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Metabolismo e Doenças Metabólicas em Suínos Drª Fabiana Moreira: Bolsista Pós-Doutorado

Metabolismo e Doenças Metabólicas em Suínos · TEORIA DA EVOLUÇÃO IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ... Altera o metabolismo proteico, energético e mineral ... Metabolismo do DNA e RNA

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Metabolismo e Doenças Metabólicas em Suínos

Drª Fabiana Moreira: Bolsista Pós-Doutorado

TEORIA DA EVOLUÇÃO

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO METABÓLICO DOS SUÍNOS

INSTALAÇÕES MANEJO

PATÓGENOS

AMBIENTE

ADVERSO

GENÉTICA

NUTRIÇÃO

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

RECURSOS HUMANOS

FÁBRICA DE SUÍNOS

Fig. 1 – Representação esquemática de um sistema de produção como uma fábrica de suínos

Taxa de parição 93%

Partos/porca/ano 2.44

Intervalo desmame estro (IDE)-dias 5,4

Total leitões nascidos/parto 11.8

Leitões nascidos vivos/parto 11.4

Mortalidade pre desmama <5%

Leitões desmamados/porcas 10,8

Peso Leitões desmamados (kg at 21 dias) 6.0

Desmamados/porca/ano 26,5

•Metas de Produtividade

Sobestiansky & Barcellos, 2012

Quanto perdemos?

Controle das dietas e Fornecimento em SIPS

REPRODUTORES

GESTAÇÃO

LACTAÇÃO

PRÉ-INICIAL

INICIAL

ENGORDA

Nutrição - IMPORTÂNCIA

• Em leitoas

• Crescimento e idade à entrada a puberdade

• Número de ovócitos liberados

• Em porcas

• Função reprodutiva

• Ciclos estrais normais

• Taxa de ovulação

Adaptado: Nutrition Technical Update – PIC, USA (2003)

Quais as diferenças nas exigências nutricionais em rações de gestação e lactação ?

Exigências Nutricionais Ração de Gestação Ração de Lactação

Energia Metabolizável

(Mcal/Kg)

2,87 3,30

Proteína Bruta % 14 18

Lisina % 0,57 1,0

Cálcio % 1,1 1,2

Fósforo % 0,7 0,65

Período Lactação

Quantidade de energia direcionada para produção de leite

nas 3 primeiras semanas

Depende do tamanho da leitegada

• Ingestão inadequada de alimento

IDE

TX ovulatória e

sobrevivência embrionária

Elevada restrição alimentar mostraram baixa [ ] de IGF-1 e Insulina

Mobilização de reservas na lactação

Insulina regula tanto os níveis de glicose como a mobilização de gordura

Adaptação da fêmea para manter altos níveis de produção de leite

BALANÇO ENERGÉTICO

≠ Ingestão de nutrientes e exigências nutricionais

para mantença e produção de leite

LACTAÇÃO

produção de leite BEN

[ ] de glicose

Resistência à Insulina

Consumo de ração de lactação =

ad libitum ≈ 6,0 Kg/dia

Fig. 1 - Necessidades diárias e consumo energético (Mcal/d) durante a lactação e após o desmame calculado para primíparas. As barras indicam as exigências para mantença (cinza), para produção de leite (branco) e o consumo alimentar (pretas).

Mellagi et al., 2010.

Efeito do “flushing” na fêmea de reposição

Aumento na quantidade de

energia ingerida

11-14 dias antes da cobrição para a

taxa ovulatória

o do consumo da ração 1-3 semanas

antes do cio

resulta num de 15-20% no número

médio de ovulações

na atresia de folículos maduros

Ação por vias neuroendócrinas

Ação direta nas gônadas

Ação sobre fluxo sangüíneo hepático

Mecanismos fisiológicos relacionados aos efeitos de nutrição sobre a reprodução

GH

IGF-1

Insulina

Glicose Mediadores Metabólicos Leptina

Regulação Nutrição - Reprodução

LEPTINA – SACIEDADE DISPARO PARA A PUBERDADE

Indicador metabólico • Espessura de Toucinho (ET)

