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MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA Emergência Médica Pré-Hospitalar – Quando os segundos são vidas Maria Bourbon de Aguiar Branco Ruão M 2018

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA Emergência Médica Pré … · 2019. 11. 13. · Médica (INEM). O estágio foi realizado na Delegação Norte do INEM e decorreu entre novembro de

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  • MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

    Emergência Médica Pré-Hospitalar –

    Quando os segundos são vidas

    Maria Bourbon de Aguiar Branco Ruão

    M 2018

  • EmergênciaMédicaPré-Hospitalar

    Quandoossegundossãovidas

    RelatóriodeEstágio

    Autora:

    MariaBourbondeAguiarBrancoRuão

    [email protected]

    MestradoIntegradoemMedicina

    InstitutodeCiênciasBiomédicasAbelSalazar,UniversidadedoPorto

    Orientador:

    ProfessorDoutorHumbertoJosédaSilvaMachado

    ProfessorAssociadoConvidadodoInstitutodeCiênciasBiomédicasAbelSalazar

    AssistenteHospitalarGraduadoSéniordeAnestesiologiadoCentroHospitalardoPorto

    DiretordoServiçodeAnestesiologiadoCentroHospitalardoPorto

    AdjuntodaDireçãoClínicadoCentroHospitalardoPorto

    ChefedeEquipadoServiçodeUrgênciadoCentroHospitalardoPorto

    Maiode2018

  • Autora:MariaBourbondeAguiarBrancoRuão

    _____________________________________________________________________

    Orientador:ProfessorDoutorHumbertoJosédaSilvaMachado

    _______________________________________________________________________

    Porto,Maiode2018

  • i

    Agradecimentos

    Àminhafamília,emespecialàminhamãe,aomeupaieàminhairmã,quemeapoiaram

    incondicionalmenteaolongodetodaestajornada.

    Aosmeus amigos, que acompanharam e partilharam comigo as descobertas destas

    vivênciaspessoaiseprofissionais.

    AoProf.DoutorHumbertoMachado,portodooapoioededicação,epormemostraro

    quãofascinanteéAnestesiologia.

    AtodososprofissionaisdoINEM,emespecialàsequipasdaAEMPorto4,SIVValongo

    eVMERdeSantoAntónio/CHPcomquemtiveaoportunidadedepartilharesteestágio,

    pelasexperiênciasvivenciadaseportudooquemeensinaram.

    AosBombeirosVoluntáriosdeBaltar,por teremdespertadoestemeu interessepela

    EmergênciaMédicaepormeapoiarememtodasasetapas.

  • ii

    Resumo

    O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o organismo responsável por

    coordenaroSistemaIntegradodeEmergênciaMédica(SIEM).Demodoagarantiruma

    respostaadequada,rápidaeeficazàssituaçõesdeemergênciamédica,dispõedevários

    meiosquesãotripuladospordiferentesprofissionaisdesaúdeeativadosconformea

    complexidadedaocorrência.

    OestágiofoirealizadonaDelegaçãoNortedoINEMedecorreuentrenovembrode2017

    emarçode2018,tendoaduraçãode81horas,divididasdaseguinteforma:1turnono

    Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU); 4 turnos na Ambulância de

    EmergênciaMédica(AEM);4turnosnaAmbulânciadeSuporteImediatodeVida(SIV);

    e5turnosViaturaMédicadeEmergênciaeReanimação(VMER).Duranteesteestágio,

    tiveaoportunidadedeacompanharasreferidasequipasem35ocorrências:28doenças

    súbitas, 5 traumas e 2 missões abortadas. Este estágio teve como objetivos:

    compreender o funcionamento do SIEM; aplicar os conhecimentos adquiridos a

    situaçõesreaiseaprofundá-losnaáreadaemergênciamédica;reconhecerasprincipais

    situações de emergência médicas e traumatológicas e aprender como lidar com as

    mesmas com recursos limitados; definir a atuação domédico na abordagemde um

    doenteemcontextodeemergência;conhecereaplicarosprotocolosdeatuaçãoeos

    algoritmos existentes; aprender e utilizar técnicas life-saving, fundamentais na

    abordagem ao doente grave. E em paralelo com todas estas situações concretas,

    adquirircompetênciasdetrabalhoemequipa,deliderançaedegestãoemsituaçõesde

    pressão.

    Asminhasexpectativasforamlargamentesuperadasnesteestágioetodososobjetivos

    foram cumpridos. Este estágio permitiu-me aprofundar osmeus conhecimentos nas

    patologiasquemaisfrequentementeencontroanívelhospitalar,assimcomoadquirir

    novas competências, especialmente relativas a Suporte Básico de Vida, Suporte

    Avançado de Vida, doente crítico, trauma e comunicação com doente e família,

    nomeadamentenassituaçõesmaiscríticas.

    Aexperiênciaadquiridacomestasequipaspermitiu-mecompreenderasdificuldadese

    adversidadescomquesedeparam,enriquecendoaminha formaçãocomomédicae

    comocidadã.

  • iii

    Abstract

    TheNational InstituteofMedicalEmergency (INEM) is the responsibleentity for the

    coordination of the Integrated System of Medical Emergency (SIEM). In order to

    guarantee that all medical emergencies have an adequate and efficient response,

    severalresourcesaremannedbydifferenthealthcareprofessionals,whichareactivated

    accordingtothecomplexityofthesituation.

    ThetraineeshiptookplaceintheNorthDelegationofINEMbetweenNovemberof2017

    andMarchof2018,lastingforatotalamountof81hours,dividedasfollow:1shiftof

    UrgentPatientOrientationCenter(CODU);4shiftsofEmergencyAmbulance(AEM);4

    shiftsof ImmediateLifeSupportAmbulance(SIV);and5shiftsofMedicalEmergency

    andResuscitationVehicle(VMER). Inthistraineeship, Ihadtheopportunitytofollow

    thoseteamsin35situations:28acutediseases,5traumasand2abortedmissions.The

    goals of this traineeship were: to understand the functioning of SIEM; to apply

    theoreticalandacquiredknowledgetorealsituationsandimproveitintheemergency

    medicinefield;toacknowledgethemainsituationsofmedicalandtraumaemergencies

    andlearnhowtodealwiththosewithlimitedresources;todefinethemedicalapproach

    to a patient in an emergency context; to acknowledge and apply existing actuation

    protocolsandalgorithms;tolearnandtoapplylifesavingtechniqueswhichareessential

    in the approach to critically ill patients. In parallel to those concrete situations, to

    acquireskillsinteamwork,leadershipandmanagementofstressfulsituations.

    My expectations were largely exceeded in this traineeship and all my goals were

    achieved.Thistraineeshipallowedmetodeepenmyknowledgeinthemostfrequent

    pathologiesseeninthehospital,butitalsoallowedmetoacquirenewskills,especially

    in Basic Life Support, Advance Life Support, critically ill patients, trauma and

    communicationwiththepatientandhis/herfamily,mainlyincriticalsituations.

    This experience allowedme to understand the difficulties and adversities that such

    teamsmayencounterinthefield,enricheningmypathasadoctorandasacitizen.

  • iv

    ListadeAbreviaturas

    aa–ArAmbiente

    AEM–AmbulânciadeEmergênciaMédica

    AP–AuscultaçãoPulmonar

    AV–Auriculo-Ventricular

    AVC–AcidenteVascularCerebral

    AVDs–AtividadesdaVidaDiária

    bpm–Batimentosporminuto

    CAPIC–CentrodeApoioPsicológicoeIntervençãoemCrise

    CCO–Consciente,ColaboranteeOrientado

    CHP–CentroHospitalardoPorto

    CHSJ–CentroHospitalardeSãoJoão

    CIAV–CentrodeInformaçãoAntiVeneno

    CODU–CentrodeOrientaçãodeDoentesUrgentes

    CODU-Mar–CentrodeOrientaçãodeDoentesUrgentesMar

    cpm–Ciclosporminuto

    DAE–DesfibrilhaçãoAutomáticaExterna

    DM-DiabetesMellitus

    DPOC–DoençaPulmonarObstrutivaCrónica

    EAM–EnfarteAgudodoMiocárdio

    ECG–Eletrocardiograma

    EV–Endovenoso

    FC–FrequênciaCardíaca

    FR–FrequênciaRespiratória

    Glasgow–EscaladeComadeGlasgow

  • v

    HDA–HistóriadaDoençaAtual

    HEM–HelicópterodeEmergênciaMédica

    HTA–HipertensãoArterial

    HVE–HipertrofiadoVentrículoEsquerdo

    IC–InsuficiênciaCardíaca

    INEM–InstitutoNacionaldeEmergênciaMédica

    IOT–IntubaçãoOrotraqueal

    MEM–MotociclosdeEmergênciaMédica

    mmHg–MilímetrosdeMercúrio

    MV-MurmúrioVesicular

    OVA–ObstruçãodaViaAérea

    PCR–ParagemCardio-Respiratória

    RS-RitmoSinusal

    SAV–SuporteAvançadodeVida

    SBV–SuporteBásicodeVida

    SIEM–SistemaIntegradodeEmergênciaMédica

    SIV–AmbulânciadeSuporteImediatodeVida

    TA–TensãoArterial

    TEPH–TécnicodeEmergênciaPré-Hospitalar

    TIP–TransporteInter-hospitalarPediátrico

    UC–UnidadeCurricular

    UMIPE–UnidadeMóveldeIntervençãoPsicológicadeEmergência

    UPIP–UrgênciaPediátricaIntegradadoPorto

    VMER–ViaturaMédicadeEmergênciaeReanimação

  • vi

    Índice

    I. Introdução 1

    1. EmergênciaMédicaPré-Hospitalar 2

    2. MeiosINEM 3

    3. AbordagemdaVítima 4

    4. CadeiadeSobrevivência 5

    5. ViaVerde 6

    i. ViaVerdeCoronária 7

    ii. ViaVerdeAVC 8

    6. SituaçãodeExceção–TriagemMultivítimas 8

    II. Resultados 10

    1. CODU 10

    2. AEMPorto4 10

    3. SIVValongo 18

    4. VMERSantoAntónio/CHP 22

    III. Discussão 30

    IV. Conclusão 36

    V. Anexos 38

    1. Declaraçãodarealizaçãodoestágioobservacional 38

    2. AbordagemdaVítima 39

    3. TriagemPrimária–MétodoSTART 40

    4. TriagemSecundária–MétodoTRTS 41

    5. EscaladeComadeGlasgow 41

    VI. Bibliografia 42

  • 1

    I. Introdução

    NoâmbitodaUnidadeCurricular(UC)“Dissertação/Projeto/Estágio”realizeiumestágio

    observacionalemEmergênciaMédicaPré-HospitalarnoInstitutoNacionaldeEmergência

    Médica (INEM). O estágio foi realizado na DelegaçãoNorte do INEM e decorreu entre

    novembrode2017emarçode2018,tendoaduraçãode81horas,divididasem1turno

    CODU (3 horas/turno), 4 turnosAEM (6 horas/turno), 4 turnos SIV (6 horas/turno) e 5

    turnosVMER(6horas/turnos).Duranteesteestágio,tiveaoportunidadedeacompanhar

    as referidas equipas em 35 ocorrências: 28 doenças súbitas, 5 traumas e 2 missões

    abortadas.

    Aminhaopçãoporemergênciamédica resultoudo factodeapenasestaUCpermitiro

    contacto com os doentes em meio pré-hospitalar. Na verdade, e com exceção da

    emergênciamédica,omédicoapenascontactacomodoenteapósestepassarpelatriagem

    hospitalar. Ao escolher esta opção, fiquei com uma visão mais abrangente de todo o

    processo,desdeaocorrênciaatéàchegadaaohospital,permitindo-meumavisãomais

    transversaleconhecedorasobretodasasetapas,paraumdiagnósticomaisesclarecido.

    Possoconcluir,apósestemeuestágio,oquãoessencialéestesaberdecomofuncionaa

    emergência pré-hospitalar, e quão crucial é o sucesso damesma para o bem de cada

    doente.

    Osobjetivospropostosforamosseguintes:

    • CompreenderofuncionamentodoSIEM;

    • Aplicarosconhecimentosadquiridosasituaçõesreaiseaprofundá-losnaáreada

    emergênciamédica;

    • Reconhecer as principais situações de emergênciamédicas e traumatológicas e

    aprendercomolidarcomasmesmascomrecursoslimitados;

    • Definir a atuação do médico na abordagem de um doente em contexto de

    emergência;

    • Conhecereaplicarosprotocolosdeatuaçãoeosalgoritmosexistentes;

    • Aprender e utilizar técnicas life-saving, fundamentais na abordagem ao doente

    grave;

  • 2

    • Adquirir competências de trabalho em equipa, de liderança e de gestão em

    situaçõesdepressão.

    No presente relatório, proponho-me a apresentar os conceitos chave da emergência

    médica,partindo,posteriormente,paraumbreveresumodecadaocorrênciaquetivea

    oportunidadedeacompanhar,selecionandoastrêsmaisrepresentativas,deformaafazer

    umaanálisemaisincisivadasmesmas.Porfim,apresentareiasconclusõesqueretireide

    todaestaexperiência.

    1. EmergênciaMédicaPré-Hospitalar

    O INEM é o organismo responsável por coordenar o Sistema Integrado de Emergência

    Médica(SIEM)[1],demodoagarantirumarespostaadequada,rápidaeeficazàssituações

    deemergênciamédica.

    ParaalémdoINEM,oSIEMcontacomváriosintervenientes,nomeadamentebombeiros,

    CruzVermelhaPortuguesa,forçaspoliciaisehospitais,sendooINEMoresponsávelpela

    articulaçãoentretodasestas instituições.É importantetambémdestacarqueocidadão

    temumpapelfundamentalnoSIEM.

    O SIEM compreende seis fases, que têm por

    baseosímboloda“EstreladaVida”:1.Deteção;

    2. Alerta; 3. Pré-Socorro; 4. Socorro; 5.

    Transporte; 6. Tratamento na Unidade de

    saúde.

    Oalertaéefetuadoparaonúmeroeuropeude

    emergência (112), sendo a chamada recebida

    porumpolíciaqueencaminhatodasasemergênciasmédicasparaoCentrodeOrientação

    deDoentesUrgentes (CODU).O CODU, disponível 24 horas por dia, é responsável por

    realizaratriagemdaocorrência,ativarosmeiosnecessários,aarticulaçãoentreosmesmos

    e,simultaneamente,daraconselhamentoespecíficoparacadasituação.Paraalémdisso,é

    tambémresponsávelporencaminhartodasassituaçõesquenãosãoemergênciasmédicas

    paraaLinhaSaúde24paraumaorientaçãocomplementar.Dadaaextensaáreamarítima

    sobrearesponsabilidadedePortugal,oINEMdispõeaindadoCODU-Marquetemcomo

    Figura1:EstreladaVida[1]

  • 3

    missãooaconselhamentomédicoaostripulantesdasembarcaçõese,emarticulaçãocom

    AutoridadeMarítimaNacional,aevacuaçãode situaçõesdeemergênciamédicaquese

    verifiquemabordodasmesmas.NoCODUfuncionatambémoCentrodeApoioPsicológico

    eIntervençãoemCrise(CAPIC),atravésdoqual,umpsicólogoestádisponívelparalidar

    com as emergências psiquiátricas. Caso seja necessário prestar apoio psicológico a

    familiaresoudoentesnolocal,oINEMdispõedaUnidadeMóveldeIntervençãoPsicológica

    deEmergência (UMIPE)que transportaopsicólogopara situaçõesqueassimoexigem,

    comocatástrofes,mortesrepentinasouacidentes.Nocasodeumaintoxicaçãoagudaou

    crónica, oCentrode InformaçãoAntivenenos (CIAV), um centromédicode informação

    toxicológica, funciona em articulação com o CODU e os diferentes meios, fornecendo

    informações referentes ao diagnóstico, quadro clínico, toxicidade, terapêutica e

    prognósticodaexposiçãoatóxicos.[1]

    2. MeiosINEM

    OINEMdispõedeváriosmeiosquesãotripuladospordiferentesprofissionaisdesaúdee

    ativadosconformeacomplexidadedaocorrência[2]:

    • MotociclodeEmergênciaMédica(MEM)–tripuladoporumtécnicodeemergência

    pré-hospitalar(TEPH),idealparanavegarnasgrandescidadescommuitotrânsito,

    queauxiliaasoutrasequipasnaestabilizaçãoeabordageminicialàvítima.

    • AmbulânciadeEmergênciaMédica(AEM)–tripuladapordoisTEPH,destina-seao

    transportededoentesurgentesentreo localdaocorrênciaparaohospitalmais

    adequadoacadasituação.

    • AmbulânciadeSuporteImediatodeVida(SIV)–tripulada

    por um TEPH e por um enfermeiro. As SIV estão

    localizadas em unidades de saúde fora dos grandes

    centros,em locaisondeaspopulaçõesseencontrama

    maiordistânciadoscentroshospitalareseprestamapoio

    diferenciadoaoutrosmeios,podendotambémefetuaro

    transportededoentesqueassimojustifiquem.Figura2:SIV

  • 4

    • VeículoMédicodeEmergênciaMédica(VMER)

    –tripuladoporummédicoeumenfermeiro.As

    VMERs estão localizadas em centros

    hospitalares e são utilizadas em situações de

    maior gravidade e complexidade, que exigem

    profissionaismaisdiferenciados,dandoapoioàs

    restantesequipas.

    • Helicópterode EmergênciaMédica (HEM) –

    tripuladoporummédicoeumenfermeiroe

    dois pilotos, destina-se ao transporte de

    doentes em locais de difícil acesso por via

    terrestre ou a grande distância dos centros

    hospitalares. Para além de transporte

    primário, o HEM realiza também

    transferência de doentes críticos entre dois

    centroshospitalaresdistantes.

    • Ambulância de Transporte Inter-Hospitalar Pediátrico (TIP) – tripulada por um

    TEPH,umenfermeiroeummédicoespecialistaemneonatologia/pediatria,destina-

    seao transportedecrianças, recém-nascidoseprematuros,parahospitaisonde

    existamasvalênciasnecessáriasparaoseutratamento.

    3. AbordagemdaVítima

    OalgoritmodeabordagemdavítimaéapresentadonoAnexo2.

    Opassomais importantenaabordagemaumavítimaéa verificaçãodas condiçõesde

    segurança.Sóapósestaremreunidastodasascondiçõesdesegurançaéquenosdevemos

    aproximardavítima,garantindoemtodososmomentosanossasegurança,assimcomoda

    nossaequipaedavítima.

    Figura3:VMER

    Figura4:HEM

  • 5

    Aavaliaçãoprimáriapermitedeterminarseavítimaécríticaounãocrítica.Estadeveser

    efetuadadeformacélereeseguindoaabordagemABCDEqueéconstituídapor5etapas,

    comaseguinteordemdeprioridade:

    Airway–permeabilizaçãodaviaaérea(comcontrolodacervical)

    Breathing–ventilaçãoeoxigenação

    Circulation–circulaçãocomcontrolodahemorragia

    Disability–disfunçãoneurológica

    Exposure–exposiçãocomcontrolodatemperatura

    Todasasetapasdevemserefetuadasde formasequencial,excetoquandoseverificam

    condiçõesameaçadorasdevidacomo,porexemplo,umahemorragiaexsanguinante,em

    queaprioridadeéoseucontroloimediato.[3]

    Naavaliaçãosecundáriaépossívelreavaliartodosospontosdemodomaisextensivoea

    recolhadedadosclínicosderelevo.

    4. CadeiadeSobrevivência

    Figura5:CadeiadeSobrevivência[4]

    AparagemcardíacasúbitaéumadasprincipaiscausasdemortenaEuropa,afetandocerca

    350,000–700,000 indivíduos por ano na Europa.[5] Numa situação de Paragem Cardio-

    Respiratória (PCR), a sobrevivência do indivíduo depende da eficácia da cadeia de

    sobrevivência.Acadeiadesobrevivênciaécompostaporquatroelos,interdependentes,

    que pressupõem uma ligação articulada, entre o cidadão, que dá o alerta, e as várias

    equipascomdiferentesgrausdediferenciação.Osquatroelossão:(1)Deteçãoprecocee

    pedido de ajuda através do 112; (2) Suporte Básico de Vida (SBV) imediato; (3)

  • 6

    Desfibrilhaçãoatempada;(4)CuidadosAvançados.[2]

    Paraumamaioreficáciadestacadeia,éessencialumapopulaçãoinformadaetreinadaem

    manobrasdeSBV,demodoamantero segundoelodacadeiaenquantoasequipas se

    deslocamparaocorrência.DeacordocomaAmericanHeartAssociation,cercade90%das

    pessoasquesofremumaparagemcardio-respiratóriaforadohospitalmorrem.Osuporte

    básicodevida,especialmenteseiniciadodeimediato,podeduplicaroutriplicaraschances

    desobrevivênciadasvítimasdePCR.[6]Domesmomodo,aprobabilidadedesucessoda

    desfibrilhaçãodecresceentre7%-10%porminutoapósocolapso,anãoserqueoSBVseja

    realizado.[1]Assim,énecessárioimplementarumsistemaeficazdeensinodemanobrasde

    SBVaoscidadãos.

    Dado que a maioria das paragens cardio-respiratórias ocorrem fora do ambiente

    hospitalar[5], ummarco importante foi a implementação de Desfibrilhação Automática

    Externa(DAE).Atravésdaimplementaçãodeprogramasquepermitemautilizaçãodestes

    dispositivos por pessoal não médico, como seguranças, bombeiros, TEPH, e outros

    intervenientesdoSIEM,foipossíveltornaradesfibrilhaçãoumelocadavezmaisprecoce.

    Estes dispositivos encontram-se frequentemente em locais com elevado número de

    pessoas,comoestádios,aeroportosoushoppings,paraalémdasambulânciasdoINEM,

    bombeirosouCruzVermelhaPortuguesa.Assim,épossívelreverterritmosdesfibrilháveis

    antesdachegadadosmeiosdiferenciados,ouemlocaisemquenãosejapossívelasua

    presença.

    Defacto,todososelementosdestacadeiapressupõemumaatuaçãoprecoce,desdedo

    reconhecimento até à chegada à unidade de saúde, de modo a permitir uma menor

    mortalidadeemorbilidadedestesdoentes.

    5. ViaVerde

    ViaVerdedefine-secomoumaestratégiaorganizadaparaaabordagem,encaminhamento

    etratamentomaisadequado,planeadoeexpedito,nasfasespré,intraeinter-hospitalares,

    de situações clínicas mais frequentes e/ou graves que importam ser especialmente

    valorizadaspelasuaimportânciaparaasaúdedaspopulações.AsViasVerdespromovem

    oenvolvimentodapopulaçãoedosprofissionaisdesaúde,oreconhecimentoprecocede

  • 7

    sinaisdealarme,oconhecimentodosmecanismosdepedidodeajuda,asistematização

    das primeiras atitudes de socorro, a definição do encaminhamento para a unidade de

    saúdemaisadequadaecommelhorescondiçõesdetratamentodefinitivo,adefiniçãodas

    diversasresponsabilidadestécnicas,dosváriosprocedimentosclínicos(recomendaçõese

    protocolos clínicos), de sistemas de informação (registos) e indicadores de avaliação e

    monitorização, e a integração do trabalho e dos objetivos nas fases pré, intra e inter-

    hospitalares.[7]

    Obomfuncionamentodaviaverdetemporbaseasensibilizaçãodapopulação,sendopor

    issoessencialrecorrerameiosdedivulgaçãoqueasseguremamaiordifusãopossível.[7]

    i. ViaVerdeCoronária

    Mundialmente,adoençacardíacaisquémicaécausademorte

    maiscomum,easuaincidênciaestáaaumentar.Contudo,na

    Europa,nasúltimastrêsdécadas,existeumatendênciaglobal

    de redução da mortalidade de doença cardíaca isquémica.

    Atualmente,adoençacardíacaisquémicacontabilizaquase1.8

    milhõesdemortesnaEuropa,emboraexistamlargasvariações

    entrepaíses.[8]

    A via verde coronária permite uma rápida orientação de

    doentes com Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM). Assim,

    através do célere reconhecimento de doentes de risco, é

    possíveloenviodeequipasdiferenciadas,permitindoarealizaçãodeECGemmeiopré-

    hospitalar e, consequentemente, a deteçãodedoentesquenecessitamde intervenção

    percutâneaprecoce.Destemodo,odoenteétransportadoparaumhospitalcomunidade

    dehemodinâmicaou,setalnãoforpossívelnotemporecomendado,éiniciadaterapêutica

    fibrinolítica.Arápidaatuaçãoeaeficazarticulaçãodetodosos intervenientes,permite

    diminuiraomáximootempodeisquemiamiocárdicaeconsequentementeamorbilidade

    emortalidadedodoente.

    Figura6:ViaVerdeCoronária[9]

  • 8

    ii. ViaVerdeAVC

    As doenças cérebro-vasculares constituem um importante

    problema de saúde pública que atinge transversalmente os

    países europeus, independentemente do seu grau de

    desenvolvimentoeconómico.Cercadeumterçodosóbitosque

    ocorre nestes países são causados por doenças vasculares

    cardíacasoucerebrais.[7]

    Para uma elevada eficácia da Via Verde é necessário que a

    populaçãoestejasensibilizadaparaossinaisdealertadeAVC.

    Assim,apósumadeteçãoprecoce,aviaverdeAVCpermiteo

    célere e adequado encaminhamento destes doentes para

    hospitais com unidades de AVC, alertando a equipa

    multidisciplinar para a chegada do doente e permitindo a articulação entre os vários

    serviços intra e extra-hospitalares, de modo a que todo o processo se efetue o mais

    rapidamentepossível.Os critérios de inclusãonaVVAVC são: (1) Idade < 80Anos; (2)

    Tempodeevoluçãoinferiora4,5horas;(3)Semdependênciaprévia.Contudo,adecisão

    deativarounãoaViaVerdeésempredoneurologistadeserviçodoHospitaldedestino.[9]

    6. SituaçãodeExceção–TriagemMultivítimas

    Em situações em que as vítimas excedem os meios humanos e físicos existentes é

    necessárioestabelecerumatriagemnolocal,demodoaquecadameiosejautilizadoem

    todooseupotencial.Assim,atriagemorganizaasvítimasdeacordocomaprioridadecom

    que devem ser assistidas, tendo em conta a sua gravidade e o seu potencial de

    sobrevivência.

    Atriagemprimária,atravésdométodoSimpleTriageAndRapidTreatment(START),tem

    como objetivo triar rapidamente um grande número de vítimas. O método START

    (apresentadonoanexo3)incorporasinaisvitaiscomoafrequênciacardíacaerespiratória

    ea capacidadedavítimaandar,dividindoasvítimasem4categorias:Prioridade1 (cor

    Figura7:ViaVerdeAVC[9]

  • 9

    vermelha):Vítimaemergente;Prioridade2(coramarela):Vítimagrave;Prioridade3(cor

    verde):Vítimanãograve;Morto(corpreta).[10]

    Atriagemsecundáriapretendetriardeformacontínuaemaisprecisaumgrandenúmero

    de vítimas, utilizando o método Triage Revised Trauma Score (TRTS). O método TRTS

    (apresentado no anexo 4) consiste na soma da codificação, de 0 a 4, da frequência

    respiratória,estadodeconsciência(segundoaEscaladeComadeGlasgow,apresentada

    noanexo5)epressãoarterialsistólica,permitindoobterumapontuaçãoTRTSde0a12

    pontos. Deste modo, as vítimas são categorizadas da seguinte forma: TRTS = [1, 10]

    Prioridade1;TRTS=11Prioridade2;TRTS=12Prioridade3;TRTS=0Morto.10]

  • 10

    II. Resultados

    1. CODU

    NoCODUtiveaoportunidadedeacompanharumTEPHnopostodeatendimentoede

    passagemdedados.OTEPHexplicou-meomodofuncionamentodoalgoritmoTETRICOSY®

    – Telephonic Triage and Couseling System que determina a prioridade da chamada e,

    consequentemente, os meios ativados segundo a prioridade atribuída, sendo estes

    validadospelomédicoreguladorqueseencontranoCODU.Naativação,éfundamentalo

    aconselhamento do cidadão enquanto aguarda a chegada dos meios de socorro. Na

    passagemdedadoséessencialaorientaçãodasequipasderuaeaarticulaçãoentreestas

    eosmeiosmaisdiferenciadosououtrosintervenientesdoSIEM.

    2. AEMPorto4

    Turno1e2

    TabelaI:1ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,88anos,PCR

    HDA Paragemcardio-respiratóriapresenciadapelofilho

    Antecedentes ParcialmentedependentenasAtividadesdeVidaDiária(AVDs),DPOC,

    IC,IncumprimentoTerapêutico

    Medicação

    Habitual

    Polimedicado

    Avaliação ECG:Assistolia

    Meiosnolocal AEM+VMER

    Atuação PorordemdomédicodaVMER,nãofoi iniciadoSBVouSAVdadoo

    graudedependênciaeasinúmerasco-morbilidadesdodoente.

    Verificaçãodoóbito.Contactadomédicoassistente

    Resultado Mortenolocal

  • 11

    TabelaII:2ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,77anos,Dispneia

    HDA Dispneia associada a tosse produtiva, com expetoração purulenta, e

    febre.

    Antecedentes DMtipoII

    Medicação

    Habitual

    Metformina

    Avaliação Polipneico

    SpO2(aa):98%

    FC66bpm

    TA117/81mmHg

    Glasgow15

    Glicemia103mg/dL

    Tº (aur)

    37,9ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHP

    TabelaIII:3ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,57anos,Tonturas

    HDA Tonturasassociadasaastenia,náuseas,vómitoseumadejeçãodiarreica

    Antecedentes Semantecedentes

    Medicação

    Habitual

    _______________

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):99%

    FC72bpm

    TA130/80mmHg

    Glasgow15

    Glicemia144mg/dL

    Tº (aur)

    35,7ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHP

    TabelaIV:4ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,73anos,Tonturas

    HDA Tonturasassociadasanáuseas

  • 12

    Antecedentes HTAeDislipidémia

    Medicação

    Habitual

    SinvastatinaeRamipril

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):95%

    FC94bpm

    TA154/84mmHg

    Glasgow15

    Glicemia153mg/dL

    Tº (aur)

    36,7ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHP

    TabelaV:5ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Feminino,41anos,Dorcervicalintensa

    HDA Dor cervical intensa, 10/10, com irradiação para omembro superior

    direito,queagravacomosmovimentos.Auto-medicaçãocomZaldiarâ

    (CloridratodeTramadol37,5mg+Paracetamol325mg).

    Antecedentes HérniaCervicalC5-C6,Fibromialgia

    Medicação

    Habitual

    Palexiaâ(Tapentadol)

    Zaldiarâ (CloridratodeTramadol37,5mg+Paracetamol325mg)em

    SOS

    Avaliação Eupneica

    SpO2(aa):99%

    FC89bpm

    TA120/65mmHg

    Glasgow15

    Glicemia105mg/dL

    Tº (aur)

    36,4ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoHSJ

    TabelaVI:6ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,53anos,DorTorácica

    HDA Dor torácica em pontada, retroesternal, sem irradiação, 6/10, que

    surgiuemrepouso.Semfatoresagravantesoualiviantes.Refereque

    temandadomaisansioso.

  • 13

    Antecedentes HTA

    Medicação

    Habitual

    Carvedilol

    Avaliação Eupneico

    SpO2 (aa):

    99%

    TA160/90mmHg

    FC75bpm

    ECG:RS,semsinais

    deisquemia

    Glasgow15

    Glicemia135mg/dL

    Tº (aur)

    37,1ºC

    Meiosnolocal AEM+VMER

    Atuação Diazepam5mg(oral)

    Resultado TransporteaoHSJsemacompanhamentoVMER.

    TabelaVII:7ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Feminino,86anos,Quedadaprópriaaltura

    HDA Quedadaprópriaaltura.Feridacontusaehematomanazonaoccipital.

    Semalteraçãodoestadodeconsciência.

    Antecedentes HTAeDislipidémia

    Medicação

    Habitual

    LosertaneSinvastatina

    Avaliação Eupneica

    SpO2(aa):97%

    FC102bpm

    TA166/102mmHg

    Glasgow15

    Sem alterações ao

    exame neurológico

    sumário

    Glicemia171mg/dL

    Tº (aur)

    36,2ºC

    Atuação Controlodehemorragiaerealizaçãodepenso

    Resultado TransporteaoCHP

  • 14

    TabelaVIII:8ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,54anos,Alcoolizado

    HDA Alcoolizado

    Ànossachegada,consciente,orientadoepoucocolaborante.

    Antecedentes Dislipidémia

    Medicação

    Habitual

    Nãosabeespecificar

    Avaliação Eupneico

    SpO2 (aa):

    99%

    FC71bpm

    TA130/85mmHg

    Glasgow15

    Glicemia137mg/dL

    Tº (aur)

    36,5ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHP

    Turno3e4

    TabelaIX:9ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,28anos,Trauma

    HDA Quedadeportadevidroestilhaçadasobreavítima,provocandouma

    feridaincisasuperficialcomcercade1cmdecomprimentonopavilhão

    auriculardireitoeumaferida incisasuperficialcomcercade3cmna

    regiãodorsaldamão.

    Antecedentes Semantecedentes

    Medicação

    Habitual

    _____________

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):99%

    FC86bpm

    TA120/80mmHg

    Glasgow15

    Atuação Controlodehemorragiaerealizaçãodepensos.

    Resultado Semtransporte

    Assinadocumentoderecusadetransporte

  • 15

    TabelaX:10ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Acidentemultivítimasentreumcarroligeiroeumacarrinhaligeirade

    transportedecrianças

    HDA Oito feridos ligeiros (Triagem primária – prioridade 3), seis crianças

    entreos6e7anosedoisadultosentreos50eos60anos.

    Carrinha de transporte de crianças tombada lateralmente. Todas as

    criançaseramtransportadascomsistemasderetençãoadequados.

    Ànossachegada,todososocupantesseencontravamforadosveículos.

    Criançatransportada:Masculinode7anoscomdoreescoriaçõesna

    mão esquerda, sem deformidades aparentes. Dor agravava com o

    movimentopassivoeativo.Semalteraçãodoestadodaconsciência.

    Antecedentes Semantecedentesoualergias

    Medicação

    Habitual

    _____________

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):99%

    FC110bpm

    TA97/58mmHg

    Glasgow15

    Sem alterações ao exame

    neurológicosumário

    Meiosnolocal VMER+3AEM+PSP

    Atuação Triagemmultivítimas

    Imobilizaçãodomembrosuperioresquerdo

    Resultado Transporte à Urgência Pediátrica Integrada do Porto (UPIP) sem

    acompanhamentoVMER

    TabelaXI:11ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,74anos,Alteraçãodoestadodeconsciência

    HDA Lipotimiaapósrefeiçãocopiosa

    ÀnossachegadaConsciente,ColaboranteeOrientado(CCO)

    Antecedentes HTA,DMtipoII,IC,ArritmiaCardíaca(nãosabeespecificar)

    Medicação

    Habitual

    Polimedicado

  • 16

    Avaliação Eupneico

    SpO2 (aa):

    99%

    FC110bpm

    TA85/42mmHg

    Glasgow15

    Glicemia

    225mg/dL

    Pálido e

    Suado

    Tº (aur)

    37,1ºC

    Reavaliação

    _________

    FC89bpm

    TA105/85mmHg

    ____________

    Menos

    pálido e

    suado

    ______

    Atuação Elevaçãodosmembrosinferiores

    Resultado TransporteaoCHP

    TabelaXII:12ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Feminino,89anos,Dispneia

    HDA Dispneiaassociadaamaioresforçorespiratório.

    Antecedentes DPOC,Demência,acamada,totalmentedependentenasAVDs

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Taquipneica,

    utilização dos

    músculos

    acessórios

    SpO2(aa):80%

    FC115bpm

    TA130/82mmHg

    Glasgow 12

    (3O4V5M)

    Glicemia

    147mg/dL

    Tº (aur)

    37,1ºC

    Reavaliação Taquipneica,

    utilização dos

    músculos

    acessórios

    SpO2(6L):90%

    FC95bpm

    TA125/78mmHg

    ____________ ___________

    Atuação Oxigenoterapia6L/minpormáscarafacialsimples

    Resultado TransporteaoCHP

  • 17

    TabelaXIII:13ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,57anos,Dispneia

    HDA Dispneia ligeira associada a tosse, astenia e febre, com início no dia

    anterior.

    Antecedentes HTAedislipidémia

    Medicação

    Habitual

    SinvastatinaeRamipril

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):98%

    FC86bpm

    TA141/85mmHg

    Glasgow15

    Glicemia126mg/dL

    Tº (aur)

    38,0ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHP

    TabelaXIV:14ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,40anos,Atropelamento+PCR

    HDA AtropeladoenquantotentavaatravessaraVCI.Foiprojetadocercade

    5metros,tendoentradoemparagemcardio-respiratóriadeimediato.

    DoisbombeirosquepassavamnolocaliniciarammanobrasSBVantes

    dachegadadosmeiosdesocorro.

    Antecedentes Desconhecidos

    Medicação

    Habitual

    ___________

    Avaliação Deformidadesaparentesdacaixatorácicaemembrosinferiores.Saída

    desanguepelaboca,narinaseouvidos.

    ECG:AssistoliaàFibrilhaçãoVentricular(Desfibrilhado)àAssistolia

    Meiosnolocal AEM+VMER+UMIPE+PSP

    Atuação SBV+SAV

    Verificaçãodoóbito

    Resultado Mortenolocal

  • 18

    3. SIVValongo

    Turno1e2

    TabelaXV:1ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Feminino,38anos,DorTorácica

    HDA Dor torácica em pontada, retroesternal, sem irradiação, 6/10, que

    surgiuenquantoconduzia.Semfatoresagravantesoualiviantes.Refere

    terandadomaisansiosanosúltimosdias.

    Antecedentes Depressão

    Medicação

    Habitual

    Sertralina

    Avaliação Eupneica

    SpO2(aa):98%

    FC67bpm

    TA143/85mmHg

    ECG: RS, sem

    sinaisdeisquemia

    Glasgow15

    Glicemia132mg/dL

    Tº (aur)

    37,1ºC

    Atuação Diazepam5mg(oral)

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoSIV

    TabelaXVI:2ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Feminino,81anos,DorTorácica

    HDA Dortorácicaempontada, localizadanohemitóraxdireito,queagrava

    comainspiraçãoprofunda.Associadaatosse,vómitosepalpitações.

    Antecedentes DoençaPulmonarCrónica,SíndromeVertiginoso

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Polipneica

    SpO2(aa):85%

    AP: Sibilos

    dispersos

    FC128bpm

    TA113/70mmHg

    Glasgow15

    Glicemia

    168mg/dL

    Tº (aur)

    38,1ºC

  • 19

    ECG: Taquicardia

    Sinusal + HVE, sem

    sinaisdeisquemia

    Reavaliação Polipneica

    SpO2(2L):92%

    FC120bpm

    TA121/73mmHg

    ___________ Tº (aur)

    37,7ºC

    Atuação Paracetamol1g(EV)

    BrometodeIpatrópio0,5mg(nebulização)

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoSIV

    Turno3e4

    TabelaXVII:3ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Masculino,40anos,PCR

    HDA Encontradopelosfamiliaresemparagemcardio-respiratória.Vistovivo

    pelaúltimavez8horasantes.

    Antecedentes DéficeCognitivo

    Medicação

    Habitual

    Diazepam10mg

    Avaliação ECG:Assistolia

    Meiosnolocal Bombeiros+SIV+VMER+GNR

    Atuação SBV+SAV

    Verificaçãodoóbito

    Resultado Mortenolocal

    TabelaXVIII:4ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Masculino,90anos,OVA+PCR

    HDA Obstruçãoda via aéreaenquantoalmoçavano centrodedia, tendo

    entradoemparagemcardio-respiratória.

  • 20

    Antecedentes ParcialmentedependentenasAVDs,HTA,Dislipidémia,Anemia,AVC

    comhemiparésiaesquerdasequelas

    Medicação

    Habitual

    Desconhecida

    Avaliação ECG12derivações:AssistoliaàFibrilhaçãoVentricular(Desfibrilhado)

    àAssistolia

    Meiosnolocal Bombeiros+SIV+VMER

    Atuação SBV+SAV

    Verificaçãodoóbito.Contactadomédicoassistente

    Resultado Mortenolocal

    TabelaXIX:5ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Feminino,91anos,Dispneia

    HDA Dispneiaassociadaamaioresforçorespiratórioe,segundoosfamiliares,

    maisprostrada.

    Antecedentes Doença Pulmonar Crónica, Hiperuricémia, Demência, parcialmente

    dependentenasAVDs

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Taquipneica

    SpO2(aa):75%

    AP: Crepitações

    dispersas

    FC120bpm

    TA113/85mmHg

    ECG: Taquicardia

    Sinusal

    Glasgow 12

    (3O4V5M)

    Glicemia

    152mg/dL

    Tº (aur)

    36,5ºC

    Reavaliação Taquipneica

    SpO2(FiO250%):91%

    FC125bpm

    TA110/75mmHg

    _________ __________

    Atuação OxigenoterapiaaFiO2a50%pormáscaradeVenturi

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoSIV

  • 21

    TabelaXX:6ªOcorrênciaSIV

    Motivo de

    ativação

    Feminino,91anos,CriseConvulsivaTónico-Clónica

    HDA Crise convulsiva tónico-clónica presenciada pelos familiares e

    bombeiros.

    Ànossachegada,miocloniasdosmembrosesquerdos.

    Antecedentes AVC com hemiparésia direita sequelar, Cardiopatia Isquémica, HTA,

    Dislipidémia,ParcialmentedependentenasAVDs

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Eupneica,

    respiração

    superficial

    SpO2(aa):90%

    FC89bpm

    TA

    170/120mmHg

    Mioclonias dos

    membros

    esquerdos

    Glasgow 8

    (2O1V5M)

    Glicemia133mg/dL

    Tº (aur)

    36,0ºC

    Reavaliação Eupneica,

    respiração

    superficial

    SpO2(15L):99%

    FC80bpm

    TA

    160/120mmHg

    Mioclonias dos

    membros

    esquerdos

    Glasgow 8

    (2O1V5M)

    ______

    Atuação Diazepam20mg(EV)

    Oxigenoterapia15L/minpormáscaradealtaconcentração

    VMERnãodisponível

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoSIV

  • 22

    4. VMERSantoAntónio/CHP

    Turno1e2

    TabelaXXI:1ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Masculino,68anos,DorTorácica

    HDA Dor torácica retroestrenal, em pontada, que piora com a expiração

    profundaepalpaçãotorácica,cominíciohádoisdias.

    Antecedentes HTA,DMtipo II,Cardiopatia isquémica,AVC,Dislipidémia,Hipertrofia

    BenignadaPróstata,Depressão

    Medicação

    Habitual

    Polimedicado

    Avaliação Eupneico

    SpO2 (aa):

    97%

    FC52bpm

    TA149/81mmHg

    ECG: Bloqueio AV 1ºgrau,

    semsinaisdeisquemia

    Glasgow15

    Glicemia

    123mg/dL

    Tº (aur)

    36,0ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoHSJsemacompanhamentoVMER

    TabelaXXII:2ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Masculino,77anos,Alteraçãodoestadodeconsciência

    HDA Funcionáriasdolarnãooconseguemdespertar.

    Ànossachegada,quandotentamosabrirosolhos,fecha-osativamente

    edirigeoolhar.

    Antecedentes HTA,DMtipoII

    Medicação

    Habitual

    BisoprololeMetformina

    Avaliação Eupneico

    SpO2 (aa):

    98%

    FC98bpm

    TA128/81mmHg

    ECG:RS

    Consciente, pouco

    colaborante

    Glicemia106mg/dL

    Tº (aur)

    36,3ºC

  • 23

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHPcomacompanhamentoVMER

    TabelaXXIII:3ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,75anos,Alteraçãodoestadodeconsciência

    HDA Lipotimiaapósseterlevantadorapidamentedacama.

