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MÉTODO DE INDUÇÃO: manual do G12/Mir12 ensina como induzir participantes Lavagem cerebral pura! É o que afirma o pastor, conferencista internacional, apre- sentador do programa Vitória em Cristo e psicólogo clínico, o polêmico Silas Malafaia. Para os gedozistas, os participantes pre- cisam ter o caráter dos discípulos (apósto- los). De onde vem à terminologia do G12 ou Mir12, uma seita separatista cheia de sincre- tismo religioso cercada de práticas judaicas e de rituais pagãos, que ensina a seus adep- tos ter o caráter dos doze apóstolos. “O mo- delo de caráter para a igreja não é dos doze discípulos (apóstolos), o modelo de caráter é Jesus (1Coríntios 11.1; 1João 2.6; Atos 11.26). Os doze discípulos não são modelo de cará- ter para ninguém muito menos para a Igreja do Senhor. O padrão de caráter que Jesus ensinou para os seus discípulos é “sede per - feitos como é perfeito o vosso Pai Celestial”” (Mateus 5.48), enfatiza Malafaia. Ele ainda afirma que nos encontros de G12 são usadas técnicas psicoterápicas, budismo, schei she noe, terapias de vidas passadas que é espiritismo. “Quem vai para o Encontro com Deus, não pode falar com ninguém. Ninguém pode saber. Isso é uma das técnicas mais antigas de marketing”. Isso não tem nada haver com o evangelho e com os filhos da luz. O verdadeiro evangelho desconhece qualquer ação de Deus secreta, escondida, sorrateira e silenciosa (1Tessalo- nicenses 5.5). Nos encontros gedozistas e no “Encontro com Deus”, especificamente, não há a menor dúvida de que são usadas técnicas de alta sugestão onde os partici- pantes são induzidos a repetirem que o en- contro é tremendo. Saem do encontro dizen- do que ele foi “tremendo”. Ainda chegam a dizer que três dias de “Encontro com Deus” é equivalente a um ano de igreja. Cantam os mesmos hinos, cânticos, e o ministrador induz os participantes a repetirem frases de indução coletiva constante em suas minis- trações. Além de fazerem “voto de silêncio e de compromisso”, onde são orientados a não falarem uns com os outros, bem carac- terístico do budismo tibetano, que usam do mesmo artifício para purificar a mente e cor - po, antes de receberem o Dharma, isto é, os ensinamentos, a famosa lavagem cerebral, e se comprometem a manter total sigilo daqui- lo que aconteceu no “Encontro””. Consta no Manual de Realização do “Encontro com Deus”, reeditado, ampliado, revista e atualizada para o 1° Congresso In- ternacional para pastores e líderes, realizado em abril de 1999, no Ministério Internacional da Restauração (MIR), em Manaus, e ree- ditado por ocasião do 2° Congresso Interno do MIR, em julho de 1999, o seguinte: “é ex- pressamente proibida à leitura ou manuseio deste Manual por pessoas que ainda não passaram pelo Encontro. Os acontecimen- tos não deverão ser descobertos, mas sim experimentados por todos aqueles que des- frutarão de três dias de Encontro com Deus”. Ainda no manual que está acessível para download no link <http://www.scribd.com/ doc/33664995/Manual-de-Realizacao-do- Encontro-com-Deus>, constam as orienta- ções do pré-encontro que acontece durante quatro dias com uma hora de estudo, com os seguintes temas: o pecado e suas conse- qüências; o primeiro Adão e o último Adão: morte e ressurreição; somos santos e filhos de Deus; e quem somos em Cristo Jesus. Já no Encontro que é de três dias, começando sempre na sexta-feira à noite e terminando no domingo pela após o almoço, os seguin- tes temas: no primeiro dia, regras a serem mencionadas no primeiro contato com os encontristas, tema é: “Peniel”; no sábado as orientações gerais para o ministrador são de as palestras o que é o encontro; o que o Senhor faz durante o Encontro; libertação; como devo me comportar no Encontro; no encontro ampliamos a nossa postura espi- 10

MÉTODO DE INDUÇÃO: MANUAL DO G12/MIR12 ENSINA COMO INDUZIR PARTICIPANTES

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Lavagem cerebral pura! É o que afirma o pastor, conferencista internacional, apresentador do programa Vitória em Cristo e psicólogo clínico, o polêmico Silas Malafaia.

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MÉTODO DE INDUÇÃO:manual do G12/Mir12 ensina como induzir participantes

Lavagem cerebral pura! É o que afirma o pastor, conferencista internacional, apre-sentador do programa Vitória em Cristo e psicólogo clínico, o polêmico Silas Malafaia.

Para os gedozistas, os participantes pre-cisam ter o caráter dos discípulos (apósto-los). De onde vem à terminologia do G12 ou Mir12, uma seita separatista cheia de sincre-tismo religioso cercada de práticas judaicas e de rituais pagãos, que ensina a seus adep-tos ter o caráter dos doze apóstolos. “O mo-delo de caráter para a igreja não é dos doze discípulos (apóstolos), o modelo de caráter é Jesus (1Coríntios 11.1; 1João 2.6; Atos 11.26). Os doze discípulos não são modelo de cará-ter para ninguém muito menos para a Igreja do Senhor. O padrão de caráter que Jesus ensinou para os seus discípulos é “sede per-feitos como é perfeito o vosso Pai Celestial”” (Mateus 5.48), enfatiza Malafaia.

Ele ainda afirma que nos encontros de G12 são usadas técnicas psicoterápicas, budismo, schei she noe, terapias de vidas passadas que é espiritismo. “Quem vai para o Encontro com Deus, não pode falar com ninguém. Ninguém pode saber. Isso é uma das técnicas mais antigas de marketing”. Isso não tem nada haver com o evangelho e com os filhos da luz. O verdadeiro evangelho

desconhece qualquer ação de Deus secreta, escondida, sorrateira e silenciosa (1Tessalo-nicenses 5.5). Nos encontros gedozistas e no “Encontro com Deus”, especificamente, não há a menor dúvida de que são usadas técnicas de alta sugestão onde os partici-pantes são induzidos a repetirem que o en-contro é tremendo. Saem do encontro dizen-do que ele foi “tremendo”. Ainda chegam a dizer que três dias de “Encontro com Deus” é equivalente a um ano de igreja. Cantam os mesmos hinos, cânticos, e o ministrador induz os participantes a repetirem frases de indução coletiva constante em suas minis-trações. Além de fazerem “voto de silêncio e de compromisso”, onde são orientados a não falarem uns com os outros, bem carac-terístico do budismo tibetano, que usam do mesmo artifício para purificar a mente e cor-po, antes de receberem o Dharma, isto é, os ensinamentos, a famosa lavagem cerebral, e se comprometem a manter total sigilo daqui-lo que aconteceu no “Encontro””.

Consta no Manual de Realização do “Encontro com Deus”, reeditado, ampliado, revista e atualizada para o 1° Congresso In-ternacional para pastores e líderes, realizado em abril de 1999, no Ministério Internacional da Restauração (MIR), em Manaus, e ree-

ditado por ocasião do 2° Congresso Interno do MIR, em julho de 1999, o seguinte: “é ex-pressamente proibida à leitura ou manuseio deste Manual por pessoas que ainda não passaram pelo Encontro. Os acontecimen-tos não deverão ser descobertos, mas sim experimentados por todos aqueles que des-frutarão de três dias de Encontro com Deus”. Ainda no manual que está acessível para download no link <http://www.scribd.com/doc/33664995/Manual-de-Realizacao-do-Encontro-com-Deus>, constam as orienta-ções do pré-encontro que acontece durante quatro dias com uma hora de estudo, com os seguintes temas: o pecado e suas conse-qüências; o primeiro Adão e o último Adão: morte e ressurreição; somos santos e filhos de Deus; e quem somos em Cristo Jesus. Já no Encontro que é de três dias, começando sempre na sexta-feira à noite e terminando no domingo pela após o almoço, os seguin-tes temas: no primeiro dia, regras a serem mencionadas no primeiro contato com os encontristas, tema é: “Peniel”; no sábado as orientações gerais para o ministrador são de as palestras o que é o encontro; o que o Senhor faz durante o Encontro; libertação; como devo me comportar no Encontro; no encontro ampliamos a nossa postura espi-

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ritual; cura interior e indo a cruz. Já no ter-ceiro dia de encontro, domingo, a temática é: oração como estilo de vida; a nova vida em cristo, implantando a visão da igreja em células no Modelo dos 12 e batismo no Es-pírito Santo “MOMENTO SURPRESA”, grifo do autor, pastor Renê de Araújo Terra Nova, presidente do MIR. Quanto ao pós-encontro os temas são: a importância do pós-encon-tro; conservando a libertação e a cura inte-rior, as áreas de contra-ataque e como pos-so deter Satanás? Há e detalhe, só pode ir ao “Encontro com Deus”, segundo consta no Manual aquele que fez o pré-encontro satis-fatoriamente, sendo avaliada por seu disci-pulador que poderá permitir ou não sua ida ao “Encontro”.

No segundo dia, sábado, é ministrado uma palestra com o tema “libertação”, nesse momento, como consta no manual, uma mú-sica de fundo é tocada em torno de 2h30min onde o ministrador conduz os encontristas a decidir entre a bênção e a maldição; quebran-do toda maldição; maldição familiar; anjos; demônios; o mal proveniente dos traumas; palavras proferidas carregadas de semen-tes do mal; pecados ministeriais; e entra nos processos de libertação. Enquanto tudo isso acontece, a mesma música continua no fundo tocando (musicoterapia), técnica muito usada nos processos psicoterápicos, com objetivo de quebrar possível resistência, além de promover um relaxamento muscular e cerebral. Após a palestra, os participantes devem declarar a quebra de maldições e a mentalizarem o período de fecundação, ges-tação até o nascimento, além de liberarem por todas as gerações até a geração onde ela se encontra o perdão, no período mínimo de 40min. Sobre o efeito da indução, o en-contristas é levado a entrar em oração sobre cada fase da vida das pessoas, detalhe, em cada geração desde a primeira até a déci-ma geração caso sejam fora da aliança do casamento; o que é facilmente identificado como um estado de transe hipnótico, que é um estado alterado da consciência, onde a pessoa perde suas faculdades de raciocínio e se entrega a “cura” manipulação.O minis-trador conduz a terceira etapa do processo de cura e libertação, dando ordem para que os participantes declarem em voz alta que estão livres, da seguinte forma: “eu estou li-vre”; “eu estou perdoado”; “eu estou curado”; devem gritar cada uma dessas frases no mí-nimo três vezes.

Ainda no segundo dia com o tema “Indo a cruz”, o encontristas é levado a deitar-se no chão, ajoelhar, orar, como também a não orar em voz alta ou em línguas apenas em português, e a mentalizar a seguinte nar-rativa: “Veja Jesus sendo levado por Maria e José ao templo para ser apresentado a Deus.Veja-o crescendo em graça, sabedo-ria e estatura, diante dos homens e diante de Deus. Veja Jesus curando os milhares de pessoas: os cegos enxergando, os pa-ralíticos andando e saltando de alegria, os mortos ressuscitando, as pessoas mara-vilhadas... Ninguém jamais vira coisa igual.Veja Jesus no monte das bem-aventuranças ministrando para uma multidão sedenta e atenta.Durante a época da Páscoa, Jesus foi ao Getsêmani com seus discípulos, e lá suou gotas de sangue.Veja Judas beijando Jesus e entregando-o aos soldados. Veja Jesus sendo amarrado e levado à casa de Caifás.Veja Jesus calado ante os insultos da multidão. Imagine que você está no meio da multidão. Veja Jesus sendo vestido com vestes reais e sendo coroado com coroa de espinhos. Veja Jesus sendo despido e rece-bendo sobre seus ombros uma pesada cruz de madeira. Veja Jesus sendo levado para fora da cidade, saindo em direção ao Gólgo-ta, o Lugar da Caveira. Ele fez tudo isso por você. Veja Jesus caindo algumas vezes por causa do peso dos seus pecados. Ele está muito cansado e com sede.

Veja os soldados cravando as mãos de Jesus com cravos enormes; eles cravam também os seus pés e ele sente muita dor. Jesus sangra, sangra muito. Agora a dor aumenta porque estão levantando a cruz e fixando-a verticalmente. Jesus foi à cruz por minha causa, por sua causa, pelo mundo inteiro. Você está no meio da multidão que assiste tudo. Eles não estão calados, eles blasfemam, gritam.Imagine Jesus dizendo a você: Não foram os romanos que me crucifi-caram, não foram os judeus... Eu estou aqui por causa de você, (repita esta frase pelo menos três vezes).Foram os seus pecados que me trouxeram à cruz...

No término do encontro, acontece o mo-mento surpresa, onde os encontristas são convidados a voltarem a sentar-se, fecharem seus olhos por algum tempo e permanece-rem orando. Nesse instante as lembranças-surpresas são arrumadas em uma mesa ou no palco. toda a equipe que trabalhou no En-contro deve ficar alinhados um ao lado do

outro, na frente, impedindo que os encontris-tas vejam as lembranças. As mesmas de-vem estar identificadas com o nome de cada encontristas, de forma bem legível. A dire-ção espiritual apresenta a equipe que traba-lhou durante todo o Encontro e pede palmas de agradecimento. Diz que a equipe não se preocupa só com a parte espiritual, mas que pensa também no aspecto físico e emocio-nal. Então, pede que a equipe saia da frente e mostra os presentes. Pede-se que ninguém abra as lembranças até que todos as rece-bam. Coloca-se uma música ao fundo, en-quanto eles abrem os presentes. Após este momento o líder espiritual pergunta: como é o "Encontro?", todos respondem: é tremendo. Este é o momento em que os encontristas são lembrados que terão a responsabilidade de: irem ao pós-encontro (obrigatoriamente); matricularem-se na escola de líderes; fazem o voto de compromisso, de se compromete-rem a não dizer, a outras pessoas que ainda não fizeram o Encontro, absolutamente nada sobre o que ocorreu nos três dias. São con-vidados a ficarem de pé e a repetirem o se-guinte: "eu me comprometo a não mencionar nada do que aconteceu no Encontro. Terei a responsabilidade de incentivar outros a fa-zerem o Encontro e a experimentar como o Encontro é TREMENDO!".

No pós-encontro o objetivo é como as pessoas são impactadas com o que o Se-nhor ministra, um tipo de testemunho em grupo, onde cada um diz aquilo que o Se-nhor fez em suas vidas.

Segundo Fernando Galli, do instituto apologético Cristo Salva, e do renomado te-ólogo Lourenço Stélio Rega, nem tudo que é sobrenatural vem de Deus, tomam como base as referências bíblicas de o Novo Tes-tamento em Efésios 4.14; Hebreus 13.9; 2Ti-móteo 4.3-4,14; Mateus 24.24; 7.15; 2Tessa-lonicenses 2.2-3,15; 1Timóteo 4.1-2; 2João 9). Já para psicólogo clínico Silas Malafaia, a descrição dos métodos mencionados no “Manual de Realização do Encontro”, não passam de técnicas psicoterápicas de indu-ção a transe hipnótico, que deve ser exer-cido por profissional devidamente habilitado. O psicanalista Renato Mezan, aponta para o fato de como a psicanálise é transforma em elementos culturais e como está presente na cura do sincretismo religioso no Brasil. Vida•

Este artigo é parte integrante da Revista Vida. Ano IV. N° 01 de Junho de 2010. Acesse o blog <http://revistavidacrista.blogspot.com/>

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