ET

Redução da ração de lactação

Reservas metabólicas

Produção de leite

tamanho e peso da leitegada

Intervalo desmame-estro

Níveis séricos de Leptina associados a ET e dados reprodutivos

Leptina

Ho

me

ost

ase

En

erg

éti

ca e

Fu

nçã

o N

eu

roe

nd

ócr

ina

consumo alimentar NPY

GnRH GHRH

Secreção de insulina

Ação da insulina

LH GH

e Estradiol e Progesterona

oxidação dos ácidos graxos

Barb et al., 2008

REGULAÇÃO

Regulação da leptina, IGF-1 e insulina

Insulina mRNA Leptina Insulina Utilização da glicose

Restrição alimentar energética ou

proteica

LH Insulina e IGF-1 no final da lactação

Tratamento com insulina

Esteróides Folículos maduros

Taxa de parição Número de leitões

nascidos

Regulação

Regulação da leptina, IGF-1 e GH

IGF-1 e GH Expressão do receptor de Leptina no ovário de leitoas

Leptina atua sinergicamente com FSH, LH, GH e IGF-1 sobre a

produção de estradiol

Na presença de leptina plasmática

Crescimento folicular

POE – Bloqueio LH

BEN

Anestro durante a lactação – Inatividade ovariana temporária

Progressão do período lactação – condição que se mantém pelo BEN

Catabolismo Intenso

Alterações no padrão metabólico/hormônios metabólicos – eixo hipotalâmico-hipofisiário-

ovariano

Visão geral da distribuição dos metabólitos de energia e proteína absorvidos entre o tecido corporal da fêmea lactante

Mellagi et al., 2010.

Período Lactação – 2-3 semanas pós-parto

Intenso Catabolismo

+ Severo em Primíparas

Peso corporal e ET

Período Lactação – primeira semana pós-parto

[ ] de GH – picos frequentes

Privação alimentar – NEFA – rápida mobilização de AGL induzida por [ ] GH

• NEFA e glicerol estão mais em fêmea gordas que magras

• Resistência a insulina acompanhada de [ ] NEFA

• CONSUMO DE RAÇÃO NA GESTAÇÃO

• AFETA A AFINIDADE DOS RECEPTORES DE INSULINA

Figura 2. Mecanismos de redução do consumo alimentar voluntário de fêmeas gordas

Mellagi et al., 2010.

• Substância resultante do metabolismo secundário de fungos filamentosos

• Aflatoxina e Zearalenona

• São as micotoxinas que mais acometem suínos

MICOTOXINAS

Aspergillus flavus

Fusarium culmorum

MICOTOXINAS

• BRASIL = 3º Maior produtor Mundial de Milho

• 28% destinado a Suinocultura

• Milho – Principal fonte protéica e energética da dieta

• Estocagem dos grãos

AFLATOXINA

• Aspergillus flavus e parasiticus

• Máximo recomendado pelo MAPA = 50µg/kg

• Superaguda – morte súbita

• Aguda – lesões hepáticas

• Crônica – piora na CA e baixo GP

DESUNIFORMIDADE DO LOTE

Morte súbita da porca por aflatoxina aguda

Aflatoxicose crônica: leitões desidratados

90% dos casos = intoxicação crônica

AFLATOXINA

• Patologia Clínica

• síntese protéica e proteínas plasmáticas

• atividade enzimática (GGT, AST e Fosfatase alcalina)

• Lesões Macroscópicas

Fígado ictérico Aflatoxicose Aguda

Aflatoxicose Crônica

ICTERÍCIA

ZEARALENONA

• Metabólito fúngico estrogênico não esteróide

• Suínos - mais sensíveis

• Atividade estrogênica e anabólica

• Hiperestrogenismo - vulvovaginite

ZEARALENONA

• PATOGENIA

• Ocupam receptores 17 β -estradiol

• Altera o metabolismo proteico, energético e mineral

• Mimetizam o estro

α e β (zeranol) Redução da lipogênese via

metabolismo da glicose para a Acetil COA

ZEARALENONA

• Sinais clínicos:

• Edema da glândula mamária

• Anestro, Pseudogestação

• Manifestação de estro permanente/edema vulvar

• Anomalias do ciclo estral

• Prolapso vaginal e retal

FUMONISINAS

• Fusarium moniliforme, verticillioides, proliferatum

• Fumonisina B1 – hepatotóxica - PRRS

• 10mg/kg

• Edema Pulmonar Suíno - agudo

• Lesões hepáticas e hiperplásicas na mucosa esofágica • atividade enzimática (GGT, AST e Fosfatase alcalina)

Edema pulmonar interlobular

DEOXINIVALENOL (DON)

• Fusarium graminearum e Fusarium culmorum

• Família dos tricotecenos

• Toxina T-2

• Inibição da síntese protéica (síntese de ácidos nucléicos)

• atividade enzimática (GGT, AST)

Metabolismo da glicose é afetado

• Hipoglicemia decorrente da má absorção dos carboidratos

• Baixa capacidade de sintetizar glicose pela utilização de aminoácidos

Principais micotoxinas, espécies mais afetadas e principais sinais clínicos e lesões

Micotoxina Espécies mais afetadas

Principais sinais clínicos e lesões

Aflatoxinas Todas imunidade, GP, desordens digestivas, anorexia, ataxia, tremores e morte

Zearalenona Suínos Síndrome Hiperestrogenismo (vulvovaginite), splayleg, Em leitões recém-nascidos

Fumonisinas Equinos e suínos Leucoencefalomalácia equina, Edema pulmonar em suínos

Tricotecenos Monogástricos ingestão de alimentos, desordens digestivas, ulcerações de mucosas, vômitos e hemorragias viscerais

Ocratoxina A Suínos e Homem Nefropatias

OCRATOXINA A

• Aspergillus e Penicilium sp

• Principal órgão afetado = RIM

• Metabolismo do DNA e RNA – inibição da enzima tRNA transferase

• Sinais – poliúria, polidpsia, da ingestão dos alimentos, diarréia e urina sanguinolenta.