    ÀnossachegadaCCO.

    Antecedentes CardiopatiaHipertensiva,HTA

    Medicação

    Habitual

    Aspirina,Perindopril+Indapamida

    Avaliação Eupneica

    SpO2 (aa):

    99%

    FC63bpm

    TA

    135/88mmHg

    ECG:RS

    Glasgow15

    Sem alterações ao

    exame neurológico

    sumário

    Glicemia123mg/dL

    Tº (aur)

    36,4ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHPsemacompanhamentoVMER

    TabelaXXIV:4ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,48anos,CriseConvulsivaTónica-Clónica

    HDA CriseConvulsiva Tónica-Clónicano autocarro, presenciadaporoutros

    passageiros.

    À nossa chegada, em estado pós-ictal, com perda de controlo de

    esfíncteres.

    Antecedentes Epilepsia,HTA,Depressão

    Medicação

    Habitual

    Desconhecidamedicaçãoatual

  • 24

    Avaliação Eupneica

    SpO2 (aa):

    99%

    FC110bpm

    TA148/60mmHg

    ECG: Taquicardia

    Sinusal

    Agitada

    Glasgow9(2O2V5M)

    Glicemia143mg/dL

    Tº (aur)

    36,0ºC

    Reavaliação _________

    FC100bpm

    TA135/72mmHg

    CCO

    Glasgow15

    __________

    Atuação Acessovenoso

    Resultado TransporteaoCHPcomacompanhamentoVMER

    TabelaXXV:5ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,72anos,IntoxicaçãoMedicamentosa+Alteraçãodoestado

    daconsciência–pedidodeapoiodiferenciado

    HDA Ingestãomedicamentosavoluntáriaqueterátidoinícionodiaanterior.

    Ingestão suspeita de inúmeros comprimidos de Mirtazapina,

    VenlafaxinaeOlanzapina,semserpossívelprecisaronúmero.

    Antecedentes Doençapsiquiátrica

    Medicação

    Habitual

    Mirtazapina,VenlafaxinaeOlanzapina

    Avaliação Respiração

    ruidosa

    Tolera

    tubo de

    Guedel

    Bradipneica

    (FR 12cpm),

    respiração

    superficial

    SpO2 (aa):

    92%

    FC88bpm

    TA

    96/46mmHg

    ECG:RS

    Glasgow 7

    (2O1V4M)

    Glicemia

    125mg/dL

    Pupilas

    mióticas

    Tº (aur)

    36,3ºC

    Reavaliação IOT +

    ventilação

    mecânica

    SpO2 (FiO2 a

    40%):97%

    FC96bpm

    TA

    112/63mmHg

    Glasgow 3

    (1O1V1M)

    ________

    Meios no

    local

    VMER+AEM+MEM

    Atuação Intubação orotraqueal (IOT) e ventilação mecânica; Acesso venoso;

    Fluidoterapia(500mLNaCl0,9%)

  • 25

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoVMER

    TabelaXXVI:6ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,40anos,DorTorácica

    HDA Dortorácicadecaracterísticaspleuríticasassociadaalipotimia.

    Antecedentes Semantecedentes

    Medicação

    Habitual

    ________________

    Avaliação Eupneica

    SpO2 (aa):

    99%

    FC112bpm

    TA145/78mmHg

    ECG: Taquicardia

    Sinusal, sem sinais

    deisquemia

    Glasgow15

    Glicemia120mg/dL

    Tº (aur)

    36,2ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHPsemacompanhamentoVMER

    TabelaXXVII:7ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Masculino,71anos,AneurismadaAorta

    HDA Assintomático,comaneurismadissecantedaaortaabdominaldetetado

    acidentalmenteporTAC.

    Antecedentes HTAeDislipidémia

    Medicação

    Habitual

    SinvastatinaeCarvedilol

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):99%

    FC80bpm

    TA135/82mmHg

    ECG:RS

    Glasgow15 Tº (aur)

    36,1ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransportedocentrodesaúdeparaHSJcomacompanhamentoVMER

  • 26

    Turno3e4

    TabelaXXVIII:8ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,86anos,DorTorácica

    HDA Dortoráciaretroestrenal,emaperto,8/10,semirradiação,quesurgiu

    emrepouso,comduraçãosuperiora30minutos.

    Refereepisódiosemelhanteháumasemana,tendosidotransportada

    aoCHP.NotadealtarelataSupra-ST,masTroponinasnegativas.

    Antecedentes HTA,DMtipoII,CardiopatiaisquémicaeDislipidémia

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Eupneica

    SpO2 (aa):

    99%

    FC79bpm

    TA157/82mmHg

    ECG:FAdenovo+Supra-

    ST (segmento ST

    sobreponível aoECGda

    semanaanterior)

    Glasgow15

    Glicemia

    143mg/dL

    Tº (aur)

    36,2ºC

    Atuação Acessovenoso;Morfina2mg(EV)

    Resultado TransporteaoCHPcomacompanhamentoVMER

    TabelaXXIX:9ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,79anos,Alteraçãodoestadodeconsciência

    HDA Ficou inconsciente cerca de 1 minuto, enquanto tomava o pequeno

    almoçonocentrodedia.

    ÀnossachegadaCCO.Nãoserecordadoepisódio.

    Antecedentes FA,DMtipoIIsobinsulinoterapia,Hipocoagulada

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Eupneica

    SpO2(aa):99%

    FC83bpm Glasgow15 Tº (aur)

    36,6ºC

  • 27

    TA 136/75mmHg

    ECG: FA com

    resposta

    ventricular

    controlada

    Sem alterações ao

    exame neurológico

    sumário

    Glicemia132mg/dL

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoCHPsemacompanhamentoVMER

    TabelaXXX:10ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,86anos,Alteraçãodoestadodeconsciência

    HDA Doente acamada, anquilosadae totalmentedependente. Segundoos

    familiares,hojemaisprostrada.

    Antecedentes IC,HTA,Dislipidémia,Demência,TotalmentedependenteparaasAVDs

    Medicação

    Habitual

    Polimedicada

    Avaliação Eupneica

    SpO2(aa):90%

    FC76bpm

    TA153/82mmHg

    ECG:RS+HVE

    Glasgow 10

    (3O2V5M)

    Glicemia113mg/dL

    Tº (aur)

    35,9ºC

    Reavaliação Eupneica

    SpO2 (FiO2 a

    28%):95%

    FC70bpm

    TA145/80mmHg

    ______________

    _________

    Atuação OxigenoterapiapormáscaradeVenturicomFiO2a28%

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoVMER

  • 28

    Turno5

    TabelaXXXI:11ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Masculino,38anos,Quedanasescadas(6degraus)–pedidodeajuda

    diferenciada

    HDA Dor intensa, 10/10, na região dorso-lateral direita, que agrava com a

    respiração,movimentoepalpação.Semfatoresaliviantes.

    Negaalteraçõesdoestadodeconsciência.

    Antecedentes Semantecedentesoualergias

    Medicação

    Habitual

    __________________

    Avaliação Taquipneico,

    respiração

    superficial

    SpO2(aa):96%

    Doredeformidadeà

    palpação da região

    dorso-lateraldireita

    AP:MVdiminuídona

    base direita,

    restantes campos

    pulmonares

    simétricos. Sem

    ruídosadventícios

    FC105bpm

    TA

    120/80mmHg

    ECG:Taquicardia

    Sinusal

    Glasgow15

    Semalterações

    ao exame

    neurológico

    sumário

    Glicemia114

    Dor10/10

    Tº (aur)

    36,2ºC

    Reavaliação Eupneico,respiração

    com amplitude

    normal

    SpO2(aa):97%

    FC72bpm

    TA

    125/85mmHg

    Dor5/10

    Atuação Imobilizaçãoemplanoduroecolarcervical.Acessovenoso;Fentanil+

    Ondaserton(EV);Fluidoterapia(500mLNaCl0,9%)

    Resultado TransporteaoCHPcomacompanhamentoVMER

  • 29

    TabelaXXXII:12ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,36anos,DorTorácica

    HDA Dortorácica,emaperto,6/10,associadaalipotimia.

    DesdeontemcomdorciáticaparaqualseautomedicoucomTramadol

    50mg.Referequetemandadomaisnervosanasúltimassemanas.

    Antecedentes HérniaDiscal(nãosabeespecificaronível)

    Medicação

    Habitual

    Tramadol50mg(emSOS)

    Avaliação Taquipneica

    SpO2 (aa):

    99%

    FC105bpm

    TA113/76mmHg

    ECG:RS,semsinais

    deisquemia

    Glasgow15

    Glicemia126mg/dL

    Tº (aur)

    36,1ºC

    Atuação Paracetamol1g(oral)

    Resultado TransporteaoCHPsemacompanhamentoVMER

    TabelaXXXIII:13ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Masculino,82anos,Hemateméses

    HDA Vómitoscontendosanguedigerido,tipo“borradecafé”(sic),cominício

    nanoiteanterior.Negaoutrotipodesintomatologia.

    Antecedentes DoençaRenalCrónicasobhemodiálise,DoençaDiverticular

    Medicação

    Habitual

    Polimedicado

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):100%

    FC73bpm

    TA115/93mmHg

    ECG:RS

    Glasgow15

    Glicemia145mg/dL

    Tº (aur)

    36,7ºC

    Atuação Sematuação

    Resultado TransporteaoHSJsemacompanhamentoVMER

  • 30

    III. Discussão

    Gráfico1:TipodeOcorrência

    Aolongodoestágiotiveoportunidadedecontactarcomsituaçõesbastantesdiversificados,

    que,naminhaopinião,traduzemdeformaadequadaotrabalhodoINEM.

    Relativamente ao turno no CODU, infelizmente não tive oportunidade de contactar

    diretamentecomotrabalhodomédicoedopsicólogo,oque,nomeupontodevista,seria

    opontomaisenriquecedordesteturno,atendendoque,comoestudantedemedicinaque

    sou, a perspetiva domédico e do impacto da sua atuação, seriamos fatores demaior

    preponderânciaparaestemeuestágio.

    Detodasasocorrênciasquetiveaoportunidadedeacompanharumapartesignificativa

    nãoconstituíamverdadeirasemergênciasmédicas,nemtãopoucourgênciasmédicas.De

    facto,váriasdeveriamserabordadasnoscuidadosdesaúdeprimários.Domesmomodo,

    outrasnãonecessitavamdesertransportadasnumveículodeemergênciaacompanhadas

    porprofissionaiscredenciados,podendodeslocar-seaohospitalpormeiospróprios.De

    forma semelhante, embora em menor amplitude, pude assistir à utilização de meios

    diferenciados em situações que não os exigiriam. Por conseguinte, verifica-se uma

    utilizaçãoineficientedosrecursos,queparaalémdeestaremaserutilizadosemsituações

    inapropriadas,tornam-seindisponíveisparaasverdadeirasemergênciasmédicas.Assim,

    Trauma14%

    Abortadas6%

    DorTorácica19%

    PCR11%

    Alteraçãodoestadodeconsciência

    22%

    Dispneia11%Outros

    17%DoençaSúbita80%

    TIPODEOCORRÊNCIA

  • 31

    existe uma duplicação de custos, quer com o transporte inadequado, quer com o,

    consequente,atendimentohospitalar.Assimsendo,éfundamentalumatriagemadequada

    das chamadas, acompanhada de um acionamento apropriado dos meios para cada

    situação,utilizandoosrecursosdeformaeficiente.

    TabelaXXXIV:14ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Masculino,40anos,Atropelamento+PCR

    HDA AtropeladoenquantotentavaatravessaraVCI.Foiprojetadocercade

    5metros,tendoentradoemparagemcardio-respiratóriadeimediato.

    DoisbombeirosquepassavamnolocaliniciarammanobrasSBVantes

    dachegadadosmeiosdesocorro.

    Antecedentes Desconhecidos

    Medicação

    Habitual

    ___________

    Avaliação Deformidadesaparentesdacaixatorácicaemembrosinferiores.Saída

    desanguepelaboca,narinaseouvidos.

    ECG:AssistoliaàFibrilhaçãoVentricular(Desfibrilhado)àAssistolia

    Meiosnolocal AEM+VMER+UMIPE+PSP

    Atuação SBV+SAV

    Verificaçãodoóbito

    Resultado Mortenolocal

    Emquatrodasocorrências,odoenteencontrava-seemparagemcardio-respiratória,oque

    me permitiu realizar suporte básico de vida, assim como aprender noções de suporte

    avançadodevida,queemnenhumapartedocursotiveoportunidadedecontactar.Do

    mesmo modo, assisti à comunicação da notícia da morte aos familiares, que é uma

    competênciaquetodososmédicosdevemter,masquenuncatinhatidoaoportunidade

    devivenciar,equeemnadaseassemelhaaosroleplayingondeabordamosestatemática.

    A verdade é uma: a teoria está longe da realidade, e estas comunicações foram, sem

    dúvida,dosmomentosmaiscomplicados,nãosópelo factodacomunicaçãodoóbitoà

  • 32

    família, mas também, e neste caso em particular, pela comunicação ao condutor

    responsávelpeloatropelamento.

    Apesardesetratardeumavítimajovem,emquefoiiniciadorapidamenteSBV,asinúmeras

    lesõesevidenteseaelevadacinéticaenvolvidatraduziamumaelevadaprobabilidadede

    lesões graves, tornando as hipóteses de recuperação da PCR bastante reduzidas. Aqui

    tornou-seevidenteoquenateorianosédito:ummédicodevesabertudooquepodefazer

    parasalvarumavida,mastambémdevesaberquandonadamaisépossívelfazerparaa

    poderperpetuar,ouseja,saberquandoparar.

    Numambientenãocontrolado,comoéomeioextra-hospitalar,asegurançaéumdosmais

    importantespilares.Estaocorrênciafoitambémparticularmenteimportantenatemática

    dasegurança,umavezqueestivemosarealizarSBVeSAVdurantelongosminutosnafaixa

    domeio de uma via rápida antes da chegada das forças policiais e comuma faixa em

    seguimento.Paragarantirmosasegurançadetodaaequipaedodoentefoinecessárioo

    auxíliodeummotoristadeumcamiãoqueemconjuntocomosveículosdeemergência

    criouumabarreirae“cortou”otrânsitoemduasdastrêsfaixas.Outroaspetoimportante

    daemergênciamédicanomeioextra-hospitalaréanecessidadedeimprovisação,talcomo

    aconteceu nesta ocorrência. Estas situações enriqueceram o meu estágio, porque há

    conhecimentosessenciaisque sãoapreendidosatravésdas vivênciasenãoatravésdos

    livros.

    TabelaXXXV:10ªOcorrênciaAEM

    Motivo de

    ativação

    Acidentemultivítimasentreumcarroligeiroeumacarrinhaligeirade

    transportedecrianças

    HDA Oito feridos ligeiros (Triagem primária – prioridade 3), seis crianças

    entreos6e7anosedoisadultosentreos50eos60anos.

    Carrinha de transporte de crianças tombada lateralmente. Todas as

    criançaseramtransportadascomsistemasderetençãoadequados.

    Ànossachegada,todososocupantesseencontravamforadosveículos.

  • 33

    Criançatransportada:Masculinode7anoscomdoreescoriaçõesna

    mão esquerda, sem deformidades aparentes. Dor agravava com o

    movimentopassivoeativo.Semalteraçãodoestadodaconsciência.

    Antecedentes Semantecedentesoualergias

    Medicação

    Habitual

    _____________

    Avaliação Eupneico

    SpO2(aa):99%

    FC110bpm

    TA97/58mmHg

    Glasgow15

    Sem alterações ao exame

    neurológicosumário

    Meiosnolocal VMER+3AEM+PSP

    Atuação Triagemmultivítimas

    Imobilizaçãodomembrosuperioresquerdo

    Resultado Transporte à Urgência Pediátrica Integrada do Porto (UPIP) sem

    acompanhamentoVMER

    Tive a oportunidade de contactar com uma situação de exceção, isto é, um acidente

    multivítimas.

    Quandorecebemosoalertaparaumacidentemultivítimasenvolvendoumacarrinhade

    transporte de crianças, o desassossego invadiu-nos quanto ao cenário que poderíamos

    encontrar. Nada nos prepara para este tipo de situações, e apenas vivenciando-as,

    percebemosoquãoimportanteéocontrolodasnossasemoções,deformaaconseguirmo-

    nosfocarnonossotrabalhoenãonocaosquenosrodeia.Felizmente,ocenárioeramelhor

    queopreconizado,nãoexistindoferidosgraves,oquetornoutodaasituaçãomuitomais

    fácil.

    Dadooelevadonúmerodepessoasqueseencontravamnolocalquandochegámos,foi

    essencialperceberquaisos indivíduosenvolvidosecriarumperímetrodesegurançade

    formaasalvaguardarasvítimaseasegurançadetodosospresentes.

    Durante esta ocorrência tive oportunidade de participar na triagem multivítimas e

    perceber a importânciadepriorizar as vítimas consoante a sua gravidade, vistoqueos

    recursossãolimitadoseéfundamentalutilizá-losdeformaeficiente.Étambémessencial

  • 34

    umaboaorganização,comunicaçãoearticulaçãoentretodososelementospresentesno

    local,assimcomocomoCODUe,porconseguinte,todasasentidadesenvolvidas.

    TabelaXXXVI:5ªOcorrênciaVMER

    Motivo de

    ativação

    Feminino,72anos,IntoxicaçãoMedicamentosa+Alteraçãodoestado

    daconsciência–pedidodeapoiodiferenciado

    HDA Ingestãomedicamentosavoluntáriaqueterátidoinícionodiaanterior.

    Ingestão suspeita de inúmeros comprimidos de Mirtazapina,

    VenlafaxinaeOlanzapina,semserpossívelprecisaronúmero.

    Antecedentes Doençapsiquiátrica

    Medicação

    Habitual

    Mirtazapina,VenlafaxinaeOlanzapina

    Avaliação Respiração

    ruidosa

    Tolera

    tubo de

    Guedel

    Bradipneica

    (FR 12cpm),

    respiração

    superficial

    SpO2 (aa):

    92%

    FC88bpm

    TA

    96/46mmHg

    ECG:RS

    Glasgow 7

    (2O1V4M)

    Glicemia

    125mg/dL

    Pupilas

    mióticas

    Tº (aur)

    36,3ºC

    Reavaliação IOT +

    ventilação

    mecânica

    SpO2 (FiO2 a

    40%):97%

    FC96bpm

    TA

    112/63mmHg

    Glasgow 3

    (1O1V1M)

    ________

    Meios no

    local

    VMER+AEM+MEM

    Atuação Intubação orotraqueal (IOT) e ventilação mecânica; Acesso venoso;

    Fluidoterapia(500mLNaCl0,9%)

    Resultado TransporteaoHSJcomacompanhamentoVMER

    Segundooalgoritmodeabordagemàvítima,oAdeAirwaytraduzapermeabilizaçãoda

    viaaérea,queestavacomprometidonestavítima,devidoà suaalteraçãodoestadode

    consciência. Por conseguinte, foi necessário intubar a vítima, demodo a garantir uma

  • 35

    ventilação eficaz. Assim, tive oportunidade de ver uma intubação em contexto pré-

    hospitalar.

    Esta ocorrência é um exemplo representativo das situações em que uma equipa

    diferenciadafaztodaadiferençanasobrevivênciadodoente,vistoque,semapresençada

    mesmanolocal,avítimapoderianãotersobrevividonotransporteatéàunidadedesaúde.

    A vítima vivia no primeiro andar de umprédio semelevador e comescadas bastantes

    estreitas,sendobastantedifícilasuaretirada.Esteexemplodemonstraoquãocomplicado

    éretirarasvítimasdassuascasas,ilustrandoumadasmaioresdificuldadesencontradas

    pelasequipasdosdiversosmeiosdeemergênciaequeocorrecomelevadafrequência.

  • 36

    IV. Conclusão

    OestágionoINEMsuperoulargamenteasminhasexpectativasepermitiu-mecontactar

    comumarealidadeque, infelizmente, seencontrabastantedistantedosestudantesde

    medicina. Embora os estudantes aprendam, na teoria, como lidar com situações

    emergentes, a situação real e a localização fora do ambiente hospitalar tornam a

    Emergência Médica uma situação de elevada complexidade e com inúmeras

    particularidadesquedeviamserdemonstradasaosestudantesaolongodocurso.

    Paraalémdeaprofundarosmeusconhecimentosnaspatologiasquemaisfrequentemente

    encontroanívelhospitalar,tiveaindaoportunidadedeadquiriroutrosconhecimentose

    competências.

    AssituaçõesdePCRforamsituaçõescompletamentenovas,quemeretiraramdaminha

    zonadeconfortoe,aomesmotempo,permitiramaprendereconsolidarcompetênciasem

    SBV, SAVe comunicaçãodemásnotícias.A comunicaçãodemásnotíciaséumaaérea

    particularmentedifícilparaqualquermédico,porémfazê-loforadoambientehospitalar,

    emcondições,porvezes,longedoideal,torna-aaindamaiscomplicada.Apenasavivência

    dasmesmasnostornacapazdesermosmelhores interlocutorescomosdoenteseseus

    familiares,elevoaexperiênciadesteestágioparaomeufuturoenquantomédica.

    Odoentecríticoédassituaçõesmaisdesafiantesparaqualquermédico.Nestecontexto

    nãocontrolado,torna-seaindamaisdesafiante,munindo-medeconhecimentosessenciais

    paraaminhacarreiraenquantomédica.

    Saber como abordar uma vitima em situação de trauma é uma valência que todos os

    médicosdeveriamadquirir,contudosãomuitoescassasassituaçõesemquelidamoscom

    estetipodevítimasaolongodetodoopercursoacadémico.Nesteestágio,utilizeitécnicas

    deimobilizaçãoeaprendiparticularidadesimportantesquedevemosterematençãoneste

    tipodedoentes.

    Aorealizaresteestágio,apercebi-medealgumaslacunasexistentesnoprogramacurricular

    do mestrado integrado em medicina que frequentei. Na minha opinião, de modo a

    colmatarasmesmas,oprimeiroanodeveriaincluirocursodeSBVeoúltimoanoocurso

    deSAV.Domesmomodo,asUCsdecirurgiadeviamensinaremtermospráticosastécnicas

  • 37

    deimobilizaçãoecriarcenáriosquepermitissemtreiná-las.Acomunicaçãodemásnotícias

    deviaserrevisitadano6ºano,vistoquefoiabordadapelaúltimavezno3ºano.

    Esta oportunidade permitiu-me compreender as dificuldades e adversidades que as

    equipasdeemergênciapré-hospitalartêmdeultrapassar,enriquecendoaminhaformação

    comomédicaecomocidadã.Tiveoportunidadedecontactarcompessoasextraordinárias,

    quemetransmitiramosseusconhecimentos,mastambémasuapaixãopelaEmergência

    Médica,equemoldaramaminhaperspetivadamedicina.

    O sucesso da emergência médica começa em cada um de nós, cidadãos, com um

    reconhecimentoprecoce,acompanhadodeumaboautilizaçãodosrecursosedeumaboa

    articulaçãoentretodososintervenientes.

    Este estágio representao culminar de seis anos e traduz naperfeiçãoumdosmaiores

    ensinamentosdoICBAS:“Quemsósabemedicinanemmedicinasabe”.

  • 38

    V. Anexos

    1. Declaraçãodarealizaçãodoestágiodeobservação

    DECLARAÇÃO

    Para os devidos efeitos se declara que Maria Bourbon de Aguiar Branco Ruão, com o Cartão do Cidadão

    nº 14592787, realizou os estágios, em meios INEM, abaixo descriminados.

    Tipo Meio Data Horário

    Observação Ambulância de Emergência Médica 24.Novembro.2017 8:00 - 20:00

    16.Fevereiro.2018 8:00 - 20:00

    Observação Centro de Orientação de Doentes Urgentes 14.Novembro.2017 8:00 - 11:00

    Observação Ambulância de Suporte Imediato de Vida 15.Novembro.2017 8:00 - 20:00

    12.Fevereiro.2018 8:00 - 20:00

    Observação Viatura Médica de Emergência e Reanimação 17.Novembro.2017 8:00 - 20:00

    14.Fevereiro.2018 8:00 - 20:00

    15.Fevereiro.2018 8:00 - 14:00

    Total de Horas 81

    Centro de Formação da DR do Norte, 16 de Maio de 2018

    O Assistente Técnico

    Mod. INEM 02/4 1/1

  • 39

    2. AlgoritmodeAbordagemdaVítima[3]

  • 40

    3. TriagemPrimária–MétodoSimpleTriageAndRapidTreatment(START)[10]

  • 41

    4. TriagemSecundária–MétodoTriageRevisedTraumaScore(TRTS)[10]

    5. EscaladeComadeGlasgow[11]

  • 42

    VI. Bibliografia

    [1]INEM.ManualSIEM:SistemaIntegradodeEmergênciaMédica.2013;1aEdição.

    [2]InstitutoNacionaldeEmergênciaMédica-www.inem.pt(Consultadoa20/04/2018)

    [3]INEM.ManualAbordagemàvítima.2012;1aEdição.

    [4]INEM.ManualdeSuporteAvançadodeVida.2011;2aEdição.

    [5]EuropeanResuscitationCouncilGuidelines forResuscitation2015–Section2.Adult

    basiclifesupportandautomatedexternaldefibrillation.Resuscitation.2015;95:81–99

    [6]AmericanHeartAssociation–cpr.heart.org(Consultadoa25/04/2018)

    [7]Normanº015/2017:ViaVerdedoAcidenteVascularCerebralnoAdulto.Direção-Geral

    deSaúde.2017

    [8] 2017 European Society of Cardiology Guidelines for the management of acute

    myocardial infarction inpatientspresentingwithST-segmentelevation.EuropeanHeart

    Journal.2018;39:119–17

    [9]INEM.ManualTASEmergênciasMédicas.2012;1aEdição

    [10]INEM.ManualSituaçãodeExceção.2012;1aEdição

    [11]GrupodeTrabalhodeTrauma–CompetênciaemEmergênciaMédica.NormasdeBoa

    PráticaemTrauma.OrdemdosMédicos.2009

    Decreto-Leinº234/81de03deAgostode1981publicadoemDiáriodaRepública,SérieI.

    nº176:1983

    Todaasimagensreferentesaosmeiossãooriginais.