tratamento 3 seria espectaacutevel que ocorresse a oxidaccedilatildeo dos
aacutelcoois presentes na estrutura das fibras De um modo geral a oxidaccedilatildeo dos aacutelcoois resulta
em aldeiacutedos que por sua vez datildeo origem a aacutecidos carboxiacutelicos [40] A anaacutelise das bandas dos
espectros do Tratamento 1 e Tratamento 3 indicam que natildeo teraacute ocorrido oxidaccedilatildeo das
fibras A ineficaacutecia dos Tratamentos 2 e 3 pode ser justificada pela agressividade do
Tratamento 1 aplicado antes dos Tratamentos 2 e 3 que resultou na degradaccedilatildeo das fibras
Apoacutes finalizada a etapa de caracterizaccedilatildeo das fibras procedeu-se agrave produccedilatildeo dos filmes
compoacutesitos Todos os tratamentos atenuaram o entrelaccedilamento caracteriacutestico das fibras que
daacute origem aos aglomerados No entanto com o intuito de antecipar possiacuteveis problemas
durante a extrusatildeo as fibras de kenaf foram dispersas com o auxiacutelio de uma varinha maacutegica
com rotor modificado
Foram adicionados 1 e 3 em massa de fibras tratadas ao granulado de poliacutemero 2XZEE
bem como 1 em massa de fibras sem tratamento de forma a poder comparar Por
simplicidade passa-se a designar os filmes compoacutesitos polimeacutericos como F_wt_T em que
wt toma dos valores de 1 wt 2 wt e 3 wt e refere-se agrave incorporaccedilatildeo de fibra e T
refere-se ao tratamento tomando os valores 0 (natildeo tratado) 1 2 e 3
Constatou-se que a dispersatildeo das fibras apoacutes o Tratamento 2 e o Tratamento 3 eacute melhor do
que apoacutes o Tratamento 1 (Figura A33 Anexo3) visto na uacuteltima formulaccedilatildeo serem visiacuteveis
grandes aglomerados de fibras Durante o processo de extrusatildeo natildeo foi possiacutevel obter o filme
F_3wt_T1 A formulaccedilatildeo originou o entupimento da fieira e em consequecircncia os filmes
formados rasgaram ndash Figura A34 Anexo 3 Por sua vez os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
apresentaram as fibras bem dispersas ndash Figura A35 e A36 Anexo 3
Apoacutes a produccedilatildeo dos compoacutesitos foram realizados ensaios em laboratoacuterio de forma a avaliar
as propriedades mecacircnicas dos mesmos Na Figura 412 Figura 413 e Figura 414 satildeo
apresentados os resultados respetivamente da tensatildeo de rotura alongamento de rotura e
resistecircncia ao rasgado
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 41
Figura 412 -Tensatildeo de rotura dos filmes de matriz 2XZEE com kenaf apoacutes diferentes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 413 ndash Alongamento agrave rotura dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
Figura 414 - Resistecircncia ao rasgado dos filmes da receita 2XZEE com kenaf apoacutes
tratamentos no sentido teia e trama
0
5
10
15
20
25
30
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Tensatilde
o d
e R
otu
ra
MPa
Teia Trama
0
200
400
600
800
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Alo
ngam
ento
agrave R
otu
ra
Teia Trama
0
20
40
60
80
100
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Resi
stecircncia
ao r
asg
ado
N
mm
-1
Teia Trama
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 42
Mesmo sem qualquer tratamento a adiccedilatildeo de 1 em massa de fibra na matriz polimeacuterica
melhorou algumas propriedades mecacircnicas do filme embora que ligeiramente Este facto
evidencia que a fibra teve uma boa adesatildeo ao poliacutemero utilizado Ao contraacuterio do que se
esperava os tratamentos das fibras natildeo acarretaram melhorias significativas nas propriedades
mecacircnicas dos compoacutesitos De um modo geral o tratamento que evidenciou melhores
resultados na incorporaccedilatildeo de 1 em massa de fibra foi Tratamento 1 No entanto como jaacute
foi referido anteriormente natildeo foi possiacutevel obter um filme com 3 em massa de fibra com o
este tratamento devido ao entrelaccedilamento das fibras Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3
obtiveram uma diminuiccedilatildeo nas propriedades mecacircnicas comparativamente aos filmes
F_1wt_T2 e F_1wt_T3 apontando para uma fraca dispersatildeo de 3 em massa de fibras no
seio do poliacutemero
Os filmes F_3wt_T2 e F_3wt_T3 foram moldados e os resultados satildeo ilustrados na
Figura 415 Os filmes compoacutesitos mostraram resistir bem ao estiramento durante o ensaio
sem romperem
Figura 415 ndash Moldagem por vaacutecuo do filmeF_3wt_T2 agrave esquerda e F_3wt_T3 agrave direita
As fibras naturais absorvem elevadas quantidades de aacutegua comprometendo a adesatildeo
fibramatriz Como um dos objetivos dos tratamentos quiacutemicos foi reduzir a hidrofilicidade da
fibra avaliou-se a eficaacutecia dos tratamentos aplicados determinando a absorccedilatildeo de aacutegua dos
diferentes filmes produzidos Os resultados satildeo apresentados na Figura 416 Os resultados
evidenciam a capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua do kenaf visto que a adiccedilatildeo de 1 em massa
de fibra aumenta significativamente a capacidade de absorccedilatildeo do filme polimeacuterico Os
tratamentos quiacutemicos aplicados agrave fibra reduzem consideravelmente a absorccedilatildeo de aacutegua dos
filmes polimeacutericos sendo o Tratamento 2 o mais eficaz Como seria de esperar o aumento da
concentraccedilatildeo maacutessica de kenaf num filme de TPO resulta no aumento da capacidade de
absorccedilatildeo de aacutegua do mesmo No entanto a incorporaccedilatildeo de 3 em massa de fibras tratadas
resultou num filme polimeacuterico que absorve menos aacutegua do que o filme com 1 em massa de
fibras sem tratamento
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 43
Figura 416 ndash Capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua dos filmes de TPO com kenaf apoacutes os
diferentes tratamentos
Introduccedilatildeo de kenaf pigmentado
Uma vez que a incorporaccedilatildeo de corticcedila pigmentada na matriz 2XZEE foi viaacutevel e resultou no
melhoramento da qualidade do filme na solidez agrave luz e no envelhecimento teacutermico decidiu-
se aplicar o mesmo processo de pigmentaccedilatildeo no kenaf e estudar os efeitos da sua
incorporaccedilatildeo na mesma matriz A pigmentaccedilatildeo do kenaf decorreu sem problemas e como tal
foram produzidos dois filmes polimeacutericos com a introduccedilatildeo em massa de 3 da fibra
pigmentada Num deles procedeu-se agrave pigmentaccedilatildeo do filme polimeacuterico com introduccedilatildeo de
3 partes de pigmento Procedeu-se agrave extrusatildeo das misturas e os filmes obtidos satildeo
apresentados na Figuras A37 e A38 no Anexo 3 De seguida avaliou-se o efeito da
pigmentaccedilatildeo da corticcedila atraveacutes do ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) Os
resultados satildeo apresentados na Tabela 48
Tabela 48 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147) aos Filmes com incorporaccedilatildeo em
massa de1 de kenaf natural e kenaf pigmentado
0010
0184
0062 0059 0076
01320139
000
005
010
015
020
Ref 2XZEE F_1wt_T0 F_1wt_T1 F_1wt_T2 F_1wt_T3 F_3wt_T2 F_3wt_T3
Capacid
ade d
eabso
rccedilatildeo
1 kenaf 1 kenaf
pigmentado
1 kenaf
pigmentado em
filme pigmentado
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5 m
elh
or
3-4
(ΔE= 27)
3-4
(ΔE= 231)
4-5
(ΔE= 083)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Resultados e discussatildeo 44
A pigmentaccedilatildeo da fibra diminui a diferenccedila de cor embora natildeo seja de forma significativa O
pigmento do filme providencia um grau de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio ao filme
De seguida procedeu-se ao ensaio de solidez agrave luz nas condiccedilotildees da norma
DIN EN ISO 20 105-A02 (empresa Mercedes) Os resultados estatildeo organizados na Tabela 410
Tabela 49 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02) aos filmes de TPO
com 1 em massa de kenaf natural e kenaf pigmentado
1 fibra 1 fibra
pigmentada
1 fibra
pigmentada em
filme pigmentado
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azu
is (
5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6
6
7
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5)
5 m
elh
or
2
(ΔE=744)
2
(ΔE=678)
4
(ΔE=135)
Com a anaacutelise dos resultados verifica-se que a pigmentaccedilatildeo da fibra melhora o
comportamento do filme do filme na solidez agrave luz embora que natildeo seja significativamente O
filme da matriz 2XZEE com pigmento e 1 em massa de kenaf pigmentado apresenta um grau
de alteraccedilatildeo da cor satisfatoacuterio apoacutes o ensaio de solidez agrave luz
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 45
5 Conclusotildees
A presente dissertaccedilatildeo de mestrado teve por base a incorporaccedilatildeo de corticcedila e de fibra de
kenaf em revestimentos produzidos pela TMG Automotive procurando encontrar soluccedilotildees
para superar as dificuldades encontradas
A corticcedila e o kenaf satildeo suscetiacuteveis de foto-degradaccedilatildeo que origina a respetiva descoloraccedilatildeo
Desta forma e em primeiro lugar foram estudadas diferentes estrateacutegias de proteccedilatildeo da
corticcedila revestimento com laca contendo HALS e absorvedores UV introduccedilatildeo de uma
preacute-camada de Hitoxreg e a pigmentaccedilatildeo da corticcedila Concluiu-se que o revestimento com uma
laca contendo HALS e absorvedores UV e a introduccedilatildeo da preacute-camada de Hitoxreg natildeo
providenciaram uma proteccedilatildeo da corticcedila durante 250 h de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo UV atraveacutes
da avaliaccedilatildeo da alteraccedilatildeo de cor Verificou-se no entanto que o uso de corticcedila preacute-
descolorada minimiza a variaccedilatildeo de cor Dadas as limitaccedilotildees destas estrateacutegias optou-se por
pigmentar granulado de corticcedila e incorporaacute-lo em pasta de PVC A incorporaccedilatildeo do granulado
no filme de PVC foi otimizada de forma a minimizar a migraccedilatildeo do pigmento para a matriz
polimeacuterica Verificou-se que o filme compoacutesito de PVC com uma incorporaccedilatildeo em massa ateacute
3 era suficientemente estaacutevel agrave foto-degradaccedilatildeo Este estudo permitiu concluir que a
incorporaccedilatildeo de granulado pigmentado de corticcedila em poliacutemero TPO (formulaccedilatildeo 2XZEE)
deveria originar um filme extrudido estaacutevel agrave luz Esta tese foi de facto verificada para
incorporaccedilotildees em massa de granulado de corticcedila de 3
Da incorporaccedilatildeo do granulado de corticcedila em TPO resultaram filmes compoacutesitos com
quantidades entre 1 e 20 em massa com interesse esteacutetico e funcional A secagem preacutevia
da corticcedila (12 h a 80 ordmC) eacute essencial na eliminaccedilatildeo de bolhas de ar e no aumento do
comportamento mecacircnico do material Conclui-se que a inclusatildeo de uma quantidade inferior
ou igual a 3 em massa de corticcedila no poliacutemero natildeo prejudica o comportamento mecacircnico do
mesmo Os filmes compoacutesitos com quantidades de corticcedila superiores exibem um pior
desempenho mecacircnico embora sejam processaacuteveis durante o processo de moldagem
Verificou-se que os filmes compoacutesitos produzidos apresentaram cheiro incomodativo Conclui-
se no entanto que a extrusatildeo a temperaturas inferiores a 160 ordmC resultou num cheiro natildeo
incomodativo sendo para isso necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de um poliacutemero com um ponto de fusatildeo
inferior ao utilizado de forma a ser processaacutevel
Relativamente agraves fibras de kenaf foram investigados diferentes tratamentos de modificaccedilatildeo
quiacutemica com o objetivo de reduzir a hidrofilicidade da fibra e aumentar a dispersatildeo e
compatibilidade da mesma com a matriz polimeacuterica Conclui-se que o tratamento 1 melhorou
o comportamento mecacircnico do compoacutesito com 1 em massa embora natildeo tenha melhorado a
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 46
dispersatildeo da fibra no poliacutemero Por sua vez os tratamentos 2 e 3 aumentaram a dispersatildeo
tendo sido possiacutevel a inclusatildeo de 3 em massa de fibra na matriz polimeacuterica Todos os filmes
compoacutesitos resistiram ao estiramento durante a moldagem sem romperem Os tratamentos
quiacutemicos diminuiacuteram a absorccedilatildeo de aacutegua pelas fibras nos filmes de TPO Por uacuteltimo conclui-
se que a pigmentaccedilatildeo das fibras melhora a resistecircncia teacutermica e a solidez agrave luz dos filmes
compoacutesitos
51 Outros trabalhos realizados
Durante o estaacutegio testou-se a incorporaccedilatildeo de masterbatch de madeira na matriz polimeacuterica
2XAKJ bem como se deu iniacutecio ao estudo dos filmes polimeacutericos obtidos Foram tambeacutem
produzidas amostras com diferentes conceitos de inclusatildeo de corticcedila de kenaf e de madeira
para apresentaccedilatildeo a clientes nomeadamente a BMW e Yanfeng
Foram ainda realizadas as seguintes reuniotildees
Reuniatildeo com a Michelman para discussatildeo sobre os resultados obtidos com a
utilizaccedilatildeo do Hitoxreg Da reuniatildeo resultou o envio de novos pigmentos em base solvente
que satildeo normalmente utilizados na coloraccedilatildeo de madeira Os pigmentos seratildeo testados na
proteccedilatildeo da corticcedila contra a radiaccedilatildeo UV
Iniciou-se o contacto com a Fibrenamics plataforma internacional de
desenvolvimento de materiais e produtos inovadores com base em fibras para futura
parceria com a TMG Automotive na inclusatildeo de fibras naturais nos produtos da Empresa
Das reuniotildees realizadas foi possiacutevel obter informaccedilotildees importantes para o desenvolvimento
do trabalho
52 Limitaccedilotildees e trabalho futuro
A principal limitaccedilatildeo encontrada no trabalho realizado foi o fator tempo uma vez que seria
importante explorar com maior profundidade algumas das estrateacutegias propostas para a
proteccedilatildeo da corticcedila contra o efeito da radiaccedilatildeo UV Seria tambeacutem importante procurar
otimizar os tratamentos de modificaccedilatildeo de superfiacutecie explorados nas fibras naturais e testar a
incorporaccedilatildeo de uma quantidade superior de fibra A utilizaccedilatildeo dos equipamentos disponiacuteveis
na TMG Automotive foi muitas vezes limitada quer em tempo quer em nuacutemero de amostras
testadas devido agrave regular utilizaccedilatildeo dos mesmos Quanto ao trabalho futuro relativamente agrave
inclusatildeo da corticcedila propotildee-se
Testar outras alternativas de UVAS e HALS como por exemplo o HALS Lignostab 1198
da BASF designado especificamente para proteger a lenhina da foto-oxidaccedilatildeo
Testar a pigmentaccedilatildeo das lacas com os pigmentos enviados pela Michelman
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Conclusotildees 47
Estudar um pigmento com maior adesatildeo agrave corticcedila para implementar no processo de
pigmentaccedilatildeo dos gracircnulos de corticcedila
Extrusatildeo da Corticcedila 1 numa receita com um ponto de fusatildeo inferior ao da receita
2XZEE e estudo do comportamento mecacircnico do filme
Quanto agraves fibras naturais propotildee-se
Otimizar os tratamentos quiacutemicos no sentido de determinar as condiccedilotildees oacutetimas
(concentraccedilatildeo e tempo)
Testar a inclusatildeo de uma quantidade superior de fibra apoacutes os tratamentos de
modificaccedilatildeo de superfiacutecie
Estudar a pigmentaccedilatildeo do kenaf em simultacircneo com os tratamentos quiacutemicos
53 Apreciaccedilatildeo final
A realizaccedilatildeo da dissertaccedilatildeo foi importante porque permitiu o contacto com a empresa e
conhecer de um modo geral o funcionamento da induacutestria Permitiu a aquisiccedilatildeo de
conhecimentos na aacuterea dos poliacutemeros e processos de produccedilatildeo de diferentes materiais
polimeacutericos Possibilitou a aquisiccedilatildeo de conhecimentos do setor automoacutevel quanto aos testes
e ensaios para o controlo de qualidade dos produtos Permitiu tambeacutem o aprofundamento do
conhecimento de teacutecnicas de caracterizaccedilatildeo como por exemplo o FT-IR e SEM
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
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Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 51
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo
Figura A11 - Estrutura do HALS N-alquilo
Figura A12 - Espectro de absorccedilatildeo na regiatildeo UV do BTZ
Figura A13 ndash Processo de pigmentaccedilatildeo da Corticcedila 1 (adaptado de [32])
Secagem da
corticcedila em estufa
ventilada a
80 ordmC durante
48 horas
Remoccedilatildeo do
excesso de
pigmento com
papel absorvente
Misturar de MEK
(20 g) com o
pigmento
amarelo
empastado (1 g)
(oacutexido de ferro)
Agitaccedilatildeo 1 min
1 300 rotaccedilotildees
Adiccedilatildeo de 5 g
do granulado
de Corticcedila 1
Mistura e
uniformizaccedilatildeo
manual
Corticcedila 1
pigmentada
CH3 CH3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 52
Tabela A11 - Estudo da interaccedilatildeo da corticcedila com os diferentes componentes da pasta de PVC
2PLDB (A ndash Corticcedila 1 B ndash Corticcedila 1 pigmentada)
Instante horas
0 3 24
Pla
stif
icante
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
1
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
2
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Est
abiliz
ante
3
Nenhuma alteraccedilatildeo Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Natildeo haacute alteraccedilatildeo da cor Depoacutesito de partiacuteculas no
fundo do tubo
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 53
Tabela A12 - Estudo da influecircncia da velocidade de agitaccedilatildeo na mistura da Corticcedila 1 com a
pasta 2PLDB
Instante horas
0 8 24 (apoacutes filtraccedilatildeo)
Referecircncia (Plastificante)
Cort
iccedila 1
pig
menta
da +
Pla
stif
icante
Mistura A 1 min Manual
Mistura B 1 min
1 000 rpm
Mistura C 5 min
1 300 rpm
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 1 Proteccedilatildeo da corticcedila da foto-oxidaccedilatildeo 54
Figura A14 - Fotografia obtida por microscopia oacutetica do filme de PVC com 3 em massa de
Corticcedila 1 (Ampliaccedilatildeo 2 times)
Bolhas de ar
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 55
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG
Figura A21 - Anaacutelise termogravimeacutetrica da Corticcedila 1 (extraiacutedo de [39])
Figura A22 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 1 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 56
Figura A23 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 3 em massa de Corticcedila 1
Figura A24 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 6 em massa de Corticcedila 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 57
Figura A25 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 10 em massa de Corticcedila 1
Figura A26 - Filme obtido por extrusatildeo da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
(A- Extrusatildeo inicial B- Extrusatildeo Final)
A B
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 58
Figura A27 - Mistura (saturada) da matriz 2XZEE com 20 em massa de Corticcedila 1
Figura A28 - Moldagem por vaacutecuo dos filmes de TPO com 1 6 10 e 20 em massa de
Corticcedila 1
1 em massa 6 em massa
10 em massa 20 em massa
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 59
Tabela A21 - Resultados do ensaio de solidez agrave luz (DIN EN ISO 20 105-A02 nas condiccedilotildees da
Mercedes) dos Filmes de TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila 20 corticcedila
Refe
recircncia
1 C
iclo
- E
scala
azuis
(5 ndash
7)
7 m
elh
or
5-6 5 5 5 5 5
3 C
iclo
s -
Esc
ala
cin
zento
s (1
ndash 5
)
5 m
elh
or
2
(ΔE=816)
1
(ΔE=1569)
1
(ΔE=2422)
1
(ΔE=2901)
1
(ΔE=3119)
1
(ΔE=3023)
Tabela A22 - Ensaio de envelhecimento teacutermico (TMG 147 240 horas a 100 ordmC) dos Filmes de
TPO com diferentes concentraccedilotildees maacutessicas de Corticcedila 1
2XZEE 1 corticcedila 3 corticcedila 6 corticcedila 10 corticcedila
Refe
recircncia
Apoacutes
240 h
100 ordm
C
Esc
ala
cin
zento
s (1
-
5)
5-
melh
or
4
(ΔE= 204)
3
(ΔE= 356)
3
(ΔE=406)
2-3
(ΔE= 527)
2-3
(ΔE=593)
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 2 Inclusatildeo de corticcedila nos revestimentos TMG 60
Figura A29 - Filme de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Figura A210 - Filme pigmentado de matriz 2XZEE com 3 em massa de corticcedila pigmentada
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 61
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG
Figura A31 - Moldagem por vaacutecuo do filme da matriz 2XAKJ com 6 em massa de kenaf (extraiacutedo de [39])
Figura A32 ndash Fibras apoacutes os diferentes tratamentos em comparaccedilatildeo com as fibras sem
tratamento
Sem Tratamento Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
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Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 62
Figura A33 ndash Mistura da matriz 2XZEE com 3 em massa de fibra de kenaf apoacutes os diferentes
tratamentos
Figura A34 ndash Filme rasgado durante a extrusatildeo do filme de matriz 2XZEE com 3 em massa
de kenaf apoacutes Tratamento 1
Tratamento 1
Tratamento 2 Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 63
Figura A35 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 2
Figura A36 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 3 em massa de kenaf apoacutes o
Tratamento 3
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 3 Inclusatildeo de kenaf nos revestimentos TMG 64
Figura A37 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE com 1 em massa de kenaf pigmentado
Figura A38 ndash Filme compoacutesito de matriz 2XZEE pigmentado com 1 em massa de kenaf
pigmentado
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Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 65
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR
Como foi referido no estado da arte a fibra da kenaf eacute constituiacuteda por celulose (45 em
massa) hemicelulose (215 em massa) lenhina (8 ateacute 13 em massa) pectinas
(06 em massa) e ceras (08 em massa) A estrutura dos principais componentes quiacutemicos
da fibra eacute apresentada na Figura A41
CELULOSE
HEMICELULOSE
LENHINA
PECTINA
Figura A41 ndash Estrutura dos principais componentes quiacutemicos da fibra de kenaf (adaptado de [41])
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 66
Na Figura A42 satildeo apresentados os espectros da transmitacircncia das fibras antes e apoacutes o
Tratamento 1 As fibras apresentam diferenccedilas na intensidade de sinal em determinadas
bandas pelo que se determinou a aacuterea das bandas mais importantes nos dois espectros ndash
Figura A43 e A44 Na Tabela A41 satildeo sumarizadas as principais bandas das fibras de kenaf e
o respetivo grupo que representam bem como o constituinte do qual fazem parte
Tabela A41 ndash Principais bandas do espectro de transmitacircncia das fibras de kenaf
Comprimento de
onda (cm-1) Vibraccedilatildeo Constituinte quiacutemico
3680-3000 -OH (aacutelcoois e fenoacuteis) Lenhina
3000-2750 -CH2 e -CH3 Pectina hemicelulose celulose e
lenhina
1728 C=O (eacutester) Pectina e hemicelulose
1640 C=C (alcenos) Hemicelulose e lenhina
1368 COO- (sais de aacutecidos
carboxiacutelicos) Hemicelulose
1239 C-O-C (eacutester e eacuteter) Pectina hemicelulose celulose
1025
CH-OH (aacutelcoois ciacuteclicos) Pectina hemicelulose celulose
CH2-OH (aacutelcoois primaacuterios) Hemicelulose lenhina celulose
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 67
Figura A42 ndash Espectros de transmitacircncia das fibras sem Tratamento e apoacutes o Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 68
Figura A43 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras sem Tratamento
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 69
Figura A44 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 1
1 2 3
4 5
6
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 70
Analisou-se a variaccedilatildeo da intensidade das seis bandas identificadas nos espectros Os
resultados satildeo apresentados na Tabela A42
Tabela A42 ndash Variaccedilatildeo da intensidade de sinal entre os espectros das fibras sem tratamento
e apoacutes o Tratamento 1
Bandas Aacuterea sem
tratamento
Aacuterea apoacutes o
Tratamento 1
Variaccedilatildeo da intensidade de sinal
()
1 1358 950 143
2 122 96 127
3 52 - -
4 18 4 448
5 126 19 671
6 1746 1318 132
Os espectros de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2 e Tratamento 3 satildeo
apresentados nas Figuras A45 e A46 respetivamente As aacutereas das bandas mais importantes
dos espectros foram comparadas com as aacutereas das bandas do espectro das fibras apoacutes o
Tratamento 1
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 71
Figura A45 - Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 2
Inclusatildeo de Materiais Naturais em Matrizes Polimeacutericas com Desempenho Esteacutetico e Funcional para Interior Automoacutevel
Anexos 4 Anaacutelise FT-IR 72
Figura A46 ndash Espectro de transmitacircncia das fibras apoacutes o Tratamento 3