• [ ] proteínas, uréia, colesterol, triglicerídeos e potássio

Aflatoxina, Zearalenona, Fumonisina, DON

• Diagnóstico

• Achados clínicos-patológicos

• Associados as análises laboratoriais

• Análise do alimento (grãos)

• Controle e prevenção

• Uso de aditivos anti-micotoxinas

• Monitoramento adequado dos constituintes da ração

• Retirada e troca da fonte de alimentação

INTOXICAÇÃO POR SAL

• Excesso de sal (Soro de Leite) ou água insuficiente

• Dose tóxica 2,2g/kg

• Níveis de sódio (145mEq/L) no cérebro inibem a glicólise anaeróbica = HIPEROSMOLARIDADE

• Transporte ATIVO DO SÓDIO = BLOQUEADO = SNC

EDEMA CEREBRAL

INTOXICAÇÃO POR SAL

• Sinais clínicos

• Posição de “cão sentado”

• Incoordenação motora, opistótono, movimentos de pedalagem, convulsões

• Diagnóstico e Diferencial

• Controle = nívies de 3,2-8% de NaCl na ração

ANEMIA FERROPRIVA

• Ferro – Hemoglobina, mioglobina, citocromos e enzimas

• Leite materno não é suficiente (10-20%)

• Acesso a terra ou suplementação (89 a 90%)

• Anemia hipocrômica-microcítica

ANEMIA FERROPRIVA

• CONTROLE e PREVENÇÃO

• Aplicação Ferro Dextrano IM ou SC

• Fácil, seguro e higiênico

Deficiências de Vitamina E e Selênio • Hepatose dietética

• Doença do coração de amora • Distrofia muscular (massas musculares pálidas)

Fígado com lobulação evidente por necrose, hepatomegalia

• Importante metabolicamente

• Gliconeogênese e Ciclo dos ácidos tricarboxílicos

• Sinais clínicos

• Alopecia, dermatite, inflamação ao redor dos olhos e rachaduras nos cascos

• Controle – suplementação quando a alimentação for à base de trigo, sorgo, cevada ou aveia.

DEFICIÊNCIA DE BIOTINA

HIPOGLICEMIA NEONATAL

• Falhas na gliconeogênese

• Índice de mortalidade – 30 a 40%

• Meses frios

• Fatores de risco

HIPOGLICEMIA NEONATAL

• Síndrome MMA

• Incapacidade de alimentar-se (teratogenia, splayleg, miopatia congênita)

• Manejo incorreto

• Morte por esmagamento

HIPOGLICEMIA NEONATAL

• Leitão normal = 100mg/100ml de sg

• Glicogênio hepático = 10-14mg/100g

• Sinais clínicos com 50mg/ml

• [ ] glicose 40mg/ml

• [ ] glicose 20mg/ml

• Tratamento e Controle

7º dia de idade – gliconeogênese deficiente Necessidade energética = leite da porca

SíNDROME METRITE MASTITE AGALAXIA

SÍNDROME DA PERIPARTURIENTE HIPOAGALAXIA

Síndrome MMA

• Supressão total ou parcial do leite 72 pós-parto

• 3-14% dos partos

• > Ordem de parto

• Hipertermia, aumento de volume da glândula mamária

• Controle • Alimentos fibrosos próximo e

logo após o parto

• Uso profilático e curativo de ATB

Hipoglicemina em leitões

CONSEQUÊNCIA

Deficiências de outros minerais

• Deficiência de Cálcio e Fósforo • Mineralização óssea

• Articulações aumentadas

• Fraturas (raquitismo)

• Hipocalcemia em porcas com alta produção láctea

• Deficiência de Zinco • Componentes de muitas enzimas

• Associado a insulina

• Metabolismo dos CHO, P e Lipídeos

• Paraqueratose

Brum et al., 2011

FATORES PREDISPONENTES

CIRCOVIROSE

PRRS – SÍNDROME RESPIRATÓRIA E REPRODUTIVA DOS SUÍNOS

Tratamento massal via água ou via ração

Controle dos transtornos metabólicos

• Manejo do arraçoamento principalmente na gestação e

lactação

• Cuidados na formulação das dietas

• Uso de Premix

• Armazenamento da ração

• Temperatura e Umidade das instalações

• Genética dos animais

• Descarte de animais

MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO!